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OFICINA DE TEXTO

EM ESPANHOL

Aline Azeredo
Bizello
Revisão técnica:

Marina Leivas Waquil


Bacharel em Letras – Português/Espanhol
Mestre e Doutora em Letras – Teorias Linguísticas do Léxico

O31 Oficina de texto em espanhol/ Roberta Spessatto... [et al.] ;


[revisão técnica: Marina Leivas Waquil] . – Porto Alegre:
SAGAH, 2018.
242 p. : il. ; 22,5 cm

ISBN 978-85-9502-540-0

1. Língua espanhola . I. Spessatto, Roberta.

CDU 811.134.3

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147


Reconhecimento e utilização
de palavras-chave, cognatos
e falsos cognatos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar o conceito de interlíngua e sua influência na leitura de textos


em língua espanhola.
 Reconhecer as palavras-chave em um texto e cognatos entre o es-
panhol e o português.
 Identificar os heterossemânticos e heterogenéricos entre espanhol
e português.

Introdução
As línguas espanhola e portuguesa surgiram a partir de modificações de
uma mesma língua: o latim vulgar. Seus territórios de origem também são
próximos, pois Portugal e Espanha pertencem à Península Ibérica. Essas
similaridades históricas geraram semelhanças linguísticas. No entanto, há
contrastes significativos entre os dois idiomas. Você já refletiu sobre como
esses conflitos linguísticos podem interferir na aquisição da língua espanhola?
Neste capítulo, você estudará o conceito de interlíngua e sua influência
na leitura de textos em língua espanhola, as palavras-chave em um texto,
os cognatos e os heterossemânticos e heterogenéricos entre o espanhol
e o português.

Interlíngua e sua influência na leitura de textos


em língua espanhola
Durante o processo de aquisição de uma língua estrangeira, o aprendiz sofre
influências de sua língua materna, pois ela é a base na qual ele se fundamenta
2 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

para se comunicar. Contudo, as línguas costumam apresentar traços conflitivos


que dificultam o processo de aprendizagem.
Essa dificuldade surge, de acordo com Selinker (1972), pesquisador que
usou o termo interlíngua pela primeira vez, pela ativação, na mente do aluno de
língua estrangeira, de uma estrutura psicológica latente quando ele tenta com-
preender ou construir um enunciado na nova língua. Essa estrutura é chamada
de interlíngua. É possível observá-la, por exemplo, quando o aprendiz transfere
as regras de funcionamento da língua materna para a língua estrangeira. Isso
pode ocorrer pelo fato de, entre as duas línguas, existir regras semelhantes
que levam o estudante a generalizar a semelhança específica para várias ou
todas as outras regras de funcionamento da língua estrangeira.

O portunhol é uma modalidade de comunicação comum nas regiões de fronteira


entre o Brasil e os países hispanohablantes. Trata-se de um espanhol com elementos
do português e vice-versa. Não há uma estabilidade nem uma homogeneidade
nessas misturas.

É comum essa generalização provocar a criação de um sistema aproximado,


ou seja, um sistema que não é nem o da língua materna nem o da língua meta.
A criação desse sistema pode ser temporária, modificando-se à medida que
passa por diferentes etapas de aquisição do idioma.
Como o aluno, nessa situação, utiliza estruturas sintáticas simples e um
léxico com uma grande variedade de significados, podem surgir dificulda-
des para sua leitura de textos em outra língua. Esse é o caso de brasileiros
estudantes de espanhol.

Observe um trecho da reportagem Se puede traicionar a Shakespeare, pero no a Ian


McEwan, de Gregorio Belinchón (2018a), publicada no jornal El País.
"Sobre todo cuando, como puede ocurrir, solo tienes tres días de ensayos previos. No
digo que un realizador de cine no sepa trabajar con actores, pero sí que los dramaturgos
y los intérpretes nos comunicamos con el mismo lenguaje".
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 3

