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REVISTAS:
Apartado 1.168
editora OURENSE (Galiza)
MÉTODO PRÁTICO
DE
LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
-
COPYRIGHT
© José Martinho Montero Santa lha
© GALIZA Editora
CAPA
Luis Esperanza
COLECÇÃO
Didáctica
PROMOCIONA
Associaçom Sócio-Pedagógica Galega
Apartado 1.102 - OURENSE
EDITA
editora
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO
Barbosa & Xavier, Limitada, Artes Gráficas
Rua Gabriel Pereira de Castro, 31-C - BRAGA (Portugal)
ISBN 84-86129-04-4
José-Martinho Montero Santalha
MÉTODO PRÁTICO
DE
LÍNGUA GALEGO-PORTUGUESA
AS. PG
José - Martinho
M::i'J fERO S~NT/\LHA
Apartado 1.102
OURENSE
I _9 8 3
DEDICATORIA
editora
PRóLOGO
Selecçom de temas
7
JOSlt-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Finalidade prática
Pedagogia de progressom
8
M:tTODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
Contrastar co espanhol
Curso de reintegracionismo
9
JOS~MARTINH MONTERO SANTALHA
inclusive; 2': temas 5-8; 3': temas 9-12; 4' : 13-16; 5': 17-20; 6': tema 21 .
Em caso de dedicar ao curso duas semanas (12 classes), distribuem-se
dous temas por dia, sucessivamente, e o tema derradeiro ocupa as
duas últimas classes.
Sugeréncias práticas
10
L A grafia lh
11
JOSÉ-MARTINHO MONTERO SANTALHA
1.2: Leitura de lh
a) Vocábulos soltos.
12
MÉTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
Seu filho vive fora da Galiza. Brilha o mar baixo o sol do meio-dia.
A mulher chorou a perda do home. A ria de Vigo é maravilhosa. Hai
certo barulho na rua. O rapaz quedou tolhido. No meu país hai pouco
trabalho. O bacalhau está algo caro neste momento. A velha dorme
sempre na casa. Escolhe o teu regalo agora mesmo. Esta noite come-
remos coelho. O músico tivo vários falhos aquela tarde. Pouco trabalhas
este ano. ~ difícil modificar o aparelho burocrático do estado. Parece
que este ano hai boa venda de alhos. A parelha de pombas saiu do
monte. O milho vai grande.
c) Frases variadas.
1.4: Escritura de lh
13
JOS:S:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
14
2. A grafia nh
15
.rOSt·MARTINHQ MQNTERO SANTALHA
2.2: Leitura de nh
a) Vocábulos soltos.
16
MtTODQ PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO·PQRTUGUESA
c) Frases variadas.
2.4: Escritura de nh
17
JOSl!:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
18
3. A grafia -m final de vocábulo
19
JOSt·MARTINHO MONTERO SANTALHA
- -- - - - -
a) Vocábulos soltos.
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M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO·PORTUGUESA
Tamém chegou o pai. Nom faledes mal deles. Bem sei o que queres.
Ninguém sabe aonde foi. A carta está escrita em italiano. O médico
viveu algum tempo na vila. Onde andam os teus amigos? Serám agora
as seis da tarde. O trem chegou cheio de estudantes . Perderom outra
vez o partido. A vaca tem fame. Poucos deles cumprem a lei. Trouxo
algo para mim o carteiro? Ouvim que te querias ir daqui. Os poetas
cantam a beleza. o amor e a liberdade . Nom sabemos aonde ir.
c) Frases variadas.
Eles estám mui bem. Tamém falam italiano. Sempre chega alguém
tarde. O boletim tem boa cara. Cuidade o bem comum. Um momento
temim pala sua vida. Esta tarde saiu algum trem. Comunico·che a
ordem de saída. Marcharám sem nada . Este é um mal mui comum aqui.
Na escola editaram um boletim informativo. Contam que foi a mai quem
o matou. Estivem todo o dia na casa . Chegou a ordem de partirmos.
Algum home saiu. Os alunos sabem muito. Tamém me dixo que nom
queria ir. Nom podem estar quietos nunca. Hai um neno à porta . Aqueles
amigos teus som pouco simpáticos. Eu som galego. Todo isto é para
mim? Ninguém soubo dar-nos notícias dela. Bem está que che falem.
Os seus habitantes comem muito pam e pouca carne. Aquelas amigas
falam sem parar. Concederom-che o seu perdom. Elas chegaram mui
cedo . O primeiro dia alguns nenos choram ao verem-se sem amai.
Suspenderam-me em latim . O trem vem sempre cheio de estudantes.
Estou tam cansado! Vestem com elegánc ia.
3.4: Escritura de -m
21
JOSJ!:-MARTINHO MONTERQ SANTALHA
Polo caminho correm dous coelhos. Nom quero mais o teu con-
selho, que me foi daninho. Tenho que colher um pouco de leite.
22
MilTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
o:Carvalh1nho torto".
por Eduardo Pondal
23
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
-------------------
24
4. A grafia mh
25
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
a) Vocábulos soltos_
Era umha pequena cidade. Vou visitar umhas amigas . Choveu toda
umha semana. Nengumha nena quer ir à aldeia. Algumhas tardes fai
vento . Nengumha mai quer mal aos seus nenos . Era umha noite de
inverno. Chegara numha tarde de primavera .
c) Frases variadas.
4_4: Escritura de mb
26
Ml!:TODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
27
JOS~-MARTINHQ MQNTERQ SANTALHA
------------------
Era um home habilidoso, e os seus foguetes tinham fama pala comarca.
Corria-lhe bem a vida e tinha casado com umha mulher dura e traba-
lhadora. Um dia um aprendiz, por descuido, deixou pegar o lume num
feixe de bombas, estando ambos ausentes. Cando Silvestre e a mulher
voltaram, encontraram catro paredes denegridas e o interior da casa
a fumegar, cheio da brilhante claridade da lua. A velha casinha ardera
e o pobre aprendiz morrera ca rbonizado.
Os pinheiros fa lam co rumor das suas altas copas baixo o plácido
luar. O fogar de Breogám, confim dos verdes castras, é a Galiza.
Breogám foi um mítico caudilho dos celtas. Os bons galegos entendem
a voz dos pinheiros e atendem com arroubo o seu rouco som. S6 os
ignorantes e duros nom os entendem. Som chegados os tempos que
os bardos das idades antigas anunciaram. As suas vagas ánsias terám
cumprido fim.
Vale mais o que significa umha vaca que o que simboliza um leom.
