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ÍNDICE

MÓDULO II – APOSTILA VII

MÓDULO CARÁTER 3

10. NOSSO CARÁTER EM DEZ COLUNAS.............................................3

10.1 – SANTIDADE........................................................................14

10.2 – SERVIÇO.............................................................................31

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10 - NOSSO CARÁTER EM DEZ COLUNAS

Integridade ou retidão
Lealdade e Fidelidade
Humildade

Humildade
Santidade

Lealdade
Bondade
Serviço

Justiça

Honra
10.
1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.
AMOR

Todas estas colunas têm um fundamento: o amor

Para que possamos amar o próximo, precisamos primeiro nos amar. Para
amarmos a nós mesmos, devemos entender que Deus nos ama e
corresponder este amor.

Se todas as colunas do caráter estão fundamentadas no amor, eu nunca vou


chegar a amar de verdade o próximo se não me amar. Só ama aquele que se
sente amado.

Você é amado não rejeitado, pessoas rejeitadas não conseguem amar, não
conseguem desfrutar de relações profundas e verdadeiras.

Pessoas amadas, bem resolvidas têm autoestima elevada, estão de bem com
a vida, de bem consigo mesmas, se sentem aceitas e queridas, por isso,
independente do que estão escutando e vivendo, conseguem desenvolver seus
caracteres.

Quem não se sente amado, se sente rejeitado. Ficam inseguras, medrosas.


Pessoa que não se amam, está sempre preocupada com coisas de menor
valor: “Sou feio, feia, estou gordo, minha perna é fina...”.

Se você se ama: se cuida, cuida da saúde, da alimentação, da higiene, dos


problemas dentários. Cuida de todas as áreas de suas vidas.

Existem líderes que ainda não perceberam que não conseguem se amar e se
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aceitar, que se sentem rejeitados não buscam a transformação de seus


caracteres, estão doentes da alma e dizem: “sou burro, não presto para nada,
ninguém gosta de mim”, líderes com baixo autoestima, por isso não
conseguem amar as outras pessoas.

Pessoas doentes só vêm doenças nos outros, então não amam, não consegue
amar.

Não há ninguém sem qualidades, sem potencial, sem uma chamada:

- você possui algo incrível que ninguém mais tem

- Você é bom demais em alguma coisa

Pessoas que não se amam, são socialmente difíceis, tem dificuldade de se


relacionar na sociedade. Pessoas que não conseguem fazer amizade, estas
duram pouco e se desfaz, não são amizades profundas, nem relacionamentos
permanentes.

Ninguém dá o que não tem, não pode amar se não se sente amada, não tem
amor para dar se não recebeu o amor de Deus.

Você é plenamente aceito por Deus, Ele é seu amigo.

Se permita ser amado, por Deus e pelas pessoas, do contrario: ansiedade,


insegurança, não há descanso. Jesus dormiu no barco em meio à tempestade,
quando você dormir no barco, esta curado.

Se você não se entrega a esse amor, não consegue se amar, não ama o
próximo. Se não entende o amor de Deus, não descansa em Deus e aí:

- cansaço fácil, mente cansada. Uma pessoa que vive cansada.

- dores musculares, você está sob a pressão de tentar conduzir a própria


vida.

- irritabilidade, qualquer coisa explode, discussão.

- pessimismo, não tem esperança, não vê nada bom na vida.

- indisposição, indisposição para qualquer coisa.

Se faltar amor, falta Deus em nossas vidas. Não há como crescer nas colunas
se seu alicerce não está sólido. Jesus é o maior exemplo de amor para nós.

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Amar é autenticar relações, mantendo construídas as pontes que se


construiu.

A maior lição que Jesus deixou sobre amor está no diálogo que Ele teve com o
Apóstolo Pedro.

Um pouco antes de ser crucificado Jesus diz que Pedro seria peneirado, ele diz
que se possível fosse ele morreria por Jesus, mas Jesus diz: Antes do galo
cantar você me nega três vezes, e Pedro nega Jesus mesmo.

Pedro se entristece. E o tempo passa e a Bíblia nos fala de Pedro liderando


outros discípulos sem rumo e sem direção como quem diz: Abrimos mão de
tudo, mas agora ele morreu e não temos onde ir.

E Pedro diz: “vou pescar”, e isso quer dizer: “vou voltar minhas atividades
seculares”. Se não temos direção alguma, não vemos mais Jesus.

Ele fala em abrir mão daquela chamada, dos sonhos.

Jesus aparece para as mulheres, todos os que precisavam vê-lo, e esses são
as testemunhas oculares da sua ressurreição e no momento que ele vai se
revelar a Pedro, eles estão voltando de uma pesca onde não haviam pescado
nada.

Jesus está na praia e quando Pedro vê que era Jesus ele entra na água e sai
nadando ele tinha uma ansiedade tremenda queria se acertar com Jesus. Ele
faz uma fogueira um peixinho para Pedro, faz com que ele se sinta amado,
Pedro sente esse amor e Jesus o questiona: Pedro você me ama? Por três
vezes ele questiona.

“Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se


por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” (João
21:17).

Qual é a grande lição desse diálogo entre Jesus e Pedro? Primeiro Pedro
estava sendo curado, porque ele se sentia rejeitado, ele sabia que havia
falando. Da mesma forma que ele negou Jesus três vezes, Jesus o faz repetir
que o ama três vezes. Pedro voltou a se sentir parte do Reino.

Pedro também escutou de Jesus, Pedro tu é pedra e sobre esta pedra


edificarei a igreja, Jesus é a pedra fundamental. Disse também: Te darei a
chave do Reino dos céus e o que ligardes na terra será ligado no céu. E o que
desligardes na terra, será desligado no céu.

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Isso quer dizer que Pedro iria exercer uma função de liderança sobre o
movimento da igreja primitiva e foi o que aconteceu, Pedro liderou a igreja para
os Judeus e Paulo foi levantado para os gentios, Deus está sempre levantando
lideres.

E Pedro foi o promotor, Paulo só lá na frente se converte. Pedro recebeu a


revelação que também precisava pregar para os gentios. Pedro liderou e
formou os primeiros apóstolos. Ele exerceu liderança. Jesus ao dizer “Essa
chave é sua, e você entende que o amor é a base de todas as coisas”

Quando Pedro disse Jesus eu te Amo, Jesus queria dizer “Porque você me
ama pastoreie minha ovelhas, só porque você me ama pastoreie minha
ovelhas, cuide do meu rebanho.”

Porque Pedro teve que aprender antes de todo mundo que a base é o amor?

Porque Pedro tinha que passar por isso, se não fosse o amor não teria valor se
envolver com a obra. Pedro ensinaria a todos que o amor tem que ser a
motivação no ministério cristão.

Amor, a motivação do ministério.

Não é só falar que ama, não é só com palavras que se expressa amor.

O amor por Jesus foi o que motivou os apóstolos a morrerem pelo Senhor.
Precisamos ter uma relação viva com Jesus, doamos nossa vida a Deus por
amor, porque amamos a Deus e o próximo.

Se o nosso nível de amor não nos leva a nos sacrificar, então não entendemos
o amor de Deus ainda, não entendemos o quão esse amor é necessário para
que nosso ministério seja verdadeiro e eficaz. Se as colunas de nosso
ministério não forem fundamentadas neste amor.

Esse amor tem que me motivar sem esperar nada em troca. O amor nos leva a
nos sacrificar.

Nunca iremos nos arrepender de amar até o fim! Porque isso é obediência a
Deus!

Se faltar amor, que tipo de ministério eu quero ter na terra?

Napoleão disse sobre Jesus: “Ele edificou um reino sobre o amor e este reino
está de pé até hoje, e as pessoas continuam morrendo por Ele”.

Não fazemos nada no reino por uma troca e sim por amor, nos sacrificamos e
não esperamos em troca, não barganhamos com Deus e sim pelas almas
que precisam ser alcançadas.

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Ele veio como homem para nos ensinar verdadeiramente o que é amar.

Seu exemplo vem de atitudes, como dizendo: “quando vocês quiserem saber
o que é amor, olhem para mim! Quando vocês quiserem aprender o que é
amar, façam o que fiz!”

Verbalizar amor é estar à superfície de um oceano que exige mergulhos


muito mais profundos.

Quem ama se envolve, quem ama paga o preço, quem ama acredita, quem
ama não desiste, quem ama sofre o dano.

Quando estiver difícil amar, lembre-se daquele que amou os inamáveis, a


ponto de se entregar por eles, lembre-se daquele que orou pelos que o
crucificavam.

Amar é autenticar relações, mantendo construídas as pontes que se


construiu.

Quanto mais Jesus em você, mais santo, verdadeiro, justo, bom, fiel, serviço,
integro, mais amor!

Conceitos para a formação do caráter

Conceitos que nos guiam para o entendimento da formação do caráter de


Cristo em nossas vidas.

Paulo, escrevendo aos gálatas, diz algo muitíssimo interessante a respeito


desse processo:

“Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós” (Gálatas 4:19).

No texto acima, Paulo usa a figura de parto para jogar luz sobre um processo
que Deus desenvolve na vida de todo cristão.

Trata-se um processo meticuloso, envolve espera, assim como uma mãe


aguarda a chegada do filho após os meses de gestação.

Devemos ressaltar que também se trata de um processo investido de dores e


perpétuo incômodo. Até que então atinja seu estágio final, o qual Paulo deixa
muito claro “... até ser Cristo formado em vós”.

Este processo surge como um amanhecer luminoso sobre algumas


perguntas que, talvez, você nunca questionou: - Por que existe uma igreja?

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- Por que eu sou membro de uma comunidade cristã?

- Qual é o processo de Deus em nós?

- Se fomos salvos por Jesus, por que então, ainda temo de permanecer aqui?

Se você acha que nossa estada na terra está ligada apenas a questão do
evangelismo, seu pensamento não está nada completo.

Deus tem uma obra muito extensa a realizar em cada um de nós antes que
sejamos levados daqui.

Em primeiro lugar, devemos compreender que todo o processo de Deus, após


a nossa conversão, visa somente uma coisa: a formação de Cristo em nós.

A obra de uma grande artista

Uma vez, uma rainha russa contratou um artista para lhe fazer alguns
quadros:

- Ela havia feito uma seleção das moças mais lindas do reino, e pediu ao
pintor que pintasse uma a uma em um quadro a óleo de cada uma delas.

- Ele, então, prontamente iniciou seu trabalho conforme solicitado.

- O artista explorou diversas: posições e ângulos para retratar cada uma das
moças: uma sentada, outra de pé; uma sorrindo, outra mais séria; uma
trajando uma determinada roupa...

- Ao todo, oitenta moças visitaram o salão principal do palácio.

- O trabalho durou vários dias, mas aquele artista fez algo que só mais tarde
foi percebido.

- Em cada quadro, ele retratou um traço da personalidade da realeza, dando


a cada pintura um aspecto peculiar da rainha: um gesto, um traço ou
qualquer semelhança.

- Com qual sensibilidade, conseguiu reunir em cada uma daquelas oitenta


garotas a imagem da própria rainha da Rússia.

- Embora os rostos fossem diferentes, todas possuíam traços da fisionomia


real.

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O trabalho que o Espírito Santo vem desenvolvendo em nós é semelhante à


obra daquele grande artista:

- Sua esfera de ação envolve muitas pessoas.

- No resultado final desse processo, cada um de nós manifestará


semelhanças do caráter de Jesus.

- Nos também fomos escolhidos, somos pessoas diferentes umas das


outras, mas possuímos traços da realeza do mesmo Rei.

- Embora doloroso, devemos reconhecer que este processo é muito lindo.


Mas, demanda tempo, não acontece da noite para o dia.

- Devemos entender que a salvação:

É uma porta. Jesus disse: “Eu sou a porta” (João 10:9).

É também um caminho. O Senhor também disse: “Eu sou o caminho” (Jo14:6).

A declaração feita por Jesus em João 14:6, tão conhecida e repetida por nós,
causou uma profunda repercussão na vida dos apóstolos.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao


Pai, senão por mim” (João 14:6).

Ela estava ligada há algo muito familiar na vida de qualquer judeu: Jesus
estava falando do Tabernáculo.

Havia três compartimentos naquela estrutura e, igualmente, três portas:

- O Caminho era o nome da primeira porta, a que dava acesso ao Átrio.

- A verdade era o nome da porta seguinte, que ligava o Átrio ao Lugar Santo
do Tabernáculo.

- E a última era chamada de Vida. Essa era a porta que dava acesso ao local
mais intimo da tenda, o Santíssimo Lugar.

O Tabernáculo é também uma figura da vida cristã. A sombra do processo que


vivemos hoje repousou maciçamente sobre a Antiga Aliança, conforme ficou
registrado na carta aos Hebreus:

“os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi
Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois
diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi
mostrado no monte.” (Hebreus 8:5)

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Desde aquele templo portátil Deus já mostrava que iniciaria em nós uma obra
processual indicando que não apenas deveríamos obter a salvação, mas
também, desenvolve-la, como Paulo deixa claro em Filipenses:

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha


presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor;” (Filipenses 2:12).

Isso seria mostrado através dos três compartimentos do Tabernáculo, uma


figura do processo que devemos seguir para atingir o grau máximo de
intimidade com Deus.

Uma pessoa que se tornou cristã recentemente:

- Ela está alegre com Jesus, lendo a Bíblia diariamente, orando e


frequentando regularmente uma igreja.

- Mas, não podemos nos esquecer de um detalhe relevante. Esta pessoa


trouxe do mundo, de onde veio e onde ainda vive uma gama de tradições,
ideias anticristãs, conceitos distorcidos e toda uma cultura demolida pela
queda do homem.

-Todas essas coisas ainda exercem certa influência sobre seu


comportamento. Desta forma, para que ela possa gozar inteiramente de uma
nova vida em Deus, toda essa sujeira precisa ser varrida para fora.

- Ou seja, depois de ter obtido a salvação, esse individuo será submetido a


um processo de aprimoramento. Os troncos apodrecidos do velho homem
precisarão ser arrancados com fogo!

Talvez o fogo consumirá suas finanças, seus bens, sua fama, sua
autossuficiência ou seu orgulho, etc:

- Deus começará demolindo paredes em sua vida na quais você deposita


extrema confiança.

- Isso doerá, mas sobre os escombros demolidos, Deus construirá um palácio


para sua própria habitação.

