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Curso Técnico Superior de

Segurança no Trabalho
Módulo 7 – Organização
da emergência
Formadora: Dalila Vasconcelos

Formando: Daniela Sousa

18 de Fevereiro de 2021

Daniela Sousa danielaafsousa@hotmail.com


Índice
1. Introdução ......................................................................................................................... 1
2. Caracterização do estabelecimento .................................................................................. 2
2.1 Localização ...................................................................................................................... 2
2.3 Caracterização da UT....................................................................................................... 3
2.4 Classificação dos Locais de Risco ..................................................................................... 3
2.5 Equipamentos ................................................................................................................. 5
3. Registo de Riscos ............................................................................................................... 5
3.1 Riscos Internos ................................................................................................................ 5
3.2 Riscos externos ................................................................................................................ 6
4. Levantamento de meios e recursos .................................................................................. 6
5. Plano de emergência interno ............................................................................................ 7
5.1 Organização da segurança .................................................................................................. 7
5.2 Registos de Segurança......................................................................................................... 8
5.3 Plano de atuação ................................................................................................................. 9
5.4 Plano de evacuação ........................................................................................................... 11
6. Considerações Finais ....................................................................................................... 12
Referências Bibliográficas

Índice de Anexos

Anexo A - Instruções de Segurança- Contactos de emergência ………………………………………………15

Anexo B - Instruções de Segurança- Incêndio ………………………………………………………………………..16

Anexo C - Instruções de Segurança- Inundação ……………………………………………………………………..17

Anexo D - Instruções de Segurança- Acidentes Variados ……………………………………………………….18

Anexo E - Instruções de Segurança- Evacuação ……………………………………………………………………..19

Anexo F - Instruções de Segurança- Protocolo SARS-COV 2 …………………………………………………...20

Anexo G - Instruções de Segurança- Eletrização …………………………………………………………………….21

Anexo H - Instruções de Segurança- Limpeza do estabelecimento …………………………………………22

Anexo I – Planta de Emergência …………………………………………………………………………………………….23


1. Introdução

Para a segurança e saúde no trabalho a organização de situações de emergência é um


tópico essencial, por isso no módulo 7 do Curso Técnico Superior de Segurança do
Trabalho foi definido a necessidade de planear um Plano de Emergência Interno para
um estabelecimento à escolha. Como base para este trabalho são utilizados todos os
documentos legais que regem as situações de incêndio em edifícios. Os planos de
emergência devem prevenir e planear para situações que podem causar danos materiais
ou colocar em causa em segurança de pessoas e assegurar a resposta adequada às
mesmas. Como está definido na Lei nº 3/2014 de 28 de Janeiro, uma das obrigações de
qualquer empregador é garantir as condições de segurança dos seus trabalhadores,
assim como estabelecer medidas para assegurar que tal aconteça.

O Decreto-Lei 220/2008 “engloba as disposições regulamentares de segurança contra


incêndio aplicáveis a todos os edifícios e recintos, distribuídos por 12 utilizações-tipo,
sendo cada uma delas, por seu turno, estratificada por quatro categorias de risco de
incêndio.” Este é designado como o regime jurídico de Segurança Contra Incêndios em
Edifícios (RJ SCIE), e tem como objetivo promover uma avaliação atenta dos riscos e
fatores de risco, reduzir acidentes e vítimas dos mesmo e a estruturação de
procedimentos de segurança interna. Utilização-tipo é a “classificação do uso dominante
de qualquer edifício ou recinto, incluindo os estacionamentos, os diversos tipos de
estabelecimentos que recebem público, os industriais, oficinas e armazéns, em
conformidade com disposto no artigo 8º” (DL nº 220/2008). Estes documentos legais
têm como princípio geral: “a) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios; b)
Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, circunscrevendo e minimizando os
seus efeitos, nomeadamente a propagação do fumo e gases de combustão; c) Facilitar a
evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco; d) Permitir a intervenção eficaz e
segura dos meios de socorro.” (Lei nº 123/2019 de 18 de Outubro, que altera pela 3ª vez
o DL nº 220/2018).

As Categorias de risco das UT têm a sua classificação dividida em “quatro níveis de risco
de incêndio de qualquer utilização-piso de um edifício e recinto, atendendo a diversos
factores de risco, como a sua altura, o efectivo, o efectivo em locais de risco, a carga de
incêndio e a existência de pisos abaixo do plano de referência, nos termos previstos no
artigo 12.º” (DL nº 220/2008).

