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16-10-2017

Plano de
Emergência
Interno
CURSO TÉCNICO SUPERIOR
DE SEGURANÇA E SAÚDE
NO TRABALHO

MÓDULO 7 – DALILA VASCONCELOS

Elaborado por:
Marlene Madureira
Mélanie Cardoso
PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

ÍNDICE
INTRODUÇÃO_____________________________________________________PAG.3
1) CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
1.1) LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA____________________________________PAG.4
1.2) DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES__________________________________PAG.5
1.3) IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE FONSTES DE ENERGIA___________PAG.6
1.4) EQUIPAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS_______________________PAG.6
2) REGISTO DE RISCOS
2.1) RISCOS INTERNOS____________________________________________PAG.7
2.2) RISCOS EXTERNOS____________________________________________PAG.8
3) LEVANTAMENTO DE MEIOS E RECURSOS
3.1) EQUIPAMENTOS DE PRIMEIRA INTERVENÇÃO_____________________ PAG.9
3.2) SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO E SINALIZAÇÃO_______________________PAG.10
3.3) MEIOS DE DETEÇÃO, ALARME E ALERTA__________________________PAG.11
3.4) MEIOS AUTOMÁTICOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO_________________PAG.11
4) PLANO DE EMERGÊNCIA
4.1) ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA________________________________PAG.12
4.2) PLANO DE AÇÃO_____________________________________________PAG.13
4.3) PLANO DE EVACUAÇÃO_______________________________________PAG.15
5) CONSIDERAÇÕES FINAIS__________________________________________PAG.16
ANEXOS

MARLENE MADUREIRA & MÉLANIE CARDOSO 2


PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

INTRODUÇÃO
Este documento foi desenvolvido no âmbito do Módulo 7 “Organização de
Emergência”, pertencente ao curso de Técnico Superior de Segurança no Trabalho,
lecionado na escola de formação Ciência e Letras, onde foi proposto aos formandos a
elaboração de um trabalho de avaliação de conclusão do módulo, relacionado com a
elaboração de um Plano de Emergência Interno de um determinado estabelecimento.
Este trabalho foi desenvolvido seguindo os pressupostos apresentados no decreto-lei
220/2008 de 12 de novembro, alterado pelo decreto-lei 224/2015 de 9 de outubro, e
na portaria 1532/2008 de 29 de dezembro,
Segundo, o Serviço Nacional de Proteção Civil, entende-se por Plano de Emergência
Interno uma sistematização de um conjunto de normas e regras de procedimento,
destinados a minimizar os efeitos das catástrofes que se prevê que possam vir a
ocorrer, em determinadas áreas, gerindo, de uma forma otimizada, os recursos
disponíveis. Isto é, um documento que descreve a forma como as pessoas e os bens
deverão ser protegidos, em caso de catástrofes, calamidades ou acidentes graves.
Podemos assim dizer que um Plano de Emergência Interno traduz esforços
coordenados de prevenção, quando criamos condições para que os acidentes não
ocorram, e de planeamento quando antecipadamente fornecemos informações sobre
procedimentos concretos a tomar em situações específicas de emergência. Este PEI
visa a organização dos meios humanos e materiais existentes num café para que na
eventualidade da ocorrência de uma emergência, estejam reunidas todas as condições
de forma a garantir a salvaguarda de pessoas e dos bens, tendo como objetivos:
✓ Conhecer os riscos potenciais existentes;
✓ Definir princípios, normas e regras de atuação em situação de emergência;
✓ Organizar os meios de socorro e prever missões que competem a cada um dos
intervenientes;
✓ Permitir desencadear ações oportunas, destinadas a minimizar as
consequências do sinistro;
✓ Evitar confusões, erros, atropelos e a duplicação de evacuações;
✓ Prever e organizar antecipadamente a evacuação e a intervenção.

De uma forma geral, para a implementação do Plano de Emergência, recomenda-se as


seguintes ações:

✓ Meios de alarme (botões de alarme e sirene);


✓ Implementação da sinalização e iluminação de emergência adequada;
✓ Formação do pessoal afeto às instalações intervenientes no Plano de
Emergência;
✓ Afixação das plantas de emergência;

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

✓ Realização de simulacros em conjunto com o Corpo de Bombeiros com


periodicidade anual.

1) CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

A Sousa & Silva Cafetaria, Lda. é um estabelecimento do tipo snack-bar que


desenvolve a sua atividade comercial na venda de pequenas refeições (salgados,
pastelaria, sopas) e na venda de bebidas, dentro do seu espaço ou para fora.

Identificação da empresa
Nome do estabelecimento Sousa & Silva Cafetaria, LDA
Morada Avenida António Domingues dos Santos Nº32
Código Postal 4460-282
Freguesia Senhora da Hora
Telefone 222 010 264
Responsável António Sousa
Tabela 1: Dados de identificação da empresa

Este estabelecimento tem no seu total 3 funcionários (tabela 2), que trabalham em
turnos e horário rotativo. Sendo o horário do estabelecimento o seguinte:

• Segunda a Sexta feira – 7:00H às 23:30H


• Sábados e Domingos – 8:00 H às 23.30H

Função Nome

Gerente António Sousa

Empregado Elias Silva

Empregado Verónica Pereira

Tabela 2: Dados de identificação da empresa

1.1) Localização Geográfica


O estabelecimento situa-se num edifício habitacional na Avenida António
Domingues dos Santos, pertencente à freguesia de Senhora da Hora, concelho de
Matosinhos, distrito do Porto, reunindo as melhores condições a nível de proximidade,
infraestruturas, e equipamentos e bem servido de transportes públicos.

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

Na figura 1 é possível observar que este se encontra num local de fácil


acessibilidade, e além de escadas possui também rampa de acesso para deficientes
motores. Para chegar ao local é possível utilizar duas vias, a Av. Fabril do Norte ou a
Av. António Domingues dos Santos, localizando-se a entrada do estabelecimento nesta
última.

Figura 1: Localização do estabelecimento em planta Fonte: Google Maps

As entidades a contactar para que seja prestado auxílio externo, numa situação de
emergência encontram-se na seguinte tabela (tabela 3):

Distância ao Tempo estimado do


Entidade Nº Telefone
estabelecimento (km) percurso (min)
Número Nacional de
112 - -
Emergência
Bombeiros Voluntários de
229380018 Cerca de 3Km 8 min
Leixões
GNR 229982940 Cerca de 6,4Km 12 min
Centro de Saúde da
229568537 Cerca de 0,8Km 2 min
Senhora da Hora
Hospital Pedro Hispano 229391000 Cerca de 1,9Km 6 min

Tabela 3: Números de emergência

1.2) Descrição das instalações


Situa-se no rés-do-chão de um edifício multifuncional, que se divide em lojas de
comércio e habitações, no entanto só conta com uma porta de entrada/saída
independente. O café é composto por um espaço amplo (1 só piso) e que se divide em

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um pequeno espaço destinado aos clientes onde encontramos mesas e cadeiras,


instalações sanitárias (feminino, masculino), e um pequeno espaço destinado aos
funcionários para a preparação e confeção de produtos. A altura do estabelecimento é
de cerca de 3m, mas inclui-se num edifício com cerca de 18m de altura. Conta com
uma área total de 70m2. Possui apenas um acesso de entrada e saída para o
estabelecimento.
O DL 220/2008 direciona as suas medidas de segurança contra incêndios a partir
das categorias de risco de incêndio afetas a cada utilização tipo (UT).
Nesse âmbito, surge a necessidade de enquadrar a ocupação em causa, com as
utilizações-tipo definidas no DL 220/2008. Baseado no tipo de atividade, na altura do
edifício e número de utentes do mesmo conclui-se que o café é uma UT
VII de 3ª categoria de risco (tabela 4).

Categoria de Risco Altura da UT Efetivo

3ª ≤25m ≤100m

Tabela 4: Classificação do estabelecimento

1.3) Identificação e localização das fontes de energia


A tabela 5 descreve a localização dos quadros elétricos:

Equipamento técnico Localização


Eletricidade Quadro elétrico geral Entrada do estabelecimento
Quadro elétrico secundário Cozinha

Tabela 5: Indicação das fontes de energia elétrica

1.4) Equipamentos de combate a incêndios


Relativamente ao combate e proteção contra incêndios, existe apenas um meio
material no estabelecimento. É um extintor de Pó ABC de 6 kg, e está situado perto das
instalações sanitárias e cozinha.
O extintor deve encontrar-se em condições de funcionamento, colocado na parede
devidamente sinalizado e desobstruído. O extintor deve ser ainda alvo de inspeção,
manutenção periodicamente.