Note que, em espanhol, costuma-se nomear os ensaios de uma obra como


ensayos previos. Em português, dá-se apenas o nome de ensaio, pois inserir
o termo prévios seria, provavelmente, sinônimo de redundância. No final
do mesmo parágrafo do texto, há a expressão realizador de cine. Embora
realizador seja um vocábulo válido no português, não é comum que ele
seja empregado no sentido em que está na reportagem, isto é, no sentido de
diretor de cinema.
Esses obstáculos de leitura são comuns nas etapas iniciais de aprendizagem
do espanhol. Afinal, o aluno está experimentando a língua e criando hipó-
teses a partir do português. Entretanto, à medida que o estudante avança na
aprendizagem, começa a discernir as regras da língua portuguesa das regras
da língua espanhola. Assim, questões como regência e colocação pronominal,
por exemplo, já são reconhecidas, e o aprendiz compreende seu uso em um
texto. Em consequência, há menos obstáculos para a leitura. Veja mais um
trecho da reportagem do jornal El País: "Para bien o para mal, a Shakespeare
no le puedes consultar" (BELINCHÓN, 2018a, documento on-line). Observe
os complementos verbais: a Shakespeare e o pronome complemento le. Em
português, não há esse tipo de construção, por isso ela pode provocar dificul-
dades de interpretação ao aprendiz de espanhol.
A leitura é uma importante ferramenta na etapa de aquisição de uma língua,
pois o aprendiz ainda não é capaz de corrigir os próprios erros nos momentos
em que ele produz textos orais ou escritos. Antes de atingir uma estabilidade
linguística, o aluno passa por muitas fases de grande variabilidade ao longo
do processo de aprendizagem.
Dessa forma, a interlíngua é uma fase importante para a aquisição do novo
idioma, pois, embora seja um sistema que integra traços da língua materna
com incorporação de elementos da língua estrangeira, caracteriza-se como a
possibilidade de remediar, com o tempo, as carências linguísticas do aprendiz.
O essencial é que haja, por parte do aluno, a intenção de buscar soluções para
os problemas de comunicação e estabelecer uma mensagem compreensível.
Para Fernández (1997), esse é um estágio fundamental para que o estudante
use os erros como pontos de apoio para aprimorar sua comunicação e evoluir
no desenvolvimento da língua meta. Para ele, sem a possibilidade de errar e de
analisar esses erros, o aprendiz não tem muitas opções para produzir estruturas
corretas. A análise desses erros deve ser uma ação docente constante, para
que os educadores possam buscar as estratégias mais adequadas e ajudar o
aluno a superar as dificuldades.
A formulação de hipóteses sobre as características da nova língua faz o
estudante adquirir o hábito de testar se essas hipóteses são plausíveis e aceitas
4 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

nas situações de comunicação. Aliás, no processo de leitura, o aprendiz recebe


imediatamente o retorno sobre as hipóteses que formulou, pois, para compre-
ender e interpretar o texto, precisa decifrar as informações à medida que elas
aparecem. Para que essas hipóteses sejam confirmadas e o aprendiz supere as
barreiras, é necessário que ele reconheça as interferências linguísticas. Essas
interferências podem surgir nos níveis semântico, sintático ou ortográfico.
Para analisar como elas podem interferir na interpretação de texto, observe
alguns trechos da reportagem La policía recobra las tallas de La Roldana
desaparecidas en Cádiz, adaptada do jornal El País.

Las cuatro esculturas desaparecidas de La Roldana (Luisa Roldán, Sevilla


1652-Madrid, 1706) de la Catedral de Cádiz por fin han aparecido. Después
de más de una semana de búsqueda, ha sido la intervención de la policía la
que ha permitido averiguar el paradero de los cuatro ángeles, tal y como ha
explicado la propia institución. Fue el viernes passado cuando una persona
cercana a la Seo, cuya identidad no ha trascendido, entrego las cuatro piezas
al deán de la Catedral de Cádiz, Ricardo Jiménez Merlo. En la investigación
han aparecido además otras tres esculturas — un profeta y partes de dos
ángeles despiezados — datados en los siglos XVII y XVIII. La policía conti-
nua con sus pesquisas para averiguar las circunstancias de la desaparición
y determinar la posible responsabilidad penal de alguna persona (CAÑAS,
2018, documento on-line).

Para um aprendiz iniciante de espanhol, essa construção, em que se


apresenta uma circunstância de tempo sem a preposição, pode dificultar a
compreensão da mensagem e dar a sensação de que viernes é o sujeito da
oração. Afinal, em português, sempre se usa nesses casos a preposição em
(“na sexta-feira passada”). Além disso, não é costume organizar esse tipo de
informação dessa maneira: “Foi na sexta-feira passada quando uma pessoa
[...]”. A expressão fue el viernes pasado refere-se ao desaparecimento das
esculturas. No entanto, o período em que essa expressão aparece não é o
mesmo que informa sobre o desaparecimento. Em português, não é comum
esse tipo de construção.
No segundo parágrafo, esse tipo de construção se repete, levando o leitor
a confirmar a hipótese de que, em espanhol, essa é uma construção válida.

Fue el passado lunes cuando el anterior restaurador del Museo de Cádiz,


José Miguel Sánchez Peña denunció en el medio local Portal de Cádiz la
desaparición de estos cuatro ángeles de Luisa Roldán — primera escultura de
cámara de reyes e hija de Pedro Roldán — ya que posiblemente habían sido
“tirados a la basura”. Su artículo provoco la inmediata reacción del Cabildo
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 5

de la Catedral que inició una infructuosa búsqueda en sus fondos. Gracias


a la denuncia en los medios de comunicación, la policía inició también una
investigación paralela (CAÑAS, 2018, documento on-line).

Nesse mesmo parágrafo, há a expressão tirados a la basura. A palavra “tirados”


também existe em português, mas não com o mesmo significado. O leitor poderia
confundir-se e acreditar que as esculturas foram retiradas do lixo e não colocadas
no lixo. No quarto parágrafo, a palavra “dos” aparece duas vezes. Observe:

La investigación de la Unidad de Delincuencia Especializada y Violenta ha


permitido dar con más esculturas, además de los cuatro ángeles que realizó
La Roldana en 1686. Esas dos personas que tenían las cuatro esculturas han
entregado también outra imagen de un profeta y laspiezas que constituían
otros dos ángeles. Aunque aún no se ha culminado el informe oficial, el profeta
(de más de un metro de alto y con ropajes encolados) sería del siglo XVII y
los ángeles podrían pertenecer al escultor genovés Domenico Giscardi (siglo
XVIII), según apuntan a EL PAÍS fuentes expertas en la materia. Todas las
piezas entregadas formaban parte del Monumento Eucarístico del Jueves Santo
que se montó en la Catedral hasta la primera mitad del siglo XX (CAÑAS,
2018, documento on-line).