1
2. Caracterização do estabelecimento

O estabelecimento em estudo é um cabeleireiro “Belo Pelo”, onde trabalham duas


pessoas e cuja identificação e descrição de funcionamento estão referidos na tabela 1.
Este encontra-se num edifício isolado, sendo o cabeleireiro o único espaço no mesmo.
Como está exposto na planta de emergência (Anexo I), este encontra-se dividido em 5
áreas: WC, zona de lavagem, zona de corte/arranjo, zona de espera e zona de armários.
Nome “Belo Pelo”

Alice Trew
Donos
Andrés Scott

Horário de Funcionamento Das 8h às 20h de segunda-feira a sábado

Descanso semanal Domingo

Tabela 1. Caracterização do estabelecimento

2.1 Localização

A sua localização (figura 1) permite uma facilidade de acesso em caso de emergência,


mas tem também uma localização privilegiada devido à proximidade com os vários
apoios em caso de emergência, como evidenciado na Tabela 2.

Figura 1. Localização do “Belo


Pelo” (pin laranja escuro,
circundando a vermelho).

2
Instituição de emergência Contactos Distância (Km | min )
Número de emergência nacional 112 -
Bombeiros Voluntários Entre-os-Rios 255 613 393 3,7 | 5
Centro de Saúde Termas S. Vicente 255 615 536 0,5 | 1
Hospital Padre Américo - Penafiel 255 714 000 1,4 | 2
GNR 255 617 040 10,4 | 17
SNS 24 808 242 424 -
Tabela 2. Indica as instituições a contactar em caso de emergência, as distâncias para as mesmas e o número de
contato para cada uma delas.

2.3 Caracterização da UT
De acordo com o Decreto-Lei nº 220/2008 de 12 de novembro, este estabelecimento
encontra-se incluído na UT VIII – “Comerciais e gares de transporte”, e encontra-se na
1ª Categoria de Risco tendo em conta os critérios representados na tabela 3.

UT CR Critérios
Nº de pisos ocupados pela
Efetivo da UT
Altura UT VIII UT VIII abaixo do plano de
VIII 1ª VIII
referência
≤9 m 0 ≤100
Tabela 3. Critérios de classificação de categorias de risco para UT VIII do QUADRO VII do DL nº 220/2008.

2.4 Classificação dos Locais de Risco


Na tabela 4 estão classificados os locais de risco do cabeleireiro. Local de risco é “a
classificação de qualquer área de um edifício ou recinto, em função da natureza do risco
de incêndio, com excepção dos espaços interiores de cada fogo e das vias horizontais e
verticais de evacuação, em conformidade com o disposto no artigo 10º” do DL nº
220/2008.

Área Classificação Critérios


(Lei nº 123/2019)
WC - -
“Local que não apresenta riscos especiais, no
qual se verifiquem simultaneamente as
seguintes condições:
i) O efetivo não exceda 100 pessoas;
ii) O efetivo de público não exceda 50 pessoas;
Zona de espera A iii) Mais de 90 % dos ocupantes não se
encontrem limitados na mobilidade ou nas
capacidades de perceção e reação a um alarme;
iv) As atividades nele exercidas ou os produtos,
materiais e equipamentos que contém não
envolvam riscos agravados de incêndio”

3
Zona de Local que apresenta riscos particulares
C
Corte/arranjo agravados de eclosão e de desenvolvimento de
Zona de arrumos C incêndio devido quer às atividades nele
Zona de Lavagem desenvolvidas quer às características dos
produtos, materiais ou equipamentos nele
existentes, designadamente à carga de incêndio
C
modificada, à potência útil e à quantidade de
líquidos inflamáveis e, ainda, ao volume dos
compartimentos
Tabela 4. Classificação dos Locais de risco do “Belo Pelo”.

Os locais zonas de corte/arranjo, zona de arrumos e zona de lavagem são considerados