A vaca esqueceu-se dos cornos e dá-nos o seu trabalho, o seu leite,
a sua carne, o seu coiro, e a carne e o coiro dos seus filhos. Nom nos
pode dar mais . O cam será o amparo dos ricos, que defende a proprie-
dade do amo e ladra aos pobres que vam palas caminhos. Em troca,
a vaca é o amparo dos pobres.
Cando a luinha aparece, e o sol nos mares se esconde, todo é
siléncio nos campos, toda na ribeira dorme. As veigas quedam sem
persoas, e os montes sem ovelhinhas, e a fonte sem rosas vivas, e
as árvores sem cantores. O vento move os pinheiros e levanta umha
voz triste. As campanas tocam em sons de morte. As estrelinhas pálidas
brilham timidamente. Que hora tam triste aquela em que o sol se
esconde!
28
lUTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
amigos estdm fora da Corunha esta semana. Esta mulher nom sabe
perdoar. Estivem umha vez em Mondonhedo. Fai falta recolhermos
algwnha lenha mais. Apareceu o escritor acompanhado dum cam
de grande tamanho.
bem algum cantam com falaram um cem foram som nem estivem
quem bom chorarám
29
JOM·MARTINHO MONTERO SANTALHA
30
MSlTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO·PORTUGUESA
31
JOSt-MARTINHO MONTERO SANTALHA
32
5. Acentuaçom das palavras terminadas em ditongo crecente
(p.e.: séria)
33
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
34
M~TOD PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
a) Vocábulos soltos.
35
JOSt::':MARTINHO MONTERO SANTALHA
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M..t;TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
vam mui mal ultimamente. Era um rapaz sério no seu trato, e sóbrio
na comida. Nom comprendo por que lhe tenhem tanto ódio no ministério.
Todos cantos sabiam algo da história da vila em que eu nacim,
repousam agora deibaixo da terra. A senhora Sinforosa era umha
velhinha que tinha o ofício de recadeira . Era honrada, ou parecia sê-lo,
pois vivia do seu crédito de mulher de bem.
Era umha rua num porto do norte. As tabernas estám cheias de
marinheiros e botam polas suas portas o bafo quente dos borrachos.
Dous marinheiros que nom se conhecem falam entre si em línguas
diferentes. Prometem-se amizade, cada um no seu falar. Ambos entram
numha taberna servida por um home gordo. Querem perder o sentido
bebendo, para serem mais amigos. Quem sabe se despois de bem
borrachos poderám entender-se! Um dos marinheiros pom-se a cantar.
«Lanchinha que vás em vela, levas panos e refaixos para a minha
Manuela ». O outro marinheiro arregala os olhos e bota-se tamém a
cantar. Os dous marinheiros eram galegos. O taberneiro, gordo como
um flamengo de casta, viu sair os dous marinheiros da taberna , e pola
sua face vermelha escorregarom duas bágoas. Tamém el era galego.
O primeiro, o idioma dos pais , o idioma em que cantarom reis
e trovadores nos séculos da Idade Média. O idioma é o filho maior da
pátria galega, que nola conservou e conserva ainda agora como um
dom. O galego é o formoso Idioma que do outro lado do rio Minho é
língua oficial. A língua galego·portuguesa serve a muitos milhons de
homes em vários continentes. O galego·português tem umha literatura
representada por nomes gloriosos, desde hai oito séculos. Este antigo
e formoso idioma é o que nos dá direito à terra em que fomos nados.
Nunca pagaremos sufici entemente aos irmaos portugueses que
tenham feito do galego um idioma nacional. Mais afortunado que outras
línguas do mundo , nom morrerá , E até no outro lado do mar , no imenso
Brasil, ouvirá-se sempre a língua que nós falamos.
5.4: Escritura
37
JOSt-MARTINHQ MONTERO SANTALHA
38
6. Vocábulos que nom precisam acento gráfico
(p.e.: alegria, ali, perdom)
39
JOSJõ:·MARTINBO MONTERO SANTALHA
40
Mt:TODO PRÁTICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
41
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
lua meia-lua pua rua sua tua ruas nua crua capicua suas tuas luas grua
conclua concluas concluam substituas actuas atribua construam atenua
acentua continuas continuam desvirtuas evacuam exceptua habituam
suam suas usufrutua destitua exc luas imbua incluas influam instruas
restitua recluam conceitua arrecuam
ali aqui si anis latim parti-los uni-Ias pedi -Ia cobri-l os comparti-Ias
tabu obus comum algum nengum alguns comuns nenguns
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M.t:TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
d) Advérbios em -mente
e) Demonstrativos
Este nom sabe o que quer. Nom, isto nom pode continuar. Com
esta nom podes ir. Esta ou aquela, igual me dá. Aquel é algo maior
que este. Aquilo foi tremendo . Se levas esta, eu colherei aquela.
Insinuas algo com isto? Parece que estes querem roubar-nos o ar que
respiramos. Aqueles som os que busco.
f) Interrogativos.exclamativos
43
JOS1!:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Rosalta Castro
44
7. Os dous valores fónicos do x
7.1: A letra x
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JO S ~-MARTI N H O MONTERO SANTALHA
a) Vocábulos 801108.
1) Isl
baixos deixará eixos peixe abaixo cai xas fai xa queixar·se bruxa feixe
debaixo freixo Freixeiro seixos Seixo roxo buxo dei xou queixei·me deixa·
rom peixes paixom apaixonar-se dixo xadrez xarope xaque·mate dei xache
quixerom compaixom apaixonado trouxo fixemos puxar fixar enxaqueca
apaixonadamente dixeche trouxestes trouxerom
2) /ksl
nexo tóxico exacto próximo exacerbar exaltado sexo ortodoxo examinar
léxico sexual óxido axioma ex·aluno ex-ministros oxidar axila axiomático
convexos heterodoxo exasperante excedente éxitos paroxismo proxima·
mente toxicidade toxina lexicografia reflexivo flexibilidade flexível
flexionar exímio exílio oxítono axilar exceléncia axial
46
MtTODQ PRATICO DE LíNGU A GALEGO-PORTUGUESA
47
JOSe-MARTINHO MONTERO SANTALHA
48
MtTODO PRATICO DEl LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
49
•
JOSt-MARTINHO MONTERO SANTALHA
a) Frases interrogativas
b) Frases exclamativas
c) Textos variados
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M~TOD PRATICO DE LfNGUA GALEGO-PORTUGUESA
tinha umha cor velha e quente. A sombra era densa entre os troncos.
Sonhou coa velha casa convertida num palácio coberto de telha nova.
com altas chamas na lareira em noites de neve.
