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Capítulo 17

Temperatura e calor
Seções 4 e 5

Física II – Termondinâmica e Ondas


Sears | Zemansky | Young | Freedman © 2008 by Pearson Education
Expansão térmica (dilatação linear)
A maioria dos materiais sofre expansão ou dilatação quando aquecidos.
Suponha que uma barra possua comprimento L0 em uma dada temperatura
T0. Quando a temperatura varia de T, o comprimento varia L.

L  T

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Expansão térmica (dilatação linear)
Quando duas barras feitas do mesmo material sofrem a mesma variação de
temperatura, mas um possui o dobro do comprimento da outra, então a
variação do comprimento também é duas vezes maior.

L  T L  L0

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Expansão térmica (dilatação linear)
L   L0 T
Logo, (dilatação térmica linear)
L  L0   L0 T  L  L0 (1   T )

L  T L  L0

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Expansão térmica (dilatação linear)
L   L0 T
Logo, (dilatação térmica linear)
L  L0   L0 T  L  L0 (1   T )

A constante , que descreve as propriedades de expansão térmica de um


dado material, denomina-se coeficiente de dilatação linear.

As unidades de  são K-1 ou °C-1 (1 K = 1 °C).

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Expansão térmica (dilatação linear)

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)
Quando um material é aquecido, em geral sofre uma dilatação térmica. Com
a energia adicional, os átomos se afastam uns dos outros, atingindo um novo
ponto de equilíbrio com as forças elásticas interatômicas que mantêm os
átomos unidos em um sólido.

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)
Se todas as dimensões de um sólido aumentam com a temperatura, é
evidente que o volume do sólido também aumenta. No caso dos líquidos, a
dilatação volumétrica é a única que faz sentido.

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)
O aumento de temperatura geralmente produz aumento de volume, tanto em
líquidos, quanto em sólidos. Analogamente ao caso da dilatação linear,
dL   L0 dT (dilatação térmica linear)

quando T  100C,
V   V0 T (dilatação térmica volumétrica)

Sendo  o coeficiente de dilatação volumétrica, cujas unidades são K1


ou (C)1.

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)
Em materiais sólidos existe uma relação simples entre o coeficiente de
dilatação volumétrico  e o coeficiente de dilatação linear .
V   V0 T (dilatação térmica volumétrica)

Para um cubo de lado L , o volume V = L3. Na temperatura inicial T0, os


valores são L0 e V0. Quando a temperatura aumenta de dT, a aresta aumenta
de dL, e o volume de dV,dVtemos d ( L3 )
dV  dL  dL  3 L 2 dL  3 L 20 dL
dL dL
dV  3L20 dL  3L20 ( L0 dT )  3 V0 dT   V0 dT

  3

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)

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Expansão térmica (dilatação volumétrica)

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Dilatação volumétrica de um líquido

Halliday
Fundamentos de Física
Volume 2

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Dilatação térmica (anômala) da água
O líquido mais comum, a água, não se
comporta como os outros líquidos.
Acima de 4°C, a água se dilata quando a
temperatura aumenta, como era de se
esperar.
Entre 0 e 4° C, porém, a água se contrai
(diminui de volume) quando a temperatura
aumenta. Nesse intervalo, o coeficiente de
dilatação volumétrico da água é negativo.
Assim, a 4°C, a massa específica da água
passa por um máximo.
Portanto, a água da superfície de um lago
congela, enquanto a água mais abaixo
permanece líquida.

