Você está na página 1de 12

10 Pragas do Egito: quais foram e por

que aconteceram
As pragas do Egito é uma história bíblica, que relata os castigos enviados ao
Egito por Deus, para forçar a libertação do povo hebreu da escravidão.

Ao todo foram dez pragas enviadas: águas que se tornaram sangue,


infestação de rãs, piolhos e moscas, peste no gado, úlceras nas pessoas,
chuva de pedras, infestação de gafanhotos, escuridão e a morte dos
primogênitos das famílias.

A história é narrada na Bíblia, no livro Êxodo do Antigo Testamento. A


passagem conta que Deus mandou Moisés e Aarão ao encontro do Faraó
(rei do Egito) para pedir que os hebreus ficassem livres da escravidão e
pudessem realizar um culto. Porém, o faraó recusou dez vezes os pedidos
de Moisés e a cada recusa, Deus enviou uma praga à região.

Além de forçar a liberdade do povo hebreu, as pragas também serviram


à tentativa de provar que os deuses egípcios não existiam ou eram fracos
diante do Deus cristão.

1. Águas se transformaram sangue


"Moisés e Aarão obedeceram à ordem do Senhor. Sob os olhos do faraó e
de sua gente, Aarão levantou sua vara e feriu a água do Nilo, que se mudou
toda em sangue".

Êxodo 7:20.

Deus instruiu Moisés para fosse junto com seu irmão, Aarão, até o faraó do
Egito, e pedisse pela liberdade do povo hebreu, que era mantido como
escravo. Moisés e Aarão assim fizeram.

Após a primeira recusa do faraó ao pedido, Moisés orientou que seu irmão
tocasse com uma vara no rio Nilo para que a água se transformasse em
sangue.

O Nilo é um rio importante para a região e considerado divino pelos


egípcios. A história conta que durante sete dias o rio e seus afluentes, assim
como as fontes e poços, transformaram-se em sangue, fazendo com que os
peixes e outros animais morressem.
Após esse período, Moisés e Aarão voltaram ao encontro do faraó para
repetir o seu pedido.

2. Infestação de rãs

"O Senhor disse a Moisés: "Vai procurar o faraó e dize-lhe: eis o que diz o
Senhor: deixa ir o meu povo, para que ele me preste um culto.

Se recusas, infestarei de rãs todo o teu território.

O Nilo ferverá de rãs que subirão para invadir tua habitação, teu quarto, teu
leito, as casas de teu povo, os teus fornos e tuas amassadeiras.

As rãs subirão sobre ti, sobre teu povo e sobre todos os teus servos".

Êxodo 8:1-4.

Após a segunda resposta negativa do faraó, Deus enviou uma infestação de


rãs que se espalhou por todo o Egito. Com a região tomada, o faraó
recorreu a Moisés e Aarão e prometeu que, se as rãs fossem retiradas, iria
libertar o povo hebreu.

3. Infestação de mosquitos (ou piolhos)

"O Senhor disse a Moisés: "Dize a Aarão: levanta a tua vara e fere o pó da
terra: ele se converterá em mosquitos em todo o Egito."

Êxodo 8:16.

Após a promessa de libertação do povo hebreu com o fim da infestação de


rãs ter sido quebrada, Moisés e Aarão pediram novamente pela liberdade
dos hebreus, mas o faraó a negou e Deus enviou a terceira praga.

A terceira praga enviada tem duas interpretações, uma versão da história


diz que foram enviados mosquitos ao Egito, a outra, afirma ter sido piolhos.
Entretanto, fica claro que a história abordava insetos que picavam as
pessoas, causando coceira.

4. Infestação de moscas
"O Senhor disse a Moisés: "Irás amanhã de manhã apresentar-te diante do
faraó, quando ele sair para ir à margem do rio, e dir-lhe-ás: eis o que diz o
Senhor: deixa partir o meu povo, para me prestar culto.

Se recusares, mandarei moscas sobre tua pessoa, tua gente, teu povo, tuas
casas: as casas dos egípcios serão todas invadidas por elas, bem como a
terra em que moram".

Êxodo 8:20,21.

Novamente, Moisés e seu irmão foram ao encontro do rei do Egito para


pedir que os hebreus fossem libertos da escravidão e pudessem realizar
um culto em homenagem ao seu Deus. Como o faraó não permitiu, foi
enviada uma infestação de moscas ao Egito.

Porém, povo de Deus (os hebreus) não foi atingido pela praga. Enquanto os
egípcios sofreram com as moscas, os hebreus não foram atacados.

O faraó chamou Moisés e Aarão e pediu que acabassem com as moscas. Ele
propôs que o culto ao Deus fosse realizado no Egito, porém Moisés rejeitou
a proposta porque o tipo de culto seria mal visto pelos egípcios, que
poderiam apedrejar os hebreus.

O rei do Egito concordou em dar a liberdade se as moscas desaparecessem.


Deus fez as moscas sumirem, mas o faraó não cumpriu a promessa e
manteve os hebreus escravizados.

5. Peste nos animais

"Se recusas, se persistes em retê-lo, a mão do Senhor vai pesar sobre os


teus animais que estão nos campos, sobre os cavalos, os jumentos, os
camelos, os bois e as ovelhas: haverá uma peste terrível.

Entretanto, o Senhor fará uma distinção entre os animais dos israelitas e os


dos egípcios, e nada perecerá de tudo o que pertence aos israelitas".

Êxodo 9:2-4.

Como o faraó negou novamente um pedido de libertação do povo hebreu,


Deus enviou uma praga que fez todos os animais adoecerem e morrerem.
Exceto os animais dos hebreus, que permaneceram saudáveis. O povo
hebreu também pode ser chamado de israelitas ou judeus.

