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Índice

Introdução .................................................................................... 3
Primeira parte: Mentoria ............................................................. 5
Segunda parte: Discipulado ..................................................... 13
Terceira parte: Aconselhamento .............................................. 14
Quarta parte: Como controlar minhas habilidades sociais ... 25
Bibliografia: ............................................................................... 31
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Introdução

Uma palavra de boas-vindas

“Esforce-se sempre para receber a aprovação do Deus a quem


você serve. Seja um(a) bom (boa) trabalhador(a), que não tem
de que se envergonhar e que ensina corretamente a palavra da
verdade”. 2 Timóteo 2:15

Como ser e formar líderes espirituais para o mundo.


Precisamos de mais pessoas que se ergam para sonhar por um
futuro melhor, que sejam adequadas para inspirar outras a irem em
busca desse sonho e que tenham a coragem e ousadia para ocupar
os espaços para a transformação da sociedade.
A liderança espiritual é uma tarefa maravilhosa, mas quanto
maior sua liderança, maior o risco de isolamento. Quando não há com
quem conversar sobre as pressões e os pesos do ministério, quando
se perde os referenciais dos fundamentos bíblicos de mentoria é
aí que se percebe que há uma necessidade de formar líderes que
cuidem de líderes!
É nesse ponto da estrada da vida que o perigo de uma
derrapagem pode colocar tudo a perder. Ela pode ocorrer de formas
distintas como alguma enfermidade física ou emocional, problemas
de relacionamento familiar ou com equipe de ministério e até
pecados públicos ou ocultos.
No momento em que há tanto investimento na formação de
líderes, formar mentoras espirituais que possam servir de referencial
e orientar os novos líderes espirituais que surgem é extremamente
útil à igreja e aos pastores.
O Seminario de mentoria, discipulado e aconselhamento
para mulheres que servem a Deus como líderes de líderes foi
exatamente criado para suprir essa lacuna dentro das igrejas
evangélicas. Mulher que serve aquelas que o Senhor levanta para
liderar na sua igreja.
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Vamos juntas aprender princípios e valores eficazes no cuidado


de líderes, promovendo saúde integral no exercício do ministério.
Que Deus levante entre nós mentoras segundo o seu coração
para este tempo tão desafiador.
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Primeira parte

Mentoria

Todo cristão necessita de um(a) mentor(a) começando pelo seu


pastor.

Cristãos mais maduros, também precisam de orientações em


algum momento de sua caminhada para conseguir lidar com
determinados desafios que se apresentam durante a jornada terrena
em busca de santidade, como os desafios do casamento, o serviço
na igreja, dentre outras demandas ao longo da trajetória de fé rumo
à vida eterna.
Esta atitude pode ser traduzida como uma busca por
desempenhar com excelência as suas tarefas. O bom desempenho
nos esforços do serviço cristão não pode ser dissociado de uma vida
que é forjada por Deus.
O Senhor molda vidas de formas distintas, mas certamente
uma das maneiras de trabalhar na vida do cristão é o convívio
relacional, a comunhão da igreja. Nessa comunhão, há troca de
experiências, conhecimentos, dons espirituais e nessa mutualidade
há crescimento espiritual das partes e da comunidade da fé como
todo.
Provérbios 27:17 diz: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem
afia o seu companheiro”.
Crentes experientes ensinam e aprendem com os mais novos
na fé. Pessoas com certa maturidade espiritual ajudam umas às
outras a permanecerem crescendo diante de Deus. Tudo isso para
oferecer ao Senhor o que se tem de melhor: a vida dedicada no altar
de forma agradável a Ele.
Poder contar com líderes experimentados que compartilham
histórias e lições aprendidas ao longo da vida ministerial pode ser de
grande valia aos mais novos que se mantêm abertos ao aprendizado.
Isso certamente poupa-os de erros já cometidos por outros e leva-os
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a obtenção de bons resultados em um espaço de tempo menor do


que outros.

FUNDAMENTOS BÍBLICOS DE MENTORIA


No Antigo Testamento, em 2 Crônicas 24:2, vê-se a importância
do sacerdote Joiada na vida do novo rei Joás, ajudando-o a fazer
aquilo que Deus aprovava em seu reinado.
Já o texto de Provérbios 27:17 diz: “Assim como o ferro afia o
ferro, o homem afia o seu companheiro”.
No Novo Testamento o exemplo maior é o próprio Jesus, que
escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com
ele e os enviasse a pregar (Mc 3.14). Ele mesmo afirmou: “mas todo
aquele que for bem preparado será como o seu mestre” (BÍBLIA
SAGRADA, Lucas 6:40b).
O apóstolo Paulo foi profundamente impactado com os
cuidados que recebeu de Barnabé no início de sua vida cristã,
conforme nota-se em Atos 11, quando foi buscá-lo em Tarso,
levando-o a liderar os crentes reunidos na cidade de Antioquia.
Paulo foi o mentor de Tito, em que se pode notar as várias ações
e intenções de Paulo para que Tito pudesse avançar em sua
liderança espiritual.
• Em Tito 3:12, Paulo desejava passar mais tempo com Tito.
• Em 2 Coríntios 2:13, Paulo se preocupa com o bem-estar de
Tito.
• Em 2 Coríntios 7:5-6, Paulo foi encorajado e consolado com a
presença de Tito.
• Em Tito 1:4, Paulo demonstra intimidade com o seu discípulo;
• Em 2 Coríntios 8:23, fica claro que Paulo e Tito formavam uma
equipe no ministério de pastorear as igrejas.
Paulo foi mentor de outros mais no NT como Timóteo, Priscila e
Áquila.
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O RELACIONAMENTO ENTRE MENTORA E MENTORANDA


