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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

VIDA E OBRAS DE ERNESTO NAZARETH

BOA VISTA – RR
2023
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM MÚSICA

VIDA E OBRAS DE ERNESTO NAZARETH

Apresentação da vida e obras de


Ernesto Nazareth, tema extraído do
livro Uma história da música popular
brasileira: das Origens à Modernidade,
autor Jairo Severiano, Referente ao
primeiro trabalho da disciplina História
da Música III.
Professor(a): Andressa Sousa do
Nascimento - Euterpe.
Alunos: Márcio Araújo; Carlos Rian;
Elcio Junior; Ítallo Raphael; Luis
Gustavo.

BOA VISTA – RR
2023
Introdução

Ernesto Nazareth (1863-1934), foi um dos maiores compositores e


pianistas da música popular brasileira no final do século XIX e início do século
XX. Desenvolveu um gênero peculiar, entre a valsa e o choro, que chamava de
"tango brasileiro". Ernesto Júlio de Nazareth nasceu no Rio de Janeiro, no dia 20
de março de 1863. Seu pai, Vasco Lourenço da Silva Nazareth era um
despachante aduaneiro e sua mãe, Carolina Augusta da Cunha Nazareth era
dona de casa e pianista amadora. Com 3 anos de idade, Ernesto começou a
despertar interesse pela música, ao ouvir sua mãe executando peças de Chopin,
Beethoven, entre outros compositores. Aprendeu com sua mãe as primeiras
noções do instrumento. Em 1874, após a morte da mãe, passou a receber aulas
com Eduardo Rodrigues de Andrade Madeira, amigo da família, e com Charles
Lucien Lambert, famoso professor norte-americano radicado no Rio de Janeiro.
Suas composições influenciaram e inspiraram diversos músicos brasileiros e
estrangeiros, tornando-se parte importante do patrimônio cultural brasileiro. Com
uma técnica impressionante ao piano, Nazareth misturou elementos da música
popular brasileira com a música clássica europeia, criando uma sonoridade única
e inovadora. Sua música ainda é muito apreciada e tocada até os dias de hoje,
sendo um dos ícones da música brasileira. Neste contexto, este trabalho irá
explorar a vida e obra de Ernesto Nazareth, sua influência na música brasileira
e seu legado cultural.

Primeira Composição

Ernesto Nazareth começou sua carreira de músico ainda jovem, tocando


piano em festas e eventos sociais no Rio de Janeiro. Aos 14 anos, ele já era
conhecido na cidade como um talentoso pianista e começou a compor suas
próprias músicas. Sua primeira composição, a polca "Você Bem Sabe", foi
publicada em 1884, uma polca-lundu – ritmo muito popular no Brasil que era
tocado nos bailes da época, e já apresentava alguns dos elementos que se
tornariam característicos do estilo musical de Nazareth, como o uso de
harmonias complexas e mistura de ritmos brasileiros e europeus, Ele dedicou
posteriormente esta obra ao seu pai. Com 16 anos, Ernesto Nazareth fez sua
primeira apresentação pública, em um recital no salão do Clube Mozart.

Carreira

Nazareth passou a compor um grande número de obras, incluindo valsas,


tangos, polcas e maxixes. Suas composições foram influenciadas por diferentes
gêneros musicais, como o choro, o samba e o tango, e sua habilidade técnica no
piano era reconhecida como uma das melhores da época, em 1883, com 20
anos, já dividia seu tempo em compor e dar aulas de piano, em 1886, casou-se
com Theodora Amália Leal de Meirelles, onze anos mais velha, com quem teve
quatro filhos. Mais tarde, compôs para ela a valsa “Dora”. Com formação musical
erudita, o compositor gostava de mesclar estilos, compondo polcas, lundus,
maxixes e choros, músicas populares tocadas na época. O sucesso de sua
música foi reconhecido internacionalmente, e ele se tornou um dos mais
proeminentes compositores e pianistas do Brasil. Ao longo de sua carreira,
Nazareth compôs inúmeras músicas, incluindo clássicos como "Odeon",
"Brejeiro" e "Apanhei-te, Cavaquinho". Sua música influenciou muitos outros
músicos no mundo inteiro, e hoje ele é considerado um dos grandes nomes da
música popular brasileira e internacional, sua música ainda hoje continua a ser
apreciada e tocada em todo o mundo, e é lembrado como um dos grandes
mestres do piano e da composição no país.

Odeon

Intérprete constante de suas próprias composições, Ernesto Nazareth se


apresentava em bailes, reuniões e cerimônias sociais. "Odeon" é uma das
composições mais famosas de Ernesto Nazareth, escrita em 1910. A música é
um choro, um gênero musical brasileiro caracterizado por sua mistura de ritmos
e melodias. A música tem um tema animado e vibrante, com um
acompanhamento rítmico sincopado, que é uma marca registrada do estilo de
Nazareth. "Odeon" é uma das obras mais conhecidas do compositor e foi
gravada por diversos artistas ao longo das décadas, tornando-se um clássico do
choro brasileiro. A música recebia esse nome em homenagem a uma sala de
cinema localizada no centro do Rio de Janeiro que era frequentada por Nazareth,
conhecida como "Odeon Palais".Cinquenta anos mais tarde, sua composição
recebeu uma letra escrita por Vinícius de Moraes e foi gravada por Nara Leão.