No segundo destaque do texto, o aluno pode criar a hipótese equivocada


de que “dos” equivale à contração de língua portuguesa dos (preposição
de + artigo os). Além disso, é comum que o estudante busque uma flexão
de gênero desse numeral, já que na sua língua materna essa flexão ocorre.
Nesse mesmo fragmento, há a palavra “otros”, cuja tradução em português
é semelhante e o significado também. Entretanto, a ausência de uma letra, u,
pode soar ao brasileiro como um erro. Afinal, na língua portuguesa, se essa
palavra for escrita sem a letra u, é sinal de que o escritor reproduziu um som
coloquial e de escrita não prestigiada. Além disso, no final desse parágrafo,
há uma construção pasiva refleja (“que se montó en la Catedral”), comum
em espanhol, porém, em português, é natural o uso da passiva analítica (que
foi montado na Catedral). Nesse mesmo parágrafo, há a expressão de más
de un metro de alto, que também pode gerar confusão, uma vez que, em
português, “alto” é adjetivo e não substantivo, assim, só poderíamos usara
palavra “altura”.
No último parágrafo, o demonstrativo “ello” também pode provocar con-
fusões, afinal, em espanhol, existe o pronome pessoal “ellos”. É natural que
o aprendiz da língua elabore a hipótese de que “ello” é o singular de “ellos”,
6 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

porém, é um pronome demonstrativo neutro cujo referente é algo indetermi-


nado, como um conjunto de ideias. Observe o uso desse demonstrativo no
último parágrafo da reportagem:

En este tiempo, cuatro de los ocho ángeles (dos sedentes y dos de pie) han
acabado expuestos en la Capilla de las Reliquias de la Catedral y en una
iglesia de Barbate. Los otros cuatro se mantuvieron en la cripta hasta que en
el 2000 pasaron a manos de estas personas que no han llegado ni a venderlos
ni a intervenir sobre ellos de forma alguna. Este caso ha destapado el escaso
control que, en el seno de la Iglesia de Cádiz, existía de su patrimonio. Por ello,
desde la Delegación Provincial de Cultura de la Junta de Andalucía ya han
adelantado que van a intentar poder acceder a “inventarios más detallados”
y establecer “mecanismos de coordinación” para evitar que estos hechos se
vuelvan a suceder (CAÑAS, 2018, documento on-line).

Portanto, a interlíngua confirma que os erros não são aleatórios, mas pistas
de como superar as dificuldades para a aquisição do espanhol. Os problemas
de interpretação de texto, por exemplo, que surgem nesse processo, podem
ser o trampolim para o aluno superar a resistência com o idioma e passar a
dominar a língua estrangeira.

Palavras-chave e cognatos entre o espanhol


e o português
A compreensão das mensagens de textos escritos em espanhol exige o reco-
nhecimento das palavras-chave desse texto. Essas palavras são a referência do
argumento principal e costumam ser da classe dos substantivos. Dessa forma,
para o aprendiz de espanhol, é muito importante o desenvolvimento do seu
vocabulário, para que as informações sejam interpretadas corretamente. Os
dados vão-se apresentando em cada parágrafo, organizando as informações de
forma hierárquica, ou seja, de acordo com o nível de importância com relação à
palavra-chave. A palavra-chave é o termo do texto que assegura a homogeneidade
do discurso em razão de sua recorrência ao longo dos parágrafos. Aliás, um
texto é chamado de texto em função também da recorrência semântica, que é
costurada pela presença da palavra-chave. Cada informação sobre ela indica
uma síntese argumentativa do parágrafo, daí, surge a necessidade de reconhecer
os verbos e suas flexões: quem e quando realizou determinada ação. Com a
observação dos detalhes, como as características (adjetivos) e as circunstâncias
(advérbios), torna-se possível verificar as formas de retomada da palavra-chave.
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 7

