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TECENDO A REDE: trajetórias da

Saúde mental em São Paulo.


Organizadores PUC/SP e USP

Paula Cristina, setembro.2023


RESUMO
• Parte I – TEAR DE IDEIAS
• Parte II – A REDE: COMPONDO SUBJETIVIDADES
• Parte III – O TECIDO DA REDE
• Parte IV – FAMÍLIAS NA TRAMA DA REDE
• Parte V – SOBRE OS TECELÕES
• Parte VI - EMARANHADOS DA MODERNIDADE
ENFOQUE CENTRAL DESTE LIVRO
✓ Desenhar os contornos e refletir sobre as propostas em
saúde mental (SM) no município de São Paulo (1989/1996).
✓ Apresentar a Proposta do Modelo Integral em SM da
Prefeitura do Município de SP (governo Luiza Erundina).
APRESENTAÇÃO
• Objetivo diretrizes, estratégias e ações: desnaturalização
das formas segregativas e violentas de “administrar” a
doença mental.
• Política de SM que mobiliza a ação coletiva.
• Pressupõe equipes e seus projetos.
• Desmonte dos processos de exclusão de “doentes mentais”.
ENCERRAMENTO junho 1996
✓ PAS – Plano de Atenção à Saúde produziu violento
desmantelamento de muitas equipes multiprofissionais.
✓ Transferência compulsória de profissionais que não
aderiram ao PAS e alteração das concepções e organização
dos serviços.
APRESENTAÇÃO
• Política de SM – importância que a memória coletiva tem
na sustentabilidade de experiências que se propõem a
desmontar o apassivamento dos sujeitos.
• Encontro: resiliência dos protagonistas no processo de
construção da rede municipal de SM e da implicação da
Universidade com os destinos da saúde pública no país.
AÇÕES DE DESTAQUE
✓ Ateliê de textos dos trabalhadores em SM: ago/dez.1996
PUC-SP: ancorar produção de textos relativos à SM em SP.
✓ LAPSO: Laboratório de Psicanálise e Psicologia Social –
IPUSP desde 1992 – desenvolver projetos onde haja
constante reflexão sobre modelos da práticas de SM em
instituições públicas.
PARTE I – TEAR DE IDEIAS
• Construção de política de SM antimanicomial.
• Reflexões sobre a cultura manicomial: violenta e exclusiva.
• Modelo hegemônico assistcl. em SM: enclausura/o, super
sedação, longas internações, camisas de força, celas-forte.
• Implantação do novo modelo de atenção à SM em SP se
preocupa em NÃO protagonizar outros signos
Antimanicomiais (lista enorme pg. 30/31).
• Reforma em SM na cidade de SP – modalidade crítica de
atenção à SM com objetivo de construir uma organização
de serviços que atuasse sobre um território concreto, com
problemas, cultura e gente concreta.
PARTE I – TEAR DE IDEIAS
• Acúmulo histórico de produção antimanicomial: reforma
psiquiátrica brasileira, Código de Saúde do Estado de SP,
Declaração de Caracas 1990, Declaração ONU 1991, II
Conferência de SM 1992, I Encontro Nacional de Luta
Antimanicomial 1993.
• Efetivação de um Sistema Único de Saúde sob gerencia/o
do município, com base na reforma em SM: equidade,
universali//, regionalização, territorial//., gratui//.
• Reforma San. Brslra.  Reforma em SM – “direito à saúde”
• Conselhos Gestores, gps. de familiares usuários de s.m.:
constante reflexão sobre processo de saúde-sofri/o psíq.
PARTE I – TEAR DE IDEIAS
Ações de impacto da Política de SM em SP:
• Desmontar o aparato jurídico-institucional que legitima a
instituição manicml., criando novo estatuto doente mental.
• Enfrentar a cultura manicomial imposta à socie//.,
ressignificando loucura, sofri/o. e doença mental.
• Substituir progressivamente o Hospital Psiquiátrico por um
Modelo de Atenção Integral à SM Antimanicomial.
• Construir, a partir de 1989 um novo modelo de atenção à