2) REGISTO DE RISCOS

Para elaborar um plano de emergência é necessário considerar todos os cenários


possíveis de acontecer na instalação abordada, quer sejam de origem interna ou
externa à mesma.

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2.1) RISCOS INTERNOS

Os riscos internos são riscos agravados, passíveis de acontecer na instalação e com


origem dentro da mesma, que podem afetar não só os trabalhadores como também os
clientes nela presentes. Neste âmbito incluem-se os riscos inerentes a situações que
resultem em incêndio ou explosão, em inundação, em eletrização, intoxicação
alimentar, etc. (tabela 6).

Risco Probabilidade considerada


Incêndio e/o explosão Pouco provável
Inundação Pouco provável
Elétrico Provável
Acidentes vários Muito provável
Biológico Pouco provável

Tabela 6: Riscos internos e respetiva probabilidade de acontecerem

I – Risco de incêndio e/ou explosão

Os locais mais propícios a risco de incêndio e/ou explosão são a área de confeção de
alimentos e a entrada do estabelecimento. Não é usado gás neste estabelecimento.
Na cozinha, os equipamentos utilizados para a confeção de alimentos são elétricos.
Além da máquina do café, existe um forno elétrico, um exaustor, uma placa de grelhar
elétrica, um disco elétrico e uma panela de sopa elétrica. Existem também arcas de
bebidas e a máquina registadora. Qualquer um destes equipamentos apresenta risco
de incêndio por fonte elétrica.
Existem dois quadros elétricos, um deles localiza-se na entrada do estabelecimento,
atrás da porta de entrada (quando esta se encontra aberta) e o outro localiza-se na
parede por baixo do extrator de cheiros e por trás da placa de grelhar elétrica. Esta
segunda situação agrava o risco, dado que em caso de incêndio na placa de grelhar,
este pode alcançar imediatamente o quadro elétrico aí disposto.

II – Risco de inundação

O risco de inundação tem maior probabilidade de ocorrer em zonas onde existem


canalizações, ou seja, onde se localizam a banca e a máquina de lavar a loiça, nas casas
de banho e lavabos. Pode ser originada pelo rebentamento de um cano, desgaste das

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

junções, errado dimensionamento da rede, etc. Em caso de avaria, as arcas frigoríficas


poderão também originar inundações.

III – Risco elétrico

O risco elétrico refere-se à possibilidade de o trabalhador poder sentir uma


descarga elétrica (eletrização, eletrocussão) direta ou indiretamente, através de um
equipamento sobre tensão, um fio descarnado ou mau funcionamento do mesmo, etc.
Neste estabelecimento as fontes elétricas que sujeitam a risco elétrico são os quadros
elétricos, as tomadas, e todos os equipamentos elétricos existentes (arcas, disco,
placa, máquina de café, panela, caixa registadora, televisão). Caso a rede elétrica
interna não se encontre em bom estado de conservação ou não cumpra o
Regulamento Nacional de Eletricidade, pode aumentar o risco deste cenário.

IV – Acidentes vários

Associados a qualquer tipo de trabalho, existem uma série de riscos que podem
surgir da realização de atividades simples e rotineiras, como quedas ao mesmo nível,
queimaduras, cortes, traumatismos, etc.

V – Risco biológico

Através do manuseio e consumo de bebidas e alimentos, existe o risco de entrar em


contacto com algum agente biológico (parasita, bactéria, vírus ou fungo) e contrair
uma irritação ou intoxicação alimentar. Relativamente à transmissão de doenças vírias
(como gripes, etc.), o espaço é bem ventilado.

2.2) RISCOS EXTERNOS

Os riscos externos serão aqueles a que os trabalhadores e clientes do


estabelecimento estarão expostos, mas que não terão origem no mesmo, ou seja,
serão de origem externa, como atividade sísmica, condições atmosféricas adversas,
ocorrência de incêndio no prédio no qual o estabelecimento está inserido, etc.

