Você está na página 1de 2

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Componente Curricular Literatura Brasileira


Nome do/da Docente Mauricélia Nunes dos Santos
Nome do/da Discente Décio Soares de Souza
Número do Registro Acadêmico (RA) 175443
Nome do Polo Polo de Bambui (MG)
Nome da Cidade em que reside São Paulo (SP)
Nome da Atividade Avaliativa Atividade Avaliativa 2

RESPOSTAS DA ATIVIDADE

Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros, sendo sua obra “Memórias
póstumas de Brás Cubas de 1899 uma de suas principais obras e também do realismo no Brasil, tendo
sua adaptação para o cinema com o filme de mesmo título em 2001, dirigido por André Klotzel.
Pensar em adaptações literárias para o cinema é um assunto bastante complexo,
principalmente sobre qual andamento se dará em relação a obra literária, sobre como ela será
retratada: fielmente, como uma espécie de documentário, ou uma inspiração livre, como o filme Dom,
adaptação da obra Dom Casmurro, também de Machado de Assis.
Na contramão do filme Dom que adapta a história de dom Casmurro à contemporaneidade,
temos no filme Memória Póstumas de Brás Cubas uma preocupação com a fidelidade da obra, notada
já no início do filme, que começa sua narrativa semelhantemente ao livro, quase como uma
declamação ou leitura teatral dele, mesmo com os recursos visual e estilísticos do cinema é possível
sentir a obra escrita de Machado de Assis em seus personagens, principalmente na cadência da fala
do personagem principal, interpretado pelo ator Reginaldo Faria, que mesmo diante da subjetividade
e da poesia imagética do cinema, sua narração nos transporta à toda concretude do realismo da obra
escrita, mesmo com a narrativa proposta pelo cineasta que em alguns momentos nos transporta para
os filmes do cinema mudo, com suas tomadas sem diálogo, estética que nos remete a Charles Chaplim
com seus movimentos atípicos e irônicos, principalmente quando o personagem relata seus momentos
anteriores à sua morte, quando sentiu-se transformado na Suma Teológica de São Tomás, neste
momento a velocidade impressa na cena nos remete claramente e estética de Carlitos, impressão que
não nos dá na leitura, sendo inclusive uma descrição bastante dura, característica do realismo na
literatura, contrapondo-se a toda suavidade do romantismo.

Página 1 de 2
Em relação ao realismo da obra escrita com sua narrativa densa, acredito que a adaptação para
o cinema trouxe tanto as locações quanto o figurino de modo exagerado utilizando elementos próximo
do barroco e rococó exagerando nesse caráter afrancesado que a sociedade brasileira tinha na época,
acredito que tal escolha se deva para ratificar o tempo e espaço ao expectador e também dar mais
liberdade para se trabalhar a questão da cores na composição da imagem, principalmente em relação
aos tempo da obra, já que esta não é linear.
Todas essa características fazem do filme até bastante coeso, com uma identidade bastante
particular todo esse arcabouço de recursos fazem com que o filme não seja, supreendentemente
monótono, qualidade essa que eu tinha atribuído ao filme antes de vê-lo, o ritmo em que a história é
contada no filme é bastante agradável, ritmo esse que a leitura a obra não tem, ela chega a ser bastante
dura em sua leitura ininterrupta, provocando até certo cansaço, porém o filme não traz essa impressão,
até pelos recortes dados ao filme, que em alguns momentos dá ênfase em trechos que destacam-se
outros personagens e não se mantenha absolutamente na narrativa do defunto-autor.
Particularmente gostei mais do filme que do livro, talvez porque tenha uma relação conflituosa
com a obra de Machado de Assis, que me foi apresentada na juventude como “leitura obrigatória para
o vestibular” e não como um convite apara apreciar esse gênio da literatura brasileira, já o filme me
chegou como esse convite da pura apreciação, talvez por isso a experiência tenha sido mais
proveitosa. Mas em ambos uma coisa não há como negar: a genialidade de Machado de Assis para
contas histórias.

Página 2 de 2

Você também pode gostar