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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE FILOSOFIA, ARTE E CULTURA


DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS

Discentes: LAURA RIBEIRO DE GÓES (21.2.5050)


MATHEUS FREZARIN DE ARAÚJO (21.2.5023)
SAMILY PEREIRA XAVIER (21.2.5053)
SAMUEL DE SOUZA BARBOSA (21.2.5051)

SEMINÁRIO: O TEATRO DE GRUPO NOS ANOS 70

Docente: Paulo Marcos Cardoso Maciel


Disciplina: ART516 – Teatro Brasileiro do Século XX

Ouro Preto
Fevereiro/2024
1. CONTEXTO HISTÓRICO
Entre os anos 70 e início da década de 1980, o Brasil viveu sob a Ditadura Militar,
iniciada em 1964 e encerrada em 1985. Durante esse período, caracterizado pelos “anos
de chumbo”, o governo impôs censura, perseguições políticas e restrições às liberdades
individuais. O presidente Médici, representante dos militares linha dura, governou em
grande parte desse período. Houve intensa repressão a grupos opositores, resultando em
assassinatos, prisões ilegais e torturas.
A censura foi uma marca desse tempo, sendo ampliada com o AI-5, que permitiu a
censura de manifestações artísticas. O decreto Leila Diniz, promulgado em janeiro de 1970,
instituiu a censura prévia no país. Durante a ditadura, aproximadamente 500 filmes, 200
livros, 450 peças teatrais e 500 letras de músicas foram vetados, marcando um período
sombrio na história cultural e política do Brasil.
Em 10 de julho de 1974, estreou em São Paulo, na Sala Gil Vicente do Teatro Ruth
Escobar, a peça "O que você vai ser quando crescer?", marcando a estreia do Royal
Bexiga's Company, um grupo cooperativado de teatro formado em 1972.
O grupo, composto por membros da Escola de Arte Dramática, enfrentava desafios
com a censura e a dificuldade em encontrar peças que atendessem a todos. O trabalho
coletivo buscou contornar esses problemas. A produção refletiu a tendência da década de
70 de adotar um "teatro de resistência", criticando a repressão da ditadura militar por meio
de metáforas atemporais. Exemplificando essa abordagem, a peça "Ponto de partida"
(1976) de Gianfrancesco Guarnieri, dirigida por Fernando Peixoto, utilizou uma aldeia
medieval como cenário para abordar o assassinato do jornalista Wladimir Herzog pelos
órgãos de repressão. Outro exemplo, seria o espetáculo musical "Opinião", estreado em
dezembro de 1964 no Rio de Janeiro, que marcou o início de uma expressiva resistência
artística ao regime autoritário no Brasil.
Até o início da abertura democrática em 1979, muitas produções teatrais foram
impulsionadas pelo desejo de mobilizar a sociedade contra o governo militar. Com roteiro
de Oduvaldo Vianna Filho, Armando Costa e Paulo Pontes, direção cênica de Augusto Boal
e direção musical de Dori Caymmi, o show adotou estratégias para evitar a atenção da
censura. Alternando depoimentos e canções, "Opinião" transmitia, por meio de alusões de
duplo sentido, o repúdio político compartilhado pelo público, usando metáforas para driblar
a censura e construir um subtexto de manifestação contestatória.
2. PRINCIPAIS GRUPOS DE TEATRO DOS ANOS 70
2.1 ASDRÚBAL TROUXE O TROMBONE:
É impossível falar de grupos teatrais nos anos 70 e não falar do carioca "Asdrubal
Trouxe o Trombone". E para falar dele precisamos voltar um pouco antes de sua criação
para entender como esse fenômeno teatral surgiu. Era realizado no Rio, no ano de 1972 o
curso de teatro de Sérgio Britto, que contava com nomes importantes do teatro como:
Gianni Ratto, Angel Vianna, Klaus Vianna, José Carlos Gondim e Glorinha Beuttenmüller.
Desse curso surge o encontro entre Hamilton Vaz Pereira e Regina Casé, que a partir das
suas experiências no curso decidem criar um grupo de teatro. Com a chegada de outros
integrantes como Luis Fernando Guimarães, Daniel Dantas, Carlos Motta e Gilda Guilhom
nasce em 1974 o Asdrubal Trouxe o Trombone.