Locais de Risco C devido às características dos produtos aí usados e armazenados.
Tendo em conta a caracterização da UT – UT VII e 1ª CR – podemos avaliar quais as
medidas de autoproteção obrigatórias, qual o nível de organização de segurança e quem
são os responsáveis pela segurança. Assim de acordo com a Portaria nº 135/2020 as
medidas de autoproteção (artigo 198º - QUADRO XXXIX) são: registos de segurança
(artigo 201º) e Procedimentos de prevenção (artigo 202º). Ainda de acordo com a
mesma portaria a organização da segurança (artigo 200º) diz que “as medidas de
autoproteção devem estabelecer o dimensionamento das equipas de segurança, de
acordo com as características de exploração, de forma a assegurar a sua correta
implementação, conforme os pressupostos nelas previstos”, ”o dimensionamento das
equipas de segurança deve ser fundamentado e aceite pela ANEPC” e que “durante os
períodos de funcionamento das utilizações -tipo, o posto de segurança que as
supervisiona deve ser mantido ocupado em permanência, no mínimo, por um elemento
da equipa de segurança.”
De acordo com a Lei nº 123/2019 são designadas como Medidas de autoproteção contra
incêndios em edifícios, “durante a utilização ou exploração dos mesmo” as seguintes:
“a) Medidas preventivas, que tomam a forma de procedimentos de prevenção ou
planos de prevenção, conforme a categoria de risco;
b) Medidas de intervenção em caso de incêndio, que tomam a forma de
procedimentos de emergência ou de planos de emergência interno, conforme a
categoria de risco;
c) Registo de segurança onde devem constar os relatórios de vistoria ou inspeção e
relação de todas as ações de manutenção e ocorrências direta ou indiretamente
relacionadas com a SCIE;
d) Formação em SCIE, sob a forma de ações destinadas a todos os funcionários e
colaboradores das entidades exploradoras, ou de formação específica, destinada aos
delegados de segurança e outros elementos que lidam com situações de maior risco
de incêndio;
e) Simulacros para teste das medidas de autoproteção e treino dos ocupantes com
vista à criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos.”

4
Os responsáveis pela segurança dos edifícios ou recintos das UT II às UT XII, são o
“Proprietário ou entidade exploradora de cada UT”, que são responsáveis pela
manutenção das condições de segurança contra risco de incêndio e execução das
medidas de autoproteção (Portaria nº 135/2020 artigo 194º e DL nº 220/2008, quadro
XXXVIII). O responsável pela segurança no estabelecimento está definido na tabela 6.

Tendo em conta a avaliação feita no quadro XXXIX do RJSCIE as medidas de


autoproteção exigidas seriam apenas registos de segurança (artigo 201º) e
Procedimentos de prevenção (artigo 202º), mas como o objetivo deste trabalho é a
elaboração de um Plano de Emergência Interna (artigo 205º) vamos proceder à sua
elaboração apesar de não ser requerido por lei.

2.5 Equipamentos
O quadro elétrico encontra-se na parede do lado direito (identificado no anexo I), ao
lado da porta de entrada. Este deve estar visível e acessível. Deve ter inspecionado e
deve ser feito uma manutenção e limpeza adequada do mesmo.
Existe uma caldeira para o fornecimento de água quente, que se encontra no exterior.
No estabelecimento existe dois extintores (artigo 163º, Portaria nº 135/2020), um de pó
químico (6 Kg) e outro de CO2 (5 Kg), e encontram-se na parede, com o manípulo a cerca
de 1,2m. Estes devem estar acessíveis, visíveis e com uma manutenção e inspeção
atualizada de forma a garantir o sucesso do seu uso em caso de necessidade. As suas
localizações estão identificadas no anexo I, um encontra-se entre o WC e uma das zonas
de arrumo e o outo encontra-se entre o quadro elétrico e a zona de corte/arranjo. A
sinalização dos extintores tem uma área de 200x200 cm e a sinalização da saída de
emergência tem uma área de 400x200 cm.

3. Registo de Riscos
3.1 Riscos Internos
Os riscos internos estão associados ao funcionamento laboral do estabelecimento e
das suas instalações, que podem ter diversas fontes (tabela 5).

Risco Fonte Consequências Contacto de Nível de


emergência Risco
provável
Problemas elétricos
(tomadas, quadro elétrico,
ligações, etc) Queimaduras
Dispositivos de calor para Inalação de 112
Incêndio Baixo
sacar e estilizar o cabelo fumos Danos 255 613 393
Produtos químicos de uso materiais
capilar que em contacto
em faísca ou elevadas

5
temperaturas possam
entrar em combustão
Inundação
Tubagens de água e Danos
(wc e zona de - Baixo
saneamento materiais
lavagem)
Problemas elétricos Eletrocussão/
Riscos 112
(tomadas, quadro elétrico, Eletrização Baixo
elétricos 255 613 393
ligações, etc) Queimaduras
Risco Contacto com pessoas
Doente por 112
biológico – infetadas ou superfícies Alto
SARS-COV 2 808 24 24 24
SARS-COV 2 contaminadas
Queda ao mesmo nível
Acidente Queimaduras 112
Baixo
diversos Ataque Cardiorrespiratório 255 613 393
Ataque de asma
Tabela 5. Identificação de Risco internos.

