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ALMENARA – MG
NOVEMBRO 2019
MARIÂNGELA SOUSA FRANCO
ALMENARA – MG
NOVEMBRO 2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS - CCH
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - MONOGRAFIA
__________________________________________
Prof_________________________________________________________ /Unimontes
_________________________________________
Prof_________________________________________________________ /Unimontes
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Prof.ª ------------------------------------------------
Coordenadora do Curso de Letras Português
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Prof. Especialista Henrique Carlos Alves
Coordenador do TCC/MONOGRAFIA-campus Almenara
Dedico essa monografia a Deus por nunca me abandonar.
Aos meus queridos pais: Ângelo e Maria de Lourdes que sempre me incentivaram e sempre
estiveram ao meu lado.
A Deus em primeiro lugar, que esteve sempre ao meu lado me guiando e protegendo e que me
deu capacidade para conquistar este trabalho.
Aos meus pais Ângelo e Maria de Lourdes por terem me apoiado incondicionalmente e me
ajudaram a vencer mais uma etapa da minha vida sem medir esforços.
Ao meu amado marido Vinicius e aos meus filhos por toda a compreensão e paciência em todos
os momentos.
As minhas amigas queridas Jamilly, Bárbara e Débora que estiveram sempre ao meu lado me
ajudando em tudo que precisasse.
A todos os professores da graduação, que contribuíram para que eu chegasse até aqui. Um
agradecimento especial a professora mestra Maria Zeneide que em suas aulas de Fonética e
Fonologia abriu caminhos para o tema desta pesquisa e que me incentivou a pesquisar o léxico
falado pelos moradores da Comunidade Paraguai.
Aos funcionários da Unimontes, pelo carinho e atenção. Em especial a Nilson e Maria José que
sempre estiveram à disposição em ajudarem.
Aos moradores da Comunidade Paraguai na qual realizei essa pesquisa, pela colaboração e
atenção.
Finalmente agradeço a todos aqueles que, de alguma forma, incentivaram-me a nunca desistir
e a buscar sempre os meus objetivos.
Por isso não tema, pois estou com você, não tenha medo,
pois sou o seu Deus.
E o fortalecerei e o ajudarei; eu segurarei com minha mão
direita vitoriosa.
(BIBLIA, ISAÍAS 41:10)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------------8
REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------------30
ANEXO---------------------------------------------------------------------------------------------------34
ABSTRACT
This research analyzes the lexical aspects of Portuguese spoken by some residents of the
Paraguai Community considering that it contributes to extend the Portuguese language
vocabulary. The analysis is based on field research in which some residents are invited to share
the story of the birth of the community, narrating it simply way and using words of their
common use to demonstrate the free character of spoken Portuguese.. Firstly, that work show
up the history of the Portuguese language and what’s lexicon, and then it explores the formation
of words and the disparity between Language and language and what is meant by analytic
Corpus. Therefore, the research analyzes their commonly used words in order to demonstrate
the regional aspect inherent in this community.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objeto de pesquisa estudar o léxico do português falado
pelos moradores da comunidade Paraguai, situada a 36 km da cidade de Almenara, localizada
no Nordeste de Minas Gerais, especificamente no Vale do Jequitinhonha.
O interesse em pesquisar esse tema surgiu pelo fato desta pesquisadora ter trabalhado
nesta comunidade como professora de Língua Portuguesa e de ter convivido com essas pessoas
durante cinco anos. O que chamou a atenção para estudar o léxico do português falado por esses
moradores foram algumas características linguísticas diferentes do proposto pelas normas
gramaticais e alguns vocábulos não usados por pessoas da área urbana.
Segundo a teoria linguística, o léxico tem um papel fundamental no funcionamento da
língua e exerce um papel elementar no mundo, pois se constitui como uma forma de registrar
tudo o que envolve o universo. A partir da necessidade de nomear seres, objetos, eventos, etc.,
gerou-se o léxico das línguas naturais. Segundo Birderman (2001) , a nomeação pode ser
considerada a primeira etapa do ser humano em relação ao universo.
Sabe-se, que o léxico é também a referência a realidades linguísticas nos discursos
humanos que se faz pelos signos linguísticos, ou unidades lexicais que designam os elementos
feitos pela língua e sua cultura. Assim, o léxico é o lugar da significação e dos conteúdos
significantes da linguagem. A linguagem evolui e se adapta de acordo com o contexto de seu
uso. E para que se compreenda esse fenômeno, propôs-se então o estudo do léxico utilizado
pelos moradores da comunidade Paraguai, objetivando registrar aspectos lexicais do português
falado nessa comunidade.