No dia 1° de Maio de 1974 o grupo Asdrúbal estreava a sua primeira peça "O
Inspetor-Geral" do russo Nicolai Gogol. O espetáculo foi inaugurado no Centro Israelita
Brasileiro (cidade do Rio) em um espaço entre a piscina e a sauna. O figurino simples era
composto de peças como um Kimono estampado com a bandeira dos E.U.A e uma peruca
que Regina Casé trouxera de Londres e a cenografia mais simples ainda contava com
caixotes de madeira e faixas com escrituras do título da peça. O grupo fez um sucesso tão
grande que conseguiu apresentar sua peça no Teatro Opinião com um público bem
importante para o teatro, com grandes nomes na plateia como por exemplo: Marília Pêra.
Sucesso de público e de crítica, o grupo recebeu elogios de grandes nomes como os críticos
Yan Michalski e Nelson Motta.
Com a popularidade de "O Inspetor-Geral" o grupo Asdrúbal se tornou a ponta de
flecha do teatro carioca e chegaram a organizar um festival chamado: "Antes que o pano
caia" que contou com a participação de cerca de 40 grupos de teatro. O festival foi
importante para o Asdrúbal ter uma noção de sua estética, e saber o que de seu teatro era
uma característica própria do grupo, e o que fazia parte de um movimento maior. A primeira
peça do grupo ficou marcada como uma nova forma de fazer teatro principalmente em
tempo de ditadura militar, uma vez que o cenário artístico trazia um teatro do medo, com
pouca luz e muitas cenas na escuridão em contraponto ao teatro do Asdrúbal, que tinha
uma solaridade característica das praias cariocas e cenas divertidas como um dia na praia.
O sucesso era tanto que "O Inspetor-Geral" deixou de ser uma peça e se tornou um
compromisso dos cariocas, que assistiam a peça várias e várias vezes, um exemplo disso
é uma passagem onde o ator Daniel Dantas passa a sua fala para Bia Lessa (na plateia) já
que ela tinha decorado as falas de tantas vezes que assistiu a montagem. Mas no auge da
temporada, Hamilton Vaz Pereira (diretor da peça) decide parar a exibição do espetáculo
para criar um novo projeto: UBU.
Asdrúbal adaptaram a obra de Alfred Jarry de tal forma que o espetáculo tivesse em
sua dramaturgia fragmentos de todos os "UBUs" (Rei, Corno, Acorrentado, Sobre a colina)
misturando em suas peças características circenses e quebra da quarta parede. A peça
tinha como cenário latas de cimento com cordas delimitando os espaços cênicos, figurinos
reciclados de outras obras inclusive um vestido da personagem "Norminha" interpretada
por Jô Soares. Em 1975 (ano de estreia de UBU) era inaugurado o Teatro Experimental
Cassilda Becker que teve como grande entusiasta Perfeito Fortuna que junto com sua
namorada Nina de Pádua se juntaram um tempo depois ao grupo Asdrubal. O grupo passou
por uma separação e teve que remontar a peça O Inspetor-Geral para levantar a grana para
seu projeto seguinte, o aclamado: Trate-me Leão.
Após uma turnê nacional em 1976 com a peça O Inspetor-Geral, Asdrúbal Trouxe o
Trombone sentiu a necessidade de executar uma peça com dramaturgia própria, daí surge
o maior sucesso do grupo, a primeira peça de criação coletiva do grupo: Trate-me Leão.
Com cenas escritas por grandes nomes e apreciadores do grupo, como: Chico Buarque e
Gilberto Gil o grupo fez sucesso com a peça que teve como elenco sua formação mais
icônica: Hamilton Vaz Pereira, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Perfeito Fortuna,
Nina de Pádua, Evandro Mesquita, Fábio Junqueira e Patricia Travassos. Entre outros
sucessos o Asdrubal se tornou a cara do teatro carioca de seu tempo.
