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PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

OCTAGON
Engenharia
OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

Sumário

1 – Introdução ao AutoCAD
1.1 – O que é o AutoCAD
1.2 – Configurações básicas
1.3 – Criando e editando layers ou camadas
1.4 – Arquivo template
1.5 – Comandos de desenho
1.6 – Comandos de edição
1.7 – Comandos de visualização
1.8 – Apresentação do projeto base
1.9 – Prática para confecção ou edição de plantas
1.10 – Configuração de layers, folhas e plotagem

2 – Projetos elétricos residenciais


2.1 – Levantamentos de cargas
2.1.1– Simbologia ;
2.1.2 – Previsão de cargas de iluminação
2.1.3 - Previsão das cargas de TUGs
2.1.4 - Previsão das cargas de TUEs
2.1.5 - Previsão da carga instalada
2.1.6 - Determinação do tipo de consumidor
2.1.7 - Determinação da demanda
2.1.8 - Divisão da instalação em circuitos
2.1.9- Quadro de distribuição

2.2 – Esquema de ligação de circuitos


2.2.1 – Interruptor simples
2.2.2 – Interruptor simples com tomada
2.2.3 - Interruptor simples com duas lâmpadas
2.3.1 – Interruptor paralelo (three way)
2.3.2 – Interruptor intermediário (four way)

Revisão
AUTORES: Ianna Cavalcante e Edenio Galvão

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2.3 –Dimensionamento de condutores .


2.3.1. – Definições.
2.3.2. – Métodos de referência
2.3.3. – Corrente de projeto
2.3.4 - Fatores de correção
2.3.5 - Dimensionamento do neutro
2.3.6 - Dimensionamento do condutor de proteção
2.3.7 - Critério da queda de tensão
2.4 - Condutos
2.4.1 - Classificação dos eletrodutos
2.4.2 - Taxa máxima de ocupação
2.4.3 - Dimensionamento

3. Proteções
3.1 - Disjuntores
3.1.1 - Introdução
3.1.2 - Dimensionamento da proteção contra sobrecarga
3.1.3 - Dimensionamento da proteção contra curto-circuito
3.2 - DR
3.3 – DPS
3.3.1 Classes de DPSs
3.3.2 Corrente máxima de descarga (Imáx)
3.3.3. Corrente nominal de descarga (In)
3.3.4. Tensão máxima contínua (Uc)
3.3.5. Nível de tensão de proteção [Up

4. Padrão de entrada
4.1 – Entrada de serviço
4.2 - Medição

AUTORES: Ianna Cavalcante e Edenio Galvão Revisão

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Capítulo 1

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1. AutoCAD

• AutoCAD - Ferramenta CAD (Computer Aided Desing). Desenho auxiliado por


computador.
• Desenvolvido pela empresa Autodesk
• Utilizado por Arquitetos, engenheiros, técnicos, projetistas e outros, para elaboração
de plantas ou esquemas técnicos.
• Embora seja de fácil utilização, não dispensa conhecimentos prévios de desenho
técnico.

• TELA INICIAL

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• RIBON

• Similar ao utilizado em pacotes da linha Office da Microsoft. Nele, os comandos


estão divididos de acordo com a função (desenhos, edição, anotação, etc.).

• Clicar em um dos ícones corresponde a inserir um comando na Caixa de Comando.

• Para ativar e desativar a caixa de comando:


1ª Opção: CTRL + 9;
2ª Opção: Ribbon > View > Palletes >

• CONFIGURAÇÕES

Antes de começar a utilizar o software, é necessário que façamos algumas


configurações. Para acessarmos, digita-se OP e teclamos ENTER.

• Display
Pode-se alterar a cor do tema para claro ou escuro e a cor de fundo do programa

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• Open and Save
Nessa aba podemos modificar o tempo de salvamento automático e em que versão nosso
AutoCAD irá salvar o arquivo

• User Preferences
Alteramos a nossa unidade de medida para metros

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• LAYERS
Camadas de um desenho, independentes entre si, que agrupam os elementos
do desenho criados pelo usuário. São responsáveis por atribuir algumas características que
posteriormente irão refletir na configuração de impressão. Além disso, é também uma
forma de atribuir características em massa a um conjunto de elementos semelhantes.
De modo geral, costuma-se utilizar layers diferentes para cada conjunto de
elementos distintos do desenho, previamente à sua utilização efetiva.

• Atalho: LA

• ALGUNS COMANDOS

LINE _________________________________________________ L
RECTANGLE __________________________________________ REC
CIRCLE _______________________________________________ C
ARC __________________________________________________ A
XLINE e RAY __________________________________________ XL – RAY
SPLINE _______________________________________________ SPL
MOVE ________________________________________________ M
TRIN _________________________________________________ TR
COPY _________________________________________________CO
ROTATE ______________________________________________ RO
MIRROR ______________________________________________ MI
JOIN __________________________________________________ J
OFFSET _______________________________________________ O

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• PLANTA BAIXA

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Capítulo 2

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2. Projeto elétrico

O projeto elétrico como um todo consiste na:


• Previsão da instalação, com todos os seus detalhes;
• Localização dos pontos de utilização da energia elétrica,
• O trajeto dos condutores,
• A divisão em circuitos, a seção dos condutores,
• A carga de cada circuito, a carga total etc.

Por conveniência é organizado em


Memorial descritivo e de cálculo — com todos o cálculos feitos, descrições, recomendações e
justificativas da decisões tomadas;
Conjunto de plantas, esquemas e detalhes — com todos os digramas necessários para auxiliar a
execução da instalação;
Especificações — onde se descrevem as características técnicas do material a ser usado e as
normas aplicáveis.
Orçamento — descrição e preço dos mateias necessários e da mão de obra

A seguir será listado o passo a passo para a execução de um projeto elétrico baseado na norma
NBR 5410 de instalações elétricas em baixa tensão.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.1. Simbologia
Na grande maioria dos casos é utilizada a simbologia estabelecida pela NBR
5444:1989, que embora cancelada ainda é tomada como referência, ficando a critério de cada
projetista qual deve ser adotada.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.2. Previsão de cargas de iluminação

Segundo a NBR 5410:2004, para cargas de iluminação:

1) Em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais e nas acomodações de


hotéis, motéis e similares, deverá ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto;

2) Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deverá ser


prevista uma carga de pelo menos 100 VA;

3) Com área superior a 6 m2, deverá ser prevista uma carga mínima de 100 VA para
os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.

Os valores apurados correspondem à potência destinada à iluminação para efeito de


dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência nominal das lâmpadas
incandescentes a serem utilizadas.

Arandelas devem ser instaladas a uma distância de 60 cm do boxe em banheiros.

A norma não prevê cargas de iluminação em áreas externas, ficando a cargo do projetista a
decisão sobre que potência será usada.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.2. Previsão de cargas de iluminação

Exemplo:

Cômodo Dimensões Área Potência


(VA)
Sala 3,25 x 3,05 9,91 m2 = 6 + 3,91 100

Cozinha 3,10 x 3,05 9,45 m² = 6 + 3,45 100

Área de serviço 1,75 x 3,40 5,95 m² 100

Banheiro 1,80 x 2,30 4,14 m² 100

Quarto 3,15 x 3,40 10,71 m2 = 6 + 4 + 0,71 160

TOTAL - - 560

Convém converter a potência de Volt-Ampère para Watt, considerando o Fator de Potência da


lâmpada usada, de acordo com a fórmula.