O ser humano é social, e depende de outros para estar bem
emocionalmente e saudável psicologicamente.
A mentoria cristã, promove um intercâmbio de conhecimento e
emoções entre a cuidadora e a que está sendo cuidada

CARACTERÍSTICAS DE UMA MENTORA


Ela distingue possibilidades de crescimento na vida dessa
pessoa, apoia, nutre, desafia e instiga o desenvolvimento pleno de
suas potencialidades, sempre dentro dos propósitos de Deus.
Mentoras cristãs são pessoas que orientam, aconselham,
ensinam e guiam de forma personalizada e individualizada outros,
visando o seu crescimento e desenvolvimento pessoal e espiritual. É
importante lembrar:
• A mentora não tem que ser necessariamente uma pastora.
• Ensinar e ajudar no desenvolvimento de pessoas não é um
dom dado apenas a pastores.
• É missão da igreja, pois a grande comissão implica em que se
faça “[...] discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (BÍBLIA SAGRADA,
Mateus, 28.19).
• A mentora deve ser uma cristã, mais experiente, que
voluntariamente se dispõe a acompanhar alguém em sua
caminhada cristã. Esta deve ser capaz, temente a Deus, digna
de confiança, de boa índole (Êxodo 18:21); que maneja bem a
palavra de Deus e não tem do que se envergonhar (2 Timóteo
2:15).
Ser uma mentora é influenciar as pessoas a seguir o propósito de
Deus, é levar a salvação, a paz, a cura, a restauração, o amor e a
bênção do Espírito Santo para outros, o que agrada a Deus.

TRÊS CARACTERÍSTICAS MARCANTES DE UMA MENTORA.


1. Busca a proteção de Deus - Nas adversidades as mentoras
devem buscar sustento em Deus e em sua Palavra. A mentora
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deverá ter a marca de uma serva temente que busca Deus e


conhece bem a palavra para que suas cercas de proteção
espirituais estejam sempre fortalecidas.
2. Sabe de sua limitação e incapacidade - Saber reconhecer as
limitações e ter humildade para atender os ensinamentos de
Deus leva a mentora a compreender que alguém só se torna
apto para o serviço do Reino a partir da capacitação que o
próprio Deus dá. A maior lição aqui é que se deve ser humilde
e dependente das orientações que as Escrituras Sagradas dão.
3. Tem e deixa marcas espirituais na vida das pessoas - Essas
marcas foram produzidas ao longo de sua caminhada com
Deus, experiências vividas que quando contadas impactam a
vida dos que ouvem produzindo fé, amor, perseverança,
esperança, compaixão, aprendizado, crescimento espiritual e
maturidade. Mentoras eficientes se doam em prol de outro ser
humano. Investem tempo, energia, emoção, confiança e até
mesmo dinheiro. E são capazes de estabelecer e manter um
relacionamento saudável e duradouro.
Como você deve ter percebido, ser uma mentora exige um
preparo e experiência de vida e com Deus. Ele nos prepara, restaura
e transforma em canal de benção para que outras pessoas possam
receber o mesmo ensinamento.
“Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
equilíbrio” (BÍBLIA SAGRADA, 2 Timóteo, 1.7

É necessário que as mentoras, como líderes na igreja, estejam


conscientes de que não é possível oferecer às pessoas algo que não
se tem, ou seja, elas precisam servir de referência, inclusive no
compromisso de receber ajuda e de ajudar na busca de
desenvolvimento.

CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS A UMA MENTORANDA


Aquela que tem o desejo de ser mentorada deve orar e pedir a
Deus uma mentora que tenha afinidade com o assunto a ser tratado.
1. O Senhor irá mostrar a esta pessoa alguém que tenha
experiência para orientá-la.
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2. É importante que a mentoranda seja disciplinada e tenha


objetividade, ordem e responsabilidade.
3. A mentoria sem esses elementos pode levar a uma falsa
sensação de autocuidado que mais tarde poderá se
transformar em um sentimento de culpa e frustação.
4. É importante que a mentoranda saiba o que pretende com o
processo de mentoria.
5. Caso isso não esteja claro, a mentora deverá trabalhar essa
questão com a mentoranda para evitar frustrações.

