2 O que é ‘des-comunicar’?

É gerar equívocos e mal-entendidos; é dar origem a preconceitos e criar rótulos; é colar

‘tags’ às pessoas, fazendo ‘grupinho à parte’, evitando ou desvalorizando quem não
Armadilhas da pensa como nós. Isso acontece frequentemente em ambientes profissionais, mas
também ocorre nas escolas e universidades, onde esse confronto pode chegar a assumir
Comunicação proporções dramáticas e chegar a ser ofensivo, discriminatório ou, até, converter-se em
formas mais ou menos subtis de bullying.

Todos somos bons comunicadores e todos somos capazes de nos entender Temos que ter muito presente que o mundo das organizações é um imenso sistema
porque todos nascemos com um kit de sobrevivência que nos permite de colaboração e entrega. Quanto mais abertos estivermos à colaboração com os
comunicar, mesmo quando não falamos ou não conhecemos a língua dos outros, melhores resultados conseguiremos obter, seja numa organização como a
outros. academia ou nas empresas.

Pertences à geração que nasceu no século da comunicação. Vivemos na ‘era TED’, das
talks, dos pitchs, das redes sociais, dos views e dos likes, das audiências e palcos que
se multiplicam em diversos canais e servem para partilhar ideias e projetos, para
fazer pontes e criar parcerias, mas acima de tudo para gerar mais conhecimento e
despertar a consciência.
Awareness & Self Awareness
Nesta lógica, temos que apostar em manter a abertura à diversidade, combatendo o
medo da diferença e a inclinação para julgar os outros com severidade e preconceito.
Somos demasiado julgamentosos, preconceituosos e reativos.
‘Des-comunicamos’ quando não temos consciência de que existem armadilhas na
comunicação, que nos fazem cometer erros muito frequentes e até recorrentes.

Hoje, tudo está à distância de um clique, as redes sociais estão constantemente Todos temos e teremos sempre ‘armadilhas’ na comunicação, mas a consciência de que
ativas e todos somos chamados a expressar opiniões e a manifestar convicções, elas existem permite-nos evitá-las, minimizá-las, contorná-las ou, se não forem evitáveis,
mas também a mostrar quem somos, o que fazemos e aquilo que nos move. sair delas. E voltar ao caminho.

Também tu fazes parte da geração Erasmus, num mundo que passou a viajar low Back on track.
cost. Embora neste momento nem todas as fronteiras estejam abertas devido à
pandemia e, por isso, muitas viagens necessárias ou desejadas continuem suspensas,
na verdade todos começam muito cedo a viajar ou a querer explorar o mundo.

Esta abertura universal e este desejo irreprimível de acumular conhecimento e

experiências, que é a marca da tua geração, exige flexibilidade e gosto pela
diversidade. Alargar os horizontes não passa apenas por visitar países e cidades. É
importante parar para conhecer as pessoas, os povos e as suas culturas. É decisivo
acolher outras formas de agir e reagir. É fundamental cultivar o fascínio por quem é
diferente e pensa de forma distinta, mesmo que seja oposta à tua.

Todos somos bons comunicadores, mas também todos somos exímios ‘des-
comunicadores’.
Marta Seixas

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 2 Elos inconscientes
Quando dou por adquirido que os outros sabem, ou percebem, aquilo que não têm
obrigação nenhuma de saber nem perceber, se eu não tiver explicado bem ou tornado
Armadilhas da claro.
Acontece frequentemente entre pessoas que julgam que os outros as conhecem bem
Comunicação só porque trabalham com elas, habitam na mesma casa ou, ainda, porque existem e
funcionam no mesmo perímetro. Trata-se de um tique muito comum nas famílias e
entre pares, nas empresas, mas também é um traço demasiado comum em gestores e
4 armadilhas que precisamos de conhecer para poder evitar: líderes de equipas.
Evitar ou minimizar os elos inconscientes passa por ser muito claro e, por vezes, até
• Absolutização dos pontos de vista redundante, certificando-me que os outros acompanham o meu raciocínio e percebem
• Falta de distância crítica o essencial da minha comunicação. Também é fundamental usar imagens ou metáforas
• Elos inconscientes (a narrativa contemporânea é sempre gráfica), deixando que me façam perguntas de
• Body language desajustado forma a poder esclarecer dúvidas. É importante estarmos todos ‘na mesma página’.