A metodologia de pesquisa adotada é a de campo, em que alguns moradores, na idade
adulta, são convidados a compartilhar as palavras do cotidiano em forma de caso ou de
informação de uso e significado. Atendendo, assim, os elementos quantitativos e qualitativos
do Corpus de análise. Para o embasamento teórico, a teoria linguística de Ataliba de Castilho,
Valter Kehdy e Marcos Bagno, dentre outros nomes, serão recorrentes neste trabalho.
Antes de percorrer os passos do processo lexical de uma língua, para os fins de uma
pesquisa mais bem fundamentada, convém voltar a atenção para os caminhos que a língua
portuguesa percorreu, desde os primórdios do latim e seu processo de transição para a forma
vulgar, como é historicamente descrita, até os dias atuais, a fim de demonstrar que toda língua
nasce, sofre influências externas e cai emdesuso; todavia, esse ciclo, certamente, demanda um
certo espaço de tempo; logo, esta pesquisa atenta para um desses fatores modificadores, que é
a adoção de um léxico próprio falado por alguns habitantes da Comunidade Paraguai que
coabitam com falantes da língua portuguesa comum a todos e que tal diversidade não vem a
prejudicar a comunicação entre eles. Definida a linha de pensamento, dá-se início ao relato do
nascimento da língua portuguesa.
De acordo Ataliba de Castilho (2019, p 02), “É porque existiu uma Europa Latina que
temos hoje uma América Latina , onde se falam o Português, O Espanhol eo Francês, trazidos
pelos colonizadores”. O que, em síntese, significa que essa Europa é a fração europeia oriunda
Da decadência do Império Romano e sua bagagem cultural que, por causa do constante fluxo
de invasões, foi agregada a ela ao longo de anos de conquistas e invasões bárbaras, provocando
a miscigenação entre os povos e a mutação do latim falado pela elite para o latim vulgar.
Com base nessa breve explanação de Castilho (2019), nota-se que a Língua Portuguesa,
para ser conhecida como tal, precisou não só de uma Língua mãe , mas também do processo
resultante do fator migratório que os povos da antiguidade compartilhavam quer fosse os
motivos oriundos de invasões, quer por busca de assentamentos mais promissores. O fato é que
se percebe um considerável espaço de tempo histórico para que uma Língua seja estabelecida e
comum aos falantes por ela recepcionada.
Dentro desse sistema repleto de fatores externos agindo numa língua, ainda faz-
relevante observar a importância do desenvolvimento da escrita como parte dessa dinâmica da
língua. A Doutora em Filologia Rita Queiroz aponta para a difusão e registro da língua latina.
Conforme Queiroz (2019), a assenção da escrita ficou, por séculos, restrita à parcela
da população que perntencia à nobreza ou eram sacerdotes ou pessoas menbros do clero; dessa
forma, muitas línguas nasceram e morreram ddragadas pela ação do tempo.Tem-se como
exemplo o latim clássico que era falado e grafado na sua forma culta enquanto o povo seguia
analfabeto, haja visto a condição de pobreza que a história atribui a eles;portanto, mais
exposto às novas línguas introduzidas pelo fluxo das guerras, comércio, exposição a novas
culturas, ou seja, havia um latim clássico defendido por uma minoria; porém, majoritária em
poder de mando, ehavia o latim vulgar sendo disseminado, aculturado, modificado e
remodificado aolongo dos tempos até que a fala clássica encontrasse sua morte séculos mais
tarde.
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Lingüista formado pela University College London. Membro da Associação de Professores de Inglês como Língua
estrangeira. Autor de mais de 60 livros, entre eles obras de referência como Cambridge Encyclopedia of Language
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enriquecimento vocabular não somente de um falante, mas como também para a Língua
Portuguesa.
À luz do apanhado histórico abordado por Castilho (2019), para que o latim arcaico
perdesse sua construção originária, houve de se considerar os fatores geográficos, que observa
a qual região a pessoa pertence partindo do modo como ela fala; a posição socioeconômica,
que envolve cultura e poder aquisitivo; a faixa etária, na qual é observada as tradições culturais
e a diferença entre jovens e adultos no processo de conservação ou morte de uma Língua e,
ainda, o canal do enunciado no que tange escrita e oralidade.
Conforme aludido em 1.1, a escrita contribuiu para o registro das Línguas; logo, é
possível identificar diversos vocábulos, não somente oriundos do latim vulgar, mas como
também das línguas eslavas, germânicas, árabes, principalmente, que foram recepcionados pela
Língua Portuguesa, na seleção abaixo consoante pesquisa de Castilho (2019).