A COMPREENSÃO DO OUTRO NO PROCESSO DE MENTORIA


Certamente não há uma fórmula mágica para se iniciar um
relacionamento com alguém, seja de amizade, namoro e até mesmo
de mentoria, cada relacionamento é único.
É necessário haver envolvimento, compaixão, respeito,
sinceridade e principalmente a aplicação de princípios bíblicos e a
orientação do Espírito Santo para a resolução das questões que
surgirem.
Destacam-se desses elementos a compaixão, o respeito e a
sinceridade.
1. A compaixão acontece quando há uma preocupação com as
pessoas. Cristo demonstrou compaixão. Ele se compadeceu
das multidões que estavam aflitas, cansadas e oprimidas,
providenciou alimento e se importou verdadeiramente.
2. O respeito pode ser traduzido como considerar o outro digno
de honra. Cristo mostrou que todos são dignos de ser
respeitados, curou e salvou inúmeras pessoas consideradas
desprezíveis pela sociedade de seu tempo.
3. A sinceridade talvez seja desses elementos o mais importante,
pois não adianta fingir compaixão e respeito, a má mentora
pode ser uma “boa atriz”, mas jamais enganará a Deus. Um
relacionamento sem sinceridade estará condenado ao
fracasso.
4. No livro de João capítulo 11, onde há a narração da
ressurreição de Lázaro, nota-se que Jesus chorou por ver a dor
das pessoas e por perceber que elas não conseguiam ver a
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Glória de Deus por meio dele. No versículo 36, alguns Judeus


perceberam e exclamaram: “vejam como ele o amava!”. Jesus
não precisou dizer explicitamente que se importava, mas suas
atitudes e seu comportamento foram suficientes para expressar
o quanto ele se importava.
5.
IDENTIFICANDO OS ALVOS
• O que você quer? Essa resposta vai depender do sonho da
mentorada, poderão ser cinco anos ou poucos meses.
• O que será necessário fazer para alcançar os objetivos? como
se pretende realizar as etapas, as metas o planejamento de
estudos, dentre outros.

COMO ENCONTRAR UMA MENTORA


O primeiro passo é orar. HENDRICKS e HENDRICKS (2011, p.
77) mostra que os seres humanos podem não levar a sério o poder
da oração, mas Deus leva. Ele sabe quem é a pessoa ideal para lhe
mentorear.
Fique atento ao que Deus irá lhe dizer, porém, para isso, é
importante ter uma vida de intimidade com Ele.
Depois, observe as oportunidades que Ele dará a você,
mantenha-se atento para não as perder.

IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DA MENTORANDA


• Dimensão espiritual é base para cura, crescimento e
desenvolvimento das potencialidades humanas.
• Dimensão física - O cuidado do corpo é algo que merece ser
resgatado como proposta de cuidado dentro da igreja. Uma das
missões da igreja é levar a cura às pessoas.
• Dimensão emocional - O cuidado emocional está interligado
aos demais cuidados ou demais dimensões da vida. Vê-se com
muita frequência na atualidade pessoas que sofrem na área
emocional, desenvolvendo enfermidades como ansiedade,
depressão e burnout.
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• Dimensão das relações sociais - As relações sociais fazem


parte da vida de qualquer pessoa. Essa é uma condição natural
do ser humano. Este é um ser social.

ESTABELECENDO UM ROTEIRO DE AÇÃO


A mentoria só será eficaz se existir um plano de ação com alvos
palpáveis e metas mensuráveis.
Para estabelecer o plano de ação é importante ajustar entre as
partes ligadas ao processo de mentoria quais são suas expectativas,
(de curto, médio ou longo prazo) e se os encontros serão feitos mais
formalmente ou informalmente.
Aqui destacam-se alguns dos critérios a serem observados para o
estabelecimento de alvos de crescimento.
1. Um bom alvo deve ser específico (deve dizer o suficiente para
que não fique nenhuma dúvida do que se quer alcançar).
2. Deve ser mensurável (deve conter prazos e quantidades para
se poder avaliar seu alcance ou não).
3. Deve indicar ação (ser ativo e não passivo).
4. Deve ser alcançável (ser realista quanto à possibilidade de ser
atingido).

DEFININDO A AGENDA
Todo processo deve ter um início, meio e fim. A mentoria não
irá acontecer por toda a eternidade, então converse com a sua
mentora sobre a possibilidade de desenvolver um cronograma, para
saber quando será o fim dos encontros.

CONCLUSÃO
Quando estudamos a mentoria como uma base para o
crescimento espiritual e uma boa relação com Deus, é muito
importante a mentora ter objetividade, disciplina e humildade. O
processo de compreensão do outro na mentoria é de fundamental
importância assim como identificar alvos e objetivos, além de saber
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quais devem ser os primeiros passos rumo à autodescoberta para


uma vida próspera em Deus e em seus relacionamentos humanos.
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Segunda parte

Discipulado

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os


em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Amém”. Mateus 28:19,20

Para compreender o conceito de discipulado, é importante


entender como e quando se iniciava o processo de ensino no
contexto judaico.
• Os meninos judeus iniciavam seus estudos da Torah (primeiros
5 livros do Antigo Testamento) aos 6 anos de idade e aos 10 já
a tinham decorado. Os que se destacavam eram selecionados,
se aprofundavam nas Escrituras, na sua interpretação e na
tradição oral. Aos 14 anos esses meninos já eram considerados
a elite em Israel e eram chamados de Talmidi ou Talmidim
(discípulo) e se dedicavam aos estudos sob os cuidados de um
rabino, posteriormente se tornavam mestres. Provavelmente
Jesus passou por esse processo (Lucas 2.46-47), pois era
reconhecido como mestre (João 1.38;20.16).
• Jesus, como mestre, escolheu doze homens para serem seus
discípulos diretos, entretanto influenciou muitos outros que o
seguiram de perto e se tornaram seus discípulos. Discipulado
é a estratégia utilizada por Cristo, como mestre, para alcançar
o mundo e proporcionar o avanço do evangelho
geograficamente por meio das gerações.
Discipulado é o método que Jesus utilizou para formar os seus
discípulos. Ele é o melhor exemplo que temos de discipulador. Jesus
andou durante anos cuidando dos discípulos e formando cada um
deles para viver de acordo com o Senhor.
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DIFERENÇA ENTRE DISCIPULADO E MENTORIA