𝑃(𝑊) = 𝑃(𝑉𝐴) ⋅ 𝐹𝑃

Caso seja considerado o pior caso, onde uma lâmpada incandescente seria instalada, considera-
se o fator de potência igual a 1, pois este tipo de lâmpada é puramente resistiva.

𝑃(𝑊) = 560. (1) = 560W

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.3. Previsão de cargas das TUGs

Nos cômodos ou dependências da instalação, se a área for inferior a 6 m2, pelo menos
um ponto de tomada;
• Se a área for maior que 6 m2, pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração de
perímetro, espaçados tão uniformemente quanto possível;
• Em banheiros, pelo menos um ponto de tomada junto ao lavatório;
• Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, no
mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração de perímetro, sendo que, acima
da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas, no mesmo ponto ou em
pontos distintos;
• Em subsolos, garagens, sótãos, halls de escadarias e em varandas, salas de manutenção ou
localização de equipamentos, tais como casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e
locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada.
• No caso de varandas, quando não for possível a instalação de ponto de tomada no próprio
local, este deverá ser instalado próximo ao seu acesso.
• Nas unidades residenciais e nas acomodações de hotéis, motéis e similares, aos pontos de
tomada de uso geral devem ser atribuídas as seguintes potências:
• Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais
análogos, no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto, para
os excedentes, considerando cada um desses ambientes separadamente;
• Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.3. Previsão de cargas das TUGs


Exemplo

Cômodo Dimensões Perímetro Nº de TUGs Potencia Potencia


(VA)
Sala 3,25 x 3,05 12,6 m 12,6 / 5 = 2,52 3x100 300
3 Tomadas
Cozinha 3,10 x 3,05 12,3 m 12,3 / 3,5 = 3x600 + 100 1900
3,51
4 Tomadas
Área de 1,75 x 3,40 10,3 m 10,3 / 3,5 = 3x600 1800
serviço 2,94
3 Tomadas
Banheiro 1,80 x 2,30 8,2 m 1 tomada 600 600

Quarto 3,15 x 3,40 13,1 m 13,1 / 5 = 2,62 3x100 300


3 Tomadas
TOTAL - - - - 4900

Assim como nas cargas de iluminação, para o futuro cálculo da demanda de


potência, converte-se a potência de Volt-Ampère para Watt, considerando o Fator
de Potência médio como igual a 0,8

𝑃(𝑊) = 4900. (0,8) = 3920W

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.4. Previsão de cargas das TUEs

• São tomadas destinadas à ligação de um único equipamento, fixo no local onde se encontra a
tomada.

• A distância do equipamento à tomada não deve ser maior que 1,5 m.

• Deve ser prevista uma TUE para cada equipamento que individualmente consuma uma
corrente igual ou superior a 10 A.

• A potência atribuída à tomada será igual a potência nominal do equipamento, já dada em


Watts.

Exemplo

Equipamento Potencia (W)

Ar condicionado 9000

Chuveiro elétrico 5600

Máquina de lavar 1000

TOTAL 15600

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.5. Previsão da carga instalada

Após os cálculos das cargas de iluminação, TUGs e TUEs, deve-se somar as três potências para
se obter a carga instalada, ou seja, a capacidade máxima de potência que a unidade consumidora
pode absorver da rede elétrica

Exemplo

Tipo de carga Potência (W)

Iluminação 560

TUGs 3920

TUEs 15600

TOTAL 20080

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.6. Determinação do tipo de consumidor

De acordo com a norma técnica NT-001 da Coelce (Enel), o tipo de consumidor é definido pela
carga instalada. Outras concessionárias podem optar por definir o tipo de consumidor de acordo
com a demanda prevista.

• Até 10 kW – monofásica (2 condutores – 1 Fase + 1 Neutro)


• Entre 10 e 20 kW – bifásica (3 condutores – 2 Fases + 1 Neutro)
• Entre 20 kW e 75 kW (ou 100 kW Subterrâneo)– trifásica (4 condutores - 3 Fases
+ 1 Neutro)

Acima de 75kW de Carga instalada, o consumidor deve ser alimentado com média tensão
(13,8kV)

2.1.7. Determinação da demanda

Demanda de projeto – É o valor médio de potência que é previsto que a unidade venha a
consumir, levando em conta que nem todas as cargas estarão funcionando ao mesmo tempo. É
útil para que não haja sobredimensionamento da instalação, reduzindo custo com condutores,
eletrodutos e dispositivos de proteção.

Fator de Demanda – É a relação entre a demanda prevista e a potência instalada calculada.

𝐷
𝐹𝑑 = ⇒ 𝐷 = 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡 ⋅ 𝐹𝑑
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.7. Determinação da demanda

Cálculo da Demanda

𝐷 = 𝑃1 ⋅ 𝑔1 + 𝑃2 ⋅ 𝑔2
Onde,
P1 – Potência de iluminação e TUGs, em Watts.
P2 – Potência de TUEs , em Watts.
g1 – Fator de demanda de iluminação e TUGs.
g2 – Fator de demanda de TUEs.

O fatores de demanda das TUGs , TUEs e iluminação são tabelados conforme é mostrado a
seguir:

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.7. Determinação da demanda

Exemplo:

Iluminação e TUGs – 560 + 3920 = 4480W → g1 = 0,52.


TUEs – 3 pontos – 15600 W → g2 = 0,84.

𝐷 = 4480 ⋅ 0,52 + 15600 ⋅ 0,84


𝐷 = 15433,6 W

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.8. Divisão da instalação em circuitos

A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários, devendo cada circuito ser
concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida através de
outro circuito.
É considerado como circuito o conjunto de pontos de consumo, alimentados pelos mesmos
condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção (disjuntor).

A divisão da instalação em circuitos deve ser de modo a atender, entre outras, às seguintes
exigências:
a) segurança — por exemplo, evitando que a falha em um circuito prive de alimentação toda
uma área;
b) conservação de energia — por exemplo, possibilitando que cargas de iluminação e/ou de
climatização sejam acionadas na justa medida das necessidades;
c) funcionais — por exemplo, viabilizando a criação de diferentes ambientes, como os
necessários em
auditórios, salas de reuniões, espaços de demonstração, recintos de lazer, etc.;
d) de produção — por exemplo, minimizando as paralisações resultantes de uma ocorrência;
e) de manutenção — por exemplo, facilitando ou possibilitando ações de inspeção e de reparo.