53
IIII
{I I I I 9.\1'90 orlen lal
dialectos transmontanos
e .lIo - mlnhotos
dialectos baillo - minhotos-
·durlt'nses - belró.s
.,' : .
.... Dial ectos
por tu guest'S
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- -
dIalectos do cenlro -
·IHor",!
ct'nlro· __ d l ;!,lectos do Cl!'nlro -
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/
lim!H~ dto região s u bdca(eClal
com caraclerislicas pecul!a rf'S
bem di feren Ci adas
55
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
56
Mt:TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
57
JOSe-MARTINHO MONTERO SANTALHA
58
M:e;TODO PRATICO DEl LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
c) Frases
Di-me aonde pensas ir esta tarde. Desde ali v ia-se bem toda a
cidade. Sua mai conta-me muitas histórias formosas . Meu irmao acon-
se lha-me que trabalhe só cinco horas diárias . Se chove. podes deixá-lo
aqui mesmo. Os visitantes maravilham-se da beleza desta terra. O velho
deu-lhes um pequeno obséquio aos turistas. Comunico-che que nos
vamos manhá pala manhá. Nom hai ninguém que poda dar-nos mais
notícias . Nom para de contar-lhes histórias da sua infáncia. Concede-
ram-lhe vários dias de descanso. Avisaram-me de que amanhecera.
Cando o velho marinheiro volte às suas ilhas. suspenderám-no em
latim e matemáticas. Nom é difici I perderem-se no meio do deserto.
Se chove tanto. molharás-te todo . Amanheceu-lhes cando iam che-
gando ao mar. Acompanharemos-te até as cinco da tarde . O secretário
chama-se Luís e tem má fama em todo o concelho. Saiu-lhes ao encontro
no meio do bosque . Tinham-lhe medo todos os nenos porque corria
muito. Viu-me chegar no autobus e veu correndo dar-me umha aperta.
Deixade-Ios aqui e ides-vos para a casa. Nom podo botá-los daqui a
couces . Tem medo de perdê-lo.
59
........
)\.~ . ·· ).{··:····':···/;'i. . . .".
,, ,
J;-'
A fr onteira entre 1"1 e / b/ : o norte d e Portugal e a Galiza
desconhecem o fonema / v/.
10. As letras b e v: o seu uso
10.1: V intervocálico
61
JOSt-MARTINHO MONTERO SANTALHA
62
MtTODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
a) Imperfeitos
63
JO S ~-MARTINHO MONTERO SANTALHA
b) -vel
c) haver
havemos havia havendo houvera haverá haveríamos houveche houvo
havedes houvéramos haverei houveres havido haverám houvemos haver-
des haverem havermos haverás haveríades haverias houverom havíades
haviam houverdes houveram houvem houvestes haveres haveremos
haveredes havias havíamos houveras houvérades
Nom pode haver muito vinho. Havemos de falar com eles. Houvo
alguns que desconfiarom. Havia muito que nom vinhera . Ela havia de
vir, pero nom aapreceu . Houvera de morrer naquel acidente. Havedes
de vir manhá? Havíamos de ir onte, mas nom pudemos. Cando have-
redes de trabalhar em sérío? Disto nom pode haver nengumha dúvida.
d) dever
devo deves deve devemos devedes deveis devem devia devias devíamos
devíades deviam devim deveche deveu devemos devestes deverom devera
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MilTODO PRÁ'J.'ICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
e) escrever
65
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
f) Outras palavras
g) Exercícios variados
66
METono PRATICO DE LtNGUA GALEGO -PORTUGUESA
67
.JOS1±:-MARTINHO },{ONTERO SANTALltA
Bem tramado! - gritou um dos outros dous, home mais alto que •
um pinheiro, de longa guedelha e com umha barba que lhe caía desde I
68
•
I
a) Vocábulos soltos
69
JOSlÕ'!·MARTINHO MONTERO SANTALHA
b) Frases
Teu avô era umha persoa mui agradáve l. O tempo será variável
toda esta semana. Na cidade hai umha sala de teatro estável. A estrela
polar nom era visível aquela noite. No meio dos maiores perigos
mantém-se imperturbável. O ditador foi sempre implacável cos seus
adversários . Todo isto nom é verificável. Os ministros andam sempre
impecavelmente vest idos . Calquer documento pode resultar falsificável.
Neste caso concreto nom é aplicável tal norma. t mui explicável todo
canto sucedeu ali. O lobo nom é um anima l facilmente domesticável.
Apesar de todo , foi sempre um rapaz formid ável. Aquela conversa
resultou-nos mui desagradável desde o princípio. O rapaz quer comprar
umha navalha inox idável. Aquela foi para mim umha tarde inolvidável.
Nom é recomendável esperar muitos dias. O teu amigo tem um
carácter mui mudável.
Choveu esta noite de modo inapreci ável. Dei xou no seu discípulo
um sinal indeléve l. Som uns tipos formidáveis. Nom é solúvel em água .
Eram claramente visíveis as duas lanchas no meio do mar.
70
MJõ':TODO PRATICO DE LfNGUA GALEGO-PORTUGUESA
«Cantigas populares»
Namorei-me dumba nena
porque ela cantava bem;
agora morro de (ame:
o cantar nom me mantém.
Nom busques noiva na feira,
e menos na romaria;
busca as rapazas na casa,
vestidas de cada dia.
Eu nom sei o que me deche
que Dom te podo olvidar:
de dia no pensamento
e de noite no sonhar.
Se queres que brilhe a lua,
fecha os olhos, meu amor,
que mentres os lés abertos
a lua pensa que bai sol.
O carinho que cbe tenho
e mais o que che hei de ter
cabem na casca dum ovo
e há de quedar sem encher.
Até a foUhlllha de nUlho
sabe tamém picardla:
garda o orvalho da noite
para beber polo dia.
Teu amor é como o vento,
que vai de aqui para alá;
o meu querer é umha pedra,
que onde a ponhem está.
Nom haJ como ser pobrlnho
pra saber o que é um escano
e o que valem dous carvons
e umha cunquinha de caldo.
Ninguém a bailar me chama
e afogo entre suspirinhos:
de que me serve ser guapa
se Dom mo dim os mocinhos!
11
...... .::/....1' .......
,/~ · - f """
,..
73
.rOS~·MARTINH MONTERO SANTALHA
seu h-; p.e.: habitado pero desabitado, honra pero desonra, humano
pera inumano.