I – Ocorrência de sismo

Geograficamente, o lugar onde este estabelecimento se localiza não apresenta


historial sísmico preocupante. Mas sendo um risco de origem natural e imprevisível,
consideramos a possibilidade da sua ocorrência. A destacar que apesar de ser um

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

acontecimento improvável, as suas consequências são gravosas para a vida humana e


de custo elevado:

➢ Queda de objetos, móveis;


➢ Rebentamento de instalações de canalização;
➢ Inutilização parcial ou total da rede elétrica;
➢ Incêndios e/ou explosões;
➢ Desmoronamento parcial ou total do edifício;
➢ Soterramento.

II – Descargas atmosféricas

Apesar de no inverno ser frequente a ocorrência de trovoadas, não é uma zona que
seja fustigada por tempestades de trovoadas, sendo que a consequência mais
frequente é a falha de energia.

3) LEVANTAMENTO DE MEIOS E RECURSOS

Consideram-se meios e recursos os equipamentos existentes neste estabelecimento


e que, numa situação de emergência, permitam às equipas internas intervir, de modo
a minimizar os efeitos dos acidentes que eventualmente possam surgir.

3.1) Equipamentos de primeira intervenção

Cenário I - Risco de Incêndio/Explosão


Relativamente ao combate e proteção contra incêndios, existe apenas um meio
material no estabelecimento. É um extintor portátil de Pó ABC de 6 kg, (tabela 6) e
está situado perto das instalações sanitárias e cozinha, numa zona de fácil de acesso e
com a adequada sinalização; no entanto encontra-se posicionado a uma altura de
1,50m. À data de elaboração deste plano, o extintor encontra-se dentro da validade.

Um Extintor de pó ABC, é utilizado para fogos que resultem de:

• Madeira sólida geralmente de origem orgânica (madeira, papel);


• Fogos que resultem da combustão de líquidos;
• Fogos que resultem da combustão de gases.

No entanto o risco de incêndio/explosão que se verifica no local é de natureza


elétrica, por isso proceder-se-á à alteração do agente extintor de pó ABC para o agente
dióxido de carbono, pois é o agente indicado para fogos desta categoria e o mais eficaz

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na remoção do oxigénio do fogo, eliminando um dos três elementos necessários para


um incêndio.
Dada a existência do quadro elétrico na saída do estabelecimento, será aconselhado
a aplicação de 2 unidades de extinção: 1 extintor de CO2 de 5Kg junto à cozinha e 1
extintor de CO2 de 2Kg junto ao quadro elétrico. Ambos os dispositivos têm de ser
colocados num suporte próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma altura de
1,20m a partir do solo. Também é aconselhável a colocação de uma manta ignífuga na
cozinha.

Cenário II - Inundação

Relativamente ao risco de inundação não temos nenhum meio de combate


associado, no entanto, aconselha-se a colocação de materiais absorventes em todas as
instalações sanitárias e cozinha.

Cenário III - Acidentes produzidos por corrente elétrica


Não existem meios de combate associados a este cenário. A atuação do socorrista
será determinante.

Cenário IV - Acidentes de trabalhos variados


Para as situações de emergência envolvendo acidentes pessoais a empresa possui
caixa de primeiros socorros. No entanto, perante este cenário a atuação do socorrista
será o fator determinante.

Cenário V – Risco Biológico


Utilização de luvas no manuseamento e consumo de bebidas e alimentos. Local
bem ventilado.

3.2) Sistemas de iluminação e sinalização


A iluminação do estabelecimento é maioritariamente luz natural, garantindo assim
um nível luminoso suficientemente visível para uma adequada evacuação. No entanto
é obrigatório a utilização de blocos permanentes ou de luz mantida apenas quando
sirva para iluminação de placas indicadoras de saída ou quando lhes sirva de suporte.
A saída de emergência está devidamente sinalizada, bem como o extintor, no
entanto deve-se proceder à alteração dos sinais para um material rígido e
luminescente.

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3.3) Meios de deteção, alarme e alerta


Não existem meios de deteção, alarme e alerta.
De acordo com o artigo 116º da portaria nº 1532/2008, todos os edifícios devem
estar providos com instalações que permitam detetar incêndios, e em casos de
emergências, difundir o alarme para os ocupantes do local, alertar os bombeiros e
acionar sistemas e equipamentos de segurança. Embora seja um local de pequenas
dimensões e apenas com uma única saída de emergência deve ser definido um sinal
sonoro de evacuação audível. Será implementado um sistema de alerta, de fácil
comunicação com os bombeiros da área e será disponibilizada uma lista com os
números de contacto dos organismos de apoio junto do telefone.