3.2 Riscos externos


3.2.1 Ocorrência de sismo

De acordo com o estudo sísmico do local, disponibilizado pelo IPMA (Instituto Português
do Mar e da Atmosfera), a probabilidade de uma ocorrência deste género acontecer é
bastante reduzida.

3.2.2 Descargas atmosféricos

As descargas atmosféricas, ocorrem com alguma frequência nesta zona, o que provoca
perdas de acesso a eletricidade momentâneas (que podem ir períodos de minutos a
horas). Para além da impossibilidade de trabalhar nesses períodos, podem ocorrer
descargas elétricas que se traduzam em curto-circuito, incêndio, eletrocussão ou
queimaduras.

4. Levantamento de meios e recursos


Os únicos equipamentos de primeira intervenção existente são os extintores – Pó
Químico e CO2, essenciais para combater alguns dos riscos referidos na tabela 5, e que
estão sinalizados de acordo com o disposto no anexo I.
No caso dos acidentes diversos, será necessária uma avaliação caso a caso, mas a melhor
forma de lidar com a situação será através de contacto com as instituições de
emergência e seguir as suas indicações (Anexo D).
Para o caso do risco biológico SARS-COV 2 é obrigatório o uso de máscara por todas as
pessoas que entrem no estabelecimento, que desinfetem as mãos ao entrar e sair, e que
o número de pessoas no espaço seja reduzido de acordo com a legislação (Anexo F).
A iluminação natural permite uma perfeita visão no estabelecimento e existe apenas
uma porta de saída, estando essa sinalizada como saída de emergência (Anexo I).

6
5. Plano de emergência interno

Como referido na caracterização da UT, apesar de legalmente o Plano de emergência


interno (PEI) não ser obrigatório para este caso específico, mas uma vez que a sua
elaboração é o objetivo deste trabalho vamos proceder à sua elaboração.
O artigo 199º, da Portaria nº 135/2020 estabelece que ”quando numa dada utilização-
tipo não for exigível”, “procedimentos ou plano de emergência interno, devem ser
afixadas, nos mesmos locais, instruções de segurança simplificadas, incluindo: a)
Procedimentos de alarme, a cumprir em caso de deteção ou perceção de um incêndio; b)
Procedimentos de alerta; c) Técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção e
de outros meios de atuação em caso de incêndio que sirvam os espaços da utilização-
tipo”.
O PEI é definido na Portaria nº 135/2020, de 2 de junho como “documento no qual
estão indicadas as medidas de autoproteção a adotar, por uma entidade, para fazer face
a uma situação de incêndio nas instalações ocupadas por essa entidade, nomeadamente
a organização, os meios humanos e materiais a envolver e os procedimentos a cumprir
nessa situação. Contém o plano de atuação e o de evacuação” e cujos objetivos são
“sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes da utilização -tipo que se
encontrem em risco” e “limitar a propagação e as consequências dos incêndios,
recorrendo a meios próprios” (artigo 205º).
Segundo a Portaria nº 135/2020, de 2 de junho, um plano de emergência interno “deve
ser constituído por”: “a) Pela definição da organização a adoptar em caso de
emergência” (ponto 2 deste trabalho); b) “Pela indicação das entidades internas e
externas a contactar em situação de emergência” (Anexo A, tabela5, tabela 6); c) “Pelo
plano de actuação” (pontos 5.1 , 5.2 e 5.3); d) “Pelo plano de evacuação” (ponto 5.4); e)
Por um anexo com as instruções de segurança a que se refere o artigo 199.º” - anexos A
a H; f) Por um anexo com as plantas de emergência, podendo ser acompanhadas por
esquemas de emergência” - anexo I. A portaria indica ainda que, “as plantas de
emergência (…) devem “ser afixadas em posições estratégicas junto aos acessos
principais do piso a que se referem e nos locais de risco D e E e nas zonas de refúgio, e
ser elaboradas em conformidade com a norma NP 4386”.

5.1 Organização da segurança


Na Organização da segurança, é necessário definir um responsável pela segurança, de
acordo com o artigo 200º, Portaria nº 135/2020, que ficará com a responsabilidade de
assegurar as tarefas descritas na tabela 6.