Por norma, são impostas algumas restrições para a divisão de circuitos em unidades residenciais,
hotéis, motéis ou similares:
• circuitos independentes devem ser previstos para os aparelhos com corrente nominal superior
a 10 A (como aquecedores de água, fogões e fornos elétricos, máquinas de lavar, aparelhos de
aquecimento ou para aparelhos de ar condicionado etc.);
• circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas;
• em unidades pequenas residenciais, hotéis, motéis ou similares, são permitidos pontos de
iluminação e tomadas em um mesmo circuito;
• Deve-se evitar que os pontos de iluminação sejam alimentados, em sua totalidade, por um só
circuito.
• Recomenda-se que cozinhas, copas e áreas de serviço, que devam constituir um ou mais
circuitos independentes;
• circuitos de iluminação instalados em áreas com piso “molhado” ou instalados em algumas
instalações industriais também deverão ter um condutor de proteção PE.
• A potência máxima de um circuito deve ser de 2200VA para tensões de 220V ou 1270VA,
para tensões de 127V.
• Circuitos com 2 ou 3 fases devem ter sua carga distribuída uniformemente entre as fases.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.8. Divisão da instalação em circuitos


Devem ser previstos circuitos de reserva no quadro de distribuição, de acordo com a tabela 59 da
NBR 5410:2004.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.8. Divisão da instalação em circuitos


Determinação da quantidade de circuitos de TUGs

Divide-se a potência total de TUGs por 2200 VA (para tensões de 220V) ou 1270 VA (para
tensões de 127V)

Exemplo:
Potência instalada de TUGs = 4900 VA

4900
𝑛= = 2,227 ⇒ 3 circuitos de TUGs
2200
Assim, deve-se dividir as TUGs em 3 circuitos diferentes

Circuito Cômodos Potencia

1 – Iluminação Quarto, banheiro 260

2 – Iluminação Cozinha, área de serviço, 300


sala
3 -TUGs Cozinha 1900

4 –TUGs Área de serviço 1800

5 –TUGs Quarto, banheiro, sala 1200

6 - TUE Ar-condicionado 9000

7 - TUE Chuveiro elétrico 5600

8 - TUE Máquina de lavar 1000

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.8. Divisão da instalação em circuitos


Em circuitos polifásicos deve-se dividir a carga equilibradamente entra as fases
Soma-se a potência total de iluminação, TUGs e TUEs em VA e divide-se pelo número de fases
do consumidor.
Exemplo: Consumidor trifásico, Iluminação = 700VA, TUGs = 7200 VA, TUEs = 2400 W
(2400VA)
700 + 7200 + 2400 = 10300

10300
𝑃𝑓 = = 3433,33 VA / fase
3

• As potências distribuídas entre as fases não precisam ser exatamente iguais à média calculada
por fase, mas devem estar o mais próximo possível deste valor para que as correntes na
maior parte do tempo sejam aproximadamente iguais, garantindo o equilíbrio do sistema
trifásico.
• Recomenda-se distribuir inicialmente os circuitos de TUEs entre as fases o mais equilibrado
possível, em seguida os de TUGs e finalmente os de iluminação
• Deve-se tomar cuidado para a potência de cada fase não desviar muito do valor médio
calculado anteriormente, de forma a evitar que a corrente da fase mais carregada ultrapasse o
valor de corrente do disjuntor geral.

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.9. Quadro de distribuição

É o ponto de parte a distribuição de toda a instalação elétrica (circuitos terminais) , e são


instalados os dispositivos de manobra, comando e proteção. Recebe os condutores do ponto de
entrada (ramal de alimentação) que vem do medidor ou centro de medição.
Um quadro de distribuição deve conter:
Dispositivos de proteção: disjuntores termomagnéticos (DTM), dispositivos diferenciais
residuais (DR), dispositivos de proteção contra surtos (DPS);
Barramentos de interligação das fases;
Barramento do neutro;
Barramento de proteção (terra);

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2.1. Levantamento de cargas

2.1.9. Quadro de distribuição

Localização
• Em locais de fácil acesso, de tal forma que possibilite a maior funcionalidade possível da
instalação e ainda ser providos de identificação do lado externo, legível e não facilmente
removível.
• Proximidade geométrica das cargas, possibilitando uma simetria entre as cargas da instalação.
• Próximos ao centro de carga da instalação, que é o ponto ou região onde se verifica a maior
concentração de potência.
• Em locais seguros, não permitindo o acesso de terceiros. Não devem ser submetidos a
vibrações ou choques mecânicos.
• Não devem ser instalados em locais que possam ficar fechados com chave, ou de difícil
acesso, como quartos, sótãos, porões e banheiros.
• Não devem ser instalados próximos a pontos de gás ou umidade.

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2.2. Esquema de ligação dos circuitos

Sequência correta
da representação:
neutro, fase e
1 a terra

2.5

Na parte inferior
é indicada a
bitola dos
condutores

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2.2. Esquema de ligação dos circuitos

FONTE: Cervelin, Severino

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2.2. Esquema de ligação dos circuitos


2.2.1. Interruptor simples

FONTE: Cervelin, Severino

2.2.2. Interruptor simples com tomada

FONTE: Cervelin, Severino

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2.2. Esquema de ligação dos circuitos


2.2.3. Interruptor simples com duas lâmpadas

FONTE: Cervelin, Severino

2.2.4. Interruptor paralelo (three way)

O interruptor three way é usado quando se deseja acionar um mesma lâmpada de


dois pontos diferentes. É comumente utilizada em escadas ou corredores muito
longos

FONTE: Cervelin, Severino

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2.2. Esquema de ligação dos circuitos


2.2.3. Interruptor intermediário (four way)
O interruptor four way é usado quando se deseja acionar um mesma lâmpada
de mais de dois pontos diferentes.

FONTE: Cervelin, Severino

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2.3. Dimensionamento de condutores

Definições

• Fio - Condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado diretamente como condutor de
corrente. Também conhecido como condutor rígido e fabricado em diâmetro de até 16mm2.
Não recomentado para instalações residenciais por ser pouco flexível.
• Cabo - É um conjunto de vários fios reunidos para formar um condutor elétrico. O conjunto é
torcido em forma helicoidal formando o encordoamento. Podem ser compactados ou não
compactados.

Os condutores podem ser classificados quanto a flexibilidade em diferentes classes. Quanto


maior a classe, mais flexível.

Classe 1 – Sólidos (Fios)


Classe 2 – Encordoados, compactados
Classe 3 – Encordoados, não compactados
Classes 4, 5 e 6 – Flexíveis

FONTE: INDUSCABOS

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2.3. Dimensionamento de condutores


Isolação

É a proteção aplicada sobre o condutor para protege-lo do ambiente externo e isolá-lo


eletricamente. Os materiiaas de isolação podem ser do tipo:

• Materiais Termoplásticos – Se deformam com o aumento de temperatura. Exemplo: Cloreto


de Polivinila (PVC)
• Materiais Termofixos – Não se deformam com o aumento de temperatura. Exemplo:
Polietileno Reticulado (XLPE) e Borracha de Etileno-propileno (EPR)

Tipos de condutores elétricos:

• Condutores Isolados: Dotados de uma camada isolante, sem capa de proteção.


• Condutores Unipolares: Possuem uma camada isolante, protegida por uma capa, normalmente
constituída de PVC.
• Cabos Multipolares: Composto por vários cabos isolados dentro de uma mesma capa de PVC,
denominados veias.

FONTE: IPCE

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2.3. Dimensionamento de condutores


• Cabos multiplexados: São indicados para circuitos de alimentação e distribuição de energia
elétrica em baixa tensão de até 0,6/1kV, sendo indicados para toda a rede urbana ou rural de
distribuição secundária em instalações aéreas fixadas em postes ou fachadas.

FONTE: Catálogo fabricante

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência
A NBR 5410 oferece uma tabela de referência de métodos de instalação., de
forma que o critério da capacidade de corrente de cada secção de condutor é determinado de
acordo com a forma que o ele é instalado.

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.2. Métodos de referência
A NBR 5410 também fornece tabelas com os valores de máxima capacidade de
dos condutores de acordo com a seção e com o método de instalação.