A este respeito cumpre advertir que dous elementos vocabu-
lares separados por meio de hifem consideram-se independentes
a efeitos ortográficos. Conseguintemente, as palavras iniciadas por
h- conservam esta letra cando entram a formar parte de compostos
se o h vai precedido de hifem, pois neste caso considera-se como h
inicial; p.e.: anti-higiénico, sobre-humano.
• Esta norma que elimina o h medial, fai desaparecer urnha
dificuldade ortográfica, e facilita portanto a aprendizage e o
exercício da escrita.
• Deve considerar-se errónea a pronúncia velar, em galego, do n anterior
a um h etimológico (conservado na normativa espanholizada) em vocábulos
cultos que entrarom desde o espanhol escrito. Nestes casos o leitor galego,
dada a existéncia, no seu fonetismo nativo, durnha nasal velar intervo-
cálica (em umha: ver párrafo 4.1), tende, mesmo lendo em espanhol, a
interpretar esse fI como marca durnha fronteira silábica que realmente
nom existe: segundo a estru tura fonética do idioma, a silabaçom de
inhábil nom pode ser diferente da de inútil, por exemplo. Portanto, nom
pode buscar-se neste assunto umha justificaçom para conservar o h medial.
a) Vocábulos soltos
b) Frases variadas
Neste momento entra umha lancha na baía. Que las aí? Sentia
dor no ombro esquerdo. Os pobres nenos ficarom órfaos . Nom se acha
este livro em nengumha biblioteca. O vinho tem pouco alcoo l. Havia
festa na ermida . Chegas sempre a desora. Nom hai razom para coibi-
74
~TOD PRÁTICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
res-te . Comprei um novo ades ivo. Todos os veícu los devem circular
pa la dire ita. Teu irmao nom é coerente. Tanto falou que lhe pareceu
encher-se de razom. Inchou-lhe o pé. Esta parede soa a oco. Proíbe-se
estac ionar aí ca lquer tipo de veículo. Cumpre evitar que o so l desidrate
a pele. Admiro a sua coerénc ia desde hai tempo . O pai deserdou o
filho mais novo. Até querem subastar este ermo! Baía é umha cidade
do Brasil. Despois dalguns anos o grande filósofo loi reabilitado. Sen-
te-se coibido diante dos estranhos. No tronco oco do velho castinheiro
havia um ninho.
75
Três prosistas galegos de fensores do relnlegraclonismo lingUlstico galego-português: Vi queira
(1886-1924), A Vilar Ponte (1881-1936) e Castelao U886-1950). (Debuxos de 81ro).
13. O acento circunflexo Cê, ô)
77
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
• •
5-6. e fechado
78
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
a) Vocábulos soltos
b) Frases
79
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
------------------------------------------- -----
Sua irmã tinha um noivo mui cortês e educado. Se vos descuidades,
podedes perdê-Ia. Teu irmao leva umha vida de marquês. O galego é
umha variedade de português, como tamém o brasileiro. Onte à tarde
chegarom três homes a pé. Bem quixera sabê-lo! Meu pai era luguês ;
por isto foi conhecido na vila polo nome de -O luguês •. Se corrêrades
mais, teríamos chegado a tempo. Crês que caberemos os três? Nom
se deve confundir o bê co uvê. Muitos alunos estudam irlandês ou
algumha outra língua céltica. Nom me dês mais a lata! Galego, portu-
guês e brasileiro som umha mesma língua. O mês que vem poderedes
conhecê-los. Nom deves ser descortês com ela.
Se chego alô, será sábado ou domingo da semana que vem. Era
umha noite lôbrega, sem um raio de claridade. Tinha umha ferida no
lado esquerdo, a três centímetros do nariz, e nom pudo pôr-se em
caminho. O pobre somente tinha umha côdea de pam para comer
aquela noite. Se fôramos todos tam avisados como el era! Os sonetos
som um capítulo serôdio na obra deste grande poeta lírico. Vem acô,
que che quero contar um conto!
13,4: Escritura
80
Mt:TODQ PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
ram, como já vimos no párrafo 9.1, por meio dum hifem); p.e.:
temê-lo, colhê-la, perdê-los, querê-las; e igualmente, na mesma
circunstáncia, o verbo pôr e os seus compostos: pô-los, compô-los,
dispô-lo.
d) As persoas primeira e segunda de plural do mais-que-
-perfeito e do imperfeito de subjuntivo dos verbos da segunda
conjugaçom; p.e. : perdêramos, perdêrades, perdêssemos, perdês-
sedes; e igualmente as mesmas formas do verbo ser (e ir): fôramos,
fôrades, fôssemos, fôssedes.
e) Os nomes dalgurnhas letras: b bê, c cê, d dê, g gê, P pê,
q quê, t tê, v uvê (pero e é).
81
•
2>;'0 - it_
Cnn-alho Calero, fil ólogo e crltlco literãrio (além de poeta, romancista e aUlor t ealral).
expu xo e fundamentou com rigor as I'RZons da reintegracom lingUlstlcn galego-portuguesa.
14. O acento grave: à, às
14.1: à, às
83
JOSl!:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
- - - - --
14.3: Uso de à
a imilación de à imitaçom de
a fuerza de à força de
a semejanza de à semelhança de
a medida que à medida que
84
M:tTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
a oscuras às escuras
a escondidas às escondidas
a ciegas às cegas
a veces às vezes
85
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
86
15. Uso gráfico de g ante e ou i, e de j
87
JOS:f·MARTINHO MONTERO SANTALRA
13
a) Vocábulos soltos
gear geada gelatina gemer gemido género génese genial genro gente
gentil gentinha geografia geral gerente germe germinal gerúndio gesta
gesto gigante gigantesco girar gitano
jamais janeiro jantar jantou jardim jarra jeito j eitoso Joám Joaquim
já jogar joguei jogou jogaram jogador jornal jornalista jornaleiro José
88
M:tJTODQ PRATICO DE LINGUA GALEGO-PORTUGUESA
jota jovem jubilar-se júbilo jubileu juízo julho Júlia Juliana junco junho
junqueira junta juntar jurar jurídico justo juventude jovial jogavam
juntarom-se Jordánia Jesus julgar justificar
longe gentes ruge-ruge efígie progénie auge
hoje laje traje ultraje
origem imagem virgem margem origens alienígena indígena rígido lití-
gio prestígio prodígios vestígios mágico tragédia ágil frágil naufrágio
sufrágio egrégio colégios privilégio Oiógenes alógeno lógica antropo-
lógico urgir biológico climatológico cronológica demagógico etimoló-
gicos patológica geológico fingir surgir dirigir exigir.