• O discipulado é uma ação voltada para o início da vida cristã,
em que princípios básicos da fé cristã são ensinados com vistas
à preparação de pessoas ao batismo.
• A mentoria é um processo de orientação espiritual que vem
após o batismo e visa o desenvolvimento do caráter cristão no
indivíduo.
A mentoria espiritual é uma orientação para o desenvolvimento
do caráter do crente em Cristo.
“A visão de crescimento integral deve conduzir todos os salvos
a um estilo de vida comunitário que incentive e promova engajamento
de cada membro em seu ministério pessoal” (PIRAGINE 2015, p.
123).
Embora haja muita semelhança entre o discipulado e a
mentoria, há algumas distinções entre os dois termos e processos:
1. O discipulado é realizado numa proposta de relacionamento
cristão mais informal, não necessariamente com dia e hora
marcada, ainda que isso possa ocorrer.
2. Já a mentoria espiritual é um relacionamento que visa ao
desenvolvimento do cristão, mas que se realiza num processo
um pouco mais formal, com dia e hora marcados, expectativas
claras, ferramentas de avaliação de crescimento, podendo ser
realizada mesmo antes do batismo e não tendo uma data pré-
determinada para seu fim

SIGNIFICADO DE DISCIPULADO
• substantivo masculino.
• Reunião de discípulos, alunos ou aqueles que seguiam Jesus.
• Grupo composto pelos alunos ou pelos estudantes de uma
escola.
• O período de tempo em que alguém é discípulo.
• Aprendizado; estado de quem é discípulo.
• [Gramática] Substantivo coletivo de discípulo.
• quem recebe disciplina ou instrução de outra pessoa; aluno.
• Quem segue as ideias ou imita os exemplos de outro: discípulo
de Hegel. [Religião]
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• Cada um dos apóstolos de Jesus que propagaram seus


ensinamentos.
• Pessoa que adota uma doutrina, filosofia, ideal: discípulos do
capitalismo. Aquele que dá continuidade ao trabalho de outra
pessoa: discípulos de Saussure.

Formar discípulos é um mandamento do Senhor, e assim como


todo mandamento, deve ser seguido: “Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”

Ser discípulo de Jesus implica em compreender, viver e ensinar


os seus mandamentos. Cumprir com excelência esses três aspectos
torna a mulher uma discípula autêntica de Cristo.
Ser discípulo exige um preço a ser pago: uma vida em
santidade, subordinação, comprometimento com Cristo, humildade,
mansidão e todos os aspectos contidos no fruto do Espírito, além de
autonegação, como o próprio Jesus disse: Mateus, 10.32-39.
Ser discípulo implica em perder a própria vida em prol da causa
de Cristo. Discipulado é ensinar a outros o quanto vale a pena perder
a própria vida para ser igual a Cristo. E isso não é uma escolha para
os servos de Cristo, é parte da missão da igreja como representante
da missão de Deus neste mundo.

E todos os teus filhos serão discípulos do Senhor; e a paz de teus


filhos será abundante. Isaías 54:13

O que as pessoas buscam em uma discipuladora? Para responder esta indagação,


primeiro precisamos entender que fazer discípulo é:
1. Um mandamento do Senhor e que deve ser feito com
qualidade.
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2. Um trabalho que deve ser feito com excelência, dedicação e


testemunho pessoal.
3. A vida de Cristo sendo gerada em outra vida.
4. Um compromisso de obediência a Cristo.
A boa discipuladora domina o conhecimento. Jesus nos deu a
missão do cuidado, por isso necessitamos ser especialistas e
executar o discipulado com excelência. É uma obra que não pode ser
feita de qualquer jeito. Uma formação acadêmica, experiências da
vida e principalmente o conhecimento bíblico são ferramentas que
ajudam no processo do discipulado. Por esse motivo o discipulador
deve fugir dos “achismos”.
A boa discipuladora tem um bom comportamento. A coerência do
que ela sabe e a incoerência do seu comportamento pode ser uma
grande armadilha, pois palavras convencem, contudo é o exemplo
que “arrasta”. Por isso o discurso da discipuladora deve estar
alinhado ao seu comportamento.
A boa discipuladora gera resultados. Fique atenta, pois pessoas
desejam estar perto de alguém que têm resultados. Grande parte não
vê nossa oração e consagração, mas enxergam os resultados
expostos no mundo natural. Sabendo disso, a boa discipuladora
busca o desenvolvimento pessoal. Para que isso ocorra, é
necessária uma santificação em diversas áreas da nossa vida (João
17.19).
A boa discipuladora torce pela vitória do discípulo. Muitos
desejam o cuidado de um pai espiritual. A capacidade de amar e se
importar com pessoas eleva a admiração dos discípulos. A boa
discipuladora é amorosa no antes, durante e depois.
É comum que no início do discipulado o liderado admire as
qualidades do seu líder. Contudo, o maior desafio e o ideal é que a
discipuladora consiga manter o respeito por parte do discípulo até o
fim do discipulado (caso se encerre).
A boa discipuladora é amiga. À medida que o discipulado ocorre, é
gerado um vínculo de amizade, e quanto mais o discípulo e
discipulador se conhecem, mais cresce a confiança entre eles. Caso
a amizade não tenha sido formada, é preciso repensar e ver o que
não está caminhando dentro do discipulado.
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COMO É FEITO O DISCIPULADO BÍBLICO.