Condutores: cobre e alumínio


Isolação: PVC
Temperatura no condutor: 70°C
Temperaturas de referência do ambiente: 30°C (ar), 20°C (solo)

FONTE: NBR 5410/2004

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.3. Corrente de projeto
É a corrente nominal do circuito, que irá percorrer o condutor durante a
condução.

• Circuitos monofásicos

𝑃
𝐼=
𝑉
Onde,
P = Potencia nominal do circuito
V = Tensão no circuito

• Circuitos trifásicos

𝑃
𝐼=
3 ⋅ 𝑉𝐿 ⋅ 𝜂 ⋅ cos 𝜑
Onde,
P = Potência nominal das cargas no circuito, em W ou VA
V = Tensão de linha no circuito.
η = Rendimento.
cosφ = Fator de potência

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.4. Fatores de correção
Os fatores de correção são aplicados como uma “margem de segurança” para a
corrente de projeto, prevendo possíveis aumentos devidos a temperatura e agrupamento com
outros condutores.

• Fator de correção por temperatura (FCT)


Deve ser aplicado quando os condutores estiverem em temperaturas diferentes de 30°C ao ar
livre ou 20°C para condutores enterrados no solo, conforme a tabela abaixo.

FONTE: NBR 5410/2004

43
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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.4. Fatores de correção

• Fator de correção por agrupamento (FCA)


Deve ser aplicado quando os condutores estiverem agrupados em mais de um circuito em
um mesmo eletroduto, conforme a tabela abaixo:

FONTE: NBR 5410/2004

• Corrente de projeto corrigida

𝐼
𝐼′ =
𝐹𝐶𝑇⋅𝐹𝐶𝐴

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OCTAGON
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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.5. Dimensionamento do neutro

A NBR 5410 diz que:


6.2.6.2.1 O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito;
6.2.6.2.2 Em circuitos monofásicos, a seção do condutor neutro deve ser igual à do condutor
fase;
6.2.6.2.3 A seção do condutor neutro em circuito com duas fases e neutro não deve ser inferior à
dos condutores fase, podendo ser igual à dos condores fase se a taxa de terceira harmônica e seus
múltiplos não for superior a 33%;
6.2.6.2.4 A seção do condutor neutro de um circuito trifásico não deve ser inferior à dos
condutores fase quando a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 15%,
podendo, no entanto, ser igual à seção dos condutores fase quando a referida taxa de harmônica
não for superior a 33%;
6.2.6.2.6 Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase tenham uma seção
superior a 25 mm2, a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos condutores de fase, sem
ser inferior aos valores indicados na tabela 48, em função da seção dos condutores de fase,
quando as três condições seguintes forem simultaneamente atendidas .

FONTE: NBR 5410/2004

45
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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.5. Dimensionamento do condutor de proteção

A NBR 5410 diz que:


6.4.3.1.3 ...a seção do condutor de proteção pode ser determinada através da tabela 58 ... válida
apenas se o condutor de proteção for constituído do mesmo metal que os condutores de fase.

FONTE: NBR 5410/2004

46
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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.5. Critério da queda de tensão
Inevitavelmente, todo condutor ao ser percorrido por corrente gera uma queda na
tensão no circuito correspondente. A NBR 5410 estabelece limites de queda de tensão para que
o funcionamento de todos os pontos da instalação não sejam prejudicados.

6.2.7.1 Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser
superior aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de
transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio.

6.2.7.2 Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%.

Em resumo temos:

Ponto de Quadro de
Medição Cargas
entrega distribuição

C M QD CARGA

1% 2% 2%

5%

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2.3. Dimensionamento de condutores


2.3.5. Critério da queda de tensão
A formula usada para o dimensionamento da seção do condutor através da
queda de tensão é a seguinte:

2. 𝜌. 𝐿 . 𝐼
𝑆=
𝑉𝑓𝑛 . ∆𝑉(%)

Onde,
𝜌 = resistividade do cobre (1/57);
L = distancia (m);
I = corrente de projeto (A);
V = tensão nominal (V);
∆V = queda de tensão admitida (%);

Exemplo:
Potencia da carga: 9000W
Comprimento do trecho: 12m
Tensão: 220V
Queda de tensão admitida: 3%

Primeiramente calcula-se a corrente de projeto:

9000
𝐼= = 41𝐴
220

1
2. . 12.41
𝑆= 57 = 2,62𝑚𝑚2
220. (0,03)

A seção de 2,62mm² não é fornecida comercialmente, então se escolhe a seção tabelada


imediatamente superior = 4mm².

48
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2.4. Condutos
Os condutos tem a função de abrigar os condutores elétricos e protege-los de ações :
ações mecânicas, térmicas, elétricas e corrosões. Eles protegem o ambiente conta incêndios que
podem resultar do superaquecimentos dos condutores ou de arcos voltaicos.
Em casos de condutos metálicos, o revestimento aterrado evita perigos de choque e proporciona
um percurso pra terra, funcionando como condutor de proteção em algumas condições
específicas.

2.4.1 - Classificação dos eletrodutos


Os eletrodutos são classificados em relação ao material, a flexibilidade e a
forma de conexão.

Não metálicos: PVC,


plásticos, etc

Quanto ao
material
Metálicos: Aço carbono
galvanizado ou esmaltado,
alumínio, etc.

Rígidos
Quanto à
flexibilidade
Flexíveis

Soldados
Forma de
conexão

Rosqueáveis

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OCTAGON
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2.4. Condutos
2.4.1 - Classificação dos eletrodutos
Os eletrodutos citados anteriormente são os mais comumente usados em
instalações residenciais, no entanto, há uma grande variedade de configurações de eletrodutos
com outras aplicações.

Eletrocalhas: Acomodam uma grande quantidade de


cabos que podem ficar expostos no teto, a uma altura
elevada, melhorando a troca de calor.

Leitos: Acomodam cabos de seção mais elevada, e


permitem uma melhor troca de calor com o ambiente.

Canaletas e perfilados: Acomodam cabos em perfilados


ou canaletas de alvenaria

Canaletas de parede aberta: Quadros de distribuição,


com saída pelas laterais.

Canaletas de parede fechada: Cabos sobrepostos à


parede (instalação aparente).

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2.4. Condutos
2.4.1 - Classificação dos eletrodutos

A NBR 5410 diz que:

6.2.10.2 Admite-se que os condutos fechados contenham condutores de mais de um circuito nos
seguintes casos:
a) quando as quatro condições seguintes forem simultaneamente atendidas:
- os circuitos pertencerem à mesma instalação, isto é, se originarem do mesmo dispositivo geral
de manobra e proteção;
- as seções nominais dos condutores de fase estiverem contidas dentro de um intervalo de
- três valores normalizados sucessivos;
- todos os condutores tiverem à mesma temperatura máxima para serviço contínuo; e
- todos os condutores forem isolados para a mais alta tensão nominal presente; ou
b) no caso dos circuitos de força, de comando e/ou sinalização de um mesmo equipamento.