Isso é um processo.

Ao receber Jesus, teremos recebido a salvação, teremos entrado pela porta:

- No entanto, ao atravessar os umbrais dessa passagem, vislumbraremos um


extenso caminho a nossa frente. É como se tivéssemos entrando no Átrio e
passado a caminhar em direção ao lugar de intimidade com Deus.

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- Ao atravessar a porta do Caminho, e neste caso, entrar no Átrio, a primeira


coisa que se via era o Altar do Sacrifício, um altar de cobre onde os animais
eram mortos para expiação dos pecados da nação israelita.

Todo passo que dermos para dentro do Átrio, após a salvação, nos aproximará
um pouco mais da morte.

- O altar é lugar de morte. No Calvário, Jesus estava sendo morto no Altar de


Sacrifício. O cordeiro deveria ser queimado completamente até ter sido
reduzido a cinzas.

Sobre isto uma importante consideração deve ser realçada aqui. O processo de
mortificação deve desenvolver-se de maneira diária, conforme escreveu Paulo
aos Coríntios: “Dia após dia morro!” (I Co15:31).

“Como Paulo, dia após dia eu Morro”. Temos que trilhar um caminho de
morte.

- Todo o processo da vida cristã começa com morte, guarde este conceito.
Temos uma natureza que precisa morrer e a maneira mais segura para isto
acontecer é estando no altar todos os dias queimando o tempo todo.

Vai doer, fogo dói! Mas não há outro caminho para se obter a vida de Deus.

- Ela não vem, senão pela morte. Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou.
Esse é o nosso caminho. Aliás, todo o processo que aconteceu na vida do
Senhor, quando veio aqui em carne, é o mesmo pelo qual todos os cristãos
devem passar para chegar ao céu. Esta é uma regra geral.

A nova vida de um cristão começa quando ele é gerado pelo Espírito Santo.
Jesus foi cheio do Espírito e assim como Ele, devemos também experimentar
a plenitude do Espírito Santo, e assim por diante. Jesus passou pela cruz,
nós também devemos experimentá-la. Ele ressuscitou, e assim devemos
andar, na vida de ressurreição.

A formação de Cristo em nós acontece de duas maneiras:

Primeiro: tudo aquilo que está fora dos padrões de Deus vai sendo
expurgado de nosso interior; mudamos nossa maneira de pensar, nosso
modo de agir, de vestir e até de falar.

Segundo: na medida em que nos esvaziamos de toda herança trazida do


mundo, nos enchemos de Cristo.

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Somos vasos, precisamos nos esvaziar de tudo que trouxemos do mundo


para que Jesus possa nos encher.

Vale dizer que esta herança se refere a uma herança espiritual, emocional e
física. Com isso afirmamos que a ação da cruz é tangente a estas três áreas.

Deus pretende nos restaurar inteiramente. Fomos predestinados a sermos


conformes a imagem de Jesus:

“Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem


conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos” (Romanos 8:29).

À medida que vivemos a vida cristã, nos tornamos mais parecido com Jesus.
Essa é a ideia da Bíblia; esse é o processo de Deus e uma das razões de
termos igrejas, pastores e ensinos. Tudo para formar Jesus em nós.

A primeira vez que os cristãos foram chamados de cristãos foi em Antioquia,


isso porque eles eram confundidos com o próprio Cristo, pois a forma de
falarem, de agirem era idêntico a Jesus. Eles eram pessoas que morreram p si
mesmos e foram impregnados de Cristo Jesus.

A prata

Salomão escreveu:

“Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives” (Provérbios 25:4).

O trabalho do ourives torna-se ainda mais admirável quando comparado ao


trabalho que Deus está fazendo em nosso ser.

O ourives, quase sempre, é alguém dotado de paciência e habilidade:

- Ele submete a prata ao fogo e aguarda que ela seja completamente


derretida no crisol, uma espécie de vaso para fundir metais.

- Após passar por altas temperaturas, a prata finalmente começa a ceder ao


poder do fogo.

-A prata derretida possibilita que o ourives, meticulosamente, retire as


escórias do metal.

- Depois da separação, o artesão dá inicio a fabricação de um objeto de


valor, e no nosso caso, vamos supor, que ele fabrique um vaso, como
sugeriu Salomão, depois que o vaso ganha forma, ele é submetido a um
teste de qualidade usada pela maioria de seus fabricantes.

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Você sabe quando é que o ourives tem absoluta certeza de que não há mais
escórias na prata?

- Quando ele ergue o vaso a altura do rosto para ver se o metal pode refletir
a sua imagem; se reluzir indicará que aquele metal foi purificado de suas
impurezas.

- Caso contrário, a prata volta para o fogo, onde é reiniciado o processo de


purificação.

- Um bom ourives não se conforma com uma imagem turva. Enquanto a


prata não refletir sua imagem, deverá ser tratada no fogo.

Que aplicável comparação temos aqui:

- Cristo nos prova no fogo, nos derrete completamente, e depois ergue-nos


a altura da sua face para ver se somos capazes de refletir a Sua Imagem.

- Ao passar pelo fogo, somos purificados.

- As “escorias” que trouxemos do mundo vão sendo delicadamente


expurgadas.

- Uma vez que esse processo se intensifica, vamos, cada vez mais, nos
tornando capazes de refletir a Imagem do Filho de Deus.

- Cristo não se satisfaz com um reflexo turvo, borrado e mal definido.

- Ele usará fogo e quando for necessário para nos polir. Ele quer que as
pessoas O vejam em nós.

Esta ideia encontra-se na resposta dada a Felipe quando ele pediu que Jesus
mostrasse o Pai:

“Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:9).

Ou seja, Jesus era um vaso puro, capaz de refletir a imagem do pai.

A ação da cruz é um resgate da Imagem e Semelhança que um dia foram


plantadas em cada um de nós.

A semelhança fala de algo muito mais profundo, fala da obtenção do caráter


de Jesus.

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Os pilares do verdadeiro caráter cristão são erguidos sobre o solo da cruz.


Tudo começa na cruz, permanece cruz e termina na cruz. Esse é o processo
da formação de Cristo em nós – uma vida de plena mortificação.

Como dissemos anteriormente, no instante em que a natureza do velho homem


vai sendo mortificada, a Imagem de Jesus vai sendo formada em nossas vidas.
Esse processo se dá em estágios.

A ação da cruz nos faz assumir a forma de servo, é o primeiro e grande sinal
de que a cruz está atuando em nós. O serviço é, portanto, a credencial de um
verdadeiro ministério.

As colunas:

- Integridade ou retidão, verdade, servidão, santidade.

- Justiça, bondade, lealdade, fidelidade, honra, humildade.

Estes são os pilares da qual Jesus quer

Quanto mais Jesus em você, mais santo, verdadeiro, justo, bom, fiel, serviço,
integro.

10.1 - SANTIDADE
A santidade é um assunto que parece estar relegado à seção de história dos
assuntos religiosos contemporâneos; aliás, o termo santidade parece estranho
a muitos cristãos hoje e remete à ideia de homens e mulheres angelicais,
imaculados e semiperfeitos de uma era remota da história cristã.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hebreus 12:14).

Por Santificação entende-se a Obra de Deus no novo homem, curando-o de


suas enfermidades remanescentes do velho homem, que agora em Cristo foi e
está crucificado.

“sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o
corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”
(Romanos 6:6).

Nesta lição o aluno é convidado a fazer um exame de si mesmo, afim de que


observe em que nível de santificação está vivendo, sabendo, porém, que o
Salvador Jesus nos ajudará em tudo.

Em Êxodo temos o chamado de Deus para a nação de Israel.

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"Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto,


então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha
é toda a terra; e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa" (Êx 19:5-
6).

Conforme as palavras do texto Sagrado, podemos observar nitidamente o


conceito de Santificação:

- Primeiro, Israel foi separado dentre todos os povos da terra.

- Segundo, a utilidade da nação de Israel sofreu grande alteração.

- Eles, os hebreus, agora servem a Deus e não a si mesmos, sua posição


também foi alterada.

Antes eram como qualquer povo da terra, mas agora, após o chamado de Deus
tornaram-se "possessão peculiar de Deus" (Êx 19:6) estas mudanças que nos
ensinam o conceito de Santificação.

Analisemos o chamado de Deus, e também a mudança de posição e utilidade.

10.1.1 - O Chamado de Deus

O chamado de Deus a Israel, como vimos, implicou diretamente na separação


dos israelitas com relação aos demais povos da terra. Antes eles estavam
misturados e andavam conforme as leis, costumes e pensar dos povos da
terra.

Mas agora, após serem chamados por Deus, receberam novas leis e devem
pensar segundo a vontade Daquele que os chamou, e também possuem novos
costumes; agora estão separados dos demais povos.

O que causou tão grande mudança?

A resposta é: O chamado de Deus. É o chamado de Deus, que mudou Israel.

De modo igual, também fomos chamado por Deus para sermos santos, para
sermos separados.

“Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que
ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (Atos
2:39).

Se alguém ouviu o evangelho, ouviu o chamado de Deus. Então uma vez


chamado por Deus, as mudanças irão ocorrer.

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10.1.2 - Chamados para ser santos.

Em Romanos 6 Paulo teve o claro discernimento de sua missão:

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais
abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que
para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos
batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois,
sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós
em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua
morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,
sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o
corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
porquanto quem morreu está justificado do pecado.” (Romanos 6:1-7).

No versículo um diz que o apóstolo foi chamado para ser apostolo.

No versículo cinco diz que seu apostolado tinha um objetivo, chamar um povo
para obediência, para pertencer a Jesus.

No versículo sete diz que somos chamados de Deus, chamados para serem
santos.

Antes de sermos chamados para qualquer ministério, somos chamados para


sermos santos.

Muitas pessoas buscam primeiramente seus chamados ministeriais, esta é a


razão pela quais muitos líderes não se santificam.

Nosso primeiro chamado é para a santificação.

10.1.3 - Na cultura evangélica, santidade lembra sacrifício...

Se amarmos a Deus devemos nos sacrificar.

Exemplo: “Eu estava com um machucado feinho no pescoço e disse para a


pastora: "Denise se você me ama, beija o meu machucado...". O Rininha
quando ouviu disse: "eu beijo, eu beijo..." Quando ele viu disse: "Vai lá mãe".

Há alguns conceitos que vem sendo trabalhado a décadas, sobre santidade,


e foram encravados na cultura evangélica:

- Há algumas décadas, o cristão que quisesse ser santo, devia parecer


diferente do mundo.

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- Achavam que tinha que ter cabelos longos, não ter nenhuma preocupação
com a moda e achavam que por isso eram Santos.

- Outros não aceitavam guitarra na Igreja, diziam que o som, para Deus, para
ser santo, tinha que soar diferente. Pensavam que o “ser santo” significava
adorar com órgão e piano.

- Outros achavam que precisavam evitar as atividades do mundo, não beber,


não fumar e acrescentavam, não ir ao cinema, não ir a praia, não andar de
patins, não usar boné, não jogar xadrez e então, assim, seriam santos.

Hoje, a ideia que temos é que, ser santo é ser bom, ter padrão moral, ser justo.

- sermos bons, justos e termos padrões morais, para o cristão é fundamental,


mas não é o que nos faz sermos santos.

- Santidade também não é o ato de não pecar.

Exemplo: Deus chamou uma sarça ardente de Santa, e não é porque ela
pecou menos que as outras sarças.

Exemplo: O que tornou o monte Sinai santo não foi o “ser mais moralista” que
outros.

Ser santo está numa dimensão totalmente diferente, não é questão de ser
bom ou moralista.

10.1.4 - A Santificação é um dos temas mais mencionados na Bíblia.

Este é um assunto que é encontrado em toda a Revelação Divina:

- É desta forma, porque Deus a quem servimos é Santo (Levítico 19:2).

- O Senhor, Único Deus, revelando-se a seus servos no Antigo Testamento,


se manifestou intrinsecamente Santo (I Samuel 2:2).

- Seu caráter é Santo (Salmo 145:17) bem como todas as Suas obras.

- Sendo Deus revestido de Santidade (Salmo 93:5) e rodeado do que é


Santo.

- Ordena que os seus servos sejam também santos (I Pedro 1:16).

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Com efeito, Santidade é tema que o líder não dever encarar de maneira
ambígua e sem interesse.

A atenção do líder deve estar em tudo que o Senhor ordena, e atenção


redobrada deve ser dedicada à Santidade exigida por Deus (Hebreus 12:14).

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hebreus 12:14).

10.1.5 - O que é Santidade?

O oposto de santo não é pecador, o oposto de santo é comum.

As palavras para santo, originais usadas na Bíblia, tanto em grego como em


Hebraico não significam livres do pecado, mas separados do comum. Acima do
normal

A palavra que melhor define santo é ESPECIAL.

Exemplo: Rininha quando ia apanhar gritou: "eu sou seu filhinho, eu sou de
Deus" não me bate!

Exemplo: em Gênesis 2, Deus abençoa o sétimo dia e o chama de Santo,


isso não significa que os outros seis são mundanos ou pecaminosos, mas
comuns...

Exemplo: em Levítico 10 Deus dá instruções a Arão de como servir no


Tabernáculo. Deus avisou: “seja cuidadoso, faça distinção entre o santo e o
comum, não trate o que é especial como comum."

Se Arão tivesse lavado seu pijama no propiciatório e colocado para secar nas
varas da arca, teria tratado como comum, algo especial.

Tratar como Santo é tratar com honra, é tratar o que é “especial” de uma
maneira especial.

A definição de Santificação é “Separação”. É o processo de separação para


Deus e do mundo.

É viver neste mundo sem ser do mundo (João 15:19) e embora vivendo aqui,
separar-se para Deus.

“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não
sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”
(João 15:19).

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INSTITUTO GLOBAL

Santificação, portanto, é separação. Este é o conceito Bíblico de Santificação.

Quando alguém ou alguma coisa é chamado de santo nas Escrituras refere-se


a alguém ou algo separado.

É algo ou mesmo alguém que agora está em posição e utilidade diferente da


que se encontrava antes do chamado de Deus.

Antes da conversão o cristão vivia misturado ao mundo:

- Andava debaixo das leis do mundo (direção do mundo).

- Tinha e apreciava os costumes do mundo.

- Pensava como todos que estão, sem Cristo, no mundo.