igreja peleja cerveja inveja beijo desejar desejo queijo Tejo esponja
ajuda cujo suja viajar arranjar beijar festejar gotejar invej ar pelejar
pestanejar branquejar cacarejar
b) Frases variadas
89
JOM-MARTINHO MONTERO SANTALHA
90
'M~TOD PRÁTICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
- -- - - --
a) Um aprendizado fácil
91
JOS~MARTINH MONTERO SANTALHA
b) Esquema distributivo
a e o u
~. ~ '~
x xi xu
j Ja Je ji JO ju
g - ge gi -
c) lndlcaçons práticas
92
Mt:TODO PRÁTICO DE LíNGUA GALEO~PRTUS
- - - -_'. -= -'.:~=
2) g e j ante e ou i
93
JOSt:-MARTlNHO MONTERO SANTALRA
94
MtTODO PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
3) Parelhas homófonas
95
JOst·MARTlNHO 'MONTERO SANTALHA
1) -o galo,.,
por Luís Amado Carvalho
96
M~TOD PRATICO DE LíNGUA GALEGO·PORTUGUESA
2) .As flores»
por Castelao
Cestelao
3) .Laverqulnha.,
por Noriega Varela
97
,
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
98
16. USO da letra z
16.1: z ante e, i
99
JOSlt·MARTINHO MONTERO SANTALHAo _ _ __
A f ronteira do sesselo.
100
_ _ _ __ _M t T ODO PRATI CO DE LíNGUA GALEGO·PORTUGUESA
:..:.::..:
a) Vocábulos soltos
b) Frases e textos
«EgoismoJt
101
JO~-MARTINH MONTERO SANTALHA
102
M~TOD PRÁTICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
Nom podo dizer nada. Vem-se luzes no mar. Quero que suavizes
o teu carácter. Sentiu-se seduzido pala perso/lalidade daquel home.
Eu tenho um canzinho e você tem dous. Minha mai, minha maizinha,
como minha mai nengumha, que me quentou acarinha co calorzinho
da sua. Algumhas estrelas tremeluzem no firmamento. Nom seredes
capazes de fazê-lo. Hai que cozer estas patacas. Eram catorze rapazes,
todos vizinhos de Lugo. Comerom vários dias azeite tóxico. No mês
de dezembro costuma fazer frio. Esta botelha está completamente
vazia. V árias bezerros estám enfermos e nom comem. Dizia escuitar
vozes doutro mundo. Viviam felizes comendo perdizes. Cruzei várias
vezes a fronteira
103
JOS~·MARTINH MONTERO SANTALHA
«Foguete»,
por Amado Carvalho
104
17. A cedilha (ç)
105
JOSÉ-MARTINHO MONTERO SANTALHA
17.2: Leitura de ç
a) Vocábulos soltos
caçar caça bocaça ameaça ameaçar maçá raça desgraça praça taça
traça peça cabeça cobiça hortaliça justiça injustiça preguiça quiçá suíço
dançar tardança mudança semelhança confiança aliança lança ensinanças
lembrança esperanças segurança matança doença crença moço moça
força louça pedaço espinhaço laço paço braços abraço abraçar começar
começo tropeçar março tropeço preço pegadiço quebradiço encontradiço
movediço beiços carriço feitiço castiço postiço descalço lenço pescoço
reforço esforços abraçou ameaçando calçar alcançar avançar dançamos
começou tropeçando aguçar
b) Frases variadas
106
lIIUTODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
confiança nos seus amigos. Comprou umha figurinha que dizia: • Lem-
brança de Portugal.. Padece do coraçom. Pouco despois começou a
chover. Abraçou-na e beijou-na como de costume . Hai ameaça de
tempestade .
Tivo que tomar a justiça pola mao. Agradeço-che que nom vaias.
As águas calmas do rio abraçavam a ilha. Chama-se .abraçadeira. umha
peça de ferro usada como reforço em certos casos. A velha árvore
ameaçava cair. O rapaz avança pouco nos estudos. O ladrom abalançou-se
sobre o condutor . Esforça-se por conseguir um bom resultado.
107
JOS:t-MARTINBO MONTERO SANTALHA
2) «A marquesinhalt.
por Castelao
108
MéTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
3) .Caminho longo»,
por Ramom Cabanilhas
Ra1Uom Cnbnnllha.s
109
JOS1l:-MARTINHO MONTERQ SANTALHA
110
18. A grafia -ss-
111
JOSt;-MARTINHO MONTERO SANTALHA
a) Vocábulos soltos
esse essa esses essas isso massa remessa promessa classe interesse
nosso nossa nossos nossas fracasso escasso passo passar processo
retrocesso sucessos excesso regresso progressos ingresso congresso
ossos compromisso vosso vossa vossos vossas amassar fracassar pas-
sar repassar cessar confessar professar interessar regressar ingressar
atravessar sucessor professor agressor emissora professoras
grandíssimo pequeníssima altíssima longuíssima pouquíssimo
cantasse cantassem temesse temesses temêssemos temessem partisse
unisses soubesse quixesses trouxesse falássedes perdêssedes que i-
masses deixasse mirassem olhasse perdessem
b) Frases variadas
polo caminho passa um carro. Esse neno nom sabe o que fai. Aquilo
foi um fracasso total. Despois de dar dous ou três passos caiu como
morta. Que passa agora? Esse é da mesma classe. Nom foi capaz de
manter a sua promessa. A professora de inglês sabe falar tamém russo.
Nom os quero desses, quero-os doutra classe. Espero que o meu
sucessor o faga melhor que eu. Estivem escuitando umha emissora
portuguesa.
Para chegarmos alá teremos que atravessar todo o país. Se o sou-
besse antes! Nom pudo ingressar este ano na universidade. Vivia numha
casa altíssima. Se nos deixasses sós um pouquinho ! A vossa língua
é formosíssima. Romperom-Ihe vários ossos do corpo.
A nossa casa está na outra rua. Essa pobre mulher nom fai mais
que tossir. O professor explicou hoje na classe -o processo - o O nosso
regresso será manhá. Se o visses, nom o conhecerias já. Nom quer
cumprir o seu compromisso. Essas promessas hai que mantê-Ias sempre.
Era um bicho pequeníssimo. Caminhava por umha rua longu íssima.
Ali havia pouquíssimo que fazer. Esse rapaz é listíssimo já desde
mui neno .
112
M:E:TODO PRÁTICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
113
12
JOS1:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
1) cA desgraça»,
por Rosalia Castro
114
Mt.:TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO·PORTUGUESA
115
JOS"S:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
OBSERVAÇONS. «As negras bexigas. é a varíola. , Palo ara me. : palo telé-
grafo. Sólo é um castelhanismo: em galego deve dizer-se só ou somente.