Na prática, o discipulado não é algo complexo.

v Deus o fez de forma simples e direta.


v A ordem de Jesus em Mateus 28:19 nos aponta duas coisas
que nós já conhecemos e devemos fazer na prática:

1- Ir e fazei discípulos. Isso significa que enquanto estamos


vivendo a nossa vida, “indo” “andando” em nosso dia a dia, devemos
ser sal e luz para as pessoas (Mateus 5:13), vivendo na prática a vida
que Jesus deseja para nós e anunciando a boa notícia da salvação
com o objetivo de que pessoas ouçam a palavra e a recebam em
seus corações.

Essa é a semente do discipulado bíblico, ele se baseia única e


exclusivamente na anunciação da palavra de Deus e no poder dela
de transformar vidas: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até
ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12).

2- Ensinar os novos discípulos. Um discípulo é alguém que


está em constante aprendizado. Ele não nasce pronto. Alguém que
está perdido no mundo e é alcançado por Deus, precisa agora saber
o que fazer. E é exatamente aqui que entram os discípulos de Cristo.

Nós, como servas de Jesus, temos a missão de ensinar e


acompanhar nossos irmãos, mostrando a eles o caminho da vontade
de Deus, da edificação, do fortalecimento, do conhecimento da
Palavra do Senhor, da comunhão com os santos, etc. Devemos
edificar uns aos outros

COMO REALIZAR O DISCIPULADO BÍBLICO NA PRÁTICA?

1- Aprenda mais para ensinar mais. Não fique parada no


tempo. Busque aprender cada vez mais e viver cada vez mais a
palavra de Deus para que você seja cada vez mais capacitada para
compartilhar com outros sobre o evangelho de Cristo. Quanto mais
preparado for o servo, mais Deus o usa.

2- Não tenha vergonha. Muitas vezes sentimos vergonha de


falar de nossa fé, por medo de sermos perseguidas, caçoadas ou
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rejeitadas. Esse é um risco que corremos, mas não tenha medo, pois
isso é a obra de Deus e agindo Deus quem impedirá? (Isaías 43:13).
Seja ousada, firme, faça o seu papel sabendo que Deus está no
controle dessa obra de fazer discípulos.

3- Convide para congregar. Sempre que possível, convide a


pessoa para fazer um discipulado bíblico mais profundo na igreja, ou
mesmo em encontros com o objetivo de estudar a Bíblia. Isso vai
ajudar a pessoa a se aprofundar nas verdades da Palavra do Senhor
e irá transformá-la em uma nova “ovelha” discipuladora também. A
igreja de Deus é um corpo, e trazer as pessoas para perto desse
corpo fará com que elas sintam como é bom fazer parte dele.

JESUS PLANEJOU O DISCIPULADO PARA SER EFETIVO.

Intencional: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo


contrário, eu vos escolhi a vós outros […]” (João 15.16a).

Jesus simplesmente não tropeçou em seus discípulos; ele


tomou uma amorosa e decisiva iniciativa. Ele os escolheu. Foi
intencional. O amor semelhante ao de Cristo não é passivo; ele toma
iniciativa. Amar outros cristãos como Cristo nos amou significa tomar
a iniciativa.

Propositado: “e vos designei para que vades e deis fruto, e o


vosso fruto permaneça” (João 15.16b).

O amor de Cristo por seus discípulos é propositado. Ele os


chamou a darem frutos para a glória de Deus. Em outras palavras, o
seu amor não é meramente sentimental, mas tem o compromisso
maravilhoso de glorificar a Deus. Se havemos de amar uns aos
outros como Cristo nos amou, certamente iremos compartilhar os
objetivos de Jesus para conosco, isto é, o bem espiritual dos nossos
amigos e a glória de Deus por meio da alegria deles no evangelho.

Humilde: Jesus diz: “Como o Pai me amou, também eu vos


amei” (João 15.9) e “Já não vos chamo servos, […] mas tenho-vos
chamado amigos” (João 15.15a).
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Jesus acede em ser nosso amigo, muito embora esteja ele


infinitamente acima e além de nós em majestade, santidade e honra.
Certamente, então, nós devemos nos relacionar com toda a
humildade com nossos irmãos e irmãs. Não devemos tratar o
discípulo como inferiores a nós, ou um simples projeto de estudo.
Nós não nos colocamos por cima, antes honramos e cuidamos.

Alegre: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria


permaneça em vós” (João 15.11, ARC).

