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O Grupo Galpão, formado por doze atores, está sediado na cidade de Belo
Horizonte (MG), já percorreu o território brasileiro, de norte a sul, tendo se
apresentado em festivais em países da América Latina, do Norte e Europa
Em 1987, estreou Foi por Amor, que inaugurava o que denominaram ‘a série brasileira’,
fase em que o Galpão se dedicou a realizar workshops e a estudar textos acerca da
realidade brasileira. Nesse mesmo ano, o grupo intensificou as aulas de iniciação musical,
acrobacia, improvisações, corpo e teatralização de objetos e adquiriu a “Esmeralda”, a
velha Veraneio [automóvel], que se tornaria nacionalmente conhecida, cinco anos mais
tarde, com a célebre montagem de “Romeu e Julieta” de Willian Shakespeare.
Em 1989, após ao retornar de uma longa excursão pela Itália, onde tiveram a
oportunidade de se encontrar com importantes encenadores contemporâneos como
Jerzy Grotowski e Peter Brook, o grupo “decidiu criar estruturas mais sólidas e
permanentes, organizando arquivos e documentos e, sobretudo, se fixando numa sede
própria. Com recursos próprios adquiriram um antigo depósito de madeira, em um
bairro tipicamente residencial de Belo Horizonte, o Sagrada Família, e ali, na Rua
Pitangui, no 3.413, se estabeleceram”.
Segundo seus fundadores, a história do Galpão, até este momento, “foi um processo
lento, fervido em banho-maria, e cujos frutos só puderam ser colhidos depois de um
intenso trabalho de semeadura e irrigação”.
Em 1991, o diretor Gabriel Vilela propõe ao grupo a montagem de “Romeu e Julieta” que
é encenada de 1992 até 2013, com 303 apresentações! É considerado um marco na
trajetória do Galpão e um dos espetáculos mais significativos do teatro brasileiro na
década de 1990, maior sucesso de público e crítica das montagens do grupo. Em cena
podia-se ver a “Esmeralda” (automóvel Veranaio adquirida anos antes pelo grupo) como
elemento cenográfico central da montagem.
As metas do Galpão vão além de suas próprias produções, por esse motivo realiza o
Festival de Teatro Internacional (FESTIN), em 1990 e 1992 e o Festival Internacional de
Teatro de Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT), em 1994. O projeto se tornou um grande
sucesso, mantendo-se até hoje, com periodicidade bienal, da Fundação Municipal de
Cultura.
Sem fórmulas e sem métodos definidos, o Galpão sempre pautou sua prática por um
teatro de grupo, que não só monta espetáculos, mas que se propõe também a uma
permanente reflexão sobre a ética do ator e do teatro, inserido em um amplo universo
social e cultural.
Vejam que incrível a história do Galpão: ao invés de um centro cultural abrigar uma
companhia de teatro é um grupo de teatro que cria e mantém um centro cultural: o
Galpão Cine Horto. Espaço cultural aberto à comunidade, comprometido com a pesquisa,
a formação, o fomento e o estímulo à criação que privilegiam a reflexão sobre o fazer
artístico e proporcionem o aperfeiçoamento de artistas e agentes culturais.