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DT-11

CARACTERÍSTICAS E
ESPECIFICAÇÕES DE
TRANSFORMADORES DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA
Informações Técnicas DT-11

Transformador 200MVA - 550kV


Usina Capivara – Taciba - SP

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PREFÁCIO

O curso em questão refere-se a transformadores trifásicos, imersos em líquido


isolante, previstos para instalação interna ou externa, com classes de tensão até
550kV, em freqüência de 60Hz ou 50Hz. Também são abordados aspectos
específicos relacionados a transformadores a seco, encapsulados em resina epóxi,
classe de tensão até 36,2kV.

Este trabalho destina-se a dar subsídios e esclarecimentos necessários para uma boa
especificação de transformadores. Aliás, uma correta seleção implica diretamente na
redução do custo do equipamento e nos prazos de recebimento e instalação.

Os transformadores WEG são projetados e construídos segundo normas da


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em suas últimas edições, assim
como normas internacionais, sempre que especificado.

Recomendamos, para aqueles que desejarem se aprofundarem no estudo de


transformadores, que tenham a disposição as seguintes normas:

§ NBR 5356 - Transformador de Potência: Especificação


§ NBR 5440 - Transformadores para Redes Aéreas de Distribuição:
Padronização
§ NBR 5380 - Transformador de Potência: Método de Ensaio
§ NBR 5416 - Aplicação de Cargas em Transformadores de Potência:
Procedimento
§ NBR 5458 - Transformador de Potência: Terminologia
§ NBR 10295 - Transformadores de Potência Secos
§ IEC 76 – Transformador de Puissance

É muito importante, também, que o interessado tenha em mãos as publicações


específicas para transformadores, emitidas pela concessionária de energia da região
onde será instalado o equipamento.

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ÍNDICE

PREFÁCIO .........................................................................................................................................3

HISTÓRICO......................................................................................................................................10

1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................................................12
1.1. TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES...............................................................12
1.2. TIPOS DE TRANSFORMADORES ..................................................................................14
1.2.1. Divisão dos Transformadores quanto à Finalidade ...................................................14
1.2.2. Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos ..........................................14
1.2.3. Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos...................................14
1.3. COMO FUNCIONA O TRANSFORMADOR......................................................................15
1.4. SISTEMAS ELÉTRICOS ..................................................................................................18
1.4.1. Sistemas de Corrente Alternada Monofásica............................................................18
1.4.1.1. Generalidades................................................................................................................. 18
1.4.1.2. Tipos de ligação .............................................................................................................. 18
1.4.2. Sistemas de Corrente Alternada Trifásica ................................................................19
1.4.2.1. Tipos de ligação .............................................................................................................. 20
1.4.2.2. Autotransformador........................................................................................................... 25
1.5. POTÊNCIAS ....................................................................................................................27
1.5.1. Potência Ativa ou Útil ...............................................................................................27
1.5.2. Potência Reativa......................................................................................................28
1.5.3. Potência Aparente ...................................................................................................28

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO ............................................................32


2.1. POTÊNCIA NOMINAL......................................................................................................32
2.1.1. Transformadores Trifásicos......................................................................................32
2.1.2. Transformadores Monofásicos.................................................................................32
2.1.3. Potências Nominais Normalizadas ...........................................................................32
2.2. TENSÕES........................................................................................................................33
2.2.1. Definições................................................................................................................33
2.2.2. Escolha da Tensão Nominal ....................................................................................35
2.2.2.1. Transformadores de distribuição ...................................................................................... 35
2.2.2.2. Transformador de distribuição a ser instalado no domínio de uma concessionária............. 36
2.2.2.3. Transformador para uso industrial.................................................................................... 36
2.3. DERIVAÇÕES .................................................................................................................38
2.3.1. Definições................................................................................................................38
2.4. CORRENTES ..................................................................................................................40
2.4.1. Corrente Nominal.....................................................................................................40
2.4.2. Corrente de Excitação..............................................................................................40
2.4.3. Corrente de Curto-Circuito .......................................................................................42
2.4.3.1. Corrente de curto-circuito permanente ............................................................................. 42

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2.4.3.2. Corrente de curto-circuito de pico..................................................................................... 43
2.4.4. Corrente de Partida ou Inrush ..................................................................................43
2.5. FREQÜÊNCIA NOMINAL.................................................................................................44
2.6. NÍVEL DE ISOLAMENTO.................................................................................................44
2.7. DESLOCAMENTO ANGULAR .........................................................................................45
2.8. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS .................................................................................50

3. SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES .............................................................................53


3.1. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR.............................................53
3.2. FATOR DE DEMANDA (D)...............................................................................................54
3.2.1. Determinação da Demanda Máxima de um Grupo de Motores............................. 5454
3.2.2. Determinação da Demanda Máxima da Instalação...................................................57
3.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS........................................................58
3.4. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO VALOR OBTIDO
NA DEMANDA..............................................................................................................................58
3.4.1. Eventuais Aumentos da Potência Instalada..............................................................64
3.4.2. Conveniência da Subdivisão em mais Unidades ......................................................65
3.4.3. Potência Nominal Normalizada ................................................................................65
3.5. DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR ..............66
3.6. SOFTWARE PARA CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE TRANSFORMADORES ....66
3.6.1. Processo 1...............................................................................................................66
4.6.2. Processo 2........................................................................................................................70

4. CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO............................................................................73
4.1. PERDAS..........................................................................................................................73
4.1.1. Perdas no Material dos Enrolamentos (Perdas em Carga ou Perdas no Cobre) .......73
4.1.2. Perdas no Ferro do Núcleo Magnético (Perdas em Vazio)........................................74
4.2. RENDIMENTO........................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.6
4.3. REGULAÇÃO ..................................................................................................................78
4.4. CAPACIDADE DE SOBRECARGA .......................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

5. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS...............................................................................86
5.1. PARTE ATIVA..................................................................................................................86
5.1.1. Núcleo .....................................................................................................................88
5.1.2. Enrolamento ............................................................................................................89
5.1.3. Dispositivos de Prensagem, Calços e Isolamento ....................................................92
5.1.4. Comutador de Derivações........................................................................................92
5.1.4.1. Tipo painel ...................................................................................................................... 92
5.1.4.2. Comutador acionado à vazio............................................................................................ 93
5.1.4.3. Comutador sob carga ...................................................................................................... 95
5.2. BUCHAS..........................................................................................................................96
5.3. TANQUE........................................................................................................................101
5.3.1. Selados .................................................................................................................102

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5.3.2. Com Conservador de Óleo.....................................................................................103
5.3.3. Transformadores Flangeados ................................................................................ 103
5.4. RADIADORES ............................................................................................................... 104
5.5. TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA ...................................................................105
5.6. LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO ............................................................... 105
5.7. PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA ........................................................109
5.8. ACESSÓRIOS ............................................................................................................... 113
5.8.1. Indicador de Nível do Óleo.....................................................................................115
5.8.2. Termômetros .........................................................................................................115
5.8.3. Termômetro do Enrolamento com Imagem Térmica ............................................... 117
5.8.4. Controladores Microprocessados de Temperatura .................................................119
5.8.5. Válvula de Alívio de Pressão (VAP) ....................................................................... 120
5.8.6. Relê Detetor de Gás Tipo Buchholz ....................................................................... 121
5.8.7. Secador de Ar de Sílica Gel ................................................................................... 122
5.8.8. Relê de Pressão Súbita .........................................................................................124
5.8.9. Manômetro e Manovacuômetro..............................................................................125
5.8.10. Relê Regulador de Tensão ....................................................................................125
5.8.11. Paralelismo de Transformadores com Comutadores em Carga .............................. 125
5.8.12. Sistema de Ventilação Forçada..............................................................................126
5.8.13. Sistema de Óleo Forçado.......................................................................................127
5.8.13.1. Sistema OFWF.............................................................................................................. 128
5.8.13.2. Sistema OFAF com trocador de calor óleo-ar (aerotermo) .............................................. 128
5.8.13.3. Sistema ONAN/OFAN/ONAF/OFAF............................................................................... 129

6. TRANSFORMADORES A SECO .......................................................................................131


6.1. HISTÓRIA DO TRANSFORMADOR............................................................................... 131
6.1.1. Retrospecto ...........................................................................................................131
6.1.2. A Situação Hoje .....................................................................................................134
6.2. TRANSFORMADORES ENCAPSULADOS A VÁCUO WEG .......................................... 134
6.3. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS .........................................................................135
6.3.1. Núcleo e Ferragens ............................................................................................... 135
6.3.2. Bobinas de Baixa Tensão ...................................................................................... 135
6.3.3. Bobinas de Alta Tensão .........................................................................................136
6.3.4. Acessórios ............................................................................................................. 138
6.3.4.1. Comutador de tensão sem carga ................................................................................... 138
6.3.4.2. Sistema de monitoramento térmico ................................................................................ 138
6.3.4.3. Sistema de ventilação forçada ....................................................................................... 139
6.3.4.4. Cubículo de proteção..................................................................................................... 140
6.4. GARANTIA DE QUALIDADE E TESTES........................................................................142
6.5. VANTAGENS.................................................................................................................144
6.5.1. Minimizada Manutenção ........................................................................................144
6.5.2. Fácil Instalação......................................................................................................144

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6.5.2.1. Ambiente de instalação ................................................................................................. 145
6.5.3. Baixíssimos Níveis de Descargas Parciais ............................................................. 149
6.5.4. Alta Suportabilidade a Sobretensões......................................................................149
6.5.5. Alta Capacidade de Sobrecarga............................................................................. 150
6.5.6. Insensíveis ao Meio ............................................................................................... 150
6.5.7. Auto Extinguível.....................................................................................................152
6.5.8. Resistente a Curto-Circuito ....................................................................................154
6.5.9. Baixo Nível de Ruído ............................................................................................. 155
6.5.10. Assistência Técnica WEG ...................................................................................... 156
6.5.11. Compatíveis com o Meio Ambiente ........................................................................156
6.6. APLICAÇÕES ................................................................................................................ 156
6.7. ESPECIFICAÇÕES........................................................................................................158
6.7.1. Normas..................................................................................................................158
6.7.2. Potências............................................................................................................... 158
6.7.3. Classes de Tensão ................................................................................................ 158
6.7.4. Tensão Nominais e Derivações..............................................................................159
6.7.5. Freqüência e Ligações...........................................................................................159
6.7.6. Temperaturas ........................................................................................................159
6.7.7. Perdas, Corrente de Excitação e Impedância.........................................................160
6.7.8. Dimensões............................................................................................................. 160
6.8. NORMA BRASILEIRA PARA ESPECIFICAÇÃO DE TRANFORMADORES A SECO .....161

7. ENSAIOS...........................................................................................................................168
7.1. ENSAIOS DE ROTINA...................................................................................................169
7.1.1. Resistência Elétrica dos Enrolamentos ..................................................................170
7.1.2. Relação de Transformação ....................................................................................173
7.1.2.1. Polaridade..................................................................................................................... 176
7.1.2.2. Deslocamento angular e seqüência de fases.................................................................. 176
7.1.3. Perdas em Carga e Impedância de Curto-Circuito..................................................179
7.1.4. Perdas em Vazio e Corrente de Excitação ............................................................. 182
7.1.5. Resistência do Isolamento .....................................................................................187
7.1.6. Ensaios Dielétricos de Rotina.................................................................................190
7.1.6.1. Tensão suportável à freqüência industrial....................................................................... 190
7.1.6.2. Tensão induzida ............................................................................................................ 193
7.1.6.3. Tensão induzida com medição de descargas parciais..................................................... 195
7.1.6.4. Impulso ......................................................................................................................... 202
7.1.7. Ensaios de Comutador de Derivações em Carga ................................................... 216
7.1.8. Estanqueidade e Resistência à Pressão; ............................................................... 218
7.1.9. Verificação do Funcionamento dos Acessórios ...................................................... 218
7.1.10. Verificação da Espessura e Aderência da Pintura ..................................................221
7.2. ENSAIOS DE TIPO ........................................................................................................222
7.2.1. Elevação de Temperatura ...................................................................................... 222

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7.2.2. Nível de Ruído ....................................................................................................... 228
7.3. ENSAIOS ESPECIAIS ...................................................................................................232
7.3.1. Fator de Potência do Isolamento............................................................................232
7.3.2. Impedância Seqüência Zero em Transformadores Trifásicos .................................235
7.3.3. Tensão de Radiointerferência (RIV) ....................................................................... 239
7.3.4. Medição de Harmônicos na Corrente de Excitação ................................................ 241
7.3.5. Ensaio Suportabilidade a Curto-Circuito.................................................................243
7.3.6. Medição da Resposta em Freqüência e Impedância Terminal ................................ 245
7.3.7. Umidade Relativa Superficial Interna (URSI) ..........................................................248
7.3.8. Vácuo Interno ........................................................................................................251
7.4. ENSAIOS NO ÓLEO ISOLANTE....................................................................................251
7.4.1. Rigidez Dielétrica...................................................................................................253
7.4.2. Teor de Água.........................................................................................................253
7.4.3. Cor ........................................................................................................................254
7.4.4. Tensão Interfacial ..................................................................................................254
7.4.5. Índice de Neutralização (Acidez)............................................................................255
7.4.6. Ponto de Fulgor .....................................................................................................255
7.4.7. Densidade ............................................................................................................. 256
7.4.8. Fator de Dissipação (Fator de Potência) ................................................................ 256
7.4.9. Análise Cromatográfica..........................................................................................257
7.5. ENSAIOS NO PAPEL .................................................................................................... 260
7.5.1. Grau de Polimerização...........................................................................................260

8. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO ...........................................................................262


8.1. OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE FUNCIONAMENTO. ........262
8.2. CONDIÇÕES NORMAIS DE TRANSPORTE E INSTALAÇÃO. ......................................262
8.3. OPERAÇÃO EM PARALELO .........................................................................................264
8.3.1. Diagramas Vetoriais com mesmo Deslocamento Angular....................................... 264
8.3.2. Relações de Transformação Idênticas inclusive Derivações...................................264
8.3.3. Impedância............................................................................................................265
8.4. OPERAÇÃO EM PARALELO .........................................................................................268

9. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ...................................................................................... 270


9.1. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ..................................................................270
9.1.1. Recebimento .........................................................................................................270
9.1.2. Manuseio............................................................................................................... 270
9.1.3. Armazenagem ....................................................................................................... 271
9.1.4. Instalação ..............................................................................................................271
9.1.5. Manutenção...........................................................................................................272
9.1.6. Inspeção Periódica ................................................................................................ 272
9.1.7. Revisão Completa..................................................................................................273
9.2. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA (FORÇA)..........................................................273

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9.2.1. Recebimento .........................................................................................................273
9.2.2. Descarregamento e Manuseio ............................................................................... 274
9.2.3. Verificações e Ensaios de Recebimento.................................................................274
9.2.4. Armazenamento .................................................................................................... 274
9.2.5. Instalação ..............................................................................................................275
9.2.6. Montagem do Transformador .................................................................................275
9.2.7. Cuidados Recomendados durante e após a Montagem.......................................... 276
9.3. ENSAIOS.......................................................................................................................276
9.4. ENERGIZAÇÃO ............................................................................................................. 277
9.5. MANUTENÇÃO..............................................................................................................278

10. ANEXOS............................................................................................................................282
10.1. ANEXO I ........................................................................................................................282
10.2. ANEXO II .......................................................................................................................285
10.3. ANEXO III ...................................................................................................................... 289

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HISTÓRICO

A invenção do transformador de potência, que remonta o fim do século dezenove,


tornou-se possível o desenvolvimento do moderno sistema de alimentação em
corrente alternada, com subestações de potência freqüentemente localizadas a
muitos quilômetros dos centros de consumo (carga). Antes disto, nos primórdios do
suprimento de eletricidade pública, estes eram sistemas de corrente contínua, com a
fonte de geração, por necessidade, localizados próximo do local de consumo.

Indústrias pioneiras no fornecimento de eletricidade foram rápidas em reconhecer os


benefícios de uma ferramenta a qual poderia dispor alta corrente, normalmente obtida
a baixa tensão de saída de um gerador elétrico, e transformá-lo para um determinado
nível de tensão possível de transmiti-la em condutores de dimensões práticos a
consumidores que, naquele tempo, poderiam estar afastados a um quilômetro ou
mais e poderiam fazer isto com uma eficiência e que, para os padrões da época, era
nada menos que fenomenal.

Atualmente, sistemas de transmissão e distribuição de energia são, é claro,


vastamente mais extensos e totalmente dependentes de transformadores os quais,
por si só, são muito mais eficientes que aqueles de um século atrás; dos enormes
transformadores elevadores, transformando, por exemplo, 23,5kV (19.000A) em
400kV, assim reduzindo a corrente a valores práticos de transmissão de 1.200A, ou
então, aos milhares de pequenos transformadores de distribuição, as quais operam
quase continuamente, dia-a-dia, com menor ou maior grau de importância, provendo
suprimento para consumidores industriais ou domésticos.

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1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS

1.1. TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES

A energia elétrica, até chegar ao ponto de consumo, passa pelas seguintes etapas:

a) geração: onde a energia hidráulica dos rios, a energia do vapor superaquecido,


ou a energia dos ventos é convertida em energia elétrica nos chamados
geradores;

b) transmissão: os pontos de geração normalmente encontram-se longe dos


centros de consumo; torna-se necessário elevar a tensão no ponto de geração,
para que os condutores possam ser de seção reduzida, por fatores econômicos
e mecânicos, e diminuir a tensão próxima do centro de consumo, por motivos
de segurança; o transporte de energia é feito em linhas de transmissão, que
atingem até centenas de milhares de volts e que percorrem milhares de
quilômetros;

c) distribuição: como dissemos acima, a tensão é diminuída próximo ao ponto de


consumo, por motivos de segurança; porém, o nível de tensão desta primeira
transformação não é, ainda, o de utilização, uma vez que é mais econômico
distribuí-la em média tensão; então, junto ao ponto de consumo, é realizada
uma segunda transformação, a um nível compatível com o sistema final de
consumo (baixa tensão).

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A seguir, apresentamos, esquematicamente, um sistema de potência, incluindo
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Figura 1.1

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1.2. TIPOS DE TRANSFORMADORES

Sendo um equipamento que transfere energia de um circuito elétrico a outro, o


transformador toma parte nos sistemas de potência para ajustar a tensão de saída de
um estágio do sistema à tensão da entrada do seguinte. O transformador, nos
sistemas elétricos e eletromecânicos, poderá assumir outras funções tais como isolar
eletricamente os circuitos entre si, ajustar a impedância do estágio seguinte a do
anterior, ou, simplesmente, todas estas finalidades citadas.

A transformação da tensão (e da corrente) é obtida graças a um fenômeno chamado


“indução eletromagnética”, o qual será detalhado mais adiante.

1.2.1. Divisão dos Transformadores quanto à Finalidade

a) Transformadores de corrente
b) Transformadores de potencial
c) Transformadores de distribuição
d) Transformadores de força

1.2.2. Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos

a) Transformadores de dois ou mais enrolamentos


b) Autotransformadores

1.2.3. Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos

a) Quanto ao material do núcleo:


§ com núcleo ferromagnético;
§ com núcleo de ar.

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b) Quanto a forma do núcleo:
§ Shell;
§ Core:
§ Enrolado: é o mais utilizado no mundo na fabricação de transformadores de
pequeno porte (distribuição), alguns fabricantes chegam a fazer
transformadores até de meia-força (10MVA):
o Envolvido;
o Envolvente.
§ Empilhado:
o Envolvido;
o Envolvente.

c) Quanto ao número de fases:


§ monofásico;
§ polifásico (principalmente o trifásico).

d) Quanto à maneira de dissipação de calor:


§ parte ativa imersa em líquido isolante (transformador imerso);
§ parte ativa envolta pelo ar ambiente (transformador a seco).

(a) Tipo Shell (b) Tipo Core Envolvido (c) Tipo Core: Cinco
Colunas Envolvente
Figura 1.2

1.3. COMO FUNCIONA O TRANSFORMADOR

O fenômeno da transformação é baseado no efeito da indução mútua. Veja a Figura


1.3, onde temos um núcleo constituído de lâminas de aço prensadas e onde foram
construídos dois enrolamentos.

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Figura 1.3

onde:
U1 = tensão aplicada na entrada (primária)
N1 = número de espiras do primário
N2 = número de espiras do secundário
U2 = tensão de saída (secundário)

Se aplicarmos uma tensão U1 alternada ao primário, circulará por este enrolamento


uma corrente I1 alternada que por sua vez dará condições ao surgimento de um fluxo
magnético também alternado.

A maior parte deste fluxo ficará confinada ao núcleo, uma vez que é este o caminho
de menor relutância. Este fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) E1 no primário
e E2 no secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos
enrolamentos, segundo a relação:

E1 N 1
= =a
E2 N 2

onde:
a = razão de transformação ou relação entre espiras.

As tensões de entrada e saída U1 e U 2 diferem muito pouco das f.e.m. induzidas E1 e


E2 e para fins práticos podemos considerar:

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U 1 N1
= =a
U 2 N2

Podemos também provar que as correntes obedecem à seguinte relação:

I 1 ⋅N 1= I 2 ⋅ N 2

ou

I 2 N1
= =a
I1 N 2

onde:
l1 = corrente no primário
l2= corrente no secundário

Quando a tensão do primário U 1 é superior a do secundário U 2, temos um


transformador abaixador (step down). Caso contrário, terá um transformador elevador
de tensão (step up).

Para o transformador abaixador, a > 1 e para o elevador de tensão, a < 1.

Cabe ainda fazer notar que sendo o fluxo magnético proveniente de corrente
alternada, este também será alternado, tornando-se um fenômeno reversível, ou seja,
podemos aplicar uma tensão em qualquer um dos enrolamentos que teremos a f.e.m.
no outro.

Baseando-se neste princípio, qualquer dos enrolamentos poderá ser o primário ou


secundário. Chama-se de primário o enrolamento que recebe a energia e secundário
o enrolamento que alimenta a carga.

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1.4. SISTEMAS ELÉTRICOS

Faremos uma rápida revisão de conceitos e fórmulas de cálculo, envolvidos nos


sistemas elétricos com o objetivo de reativar a memória e retirar da extensa teoria
aquilo que realmente interessa para a compreensão do funcionamento e para o
dimensionamento do transformador.

1.4.1. Sistemas de Corrente Alternada Monofásica

1.4.1.1. Generalidades

A corrente alternada se caracteriza pelo fato de que a tensão, em vez de permanecer


fixa, como entre os pólos de uma bateria, varia senoidalmente com o tempo, mudando
de sentido alternadamente, donde o seu nome. O número de vezes por segundo que
a tensão muda de sentido e volta à condição inicial é a freqüência do sistema,
expressa em “ciclos por segundo” ou “hertz”, simbolizada por “Hz”.

No sistema monofásico, uma tensão alternada U (Volt) é gerada e aplicada entre dois
fios, aos quais se liga a carga, que absorve uma corrente I (Ampère), conforme Figura
1.4.

Figura 1.4

1.4.1.2. Tipos de ligação

Se ligarmos duas cargas iguais a um sistema monofásico, esta ligação poderá ser
feita de dois modos:

18
Informações Técnicas DT-11
§ ligação em série (Figura 1.5): na qual duas cargas são atravessadas pela
corrente total ou de circuito; neste caso, a tensão em cada carga será a
metade da tensão do circuito;

§ ligação em paralelo (Figura 1.6): na qual é aplicada as duas cargas, a tensão


do circuito; neste caso, a corrente em cada carga será a metade da corrente
total do circuito.

Figura 1.5

Figura 1.6

1.4.2. Sistemas de Corrente Alternada Trifásica

O sistema trifásico é formado pela associação de três sistemas monofásicos de


tensões, U 1, U2 e U 3 tais que a defasagem entre elas seja 120° e os “atrasos” de U2 e
U1 em relação a U 3 sejam iguais a 120°, considerando um ciclo completo 360°. (Figura
1.7)

19
Informações Técnicas DT-11
Ligando entre si os três sistemas monofásicos e eliminando os fios desnecessários,
teremos um sistema trifásico de tensões defasadas de 120° e aplicadas entre os três
fios do sistema.

Figura 1.7

1.4.2.1. Tipos de ligação

a) Ligação triângulo

Chamamos “tensões e correntes de fase” as tensões e correntes de cada um dos três


sistemas monofásicos considerados, indicados por Uf e I f.

Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indica a Figura 1.8,
podemos eliminar três fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o
sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W.

Figura 1.8

20
Informações Técnicas DT-11
A tensão em qualquer destes três fios chama-se “tensão de linha”, U L, que é a tensão
nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se “corrente
de linha”, I L.

Examinando o esquema da Figura 1.9, vê-se que:


§ a carga é aplicada a tensão de linha U L que é a própria tensão do sistema
monofásico componente, ou seja, UL = U f;
§ a corrente em cada fio de linha, ou corrente de linha I L é a soma das correntes
das duas fases ligadas a este fio, ou seja, I = If1 + I f2.

Figura 1.9

Como as correntes estão defasadas entre si, a soma deverá ser feita graficamente,
como mostra a Figura 1.10. Pode-se verificar que: I L = I f × 3 = 1,732 × I f

Figura 1.10

21
Informações Técnicas DT-11
Exemplo: Em um sistema trifásico equilibrado de tensão nominal 220V, a corrente de
linha medida é de 10A. Ligando a este sistema uma carga trifásica composta de três
cargas iguais ligadas em triângulo, qual a tensão e a corrente ligada em cada uma
das cargas?

Temos:
U f = U L = 220V , em cada uma das fases

I L = 1,732 × I f ∴ I f = 0,577 × I L = 0,577 × 10 = 5,77 A , em cada uma das cargas

b) Ligação estrela

Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a um ponto comum aos três
restantes, forma-se um sistema trifásico em estrela (Figura 1.11). Às vezes o sistema
trifásico em estrela é a “quatro fios” ou “com neutro”.

O quarto fio é ligado ao ponto comum às três fases. A tensão de linha, ou a tensão
nominal do sistema trifásico, e a corrente de linha são definidas do mesmo modo que
na ligação triângulo.

U V W

I1 I2 I3

U f1 U f2 U f3

I f1 I f2 I f3

Figura 1.11

Examinando o esquema da Figura 1.12 vê-se que:

§ a corrente em cada fio da linha, ou corrente da linha IL = I f;


§ a tensão entre dois fios quaisquer do sistema trifásico é a soma gráfica (Figura
1.13) das tensões de duas fases as quais estão ligados os fios considerados,
ou seja: U L = U f × 3 = 1,732 × U f .

22
Informações Técnicas DT-11

Figura 1.12

Figura 1.13

Exemplo: Em uma carga trifásica composta de três cargas iguais, cada carga é feita
para ser ligada a uma tensão de 220V, absorvendo 5,77A. Qual a tensão nominal do
sistema trifásico que alimenta esta carga em suas condições normais (220V e 5,77A)
e qual a corrente de linha?

Temos:
U f = 200V , em cada uma das cargas

U L = 1,732 × 220 = 380V

I L = I f = 5,77 A

23
Informações Técnicas DT-11
c) Ligação zig-zag

Este tipo de ligação é preferível onde existem desequilíbrios acentuados de carga.

Cada fase do secundário, compõe-se de duas bobinas dispostas cada uma sobre
colunas diferentes, ligadas em série, assim a corrente de cada fase do secundário
afeta sempre por igual as duas fases do primário.

Na Figura 1.14 temos um diagrama mostrando as ligações e os sentidos das


correntes em cada enrolamento. Na Figura 1.15 temos o diagrama fasorial da ligação
zig-zag.

Figura 1.14

Figura 1.15

O transformador torna-se mais caro, principalmente pelo aumento de 15,5% no


volume de cobre e pela complexidade de sua montagem.

24
Informações Técnicas DT-11

Além de atenuar a 3ª harmônica, oferece a possibilidade de 3 tensões: 220/127V,


380/220V e 440/254V.

Supondo tensões de linha para V1 = 220/127V. (Figura 1.16)

Figura 1.16

VZZ = V1 ∠60 o + V1 ∠0 o onde V2 = V1∠0 o

VZZ = 127,017∠60 o + 127,017


VZZ = 190,527 + j110

VZZ = 220∠30 o (tensão de fase)

VZZ ( L ) = 220 × 3 = 380V

Desta maneira com dois enrolamentos em ligação zig-zag, conseguimos 380/220V.

Para obtermos 220/127V ligamos em paralelo às duas bobinas de uma mesma coluna
e para 440/254V ligamos as bobinas em série.

1.4.2.2. Autotransformador

Possui estrutura magnética semelhante aos transformadores normais, diferenciando-


se apenas na parte elétrica, isto é, os enrolamentos do primário e secundário
possuem certo número de espiras em comum, Figura 1.17.

25
Informações Técnicas DT-11

Figura 1.17

P P
I1 = I2 =
V1 V2

I = I 2 − I1

A relação entre a tensão superior e a tensão inferior não deve ser superior a 3. É
reversível, pode ser abaixador ou elevador. Quando tiver várias tensões, é dotado de
painel de religação, comutador de derivações ou as diversas saídas podem ser
conectadas diretamente nas buchas.

O autotransformador trifásico é realizado com agrupamento das fases em estrela.

Vantagens: - deslocamento angular entre AT e BT é sempre nulo;


§ Possibilidade de ligação do centro à terra, a fim de eliminar o perigo de
sobretensões com respeito à terra linha BT.
§ Quanto menor a relação entre a tensão superior e a tensão inferior, maior a
vantagem econômica entre autotransformador e transformador.

26
Informações Técnicas DT-11

1.5. POTÊNCIAS

Em um sistema elétrico, temos três tipos de potências: potência aparente, ativa e


reativa.

Estas potências estão intimamente ligadas de tal forma que constituem um triângulo,
o chamado “triângulo das potências”. (Figura 1.18)

Figura 1.18

onde:
S = potência aparente, expressa em VA (Volts-Ampère)
P = potência ativa ou útil, expressa em W (Watt)
Q = potência reativa, expressa em VAr (Volt Ampère reativa)
Ø = ângulo que determina o fator de potência.

1.5.1. Potência Ativa ou Útil

É a componente da potência aparente (S) que realmente é utilizada em um


equipamento na conversão da energia elétrica em outra forma de energia.

Em um sistema monofásico:

P = U ⋅ I ⋅ cos Ø [W]

27
Informações Técnicas DT-11
Em um sistema trifásico:

P = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ cos Ø [W]

ou
P = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ cos Ø [W]

1.5.2. Potência Reativa

É a componente da potência aparente (Q) que não contribui na conversão de energia.


Em um sistema monofásico:
Q = U ⋅ I ⋅ sen Ø [VAr]

Em um sistema trifásico:
Q = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ sen Ø [VAr]

ou
Q = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ sen Ø [VAr]

1.5.3. Potência Aparente

É a soma vetorial da potência útil e a reativa, e define o dimensionamento dos


condutores, transformadores, equipamentos de proteção e de manobra. É uma
grandeza que, para ser definida, precisa de módulo e ângulo, características do vetor.

Módulo: S = P 2 + Q 2

Q
Ângulo: Ø = arctg  
P
Aqui podemos notar a importância do fator de potência. É definido como:
P
fp = cos Ø =
S

Um transformador é dimensionado pela potência aparente (S) e por aí se nota a


importância da manutenção de um fator de potência elevado numa instalação. O

28
Informações Técnicas DT-11
baixo fator de potência causa sérios problemas às instalações elétricas, entre as
quais podem ser destacados: sobrecargas nos cabos e transformadores, crescimento
da queda de tensão, redução do nível de iluminância, aumento das perdas no sistema
de alimentação.

Além disto, as concessionárias de energia cobram pesadas multas sobre a tarifa de


energia para aqueles que apresentarem fator de potência inferior a 0,92.

Em um sistema monofásico:

S =U ⋅I [VA]

Em um sistema trifásico:

S = 3 ⋅U f ⋅ I f [VA]

ou
S = 3 ⋅U L ⋅ I L [VA]

Outras relações importantes:

P
S= [VA]
cos Ø
Q
S= [VA]
sen Ø

A seguir, introduzimos uma tabela prática para determinação dos valores de tensão,
corrente, potência e fator de potência de transformadores em função do tipo de
ligação. (Tabela 1.1)

29
Informações Técnicas DT-11

Tabela 1.1
Determinação Estrela Triângulo Zig-Zag
Tensão de Linha UL UL UL

Tensão no UL UL
UL
Enrolamento 3 3
Corrente de Linha IL IL IL

Corrente de IL
IL IL
Enrolamento 3

Ligações dos
Enrolamentos

Esquemas

Potência Aparente kVA S = 3 ⋅U f ⋅ I f = 3 ⋅U L ⋅ I L

Potência Ativa kW P = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ cos Ø = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ cos Ø

Potência Reativa kVAr Q = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ sen Ø = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ sen Ø

Potência Absorvida kVA


KVA SP =
da Rede Primária η

cos Ø1 = cos Ø 2 ⋅ (100 − eu ) − er (*)


Fator de Potência do
Primário
Fator de Potência do
Do projeto de instalação (cosØ2)
Secundário
(*) ey = Tensão de curto-circuito
er = componente da tensão de curto-circuito

Exemplo: Cálculo da potência aparente requerida por dois equipamentos com fator de
potência (cosØ)

APARELHO 1 APARELHO 2

30
Informações Técnicas DT-11

P = 1000W P = 1000W
cos Ø = 0,5 cos Ø = 0,92
P P
cos Ø = cos Ø =
S S

1000
APARELHO 1 : S= = 2000VA
0,5

1000
APARELHO 2 : S= = 1087VA
0,92

CONCLUSÃO:

Verificamos que o equipamento 2 que possui o maior fator de potência requer apenas
1087VA, enquanto que o equipamento 1 requer 2000VA de potência aparente.

Um transformador é dimensionado pela potência aparente (S), e por aí nota-se a


importância da manutenção de um fator de potência elevado em uma instalação.

31
Informações Técnicas DT-11

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO

2.1. POTÊNCIA NOMINAL

Entende-se por potência nominal de um transformador, o valor convencional de


potência aparente. Serve de base ao projeto, aos ensaios e às garantias do fabricante
e determina o valor da corrente nominal que circula, sob tensão nominal, nas
condições especificadas na respectiva norma.

2.1.1. Transformadores Trifásicos

A potência nominal de um transformador trifásico é a potência aparente definida pela


expressão:

Un ⋅ In ⋅ 3
Potência nominal = [kVA]
1000

2.1.2. Transformadores Monofásicos

A potência nominal de um transformador monofásico é a potência aparente definida


pela expressão:

Un ⋅ In
Potência nominal = [kVA]
1000

2.1.3. Potências Nominais Normalizadas

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 5440), dos


transformadores de distribuição para instalação em postes e plataformas, são as
seguintes:

32
Informações Técnicas DT-11

a) transformadores monofásicos para instalação em postes: 5, 10, 15, 25, 37.5,


50, 75 e 100kVA;
b) transformadores trifásicos para instalação em postes 15, 30, 45, 75, 112.5 e
150kVA;
c) transformadores trifásicos para instalação em postes ou plataformas: 225 e
300kVA.

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 12454 e NBR 9369),
para transformadores de potência, são as seguintes: 225, 300, 500, 750,1000, 1500,
2000, 2500, 3000, 3750, 5000, 7500, 10000, 15000, 25000, 30000.

Quando de transformadores providos de um ou mais estágios de resfriamento


forçado, entende-se como potência nominal o último estágio.

Recomenda-se a escolha de um destes valores, pois os fabricantes já possuem


projetos prontos para os mesmos, o que reduz os custos e o tempo de entrega dos
referidos transformadores.

Os transformadores com potências superiores a 40MVA não são normalizados, e


dependem da solicitação do cliente.

2.2. TENSÕES

2.2.1. Definições

Tensão Nominal (Un): É a tensão para a qual o enrolamento foi projetado.

Tensão a Vazio (Uo): É a tensão entre os bornes do secundário do transformador


energizado, porém sem carga.

33
Informações Técnicas DT-11
Tensão sob Carga: (Uc): É a tensão entre os bornes do secundário do transformador,
estando o mesmo sob carga, correspondente a sua corrente nominal. Esta tensão é
influenciada pelo fator de potência (cosØ)

Regulação: É a variação entre a tensão a vazio e sob carga e sob determinado fator
de potência.

Tensão Superior (TS): É a tensão correspondente à tensão mais alta em um


transformador. Pode ser tanto referida ao primário ou secundário, conforme o
transformador seja abaixador ou elevador.

Tensão Inferior (TI): É a tensão correspondente à tensão mais baixa em um


transformador. Pode ser também referida ao primário ou secundário, conforme o
transformador seja elevador ou abaixador.

Tensão de Curto-circuito (Ucc): Comumente chamada de impedância, é a tensão


expressa, usualmente, em porcentagem (referida a 75°C) em relação a uma
determinada tensão, que deve ser ligada aos terminais de um enrolamento para obter
a corrente nominal no outro enrolamento, cujos terminais estão curto- circuitados.

A tensão de curto-circuito medida deve manter-se dentro de ± 7,5% de tolerância, em


relação ao valor declarado pelo fabricante.

Nas Tabelas 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 encontraremos os valores de impedância (coluna 5)
para os transformadores que trata este manual.

Impedância de Seqüência Zero (Z0): É a impedância, por fase e sob freqüência


nominal, entre os terminais de linha de um enrolamento polifásico em estrela ou zig-
zag, interligados e o terminal de neutro. Seu valor depende do tipo de ligação.

É necessário conhecer a impedância de seqüência zero para o estudo de circuitos


polifásicos desequilibrados (curto-circuito) e é somente levada em consideração em
transformadores delta-estrela (zig-zag) aterrado ou estrela-estrela (zig-zag)
duplamente aterrado.