O poema foi composto com ocasiom da morte dum filho.
4) cA vaca»,
por Cas telao
116
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
5) «Negra sombra»,
por Rosalia Castro
117
Rosalia Castro (1837-1885) é a figura. roais relevante '(Ia literatura galega contemporânea.
19. Os sufixos -çom, -som, -xom
19.1: Sem i
119
JOSt-MARTINHO MONTERO SANTALHA
a) Vocábulos soltos
b) Frases
c) Texto
120
Mt:TODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
121
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
122
M:tTODO PRÁTICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
Eduardo Ponda.!
2) «Galiza, naçom",
'Por Castelao
123
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Chove em Santiago,
meu doce amor.
Camélia branca do ar,
brilha entrevecido o sol.
Chove em Santiago
na noite escura.
Hervas de prata e de sonho
cobrem a baleira lua.
Olha a chuva pola rua,
laia de pedra e cristal.
Olha no vento esvaído
sombra e cinza do teu mar.
Sombra e cinza do teu mar,
Santiago, longe do sol;
água da manhá antiga
treme no meu coraçom.
124
20. O uso gráfico de qu-
125
JOS~·M.ARTINH MONTERO SANTALHA
ê /k/; ou seja,leremos qua, quo, qüe, qüi co valor fónico /kwa, kwo,
kwe, kwif (portanto, como se fossem cua, cuo, cue, cui).
• Hai um reduzido grupo de palavras que apresentam na Galiza
de hoje duas variantes: na área norte e ocidental perdeu-se o /w/,
mentres que na oriental e meridional se conserva.
De acordo com esta situaçom da língua oral, admitem-se na
escrita as duas formas correspondentes: c- ou qu-.
Trata-se dos vocábulos seguintes: qual ou cal, quando ou
cando, quanto ou canto, quase ou case, quatro ou catro.
• Co trema (.. ) sobre o u em qüe, qüi indica-se que esse u é
pronunciado, paralelamente ao que sucede em güe, güi (p.e.:
lingüístico, ungüento).
a) Palavras soltas
b) Frases
126
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO.PORTUGUESA
127
JOS~-MARTINB MONTERO SANTALHA
2) «O pinheiro devoto»,
por Castelao
3) «o pôr do 501»,
por Rosalia Castro
128
MtTODO PRÁTICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
4) 010 sapinho.,
por Victoriano Taiho
129
9
JOSt:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
-~
21.1 : Generalidades
I) Preámbulo
NA BEIRA DO MINHO
O rapaz: - E logo os da beira
de alá som mais
estrangeiros que os
de Madrid?
(Nom se soubo o que lhe res-
pondeu o velho).
(Desenho de Castelao)
132
MtTODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
133
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
Exercícios de leitura
a) ê
ausência cadência clencia clemência decência prudência tendências
urgência vlgencia agênc ia advertênc ia aparência coerência ascen-
dência competências conferência consistência existência influência
negligência paciência preferência residência transferência virulência
violência adolescência circunferência coincidência experiência incon-
gruência intransigência obediência insuficiência silêncio.
b) â
134
M~TOD PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
2) Uso do tU
a) a tennlnaçom -ão:
• (História do assunto).
135
JOSi1:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
• (Leitura) .
Vemos, pois, que à actual grafia luso·brasileira -ão corres-
pondem na G três pronúncias (e três grafias), segundo os
casos: -ao, -am, e -om.
L-ãO=G{::: -om
irmão
cão
sermão
= G
irmao
cam
{ sermom
• (Exemplos) .
Vejamos alguns exemplos mais freqüentes das três ter-
minaçons:
1) L -ão = G -a.o: a este grupo pertence um número reduzido
de palavras; as mais importantes som: irmão, mão, são, vão,
cristão, ancião, aldeão;
2) L -ão = G -am: pertencem a este grupo:
o advérbio tão (= G tam) e os adjectivos apocopados (de
santo e grande) são e grão (= G sam, gram);
136
lJUTODO PRATICO DE LlNGUA GALEGO-PORTUGUESA
137
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Exercícios de leitura
a) Vocábulos soltos
1) L -ão = G -ao
1) irmão mão ancião aldeão são vão cristão artesão Romão vilão
loução anão serão coirmão malsão grão cortesão castelão.
2) L -ão = G -am
2) tão, são Paulo, grão senhor
cão capelão pão faisão sultão açafrão refrão sacristão falgazão maçapão
caimão catalão gavião capitão
Milão Jordão Indostão Afganistão Amsterdão Irão lucatão Michigão
Orão Teerão Perpinhão Ruão Tetuão Sião Turquestão
Abderramão Beltrão Damião Roldão João Adão Abraão
estão hão dão vão
cantarão amarão dirão farão porão comerão virão verão darão estarão
ficarão deverão escreverão esquecerão caminharão aprenderão cairão
terão serão partirão ouvirão contarão
3) L -ão = G -om
3) precaução invenção unção extinção devoção emoção opção adopção
erupção interrupção porção porporção alucoção reprodução introdução
resolução devolução revolução instrução construção intenção abstenção
sanção canção direcção selecção reacção divinização condição ambição
138
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
4) L = G
lã irmã cristãs são vã sãs artesã vi lãos irmãos anãos cortesã castelãos
5) L -ães = G -ans
pães capitães cães refrães sacristães folgazães caimães catalães faisães
sultães capelães
6) L -ões = G -ons
139
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
b) Frases e textos
140
M1lTODO PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
141
JOS~·MARTINH MONTERO SANTALHA
2) Lista de peculiaridades da L
142
~ _ _ __ ~ M = " = T -=: OD PRATICO DE LíNGUA GALEGO·PORTUGUESA
143
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
Exercícios de leitura
144
'MÉTODO PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
145
10
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
Tudo isto se insere num quadro mais vasto. Tudo ali me parecia
triste . Queria ver tudo o que ali havia . Fa lamos de tudo, menos de
política. Tudo o que existe é imaculado e é santo. Tudo foi em vão!
O conhecimento da língua é tudo. Tudo o que vive e ri e canta e chora,
146
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
tudo foi feito com o mesmo lodo e purificado com a mesma aurora.
A mudança no tom dizia tudo.
As vozes não subiam do tom médio e, contudo, ouviam-se bem.
Contudo, não se poderá fazer.
Isto pode suceder sobretudo nos indivíduos excitáveis . As queima·
duras podem determinar fenómenos gerais graves, sobretudo o choque .