s.m. para a cidade de São Paulo.
Contexto histórico político social em 1989 – p. 37 a 40
PARTE I – TEAR DE IDEIAS
Resultados iniciais
❖ 129 equipes multidisciplinares em SM nas UBS (uni//s
básicas de saúde).
❖ 14 Hospitais-Dia: uni//s de convivência e terap^. Intensiva.
❖ 18 Centros de Convivência e Cooperativas (Ceccos).
❖ 14 Emergências em SM em Prontos Socorros Gerais, 3
Enfermarias de SM em Hospitais Gerais.
❖ 70 equipes de SM em Hospitais Gerais Públicos.
❖ 06 Centros de Referência de Saúde do Trabalhador para
instrumentalizar trabalhador, sindicatos e Ministério Públ.
FOCO: respeito ao sujeito, família e sofrimento.
PARTE II – A REDE: COMPONDO SUBJETIVIDADES
• Hospital-dia: reflexão sobre esta proposta de atendimento.
• Continência na rotina do HD.
• Participação criativa.
• Ferramentas conceituais para trata/o psicoses infantis.
• Paredes da liberdade – caso (p.123)
• Dispositivos coletivos de proteção – caso (p.132 a 136)
• Temp(o)estade – caso (p.138/9)
• Brodagem – caso (p.142 a 147)
• Uma alegoria para terminar – caso (p. 148 a 154)
• A rede e o sentido – caso (155 a 162) conceito de delírio.
• A passagem – rede tecida com material afetivo(p.162/167)
PARTE III – O TECIDO DA REDE
• Os caçadores de sonhos: HD infantis + casos.
• Caso Fábio (p.172 a 182).
• HDs Santana, Vila Prudente e Moóca.
• Unidade Moóca funcionou de 13.01.92 a 20.06.96 (4a5m)
• Após 20.06.96 HD passa a ser gerenciado pelo PAS
• Desinvestimento da Adm. Pública em relação à SM.
• Passou-se a considerar fundamental a inserção escolar das
crianças.
• Cecco’s - Centros de Convivência e Cooperativas em SP:
objetivos de facilitar e estimular a participação coletiva,
promover experimentação artística e criativa, XX, encontro.
PARTE III – O TECIDO DA REDE
• Cecco’s – atividades culturais, esportivas para produzir
sentido ao coletivo.
• Cecco Parque Previdência, Oficina de Costura, Oficina de
Contar História.
• Instaurar espaço de acolhimento e troca  abertura
criativa.
• Espaço Institucional invadido pelo PAS.
• Festa “estar juntos” => emocionante (p.194)
• HD em SM Infantil Santana: percurso de uma perspectiva
clínica (p.198 a 212) => começo, meio e fim.
• Caldeirão de sementes/Harpa Encantada-metáforas/casos.
PARTE IV – FAMÍLIAS NA TRAMA DA REDE
• Reflexões sobre o trabalho realizado com as famílias no HD
de SM do Campo Limpo.
• “Família é bom, mas só em fotografia”.
• Psicanálise – 1os. anos de vida fundamentais para
desenvolvimento humano.
• Incluir família no tratamento é fundamental.
• Doente Mental “espelha” a doença familiar.
• Discurso Oficial e espaços de interlocução (239 a245) caso
• Aceitar como essencial o acolhimento do sofrimento
familiar, intervenção imediata e imperativa, evitar a
sentença “o inferno são as famílias”.
PARTE IV – FAMÍLIAS NA TRAMA DA REDE
• Reflexões sobre o trabalho realizado com famílias no HD de
SM do Butantã – pacientes adultos.
• Analisar concepções correntes de DM entre familiares,
expectativas destes em relação ao trata/o e ao doente,
como os terapeutas lidam c/ o material emergente.
• Contrato de Acompanha/o Familiar (p.252/254)
• A voz dos familiares: religiosa, orgânica, psicológica, moral.
• Paralelo com Grupos Operativos Pichon Rivière (p.257)
• Expectativas e demandas, como os terapeutas lidam com
material emergente, conclusão ( p.257/261)
• O mito familiar como instrumento de análise (p.263/276)
PARTE V – SOBRE OS TECELÕES
• Crônica de um pensamento sobre/em formação.