34
Informações Técnicas DT-11

2.2.2. Escolha da Tensão Nominal

2.2.2.1. Transformadores de distribuição

Tabela 2.1 - Transformadores sem Derivações

Tensão [V]
Tensão máxima
do equipamento Primário Secundário
kVeficaz Trifásico e Monofásico
Trifásico Monofásico
monofásico (FF) (FN)
13800 7967
15
13200 7621 Dois terminais: 220 ou 127
380/220
23100 13337
24,2 ou
22000 12702 Três terminais: 440/220, 254/127,
220/127
34500 19919 240/120 ou 230/115
36,2
33000 19053
NOTA: FF = tensão entre fases
FN = tensão entre fase e neutro

Tabela 2.2 - Derivações e Relações de Tensões


Tensão [V]
Tensão máxima Primário Secundário
do equipamento Derivação no Trifásico e
Monofásico
kVeficaz monofásico Trifásico Monofásico
(FN)
(FF)
1 2 3 4 5 6

1 13800 7967 Dois


15 2 13200 7621 terminais: 220
3 12600 7275
ou 127
1 23100 13337 380/220
24,2 2 22000 12702 ou Três
3 20900 12067 220/127 terminais:
440/220,254/
1 34500 19919 127, 240/120
36,2 2 33000 19043 ou 230/115
3 31500 18187

NOTA: FF = tensão entre fases


FN = tensão entre fase e neutro

35
Informações Técnicas DT-11
2.2.2.2. Transformador de distribuição a ser instalado no domínio de uma
concessionária.

A concessionária de energia elétrica possui norma própria. As tensões serão,


portanto, definidas pela mesma.

Exemplo:

AMPLA:
AT: 13800 - 13200 - 12600 - 12000 - 11400 - 10800V
BT: 220/127V

RGE:
AT: 13800 - 13200 - 12600V ou
23100 - 22000 - 20900V
BT: 380/220V ou 220/127V

Existem concessionárias que quando do fornecimento de transformadores ao


mercado particular exigem que estes sejam construídos e ensaiados em atendimento
integral as suas normas. Recomenda-se verificar esta particularidade com a
concessionária local antes da aquisição dos transformadores.

2.2.2.3. Transformador para uso industrial.

Em uma indústria poderemos ter três ou até quatro níveis de tensão:

§ Subestações de entrada:
o Primário - 72,5kV e 138kV ;
o Secundário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV.

§ Subestações de distribuição:
o Primário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV;
o Secundário - 440/254V, 380/220V ou 220/127V.

36
Informações Técnicas DT-11

Quando a potência dos transformadores for superior a 3MVA não se recomenda


baixar a tensão diretamente para tensão de uso, pois os mesmos tornam-se muito
caros devido às altas correntes. Recomenda-se baixar para uma média tensão, ou
seja, 6,9kV, 4,16kV ou 2,4kV e, próximo aos centros de carga rebaixar novamente
para as tensões de uso.

Ainda um caso particular de nível de tensão primária deve ser comentado. Existem
algumas regiões onde o nível de tensão de distribuição está sendo alterado. Neste
caso, a concessionária avisa o interessado, que a tensão atual passará a outro nível
dentro de um determinado período de tempo; logo, o transformador a ser instalado
deverá ser capaz de operar em duas tensões primárias, para evitar a necessidade de
aquisição de novo equipamento quando da alteração. Estes transformadores
especiais são chamados de religáveis.

A escolha da tensão do secundário depende de vários fatores. Dentre eles


destacamos:

a) econômicos, a tensão de 380/220V requer seções menores dos condutores


para uma mesma potência;
b) segurança, a tensão de 220/127V é mais segura com relação a contatos
acidentais.

De uma forma geral, podemos dizer que para instalações onde equipamentos como
motores, bombas, máquinas de solda e outras máquinas constituem a maioria da
carga, deve-se usar 380/220V e para instalações de iluminação e força de residências
deve-se adotar 220/127V. Na NBR 5440 da ABNT encontramos a padronização das
tensões primárias e secundárias.

37
Informações Técnicas DT-11

2.3. DERIVAÇÕES

Para adequar a tensão primária do transformador à tensão de alimentação, o


enrolamento primário, normalmente o de TS, é dotado de derivações (taps), que
podem ser escolhidos mediante a utilização de um painel de ligações ou comutador,
conforme projeto e tipo construtivo, instalados junto à parte ativa, dentro do tanque.
Este aparato, na maioria dos transformadores de baixa potência, deve ser manobrado
com o transformador desconectado da rede de alimentação.

Em geral o valor da tensão primária, indicada pela concessionária constitui o valor


médio entre aqueles que efetivamente serão fornecidos durante o exercício.

2.3.1. Definições

Derivação principal: Derivação a qual é referida a característica nominal do


enrolamento, salvo indicação diferente à derivação principal é:

a) no caso de número ímpar de derivações, a derivação central;


b) no caso de número par de derivações, aquela das duas derivações centrais
que se acha associada ao maior número de espiras efetivas do enrolamento;
c) caso a derivação determinada segundo ”a” ou “b” não seja de plena potência, a
mais próxima derivação de plena potência.

38
Informações Técnicas DT-11

Figura 2.1

Derivação superior: Derivação cujo fator de derivação é maior do que 1.

Derivação inferior: Derivação cujo fator de derivação é menor do que 1.

Degrau de derivação: Diferença entre os fatores de derivação, expressos em


percentagem, de duas derivações adjacentes.

Faixa de derivações: Faixa de derivação do fator de derivação, expresso em


percentagem e referido ao valor 100. A faixa de derivações é expressa como segue:

a) se houver derivações superiores ou inferiores:


+ a %, - b % ou + a % (quando a = b);
b) se houver somente derivações superiores:
+ a %;
c) se houver somente derivações inferiores:
- b %.

39
Informações Técnicas DT-11
A Figura 2.1 é a representação esquemática de um enrolamento trifásico com três
derivações e a forma de suas conexões.

Tabela 2.3
Posições do comutador 1 2 3
10-7 7-13 13-4
Comutador conecta os pontos 11-8 8-14 14-5
12-9 9-15 15-6
Tensão em cada derivação UN + a% UN UN - b%
Percentual de variação por degrau a b

Tabela 2.4
Derivação Derivação Derivação Degrau de
Classe
Superior Principal Inferior Derivação
15 13800 13200 12600 + 4,5
24,2 23100 22000 20900 + 5%
36,2 34500 33000 31500 + 4,5

2.4. CORRENTES

2.4.1. Corrente Nominal

A corrente nominal (In) é a corrente para a qual o enrolamento foi dimensionado, e


cujo valor é obtido dividindo-se, a potência nominal do enrolamento pela sua tensão
nominal e pelo fator de fase aplicável (1 para transformadores monofásicos e 3 para
transformadores trifásicos).

2.4.2. Corrente de Excitação

A corrente de excitação ou a vazio (I o) é a corrente de linha que surge quando em um


dos enrolamentos do transformador é ligada a sua tensão nominal e freqüência
nominal, enquanto os terminais do outro enrolamento (secundário) sem carga,
apresentam a tensão nominal.

40
Informações Técnicas DT-11

A corrente de excitação é variável conforme o projeto e tamanho do transformador,


atingindo valores percentuais mais altos quanto menor for a potência do mesmo.

A corrente de excitação, conforme Figura 2.2 apresenta as suas componentes ativa e


reativa, que se determinam pelas seguintes expressões:

Figura 2.2
I p = I o ⋅ cos Ø 0

I q = I o ⋅ sen Ø 0

sendo:
Po
cos Ø =
V ⋅ Io

A componente reativa originada pela magnetização representa mais que 95% da


corrente total, de forma que uma igualdade de I q com l o leva somente a um pequeno
erro.

Em transformadores trifásicos normais, Io não é idêntico nas três fases, em virtude do


caminho mais longo no ferro, relativo às fases externas. Por isso I o referente a fase
central é menor que das outras.

Devido ao fato acima, o valor de Io fornecido pelo fabricante, representa a média das
três fases e é expresso em porcentagem da corrente nominal.

41
Informações Técnicas DT-11
2.4.3. Corrente de Curto-Circuito

Em um curto-circuito no transformador, é preciso distinguir a corrente permanente


(valor efetivo) e a corrente de pico (valor de crista).

2.4.3.1. Corrente de curto-circuito permanente

Quando o transformador, alimentado no primário pela sua tensão e freqüência


nominal e o secundário estiver curto-circuitado nas três fases, haverá uma corrente de
curto-circuito permanente, que se calcula pela seguinte expressão:

IN
I cc( CA ) = ⋅100
E Z (%)

onde:
IN = corrente nominal
Ez = impedância a 75 oC (%)

A intensidade e a duração máxima da corrente de curto, que deve suportar o


transformador, são normalizadas.

A duração da corrente de curto-circuito simétrica, a ser utilizada no cálculo da


capacidade térmica de suportar curto-circuitos, é 2 s, salvo especificação diferente.

Para autotransformadores e transformadores com correntes de curto-circuito superior


a 25 vezes a corrente nominal, pode ser adotada uma duração de corrente de curto-
circuito inferior a 2 s, mediante acordo entre fabricante e comprador.

42
Informações Técnicas DT-11

2.4.3.2. Corrente de curto-circuito de pico

Entende-se como corrente de curto-circuito de pico, o valor máximo instantâneo da


onda de corrente, após a ocorrência do curto-circuito.

Esta corrente provoca esforços mecânicos elevados e é necessário que os


enrolamentos estejam muito bem ancorados por cuidadosa disposição de cabos e
amarrações para tornar o conjunto rígido.

Enquanto a corrente de pico afeta o transformador em sua estrutura mecânica, a


corrente permanente afeta de forma térmica.

Os esforços mecânicos advindos da corrente de curto são mais acentuados em


transformadores de ligação zig-zag, porque somente a metade de cada enrolamento
de fase é percorrido pela corrente induzida de outra fase.

2.4.4. Corrente de Partida ou Inrush

É o valor máximo da corrente de excitação (Io) no momento em que o transformador é


conectado à linha (energizado). Ela depende das características construtivas do
mesmo.

A corrente de partida é maior quanto maior for a indução usada no núcleo e maior
quanto menor for o transformador. O valor máximo varia em média de 4 a 20 vezes a
corrente nominal.

O fabricante deverá ser consultado para se saber o seu valor. Costuma-se admitir seu
tempo de duração em torno de 0,1s (após a qual a mesma já desapareceu).

43
Informações Técnicas DT-11

2.5. FREQÜÊNCIA NOMINAL

Freqüência nominal é a freqüência da rede elétrica de alimentação para a qual o


transformador foi projetado.

No Brasil todas as redes apresentam a freqüência de 60Hz, de forma que os


equipamentos elétricos são projetados para esta mesma freqüência. Existem muitos
países onde a freqüência nominal padrão é 50HZ, como Argentina, Uruguai,
Paraguai, etc.

2.6. NÍVEL DE ISOLAMENTO

O nível de isolamento dos enrolamentos deve ser escolhido entre os valores


indicados na Tabela 2.5 (NBR 5356).

A escolha entre as tensões suportáveis nominais, ligadas à dada tensão máxima do


equipamento da tabela acima, depende da severidade das condições de sobretensão
esperadas no sistema e da importância da instalação.

Na NBR 6939, os valores escolhidos devem ser claramente indicados na


especificação ou solicitação de oferta.

44
Informações Técnicas DT-11

Tabela 2.5 - Níveis de Isolamento para Tensão Máxima Igual ou Inferior a 242kV

Tensão suportável nominal de


Tensão máxima
impulso atmosférico Tensão suportável nominal à freqüência
do equipamento
industral, durante 1 min. e tensão induzida
kV (eficaz) Pleno Cortado
kV (eficaz)
kV (crista) kV (crista)
1 2 3 4

0,6 4
1,2 10

40 44
7,2 20
60 66
95 105
15 34
110 121
125 138
24,2 50
150 165
150 165
36,2 170 187 70
200 220
72,5 350 385 140
380 418 150
92,4
450 495 185
450 495 185
145 550 605 230
650 715 275
750 825 325
242 850 935 360
950 1045 395

2.7. DESLOCAMENTO ANGULAR

Em transformadores trifásicos, os enrolamentos de cada fase são construídos


trazendo intrinsecamente o conceito de polaridade, isto é, isolando-se eletricamente
cada uma das fases, podemos realizar o teste de polaridade do mesmo modo que
para os transformadores monofásicos. No entanto tal procedimento torna-se pouco
prático, além do mais, não nos informa a maneira como estão interligados os
enrolamentos.

45
Informações Técnicas DT-11
Assim uma nova grandeza foi introduzida, o “deslocamento angular” que é o ângulo
que define a posição recíproca entre o triângulo das tensões concatenadas primárias
e o triângulo das tensões concatenadas secundárias e será medido entre fases.

De uma maneira prática: seja o transformador ligado na configuração mostrada na


Figura 2.3.

Figura 2.3

Traçamos os diagramas vetoriais de tensão do transformador, Figura 2.4. Tomando o


fasor de AT como origem, determinamos o deslocamento angular através dos
ponteiros de um relógio cujo ponteiro grande (minutos) se acha parado em 12
coincide com o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário) e um terminal
de linha do enrolamento de alta tensão e cujo ponteiro pequeno (horas) coincide com
o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário e o terminal de linha
correspondente do enrolamento considerado).
X1
H1

X2

H3 H2 X3

Figura 2.4

46
Informações Técnicas DT-11
Para os transformadores de que tratamos nesta especificação, o mais comum é a
utilização da ligação triângulo na alta tensão e estrela na baixa (designado por Dy).

Quando ao deslocamento angular, o normal é de 30 o para mais ou menos (avanço ou


atraso), cujas designações são Dy11 e Dy1.

As demais ligações e deslocamentos angulares não requerem nenhum cuidado


especial e podem ser facilmente fornecidas.

A Tabela 2.6 mostra designação de ligações de transformadores trifásicos de uso


generalizado, e o correspondente deslocamento angular.

Os diagramas de ligação pressupõem igual sentido de bobinagem para todos os


enrolamentos.

A Figura 2.5 mostra o defasamento do exemplo, usando indicação horária de fasores,


o deslocamento no caso é Dy5, ou seja, 150º.

Figura 2.5

47
Informações Técnicas DT-11
Tabela 2.6 – Deslocamento Angular

48
Informações Técnicas DT-11
Tabela 2.6 – Deslocamento Angular

49
Informações Técnicas DT-11

2.8. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS

Junto aos terminais (buchas) encontramos uma identificação, pintada, ou marcada em


baixo relevo na chapa do tanque, constituída de uma letra e um algarismo. As letras
poderão ser duas, H ou X. Os terminais marcados em H são os de alta tensão e os
marcados com X são de baixa tensão. Os algarismos poderão ser 0, 1, 2 e 3
correspondendo, respectivamente, ao terminal de neutro e ao das fases, 1, 2 e 3.
Portanto, as combinações possíveis são H0, H1, H2, H3 e X0, X1, X2 X3.

A disposição dos terminais no tanque é normalizada, de tal forma, que se olharmos o


transformador pelo lado de baixa tensão, encontraremos mais a esquerda um terminal
X acompanhado de menor algarismo daqueles que identificam este enrolamento (por
exemplo: X0 ou X1). Consequentemente, ao olharmos o transformador pelo lado da
alta tensão, encontraremos o terminal H1 mais a direita.

Para uma melhor compreensão, observe as Figuras 2.6 a 2.10. Nestas figuras
encontramos também o esquema de ligação dos transformadores à rede de
alimentação e à carga.

Na Figura 2.11 encontramos a título de ilustração, transformadores monofásicos


ligados em banco, de modo a formar um equivalente trifásico. Este tipo de ligação
apresenta a vantagem da manutenção e operação, quando danificar uma fase, basta
trocar um dos transformadores por um de reserva, com menor tempo de parada, caso
existir o de reserva à disposição. Porém, a desvantagem está no capital inicial
empregado em 3 ou 4 transformadores monofásicos ao invés de 2 transformadores
trifásicos de potência equivalente a custo menor.

Figura 2.6 – Transformador Monofásico FN


(1 Bucha de AT e 2 Buchas de BT)

50
Informações Técnicas DT-11

Figura 2.7 – Transformador Monofásico FN


(1 Bucha de AT e 3 Buchas de BT)

Figura 2.8 – Transformador Monofásico FF


(2 Buchas de AT e 2 Buchas de BT)

51
Informações Técnicas DT-11

Figura 2.9 – Transformador Monofásico FF


(2 Buchas de AT e 3 Buchas de BT)

Figura 2.10 – Transformador Trifásico FF


(3 Buchas de AT e 4 Buchas de BT)

52
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Figura 2.11 – Transformadores Monofásicos Ligados em Banco Trifásico Dyn

3. SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES

3.1. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR

No projeto de uma instalação elétrica, os critérios de dimensionamento dos


equipamentos e condutores assumem uma importância vital, uma vez que envolvem
os dois principais fatores que estão na base do projeto, ou seja, a funcionalidade e o
custo.

É evidente que um projeto superdimensionado pode também ser funcional, uma vez
que não venha superar certos limites, além dos quais podem sobrevir efeitos
negativos, porém o custo resultante não pode ser justificado.

Portanto, é necessário chegar a estabelecer um ponto de interseção entre


funcionalidade e custo, de tal modo que satisfaça a parte técnica e a econômica,
tendo presente que um bom técnico, é aquele que consegue projetar ou construir uma
instalação completamente funcional de maneira econômica.

53
Informações Técnicas DT-11
No que diz respeito aos transformadores, onde se quer chegar a um valor de
potência, de um ou mais deles, a serem instalados, se faz necessário que o projetista
tenha em mente claramente o conceito de fator de demanda, de modo que, partindo
dos valores de potência dos equipamentos alimentados pelo transformador, possa
chegar a estabelecer, com conhecimento de causa, o valor de demanda máxima (ou
da potência de alimentação) absorvível pela planta, e, portanto, definir de modo
econômico, o dimensionamento dos transformadores.

3.2. FATOR DE DEMANDA (D)

Entende-se por fator de demanda (d) como a razão da demanda máxima total (Dmt) da
instalação para a respectiva potência instalada (Pt) e é definido para um ponto de
distribuição. Portanto conhecendo-se:
DMT
d= (5.1)
PT
Podemos determinar qual a potência do transformador através de Dmt, sendo
conhecida a potência instalada.

3.2.1. Determinação da Demanda Máxima de um Grupo de Motores

Dado um grupo de n motores (com n maior ou igual a 10) de diversas potências.


Procedemos da seguinte maneira:

a) Determina-se a potência nominal de cada motor em kVA

3 ⋅ I ⋅V
Pnom = [kVA] (5.2)
1000

sendo:
Pnom = potência nominal de cada motor
I = corrente absorvida pelo motor em A (retirada pelo catálogo do fabricante)
V = tensão de alimentação dos motores

54
Informações Técnicas DT-11

b) Determina-se a potência instalada: a potência instalada (Pinst) será o somatório


das potências nominais de cada motor.

c) Determina-se o número de motores n’ cujas potências nominais, calculadas


pelo item 1 sejam maiores ou iguais que a metade da potência nominal do
maior motor.

d) Calculam-se as relações:

n'
N= (5.3)
n
P ' inst
P= (5.4)
Pinst

sendo:
n’ = somatória dos motores
n = número total de motores
Pinst = potência instalada dos n’ motores

e) Com N e P iremos a Tabela 5.4 obtendo o fator de demanda (G) para a


instalação.

f) Calcula-se a demanda máxima por:

DM = G ⋅ Pinst (5.5)

Obs.: Este critério apresentado é empírico, pois dependendo da instalação


todos os motores operarão juntos, o que nos dará um G = 1.

Considera-se sempre como 100% a demanda do maior motor, ou dependendo


dos maiores motores.

55
Informações Técnicas DT-11
Exemplo: Determinar a demanda máxima do grupo de motores indicados na Tabela
5.1:
Tabela 5.1
I II III
No. cv kVA Pinst [kVA]
2 75 72,40 144,8
5 30 28,58 142,9
8 15 16,39 131,1
20 5 5,72 114,4
30 1,5 2,13 64,0
65 597,2

Na tabela obtemos:
n = 65
Pinst = 597,2

Consideramos o maior motor com demanda de 100% (kVA), sendo o valor dividido
por dois. Para determinar n’ o número de motores cujas as potências, sejam maiores
ou iguais que a metade da potência nominal do maior motor.

72,40
= 36,2 kVA
2

Será:
n’ = 8+5 = 13

Aos quais corresponde uma potência instalada:

P’inst = 142,9 + 131,1 = 274kVA

Calculamos as relações:

n ' 13
N= = = 0,2
n 65

56
Informações Técnicas DT-11

P ' inst 274


P= = 0,458
Pinst 597,2

Na Tabela 5.4 com N = 0,2 e P = 0,50 obteremos:

G = 0,64

A demanda máxima será:

DM = [0,64 × (597,2 − 144,8)] + 144,8


DM = 434,3kVA

Nota: Através do item 1 obtemos os valores DM [kVA].

3.2.2. Determinação da Demanda Máxima da Instalação

Com o auxílio das tabelas 5.2, 5.3, 5.4, 5.8 e da fórmula a seguir, pode-se calcular a
demanda máxima da instalação, que por sua vez definirá a potência do
transformador:

Dmt = A + B + C + D + E

sendo:
A = manda da potência para iluminação e tomadas, conforme Tabela 5.7.
B = emanda de todos os aparelhos de aquecimento (chuveiros, aquecedores,
fornos, fogões, etc.) calculada conforme Tabela 5.8 onde se deve diversificar a
demanda por tipo de aparelho.
C = demanda de aparelhos de ar condicionado calculado conforme Tabela 5.2.
D = demanda dos motores elétricos conforme item 5.2.1.
E = demanda individual das máquinas de solda a transformador, calculada
conforme Tabela 5.3.

Em todos os casos, no cálculo da demanda, o fator de potência e o rendimento


devem ser considerados.

57
Informações Técnicas DT-11

3.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS

Os valores encontrados nas tabelas devem ser compreendidos como referidos aos
casos mais freqüentes e devem ser usados quando na falta de algum dado
informativo.

É natural que o técnico, antes de recorrer às tabelas, se informe sobre os ciclos


usuais de funcionamento e faça quanto mais possível, com que se aproximem os
valores dos fatores com a realidade do caso que deve resolver.

3.4. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO


VALOR OBTIDO NA DEMANDA

Uma vez descoberto o valor da demanda absorvida pela instalação, devemos


escolher o transformador ou os transformadores a serem instalados. Os principais
critérios de escolha são:

a) eventuais aumentos de potência instalada;


b) conveniência da subdivisão em mais unidades;
c) potência nominal normalizada.
Tabela 5.2 - Fatores de Demanda de Condicionadores de Ar
Número de Aparelhos Fator de Demanda [%]
1 a 10 100
11 a 20 86
21 a 30 80
31 a 40 78
41 a 50 75
51 a 75 70
76 a 100 65
Acima de 100 60

Tabela 5.3 - Demanda Individual das Máquinas de Solda a Transformador

58
Informações Técnicas DT-11
Solda a Arco
Número de Aparelhos Fator de Demanda [%]
º º
1 e 2 maior aparelho 100
º
3 aparelho 85
º
4 aparelho 70
soma dos demais aparelhos 60
solda à resistência
maior aparelho 100
soma dos demais aparelhos 60

59
Informações Técnicas DT-11
Tabela de motores IP54, IP(W) 55 e químico - divisão II
* Vide catálogo de motores trifásicos.
Tabela 5.4 – Fatores de Demanda de Grupos de Motores
P
N 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00

0,005 0,34 0,18 0,11 0,073 0,051 0,039 0,030 0,024 0,019 0,016 0,013 0,011 0,010 0,009 0,007 0,007 0,006 0,005 0,005

0,01 0,52 0,32 0,20 0,14 0,10 0,076 0,059 0,047 0,037 0,031 0,026 0,023 0,019 0,017 0,015 0,013 0,012 0,011 0,009

0,02 0,71 0,51 0,36 0,26 0,19 0,14 ,011 0,09 0,07 0,06 0,05 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02

0,03 0,81 0,64 0,48 0,36 0,27 0,21 0,16 0,13 0,11 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03

0,04 0,86 0,72 0,57 0,44 0,34 0,27 0,22 0,18 0,15 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 0,05 0,04 0,04

0,05 0,90 0,79 0,64 0,51 0,41 0,33 0,26 0,22 0,18 0,15 0,13 0,11 0,10 0,08 0,07 0,07 0,06 0,05 0,05

0,06 0,92 0,83 0,70 0,58 ,047 ,038 ,031 0,26 0,21 0,18 0,15 0,13 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,06

0,08 0,94 0,89 0,79 0,68 0,57 0,48 0,40 0,33 0,28 0,24 0,20 0,17 0,15 0,13 0,12 0,11 0,09 0,08 0,08

0,10 0,95 0,92 0,85 0,76 0,66 0,56 0,47 0,40 0,34 0,29 0,25 0,22 0,19 0,17 0,15 0,13 0,12 0,10 0,09

0,15 0,95 0,93 0,88 0,86 0,72 0,67 0,56 0,48 0,42 0,37 0,32 0,28 0,25 0,23 0,20 0,17 0,16 0,14

0,20 0,95 0,93 0,89 0,83 0,76 0,69 0,64 0,54 0,47 0,42 0,37 0,33 0,29 0,26 0,23 0,21 0,19

0,25 0,95 0,93 0,90 0,85 0,78 0,71 0,64 0,57 0,51 0,45 0,41 0,36 0,32 0,29 0,26 0,24

0,30 0,95 0,94 0,90 0,86 0,80 0,73 0,66 0,60 0,53 0,48 0,43 0,39 0,35 0,32 0,29

0,35 0,95 0,94 0,91 0,86 0,81 0,74 0,68 0,62 0,56 0,50 0,45 0,41 0,37 0,33

0,40 0,95 0,93 0,91 0,86 0,81 0,75 0,69 0,63 0,57 0,52 0,47 0,42 0,38

0,45 0,95 0,93 0,91 0,87 0,81 0,76 0,70 0,64 0,58 0,52 0,47 0,43

0,50 0,95 0,94 0,91 0,87 0,82 0,76 0,70 0,64 0,58 0,53 0,48

0,55 0,95 0,94 0,91 0,87 0,82 0,75 0,69 0,63 0,57 0,52

0,60 0,95 0,94 0,91 0,87 0,81 0,75 0,69 0,63 0,57

0,65 0,95 0,94 0,91 0,86 0,81 0,74 0,68 0,62

0,70 0,95 0,94 0,90 0,86 0,80 0,73 0,66

0,75 0,95 0,93 0,90 0,83 0,78 0,71

0,80 0,95 0,94 0,89 0,83 0,76

0,85 0,95 0,93 0,88 0,80

0,90 0,95 0,92 0,85

1,0 0,95

60
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.5 – Valores Nominais Típicos de Aparelhos Elétricos
(Tensão Nominal 220V)
APARELHO POTÊNCIAS NORMAIS TÍPICAS

Aquecedor de água central (Boiler)

- de 50 a 100 litros 1000W

- de 150 a 200 litros 1250W

- 250 litros 1500W

- de 300 a 350 litros 2000W

- 400 litros 2500W

Aquecedor de água local 4000 a 8000W

Aquecedor portátil de ambiente 700 a 1300W

Aspirador de pó 250 a 800W

Barbeador 8 a 12 W

Batedeira 70 a 250W

Cafeteira 1000W

Chuveiro 3000 a 5300W

Cobertor 150 a 200W

Condicionador de ar

- 3/4cv 1200VA

- 1 1/2cv 2400VA

- central (residencial) 5000VA

Congelador (freezer) 350 a 500VA

Copiadora (tipo xerox) 1500 a 6500VA

Exaustor de ar (para cozinha) 300 a 500VA

Ferro de passar roupa 400 a 1650W

Fogão residencial 4000 a 12000W

Forno residencial 4500W

Forno de microondas (residencial) 1200W

Geladeira (residencial) 150 a 400VA

Lavadora de pratos (residencial) 1200 a 2800VA

61
Informações Técnicas DT-11

Lavadora de roupas (residencial) 750 a 1200VA

Liqüidificador 100 a 250W

Máquina de costura (doméstica) 60 a 100W

Máquina de escrever 150W

Moedor de lixo 300 a 600VA

Secador de roupa 4000 a 6000W

Secador de cabelos 500 a 1200W

Televisor

- portátil 75 a 100W

- tipo Console 150 a 350W

Torradeira 500 a 1200W

Torneira 2500 a 3200W

Ventilador

- portátil 60 a 90W

- de pé 250VA

Tabela 5.6 – Potências Nominais dos Principais Tipos de Lâmpadas


TIPO DE LÂMPADA POTÊNCIAS NORMAIS TÍPICAS [W]

Incandescente 15 - 25 - 40 - 60 - 75 - 100 - 150 - 200 - 300 - 500 - 1000 - 1500

Fluorescente 15 - 20 - 30 - 40 - 65 - 100 - 110 - 125 - 135

Vapor de mercúrio 80 - 125 - 250 - 400 - 700 - 1000 - 2000

Vapor Metálico 375 - 1000 – 2000

Sódio Baixa Pressão 35 - 90 - 135 - 180

Sódio Alta Pressão 250 - 400 - 1000

Halógenas 500 - 1000 - 1500 - 2000

Mistas 160 - 250 - 500

62
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.7 – Fatores de Demanda de Iluminação e Tomadas
DESCRIÇÃO FATOR DE DEMANDA [%]
Auditórios, salões para exposições e
100
semelhantes.
Bancos, lojas e semelhantes. 100
Barbearias, salões de beleza e semelhantes. 100
Clubes e semelhantes. 100
100 para os primeiros kVA
Escolas e semelhantes.
50 para o que exceder de 12kVA.
100 para os primeiros 20kVA
Escritórios (edifícios de)
70 para o que exceder de 20kVA
Garagens comerciais e semelhantes. 100
40 para os primeiros 50kVA
Hospitais e semelhantes.
20 para o que exceder de 50kVA
Hotéis e semelhantes. 100
Igrejas e semelhantes. 100
100 para os primeiros 10kVA
Edifícios de apartamentos residenciais 35 para os seguintes 110kVA
25 para o que exceder de 120kVA
Restaurantes e semelhantes. 100

63
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.8
Fator de Demanda [%] Fator de Demanda [%]
Número de Com Com potencial Número de Com potencial
Com potencial
Aparelhos potencial de superior a Aparelhos superior a
de até 35kW
até 35kW 35kW 35kW
1 80 80 16 39 26
2 75 65 17 38 28
3 70 55 18 37 28
4 66 0 19 36 28
5 67 45 20 35 28
6 59 43 21 34 26
7 56 40 22 33 26
8 53 36 23 32 26
9 51 35 24 31 26
10 49 34 25 30 26
11 47 32 26 a 30 30 24
12 45 32 31 a 40 30 22
13 43 32 41 a 50 30 20
14 41 32 51 a 60 30 18
15 40 32 61 ou mais 30 16
NOTA: Os fatores devem ser aplicados para cada tipo de aparelho separadamente.

3.4.1. Eventuais Aumentos da Potência Instalada

É provável que nos primeiros anos de funcionamento de uma instalação, se


verifiquem aumentos na carga instalada, por mais bem projetada que seja a
instalação na partida. Em geral este aspecto se verifica em 90% dos casos.

Portanto, será interessante que o projetista conheça a fundo o caso de que está
tratando e deverá prever um aumento de 5% a 15%.

64
Informações Técnicas DT-11

3.4.2. Conveniência da Subdivisão em mais Unidades

Este aspecto foi comentado anteriormente no capítulo relativo à operação em


paralelo. São dois os aspectos a serem levados em consideração neste momento:
operação em paralelo (econômico) e eventuais danos nos transformadores ou
manutenção.

O primeiro traz benefícios, diminuindo as perdas totais, e o segundo alerta ao fato de


que poder operar à carga reduzida, mesmo com a parada de uma unidade.

No caso do dano, ter aplicado o critério econômico que aconselha a aquisição de uma
única máquina de potência adequada, pode ser a causa de um problema de grandeza
diretamente proporcional ao valor da produção, uma vez que, vindo a faltar a fonte de
energia, se impõe um período mais ou menos longo de completa parada de uma
instalação.

Não obstante o custo inicial de aquisição ser maior, quando a potência necessária
ultrapassa os 150kVA, a subdivisão em maior número de máquinas oferece a
possibilidade de criar uma instalação articulada e flexível, apta a adequar-se a cada
situação e permitir o máximo e racional aproveitamento dos transformadores, com o
mínimo dano.

3.4.3. Potência Nominal Normalizada

Voltamos a tocar no assunto porque é de vital importância no dimensionamento da


instalação. Todos sabem quanto demora a aquisição de um equipamento.

Se o transformador idealizado não tiver um valor de potência normalizado, o tempo


necessário para a confecção da oferta, projeto e execução será maior,
consequentemente o prazo para entrada em funcionamento da planta se estenderá,
mantendo mais longe o início do retorno de capital. A mesma dificuldade será sentida
em caso de se necessitar reposição de uma unidade.

65
Informações Técnicas DT-11
3.5. DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR

a) Potência
b) Tensões Primárias e derivações
c) Tensão Secundária
d) Freqüência
e) Normas aplicáveis
f) Acessórios
g) Valores de impedância, corrente de excitação e perdas
h) Qualquer outra característica importante: dimensões especiais por exemplo.

3.6. SOFTWARE PARA CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE


TRANSFORMADORES

3.6.1. Processo 1

66
Informações Técnicas DT-11

67
Informações Técnicas DT-11

68
Informações Técnicas DT-11
Exemplo: Uma empresa que fabrica máquinas e aparelhos industriais. O valor típico
de Fator de Demanda (FD), para esta empresa é 0,59%. O valor mínimo exigido no
Brasil para Fator de Potência (FP) é de 0,92%.

69
Informações Técnicas DT-11

3.6.2. Processo 2

70
Informações Técnicas DT-11

71
Informações Técnicas DT-11

72
Informações Técnicas DT-11

4. CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO

4.1. PERDAS

Em condições normais de funcionamento e altitude de instalação até 1000m, é


considerado que a temperatura ambiente não ultrapasse os 40oC a média diária não
seja superior aos 30oC. Para estas condições, os limites de elevação de temperatura
previstos em normas são:

§ média dos enrolamentos: 55oC ou 65 (com conservador);


§ do ponto mais quente dos enrolamentos: 65oC ou 80ºC (com conservador);
§ do óleo (próximo à superfície): 50oC (selados),
55oC ou 65ºC (com conservador)

4.1.1. Perdas no Material dos Enrolamentos (Perdas em Carga ou Perdas no Cobre)

a) perdas na resistência ôhmica dos enrolamentos: são perdas que surgem pela
passagem de uma corrente (I) por um condutor de determinada resistência (R);
estas perdas são representadas pela expressão I2R e dependem da carga
aplicada ao transformador;

b) perdas parasitas no condutor dos enrolamentos: são perdas produzidas pelas


correntes parasitas induzidas, nos condutores das bobinas, pelo fluxo de
dispersão; são perdas que dependem da corrente (carga), do carregamento
elétrico e da geometria dos condutores das bobinas;

c) perdas parasitas nas ferragens da parte ativa e tanque.

73
Informações Técnicas DT-11

4.1.2. Perdas no Ferro do Núcleo Magnético (Perdas em Vazio)

a) perdas por histerese: são perdas provocadas pela propriedade das substâncias
ferromagnéticas de apresentarem um atraso entre a indução magnética (B) e o
campo magnético (H); o fenômeno da histerese é análogo ao da inércia
mecânica;

b) perdas por correntes parasitas: assim como no caso das perdas parasitas no
material condutor dos enrolamentos, o fluxo indutor variável induz no ferro
forças eletromotrizes que por sua vez farão circular as correntes parasitas em
circuitos elétricos fechados; estas são proporcionais ao quadrado da indução.

Como vimos, as perdas se apresentam principalmente no núcleo e nos enrolamentos


e são expressas em watts.

Existem perdas originárias de indução nas ferragens e no tanque; e outras de origens


aleatórias nem sempre de perfeita definição, que porém comparadas as descritas nos
itens 3.1.1 e 3.1.2 deste capítulo, podem ser desprezadas. Quando da realização de
ensaio para determinação das perdas, estas aleatórias são detectadas juntamente
com as principais.

Além da elevação de temperatura, a ABNT também estabelece as perdas máximas


para transformadores de distribuição imersos em óleo, em função da potência, do
número de fases e da tensão do primário.

Transformadores com características elétricas idênticas podem ser construídos com


diferentes valores de perdas desde que respeitado os limites de elevação de
temperatura. Para isto é necessário à adequação da quantidade de radiadores, o que
influi diretamente nas dimensões externas do transformador.

Reproduzimos a seguir as tabelas da ABNT encontradas na NBR 5440, onde consta o


valor das perdas acima descritas.