Nota-se que o sentido do vocábulo é mais abrangente do que é conhecido hoje, isto é,
a relação semântica está ligada aos falantes do espaço geográfico que partilham.
Outra herança que provém do aculturação deve-se às palavras gregas recepcionadas pelo
latim como pode ser comprovado no seguinte exemplo congruente Castilho (2019).
Para Castilho (2019), as línguas românicas foram difundidas por meio do latim vulgar
por este ter sido mais expressado entre as classes menos favorecidas da população. Fato que
abriu as fronteiras da construção lexical da Língua Portuguesa em seus primórdios.
Uma outra vertente a ser analisada nesta trajetória da edificação do léxico, de acordo
Basílio (1987), de uma forma bastante natural, o indivíduo faz uso das palavras para elaborar
um enunciado e, dessa forma, pode expressar seu pensamento racional, marcando a
diferenciação entre os seres racionais dos irracionais. Logo, o ser humano porta a capacidade
de formar vocábulos a partir de outros já existentes ou ,construir um novo partindo de um
contexto. Contudo, convém salientar que que a produtividade na formação de palavras nem
sempre gera combinações passíveis de aceitação como aponta Basílio (1987).
Por exemplo, por que aceitamos facilmente palavras como convencional e religioso,
mas não*convencioso ou *religional? Poderíamos dizer que se trata apenas de uma
questão de uso; ambas as palavras são bem conhecidas, (p.7) e, simplesmente,
sabemos que as palavras são religioso e convencional.
De acordo Kehdi (2003), uma palavra primitiva pode sofrer o uso de acréscimos de
afixos que, conforme a posição, podem ou não alterar a classe gramatical do vocábulo, isto é,
fazendo com que adjetivos se tornem advérbios, verbos ou até mesmo em substantivos. Por
exemplo, ainda sob a ótica de Kehdi (2003), a inclusão de prefixos ou sufixos ao radical de um
determinado vocábulo, ressalvado no que tange a aplicação do prefixo, pode acarretar uma certa
modificação morfológica. Um apontamento que se pode visualizar na palavra primitiva
consciente, quando inserido o sufixo formador de advérbio mente, tem-se conscientemente;
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Nessa direção, outro fato a ser considerado neste processo de construção lexical atenta
para o fenômeno dos estrangeirismos e a variação semântica de acordo o lugar, época, classe
social e contexto.
Para Silva (2017), o léxico de uma Língua abrange não somente as entradas
dicionarizadas, mas também envolve as relações semânticas do discurso, terminologias quanto
à matéria de uma determinada área profissional, licença poética e os neologismos.Silva traz
que:
Dessa linha de pensamento, toma-se como uma situação de uso do léxico no campo
semântico o verbo morrer na seguinte proposição: “Joana morreu ontem”, tem-se aqui o sentido
real do verbo que afirma o falecimento da pessoa; já em “ morreu mil vezes de tanta
preocupação”, o verbo já passa a expressar uma função estilística de exagero para apontar o
quão preocupado o sujeito da oração se encontra. Todavia, a ambiguidade se faz presente no
exemplo: “ Joana morreu de desgosto”, nessa situação, o enunciado não deixa claro se o sujeito,
realmente veio a óbito por causa do sentimento ou se é apenas uma forma de linguagem comum
de uma localidade ou grupo de falantes. Com esses exemplos, pode-se perceber que alguns
vocábulos não ficam restritos a um único sentido, haja visto a gama de fatores que vão
influenciar tais mudanças conforme já mencionados.
Nesse apontamento, o léxico vai se formando de forma agrupada, ou seja, passa a ser
difundido pelos falantes de uma determinada localidade e coexistindo com os vocábulos já
dicionarizados, ainda que na dependência de seu registro por pesquisadores responsáveis pela
catalogação. Antunes (2012), traz que o estudo do léxico precisa ser mais aprofundado nas
escolas para que não somente a ideia de formação das palavras seja um tópico, mas também a
representação e o valor semântico que o vocábulo ao presenta num dado contexto o
Dessa forma, a presente linha de pesquisa se mostra relevante para o estudo do léxico
cultuado pelos moradores da Comunidade Paraguai por considerar que seus falantes estão a
contribuir para o enriquecimento da língua materna e sua perpetuação no tempo; assim sendo,
no capítulo subsequente passa-se a explorar os preceitos para a construção do Corpus de
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análise que melhor atende ao sistema de produção lexical que permeia a comunicação dos
falantes da Comunidade Paraguai, partindo de relatos de moradores locais tanto idoso, quanto
jovem, com o intuito de demonstrar a continuidade do léxico inerente a eles para as gerações
futuras.
