Você está na página 1de 6

Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

Suassuna, Ariano (1927)


Outros Nomes: Ariano Villar Suassuna

Biografia
Ariano Vilar Suassuna (Cidade da Paraíba, atual João Pessoa PB 16/06/1927). Romancista,
poeta, dramaturgo, ensaísta e professor. Filho do político João Urbano Pessoa de
Vasconcelos Suassuna, governador do Estado entre 1924 e 1928, e de Rita de Cássia Dantas
Vilar Suassuna. Em 1928, a família muda-se para a Fazenda Acahuan, em Sousa, Paraíba.
Dois anos depois, o pai, então deputado federal, é assassinado no Rio de Janeiro, na
seqüência de episódios da Revolução de 1930. A família se transfere para Taperoá, Paraíba,
onde Suassuna conclui seus estudos primários, e depois para Recife, Pernambuco, onde
conclui o secundário. Ingressa na Faculdade de Direito do Recife, em 1946, e participa do
núcleo fundador do Teatro do Estudante de Pernambuco - TEP, que encena, no ano seguinte,
sua peça Uma Mulher Vestida de Sol. Sua peça mais conhecida, Auto da Compadecida ,
escrita em 1955, obtém, dois anos depois, a Medalha de Ouro, conferida pela Associação
Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT. Torna-se professor da Universidade Federal de
Pernambuco, em 1956, cargo em que se aposenta em 1994. Funda, em 1970, o Movimento
Armorial, destinado à criação de uma arte erudita nordestina calcada em suas raízes
populares. Lança o Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, em
1971. Atua como secretário de Educação da Prefeitura do Recife, em 1975, e assume a
Secretaria Estadual de Cultura de Pernambuco, em 1995. É membro da Academia Brasileira
de Letras - ABL desde 1989.

Cronologia
1927 - Nasce Ariano Suassuna em 16 de junho, na Cidade da Paraíba, atual João Pessoa, na
Paraíba
1928 - A família muda-se para a Fazenda Acahuan, no município de Sousa, Paraíba
1930 - Seu pai, João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna, então deputado federal, é
assassinado no Rio de Janeiro
1933 - Muda-se com família para Taperoá, Paraíba, inicia os estudos primários
1934 - Transfere-se para o Recife e ingressa no Colégio Americano Batista
1945 - Matricula-se no Colégio Oswaldo Cruz, onde conhece o artista plástico Francisco
Brennand (1927). Publica no suplemento cultural do Jornal do Commercio o poema Noturno
1946 - Entra para a Faculdade de Direito do Recife, onde conhece Hermilo Borba Filho
(1917 - 1976), Joel Pontes, Gastão de Holanda (1919 - 1997) e Aloísio Magalhães (1927 -
1982), fundadores do Teatro do Estudante de Pernambuco - TEP. Publica na Revista do
Estudante seus primeiros poemas ligados ao Romanceiro Nordestino
1947 - Escreve a peça teatral Uma Mulher Vestida de Sol, que obtém, no ano seguinte, o
primeiro lugar no concurso nacional promovido pelo TEP, intitulado Prêmio Nicolau Carlos
Magno
Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

