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GARANHUNS
2023
MARIANNE SOUTO OLIVEIRA SILVA
GARANHUNS
2023
MARIANNE SOUTO OLIVEIRA SILVA
BANCA EXAMINADORA
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Prof.(a) Examinador 1
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Prof.(a) Examinador 2
EM CONSTRUÇÃO...
Dedico este trabalho, primordialmente a
Deus e também a todos que não me
deixaram desistir, contribuíram e me
acolheram no decurso dessa longa
jornada de estudo.
AGRADECIMENTOS
EM CONSTRUÇÃO...
LISTA DE SIGLAS
EM CONSTRUÇÃO...
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................. 09
2 DA PENA E DA MEDIDA DE SEGURANÇA.......................................................... 11
2.1. Conceito e espécies de pena ........................................................................... 11
2.2. Conceito, elementos e causas de exclusão da culpabilidade ......................
13
2.3. Conceito de inimputabilidade e semi-imputabilidade ……............................ 14
2.4 Diferenças entre pena e medida de segurança …………...............................
2.5 Conceito, requisitos e espécies de medida de segurança…………………..
19
3 DA MEDIDA DE SEGURANÇA …………………....................................................
20
3.1 Antecedentes históricos …………….................................................................
22
3.2 Conceito e espécies de periculosidade ……………………………...................
25
3.3 Princípios gerais da medida de segurança ……..............................................
3.4 Da medida de segurança provisória …………………………….........................
27
3.5 Regras da medida de segurança ......................................................................
4 MEDIDA DE SEGURANÇA PROVISÓRIA: A SÚMULA 527 DE 18/05/2015 DO
29
STJ E SEUS RISCOS PARA A SOCIEDADE …………………………......................
4.1 Do incidente de insanidade mental e do exame de cessação de 29
periculosidade ..........................................................................................................
4.2 Da medida de segurança de segurança de tratamento ambulatorial ........... 32
4.3 Da medida de segurança de internação ..........................................................
33
4.4 Prazo de execução da medida de segurança no Código Penal: posições
doutrinárias e jurisprudenciais …….......................................................................
34
4.5 A Súmula 527 do STJ: pontos positivos e negativos 39
………………………….
5 METODOLOGIA .....................................................................................................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 40
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 42
9
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a eficácia da
Súmula 527 do STJ, que contraria o Código Penal ao determinar o tempo máximo
de execução da medida de segurança de internação.
Sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença,
ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou privação
de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinquente,
promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação
dirigida à coletividade. (CAPEZ, 2023 p. 165).
De acordo com Mirabete (2009) o valor do dia multa é fixado pelo juiz, não
podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mensal vigente à época do fato,
nem superior a cinco vezes esse salário.
O valor do dia multa é fixado pelo juiz, não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário-mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a cinco vezes esse salário (art. 49, §1º). Isso significa que um dia
multa nunca poderá ser inferior à remuneração devida por um dia de
trabalho de acordo como o maior salário vigente ao tempo do fato, nem
superior ao quíntuplo da remuneração por um mês de trabalho (MIRABETE,
2009,p.275).
aplicação da pena, pois, sem tais elementos não há delito, nem tampouco
punição.
Em síntese, para existir a culpabilidade além da conduta ser típica e ilícita, é
imprescindível que o agente tenha meios ou opções para agir de forma
distinta, e não criminosa. Caso não existam opções para tal situação o
agente está acobertado por uma causa de exclusão da culpabilidade.
(NUCCI, 2020 p.148)
Assim, faz-se mister salientar que é pelos laudos periciais que os juízes
podem basear sua decisão sobre os casos de imputabilidade, inimputabilidade e
semi-imputabilidade.
A semi-imputabilidade é um conceito que determina se o sujeito acusado
pode ser considerado totalmente responsável pelo ato que cometeu ou se essa
responsabilidade pode ser reduzida devido à comprovação de uma limitação em seu
entendimento intelectual. Nesse contexto, a responsabilidade atribuída ao sujeito
não é plena, o que significa que a pessoa que cometeu o crime tinha algum
entendimento sobre o ato, embora esse entendimento fosse limitado ao momento da
ação, devido a uma afetação de sua capacidade intelectual e de assimilação.