- Mas agora o salvo tem novas leis, quer pensar com a mente de Cristo (I
Coríntios 2:16) e deseja abandonar todo costume fútil do mundo.

- E, especialmente deseja agora, ser alguém separado para Deus.

Assim como não caberia a Israel, depois de ter sido chamado tão
maravilhosamente por Deus, viver do mesmo modo como vivia antes de ser
tocado pelo Eterno, também não convém a nós andarmos de novo como
aqueles que recusam o chamado Divino.

O viver do líder é um viver separado de mundo, e separado por causa de Deus


e para Ele.

10.1.6 - Mudança de Posição

Israel depois do chamado foi separado e depois de separado teve sua posição
mudada. Anteriormente a ser separado para Deus, a posição de Israel no
mundo era de uma nação como as demais nações da terra.

Mas, logo a seguir ao toque de Deus, sua posição mudou:

- Agora Israel é a "possessão peculiar de Deus" (Êxodo 19:6).

- Agora sua posição no mundo não é comum, mas especial.

- Israel não é mais uma nação no meio das demais, mas uma nação
escolhida por Deus.

- Sendo assim Israel ocupa agora, uma posição de destaque.

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- Está nesta condição, como a menina dos olhos de Deus (Deuteronômio


32:10 e Zacarias 2:8)

O mesmo acontece conosco.

Sua posição foi mudada. Outrora você era como qualquer pessoa comum.
Agora, porém, é a menina dos olhos de Deus. Agora está em posição de
destaque.

A mudança de posição está diretamente relacionada ao conceito de


Santificação.

10.1.7 - Mudança de Utilidade

A Santificação também implica em mudança de utilidade:

-A utilidade de Israel também foi mudada.

- Antes da obra de Deus na vida de Israel sua utilidade era uma e Agora é
outra.

- Qual é agora, depois do chamado de Deus, a utilidade de Israel?

A utilidade de Israel agora é ser ‘‘nação sacerdotal”, pois Deus disse: “...e vós
sereis para mim reino sacerdotal...” A utilidade de Israel mudou
drasticamente.

Exemplo: onde está a inteligência, o vigor físico, o tempo, os talentos e os


dons naturais, da pessoa sem Cristo? Não está porventura a serviço de si
próprio? Não está serviço dos próprios interesses? Não está à disposição da
própria manutenção? Dos próprios planos e sonhos?

Uma vez que esta pessoa conhece a graça a Cristo em sua vida e nasce de
novo, santificando-se para Deus, sua utilidade neste mundo mudará
drasticamente. Agora a utilidade desta pessoa é para Deus.

Tudo que somos e até mesmo o que temos está a serviço do Senhor. E assim
como Deus quis usar Israel, quer também usar seus servos com base na
santificação.

Importante: É correto asseverar que se o cristão não está separado do mundo,


isto é, ainda se apega a ele, significa que este irmão ainda resiste quanto à sua
mudança de posição. Ou seja, ele continua vivendo como antes da conversão.

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E não permitiu mudar de utilidade servindo ainda a si mesmo e não sendo vaso
útil nas mãos do Deus Vivo. Este alguém não está ainda Santificado.

10.1.8 - A Santificação é requerida por Deus

Há muitíssimas provas nas Escrituras que demonstram irrefutavelmente que o


Senhor Deus requer santidade de seus servos. Santificação que alcance todas
as áreas da vida de um cristão.

Leiamos os seguintes textos:


Levítico 19:2; 20:7
João 17:17
1 Coríntios 1:2
Hebreus 12:14
1 Pedro 1:15
1 Crônicas 15:14
Romanos 6:19-22
Efésios 1:4
Apocalipse 22:11
Isaías 66:19
2 Coríntios 7:1

A Santidade convém aos que nasceram de novo.

Um líder não pode deixar este assunto para depois, para o tempo de
aposentadoria, ou para depois da educação dos filhos, ou para depois de
completar um curso universitário, ou depois da construção da casa própria.
Este é um assunto urgente. É um assunto para hoje, para agora.

10.1.9 – Os propósitos da santificação

- A santificação torna o cristão em um vaso útil para Deus.

- A santificação faz aumentar a autoridade do cristão. A santificação está


intrinsecamente ligada à autoridade e ao poder de Deus.

- A santificação torna a fé mais elevada, enquanto o pecado endurece o


coração.

- A santificação eleva a qualidade do testemunho neste mundo, enquanto a


falta de santificação tem sido um péssimo testemunho para o mundo.

- A santificação leva o homem a ver a Deus. Não existe intimidade com Deus
sem santificação.

- A santificação aumenta o discernimento espiritual.

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- A santificação agrada a Deus e honra Seu nome.

10.1.10 - Santidade é o segredo para caminharmos com Deus:

"Porquanto o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu acampamento para te


livrar e para entregar-te os teus inimigos; portanto, o teu acampamento será
santo, para que ele não veja em ti coisa indecente e se aparte de ti”
(Deuteronômio 23:14).

Se não houver santificação afastamos e ferimos a presença de Deus. A


santificação é o ambiente onde o Espírito de Deus se manifesta. Na ausência
de santificação Deus se aparta, pois Ele não suporta o pecado.

Exemplo: porque Jesus gritou na Cruz: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá
sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” (Mateus 27:46).

Todo o pecado da humanidade estava sobre Jesus na Cruz, devido a isso ele
ficou separado de Deus na cruz.

Deus se afastou do próprio Jesus quando o pecado da humanidade estava


sobre Ele, como podemos pensar que, em pecado, mantemos a presença de
Deus.

Deus designou certas coisas como santas, porque Ele é santo e santifica tudo
o que toma para Si.

Quando honramos o que é santo, caminhamos em santidade e sua presença


habita em nós!

Deus chama de Santo: Sua palavra, Seu nome, Seu corpo e nosso corpo
físico, lugares de adoração, o casamento, Israel, os cristãos, os apóstolos, os
profetas e os líderes espirituais.

Ao escolhermos honrar, seremos separados do comum, do mundo.

Profanar é tratar com desonra o que merece honra.

Exemplo: Falar do pastor: "o cara falou...”.

Temos que tomar cuidado com a forma que falamos dos nossos pastores,
nós temos que tratá-los com honra.

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O marido precisa honra a esposa e vice versa.

Precisamos honrar a Palavra, a Bíblia, a Igreja, o Nome de Deus.

Ao honrar o que merece honra, poderemos dizer que estamos nos


santificando.

10.1.12 - A verdadeira fonte de santidade

O que faz santas as coisas que Deus chamou de Santas?

O que fez a sarça, o monte Sinai, o Santo dos Santos, o Tabernáculo serem
santos?

A PRESENÇA DE DEUS! Esta é a diferença entre o santo e o comum.

Quando alguém recebe Jesus, o Espírito de Deus vem habitar nesse alguém,
esse alguém é santo. Um santo que se purifica, recebendo perdão dos
pecados e deixando de pecar.

O que faz de nós santos é a presença de Deus, ser santo é estar numa
dimensão diferente.

10.1.13 - Porque sou santo, vou andar em santidade.

Por entender que sou especial, sou templo do Espírito Santo, vou honrar
esse templo.

Exemplo: Não dá para estar em fornicação, vendo pornografia, andando em


perversão e achar que ainda assim está honrado a Deus.

Não dá para tratar seu pastor com desonra, como um mano, é seu pastor.

Não dá para desonrar seu marido, tratando-o com desdém e desrespeito; não
dá para tratar sua esposa que nem lixo e achar que está honrando a Deus.

Não dá para desonrar seus pais, seus pais na fé e crer que está em
santidade.

Santidade não tem haver com legalismo, santidade é mostrar honra!

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Honrando a Deus que é santo, e aquilo que Ele santificou, você anda em
santidade!

10.1.14 – Deus e o Homem Cooperam na Santificação.

A Santificação é operada por Deus, mas tem que ser desejada pelo homem.

Deus quer santificação, e de modo poderoso e sobrenatural opera a


santificação do cristão.

“Não profanareis o meu santo nome, mas serei santificado no meio dos filhos
de Israel. Eu sou o SENHOR, que vos santifico” (Levítico 22:32).

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e


corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23).

Entretanto, o homem deve querer ser santificado e permitir a ação de Deus


em sua vida:

- Se o cristão não permitir, Deus nada fará.

- Se o crente ardentemente buscar sua santificação é certo que o Senhor.


Deus fará uma obra maravilhosa.

- Ele excluirá e incluirá coisas com o objetivo de santificar este irmão.

Havendo o querer do cristão e a confiança na obra perfeita de Deus, ocorrerá a


bênção da santificação.

Deus espera que “sejamos e façamos”. Essas duas palavras são importantes.

A vontade de Deus primeiro envolve quem nós estamos nos tornando,


maturidade de nosso caráter espiritual e emocional, e segundo o que estamos
fazendo com nossas vidas.

Pela Palavra, a pessoa que Deus quer é aquela que seja semelhante ao
caráter de Cristo e que esteja se movendo para a maturidade espiritual.

A Bíblia fala claramente que Deus quer que venhamos a dar frutos do coração,
Ele não está preocupado com nosso ativismo. O ponto principal é: “Que tipo de
pessoa nós estamos sendo?”

“Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio


para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda
boa obra” (2 Timóteo 2:21).

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Se estivermos conectados com Deus e crescendo na sua graça, Ele promete


direcionar nossos caminhos e nos guiar para onde vamos dar os frutos que Ele
tem esperado de nós.

Procurar a vontade de Deus é a melhor e a mais sábia coisa que podemos


fazer. Por quê?

Quando nos santificamos e nos submetemos a Deus:

- Deus é capaz de ver o fim através do começo. Ele vê a destruição ou a vida


que não podemos ver. Ele sabe as avenidas que se abrirá com fenomenais
oportunidades para nosso crescimento, para sermos vasos de honra.

- Deus é capaz de nos ajudar porque Ele nos criou e formou como somos. Ele
entende que somos únicos, nossa personalidade, nossas fraquezas. Vivendo a
vontade de Deus poderemos cumprir o propósito pelo qual fomos criados.

- Deus é capaz de nos guiar fielmente para altos propósitos. Muitas pessoas
vivem de forma medíocre, preferem a zona de segurança a arriscar altos
propósitos. Fazem boas coisas, mas não conhecem o melhor de Deus.

- Deus é capaz de remover impurezas e influências que podem nos destruir.


Quando buscamos a vontade de Deus, Ele vai revelando, de acordo com a
nossa capacidade de suportar, o que não lhe agrada.

- Deus é capaz de nos tirar de decisões e situações que podem diminuir nosso
potencial. Toda pessoa é criada com imenso potencial.

- Deus é capaz de nos suprir com um sobrenatural recurso que nos permita
viver no Espírito. Assim veremos grilhões sendo quebrados, correntes se
despedaçando quando orarmos pedindo o sobrenatural de Deus, pois
naturalmente não podemos vencer nossos pecados.

10.1.15 - Quando não nos santificamos

Quando um líder peca, sente um déficit de poder, de unção e autoridade, se


sente acusado, intimidado, perde a liberdade espiritual, a autoridade na Palavra
e na ministração.

Não há nada mais terrível, pois você sabe o que é ser pleno, mas agora sente
culpa e a culpa adoece a mente e os sentimentos.

Romper a aliança é sempre difícil, assim como a volta.

Porque cristãos se acomodam coma escravidão do pecado? Porque a


desonra com o que é especial?

- porque a maioria se nivela por baixo:

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- Ah, todo mundo peca, ninguém consegue andar em santidade, até pastor
peca, se viu o pastor que caiu!

- Todo mundo tem pecado oculto!

Ao se comparar com outros que andam em pecados nos nivelamos por baixo
e aceitamos o nosso pecado como se fosse algo natural.

A nossa única referência ter que ser Jesus, é somente nele que devemos nos
espelhar e buscar a sua semelhança em nós.

Exemplo: “O pecador fica com uma mentalidade de maconheiro, acha que


todo mundo fuma maconha, o pecador acha que todo mundo peca”.

Tem volta, tem perdão, mas se houver arrependimento verdadeiro ao


confessar.

- Para pecar foram horas, dias, semanas, para confessar: “perdoa Deus”.

- O pior castigo para um líder que vive em pecado é andar em jugo, perder a
graça, a autoridade, a influência e perder a unção.

“PEÇA PERDÃO COM ARREPENDIMENTO, GASTE TEMPO NA


PRESENÇA DE DEUS”.

O arrependimento produz uma confissão genuína, e essa confissão atrai o


perdão de Deus. Sem arrependimento de coração, não há perdão de
pecados.

Exemplo: Um dia na escola do Rininha, pediram: escreve uma frase com a


palavra “rato”, o Rininha escreveu: “Oi, Rato!”

- Não peça perdão igual a frase do Rininha.

- Não como Judas, "eu pequei" (Mateus 27:4) e depois foi se enforcar. Isso
não é arrependimento, é remorso.

- Não como Saul, "eu pequei" (1 Samuel 15:24), mas continuava sustentando
suas desculpas mentirosas. Ele profetizava entre profetas e logo depois entre
as bruxas. Tinha uma disposição igual para fazer o bem e o mal, vivia uma
farsa, viveu como farsante, sua convicção foi de farsante.

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“Quer recomeçar com Deus, quer ser santo, quer confessar e escrever uma
história diferente a partir de hoje, quer se ver livre desta opressão, desta
culpa, deste peso que o pecado traz, deste sentimento de condenação? Quer
ser livre de novo, sentir u fluir do Espírito Santo e ser usado por Deus de
novo, sentir o poder dEle correndo sobre você, emanando de suas mãos
quando você as impõe, que ver o poder de Deus na sua pregação, e a
autoridade sobre a sua vida? Quer recomeçar com Deus, quer voltar ao
ponto de onde você caiu? Confesse como o filho pródigo!”

O filho pródigo:

“Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos
importa? Isso é contigo” (Mateus 27:4).

Quando falamos de Escatologia vamos para Mateus 24, é o texto mais


importante, das Escrituras, sobre Escatologia.

Quando queremos falar sobre a Segunda vinda de Jesus, vamos para I


Tessalonicenses.

Mas quando queremos falar sobre santificação, o livro que devemos pesquisar
é o Livro de Levítico, e também a carta aos Hebreus, pois são sinópticos, ou
seja, o centro da mensagem é o mesmo. Podemos ler sobre santidade em
muitos outros textos da Bíblia, mas estes dois são os mais importantes.