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Para que uma linha de pesquisa possa ser elaborada, faz-se pertinente, primeiramente,
definir seu objeto de estudo, seu público alvo, seu o propósito, além de selecionar qual a melhor
forma de coletar e catalogar os dados, em resumo, é preciso desenvolver o Corpus.
Charaudeau (2019), traz que a noção de Corpus não está presa a uma só significação,
pois ao se abordar matérias, no que tange a materialidade linguística, deve-se atentar para o fato
de que se trata de um organismo vivo e, como tal, passível de mutação constante dado o caráter
dinâmico da Língua e seus falantes. Ainda sob a ótica de Charaudeau (2019), o processo da
coleta de dados há de considerar, dentre outros procedimentos, o espaço geográfico no qual a
pesquisa tomará como base, isto é, se área rural, urbana ou se abordará comunidades,
assentamentos; a oralidade e como a escrita é grafada; a faixa etária dos falantes, atentando-se
para os fatores etários,
Ainda sob a ótica de Charaudeau (2019), diversos são os problemas que circundam um
Corpus de análise a serem observados pelo pesquisador. Um desses refere-se ao da coleta de
dados, que é dependente do material linguístico, se produção oral ou escrita, para assim poder
considerar o uso de gravadores ou câmeras, em caso de entrevistas, ou fotografar os
documentos escritos passíveis de serem objetos da análise; outro ponto , na área da linguística,
aponta para as questões semânticas, relações sintáticas, coesão e coerência, estudo da
morfologia, o léxico em sua formação e, ainda, observar texto e contexto no processo de
comunicação entre emissor, receptor e mensagem, observando os atores do discurso em relação
à idade, escolaridade, posição social, credo, situação financeira, espaço; logo, o Corpus pode
se apresentar mais complexo conforme a magnitude da pesquisa.
Para melhor compreensão dessas vertentes, convém fazer uma breve explanação de cada
uma, haja visto a pertinência do assunto para a presente pesquisa; todavia, faz-se oportuno
esclarecer as diferenças entre língua/discurso, texto/discurso e texto/contexto , para assim poder
elaborar a linha de construção de um Corpus de análise em consonância com o objetivo cerne
da pesquisa.
Ao se tomar como base de análise uma abordagem que vise a Linguística da Língua, o
Corpus será mais fechado, ou seja, voltado para o sistema cognitivo do sujeito operador da
língua. Tomando como ilustração a seguinte proposição “Eu tenho 35 anos”, tem-se um
enunciado afirmativo-informativo do locutor que anuncia possuir algo marcado por um
numera , que define a quantidade, e o vocábulo “anos” para expressar uma linha de tempo.
Aqui o Corpus não abrange o contexto e outras relações de análise do discurso. Para essa
propositura Charaudeau (2019) traz:
o discurso, como lugar, ao mesmo tempo, de estruturação dos usos em função das
condições de produção nas quais esses usos se manifestam, relacionados a compor-
tamentos linguageiros dos sujeitos falantes, e categorizações de sentido relacionadas
a sistemas de conhecimento e de crença aos quais aderem os indivíduos ou grupos
sociais. Aqui, não se trata mais de uma combinação de unidades em nível transfrás-
tico, mas, de uma dimensão para além da frase, uma vez que o sentido de discurso
resulta de uma multiplicidade de fatores de ordem contextual. (CHARAUDEAU,
2019, s/p).
Nesse sentido, o mesmo enunciado “Eu tenho 35 anos”, abordado pela área da
Linguística do Discurso, terá um Corpus de análise que considerará o efeito do enunciado nos
mais variados contextos no qual o sentido do discurso está ligado a uma determinada intenção
do locutor. Por exemplo, ao se imaginar uma situação hipotética em que o emissor seja uma
mulher que foi demitida após anos de serviço numa empresa X. Ao receber a notícia do chefe,
da inesperada demissão, o enunciado passa a ter um valor semântico de preocupação com a
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idade em relação ao mercado de trabalho e a crise do desemprego ou se ela for uma atleta e o
treinador já não vê nela o mesmo vigor de uma jovem em inicio de carreira.
Sob essa ótica, o Corpus de análise torna-se mais aberto, pois há de considerar uma
diversidade de fatores que co-existem nas relações discursivas, isto é, questões ligadas ao
locutor e ao receptor (faixa etária, instrução, meio social, intenção), bem como as relações
interdiscursivas da mensagem, isto é, quem é o público alvo? Qual a intenção do discurso? Em
que ambiente se passa o diálogo? A mensagem é clara ou complexa? (CHARAUDEAU, 2019).