Além disso, a semi-imputabilidade está relacionada à diminuição da
capacidade do indivíduo em preservar valores e tomar decisões autônomas. Isso
implica que a pessoa em questão não possui discernimento completo para fazer
escolhas independentes, não consegue exercer um bom senso pleno e pode ser
volitiva, ou seja, ter dificuldade em exercer sua vontade de forma livre, ou ser muito
vulnerável e manipulável devido à falta das faculdades necessárias para controlar
suas ações de forma autônoma.
Segundo André Callegari:
De acordo com Roxin, a imputabilidade ou capacidade de
culpabilidade diminuída não é uma forma autônoma de “semi-
imputabilidade” que se en- contra entre a imputabilidade e a
inimputabilidade, mas um caso de impu- tabilidade, pois o
sujeito é (ainda) capaz de compreender o injusto do fato e de
atuar conforme essa compreensão.21 Não obstante, a
capacidade de con- trole é um conceito graduável: à pessoa lhe
pode custar mais ou menos poder motivar-se pela norma. Em
consequência, quando ainda existe capacidade de controle,
mas está substancialmente reduzida, por regra geral diminui a
culpabilidade. (CALLEGARI, 2014 p.183)
Por tanto, em outras palavras, as penas são utilizadas tanto para retribuir a
conduta criminosa do indivíduo quanto para prevenir futuros crimes, enquanto as
medidas de segurança são predominantemente preventivas sendo aplicadas em
casos de inimputabilidade ou semi-imputabilidade do sujeito, destinadas a proteger a
sociedade contra a periculosidade do sujeito.
final, resultam em duas consequências pelo mesmo ato. Nesse contexto, a pena tem
como base exclusiva a culpabilidade do indivíduo, enquanto a medida de segurança
encontra justificação na periculosidade associada à incapacidade penal do agente
no momento dos fatos cometidos.
A partir de 1974, indivíduos classificados como imputáveis que cometam atos
puníveis estão sujeitos apenas à pena correspondente. No caso dos inimputáveis, a
medida de segurança é aplicada. Quanto aos semi-imputáveis, também chamados
de "fronteiriços", eles podem estar sujeitos à aplicação da pena ou da medida de
segurança, dependendo das circunstâncias, mas nunca sujeitos a uma dupla
aplicação de pena, como ocorria no sistema binário.
Portanto, é importante esclarecer que sempre será imposta a pena
correspondente à infração penal cometida pelo agente. De acordo com o artigo 26,
caput, do Código Penal, a medida de segurança será aplicada àqueles que, devido a
doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado, eram, no momento dos
fatos, totalmente incapazes de compreender o caráter ilícito do ato ou de agir de
acordo com esse entendimento.
A aplicação da medida de segurança requer a observância dos seguintes
requisitos: a ocorrência de um ato que constitua um crime punível, a existência de
periculosidade do agente e a ausência de imputabilidade completa. Embora não
explicitados de forma direta, esses critérios podem ser inferidos a partir dos artigos
97 e 98 do Código Penal.
Conforme a corrente majoritária na doutrina, a aplicação da medida de
segurança envolve dois requisitos fundamentais: a prática de uma infração penal
que seja caracterizada como crime ou contravenção penal e a demonstração da
periculosidade do agente. Cometer uma infração penal tipificada significa realizar
uma ação ou omissão que está explicitamente definida como crime no Código Penal
ou na Lei das Contrações Penais, portanto, sujeita a punição. Por outro lado, a
periculosidade se refere à capacidade do indivíduo de cometer infrações penais, ou
seja, está baseada na possibilidade de o sujeito voltar a cometer crimes.
A aplicação da medida de segurança pressupõe a existência de um crime
contravenção penal; Assim, se o réu for absolvido por falta de provas, não é viável
impor qualquer tipo de medida de segurança. Quando a prática de um crime não é
comprovada, a aplicação da medida de segurança torna-se inviável.
26
3 DA MEDIDA DE SEGURANÇA
No universo complexo do direito penal, a preocupação com a justiça e a
proteção da sociedade contra indivíduos que tenham cometido delitos é uma
29
que eles deveriam receber um tratamento adequado para resolver essas questões
subjacentes.