Absolutização dos pontos de vista Body Language desasjustado

Quando acho que eu é que tenho razão, eu é que sei, eu é que percebo e eu, e Quando não existe sintonia entre a minha expressão verbal e a minha linguagem
os que pensam como eu, é que estamos do lado dos inteligentes e dos bons. corporal a mensagem fica distorcida ou enfraquecida.
Esta atitude fecha-nos, encolhe os horizontes, cataloga os outros, desvaloriza os
que não pensam nem agem como nós, não valida ideias diversas ou opostas, REGRA DE AUTENTICIDADE E EFICÁCIA:
julga permanentemente quem se comporta de forma diferente, gera rótulos, Tudo É possível, desde que nada se perpetue.
preconceitos e discriminação. Faz-nos agir com arrogância perante pessoas de TRUQUE:
outras culturas, com gostos e comportamentos distintos dos nossos ou que Aprender a desfazer gestos e posturas repetitivas.
consideramos ter ‘outras origens’.
Absolutizar os nossos pontos de vista é uma atitude que pode gerar bloopers Clica nas imagens para ver os vídeos
culturais, mas assume um lado ainda mais perverso quando discrimina e exclui
alguém, partindo da nossa presunção de superioridade intelectual, moral ou
física.

Falta de distância crítica

Quando fico demasiado próximo ou demasiado distante dos outros, sejam
pessoas, factos ou acontecimentos e, por isso mesmo, incapaz de resolver um
conflito, agir positivamente numa situação ou compreender as intenções que
movem as pessoas envolvidas na ação.
Esta atitude leva-nos a fazer julgamentos apressados e a ter reações
“Nunca esqueças: por mais brilhantes que sejam as tuas ideias, as ideias
desproporcionadas e até disparatadas, precisamente por serem precipitadas. diferentes ou opostas também pode também ser geniais”
Overreaction vs. Underreaction Derek Sivers

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 2 Tópicos à escolha:
Desafios para
reflexão
2. Assignment Obrigatório Deadline: 2 semanas
depois da aula
Dissertação sobre um dilema
Critérios: ver em baixo
Pertences a uma geração de futuros economistas e gestores e, nesta lógica,
queremos desafiar-te a pensar, a refletir sobre a sociedade em que vivemos, na
certeza de que o teu contributo individual já faz toda a diferença.
Neste sentido, convidamos-te a escolher um dos tópicos descritos nas próximas páginas
e a fazer uma dissertação sobre o tópico escolhido.
Os teus argumentos podem e devem ser reforçados através de fontes externas (livros,
papers, artigos, talks, etc.), dando exemplos concretos, enunciando boas práticas atuais e
histórias reais, concluindo com propostas/ recomendações/ soluções para o problema(s)
identificado(s).
Break a Leg!
Critérios de avaliação:
• | 15% | Capacidade de reflexão sobre o tema relacionado com o tópico escolhido
• | 25% | Relevância da argumentação, nomeadamente através da sustentação em
fontes e autores credíveis e histórias/exemplos reais
• | 10% | Abertura a diferentes lógicas/perspetivas
• | 15% | Propostas apresentadas para os desafios que a tecnologia pode trazer à
humanidade no contexto do tema que escolheste
• | 25% | Clareza, expressão escrita, poder de síntese e estrutura do discurso
• | 10% | Uso correto da linguagem e do vocabulário
Número de palavras:
• Entre 800 a 1200
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Tópico 1: Evolução Tecnológica, Inteligência Artificial e Automação
Como futuros líderes do Séc. XXI, convidamos-te a refletir sobre um tema relacionado com
a evolução tecnológica, inteligência artificial ou automação, elaborando sobre as vantagens
e desvantagens da tecnologia no contexto do tema que escolheste, sobre os perigos da
mesma e o que podemos fazer desde já para evitar certos problemas/ situações catástrofe.
Uma questão muito prática colocada pelo historiador Yuval Noah Harari no seu livro “21
Lições para o Séc. XXI” faz-nos refletir sobre o papel do homem hoje, na construção do
mundo de amanhã.
Imagina que o teu curso superior podia ser escolhido por uma máquina com uma margem
de erro muito baixa, permitirias que a máquina escolhesse por ti?
Tópico 2: Driverless Cars
Que decisões morais pode tomar um carro sem condutor? Sacrifica-se 1 pessoa para
salvar 3? A questão numérica é decisiva?
Desafiamos-te a pensar em situações concretas e a dissertar sobre vantagens e
inconvenientes, mas também como seriam avaliadas as circunstâncias de acidentes,
julgadas em tribunal, cobertas (ou não) por seguros e, ainda, as questões éticas que tudo
isto comporta.
Convidamos-te a criar uma narrativa com um contexto próprio, personagens, argumentos,
contrastando as várias saídas/ posições que compõem o dilema.
Tópico 3: Tecnostress
“With the evolution of technology in the last two decades, our lives have been dependent on
technological devices now, more than ever. In 2005, records show that there were only 1.1 Billion
internet users compared to 4,8 billion (61.4% of the world's population) highly internet-
dependent in 2020. In 2019, 293 billion business and consumer emails were sent every day
(Statista, 2020). Our day-to-day tasks have been more efficient and effective, from paying our
bills, meeting new people, and grocery shopping. A click of a button can complete work tasks that
needed a few hours 20 years ago. The increasing numbers of internet accessibility have definitely
facilitated our lives, but one can't assume that these advantages won't negatively affect our well-
being, especially our mental health. For example, technostress increased in the past years. It
is a problem of adaptation that individuals experience when they cannot cope with
modern technologies.”
Neste contexto e dada a pandemia, se fosses líder de uma empresa, o que farias e como
farias para minimizar o tecnostress e melhorar o bem-estar, a saúde mental e a
performance dos teus colaboradores?