Assim sendo, esta proposta de pesquisa atenta para o caráter aleatório do Corpus de
análise quanto aos aspectos lexicais do português falado por alguns moradores da Comunidade
Paraguai, considerando o estudo de campo e análise do português do cotidiano dos
entrevistados, bem como o registro das palavras por eles cultuadas. (vide anexo).
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Com o intuito de atender à proposta cerne desta pesquisa, passa-se a explorar a Língua
como um elemento de uso coletivo, voltando a atenção ao português falado não doutrinado por
normas gramaticais .
[...] sem uma língua, não poderíamos formular nosso pensamento. Você já se deu
conta de que pensa em português? Sonha em português? Organiza-se logo de manhã
com respeito ao que terá de fazer durante o dia, falando consigo mesmo em
português? E mesmo quando quer aprender uma língua estrangeira, sai por aí
tentando pensar só nessa língua, como um bom modo de dominá-la. (CASTILHO,
2019, 2).
Para Batista Santos (2010), o português falado goza de mais liberdade de expressão
na relação de comunicação entre os atores falantes; dessa forma, o discurso é direto e livre para
se adaptar ao contexto e espaço em que está ocorrendo o diálogo; já o português escrito requer
uma observação mais acentuada quanto às normas gramaticais, o que torna a relação discursiva
um ato indireto em que a mensagem é exteriorizada de maneira igual para receptores aptos ou
não para interpretar a mensagem.
Como exemplo, pode-se destacar os jargões técnicos, que são comuns em uso pelos
profissionais de uma certa área, que não são de conhecimento de leigos , causando assim uma
dificuldade quanto ao entendimento do enunciado mas não no ato de comunicação, haja visto
os atores compartilharem de uma mesma Língua; logo, tem-se um processo de ampliação
lexical oriunda do discurso, ou seja, há uma agregação de vocábulos por parte do receptor dada
sua exposição a um novo léxico propagado pelo emissor.
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro. (ANDRADE, 2019, s/p).
No poema, é possível identificar, no 1º verso, a colocação pronominal e o verbo “dar” sendo conjugado
no imperativo afirmativo e reaparecendo no último verso não mais no imperativo mas sim no presente do
subjuntivo antecedido pelo pronome oblíquo “me” iniciando a oração, marcando o contraste entre o que é
considerado culto da expressão coloquial recepcionada pelo povo em sua grande maioria. Já o texto escrito é
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regido pela gramática normativa, que presa pela observância da coesão e coerência textual. Em síntese, a
concordância e a regência (verbais e nominais) não são observadas; busca-se evitar ambiguidade de
maneira a zelar pela clareza do texto; o uso de sinônimos são recorrentes para garantir a não-
repetição de vocábulos; as orações são construídas de zelando pela sintaxe, coordenação e
subordinação com o intuito de primar pela coesão e coerência na redação do texto (BATISTA
SANTOS, 2010, s/p).
Nessa direção, nota-se o quão o português falado não se prende às normas gramaticais
que doutrinam a escrita. Para Bagno (2002), o português falado é objeto de constante influência
de fatores externos que contribuem para que a fala, cada vez mais, goze de liberdade para estar
em plena renovação, quer os mecanismos modificadores sejam causados por questões sociais,
nesse sentido , olha-se para a educação e sua carência; quer seja pela recepção dos
estrangeirismos, cada vez mais acentuada com o avanço da tecnologia ao estreitar os caminhos
entre os povos de outras nações. Sob esse ponto, Bagno (2002),
Com base nesse apontamento, no que tange as diferenças regionais e sociais, o léxico
inerente a uma parcela de moradores da Comunidade Paraguai, objeto desta pesquisa, vem a
reafirmar o aspecto livre que o português falado é detentor. Tal característica passa a ser
apresentada, no próximo tópico, sob a forma de relatos de alguns moradores da comunidade,
na sua maioria mulheres adultas ,que se sentiram à vontade em compartilhar os vocábulos que
lhes são comum na fala do cotidiano que vem sendo cultuada por décadas.
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Para melhor compreender os aspectos lexicais do português falado por alguns moradores
da Comunidade Paraguai, faz-se relevante conhecer a história da edificação dessa comunidade.
Para isso, o Corpus de análise utiliza-se da pesquisa de campo, dando espaço aos entrevistados
para que possam fazer suas narrativas de maneira que suas identidades possam ser preservadas.
Considerando que este trabalho atenta para os vocábulos e expressões inerentes a esta
comunidade específica, esta análise não tende a aprofundar o objeto de estudo para que o
mesmo possa abranger tanto questões ortográficas, quanto transcrições fonéticas por entender
que tais propriedades sejam objeto de outro campo da Ciência Linguística que, neste momento,
não é contemplado neste trabalho; logo, a grafia e o fenômeno da ditongação não são passíveis
de menção por esta análise.