6.2.11.1.1 É vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente
apresentados e comercializados como tal.
NOTA Esta proibição inclui, por exemplo, produtos caracterizados por seus fabricantes como
“mangueiras”.
6.2.11.1.2 Nas instalações elétricas abrangidas por esta Norma só são admitidos eletrodutos não
propagantes de chama.
6.2.11.1.3 Só são admitidos em instalação embutida os eletrodutos que suportem os esforços de
deformação característicos da técnica construtiva utilizada.
6.2.11.1.4 Em qualquer situação, os eletrodutos devem suportar as solicitações mecânicas,
químicas, elétricas e térmicas a que forem submetidos nas condições da instalação.
6.2.11.1.5 Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou
cabos multipolares.

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2.4. Condutos
2.4.2 – Taxa máxima de ocupação

A NBR 5410 diz que:

6.2.11.1.6 As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir que, após
montagem
da linha, os condutores possam ser instalados e retirados com facilidade. Para tanto:
a) a taxa de ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das áreas das seções
transversais
dos condutores previstos, calculadas com base no diâmetro externo, e a área útil da seção
transversal
do eletroduto, não deve ser superior a:
- 53% no caso de um condutor;
- 31% no caso de dois condutores;
- 40% no caso de três ou mais condutores;
b) os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou equipamentos, não devem
exceder 15 m de comprimento para linhas internas às edificações e 30 m para as linhas em áreas
externas às edificações, se os trechos forem retilíneos. Se os trechos incluírem curvas, o limite
de 15 m e o de 30 m devem ser reduzidos em 3 m para cada curva de 90°.

FONTE: FOXLUX

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2.4. Condutos
2.4.3 – Dimensionamento
Primeiramente deve-se determinar a área total ocupada pelos condutores e o
diâmetro externo do eletroduto (mm ou polegadas), aplicando-se uma tabela fornecida pelo
fabricante dos condutores. Caso os condutores sejam de mesma seção, a tabela seguir pode ser
usada como referência.

FONTE: Cervelin, Severino

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2.4. Condutos
2.4.3 – Dimensionamento

Em casos de condutores de seções diferentes, de modo geral, podem ser usadas as tabelas a
seguir como referencia para o dimensionamento.

FONTE: Cervelin, Severino

FONTE: Cervelin, Severino

54
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2.4. Condutos
2.4.3 – Dimensionamento

Exemplo:
1 2 3

1.5mm² 2.5mm² 4mm²

#1.5 mm2: 7,1 mm2. (3 condutores)


#2.5 mm2: 10,7 mm2. (3 condutores)
#4 mm2: 13,8 mm2. (3 condutores)

𝐴 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 3. 7,1 + 3. 10,7 + 3. 13,8


𝐴 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 94,8𝑚𝑚²

Eletroduto escolhido: 3/4”

55
OCTAGON
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2.4. Condutos
2.4.3 – Dimensionamento
Quando não for possível evitar a passagem da linha por locais que impeçam,
por algum motivo, a colocação de caixa intermediária, o comprimento do trecho contínuo pode
ser aumentado, desde que seja utilizado um eletroduto de
tamanho nominal imediatamente superior para cada 6 m, ou fração, de aumento da distância
máxima calculada segundo os critérios da alínea b). Assim, um aumento, por exemplo, de 9 m
implica um eletroduto com tamanho dois degraus acima do inicialmente definido, com base na
taxa de ocupação máxima indicada na alínea a).

De forma generalizada tem-se:

𝐿𝑀Á𝑋 = 15 − 3𝑁

𝐿𝑅𝐸𝐴𝐿 − 𝐿𝑀Á𝑋
𝑁𝐴 =
6
Onde,
LMÁX = Comprimento máximo entre duas caixas;
N = Número de curvas de 90° existentes no trecho (de zero a três);
LREAL = Comprimento real do trecho;
A = Aumentos de bitolas nominais do eletroduto

Exemplo:
3 # 25 mm2 (25 mm2) T 16mm2;
3 # 50 mm2 (25 mm2) T 25mm2 ;
3 # 35 mm2 T 16mm2 ;

5m 2m

56
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2.4. Condutos
2.4.3 – Dimensionamento

Exemplo: 3 # 2.5 mm2 (2.5 mm2) T 2.5mm2;


3 # 4 mm2 (4 mm2) T 4mm2 ;
3 # 6 mm2 (6mm²) T 6mm2 ;

Área dos condutores


# 2.5 mm2: 10,7 mm2;
5m 2m # 4 mm2: 13,8 mm2;
# 6 mm2: 18,1mm2;

Número de curvas: 3
Comprimento total: 10m
𝐴 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 3. 10,7 + 3. 13,8 + 3. 18,1
𝐴 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 127,8𝑚𝑚²

Para esse caso, seria escolhido um eletroduto de 3/4“


Distância máxima permitida com 3 curvas:

𝐿𝑀Á𝑋 = 15 − 3. 3 = 6𝑚
Número de aumentos

𝐿𝑅𝐸𝐴𝐿 − 𝐿𝑀Á𝑋
𝑁𝐴 =
6

10 − 6
𝑁𝐴 = = 0,67
6

Ou seja, deve ser feito um aumento na seção do eletroduto, no caso, de 3/4“ para 1”

57
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Capítulo 3

58
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3. Proteções
Em uma instalação elétrica, os equipamentos de proteção têm de ser capazes de
conduzir, estabelecer e interromper correntes em condições normais e anormais de
funcionamento. Os dispositivos de proteções podem ser classificados como:

Proteção contra sobrecorrentes: capazes de proteger contra curto-circuito e sobrecargas


Proteção contra choques elétricos: Protegem pessoas dos efeitos de choque elétrico por
contato direto ou indireto.
Proteção contra sobretensões: Protegem contra surtos de tensão causados por descargas
atmosféricas ou falhas e manobras na rede elétrica.

É necessário o conhecimento de alguns conceitos para o entendimento do dimensionamento


dos dispositivos de proteção:

Corrente Nominal: É aquela que o dispositivo é capaz de conduzir em regime contínuo, sem
que a elevação da temperatura de suas diferentes partes exceda os valores especificados por
norma.
Sobrecorrentes: São correntes que excedem o valor nominal, podendo ser originadas por
solicitação do circuito acima de suas características de projeto (sobrecarga) ou por falta
elétrica (curto-circuito).
Correntes de sobrecarga: Correntes moderadamente superiores às correntes nominais, devido
a equipamentos que trabalham com potências acima dos valores projetados pelo fabricante,
causando um aquecimento elevado que prejudica o equipamento e a instalação após algum
tempo.
Correntes de curto-circuito: Correntes bastante elevadas que aquecem os condutores em um
curtíssimo intervalo de tempo, provenientes de defeitos graves (falha de isolação para a terra,
para o neutro ou entre fases distintas). Normalmente 1000% maiores que a corrente nominal
do circuito podendo chegar a 10000%.
Corrente de ruptura, capacidade de ruptura ou de interrupção: É o valor de corrente que o
dispositivo de proteção é capaz de interromper, sob uma tensão dada em condições
estabelecidas pela norma. Significa o maior valor de corrente de curto circuito que o
dispositivo é capaz de interromper sem soldar os contatos ou explodir. Normalmente dado em
kA.