Em Levítico 1 a frase mais importante é: "Eu sou o Senhor que o Santifica".

“Se a sua oferta for holocausto de gado, trará macho sem defeito; à porta da
tenda da congregação o trará, para que o homem seja aceito perante o
Senhor” (Levítico 1:3).

Em Levítico 1:3 mostra que o holocausto tem que ser sem defeito, para que o
homem seja aceito perante o Senhor. Aqui temos um principio eterno: o
holocausto, o sacrifício, a adoração tem que ser sem defeito.

Se o propósito de Deus para nós é que alcancemos a perfeição e sejamos


aceitos perante o Senhor, viver na terra sem buscar essa perfeição é estar fora
deste propósito. É impossível galgarmos liderança, sermos úteis nas mãos de
Deus se não passarmos por este processo, se essa não for a nossa visão.

O Senhor nos chamou para sermos perfeito, sermos sem defeito. Todo
propósito de Deus para nós é que alcancemos a perfeição.

Hoje somos aceitos em Cristo como somos, isso é salvação, isso é graça, mas
isso não anula outro processo de Deus em nós, ele quer que sejamos santos.

Deus nos vê através da Cruz, mas quer que nos tornemos sem defeito. Assim
como Jesus. Isso é possível?

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Sim, há uma ordem de Deus para isso em Gênesis 17:1. Isso vale para hoje e
para a eternidade.

Numa escala de 0 a 100 que nota você se daria hoje? Deus quer que você
chegue no 100, como Jesus.

“Então, ele esfolará o holocausto e o cortará em seus pedaços” (Levítico 1:6).

Holocausto fala de morte. No processo da santificação, o primeiro passo é


morte, isto está em Romanos 6.

A nova teologia pregada nos dias de hoje ensina a viver, mas a teologia
proposta por Jesus nos ensina a morrer, só andar no favor de Deus não é
suficiente, mas temos que apresentar nossos corpos como sacrifício agradável
sobre o altar.

“Porém as entranhas e as pernas, o sacerdote as lavará com água; e queimará


tudo isso sobre o altar; é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao
Senhor” (Levítico 1:9).

Tem que morrer e queimar, tem que virar cinza e subir como fumaça de aroma
agradável, ao Senhor.

“... e o sacerdote oferecerá tudo isso e o queimará sobre o altar; é holocausto,


oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor” (Levítico 1:13).

Não é o que fazemos, não é o que pregamos, ou o nosso evangelismo, mas é


o nosso comportamento como sacrifício, agradando à Deus.

Depois de morte viramos cinza depois de sermos queimados.

“Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua oferta será
de flor de farinha; nela, deitará azeite e, sobre ela, porá incenso” (Levítico 2:1)

Nesta oferta fala de flor de farinha, finíssima de altíssima qualidade, e nesta


farinha tem que ser derramado o azeite.

A fabricação do azeite simboliza o nosso processo de santificação. Isso fala de


nossas vidas, passarmos por todo tipo de circunstâncias adversas para que
possamos apresentar “óleo para alimentar, para curar, etc”.

Em uma prensa de azeite (lagar de azeite), a oliva (azeitona) passa por quatro
tipos de prensa, produzindo quatro tipos de azeite. Para alimento,
medicamento, cosméticos e a última etapa da prensa é que saia o óleo que
servia para a unção das coisas sagradas.

Esse é um processo doloroso, o formar azeite. Pensa no que passou Pedro,

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Paulo, Daniel, José, e outros homens da Bíblia. Esse é o processo que Deus
escolheu nos fazer passar. Assim seremos aperfeiçoados até a varonilidade de
Cristo.

Todo este processo envolve fogo, e está ligado com a santificação, o fogo
purifica o ouro, todos nós iremos passar por esse processo. Ser queimado dói!

Qual a área de sua vida que está sendo queimada, que está pegando fogo?
Deus sabe aonde tocar par ate fazer buscar!

- Nós nos contentamos com ouro não purificado, mas Deus quer o ouro 24 kl,
ouro purificado.

“O que ficar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; é coisa


santíssima das ofertas queimadas ao Senhor” (Levítico 2:10).

- Em todas as suas ofertas aplicarás sal, pois o sal é o símbolo de


perpetuidade, ou seja, é para sempre a aliança com Deus.

“Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares
não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas
aplicarás sal” (Levítico 2:13).

- Se quisermos nos santificar, temos que ir para o altar, é lá que todo processo
começa, é no altar que o fogo desce, tudo é queimado e somos purificados.

“E os filhos de Arão queimarão tudo isso sobre o altar, em cima do holocausto,


que estará sobre a lenha no fogo; é oferta queimada, de aroma agradável ao
Senhor” (Levítico 3:5).

Altar é o seu lugar de encontro com Jesus, ali o fogo desce e nos purifica.

- “Macho ou fêmea sem defeito”, se o propósito não for alcançar a perfeição do


caráter, estamos fora do padrão de Deus.

“E a sua expiação trará ao Senhor, pelo seu pecado que cometeu: uma fêmea
de gado miúdo, uma cordeira, ou uma cabrinha pelo pecado; assim o sacerdote
por ela fará expiação do seu pecado” (Levítico 5:6).

Deseje o processo de purificação, de perfeição, não só é possível como é


também uma ordenança de Deus.

O sangue escorria do altar, no altar havia morte por que a vida está no sangue.

- A morte de Jesus foi profetizada fora do arraial, pela coletividade.

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“Depois levará o novilho fora do arraial, e o queimará como queimou o primeiro


novilho; é expiação do pecado da congregação” (Levítico 4:21).

Toda gordura é queimada no altar.

“Também queimará sobre o altar toda a sua gordura como gordura do sacrifício
pacífico; assim o sacerdote por ele fará expiação do seu pecado, e lhe será
perdoado (Levítico 4:26).

A consciência de pecado só vem para o morto, enquanto estamos vivos, não


temos problemas com o pecado. Mas quando há um altar, há uma consciência
de que somos mal e de que pecamos por falta de temor de Deus, não porque
meu corpo não quer pecar, aquele que ainda está vivo, vive em pecado e não
se sente incomodado com isso.

“Sonda-me ó Deus, vê se há em mim algum caminho mal", não é porque


matei, roubei, menti, e sim pela minha natureza, por que eu mereço ir para o
inferno.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus


pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho
eterno” (Salmo 139:23-24).

Como se processa a santificação: morte, altar com fogo, confissão, a


consciência de que somos pecadores e o temor de Deus, pois é o temor de
Deus que muda nosso comportamento. À medida que me aproximo do Senhor,
o temor de Deus cresce.

- Lembra-te de onde caíres...

“Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras;


quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres” (Apocalipse 2:5).

Não se trata de salvação, mas de santificação.

Mais de duzentas vezes a Bíblia me lembra para que me santifique,


consciência do pecado só vem para quem morreu, sei que sou pecador.

O que você fez no oculto e não confessou. Confessar tudo, é assim que
começa o processo de santificação.

“Te lembra de onde caíste”...

Se sua casca não quebrar e você não confessar, não dará frutos.

E quem não dá frutos é lançado no fogo. Varias pessoas na Bíblia perderam

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a salvação, Judas, por exemplo. Deus não rejeita pessoas, mas pessoas
rejeitam Deus.

O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote
acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto e
sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá
continuamente sobre o altar; não se apagará. (Levítico 6:12-13).

Todos nós passaremos por um Tribunal.

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo,


para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do
corpo” (2 Coríntios 5:10).

“Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem
que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem
veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o
de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de
dentes” (Mateus 22:11-13)

“Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não
somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também
manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu
louvor da parte de Deus” (1 Coríntios 4:5).

- O que você resolver agora com Deus, passar o sangue, estará resolvido.
Tudo que estiver oculto virá à luz. Se resolveu, zerou, se não resolveu é como
a conta no banco que não pagou. Tudo está registrado.

10.2 - SERVIÇO
Todos nós temos o grande prazer em declarar que somos servos de Deus.

Mas nem todos entendem a importância e a responsabilidade do serviço à


Deus. Nem todos compreendem, em todas as suas facetas, o que é ser um
servo de Deus.

A imensurável importância do crente como servo de Deus, destaca-se ao


considerarmos o fato de Cristo ser chamado de Servo de Deus.

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha
alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para
os gentios” (Isaías 42:1).

“Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e
será mui sublime” (Isaías 52:13).

“antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em

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semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,” (Filipenses 2:7).

A maior referência sempre será a vida e o trabalho de Jesus. E o que vemos


em Jesus é a sua obediência irrestrita à vontade do Senhor. Nisso Ele foi um
servo perfeito.

A melhor definição de servir é obedecer.

"não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de
Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus" (Efésios 6:6).

Não é o servir para agradar aos homens, mas o servir de todo o coração, não
só quando o pastor está por perto, obedecer quando ninguém está olhando,
porque faz para Deus e não para os homens.

Nós nos tornamos filhos de Deus pela fé, mas servos por amor.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de


Deus, aos que crêem no seu nome;” (João 1:12).

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus” (Efésios 2:8).

O servo obedece ao Senhor e para Ele trabalha impulsionado por um amor que
recebeu de Deus e que retorna para Ele como adoração, consagração,
comunhão, ministério e serviço, uma vez que o amor sempre requer um objeto
para tornar-se ativo. Não adianta verbalizarmos amor, temos que provar esse
amor, ele tem que voltar a Deus de muitas formas.

O servo é o inverso do mercenário, que trabalha apenas por lucro, interesse e


conveniências pessoais. O servo não trabalha esperando retorno, mas trabalha
por amor.

Na exposição da doutrina do servo, no Novo Testamento temos vários termos


gregos nos originais das Escrituras trazem algumas visões que precisamos ter
sobre o tema:

- Há um termo que fala sobre o servo em relação ao seu Dono, que no nosso
caso é Deus. E esse termo grego é “doulos”, que aparece repetidamente no
Novo Testamento. É o servo em relação ao seu Dono, como pertencente ao
seu Senhor, ao seu Redentor, como propriedade adquirida, para fazer a Sua
vontade.

Alguns desses textos em que “servo” aparece como “doulos”:

Mateus 25:21,23; 20:27


Atos 2:18
Romanos 1:1
Filipenses 1:1

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- Há outro termo no original grego traduzido também como servo que é


“diakonos”; significa o servo em relação ao seu trabalho para Deus, a ideia é de
um servo que executa funções para seu Senhor.

Há muito trabalho a ser feito no reino, e nem sempre estes trabalhos são
prazerosos, nem sempre trazem satisfação, mas temos que fazer todas as
coisas com bom gosto, com prazer, no prazo determinado e conforme as
ordens recebidas. Deus quer receber adoração, mas sabemos que esta
adoração tem que ser perfeita, para Ele tem que ser o melhor.

Quando os serviços para são feitos de forma negligentes, descuidados,


desorganizados, improvisados e irreverentes, isso não sobe para Deus como
forma de adoração.

“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” (Jeremias 48:10a).

Em dias bíblicos os servos eram como os diáconos que na casa de Seu Senhor
executavam trabalhos de todos os tipos, inclusive os mais humildes, como
levar e trazer recados, cuidar da copa, da cozinha, dos bens de seu senhor,
dos animais domésticos, rachar lenha, manter o fogo aceso, tirar água e
carregar para a família, o diácono era como um mordomo.

Os principais textos em que aparece o servo como “diakonos” no original grego


são:

Mateus 20:26,28
1 Timóteo 4:6
2 Timóteo 4:11
Efésios 3:7
Filipenses 1:1; 2:7
1 Tessalonicenses 3:2

O servo em relação a si mesmo no original grego é “huperetes”, e está


relacionado ao desempenho do ‘diakonos’. “Huperetes” denota o escravo
remador, nas embarcações comerciais da época. Seu trabalho era humilde,
pesado e requeria o máximo das forças desses trabalhadores.

O termo grego “huperetes” aparece nas Escrituras em:

Mateus 26:58
Lucas 4:20
Atos 26:16
1 Coríntios 4:1

Em Lucas 17:10 Jesus nos instruiu que após fazermos tudo o que nos for
ordenado, devemos considerar-nos como servos inúteis (“doulos”, no original
grego). Sem qualquer méritos em nós mesmos. Noutras palavras: Deus nunca
será nosso devedor. Nós é que devemos tudo a Ele. O termo "inútil"
corresponde a "desprovido de mérito adquirido".

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Outros termos dos originais do Novo Testamento relacionados com a servidão:

- O termo grego “leitourgeo” trata-se de o servo em relação ao povo em geral, o


crente como servo de Deus, em relação à sua congregação, daí vem a nossa
palavra, em português, "liturgia", ligado ao culto coletivo cristão. Portanto,
“leitourgeo” é o crente como servo em relação ao culto religioso.

O culto pessoal do servo é “latreuo”, está relacionado à sua adoração a Deus.


Desse termo grego vem “latria” (adoração).

O termo grego “Latria” aparece em:


Lucas 2:37
Atos 27:23
2 Timóteo 1:3

- O servo como uma pessoa do lar é “oiketes”, termo diretamente relacionado à


“doulos”, é uma servidão voltada para a família. Crente como servo de Deus,
há mais de um, mas, como filho, não. Deus não tem afilhados, prediletos,
favoritos. Que tipo de servo somos nós?

Devemos tanto a Deus, que na execução do seu trabalho, seja ele qual for,
nunca iremos além do nosso dever; nunca atingiremos a área do mérito.

Para servimos a Deus, é Dele mesmo que nos vem a graça, capacidade, dons
e recursos. Mesmo que façamos o melhor, estaremos sempre em falta com
Ele.

O crente não será julgado diante de Deus como filho (quanto à salvação), mas
como servo (quanto à serviços, obras). O crente como filho deve julgar-se a si
mesmo, através da Palavra (1 Co 11:31-32). Nesse julgamento prestaremos
contas de nosso tempo, liberdade cristã, da responsabilidade dos talentos
recebidos de Deus.

Quase todo crente pensa que no dia do julgamento da Igreja haverá somente
galardões de Jesus para os seus, mas não é bem isso que a Bíblia revela.

Se examinarmos o assunto com mais cuidado, vemos que no céu, conforme


Apocalipse 22:3, não seremos conhecidos como diácono, presbítero,
evangelista, pastor, escritor, cantor, bispo etc, mas como servos. "E nela estará
o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão".

