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a POESIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO BRASIL – um panorama

com alguns destaques:


Haroldo de Campos
Manuel Bandeira Augusto de Campos MOVIMENTO
1ª GERAÇÃO Décio Pignatari CONCRETISTA
Mário de Andrade
MODERNISTA
Oswald de Andrade

Ferreira Gullar a partir dos


Carlos Drummond de Andrade Hilda Hilst ANOS 1950
GERAÇÃO
Mário Quintana
DOS
Cecília Meireles ANOS 1930
Vinicius de Moraes Adélia Prado
Ana Cristina César ANOS 1970 / 1980
Paulo Leminski
GERAÇÃO
João Cabral de Melo Neto Alice Ruiz
DE 1945
a POESIA CONCRETA tem como particularidade a subversão da poesia
como resultado apenas da palavra escrita, utilizando, portanto, como parte
de sua construção subjetiva, o elemento VISUAL: na disposição das letras,
na união entre texto e imagem para sua completa significação e na
LEITURA DA PALAVRA COMO IMAGEM; os autores também
costumam apresentar um interesse pela sonoridade, usando jogos de
palavras e repetições.

(À ESQUERDA, TEXTO DE
AUGUSTO DE CAMPOS; À
DIREITA, TEXTO DE DÉCIO
PIGNATARI.)
o MOVIMENTO CONCRETISTA, surgido no Brasil nos anos 1950, é
encabeçado por 3 autores: Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo
de Campos; trata-se de um movimento que surge no contexto da expansão
da cultura e da comunicação de massas no país, associado também a um
franco processo desenvolvimentista

ao serem inspirados por esse momento, os autores também constroem uma


poética que virá a influenciar muitos poetas e compositores musicais que
irão se apropriar dessa proposta.

(TEXTO DE AUGUSTO DE CAMPOS)


(TEXTO DE
RONALDO AZEVEDO.)

(TEXTO DE
DÉCIO PIGNATARI.)
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA O
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUM
BAT MACUMBA Ê Ê, BATMAN
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT
BAT MACUMBA Ê Ê, BA
BAT MACUMBA Ê Ê
BAT MACUMBA Ê
BAT MACUMBA
BAT MACUM
BATMAN
BAT
BA
BAT
BAT MA
BAT MACUM LETRA DA MÚSICA “O QUE”, DE
BAT MACUMBA ARNALDO ANTUNES, GRAVADA
BAT MACUMBA Ê
PELA BANDA TITÃS.
BAT MACUMBA Ê Ê
BAT MACUMBA Ê Ê, BA
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT
BAT MACUMBA Ê Ê, BATMAN
LETRA DE “BAT MACUMBA”,
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUM
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA CANÇÃO DE CAETANO VELOSO E
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA O GILBERTO GIL GRAVADA PELA
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BANDA OS MUTANTES.
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ
BAT MACUMBA Ê Ê, BAT MACUMBA OBÁ!
destaques na formação da CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA moderna:
BOSSA NOVA
(Vinicius de Moraes, TROPICÁLIA
a partir do final dos
Tom Jobim, ANOS 1950 (Caetano Veloso,
ANOS 1960
João Gilberto) Gilberto Gil,
Os Mutantes etc.)

CANÇÃO DE PROTESTO
(Geraldo Vandré)
ANOS 1960 Raul Seixas a partir dos
Secos & Molhados ANOS 1970

Chico Buarque a partir dos anos


Edu Lobo ANOS 1960
EXPLOSÃO DO ROCK
BRASILEIRO
JOVEM GUARDA (Titãs, Legião Urbana, Blitz, ANOS
(Roberto Carlos, ANOS 1960 1980
Paralamas do Sucesso,
Erasmo Carlos) Barão Vermelho etc.)
TEATRO BRASILEIRO MODERNO

Entre os 1940 e os anos 1960, uma geração de autores reconfigura


aspectos formais e temáticos do teatro brasileiro, abrindo espaço
para novas possibilidades. Entre os principais autores a se destacaram
ao longo desse período, temos:

Plínio Marcos
Nelson Rodrigues
Dias Gomes
Ariano Suassuna
o TEATRO BRASILEIRO MODERNO e seus principais nomes:

