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Mó dulo II
UNIDADE 1 – As iniciativas estudantis e amadoras: formação de
um teatro erudito e elitizado no Brasil
2. O Teatro de Brinquedo
Rosyane Trotta comenta: "(...) Alvaro Moreyra foi mais moderno na teoria
que na prática (...) não tinha relação com o velho teatro, não trazia o ranço
'trianonino' e estava enfronhado no meio que discutia os novos conceitos
artísticos. Foi o que lhe permitiu, por exemplo, aproveitar, dentro do
possível, a influência de Copeau no seu contato direto com Vieux
Colombier. (...) em Alvaro ela [a modernidade] encontra uma abertura no
despojamento, no humor crítico, numa diretriz bem mais independente e
autêntica que não tenta agradar a gregos e troianos".
4. O Teatro Duse
Criado por Paschoal Carlos Magno, o Teatro Duse abriga o Teatro do
Estudante do Brasil, que lidera o movimento em favor da formação de
profissionais e do teatro comprometido com a arte mais do que com o
lucro. Quando Paschoal Carlos Magno transforma o andar térreo de sua
residência em um teatro, o Teatro do Estudante do Brasil - TEB já conta
com mais de dez anos de atividade. Inaugurado em 1938, o TEB se dedica
a montagens de grandes autores nacionais e estrangeiros - William
Shakespeare, Gonçalves Dias, Sófocles, Henrik Ibsen, Martins Pena. Em
1948, o TEB apresenta uma histórica montagem de Hamlet, com uma
composição realista de Sergio Cardoso, a primeira de que se tem notícia no
teatro brasileiro. Em 1952, o TEB realiza uma turnê de dois meses e meio
pelo norte do país apresentando, gratuitamente, um repertório de sete
espetáculos. Na volta, o TEB inaugura o Teatro Duse, de cem lugares,
sobre o qual escreve seu idealizador: "Todos os elementos que o servem -
bilheteiro, porteiro, indicadores, intérpretes, cenógrafos, figurinistas,
maquinistas, publicistas, costureiras, aderecistas, secretários, diretores - são
estudantes. Não anima o Teatro Duse nenhum objetivo comercial. É o
núcleo de um teatro-escola, dirigido por moços e baseado no entusiasmo,
no desinteresse e no idealismo dos moços".
Paschoal Carlos Magno escreve sobre a criação do TEB: "Eu tinha chegado
da Europa e via aqui a situação melancólica do teatro brasileiro, um teatro
sem muita orientação técnica, representado por atores e atrizes sem a
menor preparação. Digo melancólico, porque havia uma crescente ausência
de público e um número cada vez maior de companhias que multiplicavam
seus frágeis esforços, suas energias, sem encontrar eco por parte da platéia
e da imprensa. (...) percebendo que nada se pode fazer nesse país sem o
apoio dos estudantes, apesar da má vontade de algumas autoridades de
ontem, de hoje e de sempre, percebendo que nada se pode fazer aqui sem a
participação dos moços, (...) reuni, na casa de minha mãe, dezenas de
jovens planejando criar o Teatro do Estudante do Brasil".
Fases
Rio de Janeiro
São Paulo
9. Os Comediantes
Nascimento escreve Sortilégio para o TEN, encenada por Léo Jusi (1930)
no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1957. De acordo com o crítico
Edélcio Mostaço (1949), o texto revela influências de O´Neill, Nelson
Rodrigues (1912-1980) e Shakespeare (1564-1616), sendo uma “obra
dramaturgicamente amadurecida, não desmerecendo os modelos nos quais
deliberadamente se apoia”. A peça sintetiza o longo percurso do grupo na
procura de uma dramaturgia intrinsecamente negra.4 É criado, em 1964, o
Curso de Introdução ao Teatro Negro e às Artes Negras.