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Dilatação térmica (anômala) da água
Efeito importante: Esse comportamento anômalo da água tem um efeito importante
na vida dos animais e de plantas em lagos. Um lago se congela da superfície para
baixo; acima de 4 °C, a água fria flui para a parte inferior por causa da maior
densidade. Porém, quando a temperatura da superfície se torna menor do que 4 °C,
a água próxima da superfície é menos densa do que a água abaixo da superfície.
Logo, o movimento para baixo termina, e a água nas proximidades da superfície
permanece mais fria do que a água mais abaixo. À medida que a superfície se
congela, o gelo flutua porque possui densidade menor do que a da água. A água no
fundo permanece com uma temperatura da ordem de 4 °C até que ocorra o
congelamento total do lago. Caso a água se contraísse ao esfriar, como a maior parte
das substâncias, lagos começariam a se congelar do fundo para a superfície. A
circulação por diferença de densidade faria com que a água quente fosse
transportada para a superfície, e os lagos ficariam totalmente congelados mais
facilmente. Isso provocaria a destruição de todas as plantas e animais que não
suportam o congelamento. Caso a água não tivesse essa propriedade especial, a
Física IIevolução da
– Termondinâmica e vida provavelmente teria
Ondas seguido um curso muito diferente.
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Tensão térmica
Os engenheiros precisam levar em conta
as tensões térmicas quando projetam
estruturas. Blocos de concreto em estradas
e estruturas das pontes geralmente contêm
um espaço vazio entre as seções,
preenchido com um material flexível, ou
são ligadas por meio de juntas em forma
de dentes (vide Figura), para permitir a
dilatação e a contração do concreto.

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Tensão térmica
Os tubos longos que transportam vapor
apresentam juntas de dilatação ou seções
em forma de U para impedir contrações
ou alongamentos com as variações de
temperatura.
Se uma das extremidades de uma ponte
de aço está rigidamente presa a seu
suporte, a outra extremidade fica apoiada
sobre rolamentos.

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Tensão térmica
Para calcular a tensão térmica em uma barra presa, calculamos a dilatação
(ou contração) que ocorreria caso ela não estivesse presa, e a seguir
achamos a tensão necessária para comprimi-la (ou esticá-la) até que ela
atinja seu comprimento original. Suponha que uma barra de comprimento e
seção reta com área seja mantida com o comprimento constante enquanto
sua temperatura se reduz ( negativa), produzindo uma tensão na barra. Pela
equação da dilatação térmica linear, , a variação relativa do comprimento
caso a barra estivesse livre e pudesse se contrair seria dada por

(As variações e são negativas.)

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Tensão térmica
( e são negativas)
A tensão deve aumentar de um valor precisamente
suficiente para produzir uma variação relativa de
comprimento igual e contrária ·
De acordo com a definição do módulo de Young, Equação
11.10, temos:

Se o comprimento tiver de permanecer constante, a


variação relativa total do comprimento deverá ser igual a
zero. Pelas equações isso significa que

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Tensão térmica

Explicitando a tensão necessária para manter o comprimento da barra


constante, obtemos

(tensão térmica)

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Tensão térmica

Em uma diminuição de temperatura, é negativa e, portanto, e são


positivas; isso significa que uma força de tração e uma tensão são
necessárias para manter o comprimento constante. Se é positiva, e são
grandezas negativas, e a força de tração e a tensão necessárias são de
compressão.

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Ex. 17.5) Um cilindro de alumínio com de comprimento e seção reta com
área igual a deve ser usado para separar duas paredes de aço. A ele
escorrega livremente entre as duas paredes. Calcule a tensão no cilindro e a
força total que ele exerce sobre cada parede quando aquecido até , supondo
que as paredes sejam completamente rígidas e a distância entre elas
permaneça constante.
Solução: As variáveis que desejamos encontrar são a tensão térmica no
cilindro, cuja seção reta de área é dada, e a força que ela exerce sobre as
paredes que mantêm o cilindro no lugar.

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Ex. 17.5)
Solução: As variáveis que desejamos encontrar são a tensão térmica no
cilindro, cuja seção reta de área é dada, e a força que ela exerce sobre as
paredes que mantêm o cilindro no lugar.

O sinal negativo indica que é necessária uma tensão de compressão, em vez


de tração, para manter o comprimento do cilindro constante. Essa tensão não
depende nem do comprimento nem da área da seção reta do cilindro.
𝐹 = 𝐴 ( 𝐹 / 𝐴 )= ( 20 ×1 0 m ) ( − 8,568 ×1 0 Pa )=− 1,7136 ×1 0 N
−4 2 6 4

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Quantidade de calor
A interação que produz variações de temperatura é basicamente uma
transferência de energia entre uma substância e a outra. A transferência de
energia produzida apenas por uma variação de temperatura denomina-se
transferência de calor ou fluxo de calor, e a energia transferida desse modo
denomina-se calor.
Sir James Joule (1818-1889) estudou como a água pode ser aquecida ao ser
vigorosamente agitada por um agitador.
(a) Elevando a temperatura da água
por meio do trabalho realizado sobre
ela.