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OCTAGON
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3. Proteções
Seletividade
É a coordenação dos dispositivos de proteção, para
que um defeito proveniente de qualquer ponto da rede,
seja eliminado pela proteção localizada
imediatamente a montante ao defeito, e só por ela.
Para todos os valores de defeito, desde uma
sobrecarga até um curto-circuito instantâneo (franco),
a coordenação é totalmente seletiva se D2 abrir e D1
permanecer fechado. Se a condição anterior não for
respeitada, a seletividade será parcial ou nula.
Curvas tempo x corrente
É um gráfico fornecido pelo fabricante que correlaciona o tempo que um dispositivo leva
até atuar com a intensidade da sobrecorrente que o atravessa. Quanto maior a intensidade
da corrente, mais rápido o dispositivo deve atuar.
Valores de ajuste das proteções de curto circuito :
B - o valor de ajuste da proteção de curto circuito fica entre 3 e 5 x In ( corrente nominal do
disjuntor) Ex: para circuitos de distribuição de tomadas , iluminação e alimentadores cujas
cargas sejam de características resistivas ou de pequena potencia indutivas ( ex.-
ventiladores pequenos). Circuitos onde o comprimento dos condutores sejam grandes ,
onde a impedância dos condutores atenuam o valor da corrente de curto circuito , o que
exige um valor de atuação baixo , entre 3 a 5 x In
C- o valor de ajuste da proteção de curto circuito fica entre 5 e 10 x In. Ex: para circuitos
de distribuição de tomadas , iluminação e alimentadores cujas cargas podem ser de
potencias indutivas pequenas e medias de uso domestico ( ex. - exaustor )
D- o valor de ajuste da proteção de curto circuito fica entre 10 e 14 x In. Ex: Para circuitos
de distribuição com alimentadores de cargas indutivas de media potencia ( ex. - ar
condicionado).

60
OCTAGON
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3. Proteções

3.1 - Disjuntores

O disjuntor consiste em um dispositivo mecânico que pode


ser usado em três funções básicas:
Manobra manual: onde funciona como um interruptor,
seccionando apenas um determinado trecho do circuito
quando necessário.
Proteção da fiação contra sobrecarga (através do
disparador térmico).
Proteção da fiação contra curto circuito (através do
disparador magnético).

3.1.2 – Dimensionamento da proteção contra sobrecarga

Deve haver uma coordenação entre os condutores e o dispositivo de proteção,


de forma a satisfazer as duas condições seguintes:

𝑎)𝐼𝑝 ≤ 𝐼𝑛 ≤ 𝐼𝑧
𝑏)𝐼2 ≤ 1,45 ⋅ 𝐼𝑧

Ip = Corrente de projeto do circuito


Iz = Capacidade de condução de corrente do condutor escolhido;
In = Corrente nominal do dispositivo de proteção;
I2 = Corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção.
Na prática, I2 é considerada igual à corrente convencional de atuação para
disjuntores.
O valor da corrente convencional de atuação I2 é obtido com base nas
seguintes tabelas da norma NBR 5361 para disjuntores de baixa tensão.

61
OCTAGON
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3.1.2 – Dimensionamento da proteção contra sobrecarga


Em algumas literaturas é indicado que a corrente Iz, deve ser corrigida pelos
fatores de correção de temperatura e agrupamento, como segue:

𝐼𝑧 = 𝐼𝑀Á𝑋 ⋅ 𝐹𝐶𝑇 ⋅ 𝐹𝐶𝐴

Exemplo: Dimensionar o disjuntor para o circuito na seguinte situação


P = 6200W
V = 220V
Método B1
Condutor PVC

6200
𝐼𝑃 = = 28,18𝐴
220

Condutor de 4mm²
Máxima corrente suportada pelo condutor: 32A

𝐼𝑝 ≤ 𝐼𝑛 ≤ 𝐼𝑧 ⇒ 28,18 ≤ 𝐼𝑛 ≤ 32 ⇒ 𝐼𝑛 = 32A

𝐼2 ≤ 1,45 ⋅ 𝐼𝑧 ⇒ 𝐼𝑛 ⋅ 1,35 ≤ 1,45 ⋅ 𝐼𝑧


32 ⋅ 1,35 ≤ 1,45 ⋅ 32 ⇒ 43,2 ≤ 46,4
Condição atendida

62
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3.1.3 – Dimensionamento da proteção contra curto-circuito


O dispositivo de proteção deve ter capacidade de ruptura compatível com a
corrente de curto-circuito presumida no ponto de sua instalação.

𝐼𝑅 ≥ 𝐼𝐶𝑆

IR = Corrente de ruptura do dispositivo de proteção


Ics = Corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação do
dispositivo;
2) O dispositivo de proteção deve ser rápido o suficiente para que os
condutores do circuito não ultrapassem a temperatura limite.

𝑡 ≥ 𝑇𝐷𝐷

TDD = Tempo de disparo do dispositivo de proteção para o valor de ICS;

Para curtos-circuitos simétricos ou assimétricos com duração inferior a 5s, o


limite de atuação do dispositivo de proteção pode ser calculado pela
expressão:

𝐾2 ⋅𝑆 2
𝑡= 2
𝐼𝐶𝑆

Ics = Corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação do


dispositivo, em A;
t = tempo limite de atuação do dispositivo de proteção, em segundos;
S = Seção do condutor, em mm².
K = Constante relacionada ao material do condutor e da isolação do condutor,
conforme a NBR 5410:
Condutor de cobre, isolação de PVC:
K = 115 (para condutores até 300 mm²)
K = 103 (para condutores superiores a 300 mm²)
Condutor de cobre, isolação de EPR ou XLPE:
K = 143

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OCTAGON
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3.1.3 – Dimensionamento da proteção contra curto-circuito


Exemplo:
Corrente de curto circuito presumida: 2kA;
Isolação dos condutores do circuito: PVC
Seção escolhida: 4mm2;
Corrente nominal do disjuntor escolhida: 25A

Tem-se que K=115


De acordo com o catalogo do fabricante tem-se Ir = 4,5kA, logo
4,5𝑘 ≥ 2𝑘
Condição atendida

2000
𝐼𝐶𝑆 Τ𝐼𝑛 = = 80
25

De acordo com o gráfico, TDD=0,02s

𝐾 2 ⋅ 𝑆 2 1152 ⋅ 42
𝑡= 2 = = 0,053s
𝐼𝐶𝑆 20002

0,02 < 0,053, condição atendida.

FONTE: Catálogo fabricante

64
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3. Proteções

3.2 - DRs

Os dispositivos diferencias residuais protegem pessoas e


animais contra choques causados por contato direto ou
indireto com as partes vivas da instalação, ou com as
partes metálicas não energizadas em operação normal
(massas). Podem servir como indicadores de correntes que
possam estar escoando pra terra por falha na instalação.

A NBR 5410:2004 diz que


É obrigatório o uso de dispositivo diferencial-residual de alta sensibilidade nos
seguintes locais:
a) Circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo
banheira ou chuveiro;
b) Circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à
edificação;
c) Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir
a alimentar equipamentos no exterior;
d) Circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização
situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens
e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a
lavagens.
e) Circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de
utilização situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e, no geral, em áreas internas molhadas em uso normal ou
sujeitas a lavagens

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OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

3.2 – DRs
Tipos
Tipo AC - Detecta correntes residuais alternadas e são normalmente utilizados em
instalações elétricas residenciais, comerciais e prediais, como também em instalações
elétricas industriais de características similares.
Tipo A - Detecta correntes residuais alternadas e contínuas pulsantes; este tipo de
dispositivo é aplicável em circuitos que contenham recursos eletrônicos que alterem a
forma de onda senoidal.
Tipo B - Detecta correntes residuais alternadas, contínuas pulsantes e contínuas puras.
Este tipo de dispositivo é aplicável em circuitos de corrente alternada com frequências
de 50/60 Hz, normalmente trifásicos que possuam em sua forma de onda partes
senoidais, meia-onda, ou ainda formas de ondas de corrente contínua, geradas por
cargas como: equipamentos eletromédicos, entre outros. Seus valores de disparo são
definidos em até 2 kHz.