3.4) Meios automáticos de extinção de incêndios


Não existem meios automáticos de extinção de incêndio. Dada a área do
estabelecimento ser reduzida, não serão implementados meios de extinção
automática de incêndios.

4) PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

O plano de emergência interno é umas das medidas de autoproteção previstas para


uma UT VII de 3ª categoria, além dos registos de segurança, do plano de prevenção,
das ações de sensibilização e formação e da execução de simulacros (quadro I, artigo
198º, portaria 1532/2008,29 dezembro).

O plano de emergência interno, consiste num documento orientativo onde estão


descritas as diretrizes a seguir em caso de emergência. Segundo o artigo 205º da
portaria 1532/2008 de 29 de dezembro, o plano de emergência deve incluir os
seguintes itens:

• Definição da organização a adotar em caso de emergência;


• Organização das entidades (internas e externas) a contactar em situação de
emergência;
• Plano de ação;
• Plano de evacuação;
• Instruções de segurança (em anexo);
• Planta de emergência (em anexo).

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

4.1) ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA

Relativamente à organização de segurança, analisando o quadro XL do artigo 200º


da portaria 1935/2008,29 de dezembro, conclui-se que para uma UT VII de 3ª
categoria de risco, são necessários 5 elementos para fazer parte da estruturação da
equipa de segurança. No entanto, como o estabelecimento em questão apenas possui
3 funcionários e que não exercem funções simultaneamente, será necessário formar
os 3 funcionários como responsáveis de segurança para que fiquem aptos a exercer
todas as funções exigidas numa situação de emergência (tabela 7 e 8).

Alarme e alerta
Ativar plano de emergência
Contactar meios de emergência -Gerente
Responsável de
Primeira intervenção -Empregado
Segurança
Evacuação do edifício -Empregado
Corte de energia
Concentração e controlo

Tabela 7: Organização de funções geral de segurança em caso de emergência

Funções do Responsável de
Descrição
Segurança
Após a deteção de situação de risco, o responsável de segurança deverá
proceder à ativação do alarme. Este deverá ser sonoro e luminoso, e deverá
Ativar alarme e alerta
dar a conhecer a todos os que estão dentro do estabelecimento, que está a
ocorrer uma situação de emergência.

Após a ativação dos meios de alarme e alerta, o responsável de segurança


Ativar plano de emergência
prosseguirá com a ativação do plano de emergência: ação e evacuação.

Ativar meios de primeira O responsável deverá, em função da situação de emergência, decidir quais os
intervenção meios de intervenção imediata a utilizar (extintores, manta ignífuga, etc.)

O responsável deverá proceder com a evacuação de todas as pessoas que


estão dentro das instalações, assim que achar pertinente. Este deverá
Ativar meios de evacuação
também exercer a função de serra-filas, fazendo a verificação das instalações
sanitárias e ser o último a sair do estabelecimento.

Proceder ao contacto com os meios de emergência assim que possível; se não


Contactar meios de emergência for possível utilizar meios de primeira intervenção, evacuar e aguardar fora
das instalações.

Tabela 8: Descrição das funções do responsável de segurança

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

A tabela 9 apresenta os contactos de emergência e deverá estar afixada no


estabelecimento, em zona visível e de fácil acesso.

Distância ao Tempo estimado


Entidade Nº Telefone
estabelecimento (km) do percurso (min)

Número Nacional de Emergência 112 - -


Bombeiros Voluntários de
229380018 Cerca de 3Km 8 min
Leixões
GNR 229982940 Cerca de 6,4Km 12 min
Centro de Saúde da Senhora da
229568537 Cerca de 0,8Km 2 min
Hora
Hospital Pedro Hispano 229391000 Cerca de 1,9Km 6 min
Centro Distrital de Operação de
225322955 Cerca de 1,2 Km 4 min
Socorro do Porto