6. Feridas e úlceras

"O Senhor disse a Moisés e a Aarão: "Tomai vossas duas mãos cheias de
cinza do forno, e Moisés a lance para o céu diante dos olhos do faraó.

Ela tornar-se-á uma poeira que se espalhará por todo o Egito, e haverá em
todo o Egito, sobre os homens e sobre os animais, tumores que se
arrebatarão em úlceras".

Êxodo 9:8,9.

Pela sexta vez, Moisés e Aarão foram até o faraó pedir pelos hebreus.
Porém o faraó permanecia inflexível e não libertava efetivamente o povo.
Então, Deus enviou a sexta praga, que fez com que todos os egípcios,
incluindo o faraó e sua família, ficassem doentes, com feridas e úlceras pelo
corpo.
7. Chuva de pedras

"O Senhor disse a Moisés: "Tu te apresentarás amanhã cedo diante do


faraó, e dir-lhe-ás: eis o que diz o Senhor, Deus dos hebreus: deixa partir
meu povo para que me preste um culto, porque desta vez vou descarregar
todos os meus flagelos sobre tua pessoa, tua gente e teu povo, a fim de que
saibas que não há ninguém semelhante a mim em toda a terra.

(...) Se te obstinas em impedir a partida de meu povo, amanhã, a esta


mesma hora, farei cair uma chuva de pedras tão violenta como nunca
houve outra igual no Egito, desde sua origem até o dia de hoje".

Êxodo 9:13-18.

Após a sétima resposta negativa do faraó, Deus enviou uma forte chuva de
granizo e fogo ao Egito. Mas antes instruiu, através de Moisés, que quem o
temesse deveria se proteger da chuva para não morrer. Portanto, aqueles
que temiam a Deus sobreviveram ao granizo, aqueles que não temiam,
morreram.
Com a chuva de granizo, o faraó prometeu libertar os hebreus. Porém, após
a chuva de pedras ter cessado, não cumpriu a promessa.

8. Infestação de gafanhotos

"O Senhor disse a Moisés: "Estende tua mão sobre o Egito para que venham
gafanhotos sobre ele, e invadam o Egito, e devorem toda a erva da terra,
tudo o que o granizo deixou".

Êxodo 10:12.

Com a oitava recusa do faraó em libertar os hebreus, Deus enviou durante


um dia e uma noite uma infestação de gafanhotos que destruiu as
plantações egípcias. O faraó pediu desculpas a Moisés e Aarão e ofereceu a
liberdade ao povo em troca de que a infestação parasse.

Deus mandou soprar um vento forte que levou os gafanhotos do Egito para
o Mar Vermelho. Entretanto, o faraó novamente não cumpriu a promessa e
os israelitas permaneceram escravos.
9. Escuridão (trevas)

"Moisés estendeu a mão para o céu, e durante três dias espessas trevas
cobriram todo o Egito.

Durante esses três dias, não se via um ao outro, e ninguém se levantou do


lugar onde estava. Ao passo que todos os israelitas tinham luz nos lugares
onde habitavam".

Êxodo 10:22,23.

Após o nono pedido de Moisés e Aarão negado pelo faraó, Deus enviou
uma escuridão que dominou o Egito durante três dias. Com, a escuridão, o
faraó prometeu dar a liberdade aos hebreus, mas eles deveriam deixar os
seus animais.

Moisés explicou ao faraó que os hebreus precisavam dos animais para


fazer os sacrifícios e cultos ao senhor. O faraó prometeu novamente deixar
que os hebreus partissem, se a escuridão cessasse, porém depois de ter o
seu pedido atendido por Deus, não cumpriu a promessa.
10. Morte dos primogênitos

"Naquela noite, passarei através do Egito, e ferirei os primogênitos no Egito,


tanto os dos homens como os dos animais, e exercerei minha justiça contra
todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor.

O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal {de proteção}:
vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo
destruidor, quando eu ferir o Egito.

Êxodo 12:12-13.

Depois do último pedido de Moisés e Aarão negado, Deus enviou a décima


e última praga ao Egito. Esta praga foi a responsável por matar os
primogênitos (primeiro filho) de todas as famílias, humanas e de animais.
Inclusive a do faraó, acabando com a sua descendência que iria assumir o
reinado do Egito.

Para proteger os hebreus, Deus, por meio de Moisés, instruiu que aqueles
que o temessem deveriam passar sangue de cordeiro nas portas de suas
casas, assim, quando a morte atingisse os primogênitos egípcios, as famílias
que tivessem sangue em sua porta seriam poupadas.

Com a morte do seu primogênito, o faraó libertou os hebreus da


escravidão e permitiu que fossem embora prestar culto ao seu Deus. Os
hebreus partiram, guiados por Moisés, e deixaram o Egito.

A relação das pragas com a mitologia egípcia


A interpretação do trecho que conta sobre as pragas do Egito no livro
Êxodo, da Bíblia, mostra dois objetivos de Deus ao enviar pragas à região.
Além da libertação do povo hebreu da escravidão, em algumas passagens é
possível notar a tentativa de mostrar que o Deus cristão era mais poderoso
que os deuses da mitologia egípcia.

Estudiosos relacionam cada uma das pragas com o enfraquecimento de um


deus egípcio diante de seu povo. O Egito tinha uma cultura politeísta
(acreditavam em vários deuses) e esses deuses eram antropomórficos, ou
seja, tinham uma parte do corpo humana e outra parte, animal. Alguns
animais também eram considerados divinos, como os gatos.

Você também pode gostar