Tomando como base o relato da moradora A (60 anos), passa-se a conhecer a história
da Comunidade Paraguai. De acordo A (2019), a comunidade surge com a chegada de seus
avós, por volta de 1855, obrigados a saírem do sertão onde nasceram em busca de um lugar
melhor. Passaram por uma fazenda de nome Encruzilhada e mais tarde outra de nome Malhada
de Areia para, enfim, chegar a uma de nome Utinga, lugar em que fixaram moradia por décadas.
Todavia, a região foi assolada pela fome e peste, fato que levou à morte uma grande parcela
dos moradores. Segundo A (2019), os que tinham um poder aquisitivo melhor puderam sair em
busca de um lugar mais seguro, incluindo seus avós.
[...] como diz a minguá di fomi íí di duença néh até morreu toda vizinhança ficÔ meu
avô keli cum sua esposa pur nomi de Antonha néh í seis filhu néh só ficô eli cum sua
família aí quando foi um dia eli falô cum ísposa á á Antona vamu imbora daqui pur
quê si nãum nós vamu morre í num tem ninguém pra nus interrá ... issú foi numa meia
noite aí ela falô nós vamus para ond eli mais nós vamus para onde li fica na mata ki
gente vê falá fica na mata nós vamu mudano mudá prakela mata aí nu ôtro dia saiu
eli cum seis filhu duas filha pikena conduzidu pelo jumento né . pel colocô a cangaía
no jumentu colocô um jacá ki éh um tipu tipu balaí ki hojii si chama balaí nesse tempu
chamava jacá [...] (MORADOR A (60 anos, 2019).)
Nesse ponto da narrativa, pode-se observar que a moradora A (60 anos) faz menção à
ação do tempo quanto ao uso do vocábulo “jacá” que foi substituído por “balaio” pela nova
geração. Castilho (2019), salienta que a Língua, por ser um organismo vivo, está à mercê do
fenômeno do uso e desuso de um vocábulo pelos falantes de uma dada Língua. Bagno (2002),
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aponta para o efeito das migrações para a dinâmica do português falado e, consequentemente,
a relação de interação entre os falantes quanto ao compartilhamento não só de novos vocábulos,
mas também de expressões de uso comum, que têm seu valor semântico na contramão do
significado literal da palavra.
[...] uzôto vinheru andanu cada um trazenu um carcaiu nas kosto purquê vinheru di pé
trazenu gumas coza de alimentu aí guma coza de rôpa cuberta rôpa quasiii num
puderu trazê quê ki foi muito longa a viaji néh eis vinheru rompenu passanu muita
crise inté chegô ni Almenara Almenara era um arraial pur nomiii di Vigia ni aí chegô
nesse arraial ficô pur volta de um dia até mais néh e vinheru rompenu e falÔ vamu
vamu pá mata ai vinheru rompenu sofrenu trazenu essas fía conduzida nessi cum essi
jumentu ai anté doizi dois filhu rapazi cada um cum carcaí nas costa {...](MORADOR
A(60 anos), 2019).
Antunes (2012), atenta para o quão relevante é o estudo do léxico nas escolas por
entender que a prática permite não só que o aluno conheça qual a finalidade do dicionário, mas
também a importância de se estar atento para o processo de renovação lexical ao qual o
português falado está envolvido. A exemplo de “jacá” para “balaio” e “carcaio” para “bolsa”,
de uso comum, pode-se perceber essa renovação embora o significado original não tenha sido
alterado durante o discurso neste caso.
Retomando com a narrativa da moradora A (60 anos), ela faz menção à jornada penosa
dos avós para chegar num lugar em que pudessem fixar moradia e, por fim, dar condição melhor
de vida a seus filhos A trajetória. Os avós dela desbravaram córregos e mata adentro até
encontrar o primeiro posseiro da comunidade de nome José Paraguai, que já havia feito um
desmatamento e começado uma pequena plantação. Dali seguiram em frente até encontrar numa
árvore enorme abrigo suficiente para se protegerem do relento segundo relato de A (60 anos).
E por ali ficaram por dois anos vivendo da caça, pesca e do pequeno roçado, revezando-se na
vigia noturna por causa do risco de ataque de onça.