1948 - Escreve a peça teatral Cantam as Harpas de Sião, encenada com direção de Hermilo
Borba Filho na inauguração da Barraca, nome dado ao palco itinerante destinado a
apresentações do TEP, obra não lançada em livro
1949 - Escreve a peça teatral Os Homens de Barro, apresentada pelo TEP, com direção de
Hermilo Borba Filho, obra não editada em livro
1950 - Escreve a peça teatral Auto de João da Cruz, que obtém o Prêmio Martins Pena,
conferido pela Divisão de Extensão Cultural e Artística da Secretaria de Educação e Cultura
de Pernambuco. A peça encenada pelo TEP, com direção de Hermilo Borba Filho, não é
editada em livro. Conclui o curso de direito. Vitimado por uma infecção pulmonar,
instala-se em Taperoá para tratar-se
1951 - Escreve o texto teatral Torturas de um Coração ou em Boca Fechada Não Entra
Mosquito, marca de sua estréia no gênero cômico
1952 - Produz a peça teatral O Arco Desolado, não editada em livro, que recebe no ano
seguinte a Menção Honrosa no Concurso do 4º Centenário da Cidade de São Paulo
1956 - Torna-se professor de estética no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da
Universidade Federal de Pernambuco e abandona a advocacia. A peça Auto da
Compadecida é encenada no Teatro Santa Isabel, pelo grupo de Teatro Adolescente do
Recife
1957 - No Rio de Janeiro, o espetáculo Auto da Compadecida é encenado no 1º Festival
Nacional de Teatro Amador, obtendo a Medalha de Ouro, conferida pela Associação
Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT. Em Recife, escreve a peça teatral O Casamento
Suspeitoso, encenada em São Paulo. A peça teatral O Santo e a Porca recebe prêmio da
Associação Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT
1958 - Ingressa no curso de filosofia da Universidade Católica de Pernambuco. O Santo e a
Porca, com direção de Zbigniew Ziembinski (1908 -1978), é apresentada no Rio de Janeiro
e em São Paulo
1959 - Funda, com Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste
1960 - Conclui o curso de filosofia e escreve a peça Farsa da Boa Preguiça, encenada no
ano seguinte pelo Teatro Popular do Nordeste
1962 - O espetáculo A Caseira e a Catarina, direção de Hermilo Borba Filho, é encenado
pelo Teatro Popular do Nordeste. O texto não é publicado em livro
1963 - Exerce a função de assessor do Departamento de Extensão Cultural da Secretaria de
Estado de Pernambuco. Organiza e prefacia uma coleção de poemas intitulada Ariano
Suassuna: Uma Coletânea Popular, publicada na revista Deca
1966 - Visita pela primeira vez a Pedra do Reino, na divisa dos Estados de Pernambuco e da
Paraíba. Escreve roteiro para cinema intitulado O Sedutor do Sertão
1967 - É nomeado membro do Conselho Federal de Cultura
1969 - Assume a direção do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de
Pernambuco e começa a articular o Movimento Armorial, destinado à criação de uma arte
erudita nordestina calcada em raízes populares. O grupo Armorial reúne gravadores, poetas,
músicos, escritores, pintores, ceramistas e coreógrafos
Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

músicos, escritores, pintores, ceramistas e coreógrafos


1970 - Lança o Movimento Armorial
1972 - O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta recebe o
Prêmio de Ficção Nacional conferido pelo Instituto Nacional do Livro do Ministério da
Educação e Cultura - INL/MEC
1973 - Cria a Orquestra Armorial e abandona o Conselho Federal de Cultura
1974 - Redige o ensaio O Movimento Armorial
1975 - Assume a Secretaria de Educação da Prefeitura de Recife. Publica o ensaio Iniciação
à Estética. Cria o Balé Armorial do Nordeste
1976 - O Balé Armorial apresenta no Teatro Santa Isabel, em Recife, o espetáculo Iniciação
Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados. Defende sua tese de livre-docência, A Onça
Castanha e a Ilha do Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira, na Universidade
Federal de Pernambuco
1981 - Em Recife, publica no Jornal de Pernambuco carta aberta em que se despede das
atividades literárias
1985 - Recebe homenagem da Universidade Federal de Pernambuco por seus quarenta anos
de dedicação à literatura
1989 - É eleito para a Academia Brasileira de Letras - ABL, mas assume a cadeira apenas
no ano seguinte
1993 - Realiza em São José do Belmonte, Pernambuco, a primeira Festa da Pedra do Reino,
evento caracterizado por uma cavalhada em que os participantes trajam vestimentas
inspiradas nas descrições que o autor apresenta no Romance d'A Pedra do Reino e o
Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. A partir de então, entra para o calendário cultural da
região, repetida sempre na última semana de maio
1994 - Aposenta-se como professor da Universidade Federal de Pernambuco
1995 - Assume a Secretaria Estadual de Cultura
1996 - Em Recife, no espetáculo Grande Cantoria, apresentado no Teatro do Parque, o
autor canta um romance de inspiração sebastianista
1997 - Em São Paulo, publica no Caderno Mais!, do jornal Folha de S. Paulo, a peça teatral
a História de Amor de Romeu e Julieta, encenada no ano anterior, no Recife
1998 - Participa da gravação do CD Poesia Viva de Ariano Suassuna, lançado pela
gravadora Ancestral
1999 - Estréia na televisão o quadro cultural O Canto de Ariano, veiculado primeiramente
no NE TV 1ª edição, da Rede Globo Nordeste. No ano seguinte, o quadro passa a ser
exibido no programa Multishow em Revista, na GNT
2000 - É homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
2000 - Apresenta no canal GNT o programa Folia Geral
Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