Aplicações
Interruptor DR - Serve para desarmar em caso de corrente de fuga não oferece
proteção contra sobrecarga e curto circuito.
Disjuntor DR - Indicado para casos que existe limitação de espaço ele protege contra
sobrecarga, curto circuito e fuga de corrente.
Módulo DR - É um dispositivo destinado a ser associado a um disjuntor
termomagnético, adicionando a este a proteção diferencial residual, ou seja, esta
associação permite a atuação do disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga, curto
circuito ou corrente de fuga à terra. É recomendado para instalações onde a corrente
de curto circuito for elevada.

Sensibilidade (IΔn).
Proteção básica: 30mA. Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga
de corrente através do corpo humano para a terra.
Proteção supletiva:100mA a 300mA. No caso de uma falta interna em algum
equipamento ou falha na isolação, peças de metal podem se tornar vivas
(energizadas).
Proteção contra incêndio: 500mA. Corrente para a terra com este valor pode gerar
arcos/faíscas e provocar incêndios.
Escolha da corrente nominal do Dispositivo DR (In).

Corrente nominal
A corrente nominal do DR deve sempre ser IGUAL ou ainda MAIOR que a corrente
nominal do disjuntor, imediatamente a montante dele (antes do Dispositivo DR).
Isso é importante para que o Dispositivo DR seja protegido contra curtos-circuitos,
visto que o Dispositivo DR não faz a proteção contra sobrecorrentes de qualquer tipo.

66
OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

3. Proteções

3.3 - DPS

DPS são dispositivos de proteção contra surtos de


tensão que anulam as descargas indiretas na rede
elétrica causadas por descargas atmosféricas ou
manobras e falhas na rede de distribuição,
protegendo pessoas e animais domésticos e
minimizando danos aos equipamentos elétricos.

O principal componente de um DPS é o varistor (dispositivo semelhante a um


resistor cuja resistência varia conforme a tensão). Quanto maior a tensão
menor a resistência, e quanto menor o valor da tensão maior será a resistência.
Os DPSs devem ser instalados no quadro de distribuição em paralelo com a
instalação elétrica. Na ocorrência de alguma espécie de surto de tensão na
rede, a resistência do DPS vai para próxima de zero, oferecendo um caminho
seguro para este surto ser desviado para o aterramento.
A causas dos surtos podem ser um raio na rede elétrica, um pico de tensão
provocado pela ligação de uma grande carga como motor, ou devido
anomalias ou manobras na rede elétrica.

67
OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

3.3 – DPS

A NBR 5410/2004 diz que:


5.4.2.1.1 Deve ser provida proteção contra sobretensões transitórias, com o uso dos
meios indicados em
5.4.2.1.2, nos seguintes casos:
a) quando a instalação for alimentada por linha total ou parcialmente aérea, ou incluir
ela própria linha
aérea, e se situar em região sob condições de influências externas AQ2 (mais de 25
dias de trovoadas
por ano);
b) quando a instalação se situar em região sob condições de influências externas AQ3
(ver tabela).
5.4.2.1.2 A proteção contra sobretensões requerida em 5.4.2.1.1 deve ser provida:
a) por dispositivos de proteção contra surtos (DPSs), conforme 6.3.5.2

FONTE: NBR 5410/2004

6.3.5.2.1 Uso e localização dos DPSs


Nos casos em que for necessário o uso de DPS, como previsto em 5.4.2.1.1, e
nos casos em que esse uso for especificado, independentemente das
considerações de 5.4.2.1.1, a disposição dos DPS deve respeitar os seguintes
critérios:
a) quando o objetivo for a proteção contra sobretensões de origem atmosférica
transmitidas pela linha externa de alimentação, bem como a proteção contra
sobretensões de manobra, os DPS devem ser instalados junto ao ponto de
entrada da linha na edificação ou no quadro de distribuição principal,
localizado o mais próximo possível do ponto de entrada; ou
b) quando o objetivo for a proteção contra sobretensões provocadas por
descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades, os
DPS devem ser instalados no ponto de entrada da linha na edificação.

68
OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

3.3 – DPS
Na carcaça do DPS existem uma serie de informações importantes que devem ser
consideradas na hora da escolha do dispositivo adequado.

Tensão máxima Classe


continua

Corrente máxima de
descarga

Nível de tensão de
Corrente nominal de proteção
descarga.

69
OCTAGON
Engenharia PROJETOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS

3.3 – DPS
3.3.1 Classes de DPSs
Os DPSs são classificados quanto ao tipo de teste ao qual foram submetidso em
termos de corrente de descarga.

Classe I:
Pertencem os DPSs testados pelo fabricante com um gerador de forma de onda de
10/350 μs.
Esta forma de onda é usada para simular o primeiro impacto direto de um raio e
define o desempenho do DPS em termos de corrente de impulso Iimp.
Os DPSs de Classe I são obrigatórios em edifícios equipados com pára-raios.
São instalados no QGBT de uma edificação, no ponto de ligação com a rede elétrica.

Classe II:
São testados com um gerador de forma de onda 8/20 μs (típica dos surtos de tensão
induzidos) para definir o desempenho em termos de corrente nominal e corrente
máxima, respectivamente In e Imax.
Tem menor capacidade de escoamento, porém menor nível de proteção, o que é
adequado para muitos equipamentos.
São instalados em quadros de distribuição.

Classe III:
pertencem a esta classe, os dispositivos que desempenham um papel de terminação;
A maior parte da energia é retirada pelos DPS instalados em um ponto anterior.
Os DPSs de Tipo 3 são os mais rápidos, e eliminam os surtos de tensão residuais.
São instalados próximos aos aparelhos eletroeletrônicos finais.

Seção nominal
O condutor das ligações DPS–PE, no caso de DPS instalados no ponto de entrada da
linha elétrica na edificação ou em suas proximidades, deve ter seção de no mínimo 4
mm2 em cobre ou equivalente.
Quando esse DPS for destinado à proteção contra sobretensões provocadas por
descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades (SPDA), a
seção nominal do condutor das ligações DPS–PE deve ser de no mínimo 16 mm² em
cobre ou equivalente.

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3.3 – DPS
3.3.2 Corrente máxima de descarga (Imáx)

É o valor de pico da corrente máxima com forma de onda de 8/20 μs que o DPS pode
descarregar pelo menos uma vez sem quebrar.

DPS 20kA: recomendado como proteção única ou primária em instalações situadas


em zonas de exposição a raios classificados como AQ1 (desprezível). Deve ser
instalado no circuito elétrico no qual o equipamento está conectado.
DPS 30kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição
de baixa tensão situadas em áreas urbanas e densamente edificadas, expostas a raios,
classificadas como indiretas (AQ2). Deve ser instalado junto com o quadro de
distribuição central de rede elétrica.
DPS 45kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição
de baixa tensão, situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edificações, em
zonas expostas a raios, classificadas como diretas (AQ3) e com históricos frequentes
de sobretensão. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição central de rede
elétrica.
DPS 90kA: recomendado como proteção única ou primária em redes de distribuição
de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas edificações, em zonas
expostas a raios classificadas como diretas (AQ3) e com histórico de frequência
elevada de sobretensões. Deve ser instalado junto com o quadro de distribuição
central de rede elétrica.