Leia, a seguir,o texto Shakira, un ciclón que viaja en bicicleta, de Fernando Neira
(2018, documento on-line).
¿Shakira en horas bajas? Una hipótesis tentadora, si reparamos en que las dos anteriores visitas
madrileñas de la barranquillera tuvieron lugar en el festival Rock in Río (2010) y el Vicente Calderón
(2011) ante 50.000 espectadores y anoche, pese al tiempo transcurrido, sufrió para agotar las
14.000 entradas del WiZink Center. Suponemos que la (relativa) desafección no proviene de
circunstancias futbolísticas, sino de que la competencia se ha multiplicado en los territorios de la
música latina de baile. Pero se la intuía empequeñecida a Shakira Isabel Mebarak en una cita que
le debía servir de revulsivo y para la que contaba con un público predispuesto, veinte años largos
de repertorio exitoso y docenas de banderas colombianas diseminadas por pista y graderíos.
Inaugurar el repertorio con Estoy aquí pareció ayer más autoafirmativo que nunca, después de
esa hemorragia en las cuerdas vocales que en otoño obligó a nuestra rubísima diva a cancelar
sine die esta gira mundial. “Muchas veces pensé que no volvería a cantar nunca más, pero los
milagros existen”, se sinceró al cuarto de hora, quizá con ánimo confesional y tranquilizador
para con “los amigos en las buenas y en las malas” que la aclamaban. Pero es difícil sustraerse a
la sensación de que Shaki se siente aún achantada, insegura, temerosa ante la cercanía de una
experiencia que debió de ser pesadillesca. Dispone de un sexteto solvente para arroparla, no
abusa de los sonidos pregrabados ni de la pirotecnia verbenera, ofrece un espectáculo orgánico,
cercano, ameno y dignísimo. Pero la fiereza vocal de siempre se ha lastrado y retraído. Ni se la
escucha poderosa ni confiada. La loba devenida, vaya por Dios, en lindo gatito.
A ello hay que sumarle el peaje que la creadora de “Hips don’t lie”, mujer temperamental
y corajuda, ha terminado pagando con la eclosión del reguetón y demás baratijas rítmicas
ahora mismo en vigor. Contar desde las pantallas gigantes con las voces enlatadas de Nicky
Jam (Perro fiel) o Maluma Puro chantaje) contribuye a generar irrealidad, nos transporta desde
un concierto en vivo a una vulgar sala de fiestas. Y solo podemos corroborar que Me enamoré
es una cancioncita tan infantil y desdichada como ese vídeo con letras de colorines que la
acompaña. El amigo Gerard, tan buen mozo él, seguramente merecería algo un poco mejor.
Queda la baza de la sensualidad, a la que Shakira no renuncia pero de la que tampoco
abusa. Se trata de una línea delgada en la que ella se maneja con elegancia estupenda, aun a
sabiendas de que sus caderas siguen dibujando curvas inimaginables durante la introducción
de “Suerte”, un momento para el que recupera su condición de deidad con los pies descalzos.
Sirve como hito eufórico de la velada, pero va seguido por el contrapunto melodramático violín
incluido- de “Underwater” y la soleada candidez de Amarillo, en la que nuestra protagonista,
ya de negro discreto, empuña una guitarra acústica con la caja estampada en tonos rojos
y anaranjados. Bueno, y con una foto de su novio en la tapa, ya que quieren saberlo todo.
Lo mejor que podemos decir ahora mismo de Shakira es que hace prevalecer su condición
de músico sobre cualquier otro criterio. Ejerce de rockera afilada en “Inevitable”, guitarra
eléctrica en ristre; conduce a su banda hasta el centro del pabellón para una dulce lectura
acústica de Antología y hasta empuña las baquetas de la batería al final de “Can’t Remember
to Forget You”, con su tenue aroma de “dub” jamaicano. Fueron los mejores momentos de
una noche en la que los himnos balompédicos, “La la la” y “Waka waka”, evocaban aquello
de la cuerda y la casa del ahorcado, y donde el final (“La bicicleta”) sugirió que el ciclón de
Barranquilla, efectivamente, ha aminorado su velocidad de crucero.
8 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

Note que a palavra-chave do texto é um substantivo, o nome próprio


Shakira, que é também assunto da reportagem. Em cada parágrafo, podemos
identificar uma palavra-chave que se relaciona diretamente à palavra Shakira:
hemorragia (1º parágrafo), eclosión de ruguetón (2º parágrafo), baza de la
sensualidade (3º parágrafo) e condición de músico (4º parágrafo). Todas essas
palavras-chave são substantivos ou expressões substantivas que remetem ao
tema do texto, veja: hemorragia das cordas vocais de Shakira; eclosão do
estilo de música ruguetón, que passou a competir com o estilo de Shakira;
a sensualidade de Shakira, como uma “carta na manga”; e a condição de
músico que identifica Shakira.
Para realizar essas relações, o estudante da língua espanhola precisa re-
conhecer essas palavras-chave ou grande parte das palavras selecionadas
no texto. Para isso, pode aproveitar os cognatos, ou seja, palavras com o
mesmo radical e mesma origem, como “hipótesis”, do primeiro parágrafo. O
reconhecimento dessa palavra permite que o leitor embarque na proposta da
reportagem, que é analisar a hipótese de a cantora estar em um momento de
baixa. Outra sequência de cognatos ajuda o aprendiz de espanhol a constatar
o tema do segundo parágrafo: hemorragia nas cordas vocais (hemorragia
en las cuerdas vocales). De posse desse conhecimento, o leitor compreende
um argumento que sustentaria a hipótese formulada no primeiro parágrafo
(a respeito do período de baixa da artista). Já no quarto parágrafo, cognatos
como sensualidad, elegancia, curvas inimaginables permitem associar a
descrição à imagem de Shakira que, no último parágrafo é reforçada pela
expressão condición de músico.
Evidencia-se, portanto, que os cognatos entre a língua espanhola e a lín-
gua portuguesa podem contribuir com a aquisição do segundo idioma pelos
brasileiros. No entanto, é preciso estar atento às diferenças ortográficas e de
pronúncia que determinam a singularidade de cada língua.
Os substantivos formam a classe gramatical que mais contém similaridades
entre o português e o espanhol, o que demonstra a origem latina das duas
línguas. Esse é o caso dos substantivos terminados em -or, como actor/ator,
color/cor, e os terminados em -al, como hospital/hospital, animal/animal,
capital/capital. As palavras podem ser exatamente iguais, principalmente
os substantivos terminados em -ncia, como ambulancia/ambulância, inteli-
gencia/inteligência; em -ista, como artista/artista, turista/turista, dentista/
dentista; e -ismo, como turismo/turismo, idealismo/idealismo. Além disso,
há muitas palavras espanholas terminadas em -dad, que em português têm
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 9