Seus trabalhos seguintes mantiveram a qualidade Asdrúbal, em "Aquela Coisa Toda"
(1980) a opinião do público inicialmente desfavorável à peça mudou ao longo da temporada
encerrando num grande sucesso e com uma grande cereja no bolo: A homenagem musical
de Caetano Veloso para Regina Casé, "Rapte-me Camaleoa". Seguindo com projetos
grandiosos, o grupo lançou em seu aniversário de sete anos (maio de 1981) o curso de
teatro no Parque Lage. Logo depois estrearam na televisão com o programa "Mocidade
Independente" na rede Bandeirantes. E em 1982 a construção e inauguração do "Circo
Voador" um evento cultural que marcou o cenário do teatro e da música brasileira, com
participação de grandes nomes como: Gilberto Gil, Chico Buarque, Marília Pêra, Fernanda
Montenegro e outros. Com a criação do Grupo musical "Blitz" o Asdrubal Trouxe o
Trombone encerra sua formação mais icônica.
Em seu último projeto, Hamilton Vaz Pereira traz o planeta Terra para o palco do
Asdrubal com o espetáculo dividido em dois dias de exibição, A Farra da Terra. O primeiro
espetáculo do grupo pensado, planejado e inaugurado no estado de São Paulo (na capital
paulista, mais especificamente no recém construído Sesc Pompeia de Lina Bo Bardi).
Sucesso de crítica e de público a peça foi a mais estrutural da carreira do grupo,
revolucionando o teatro nacional bem como sua própria trajetória. Com estrutura de
Broadway a peça trouxe monitores de vídeos, banda e artes plásticas em cena. Além de
uma trilha sonora marcante produzida por Pericles Cavalcanti e posteriormente gravada em
disco sob produção de Caetano Veloso. O grupo encerra suas apresentações em São
Paulo com shows de divulgação do disco musical resultante do espetáculo de mesmo nome
(A Farra da Terra), e termina sua trajetória em palco no Teatro Ipanema (RJ) em 1983.
2.2. TEATRO DO ORNITORRINCO:
Falar do teatro brasileiro dos anos 70 é falar do Grupo Teatro do Ornitorrinco, um
dos grupos teatrais mais tradicionais e importantes do Brasil. O grupo é natural da cidade
São Paulo e fundado no ano de 1977 pelos amigos Cacá Rosset, Maria Alice Vergueiro e
Luiz Roberto Galízia, a partir do desejo de fazer um teatro independente e pela insatisfação
com o panorama teatral da época, pautado ao teatro feito de maneira televisiva e o teatro
de gueto.
A criação do grupo visava descobrir uma nova vertente para o teatro brasileiro do
século XX, algo que pudesse chamar a atenção do público e ainda assim, utilizar de sua
criatividade transformando os espetáculos em sua maneira mais diferente e autoral, com a
própria identidade do Ornitorrinco; para o grupo o teatro tem que ser mais importante que
qualquer coisa e deve estar em sintonia com o seu tempo.
O primeiro espetáculo realizado foi a peça “Os Mais Fortes”, criação feita a partir de
três textos de August Strindberg (A mais forte, O pária e Samum), incluíam no processo de
pesquisa estudos sociológicos e psicológicos. Foi a partir dos estudos da corrente
darwinista que decidiram o nome do grupo: “Ornitorrinco”.
O motivo da escolha desse nome é devido a história do animal híbrido de ave e
mamífero que possui hábitos noturnos e de visão aguçada e faro alto, predestinado à
extinção; com isso fizeram a analogia ao teatro e ao momento político em que estava
ocorrendo ao Brasil (ditadura militar), o novo e diferente buscando sobreviver às
adversidades.
O grupo iniciou o processo teatral sem nenhum patrocínio, o Grupo Oficina de Teatro
cedeu o espaço para inicialização dos primeiros ensaios da trupe, sendo eles no porão do
próprio teatro. Entretanto, o grupo teve que adaptar-se às adversidades do local. O espaço
não era favorável para a construção de cenário; figurino e iluminação não tinham destaque
nas apresentações, por isso buscaram alternativas para trabalharam especificamente o
trabalho corporal e vocal do ator.
A direção era feita pelos três atores, onde pontuavam o que era necessário de
realizar alterações. Os primeiros figurinos e adereços do “Ornitorrinco” foram cedidos por
seus familiares ou eram adaptados dos guarda-roupas dos atores. A divulgação do
espetáculo era “frente a frente” nas ruas de São Paulo, os ingressos eram gratuitos e ao
longo do espetáculo era passado o chapéu entre o público, afim de ganharem doações
voluntárias. Sua estreia deu-se no dia 28/05/1977 durante a noite.