• Definições de formação/formação profissional.
• Diferença entre saber, ideologia e conhecimento.
• Aquisição de conhecimento 2º. Pichon Rivière (p.280/284)
• Espaço Potencial 2º. Winnicott (p.284/5)
• Reflexões sobre trabalho em HD: inquietudes da
construção de uma prática (p.287 a 295) ver contexto Br.
• Trabalhadores em SM na construção de práticas
antimanicomiais: a rede substitutiva no município de SP –
HD, Cecco, MLA (movi/o de luta antimanicomial), LAPSO.
• Novamente Pichon Rivière - Processo Grupal (p.301)
PARTE V – SOBRE OS TECELÕES
• Pontos que definem especificidades na construção das
práticas em SM nas instituições (p. 302/3)
• Noção de limite (p.304)
• Da crítica à psiquiatria moderna à busca de novas formas
de relação/intervenção (p.305 a 316)
• Contexto 1989/1992: avanços na construção de uma rede
substitutiva, embora as condições materiais e políticas não
tenham sido as idealizadas e sonhadas (impot^/onipot^)
• A pobreza das condições de trabalho e de vida da
população do nosso país acentua as dúvidas quanto às
possibilidades de transformação do sist. psiq. atual.
PARTE VI – EMARANHADOS DA MODERNIDADE
• Admirável modernidade: adm. de afetos.
• Reflexão sobre qual o destino da SM no Br.
• “Nação em plena fase de melhora/o técnico e de progresso
social, onde há lugar p/ todos desde que trabalhem e
cumpram assiduamente seus deveres na ocupação a que
se destinam” (Bosi, 1992, p.19)
• Trabalho: mediador de identidades.
• Cálculo custo-benefício: posição que economia ocupa.
• Efeitos aberrantes: ocultar referência social e ética, um
meio técnica e economicamente válido por ser moral ou
socialmente inaceitável (Enriquez, 1995, p.11)
PARTE VI – EMARANHADOS DA MODERNIDADE
• Valores democráticos tornam-se esvaziados – progresso
econômico produz um imaginário social de competitivi//.
• Princípios de igualdade e liberdade.
• Individualismo e liberdade.
• Âmbito público e privado.
• Impossibilidade de projetar o futuro => empobrecimento
da vida psíquica com restrição da capaci// de pensar.
• Gestão do afetivo (Enriquez): expressão de uma cultura em
que a imposição de uma significação torna-se “tanto mais
violenta quando retira certas significações do universo de
reprodução cultural” (Fernandes, 1996. p.72). Fracasso
estritamente pessoal.
PARTE VI – EMARANHADOS DA MODERNIDADE
• Ambivalência da promessa de respeito à singularidade com
a manipulação da interioridade (p.328).
• Complexa relação entre cidadania e subjetividade: ao
consistir em direitos e deveres, a cidadania enriquece a
subjetividade, mas por reduzir a individualidade ao que
nela há de universal, corre o risco de transformar os
sujeitos em unidades iguais e intercambiáveis no interior
de administrações burocráticas, públicas ou privadas
(Souza Santos, 1995, p.246).
• A tensão entre uma subjetividade individual e
individualista e uma cidadania reguladora e estabilizante
percorre toda a modernidade.
RESUMO DA ÓPERA
“ A luta é contra essa cultura da violência que
surrupia o quanto pode da sensibilidade e
imaginação e nos deixa atrelados à coisa, à posse do
benefício, à prevalência do imediato. Sem história,
sem memória, vamos sendo progressivamente
silenciados.” (Fernandes, 1996, p.75)

Importância da discussão com minúcia dos


sucessos, riscos, limites e impasses que envolvem
as novas tecnologias de atenção em SM.
BONS ESTUDOS, BOA SORTE!!!

Paula Cris PINK


paulachr@usp.br

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