3.3.3. Corrente nominal de descarga (In)


É o valor de pico da corrente que atravessa o DPS quando testado com uma forma de
onda de 8/20 μs. Esta forma de onda é usada para simular as correntes induzidas por
raios em linhas de energia, sendo o teste característico para os DPSs de Classe II.

3.3.4. Tensão máxima contínua (Uc).


É o valor da tensão abaixo do qual o DPS certamente não será acionado, e deve ser
pelo menos igual a 110% da tensão nominal do sistema (Un).

3.3.5. Nível de tensão de proteção [Up]


Representa o valor máximo de tensão que permanece nos terminais do DPS durante a
sua operação. Se um DPS for caracterizado por um valor de Up < 1,2 kV, isso
significa, por exemplo, que um surto de tensão de 20 kA será limitado pelo
dispositivo até um valor máximo de 1,2 kV. Para valores inferiores, a Up será menor.
Quanto mais baixa for a Up, melhor será a qualidade do DPS.

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Capítulo 4

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4.1 – Entrada de serviço


É o trecho do circuito com toda a infraestrutura adequada à ligação, fixação,
caminhamento, sustentação e proteção dos condutores, do ponto de derivação da rede
até a medição do consumidor. Após a determinação do tipo de fornecimento
(monofásico, bifásico ou trifásico) e da categoria de atendimento (média tensão ou
baixa tensão), é determinado o tipo de entrada de energia, que permite dimensionar os
condutores e equipamentos de proteção e medição da concessionária, bem como
equipamentos auxiliares que permitirão a ligação, tais como postes, isoladores, etc..

O Padrão de Entrada é a instalação compreendendo o ramal de entrada, poste ou


pontalete particular, caixas, dispositivo de proteção, aterramento e ferragens, de
responsabilidade do consumidor, preparada de forma a permitir a ligação da unidade
consumidora à rede da concessionária.

Os elementos essenciais na entrada são:


– Ponto de ligação: É o ponto da rede da Enel Distribuição Ceará do qual deriva o
ramal de ligação.
– Ramal de ligação: Conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de
ligação da rede da Enel Distribuição Ceará e o ponto de entrega.
– Ponto de entrega: O ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da Enel
Distribuição Ceará com a unidade consumidora e situa-se no limite da via pública
com a propriedade onde esteja localizada a unidade consumidora, exceto quando:
a) Existir propriedade de terceiros, em área urbana, entre a via pública e a propriedade
onde esteja localizada a unidade consumidora, caso em que o ponto de entrega deve
localizar-se no limite da via pública com a primeira propriedade;
b) A unidade consumidora, em área rural, for atendida em baixa tensão, caso em que
o ponto de entrega deve localizar-se no local de consumo, ainda que dentro da
propriedade do consumidor, observadas as normas e padrões da Enel Distribuição
Ceará;
c) Tratar-se de condomínio horizontal, onde a rede elétrica interna não seja de
propriedade da Enel Distribuição Ceará, caso em que o ponto de entrega deve
localizar-se no limite da via pública com o condomínio horizontal;
d) Tratar-se de condomínio horizontal, onde a rede elétrica interna seja de
propriedade da Enel Distribuição Ceará, caso em que o ponto de entrega se situará no
limite da via interna com a propriedade onde esteja localizada a unidade consumidora.

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– Ramal de entrada: É o conjunto de condutores e acessórios instalados pelo


consumidor entre o ponto de entrega e a medição ou a proteção de suas instalações e
deve obedecer às prescrições designadas pela norma CNC – OMBR –MAT – 18-124
–EDCE da Enel, cujo os principais pontos são:
a) Deve ser construído, mantido e reparado às custas do interessado;
b) Quaisquer serviços no ramal de entrada devem ser feitos mediante autorização e
supervisão da Enel Distribuição Ceará;
c) A Enel Distribuição Ceará se isenta da responsabilidade de quaisquer danos
pessoais e/ou materiais que a construção ou reparo do ramal de entrada possa
acarretar, inclusive a terceiros;
d) Não é permitida travessia de via pública;
e) Não deve cruzar terrenos de terceiros;

FONTE: CNC – OMBR –MAT – 18-124 –EDCE

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4.2 – Medição
A energia fornecida a cada consumidor deve ser medida em um só ponto, não sendo
permitida medição única a mais de um consumidor. O medidor e demais
equipamentos de medição devem ser fornecidos e instalados pela Enel Distribuição
Ceará, às suas expensas, exceto quando previsto o contrário em legislação específica.
Nas áreas de corrosão muito severa devem ser utilizadas caixas de medição em
policarbonato ou em liga de alumínio com a tampa em policarbonato transparente.
Nas instalações fora da área de corrosão muito severa podem ser utilizadas caixas de
medição conforme item acima ou caixas metálicas com tampa em policarbonato
transparente.

4.2.1. Localização e Instalação da Medição

A Enel indica previamente o local mais adequado para instalação da medição,


observadas, entretanto, as seguintes disposições:
- Deve ser instalada de forma a permitir o acesso da Enel Distribuição Ceará a
qualquer hora e em qualquer tempo, sem qualquer impedimento por parte do
consumidor;
- A medição deve ser sempre no limite da via pública, instalada no ponto de entrega,
em poste auxiliar, parede ou muro de modo a permitir que o eletroduto ou cabo
concêntrico de entrada fique totalmente exposto e visível. Os modelos das caixas
estão padronizados na MAT-OMBR-MAT-18-0110-EDCE em sua versão mais
atual;
- A medição não deve ser instalada em locais com má iluminação e sem condições
de segurança, tais como, locais sujeitos a gases corrosivos, inundações, poeiras,
trepidações excessivas e sujeitos a abalroamento de veículos.
- Quando a edificação for recuada da via pública a medição deve ficar no limite do
terreno com a via pública. Para identificação das unidades consumidoras, as caixas
devem conter plaquetas ou serem pintadas com tinta indelével;
- Caso a unidade consumidora não tenha acesso direto à via pública onde foi
instalada a medição, deve ser instalada uma caixa para correspondência, para
entrega da conta de energia;

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As tabelas a seguir, fornecidas pela norma, auxiliam no dimensionamento do condutores do ramal de


ligação e de entrada, além dos outros componentes da entrada de serviço como poste e disjuntor de
proteção. Os condutores do ramal de entrada devem ser de cobre com seções mínimas de acordo com
a Tabela 1 da norma, próprios para instalação ao tempo com isolamento mínimo de 0,6 kV/1kV.

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Referencial teórico

[1] ABNT. Instalações elétricas em baixa tensão NBR 5410


[2] CERVELLIN, SEVERINO. Curso técnico em eletrotécnica, módulo 1, livro 5: Instalações
elétricas prediais: teoria e prática. Curitiba: Bse Livros Didáticos, 2008.
[3] ENEL Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária de Distribuição. CNC –
OMBR –MAT – 18-124 –EDCE

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