74
Informações Técnicas DT-11

Tabela 3.1 – Valores Garantidos de Perdas, Correntes de Excitação e Tensões de


Curto-Circuito em Transformadores Trifásicos de Tensão Máxima do Equipamento de
15kV
Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão de curto-
o
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [W] circuito a 75 C [%]
1 2 3 4 5
15 4,8 100 440
30 4,1 170 740
45 3,7 220 1000
3,5
75 3,1 330 1470
112.5 2,8 440 1990
150 2,6 540 2450
225 2,3 765 3465 4,5
300 2,2 950 4310

Tabela 3.2 - Valores Garantidos de Perdas, Correntes de Excitação e Tensões de


Curto-Circuito em Transformadores Trifásicos de Tensões Máximas do Equipamento
de 24,2kV e 36,2kV
Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão de curto-
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [W] circuito a 75oC [%]
1 2 3 4 5
15 5,7 110 500
30 4,8 180 825
45 4,3 250 1120
4,0
75 3,6 360 1635
112,5 3,2 490 2215
150 3,0 610 2755

225 2,7 820 3730


5,0
300 2,5 1020 4620

75
Informações Técnicas DT-11

Tabela 3.3 - Valores Garantidos de Perdas, Correntes de Excitação e Tensões de


Curto-Circuito em Transformadores Monofásicos com Tensão Máxima de 15kV
Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão curto-
o
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [W] circuito a 75 C [%]
1 2 3 4 5
3 4,9 40 115
5 4,0 50 160
10 3,3 60 260
15 3,0 85 355
25 2,7 120 520 2,5
37,5 2,4 160 700
50 2,2 190 830
75 2,0 230 1160
100 1,9 280 1500

Tabela 3.4 - Valores Garantidos de Perdas, Correntes de Excitação e Tensões de


Curto-Circuito em Transformadores Monofásicos com Tensões Máximas de 24,2kV e
36,2kV
Perdas em
Potência Corrente de excitação Perdas totais Tensão curto-
vazio
(kVA) máxima [%] máxima [W] circuito a 75oC [%]
máxima [W]
1 2 3 4 5
3 5,7 40 115
5 4,8 50 170
10 4,0 70 285 2,5
15 3,6 90 395 (para 24,2kV)
25 3,1 130 580
37,5 2,9 170 775 3,0
50 2,7 220 975 (para 36,2kV)
75 2,1 250 1260
100 1,5 300 1550

4.2. RENDIMENTO

“Relação, geralmente expressa em porcentagem, entre a potência ativa fornecida e a


potência ativa recebida por um transformador.” Esta é a definição dada ao rendimento
pela norma NBR 5356. É dada pela expressão

76
Informações Técnicas DT-11

P
η= ⋅100 [%]
P + Pt
onde:
η = rendimento do transformador em %
Pt = perdas totais, em kW
P= potência fornecida pelo transformador em kW.

O rendimento de determinado transformador não é fixo ao longo do seu ciclo de


operação, pois depende do fator de potência e da relação entre a potência fornecida e
a potência nominal.

Esta última relação é conhecida como fator de carga. Usa-se então, para o cálculo do
rendimento:

 Po + b 2 ⋅ Pc 
η = 1 −  ⋅ 100 [%]

 b ⋅ S n ⋅ cos Ø + Po + b ⋅ Pc 
2

onde:
P
b = fator de carga =
Pn
Sn = potência nominal em kVA.
Po = perdas no ferro do núcleo magnético em kW.
Pc = perdas no material dos enrolamentos em kW (perdas de carga)
cos Ø = fator de potência da carga

O rendimento máximo de um transformador ocorre quando as perdas no material dos


enrolamentos e as perdas no ferro forem iguais.

Se quisermos saber qual a carga que deve ser aplicada a um transformador para que
este opere com rendimento máximo, devemos fazer:

77
Informações Técnicas DT-11

Po
b=
Pc
e
S = b ⋅ Sn

Tabela 3.5
Transformadores trifásicos – Rendimentos
Potência [kVA] 15 30 45 75 112.5 150 225 300 500

15kV 97,02 97,49 97,74 98,00 98,19 98,32 98,42 98,52 98,32

24,2kV 96,64 97,21 97,48 97,78 97,99 98,12 98,30 98,42 97,80

36,2kV 96,64 97,21 97,48 97,78 97,99 98,12 98,30 98,42 97,30

Transformadores monofásicos – Rendimentos


Potência [kVA] 5 10 15 25 37.5 50 75 100
15kV 96,15 97,37 97,59 97,88 98,09 98,30 98.42 98,47
24,2kV 96,52 97,08 97,33 97,65 97,88 98,01 98,29 98,42
36,2kV 96,52 97,08 97,33 97,65 97,88 98,01 98,29 98.42

4.3. REGULAÇÃO

Na linguagem prática a queda de tensão industrial ∆V, referida à corrente de plena


carga, é chamada de regulação, sendo expressa em porcentagem da tensão
secundária nominal e é dada pela expressão:
  E ⋅ cos Ø − E R ⋅ sen Ø  
2

R% = a ⋅  E R ⋅ cos Ø + E x ⋅ sen Ø +  X  
  200  

sendo:
a = fator de carga
ER = componente resistiva da impedância em %
Ex= componente reativa da impedância em %
cos Ø = fator de potência da carga do transformador

sen Ø = 1 − cos 2 Ø

Exemplo: Cálculo de rendimento e regulação, com os seguintes dados: Potência


nominal = 300kVA; Perda a vazio = 1120W; Perda total = 4480W; Impedância = 4,5%

78
Informações Técnicas DT-11

Tabela 3.6
CosØ Carga % Rend % Regul %
0,8 25 97,83 0,8876
0,8 50 98,39 1,775
0,8 75 98,35 2,662
0,8 100 98,16 3,550
0,9 25 98,06 0,7416
0,9 50 98,56 1,483
0,9 75 98,53 2,225
0,9 100 98,36 2,966
1,0 25 98,25 0,3037
1,0 50 98,71 0,6074
1,0 75 98,67 0,9112
1,0 100 98,52 1,214

4.4. CAPACIDADE DE SOBRECARGA

Como dissemos anteriormente, é a elevação de temperatura que limita a potência a


ser fornecida por um transformador. O aquecimento em excesso, contribui para o
envelhecimento precoce do isolamento, diminuindo a vida útil do transformador que
teoricamente é de 65.000 horas de operação contínua com o ponto mais quente do
enrolamento a 105oC.

A temperatura ambiente é um fator importante na determinação da capacidade de


carga dos transformadores, uma vez que a elevação de temperatura para qualquer
carga, deve ser acrescida a temperatura ambiente para se determinar a temperatura
de operação.

Os transformadores normalmente operam num ciclo de carga que se repete a cada 24


horas. Este ciclo de carga, pode ser constante, ou pode ter um ou mais picos durante
o período.

Para se usar as recomendações de carregamento da NBR 5416/97, mostradas nas


tabelas 3.7, 3.8, 3.9 e 3.10, o ciclo de carga real precisa ser convertido para um ciclo

79
Informações Técnicas DT-11
de carga retangular simples, mas termicamente equivalente. A carga permissível,
obtida das tabelas acima citadas, são funções da carga inicial, da ponta de carga e da
sua duração. Cada combinação de cargas nas tabelas deve ser considerada como
um ciclo retangular de carga, constituído de uma carga inicial, essencialmente
constante de 50, 70, 90 ou 100% da capacidade nominal, seguida de uma ponta de
carga retangular de grandeza e duração dadas.

Não há um critério único para a avaliação do fim da vida do transformador. Entretanto


é possível fazer-se uma avaliação da velocidade do envelhecimento adicional a que
está sendo submetido o equipamento, comparando a perda de vida com uma taxa de
perda de vida média de referência.

Calcula-se a perda de vida, ao longo de um período de tempo ∆t (horas), em que a


temperatura do ponto mais quente do enrolamento (θe) permanece constante, pela
equação:

 B 
−  + A 
 273 +θ e
PV % = 10 
× 100 ⋅ ∆t
onde:
A é igual a –14,133 (transformador de 55oC)
A é igual a –13,391 (transformador de 65 oC)
B é igual a 6972,15
PV é a perda de vida
∆t é o intervalo de tempo genérico
θe é a de temperatura do ponto mais quente do enrolamento

Normalmente, os transformadores devem operar, segundo ciclos de carga que não


propiciem perdas de vida adicionais, mas nos casos extremos de operação, onde esta
perda de vida se torna necessária, deve-se impor um valor máximo de perda de vida
adicional.

A Tabela 3.8 mostra a carga admissível, após um carregamento contínuo de 70%,


com temperatura ambiente a 30oC, é de 133% durante uma hora, sem que sejam
ultrapassados os valores-limite de temperatura prescritos na norma NBR 5416.

80
Informações Técnicas DT-11

Deve-se evitar operar o transformador com temperaturas do ponto mais quente do


enrolamento superiores a 140oC, devido a provável formação de gases na isolação
sólida e no óleo, que poderiam representar um risco para a integridade da rigidez
dielétrica do equipamento.

Nesta norma, também são admitidas cargas programadas de até 1,5 vezes a corrente
nominal, para as quais, segundo a NBR 5416, não devem existir quaisquer outras
limitações além das capacidades térmicas dos enrolamentos e do sistema de
refrigeração.

81
Informações Técnicas DT-11
Tabela 3.7 - Carregamento de Transformadores de 55oc – Onan Carga Inicial = 50%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 36 84
15 150 41 89
20 150 46 94
0,5 25 150 51 99
30 144 56 104
35 150 61 105
40 135 65 105
10 150 44 92
15 150 49 97
20 150 54 102
1,0 25 148 58 105
30 141 62 105
35 133 65 105
40 126 69 105
10 150 56 104
15 146 59 105
20 140 62 105
2,0 25 134 65 105
30 128 68 105
35 121 71 105
40 115 74 105
10 139 63 105
15 133 65 105
20 128 68 105
4,0 25 123 70 105
30 118 73 105
35 112 75 105
40 106 78 105
10 131 66 105
15 127 69 105
20 122 71 105
8,0 25 117 73 105
30 112 75 105
35 107 77 105
40 101 79 105
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do ponto mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

82
Informações Técnicas DT-11
Tabela 3.8 - Carregamento de Transformadores de 55oc - Onan
Carga Inicial = 70%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 43 90
15 150 48 95
20 150 53 100
0,5 25 150 58 105
30 142 62 105
35 133 66 105
40 124 70 105
10 150 49 97
15 150 54 102
20 148 59 105
1,0 25 140 62 105
30 133 66 105
35 125 69 105
40 117 73 105
10 148 59 105
15 142 61 105
20 136 64 105
2,0 25 130 67 105
30 123 70 105
35 117 73 105
40 110 76 105
10 137 64 105
15 132 66 105
20 127 69 105
4,0 25 121 71 105
30 116 74 105
35 110 76 105
40 104 78 105
10 131 66 105
15 126 68 105
20 121 71 104
8,0 25 117 73 105
30 111 75 105
35 106 77 105
40 101 80 105
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do ponto mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

Tabela 3.9 - Carregamento de Transformadores de 55oc - Onan

83
Informações Técnicas DT-11
Carga Inicial = 90%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 50 98
15 150 55 103
20 145 60 105
0,5 25 137 64 105
30 128 68 105
35 119 72 105
40 109 76 105 X
10 150 56 103
15 145 59 105
20 138 63 105
1,0 25 131 67 105
30 123 70 105
35 115 74 105
40 107 78 105 X
10 143 61 105
15 137 64 105
20 130 67 105
2,0 25 124 70 105
30 118 73 105
35 111 76 105
40 104 79 105 X
10 135 65 105
15 130 67 105
20 124 69 105
4,0 25 119 72 105
30 113 74 105
35 108 77 105 X
40 102 80 105 X
10 131 67 105
15 126 69 105
20 121 71 105
8,0 25 116 73 105
30 111 75 105 X
35 106 78 105 X
40 100 80 105 X
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do ponto mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

84
Informações Técnicas DT-11
Tabela 3.10 - Carregamento de Transformadores de 55oc - Onan
Carga Inicial = 100%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 55 102
15 146 59 105
20 138 63 105
0,5 25 129 68 105
30 120 72 105 X
35 111 76 105 X
40 101 80 105 X
10 147 59 105
15 140 62 105
20 133 66 105
1,0 25 125 69 105
30 117 73 105 X
35 109 76 105 X
40 100 80 105 X
10 140 63 105
15 134 66 105
20 127 68 105
2,0 25 121 71 105
30 114 74 105 X
35 107 77 105 X
40 100 80 105 X
10 134 66 105
15 128 68 105
20 123 70 105
4,0 25 118 73 105
30 112 75 105 X
35 106 78 105 X
40 100 80 105 X
10 130 67 105
15 126 69 105
20 121 71 105 X
8,0 25 116 74 105 X
30 111 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
10 129 67 105 X
15 125 69 104 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do ponto mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

85
Informações Técnicas DT-11

5. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

Veremos agora as características construtivas do transformador a óleo, pois no item


relativo ao funcionamento do transformador não nos preocupamos em detalhar a
forma construtiva, uma vez que lá o objetivo era de esclarecer o fenômeno elétrico
envolvido na transformação.

Face às características particulares, abordaremos um capítulo específico para


transformadores a seco (capítulo 7), onde serão abordados detalhes, tais como:
história, características construtivas, vantagens, aplicações, etc.

5.1. PARTE ATIVA

Chamamos de parte ativa do transformador, ao conjunto formado pelos enrolamentos,


primário, o secundário, terciário e pelo núcleo, com seus dispositivos de prensagem e
calços. A parte ativa deve constituir um conjunto mecanicamente rígido, capaz de
suportar condições adversas de funcionamento. Na Figura 5.1 vê-se: a parte ativa de
um transformador de distribuição com núcleo empilhado e um com núcleo enrolado; e
a parte ativa de um transformador de força.

a) Transformador de distribuição com núcleo empilhado

86
Informações Técnicas DT-11

b) Transformador de distribuição com núcleo enrolado

c) Transformador de força
Figura 5.1

87
Informações Técnicas DT-11

5.1.1. Núcleo

O núcleo é constituído por um material ferromagnético, que contém em sua


composição o silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização
e perdas.

Porém, este material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético


alternado, dá condições de surgimento de correntes parasitas. Para minimizar este
problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é construído pelo
empilhamento de chapas finas, isoladas com Carlite.

Presta-se especial atenção para que as peças metálicas da prensagem sejam


isoladas do núcleo e entre si para evitar as correntes parasitas, que aumentariam
sensivelmente as perdas em vazio.

Estas chapas de aço durante a sua fabricação na usina, recebem um tratamento


especial com a finalidade de orientar seus grãos. É este processo que torna o material
adequado à utilização em transformadores, devido à diminuição de perdas
específicas.

É também com a finalidade de diminuir as perdas, que nestas chapas são feitos
cortes a 45o nas junções entre as culatras e os pilares (Figura 5.2 (a)).

Os tipos de chapas de aço silício mais utilizadas são: M4 da Acesita; M0H e


equivalentes; 023ZDKH-90 e equivalentes.

88
Informações Técnicas DT-11

a) Núcleo empilhado

b) Núcleo enrolado
Figura 5.2

5.1.2. Enrolamento

Os enrolamentos, primários e secundários, são constituídos de fios de cobre ou


alumínio isolados com esmalte ou papel, de seção retangular (Figura 5.4 (c)) ou
circular.

O secundário, ou, dependendo do caso, BT, geralmente constitui um conjunto único


para cada fase (Figura 5.3), ao passo que o primário pode ser uma bobina única
(Figura 5.4) ou fracionada em bobinas menores, que chamamos de panquecas (para
transformadores de distribuição apenas).

89
Informações Técnicas DT-11

(a) Transformador de distribuição (b) Transformador de força

Figura 5.3 – Bobinas de Baixa Tensão

(a) Transformador de distribuição (b) Transformador de força

90
Informações Técnicas DT-11

(c) Transformador de distribuição


com núcleo enrolado (BT+AT)

Figura 5.4 – Bobinas de Alta Tensão

Os enrolamentos são dispostos concentricamente, com o secundário ocupando a


parte interna e consequentemente o primário a parte externa, por motivo de
isolamento e econômicos, uma vez que é mais fácil de “puxar” as derivações do
enrolamento externo.

Chamamos de derivação, aos pontos, localizados no enrolamento primário,


conectados ao comutador (vide item 5.1.4).

Tipos de bobinas:

§ Barril, qualquer potência, limitada pela seção dos condutores;


§ Camada, qualquer potência, limitada pela seção dos condutores;
§ Panqueca, até 3,5MVA;
§ Disco, acima de 1MVA;
§ Hélice, acima de 1MVA;
§ Hobbart, acima de 1MVA;
§ Hélice múltipla, enrolamentos de regulação.

91
Informações Técnicas DT-11

5.1.3. Dispositivos de Prensagem, Calços e Isolamento

Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilizem


dispositivos de prensagem das chapas. São vigas dispostas horizontalmente, fixadas
por tirantes horizontais e verticais.

Devem ainda estar projetadas para suportar o comutador, os pés de apoio da parte
ativa, suporte das derivações e ainda o dispositivo de fixação da parte ativa do
tanque. Os calços são usados em vários pontos da parte ativa e tem várias
finalidades. Servem para constituir as vias de circulação de óleo, para impedir que os
enrolamentos se movam, como apoio da parte ativa (neste caso chamado pé), e
outras. Os materiais dos calços são vários e dentre eles podemos destacar o papelão
(Presspan), o fenolite, a madeira e a madeira laminada.

O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a diferença de


potencial seja expressiva, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos, entre
primário e secundário, entre fases e entre enrolamentos e massa.

Os materiais são diversos e devem atender às exigências de rigidez dielétrica e


temperatura de operação (classe A-105oC ou E-120ºC). No caso dos condutores,
estes podem estar isolados em papel kraft neutro temoestabilizado ou esmalte; este
último, na WEG, é de classe H (180 oC).

5.1.4. Comutador de Derivações

Sua finalidade foi exposta no item relativo às tensões normalizadas.

5.1.4.1. Tipo painel

O painel é instalado imerso em óleo isolante e localizado acima das ferragens


superiores de aperto do núcleo, num ângulo que varia de 20 o a 30 o, para evitar
depósitos de impurezas em sua superfície superior.

92
Informações Técnicas DT-11

A Figura 5.5 mostra um comutador tipo painel de posições. Consta de chapa de


fenolite a qual recebe dentro de determinada disposição, os terminais dos
enrolamentos.

Os parafusos que recebem estes terminais estão isolados desta chapa do painel por
meio de buchas de porcelana ou epóxi para garantir boa isolação entre eles.

A conexão entre os parafusos é feita por pontes de ligação de formato adequado a


fácil troca de posição e perfeito contato com o aperto das porcas.

Só se usa comutador tipo painel para casos em que se tenha 8 ou mais derivações ou
no caso de religáveis.

Figura 5.5

5.1.4.2. Comutador acionado à vazio

Este tipo de comutador tem como principal vantagem a facilidade de operação, sendo
sua manobra feita internamente por meio de uma manopla situada acima do nível do
óleo, ou feita externamente. O acionamento externo é usado obrigatoriamente quando
o transformador possui conservador de óleo, ou ainda quando o mesmo possui
potência maior que 300kVA.

93
Informações Técnicas DT-11
Os tipos de comutadores acionados a vazio utilizados são:

a) comutado linear 30A: com número de posições inferior ou igual a 7; há tanto


com acionamentos externo quanto interno, simples ou duplo; usado até
500kVA (Figura 5.6);

b) comutador linear 75A, 200A ou 300A: com as mesmas características do


anterior, sendo que este é usado de 750kVA até 4000kVA (Figura 5.7);

c) comutador linear 300A: número de posições até 13; acionamento externo;


usado para potências superiores a 3MVA; este comutador possui grande
flexibilidade; admite até 3 colunas, com até 4 grupos de contato por colunas;

d) comutador rotativo: até 7 posições, com acionamento externo para tensões até
classe 145kW e corrente até 1200A, normalmente 200, 300, 400, 800 e 1200A
(Figura 5.8);

e) comutadores lineares especiais: construídos com até 13 posições, e para


qualquer classe de tensão e corrente até 2500A; podem vir com contatos para
bloqueio de operação intervinda.

Todos os comutadores mencionados são para acionamento sem tensão e sem carga.

Figura 5.6

94
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.7

Figura 5.8

5.1.4.3. Comutador sob carga

Os fabricantes nacionais de comutadores sob carga são: MR do Brasil (Figura 5.9) e


ABB (Figura 5.10).

O comutador sob carga é composto de alguns sistemas de proteção próprios. Possui


pontos básicos de funcionamento para conexão externa: alimentação do motor de
rotação, pontos de conexão para comando elevar-baixar (ligados as bobinas dos
contatores das chave de partida reversora), ponto de retenção e ponto de conexão
para comando externo.

95
Informações Técnicas DT-11
O motor ligado ao eixo do comutador é acionado por chave reversora. Os pontos de
retenção da tensão de alimentação também dever ser alimentados, fase-fase ou fase-
neutro conforme especificado pelo cliente. Os pontos elevar-baixar são acionados por
comando externo e dão partida à chave reversora. Com este mecanismo fazemos o
giro do eixo do comutador e conseqüentemente do mecanismo de fechamento dos
contatos.

Muitas vezes, os sistemas dos clientes exigem controle remoto da posição em que se
encontra o comutador. Existem três tipos de disco potenciométrico que normalmente
são utilizados para fazer o paralelismo entre transformadores e medição de posição: o
denominado par-ímpar, o de posição e o potenciométrico. Todos possuem diferentes
representações diagramáticas, devem ser especificados no pedido do comutador para
compra e sua utilização deve ser definida por quem especifica o comutador.

O acionamento motorizado do comutador pode fazer comutações independentes de


circuitos externos, para isto basta alimentá-lo corretamente. Neste caso, a comutação
elétrica é feita apenas manualmente nos botões de comando do próprio acionamento
(ou manual na manivela, não possibilitando qualquer outro tipo de acionamento).

Figura 59 Figura 5.10

5.2. BUCHAS

96
Informações Técnicas DT-11
São os dispositivos que permitem a passagem dos condutores dos enrolamentos ao
meio externo. São constituídos basicamente por:

§ corpo isolante: de porcelana vitrificada;


§ condutor passante: de cobre eletrolítico ou latão;
§ terminal: de latão ou bronze;
§ vedação: de borracha e papelão hidráulico.

As formas e dimensões variam com a tensão e a corrente de operação, e para os


transformadores desta especificação subdividem-se em:

a) Buchas ABNT: conforme NBR 5034


§ Buchas de alta tensão, classe 15, 24.2 e 36,2kV e todas com capacidade de
160A (Figura 5.14).
§ Buchas de baixa tensão com tensão nominal 1,3kV e correntes nominais de
160, 400, 800, 2000, 3150 e 5000A (Figuras 5.11 e 5.12).

b) Buchas DIN
§ Para a alta tensão nas classes de 15, 24.2 e 36,2kV e correntes nominais de
250, 630, 1000, 2000 e 3150A (Figuras 5.13 e 5.15).

c) Buchas condensivas
§ São usadas apenas em transformadores com potência superior a 2500kVA e
tensões maiores que 36,2kV, sendo encontradas apenas nas correntes de 800
a 1250A. Para correntes maiores, só existem importadas. No Brasil se fabrica
buchas até a classe 245kV, para tensões maiores, somente importadas. Estas
buchas são muito mais caras que as de cerâmica, tanto DIN quanto ABNT.
(Figura 5.16)

97
Informações Técnicas DT-11
d) Buchas especiais
§ Existem buchas para correntes até 24000A na classe 36,2kV, mas só
importadas.

e) Buchas poliméricas
§ A porcelana é substituída por um isolante polimérico. A vantagem desse tipo de
bucha é que elas são mais resistentes a quebras ou vandalismos.
Normalmente são utilizados em transformadores subterrâneos.

Figura 5.11 Figura 5.12

98
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.13 Figura 5.14

Figura 5.15 Figura 5.16

99
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.17- Buchas ABNT e DIN

As tabelas mostram as buchas usadas em transformadores de distribuição.

Tabela 5.1 – Corrente Nominal [A] das Buchas de Baixa Tensão para
Transformadores Monofásicos (Conforme NBR 5440)
POTÊNCIA NOMINAL MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA [V]
DO TRANSFORMADOR
127 220 ou 230 240 254 440
[kVA]
3 a 15 160 160 160 160 160
25 400 160 160 160 160
37,5 400 400 400 400 160
50 800 400 400 400 160
75 800 800 400 400 400
100 800 800 800 800 400

Nota: A tensão nominal das buchas de baixa tensão será conforme estabelecido na NBR 5437 (1,3kV).

100
Informações Técnicas DT-11

Tabela 5.2 – Corrente Nominal [A] das Buchas de Alta Tensão para Transformadores
Trifásicos (Conforme NBR 5440)
POTÊNCIA NOMINAL DO MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA [V]
TRANSFORMADOR [kVA] 220 380
15 a 45 160 160
75 400 160
112,5 400 400
150 800 400
225 800 800
300 800 800
Nota: A tensão nominal das buchas de baixa tensão será conforme estabelecido na NBR 5437
(1,3kV).

5.3. TANQUE

Destinado a servir de invólucro da parte ativa e de recipiente do líquido isolante,


subdivide-se em três partes: lateral, fundo e tampa.

Neste invólucro encontramos os suportes para poste (até 225kVA), suportes de roda
(normalmente para potências maiores que 300kVA), olhais de suspensão, sistema de
fechamento da tampa, janela de inspeção, dispositivos de drenagem e amostragem
do líquido isolante, conector de aterramento, furos de passagem das buchas,
radiadores, visor de nível de óleo e placa de identificação.

O tanque e a respectiva tampa devem ser de chapas de aço, laminadas a quente,


conforme NBR 6650 e NBR 6663.

As espessuras das chapas para transformadores de distribuição estão na Tabela 5.3.


Para transformadores maiores não há normalização, cada fabricante escolhe as
chapas conforme a especificação do projeto mecânico.

101
Informações Técnicas DT-11

Tabela 5.3 - Espessura Mínima da Chapa de Aço (Conforme NBR 5440)


POTÊNCIA DO ESPESSURA [mm]
TRANSFORMADOR [kVA] Tampa Corpo Fundo

P•10 1,90 1,90 1,90

10<P•225 2,65 2,65 3,00

150<P•300 3,00 3,00 4,75


NOTA: As espessuras estão sujeitas às tolerâncias da NBR 6650

Com referência aos tipos construtivos, os transformadores podem ser: selados e com
conservador de óleo.

5.3.1. Selados

Transformadores cujo tanque assegura a separação total entre os ambientes interno e


externo. O tanque, neste caso, mantém-se parcialmente cheio de óleo, (Figura 5.18)
sendo necessário o “colchão” de ar para expansão do óleo quando do seu
aquecimento.

Figura 5.18

102
Informações Técnicas DT-11

5.3.2. Com Conservador de Óleo

Os transformadores que tem o tanque totalmente cheio de óleo, possuem o


conservador a fim de permitir a expansão deste quando do seu aquecimento (Figuras
5.19 e 5.20). Usa-se o conservador de óleo a partir de 750kVA.

Figura 5.19 Figura 5.20

5.3.3. Transformadores Flangeados

Os transformadores selados e com conservador de óleo poderão ser providos de


flanges nos terminais de alta e/ou baixa tensão caso se necessite de proteção ou
acoplamento a painéis, cubículos e outros transformadores etc.

Na Figura 5.21 vemos transformadores selado com flanges para acoplamento; e na


Figura 5.22 vemos transformadores com conservador de óleo com flanges para
acoplamento.

103
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.21 Figura 5.22

5.4. RADIADORES

Todo o calor gerado na parte ativa se propaga através do óleo e é dissipado no


tanque (tampa e sua lateral). As elevações de temperatura do óleo e do enrolamento
são normalizadas e devem ser limitadas para evitar a deterioração do isolamento de
papel e do óleo. Dependendo da potência do transformador, ou melhor, de suas
perdas, a área da superfície externa poderá ser insuficiente para dissipar este calor e
é então necessário aumentar a área de dissipação. Para tal usam-se radiadores que
poderão ser de elementos ou tubos. (Figura 5.23 e 5.24)

Figura 5.23

104
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.24

5.5. TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA

O tanque, inclusive radiadores, após a sua fabricação, é submetido a um tratamento


de jato de granalha de aço até o metal quase branco em instalações automáticas e
manuais.

Concluindo este tratamento, imediatamente após, as peças são pintadas com tinta
primer, recebendo em seguida duas demãos de esmalte sintético de acabamento,
resistente ao tempo, em cor cinza claro.

5.6. LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO

Os transformadores de distribuição, com tensão acima de 1,2kV, são construídos de


maneira a trabalharem imersos em óleos isolantes.

Os óleos isolantes possuem dupla finalidade: garantir isolação entre os componentes


do transformador e dissipar para o exterior o calor gerado nos enrolamentos e no
núcleo.

Para que o óleo possa cumprir satisfatoriamente as duas condições acima, deve ser
perfeitamente livre de umidade e outras impurezas para garantir seu alto poder
dielétrico.

105
Informações Técnicas DT-11
Os óleos mais utilizados em transformadores são os minerais, que são obtidos da
refinação do petróleo. Sendo que o de base paranífica (tipo B) e o de base naftênica
(tipo A) sãos usados em equipamentos com tensão igual ou inferior a 145kV.

Existem também, fluídos isolantes à base de silicone, recomendados para áreas de


alto grau de segurança. Ao contrário dos óleos minerais, este tipo de fluido possui
baixa inflamabilidade, reduzindo sensivelmente uma eventual programação de
incêndio. É usado também o óleo Rtemp que é um óleo mineral de alto ponto de
fulgor com características semelhantes ao silicone.

A utilização do óleo vegetal envirotemp é recente no mercado. Tem por vantagem


além de ser biodegradável possuir alto ponto de fulgor.

106
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.4 - Características do Óleo Mineral Isolante Tipo A
Valores Garantidos
Características (A) Método de Ensaio Unidade
Mínimo Máximo
o
Densidade, 20/4 C (B) NBR 7148 - 0,861 0,900
o
a 20 C 25,0
o 2
Viscosidade cinemática (C) a 40 C NBR 10441 Mm /s - 11,0
o
a 100 C 3,0
o
Ponto de fulgor (B) NBR 11341 C 140 -
o
Ponto de fluidez (B) NBR 11349 C - -39
Índice de neutralização (B) ASTM D 974 MgKOH/g - 0,03
o
Tensão interfacial a 25 C (B) (G) NBR 6234 MN/m 40 -
Cor ASTM ASTM D 1500 - - 1,0
Teor de água (B) (D) NBR 5755 Mg/kg - 35
Cloretos e Sulfatos NBR 5779 - Ausentes
Enxofre corrosivo NBR 10505 - Ausente
o
Ponto de anilina (B) NBR 11343 C 63 84
o
Índice de refração a 20 C NBR 5778 - 1,485 1,500
Rigidez dielétrica (B) (D) NBR 6869 kV 30 -
o
Fator de perdas dielétricas (D)(E)(G) ou a 100 C ASTM D 924 0,50
%
Fator de dissipação o -
a 90 C IEC 247 0,40

Teor de inibidor de oxidação DBPC/DBP ASTM D 2668 % massa - 0,08


Porcentagem de carbonos ASTM D 2140 % Anotar
Estabilidade à oxidação: (F)
MgKOH/g 0,4
. índice de neutralização
IEC 74 %massa - 0,10
. borra
o
% 20
. fator de dissipação, a 90 C(IEC247)

(A) Antes de se iniciar a inspeção, o fornecedor deve apresentar ao inspetor certificado com os valores de todas as
características do produto oferecido contidas nesta Tabela.

(B) Estes ensaios devem ser efetuados pelo fornecedor, na presença do inspetor, em amostra retirada dos tambores ou tanques
bem como os demais ensaios, se julgado necessário.

(C) O ensaio de viscosidade cinemática deve ser realizado em duas temperaturas entre as citadas.

(D) Os ensaios de teor de água e rigidez dielétrica não se aplicam a produtos transportados em navios ou caminhões-tanques,
ou estocados em tanques, em que possa ocorrer absorção de umidade. Neste caso, deve ser processado tratamento físico
adequado para que se restabeleçam os valores especificados no presente regulamento técnico.

o
(E) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de potência a 100 C pelo método ASTM D 924, ou ao
o
fator de dissipação a 90 C pelo método IEC 247. Esta especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos
por ambos os métodos.
o
(F) O ensaio do fator de dissipação a 90 C, do óleo oxidado pelo método IEC 74, é realizado conforme método IEC 247 e após a
preparação desse óleo feita de acordo com o item 10.4.1 do método de ensaio IEC 10A (Central Office) 56.

(G) Estes itens não são válidos para refinarias que, entretanto, devem entregar o produto em condições tais que, mediante
tratamento convencional de absorção com argila, por parte das distribuidoras, seja enquadrado nos valores especificados.

Nota : Os dados desta Tabela estão de acordo com a Resolução CNP 06/85 e com o Regulamento Técnico
correspondente, CNP 18/85.

107
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.5 - Características do Óleo Mineral Isolante Tipo B (Para Tensão Máxima do
Equipamento Igual ou Inferior a 145 kV).
Método Valores garantidos
Características (A) Unidade
de Ensaio Mínimo Máximo
o
Densidade 20/4 C (B) NBR 7148 - - 0,860
o
a 20 C 25,0
o 2
Viscosidade cinemática (C) a 40 C NBR 10441 mm /s - 12,0
o
a 100 C 3,0
o
Ponto de fulgor (B) NBR 11341 C 140 -
o
Ponto de fluidez (B) NBR 11349 C - -12
Índice de neutralização (B) ASTM D 974 mgKOH/g - 0,03
o
Tensão interfacial a 25 C NBR 6234 mN/m 40 -
Cor ASTM ASTM D 1500 - - 1,0
Teor de água (B) (D) NBR 5755 mg/kg - 35
Enxofre corrosivo NBR 10505 - Ausente
Enxofre total ASTM D 1552 % massa - 0,30
o
Ponto de anilina (B) NBR 11343 C 85 91
NBR 6869 30 -
Rigidez dielétrica (B) (D) kV
IEC 156 42 -
o
Índice de refração a 20 C NBR 5778 - 1,469 1,478
o
Fator de perdas dielétricas a 100 C ASTM D 924 - 0,50
o
(B) (E) (G) u a 90 C IEC 247 % - 0,40
Fator de dissipação o
a 25 C ASTM D 924 - 0,05
Teor de inibidor de oxidação DBPC/DBP AST D 2668 Não-detectável
Teor de carbonos aromáticos ASTM D 2140 % 7,0 -
Estabilidade à oxidação: (F)
mgKOH/g - 0,40
. índice de neutralização
IEC 74 % massa - 0,10
. borra
o
% - 20
. fator de dissipação a 90 C (IEC 247)

(A) Antes de se iniciar a inspeção, o fornecedor deve apresentar ao inspetor certificado com os valores de todas as características do produto
oferecido contidas nesta Tabela.

(B) Esses ensaios devem ser efetuados pelo fornecedor, na presença do inspetor, em amostra retirada dos tanques, bem como os demais ensaios,
se julgado necessário.

(C) O ensaio de viscosidade cinemática deve ser realizado em duas temperaturas entre as citadas.

(D) O ensaio de teor de água e rigidez dielétrica não se aplicam a produtos transportados em navios ou caminhões -tanques, ou estocados em
tanques, em que possa ocorrer absorção de umidade. Neste caso, deve ser processado tratamento físico adequado para que se res tabeleçam os
valores especificados no presente regulamento técnico.

o
(E) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de potência a 100 C pelo método ASTM D 294, ou ao fator de dissipação
o
a 90 C pelo método IEC 247. Esta especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos por ambos.

o
(F) O ensaio do fator de dissipação a 90 C, do óleo oxidado pelo método IEC 74, é realizado conforme método IEC 247 e após a preparação desse
óleo feita de acordo com o item 10.4.1 do método de ensaio IEC 10A (Central Office) 56.

(G) Estes itens não são válidos para refinarias que, entretanto, devem entregar o produto em condições tais que, mediante tratamento convencional
de absorção com argila, por parte das distribuidoras, seja o produto enquadrado nos valores especificados.

Nota: Os dados desta Tabela estão de acordo com a Resolução CNP 09/88, com o Regulamento Técnico correspondente, CNP 06/79, e com sua
revisão número 2, de 01 de novembro de 1988.

108
Informações Técnicas DT-11
5.7. PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA

A placa de identificação é um componente importante, pois é ela quem dá as


principais características do equipamento.

No caso de manutenção, através dos dados contidos nela, a Assistência Técnica


WEG será capaz de identificar exatamente o que contém a parte ativa, sem ter que
abrir o tanque, e no caso de ampliação da carga, em que o outro transformador é
ligado em paralelo teremos condições de construir um equipamento apto a este tipo
de operação.

O material da placa poderá ser alumínio ou aço inoxidável, a critério do cliente.

Na Figura 5.26 encontramos um exemplo de placa de identificação de um


transformador de distribuição (225kVA) e na Figura 5.25, de um transformador de
força (200MVA). As informações nela contidas são normalizadas (NBR 5356) e
representam um resumo das características do equipamento.

109
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.25

110
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.26

A placa de identificação para transformadores acima de 300kVA deve conter, no


mínimo, as seguintes informações:

§ as palavras “Transformador” ou “Autotransformador” ou “Transformador de


Reforço” ou “Transformador Regulador”;
§ nome e demais dados do fabricante;
§ número de série de fabricação;
§ ano de fabricação;
§ norma utilizada para fabricação;
§ tipo (segundo a classificação do fabricante);
§ número de fases;
§ potência nominal ou potências nominais e potências de derivação diferentes
das nominais, em kVA;
§ designação do método de resfriamento (no caso de mais de um estágio de
resfriamento, as respectivas potências devem ser indicadas);
§ diagrama de ligações, contendo todas as tensões nominais e de derivações
(com identificação das derivações), além de respectivas correntes;
§ freqüência nominal;
§ limite de elevação de temperatura dos enrolamentos;

111
Informações Técnicas DT-11
§ polaridade (para transformadores monofásicos) ou diagrama fasorial (para
transformadores polifásicos);
§ impedância de curto-circuito, em porcentagem;
§ tipo de óleo isolante e volume necessário, em litros;
§ tensões nominais do primário e do secundário;
§ massa total aproximada, em quilos;
§ níveis de isolamento;
§ número do manual de instruções, fornecido pelo fabricante, junto com o
transformador;
§ vazão, para transformadores com resfriamento à água;
§ corrente de curto-circuito máximas admissíveis, simétrica e assimétrica; e
duração máxima admissível da corrente, em segundos;
§ número da placa de identificação;
§ tipo para identificação.

Em transformadores maiores que 500kVA, ou quando o cliente exigir, a placa de


identificação deverá conter outros dados como:

§ informações sobre transformadores de corrente se os tiver;


§ dados de perdas e corrente de excitação;
§ pressão que o tanque suporta;
§ qualquer outra informação que o cliente exigir.