7
Responsável Tarefas Descrição
de Segurança
Alice Tre Inscrição de ocorrências relevantes e à
guarda de relatórios relacionados com
Registos de Segurança a segurança contra incêndio.
Estes devem ser guardados por um
período de 10 anos.
Dar o alarme e alertar todos, evacuar
Procedimentos de alarme
(Anexo E) e contactar os serviços de
Procedimentos de alerta
emergência (Anexo A)
Uso do equipamento de 1ª Fazer formação sobre como usar o
intervenção extintor
Cortes Energia Desligar o quadro elétrico
Seguir as regras definidas nos anexos E
Evacuação
eI
Informação e Vigilância Manter-se alerta até a chegada dos
serviços de emergência
Concentração e Controlo Manter a calma e agir segundo as
instruções de trabalho (anexo A a
anexo I)
Tabela 6. Identificação do Responsável pela Segurança e das tarefas associadas.

Todos anexos devem estar impressos em papel e arquivados numa capa, que deve ser
guardada num local bem definido e acessível, para consulta rápida sempre que
necessário.

5.2 Registos de Segurança

Uma das medidas de autoproteção definidas de acordo com a UT e a sua categoria de


risco é o Registo de Segurança. O Decreto-Lei nº 220/2008 define este registo como
“onde devem constar os relatórios de vistoria ou inspeção, e relação de todas as ações
de manutenção e ocorrências direta ou indiretamente relacionadas com a SCIE”.

De acordo com a Portaria nº 135/2020 os registos de segurança compreendem:


1. Os relatórios de vistoria e de inspeção ou fiscalização de condições de
segurança realizadas por entidades externas, nomeadamente pelas
autoridades competentes
2. Informação sobre as anomalias observadas nas operações de verificação,
conservação ou manutenção das instalações técnicas, dos sistemas e dos
equipamentos de segurança, incluindo a sua descrição, impacte, datas da sua
deteção e duração da respetiva reparação;

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3. A relação de todas as ações de manutenção efetuadas em instalações
técnicas, nos equipamentos e sistemas de segurança, com indicação do
elemento intervencionado, tipo e motivo de ação efetuada, data e
responsável;
4. A descrição sumária das modificações, alterações e trabalhos perigosos
efetuados nos espaços da utilização -tipo, com indicação das datas do seu
início e finalização;
5. Os relatórios de ocorrências, direta ou indiretamente relacionadas com a
segurança contra incêndio, nomeadamente alarmes intempestivos ou falsos,
princípios de incêndio ou atuação de equipas de intervenção da utilização -
tipo;
6. Cópia dos relatórios de intervenção dos bombeiros, em incêndios ou outras
emergências na entidade;
7. Relatórios sucintos das ações de formação (artigo 206º) e dos simulacros
(artigo 207º), com menção dos aspetos mais relevantes.
É ainda referido que estes registos devem ser guardados por um período de 10 anos.
5.3 Plano de atuação

O plano de atuação é descrito no artigo 205º, da Portaria nº 135/2020 como um plano


que “deve contemplar a organização das operações a desencadear por delegados e
agentes de segurança em caso de ocorrência de uma situação perigosa e os
procedimentos a observar”.
Para definir as operações a realizar são elaboradas as Instruções de trabalho
apresentadas nos Anexos A a H, que devem ser aplicadas sempre que o cenário dos
acontecimentos se enquadre na situação à qual o anexo de destina.
Os cenário sobre análise neste trabalho foram:

✓ Cenário 1: Incêndio (Anexo B)


Cenário I – Incêndio
Manter a calma e a concentração
Usar extintor para apagar as chamas
Contactar os Bombeiros (Anexo A)
Evacuar o local (Anexo E), acompanhar pessoas com baixa mobilidade
Desligar quadro elétrico
Avaliar a existência de feridos
Caso haja algum ferido ou algum mal-estar contactar número nacional de emergência;
Manter atenção nas pessoas que necessitem de apoios de emergência até as
entidades de emergência chegarem;
Armazenar os resíduos resultantes do incêndio para serem encaminhados para lugar
adequado

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✓ Cenário 2: Inundação (Anexo C)
Cenário II – Inundação
Manter a calma e a concentração
Evacuar o estabelecimento
Cortar energia elétrica no quadro
Fechar a válvula que fornece água ao tubo afetado
Usar os materiais disponíveis para escoar e/ou armazenar a água (baldes, panos, etc)
Contactar serviços de emergência (Anexo A) – se necessário