um correspondente terminado em -dade: felicidad/felicidade, capacidad/


capacidade, ciudad/cidade.
Se há substantivos cognatos em um grande número, os adjetivos conse-
guem ultrapassar a marca. Veja alguns: final/final, normal/normal, teimoso/
teimoso, ambicioso/ambicioso, romantico/romântico, fantástico/fantástico,
ignorante/ignorante, paciente/paciente, estúpido/estúpido, fertil/fértil, hostil/
hostil, necesario/necessário. Além desses, há os adjetivos que têm final -ble
em espanhol e -vel em português: horrible/horrível, imposible/impossível,
notable/notável. Os advérbios também são semelhantes, já que se formam
a partir do acréscimo do sufixo -mente, como em finalmente/finalmente,
problablemente/provavelmente.
Nas reportagens La ducha de modernidad de ‘Psicosis’ e O banho de mo-
dernidade de ‘Psicose’, publicadas no jornal El país on-line, respectivamente,
da Espanha e do Brasil, é possível observar como há uma grande quantidade
de cognatos entre as línguas espanhola e portuguesa. Observe as palavras
destacadas nos primeiros trechos das reportagens:

La ducha de modernidad de ‘Psicosis’


Un documental analiza la secuencia clave de 'Psicosis', de Alfred Hitchcock, tres
minutos rodados durante una semana que su director calificó de "cine puro"
"El argumento me importaba poco", le contó Alfred Hitchcock a François
Truffaut. "Lo que me importaba es que la unión de los trozos de la pelí-
cula, la fotografía, la banda sonora y todo lo que es puramente técnico
podían hacer gritar a los espectadores. Lo que ha emocionado al público
es cine puro". Entre noviembre de 1959 y febrero de 1960, Hitchcock dirigió
Psicosis. Venía de filmar Vértigo y Con la muerte en los talones, palabras
mayores, películas con tecnicolor y estrellas. Y de repente se embarcó en
Psicosis, un largometraje en blanco y negro, en que la estrella de más re-
nombre del reparto — Janet Leigh — era asesinada en el minuto 40, para
desconcierto de la audiencia, y un trabajo que su mismo creador confiesa
dirigió "como un telefilme". Entonces, ¿por qué Alfred Hitchcock, en su
mejor momento profesional, se lanzó a Psicosis? Por la secuencia de la
ducha, por ese "cine puro".

O banho de modernidade de ‘Psicose’


Documentário analisa a sequência-chave do thriller de Alfred Hitchcock,
três minutos rodados durante uma semana, que o cineasta qualificou de
“cinema puro”
“O argumento pouco me importava”, contou Alfred Hitchcock certa vez a
François Truffaut. “O que me importava é que a união das partes do filme,
a fotografia, a trilha sonora e tudo o que é puramente técnico pudessem
fazer os espectadores gritarem. O que emociona o público é cinema puro.”
10 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

Entre novembro de 1959 e fevereiro de 1960, Hitchcock dirigiu Psicose.


Vinha de filmar Um Corpo Que Cai e Intriga Internacional, obras maiores,
em tecnicolor e com grandes estrelas. E de repente embarcou em Psicose,
um longa em preto e branco, no qual a estrela de mais renome no elenco,
Janet Leigh, era assassinada aos 40 minutos, para desconcerto da plateia,
e um trabalho que seu próprio criador confessa ter dirigido “como se fosse
um telefilme”. Então por que Alfred Hitchcock, em seu melhor momento
profissional, lançou-se a Psicose? Pela sequência do chuveiro, por esse
“cinema puro”.

Fonte: Adaptado de Belinchón (2018b, documento on-line).

Note que há muitos destaques nos textos, sinal de que, de fato, há muitos
cognatos entre o português e o espanhol. Observe, também, que há palavras
exatamente iguais, como espectadores e de repente, e palavras muito parecidas,
como estrellas/estrelas e creador/criador.
Em suma, o espanhol e o português são línguas irmãs, oriundas do latim
e que compartilham peculiaridades, principalmente na escrita. Para que essas
semelhanças auxiliem o aprendiz de espanhol a desenvolver sua competência
leitora, é importante que ele reconheça as palavras-chave de um texto e seus
cognatos. Além disso, é fundamental que saiba identificar os heterosemánticos
e heterogenéricos, assuntos da próxima seção.