Tabela 9: Contactos de emergência a serem disponibilizados no estabelecimento

4.2) PLANO DE AÇÃO

Ao ocorrer um acidente, é necessário fazer uma correta avaliação do evento,


identificando as potenciais causas do mesmo, para que a intervenção em termos de
emergência seja mais eficaz. De forma a que seja mais fácil agir em caso de acidente,
evitando situações de pânico ou petrificação, devem ser disponibilizadas instruções de
segurança para os casos mais prováveis de ocorrer neste estabelecimento, ou seja,
procedimentos aconselhados a seguir em cada tipo de cenário anteriormente
mencionado (tabelas 10, 11, 12, 13 e 14).
Assim, após informação e formação acerca de como proceder em cada caso
específico, o responsável de segurança sentir-se-á mais capaz e todo o plano de ação
será realizado de forma eficiente e eficaz.

Cenário I - Incêndio/Explosão

Procedimento a seguir:
- Manter a calma;
- Evacuar estabelecimento;
- Contactar bombeiros;
- Identificar fonte de incêndio;
- Utilizar meios de 1ª intervenção - extintor disponível;
- Caso o incêndio não se extinga, abandonar o local de imediato;
- Deslocar-se baixado para evitar inalação de fumos;
- Se for possível, proceder ao corte de energia no quadro geral ao sair do estabelecimento;
- Aguardar pela ação dos bombeiros.
Tabela 10: Procedimento a seguir em caso de incêndio e/ou explosão

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

Cenário II – Inundação

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Proceder ao corte de energia caso haja perigo de algum elemento em tensão entrar em
contacto com a água;
Proceder ao corte de água do equipamento ou secção em questão;
Evacuar o estabelecimento se necessário;
Proceder à limpeza do local atingido com os meios disponíveis.

Tabela 11: Procedimento a seguir em caso de inundação

Cenário III - Eletrização

Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Proceder ao corte geral de energia;
Não tocar na vítima;
Evacuar o local exceto a vítima;
Contactar INEM;
Não dar de beber ou comer à vitima.

Tabela 12: Procedimento a seguir em caso de eletrização

Cenário IV - Acidentes de trabalhos variados


Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Em caso de acidente ligeiro, alcançar a caixa de primeiros socorros;
Em caso de acidente grave, contactar INEM;
Não tocar nem dar de beber à vitima.
Tabela 13: Procedimento a seguir em caso de intoxicação alimentar

Cenário V – Risco biológico


Procedimento a seguir:
Manter a calma;
Contactar INEM - CIAV (no caso de intoxicação).

Tabela 14: Procedimento a seguir em caso de intoxicação alimentar

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

Dada a improbabilidade de ocorrência de sismo e de descargas atmosféricas


anómalas, estes cenários não foram incluídos nesta secção. No entanto, em anexo,
existem instruções de segurança referentes a ambas as ocorrências.

4.3) PLANO DE EVACUAÇÃO

Procede-se com a evacuação do estabelecimento, se existirem condições nas quais


já não é seguro permanecer dentro do estabelecimento ou para afastar pessoas de
possíveis fontes de acidente ou acidentados. A evacuação consiste em retirar do
estabelecimento todos os seus ocupantes, devolvendo-lhes uma condição segura.
De forma geral, devem-se seguir os seguintes pressupostos (tabela 15):

- Ao ouvir alarme de evacuação, dirigir-se ordeiramente e com calma, à saída do


estabelecimento sinalizada para fins de emergência.
- Seguir instruções do responsável de segurança.
- Assistir os ocupantes com mobilidade reduzida.
- Não utilizar elevadores.
- No caso de existência de fumo, deslocar-se em posição baixa.
- Não regressar ao local.

Tabela 15: Pressupostos gerais de uma evacuação

No caso particular deste estabelecimento, em que a mesma pessoa terá de


desempenhar diversas funções numa situação de emergência, é importante que em
caso de necessidade de evacuação sejam dadas ordens claras da mesma aos ocupantes
do espaço, para que estes procedam à evacuação e o responsável possa continuar com
o plano de ação.
Estes deverão ser encaminhados para a saída do espaço, que estará sinalizado com
um sinal de emergência luminoso e de fácil identificação. O quadro XXIX do artigo 54º
da portaria 1532/2008 de 29 de dezembro refere que para um estabelecimento com
efetivo de 1 a 50 pessoas, é apenas necessário a existência de uma saída de
emergência. O artigo 56º (quadro XXXI) da portaria 1532/2008 define que a largura da
saída deve ser no mínimo de uma UP. Esta deverá ter uma porta que abra para o
sentido exterior.