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[...] quandu era noite uns durmia outôs ficav vigianu cum medo di carç di onça tinha
muita onça tinha muita casça aí quando um durmia uzôto ficava ali atiranu pra vê si
aquela fera num num atacava néh intaum quando um durmia ú ôto ficav vigianu ai
até passava a noite intaum dibaxo dessa ávori eis moraru sirviram di abrigo pra elis
cêis mesi dibaxo dess dessa árvori néh ai eis foru roçanu foru abrinu aí com seis mesi
já tinha condições de fazê uma casinha uma casinha cuberta di di casca di pau dupidu
pau ki chama caskim ki dá uns cavacão ki dá umas taíada neli kilutud quelis cavacão
foi ki servia de terru pra cubri a casa nessa casa nessa casinha eis morô moraru muito
tempu néh mais assim uns dois ano ou mais ou meno depozi foru roçanu í limpanu
limpanu í:: forum abrinu ííí:: para sobrevivê ú alimentu era caçu du matu pra í nesse
arraial vixu du Vigia era muito difissu gastava muitos dia pra pudê í[r] era ni carreru
dentu du mato néh intaum eis matava a caça comu num tinha sal pá salgá eis fazia já
era u muqueim u muqueim éh retratadu hojii comu fuguera hojii nós chama di foguera
faz tirô as furquia quarta furquia istirô invó pur cima di vara í:: retalhava a carni sem
sal í cindia um fogo bem alta í quandu criava bastante brasa aí quê istindia a carne
incima dakeli grau incima da foguera ai a carne muquiava í chamav muqueim néh
chamav muqueim purquê muquiava deixano muquiada[...] (MORADORA A (60 anos
), 2019).
Nesse ponto da narrativa, percebe-se que a moradora faz uso do vocábulo “muqueim”
em troca do substantivo “fogueira” e ainda explica que era o costume preparar a carne do jeito
improvisado; dessa forma, o alimento não ficava nem assado nem cru aos olhos deles. Observa-
se que ela chama parte do substantivo “muqueim” para o verbo “muqueava” chegando ao
adjetivo “muqueada”. Nota-se que ao radical “muque” sofre o acréscimo de sufixo “ada” e
“ava” que modificaram a classe gramatical do vocábulo que nasceu substantivo. Para Kehdy
(2003) e Basílio (1987), a produtividade da formação das palavras é maior quando se trata da
derivação sufixal, pois o sufixo é capaz de alterar a morfologia da palavra possibilitando, assim,
a expansão do léxico de uma Língua.
Os avós dessa antiga moradora também aprenderam a extrair de uma árvore um óleo
medicinal que eles usavam não somente em si mesmos, como também o comercializavam no
povoado de nome “encruzilhada”, fazendo do cano do bambu garrafas improvisadas para o
óleo.
[...] leva pra vendê ni Incruzilhada néh ... gastava mais di semana pra í daqui até no
ni Incruzilhada di carrero di pé chuvia trinta dia sem gente vê ú oí du sol isso pra secá
rôpa era num fogo néh fazia uma foguera agora ia secano aquela ropa nu nu calor du
fogu ki si chuvida direto ús córrego só vivia chei direto direto éí chuvia tud todos uz
dias néh í assim ki si foi ú cumeçu dessa cuminudad aqui aí intaum foi ... fircô pur
nomi di Paraguaí aqui pur causa dessi homi úh primero que pussero ki vei pra mata
chamava José Paraguaí néh ai entaum ú córrego éh um só ki recebeu essi nomi di
Paraguaí néh até chegô o finali deli pur nomi Paraguaí néh corregu du Paraguaí aí
depozi coloco córgu Sãum Jusé dU Paraguaí ai troxi é ú nomi Sãum Jusé du Paraguaí
éh maizi ou menos assim .(MORADORA A (60 anos), 2019).
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Abaixo, algumas expressões de outros moradores que também quiseram colaborar com
este trabalho e, em anexo, encontram-se outras palavras que foram coletadas ao longo da
pesquisa de campo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na teoria de Ataliba de Castilho, para o embasamento histórico de como nasce
e morre uma Língua, foi possível identificar o processo de uso e desuso que uma palavra sofre
devido a ação do tempo e outros fatores mais; já o ciclo de formação das palavras pôde ser
explicado fundamentado por Valter Kehdy em sua totalidade e o português falado pôde ser
melhor observado pela ótica de Marcos Bagno e Monalisa Lisboa.
Com o estudo de campo, esta pesquisa pôde analisar os aspectos lexicais do português
falado por alguns moradores da referida comunidade e perceber que também eles trazem em
sua história algumas palavras que deixaram de ser usadas com o passar do tempo; todavia,
algumas ainda podem ser ouvidas na voz dos moradores mais antigos e por outros que já se
habituaram a elas. Fato que as tornaram resistentes à ação do tempo.