10.2.1 - Remadores do último porão

Nos tempos do apóstolo Paulo, o transporte marítimo era feito por navios
mercantes, que tinham nos escravos sua força propulsora, homens que não
viam o sol ou a lua brilhar, homens oprimidos e cansados que não faziam outra
coisa, senão remar, remar e remar.

Um navio mercante, uma embarcação de grande valor comercial para o

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comércio dos grandes impérios.

Para onde quer que se movesse, carregaria em seus porões, pilhas e pilhas de
escravos acorrentados e condenados á morte.

Os textos originais da Bíblia não utilizavam a palavra “servo” quando se


referiam àquelas pessoas subjugadas ao sistema escravocrata:

- Ao invés disso, emprega-se a palavra “escravo”.

- Só mais tarde, quando as novas versões surgiram, é que passou-se a


utilizar o termo diferente do original, a palavra “servo”.

- Pelo que parece, tal termo foi aplicado visando suavizar a palavra escravo.

A língua grega apresenta pelo menos três variantes para a palavra servo, ou,
originalmente falando, escravo:

- Uma delas é a palavra: upêdêtê.

A que a classe pertencia este tipo de escravo?

Os “upêdêtês” faziam parte de uma classe de escravos condenados à morte


pelo Império Romano. A sentença para esses condenados era que deveriam
remar até à morte. Até que esse destino medonho se cumprisse, eles
deveriam viver acorrentados nos últimos porões das embarcações romanas.
Daí a palavra upêdêtê que significa “escravos”, ou exatamente “remadores
do último porão”.

Em toda a história, o Império Romano se destacou na utilização do regime


escravocrata:

- Naquela época, a maioria dos navios eram movidos à vela, as embarcações


contavam ainda com gigantescas estruturas inferiores onde diversos
remadores poderiam ser comportados.

- Entre aqueles navios, sempre nos últimos porões, viviam os “upêdêtês”.

- Existiam dois grupos de remadores, um, abaixo do convés, e outro, na parte


traseira do navio, na popa, no último porão.

- À medida que se descia as apertadas escadas daqueles porões, maior se


tornavam o calor, as trevas e o mau cheiro que vinha do ultimo porão.

-Ali se podia ver um dos mais deploráveis quadros de escravidão humana, um


cenário simplesmente miserável e desumano.

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- Os escravos eram literalmente empilhados sobre os outros caixotes apertados


feitos de madeira. Todas as necessidades fisiológicas eram feitas ali, ninguém
podia ir a parte alguma.

A única fuga que se podia encontrar ali era a morte:

- Um destino que a cada segundo se apressava para aqueles condenados e


que sobre muitos deles, recaia como um verdadeiro bálsamo suavizador.

- A pena de morte dizia que eles deveriam remar paulatinamente até a morte.

- Desse modo, até que desse o ultimo suspiro, teriam que remar.

- Quando um desses escravos morria e eles morriam remando não se


celebrava nenhum tipo de cerimônia fúnebre em torno de seus cadáveres.

-O corpo era simplesmente erguido e jogado no mar.

- Depois disto, o trabalho deveria continuar normalmente, como se nada tivesse


acontecido.

- Em meio à dor e lágrimas silenciosas que rolavam das faces de amigos e


parentes, os gemidos e soluços deveriam a todo custo ser reprimidos.

- Aquele era um lugar onde todos os dias a vida amargamente teria que
continuar.

Acorrentados, famintos e sem nenhuma esperança, aqueles escravos


cumpriam seu destino numa luta quase mortal pela sobrevivência diária.

Eles não tinham outra opção, senão remar:

- Se uma tempestade viesse a comprometer a tripulação de uma daquelas


embarcações, eles teriam que remar;

- se uma calmaria surgisse, teriam que remar;

- sob o sol, sob a lua, sob quaisquer condições, eles teriam que remar.

- E quando a força do vento não era suficiente para mover o pesado navio
mercante com o sistema de velas, um grande alvoroço acontecia na parte
inferior do barco. Imediatamente o rugido furioso do comandante invadia a
escuridão do porão: “Força total seus animais”!

- Este era o sinal de que os músculos condenados deveriam gemer até


aumentar ao máximo o ritmo dos remos.

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Nesses momentos, junto com o comando, uma onda de fúria acometia os


soldados que faziam guarda do grupo de remadores:

- O que fazia muitos escravos estremecerem especialmente aqueles que já


não tinham mais forças para manter o ritmo exigido.

- Sobre esses, os soldados descarregavam violentas sequências de


chicotadas, chutes e gritos amedrontadores.

- Muitos morriam ali mesmo, sob o terror daquelas chicotadas.

- Outros, tinham que continuar a remar, mesmo tendo as costas dilaceradas


pelos golpes sofridos.

Era assim, de um modo amargo, que aqueles remadores garantiam o


prosseguimento da jornada do navio através dos mares:

- Eles eram os motores das embarcações romanas, verdadeiros heróis, mas


longe de serem condecorados como tais, viviam sob as mais penosas
condições de vida.

- Eram os que menos comiam os que mais apanhavam.

- Isso sem contar que nem ao menos eram chamados pelos nomes.

- Pior que isso, muitos ou ao menos a maioria deles nunca possuíram um


nome.

- Mas lá estavam eles, remando, remando e remando.

Eles eram os remadores do ultimo porão:

- Nada de aplausos, nada de medalhas de honra sobre o peito.

- Naquela prisão, o remo e o mar eram o início e o fim de suas existências.

Em 1 Coríntios 4:9 quando Paulo faz alusão aos apóstolos, ele faz o seguinte
comentário:

“Parece-me que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em ultimo lugar”.

Você pode imaginar qual palavra grega o apostolo utiliza para empregar o
termo “ultimo lugar” neste livro?

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- O termo utilizado ali é exatamente a palavra upêdêtê, “escravo do ultimo


porão”. Releia o versículo, desta vez com certo cuidado clinico, na integra.

“Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último
lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos
espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens” (1 Coríntios 4:9).

Como podemos ver, o apostolo Paulo, de alguma forma, esta comparando


aqueles escravos das profundezas dos navios mercantes ao servo que serve
no ministério:

-Tal comparação torna-se mais evidente, quando lemos o restante do verso e


notamos o termo como se fossemos condenados à morte.

- Com essas citações, Paulo não poderia estar pensando em mais nada, a
não ser naqueles escravos condenados à morte.

Além disso, a palavra espetáculo nos dá mais indicações:

- Em Roma, para diversão do povo, os escravos eram exibidos em


espetáculos públicos.

- Alguns deles, eram obrigados a participar dos jogos, onde deveriam lutar
como gladiadores até a morte.

- Em tais confrontos, existia apenas um com vida.

- Para os romanos, nenhum espetáculo era mais animador do que ver a


cabeça de um condenado rolar pela arena após um combate mortal.

Por tudo isso, Paulo escreve pensando naqueles escravos.

Parece um tanto contraditório comparar a vida cristã a um bando de


condenados, acorrentados no fundo de um navio malcheiroso. Mas não há
alternativa.

Paulo, como cidadão romano, conhecia muito bem quem eram e como viviam
aqueles escravos, e não cometeria nenhum tipo de engano ao utilizar a palavra
“upêdêtê” para dizer que somos escravos de Cristo.

Paulo esta dizendo que fomos colocados em ultimo lugar:

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- Esta é uma verdade que incomoda, fustiga, por isso tentamos de todo modo
interpretar de uma maneira mais amena este texto.

- Mas, a inexorável verdade é que não podemos excluí-la de nossa vida


cristã.

- Logo, se Deus nos chamou para sermos seus obreiros, devemos estar
preparados para ocupar os últimos lugares.

- Enquanto um obreiro acolher um sentimento de que o ultimo lugar não é o


seu lugar, não estará pronto para ser um obreiro qualificado.

Você já deve ter observado que eventualmente acontece de a igreja


atravessar um período sem vento:

- Na Bíblia, barcos são comparados à Igreja, a Arca de Noé, por exemplo. Há


muitos momentos que a Igreja tem que enfrentar ventos e tempestades.

- Há períodos da Igreja em que os céus são de bronze, momentos em que


fica difícil a navegação. Os dias se arrastam com dificuldade e parece que
tudo vai desabar.

- Enquanto muita gente se entrega a murmuração, Deus conta com seus


remadores do último porão.

- Mas de repente, o céu volta a se abrir trazendo um vento novo sobre a


igreja.

Poucos sabem, mas durante esses dias de céu de bronze, onde muitos se
entregam à murmuração e a critica, Deus conta com seus remadores no
interior do navio.

A Igreja só escreve ainda sua história, e sobreviveu a séculos de perseguição


por causa dos remadores do último porão, muitas vezes sem reconhecimento,
sem aplausos, eles estavam ali remando para o barco não parar, nem por falta
de vento.

Graças à força e à presença dos remadores do último porão, graças aos seus
serviços, ao seu trabalho, às suas intercessões que o vento volta a soprar.

Quando o vento sopra de novo todo mundo pula no barco, mas os remadores
do último porão estão sempre ali, prontos para remar quando for necessário.

Sempre que os dias tempestuosos voltam, esses guerreiros silenciosamente


descem as escadarias que levam ao ultimo porão, e voltam a remar porque
eles sabem que os ventos voltarão a soprar.

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Seus nomes não são conhecidos, ninguém sabe, ninguém está vendo, mas lá
estão eles. Seja no monte, seja em casa, lá estão eles remando em oração.

Se estes remadores não existissem o barco já teria afundado há muito tempo!


São eles, suas orações, que carregam a igreja sobre as águas!

Há medida que você achar que seu nome deve aparecer na lista dos
homens, ele desaparecerá da lista de Deus.

É sempre assim. Deus não alista ninguém que quer aparecer.

O exercito de Deus é formado por aqueles servos que desejam que seus
nomes permaneçam ocultos no anonimato.

É obvio que nem sempre será possível manter-se na sombra desse paredão.

Exemplo: Você já ouviu alguma vez alguém choramingar, condoído: Ah!


Ninguém se lembrou de mim! No final da conferência, pastor subiu no púlpito
carregando uma lista com mais de 20 nomes. Você acredita que ele citou o
nome de todo mundo, mas não citou o meu? Eu não aguento tanta
ingratidão, ainda mais depois de tudo o que eu fiz!

Manifestações desse tipo revelam o anseio por reconhecimento e evidenciam o


despreparo ministerial de quem as faz.

Um verdadeiro servo não espera recompensa por seus serviços:

- Seu trabalho é feito em silencio e não visa autopromoção, pois este é o tipo
de trabalho que ecoará na eternidade, um trabalho fabricado no escuro do
derradeiro porão, onde não há sons de elogios e nem aplausos de multidões.

Quando você for capaz de remar assim, sem que ninguém perceba sua
cooperação, ou quando esquecerem de você e até deixarem de agradecer-lhe
por algo que você realmente mereceu e isso não lhe causar nenhum tipo de
perturbação, então você poderá estar certo de que seu tempo para o ministério
terá chegado.

Lamentavelmente temos presenciado um tempo de estrelismo no Cristianismo


moderno.

Precisamos aprender a respeito da importante lei do “crescer para baixo”, lei


vivida e lecionada por João Batista.

“Importa que eu diminua e ele cresça” (João 3:30).

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Essa teologia deve se manter intacta na igreja.

Escravo não deve viver em busca de elogios ou agradecimentos; escravo é


escravo:

- Sua vida resume-se em diminuir em favor do crescimento de Cristo.

- Esta é a filosofia da cruz e, consequentemente, o caminho da glória eterna.

- Assim agem os verdadeiros servos: não fazem questão de serem vistos ou


terem seus nomes citados.

- Talvez os atos desses homens nunca serão reconhecidos.

- Mas, nas galerias celestiais, eles brilharão como o sol na força do meio dia.

Que Deus abençoe os “remadores” que têm sido erguidos ao longo da história
da igreja.

10.2.2 – Quando falamos de servo temos na Bíblia um grande exemplo,


além de Jesus, João Marcos.

Marcos = servo. Este é o seu nome romano, João o nome hebraico.

Marcos foi exemplo de servo.

Seu evangelho foi o primeiro a ser escrito. Marcos foi o redator do evangelho
de Pedro, Pedro conta sua experiência. O Evangelho de Marcos foi ditado a
Marcos por Pedro.

O livro apresenta Jesus como Servo, no capítulo 7 O apresenta como Senhor,


no sentido de uma pessoas muito gentil, não é a mesma palavra que aparece
nos outros evangelhos.

Mateus foi o evangelho escrito para os Judeus - Rei - Leão


Marcos foi escrito para os Romanos - Servo - Boi
Lucas foi para os gregos - Homem - Homem perfeito
João foi escrito para os gentios - Deus - Águia

Em Marcos temos poucos ensinos de Jesus e muito mais sua obra, o que Ele
fez foi apresentar Jesus aos gentios.

Boi é um símbolo de trabalho, o boi serve.

Em Marcos, dos capítulos 1 à 11, encontramos o boi trabalhando e arando a


terra.

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Em Marcos, dos capítulos 12 à 16, encontramos o boi sendo oferecido no altar.

“Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre
vós, será esse o que vos sirva” (Marcos 10:43).

Marcos foi ganho por Pedro, era filho espiritual de Pedro.

A Bíblia fala sobre a mãe de Marcos, Maria, conta que eles eram muito ligados
a Pedro.

Quando Tiago é decapitado por Herodes, Maria, mãe de João Marcos, tinha
uma igreja em casa. Maria convoca a Igreja e entra em intensas intercessões
por Pedro que está preso e ele é livrado por um anjo. Herodes é comido por
vermes e morre (Atos12), a história da igreja conta os problemas de intestino
que Herodes teve.

Depois do discurso em Mateus 23, e a ressurreição de Lázaro, a sentença de


morte de Jesus estava certa.

Segundo a Tradição, quando Jesus fez a ceia, e tudo indica que foi realizada
no cenáculo da casa de Marcos, Jesus envia dois de seus discípulos à uma
casa onde seria realizada a ceia, e lá eles encontrariam um homem com o
cântaro na cabeça, segundo a história da Igreja primitiva é Marcos, o Senhor
disse: “sigam ele, onde ele entrar vocês entram”.

Marcos viu Jesus lavando os pés dos apóstolos, viu a aflição de Jesus.

O Getsemani era propriedade da família de Marcos, eles eram uma rica família
da época de Jesus. No Jardim, há oliveiras de 5000 anos que estão lá até hoje,
o tronco velho e brotos nascendo delas ainda.