Heterossemânticos e heterogenéricos entre


espanhol e português
A proximidade entre as línguas portuguesa e espanhola tem origem his-
tórica. As duas surgiram das modificações no latim vulgar, oriundas das
interferências dos povos que habitavam a Península Ibérica. Nessa região,
surgiram modificações do latim, entre elas, o galego-português (língua falada
nas atuais regiões de Portugal e Galiza), o castelhano, o catalão, o navarro-
-aragonês e o astur-leonês (falados, respectivamente, nas regiões de Castela,
Catalunha, Aragão e Navarra, Leão e Astúrias). Com a independência de
Portugal, em 1250, o idioma oficial desse território passou a ser o galego-
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 11

-português, que foi se transformando no que é hoje a língua portuguesa. Na


região onde hoje é a Espanha, também surgiram modificações do latim e,
nos dias atuais, é possível constatar as diferentes línguas desse território.
O castelhano é a língua oficial da região desde que o rei de Castilla e León
ordenou essa determinação.
Devido à origem comum e às semelhanças constatadas até os dias atuais
entre os dois idiomas, o aprendiz de espanhol pode ter algumas vantagens
no processo de aquisição da língua estrangeira, afinal, cerca de 85% das
palavras das duas línguas têm origem comum. Entretanto, embora as
interferências produzidas no aprendizado de uma língua próxima não se
produzam apenas nas zonas de divergência entre os dois sistemas linguís-
ticos, mas principalmente nos casos de afinidades parciais, como alerta
Calvi (2004), é preciso oportunizar ao aluno o contato com as palavras e
estruturas que são divergentes entre as duas línguas. O desconhecimento
dos falsos cognatos pode levar a traduções equivocadas e a comunicações
ineficientes.
Para que se crie uma consciência linguística nos aprendizes, é funda-
mental que se destaquem as semelhanças e as diferenças que ocorrem entre
o português (língua materna) e o espanhol (língua meta). Pode-se, assim,
minimizar as interferências e avançar no estágio de aquisição da língua.
Nesse contexto, o estudo dos heterosemánticos é fundamental.
De acordo com Fialho (2005, p. 13):

Os heterossemânticos são palavras normalmente derivadas do latim, que têm,


portanto, a mesma origem. Aparecem em diferentes idiomas com ortografia
semelhante ou idêntica, mas que ao longo dos tempos acabaram adquirindo
significados diferentes. Também podem ser definidos como expressões lexicais
que coincidem gráfica, e muitas vezes fonologicamente, nas duas línguas,
mas cujo significado varia até o ponto de originar confusões. O número de
falsos amigos depende fundamentalmente da proximidade existente entre o
par de línguas implicadas.

Observe os trechos iniciais do texto La ducha de modernidad de ‘Psicosis’


e O banho de modernidade de ‘Psicose’ no Quadro 1 a seguir.
12 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

Quadro 1. Exemplo de “falsos amigos” ou heterossemânticos no par de línguas espanhol-


-português

La ducha de modernidad de ‘Psicosis’ O banho de modernidade de ‘Psicose’

Un documental analiza la secuencia Documentário analisa a sequência-


clave de 'Psicosis', de Alfred Hitchcock, -chave do ‘thriller’ de Alfred Hitchcock,
tres minutos rodados durante una três minutos rodados durante uma
semana que su director calificó de semana, que o cineasta qualificou de
"cine puro" “cinema puro”
"El argumento me importaba poco", “O argumento pouco me importava”,
le contó Alfred Hitchcock a François contou Alfred Hitchcock certa vez a
Truffaut. "Lo que me importaba es que François Truffaut. “O que me importava
la unión de los trozos de la película, é que a união das partes do filme, a
la fotografía, la banda sonora y todo fotografia, a trilha sonora e tudo o que
lo que es puramente técnico podían é puramente técnico pudessem fazer os
hacer gritar a los espectadores. Lo que espectadores gritarem. O que emo-
ha emocionado al público es cine puro". ciona o público é cinema puro.” Entre
Entre noviembre de 1959 y febrero de novembro de 1959 e fevereiro de 1960,
1960, Hitchcock dirigió Psicosis. Venía Hitchcock dirigiu Psicose. Vinha de filmar
de filmar Vértigo y Con la muerte en los Um Corpo Que Cai e Intriga Interna-
talones, palabras mayores, películas con cional, obras maiores, em tecnicolor
tecnicolor y estrellas. Y de repente se em- e com grandes estrelas. E de repente
barcó en Psicosis, un largo metraje en embarcou em Psicose, um longa em
blanco y negro, en que la estrella de más preto e branco, no qual a estrela de
renombre del reparto -Janet Leigh- era mais renome no elenco, Janet Leigh, era
asesinada en el minuto 40, para descon- assassinada aos 40 minutos, para des-
cierto de la audiencia, y un trabajo que concerto da plateia, e um trabalho que
su mismo creador confiesa dirigió "como seu próprio criador confessa ter dirigido
un telefilme". “como se fosse um telefilme”.

Note que as palavras da reportagem escrita em espanhol poderiam ser


confundidas com palavras semelhantes em português: trozos poderia ser
associada a troços, banda a banda (de rock, de pagode, etc.), largo a largo.
No entanto, essas interpretações tornariam o texto sem sentido.
Outro ponto de contraste entre o português e o espanhol está no gênero
das palavras, nos chamados heterogenéricos. Para Fialho (2005, p. 13) “Os
heterogenéricos são palavras que diferem de gênero entre as duas línguas, a
que se quer aprender e a materna”.
A diferença de gênero entre o português e o espanhol já pode ser observada
em regularidades opostas: na língua portuguesa, por exemplo, as palavras
terminadas em -agem são femininas, como garagem, já na língua espanhola,
as palavras terminadas em -aje são masculinas, como viaje.
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 13

Como nas duas línguas, espanhola e portuguesa, são construídas orações


com determinantes dos substantivos, os equívocos de gênero ficam mais
evidentes. Veja, a seguir, no Quadro 2, alguns heterogenéricos.