Os relatos dos entrevistados foram transcritos de forma que o habitual de suas falas
pudessem ser preservadas para melhor retratar o modo real e comum com que eles se
comunicam.
Dessa forma, foi possível identificar o caráter livre do português falado que ainda é
cultuado por eles numa localidade que, embora distante da cidade mais próxima, já goza dos
benefícios do progresso como luz e estradas mais acessíveis; logo, sinônimo de maior trânsito
de pessoas, que por sua vez, acarreta em renovação vocabular.
Assim, a pesquisa revelou que é possível cultivar as raízes de uma Língua se esta for
repassada pelo seus falantes quer seja na forma de casos, quer seja pelo uso recorrente tanto das
palavras de outra época, quanto das expressões carregadas de valor semântico como foi possível
identificar durante a análise baseada no discurso dos entrevistados.
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REFERÊNCIAS
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Disponível em . Acesso em 30/4/2019.
ANTUNES, Irandé. Território da palavras. Estudo do léxico em sala de aula. São Paulo. Editora
Parábola, 2012.
_______. Território das palavras, Bate-papo ao vivo com Irandé Antunes 9/5/2016. Disponível
em https://www.youtube.com/watch?v=eT71CiFFWBY&t=27s. Acesso em 1/11/2019.
BASÍLIO, Margarida Teoria lexical São Paulo: Editora Ática S.A. 1987.
CASTILHO, Ataliba T.de Como nasce uma Língua. Edição eletrônica, 2019.
Disponível em http://museudalinguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Como-as-linguas-
nascem-e-morrem.pdf. Acesso em 01/44/2019.
31
CHARAUDEAU, Patrick, Dize-me qual é teu corpus, eu te direi qual é a tua problemática
Revista Diadorim / Revista de Estudos Linguísticos e Literários do Programa de Pós-Graduação
em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Volume 10, Dezembro 2011.,
2011. Disponível em http://www.patrick-charaudeau.com/Dize-me-qual-e-teu-corpus-eu-te.html.
Acesso em 15/09/2019.
HOUAISS, Antônio. Grande dicionário Houaiss. São Paulo. Editora Objetiva, 2005. 193-274
palavras.
KEHDY, Valter A Formação das Palavras. 3 ed. 5ª impressão Editora Ática: São Paulo, 2-003.
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SILVA, Débora Entenda sob o léxico da Língua Portuguesa e sua dinâmica. Disponível em
https://www.estudopratico.com.br/entenda-sobre-o-lexico-da-lingua-portuguesa/. Acesso em
15/7/2019.
VICÁRIA, Luciana Artigo Morre uma Língua por semana. Revista Época, .... Disponível em
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR73808-6060,00.html. Acesso em 14/5/2019.
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LETRAS PORTUGUÊS
DECLARAÇÃO DO DISCENTE
Declaro, para fins documentais, que minha monografia apresentada ao Curso de Letras/Português do
Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes é
original e não se trata de plágio; não havendo, portanto, cópias de partes, capítulos ou artigos de
nenhum outro trabalho já defendido e publicado no Brasil ou no exterior. Caso ocorra plágio, estou
ciente de que serei reprovada na disciplina Monografia
Dicionário Aurélio – Local de difícil acesso, casa pequena, casa coberta de palha.
Cacaio – bolsa.
Cacunda – costas.
Giral – varas.
Dicionário Aurélio – pedaço de couro que preso ao pescoço e a cintura, serve de colete, sendo
usado por vaqueiros para proteger o peito, peitoral.
Muquenho – fogo.
Poiage - mulher grávida que sente muito enjoo- fulana está de POIAGE enjoada.
Querência –
Salão – escola.
Dicionário Aurélio – sala grande de casa destinada a recepção de visitas, a bailes e outras
grandes reuniões.
Sopradeira – calcinha.
Outras palavras
A tarracho – parafuso.
Dante – nome.
Furquia – gancho.
gerimum – abóbora.
Jacuba – bebida.
Lega – amigos.
Pereba – ferida
Varomba – cachaça.
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Zoião – ovo.
Vadiar – brincar.
Moranga – abóbora.
Delatar – demorar.
Cachimbo – pito.
Pitar – fumar.
Bulir – mexer.
Coió – verdura.
Moca – café
Emanar – namorar.
Pisadura – machucado.
Oroca – mandioca.
Lazeira – pobreza.
Cavaco – graveto.
Caburé – criança.
Chicotô – bermuda.
Tacho – panela.
Adobe – barro.
Catombo – caroço.
Baita – bonito.
Banzé – briga.
Dar taba – quando alguém chama pra dançar em festa e a pessoa se recusa a dançar.