No Getsamani uma multidão veio prender Jesus, umas 500 pessoas, Tiago o
menor era muito parecido com Jesus, Judas teve que beijá-lo para identificá-lo.

Jesus suou sangue, enquanto os discípulos estavam dormindo por causa da


pressão espiritual, os músculos doem, há um cansaço, um peso espiritual, isso
é bem descrito em Lucas 22:45, que diz que eles dormiam de tristeza.

Marcos queria ir com Jesus para o Getsemani, a mãe não deixou, escondeu
suas roupas e Marcos se enrolou num lençol e esteve ao lado de Jesus
enquanto Ele suava sangue; servindo, quer um copo d'água? Nas horas
difíceis que sabemos quem está ou não conosco. Os discípulos dormindo e o
servo servindo.

Nos momentos mais difíceis você conhece o servo.

Marcos, no momento mais difícil, se apresentou para servir Jesus. Dezesseis


soldados romanos chegaram junto ao rapaz que estava com o lençol e o
arrancaram dele, ele correu e fugiu nu.

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Sete ou oito anos depois do Pentecostes, um grupo vai para a Antioquia e


começa uma Igreja muito forte, que cresce de maneira espantosa. A notícia
chega a Jerusalém, os apóstolos ainda não entendiam o IDE, estavam todos
em Jerusalém. Os apóstolos se reúnem para mandar um obreiro para
Antioquia. Barnabé, que vendeu uma fazenda em Chipre e deu tudo para a
Igreja, foi escolhido e escolheu Marcos como parceiro na missão. Entre
milhares, o servo é lembrado, pois o servo serve.

No império romano escravos não usavam calçados, nem sandálias. No rio


Jordão, João Batista disse, não sou digno de desamarrar a sandália de Jesus.
Jesus assumiu a condição de servo.

Apesar de serem ricos, Marcos deixa tudo e vai para as nações com Barnabé.
Mais tarde, Barnabé traz Paulo para Antioquia, os dois vão para as nações e
levam Marcos, o servo.

Qual será a herança de Marcos?

Nossa verdadeira formação é a formação do servo.

- O prazer do servo é servir.

- O trabalho de Deus para tratar com a nossa soberba, nossa rebeldia, nosso
orgulho, é para nos transformar em servos.

Só a Cruz me transforma na imagem de um servo. Se não tenho a imagem de


um servo, não tenho a imagem de Jesus.

Barnabé estava em Chipre e o povo revoltado com sua pregação, arrebentou a


cadeia onde ele havia sido preso, o levou para praça para queimá-lo, foi assim
que ele morreu.

Muitos morreram como servos, muitos ainda vão morrer, pois, foi assim, com
sangue derramado de mártires, com sofrimento, que o evangelho chegou até
nós e vai chegar à muitos povos ainda.

Esse foi o caminho de Marcos.

Na primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé para a Panfília, aconteceu


uma febre, que pelas descrições da época é a malária, um protozoário que
ataca o cérebro. Muitas pessoas morreram. Paulo pegou malária, Marcos não
suportou as pressões e voltou para o conforto da casa dos pais.

Marcos temeu e voltou para Jerusalém. Naquele tempo, soldados para não
irem a guerra, cortavam o dedo polegar, para não carregar a espada, recebiam
o apelido de dedo mutilado. Marcos recebeu esse apelido, pois fugiu da guerra.

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Paulo depois, não quis levar Marcos à segunda viagem missionária, quando
Barnabé o quis.

Barnabé era chamado “filho da consolação”, e ele procurou e levantou Marcos.

Quantos foram feridos e precisam de um Barnabé para restaurá-los. Essa era a


condição de Marcos: dedo mutilado, você voltou da guerra...

Mas Deus nunca vai desistir dos soldados feridos.

Barnabé e Paulo se separaram por causa de Marcos.

Marcos falhou, voltou da guerra, mas Deus o restaurou.

Se você falhar e vai falhar, Deus estará pronto para te restaurar, pois você é
um servo.

Deus não desiste dos servos, pode ser que hoje você seja um dedo mutilado,
mas Deus vai colocar um Barnabé em sua vida.

Quando a Igreja primitiva vê o resultado do ministério de Marcos... Pedro diz:


"Marcos, escreve aí..." E o primeiro evangelho foi escrito por ele.

Paulo e Pedro foram mortos no mesmo dia por Nero, em 64 A.D.

E na prisão em Roma, toda de pedra, o esgoto de um bairro de Roma passava


dentro da prisão, toda de pedra, um lugar muito frio, e quando as comportas
abriam, ficava cheio de fezes e urina, é a prisão de Atos 28. Tem glamour
nisso?

Ele ficou duas vezes preso nessa prisão, da primeira vez, escreveu aos
Filipenses, à Filemom, aos Colossenses e aos Efésios, fica dois anos preso,
seis livre, volta para a mesma prisão em Roma e encontra Pedro na mesma
prisão, ele estava lá há 9 meses, 24 horas amarrado no poste ou com os pés
acorrentados e sentado no chão.

Pedro nesses nove meses ganha todos os carcereiros da prisão.

Quando Paulo chegou, a prisão ficou cheia da glória de Deus, e Paulo


encorajou Pedro que estava emocionalmente abalado. Pedro pede para Paulo
orar por livramento e Paulo diz: "não, chegou nosso tempo" (2 Timóteo 4:6).

Paulo morre decapitado, por ser cidadão romano, Pedro é crucificado, mas
antes: Paulo diz em 2 Timóteo: "Me tragam Marcos por que ele me é útil no
ministério”.

O propósito de Marcos era servir e Deus o honra e usa para escrever o


evangelho.

- Escravo da Orelha Furada

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Por um instante, um dos juízes tirou os olhos de cima dos pergaminhos que lia
sobre a escravinha, enquanto dois homens se aproximavam da entrada do
prédio. Um deles, pelo que parecia, devia ser escravo, mas nenhum dos juízes
estavam certos disso. Sabiam contudo, a julgar pela fisionomia, que ambos
eram hebreus.

Assim que entraram e saudaram os presentes, um dos juízes fez sinal com a
mão para que eles ocupassem os assentos colocados a frente da mesa. O
homem mais velho consentiu, enquanto o outro preferiu permanecer de pé ao
seu lado.

-Tudo bem, iniciou o juiz, que tinha feito sinal com a mão: “em que posso ser-
lhes útil?”, indagou em tom amistoso.

- “Bem senhor”, iniciou o homem de barba longa e estatura média. “Há alguns
anos este irmão hebreu vem nos servindo como escravo em nossa casa. Isso
faz seis anos”.

O juiz rapidamente deslizou o olhar para o escravo, retornado em seguida para


o senhor de aparência dócil, que prosseguia.

- “Conforme manda a lei de nossos pais, trouxe-o aqui para declarar perante os
juízes sua servidão absoluta a meus favores. Este é o sétimo ano. Ele,
contudo, deseja ficar conosco para sempre, juntamente com sua mulher e
filhos”.

- “Muito bem”, retomou pigarreando. “A lei de Moisés nos manda, em caso de


aquisição de algum escravo hebreu, que ele nos sirva durante seis anos; ao
sétimo, sairá forro, de graça. Por outro lado, também nos manda receber para
sempre o escravo que se disponha a permanecer conosco. Se este é o caso,
será feito”.

Depois de relembrar a lei acerca dos servos, o juiz olhou mais demoradamente
para o escravo e o interrogou:

- “Muito bem, meu rapaz, o que você me diz?”

O homem que aparentava ter trinta anos, iniciou com voz grossa e ligeiramente
tímida:

- “Amo o meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro não,
senhor juiz!”

Até porque, no caso daquele homem, se saísse teria que deixar sua mulher e
filhos como propriedades de seu senhor, visto que por ele lhes fora dado,
conforme dizia a lei.

“Se o seu senhor lhe der mulher, e ela der a luz a filhos e filhas, a mulher e
seus filhos serão do seu senhor, e ele sairá sozinho” (Êxodo 21:4).

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Quando terminou de falar, o juiz concluiu sem mais delongas:

- “Se é assim, está feito, pode marcá-lo naquela porta ali senhor”, apontando
para uma porta de madeira no final do corredor que dava para os fundos.

Encerrada a sessão, os dois homens se levantaram e caminharam em direção


a porta indicada, enquanto o velho proprietário revirava a bolsa de couro, á
procura de sua sovela. O objeto era usado para selar o compromisso de
servidão, como mandava a lei:

“Então, o seu senhor levará aos juízes, e o fará chegar a porra ou á ombreira, e
o seu senhor furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre,
dizia a lei de Moisés” (Êxodo 21:6).

Sob a sombra de uma das paredes, entre a soleva pontiaguda e a porta de


madeira, a orelha do escravo era espremida até ser furada. E que furo! Era um
furo grande que certamente renderia ao escravo uma cicatriz para o resto da
vida. E aquele era o objeto do pacto: tornar evidente a decisão do servo. Com a
carne da orelha perfurada, o escravo tornava-se propriedade eterna de seu
senhor.

Unidos pelos laços da cruz sei que acabei de narrar um fato no mínimo
esquisito; mas era exatamente isto que acontecia no passado, quando um
servo resolvia se tornar escravo definitivo de um proprietário.

Nesse estilo de escravo, encontramos uma identidade, mais próxima do nosso


relacionamento com o Senhor, um escravo eterno! Logo na abertura de sua
epistola aos Filipenses, Paulo substitui o termo Apostolo, comumente usado
nas demais epístolas, pela palavra “servo”: “Paulo e Timóteo, servos de Cristo
Jesus”.

Neste texto Paulo utiliza mais a palavra “servo”, que é a palavra grega “doulos”.
Em inglês, esta palavra tem o sentido de um “escravo acorrentado”.

Se perfurarmos mais em sua raiz, descobriremos que o apóstolo está


interligando este termo à ideia do escravo da orelha furada, registrada em
Êxodo 21:6.

Ele pretende dizer que estava acorrentado a Jesus para sempre, mesmo que
fosse pelos laços de seu sofrimento. E não poderia ser diferente. Naquela
altura, segundo alguns relatos bíblicos, Paulo encontrava-se acorrentado no
sistema de esgoto da cidade de Filipos.

Olhando para estes fatos, eu vejo um servo inteiramente rendido, prostrado,


que não consegue enxergar outro horizonte além do quintal de seu senhor.

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10.2.3 - O servo se forma na fornalha

Depois do batismo, deserto Jesus começou a formar sua equipe.

Jo 1:35

“No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus
discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois
discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo
que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer
Mestre), onde assistes? Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram
onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou
menos a hora décima. Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que
tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o
seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer
Cristo), e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho
de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). No dia imediato,
resolveu Jesus partir para a Galiléia e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-
me. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. Filipe encontrou a
Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a
quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Perguntou-lhe
Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem
e vê. Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um
verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael: Donde me
conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando
estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho
de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse
que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás”
(João 1:35-50).

Este texto bíblico descreve o inicio da aproximação de Jesus dos apóstolos. A


maioria seguia João Batista que pregava o batismo de arrependimento. Assim
que os discípulos ouviram João chamar Jesus de Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo começaram a seguir Jesus.

André foi o primeiro a seguir Jesus e em seguida foi buscar a Pedro. Jesus
disse a Pedro no versículo 42: “Tu serás Cefas que quer dizer “Pedro”.

Como se forma um servo, como Jesus formou discípulos servos, à sua própria
imagem.

Um dos grandes desafios de Jesus foi deixar um time que fosse sua imagem e
semelhança, embaixadores capazes de representar seu Reino na terra.

Jesus escolhe os seus de forma interessante, cada um deles tem uma


experiência sobrenatural.

No caso de Natanael a sobrenaturalidade foi muito maior, segundo a tradição


da Igreja, na época que Herodes decretou que todos os primogênitos deveriam
ser mortos, o pai e a mãe de Natanael cavaram um buraco em baixo de uma

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figueira e esconderam Natanael nesse buraco e tapavam com folhas e foi por
isso que ele sobreviveu ao massacre feito por Herodes.

Então quando Jesus disse que o viu debaixo da figueira foi nessa situação e
creu que ele era o Messias, “Ele me viu em baixo da figueira” Esse homem de
coração hostil e irreverente, esse mesmo homem termina sua vida pregando o
evangelho na Rússia.

Natanael foi missionário na Rússia, morreu no Sul da Rússia, esquartejado.

Que métodos Jesus usou para transformar homens duros e insensíveis em


servos exemplos para todos nós?

Como Jesus escolhe os seus discípulos?

Jesus não escolheu para andar com ele aqueles que estavam aprendendo
teologia, ele escolheu aqueles que a olhos humanos eram os mais incapazes.
Escolheu rudes, nenhum deles estavam envolvidos com as coisas sagradas,
quase sem nenhum preparo. Mas Jesus viu caráter neles. Jesus nem sempre
escolhe o mais preparado, Ele vai escolher sempre os mais dispostos.

Além de estarem dispostos a servir, eles eram homens que, nas entrelinhas da
Bíblia, conseguimos identificar como homens santos e íntegros.

Em Atos dos Apóstolos Deus dá uma visão de um lençol descendo dos céus
com animais impuros para Pedro, dizendo: “Come”, e Pedro responde: "nunca
comi coisa impura" (Atos 10:9-16).

Então mesmo estando longe dos padrões da religião, eles procuravam fazer o
que era certo diante de Deus, ele tinha caráter. E Deus viu esta característica
de Pedro.

Pedro nunca teria uma oportunidade nas sinagogas, Deus estava observando e
quando Jesus vem para esse mundo Ele já sabia com quem podia contar.

João Batista era duro em seu discipulado, ele não facilitava para ninguém, não
escolhia palavras. Ele pré preparou os discípulos de Jesus.

Ele confrontava o pecado e por isso foi decapitado. João Batista foi o precursor
do ministério de Jesus e ajudou a formar os discípulos.

E a esses, Jesus escolheu...

Depois Deus chamou Paulo, assim como Isaías, muito culto e teve uma
formação excepcional.

Mas nesses, o que atraiu Jesus foi o caráter, os dons atraem o mundo, o
caráter atrai Deus. O caráter de Jesus é o caráter do servo. Jesus viu servos.

Simão Pedro tu és Céfas.