A partir de 1983 o grupo iniciava um projeto de criar um repertório de peças curtas
que não implicassem grandes investimentos e fossem apresentadas em espaços
alternativos. Com a peça “Ubu, folias physicas, pataphysicas e musicaes” em 1985,
conseguiu atingir um público mais jovem. Nessa época apenas Cacá Rosset era o único
que permanecia no grupo, que passava a exercer uma liderança mais solitária.
O Ornitorrinco sempre optou por encenar textos dramáticos. Para a produção dos
mesmos, o grupos trabalhava com procedimentos complementares, o primeiro era a síntese
das peças escolhidas, onde buscavam pesquisar e analisar os mesmos e tentar encontrar
a sua própria forma de representação, para isso utilizavam também de textos de gêneros
em comum como base para então, obter-se uma ligação entre eles; além de estudarem
totalmente a bibliografia do autor para que pudessem compreendê-lo e aplicar os seus
conceitos, adicionando alterações em favor do contemporâneo.
O grupo utilizava os ideais de Strindberg para o estudo de suas peças, como a
redução de pequenos trechos que não contribuiria para o desenrolar do espetáculo, com
isso buscavam fazer as peças mais objetivas e também com poucos atores, com isso,
prenderia mais a atenção do público; além do questionamento ao mundo burguês,
entretanto da maneira “Ornitorrinco” de ser, com muito sarcasmo, deboche e risos.
Em “Ubu, folias physicas, pataphysicas e musicaes” pegaram como referência a
história de Jarry e a adaptaram, fazendo um roteiro simples, de 20 páginas divididos em 12
cenas. Além disso em sua montagem, Cacá pretendia fazer uma “montagem de atrações”,
como se fosse um repertório de um circo. Portanto resgataram formas cênicas como a
dança, e o próprio circo e seus números de malabarismos e acrobacia; e misturaram com
o teatro e dança trazendo uma pegada mais grotesca e mais objetiva em suas
apresentações. A autora Silvia Fernandes em seu livro “Grupos Teatrais: anos 70” reforça
essa ideia da utilização de aparatos circenses no espetáculo do Teatro do Ornitorrinco:
“atores emergiam em intervalos regulares, ou a bela aparição da consciência de Ubu, uma
atriz completamente nua alçada por um elevador, além do balão da cena final da peça,
quando o casal Ubu foge para a França suspenso pelos urdimentos”. (FERNANDES,2000,
p.122).
Na montagem, o grupo tinha o objetivo de conhecer profundamente a obra do autor
e isso ocorreu de forma tão natural para a montagem que entendesse que “Ubu” seria a
produção de uma peça feita de forma sucinta e objetiva. Além disso o grupo buscava
transformar o gesto em total eficácia nas ações dos personagens, não levando para o lado
emocional e ideal, mas sim o real, o “aqui e agora”. Por exemplo, se a cena fosse com
bebidas, simulava com total realidade o ato de beber.
A proposta de criar espetáculos performativos sempre rodeou o Ornitorrinco, pois
sua essência era mostrar aquilo que o ator era capaz de fazer enquanto cena. Foram
inspirados pela atuação de Bertold Brecht, incitando assim o uso da palavra “performer”
que significa alguém que se domina tecnicamente a ponto de mostrar suas qualidades
pessoais com êxito. Cacá fazia o personagem principal, mas ficava mais por parte da
direção para observar essas qualidades dos atores nos ensaios, uma vez que achava
interessante e rico o fato de cada um possuir uma habilidade única e diferente.
2.3. OUTROS GRUPOS DA ÉPOCA
Diante das pesquisas realizadas para esse trabalho, seria difícil não notar que o
período dos anos 70 até o início dos anos 80, foi marcado não só pelo surgimento de novos
grupos teatrais, mas também pela movimentação de vários grupos teatrais. Outros grupos
aqui serão citados, como o Pod Minoga, Imbuaça, Mambembe, Pessoal do Victor, Grupo
Teatral Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveis e O Imaginário Associação Cultural e o
Grupo Experiência.
Começando com o Grupo Pod Minoga, ele foi criado em 1972 em São Paulo tem
como objetivo fomentar a capacidade de expressão de sua equipe e executar diversas
atividades artísticas. Seus integrantes, por não seguirem os métodos tradicionais do teatro,
acabaram desenvolvendo outro método que tinha um estilo próprio de representação e
também uma criação cênica única, resultando em maneiras exclusivas de contar as
histórias. O Pod Minoga foi criado por Naum Alves de Souza, Carlos Moreno, Dionísio
Jacob, Flávio de Souza e Mira Haar.