2 Podemos pensar em tecnostress como o custo humano da revolução
Desafios para
reflexão
2. Assignment Obrigatório
Dissertação sobre um dilema
Escreve aqui as tuas reflexões:
Nos dias de hoje, a tecnologia tem uma presença fortemente vincada nas
nossas vidas, tudo está à distância de um simples click, trabalho de horas é resolvido
em minutos, acabou-se a procura pela agenda perfeita e ainda podemos pagar o
almoço mesmo quando a carteira fica esquecida em casa. É consensual que, são
grandes os benefícios que advêm dos avanços tecnológicos, facilitando nas
atividades do dia-a-dia.
Por outro lado, surgem também problemas associados aos mesmos em
diversos níveis: a nível físico, como o aumento de problemas visuais, de postura e
auditivas e a nível da saúde mental, onde surge um dos problemas mais falados da
atualidade, o tecnostress. Este último foi agravado pela situação pandémica em que
nos encontramos que, obrigou empresas a funcionar em regime de teletrabalho
fazendo grande parte da população trabalhadora ver a sua casa como o seu novo
local de trabalho.
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Se precisares de mais espaço, duplica esta página as vezes que quiseres.
tecnológica, Craig Brod, psicólogo americano, define este fenómeno como um
“síndrome que ocorre quando uma pessoa, submetida a sobrecarga de informação e
contacto continuo com a maioria dos dispositivos digitais, desenvolve um estado de
stress, ou uma resposta anormal caracterizada por sintomas específicos nos níveis
cardiocirculatório, mental e neurológico”, que leva a repercussões negativas a nível
das atitudes, de pensamentos, comportamentos e a nível psicológico.
O progresso tecnológico levou as empresas a substituir o papel pelos
computadores que, aumentou em grande parte a performance dos colaboradores. O
trabalhador consegue agora fazer o seu trabalho muito mais eficientemente, sem ter
que recorrer a uma pilha de papeis e dossiers. Como consequência, hoje podemos
entrar em qualquer escritório de uma empresa e cada colaborador tem um
computador destinado, onde tem tudo o que necessita para desempenhar a sua função
sem necessitar de comunicar verbalmente com ninguém. Deste modo, os
colaboradores concebem o seu computador como um “escritório”, e não como uma
«simples» máquina. Mas, se o escritório é o computador, qual é a necessidade de o
colaborador se ter que dirigir fisicamente ao local de trabalho, quando pode trabalhar
e estar conectado com toda a equipa em qualquer lugar ?
Por outro lado, este desprendimento do local de trabalho tem como
consequência o aumento da dependência tecnológica, uma vez que, para além do
trabalho já feito em computador, a comunicação entre colegas passa também para
virtual. Problemas que se resolviam com uma conversa com o trabalhador da
secretária ao lado, passam agora para chamadas e, infindáveis reuniões online,
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2 O trabalho remoto pode levar a que, para a realização do mesmo

trabalho, seja necessário despender mais tempo. Trabalhar em casa acarreta, à partida,
Desafios para mais distrações, para além das provocadas por tudo o que envolve o teletrabalho. O

reflexão colaborador tem agora que estar mais atento à comunicação com os colegas via
digital e abstrair-se das distrações em casa. O aumento da autonomia dos
2. Assignment Obrigatório trabalhadores sobre o seu trabalho faz com que, por vezes, deixem de existir horários,
Dissertação sobre um dilema o que pode levar a um aumento de carga horária diária despendida, causando
possíveis situações de stress.
Escreve aqui as tuas reflexões:
Posto isto, temos que prestar atenção ao equilíbrio entre o trabalho remoto e

