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PESSOAS

Armando Bógus
Outros Nomes: Armando Assad Bógus | Armando Bogus

Nascimento: 19/4/1930 (Brasil, São Paulo, São Paulo)


Morte: 2/5/1993 (Brasil, São Paulo, São Paulo)
Ha bi l i da des: Diretor teatral, Ator

Análise

Biografia
Armando Assad Bógus (São Paulo SP 1930 - idem 1993). Ator. Intérprete de grande expressividade e
sinceridade cênica, constrói uma carreira alternando participações no teatro e na televisão, com
personagens simpáticos e muito próximos dos espectadores.
Estréia em teatro fazendo uma ponta em Pif-Paf (A Dama de Copas), de Abílio Pereira de Almeida, com
direção do autor, 1949. Integra, as equipes de Esses Fantasmas, de Eduardo De Filippo; e Moral em
Concordata, novo texto de Abílio Pereira de Almeida, ambos produzidos pelo Teatro Maria Della Costa,
TMDC, com direção de Flaminio Bollini, em 1956.
Seu primeiro destaque surge como o João Grilo de Auto da Compadecida (Auto Sacramental Nordestino),
original de Ariano Suassuna, dirigido por Hermilo Borba Filho, produção de 1957. No ano seguinte, com
Antunes Filho e outros companheiros, funda o Pequeno Teatro de Comédia, equipe responsável por
algumas boas realizações nas quais Bógus encontra excelentes oportunidades de criação: Alô ...36-5499,
de Abílio Pereira de Almeida, em 1958; Pic-Nic, de William Inge, em 1959; e sobretudo Plantão 21, de
Sidney Kingsley, no mesmo ano, espetáculo que eletriza a platéia.
Em 1964, Bógus sobe ao palco para interpretar o monólogo O Ovo com direção de Jean-Luc Descaves, em
grande forma, arrebatando prêmios. No ano seguinte, novamente com Antunes Filho e outros artistas,
funda o Teatro da Esquina, iniciando suas atividades com excelentes criações: Oh, Que Delícia de Guerra!,
de Charles Chilton em colaboração com Joan Littlewood e o grupo Theatre Workshop, numa direção de
Ademar Guerra, 1966; A Megera Domada, de Wlliam Shakespeare, encenação cheia de verve de Antunes
Filho que destaca Irina Grecco, mulher de Bógus, no desempenho central. A mesma companhia lança, em
1967, o excepcional Marat-Sade, de Peter Weiss, competente encenação de Ademar Guerra que conta
com os primorosos trabalhos de Bógus, vivendo Marat, e Rubens Corrêa, como Sade, num duelo de
interpretações que resulta em prêmios.
Destaque na montagem brasileira de Hair, em 1969, sob o comando de Ademar Guerra, volta, em 1972,
com o mesmo diretor, a capitanear a montagem de Missa Leiga, polêmico texto de Chico de Assis, singela
mas emocionante encenação realizada numa fábrica desativada, numa produção de Ruth Escobar,
desdobrada em temporadas no Rio de Janeiro, na Europa e na África.
Ao longo dos anos 70 integra os elencos de El Grande de Coca-Cola, dirigido por Luiz Sérgio Person no
recém-inaugurado Auditório Augusta; Brecht Segundo Brecht, coletânea de poemas e canções do autor
alemão encenada por Ademar Guerra, em 1974; e Caminho de Volta, de Consuelo de Castro, montagem
de Fernando Peixoto para a companhia de Othon Bastos, em 1975.
Em 1986, alcança grande sucesso de público com a montagem de Bonifácio Bilhões, de João Bethencourt,
lotando durante anos os teatros que ocupa. Em 1974, novamente ao lado de Irina Grecco, está em Lulu, de
Frank Wedekind, numa sensível composição dramática.
Armando Bógus atua também na TV, tornando-se querido do grande público ao interpretar o turco
apaixonado Nacib, na novela da TV Globo Gabriela, inspirada na obra de Jorge Amado. Na apreciação da
crítica Regina Helena, tratando de Missa Leiga: "Quanto a Armando Bógus, este é seu mais importante
papel e sua mais eficiente e madura criação. Bógus domina o papel. Com segurança, muita técnica e ao
mesmo tempo muita emoção. Uma emoção medida, profunda, exata. Não há nada a mais ou a menos na
atuação deste ator que há muito tempo pode ser considerado como um dos melhores do país e que
1
encontra, agora, a melhor oportunidade de sua carreira".
Notas
1.
HELENA, Regina. Missa Leiga. In: ANUÁRIO das Artes. São Paulo: APCA, 1972. p. 23.

Espetáculos

Pif-Paf
início: 19/3/1949
Teatro Brasileiro de Comédia
Moral e m Concordata
início: 1956
Auto da Compade cida
início: 11/3/1957
Teatro Natal
Alô!...36-5499
início: 1958
Teatro Cultura Artística
Pic-Nic
início: 1959
Teatro Cultura Artística
Plantão 21
início: 1959
Teatro Maria Della Costa
Auto da Compade cida
início: 1960
As Visõe s de Simone Machard
início: 1962
Teatro Bela Vista
Esse s Fantasmas
início: 1964
O Ovo
início: 1964
A Me ge ra Domada
início: 1965
A Me ge ra Domada
início: 1965
Oh, Que De lícia de Gue rra!
início: 1966
Teatro Bela Vista
Marat/Sade
início: 1967
Teatro Bela Vista
Hair
início: 1969
Teatro Bela Vista
Hair
início: 1970
Missa Le iga
início: 28/1/1972
Fabrica da Lacta
Missa Le iga
início: 9/3/1973
Teatro Avenida
El Grande de Coca-Cola
início: 1973 - término: 1974
Auditório Augusta
Lulu
início: 1974
Teatro Sesc Anchieta
Bre cht Se gundo Bre cht
início: 1974 - término: 1974
Auditório Augusta
Caminho de Volta
início: 1974
Salva
início: 1975
Teatro Paiol
Bonifácio Bilhõe s
início: 1975
Transaminase s
início: 1980
Bonifácio Bilhõe s
início: 1986
Bonifácio Bilhõe s
início: 1986

Fontes de Pesquisa

CRONOLOGIA das artes em São Paulo 1975-1995: artes cênicas - teatro. São Paulo: Centro Cultural São
Paulo, 1996. v. 3.

GÓES, Marta. Armando Bógus. O Estado de São Paulo, São Paulo, 13 maio 1993. Caderno 2.

HELENA, Regina. Missa Leiga. In: ANUÁRIO das Artes. São Paulo: APCA, 1972.

MENDES, Oswaldo. Ademar Guerra: teatro de um homem só. São Paulo: Senac, 1997. 262 p.

MILARÉ, Sebastião. Antunes Filho e a dimensão utópica. São Paulo: Perspectiva, 1994. 287 p.

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