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Simão que significa poeira e Cefas ou Pedro significa Pedra. Deus pegou
Pedro que era pó, mas avisou: “Você será Pedra!”. O pó você não vê, a pedra
você vê. Se ele não fosse chamado por Jesus, ninguém lembraria dele.

Somos pedras, chamados por Deus, e a pedra precisa ser trabalhada.

Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos. E quem são os escolhidos?


Os que escolhem ouvir essa chamada.

Nós somos pedra. E o que precisa acontecer com essa pedra bruta?

Em Êxodo 26 temos uma descrição dos elementos para a construção do


Tabernáculo. Temos uma impressão que algumas coisas se aplicam em nossa
vida, nós somos o Tabernáculo. Para ele se tornar a habitação de Deus, ele
teve que ser construído.

Hoje o Tabernáculo é você, o Tabernáculo tem que ser construído.

Deus coloca uma plaquinha: “Estou formando você”.

O Artista.

Vemos que o Tabernáculo foi feito por um homem que e recebeu de Deus uma
capacidade artística fora do comum e esse Bezalel filho de Uri, trabalhou para
que as especificações dadas por Deus saíssem do papel e se tornassem algo
real.

“E o Tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e azul, púrpura, e


carmesim; com querubins as farás de obra esmerada” (Êxodo 26:1).

Deus habilita essa pessoa com uma capacidade fora do normal entre outros
que trabalharam com ele.

“Fez, pois, Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o
SENHOR tinha ordenado a Moisés. E com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da
tribo de Dã, um mestre de obra, e engenhoso artífice, e bordador em azul, e em
púrpura e em carmesim e em linho fino” (Êxodo 38:23-24).

O Tabernáculo era formado por esses elementos, cortinas de linho fino torcido,
azul, púrpura e carmesim. Dentro de cada um de nós há também um artista,
um engenhoso artífice, trabalhando para edificar em nós esse Tabernáculo
para que a presença de Deus seja mais viva.

E com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, um mestre de obra, e


engenhoso artífice, e bordador em azul, e em púrpura e em carmesim e em
linho fino.Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber, o
ouro da oferta, foi vinte e nove talentos e setecentos e trinta ciclos, conforme
ao ciclo do santuário; (Êxodo 38:23-24).

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Dentro de você, o artista, O Espírito Santo, que vai trabalhar essa pedra,
esculpindo a imagem de Jesus, o servo, usando um martelo (a Bíblia). Quanto
mais dura for a Pedra, mais martelada ela toma.

Como transformar alguém arrogante, rebelde, presunçoso, vaidoso,


individualista, egoísta, soberbo, independente, selvagem, mentiroso,
manipulador, ressentido, insensível, em servo?

Quanto mais servo somos, mais parecidos com Jesus. O escultor, o Espírito
Santo, só sabe esculpir Jesus. O que ele precisa de nós é toda a liberdade
para trabalhar. Se você aceitar, obedecer e decidir se tornar a imagem do
servo, será cada vez mais parecido com Jesus.

Aceitamos Jesus, estamos salvos. Mas como chegaremos ao céu? Se nos


deixarmos moldar, chegaremos lá parecido com Jesus.

Há muitos exemplos que nos enriquecem:

Jesus falava de si mesmo, Ele era o exemplo, Ele ensinou os discípulos assim,
com autoridade delegada por Deus. Jesus transformou doze pedras em servos,
ele ensinava fazendo. Aprenda servir, pois seu mestre é um servo.

Paulo falava de si mesmo. “Sede meus imitadores como sou de Cristo”

Ex1: Até o século passado a Perseguição ao evangelho na Rússia foi


intensa, naquela época houve uma perseguição anunciada. Alguns cristãos
começaram a ter visões que viria um dragão do leste e que acabaria com o
cristianismo.

Muitos cristãos crendo nisso começaram a sair de lá e ir para outros lugares


inclusive para o Brasil. Um pastor conta que viu esse dragão vermelho
entrando e ele disse que a crise foi tão séria que sete milhões de pessoas, só
na Ucrânia, morreram de fome.

Contou também que ele via os vizinhos morrerem no quintal de suas casas e
não tinha ninguém com força para enterrar. E ele teve que comer grama para
não morrer.

Os comunistas levavam os pastores para Sibéria para morrer de frio, lá eles


eram torturados. Essa era a mentalidade do comunismo. O comunismo
perseguia os evangélicos.

A entrada de Bíblia na Ucrânia, Rússia e Polônia era feita por contrabando. O


pastor Dimitri mandou cinco mil Bíblias para Rússia, Polônia e Ucrânia, em
suas respectivas línguas.

E depois foi convidado a plantar igrejas lá e eles aos 82 anos começou a


viajar para Ucrânia para plantar igrejas. Ele já plantou vinte igrejas e batizou
mais de 550 pessoas, até hoje ele vai prega e faz a obra, em um dia faz oito

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cultos. Hoje ele tem 87 anos ou mais e continua fazendo a obra de Deus.

Um evangelista no final do século passado foi preso por contrabandear


Bíblias, e o colocaram na cela de um assassino frio que matava todos que
colocavam ali.

Puseram o evangelista lá para morrer, o evangelista pediu três dias para o


assassino antes de ser morto e pregou para ele os três dias. No terceiro dia o
assassino disse: se você me mostrar Jesus eu não vou te matar. Quando ele
ia ser morto perguntou: “Mas você não quer receber Jesus mesmo me
matando?” O assassino respondeu: “Se Jesus for como você é, então eu
quero”.

Jesus pode trabalhar, pode esculpir e martelar!!!

10.2.4 - É um processo doloroso, é o servo na fornalha.

Não tem como não doer, não tem como ser diferente, o fogo queima e purifica.

- Sadraque, Mesaque e Abdnego, estiveram numa fornalha sete vezes mais


quente, os homens que foram acendê-la morreram queimados.

- Há momentos em que sendo profundamente tratado por Deus, quando você


pensa que vai melhorar, piora, a pressão aumenta, o calor aumenta. Tem
que ser assim, nós somos maus, o servo tem que ser formado em nós.

Isso significa enfermidade, humilhação, perseguição, privação, falta...

As motivações precisam ser mudadas, temos que descer à casa do oleiro...

Linho retorcido no Tabernáculo, linho fala do caráter humano, do homem


Jesus, transformado pelo artista. Linho retorcido fala das pressões, dos
momentos em que quase desistimos, é retorcido. Esse é o caminho da
formação do servo, do vencedor, do herdeiro. Jesus aprendeu a obediência
pelo sofrimento.

Quando murmuramos o processo se interrompe.

Em Mateus 13 fala de uma pérola valiosa, para a pérola ser formada a ostra
tem que ser ferida, é necessário esse ferimento em nós, o propósito é formar
uma pérola dessa pedra.

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“Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca


boas pérolas” (Mateus 13:45).

O negociante vendeu tudo para comprar uma pérola.

Simão era pó, depois pedra, mas essa pedra precisava ser trabalhada:
impulsivo, impaciente, inconstante.

Muitas coisas em Pedro precisavam ser mudadas, em três anos Jesus teve
que chamar muito a atenção de Pedro, Ele teve três anos para mudar Pedro,
até que chegou um momento em que Pedro teve que ser peneirado, aos ser
levado ao seu limite, ele nega Jesus três vezes, com isso ele aprende
humildade, obediência, dependência de Deus, Pedro é esmiuçado.

Se você não se lançar sobre a Pedra, a Pedra será lançada sobre você!

Quando Pedro está a ponto de desistir, Jesus aparece ressurreto. Os


discípulos estão pescando e não conseguiram nada o dia inteiro.

Quando Jesus pede para lançarem a rede novamente, eles pescam 153
grandes peixes. Alguns dizem que este número também representa os 153
discípulos fieis que Jesus formou.

Quando Pedro vê que era Jesus ele pula do barco e sai nadando com o
sentimento de “Eu fracassei”, ali Jesus prepara um alimento para Pedro.

Só vemos duas fogueiras mencionadas no Novo Testamento, uma é quando


Pedro é restaurado por Jesus e a outra é quando Paulo sofre um naufrágio e
vai para em uma ilha.

Tinha que ter fogo, ali ele é tratado e restaurado.

Temos que nos submeter aos golpes do martelo por amor.

Você será provado. A medida certa para o servo é o quanto ele ama, o quanto
seus gestos refletem a compaixão de Jesus.

Jesus compadeceu-se das multidões e as curava, Ele servia. Quando vemos


alguém que precisa, nos compadecemos.

“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles,


e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo” (Mateus 9:35).

A palavra compaixão é a mesma palavra grega para ventre, frio na barriga.


Havia uma contorção, uma revolução, seus intestinos se contorciam quando via
alguém que precisava, algum perdido, aí Jesus servia.

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Exemplo: Há uma semelhança entre José e Jesus, 40 o número da perfeição.


São 40 traços que você encontra em José e também em Jesus.

José era Judeu, foi vendido como escravo, foi rejeitado pelos seus, foi para o
Egito servir os gentios, salvar os gentios para no fim da história a família “Os
judeus” voltarem para estar com José e serem salvos.

Jesus veio para salvar os Judeus, serviu os gentios e voltará para ter um
tempo com Judeus e salvá-los.

José era a escultura perfeita de Jesus, mesmo sendo vendido como escravo
por ser servo se tornou numa figura perfeita de Jesus.

Quando a pedra é esculpida, alguém olha e vê Jesus.

Há um escultor dentro e você. Que pode restaurar até a obra destruída. Jesus
é um restaurador e vai terminar a boa obra que ele começou

Exemplo: Uma mulher tinha um lenço de seda chinês raríssimo, só que na


mesa tinha um vidro de tinta, a criança bateu o braço e sujou o lenço.

A amiga levou para o restaurador, que pintou uma obra ainda mais perfeita,
até o ultimo dia ele estará fazendo essa obra.

Deus trabalhou naquele que era pó. Simão estavam escritos os 12 nomes dos
doze apóstolos do cordeiro, ele que era pó, agora é fundamento da cidade
celestial.

"E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro" (Apocalipse 21:14).

Como as pedras preciosas se formam? Nas profundezas se formam os


diamantes mais perfeitos.

Somos transformados de Glória em Glória. Nos momentos que estamos na


fornalha confiamos em Deus e temos experiências tremendas com Deus.

10.2.5 - Servir com excelência

Daniel foi o servo de Deus, e sobre ele estava o espírito de excelência.

Servir com excelência é o caminho da promoção é a diferença do ordinário


para o extraordinário. O ordinário é o comum, o extraordinário é o que faz com
paixão. Servo que serve com excelência prepara o seu próprio caminho para
promoção.

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Exemplo: Peculiaridades entre Daniel e José no Egito, não foi relaxado,


relapso, preguiçoso, procrastinador, desleixado...

Murmurador, ingrato, magoado, não permitiram que o passado atrapalhasse


seus o futuro. Sabiam que Deus estava fazendo algo.

Mesmo nas funções mais humildes, fizeram o seu melhor, como que fazendo
a Deus como nos ensina Colossenses 3:22

“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não


servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em
simplicidade de coração, temendo a Deus” (Colossenses 3:22).

Quem é o Servo? Faz para Deus e não para os homens.

Daniel chegou a Babilônia como despojo, como escravo, por não se contaminar
com os manjares do Rei e pelo Espírito de Deus estar sobre ele, serviu com
excelência e foi colocado em posição de honra e influência no palácio.

"Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque


nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o
reino" (Daniel 6:3).

Qual o significado de “excelência”?

10.2.6 - Todos nós queremos servir a Deus com excelência.

Naturalmente, excelência é fazer bem feito, com arte, beleza, criatividade,


técnica e da melhor forma. Mas, para Deus, o melhor não é necessariamente o
campeão, ou que ganhou a medalha, reconhecido por todos. Para Deus, o
melhor é o melhor que você pode fazer por Ele.

Deus só aceita aquilo que é feito com excelência. Pode até parecer que sim,
mas não é possível servi-lo de outra forma, somente com excelência.

A gloria de Deus não se associa com uma obra relaxada!

A Palavra do Senhor diz em Malaquias que qualquer homem que viesse


oferecer algo a Deus, e no Velho Testamento oferecer algo a Deus era
sinônimo de oferecer sacrifício, deveria oferecer o melhor.

A Palavra diz que qualquer que, tendo no seu rebanho, macho sem defeito,
promete e oferece para Deus outro com defeito, o que não era o melhor, este
não é aceitável diante de Deus.

Por isso, Deus só aceita o melhor do rebanho, a melhor rês, o macho


campeão. O Senhor só aceita se for oferecido o melhor, com excelência.

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Se eu vou pregar, tenho que fazer o meu melhor. Tenho que me preparar,
preparar a pregação, estudar, pesquisar, buscar revelação, carimbar os
tesouros de cada texto.

Ao adorar, vou oferecer o melhor, vou ensaiar, afinar os instrumentos, vou me


entregar. Você sabe quando a unção de Deus vem no nosso meio? Quando
nós lhe ministramos o nosso melhor louvor. Isso é perceptível em nossas vidas.

“Bucar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo vosso coração”


(Jeremias 29:13)

Ora, todo o vosso coração é a excelência. Qualquer coisa menos que todo
vosso coração, para Deus, não é excelência, e Ele não aceita.

Quando você vai ao culto, você pensa: “Hoje eu vou louvar a Deus com todo o
meu ser, vou cantar o meu melhor a Ele, com a maior força e empenho que eu
tiver”. Se sim, pode ter certeza, depois de alguns minutos, a glória de Deus virá
no meio do povo. Ou, diferente desse pensamento, você vai a uma reunião em
que as pessoas cantam para constar, porque estão esperando chegar a hora
da Palavra? Não espere a glória de Deus nesse lugar.

A glória de Deus é sinônimo de excelência. Deus não mistura sua glória com
mercadoria de segunda, com nada que não tenha o selo da qualidade do céu.

O Senhor não mistura sua glória com nada feito para constar. Ela só pode ser
associada com aquilo que é o melhor, pois é a sua presença manifesta.

Tudo que se faz para Deus tem que ser feito com excelência.

Não tem haver com a quantidade e qualidade de equipamento, podemos não


ter instrumento algum, talvez apenas um violão só para dar o tom, e o lugar se
tornar tão cheio de unção que chegue a tremer.

Porque excelência não é conceito humano, não tente avaliá-la, dizendo que
algo é excelente, sob uma ótica humana, ou apenas porque tem uma
aparência.