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Quantidade de calor
A mesma variação de temperatura pode também ser obtida colocando-se a
água em contato com outro corpo mais quente;
(b) Elevando logo, essa
a temperatura interação
da água por também
meio de aquecimento direto.
deve envolver
(a) Elevando trocadade
a temperatura energia.
água por
meio do trabalho realizado sobre ela.

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Quantidade de calor
A caloria (abreviada como cal) é definida como a quantidade de calor
necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 14,5 C até
15,5 C.

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Quantidade de calor
A caloria (cal) é definida como a quantidade de calor necessária para elevar
a temperatura de um grama de água de 14,5 C até 15,5 C.
A quilocaloria (kcal), igual a 1.000 cal, também é uma unidade usada; a
caloria usada para alimentos, também chamada de grande caloria, é na
realidade uma quilocaloria.
A unidade de calor do SI é o joule (J)
1 cal = 3,968 x 10-3 Btu = 4,186 J
1 kcal = 1.000 cal = 4.186 J
1 Btu = 778 ft.lb = 252 cal = 1.055 J
No sistema inglês, a unidade de calor é a British thermal unit (Btu), definida
como a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1
libra de água de 63°F para 64°F.

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A absorção de calor por sólidos e líquidos
Usamos o símbolo Q para a quantidade de calor.
A capacidade térmica (C) ou capacidade calorífica de um objeto é a
constante de proporcionalidade entre o calor Q recebido ou cedido pelo
objeto e a variação de temperatura T =CT(Tf – TTi do
Q  C ΔT ) objeto, ou seja,
f i

sendo Ti e Tf as temperaturas inicial e final do objeto.


A unidade de capacidade térmica do SI é o joule por kelvin (J/K).
O calor específico c é definido como a “capacidade térmica por unidade de
massa” e se refere, não a um objeto, mas a uma massa unitária do material
 mc Tdocalor
de que é feito o objeto. EmQtermos Ti )
mc (T fespecífico, podemos escrever:

A unidade de calor específico do SI é o joule por quilograma-kelvin (J/kg.K).


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Calor específico
Verifica-se que a quantidade de calor Q necessária para se elevar a
temperatura da massa m de um material de T1 a T2 é aproximadamente
proporcional à variação da temperatura T = T2 – T1. Ela também é
proporcional à massa m do material.
A quantidade de calor também depende da natureza do material: para elevar
de 1 °C a temperatura de um quilograma de água é necessário transferir uma
quantidade de calor igual a 4.190 J, enquanto basta transferir 910 J de calor
Q  mc T de alumínio.
para elevar a temperatura de um quilograma
Resumindo, podemos escrever:
Para uma variação de temperatura infinitesimal dT e uma correspondente
quantidade de calor 1 dQ calor específico ou
mctemos,
dQ dQ, dT  c  capacidade calorífica específica
m dT

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Calor específico molar
Algumas vezes é mais conveniente descrever a quantidade de uma
substância em termos de moles n em vez de especificar a massa m do
m  nM
material.

A letra M indica um mol ou massa molar de qualquer substância. Por


exemplo, a massa molar da água é igual a 18,0 g/mol = 18,0  103 kg/mol;
um mol de água é igual a 18,0 g = 0,0180 kg.
Um mol de qualquer substância pura sempre contém o mesmo múmero de
calor necessário para a variação
moléculas. Q  nMc T  nC T
de temperatura de n moles

C = Mc  calor específico molar1ou


dQsimplesmente calor molar.
C  Mc
n dT

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Calor específico molar

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Calor específico molar
Por exemplo, o calor específico molar da água é

 kg  J  J
C  Mc   0 ,0180  4190   75 ,4
 mol  kg  K  mol  K

ATENÇÃO: O termo calor específico não é muito apropriado, porque pode


sugerir a idéia errada de que um corpo contém certa quantidade de calor.
Lembre-se de que calor é energia em trânsito entre corpos, não a energia
contida em um corpo.

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