De acordo com as ideias do positivismo criminológico, quando uma pessoa
tivesse cometido um crime sem o devido discernimento ou devido a circunstâncias
que não fossem completamente sob seu controle, em vez de serem condenadas à
prisão, deveriam ser sujeitas a uma medida que visasse proporcionar o tratamento
necessário para abordar suas questões subjacentes. Essa abordagem buscava uma
solução mais justa e humanitária para lidar com a criminalidade, ao considerar as
circunstâncias individuais dos infratores.
No Brasil, o Código do Império, em 1830, menciona sobre a doença mental,
estabelecendo que os loucos deveriam ser recolhidos em estabelecimentos
apropriados ou ser entregues à sua família, de maneira que ao prevê o recolhimento
em instituição apropriada, já anunciava uma espécie de medida de segurança.
A medida de segurança só foi instituída no Brasil com a reforma do Código
Penal de 1940, instaurada a lei 7.209/84, estabelecendo uma regra clara, já
mencionada: imputáveis recebem pena, inimputáveis recebem medida de
segurança, e semi-imputáveis podem receber uma pena ou uma medida de
segurança, mas não ambas simultaneamente.
Isso reflete o princípio de proporcionalidade e individualização da pena,
levando em consideração a capacidade mental do infrator ao cometer um ato
criminoso.
Diante disso, foi adotado o sistema duplo binário, de maneira que a medida
de segurança passa a ser normatizada ao lado da pena, ora com o fim de
complementá-la quando relacionada aos responsáveis, ora de substituí-la quando
relacionada aos irresponsáveis. Poderia ser imputada tanto ao imputável quanto ao
inimputável e só cessaria quando o indivíduo estivesse totalmente curado.
O sistema duplo binário (derivado do italiano) predominou até antes da
Reforma Penal de 1984. Nesse modelo de sistema, também chamado de duplo trilho
ou dupla via, o semi-imputável perigoso, cumulava as sanções detentivas, de forma
que inicialmente cumpria a pena privativa de liberdade e subsistindo a
periculosidade, era submetido a medida de segurança.
Com a reforma da Parte Geral do Código Penal, adota-se o sistema
vicariante, de forma que eliminou a cumulatividade entre as sanções detentivas. O
julgador teria de considerar a imputabilidade ou inimputabilidade, sendo inimputável,
32
É real quando há de ser reconhecida pelo juiz, como acontece nos casos de
semi-imputabilidade (art. 26, parágrafo único, CP). Para aplicar uma medida
de segurança ao semi-imputável, o magistrado precisa verificar, no caso
concreto, a existência de periculosidade. É presumida quando a própria lei a
afirma, como ocorre nos casos de inimputabilidade (art. 26, caput, CP).
Nesse caso, o juiz não necessita demonstrá-la, bastando concluir que o
inimputável praticou 8 um injusto (fato típico e antijurídico) para aplicar-lhe a
medida de segurança (2017, p. 535).
limitando a liberdade do indivíduo, e isso deve ser feito com base em regras claras e
justas. Sendo assim, importante destacar que os mesmos princípios utilizados para
fundamentar a pena, também são aplicados para nortear a medida de segurança.
Essa abordagem visa garantir que essas medidas sejam aplicadas de maneira justa
e respeitosa aos direitos dos indivíduos.
Dentro do contexto da medida de segurança destaca-se o princípio da legalidade,
conforme dispõe o art. 5º, inciso XXXIX da Carta Magna, ‘’Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;’’ (BRASIL,1998)
Seguindo a mesma interpretação o Código Penal expressa:
Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (BRASIL,1940)
5 METODOLOGIA
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
EM CONSTRUÇÃO...
REFERÊNCIAS
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas (em italiano Dei Delitti e dele
pene). Originalmente publicado em 1764.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1. São Paulo. Saraiva Jur, 27ª
edição, 2023.
ESTEFAM, André. Direito penal: Parte Geral – Vol. 1. São Paulo, Saraiva Jur,
12ª edição, 2023.
GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro. Editora Atlas, 16ª.
edição, 2023.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, Parte Geral. Vol. 1 – atualizador: André
Estefam. São Paulo: Saraiva Jur, 37ª Edição, 2021.
MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. São Paulo, Editora Método, 11ª.
edição, 2023.
MASSON, Cleber. Direito Penal; parte geral; esquematizado. Vol. 1, São Paulo,
Método, 17ª edição, 2023.