As tropas estavam formadas sobretudo de nobres portugueses e gale·
gos. A cura de alguns dos seus males pode estar em nós, sobretudo
no tocante ao problema da língua. A rainha chorou sobretudo o pai
que deixava o filhinho desamparado.
147
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
148
MtTODO PRÁTICO DE LlNGUA GALEGO-PORTUGUEEA
149
JOS~-MARTINH MONTERO SANT ALHA
De O médico em casa,
de Ramiro da Fonseca
(Editorial Verbo, Lisboa).
OUTROS ACIDENTES
§ 1- Queimaduras
150
MéTODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
151
JOSl!:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Queimaduras graves
Electrocussão
152
M~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
2) .Notícias breves» .
SEMANA INTERNACIONAL
Espião em Londres
153
JOS~-MARTINH MONTERO SANTALHA
154
~TOD PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
suspensa por dois anos . Seis outros membros do bando foram conde-
nados a penas que oscilam entre 3 a 15 anos.
Os gémeos têm sido descritos nos órgãos de informação como
filhos do Senhor da província de Cheijiang, sendo voz corrente entre
os diplomatas que se trata de um general do Exército. Na semana
passada, o «Diário do Povo» disse que se serviram da posição do pai
e da sua casa separada, dotada de jardíns próprios, para levar a cabo
as suas actividades criminosas. Segundo o «Diário do Povo», o bando
violou e «assaltou indecentemente» 106 jovens, entre as quais, intelec-
tuais, operárias e estudantes, que atraíam com o pretexto de ver um
filme ou organizar uma sessão de música.
/55
JOS:t::-MARTINHO MONTERO SANTALHA
156
M1i!TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
157
JOS:l:-MARTINHO MONTIDRO SANTALHA
A AIA
158
M:l:TODO PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
159
JOSlt·MARTINHO MONTERO SANTALHA
160
M~TOD PRÁTICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
161
11
JOSlt-MARTINHO MONTElRO SANTALHA
UNGUA PORTUGUESA:
A QUANTIDADE E A QUALIDADE
162
M~TOD PRA.TICO DE LINGUA GALEGO-PORTUGUESA
163
JOSt;-MARTINHO MONTERO SANTALHA
164
M~TOD PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
Rodrigues Lo.pa
(debuxo de Slro)
165
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
A CONFISSÃO
166
JOS:t-MARTINHO MONTERO SANTALHA
167
Ml!:TODO PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO· PORTUGUESA
168
JOSl!:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
169
M:eTODQ PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
Lisboa 1979).
170
JOS:t:-MARTINHQ MQNTERO SANTALHA
171
JOSt';-MARTINHO MONTERQ SANTALHA
172
MI;:TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
173
APÉNDICE
2) «o negrinho
Panchito»,
por Castelao
175
JOSJ1:-MARTINHO MONTERO SANTALHA
Um dia morreu o home rico e Panchito trocou de amo para ganhar o pam.
Co tempo fixo-se moço comprido, sem mais chatas que a sua cor.. Ainda que
era negro como o pote, tinha graça avondo para ,fazer~s querer de todos.
Endomingado, com um craveI enriba da orelha e umha pola de malva na cha-
queta, parecia talmente um moço das festas.
Umha noite de estrelas xurdiu no seu magim a ideia de sair polo mlU1do
à cata de riquezas. Tamém PancWto sentiu, como todos os moços da aldeia, os
anseios de emigrar. E umha manhá de muita tristura gaveou polas escaleiras
dum transatIántico.
3) «A brêtema»,
por Noriega Varela
176
MJ;:TODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO·PORTUGUESA
4) «Castelhanos de Castela»,
por Rosalia Castro
Castelhanos de Castela,
tratade bem aos galegos:
cando varo, varo como rosas;
cando vem, vem como negros! .
5) «Peito de Lobo)),
por Castelao
177
12·a
JOSe-MARTINHO MONTERO SANTALHA
e DO mesmo intre a gente escachou a rir, como fazia nas comédias dos
tltiriteiros.
- ~ Peito de Lobo! ~ Peito de Lobo!.
E eotom mun curnmcho da praça xurdlrODl chios ferintes de mulheres que
Dom davam atafegado wn omeio que chegou a mim como um tremer de terra.
Era Peito de Lobo que queria esnaquizr~o: ao cabeçudo e mais a mim.
Co medo que papei nom pudem gorenté\r o carneiro da festa. A cousa
nom era para menos. Peito de Lobo nunca quixo ponher-Ihes Mao aos filhos por
medo de romper-lhes os ossos, e contam que umha vez, querendo botar wn
barco ao mar, afundiu-Ihe o costal co lombo. Era m.uito home para mim, que
já me sentia desfrangulhado nas suas poutas de ferro.
No remate da comida, e cando minha mal começava a dar graças a Deus
por tanto bem como DOS dera, velai aparece diante de mim a mulher de
Peito de Lobo.
- «Pois ... eu venho-lhe dizer que se garde do meu home! Você é o pecado,
senhor! Eu já lhe perguntei: «Pero ti, home, onde te puxeche para que te
tirasse tam bem?» E o pobre Dom fal mais que dizer: «As espulhas hei-DIas dar
eu a e1!. Porque, mire, senhor, o que mais o magoou foi que lhe imitasse as
espulhas do nariz».
Aquela tarde limpei de espulhas o nariz do cabeçudo. Peito de Lobo, preso
na casa pola sua mulher e polo medo de matar um home, acochou-se cedinho,
olhando desde o leito como os foguetes de luzes tingiam de prata, ouro, verde
e rosa as paredes encaleadas, escuitando o som esvaído da música e o estourar
dos fogos. E canso de bulir no leito, quedou·se como um santo.
Passarom meses e um bom dia atopei-me com Peito de Lobo no peirao da
ribeira. Em canto puxo os olhos em mim virou-se de costas e chantou a
mJrada no mar. E julgando que já nom queria comer-me os angominhos, arris-
quei-me a falar-lhe. E despois dumha léria raposeira quedamos amigos.
No segundo ano, Peito de Lobo apanhou tal carpanta de anis escarc.hado
que bailou co cabeçudo da praça, e dava-lhe bicos e apertas, e chamava-lhe::
«meu Innaozinho».
No terceiro ano, saiu o cabeçudo com espulhas no nariz, cousa que fixem
por mandado do mesmo Peito de Lobo.
Desde entom o meu amigo considerou-se um pouco imortalizado.