É de extrema importância que a disposição de mesas e cadeiras dentro do


estabelecimento, não cause qualquer tipo de dificuldade em alcançar o caminho de
emergência a seguir. Este acesso deverá estar sempre desobstruído.

No anexo B está disposta a planta de emergência, contendo toda a sinalização de


emergência e marcação do plano de evacuação. Esta deverá estar afixada no
estabelecimento.

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PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É impreterível ter em consideração que um Plano de Emergência Interno não é um


documento de caráter estático, mas sim de atualização constante. Casos de alteração
da estrutura do edifício, da instalação de novos equipamentos de segurança,
alterações das vias e saídas de emergência, alteração da sinalização de emergência,
etc., deverão ser refletidos no PEI.

É aconselhado a execução de simulacros de preparação dos funcionários para as


situações de emergência.

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Anexo A
Fichas de instrução
Atuação em caso de Incêndio/explosão

• Assim que seja dado o alarme, proceder do seguinte modo:

Interceder imediatamente sobre o foco de incêndio usando os meios de


1
intervenção disponíveis;

Avisar os bombeiros;
2

Fechar as portas e janelas existentes no estabelecimento;


3

Comunicar às pessoas que se encontram nas instalações;


4

Mesmo que o incêndio já tenha sido dominado, chamar o corpo de bombeiros


5 para tomar conta da ocorrência e verificar se não há perigo de reativação do
fogo;

Armazenar convenientemente os resíduos de modo a encaminhá-los para um


6 local apropriado.
Atuação em caso de Inundação

Fazer o corte de energia elétrica se houver perigo de contacto de algum


1 elemento em tensão com a água;

Logo que se detete o derrame de água, fechar imediatamente a válvula da


2 máquina ou torneira em questão. Se for uma conduta que se encontre a
verter, fechar a válvula de segurança ou parcial;

Proceder à remoção da água com os meios disponíveis;


3

Armazenar convenientemente os resíduos de modo a encaminhá-los para um


4
local apropriado.
Atuação em caso de acidentes produzidos por corrente
elétrica

1 Cortar imediatamente a corrente elétrica retirando a ficha da tomada ou


desligue no quadro;

Não tocar na vitima com as mãos ou qualquer objeto húmido;


2

Em alternativa passe uma corda ou qualquer pano seco em volta dos pés ou
3 por debaixo dos braços da vitima e puxe-a.

Se a vitima se encontrar inconsciente, coloque-a na posição lateral de


4 segurança;

Se a vítima sofreu queimaduras ou se sente mal, chamar imediatamente o


socorrista da equipa de primeira inserção, que deverá realizar os primeiros
5 socorros, assim como uma ambulância para transportar a vitima para o
hospital, informando o período de tempo que a vitima esteve em contato
com a fonte de energia elétrica;

De um modo geral, a atuação do socorrista compreende os seguintes


pontos:
- Arejar o local onde se encontra a vítima. Não perder tempo a transportá-
la para outro local, a menos que seja para a retirar de uma atmosfera
viciada;
- Não permitir a permanência de mais de duas ou três pessoas junto da
vitima; desapertar todas as peças de vestuário que comprimam o corpo
6 da vítima;
- Retirar da boca qualquer corpo estranho (por exemplo placa de dentes
artificial) e limpar a boca e as narinas da sujidade e aplicar a respiração
artificial;
- Procurara ativar a circulação sanguínea borrifando o rosto e o peito com
água fria, friccionando com um pano molhado e excitando as regiões
vizinhas do coração com pancadas secas com a base do dedo polegar;
- Se houver queimaduras mais graves, feridas ou bolhas, utilizar
compressas esterilizadas para proteção e evitar que a vitima arrefeça
cobrindo-a. A coberta não deve tocar na pele queimada.
Atuação em caso de acidentes de trabalho variados

Contactar equipa de emergência médica;


1

Este deverá proceder aos primeiros socorros e acompanhar o acidentado


2 pelo menos até á chegada de ajuda externa se for necessário;