Carlos Alberto Soffredini criou o Grupo Mambembe em 1976 que focava em uma
interpretação brasileira autêntica explorando também as comédias de costumes e o circo-
teatro, os integrantes desse grupo são: Flávio Dias, Suzana Lakatos, Wanderley Martins,
Rubens Brito, Douglas Salgado, Enaldo Freire, Calixto de Inhamuns.
Em uma parte do livro “Grupos teatrais Anos 70” podemos ver um outro grupo teatral
surgindo nesse período. O grupo Pessoal do Victor foi fundado por Adilson Barros, Eliane
Giardini, Paulo Betti, Ismael Ivo, Celso Nunes e Márcio Tadeu, esse grupo conforme o livro
citado, foi um dos grupos operacionais do Cooperativo Paulista de Teatro. Similar a outros
grupos dessa época, ele também trabalha em suas montagens a criação coletiva e por volta
do ano de 1979 no Teatro Eugênio Kusnet o grupo apresentou “Na correria do Divino” texto
escrito por Soffredini.
No texto “Grupos Teatrais no Brasil Contemporâneo” de Alexandre Mate, são
abordados vários grupos teatrais, dentre eles, encontram-se três grupos criados na década
de 70, que são Grupo Imbuaça, Grupo Teatral Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveis e
O Imaginário Associação Cultural.
Primeiro citaremos o Grupo Imbuaça, criado em 1977 em Aracaju - SE, destaca-se
no Nordeste por ter uma certa preocupação com a preservação e a promoção da cultura
nordestina. O grupo já se apresentou não só em quase todo o território brasileiro, mas
também em outros países, seu lema é “a rua se caracteriza como seu palco”. O “Grupo
Teatral Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveis” teve seu início em Porto Alegre - RS em
1977 por estudantes do Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Em sua trajetória realizou várias atividades visando a transferência de
experiências entre diferentes grupos. Chegaram até a lanças um livro chamado “Aos que
Virão Depois de Nós” para que todo o caminho por eles traçado e toda cultura nunca se
perca ao longo do tempo.
Em 1978 em Porto Velho - RO os diretores Cláudio Vrena e Chicão Santos criaram
“O Imaginário Associação Cultural”, grupo esse que tem se dedicado a levar não só
espetáculos, mas também cursos e palestras que abraçam variadas faixas etárias.
Para concluir, mencionamos aqui o Grupo Experiência que, embora tenha sido
criado em 1960, teve o ano de 1971 como o momento oficial do começo de suas atividades
teatrais na capital do Pará, como relata José Denis de Oliveira Bezerra em seu texto “Teatro
em Belém do Pará nas Décadas de 1970 e 80: Grupo Experiência e o
Regionalismo/Nacionalismo”. Não muito diferente de alguns grupos já mencionados aqui,
o Grupo Experiência deseja colocar em suas encenações toda a cultura do Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FERNANDES, Sílvia. Grupos teatrais: anos 70. Campinas: Editora da Unicamp. 2000.
ASDRUBAL TROUXE O TROMBONE; Direção: Hamilton Vaz Pereira. Produção: Augusto
Casé. Brasil: Casé Filmes, 2017. Acesso em: 27 jan. 2024.
FERREIRA, Andréa Angotti. A linguagem do Teatro do Ornitorrinco. Anais ABRACE.
v. 9, n. 1, 2008. Disponível em:
<https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/abrace/article/view/1261/1358 >.
Acesso em: 29 jan. 2024.
FARIA, João Roberto (coord.) História do Teatro Brasileiro: do modernismo às
tendências contemporâneas (volume II). São Paulo, Perspectiva, 2013.
PATRIOTA, Rosangela. O Teatro Brasileiro na década de 1970: apropriações
históricas e interpretações historiográficas. UFU - Universidade Federal de Uberlândia.
João Pessoa, 2003.
MATE, Alexandre. Grupos Teatrais no Brasil Contemporâneo.
BEZERRA, José Denis de Oliveira. Teatro em Belém do Pará nas Décadas de 1970 e 80:
Grupo Experiência e o Regionalismo/Nacionalismo. Recife. 2019.

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