Fugirom os anos e fugirom as sardinhas para os jeiteiros. Peito de Lobo
envelheceu de tempo e de fame. As festas vinherom a menos, como os quinhons
dos marinheiros; mas o cabeçudo ainda saía, wn pouco estragado polos tratos
ruins que lhe dava o sacristám.
Fai dous anos, estava um forasteiro olhando o cabeçudo, com esse olhar
dos que vam às festas e Dom se divertem, cando Peito de Lobo achegou-se a el,
passenJnhamente, e dando-Ihe co côvado deitou quedinho na sua orelha:
- «Fixe--se no cabeçudo e repare em mim: o cabuço som eu».
Como se nacesse destinado a ser umha cabeça grande de cartom, Peito de
Lobo olhava no cabeçudo a sua forteza passada, a sua esvaída popularidade.
178
M-':TODO PRATICO DE LíNGUA GALEGO-PORTUGUESA
179
JOSI!:·MARTINHO M ONTERO SANTALHA
Gutor, Babarom e Taprobana som três ilhas que nom hai, e estám entre
Bengala e ilha Java.
Gutor nunca se viu, e nom se sabe quem a batizou, pero a oitenta léguas
de Cambetum hai que dar umha virada a SE para passá.la, e os que se riem
de nós os senhores pilotos de Arábia por fazer esta reveréncia, nom se precatam.
de que Dom haverá ilha, pero hai o Dome e o erre em que remata é rasgueado,
e poderá Dom chocar um coa ilha, pero pode perder-se contra o nome, que
esse ninguém o nega.
Babarom é umha ilha que está escondida. Escondeu-se de seu, numba baía
bengali, por jogar co primeiro piloto dos aráblgos, Sidi Abdalá Altanabi, e caiu
o seu escondite na saída dum rio mui herveiro, e medrarom arredor da ilha
hedras e junqueiras, até cingi·la de todo, e agora está ali presa e nom pode
volver ao seu assento. Bastariam dez homes com foucinhos umha manhá para
ceivá-Ia, pero ninguém ousa, que baixando a ilha a Malaca, faria reverter o mar
e muitas vilas que agora hai ficariam sob as águas. Pero isso si, a Babarom
tamém se lhe respeita o seu sítio no mar, e cada sete anos, para interromper
a possessom, os plIotos temos que ensaiar que chegMIlos a Babarom e trafi-
camos. Fai·se urnha feira no mar e tiram-se foguetes.
Taprobana nom é que propriamente nom a haja; o que passa é que é nave-
gante, e hoje está aqui e manhá acolá, e se vás coa tua nau e ela está fora do
seu sítio do mapa, aparta-se e tam aginha as mais das vezes que nem se chega
a ver, agás que seja noite, que dá luzes; nom incomoda nada no mar a ilha
Taprobana. Pero se vás coa tua nau e te metes onde diz o mapa que cai, vem
ela e pom-se no seu acougo, e entom embarrancas, e tenhem-se dado casos que
naus já iam tam metidas no assento de Taprobana , e a ilha nom as vira porque,
ponho por caso, havia brêtema de cedo, que vindo Taprobana a assentar-se
rapidamente ao precatar-se, aparecerom no cwne dos montes, ou na praça dumba
vila, ou numba arrozeira, e entom o rei de Taprobana queda-se com todo o que
leva a nau e manda açoutar o pUoto. Assi que hai que navegar entre Columbo
e Malaca como se a ilha Taprobana estivesse no seu cum farol aceso.
180
Ml!:TODO PRATICO DE LtNGUA GALEGO·PORTUGUESA
9) «A sinha Sinforosa»,
por Cas telaa
181
JOSÊ-MARTINHO MONTERO SANTALHA
E ela respondeu-me:
- «Nom o sei, meu amantinhoj esse afogado !110m é do meu tempo, pois
Já rezava por el a defunta de minha avoa, que no céu esteja».
Asinha Sinforosa morreu já, e de tantas tragédias nom quedam mais que
três ou catro cruzes de madeira chantadas nas pedras da beiramar. A velha
mandadeira levou ao Além a história de todos os afogados da vila em que
eu nacim.
Umha vez que atravessei o mar, sentim dentro do meu peito o balelro de
tanto esquecbnento, e em nome de todos os afogados preguei:
- «Um paio'n osso pola sinha Slnforosa».
182
Mg;TODO PRATICO DE L1NGUA GALEGO-PORTUGUESA
11)
por Amado Carvalho
183
JOSt=;-MARTINHO MONTERO SANTALHA
184
íNDICE
PROLOGO . ... 7
1. A GRAFIA lh II
1.1: Por que lh e nom II li
1.2: Leitura de IIz 12
1.3: Exercícios para a leitura de lh 12
1.4: Escritura de lh I3
1.5: Exercícios para a escri lUTa de lh 14
2. A GRAFIA nh ... 15
2.1: Por que nh e nom n 15
2.2: Lei tUTa de nh ... 16
2.3: Exercícios para a leitura de nl1 16
2.4: Escritura de nl1 ... 17
2.5: Exercícios para a escritura de nh 17
2.6: Exercícios para a leitura de ll1 e nh conjuntamente 18
2.7: Exercícios para a escrita de lh e nl1 conjuntamente 18
4. A GRAFIA -mh- 25
4.1: Por que mh 25
4.2: Leitura de mh 25
185
JOSt: ~M.ART INHO MONTERO SANTALHA
186
!.UTODO PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
12. A LETRA h 73
12.1: Em posiçom inicial e final 73
12.2: Em interior de palavra 73
12.3 : Exercícios de lei tura ... 74
12.4 : Exercícios de escritura 75
187
JO~-M.ARTINH MONTERO SANTALHA
188
MJ;:TODO PRÁTICO DE LtNGUA GALEGO-PORTUGUESA
20.3: Exercícios de escritura ... ... ... ... ... ... . .. 127
20.4: Textos Literários: 1) «Rosa de cem folhas», por Rosalia Castro;
2) «O pinheiro devoto», por Castelao; 3) «O pôr do sol»,
por Rosalia Castro; 4) «o sapinho», por Victoriano Taibo;
5) .0 sol da liberdade. , por Manuel-António 128
189
JOS:2-MARTINHO MONTERO SANTALHA
190
Esta obra, Método Prático de Língua Galego-Portuguesa,
foi composta1 impressa e brochada
fias Oficinas Gráficas de
Barbosa & Xavier, Lda. - Braga (Portugal).
Iniciada a composiçom aos 15 de Abril de 1983,
acabou de imprimir-se aos 23 de Agosto do mesmo ano.