Jesus nos ordena a amarmos uns aos outros a fim de


conhecermos a sua alegria. Cuidar de outros cristãos e encorajar o
seu crescimento na graça pode ser trabalho árduo. Mas é
um trabalho maravilhoso e Jesus diz que é um trabalho que traz
alegria!

Normal: Jesus torna esse tipo de discipulado amoroso pois é


um mandamento básico para todo o seu povo e, assim sendo, deve
que ser algo normal para todos os cristãos. Leia novamente:
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim
como eu vos amei”. Vejamos mais alguns textos:

1. “Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se


chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo
engano do pecado” (Hebreus 3.13).
2. “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12.10).
3. “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos
reciprocamente, como também estais fazendo”
(1 Tessalonicenses 5.11).

O Novo Testamento está cheio de tais exortações. Jesus e os


apóstolos não desejavam que o discipulado entre cristãos fosse
excepcional, e sim normal.
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COMO CRISTÃ DISCIPULADORA EU DESEJO QUE VOCÊ SEJA:

v intencional,
v proposital,
v humilde
v e alegre

Nossa missão como discipuladora é formar discípulos em todas


as nações da terra, começando pelos nossos filhos, à medida que
nós trabalhamos juntas para tornar normal esse tipo de
relacionamento entre os irmãos.

Que Deus em Cristo nos abençoe como discipuladoras


começando pelos nossos filhos.
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Terceira parte

Aconselhamento

Pv. 15:22 – “Planos fracassam onde não há conselho, mas têm


êxito quando há muitos conselheiros”.

RECAPITULANDO O QUE TEMOS VISTO ATÉ AGORA:


Discipular é seguir e ensinar novos convertidos em sua nova
vida com Deus, logo após a conversão, em seus primeiros passos na
fé.
Já a mentoria é um seguimento de cristãos que já tem uma
certa caminhada com Jesus, com o propósito de orientá-los, apoiá-
los e incentivá-los em suas vidas e ministérios. A mentoria é para
todos aqueles que já caminham com Jesus há um pouco mais de
tempo.
O aconselhamento cristão visa estimular o crescimento
espiritual, a confissão de pecados, a entrega total de vida a Cristo e
o desenvolvimento de princípios e valores fundamentados nos
ensinamentos bíblicos.

ACONSELHAMENTO
Quem nunca ouviu um conselho dos pais, amigos ou
aconselhou alguém que estivesse com dificuldades em uma
determinada área?
O aconselhamento cristão é uma ação presente no ato de
discipular e mentorear pessoas. No entanto, nem todo
aconselhamento é um discipulado ou mentoria, pois estes dois se
desenvolvem a longo prazo, com data e hora marcada, e o
aconselhamento pode ser mais simples e pontual.
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O ACONSELHAMENTO TEM POR OBJETIVO:


• auxiliar as pessoas.
• Motivar.
• Orientar.
• Animar em momentos de dificuldades.
Acontece por meio do diálogo, do compartilhar com o próximo
algo importante. Gary Collins diz que ajudar é tarefa de todos.
Embora existam profissões especializadas nesse assunto,
como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, dentre outros,
todos podem ajudar alguém.
Muitas vezes, a ajuda que mais irá surtir efeitos é a de alguém
que está perto da pessoa que tem problemas em uma determinada
área, um simples amigo e leigo no assunto de aconselhar.
O aconselhamento cristão se torna único, pois é inteiramente
orientado pela influência e presença do Espírito Santo (COLLINS,
2004).
O desenvolvimento do processo de discipulado e mentoria,
acontece por meio do aconselhamento cristão.

QUATROS PASSOS PARA A CONSELHEIRA CRISTÃ:


1. Aconselhamento centrado em Cristo.
2. Aconselhamento centrado na salvação.
3. Aconselhamento centrado na Igreja.
4. Aconselhamento centrado na Bíblia.
A conselheira cristã tem a experiencia do novo nascimento e
Cristo vive através dela (Gálatas 2.20)
Todo discipulado e mentoria tem um momento de
aconselhamento e orientação como já visto anteriormente, entretanto
nem todo aconselhamento será essencialmente um discipulado ou
mentoria.
O aconselhamento pode ser apenas uma ajuda para uma
dúvida ou dificuldade momentânea, algo preciso, porém a
mentoria ou discipulado são métodos mais demorados, exigem um
23

acompanhamento mais planejado, a longo prazo, com data e hora


marcada e visa chegar um objetivo específico.
Terminamos com o texto bíblico como regra de fé e pratica na
vida da conselheira e do aconselhado.

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que


espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração" (Hebreus 4:12).

Ainda que os conselheiros e conselheiras cristãs costumem


usar as agilidades do campo da psicologia e aconselhamento
secular, eles reconhecem que a Bíblia, não a psicologia, é a
autoridade final.

"Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a
vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos
chamou para a sua própria glória e virtude”. (2 Pedro 1:3).

A principal ferramenta de uma conselheira cristã é estar pronta


para ajudar seus irmãos que se tornaram pacientes, a abandonar o
erro pela verdade bíblica em suas vidas diárias. Elas compreendem
que a verdade, quando conhecida, acreditada e obedecida, liberta as
pessoas. Quando as pessoas são libertas, as conselheiras estão
cumprindo o seu verdadeiro chamado.