✓ Cenário 3: Acidentes Variados ( Anexo D)


Cenario III- Acidentes Variados
Manter a calma
Verificar a condição do acidentado
Evacuar o local
Aceder ao kit de primeiros socorros acessível
Contactar os serviços de emergência, se necessário;
Seguir as indicações dadas pelos serviços de emergência
Manter o acompanhamento do acidentado até à chegada dos serviços de emergência

✓ Cenário 4: Evacuação (Anexo E)


Cenário IV - Evacuação
Manter a calma e a concentração;
Seguir o percurso de evacuação definido na Planta de Emergência (Anexo I)
Manter as pessoas calmas no processo de evacuação
Acompanhar e auxiliar pessoas com mobilidade reduzida no percurso de evacuação
Não permitir a recolha de bens materiais
Garantir que todas as pessoas estão fora do estabelecimento (contar nº de pessoas)
Garantir que ninguém volta a entrar no estabelecimento
Contactar os serviços de emergência (Anexo A) – se necessário
Aguardar calmamente a chegada dos serviços de emergência

✓ Cenário 5: Protocolo SARS-COV 2 (Anexo F)


Cenário V – SARS-COV 2
Afixar as regras na porta de entrada do estabelecimento de modo a ser visível por
todos;
Para aceder ao estabelecimento é obrigatório o uso de máscara e desinfeção das
mãos com álcool-gel
Os colaboradores devem usar ainda bata de proteção e luvas (trocando entre clientes)
Apenas se atendem clientes com marcação prévia
No estabelecimento pode apenas estar 1 pessoa (cliente)
Entre clientes todo o espaço e superfícies de atendimento ao público têm de ser
limpos e desinfetados

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Os colaboradores devem trocar a máscara de 4 em 4 horas e higienizar as mãos o mais
frequentemente possível
Caso exista algum contacto suspeito, contactar o SNS e seguir as instruções dadas

✓ Cenário 6: Eletrização (Anexo G)


Cenário VI - Eletrização
Manter a calma e concentração
Desligar quadro elétrico
Não tocar, nem movimentar a vítima
Contactar os serviços de emergência
Evacuar o local (exceto a vítima)
Não dar comida nem bebida à vítima
Seguir as indicações dadas pelos serviços de emergência
Manter o acompanhamento da vítima, até à chegada dos serviços de emergência

✓ Cenário 7: Limpeza do estabelecimento (Anexo H)

Cenário VII
Usar farda exclusiva para a limpeza (bata impermeável, luvas, calçado);
Começar do ponto mais alto para o ponto mais baixo
Ter um equipamento de limpeza para cada área (exemplo: pano para loiças do WC,
pano para superfícies mobiliarias e pano para a loiça na área de lavagem de cabelo)
Preparar a solução de lixívia (hipoclorito de sódio) com concentração original de 5%
ou mais de cloro livre. A lixívia deve ser diluída na altura de utilizar. A solução diluída
deve ser a 0,1%, na proporção de 1 parte de lixívia para 99 partes iguais de água
Lavar primeiro as superfícies com água e detergente
Em seguida, espalhar uniformemente a solução de lixívia nas superfícies
Deixar atuar a lixívia nas superfícies durante pelo menos 10 minutos – ler as instruções
do fabricante/fornecedor. Essa etapa é fundamental
De seguida enxaguar as superfícies só com água quente
Deixar secar ao ar

A pessoa responsável por desenvolver o plano de atuação, sempre que se verifique


necessário, é o responsável de segurança definido na tabela 6.
É importante que o Responsável pela Segurança tenha formação (uso de extintor, como
proceder em caso de emergência, atualizações de legislação, segurança contra
incêndios) ao longo do tempo para saber como agir corretamente, e estar informado
sobre as instruções de trabalho e o seu conteúdo de forma a estar preparado para agir.

5.4 Plano de evacuação


Segundo a Portaria nº 135/2020 este “deve contemplar as instruções e os
procedimentos, a observar por todo o pessoal da utilização -tipo, relativos à articulação

11
das operações destinadas a garantir a evacuação ordenada, total ou parcial, dos espaços
considerados em risco pelo Responsável de Segurança e abranger:
a) O encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes desses espaços para o
exterior ou para uma zona segura, mediante referenciação de vias de evacuação,
zonas de refúgio e pontos de encontro;
b) O auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou em dificuldade, de forma a
assegurar que ninguém fique bloqueado;
c) A confirmação da evacuação total dos espaços e garantia de que ninguém a
eles regressa”.