Interpretação e Apresentação

Ernesto Nazareth escreveu mais de 200 peças para piano. Em 1909,


Nazareth fez sua primeira turnê pela Europa, apresentando-se em países como
Portugal, Espanha e França. Em 1914 sua polca, “Apanhei-te Cavaquinho!”, com
seu ritmo de andamento rápido, fez grande sucesso nos bailes da época, ele
restringiu poucas de suas próprias músicas, devido às limitações tecnológicas
de sua época. No entanto, muitas de suas composições foram gravadas por
outros artistas ao longo das décadas, tornando-se clássicos do choro brasileiro.
Entre as interpretações mais famosas estão Jacob do Bandolim, Pixinguinha,
Dilermando Reis, Chiquinha Gonzaga e Raphael Rabello. Nazareth também se
apresentou como pianista em diversos locais do Rio de Janeiro, incluindo teatros,
cinemas e clubes. Suas apresentações eram muito populares e atraíam grandes
públicos, muitas vezes com pessoas dançando ao som de suas músicas. Em
1922, Nazareth se apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em um
concerto histórico que contou com a participação de diversos outros músicos
brasileiros. Ele também acompanhou pelo Brasil, fazendo apresentações em
diversas cidades do país e também fez.

Doença e Morte

Ernesto Nazareth sofreu ao longo de sua vida com problemas de saúde,


incluindo depressão e alcoolismo. Em março de 1933 começou a manifestar
problemas mentais, que motivaram sua internação na Colônia Juliano Moreira,
em Jacarepaguá, neste mesmo ano, ele sofreu um derrame que o deixou
parcialmente paralisado e com dificuldades para tocar piano. Em abril de 1934,
Nazareth foi internado em um hospital do Rio de Janeiro devido a complicações
de saúde, mas fugiu e foi encontrado morto por afogamento em uma represa
próxima à colônia, havia equimoses no frontal direito e no supercílio e a causa
mortis atestada pelo instituto medico legal informava: asfixia por submersão. Sua
morte foi lamentada por muitos artistas e músicos brasileiros, que reconheceram
sua importância para a música popular brasileira. Ernesto Nazareth é lembrado
até hoje como uma das figuras mais importantes da história da música brasileira.

Algumas Composições de Ernesto Nazaré

Polcas: Apanhei-te Cavaquinho; Ameno Resedá; Não Caio Noutra.

Valsas: Confidência; Coração Que Sente; Expansiva; Faceira; Fidalga; Turbilhão


de Beijos.

Tangos: Atrevido; Brejeiro; Batuque; Bambino; Duvidoso; Fon-Fon; Matuto;


Meigo; Odeon; Reboliço; Paraíso; Tenebroso.

Conclusão

A vida de Ernesto Nazareth é um exemplo de como a música pode


transcender gerações e fronteiras culturais. Sua habilidade técnica no piano e
sua fusão da música popular brasileira com a música clássica europeia o
tornaram um dos mais renomados compositores brasileiros. Sua música
continua a ser tocada e apreciada em todo o mundo, deixando um legado cultural
duradouro. Além disso, sua influência na música brasileira se estende até hoje,
inspirando músicos e compositores contemporâneos, deixando um legado
duradouro na história da música do país. Ernesto Nazareth é um ícone da música
brasileira e um exemplo da capacidade da música de unir e transcender
fronteiras culturais e temporais.
Referências

SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira. 3ª. ed. São Paulo:
Ed. 34, 2017.

Internet

ALMEIDA, Luiz Antônio. Ernesto Nazareth, Vida e Obra. Disponível em


<https://ernestonazareth150anos.com.br/Works/view/136> acesso em
05/05/2023.

Junior, Gonçalo. Análise livro Brejeiro. Entre dois corações e mundos. Pesquisa
Fapresp. Disponível em <https://revistapesquisa.fapesp.br/entre-dois-coracoes-
e-mundos/> acesso em 05/05/2023.

Vermelhor. Biografia marca os 151 anos de nascimento de Ernesto Nazareth.


Disponível em <https://vermelho.org.br/2014/03/21/biografia-marca-os-151-
anos-de-nascimento-de-ernesto-nazareth/> acesso em 05/05/2023.

Núcleo de Música e Tecnologi, Universidade Federal de Uberlândia. Partituras e


Midi. Disponível em <http://www.numut.iarte.ufu.br/downloads-partituras-midis>
acesso em 06/05/2023.

ALMEIDA, Luiz Antônio. Ernesto Nazareth, Vida e Obra. Disponível em


<http://ernestonazareth150anos.com.br/Chapters/index/12> acesso em
08/05/2023.

ANDRADE, Mário de. Ernesto Nazareth. Ilustração Brasileira. Rio de Janeiro:


Sociedade Anonyma “O Malho”, Junho 1928, Ano 9 número 94. Disponível em
<http://ernestonazareth150anos.com.br/files/uploads/texts/text_12.pdf> acesso
em 08/05/2023.

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