Quadro 2. Heterogenéricos entre espanhol e português

ESPANHOL PORTUGUÊS

el análisis a análise

el árbol a árvore

el cartílago a cartilagem

el carruaje a carruagem

el chantaje a chantagem

el color a cor

el coraje a coragem

el cútis a cútis

el desorden a desordem

el dolor a dor

el espionaje a espionagem

el equipaje a bagagem

el equipo a equipe

el estante a estante

el garaje a garagem

el homenaje a homenagem

el hospedaje a hospedagem

el humo a fumaça

el kilometraje a quilometragem

el linguaje a linguagem

el linaje a linhagem

el mensaje a mensagem

(Continua)
14 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

(Continuação)

Quadro 2. Heterogenéricos entre espanhol e português

ESPANHOL PORTUGUÊS

la sonrisa o sorriso

el montaje a montagem

el origen a origem

el paisaje a paisagem

el passaje a passagem

el pétalo a pétala

el plumaje a plumagem

el porcentaje a porcentagem

el puente a ponte

el sabotaje a sabotagem

el tatuaje a tatuagem

el testigo a testemunha

el tulipán a tulipa

el vals a valsa

el vendaje a vendagem

el vértigo a vertigem

el viaje a viagem

el voltaje a voltagem

la a, la be, la ce (nome das letras) o a, o bê, o cê

la alarma o alarme

la baraja o baralho

la cárcel o cárcere

la costumbre o costume

la crema o creme

la cumbre o cume

(Continua)
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 15

(Continuação)

Quadro 2. Heterogenéricos entre espanhol e português

ESPANHOL PORTUGUÊS

la labor o labor

la leche o leite

la legumbre o legume

la licuadora o liquidificador

la miel o mel

la nariz o nariz

la pélvis a pelve

la pesadilla o pesadelo

la sal o sal

la sangre o sangue

la señal o sinal

la sonrisa o sorriso

Fonte: Adaptado de Bom Espanhol (2018, documento on-line).

Reconhecer as diferenças desse tipo de flexão é fundamental. Veja alguns


trechos de textos publicados no jornal El País cujos conteúdos apresentam
heterogenéricos.

El analista financiero es una parte fundamental de las tomas de decisión en


la gestión del ahorro y la inversión, es el primer eslabón”, razona el secre-
tario general del Instituto Español de Análisis Financiero, Javier Méndez
(FERLUGA, 2018, documento on-line).

Em português, a palavra “análise” é feminina. Em espanhol, como ilustra


o exemplo, análisis está modificada pelo adjetivo masculino financiero, logo,
é um substantivo masculino.

En seguida, empezaron las protestas en las redes sociales: Fabiana, hija


de padre negro y madre blanca, tiene la piel más clara que la del personaje
(BRUM, 2018, documento on-line).
16 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

Note que a palavra personaje é masculina, aliás, como todas as palavras


espanholas terminadas em -aje. Em português, porém, essa palavra pode ser
masculina ou feminina.

Lo que convierte a Fabiana en alguien a quien quiera entrevistar no es el hecho


de estar en el centro de una polémica. Sino el hecho de que Fabiana Cozza
es capaz de estar en el centro de la polémica y, a pesar del dolor, enfrentar
las contradicciones (BRUM, 2018, documento on-line).

No trecho destacado, há mais um heterogenérico: dolor/dor. Em espanhol,


é uma palavra masculina e, em português, feminina.

Acesse o link a seguir para conhecer outros exemplos de heterogenéricos.

https://goo.gl/euqqh9

Evidencia-se, portanto, que há palavras com diferenças de sentido e diferen-


ças de gênero capazes de provocar ruídos nas comunicações e compreensões
do aprendiz brasileiro de espanhol. Dessa forma, trabalhar o contraste entre
as duas línguas é fundamental.

1. Na aquisição de uma língua estran- b) O aprendiz utiliza um sistema lin-


geira, o aluno ativa uma estrutura guístico que não é nem da língua
psicológica latente quando tenta materna nem da língua meta.
compreender um enunciado na c) O aprendiz usa o sistema lin-
língua meta. A estrutura criada nesse guístico da língua meta com o
processo chama-se interlíngua. Sobre vocabulário da língua materna.
esse tema, assinale a alternativa que d) A interlíngua ocorre apenas no
apresenta uma afirmação correta. estágio inicial da aquisição da
a) O aprendiz utiliza apenas o língua estrangeira.
sistema linguístico da língua e) A interlíngua ocorre de forma
materna. igual para todos os brasileiros
que estudam espanhol.
Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos 17

