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Biografia
Margarida Rey (Santos SP 1924 - Rio de Janeiro RJ 1983). Atriz. Integrante de importantes
companhias dos anos 50, permanece ativa nas transformações ocorridas nos anos 60.
Dotada de forte personalidade, atinge grandes desempenhos em papéis dramáticos e
trágicos, seus momentos de maior êxito.
Margarida estréia em A Rainha Morta, de Henry de Montherland, uma direção de
Ziembinski para Os Comediantes, em 1946. No mesmo ano, está num grande sucesso: Desejo
Desejo, de Eugene O'Neill. Volta em Terras do Sem Fim, adaptação de Graça Mello para o
romance de Jorge Amado, em 1947. Junto a Os Artistas Unidos, a atriz participa de dois
grandes trunfos: Medéia, de Eurípides, e Uma Rua Chamada Pecado, de Tennessee
Williams, ambas direções de Ziembinski, com Henriette Morineau à frente do elenco, em
1948.
Em São Paulo, surge ao lado de Madalena Nicol, em O Homem, a Besta e a Virtude, de
Luigi Pirandello, 1951; contracenando com Nicette Bruno em De Amor Também Se Morre,
em 1952, e, com a Companhia de Delmiro Gonçalves, está em duas realizações cheias de
ressonâncias: A Falecida Mrs. Black, de Dinner e Morunr, e A Ilha das Cabras, de Ugo
Betti, encenações de Rubens Petrilli de Aragão, que lhe oferecem dois prêmios Saci
consecutivos.
Em 1954, é contratada pelo Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, onde faz Negócios de
Estado e Cândida, em 1954, e Santa Marta Fabril S. A., em 1955. Sai do conjunto para
retornar ao Rio de Janeiro, na Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA, atuando com destaque
nas principais montagens da empresa, como Otelo, de William Shakespeare; A Viúva
Astuciosa, de Carlo Goldoni; Entre Quatro Paredes (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre, todas
em 1956, com novas premiações; Natal na Praça, de Henri Ghéon, em 1960; e ainda
Calúnia, de Lillian Hellmann; Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi
Pirandello; Esses Maridos e O Castelo da Suécia, de Françoise Sagan; Arsênico e Alfazema,
de Joseph Kesselring, em 1961.
Em São Paulo, na Companhia Nicette Bruno, interpreta Oito Mulheres, de Robert Thomas,
com direção de Luís de Lima, em 1963. Volta ao gênero trágico, em 1965, na montagem de
Electra, de Sófocles, ao lado de Glauce Rocha, com o diretor Antônio Abujamra à frente do
Grupo Decisão. Em 1966, está em Os Físicos, de Dürrenmatt, novamente com Ziembinski
e, no ano seguinte, na montagem de Édipo Rei, direção de Flávio Rangel para a companhia
de Paulo Autran. Em 1968, participa de O Burguês Fidalgo, de Molière, direção de Ademar
Guerra para o mesmo conjunto.
Em 1974, ressurge ao lado de Miriam Mehler em Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson
Rodrigues, uma encenação de Antunes Filho.
Sua interpretação em A Ilha das Cabras motiva o crítico Décio de Almeida Prado a
comentar: "Margarida Rey tem no drama de Ugo Betti o maior desempenho de sua carreira.
Embora contracenando com três bons atores, esmaga-os com sua sobriedade, a sua força
autêntica e profunda, a sua impecável dignidade, a sua noção de medida que é calor e não
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frieza. Margarida sempre foi uma excelente atriz mas ascende agora ao rol, muitíssimo
restrito, das grandes atrizes. A sua preocupação, durante muito tempo, será a de manter e
não de ultrapassar o nível deste seu desempenho". 1
Notas
1. PRADO, Décio de Almeida. 'A Ilha das Cabras', In: _______. Apresentação do Teatro Brasileiro Moderno. São Paulo: Perspectiva,
2001. p. 196.
Nascimento/Morte
1924 - Santos SP - 17 de janeiro
1983 - Rio de Janeiro RJ - 19 de novembro
Fontes de Pesquisa
10 ANOS do TBC - Teatro Brasileiro de Comédia. São Paulo: Teatro Brasileiro de
Comédia, 1963. 1 folheto.
ALMEIDA, Maria Inês Barros de. Panorama visto do Rio: Companhia Tonia-Celi-Autran.
Rio de Janeiro: Iancem, 1987. 115 p.
MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo:
1875-1974. São Paulo: Senac, 2000. [454] p.
O GLOBO, Rio de Janeiro, 22 nov. 1983.
PRADO, Décio de Almeida. Apresentação do Teatro Brasileiro Moderno. São Paulo:
Perspectiva, 2001. 381 p.
Espetáculos
Direção
1953 - São Paulo SP - A Toga Branca
Interpretação
1946 - São Paulo SP - Desejo
1946 - Rio de Janeiro RJ - A Rainha Morta
1947 - São Paulo SP - Vestido de Noiva
1947 - Rio de Janeiro RJ - Não Sou Eu
1947 - Rio de Janeiro RJ - Terras do Sem Fim
1947 - Rio de Janeiro RJ - Vestido de Noiva
1948 - Rio de Janeiro RJ - Uma Rua Chamada Pecado
1948 - Rio de Janeiro RJ - Medéia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Alegres Canções nas Montanhas
1951 - São Paulo SP - O Homem, a Besta e a Virtude
1952 - São Paulo SP - De Amor Também se Morre
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