"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará". (João 8:32)

A CONSELHEIRA CRISTÃ VÊ A BÍBLIA COMO A FONTE DE TODA VERDADE.

2 Timóteo 3:16-17 diz: "Toda a Escritura é inspirada por Deus


e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a
instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e
plenamente preparado para toda boa obra."

A conselheira secular não tem tal padrão, mas em vez disso,


elas utilizam as mais recentes descobertas psicológicas ou norma
social, as quais mudam com o avanço do tempo.

As conselheiras cristãs entendem que a Bíblia é a fonte de


sabedoria prática sobre a natureza humana, casamento e família, o
sofrimento humano e muito mais. Ao utilizar conceitos bíblicos de
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aconselhamento, elas podem ensinar as pessoas na forma correta


em que devem conduzir a vida e ser responsáveis por suas ações.

Salmo 119:24 diz: "Sim, os teus testemunhos são o meu prazer;


eles são os meus conselheiros”.

Deus abençoe vocês.


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Quarta parte

Como controlar minhas habilidades sociais


Podemos definir habilidades sociais como um conjunto de
hábitos no nosso comportamento, mas também nos nossos
pensamentos e emoções que permitem comunicar-nos com outras
pessoas de forma eficaz, manter relacionamentos interpessoais
satisfatórios, sentir-nos bem, conseguir o que queremos.

A aprendizagem ou desenvolvimento de habilidades sociais é


um tema de grande interesse para qualquer um de nós, pois a maior
parte dos nossos problemas e satisfações têm a ver com nossos
relacionamentos interpessoais. Por tanto, qualquer melhoria nesta
área significará um aumento importante no nosso bem-estar e na
nossa qualidade de vida. Nosso objetivo é ajudar vocês a melhorar
suas capacidades de se comunicar e se relacionar efetivamente com
os outros.

Neste material explico alguns conceitos e técnicas que são


comumente usadas na hora de aprender habilidades sociais,
principalmente aquelas que são apoiadas por pesquisas científicas.

Os relacionamentos com outras pessoas são nossa principal


fonte de bem-estar; mas eles também podem se tornar a maior causa
de estresse e desconforto, especialmente quando temos déficits de
habilidades sociais. Manter relacionamentos interpessoais
satisfatórios facilita a autoestima, mas a falta dela nos leva a sentir
frequentemente emoções negativas, como frustração ou raiva e
sentimento de rejeição, desvalorização ou negligência pelos demais,
tudo isso pode nos levar a padecer distúrbios psicológicos como
ansiedade ou depressão e certas doenças psicossomáticas.
26

Em quais situações temos que ter habilidades sociais? Nos


nossos relacionamentos, na igreja, no trabalho, em casa, com os
amigos, vizinhos. Elas estão ao alcance de todas nós.

VOCÊ JÁ ESTEVE EM UMA SITUAÇÃO COMO ESTA?

1. Você está na fila para entrar no ônibus e alguém esbarra em


você. Você fica com raiva, mas não ousa dizer nada a ele.
2. Uma amiga pergunta se você pode buscá-lo no
aeroporto. Mesmo que você esteja muito ocupada com trabalho
ou outra coisa, você diz que sim. Você não quer que ele fique
triste com você.

Talvez você tenha se sentido identificada com alguns dos


exemplos acima. Em qualquer um desses casos, você deveria ter
dito o que pensou, mas não disse!

Felizmente, a assertividade é um comportamento que pode ser


aprendido e aprimorado. É uma forma consciente de comunicar os
seus sentimentos sem se deixar levar pelas emoções e que se baseia
na autoestima e na autoconfiança.

Espero que você também não ache que ser assertivo resolverá
todos os seus problemas na vida, porque não resolverá. Também
não será apropriado em todas as situações porque cada contexto é
diferente. No entanto, posso garantir que você se sentirá mais
confiante e se comunicará com mais eficácia quando precisar.

Expressar seus verdadeiros sentimentos e defender seus


direitos pode ser maravilhosamente reconfortante. Quando você diz
o que quer, independentemente de conseguir ou não, você consegue
viver de forma mais autêntica e feliz. Você se sente livre. No entanto,
sendo assertivo, você não fará com que as pessoas o amem, ou que
nunca fiquem com raiva de você ou concedam tudo o que você
deseja. Por mais assertivo que você seja, sempre haverá pessoas
que vão continuar lhe dando não como resposta se você pedir a eles
algo que vai contra seus interesses ou valores. Também haverá
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aqueles que podem entendê-lo mal e interpretar sua mensagem


como um ataque pessoal. Nada é infalível.

EXISTEM 3 ESTILOS DE COMPORTAMENTOS:

1. Estilo passivo

É uma forma de comportamento caracterizado por submissão,


passividade, retraimento e tendência a se adaptar
excessivamente a regras externas ou os desejos de outros,
sem levar suficientemente em conta os próprios interesses,
sentimentos, direitos, opiniões e desejos.

2. Estilo Agressivo

Consiste em não respeitar os direitos, sentimentos e interesses


dos outros, eles mostram estar seguros de si, sinceros e
diretos, mas de uma forma inadequada. Tom de voz elevado,
contato ocular desafiador. Só importa a sua opinião.