Antes da chegada de técnicos especializados é importante


determinar o estado do sinistrado, verificando:
- Vias respiratórias – ver se estas estão bloqueadas pela língua ou
corpos estranhos;
- Respiração- verificar se a pessoa respira, usando para o efeito o
vidro de relógio ou um espelho que se coloca sobre as vias
respiratórias para ver se fica embaciado, ou simplesmente, ouvir a
respiração;
- Circulação- verificar se o paciente tem pulso (batimentos cardíacos),
caso contrário praticar a respiração artificial (massagem cardíaca e
respiração boca-a-boca);
- Hemorragias: as perdas de sangue devem ser estancadas:
3 - Deitar a vítima e afastar a roupa da ferida;
- Se não existir qualquer corpo estranho na ferida, deverá
exercer-se uma pressão forte sobre a ferida;
- Manter a pressão durante 5 a 15 minutos;
- Aplicar na ferida um penso absorvente;
- Se o sangue não estancar coloque outro penso em cima do
anterior;
- Se o ferimento for extenso, una com firmeza as bordas da
ferida mantendo a pressão durante 5 a 15 minutos; se possível, erga
a parte ferida acima do nível do coração, prosseguindo como no caso
de um corte profundo;
- Se houver um corpo estranho na ferida não o tente retirar
pois pode estar a servir de tampão; aperte as bordas da ferida em
volta do corpo estranho; coloque um pano limpo sobre a ferida; ligue
a ferida na diagonal com tiras de pano sem cobrir o corpo estranho.
Atuação em caso de acidentes de trabalho variados
(continuação)

Casos específicos em que a hemorragia não para:

- Hemorragia num braço:


Como último recurso, exerça pressão com os dedos ou, se
possível, use um garrote. A pressão deve ser exercida para cima e para
dento, comprimindo a artéria contra o osso. Não mantenha a pressão
mais de 15 minutos para não causar danos irreparáveis no braço. Não
aplique um torniquete.

3 - Hemorragia numa perna:


Deite a vítima com a perna ferida flectida. Com os polegares
co
sobrepostos, exerça pressão no centro da virilha contra a coxa. Esta
pressão actua sobre a artéria femoral. Não mantenha a pressão mais
de 15 minutos para não causar danos irreparáveis na perna. Não
aplique um torniquete.

- Hemorragia de um ouvido, do nariz ou da boca:


A hemorragia pode significar uma lesão grave na cabeça ou no
tórax. Coloque a vítima em posição reclinada, com a cabeça inclinada
para o lado do ferimento para que o sangue escorre. Cubra o local da
hemorragia, mas não exerça pressão. Se a vitima desmaiar coloque-a
na posição lateral de segurança.

No caso do acidentado se encontrar inanimado ou tiver dificuldade de


4 contar o que aconteceu, o socorrista deverá acompanhá-lo ao hospital ou
centro de saúde para receber cuidados médicos.
Atuação em caso de ocorrer um sismo

1 Antes de iniciar a deslocação pelo edifício proteger a cabeça e a cara;

2 Efetuar os cortes gerais de eletricidade e água;

Promover à evacuação do edifício encaminhando os ocupantes para o


3 exterior, em local afastados de muros e edifícios;

4 Verificar se há feridos e prestar auxílio;

5 Se existirem incêndios desencadear o Plano de Emergência;

Limpar urgentemente os produtos inflamáveis que se possam ter derramado.


6
Atuação em caso de evacuação

1 Orientar as pessoas em direção às vias de evacuação e ao exterior do edifício;

Acalmar as pessoas, de modo a obter uma evacuação rápida, ordenada e


2 segura;

Ajudar as pessoas feridas ou com dificuldades locomotoras;


3

No caso de pessoas com vestuário em chamas:


• Deitá-las de imediato no chão e tapá-las com tecido incombustível;
4 • Se necessário, completar a extinção com água;
• Contactar com as entidades externas de socorro e não mexer na
vítima.

Não permitir a recolha de objetos pessoais, nem o regresso às zonas do sinistro


5
das pessoas evacuadas;

6 Retificar que não ficou nenhuma pessoa para trás;

7 Efetuar a contagem das pessoas;

8 Aguardar no exterior pelas equipas de emergência.


Anexo B
Planta de Emergência

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