A placa diagramática (Figura 5.27) indica o esquema de ligações dos componentes


auxiliares do transformador. É adotado usualmente, em transformadores de força.

112
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.27

5.8. ACESSÓRIOS

Outros componentes são necessários para o perfeito funcionamento do


transformador. Na Tabela 6.6 encontramos estes componentes chamados acessórios,
em função da potência. São os acessórios que informam através de seus contatos, as
condições de operação do transformador.

113
Informações Técnicas DT-11
Tabela 5.6 – Acessórios para transformadores
Um •36,2kV Um•72,5kV

Potências Nominais [kVA] Trafo. dist.


P•1000 P<5000 P•2500
aérea P•5000 P<2500 P•5000
P>300 P>1000 P<5000
Acessórios P•300
Indicador externo de nível de óleo * * * * * *
Indicador de temperatura do enrolamento * *
Indicador de temperatura do óleo z z * * * *
Provisão para instalação de termômetro para óleo * * * * * *
Dispositivo para alívio de pressão z * * * * *
Relê detetor de gás tipo Buchholz z * * *
Caixa com blocos de terminais para ligação dos cabos de
* * * * *
controle
Válvula de drenagem de óleo * * * * * *
Meios de ligação para filtro * * * * *
Dispositivo para retirada de amostra de óleo * * * * * *
Conservador de óleo (em transformadores não selados) * * * * *
Válvula para retenção do óleo dos radiadores ou trocadores de
∆ ∆ ∆ ∆ ∆
calor
Meios de aterramento do tanque * * * * * * *
Meios para suspensão da parte ativa do transformador
completamente montado, das tampas, do conservador de óleo * * * * * * *
e dos radiadores.
Meios para locomoção * * * * * *
Apoios para macacos z * * * * *
Abertura de visita o o
Abertura de inspeção + + * * * * *
Comutador de derivações sem tensão z z ˜ ˜ ˜ ˜ ˜
Respirador com secador de ar (quando houver conservador) * * * * *
Provisão para colocação do relê detetor de gás tipo Buchholz
* *
ou equivalente (em transformadores não selados)
Dispositivo de alarme quando houver interrupção na circulação
de água de resfriamento de vazão de água (quando for o * *
caso).
Indicadores de circulação do óleo (no caso de circulação
*
forçada deste )
Suporte para fixação dos dispositivos de suspensão de
*
transformadores para montagem em postes.

˜Dispensado quando for especificado comutador de derivações em carga.


* Obrigatório
+ Somente quando houver comutador de derivações
z Somente quando o comprador especificar
o Somente para transformadores com potência acima de 20000kVA ou para transformadores com comutação em carga
∆ Somente quando houver radiadores destacáveis para transporte

NOTA: Todas as aberturas na tampa inclusive as das buchas, devem ser providas de ressaltos construídos de maneira a evitar a acumulação e/ou
a penetração de água.

114
Informações Técnicas DT-11

5.8.1. Indicador de Nível do Óleo

O óleo isolante do transformador se dilata ou se contrai conforme a variação da


temperatura ambiente e variação da carga alimentada pelo transformador, em função
disso, haverá elevação ou abaixamento do nível do óleo. Sendo assim, a finalidade do
indicador de nível do óleo (Figura 5.28) é mostrar com perfeição o nível de óleo no
visor e ainda servir como aparelho de proteção ao transformador.

O ponteiro do indicador de nível de óleo é movimentado por meio de dois magnéticos


(imãs) permanentes, que são acoplados a um flutuador (bóia). O movimento é
efetuado pela bóia, de acordo com o nível de óleo, que transmite indicações precisas
ao ponteiro, devido a grande sensibilidade dos magnéticos.

Os tipos de indicadores de nível de óleo (INO) utilizados nos transformadores WEG


são: INO Ø100 e INO Ø140 ou INO ∅ 170, todos da Indubrás.

Figura 5.28

5.8.2. Termômetros

O termômetro é utilizado para indicação da temperatura do óleo. Existem dois tipos: o


termômetro com haste rígida (Figura 5.29), usado em transformadores de meia-força,
e o termômetro com capilar (Figura 5.30), usado em transformadores de força.

115
Informações Técnicas DT-11
São constituídos de um bulbo, um capilar e um mostrador. O bulbo é colocado na
parte mais quente do óleo, logo abaixo da tampa. O mostrador é constituído de uma
caixa, um visor com indicador, um microrruptor, dois ponteiros de limite, que se
movimentam apenas por ação externa, e um ponteiro de indicação de temperatura
máxima. Este ponteiro é impulsionado pela agulha de temperatura, apenas quando
em ascensão desta, pois na redução fica imóvel, possibilitando assim, a verificação
da temperatura máxima atingida em um dado período.

Conforme a variação da temperatura do bulbo, o líquido (mercúrio) em seu interior


sofre dilatação ou contração, transmitindo a variação de temperatura até mecanismo
interno do mostrador do termômetro, no mesmo instante o ponteiro indicador é
acionado e, dependendo do valor da temperatura atingida, o sistema de proteção
acionará o alarme, desligando e fazendo o controle automático do dispositivo de
resfriamento do transformador imerso em óleo.

Os tipos de indicadores de temperatura do óleo (ITO) utilizados nos transformadores


WEG são: ITO Ø110 com haste rígida, ITO cabeça de ET com haste rígida, ITO Ø170
com capilar, ITO com capilar. O fabricante dos indicadores de temperatura para os
transformadores WEG é a Record ou AKM, quando solicitado pelo cliente.

Figura 5.29

116
Informações Técnicas DT-11

Figura 5. 30

5.8.3. Termômetro do Enrolamento com Imagem Térmica

A imagem térmica é a técnica utilizada para medir a temperatura no enrolamento do


transformador. Ela é denominada imagem térmica por reproduzir indiretamente a
temperatura do enrolamento.

A temperatura do enrolamento, que é a parte mais quente do transformador, é a


temperatura do óleo acrescida da sobreelevação da temperatura do enrolamento (∆t)
em relação ao óleo.

O termômetro do enrolamento com imagem térmica (Figura 5.31) é composto de uma


resistência de aquecimento e um sensor de temperatura simples ou duplo, ambos
encapsulados e montados em um poço protetor, imerso em uma câmara de óleo. O
conjunto é instalado na tampa do transformador, equalizando-se com a temperatura
do topo do óleo, indicando assim a temperatura no ponto mais quente do
enrolamento. A resistência de aquecimento é alimentada por um transformador de
corrente associado ao enrolamento (normalmente) secundário do transformador
principal.

Portanto, a elevação da temperatura da resistência de aquecimento é proporcional a


elevação da temperatura do enrolamento além da temperatura máxima do óleo.

117
Informações Técnicas DT-11

A constante do tempo do sistema é da mesma ordem de grandeza do enrolamento,


logo o sistema reproduz uma verdadeira imagem térmica da temperatura do
enrolamento.

Possui três ou quatro contatos: Ventilação Forçada 1 e 2, Alarme e desligamento.


A temperatura de acionamento é:

Temperaturas em ºC
•t Cobre 55 65
Ventilação Forçada 75 85
Alarme 85 95
Desligamento 95 105

Onde:
•t Cobre: Elevação de temperatura média do cobre;
Ventilação Forçada: Temperatura de acionamento da ventilação forçada;
Alarme: Temperatura de alarme;
Desligamento: Temperatura de desligamento.

O indicador de temperatura do enrolamento (ITE) utilizado nos transformadores WEG


é: ITE Ø170 com capilar, O fabricante dos indicadores de temperatura para os
transformadores WEG é a Record ou AKM, quando solicitado pelo cliente.

Figura 5.31

118
Informações Técnicas DT-11
5.8.4. Controladores Microprocessados de Temperatura

Os controladores microprocessados de temperatura foram desenvolvidos para


substituir, com vantagens da tecnologia microprocessada, os termômetros de óleo e
enrolamento tradicionais utilizados em transformadores e reatores de potência.

Este equipamento recebe o valor da resistência de um sensor e o transforma (através


de um transdutor incorporado, Figura 5.32) em temperatura equivalente, a qual é vista
em painel frontal digital, podendo ser transmitida remotamente através de interface
serial RS 485 ou sinal analógico.

Desempenha diversas funções de controle e acionamento de contatos, sendo que


através de teclado frontal podemos configurar os parâmetros de sua atuação e ler os
valores medidos e setados.

Temos a nossa disposição, de fácil aquisição, os modelos abaixo descritos:

a) TM1: fabricado pela Tree Tech (Figura 5.32), controlador normalmente


chamado de monitor de temperatura; possui duas entradas para sensor de
temperatura do óleo do transformador e para um transformador de corrente
(TC); normalmente este sensor é um PT100 (Figura 5.33) mas pode ser feito
em Cu10 ou outro material e o TC é utilizado para compensação da
temperatura do enrolamento, ou seja, entre outras funções nos fornece a
temperatura do óleo e do enrolamento;

b) TM2: serve para indicar apenas a temperatura de dois enrolamentos e deve ser
associado aos seus TCS. Não possui entrada para sensor da temperatura do
óleo, portanto deve ser usado em conjunto com o MT1 quando necessária
indicação de temperatura dos demais enrolamentos. Comunica-se com o
TM1através de interface serial RS 485;

c) Trafo-guard (fabricação AKM): é um controlador microprocessado um pouco


mais completo, porém, bem mais caro; através de teclado digital frontal pode-
se selecionar qual a grandeza que se quer verificar e setar os valores de

119
Informações Técnicas DT-11
acionamento dos relês; este controlador, possui entrada para sensor de
temperatura tipo PT100 colocado no topo do óleo e outro no fundo do
transformador, de maneira a obter a temperatura média.; possui entrada para
três TC’s, de maneira a indicar três temperaturas do enrolamento e entrada
para um indicador de nível de óleo; como saída, possui quatro relês para
indicação da temperatura do óleo, quatro para a temperatura de cada
enrolamento e dois para indicação do nível do óleo, todos com temporizador de
acionamento; possui também saídas analógicas para indicação de quatro
temperaturas e interface serial de comunicação RS 232 que permite impressão
dos dados ou conexão a um PC.

Os controladores microprocessados são necessários quando o cliente solicita


indicação digital de temperatura no transformador, pois os termômetros usuais são
analógicos.

Figura 5.32 Figura 5.33

5.8.5. Válvula de Alívio de Pressão (VAP)

A válvula de alívio de pressão (Figuras 5.34 e 5.35), de fechamento automático,


instalada em transformadores imersos em líquido isolante, tem a finalidade de
protegê-los contra uma possível deformação ou ruptura do tanque em casos de
defeitos internos com aparecimento de pressão elevada. A válvula é extremamente
sensível e rápida (opera em menos de dois milésimos de segundo), fecha-se
automaticamente após a operação impedindo assim a entrada de qualquer agente
externo no interior do transformador.

120
Informações Técnicas DT-11

As válvulas de alívio de pressão utilizadas nos transformadores WEG são das marcas
IMG e COMEM.

Figura 5.34 – VAP IMG

Figura 5.35 – VAP COMEM

5.8.6. Relê Detetor de Gás Tipo Buchholz

O relê de gás (Figura 5.36) tem por finalidade proteger equipamentos imersos em
líquido isolante, através da supervisão do fluxo anormal do óleo ou ausência, e a
formação anormal de gases pelo equipamento. Normalmente são utilizados em
transformadores que possuem tanque para expansão de líquido isolante. Este tipo de
relê detecta de forma precisa, por exemplo, os seguintes problemas: vazamento de
líquido isolante, curto-circuito interno do equipamento ocasionando grande

121
Informações Técnicas DT-11
deslocamento de líquido isolante, formação de gases internos devido a falhas
intermitentes ou contínuas que estejam ocorrendo no interior do equipamento.

O relê detetor de gás é normalmente instalado entre o tanque principal e o tanque de


expansão do óleo dos transformadores. A carcaça do relê é de ferro fundido,
possuindo duas aberturas flangeadas e ainda dois visores nos quais está indicada
uma escala graduada de volume de gás. Internamente encontram-se duas bóias de
gás no relê, a bóia superior é forçada a descer (isto acontece também caso haja
vazamento de óleo). Se por sua vez uma produção excessiva de gás provoca uma
circulação de óleo no relê, é a bóia inferior que reage, antes mesmo que os gases
formados atinjam o relê. Em ambos os casos, as bóias ao sofrerem o deslocamento,
acionam contatos.

Os modelos de relês buchholz (RB) utilizados nos transformadores WEG são: RB TC-
1, RB TC-2 E RB TC-3, todos da Indubrás.

Figura 5.36

5.8.7. Secador de Ar de Sílica Gel

O secador de ar de sílica gel (Figura 5.37) é usado nos transformadores providos de


conservador de óleo, funcionando como um desumidificador de ar do transformador.

122
Informações Técnicas DT-11
Para evitar a deterioração do óleo do equipamento ou bolsa de borracha pelas
impurezas e umidade no ar respirado, coloca-se um copo com óleo e sílica gel na
passagem por onde o ar é suspirado. Quando o nível do óleo no conservador baixar,
haverá o respiro de ar atmosférico, este ar passará primeiramente pelo copo de óleo,
onde ficarão eliminadas as impurezas sólidas e em seguida o ar atravessa os cristais
de sílica gel, que retiram a umidade do ar, em seguida, já totalmente limpo e sem
umidade, o ar penetra no conservador.

O ar ao passar pela sílica gel deixará na mesma a umidade, fazendo que a sílica gel
troque de coloração, até a sua saturação conforme indicado abaixo:

§ coloração laranja: sílica gel seca;


§ coloração amarela: sílica gel com aproximadamente 20% da umidade
absorvida;
§ coloração amarelo-claro: sílica gel com 100% de umidade absorvida
(saturada); para regeneração da sílica gel recomenda-se colocar em estufa
com temperatura máxima de 120 oC de 2 a 4 horas.

Os secadores de ar utilizados nos transformadores WEG são da Indubrás.

Figura 5.37

123
Informações Técnicas DT-11
5.8.8. Relê de Pressão Súbita

O relê de pressão súbita (Figura 5.38) é um equipamento de proteção para


transformadores do tipo selado. Normalmente o relê de pressão súbita é instalado
acima do nível máximo do líquido isolante, no espaço compreendido entre o líquido
isolante e a tampa do transformador. Entretanto é aceitável também a montagem
horizontal, sobre a tampa do transformador.

O relê é projetado para atuar quando ocorrem defeitos no transformador que


produzem pressão interna anormal, sendo sua operação ocasionada somente pelas
mudanças rápidas da pressão interna independente da pressão de operação do
transformador.

Por outro lado, o relê não opera devido a mudanças lentas de pressão, próprias do
funcionamento normal do transformador, bem como durante perturbações do sistema
(raios, sobretensão de manobra ou curto-circuito), a menos que tais perturbações
produzam danos no transformador.

O relê de pressão súbita (Indubrás) utilizado nos transformadores WEG é o mesmo


para todas as potências dos transformadores selados.

Figura 5.38

124
Informações Técnicas DT-11

5.8.9. Manômetro e Manovacuômetro

O manômetro (Figura 5.39(a)) é um instrumento utilizado para medir a pressão interna


do tanque de óleo. E o manovacuômetro (Figura 5.39 (b)), mede pressão e vácuo.

Figura 5.39 (a) Figura 5.39 (b)

5.8.10. Relê Regulador de Tensão

Tem como finalidade manter a tensão do transformador sob a mesma tensão da rede
de alimentação. Possui contatos de elevar/baixar tensões para acionar o mecanismo
motorizado do comutador sob carga, e também possui proteção contra sobrecorrente,
subtensão e sobretensão.

Os tipos usados são: P500 da Licht, sem paralelismo, TAPCON da MR e RT da Tree


Tech, ambos com ou sem paralelismo. Possuem saídas digitais do tipo RS232 ou
RS485 e saídas analógicas.

5.8.11. Paralelismo de Transformadores com Comutadores em Carga

O controle pode ser feito por um sistema analógico (lógica com contatos) ou com
sistema microprocessado. Os modelos atuais de reguladores de tensão incluem
saídas para utilização em paralelo com CDC.

125
Informações Técnicas DT-11
Existem dois métodos para o paralelismo de transformadores com CDC: corrente
circulante ou mestre-comandado (padrão da NBR 9368).

5.8.12. Sistema de Ventilação Forçada

O regime ONAF é constituído de radiadores mais um conjunto de ventiladores. Esses


ventiladores podem ser acionados manualmente ou automaticamente por um
termômetro de imagem térmica ou sistema digital. Em transformadores pequenos
(menor que 5MVA) pode ser usado o termômetro de óleo.

Utilizamos dois tipos preferenciais de ventiladores: D600 da Marangoni (Figura 5.40) e


C500 da Otam (Figura 5.41).

Os ventiladores podem ser montados na lateral ou na parte inferior dos radiadores.

Normalmente o acréscimo de potência com um sistema de ventilação forçada situa-se


em torno de 25%.

Figura 5.40

126
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.41

5.8.13. Sistema de Óleo Forçado

Pode ser o ODAF, OFAF, ONAN/OFAN/ONAF/OFAF. Consegue-se um acréscimo de


potência com a adição de bombas. Essas bombas podem ser helicoidais (Figura 5.42)
ou centrífugas (Figura 5.43). Normalmente se dá preferência às bombas helicoidais
pois elas sempre permitem a passagem de óleo, mesmo que estejam paradas. As
bombas são acionadas tanto manualmente quanto automaticamente pela imagem
térmica ou sistema digital.

Figura 5.42 Figura 5.43

127
Informações Técnicas DT-11
5.8.13.1. Sistema OFWF

A dissipação das perdas é feita por intermédio de um trocador de calor casco-tubo


(Figura 5.44), do tipo óleo-água. Normalmente esse sistema é usado em UHE (Usina
Hidro Elétrica) e em transformadores de forno.

Nesse sistema o óleo é forçado a passar no trocador por uma bomba e a água vem
de uma torre de resfriamento ou água corrente proveniente de um rio.

Normalmente um trocador desses dissipa até 500kW

Figura 5.44

5.8.13.2. Sistema OFAF com trocador de calor óleo-ar (aerotermo)

Nesse sistema o óleo é forçado a passar por um radiador através de uma bomba e
esse radiador é resfriado por ventiladores (aerotermo, Figura 5.45). Possui a
vantagem de que torna o transformador menor em termos de dimensão, largura e
comprimento. Requerido para transformadores de grande porte, acima de 100MVA ou
para transformadores de subestação móvel.

Um trocador desses consegue dissipar em torno de no máximo 250kW. Esse sistema


tem como desvantagem a necessidade de desligar o transformador caso o sistema de
refrigeração falhe. Isso porque em grandes transformadores a área lateral não é
suficiente para dissipar as perdas a vazio.

128
Informações Técnicas DT-11

Figura 5.45

5.8.13.3. Sistema ONAN/OFAN/ONAF/OFAF

Constituído de radiadores de chapas convencionais que satisfazem um regime


ONAN. Consegue-se um acréscimo de potência acrescentando-se ventiladores, e a
potência final com a entrada das bombas de óleo. Tem como vantagem não ser
necessário desligar o transformador caso os ventiladores e bombas parem de
funcionar, pois o regime ONAN dissipa tranqüilamente as perdas a vazio com também
permite a transferência da potência do regime ONAN.

129
Informações Técnicas DT-11
A Figura 5.46 ilustra um sistema deste tipo aplicado a um transformador de 200MVA
(vide placa de identificação, Figura 5.25).

Figura 5.46

130
Informações Técnicas DT-11

6. TRANSFORMADORES A SECO

6.1. HISTÓRIA DO TRANSFORMADOR

6.1.1. Retrospecto

A história do eletromagnetismo até a invenção do transformador, poderia ser


cronologicamente assim resumida:

§ Em 1791 – Primeiro experimento com eletricidade conhecido, feito pelo italiano


LUIGI GALVANI, que consistia na colocação de 2 metais diferentes na perna
de um sapo que contraia. Posteriormente o físico italiano ALESANDRO VOLTA
afirmou: “O nervo da perna do sapo agia como detetor sensitivo de um
fenômeno elétrico”;
§ Em 1800 – ALESANDRO VOLTA inventou a pilha elétrica;
§ Em 1819 – HANS CHRISTIAN OERSTED (Dinamarca) usando uma pilha
descobriu que o ponteiro da bússola sofria uma pequena deflexão para o norte
(o experimento relacionava eletricidade e magnetismo).
§ Em 1820 – DOMINIQUE ARAGO (França) descobriu que o fio enrolado em um
bastão de ferrite intensificava o efeito magnético;
§ Em 1825 – WILLIAM STURGEON (Inglaterra) faz o primeiro eletroimã;
§ Em 1831 – MICHAEL FARADAY (Inglaterra) descobriu que a variação do fluxo
magnético gera uma força eletromotriz induzida;
§ Em 1882 - Surgiu o “Gerador Secundário” com o francês Lucien Gaulard e seu
sócio inglês John D. Gibbs;
§ Em 1884 - Surgiu pela primeira vez o termo “Transformador” com os húngaros
Miksa (Max) Deri e Otto Bláthy e o suíço Károly (Karl) Zipernowsky.

Apesar das primeiras versões serem fabricadas “a seco”, os transformadores se


difundiram com maior velocidade depois da utilização do dueto papel x óleo como
sistema isolante.

131
Informações Técnicas DT-11
Por um longo tempo o transformador a óleo mineral foi a versão principal usada para
distribuição de energia. Este era e ainda é um componente relativamente simples,
duradouro e seguro para este propósito.

No decorrer do tempo, regulamentos mais rigorosos surgiram colocando muitas


restrições ao local de instalação dos transformadores a óleo. As principais razões
estavam no risco de fogo no caso de uma falha e na poluição ambiental devido aos
vazamentos de óleo. Usuários estavam procurando um substituto e os PCB’s
(Bifenilas Policloradas), com um ponto de inflamação mais alto que o do óleo mineral,
passaram a ser largamente usados como isolante e agente de refrigeração nos
transformadores. É um fato que PCB’s são tóxicos e não biodegradáveis. No caso de
fogo, produtos muito tóxicos da combustão são liberados e depois de alguns
acidentes com este tipo de transformador, muitos países proibiram seu uso e as
unidades ainda em operação estão sujeitos a substituição.

O avanço da tecnologia trouxe o transformador encapsulado a vácuo em resina epóxi


como uma alternativa viável para tipos isolados com líquido, uma vez disponíveis
materiais, equipamentos e processos adequados. Suas características elétricas são
pelo menos iguais àqueles tipos concorrentes e, mecanicamente, os encapsulados
exibem algumas vantagens consideráveis. Quando os custos de instalação e
manutenção são adicionados ao custo inicial, prova-se que transformador
encapsulado em resina é também financeiramente competitivo.

Por algum tempo, um designe convencional de seco foi usado para eliminar o risco de
fogo. Porém tais transformadores, onde as bobinas são somente envernizadas, não
tem as características elétricas dos transformadores com líquido isolante. Níveis de
tensões aplicadas e de impulso foram reduzidos. Seu uso era geralmente limitado a
sistemas de distribuição sem exposição a descarga atmosférica e, devido a este
ponto, acabaram não sendo largamente usados na Europa.

Nos EUA, o desenvolvimento do tipo convencional de transformador seco teve um


avanço maior e ainda tem sido usado em certos nichos de mercado. A provisão de
pára-ráios pode proteger as bobinas de níveis de impulso mais altos e, em alguns
casos, as normas permitem níveis de tensão menores que os padronizados para

132
Informações Técnicas DT-11
transformadores a óleo. Nos anos 60 transformadores encapsulados em resina eram
usados somente em pequenos números e só atingiram um razoável nível de
popularidade na metade dos anos 70.

Basicamente, havia 3 caminhos para substituição dos transformadores com PCB


(Ascarel®):
a) Transformadores com outro líquido substituto;
b) Transformadores com isolação a gás;
c) Transformadores encapsulados em resina.

O óleo silicone é um líquido substituto do PCB. No entanto, seu ponto de inflamação é


somente cerca de 150ºC mais alto que o do óleo mineral. Além disto, em caso da
ruptura do tanque devido a falhas, o líquido isolante ardente poderia contaminar o
meio ambiente e medidas teriam que ser tomadas para reduzir tal risco. A poluição
devido ao vazamento do líquido isolante é sempre um grande problema.

Transformadores com isolação a gás (SF 6), ao invés de líquidos também são usados,
mas tais unidades não estão livres de manutenção. Eles requerem maiores cuidados
de engenharia e produção; um vazamento do gás implicará na perda do
transformador e quebra na continuidade do fornecimento de energia. Além disto,
estudos mostram que o SF 6 se torna mais tóxico que o próprio PCB depois de
deteriorado por descargas elétricas.

Existem é claro, uma vantagem nas primeiras soluções; em geral são processos de
fabricação simples (como os usados nos transformadores a óleo e secos
convencionais), onde a necessidade de novos e sofisticados equipamentos é
normalmente limitada.

Na Europa, transformadores encapsulados em resina para distribuição foram


desenvolvidos no final da década de 50 e início de 60, quando poucas companhias os
comercializavam. Eles estavam sendo razoavelmente bem recebidos e o número de
equipamentos instalados crescia ano após ano. Aqui o transformador encapsulado em
resina tornava-se o substituto direto do PCB.

133
Informações Técnicas DT-11
6.1.2. A Situação Hoje

Os transformadores encapsulados a vácuo em resina epóxi são construídos até a


potência de 30MVA ou mais. Classes de tensão de 36kV com nível de impulso de
200kV são usuais. Tensões maiores já se apresentaram viáveis e protótipos com NBI
de 250kV foram construídos e aprovados. Porém, tensões maiores podem ser
economicamente proibitivas para tal designe e, na prática, sua exigência é ainda
restrita. Aplicações especiais podem impor novos limites em um futuro não muito
distante.

O número dos vários tipos de transformadores encapsulados em resina instalados em


todo o mundo está em torno de um milhão de unidades (dados estimados). Isso indica
claramente que o produto tem alcançado um alto nível de confiabilidade e que sua
reduzida manutenção é uma vantagem que tem sido traduzida em retorno financeiro.

6.2. TRANSFORMADORES ENCAPSULADOS A VÁCUO WEG

Buscando atender a necessidade de seus clientes que buscavam características


especiais relacionadas a segurança, espaço, custos de manutenção e instalação,
alimentação de cargas móveis ou plantas em crescimento, a WEG em 1998 agregou
o transformador seco encapsulado a vácuo a sua linha de produtos.

Os transformadores secos WEG foram desenvolvidos com assessoria das empresas


HEDRICH, um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos de tecnologia de
vácuo, com sede na Alemanha e da austríaca ENCO, originária da empresa alemã
May & Christe Gmbh, com mais de 30 anos de experiência acumulada na fabricação
de transformadores de potência encapsulados.

Um sólido embasamento de projeto aliado à aplicação de materiais isolantes de alta


qualidade, utilizando um moderno processo produtivo, contribuiu para o
desenvolvimento do transformador seco WEG.
A tecnologia é baseada no encapsulamento das bobinas sob vácuo, utilizando resina
epóxi de última geração. O equipamento utilizado no processo de impregnação utiliza

134
Informações Técnicas DT-11
a mais nova tecnologia de encapsulamento a vácuo, conferindo ao transformador
características elétricas e mecânicas que atendem as mais exigentes especificações
internacionais.

O projeto e o processo de fabricação destes transformadores, buscam eliminar


descargas parciais e dar uma excelente performance ao longo de sua vida útil,
independente das variações de carga e temperatura.

6.3. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

6.3.1. Núcleo e Ferragens

O núcleo do tipo envolvido é construído com chapas de silício de grão orientado,


laminadas a frio, de baixas perdas e isoladas com material inorgânico.

São usados aços de qualidade no mínimo igual a do tipo E004 de fabricação Acesita
(equivalente ao padrão AISI M-4), o qual é hoje o melhor aço silício de grão orientado
fabricado na América Latina.

As colunas e culatras são prensadas por meio de perfis de aço e cintadas. Após esta
operação, o núcleo montado é pintado com tinta dielétrica (60kV/mm) de classe F
(155oC), formulada a partir de resina alquídica. Além das proteções dielétricas e
contra corrosão, o tratamento contribui reduzindo ainda mais os baixos níveis de ruído
acústico dos transformadores WEG.

6.3.2. Bobinas de Baixa Tensão

Os enrolamentos de baixa tensão podem ser construídos em fio ou chapa, assim


como em cobre ou alumínio.

Para enrolamentos em fio, a suportabilidade a curto-circuito requerido, exige que


estes sejam encapsulados. Neste caso, o processo utilizado é similar ao do
enrolamento de alta tensão. Uma vez encapsuladas, as bobinas tem excelente

135
Informações Técnicas DT-11
resistência a esforços térmicos e dinâmicos de curto-circuito, bem como completa
imunidade ao ambiente atmosférico.

Para enrolamentos em chapa, os condutores têm a altura da bobina e são isolados


por um filme impregnado com resina epóxi em estágio B de polimerização (pré-
curado). Após enrolada, a bobina é submetida a tratamento térmico, obtendo-se a
completa polimerização do isolamento que une as camadas do enrolamento,
tornando-o um bloco compacto. Devido a forma do condutor, esforços de curto-
circuito nas bobinas fabricadas em chapa são mínimos, garantindo ao transformador,
incomparável performance neste quesito. Visando maior resistência a umidade, as
cabeceiras da bobina são ainda preenchidas com resina epóxi.

A isolação utilizada é sempre de classe térmica no mínimo igual a do enrolamento:


F(155oC). Transformadores classe H (180 oC) podem ser especificados.

Deve-se atentar para o material dos barramentos na conexão do transformador. O


contato entre cobre e alumínio deve ser evitado, devido a corrosão galvânica inerente,
podendo implicar mais tarde em problemas nas conexões. Para acoplamento cobre-
alumínio devem-se usar chapas cladeadas, estanhagem dos barramentos ou, como
paliativo, pastas anti-corrosivas próprias para conexões elétricas.

6.3.3. Bobinas de Alta Tensão

Os enrolamentos de alta tensão podem ser construídos em fio ou fita, assim como em
cobre ou alumínio.

São adicionados, interna e externamente a bobina, reforços mecânicos que se tratam


de isolantes pré-curados, os quais, após submetidos a tratamento térmico, conferem a
bobina a ser encapsulada, grande resistência a esforços de curto-circuito.

Após cura dos isolamentos, são montados moldes de impregnação sobre as bobinas
que, postas sob vácuo e temperatura na autoclave, passam por um processo
controlado de secagem.

136
Informações Técnicas DT-11

Antes da impregnação, os componentes da resina são misturados e completamente


desgaseificados em equipamentos de última geração.

As resinas utilizadas, antes Araldite® F e atualmente Araldite® CW229, são de


fabricação Huntsman (antiga Vantico/Ciba). A Vantico, fornecedor único Weg, é líder
mundial do mercado de resinas epóxi.

O CW229 é a última palavra em tecnologia de resina epóxi, sendo o único sistema a


possuir classificação anti-chama e certificado UL para 200oC, além de incomparáveis
características elétricas e mecânicas. A flexibilidade deste sistema torna-o imune a
trincas em temperaturas até -100oC.

Para a WEG, a utilização do sistema CW229 possibilita a fabricação de


transformadores classe H (180oC), e permite a entrada nos mais exigentes mercados.
Caso a classe de temperatura do transformador seja F (155 oC), utilizar este sistema
implica em aumento da vida útil do equipamento que estará operando em
temperaturas bem abaixo do limite do material.

Após secagem das bobinas e desgaseificação da resina, os moldes são preenchidos


e permanecem sob vácuo na autoclave, para a pré-cura. Todo este processo é
executado com níveis de vácuo que só podem ser garantidos por um sistema de alta
tecnologia, como a planta de impregnação Hedrich.

Após pré curadas, as bobinas são transferidas para uma estufa onde a cura será
concluída em uma seqüência de temperaturas controladas para garantir a eliminação
dos esforços internos no enrolamento. Terminada esta etapa, as bobinas são
finalmente desmoldadas, testadas uma a uma, e então liberadas para montagem.

Todos os cuidados no projeto e processo de fabricação das bobinas conferem ao


transformador seco Weg uma excepcional resistência a curto-circuito e minimização
de descargas parciais, traduzidas para o cliente em excelente performance ao longo
de sua vida útil, independente das variações de carga e temperatura.

137
Informações Técnicas DT-11
6.3.4. Acessórios

Gama de acessórios dos transformadores secos encapsulados WEG:

Nº Itens Acessórios Acessórios


Normais Opcionais
1 Barramentos terminais para conexões dos ∆
enrolamentos de baixa e alta tensão
2 Painel de derivação sem carga ∆
3 Conector de aterramento ∆
4 Placa de identificação e avisos de advertência ∆
5 Meios de suspensão da parte ativa e invólucro, quando ∆
aplicável
6 Rodas bidirecionais ∆
7 Sistema de proteção (monitoramento) térmico dos ∆
enrolamentos
8 Sistema de ventilação forçada ∆
9 Cubículo de proteção ∆
10 Blindagem eletrostática ∆
11 Buchas desconectáveis ∆

6.3.4.1. Comutador de tensão sem carga

Os transformadores secos são geralmente providos de painel de comutação, o qual é


fundido na parte frontal de cada fase do enrolamento de alta tensão. Este sistema
propicia uma fácil mudança de tensões com o equipamento desenergizado.

6.3.4.2. Sistema de monitoramento térmico

Este dispositivo é utilizado para proteger os enrolamentos do transformador


detectando temperaturas acima do limite imposto pela classe térmica dos materiais e
elevações anormais da temperatura ambiente.

138
Informações Técnicas DT-11
O sistema é composto por um monitor digital de temperatura com contatos para
alarme, desligamento, controle do sistema de ventilação forçada (quando aplicável) e
contato adicional ligado a verificação dos sensores (somente PT100).

O monitor pode ser instalado junto ao equipamento ou em painel e, dependendo do


modelo escolhido pelo cliente, permite leitura constante da temperatura em até 4
canais e programação das temperaturas de atuação. A alimentação é universal:
24È240Vcc-ca. Os sensores de temperatura, instalados em contato com o
enrolamento de baixa tensão, são em número de três (1 por fase), se tipo PT-100 ou
seis (2 por fase), se tipo PTC, dependendo do tipo de monitor.

Por ser basicamente o único acessório de proteção fornecido com o transformador


seco, a instalação de um sistema de monitoramento térmico é normalmente
recomendada. No mercado europeu a utilização deste acessório foi bastante
difundida, uma vez que sua instalação implica em prazos de garantia prolongados e
custos de seguro reduzidos.

6.3.4.3. Sistema de ventilação forçada

A instalação de um sistema de ventilação forçada pode aumentar consideravelmente


a capacidade de fornecimento de potência do transformador seco. Este sistema é
especialmente vantajoso para equipamentos onde o ciclo de carga é variável. A
capacidade poderá ser acrescida até 50% em transformadores não enclausurados
(sem cubículo de proteção) e até 40% quando enclausurados, dependendo da
potência.

Ventiladores axiais são montados em ambos os lados da base do transformador ou


exaustores são posicionados no teto do cubículo de proteção, quando aplicável. O
acionamento dos motoventiladores é bastante simples, sendo comandado
digitalmente pelo monitor de temperatura que sinaliza ao controle dos motores,
também digital (alimentação 220Vca).

139
Informações Técnicas DT-11
A manutenção exigida pelos motoventiladores tem sido a restrição ainda encontrada
para que sistemas de VF sejam usados em larga escala, uma vez que a ausência de
manutenção é um dos principais pontos para a escolha dos secos.

A instalação de VF em transformadores já em operação é quase sempre possível com


adaptações relativamente simples. Transformadores novos podem ser fornecidos com
previsão para ventilação forçada, quando especificado.

Uma vez acordado, motoventiladores com nível de ruído acima do normalizado


podem ser usados no objetivo de reduzir o custo do sistema de ventilação forçada.

6.3.4.4. Cubículo de proteção

É importante frisar que transformadores secos, independente da existência de


cubículo de proteção, são para instalação interna.

O transformador é normalmente fornecido sem caixa de proteção: IP00. Caso o


contato de pessoal não treinado e/ou a presença de água seja(m) objeto(s) de
preocupação, pode-se especificar cubículos de proteção para o equipamento.

É de extrema importância que o grau de proteção seja corretamente especificado. A


troca de calor do transformador com o ambiente é comprometida com a instalação do
cubículo. Logo, com o aumento do grau de proteção, a quantidade de material ativo
necessário para fornecer a mesma potência aumenta significativamente e,
logicamente, o aumento de custo é intrínseco. Recomendam-se graus de proteção
menores ou iguais a IP23. Sob consulta poderão ser fornecidos transformadores
equipados com cubículos de grau de proteção até IP44.

Outro motivo que tem levado a especificação de cubículos de proteção é a presença


de pequenos animais nas instalações e os possíveis danos causados. Para este fim,
cubículos com grau de proteção IP10 são recomendados.

140
Informações Técnicas DT-11
O grau de proteção do cubículo deve ser definido de acordo com a tabela seguinte,
originária da NBR 6146.

