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ZÉ CELSO

JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA


INÍCIO
Iniciou-se no fim da década de 1950, e se definiu na década de 1960 quando Zé Celso liderou a
importante Teatro Oficina− grupo formado quando integrava o Centro acadêmico, da Faculdade
de Direito da USP.
Nessa época, destacam-se as encenações de:  Pequenos Burgueses (1963) − peça que enfoca a
Rússia às vésperas de sua revolução e evidencia numerosos pontos de contato com a realidade
nacional anterior ao golpe militar de 1964.
O Rei da vela (1967), de Oswald de Andrade - espetáculo-manifesto tornado emblema do
movimento tropicalista.
Na Selva das Cidades (1969), obra de Bertold Brecht, que trata da profunda crise que atravessava
o país e a equipe artística.
Pequenos Burgueses, embora suspenso em abril de 1964 por autoridades militares que acabavam
de tomar o poder, rendeu a José Celso todos os prêmios de melhor direção do ano.
1970
A partir de 1970, após um intercâmbio de workshops entre o Oficina, o grupo norte-
americano The Living Theater e o argentino Lobos, Zé Celso conceitua suas mais
recentes experimentações como te-ato, e não mais teatro. Trata-se de uma atuação
ritual através de atos concretos, que propõe uma transformação da relação palco-
platéia. A esta altura o conjunto perde vários integrantes: resta apenas Renato
Borghi do grupo original. Zé Celso se torna uma espécie de guru carismático para
os jovens atores, que com ele formam uma espécie de grupo-comunidade, aliando
aventuras alucinógenas a apresentações de fragmentos de seu antigo
repertório, happenings e te-ato em várias regiões do país. De volta a São Paulo em
1972, essas vivências ritualísticas são teatralizadas e resultam na criação coletiva
Gracias Señor. O espetáculo divide público e crítica.
DÉCADA DE 1990
A abertura do novo milênio se dá com uma revisão e o registro
da produção da década de 1990 do Uzyna Uzona, através de um
ciclo de remontagens filmadas e digitalizadas em DVD. 
Entre 2002 e 2006, Zé Celso realiza a montagem, na íntegra, da
obra Os Sertões, de Euclides da Cunha. O projeto é divido em
cinco espetáculos, cada um com cinco horas de duração, em
média: A Terra, O Homem I, O Homem II, A Luta I e A Luta II. 
BIBLIOGRAFIA INDICADA

• CORRÊA, José Celso M. O Rei da Vela, manifesto do Oficina. In: O Rei da Vela.
São Paulo, 1967. Programa do espetáculo. 
• 2. DORT, Bernard. Uma comédia em transe. Le Monde, Paris, abr. 1968, traduzida
e republicada no segundo programa de O Rei da Vela, cit.
• 3. MICHALSKI, Yan. José Celso Martinez Corrêa. In.: ______. Pequena
enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material
inédito, elaborado em projeto para o CNPq.
O TEATRO OFICINA 
O Teatro Oficina é um prédio em São Paulo e sede da companhia de teatro Teatro
Oficina Uzyna Uzona, liderada por José Celso, apesar de a companhia, fundada em
1958, ter tido outra sede, destruída por um incêndio. O famoso projeto
arquitetônico, projetado em 1992 e inaugurado em 1993, tem a assinatura de Lina
Bo Bardi. Em 2015, o Teatro Oficina foi eleito pelo jornal The Guardian como o
melhor teatro do mundo na categoria projeto arquitetônico.
O Teatro Oficina foi local de grande parte da experiência cênica internacional, que
reuniu de Brecht, Sartre ao Living Theatre. Foi neste lugar que foi lançado um
importante manifesto da cultura brasileira, o Tropicalismo, versão na década de
sessenta do movimento antropofágico de Oswald de Andrade. Este influenciou
músicos, poetas e outros artistas.

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