NELSON RODRIGUES
• Clima mórbido e trágico (eventualmente, tragicômico, dadas as situações
exageradas);
• Ênfase no “mau gosto”;
• Paixões obsessivas, doentias;
• Violência e morte;
• Enfatiza a degradação das instituições sociais sacralizadas pela sociedade: a
Família e o Casamento – escancarando as hipocrisias da sociedade;
• O adultério é tema recorrente;
• O sexo surge de forma caricata e um tanto patológica, logo, apresentado de forma
moralista (ainda que o teatro de Nelson fosse visto por muitos como um “imoral”).
Categorias do  Peças Míticas:
teatro de Álbum de Família (1945)
Nelson Rodrigues Anjo Negro (1947)
Senhora dos Afogados (1947)
Dorotéia (1949)

 Peças Psicológicas:
A Mulher Sem Pecado (1941)
Vestido de Noiva (1943)
Valsa nº 6 (1951)
Viúva, porém honesta (1957)

 Tragédias Cariocas:
A Falecida (1953)
Perdoa-me por me Traíres (1957)
Os Sete Gatinhos (1958)
Boca de Ouro (1959)
Beijo no Asfalto (1960)
Otto Lara Resende ou Bonitinha mas Ordinária (1962)
Toda Nudez Será Castigada (1965)
A Serpente (1978)
VESTIDO DE NOIVA, de Nelson Rodrigues (1943)
- estilo fragmentado e tom psicológico;
- análise fria e crua da sociedade (relações familiares, relacionamentos);
- marco de modernidade no teatro brasileiro com a montagem dirigida Zbigniew
Ziembinski, polonês radicado no Brasil.

“Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, diferia com efeito de tudo o que se


escrevera para a cena entre nós, não apenas por sugerir insuspeitadas perversões
psicológicas (...), mas, principalmente, por deslocar o interesse dramático, centrado
não mais sobre a história que se contava e sim sobre a maneira de fazê-lo, numa
inversão típica da ficção moderna”
(Décio de Almeida Prado, p. 40, O Teatro Brasileiro Moderno).
Categorias do  Peças Míticas:
teatro de Álbum de Família (1945)
Nelson Rodrigues Anjo Negro (1947)
Senhora dos Afogados (1947)
Dorotéia (1949)

 Peças Psicológicas:
A Mulher Sem Pecado (1941)
Vestido de Noiva (1943)
Valsa nº 6 (1951)
Viúva, porém honesta (1957)

 Tragédias Cariocas:
A Falecida (1953)
Perdoa-me por me Traíres (1957)
Os Sete Gatinhos (1958)
Boca de Ouro (1959)
Beijo no Asfalto (1960)
Otto Lara Resende ou Bonitinha mas Ordinária (1962)
Toda Nudez Será Castigada (1965)
A Serpente (1978)
o TEATRO BRASILEIRO MODERNO e seus principais nomes:

ARIANO SUASSUNA

• Principal obra: O Auto da Compadecida;


• Resgata a tradição do teatro de Gil Vicente mesclado às representações
típicas da cultura nordestina;
• Tipos sociais nordestinos e o imaginário do Nordeste brasileiro são sua marca
registrada: os tipos humanos se mesclam ao imaginário mágico e folclórico e
também a referências culturais, como o cordel;
• Desenvolve trabalho com a linguagem como forma de identidade.
o TEATRO BRASILEIRO MODERNO e seus principais nomes:

PLÍNIO MARCOS

• Destaca figuras ligadas ao universo marginal: prostitutas, cafetões,


criminosos, etc;
• A partir dessa lógica, compõe peças como Navalha na Carne e O Abajur
Lilás, que destacam o universo da prostituição, e Dois Perdidos numa
Noite Suja, que enfatiza o crime e suas raízes no desespero social;
• A linguagem é direta e vinculada ao cotidiano urbano – tanto os
diálogos dos personagens quanto as condições dos indivíduos são
povoados de objetividade e crueza.
o TEATRO BRASILEIRO MODERNO e seus principais nomes:

DIAS GOMES

• Teatro de forte tom crítico e político;


• Aponta contradições, principalmente, nos setores da política
(Odorico, o bem amado) e da religião (O Pagador de Promessas e O
Santo Inquérito);
• Extensa carreira na teledramaturgia, tendo escrito aquela que é
considerada a melhor telenovela brasileira de todos os tempos:
Roque Santeiro (baseada em peça sua)
A LITERATURA BRASILEIRA PÓS-1950:
REFERÊNCIAS MARCANTES!