3. Estilo Assertivo

Conhecem os seus direitos e os dos outros, se defende sem


agressão, sabem dizer não, seguros de si mesmos, têm uma
autoestima equilibrada, não se sentem superior nem inferior
aos outros. Se respeitam a si mesmos.

COM QUAL DESSES ESTILOS DE COMPORTAMENTO VOCÊ SE IDENTIFICA?

A inteligência nas pessoas se define por saber identificar qual


opção vai nos dar melhores resultados em nós mesmos e em nosso
entorno. Então, o que temos que saber é escolher quando
deveríamos ser passivos, quando deveríamos ser agressivos
(lembrando que quando falo de estilo agressivo não falo de ser
violento, falo de impor nosso ponto de vista sem tomar em conta a
opinião da outra pessoa) e quando deveríamos ser assertivos.
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MAS O QUE PODERÍAMOS FAZER, PARA DE FORMA PRATICA, TREINAR NOSSO


COMPORTAMENTO ASSERTIVO?

Técnica do Sanduiche.

É uma técnica que nos ajuda a expressar uma crítica ou


algo negativo sem ser mal recebido pela outra pessoa. Todos nós
tendemos a ficar na defensiva quando ouvimos algo que não
gostamos, então essa técnica prepara o terreno para a pessoa adotar
uma predisposição positiva. Para conseguir isso, use uma sequência
precisa:

• Formule um elogio sincero à outra pessoa. Isso deve ser


expresso de forma clara e concisa e deve ser um verdadeiro
elogio. Comece pelo ponto de vista da pessoa.
• Comunique críticas ou negações. Neste caso, devemos
desenvolver e explicar as informações negativas que
desejamos transmitir.
• Termine com uma mensagem ou proposta positiva.

Exemplo
Digamos que queremos comunicar ao nosso
parceiro/cônjuge que não gostamos do tom que ele usa
quando discutimos sobre algo. Essa técnica pode nos ajudar a não
gerar um novo conflito. Veja:
• Você sabe o quanto eu te amo e o quão importante você e pra
mim.
• No entanto, quando discutimos, você levanta sua voz para mim
e eu não gosto disso, então peço que fale sobre as coisas em
um tom mais respeitoso
• Embora eu aprecie que você tenha a confiança de me dizer o
que você não gosta, acho que esse tom de voz não é saudável
para o nosso relacionamento.

Como podemos ver, a técnica do sanduíche é uma


ferramenta muito simples de colocar em prática e que pode ser
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muito eficaz. Em todas as comunicações com outras pessoas,


devemos lembrar que os direitos do próximo são tão importantes
quanto os nossos.

HABILIDADES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

A comunicação não verbal é um componente básico e


essencial para as habilidades sociais; as primeiras impressões são
dadas pela aparência física da pessoa, de acordo com sua postura,
expressão facial, seu olhar, seu sorriso, se falarmos rápido ou
devagar, em alto ou baixo volume, isso diz muito sobre como é
aquela pessoa e o que ela pode estar sentindo.

Quando queremos que os outros ouçam e valorizem uma


reclamação, por exemplo, temos que levar em consideração não
apenas as palavras (componentes verbais), mas o tom e a atitude
que usamos (componentes não verbais). A comunicação não verbal
nos permite enfatizar nossa fala, mas às vezes também contradiz o
que estamos dizendo.

Expressão facial: É importante que corresponda à mensagem


verbal. Diante da ambiguidade, o ouvinte fica com a informação não
verbal.

Olhar: Dá informações sobre a atitude do interlocutor, mas


acima de tudo serve de suporte para a fala. Quando você estiver
conversando com alguém, sempre mantenha o contato ocular
evitando distrações.

Sorriso: É essencial para iniciar uma interação. Ao longo de


uma conversa, é apropriado transmitir compreensão.

Postura corporal: Mostra muitas informações extras sobre


nós mesmos. As mudanças de postura contribuem para o fluxo da
conversa.
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Gestos: Têm um objetivo claramente informativo e são muito


dependentes do contexto social. São ações, com um claro
componente cultural, que fazem sentido na medida em que são vistos
pelo interlocutor.

Shakespeare disse: “Se você quiser adquirir uma virtude que não possui,
imagine que você já a tem e comece a agir de acordo com as
consequências de tê-la. Assim você vai acabar adquirindo-a”.
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Bibliografia

HENDRICKS, Howard D.; HENDRICKS, William G. Como o ferro afia


o ferro: a formação do caráter por meio do mentoreamento. São
Paulo: Shedd, 2011.
KORNFIELD, David. O líder que brilha. São Paulo: Editora Vida,
2007.
MACARTHUR, John F. et al. Introdução ao aconselhamento bíblico:
um guia básico de princípios e práticas de aconselhamento. São
Paulo: Hagnos, 2004.
Discipulado e Mentoria – FABAPAR – Faculdade Batista do Paraná,
2019.
GARY R, Collins. Aconselhamento Cristão: Edições Nova Vida – São
Paulo 1984.
Elia Roca, 2018 “Programa de assertividade, autoestima e
inteligência emocional”

Pau Fonte 2014. “10 hábitos inteligentes que te harán mas


carismáticos”. https://habilidadsocial.com/sabes-escuchar-como-
resolver-problemas-con-tus-orejas/

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