Aparência exterior para Deus significa nada.

Exemplo: Os fariseus eram exteriormente excelentes, tinham uma aparência


excelente, eram limpos, organizados, perfumados, quase santos, mas qual
era o veredicto de Jesus a eles?

- Sepulcro caiado: um túmulo pintado de branco por fora, mas cheio de


vermes por dentro, carne em decomposição, ossos velhos. Por dentro não há
nada que preste.

O que Deus olha? O mármore por fora ou a vida por dentro?

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Deus irá olhar o que há dentro de nós.

Não avalie segundo a aparência, não diga que algo é excelente devido à
aparência.

A verdadeira excelência é a presença de Deus, é a unção.

Claro que isso não é desculpa para fazer coisas mal feitas, para sermos
relaxados. Não! Porque a glória de Deus não se associa ao relaxo, a falta de
zelo ou com o mais ou menos.

Mas se no seu rebanho, o melhor que você tem é aquele pangaré que mal
consegue ficar em pé, então é nele que virá a glória de Deus. Agora, se você
tem um campeão no seu rebanho, então dê esse, porque o Senhor não aceita
menos do que o melhor. Isso é excelência.

Igreja é igual a família:

- Temos famílias ricas, classe média e pobres.

- Na vida da igreja também é assim. Temos igrejas ricas e igrejas pobres.

- Temos igrejas numerosas, como algumas famílias são, e temos famílias


pequenas.

- É assim que acontece, mas são todas famílias e cada uma tem que viver de
acordo com o seu orçamento, com aquilo que Deus deu.

Você vai trabalhar com o que tem.

Dentro de suas possibilidades e condições, tem que ser o melhor.

Não se compare a ninguém. Quero que essa Palavra conforte o seu coração:

- Toda comparação é maligna.

- Toda comparação evoca e desperta a carne.

- Não se compare com ninguém, apenas avalie o seu melhor.

- O que você poderia fazer de melhor?

- O que você poderia fazer com todo o seu empenho?

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- O que você está fazendo se enquadra nesse nível?

- Se for o seu melhor, alegre-se, porque a glória de Deus virá sobre você,
esteja você onde estiver.

Exemplo: Há igrejas, em que no departamento infantil, as tias fazem recortes,


criam outras ilustrações, encadernam e usam em seu trabalho com crianças.
Elas não têm nem acesso a uma impressora colorida, nem fotocopiadora
colorida, mas elas querem ensinar e fazer o melhor.

O importante é o veredicto de Deus. Ele não está baseado na aparência.

Eu quero ouvir o elogio dele: “Servo bom e fiel”. Ouvi-lo dizendo: “Isso é bom,
tudo o que você fez é bom”.

Aos olhos de outro, pode ser que não fosse tão bom, mas quero ouvir o Senhor
falar: “Isso é bom porque foi o seu melhor e está associado com a minha
presença e a minha glória”.

A glória de Deus é excelência. A excelência na formosura é a glória de Deus.

A excelência começa no zelo, no fazer o melhor, e na dedicação, mas ela


termina na manifestação da presença de Deus.

Pois a manifestação da glória significa que houve a aprovação de Deus. E, se


Ele aprovar, interessa o que o homem diz?

Agora, o que adianta ter algo lindo, tecnológico, iluminado, impactante do


ponto de vista visual, um verdadeiro show, mas sem o selo da presença?

- Se não há o selo da presença de Deus.

- Se não há a assinatura dele, não há glória.

- É o melhor que o homem faz, mas ainda não tem excelência, porque a
excelência só começa onde o homem termina.

- Ela é o selo da presença de Deus. Nós nos importamos com a presença


dele.

Gostamos de projetor, multimídia, computador, telão de LED, mas nada disso


traz a glória.

Não importa se preparamos sua pregação num Mac ou usando uma caneta Bic

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mordida na ponta, se prega com o Ipad ou uma folha de guardanapo, se ao


preparar o sermão fizermos o nosso melhor, a glória de Deus estará ali.

Pode ser com letra de rabisco, podemos escrever ilegivelmente, mas se


fizermos o nosso melhor, quando abrir a nossa boca precisa ter o selo de
Deus. Isso é bom!

Exemplo: pregadores sem cultura, falando errado, mas o fogo está ali, outros,
tantas palavras difíceis, tanta exibição de conhecimento e é aquela geladeira.

Excelência e a presença são a unção de Deus, o poder dele agindo:

- Quando é apenas um homem quem faz, por melhor que seja, ainda não é
excelência.

- Se for só um ensaio, é só parte do homem, mas para ter excelência, depois


disso, deve haver algo mais da parte de Deus, a unção dele.

Se a unção dele não vier, qual a diferença entre uma dança da nossa igreja e
uma dança do mundo? Não é uma questão de estilo, é como eu faço. O que
me faz diferente do mundo é a nuvem de glória que está sobre mim.

Eu sou a sarça. Podemos ser uma sarça como qualquer outra, apenas uma
árvore retorcida, iguais a essas que vemos no cerrado, idênticas a milhares de
outras que existem.

Todavia, se tiver um fogo queimando em nós, isso é glória de Deus.

É isto que faz a diferença: o fogo na sarça. Não interessa se a sarça foi limpa,
envernizada, borrifada, não interessa o enfeite que você colocou. O que
interessa é: na sarça tem o fogo da presença de Deus.

Exemplo: Quando chego a uma Igreja Bola de Neve, a primeira coisa que
procuro é o fogo no altar.

Os pastores me levam para passear pelos departamentos, falam da


decoração, é muito bom ver o capricho, mas o que trás a excelência é a
unção, a glória de Deus. É Deus dizendo: "eu aprovo e respaldo essa obra".

Excelência é ter o selo de Deus.

Exemplo: Não tem nada a ver se lá em Angra dos Reis você tem ou não um
bom datashow.

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Não tem nada a ver se você se formou em Harvard ou no Major Arci.

Se você toca com um violão Giannini ou com uma guitarra Fender.

Se você cresceu comendo biscoitinho amanteigado da Kopenhagen ou


raspadinha que a vizinha fazia com água do chuveiro.

O que realmente importa é se no seu trabalho, na obra em que você está


edificando, há o selo de Deus, se Ele diz: “Eu vou associar a minha glória a
isso aqui, porque isso é bom”. É isso o que faz a diferença: a presença de
Deus.

A excelência vem quando fazemos o que não poderíamos fazer sem Deus:

- Portanto, só é excelente quando é impossível ao homem.

- Se o que você faz é só o que é possível, isso não é excelência.

Eu posso pregar usando todas as técnicas da retórica e oratória, isso é o que


homem pode fazer:

- Mas, se em algum momento dessa pregação alguém for tocado, seus olhos
encherem de lágrimas, o seu espírito entrar em erupção, conectando-se aos
céus e indo a Deus. É sinal que é obra exclusiva de Deus, pois é algo que
eu, naturalmente, não posso fazer.

Não é errado usar a melhor retórica, a melhor técnica, só que isso é o limite do
homem.

Excelência significa ir além do limite, é quando o que você fala se torna Palavra
de Deus no coração de quem ouve. Isso é excelência.

É o mesmo para quem canta. Você pode cantar afinado, bonito, melódico,
com técnica, até com emoção e sentimento, mas só vai ser excelente se
você fizer algo sobrenatural:

- Se você cantar e as pessoas ouvirem anjos cantando junto com você.

- E, de alguma maneira, aquela música entrar em sua alma e te levar até


Deus.

- Quando isso acontecer, você foi além do natural.

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Quem pode fazer isso? Ninguém. Por isso é excelência, é Deus quem faz
através de você. Se a nossa obra é só aquilo que eu posso fazer, ainda não há
excelência. Excelência é aquilo que excede a capacidade humana.

Há muitas expressões de glória na Palavra de Deus, porque glória é


excelência:

- Havia glória na face de Moisés, que era obrigado a colocar um véu.

- Havia glória na face de Estevão, que as pessoas viram como um anjo, diz a
Bíblia. Isso é glória.

- Havia glória no Monte Sinai, onde ninguém podia chegar perto, pois havia
trovões, relâmpagos e vozes.

- Havia uma nuvem de glória no templo. Era a chamada Shekinnah, a nuvem


da presença de Deus, que ninguém podia se conter, ou ficar em pé no
templo, e, às vezes, nem mesmo entrar, porque a nuvem da glória estava
presente.

- Há glória quando Davi vence a Golias, quando um garoto, que não podia
por si vencer o gigante, o derruba com uma pedra na testa. Aquele que é
especialista em guerra, que tem todas as armas, morre com uma pedrada.
Isso é glória. Não tem glória brilhante, mas tem glória nos céus.

- Há glória quando o menor vence o maior, quando o impossível, o


improvável, acontece. Isso é glória. Glória é alguém pregado na cruz
declarando: “Eu venci o mundo e vocês o vencerão também”. Isso é glória.

- Há glória quando todo mundo diz que é derrota e Deus diz que é vitória.

- Há glória quando as muralhas de Jericó caem. Caem não porque o povo


tem retro escavadeiras, bombas e mísseis. Caem apenas porque gritam
diante de Deus e o Senhor diz: “Isso é bom, esse grito é bom, eu vou!” E,
quando Ele vem, nada o suporta.

- É glória dois homens estarem cantando em uma cadeia de madrugada e


nem se lembram direito a letra do corinho, mas aquela música chega até
Deus. Eles estão cantando e a plateia deles é constituída de vários
marginais, mas eles não sabem que há um a mais ouvindo, que é o próprio
Deus. E, em um momento, Deus fala que vai entrar no refrão do corinho. E
quando o Senhor canta os montes tremem. Os mares rugiram e na hora que
Deus entrou no refrão, junto a Paulo e Silas, a prisão tremeu e as cadeias
abriram.

Tudo porque Deus resolveu que valia a pena cantar em conjunto com aqueles
dois homens. Deus só associa a sua glória com aquilo que é feito de todo

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coração a Ele.

Para isso, tem que ser o melhor. Quando você vem servir, venha para dar o
melhor. Quando vier para ouvir ou fazer, venha para ouvir ou fazer o melhor.

Não interessa o que seja, faça de todo coração, que o Senhor irá associar a
presença dele.

A glória é a manifestação da presença e do poder de Deus. É Deus


descendo à terra.

Seja um líder cheio de glória, porque a luz de Deus vai escapar de lá e explodir
em todas as direções.

Não interessa o tamanho da sua igreja, Deus só associa a glória dele se for o
melhor que você pode fazer.

Exemplo: Nos Estados Unidos eles têm a melhor tecnologia, mas não dão o
melhor a Deus. Você vai ao culto nas igrejas, ninguém canta, eles assistem
alguém cantando. Você vai para ouvir uma pregação, ela dura no máximo 15
minutos, porque não podem cansar os santos. Eles não vão lá para dar o
melhor, apesar de terem para dar. Eles têm muita aparência, mas não têm o
melhor. Sabe o que acontece? Muitas vezes Deus não associa a sua glória a
eles.

E você vai aos lugares mais improváveis, aos lugares mais pobres e miseráveis
do mundo, ali eles estão fazendo o melhor para Deus; e, quando se faz o
melhor para Deus, Ele vem se juntar a eles, na festa e no trabalho deles.

Por isso, ignore a aparência exterior das coisas. Eu lhe desafio a não ficar
preso ao que você vê, mas a voltar-se exclusivamente para isto: “Eu vou fazer
o meu melhor”. E, ao fazer o meu melhor, eu quero que a glória de Deus
venha, seja na célula, na dança, na música, nos instrumentos.

Seja liderando, pregando, ensinando nas salas de aula, trabalhando, comendo,


bebendo, jogando bola, na praia, fazendo o que for, faça para Deus e fala de
todo o coração, porque quando você fizer a Ele, a glória do Senhor virá onde
você estiver. Deus não tem preconceito com o lugar, Ele não tem problemas
com os métodos, Ele vai onde há corações intensos para Ele, porque o Senhor
não olha a aparência, mas o coração.

Pare de encarar certas coisas como se fossem mais importantes do que


outras, porque para o Senhor não há diferença:

- Alguns pensam que pregar no púlpito da igreja é importante e liderar

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crianças não é tão importante.

- Cuidado com isso, se nós queremos ver a glória de Deus, não interessa
quem é o beneficiário.

- Não interessa se é um trabalho feito com idosos, com jovens, com casais,
não analfabetos, com empresários ou com crianças, não interessa com quem
é o trabalho, o que interessa é para quem é o trabalho.

Nós trabalhamos com homens, mas no final trabalhamos para Deus. Por isso,
faça o que fizer, faça para Deus.

Quem faz para Deus tem glória. Não tem melhor nem maior glória do que saber
que Deus está comigo e, enquanto eu falo, Ele confirma minhas palavras.

Então Ele se alegra, porque isso é bom. É por isso que Ele é o amém. Uma
igreja tem glória quando tudo é feito assim.

Eu, às vezes, pego no pé dos pastores e líderes, por quê?

- Porque algumas coisas vão perdendo a intensidade.

- Com o passar dos anos, perdendo a glória.

- Por que isso acontece? “Ah, pastor, o povo está acostumado”.

- Há algumas coisas com as quais não há como se acostumar;

- Ninguém acostuma com choques elétricos.

- Se você tentar se acostumar com eles, você morre.

Talvez seja a coisa mais próxima da glória de Deus, da presença e da vida


dele:

- Se você se acostuma com o choque você morre.

- Se o choque gruda é porque a potência é grande, mas, se eu pego no


chuveiro e faz apenas uma cocegazinha, esse choque é bobagem.

- Há choques fortes e outros fracos. Sabe com qual nos acostumamos?


Choque fraco!

- Por que ninguém se incomoda com o choque que leva no banheiro todos os
dias ao tomar banho? Porque se acostumou com ele, mas sabe por que isso

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INSTITUTO GLOBAL

aconteceu? Porque é fraco.

Basta um dia vir um choque para valer que, no outro dia, você desmonta o
banheiro, mas aquele choque não acontece de novo.

- A mesma coisa acontece na igreja. Por que nós nos acostumamos com as
coisas na igreja? Porque o choque é muito leve, nós só acostumamos porque
a glória é pequena.

Volte a fazer com excelência: cada vez que vem parece que é o primeiro
choque.

Cada choque que eu levo, parece que foi o primeiro. Eu assusto como se
nunca tivesse levado um antes. Você não se acostuma com a glória.

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