CONTISTAS CRONISTAS

- Rubem Fonseca - Nelson Rodrigues


- Dalton Trevisan - Rubem Braga
- Lygia Fagundes Telles - Fernando Sabino
- Caio Fernando Abreu - Luis Fernando Verissimo
CONTO brasileiro contemporâneo – autores de referência:

RUBEM FONSECA

 Linguagem objetiva e naturalista (oralidade do ambiente urbano);


 Temas e personagens sórdidos, violentos e brutais;
 Mundo marginal e contradições sociais;
 Influência da moderna narrativa policial.
Algumas obras:
Lúcia McCartney (1969), Feliz Ano Novo (1975), O Cobrador (1979).
CONTO brasileiro contemporâneo – autores de referência:

DALTON TREVISAN
 Universo suburbano: classe média remediada e classes baixas;
 Relações conjugais marcadas por hipocrisias;
 Violência e sexualidade recorrentes
 Estilo “mínimo”: narrativas realmente breves, sintéticas e objetivas.
Algumas obras:
Cemitério de Elefantes (1964), O Vampiro de Curitiba (1965),
A Guerra Conjugal (1969).
CONTO brasileiro contemporâneo – autores de referência:

LYGIA FAGUNDES TELLES

 Recorrência do “conto de atmosfera”, onde a trama interessa menos


que o o clima e as sensações incitadas;
 Há constante ligação com o fantástico, e com situações de absurdo;
 “Finais abertos”: forte poder sugestivo, onde o conto funciona como
um “recorte” de situação.
Algumas obras:
Antes do Baile Verde (1970); Seminário dos Ratos (1977).
CONTO brasileiro contemporâneo – autores de referência:

CAIO FERNANDO ABREU

 Temas e personagens que refletem anseios e situações geracionais;


 Personagens que vivem relações efêmeras, em constante estado de
decadência e de falta de perspectiva;
 Intimismo: frequentes embates com questões interiores;
 Estruturas narrativas que rompem com convenções formais;
Algumas obras:
O Ovo Apunhalado (1975), Morangos Mofados (1982),
o gênero CRÔNICA: moderno e híbrido.

Nas crônicas, podemos ter diferentes tipos textuais (narrativo,


argumentativo, descritivo) – daí o seu hibridismo. No Brasil, onde o humor e a
ironia são recorrências do gênero, são muitos os seus adeptos (há quem fale
em “gênero brasileiro”, inclusive). O vínculo com seu suporte mais comum, o
jornal, é o que motiva os cronistas a dialogarem, sempre que possível, com
temas do seu tempo, utilizando uma linguagem igualmente contemporânea. É
desse vínculo com o tempo que vem o nome do gênero: “crônica” vem de
“chronos” (definição grega de “tempo”). Costumamos perceber como tipos
mais recorrentes: a crônica ensaística, o crônica narrativa, a crônica lírica, a
crônica memorialística e a crônica esportiva (em geral, futebolística).
• Nas palavras do crítico literário Antonio Candido, a crônica traz, muitas
vezes, tom semelhante a “uma conversa aparentemente banal”.
• Para o cronista e romancista Fernando Sabino, tal estilo “busca o
pitoresco e o irrisório no cotidiano de cada um”.
• Para Machado de Assis, é “uma fusão admirável do útil e do fútil, o sério
consorciado com o frívolo...”.
• Para Carlos Drummond de Andrade, “crônica tem essa vantagem: não obriga
ao paletó-e-gravata de editorialista, forçado a definir uma posição correta
diante dos grandes problemas”.

A crônica desenvolve-se no mundo moderno, acompanhando o desenvolvimento


da imprensa. Por isso, seus grandes representantes, em sua maioria, são
autores do século XX e XXI.
CRÔNICA brasileira contemporânea – autores de referência:

Nelson Rodrigues:
- Explorou diferentes segmentos: memória, futebol, crônicas políticas e
sociais e narrativas ficcionais, sempre observando questões do cotidiano.
- Nas crônicas futebolísticas, cunhou o termo “complexo de vira-lata”.

Rubem Braga:
- Era um cronista de ofício, dedicado basicamente a esse gênero.
- Explorava a dimensão lírica do cotidiano, tornando o banal algo
poético e notável (digno de reflexão).
CRÔNICA brasileira contemporânea – autores de referência:

Fernando Sabino:
- Além de cronista, também foi romancista e novelista;
- Em suas crônicas, aborda temas típicos do gênero, como a cidade, o nonsense e o
lirismo cotidianos e o ato da escrita, sempre com uma certa ironia.

Luis Fernando Verissimo:


- Cronista de estilos variados, transitando pela ficção e pelo olhar sobre questões
políticas e cotidianas;
- Em sua obra, há a presensa de personagens célebres, como o Analista de Bagé.
- Sua grande marca é, sem dúvida, o uso hábil do humor.

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