2º numeral característico:
Grau de proteção com respeito ao ingresso prejudicial de água
0 1 2 3 4 5 8
Protegido
1º numeral
contra
característico:
Protegido quedas
Grau de proteção
contra verticais Protegido Protegido Protegido
com respeito a Protegido
Não quedas de gotas contra contra contra
pessoas e objetos contra
protegido verticais d’água água projeções jatos
sólidos submersão
de gotas para uma aspergida d’água d’água
d’água inclinação
máx. de
º
15
Não protegido 0 IP 00 IP 01 IP 02 --- --- --- ---
Protegido contra
objetos sólidos
1 IP 10 IP 11 IP 12 IP 13 --- --- ---
com Ø maior que
50mm
Protegido contra
objetos sólidos
2 IP 20 IP 21 IP 22 IP 23 --- --- ---
com Ø maior que
12mm
Protegido contra
objetos sólidos
3 IP 30 IP 31 IP 32 IP 33 IP 34 --- ---
com Ø maior que
2,5mm
Protegido contra
objetos sólidos
4 IP 40 IP 41 IP 42 IP 43 IP 44 IP 45 ---
com Ø maior que
1mm
Protegido contra
5 --- --- --- --- IP 54 IP 55 ---
a poeira
Totalmente
6 --- --- --- --- --- IP 65 IP 68
protegido

141
Informações Técnicas DT-11

IP 20 IP 21 IP 23

6.4. GARANTIA DE QUALIDADE E TESTES

A Política da Qualidade WEG a seguir especificada, é compreendida, implementada e


mantida em todos os níveis da empresa:

“FORNECER PRODUTOS E SERVIÇOS COM QUALIDADE AUTÊNTICA, OU SEJA,


SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS NOSSOS CLIENTES”

A WEG mantém esforços sempre comprometidos com a qualidade autêntica,


desenvolvendo suas atividades baseada nos Princípios da Qualidade, a saber:

a) Atender bem nossos clientes, oferecendo produtos e serviços que satisfaçam


suas necessidades.
b) Dar respostas rápidas e profundas a consultas e reclamações dos nossos
clientes e cumprir os prazos prometidos.
c) Treinar e motivar os nossos colaboradores para melhor desempenhar suas
funções e dar oportunidade a todos para progredirem na Empresa.
d) Adotar métodos de trabalho simples, eficientes e procurar aperfeiçoá-los
continuadamente.
e) Fazer certo desde a primeira vez, eliminando o desperdício de tempo e
material, contribuindo para a redução dos custos e aumento da rentabilidade.
f) Adotar postura preventiva, buscando sempre eliminar as causas dos
problemas.
g) Tratar os nossos fornecedores como parceiros, contribuindo inclusive no
desenvolvimento de seus padrões de qualidade.

142
Informações Técnicas DT-11
h) Melhorar a qualidade de vida, mantendo um ambiente de trabalho limpo,
ordenado e seguro, preservando o meio ambiente e os recursos naturais.

A qualidade do produto, garantida pelo certificado ISO 9001 mantido pela WEG
Transformadores desde 1995, inicia com um rígido controle nos materiais e nos vários
pontos do processo produtivo. A complementação deste processo é dada pelos testes
finais, que conferem ao produto a garantia de um bom desempenho.
Os transformadores a seco WEG são testados em conformidade com normas
nacionais e internacionais. Mesmo normalizado como ensaio de tipo, o ensaio de
descargas parciais é realizado como rotina na WEG, certificando a integridade do
sistema de encapsulamento.

Os testes de performance estão descriminados na tabela a seguir. Acompanham o


transformador, relatórios de todos os ensaios de rotina realizados. Caso o cliente não
pretenda custear ensaios de tipo ou especiais, relatórios de testes realizados em
peças similares podem ser solicitados.

Ensaios de Ensaios de Ensaios


Nº Itens
Rotina Tipo Especiais

1 Resistência elétrica dos enrolamentos ∆

2 Relação de tensões ∆
3 Resistência de Isolamento ∆
4 Polaridade ∆
5 Deslocamento angular e Seqüência de fases ∆
6 Perdas em vazio e Corrente de excitação ∆
Perdas em carga e Impedância de curto-
7 ∆
circuito
Testes dielétricos de Tensão aplicada e Tensão
8 ∆
induzida
9 Funcionamento dos acessórios ∆
10 Descargas parciais á∆
11 Fator de potência do isolamento ∆
12 Elevação de temperatura ∆
13 Impulso atmosférico ∆
14 Nível de ruído ∆

143
Informações Técnicas DT-11
15 Tensão de radiointerferência ∆
16 Curto-circuito ∆

17 Potência absorvida pelos ventiladores ∆


18 Impedância de seqüência zero ∆

19 Harmônicos na corrente de excitação ∆

á A WEG entende que o ensaio de descargas parciais deve ser obrigatório. Contudo
a norma ABNT o relaciona como ensaio especial.

6.5. VANTAGENS

Ressaltaremos neste tópico, algumas características dos transformadores secos


encapsulados a vácuo WEG.

6.5.1. Minimizada Manutenção

A simplicidade construtiva destes transformadores torna sua manutenção igualmente


simples principalmente por não serem aplicáveis válvulas de drenagem, indicador de
nível, termômetros, relê de gás, válvulas de alívio de pressão, relês de pressão súbita
e outros acessórios comuns a transformadores com líquido isolante.

Os cuidados recomendados restringem-se a inspeções nas temperaturas do


equipamento e instalação (termografia), inspeções visuais e limpezas com
periodicidade anual, caso o ambiente não seja agressivo.

Consultar manual antes da instalação e manutenção, como a norma NBR 13297.

6.5.2. Fácil Instalação

Transformadores secos apresentam 3 grandes vantagens em sua instalação:

144
Informações Técnicas DT-11
a) Dispensam paredes a prova de explosão, paredes corta-fogo e poços para
recolhimento do líquido isolante. Sua localização ainda pode ser modificada
com facilidade, sem necessidade de demolição e reconstrução de obras civis;
b) Podem ser instalados junto a carga, reduzindo drasticamente os custos com
cabeamento de baixa tensão;
c) Tem dimensões reduzidas e se adaptam com facilidade a diferentes locais.

Sem líquido isolante a tratar e acessórios a verificar, a instalação dos transformadores


secos é de extrema simplicidade. O aperto das conexões elétricas e mecânicas
constitui o item básico de verificação para energização.

Consultar manual antes da instalação e manutenção.

6.5.2.1. Ambiente de instalação

É importante abrir aqui um parêntese sobre o ambiente de instalação de


transformadores, que é também aplicável a tipos imersos em líquido isolante.

A instalação deve ser feita sobre fundações adequadamente niveladas e resistentes


para suportar seu peso, com espaçamento mínimo de 0,5m entre transformadores e
entre estes e paredes ou muros, proporcionando facilidade de acesso para inspeção e
ventilação.

Os transformadores devem ser instalados e seus cabos ligados, observando-se as


distâncias elétricas necessários, previstas por norma para cada classe de tensão.
Devem estar afastados de paredes, cubículos, grades, eletrodutos, cabos e outros
dispositivos conforme a tabela da NBR 10295 abaixo reproduzida.

145
Informações Técnicas DT-11
Espaçamentos Externos Mínimos para Transformadores Secos
Classe de tensão do
Tensão de impulso Espaçamento mínimo Espaçamento mínimo
equipamento
atmosférico [kV] Fase-terra [mm] Fase-fase [mm]
[kVeficaz]
0,6 ---- 25 25
1,2 ---- 25 25
40 45 60
7,2
60 65 90
95 130 160
15
110 150 200
125 170 220
24,2
150 200 280
150 200 280
170 240 320
36,2
200 300 380

Lembremos também o que versa sobre temperatura ambiente a norma NBR


10295/1988: "Temperatura de ar de resfriamento não superior a 40oC e temperatura
média em qualquer período de 24 horas não superior a 30oC." Quando a temperatura
ambiente for superior a estes valores até o limite de 10oC, no projeto deverá ser
previsto a redução do limite de elevação de temperatura proporcional.

Portanto, o recinto no qual será colocado o transformador deve ser bem ventilado,
uma vez que isto é fundamental ao seu correto funcionamento.

Ao projetar a ventilação na sala do transformador devem-se levar em conta as perdas


totais do mesmo. Estas perdas se manifestam em forma de calor modificando a
temperatura ambiente da sala. O local de instalação deve ser espaçoso o suficiente
para permitir uma distribuição de ar uniforme e saída do ar aquecido. Dependendo
das dimensões da sala e do transformador é possível adotar uma solução mais
simples; ventilação natural da sala permitindo a entrada de ar frio na parte inferior e
uma saída na parte superior oposta, conforme Figura 6.1. Filtros devem ser usados
para limitar a entrada de pó no ambiente.

146
Informações Técnicas DT-11

Figura 6.1

Como geralmente a ventilação natural não é suficiente, podem-se instalar ventiladores


a fim de aumentar o fluxo de ar na sala conforme Figura 6.2, ou preferencialmente,
adotar a climatização da sala onde irá operar o transformador.

Figura 6.2

Caso sejam adotados exaustores, o fluxo de ar não deverá exceder a velocidade de


4,0m/s. Devem ser usados filtros para evitar a sucção de pó para dentro do ambiente.

Para um cálculo aproximado do tamanho das aberturas ou o fluxo de ar necessário na


sala podem-se utilizar as expressões abaixo, tomando como diferença de 15 oC de
temperatura entre o ar que entra e o ar que sai:

147
Informações Técnicas DT-11

Pt
S = 0,3.
H
V = 5.Pt

onde:
Pt = perdas totais dissipadas a 115 oC [kW]
S = superfície das aberturas superior e inferior [m2]
H = distância medida entre a metade da altura do transformador e a metade da
saída de ar superior [m]
V = volume do ar de refrigeração [m3/min]

Exemplo: Instalação de 2 transformadores de 2.000kVA


Perda total Pt típica para transformador seco de 2MVA a 115ºC = 27kW
Distancia H entre a metade da altura do transformador e a metade da saída de
ar superior: 1,5m

27.2
S = 0,3. = 13,2m 2
1,5

Pela área encontrada, sabemos que será necessária a instalação de ventilação


forçada na sala. A vazão mínima dos motoventiladores será:

V = 5.27 .2 = 270 m 3 / min

Este exemplo desconsidera a existência de cubículo de proteção, o que seria


questionável no caso de uma sala própria para instalação do transformador.

148
Informações Técnicas DT-11

6.5.3. Baixíssimos Níveis de Descargas Parciais

Transformadores WEG encapsulados a vácuo apresentam os mais baixos níveis de


descargas parciais do mercado. As propagandas sobre este tema são variadas,
contudo devem ser tomadas precauções com leituras de dp que indiquem 0pC
(“isento”). Equipamentos e circuitos de medição sem precisão e/ou sensibilidade
adequada podem indicar erroneamente este valor.

Cada transformador WEG é testado (ensaio de rotina) dentro do estabelecido pelas


normas. A norma ABNT estabelece tensão / período de ensaio: 1,5Um por 30s +
1,1Um (tensão máxima) por 3 minutos, quando é feita a medição. A IEC 270
estabelece os métodos de ensaio, assim como a NBR 5380. Num passado próximo, a
norma Cenelec HD 464 S1 estabelecia como limite para o ensaio de descargas
parciais o valor de 20pC. Por ser uma norma de harmonização, a norma Cenelec
abria exceção para alguns países europeus onde se admitia 50pC.

Contudo, com a entrada em vigor da norma CENELEC EN 60726 em 2003 e IEC


60076-11 em 2004, o ensaio se tornou mais rigoroso. O “efeito avalanche” é
provocado a 1,8Um por 30s e, após 3 minutos a 1,3Um, a medição é aprovada, caso
o nível de descargas não ultrapasse 10pC. Este procedimento é adotado pela WEG,
uma vez que seu grau de exigência é maior que qualquer outro normalizado.

A confiabilidade transmitida pelo processo de encapsulamento e incomparável


qualidade do sistema de resina epóxi CW229 garantem a manutenção dos baixos
níveis de descargas parciais ao longo da vida do transformador.

6.5.4. Alta Suportabilidade a Sobretensões

Os transformadores a seco WEG permitem a especificação dos mesmos níveis de


impulso atmosférico e tensões suportáveis a freqüência industrial dos
transformadores imersos em óleo. A forma construtiva das bobinas e a qualidade do

149
Informações Técnicas DT-11
processo de encapsulamento a vácuo propiciam grande resistência a descargas
atmosféricas ou sobretensões .

6.5.5. Alta Capacidade de Sobrecarga

Transformadores encapsulados a vácuo WEG podem suportar sobrecargas de curta


duração, com desempenho igual ou superior ao dos transformadores imersos em
óleo. As características do sistema epóxi CW229 permitem variações bruscas de
temperatura em curtos períodos de tempo, como exemplificado abaixo.

6.5.6. Insensíveis ao Meio

O encapsulamento a vácuo com o sistema CW 229, isento de trincas, torna os


enrolamentos imunes à penetração de umidade e influências agressivas do meio
ambiente.

Os transformadores padrões WEG são fornecidos para aplicação em ambientes E1


C1 F1. Para ambientes especiais podem ser fornecidos com classe ambiental E2 ou

150
Informações Técnicas DT-11
C2. Vejamos o que isto significa, resumindo as classificações da norma Cenelec HD
464 S1:

§ Classe ambiental E0: instalação em ambiente seco e limpo sem condensação


ou poluição;
§ Classe ambiental E1: condensação ocasional e pouca poluição;
§ Classe ambiental E2: severa condensação e poluição pesada;
§ Classe climática C1: -5oC mas pode estar sujeito a -25oC no transporte ou
estoque;
§ Classe climática C2: operação, transporte e estoque a -25oC;
§ Comportamento ao fogo F0: sem risco especial de incêndio e não há previsão
de mistura para limitar a flamabilidade;
§ Comportamento ao fogo F1: risco de incêndio e é especificada restrição a
flamabilidade;

Classificado o ambiente de instalação do transformador, é interessante que


conheçamos um pouco dos métodos de ensaio:

§ E0: sem testes


§ E1: 6h em câmara com 93% de umidade e temperatura que induz
condensação. Condutividade da água: 0,1~0,3s/m. É iniciado nos 5 minutos
finais ensaio de tensão induzida com 1,1Vn por 15 minutos.
§ E2: 144h humidade 90% a 50oC. Água: 0,5~1,5s/m. Ensaios de induzida e
aplicada a 75% dos valores nominais são feitos após 3 horas em atmosfera
normal.
§ C1: 12h a -25ºC, então 4h a -5oC e depois a 25oC. Ensaios de aplicada e
induzida a 75%. Volta a -5oC e permanece por 12h. Neste estágio o choque
térmico é feito circulando 2 vezes a corrente nominal pelo transformador até
que atinja o limite do material (155 oC se classe F). Novamente são feitos
dielétricos a 75%. Não são permitidas fissuras nas bobinas.
§ C2: 12h a -25oC e choque térmico 2 x I n até limite do material. Dielétricos a
75%.
§ F0: sem testes

151
Informações Técnicas DT-11
§ F1: série de testes feita para verificar a presença de substâncias corrosivas:
HCl, HCN, HBr, HF, SO2, HCOH. Uma coluna (núcleo/bobinas BT/AT) é
submetida a 2 fontes de calor: uma bandeja com álcool sob a coluna e um
painel vertical a 750oC para radiação durante 60 minutos onde gases e
temperaturas de entrada/saída são monitorados. A elevação do gás não pode
ultrapassar 420oC na combustão, 140oC após 45 minutos de teste e 80oC após
60 minutos. A média do fator óptico ≥ 20% entre 20 e 60 minutos.

Pelo disposto acima, a especificação E1 C1 F1 é bastante razoável. Entretanto,


nenhuma empresa nacional submeteu seu equipamento aos ensaios acima. Somente
os laboratórios do Chesi na Itália e Kema na Holanda estão capacitados. Para garantir
uma excelente performance, a Weg além dos cuidados com as características de
projeto, trabalha com o que há de melhor em materiais para fabricação de secos.

6.5.7. Auto Extinguível

A principal questão é se transformadores encapsulados em resina epóxi queimam ou


sustentam combustão e se a combustão dos produtos não é tóxica.

Testes abrangentes têm sido feitos por vários fabricantes com diferentes
combinações de formulações epóxi. Há basicamente dois tipos de teste que são
executados: um teste numa amostra de resina, como por exemplo o especificado pela
ASTM D634-68, e um teste executado diretamente na bobina do transformador,
simulando os efeitos de faltas internas ou chamas externas.

Tais testes têm mostrado que chamas devido às faltas internas são seguramente
extintas uma vez que o transformador tenha sido desenergizado pela proteção no
período de tempo usual. Caso um fogo externo ocorre atingindo as bobinas, estas
auto extinguem-se, se extintas as chamas externas. Um grande fogo do lado externo
o qual ponha toda instalação e construção em chamas provavelmente também
queimaria a resina epóxi mas em tal caso esta não aumentaria a intensidade do fogo.
Em tempo, a resina epóxi é um termofixo e portanto, independente das proporções do
incêndio, não derrete.

152
Informações Técnicas DT-11

A WEG desenvolveu testes práticos simulando os dois "casos de causa de fogo" que
podem acontecer a todo transformador instalado:

1. Conseqüências de fogos secundários ao transformador e


2. Queima de transformadores causadas por problemas e defeitos que
originam do próprio transformador.

Causa de fogo no Caso 1:

É concebível que, por razões quaisquer, o fogo começará dentro de uma planta de
painel de comando, na origem da qual o transformador não participa, o qual, porém,
também atingirá com o passar do tempo.

Para imitar um fogo incidente de fora em um transformador, bobinas são aquecidas


por maçaricos de solda (~2500oC) direcionados para sua superfície. Durante vários
testes com pontos distintos de ignição pode ser averiguado que a ignição da bobina
só é possível com muita dificuldade à ordem de sucessões de testes, e que as
chamas são extintas pouco tempo depois de a energia ter sido removida. Em nenhum
caso, retirado o aquecimento da bobina, esta continuava queimando sozinha nem a
chama se alastrada pela superfície da bobina.

Causa de fogo Caso 2:

Queima do transformador devido a problemas e defeitos, particularmente arcos


elétricos de curto-circuito, que originam do transformador.

A ocorrência de um defeito na bobina, seja por causas internas ou externas ao


transformador, com formação de um arco elétrico entre dois ou mais condutores em
diferentes potenciais é a questão aqui. Em exemplos extremos podem ser formadas
correntes de curto-circuito de alta densidade de energia pontual, afetando uma
pequena área com arcos elétricos de temperaturas que podem levantar a fundição
dos materiais condutores e precipitação de gases.

153
Informações Técnicas DT-11
Tal caso é reproduzido perfurando a superfície da bobina até o cobre e produzindo
um arco elétrico de solda de intensidade mais alta possível, entre o condutor de cobre
e um eletrodo de solda.

É importante lembrar que se tais arcos elétricos aparecerem no transformador, este é


desconectado do circuito através de equipamentos de proteção, em um período muito
curto (milisegundos até no máximo 4 segundos).

Nos ensaios realizados pela WEG as seqüências de teste foram aumentadas até a
queima ininterrupta de um eletrodo (2,5mm) completo, com duração superior a um
minuto. Foi averiguada uma pequena inflamação de material isolante em todos os
testes e as chamas foram extinguidas depois de poucos segundos.

Nem com as tochas de solda (fogo caso 1) nem com soldas a arco elétrico (fogo caso
2) a bobina encapsulada pode ser induzida durante os testes executados a
continuação autônoma da inflamação.

Transformadores secos encapsulados em resina epóxi não explodem, não são


facilmente inflamáveis e não sustentam combustão. Os transformadores WEG tem
ainda características especiais de auto-extinção graças a resina utilizada; o sistema
Vântico CW229 é a última palavra em sistemas epóxi, sendo o único sistema a
possuir classificação anti-chama e certificado UL para 200oC (yellow card):
classificação H-B para espessura de 4mm e V-1 para espessura de 12mm.

6.5.8. Resistente a Curto-Circuito

Encapsulados em resina epóxi WEG são mais resistentes a curto-circuito que


qualquer outro tipo de transformador. Sua excepcional resistência está fundamentada
em dois pontos básicos:

1. Projeto: os enrolamentos de baixa tensão são fabricados, preferencialmente, em


chapa na largura da bobina e quando em fios (classe de tensão ≥ 7,2kV) são
encapsulados no mesmo processo dos enrolamentos de alta tensão. Devido a forma

154
Informações Técnicas DT-11
do condutor, esforços de curto-circuito nas bobinas fabricadas em chapa são
mínimos, garantindo ao transformador, incomparável performance neste quesito. A
estrutura da parte ativa tem construção robusta e travamento dos calços que
posicionam as bobinas.

Os enrolamentos, independente do material condutor, são projetados para operar


abaixo do limite térmico de curto-circuito em qualquer derivação que se encontre o
transformador.

2. Materiais: no enrolamento de baixa tensão é usado isolamento entre camadas com


resina epóxi em estágio B de polimerização que, após curado, une as camadas do
enrolamento tornando-o um bloco compacto. As cabeceiras da bobina de baixa
tensão são ainda preenchidas com resina epóxi. Aos enrolamentos de alta tensão são
também adicionados, interna e externamente, reforços mecânicos pré-curados. Todos
estes isolamentos são de classe térmica igual a dos enrolamentos e têm qualidade
comprovada nos laboratórios da WEG.

A resina utilizada é fabricada pelo líder mundial de tecnologia de resinas epóxi:


HUNTSMAN (antiga Ciba). O sistema CW229 adotado tem as melhores
características de flexibilidade, resistência a formação de trincas, variação de
temperatura, torção, tração e impacto, menor perda de massa e maior vida útil dentre
os disponíveis no mercado mundial. Além disto, o CW229 tem coeficiente de
expansão térmica mais próxima ao dos condutores que outros sistemas epóxi.

6.5.9. Baixo Nível de Ruído

O projeto e o tratamento do núcleo dos transformadores secos WEG garantem baixos


níveis de ruído acústico, permitindo sua instalação em prédios residenciais ou outros
ambientes onde esta característica seja desejável.

O sistema de calços e amortecimento das bobinas as tornam independentes do


núcleo no que se refere a transmissão de suas oscilações. O verniz isolante de alta

155
Informações Técnicas DT-11
penetração aplicado ao circuito magnético também colabora para atenuação do ruído
produzido.

6.5.10. Assistência Técnica WEG

Ao contrário do que acontece na manutenção de transformadores a óleo, somente o


fabricante do transformador encapsulado a vácuo pode reparar/substituir suas
bobinas. Por esta razão, é extremamente importante que o comprador se preocupe
com a qualidade da assistência técnica do seu fornecedor.

A WEG conta com mais de 300 assistentes técnicos autorizados e 1.300 oficinas
registradas em todo o Brasil. Quando acionados, os AT têm competência para indicar
e gerenciar as medidas cabíveis.

6.5.11. Compatíveis com o Meio Ambiente

Os transformadores encapsulados WEG não contaminam o ambiente com óleos ou


gases tóxicos. Por serem ecologicamente corretos são recomendados para a
substituição de equipamentos instalados em locais críticos que na sua especificação
original foram construídos com líquidos especiais como o Ascarel®, Rtemp® ou
Silicone.

No projeto com isolação sólida nada pode contaminar o solo ou o ambiente e medidas
adicionais contra poluição são dispensadas, o que implica em redução nos custos de
instalação.

Em empresas onde a questão ambiental é preocupação constante, o uso de


transformadores secos tornou-se obrigatório, estando algumas vezes atrelado às
normas internas que permitiram a certificação ISO 14.000.

6.6. APLICAÇÕES

156
Informações Técnicas DT-11
Quando aplicar transformadores encapsulados?
§ Quando riscos de explosão, propagação de incêndio ou vazamento de óleo
devem ser eliminados;
§ Quando se deseja instalar o transformador junto a carga, reduzindo perdas e
custo dos condutores de baixa tensão;
§ Quando se deseja mudar a posição do transformador com facilidade, como
plantas em crescimento;
§ Quando há trânsito de pessoas e segurança é a palavra-chave;
§ Quando se tem espaço reduzido;
§ Quando se quer minimizar a manutenção.

Os transformadores encapsulados WEG, podem substituir com vantagens os


transformadores a óleo. Abaixo indicamos algumas utilizações típicas para este tipo
de equipamento:
§ Subestações internas ou externas
§ Plantas industriais
§ Plantas químicas e petroquímicas
§ Plataformas off-shore
§ Prédios comerciais e residenciais
§ Hospitais
§ Embarcações marítimas
§ Shopping centers
§ Unidades de tratamento de água
§ Sistemas de controle de tráfego aéreo e terrestre
§ Indústrias alimentícias
§ Em pedestais ou mezaninos
§ Portos marítimos
§ Centros de entretenimento
§ Trens de passageiros e carga
§ Telecomunicações
§ Bancos
§ Centro de convenções
§ Navios
§ Minas

157
Informações Técnicas DT-11
§ Subestações ou cargas móveis

6.7. ESPECIFICAÇÕES

As principais características a serem especificadas na compra e os padrões da linha


de transformadores encapsulados WEG são descritos a seguir:

6.7.1. Normas

A norma brasileira para Especificação de Transformadores de Potência Secos é a


NBR 10295, de 1988. O texto desta norma é similar ao da IEC 726/1982 – Dry-type
Power Transformers, a qual foi substituída em 2004 pela parte 11 da IEC 60076,
adotada internacionalmente. Alguns itens da NBR 10295, adotada na linha padrão
WEG, são destacados mais adiante neste trabalho.

6.7.2. Potências

Os transformadores encapsulados Weg são fabricados nas potências:


§ 300 – 500 – 750 – 1.000 – 1.500 – 2.000 – 2.500 e 3.000kVA

Potências fora desta faixa poderão ser consultadas.

6.7.3. Classes de Tensão

Os enrolamentos primário e secundários dos transformadores Weg podem ser


fornecidos nas seguintes classes de tensão:
§ 0,6 – 1,2 – 7,2 – 15 – 24,2 e 36,2 kV

Padrão para enrolamentos de baixa tensão: 0,6kV

158
Informações Técnicas DT-11
Padrão para enrolamentos de alta tensão: classe 15kV com NBI 95kV e tensão
aplicada de 34kV e classe 25kV com NBI 125kV e aplicada 50kV.

6.7.4. Tensão Nominais e Derivações

Quaisquer tensões dentro das classes acima podem ser especificadas.

As tensões padronizadas para o enrolamento de baixa tensão são: 440*/254V,


380*/220V e 220*/127V, esta última até a potência de 1.000kVA

Tensões nominais e derivações padronizadas para alta tensão:


§ Classe 15kV: 13,8* / 13,2 / 12,6 / 12,0 / 11,4kV
§ Classe 24,2kV: 24,255 / 23,678 / 23,100* / 22,523 / 21,945kV
§ * tensões nominais

6.7.5. Freqüência e Ligações

Freqüência padrão: 60Hz


Freqüência de 50Hz e diferentes ligações podem ser fornecidas.
Ligação padrão: Dyn1

6.7.6. Temperaturas

Temperatura ambiente máxima: 40ºC (média diária máxima de 30 oC)


Classe térmica dos materiais isolantes: F (155 oC)
Elevação média do enrolamento acima do ambiente: 105oC
Elevação do ponto mais quente do enrolamento acima do ambiente: 115oC
Temperatura de referência para garantia de perdas e impedância: 115 oC

159
Informações Técnicas DT-11

6.7.7. Perdas, Corrente de Excitação e Impedância

Transformadores Secos Encapsulados a Vácuo WEG


Classe 15kV – 60Hz – 380V
Potência Perdas a Vazio Perdas Totais Corrente a Vazio Impedância
kVA W W (115oC) % % (115°C)
300 (380V) 1200 4700 1,2 5,0
300 (220V) 1200 5150 1,2 5,7
500 1400 7200 1,2 6,0
750 1900 10200 1,2 6,0
1000 2400 11700 1,2 6,0
1500 3300 16700 1,2 6,0
2000 4000 20500 0,6 6,5
2500 4500 23500 0,6 6,5
3000 5000 27000 0,6 7,0

As perdas acima devem ser tomadas como valores para referência. Valores de
perdas podem e devem ser considerados ao adquirir um transformador, seja este a
óleo ou seco. Contudo o comprador deve salientar esta preocupação (baixas perdas)
ao solicitar a cotação do equipamento para que seu valor seja analisado como custo
do produto + capitalização de perdas (normalmente segundo a fórmula da
concessionária local).

6.7.8. Dimensões

IP00 IP20

160
Informações Técnicas DT-11

Transformadores Secos Encapsulados a Vácuo WEG


Classe 15kV - 60Hz
Dimensões Aproximadas e Peso Total Sem Cubículo - IP00
Potência
Comprimento Largura [mm] Dist. Rodas Peso Total
kVA Altura [mm] C
[mm] A B [mm] D [kg]
300 1500 700 1300 520 1200
500 1550 700 1450 520 1550
750 1600 800 1700 670 1900
1000 1650 950 1750 820 2400
1500 1800 950 1950 820 3250
2000 1900 950 2200 820 4150
2500 2050 950 2400 820 5100
3000 2150 1200 2500 820 6000
Dimensões Aproximadas e Peso Total Com Cubículo – IP20
Potência
Comprimento Largura [mm] Dist. Rodas Peso Total
kVA Altura [mm] C
[mm] A B [mm] D (kg)
300 1800 1100 1600 520 1500
500 1800 1200 1700 520 1900
750 1800 1200 1900 670 2300
1000 1900 1300 2000 820 2900
1500 2100 1300 2300 820 3800
2000 2200 1300 2500 820 4700
2500 2350 1400 2700 820 5800
3000 2400 1400 2800 820 6800

6.8. NORMA BRASILEIRA PARA ESPECIFICAÇÃO DE TRANFORMADORES A


SECO

Destacamos aqui, alguns itens que merecem ser lembrados da norma NBR
10295/1988 TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA SECOS. Este texto tem caráter
didático e não pode ser considerado como reprodução parcial da norma. A leitura do
texto completo da norma é ponto de partida para a correta especificação dos
transformadores.

161
Informações Técnicas DT-11
1.1 Esta norma fixa as condições exigíveis aplicadas a transformadores de potência
secos, com tensão máxima do equipamento igual ou inferior a 36,2kV.

1.2 Esta norma não se aplica a:

a) transformadores monofásicos de potência nominal inferior a 1kVA e


b) polifásicos de potência nominal inferior a 5kVA;
c) transformadores para instrumentos;
d) transformadores para conversores estáticos;
e) transformadores para partida de motores;
f) transformadores para ensaios;
g) transformadores para tração elétrica;
h) transformadores à prova de fogo e transformadores para minas;
i) transformadores para solda elétrica;
j) transformadores reguladores de tensão;
k) transformadores de potência de pequeno porte, nos quais a segurança é um
requisito especial;
l) transformadores para aparelhos de medições;
m) transformadores para fornos a arco;
n) transformadores para aterramento.

NOTA: Enquanto não vigorarem normas brasileiras aplicáveis especificamente aos


transformadores acima ou a outros transformadores especiais, esta Norma deve ser
aplicada no que couber.

4.1.1 Temperatura do ar de resfriamento

Temperatura do ar de resfriamento (temperatura ambiente) não superior a 40 ºC e


temperatura média em qualquer período de 24 horas não superior a 30ºC.

4.1.5.2 Exceto quando especificado diferentemente pelo comprador, transformadores


secos enclausurados devem ser adequados para funcionamento somente como
transformadores para interior.
4.1.6 Fluxo de potência

162
Informações Técnicas DT-11

Os transformadores secos devem ser projetados para funcionamento com


abaixadores, exceto se especificado diferentemente pelo comprador.

4.2 Condições especiais

São consideradas condições especiais de funcionamento, transporte e instalação, as


que podem exigir construção especial, e/ou revisão de alguns valores nominais, e/ou
cuidados especiais no transporte, instalação ou funcionamento do transformador e
que devem ser levados ao conhecimento do fabricante.

Nota: Constituem exemplos de condições especiais:

a) instalação em altitudes superiores a 1000m;


b) instalação em que as temperaturas do meio de resfriamento sejam superiores
às especificadas em 4.1.1;
c) exposição a umidade excessiva, atmosfera salina, gases ou fumaças
prejudiciais;
d) exposição a pós prejudiciais;
e) exposição a materiais explosivos na forma de gases ou pós;
f) sujeição a vibrações anormais, choques ou condições sísmicas;
g) sujeição a condições precárias de transporte, instalação ou armazenagem;
h) limitação de espaço na sua instalação;
i) dificuldades de manutenção;
j) funcionamento em regime ou freqüência não usuais ou com tensões
apreciáveis diferentes das senoidais ou assimétricas;
k) cargas que estabelecem harmônicas de correntes anormais, tais como as que
resultam de apreciáveis correntes de carga controladas por dispositivos em
estado sólido ou similares;
l) condições de carregamento especificadas (potência e fatores de potência)
associadas a transformadores de mais de dois enrolamentos;
m) exigências de isolamento diferentes das especificadas nesta Norma;

163
Informações Técnicas DT-11
n) condições de tensões normais, incluindo sobretensões transitórias,
ressonância, perturbações relacionadas a manobra, etc., que possam requerer
considerações especiais no projeto da isolação;
o) campos magnéticos anormalmente fortes;
p) necessidade de proteção especial de pessoas contra contatos acidentais com
partes vivas do transformador;
q) operação em paralelo.

Nota: Apesar de a operação em paralelo não ser uma condição anormal, é desejável
que o comprador informe ao fabricante a previsão de paralelismo com outros
transformadores, bem como as características destes transformadores que interfiram
com requisitos de paralelismo.

Tabela 2 – Níveis de isolamento para transformadores de potência secos


Tensão suportável nominal de impulso Tensão suportável
Tensão máxima do atmosférico nominal à freqüência
equipamento kV industrial durante 1
(eficaz) Pleno kV (crista) Cortado kV (crista) minuto e tensão
induzida kV (eficaz)
1 2 3 4
0,6 --- --- 4
1,2 --- --- 10
7,2 40 44 20
60 66
15 95 105 34
110 121
24,2 125 138 50
150 165
36,2 170 187 70
200 220

5.7.1 Os transformadores devem ser designados de acordo com o método de


resfriamento empregado. Os símbolos literais correspondentes a cada método de
resfriamento são indicados na Tabela 6.

164
Informações Técnicas DT-11

Tabela 6 – Símbolos literais


Natureza do meios de resfriamento Símbolo
Gás G
Água W
Ar A
Natureza de circulação Símbolo
Natural N
Forçada F

5.7.2.2 A ordem na qual os símbolos devem ser utilizados é indicada na Tabela 7. Os


grupos de símbolos correspondentes a diferentes métodos de resfriamento, devem
ser separados por meio de traço inclinado

Tabela 7 – Ordem dos Símbolos


1ª letra 2ª letra 3ª letra 4ª letra
Indicativa do meios de resfriamento em contato Indicativa do meio de resfriamento em contato
com os enrolamentos com o sistema de resfriamento externo
Natureza do meio de Natureza do meio de
Natureza da circulação Natureza da circulação
resfriamento resfriamento

5.8.1 As elevações de temperatura dos enrolamentos, núcleo e partes metálicas dos


transformadores projetados para funcionamento nas condições normais, previstas em
4.1, não devem exceder os limites especificados na Tabela 8, quando ensaiados de
acordo com esta Norma.

165
Informações Técnicas DT-11

Tabela 8 – Limites de Elevação de Temperatura


Classe de
Método da
Parte Ponto mais temperatura Temperatura de
o o
variação da
[ C] quente [ C] mínima do referência
resistência
material
1 2 3 4 5
65 55 A 75
80 70 E 75
Enrolamentos

90 80 B 115
115 105 F 115
140 130 H 115
180 150 C 115

5.8.5 Os limites de elevação de temperatura dos enrolamentos de transformadores


projetados para funcionamento em local onde a temperatura do ar ambiente exceder
qualquer dos valores indicados em 4.1 em não mais que 10oC, devem ser reduzidos
como a seguir descritos.

Quando a potência nominal for igual ou superior a 10MVA, a redução deve


corresponder ao excesso de temperatura. Para potências nominais inferiores a
10MVA, as reduções devem ser as seguintes:

5oC, se o excesso de temperatura for igual ou inferior a 5oC;


10oC, se o excesso de temperatura for superior a 5oC, e igual ou inferior a 10oC.
Quando o excesso de temperatura do ar ambiente, em relação aos valores indicados
em 4.1, for superior a 10oC, os limites de elevação de temperatura estão sujeitos a
acordo entre fabricante e comprador.

Quaisquer condições do local de instalação que possam causar restrições ao ar de


resfriamento ou produzir temperaturas ambientes elevadas, devem ser especificadas
pelo comprador.

5.10.1 Classificação térmica dos materiais isolantes

166
Informações Técnicas DT-11
Os materiais isolantes elétricos são classificados em classes de temperatura,
definidas pela temperatura limite atribuída a cada uma, conforme Tabela11, e de
acordo com a NBR 7034.

Tabela 11 – Classes de Temperaturas de Materiais Isolantes


Classe Temperatura limite atribuída (oC)
Y 90
A 105
E 120
B 130
F 155
H 180
C 220

5.10.2 Invólucro do transformador

O invólucro protetor, quando empregado, deve ser especificado mediante acordo


entre fabricante e comprador, tendo seu grau de proteção definido pela NBR 6146. O
invólucro não deve apresentar imperfeições superficiais e suas superfícies internas e
externas devem ser protegidas contra corrosão.

O transformador deve ser dimensionado para funcionar em potência nominal, com


invólucro, em qualquer derivação, sem ultrapassar os limites de elevação de
temperatura especificada em 5.8.

167
Informações Técnicas DT-11

7. ENSAIOS

Ensaios: Operação técnica que consiste em determinar uma ou mais características


de um produto, processo ou serviço, de acordo com um procedimento especificado.

Os ensaios em transformadores devem ser efetuados a uma temperatura ambiente


entre 10ºC e 40ºC e com água de resfriamento (se previsto) com temperatura que não
exceda 30ºC.

Devem ser realizados na fábrica do fabricante, salvo acordo contrário entre o


comprador e o fabricante.

Todos os componentes externos e acessórios que são suscetíveis de influenciar o


funcionamento do transformador durante os ensaios, devem estar instalados.

Os enrolamentos com derivação devem estar conectados a sua derivação principal, a


menos que seja especificado de outra forma por acordo entre o fabricante e
comprador.

Para todas as características excetuando-se as de isolamento, os ensaios são


baseados em condições nominais, a menos que seja especificado de outra forma de
acordo com o ensaio em questão.

Quando for requerido que os resultados dos ensaios sejam corrigidos a uma
temperatura de referência, estas devem ser:
§ para transformadores imersos em óleo: 75ºC;
§ para transformadores secos: conforme recomendações gerais para ensaios da
ABNT NBR 10295.