dificultando por vezes a comunicação. Tudo isto faz aumentar ainda mais os presencial, pois para tudo tem que existir um equilíbrio. A OECD justifica o mesmo

estímulos que advêm da tecnologia. O constante progresso tecnológico torna no artigo “Productivity gains from teleworking in the post COVID-19 era: How can

necessário uma constante atualização do conhecimento tecnológico dos public policies make it happen?” completando a ideia com um gráfico que mostra a

colaboradores, pois, o não acompanhamento do mesmo, é um dos fatores que, pode relação entre a eficiência do trabalhador e o teletrabalho, onde a eficiência é

levar ao aumento ou surgimento do tecnostress. maximizada num ponto de equilíbrio de teletrabalho. Este equilíbrio é essencial e tem
que ser tido em conta para o bom funcionamento da empresa.
Deste modo, tem que existir um grande controlo sobre o tempo que passamos
ligados ao digital, e quando falamos de trabalho remoto, a situação intensifica-se. Um grande fator decisivo para uma melhoria na produtividade do trabalho

Marcela Nemțeanu Sefora, Dan-Cristian Dabija e Liana Stancapois referem no seu são as ligações humanas entre colaboradores, para o trabalho fluido, mais fácil e mais

livro “The Influence of Teleworking on Performance and Employees’ eficiente. É clara a influência negativa que o teletrabalho pode ter neste tópico, pois

Counterproductive Behaviour” a importância do controlo necessário, dizendo “The pode torná-lo mais solitário e assim gerador de conflitos, que como referido acima

interaction reduction in the context of teleworking significantly, positively, and torna-o ineficiente.

strongly influences professional isolation, and to a lesser extent, but significantly Devido à conjuntura mundial, é seguro assumir que o teletrabalho, em grande
nonetheless, counterproductive work behaviour and employee self-regulatory parte do mundo, vai continuar a ser utilizado, e por isso, se fosse líder de uma
capacity”. empresa onde, a obrigatoriedade da implementação do teletrabalho, mostrou

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2 Concluindo, através das técnicas que anteriormente referi, que combatem os

problemas de tecnostress associados ao teletrabalho, juntamente com horários mais
Desafios para flexíveis e, sem deixarem para trás as ligações humanas para com os colegas, serão

reflexão certamente colaboradores mais felizes, práticos e eficientes. O que se refletirá num
aumento de performance, não só a nível pessoal como também a nível coletivo.
2. Assignment Obrigatório
Dissertação sobre um dilema

Escreve aqui as tuas reflexões:

benefícios a nível empresarial, implementá-lo-ia num pós pandemia.

São vários os fatores positivos do trabalho remoto mas, também existem

vários fatores negativos, como os já referidos que, têm de ser tidos em conta. Para
combater os mesmos, implementaria um sistema de trabalho de três dias semanais em
teletrabalho e dois presenciais. Onde nos dias de teletrabalho os colaboradores teriam
liberdade de horário de trabalho e horas certas para estar contactáveis. Assim,
conseguiriam ter mais liberdade e, acredito que ajudaria no seu bem estar e saúde
mental, no sentido em que, poderiam maximizar a gestão do seu tempo conciliando a
família, o trabalho e o lazer. Promoveria também formações para os colaboradores
estarem informados dos novos avanços tecnológicos relevantes e abordar as novas
tecnologias no contexto do trabalho, para tentar evitar problemas de tecnostress nos
colaboradores, sendo estes um ativo fundamental para o bom funcionamento da
empresa. Os mesmos, estando sempre a par das inovações, sofreriam de menos
preocupações na realização do seu trabalho com recurso a técnicas mais eficientes.

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2
Desafios para
reflexão
1. [Elos inconscientes] Publica a fotografia do desenho geométrico que fizeste na aula,
e a imagem original para veres o extraordinário contraste entre as duas e ficares ainda
mais consciente do impacto dos elos inconscientes. Ilustra com exemplos reais que
tenham acontecido.
O desenho original O teu desenho

Escreve aqui as tuas reflexões:

Nunca saberemos se os
outros realmente nos
entenderam.

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2
Desafios para
reflexão
2. [Distância crítica e absolutização dos pontos de vista] Recorda situações ou
factos (pelo menos um por cada armadilha) em que tu ou alguém agiu ou reagiu
’armadilhado’. Descreve-os, refletindo sobre o que poderia ter sido dito ou feito, de
forma a evitar estas armadilhas. Se possível projeta no futuro a tua estratégia para as
evitar.

Escreve aqui as tuas reflexões:

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