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ROMANTISMO

2ª GERAÇÃO
PROFESSOR FLÁVIOMACHADO
INFLUÊNCIAS
❑ O mito do bom selvagem, Jean J. Russeau;
❑ Movimento Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto);
❑ Os sofrimentos do Jovem Werther, Goethe.
❑Individualismo;
❑Subjetividade;
❑Sentimentalismo;
❑Culto à natureza;
❑Formas de evasão;
❑Idealização;
❑Liberdade artística;
❑Arte de alienação;
❑Religiosidade.
❑Mal do Século
❑Geração Byroniana
❑Geração Ultrarromântica

Autores:
Casimiro de Abreu
Álvares de Azevedo
Fagundes Varela
❑Desapego e morte;
❑Sentimentalismo e saudade;
❑Pessimismo e dúvida;
❑Fuga da realidade e infância;
❑Saudade e Idealização;
❑Subjetivismo e Egocentrismo;
❑Idealização e Solidão;
❑Medo e obscuridade;
❑Niilismo.
CASIMIRO DE ABREU
(1839 – 1860)

❑ Evasão no tempo e espaço;


❑ Retorno à infância;
❑ Melancolia e saudosismo;
❑ Paisagens brasileiras;
❑ Amor materno;
❑ Sentimento exagerado.
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais. (...)

Casemiro de Abreu
ÁLVARES DE AZEVEDO
(1831 – 1852)

❑ Melancolia, tédio e pessimismo;


❑ Amor platonizado e com tendência erótica.
❑ Mulher idealizada e assexuada: anjo,
❑ Atração pela Morte.
❑ Escapismo.
❑ Amor jocoso.
❑ Satanismo.
Lira dos 20 anos
Álvares de Azevedo
Se eu morresse amanhã, viria ao menos Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Fechar meus olhos minha triste irmã; Acorda a natureza mais louçã!
Minha mãe de saudades morreria Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã! Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro! Mas essa dor da vida que devora
Que aurora de porvir e que manhã! A ânsia de glória, o dolorido afã…
Eu perdera chorando essas coroas A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã! Se eu morresse amanhã

Álvares de Azevedo
Eu deixo a vida como quem deixa o tédio Beijarei a verdade santa e nua,
Do deserto, o poento caminheiro, Verei cristalizar-se o sonho amigo.
- Como as horas de um longo pesadelo Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Que se desfaz ao dobre de um sineiro; (...) Filha do céu, eu vou amar contigo!

Só levo uma saudade - é dessas sombras Descansem o meu leito solitário


Que eu sentia velar nas noites minhas. Na floresta dos homens esquecida,
De ti, ó minha mãe, pobre coitada, À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Que por minha tristeza te definhas! (...) Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Álvares de Azevedo
Noite na Taverna
Álvares de Azevedo
Noite na Taverna
Álvarez de Azevedo

Aquele homem — sabei-lo!?... era do sangue do meu sangue, era filho


das entranhas de minha mãe como eu... era meu irmão! Uma idéia
passou ante meus olhos como um anátema. Subi ansioso ao sobrado.
Entrei. A moça desmaiara de susto ouvindo a luta. Tinha a face fria como
o mármore. Os seios nus e virgens estavam parados e gélidos como os
de uma estátua... A forma de neve eu a sentia meio nua entre os
vestidos desfeitos, onde a infâmia asselara a nódoa de uma flor perdida.
Noite na Taverna
Álvarez de Azevedo

Quando Ângela veio com a luz, eu vi... Era horrível!... O marido estava
degolado. Era uma estátua de gesso lavada em sangue... Sobre o peito do
assassinado estava uma criança de bruços. Ela ergueu-a pelos cabelos...
Estava morta também: o sangue que corria das veias rotas de seu peito se
misturava com o do pai!

— Vês, Bertram, esse era o meu presente: agora será, negro embora, um
sonho do meu passado. Sou tua e tua só. Foi por ti que tive força bastante
para tanto crime... Vem, tudo esta pronto, fujamos. A nós o futuro!
Noite na Taverna
Álvarez de Azevedo

Foi uma vida insana a minha com aquela mulher! Era um viajar sem
fim. Ângela vestia-se de homem: era um formoso mancebo assim. No
demais ela era como todos os moços libertinos que nas mesas da orgia
batiam com a taça na taça dela. Bebia já como uma inglesa, fumava
como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atirava as
armas como um Espanhol. (...) Nossos dias eram lançados ao sono
como pérolas ao amor: nossas noites sim eram belas!
Macário
Álvares de Azevedo

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