O plano de evacuação está descrito no Anexos E e I, onde devem constar – sempre que
aplicável - a identificação das saídas, o percurso de evacuação, identificação de pontos
críticos, seleção de locais de concentração externa e a programação da evacuação.
O número mínimo de saídas, está definido no Quadro XXIX, artigo 54º da portaria
nº135/2020. Assim, para um efetivo entre 1 e 50, apenas é necessária uma saída, a qual
está identificada no anexo I. A largura das saídas de ser de uma UP (unidade de
passagem) –Quadro XXXI, artigo 56º da Portaria nº 135/2020 – para em efetivo entre 1
e 50 e a distância a percorrer entre as zonas de permanência (zona de espera, zona de
lavagem, zona de corte/arranjo) e o exterior deve ser de 15 m (artigo 57º da Portaria nº
1532/2008), o que é cumprido aqui devido às pequenas dimensões do estabelecimento
(7x5 m). As vias horizontais de evacuação não devem exceder os 30 m, quando não está
em impasse, medida segundo o seu eixo, até uma saída para o exterior (artigo 61º da
Portaria 135/2020), algo que também está assegurado neste caso.

6. Considerações Finais

No desenvolvimento deste trabalho, tornou-se claro a importância que a legislação tem


na Segurança Contra Incêndios em Edifícios, e o quão importante a análise ao detalhe
pode ser no desenvolvimento de um edifício e na elaboração de um Plano de
Emergência Interna. Outro ponto fulcral é a característica dinâmica que o PEI tem, quer
por alterações no local ao qual o PEI se destina, como pelas alterações regulares da
legislação.

Para além do desenvolvimento do PEI, é importante simular o que foi pensado de forma
a testar e avaliar se este funciona na prática e responde de forma segura e acessível às
situações de emergência. Será por isso uma das limitações deste trabalho, uma vez que
não foi possível testar o plano desenvolvido, por este ser elaborado sobre uma premissa
não 100% real.

12
Referências bibliográficas

Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro


Despacho nº 2074/2009
Despacho nº 8954/2020, de 18 de Setembro (1ª alteração ao Despacho nº 2074/2009)
Lei nº 123/2019, de 18 de Outubro (3ª alteração ao Decreto-Lei nº 220/2008)
Autoridade Nacional da Proteção Civil, Nota Técnica nº 11, Sinalização de Segurança
Orientação nº 014/2020, DGS
Portaria nº 1532/2008 de 29 de Dezembro (RT-SCIE)
Portaria nº 135/2020 , de 2 de Junho(1ª alteração à Portaria nº 1532/2008)
http://www.segurancaonline.com/legislacao/?doc=1&tit=1999&n_tit=2696&cap=2335
&n_cap=2480#2335 (03/02/2021)
ANEXOS
Instituição de emergência Contactos Distância (Km | min )
Número de emergência nacional 112 -
Bombeiros Voluntários Entre-os-Rios 255 613 393 3,7 | 5
Centro de Saúde Termas S. Vicente 255 615 536 0,5 | 1
Hospital Padre Américo - Penafiel 255 714 000 1,4 | 2
GNR 255 617 040 10,4 | 17
SNS 24 808 242 424 -
1. Manter a calma e a concentração;
2. Usar extintor para apagar as chamas;
a. Incendio com causa elétrica – extintor CO2 (junto ao quadro elétrico)
b. Outras causas de incêndio – extintor Pó químico (junto ao WC)
3. Contactar os Bombeiros (Anexo A);
4. Evacuar o local (Anexo E), acompanhar pessoas com baixa mobilidade;
5. Desligar quadro elétrico;
6. Caso haja algum ferido ou algum mal-estar contactar número nacional de emergência;
7. Caso existe alguém em chamas ou com contacto com o fogo:
a. Deitá-las de imediato no chão e cobri-las com material não combustível;
b. Se necessário, completar a extinção com água;
c. Contactar com as entidades dos serviços de emergência (Anexo A);
d. Não mexer na vítima.
8. Manter atenção nas pessoas que necessitem de apoios de emergência até as entidades
de emergência chegarem;
9. Armazenar os resíduos resultantes do incêndio para serem encaminhados para lugar
adequado.
1. Manter a calma;
2. Evacuar o estabelecimento;
3. Cortar energia elétrica no quadro;
4. Fechar a válvula que fornece água ao tubo afetado;
5. Usar os materiais disponíveis para escoar e/ou armazenar a água (baldes, panos, etc)
6. Contactar serviços de emergência (Anexo A) – se necessário;
1. Manter a calma;
2. Verificar a condição do acidentado;