Bibliografia
Instituto Moreira Salles. Cadernos de Literatura Brasileira . Ariano Suassuna - nº 10.
Novembro de 2000.
CARVALHO, Nelly. Ariano Professor. In: Linguagens da Vida. Recife: Universidade
Federal de Pernambuco/Editora Universitária, 1998.
GUIDARINI, Mário. Os Pícaros e os Trapaçeiros de Ariano Suassuna. São Paulo:
Ateniense, 1992.
MORAES, Maria Thereza Didier de. Emblemas da Sagração Armorial: Ariano Suassuna e o
Movimento Armorial (1970 - 1976). Recife: Universidade Federal de Pernambuco/Editora
Universitária, 2000.
VICTOR, Adriana e LINS, Juliana. Ariano Suassuna. Um Perfil Biográfico. São Paulo:
Jorge Zahar, 2007.

Obra publicada no Brasil


Romance
Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta - 1971
A História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana - 1975
História d'o Rei Degolado nas Caatingas do Sertão (Livro 1) - 1977
Fernando e Isaura - 1994
Poesia
Ode - 1955
Sonetos com Mote Alheio - 1980
Sonetos de Albano Cervonegro - 1985
Teatro
Uma Mulher Vestida de Sol (1º ato) - 1948
Auto da Compadecida - 1957
O Casamento Suspeitoso - 1961
Uma Mulher Vestida de Sol (texto completo) - 1964
O Santo e a Porca - 1964
A Pena e a Lei - 1971
Farsa da Boa Preguiça - 1974
Coletânea
Seleta em Prosa e Verso - 1974 - inclui as peças inéditas O Rico Avarento, O Castigo da
Soberba, O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna e Torturas de um Coração

Obra publicada no exterior


Alemão
Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

Alemão
Das Testament des Hundes oder Das Spiel von Unserer Lieben Frau der Mitleidvolen [Auto
da Compadecida]. Tradução Willy Keller. St. Gallen / Wuppertal: Edition Dia, 1986.
Der Stein des Reiches oder die Geschicht des Fürsten vom Blut des Geh-und-kehr-zurück
[Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta]. Tradução Georg
Rudolf Lind. Stuttgart: Hobbit Presse / Klett Cotta, 1988.
Espanhol
Auto de La Compadecida [Auto da Compadecida]. Tradução e adaptação José Maria
Pemán. Madrid: Ediciones Alfil, 1965.
El Santo y la Chancha [O Santo e a Porca]. Tradução Montserrat Mira. Buenos Aires:
Losangue, 1966.
Francês
Le Jeu de la Misericordieuse ou Le Testament du Chien [Auto da Compadecida]. Tradução
Michel Simon. Paris: Gallimard, 1970.
La Pierre du Royaume: Version pour Europeéns et Brésiliens de Bom Sens [Romance d'A
Pedra do Reino]. Tradução Idelette Muzart Fonseca dos Santos. Paris: Métailié, 1998.
Holandês
Het Testament van de Hond [Auto da Compadecida]. Tradução J. J. van den Besselaar. Nos
Leekenspel: Bussum, s.d.
Inglês
The Rogues'trial [O Santo e a Porca]. Tradução Dillwyn F. Ratcliff. Berkeley/Los Angeles:
University of California Press, 1963.
Italiano
Auto da Compadecida. Tradução L. Lotti. Forli: Nuova Compagnia, 1992.
Polonês
Historia o Milosiernej Czyli Testament Psa [Auto da Compadecida]. Tradução Witold
Wojciechowski e Danuta Zmij. Dialog: Rok IV Pazdziernik, 1959.

Cinema
A Compadecida - Direção George Jonas; baseado na obra homônima - 1969
Os Trapalhões no Auto da Compadecida - Direção Roberto Farias; baseado na obra teatral
Auto da Compadecida - 1987
Teatro
A Pedra do Reino - Direção Antunes Filho - 2006
Televisão
Uma Mulher Vestida de Sol - Direção Luiz Fernando Carvalho; especial baseado na obra
homônima, para a Rede Globo - 1994
Farsa da Boa Preguiça - especial baseado na obra homônima, para a Rede Globo - 1995
O Auto da Compadecida - minissérie baseada na obra teatral Auto da Compadecida - 1998
A Pedra do Reino - Direção Luiz Fernando Carvalho; minissérie baseada nos romances
História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana e Romance
d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta - 2007
Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira

Você também pode gostar