Os ensaios baseiam-se nas seguintes normas:


§ ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
o NBR 5356 - Transformador de Potência: Especificação
o NBR 5380 - Transformador de Potência: Método de Ensaio

168
Informações Técnicas DT-11
o NBR 10295 - Transformadores de Potência Secos
§ IEC 76
§ ANSI
§ IEEE

Os ensaios realizados em transformadores são classificados, segundo a ABNT em:


§ Ensaio de Rotina (Executado em todas as unidades de produção);
§ Ensaios de Tipo (Executado quando o cliente compra ou quando solicitado pela
seção de projetos).
§ Ensaios Especiais (Executado quando o cliente compra ou quando solicitado
pela seção de projetos).

7.1. ENSAIOS DE ROTINA

Ensaios de rotina são executados em todas as unidades de produção.

Os ensaios de rotina são os seguintes:


a) Medição da resistência dos enrolamentos;
b) Medição da relação de transformação, polaridade e verificação da defasagem
angular;
c) Medição das perdas em carga e impedância de curto-circuito;
d) Medição das perdas em vazio e corrente de excitação;
e) Medição da resistência de isolamento;
f) Ensaios dielétricos de rotina;
g) Ensaios de comutador de derivações em carga, quando aplicável;
h) Estanqueidade e resistência à pressão;
i) Verificação do funcionamento dos acessórios;
j) Verificação da espessura e aderência da pintura da parte externa.

169
Informações Técnicas DT-11

7.1.1. Resistência Elétrica dos Enrolamentos

Este ensaio visa verificar a resistência dos contatos, apertos, conexão, contatos do
comutador, etc., e determinar a resistência elétrica de cada enrolamento que
multiplicado pela corrente de fase ao quadrado (I²) resultará nas perdas ôhmicas
utilizadas no cálculo das perdas totais.

A corrente utilizada no ensaio deve ser contínua e não deve ser superior á 15% da
corrente nominal do enrolamento considerado.

Em transformadores com comutador interno o ensaio é realizado na derivação de


maior tensão ou naquele especificado pelo cliente. Em transformadores com
comutador externo o ensaio e realizados em todas as derivações.

Em todas as medições de resistência, cuidados devem ser tomados para se reduzir


ao mínimo os efeitos de auto-indutância.

Devem ser registrados a resistência de cada enrolamento, os terminais entre os quais


ela for medida e a temperatura dos enrolamentos.

Cuidados relativos à medição da temperatura:


a) Transformadores do tipo seco
Antes de cada medição o transformador deve permanecer pelo menos 3h em
repouso à temperatura ambiente.
A resistência e a temperatura do enrolamento devem ser medidas
simultaneamente. A temperatura do enrolamento deve ser medida através de
sensores localizados em posições representativas, de preferência dentro dos
enrolamentos, por exemplo, em um poço ou canal entre os enrolamentos de
alta-tensão e baixa-tensão.

b) Transformadores imersos em óleo


Deixa-se o transformador com óleo desenergizado durante pelo menos 3h,
depois se determina a temperatura média do óleo e considera-se que a

170
Informações Técnicas DT-11
temperatura do enrolamento é igual a temperatura média do óleo. A
temperatura média do óleo é adotada como a média das temperaturas do óleo
nas partes superior e inferior do tanque (topo e fundo do tanque).
Quando se mede a resistência a frio, com o propósito de determinar-se a
elevação de temperatura, é necessário envidar esforços especiais para
determinar com precisão a temperatura média do enrolamento. Portanto, a
diferença entre as temperaturas do óleo das partes superior e inferior deve ser
pequena. A fim de se obter este resultado mais rápido, pode-se fazer circular
óleo com ajuda de uma bomba.

Os valores de resistência medidos na temperatura do meio circundante são


convertidos para a temperatura de referência aplicável a respectiva tabela na NBR
5356, ou para outra temperatura.
Θ2 + K
R 2 = R1 *
Θ1 + K
Onde:
R1: resistência medida na temperatura •1;
R2: resistência calculada na temperatura •2;
K: 234,5 para o cobre e 225,0 para o alumínio;
•1: temperatura do meio circundante, em °C;•2: temperatura de referência,
em °C.

Resistência ôhmica - Princípio de medição

R =V
I

171
Informações Técnicas DT-11

Resistência ôhmica - Circuito de Medição

Resistência ôhmica – Ilustração de Medição

172
Informações Técnicas DT-11

Resistência ôhmica – Relatório de Ensaio

NOTA: A medição de resistência ôhmica deverá se efetuada entre todas as fases, em


todos os enrolamentos e, se houver comutador externo, em todos os tap’s.

7.1.2. Relação de Transformação

O objetivo deste ensaio é medir a relação de tensões entre tensão primária e tensão
secundária de um transformador.

Com a medição é possível verificar o desvio entre a relação de tensão teórica


(nominal) e a medida, este valor não deve ser superior ao especificado pela norma
(geralmente 0,5%).

173
Informações Técnicas DT-11
Relação de Transformação - Princípio de medição

V1 N 1
= = Re lação
V2 N 2

O ensaio geralmente é realizado com um instrumento chamado TTR (Transformer


Turns Ratiometer). Este instrumento executa a medição da tensão primária e
secundária simultaneamente e apresenta o valor da relação medida.

Calculo da Relação de Transformação

V1
= Re lação
V2

onde:
V1 = Tensão do Primário
V2 = Tensão do Secundário

Exemplo

AT = 13800 V ligado em Delta


BT = 220 V ligado em Estrela
13.800
Relação Nominal = = 108,65
220 / 3

174
Informações Técnicas DT-11
Calculo do Erro(%)

Relação Medida − Relação Nominal


Erro (%) = * 100
Relação Nominal

Exemplo

Relação medida = 108,58

108,58 − 108,65
Erro (%) = *100 = 0,064
108,65

NOTA: A Relação de Transformação deve ser medida em todas as fases, em todas


as ligações e, se houver comutador, em todas as posições do comutador.

Relação de Transformação - Circuito de ensaio usando TTR trifásico

175
Informações Técnicas DT-11
Relação de Transformação – Ilustração de ensaio usando TTR trifásico

Apesar de o aparelho ser trifásico todas as medições são executadas


monofasicamente. Desta forma, a intenção de todos os cabos estarem conectados no
momento do ensaio é reduzir o tempo de troca dos cabos que é feita internamente no
TTR.

7.1.2.1. Polaridade

Este ensaio visa determinar a polaridade do transformador, que pode ser aditiva ou
subtrativa. Durante a medição da relação de transformação, o TTR demonstra a
polaridade da medição.

Em transformadores trifásicos a verificação da polaridade contribui para a avaliação


do deslocamento angular.

7.1.2.2. Deslocamento angular e seqüência de fases

Define-se Deslocamento Angular como sendo o ângulo existente entre as tensões


concatenadas primárias e tensões concatenadas secundárias considerando-se o

176
Informações Técnicas DT-11
enrolamento de baixa tensão para o enrolamento de alta tensão no sentido anti-
horário (Vide ítem 2.7 desta apostila para maiores esclarecimentos).

Deslocamento Angular – Representação gráfica do deslocamento angular

Durante a medição de relação de transformação verifica-se o deslocamento angular


através da verificação das ligações dos enrolamentos e da marcação dos terminais.

177
Informações Técnicas DT-11
Exemplo de diagramas fasoriais, marcação dos terminais e ligações de
transformadores trifásicos

178
Informações Técnicas DT-11
Relação de Transformação – Relatório de Ensaio
Verificação da relação de transformação, polaridade e deslocamento angular

7.1.3. Perdas em Carga e Impedância de Curto-Circuito

Perdas em carga é a potência ativa absorvida, relativa a um par de enrolamentos, à


freqüência nominal e à temperatura de referência, quando a corrente nominal
(corrente de derivação) flui através do terminal de linha de um dos enrolamentos, e
estando os terminais do outro enrolamento curto-circuitados. Os demais enrolamentos
devem estar em circuito aberto.

O objetivo deste ensaio é medir as perdas no enrolamento e a tensão de curto-


circuito.

A corrente de alimentação deve ser pelo menos igual a 50% da corrente nominal
(corrente de derivação). As medidas devem ser feitas rapidamente para que as

179
Informações Técnicas DT-11
elevações de temperatura não introduzam erros significativos. A diferença de
temperatura do óleo entre as partes superior e inferior do tanque deve ser
suficientemente pequena para permitir a determinação da temperatura média, com a
precisão requerida.

Utiliza-se para a medição das perdas e da tensão um instrumento chamado


analisador de potência em conjunto com transformadores de medição de tensão e de
corrente.

O valor de perdas obtido deve ser corrigido à temperatura de referência. As perdas


por efeito Joule I2R (R sendo a resistência a corrente contínua) variam segundo a
resistência do enrolamento e as outras perdas são inversamente proporcionais à
resistência. A resistência deve ser determinada conforme 7.1.1.

O valor de impedância deve ser corrigido à temperatura de referência, assumindo-se


que a reatância é constante e que a resistência em corrente alternada calculada a
partir das perdas em carga, varia como visto acima.

Para transformadores de três enrolamentos, as medições são feitas para os três


pares de enrolamentos. Os resultados são recalculados considerando-se as
impedâncias e as perdas de cada enrolamento. As perdas totais para cargas
específicas para todos os enrolamentos, são determinadas como conseqüência.

Cálculo da Corrente nominal (IN):


Exemplo
Potência: 45kVA
Tensão AT: 13800V 45000
IN = ÷ 3 = 1,88 A
Tensão BT: 220 V 13800

180
Informações Técnicas DT-11
Perdas em Carga – Circuito de Ensaio

Perdas em Carga – Ilustração de Ensaio

181
Informações Técnicas DT-11
Perdas em Carga – Relatório de Ensaio

7.1.4. Perdas em Vazio e Corrente de Excitação

Perdas em vazio é a potência ativa absorvida quando a tensão nominal (tensão de


derivação) à freqüência nominal é aplicada aos terminais de um enrolamento, estando
o outro (ou outros) enrolamento(s) em circuito aberto.

Estas perdas consistem, principalmente, nas perdas por histerese e por correntes de
Foucault (parasitas) no núcleo e é função do valor, freqüência e forma de onda da
tensão de alimentação.

Corrente de excitação é o valor eficaz da corrente que flui através do terminal de linha
de um enrolamento, quando a tensão nominal (tensão de derivação) à freqüência
nominal é aplicada a este enrolamento, estando o outro (ou outros) enrolamento(s)
em circuito aberto.

As perdas em vazio e a corrente de excitação devem ser medidas em um dos


enrolamentos à freqüência nominal e com tensão igual à tensão nominal do
enrolamento sob ensaio.

182
Informações Técnicas DT-11
O transformador deve estar aproximadamente à temperatura ambiente da fábrica.

Para um transformador trifásico, a escolha do enrolamento e a conexão à fonte de


potência de ensaio devem ser feitas de modo a permitir que as tensões nas três fases
sejam tão simétricas e senoidais quanto possível.

A tensão de ensaio deve ser ajustada por um voltímetro que mede o valor médio da
tensão, mas que é graduado de modo a fornecer o valor eficaz de uma tensão
senoidal tendo o mesmo valor médio. O valor lido por este voltímetro é U’.

Simultaneamente, um voltímetro medindo o valor eficaz da tensão deve estar


conectado em paralelo com o voltímetro de valor médio, e a tensão U que ele indica
deve ser registrada.

A forma de onda da tensão de ensaio é satisfatória se U’ e U forem iguais com desvio


máximo de 3%.

Se a diferença das leituras entre os voltímetros for maior que 3%, a validade do
ensaio deve ser objeto de acordo entre fabricante e comprador.

Utiliza-se para a medição das perdas e da tensão um instrumento chamado


analisador de potência em conjunto com transformadores de medição de tensão e de
corrente.

Para um transformador trifásico


§ Tensão (eficaz) = Média das tensões das 3 fases
§ Tensão (média) = Média das tensões das 3 fases
§ Corrente (eficaz) = Média das correntes das 3 fases
§ Perdas = Somatória das perdas das 3 fases

Exemplo:
Transformador 45kVA - Ensaio realizado pela Baixa Tensão.
Potência: 45kVA
Tensão AT: 13800V

183
Informações Técnicas DT-11
Tensão BT: 220/127V

Corrente de excitação medida (média das 3 fases) em Amperes: 3,55A


Perdas medidas (média das 3 fases) em Watts: 213W

Cálculo da Corrente Nominal:


Potência 45000
IN = IN = ÷ 3 IN = 118,09 A
Tensão BT/ 3 220
Cálculo da Corrente de Excitação em Percentagem:
I0(medida ) 3,55
I 0% = × 100 I0% = × 100 I0% = 3,0%
Corrente Nominal 118,09

Perdas em vazio – Circuito de Medição

184
Informações Técnicas DT-11

Perdas em vazio – Ilustração de Medição

185
Informações Técnicas DT-11
Perdas em vazio - Relatório de ensaio

186
Informações Técnicas DT-11

7.1.5. Resistência do Isolamento


A resistência do isolamento, embora sujeita às grandes variações da temperatura,
umidade e a qualidade do óleo isolante empregado, é um valor que dá idéia do estado
do isolamento antes de submeter o transformador aos ensaios dielétricos. Além disso,
as medições permitem um acompanhamento do processo de secagem do
transformador.

Este ensaio não constitui critério para aprovação ou rejeição do transformador,


conforme NBR 5356.

Por ser uma simples medição sem valor de referência, geralmente verificamos a
existência de falhas grosseiras (curto entre enrolamentos ou entre enrolamento e
massa) no isolamento.

Mede-se a resistência do isolamento com um megaohmímetro de 1000V, no mínimo,


para enrolamentos de tensão máxima do equipamento igual ou inferior a 72,5kV e de
2000V para tensões superiores. O ensaio é realizado em corrente contínua.

Curto-circuita-se os terminais de cada enrolamento do transformador sob ensaio. A


Resistência do isolamento deve ser medida antes dos ensaios dielétricos (tensão
suportável nominal a freqüência industrial e tensão induzida).

Os critérios e a interpretação dos valores encontrados variam de acordo com a prática


e a experiência do fabricante e do usuário.

187
Informações Técnicas DT-11
Resistência do Isolamento – Circuito de ensaio

Resistência do Isolamento – Ilustração de ensaio

188
Informações Técnicas DT-11
Resistência do Isolamento – Relatório de ensaio

189
Informações Técnicas DT-11

7.1.6. Ensaios Dielétricos de Rotina

Os ensaios dielétricos se subdividem em:


a) Tensão suportável à freqüência industrial (tensão aplicada);
b) Tensão induzida – curta e longa duração;
c) Impulso – atmosférico e de manobra.

Podem ser classificados como rotina, tipo ou especial conforme tabela abaixo:

7.1.6.1. Tensão suportável à freqüência industrial

Este ensaio visa verificar a isolação e distâncias elétricas de alta e baixa tensão
contra a massa (tanque, viga, tirantes, etc.).

O transformador deve suportar os ensaios de tensão suportável nominal á freqüência


industrial (tensão aplicada) durante 1 minuto.

Deve ser aplicada a tensão de ensaio correspondente ao nível de isolamento


especificado de acordo com as tabelas 2 da NBR 5356 entre os terminais do
enrolamento e a terra sem que se produzam descargas disruptivas e sem que haja
evidência de falha.

190
Informações Técnicas DT-11

Todos os terminais externos do enrolamento sob ensaio devem ser ligados ao


terminal da fonte de ensaio. Todos os terminais externos dos demais enrolamentos e
partes metálicas (inclusive tanque e núcleo) devem ser ligados a terra.

Tabela 2 – NBR-5356

191
Informações Técnicas DT-11
Tensão aplicada – Circuito de ensaio
Verificação da alta tensão

Tensão aplicada – Ilustração de ensaio


Verificação da alta tensão

192
Informações Técnicas DT-11

7.1.6.2. Tensão induzida

O ensaio de tensão aplicada tem por finalidade a verificação do isolamento entre os


enrolamentos de AT e BT, e entre ambos e a massa. Entretanto, o fato conhecido é
que pode ocorrer defeito de isolamentos entre as próprias espiras de um mesmo
enrolamento.

Tensão Induzida - Princípio do ensaio

Situação normal Situação de Ensaio

Aplica-se uma tensão igual ao dobro da tensão de derivação utilizada no ensaio com
o circuito em vazio, porém, este valor não pode ultrapassar ao valor correspondente
ao nível de isolamento especificado na tabela 2 da NBR 5356.

Transformadores de tensão máxima do equipamento igual ou inferior à 170kV devem


ser capazes de suportar o ensaio de tensão induzida de curta duração sem que
produzam descargas disruptivas e sem que haja evidência de falha. A duração do
ensaio deve ser de 7200 ciclos com freqüência de ensaio não inferior à 120Hz e não
superior à 480Hz.

A freqüência do ensaio deve ser aumentada para não saturar o núcleo já que será
aplicado um valor em torno do dobro da tensão nominal.

Neste ensaio utiliza-se o analisador de potência para medição da tensão induzida nos
terminais do transformador sob ensaio.

193
Informações Técnicas DT-11

Tensão Induzida – Circuito de ensaio

Tensão Induzida – Ilustração de ensaio

240 Hz

194
Informações Técnicas DT-11

7.1.6.3. Tensão induzida com medição de descargas parciais

Para tensões Um > 72,5kV, o ensaio de tensão induzida é normalmente feito com
medição de descargas parciais. A medição de descargas parciais durante toda a
duração do ensaio é uma ferramenta valiosa tanto para o fornecedor quanto para o
comprador. O aparecimento de descargas parciais durante o ensaio pode indicar uma
deficiência no isolamento antes que ocorra a ruptura. Este ensaio verifica uma
operação livre de descargas parciais durante as condições operacionais.

O fenômeno das descargas parciais ocorre em cavidades ou inclusões de constante


dielétrica diferente, e se distribui pelo material, submetendo a cavidade ou inclusão a
um gradiente de tensão em excesso ao gradiente máximo suportável pela mesma.
Este fenômeno dará origem a pequenas descargas disruptivas no interior da
cavidade, acarretando um processo temporal de deterioração progressiva do material
e eventualmente a falha do equipamento.

Classificação das descargas parciais

195
Informações Técnicas DT-11
Exemplo de descarga parcial interna Exemplo de descarga parcial externa

Exemplo de descarga parcial externa Exemplo de descarga parcial interna


ou corona e superficial

As descargas parciais internas causam deterioração progressiva do material isolante


e eventualmente podem levar a perfuração completa do mesmo. Os mecanismos de
deterioração podem ser causados por vários fenômenos, tais como:
§ Bombardeamento iônico e eletrônico, causando aquecimento do anodo e
catodo, erosão destas superfícies e processos químicos na superfície
(polimerização, quebra de moléculas, formação de gases, etc);
§ Formação de produtos químicos no gás ionizado, tais como, ácido nítrico,
ozônio, etc;
§ Formação de irradiação ultravioleta e raio-X suave.

Estes efeitos são acumulativos e causam a deterioração progressiva e acelerada do


dielétrico.

196
Informações Técnicas DT-11

Dependendo do tipo de material, um efeito será mais agressivo que outros. Por
exemplo, em alguns tipos de plástico, a degradação térmica é mais acentuada, já em
bobinas de alternadores, onde o material utilizado é a mica, o mecanismo principal é o
bombardeamento iônico. Em estudos de descargas em papel isolante impregnado
com óleo, cavidades próximas ao condutor atacam o isolante e após perfurar as
primeiras camadas de papel, descargas superficiais ocorrem ao longo destas
camadas, formando arvorejamento e trilhamento, as quais são formadas nos pontos
mais fracos do isolamento.

Este processo conduz a um sobreaquecimento local e a perfuração completa do


dielétrico.

A deterioração e a expectativa de vida útil do dielétrico dependem de muitas variáveis.


Elas são diretamente proporcionais ao número de descargas e, portanto a freqüência,
a amplitude a ao gradiente da tensão aplicada. Ela depende também da magnitude da
descarga e da natureza do dielétrico. No caso onde tensão contínua é aplicada
podemos esperar uma expectativa de vida bem maior do que para tensões
alternadas, uma vez que o número de descargas será muito menor, mesmo quando o
gradiente de tensão é maior que o gradiente de tensão usual para tensão alternada.

As descargas parciais dão origem a uma série de fenômenos físicos e químicos, os


quais podem ser utilizados para detecção da presença das descargas parciais. Estes
fenômenos estão apresentados a seguir:
§ Fenômenos Elétricos (perdas dielétricas e impulsos elétricos)
§ Radiação Eletromagnética
§ Luz
§ Calor
§ Ruído Acústico
§ Pressão de Gases
§ Transformações Químicas

Destes fenômenos, o mais freqüentemente utilizado para detecção é o fenômeno


elétrico, por sua sensibilidade maior. Utiliza-se também, em aplicações especiais, o

197
Informações Técnicas DT-11
fenômeno do ruído acústico, como por exemplo, para detecção e localização de DP
em grandes transformadores de força e o fenômeno das transformações químicas,
gerando gases, que podem ser detectados em análises de gases dissolvidos em óleo
isolante de transformadores, indicando assim a presença das DP.

MÉTODOS NÃO-ELÉTRICOS

§ DETEÇÃO POR LUZ: As descargas parciais internas podem ser vistas se o


material isolante for translúcido. A radiação é muito tênue, contudo esta pode
ser intensificada pelo aumento da freqüência da tensão aplicada. Com este
método é possível observar descargas parciais superficiais e externas
(Corona).

§ DETEÇÃO POR CALOR: O aumento da temperatura provocado pelas


descargas pode ser medido por termoacopladores dispostos ao longo do
dielétrico. É possível também sentir o aumento da temperatura na superfície de
cabos e buchas submetidos a ensaios de alta tensão por contato manual. Este
método é bastante insensível e a magnitude das descargas não pode ser
medido.

§ DETEÇÃO POR RUÍDO ACÚSTICO: A detecção aural é um método bastante


antigo e é possível escutar descargas superficiais em buchas e cabos. A
sensibilidade deste método é em torno de 50 a 80pF. Utilizam-se, no caso de
transformadores de potência de alta tensão, microfones de contato fixados na
superfície do tanque principal operando na faixa do ultrasom. A sensibilidade
deste método é limitada pelo fenômeno de magnetostrição do núcleo do
transformador, que gera ruído na mesma faixa de freqüência.

§ PRESSÃO DE GÁS: Pode medir a pressão do ar na cavidade onde ocorre a


descarga. Devido às reações químicas a pressão do gás descresse logo que
as descargas ocorrem. Este método é muito restrito e a sensibilidade não é
conhecida.

198
Informações Técnicas DT-11
§ TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS: A ocorrência de produtos químicos e
trilhamento produzidos pelas descargas podem ser utilizadas para detecção e
localização. Muitas vezes o material dielétrico tem que ser demolido para
verificação. Descargas em óleo isolante geram gases específicos, os quais
podem indicar a presença de descargas.

MÉTODOS ELÉTRICOS

A detecção dos impulsos elétricos causados pelas descargas parciais é um dos


métodos mais populares e existe uma grande variedade de circuitos em uso para
detectar estas descargas, estes circuitos são baseados em um modelo básico, que
apresentamos na figura a seguir:

Descargas Parciais – Circuito de ensaio

199
Informações Técnicas DT-11

Descargas Parciais – Ilustração de ensaio

Em qualquer dos casos acima (métodos elétricos e não-elétricos), é preciso estar


atento as seguintes aspectos:
§ DETEÇÃO: determinar a ausência ou a presença de descargas e a tensão na
quais as mesmas aparecem. Existem vários métodos elétricos para realizar
esta detecção.
§ MEDIÇÃO: a magnitude das descargas deve ser medida, processo este que
requer algum tipo de calibração do sistema de medida.
§ LOCALIZAÇÃO: A localização das descargas compreende a determinação do
local físico de ocorrência das DP, a escolha do método depende do tipo de
material isolante e do equipamento no qual o mesmo é utilizado. Métodos
acústicos são muito empregados para localização provável de DP em
transformadores de força de alta tensão.
§ AVALIAÇÃO: Consiste em determinar o perigo produzido pelas descargas
parciais e avaliar a vida útil em função das mesmas. Geralmente, esta
avaliação é muito difícil.

O método elétrico utilizado pela WEG é o de carga aparente (pC).

O valor máximo para transformadores a óleo é 300pC e para transformadores a seco,


10pC.

200
Informações Técnicas DT-11
Descargas parciais – Relatório de ensaio

201
Informações Técnicas DT-11
7.1.6.4. Impulso

7.1.6.4.1. Introdução

IMPULSO - “Tensão ou corrente transitória aperiódica aplicada intencionalmente que,


em geral, cresce rapidamente até o valor de crista e depois decresce mais lentamente
até o zero”. NBR-6936

Desde o início da transmissão de potências em alta tensão, foi necessário demonstrar


a capacidade dos equipamentos elétricos em suportar sobretensões decorrentes de
descargas atmosféricas (sobretensões externas) e de surtos de manobra
(sobretensões internas).

As sobretensões de origem externa são devidas às descargas atmosféricas diretas ou


próximas aos elementos componentes do sistema elétrico, tais como as linhas de
transmissão e os equipamentos instalados em subestações (transformadores,
disjuntores, pára-raios, secionadores, etc.). As correntes resultantes das descargas
atmosféricas podem atingir até 200kA, com tempos de crescimento de 1µs a 10µs.

O surto de tensão desenvolvido no sistema elétrico está relacionado ao surto de


corrente injetado pela descarga atmosférica incidente através da impedância de surto
ou impedância característica da linha de transmissão. Estas sobretensões podem
atingir a várias dezenas de milhares de volts, com taxas de crescimento elevadas,
representando um real perigo aos equipamentos elétricos, submetendo
principalmente o isolamento entre espiras das porções iniciais dos enrolamentos de
transformadores e geradores a severos esforços dielétricos.

As sobretensões de origem interna quase sempre são devidas às manobras ou


chaveamentos no sistema elétrico, sendo uma das mais severas o religamento em
alta velocidade de linhas de transmissão trifásicas com carga residual, quando a
sobretensão pode atingir até a amplitude de 4pu.

Os surtos de manobra caracterizam-se por possuir tempo de crescimento de algumas


centenas de µs e duração de vários milhares de µs, possuindo em geral energia

202
Informações Técnicas DT-11
superior ao dos surtos atmosféricos, principalmente em sistemas elétricos cuja tensão
de operação é superior a 230kV. Tais surtos de tensão submetem, principalmente, a
isolação externa de equipamentos de alta tensão a esforços dielétricos significativos,
sendo crítico para o dimensionamento dos espaçamentos mínimos em linhas de
transmissão e equipamentos elétricos empregados em sistemas de extra alta tensão.

A amplitude dos surtos de origem interna ou surtos de manobra pode ser minimizada
através do emprego de resistores de pré-inserção em disjuntores, drenagem
(descarga) da carga residual de linhas de transmissão e outras técnicas construtivas e
critérios adequados de operação do sistema elétrico. O emprego de técnicas
apropriadas possibilita que sistemas elétricos com tensão de operação de 550kV
sejam projetados com sobretensões devidas aos surtos de manobra limitadas a 2 pu.
De modo similar, a sobretensão interna máxima gerada em sistemas 765kV e 1000kV
não ultrapassa a 1,3pu. Sistemas elétricos projetados assim, passam a ter os
espaçamentos mínimos determinados principalmente pela tensão de operação do
sistema sob condições de chuva e poluição intensa, as quais podem causar sensível
redução na capacidade de isolação externa de equipamentos elétricos em extra-alta
tensão.

Os equipamentos elétricos, de acordo com estudos de coordenação de isolamento,


caracterizam-se por possuir níveis de isolamento padronizados, ditados pela sua
tensão nominal de operação e denominados: NBI (Nível Básico de Isolamento) para
determinar a suportabilidade do equipamento em relação às sobretensões de origem
externa e NIM (Nível de Impulso de Manobra) para as sobretensões de origem
interna.

203
Informações Técnicas DT-11
Tabela 2 – NBR-5356

Tabela 3 – NBR-5356

204
Informações Técnicas DT-11
Os geradores de impulso são então necessários para verificar as condições de
suportabilidade dos equipamentos elétricos de alta tensão, quando submetidos a
esforços dielétricos normalizados.

Adicionalmente, os geradores de impulso são necessários na pesquisa e


desenvolvimento de novos equipamentos elétricos e materiais isolantes, bem como
no estudo dos fenômenos associados às altas tensões.

Vários ensaios de alta tensão são usualmente realizados com o gerador de impulso
destacando-se os ensaios de impulso atmosférico e impulso de manobra, pelos quais
se simula, em laboratório, sobretensões de elevada ordem, originadas,
respectivamente, por descargas atmosféricas e surtos provenientes de chaveamentos
no sistema de potência. O ensaio aplicado, por exemplo, a um transformador de força,
cuja tensão nominal do enrolamento de tensão superior é de 550kV, exige a aplicação
de tensões da ordem de 1550kV para o ensaio de impulso atmosférico e, de 1250kV
para o ensaio de impulso de manobra.

Em aplicações práticas de laboratórios de alta tensão, os ensaios de impulso


atmosférico são realizados com maior freqüência que os ensaios de impulso de
manobra, em virtude da maioria dos equipamentos utilizados no sistema de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica estarem mais sujeitos às sobretensões
de origem atmosférica, provocadas pela incidência direta ou indireta de raios.
Segundo a norma brasileira, é recomendada a realização de ensaios de impulso de
manobra somente em equipamentos com tensão nominal não inferior a 230kV.

7.1.6.4.2. Circuito de ensaio

O circuito para ensaio de tensão de impulso atmosférico e de manobra pode ser


dividido em cinco partes distintas:
a) gerador de impulso, com seus componentes adicionais;
b) objeto sob ensaio;
c) circuito de medição de tensão;
d) circuito de corte, quando aplicável;

205
Informações Técnicas DT-11

a) Gerador de impulso

Entre as diversas técnicas utilizadas para a geração de impulsos de tensão, a mais


prática e eficiente é a que utiliza uma associação de capacitores em série, em um
circuito desenvolvido por Marx, no início do século, podendo ser utilizado tanto para a
geração de impulsos atmosféricos quanto os de manobra.

O circuito multiplicador de Marx está apresentado na figura a seguir, constituído por


apenas 4 estágios, onde RL é denominada resistência de carga, RS a resistência de
frente, Rp a resistência de cauda e Cs a capacitância de cada estágio, sendo o objeto
de ensaio representado somente por sua capacitância Cb, em relação à terra.
Gerador de impulso de Marx

O princípio de funcionamento do gerador de impulso consiste em carregar os


capacitores Cs de todos os estágios em paralelo, através de uma fonte de corrente
contínua usualmente com tensão máxima da ordem de 50kV a 200kV, e, terminado o
período de carga, a energia armazenada no gerador de impulso é descarregada no
terminal de alta tensão do objeto sob ensaio, pela disrupção intencional dos
centelhadores de esfera SG, conectando, assim, todos os estágios em série. A tensão
máxima a ser aplicada ao objeto sob ensaio será, então, a soma das tensões de
carga armazenadas nos estágios individuais.

206
Informações Técnicas DT-11
O gerador de impulso da WEG é formado por 24 estágios. Sua tensão máxima de
carga será equivalente a 2400kV quando todos os estágios tiverem sido
individualmente carregados com a tensão de 100kV.

b) Objeto sob ensaio

O objeto sob ensaio, no caso, pode ser um transformador, reator, autotransformador


caracterizado por sua capacitância efetiva Ct e sua indudância L t.

c) Circuito de medição da tensão

O circuito de medição de tensão é constituído por um divisor de tensão e um ou mais


instrumentos de medição.

Normalmente é usado um osciloscópio como instrumento de medição, juntamente


com um voltímetro de crista. O osciloscópio é usado para registrar a forma de impulso
e o valor da crista.

d) Circuito de corte

O circuito de corte consiste de um centelhador que é ligado entre o terminal ensaiado


do objeto sob ensaio e a terra, através de condutores. Pode ser usado um
centelhador de pontas ou algum tipo de centelhador com disparo controlado.

Somente a utilização do centelhador com disparo controlado permite um ajuste do


tempo de corte com uma precisão suficiente para obterem-se tempos até o corte
razoavelmente idênticos, que permitam a constatação de falhas por comparação de
oscilogramas após o corte.

207
Informações Técnicas DT-11
Impulso – Circuito de ensaio

Impulso – Ilustração de ensaio

208
Informações Técnicas DT-11
7.1.6.4.3. Forma de onda de impulso

Desprezando-se o efeito da indutância e das capacitâncias parasitas no circuito de


ensaio, o impulso de tensão aplicado ao equipamento em teste terá uma forma de
onda similar à apresentada a seguir.

Forma de onda de impulso pleno

Os impulsos atmosféricos se caracterizam por possuir forma de onda padronizada


como 1,2/50, sendo o tempo virtual de frente igual a 1,2µs e o tempo virtual de cauda
equivalente a 50µs. A sua caracterização é feita com base na amplitude da onda de
tensão, nos tempos virtuais de frente e de cauda e, eventualmente, no tempo virtual
até a disrupção, se o objeto sob ensaio não suportar a aplicação do impulso de
tensão. A determinação dos tempos virtuais é realizada em função do zero virtual O’,
definido pela reta que passa pelos pontos correspondentes a 30% e 90% do valor de
crista, na frente da onda de impulso.

Assim, o tempo virtual de frente é determinado pelo produto da constante 1,67 e do


intervalo de tempo definido pelos instantes de 30% e 90% do valor de crista da onda
de impulso atmosférico. De modo similar, o tempo virtual de cauda é definido pelo

209
Informações Técnicas DT-11
intervalo de tempo compreendido entre o zero virtual O’ e o instante em que a tensão
tenha sido reduzida para 50% do valor de crista.

A forma de onda de impulso cortado é apresentada a seguir.

Forma de onda de impulso cortado

O impulso cortado caracteriza-se por possuir tempo de frente igual ao tempo do


impulso pleno e logo em seguida é cortado com o auxílio dos centelhadores de corte.
O corte deve ficar entre 2µs e 6µs. Ou seja, a tensão atinge seu máximo em 1,2µs e
logo em seguida é cortada, simulando desta forma a atuação de um dispositivo de
proteção como o para-raio.

Na prática comum de laboratórios de alta tensão, a realização do ensaio de impulso


em um determinado protótipo de equipamento elétrico é constituída pela montagem
do equipamento que será testado, pelo ajuste do gerador de impulso com resistores
adequados para um dado número de estágios utilizados, pela calibração da forma de
onda e pela execução propriamente dita do procedimento de ensaio, atendendo
rigorosamente às prescrições das normas técnicas apropriadas.

210
Informações Técnicas DT-11
7.1.6.4.4. Procedimento de ensaio para impulso atmosférico

O ensaio de impulso atmosférico é a combinação de aplicações de impulso pleno e


impulso cortado numa única seqüência. A ordem recomendada para a aplicação dos
diferentes impulsos é:
§ Ajuste da forma de onda – Tempo frente=1,2µs / Tempo cauda=50µs
§ Um impulso pleno com valor reduzido - 60%
§ Um impulso pleno com o valor especificado - 100%;
§ Um impulso cortado com valor reduzido - 60%
§ Dois impulsos cortados com valor especificado - 110%;
§ Dois impulsos plenos com o valor especificado - 100%.

Após o ajuste da forma de onda, a aplicação dos impulsos atmosféricos é feita em


cada bucha do transformador onde tenha sido especificado o NBI.

São usados os mesmos tipos de canais de medição e oscilogramas ou registros


digitais para impulsos plenos e cortados.

Em principio, a detecção de falha durante o ensaio de onda cortada depende


essencialmente da comparação entre os registros com onda especificada e reduzida.

211
Informações Técnicas DT-11
Exemplo:

Alta tensão Baixa tensão


Tensão nominal 138 kV 12,6 kV
Ligação Delta Estrela
Classe tensão 142 kV 15 kV
95 kV
NBI 450 kV
(fases e neutro)

Durante a aplicação deve ser registra a forma de onda da tensão e da corrente


aplicadas.

Neste caso teríamos seguinte seqüência de aplicação em cada bucha do


transformador
Alta tensão
§ Um impulso pleno com valor reduzido - 60% = 270kV – 1º
§ Um impulso pleno com o valor especificado - 100% = 450kV – 2º
§ Um impulso cortado com valor reduzido - 60% = 297kV – 3º
§ Dois impulsos cortados com valor especificado - 110% = 495kV – 4º
495kV – 5º
§ Dois impulsos plenos com o valor especificado - 100% = 450kV – 6º
450kV – 7º
Total: 7 aplicações x 3 buchas = 21 aplicações na alta tensão.

Baixa tensão
§ Um impulso pleno com valor reduzido - 60% = 57kV – 1º
§ Um impulso pleno com o valor especificado - 100% = 95kV – 2º
§ Um impulso cortado com valor reduzido - 60% = 63kV – 3º
§ Dois impulsos cortados com valor especificado - 110% = 105kV – 4º
105kV – 5º
§ Dois impulsos plenos com o valor especificado - 100% = 95kV – 6º
95kV – 7º
Total: 7 aplicações x 4 buchas = 28 aplicações na baixa tensão.

212
Informações Técnicas DT-11
A avaliação do transformador se dá pela comparação dos registros oscilográficos das
aplicações de impulso reduzido e especificado do mesmo tipo. No exemplo anterior
devemos fazer a seguinte comparação de cada bucha.

Alta tensão
Forma de onda da Tensão Forma de onda da Corrente
Comparar 1º com 2º, 6º e 7º Comparar 1º com 2º, 6º e 7º
Comparar 3º com 4º e 5º Comparar 3º com 4º e 5º

Não deverá haver diferenças nas comparações. Caso isto ocorra deverá ser
investigado o circuito e uma possível falha interna.

Impulso - Sistema de coleta de dados HIAS


Comparação de forma de onda de tensão.