2. Para interpretar um texto, é funda- seu vocabulário de termos


mental reconhecer as palavras-chave cognatos.
que o compõem. Sobre esse assunto, e) Os cognatos podem gerar
qual a alternativa que apresenta uma dificuldades na comunicação de
afirmação correta? brasileiros em espanhol.
a) A palavra-chave de um texto se 4. Se, por um lado, as línguas portu-
relaciona com as palavras-chaves guesa e espanhola têm muitos termos
de todos os parágrafos. em comum, por outro, há palavras es-
b) A palavra-chave de um parágrafo pecíficas cuja semelhança gráfica leva
é a síntese do conteúdo desse o aprendiz a cometer erros de signifi-
parágrafo, de acordo com o cado. Essas palavras são chamadas de
gênero textual. falsos cognatos ou heterosemánticos.
c) A classe gramatical que geral- Assinale a alternativa em que a
mente serve de referência do afirmativa está escrita de acordo com
argumento principal do texto é a os significados da língua espanhola.
classe dos verbos. a) Todos los niños recibieron una
d) Para que um brasileiro aprendiz escoba de dientes.
de espanhol compreenda um b) Pero nadie ha ganado una pasta
texto, basta que ele conheça a para guardar las hojas.
palavra-chave desse texto. c) Lo exquisito es que el objetivo del
e) As informações que aparecem proyecto ha cambiado.
ao longo dos parágrafos não d) El reto era desarrollar en los alumnos
costumam ter uma relação hie- la identificación con las atividades.
rárquica com a palavra-chave. e) Pero el proyecto se quedó sobre la
3. As línguas portuguesa e espanhola mesa del escritorio del diretor.
têm muitas semelhanças que podem 5. Uma diferença entre as línguas
facilitar a aquisição da língua espa- portuguesa e espanhola pode ser
nhola para aprendiz brasileiro. Os constatada no gênero de algumas
cognatos são um exemplo dessa facili- palavras. Essas palavras são cha-
dade. A partir dessa reflexão, assinale a madas de heterogenéricos.
alternativa cuja afirmação está correta. Observe as afirmativas a seguir
a) Os cognatos facilitam a compre- e assinale a alternativa que
ensão do texto, mas não garantem contém a flexão de gênero
a totalidade da interpretação. adequada à língua espanhola.
b) Palavras como pelo e embarazada a) La desorden de la casa era dema-
são termos cognatos entre a língua siada.
portuguesa e a língua espanhola, b) La lenguaje de aquel hombre era
pois têm sentidos semelhantes. vulgar.
c) Um cognato deve apresentar c) La baraja fue el mejor regalo que
grafia, som e sentido iguais gané en mi cumpleaños.
na língua materna e na língua d) Los legumbres son importantes
estrangeira. para una buena alimentación.
d) Há, entre as línguas portuguesa e) El nariz del niño se ha rompido con
e espanhola, cerca de 10% de la pelota.
18 Reconhecimento e utilização de palavras-chave, cognatos e falsos cognatos

BELINCHÓN, G. La ducha de modernidad de ‘Psicosis’. 29 jun. 2018b. Disponível em: <https://el-


pais.com/cultura/2018/06/28/actualidad/1530176645_875816.html>. Acesso em: 28 jul. 2018.
BELINCHÓN, G. Se puede traicionar a Shakespeare, pero no a Ian McEwan. 03 jul. 2018a.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/02/cultura/1530519798_143132.
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BOM ESPANHOL. Heterogenéricos em Espanhol. 2018. Disponível em: <https://www.
bomespanhol.com.br/gramatica/ortografia/heterogenericos>. Acesso em: 29 jul. 2018.
BRUM, E. Fabiana Cozza: “No soy una víctima”. 05 jul. 2018. Disponível em: <https://elpais.
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CALVI, M. V. Aprendizaje de lenguas afines: español e italiano. RedELE: Revista Electrónica
de Didáctica del Español Lengua Extranjera, v. 1, jun. 2004. Disponível em: <https://www.
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CAÑAS, J. A. La policía recobra las tallas de La Roldana desaparecidas en Cádiz. 03 jul. 2018.
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FERLUGA, G. ¿Tus finanzas o tus negocios están en apuros? Plantéate buscar un gestor.
29 jun. 2018. Disponível em: <https://elpais.com/economia/2018/06/06/actuali-
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FERNÁNDEZ, S. Interlengua y análisis de errores en el aprendizaje del español como lengua
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FIALHO, V. R. A diferença na semelhança: uma proposta baseada na teoria da atividade para
o ensino de línguas próximas. 2005. 152 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade
Católica de Pelotas, Pelotas, 2005. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/
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PORTUGUESE HELP. Cognatos Espanhol x Português. 2018. Disponível em: <https://sites.
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SELINKER. The Interlanguage. IRAL, v. 10, n. 3, p. 209-232, 1972.

Leituras recomendadas
BELINCHÓN, G. O banho de modernidade de ‘Psicose’. 03 jul. 2018. Disponível em: <ht-
tps://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/28/cultura/1530176645_875816.html>. Acesso
em: 28 jul. 2018.
NEIRA, F. Shakira, un ciclón que viaja en bicicleta. 03 jul. 2018. Disponível em: <https://elpais.
com/cultura/2018/07/03/actualidad/1530653700_630753.html>. Acesso em: 28 jul. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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