Condição Ação
Se vias respiratórias estão
Verificar obstrução pela língua ou corpos estranhos
obstruídas

Observar movimento ou ausência deste no peito;


Condições de respiração
Caso não haja respiração iniciar respiração boca-a-
boca
Se não existir batimento cardíaco iniciar RCP
Ver se existe batimento cardíaco (reanimação cardiopulmonar) com massagem
cardíaca e respiração boca-a-boca
Estancar a hemorragia (usar kit de primeiros
socorros)
Cortar roupa com tesoura
Caso haja corpo estranho na ferira, não mexer, pois
este pode servir como tampão, tenta apenas apertar
Se existe alguma hemorragia pelos limites da ferida;
externa Caso não exista nenhum objeto estranho, manter o
local hemorrágico pressionado (5 a 20 minutos)
Adicionar penso sobre penso, caso necessário.

Erguer o local hemorrágico acima do nível do coração

3. Evacuar o local;
4. Aceder ao kit de primeiros socorros acessível;
5. Contactar os serviços de emergência, se necessário;
6. Seguir as indicações dadas pelos serviços de emergência;
7. Manter o acompanhamento do acidentado até à chegada dos serviços de emergência
1. Manter a calma e a concentração;
2. Seguir o percurso de evacuação definido na Planta de Emergência (Anexo I);
3. Manter as pessoas calmas no processo de evacuação;
4. Acompanhar e auxiliar pessoas com mobilidade reduzida no percurso de evacuação;
5. Não permitir a recolha de bens materiais;
6. Garantir que todas as pessoas estão fora do estabelecimento (contar nº de pessoas);
7. Garantir que ninguém volta a entrar no estabelecimento;
8. Contactar os serviços de emergência (Anexo A) – se necessário;
9. Aguardar calmamente a chegada dos serviços de emergência;
1. Afixar as regras na porta de entrada do estabelecimento de modo a ser visível por todos;
2. Para aceder ao estabelecimento é obrigatório o uso de máscara e desinfeção das mãos
com álcool-gel;
3. Os colaboradores devem usar ainda bata de proteção e luvas (trocando entre clientes);
4. Apenas se atendem clientes com marcação prévia;
5. No estabelecimento pode apenas estar 1 pessoa (cliente);
6. Entre clientes todo o espaço e superfícies de atendimento ao público têm de ser limpos
e desinfetados (Instrução de limpeza - Anexo H).
7. Os colaboradores devem trocar a máscara de 4 em 4 horas e higienizar as mãos o mais
frequentemente possível;
8. Caso exista algum contacto suspeito, contactar o SNS e seguir as instruções dadas;
1. Manter a calma e concentração;
2. Desligar quadro elétrico;
3. Não tocar, nem movimentar a vítima;
4. Contactar os serviços de emergência (Anexo A);
5. Evacuar o local (exceto a vítima)
6. Não dar comida nem bebida à vítima;
7. Seguir as indicações dadas pelos serviços de emergência;
8. Manter o acompanhamento da vítima, até à chegada dos serviços de emergência;
1. Usar farda exclusiva para a limpeza (bata impermeável, luvas, calçado);
2. Começar do ponto mais alto para o ponto mais baixo;
3. Ter um equipamento de limpeza para cada área (exemplo: pano para loiças do WC, pano
para superfícies mobiliarias e pano para a loiça na área de lavagem de cabelo);
4. Preparar a solução de lixívia (hipoclorito de sódio) com concentração original de 5% ou
mais de cloro livre. A lixívia deve ser diluída na altura de utilizar. A solução diluída deve
ser a 0,1%, na proporção de 1 parte de lixívia para 99 partes iguais de água (Consulte o
Anexo I);
5. Lavar primeiro as superfícies com água e detergente;
6. Em seguida, espalhar uniformemente a solução de lixívia nas superfícies;
7. Deixar atuar a lixívia nas superfícies durante pelo menos 10 minutos – ler as instruções

do fabricante/fornecedor. Essa etapa é fundamental;

8. De seguida enxaguar as superfícies só com água quente.


9. Deixar secar ao ar.
WC

Extintor
Quadro elétrico

Fire Extinguisher Switchboard

Saída de emergência

Emergency exit

Percurso de evacuação

Evacuation route

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