213
Informações Técnicas DT-11
Impulso – Relatório de Ensaio

214
Informações Técnicas DT-11

7.1.6.4.5. Procedimento de ensaio para impulso de manobra

O impulso de manobra difere do impulso atmosférico pelo tempo de aplicação.


Comparando temos:
Impulso atmosférico Impulso de manobra
Tempo frente 1,2µs 250µs
Tempo cauda 50µs 2500µs

A forma de onda é praticamente a mesma, contudo os tempos de frente e de cauda


são muito maiores durante o impulso de manobra. Isto implica numa energia muito
maior de ensaio. As tensões de impulso de manobra são menores do que o impulso
atmosférico conforme tabela da NBR-5356.

Tabela 3 – NBR-5356

215
Informações Técnicas DT-11
A seqüência de aplicação do impulso de manobra é a seguinte:
a) ajuste da forma de impulso – Tempo frente=250µs / Tempo cauda=2500µs
b) aplicação de um impulso com valor reduzido de polaridade negativa – 60%
c) aplicação de três impulsos com o valor suportável nominal, de polaridade
negativa – 100%

Os oscilogramas de tensão e de corrente registrados durante o ensaio devem ser


comparados correspondentemente entre si para a avaliação final do transformador.

7.1.7. Ensaios de Comutador de Derivações em Carga

Quando houver comutador de derivações em carga, este deve estar completamente


montado no transformador. A seqüência de operações seguinte deve ser efetuada
sem nenhuma falha:
a) oito ciclos completo de funcionamento, com o transformador desenergizado
(um ciclo de funcionamento vai de um extremo da faixa de derivação ao outro
extremo, retornando em seguida);
b) um ciclo completo de funcionamento, com o transformador desenergizado, com
85% da tensão nominal de alimentação dos auxiliares;
c) um ciclo completo de funcionamento com o transformador energizado, em
vazio, à tensão e freqüência nominais;
d) com um enrolamento em curto-circuito e com corrente mais próxima possível
da corrente nominal no enrolamento com derivações, dez operações de
mudança de derivações entre dois degraus de cada lado da posição onde o
seletor de reversão de derivações opera, ou de outra forma em torno da
derivação central.

216
Informações Técnicas DT-11
Comutador sob carga – Caixa de comando

Comutador sob carga – Parte ativa

217
Informações Técnicas DT-11

7.1.8. Estanqueidade e Resistência à Pressão;

Os transformadores precisam estar hermeticamente fechados para garantir que não


vazem. Desta forma, o ensaio de estanqueidade visa verificar todos os pontos críticos
em relação a vazamentos como vedações, apertos de parafusos da tampa, aperto
das buchas, etc.

Neste ensaio, a pressão é aplicada por meio de ar comprimido ou nitrogênio, secos,


agindo sobre a superfície do óleo, e é lida num manômetro instalado entre a válvula
de admissão do ar e o transformador. Atingida a pressão especificada na tabela a
seguir, interromper a entrada do gás, fechando a válvula no tubo de fornecimento.
Esta pressão deve manter-se constante durante o tempo de aplicação especificado.

Valores para estanqueidade e resistência a pressão

7.1.9. Verificação do Funcionamento dos Acessórios

Serão citados alguns acessórios comuns aos transformadores e métodos de


verificação de funcionamento. Poderá haver outros acessórios não mencionados
neste capítulo que podem ser testados observando o diagrama elétrico do mesmo.

§ Indicador externo de nível de óleo


Movimentar o ponteiro até atingir a marcação de nível mínimo do mostrador, para se
verificar a operação do contato. Esta operação pode ser verificada, através da
medição da continuidade elétrica do circuito de contato, com um ohmímetro ou
dispositivo sinalizador.

218
Informações Técnicas DT-11

§ Indicador de temperatura do óleo


Imergir, em banho de óleo aquecido, o elemento sensor do indicador sob ensaio e o
de um termômetro a álcool. Agitar o óleo e registrar as leituras de ambos, após a
estabilização da temperatura, e compará-las. Esta comparação deve ser efetuada nos
quatro pontos da escala, correspondentes a 1/4, 1/2, 3/4 e 4/4 da graduação máxima.
A verificação da atuação dos contatos é efetuada quando da passagem do ponteiro
pelos valores previamente ajustados. Esta constatação pode ser feita com o auxílio de
um ohmímetro ou dispositivo sinalizador.

§ Relé detetor de gás tipo Buchholz ou equivalente


Em relés providos de botão de acionamento mecânico das bóias, a verificação da
atuação dos contatos de alarme e desligamento é efetuada através do acionamento
manual do referido botão.
Em relés não providos de botão de acionamento mecânico das bóias, a verificação da
atuação dos contatos de alarme e desligamento é efetuada escoando-se o óleo do
relé com as válvulas anterior e posterior a ele fechadas. Após este procedimento, o
volume de óleo do relé deve ser restabelecido, a fim de se verificar a operação
inversa de atuação dos contatos.
Alternativamente, a atuação do contato de alarme pode ser verificada injetando-se ar,
lentamente, no relé, através do registro de ensaio, utilizando-se uma bomba de ar ou
outro dispositivo adequado. A verificação de atuação do contato de alarme deve
ocorrer quando o volume de ar injetado atingir o nível indicado no visor.

§ Indicador de temperatura do enrolamento


Para a calibração do dispositivo da imagem térmica, aplicar na resistência de
aquecimento um valor de corrente que corresponda à condição de operação do
transformador para a qual é disponível o gradiente de temperatura óleo-enrolamento,
ajustar o valor da resistência de calibração num valor que corresponda à temperatura
desejada. O fabricante deve registrar os dados de calibração para os diversos
estágios de resfriamento previstos no projeto do transformador.

219
Informações Técnicas DT-11
§ Comutador sem tensão
O funcionamento do comutador sem tensão é normalmente verificado durante a
realização dos ensaios de relação de tensões e resistência elétrica do enrolamento.
Verificar a correspondência entre a indicação de cada posição do comutador e a
relação de tensões medida. Caso o comutador possua contato de bloqueio contra
acionamento indevido, a sua atuação deve ser verificada através de um ohmímetro ou
dispositivo sinalizador.

§ Ventilador
Acionar o dispositivo de comando manual e observar a partida do ventilador, o seu
sentido de rotação e fluxo de ar. Durante o funcionamento, observar se há ocorrência
de vibração anormal. Após a desenergização, observar o tempo de queda de rotação,
constatando o correto funcionamento dos mancais e balanceamento da hélice.

§ Bomba de óleo
Verificar o posicionamento de montagem da bomba, de acordo com o sentido do fluxo
desejado. Energizar a bomba e observar sua partida e o indicador de circulação do
óleo. Durante o funcionamento, verificar se há ocorrência de vibração anormal.
Quando houver medidor de vazão, comparar o valor indicado com a vazão nominal da
bomba de óleo.

§ Indicador de circulação de óleo


Sendo conhecido o sentido do fluxo de óleo, verificar a correta indicação deste
aparelho. A verificação da atuação do contato auxiliar é efetuada através de um
ohmímetro ou dispositivo sinalizador.

§ Dispositivo para alivio de pressão


Quando o dispositivo for do tipo válvula, verificar a atuação do contato auxiliar através
de um ohmímetro ou dispositivo sinalizador.

220
Informações Técnicas DT-11
Acessórios – Painel de comando e alguns acessórios

7.1.10. Verificação da Espessura e Aderência da Pintura

O aspecto da pintura deve estar isento de defeitos tais como: enrugamento,


empolamento, efeito casca de laranja, esfoliação, pontos de oxidação, fissuras,
trincas, descaimentos, porosidade, crateras, impregnação de abrasivos e
contaminações. Os ensaios na pintura devem ser executados de acordo com a NBR
11388.

Para transformadores com Um > 242kV a verificação da pintura é considerada ensaio


de rotina, para os demais, ensaio de tipo e são feitos por amostragem.

Os ensaios devem ser feitos conforme a seguir:


a) a espessura especificada deve ser medida em, pelo menos, três pontos do
tanque principal e em um ponto da tampa do transformador;
b) a aderência especificada na NBR 11388 e deve ser verificada pelo método do
corte em grade ou pelo método do corte em X, de acordo com a NBR 11003.
Para sistemas de pinturas especiais (pintura sobre galvanização etc.), deve ser
usado o método do corte em X.

221
Informações Técnicas DT-11
7.2. ENSAIOS DE TIPO

Os ensaios de tipo são realizados em um transformador que representa os outros


transformadores, com o objetivo de demonstrar que estes transformadores atendem
as condições especificadas não cobertas pelos ensaios de rotina.

Os ensaios de tipo são os seguintes:


a) ensaio de elevação de temperatura;
b) nível de ruído;

7.2.1. Elevação de Temperatura

Trata-se de um ensaio fundamental para comprovação da potência nominal do


transformador que procura simular as condições nominais de operação (plena carga),
fundamental, especialmente nos dias atuais onde a escassez de investimentos
provoca verdadeiros desafios quanto à existência de eventuais reservas operacionais.

Os ensaios de elevação de temperatura em transformadores imersos em óleo incluem


a determinação da elevação da temperatura do topo do óleo e das elevações de
temperatura dos enrolamentos. Com os resultados obtidos neste ensaio, podemos
obter a comprovação da potência real do transformador.

O ensaio de elevação de temperatura poderia ser realizado colocando-se o


transformador em operação nominal, determinando-se em seguida as temperaturas
em pontos distintos. Isso seria válido para pequenos transformadores onde a
simulação da carga nominal é relativamente fácil de se obter. Entretanto, para médias
e grandes potências, o problema tornar-se-ia maior e mesmo impraticável. A
normalização brasileira recomenda quatro processos para se determinar a elevação
de temperatura (métodos da carga efetiva, circuito aberto, oposição e curto-circuito),
dentre os quais destacamos o método do curto-circuito, mais difundido para
determinação das condições térmicas do óleo e do enrolamento de um transformador
de potência de forma indireta, com resultados consagradamente reconhecidos.

222
Informações Técnicas DT-11
A técnica consiste em se colocar um dos enrolamentos em curto-circuito e no outro
aplicar uma tensão tal que produza nos enrolamentos as respectivas perdas totais
(perdas em vazio + perdas em carga) que seriam responsáveis pela geração de calor
produzido pela operação do transformador em condições nominais.

Durante a aplicação da corrente nominal é monitorada a temperatura ambiente


utilizando 3 sensores distribuídos em volta do transformador. A temperatura do topo
do óleo também é monitorada com um sensor posicionado no topo do óleo no tanque.
principal

Elevação de temperatura – Circuito de ensaio

Elevação de temperatura – Ilustração de ensaio

223
Informações Técnicas DT-11
Local do ensaio deve ser o local fechado e que não sofra interferência de temperatura
externa.

Como a medição da temperatura dos enrolamentos não pode ser realizada


diretamente através de sensores ou termômetros, utiliza-se de um artifício
matemático/físico de medição indireta através da variação de resistência do condutor
(fio, barra ou chapa de cobre) do enrolamento com a temperatura.

A temperatura obtida por este método é a média do enrolamento, uma vez que as
partes internas e externas de um condutor sofrem efeitos diferentes com a circulação
de corrente alternada.

A partir das medições de resistência dos enrolamentos à temperatura ambiente com o


transformador em equilíbrio térmico entre enrolamentos-ambiente, sem
operar/energizar durante um tempo adequado, que depende das características de
cada equipamento (potência, tensão, corrente, aspectos construtivos, etc.), e das
medições de variação da resistência a quente em função do tempo, é possível
determinar as temperaturas dos enrolamentos.

224
Informações Técnicas DT-11

Elevação de temperatura – Gráfico de evolução do ensaio

As elevações de temperatura do enrolamento e a elevação de temperatura do óleo


são normalizadas.

225
Informações Técnicas DT-11

226
Informações Técnicas DT-11
Elevação da temperatura – Relatório de ensaio
Medição da resistência a quente

227
Informações Técnicas DT-11

7.2.2. Nível de Ruído

As subestações são fontes de ruído acústico e o principal causador é o transformador.


Normalmente as subestações situam-se longe de centros urbanos para não gerar
impacto ambiental sobre a população, do ponto de vista de poluição sonora. Com o
crescimento das cidades, a população se aproxima das regiões onde existem
subestações, chegando a envolvê-las. Então, surge a necessidade de controlar e
adequar o ruído gerado para que os níveis sejam tais que não causem desconforto à
população local, degradando a qualidade de vida e até a saúde.

O ruído acústico gerado por um transformador tem por origem as suas vibrações
eletromecânicas, o sistema de ventilação, o chaveamento e o efeito Corona, entre
outros. Destes, as vibrações eletromecânicas e o sistema de ventilação são os que
mais contribuem para o ruído. O ruído do sistema de ventilação geralmente é
encoberto pelo ruído gerado pela vibração eletromecânica do transformador.

O objetivo deste ensaio é verificar a intensidade sonora gerada pelo transformador e


seus acessórios.

O ensaio de nível de ruído é realizado através do mesmo circuito elétrico de perdas


em vazio.

Durante a aplicação de tensão nominal em um dos enrolamentos são feitas, no


mínimo, 8 medições ao redor do transformador. A faixa de freqüência de medição
deve ser a mesma da sensibilidade do ouvido humano.

228
Informações Técnicas DT-11
Nível de ruído – Circuito de Medição

Nível de ruído – Ilustração de Medição

229
Informações Técnicas DT-11
O valor medido deve ser a média de todos os pontos medidos e não deve ultrapassar
o valor normalizado.

Nível de ruído para transformadores a óleo, de potência nominal • 500kVA

Níveis de ruído para transformadores a óleo de potência nominal > 500kVA

230
Informações Técnicas DT-11
Nível de ruído – Relatório de ensaio

231
Informações Técnicas DT-11

7.3. ENSAIOS ESPECIAIS

Ensaio de tipo é um ensaio outro que não ensaio de tipo nem de rotina, realizado
mediante acordo entre fabricante e comprador.

a) Fator de potência do isolamento;


b) Impedância seqüência zero em transformadores trifásicos;
c) Tensão de radiointerferência (RIV);
d) Medição de harmônicos na corrente de excitação;
e) Ensaio suportabilidade a curto-circuito;
f) Medição da resposta em freqüência e impedância terminal;
g) Umidade relativa superficial interna (URSI);
h) Vácuo interno.

7.3.1. Fator de Potência do Isolamento

O objetivo do ensaio é fazer uma avaliação mais criteriosa e consequentemente mais


precisa do isolamento, sob o aspecto da qualidade da secagem da parte ativa, sendo
o principal objetivo, com o passar do tempo, acompanhar a degradação do material
isolante.

O fator de potência do isolamento, fator de dissipação ou tangente delta consiste na


medida das perdas elétrica no isolamento. Baixos valores para esta grandeza são
normalmente utilizados como prova da boa qualidade do isolamento, sendo que
aumentos súbitos no valor da tangente delta ao longo do tempo, são utilizados como
sinais de deterioração das condições do isolamento.

O ensaio também é realizado em buchas capacitivas.

Para transformadores novos, o valor máximo é 0,5%. Para transformadores


recondicionados, 1,0%.

232
Informações Técnicas DT-11
Fator de potência do isolamento – Circuito de ensaio

Fator de potência do isolamento – Ilustração de ensaio

233
Informações Técnicas DT-11
Fator de potência do isolamento –Relatório de ensaio

234
Informações Técnicas DT-11

7.3.2. Impedância Seqüência Zero em Transformadores Trifásicos

O conceito de tensões ou correntes de seqüência se baseia no defasamento temporal


das mesmas. Tomemos como exemplo três bornes de alimentação, adotando por
convenção que a seqüência positiva é A, B e C como na figura abaixo.

§ Seq (+) - Se o registro das grandezas desta alimentação trifásica mostra que a
onda B esta atrasada 120 graus de A e a onda C esta atrasada 240 graus de
A, diz-se que as grandezas são de seqüência positiva.
§ Seq (-) - Se a onda B esta adiantada de A em 120 graus e a onda C adiantada
de A em 240 graus, as grandezas desta alimentação são de seqüência
negativa.
§ Seq (0) - Quando o registro mostra as três ondas sobrepostas, isto é, não há
defasagem temporal das ondas diz-se que os três bornes estão fornecendo
grandezas de seqüência zero.

Os valores das impedâncias são utilizados para dimensionamento de proteção do


circuito conectado ao transformador.

235
Informações Técnicas DT-11
A medição de seqüência positiva é feita durante o ensaio de perdas em carga. Em
transformadores, a impedância de seqüência negativa é igual a impedância de
seqüência positiva.

A impedância de seqüência zero é medida somente em enrolamentos ligados em


estrela com neutro acessível. Nas demais ligações, a impedância de seqüência zero é
infinita.

Impedância de seqüência zero – Circuito de ensaio

236
Informações Técnicas DT-11

Impedância de seqüência zero – Ilustração de ensaio

237
Informações Técnicas DT-11

Imdedância de seqüência zero – Relatório de ensaio

238
Informações Técnicas DT-11

7.3.3. Tensão de Radiointerferência (RIV)

As radio interferências existem há centenas de milhares de anos; todavia, somente


desde a existência do rádio, há aproximadamente 80 anos, tomamos conhecimento
delas. No decorrer dessas oito décadas, elas se tornaram fontes de irritação e de
aborrecimentos a muitos usuários de equipamentos eletrônicos do mundo inteiro.
Para uma radio interferência produzir efeitos maléficos, são necessários dois agentes:
um que produz e outro que intercepta. Quando a interferência é proveniente da
natureza, só há um aborrecido: quem a intercepta. Quando ela tem, porém, origem
tecnológica, pode causar problemas tanto para o produto quanto para o interceptor.

O produtor da interferência tecnológica não é sempre um transmissor de rádio. Ele


pode ser uma linha de alta tensão com fuga, um motor universal sem supressor, uma
fabrica com aquecimento dielétrico, um ambulatório com diatermia, algumas
lâmpadas fluorescentes, um mau contato de fios de cobre, com superfícies oxidadas,
um transformador, etc.

Quando falamos de interferências radio elétricas, em seu sentido mais restrito,


geralmente referimo-nos às que aparecem em receptores de sinais de sons, imagens,
ou outras informações, ou até em equipamentos domésticos de áudio freqüência, em
conseqüência de irradiações de radio freqüências destinadas a transmitir sons,
imagens os outras informações.

Por este motivo, a medição de tensão de radiointerferência se faz necessária em


transformadores onde as ondas geradas por ele não poderão interceptar outro sinal
de rádio.

O aparelho localizador de radiointerferência é basicamente um receptor


convenientemente projetado para detectar e localizar fontes mais freqüentes de
emissão de rádio-frequência.

A freqüência de medição de referência deve ser 500kHz. A medição é apresentada


em µV e é realizada através da bucha capacitiva do transformador.

239
Informações Técnicas DT-11

O ensaio é realizado com o transformador no tap de maior tensão, aplicando-se 10%


acima deste valor com freqüência nominal. O transformador deve estar totalmente
montado e com seus respectivos acessórios (conectores, pára-raios, etc.).

O valor limite máximo é estabelecido por acordo entre fabricante e comprador.

Tensão de RadioInterferência – Circuito de ensaio

Tensão de RadioInterferência –Ilustração de ensaio

240
Informações Técnicas DT-11

7.3.4. Medição de Harmônicos na Corrente de Excitação

A presença de harmônicas é sinônima de uma onda de tensão ou de corrente


deformada. A deformação da onda de tensão ou de corrente significa que a
distribuição de energia elétrica é perturbada e que a Qualidade de Energia não é
ótima.

O grau com que as harmônicas podem ser toleradas em um sistema de alimentação


depende da susceptibilidade da carga (ou da fonte de potência). Os equipamentos
menos sensíveis, geralmente, são os de aquecimento (carga resistiva), para os quais
a forma de onda não é relevante. Os mais sensíveis são aqueles que, em seu projeto,
assumem a existência de uma alimentação senoidal. No entanto, mesmo para as
cargas de baixa susceptibilidade, a presença de harmônicas (de tensão ou de
corrente) pode ser prejudicial, produzindo maiores esforços nos componentes e
isolantes.

As harmônicas geradas por um transformador se devem exclusivamente ao núcleo


magnético do mesmo e são observáveis na corrente de excitação durante o ensaio de
perdas em vazio. Contudo, os valores de distorção harmônica são muito baixos em
relação à corrente nominal levando-se em consideração que a corrente de excitação
gira em torno de 1% da corrente nominal. Desta forma, conclui-se que
transformadores não são geradores de harmônicos, pelo contrário, podem até filtrá-
los dependendo da intensidade.

§ Nota: Deve-se ter cuidado em relação à carga conectada no transformador.


Esta não deve ser uma fonte geradora de harmônicas. Se for, o transformador
deve ser projetado para tair harmônicos envolvidos no processo. A existência
de harmônicos provoca o aumento nas perdas. Harmônicos na tensão
aumentam as perdas no ferro, enquanto harmônicos na corrente elevam as
perdas no cobre. Além disso, o efeito das reatâncias de dispersão fica
ampliado, uma vez que seu valor aumenta com a freqüência. Tem-se ainda
uma maior influência das capacitâncias parasitas (entre espiras e entre

241
Informações Técnicas DT-11
enrolamento) que podem realizar acoplamentos não desejados e,
eventualmente, produzir ressonâncias no próprio dispositivo.

Harmônicos na corrente de excitação – Circuito de Medição

Harmônicos na corrente de excitação–Ilustração de Medição

242
Informações Técnicas DT-11

7.3.5. Ensaio Suportabilidade a Curto-Circuito

Transformadores, junto com todos os equipamentos e acessórios, devem ser


projetados e construídos para resistir, sem danos, aos efeitos térmicos e dinâmicos
das correntes de curtos-circuitos externos.

Se solicitado pelo comprador, a capacidade de transformadores de força em resistir


aos efeitos dinâmicos de curto-circuito deve ser demonstrada:
§ através de ensaios, ou;
§ por cálculo e considerações de projeto.

A escolha de método a ser usado deve ser objeto de acordo entre o comprador e o
fabricante antes da colocação do pedido.

Transformadores de grande potência não podem, às vezes, serem ensaiados de


acordo com esta parte da ABNT NBR 5356 devido, por exemplo, a limitações de
ensaios. Nestes casos, as condições de ensaio devem ser acordadas entre o
comprador e o fabricante.

O ensaio é realizado da seguinte maneira:


§ O transformador é alimentado com a tensão nominal em vazio;
§ Logo em seguida, é conectada uma carga de forma que circule pelos seus
enrolamentos uma corrente em torno de 20 vezes a corrente nominal durante 2
segundos.

O ensaio é feito por fase para transformadores trifásicos.

Durante cada ensaio (inclusive ensaios preliminares), registros de oscilogramas


devem ser feitos da:
§ tensão aplicada;
§ correntes.

243
Informações Técnicas DT-11
Além disso, a superfície externa do transformador sob ensaio deve ser observada
visualmente e continuamente registrada em vídeo.

Para o transformador ser considerado aprovado no ensaio de curto-circuito, as


seguintes condições devem ser satisfeitas:
§ Os resultados do ensaio de curto-circuito e as medições e verificações
executados durante os ensaios não revelem qualquer condição de falha;
§ Os ensaios dielétricos e outros ensaios de rotina quando aplicáveis, foram
repetidos de forma satisfatória; e o ensaio de impulso atmosférico, se
especificado, foi realizado satisfatoriamente;
§ Na inspeção da parte ativa fora do tanque não se verificam defeitos
significativos tais como deslocamentos, deformação dos enrolamentos,
deslocamentos das chapas, conexões ou estruturas suporte, que poderiam por
em risco a operação segura do transformador;
§ Nenhum indício de descarga elétrica interna for encontrado;
§ O valor da reatância de curto-circuito em ohms, medida para cada fase no
término dos ensaios, não diferirem dos valores originais.

Curto-circuito – Circuito de ensaio

244
Informações Técnicas DT-11

Curto-circuito –Ilustração de ensaio

7.3.6. Medição da Resposta em Freqüência e Impedância Terminal

Estes ensaios se destinam a verificar as freqüências naturais de oscilação dos


enrolamentos, possíveis deslocamentos de bobinas, trechos em curto-circuito, etc.,
Para isto é necessário obter, tanto a relação de transformação (em ambos os
sentidos), bem como as impedâncias terminais de cada enrolamento em função da
freqüência.

Um sinal senoidal de baixa tensão (~1Vef), com freqüência variável na faixa de 10Hz
a 20MHz, é aplicado entre os terminais de alta tensão e a resposta medida entre os
terminais de baixa tensão. Analogamente o sinal de tensão é aplicado entre os
terminais de baixa tensão e a resposta medida entre os terminais de alta tensão.

O módulo e o ângulo da impedância vistam de cada par de terminais de interesse são


medidos por meio de uma ponte RLC.

245
Informações Técnicas DT-11
Os resultados obtidos são apresentados em forma gráfica.

As avaliações são feitas por comparação de formas de onda de mesmos parâmetros.

Resposta em freqüência e Impedância terminal – Circuito de ensaio

Resposta em freqüência e Impedância terminal – Ilustração de ensaio

246
Informações Técnicas DT-11
Resposta em freqüência e Impedância terminal –Relatório de ensaio

247
Informações Técnicas DT-11

7.3.7. Umidade Relativa Superficial Interna (URSI)

O método tradicionalmente utilizado para a medição do teor de umidade da isolação


sólida é conhecido como URSI (Umidade Relativa da Superfície da Isolação). A URSI
é medida com o preenchimento do transformador com Nitrogênio ou Ar Sintético
super-seco e após um período de equilíbrio de, no mínimo, 24 horas, mede-se ponto
de orvalho do gás para, juntamente com a temperatura da parte ativa, através de um
diagrama obter-se a umidade do papel.

A técnica prevê:
§ A retirada do óleo do transformador;
§ Aplicação de vácuo em torno de 1mmHg (1 Torr);
§ Pressurização com gás super-seco até a pressão 0,4kgf/cm2, permitindo
tempo de contato com o papel de 18 a 30 horas para que se estabeleça o
equilíbrio entre a umidade contida na isolação sólida e o gás de enchimento;
§ Determinação do ponto de orvalho;
§ Através do diagrama, obtém-se a umidade relativa superficial interna.

248
Informações Técnicas DT-11
Gráfico URSI –Temperatura Isolação(ºC) x Temperatura ponto de orvalho(ºC) x
Umidade da isolação(%)

249
Informações Técnicas DT-11
URSI – Relatório de Ensaio

250
Informações Técnicas DT-11

7.3.8. Vácuo Interno

Este ensaio só é aplicável a transformadores imersos em líquido isolante, com


potência igual ou superior a 750kVA. O tanque, os radiadores e os demais acessórios,
exceto o comutador, devem suportar pleno vácuo. O transformador sem líquido
isolante deve ser submetido a vácuo no seu interior, de modo que a pressão de
ensaio seja como indicado na tabela a seguir.

Vácuo interno – Valores de vácuo

7.4. ENSAIOS NO ÓLEO ISOLANTE

O óleo mineral é utilizado com o objetivo de suprir duas funções importantes nos
transformadores de potência; a refrigeração e a isolação elétrica interna do mesmo.

A refrigeração é facilitada através das aletas (Radiadores) dos transformadores no


qual o óleo quando aquecido troca calor com o meio ambiente e realiza um ciclo,
onde o óleo quente sobe (topo do óleo) e escorre pelas aletas sendo resfriado com
um maior contato do ar, chegando ao fundo do tanque do transformador e assim
recomeça este processo novamente.

A isolação da parte ativa do transformador é de suma importância, visto que, no seu


interior as mesmas estão muito próximas e sujeitas aos arcos elétricos, podendo
assim comprometer o seu perfeito funcionamento.

O óleo mineral isolante é um derivado do petróleo, formado por uma mistura de


hidrocarbonetos e quando novo é transparente (tem cor amarelo pálida). Para
aplicações em equipamentos elétricos são empregados dois tipos de óleo mineral

251
Informações Técnicas DT-11
isolante: naftênico e parafínico. Além deste fluido, são também utilizados óleo tipo
silicone, R-Temp, ou ainda outros óleos isolantes.

§ NAFTÊNICOS (A): Trata-se de óleo isolante, sem inibidor, de base Naftênica,


importado “in-natura”, que é submetido a cuidadoso processo de secagem para
enquadrá-lo na norma CNP-16. Esse produto é fornecido em tambores
revestidos de resina epóxi e a granel. Apresenta um desempenho que o situa
dentro dos mais elevados padrões internacionais para esse tipo de produto,
podendo por isso ser recomendado sem restrições para transformadores de
elevada tensão e disjuntores que empregam óleo mineral isolante, este óleo é
aprovado por grandes fabricantes de transformadores.

§ PARAFÍNICOS (B): Este óleo é fornecido “in-natura” tanto a granel como em


tambores. Trata-se de base parafínico que, mediante secagem e tratamento
físico-químico adequado (contato com argila), pode ser usado em
transformadores.

Os ensaios no óleo isolante são considerados rotina para transformadores de tensão


nominal • 72,5kV, ou potência • 5MVA.

a) rigidez dielétrica;
b) teor da água;
c) cor;
d) tensão interfacial;
e) índice de neutralização;
f) ponto de fulgor;
g) densidade;
h) fator de dissipação (fator de potência)
i) análise cromatográfica.

252
Informações Técnicas DT-11
Os ensaios de óleo são realizados em 4 etapas:
§ Tanque do caminhão antes do descarregamento.
§ Tanques internos a cada tratamento de óleo que é realizado.
§ Amostragem nos transformadores de distribuição e meia-força.
§ Na força são realizados em todas as unidades sendo que a cromatografia é
realizada antes de todos os ensaios elétricos: após impulso, após ensaios
dielétricos, após aquecimento e após descargas parciais.

7.4.1. Rigidez Dielétrica

Consiste em colocar uma amostra de óleo entre 2 eletrodos padrão e submetê-la a


incrementos constantes de tensão alternada até que ocorra a ruptura do meio isolante
e a conseqüente descarga entre os eletrodos.

Os hidrocarbonetos que compõem o óleo isolante, por apresentarem polaridade


elétrica muito baixa, possuem uma Rigidez Dielétrica “intrínseca” extremamente
elevada. Esta resistência ao impacto é sensivelmente diminuída pela presença de
impurezas polares, como a água e outros oxigenados, e sólidos, como partículas
microscópicas.

Vemos, portanto, que este ensaio objetiva verificar a pureza do produto e, por
conseguinte, a qualidade dos processos de fabricação, transporte e manuseio.

7.4.2. Teor de Água

Este ensaio consiste na determinação, através de reações químicas, da quantidade


de água presente na amostra de óleo sob análise. A água apresenta solubilidade
muito baixa nos hidrocarbonetos, contudo em óleos minerais novos, é solúvel até a
faixa de 60 a 70ppm. Acima destes teores iremos encontrar água em suspensão no
óleo isolante.

253
Informações Técnicas DT-11
Água pode ser proveniente da atmosfera ou do envelhecimento dos isolamentos
celulósicos. O teor de água deve ser em valores baixos para obterem-se valores
elevados de rigidez dielétrica e baixas perdas dielétricas nos sistemas isolantes.

Elevado teor de água, além de prejudicar as propriedades elétricas do óleo, acelera a


deterioração química dos isolamentos celulósicos diminuindo a vida dos
equipamentos.

No caso dos óleos novos, este ensaio visa verificar a qualidade dos processos de
fabricação e transporte e manuseio do produto.

7.4.3. Cor

Cor não é um fator característico crítico. Entretanto, um rápido aumento na cor do


óleo é indicação de contaminação e/ou oxidação do óleo. A cor do óleo é determinada
por comparação com uma série de cores padrões.

7.4.4. Tensão Interfacial

Este ensaio é feito colocando-se uma camada de óleo isolante sobre uma camada de
água e, em seguida, fazendo-se um anel de platina imersa na água passar para a
camada de óleo. A força necessária para fazer com que o anel rompa a superfície da
água é tomada como a Tensão Interfacial Óleo/Água.

A água é o óxido de hidrogênio, portanto, um material altamente oxigenado e de


elevada polaridade molecular. Os hidrocarbonetos, por outro lado, são substâncias de
muito baixa polaridade em sua molécula e não oxigenadas.

Assim, quanto mais puro for o óleo, menor será sua interação com a camada de água
e mais alta será o valor obtido para o ensaio. Um valor mínimo garante baixos teores
de substancias oxigenadas e polares no produto.

254
Informações Técnicas DT-11
Quando certos contaminantes, como sabões, tintas, vernizes e produtos de oxidação
estão presentes no óleo, a resistência da película de óleo é reduzida, exigindo menos
força para sua ruptura.

Para os óleos em serviço, um valor reduzido de tensão interfacial significa a presença


de contaminantes, produtos de oxidação, em ambos. Os precursores dos produtos de
oxidação são indesejáveis, porque podem atacar o isolamento e interferir no
resfriamento dos enrolamentos dos transformadores.

7.4.5. Índice de Neutralização (Acidez)

É uma medida da quantidade de materiais ácidos presentes. Quando os óleos


envelhecem, em serviço, a acidez e, portanto, o número de neutralização aumenta.
Um elevado número de neutralização significa que o óleo se oxidou ou que foi
contaminado por vernizes, tintas ou outro material estranho. O índice de basicidade
(alcalinidade) resulta de um contaminante alcalino no óleo.

7.4.6. Ponto de Fulgor

O ensaio de Ponto de Fulgor (Vaso Cleveland) consiste em aquecer o óleo isolante e,


simultaneamente, expô-lo à ação de uma chama próxima à superfície do produto.
Com o aquecimento, os compostos voláteis presentes no óleo irão vaporizar até que
inflamarão sob a ação da chama. A temperatura onde ocorre a chama (Flash) é
tomada como o ponto de Fulgor.

Assim, podemos concluir que este ensaio é uma determinação indireta da quantidade
de compostos voláteis presentes na amostra de óleo. Quanto maior for o teor de
voláteis, menor será o Ponto de Fulgor.

É estipulado um valor mínimo como forma de garantir um teor máximo de voláteis.

255
Informações Técnicas DT-11
7.4.7. Densidade

É a relação dos pesos de iguais volumes de óleo e água. Tem limitado valor na
determinação da qualidade de um óleo para fins de aplicações elétricas. Em regiões
muito frias, a densidade serve para determinar se o gelo, que eventualmente pode se
formar do congelamento da água em unidades cheias de óleo, ficará boiando na
superfície. Tal situação que poderá resultar na formação de arcos entre os
condutores, acima do nível do óleo.

7.4.8. Fator de Dissipação (Fator de Potência)

Este ensaio consiste na determinação da tangente ou seno do ângulo de fase entre


tensão e corrente quando se aplica uma tensão a 60Hz no óleo a analisar. A amostra
é colocada entre os 2 eletrodos de um capacitor e, em seguida é aplicada uma tensão
constante a uma temperatura fixa. A leitura obtida para os parâmetros acima é
tomada como o fator de Perdas Dielétricas. Como no caso anterior, o valor de perdas
intrínseco aos hidrocarbonetos é extremamente baixo e é alterado pela presença de
impurezas. Neste caso, por ser um ensaio executado em condições de equilíbrio é
sensível também às impurezas solúveis, que não interferem na Rigidez Dielétrica.

Um alto fator de potência é uma indicação de presença de contaminantes ou de


produtos de deterioração, tais como: umidade, carbono ou matéria condutora, sabões
metálicos e produtos de oxidação.

Ensaios no óleo - Tabela de valores especificados


Rigidez Tensão
Fator de Teor de Densidade Acidez Ponto de
Ensaio Dielétrica Interfacial 3 0
Potência (%) Água (ppm) (g/cm ) (mgkoh/g) Fulgor ( C)
(kV) (dinas/cm)
Normas NBR – 6869 NBR – 12133 NBR – 6234 NBR – 10710 NBR - 7148 MB – 101 NBR – 11341
Óleo novo
Mín. 30 Máx. 0,9 Mín. 40 Máx. 25 0,03 Mín. 140
Valores Especif.

(Conces.)
Óleo novo A > 0,861
Mín. 50 Máx. 0,5 Mín. 40 Máx. 15 0,03 Mín. 140
(Interno) B ≤ 0,860
Óleo
Mín. 30 Máx. 15 Mín. 20 Máx. 35 0,25 Mín. 140
usado

256
Informações Técnicas DT-11
7.4.9. Análise Cromatográfica

A retirada de amostra de óleo para esse ensaio deve ser feita:


a) antes do início dos ensaios;
b) após os ensaios dielétricos;
c) após o ensaio de elevação de temperatura, caso seja realizado.

O óleo mineral isolante gera gases durante seu processo de envelhecimento normal e
acentuadamente quando na ocorrência de falhas no equipamento elétrico. A análise
cromatográfica tem como objetivo determinar a composição desta mistura de gases
que normalmente se dissolve no óleo isolante. As falhas incipientes, ou seja, aquelas
que estão no início, usualmente têm baixa concentração de gases e portanto seu
acompanhamento através de análises periódicas pode evitar danos mais sérios ao
equipamento elétrico. Os gases que são analisados são:

§ H2 (Hidrogênio) § CO (Monóxido de Carbono)


§ O2 (Oxigênio) § CO2 (Dióxido de Carbono)
§ N2 (Nitrogênio) § C2H4 (Etileno)
§ CH4 (Metano) § C2H2 (Etano)
§ CH4 (Metano) § C2H2 (Etano)
§ C2H2 (Acetileno)

Através da concentração e da combinação de certos gases pode se diagnosticar uma


provável falha elétrica no transformador. A seguir é apresentada uma tabela
relacionando a concentração de determinado gás a uma falha.

257
Informações Técnicas DT-11
Cromatografia - Tabela valores especificados

258
Informações Técnicas DT-11
Cromatografia – Relatório de ensaio

259
Informações Técnicas DT-11
7.5. ENSAIOS NO PAPEL

De uma maneira geral podemos considerar que um transformador envelhece a


medida que o sistema papel-óleo de degrada, mas principalmente o papelão na
medida em que avança o tempo de uso dos transformadores. O papel isolante torna-
se tão quebradiço que a expansão e a contração dos componentes, o choque
mecânico provocado por curtos-circuitos ou outros esforços mecânicos podem
provocar o rasgo do papel e causar uma falha elétrica. A avaliação do envelhecimento
do papel pode ser feita pela medição da resistência e tração mecânica, que é melhor
parâmetro para avaliar se o papel ainda está adequado para compor a isolação do
transformador, ou ainda pela determinação do teor de furfuraldeido do óleo isolante
(avaliação química) ou grau de polimerização (avaliação físico-química ).

Os principais fatores que influenciam a degradação dos papéis isolantes são:


temperatura do óleo, nível de oxigênio presente no óleo e teor de água presente no
papel e óleo.

7.5.1. Grau de Polimerização

O papel isolante é constituído de longas cadeias de celulose, que por sua vez são
formadas por anéis (unidades) de glicose. Desta forma, quando se diz que está
ocorrendo a degradação do papel isolante significa que está ocorrendo na verdade
uma diminuição no tamanho médio destas cadeias isto é, quebra em porções
menores. Como consequência são afetadas as propriedades mecânicas do papel.
Determinar o grau de polimerização em papel isolante significa estimar o tamanho
das cadeias de celulose, quanto maior for a cadeia melhor será sua resistência
mecânica e vice-versa.

Emprega-se o método da viscosidade média de uma solução do papel isolante em um


solvente apropriado (etilenodiamino cúprico), segundo a metodologia descrita pela
norma NBR 8148. Realizar este ensaio em amostras de papel isolante, pode dar
importantes, informações a respeito de seu envelhecimento, isto é, quanto a sua
expectativa de vida útil, todavia amostragem só pode ser feita com o transformador

260
Informações Técnicas DT-11
aberto. O valor de referência para o fim de vida útil do transformador é 150-200.

261
Informações Técnicas DT-11

8. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO

8.1. OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE


FUNCIONAMENTO.

As condições normais de posicionamento, nos quais o transformador deve satisfazer


as prescrições da norma NBR 5356, são as seguintes:

a) para transformadores resfriados a ar, temperatura do ar de resfriamento


(temperatura ambiente) não superior a 40oC e temperatura média, em qualquer
período de 24 horas, não superior a 30oC;
b) para transformadores resfriados a água, temperatura da água de resfriamento
(temperatura ambiente para transformadores) não superior a 30oC e
temperatura média, em qualquer período de 24 horas, não superior a 25 oC;
c) altitude não superior a 1000m;
d) tensão de alimentação aproximadamente senoidal e tensão de fase, que
alimentam um transformador polifásico, aproximadamente iguais em módulo e
defasagem;
e) corrente de carga aproximadamente senoidal e fator harmônico não superior a
0,05pu;
f) fluxo de Potência, os transformadores identificados como transformadores (ou
autotransformadores) interligados de sistemas devem ser projetados para
funcionamento como abaixadores, ou elevadores (usinas), conforme for
especificado pelo comprador.

8.2. CONDIÇÕES NORMAIS DE TRANSPORTE E INSTALAÇÃO.

O transporte e a instalação devem estar de acordo com NBR 7036 ou a NBR 7037, a
que for aplicável.

São consideradas condições especiais de funcionamento, transporte e instalação, os


que podem exigir construção especial e/ou revisão de alguns valores normais e ou

262
Informações Técnicas DT-11
cuidados especiais no transporte, instalação e funcionamento do transformador, e que
devem ser levadas ao conhecimento do fabricante.

Constituem exemplos de condições especiais:


a) instalação em altitudes superiores a 1000m;
b) instalações em locais em que as temperaturas do meio de resfriamento
estejam fora dos limites estabelecidos em 8.1.1;
c) exposição a umidade excessiva, atmosfera salina, gases ou fumaças
prejudiciais;
d) exposição a pós prejudiciais.;
e) exposição a materiais explosivos na forma de gases ou pós;
f) sujeição a vibrações anormais, choque ou condições sísmicas;
g) sujeição a condições precárias de transporte, instalação ou armazenagem;
h) limitações de espaço na sua instalação;
i) dificuldades de manutenção;
j) funcionamento em regime ou freqüência não usuais ou com tensões
apreciavelmente diferentes das senoidais ou assimétricas;
k) cargas que estabelecem harmônicas de corrente anormais, tais como os que
resultam de apreciáveis correntes de carga controladas por dispositivos em
estado sólido ou similares;
l) condições de carregamento especificados (potências e fatores de potência)
associadas a transformadores ou autotransformadores de mais de dois
enrolamentos;
m) exigência de níveis de ruído e ou radiointerferência, diferentes das
especificadas na norma NBR 5356;
n) exigência de isolamento diferente das especificadas na norma NBR 5356;
o) condições de tensão anormais, incluindo sobretensões transitórias,
ressonância, sobretensões de manobra, etc., que possam requerer
considerações especiais no projeto da isolação;
p) campos magnéticos anormalmente fortes;
q) transformadores de grande porte com barramentos blindados de fases isoladas
de altas correntes que possam requerer condições especiais do projeto;
r) necessidade de proteção especiais contra contatos acidentais de pessoas com
partes vivas do transformador;

263
Informações Técnicas DT-11
s) operação em paralelo com transformadores de outro fornecimento.

8.3. OPERAÇÃO EM PARALELO

A operação em paralelo de transformadores se faz necessária em duas situações


principais:
a) quando é necessário aumentar a carga de determinada instalação sem
modificação profunda no lay-out da mesma;
b) quando, ao prevermos pane em um dos transformadores, quisermos continuar
operando o sistema, mesmo à carga reduzida.

Dois transformadores operam em paralelo, quando estão ligados ao mesmo sistema


de rede, tanto no primário quanto no secundário (paralelismo de rede e barramento,
respectivamente).

Mas não é possível ligarmos dois transformadores em paralelo, para operação


satisfatória, se não forem satisfeitas as condições dos itens 8.3.1, 8.3.2 e 8.3.3.

8.3.1. Diagramas Vetoriais com mesmo Deslocamento Angular

Se as demais condições forem estabelecidas, basta ligarmos entre si os terminais da


mesma designação.

8.3.2. Relações de Transformação Idênticas inclusive Derivações

Surgirá uma corrente circular entre os dois transformadores caso tenham tensões
secundárias diferentes.

Esta corrente se soma à corrente de carga (geometricamente) e no caso de carga


indutiva haverá um aumento de corrente total no transformador com maior tensão
secundária enquanto que a corrente total do transformador com menor tensão
secundária diminui. Isto significa que a potência que pode ser fornecida pelos dois

264
Informações Técnicas DT-11
transformadores é menor do que a soma das potências individuais, o que representa
desperdício.

A corrente circulante existe também se os transformadores estiverem em vazio, sendo


independente da carga e sua distribuição.

8.3.3. Impedância

A impedância é referida a potência do transformador.

Transformadores da mesma potência deverão ter impedâncias iguais, no entanto a


norma NBR 5356 admite uma variação de até ±7,5%.

Transformadores de diferentes potências: aplicando a fórmula abaixo, saberemos


qual a impedância do novo transformador a ser instalado.

P1 × Z '1
Z2 = Equação (8.1)
P2

sendo:
P = potência total da instalação (P1 + P2)
P1 = potência do transformador velho
P2 = potência do transformador novo
Z1 = impedância do transformador velho
Z2 = impedância do transformador novo
Z’1 = impedância do transformador velho referido a base do novo.

Devemos inferir as impedâncias a uma mesma base de potência, que pode ser a de
qualquer um deles, da seguinte maneira:

Z 2 × P1
Z '2 = Equação (8.2)
P2

265
Informações Técnicas DT-11

Z 1 × P2
Z '1 = Equação (8.3)
P1

onde:
Z’1 e Z’ 2 são as impedâncias dos transformadores na base nova de potência.

A divisão de potência entre transformadores em paralelo é calculada como segue


abaixo:

P1 P2
Z1 Z2

Figura 8.1

P × Z2
P1 = Equação (8.4)
Z1 + Z 2

P × Z1
P2 = Equação (8.5)
Z1 + Z 2

P = P1 + P2 Equação (8.6)

Para os transformadores que irão operar em paralelo, as impedâncias ou tensões de


curto-circuito não poderão divergir mais do que ±7,5% da média das impedâncias
individuais, como já foi mencionado anteriormente, caso contrário o transformador de
impedância menor receberá uma carga relativa maior do que o de impedância maior.

Quando o transformador de menor potência tiver a maior impedância, então são


economicamente aceitáveis diferenças de 10 a 20% na impedância.

Caso contrário, condições de serviço antieconômicas já ocorrerão em


transformadores ligados em paralelo, cuja relação de potências for 1:3.
Exemplo: Qual a impedância de um novo transformador cuja potência é 1500kVA, o
qual será ligado em paralelo com outro já existente com as seguintes características:

266
Informações Técnicas DT-11

§ Potência: 1000kVA
§ Tensões Primárias: 13,8 - 13,22 - 12,6kV
§ Tensões Secundárias: 380/220V
§ Impedância: 5%
§ Deslocamento Angular: Dyn 1

A impedância de 5% está referida na base de 1000kVA. Deveremos referi-la para a


base do transformador novo.

Usando a equação 8.3:

Z 1 × P2 5 × 1500
Z '1 = =
P1 1000
Z '1 = 7,5%

Este valor é a impedância do 1000kVA na base do novo transformador de 1500kVA.

Calcularemos a impedância que deverá ter o novo transformador de 1500kVA.

Da equação 8.1:

P1 × Z '1 1000 × 7,5


Z2 = =
P2 1500

Z 2 = 5%

Esta impedância já está na base do novo transformador (1500kVA).

O novo transformador deverá ter as seguintes características:

§ Tensão Primária: 13,8 - 13,2 - 12,6kV


§ Tensão Secundária: 380/220V
§ Impedância: 5%

267
Informações Técnicas DT-11
§ Deslocamento angular: Dyn1

8.4. OPERAÇÃO EM PARALELO

Divisão de carga entre transformadores

Pode-se calcular a potência fornecida individualmente, pelos transformadores de um


grupo em paralelo, através da seguinte fórmula:

PN 1...n EM
PF 1...n = × × Pc Equação (8.7)
∑ PN 1 ...n E1...n

∑ PN ...n
EM = Equação (8.8)
∑ PN ...n
E1...n

Onde:
PF1...n = potência fornecida à carga pelo transformador [kVA]
PN1...n = potência nominal do transformador [kVA]
EM = tensão média de curto-circuito [%]
E1...n = tensão de curto-circuito do transformador 1 ...n [%]
Pc = potência solicitada pela carga [kVA]

Exemplo: Calcular as potências fornecidas individualmente, pelos transformadores,


PN1 = 300kVA, PN2 = 500kVA e PN3 = 750kVA, cujas tensões de curto-circuito são
as seguintes: E1 = 4,5%, E2 = 4,9%, E3 = 5,1%, e a potência solicitada pela carga é
de 1550kVA.

300 + 500 + 750


EM = = 4,908 %
300 500 750
+ +
4,5 4,9 5,1

268
Informações Técnicas DT-11
300 4,908
PF 1 = × × 1550 = 327,2kVA
300 + 500 + 750 4,5

500 4,908
PF 2 = × × 1550 = 500,8kVA
300 + 500 + 750 4,9

750 4,908
PF 3 = × × 1550 = 721,8kVA
300 + 500 + 750 5,1

Observa-se que o transformador de 300kVA por ter a menor impedância, está


sobrecarregado, enquanto que o transformador de 750kVA, que possui a maior
impedância, está operando abaixo de sua potência nominal.

269
Informações Técnicas DT-11

9. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

Os procedimentos relacionados ao recebimento, instalação e manutenção de


transformadores imersos de líquido isolante, de distribuição e de potência, estão
detalhados, respectivamente, na NBR 7036 e NBR 7037. E os transformadores a
seco na NBR 7037.

9.1. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

9.1.1. Recebimento

Quando do recebimento o equipamento deverá ser imediatamente submetido a uma


inspeção visual, de modo a verificar:

§ características da placa de identificação em conformidade com o pedido;


§ inexistência de fissuras ou lascas nas buchas e danos externos no tanque ou
acessórios;
§ a totalidade dos terminais e acessórios;
§ nível do líquido isolante;
§ a exatidão dos instrumentos através de suas leituras;
§ os componentes externos do sistema de comutação;
§ a inexistência de vazamentos através das buchas, bujões e soldas;
§ indícios de corrosão em qualquer ponto do tanque;
§ marcação correta dos terminais;
§ estado da embalagem, quando existente.

9.1.2. Manuseio

Se o transformador não puder ser conduzido por um guindaste ou carro hidráulico,


pode então ser deslocado sobre roletes. Neste caso devem ser colocadas pranchas
para melhor distribuição dos esforços na base.

270
Informações Técnicas DT-11
O transformador deve ser sempre levantado por todas as alças de suspensão, nunca
devendo ser levantado ou movido por laços colocados nas buchas, no olhal de
suspensão da tampa ou em outros acessórios.

9.1.3. Armazenagem

Quando o transformador não for posto em serviço imediatamente, deve ser


armazenado com líquido isolante em seu nível normal, de preferência em condições
que o transformador não fique sujeito às intempéries, as grandes variações de
temperatura e a gases corrosivos e de modo a não sofrer danos mecânicos.
Recomenda-se que o transformador não fique em contato direto com o solo.

9.1.4. Instalação

Transformador de distribuição para postes e plataforma.

Antes da instalação do transformador deve ser feito uma verificação, sendo:

§ inspeção visual, principalmente nas buchas, conectores e acessórios;


§ verificar se os dados da placa de identificação estão coerentes com sistema
em que o transformador será instalado;
§ observar o correto nível do líquido isolante;
§ o sistema de fixação do transformador deve estar de acordo com a PB-99;
§ com o içamento do transformador, as cordas ou cabos utilizados devem ser
fixados nas alças, ganchos ou olhais existentes para essa finalidade;
§ o transformador não deve sofrer avarias de qualquer natureza; antes de içar o
transformador, é conveniente fixar os suportes;
§ as ligações do transformador devem ser realizadas de acordo com o diagrama
de ligações de sua placa de identificação;
§ os transformadores devem ser protegidos contra sobrecargas, curto-circuito e
surtos de tensão;

271
Informações Técnicas DT-11
§ os elos utilizados nas chaves devem estar de acordo com a potência e classe
tensão do transformador;
§ após energização do transformador, é necessário uma inspeção final com
medição da tensão secundária.

9.1.5. Manutenção

Refere-se a transformadores imersos em líquido isolante, funcionando em condições


normais, que recomendam providências e manutenções periódicas, tanto nas oficinas
como no campo.

9.1.6. Inspeção Periódica

A cada doze meses, ou a critério do usuário, deve ser realizado no campo uma
inspeção externa com o transformador energizado, observando-se a distância e
estado do equipamento:
§ verificação de fissuras, lascas ou sujeiras nas buchas e danos externos no
tanque ou acessórios;
§ estado dos terminais de ligações do transformador;
§ vazamento pelas buchas, tampas, bujões, soldas, etc.;
§ pontos de corrosão em qualquer parte;
§ existência de ruídos anormais de origem mecânica ou elétrica;
§ fixação do transformador;
§ aterramento e equipamentos de proteção do transformador;
§ nível do líquido isolante, quando o indicador for externo.

A cada cinco anos, ou a critério do usuário, devem ser realizados os seguintes


ensaios e procedimentos com o transformador desenergizado:
§ resistência de isolamento;
§ retirada da amostra do líquido isolante.

272
Informações Técnicas DT-11
NOTA: Se os valores indicarem a necessidade de revisão completa no transformador,
recomenda-se enviar a unidade para oficinas especializadas ou fabricante.

9.1.7. Revisão Completa

§ Retirada do conjunto núcleo-bobinas (parte ativa) para inspeção e limpeza;


§ manutenção do tanque (interno e externo) e dos radiadores;
§ efetuar tratamento do líquido isolante ou substituí-lo caso haja necessidade;
§ substituição das gaxetas das tampas e das buchas do transformador;
§ verificar os terminais;
§ verificar os flanges e parafusos;
§ secagem do conjunto núcleo-bobinas e reaperto geral;
§ montagem do transformador;
§ execução dos ensaios.

NOTA: Os ensaios devem adotar, a seu critério, qualquer método a fim de evitar que
ocorram sobrecargas no transformador.

9.2. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA (FORÇA)

9.2.1. Recebimento

Antes do descarregamento, deve ser feito, por pessoal especializado, uma inspeção
preliminar no transformador, de modo a verificar:

§ condições externas do transformador, acessórios e componentes, quanto a


deformações;
§ vazamento de óleo e estado da pintura.

273
Informações Técnicas DT-11

9.2.2. Descarregamento e Manuseio

Todos os serviços de descarregamento e locomoção do transformador deve ser


executados e supervisionados por pessoal especializado:

§ levantamento ou tração deve ser feito pelos pontos de apoio indicados nos
desenhos ou instruções do fabricante;
§ todos os componentes e acessórios devem ser manuseados com devido
cuidado;
§ manuseio do transformador deve ser feito de forma planejada e cuidadosa.

9.2.3. Verificações e Ensaios de Recebimento

Para transformador transportado sem óleo, verificar a pressão do gás seco no tanque
e nos cilindros de suprimento, conforme orientação do fabricante.

Quando transportado o transformador com óleo, fazer as análises de rigidez dielétrica


e teor de água no óleo para que possa concluir sobre a absorção de umidade por
parte do isolamento.

NOTA: Quando se tratar de transformadores sob garantia, qualquer ocorrência deve


ser comunicada ao fabricante, para que este indique as providências a serem
tomadas.

9.2.4. Armazenamento

É recomendável que o transformador seja armazenado com conservador e respectiva


tubulação montados, preenchidos com óleo, até o nível normal do conservador,
instalando-se secador de ar com sílica gel.

274
Informações Técnicas DT-11
O transformador pode ser armazenado sem óleo, desde que para curtos intervalos de
tempo (máximo de três meses) ou conforme instrução do fabricante. Neste caso deve
ser realizada inspeção diária na pressão de gás, de modo a detectar vazamento.

9.2.5. Instalação

Antes de qualquer providência, para montagem do transformador, deve ser verificada


a disponibilidade de pessoal qualificado assim como de equipamentos e ferramentas
adequadas. Também deve ser feito uma verificação constante de:

§ não é recomendável a montagem do transformador em dias chuvosos;


§ inspeção visual, principalmente quanto ao correto nivelamento na base;
§ fixação correta do transformador, através da inspeção do dispositivo de
avançagem;
§ inspeção visual, na parte externa do tanque do transformador;
§ verificação dos dados de placa se estão compatíveis com a especificação
técnica do equipamento;
§ para transformadores religáveis, constatação de ser a ligação de despacho
(expedição) atende ao especificado;
§ para transformadores transportados sem óleo, devem ser verificados a pressão
do gás;
§ para transformadores transportados com óleo, sempre que possível retirar
amostra do óleo isolante para análise em laboratório;
§ devem ser verificadas as conecções de aterramento do transformador.

9.2.6. Montagem do Transformador

A montagem do transformador deve ser efetuada conforme as instruções específicas


do fabricante. Quando da não disponibilidade das instruções é recomendável a
seqüência de procedimentos discriminados na norma NBR 7037.

275
Informações Técnicas DT-11

9.2.7. Cuidados Recomendados durante e após a Montagem

§ Comutador de derivações em carga: devem-se ter precauções para que sejam


retirados calços eventualmente colocados no seletor para fins de transporte.
§ Acessórios: devem ser verificados antes de sua montagem, quanto a
inexistência de oxidação, partes quebradas, atritos, corrosão, etc.
§ Relê de gás: verificar se a inclinação da tubulação do relê do gás é adequada e
se a posição da montagem do relê de gás no tocante ao sentido do fluxo de
gás (transformador/conservador).
§ Nível de óleo: verificar o nível de óleo nas buchas, conservador, bolsas de
termômetros, secador de ar (cuba).
§ Desareação (sangria): efetuar drenagem de ar em todos os pontos previstos
(radiadores, buchas, relê de gás, tampas de inspeção, comutadores, registros,
etc.).
§ Secador de ar: prover o secador de ar com substância higroscópica (sílica gel).
§ Posição dos registros: controlar a posição de todos os registros das tubulações
de preservação e resfriamento.
§ Indicador de temperatura: os seus capilares devem ser protegidos, evitando
sua danificação durante os trabalhos subseqüentes.
§ Ligações de aterramento: verificar se todas as ligações de aterramento do
transformador estão corretas.
§ Buchas e conectores: conectores devem ser devidamente apertados. Verificar
se os terminais para ensaio nas buchas capacitivas estão devidamente
aterrados.
§ Vazamento: verificar a ocorrência de vazamento e providenciar a sua
supressão.
§ Radiadores: Limpeza interna se necessário com óleo aquecido à 60º C.
§ Bolsa de Borracha: Teste de estanqueidade com 0,1kgfcm ².

9.3. ENSAIOS

276
Informações Técnicas DT-11
É recomendável a execução dos seguintes ensaios no transformador antes de sua
energização:
§ análise do líquido isolante;
§ análise cromatográfica;
§ medição do fator de potência do transformador e fator de potência e
capacitância das buchas, se providas de derivações capacitivas;
§ medição da resistência de isolamento do transformador e da fiação de painéis
e acionamento(s) motorizado(s);
§ medição da relação de transformação em todas as fases e posições do
comutador de derivações sem tensão;
§ simulação da atuação de todos os dispositivos de supervisão, proteção e
sinalização, verificação do ajuste e/ou;
§ medição da relação de transformação, saturação e polaridade dos TC; curto-
circuito e aterrar todos os secundários do TC que não tiverem previsão de uso,
em só transformador provido;
§ verificar as tensões e isolação dos circuitos auxiliares antes de sua
energização;
§ após energização dos painéis e acionamentos motorizados, verificar sentido de
rotação dos motores dos ventiladores;
§ medição da resistência elétrica em todos os enrolamentos, em todas as fases e
posições do comutador de derivações;
§ instalação do secador de ar (sílica gel).

9.4. ENERGIZAÇÃO

Antes de sua energização, é recomendada uma nova desareação (sangria) das


buchas •69kV, relê de gás, bujão de drenagem da janela inspeção, etc. Inspecionar
todos os dispositivos de proteção e sinalização do transformador.

É importante observar que transformadores devem ser energizados após decorridas,


pelo menos, 24h da conclusão de enchimento com óleo.

277
Informações Técnicas DT-11
Ajustar e travar a posição do comutador manual, conforme recomendado pela
operação do sistema.

Todo o período de montagem, ensaios e energização, se possível, deve ser


acompanhado por um supervisor do fabricante.

Se possível, o transformador deve ser energizado inicialmente em vazio.

Recomenda-se efetuar análise cromatográfica do óleo isolante, antes da energização


(referência), 24h às 36h após a energização, 10 dias e 30 dias após a energização.

9.5. MANUTENÇÃO

Para problemas típicos normalmente encontrados e soluções recomendadas relativas


à manutenção, transcrevemos as verificações sugeridas pela NBR 7037 - anexo D.
considerar (S) semestrais, (T) trienais;

Buchas:
§ vazamentos(S)
§ nível do óleo (S)
§ trincas ou partes quebradas, inclusive no visor do óleo (T)
§ fixação
§ condições e alinhamento dos centelhadores (T)
§ conectores, cabos e barramentos (T)
§ limpeza das porcelanas (T)

278
Informações Técnicas DT-11
Tanque e radiadores:
§ vibração do tanque e das aletas dos radiadores (S)
§ vazamentos: na tampa, nos radiadores, no comutador de derivações, nos
registros e bujões de drenagem (S)
§ estado da pintura: anotar os eventuais pontos de oxidação
§ estado dos indicadores de pressão (para transformadores selados) (S)
§ todas as conecções de aterramento (tanque, neutro, etc.) (T)
§ bases (nivelamento, trincas, etc.) (S)
§ posição das válvulas dos radiadores (S)

Conservador:
§ vazamento (S)
§ registro entre o conservador e o tanque, se estão totalmente abertos (T)
§ fixação do conservador (T)
§ nível do óleo isolante (S)

Termômetros e/ou imagens térmicas:


§ funcionamento dos indicadores de temperatura (S)
§ valores de temperatura encontrados (anotar) (S)
§ estado dos tubos capilares dos termômetros (T)
§ pintura e oxidação (S)
§ calibração e aferição (T)
§ nível de óleo no poço para termômetro (T)

Sistema de ventilação:
§ ventiladores, quanto a aquecimento, vibração, ruído, vedação a intempéries,
fixação, pintura e oxidação (S)
§ acionamento manual (S)
§ circuito de alimentação (S)
§ pás e grades de proteção (S)

279
Informações Técnicas DT-11
Secador de ar:
§ estado de conservação (S)
§ limpeza e nível de óleo da cuba (S)
§ estado das juntas e vedação (S)
§ condições da sílica gel (S)

Dispositivo de alívio de pressão:


§ tipo tubular: verificar membranas (T)
§ tipo Válvula: verificar funcionamento do microrruptor (T)

Relê de gás:
§ presença de gás no visor (S)
§ limpeza do visor (T)
§ vazamento de óleo (S)
§ juntas (S)
§ fiação (T)
§ atuação (alarme e desligamento) (T)

Relê de Pressão:
§ vazamento (S)
§ juntas (S)
§ contatores tipo plugue (T)
§ fiação (T)
§ presença de gáz

Comutadores de derivações:
§ sem tensão: estado geral e condições de funcionamento (T)
§ em carga: Nível de óleo do compartimento do comutador (S)
§ condições da caixa do acionamento motorizado quanto a limpeza, umidade,
juntas de vedação, trincos e maçanetas, aquecimento interno etc.(S)
§ motor, circuito de alimentação e fiação (S).

280
Informações Técnicas DT-11
Caixa de terminais da fiação de controle e proteção:
§ limpeza, estado da fiação, blocos terminais(S)
§ juntas de vedação, trincos e maçanetas (S)
§ resistor de aquecimento e iluminação interna (S)
§ fixação, corrosão e orifícios para aeração (S)
§ contatores, fusíveis, relês e chaves (T)
§ isolação da fiação (T)
§ aterramento do secundário dos TC, régua de bornes, identificação da fiação e
componentes (T)

Ligações externas:
§ aterramento (T)
§ circuito de alimentação externos (S)

281
Informações Técnicas DT-11

10. ANEXOS

10.1. ANEXO I

FOLHA DE DADOS: TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO

Cliente:
Referência: -
Especificação/Norma: NBR-5440/83

1. DENTIFICAÇÃO
Item: 01
Quantidade:
Tag: -
Código do produto: 2001.2002
Tipo: Distribuição

2. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Ao tempo
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Potência [kVA]: 300
Número de fases: 3
Freqüência [Hz]: 60
Grupo de ligação: Dyn1
Polaridade: Subtrativa
Refrigeração: ONAN
Enrolamento de alta tensão:
Tensão nominal [kV]: 6.9
Derivações [kV]: ± 2 x 2.5%
Classe de tensão [kV]: 7.2
Tensão aplicada [kVef]: 20
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: 60
Enrolamento de baixa tensão
Tensão nominal [kV]: 208

282
Informações Técnicas DT-11
Classe de tensão [kV]: 1,2
Tensão aplicada [kVef]: 10
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: -
Classe do material isolante: A
Valores garantidos [300kVA/6.9kV e 75ºC]
Corrente de excitação [%]: 2,4
Impedância [%]: 4,5
Perdas a vazio [W]: 1.120
Perdas totais [W]: 4.480
Nível de ruído (pressão acústica) [dB]: 55

4. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Forma construtiva: Selado
Líquido isolante: Óleo Mineral
Pintura de acabamento: Munsell N6.5
Tipo de núcleo: Empilhado
Buchas de alta tensão
Localização: Tampa
Quantidade: 3
Tipo: ABNT 15kV/160A
Conector de fase: Prensa-cabo 10 a 70mm2
Conector de neutro: Não aplicável
Buchas de baixa tensão
Localização: Lateral
Quantidade: 4
Tipo: ABNT 1,3kV/400A
Conector de fase: Prensa-cabo 70 a 300mm2
Conector de neutro: Prensa-cabo 70 a 300mm2
Massas
Parte ativa [kg]: 450
Líquido isolante[kg]: 180
Tanque e acessórios [kg]: 280
Transformador completo [kg]: 910
Dimensões (C x L x A) [mm]: 1.700 X 1.000 X 1.130

5. ACESSÓRIOS
Visor de nível de óleo: Não
Válvula de alívio de pressão: Não
Comutador de derivações a vazio: Sim (acionamento interno)
Conexão para drenagem/amostragem: Não

283
Informações Técnicas DT-11
Conexão superior para filtro prensa: Não
Conexão inferior para filtro prensa: Não
Suporte para poste: Sim
Suporte para pára-raios: Não
Apoios para macaco: Não
Janela de inspeção: Sim
Olhais para tração: Não
Ganchos de suspensão: Sim (parte ativa e transformador completo)
Placa de identificação: Sim
Rodas: Sim (unidirecionais)
Base para arraste ou apoio: Sim (apoio)
Conector de aterramento: Sim (10 a 70mm2)

6. ENSAIOS (ABNT/NBR-5356/96)
Rotina: Sim
Tipo
Especiais:

284
Informações Técnicas DT-11
10.2. ANEXO II

FOLHA DE DADOS: TRANSFORMADOR DE FORÇA

Cliente:
Referência:
Especificação/Norma: NBR-5356/99

1. IDENTIFICAÇÃO
Item: 01
Quantidade: 01
Código do produto: 3005.5829
Tipo: FORÇA

2. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Ao tempo
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Freqüência [Hz]: 60 Número de fases: 3 Grupo de ligação: Dyn1

Potência [MVA]
Enrolamento: Tensão [kV] Ligação Comutação
ONAN ONAF1 ONAF2
Alta tensão: 5 - - 11 ± 2 X 2.5% D CST
Baixa tensão: 5 - - 4.16 yn -
Terciário: - - - - - -

Média 55
Elevação de temperatura do enrolamento [°C]
Ponto mais quente 65
Elevação de temperatura no topo do óleo [°C] 55
Classe do material isolante A

285
Informações Técnicas DT-11

Alta tensão Baixa tensão Terciário


Fase Neutro Fase Neutro Fase
Nível de isolamento [KV] 15 - 7,2 7,2 -
Tensão de impulso [kV] Onda plena 95 - 60 60 -
Onda cortada 105 - 66 NA -
Onda de manobra NA - NA NA -
Tensão aplicada [kV] 34 - 20 20 -
Tensão induzida [kV] 2 X VN - 2 X VN - -
Tensão induzida de longa duração [kV] NA - NA NA -

90% 100% 110%


Perda a vazio[kW] - 6 -
Corrente de excitação [%] (Base de 5 MVA) - 0,7 -

Base Impedância Perda em Carga


Posição [kV] Potência [MVA] @ 75°C [%] @ 75°C [kW]
- - - -
Alta tensão/Baixa tensão 11/4.16 5 6 34
- - - -
- - - -
Alta tensão/Terciário - - - -
- - - -
- - - -
Baixa tensão/Terciário - - - -
- - - -

ONAN ONAF1 ONAF2


Nível de ruído [dB] - - -
Nível de tensão de rádio-interferência [µV] 2.500
Descargas parciais [pC] 300

Regulação [%]
Cos ø = 0,8 Cos ø = 0,9 Cos ø = 1
ONAN 4,22 3,34 0,86
ONAF1 - - -
ONAF2 - - -

286
Informações Técnicas DT-11
Fator de Rendimento [%]
Carga Cos ø = 0,8 Cos ø = 0,9 Cos ø = 1
[%] ONAN ONAF1 ONAF2 ONAN ONAF1 ONAF2 ONAN ONAF1 ONAF2
25 99,19 - - 99,28 - - 99,35 - -
50 99,28 - - 99,36 - - 99,42 - -
75 99,17 - - 99,26 - - 99,33 - -
100 99,01 - - 99,12 - - 99,21 - -
125 98,83 - - 98,96 - - 99,06 - -

4. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Forma construtiva: Com conservador
Líquido isolante: Óleo mineral
Buchas de alta tensão: Na tampa (saída aérea)
Buchas de baixa tensão: Na tampa (saída aérea)
Buchas do terciário: Não aplicável
Pintura de acabamento: Bege fosco (Ral 1015)

Massa Dimensão [mm]


[kg] Comprimento Largura Altura
Parte ativa 4.500
Líquido isolante 1.890
Tanque e acessórios 4.300
Transformador completo 10.690 2.440 2.750 2.920
Maior peça para transporte 7.900 2.440 1.850 2.650

5. ACESSÓRIOS
Indicador magnético de nível de óleo: Sim
Secador de ar com sílica gel: Sim
Termômetro do óleo: Sim
Termômetro do enrolamento: Sim
Monitor de temperatura: Não
Transdutor de temperatura: Não
Válvula de alívio de pressão: Sim
Centelhadores para alta tensão: Não
Centelhadores para baixa tensão: Não
Centelhadores para terciário: Não aplicável
Relê de pressão súbita: Não
Manômetro: Não
Relê de gás tipo Buchholz: Sim
Radiadores destacáveis: Sim

287
Informações Técnicas DT-11
Apoios para macaco: Sim
Janela de inspeção: Sim
Janela de visita: Não
Ganchos de suspensão: Sim
Caixa de circuitos auxiliares: Sim
Blindagem eletrostática: Não
Placa de identificação: Sim
Placa diagramática: Sim
Placa de identificação para buchas: Não
Conector de aterramento: Sim (50 a 120 mm2)
Base para arraste ou apoio: Sim (apoio)
Rodas: Sim (bidirecionais, lisas)
Fiação dos acessórios: Sim
Conectores de alta tensão (fase): Sim
Conectores de alta tensão (neutro): Não aplicável
Conectores de baixa tensão (fase): Sim
Conectores de baixa tensão (neutro): Sim
Conectores de terciário: Não aplicável
Acessórios para o comutador sob carga: Não

TC Bucha Relação Exatidão Fator Térmico Quant. por Bucha Aplicação


1,2,3 X1,X2,X3 800/5A 10B100 1.2 1 PROTEÇÃO
4,5,6 X1,X2,X3 800/5A 0.6C12.5 1.2 1 MEDIÇÃO
7 X2 700/1.5A 3C25 1.5 1 IM. TÉRMICA

6. ENSAIOS (ABNT/NBR-5380)
Rotina: Sim
Tipo: Não

288
Informações Técnicas DT-11
10.3. ANEXO III

FOLHA DE DADOS: TRANSFORMADOR A SECO

Cliente:
Referência:
Especificação/Norma: NBR-10295/98

1. IDENTIFICAÇÃO
Item:
Quantidade: 01
Tag:
Código do produto: 1110.1381
Tipo: Seco - não enclausurado

2. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Interior
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Potência [kVA]: 1000
Número de fases: 3
Freqüência [Hz]: 60
Grupo de ligação: Dyn1
Refrigeração: AN
Enrolamento de alta tensão
Tensão nominal [kV]: 13,8
Derivações [kV]: 13,8/13,2/12,6/12,0/11,4
Classe de tensão [kV]: 15
Tensão aplicada [kVef]: 34
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: 95
Enrolamento de baixa tensão
Tensão nominal [kV]: 0,380/0,220
Classe de tensão [kV]: 0,6
Tensão aplicada [kVef]: 4
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: -
Classe do material isolante: F
Valores garantidos [1000kVA/13,8kV e 115ºC]

289
Informações Técnicas DT-11
Corrente de excitação [%]: 2,00
Impedância [%]: 4,5
Perdas a vazio [W]: 2.800
Perdas no cobre [W]: 10.000
Perdas totais [W]: 12.800
Nível de ruído (pressão acústica) [dB]: 64
Descargas parciais [pC]: 20

4. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Grau de proteção: IP-00
Classe do transformador: C1/E1/F0
Material dos condutores: Cobre (alta tensão)
e alumínio (baixa tensão)
Terminais de alta tensão: Bandeira (1 furo NEMA)
Terminais de baixa tensão: Bandeira
Encapsulamento do Enrolamento AT A vácuo em resina epóxi
Sistema Vântico CW 229
Massa total [kg]: 2500
Dimensões (C x L x A) [mm]: 1530 x 830 x 1760

5. ACESSÓRIOS
Monitor de temperatura sem indicador: Não
Monitor de temperatura com indicador: Sim (T-154)
Sensor de temperatura: Sim
Sistema de comutação a vazio (links): Sim
Motoventiladores: Não
Olhais para tração: Sim
Olhais de suspensão: Sim
Placa de identificação: Sim
Rodas: Sim (bidirecionais)
Base: Sim (apoio)
Conector de aterramento: Sim

ENSAIOS (ABNT/NBR-10295/98)
Rotina: Sim
Tipo:
Especiais:

290
Informações Técnicas DT-11

1. Bucha de Alta Tensão


1.1. Terminal de alta tensão
2. Tampa
3. Abertura para inspeção
4. Guarnição
5. Comutador
6. Armadura
7. Núcleo
8. Bobinas
8.1. Bobina B.T.
8.2. Bobina A.T.
9. Tanque
9.1. Olhal de Suspensão
9.2. Radiador
9.3. Suporte para fixação ao poste
10. Bucha de Baixa Tensão
10.1. Terminal de Baixa Tensão
11. Placa de Identificação
12. Dispositivo de aterramento

291
Informações Técnicas DT-11

WEG Equipamentos Elétricos S.A. - Transformadores


RUA Dr. Pedro Zimmermann, 6751 Tel. (0xx47) 337-1000
89068-001 – Blumenau - SC Fax (0xx47) 337-1090
www.weg.net

Filial BANWEG
Av. Moema, 862 - Indianópolis Tel. (0xx11) 5053-2300
04077-023 - São Paulo - SP Fax (0xx11) 5052-4212

292

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