A Lança de Seth
Ordem Esotérica de Dagon, a Loja Aussik, a Loja Chapultepec
(agora inoperante), a Loja Nova Isis (agora inoperante), e
ramificações da Loja Shaitan-Aiwaz como o Templo Nu-Isis, todas
ligadas nos mundos internos a Ordem Oculta de S’lba. É a partir da
Loja Shaitan-Aiwaz que o presente autor recebe transmissões
elaboradas nos Arquivos Draconianos.43 As transmissões via Nu-Isis
intitularam-no a assumir o controle da O.T.O. após a morte de
Roberto Delanza.
Nós não estamos, conforme alguns podem supor, na corrida
para reviver antigas crenças. Pelas Deidades Tifonianas nos
queremos meramente indicar estados de consciência e várias
substâncias erroneamente às vezes descritas como ‘negras’ por causa
de sua associação com os processos considerados não mencionáveis
por aqueles que não compreendem a natureza do simbolismo
místico e mágicko.
O Templo Nu-Isis da Loja Shaitan-Aiwaz engloba
principalmente a Corrente Sirius-Nu-Isis e A∴A∴, Correntes estas
nas quais ela emprega técnicas mágickas para se estabelecer
contatos com dimensões alienígenas. A Lua Nova, neste contexto, é
a Estrela de Isis. Os Tifonianos, por outro lado, reverenciavam a Lua
Cheia como símbolo do ponto de retorno. Em Egípcio, KSA44 (=
81) denotava Lua Cheia. O mesmo simbolismo está implícito em
Ark ou Argha, o complexo estelar com a inclusão da estrela Vela.45
A convergência destas correntes é representada por:
1) a A∴A∴, Estrela de Prata (Sirius);
2) o Templo Nu-Isis (a Isis transplutoniana);
3) a Ordo Templi Orientis, i.e. o complexo Tifon-Seth-Isis
conforme oculto no simbolismo destas três Ordens.
Falando estritamente, a A∴A∴ e a O.T.O. não podem ser
comparadas uma a outra.46 A primeira é o foco de forças
transplutonianas que subsistem em outras dimensões. Como
entidades estas forças tem – em tempos comparativamente recentes
– renovado seu interesse já de antigos aeons em questões mundanas.
Eles escolheram Helena Blavatsky, MacGregor Mathers, Aleister
Crowley, Kenneth Grant, Michael Beartiux, Alex B. Elias, e outros
para reativar e deslacrar certas zonas de poder terrestres. A O.T.O.
é como Crowley declarou,47 a primeira Organização mundana a ter
estabelecido uma ligação consciente com Aiwaz e a Corrente 93.
Esta é à base das recentes manifestações da Corrente 93 (Aiwaz) via
Lam, uma outra entidade. As duas organizações, portanto
representam duas Ordens diferentes na realidade, a O.T.O. é a
Máquina, a A∴A∴ é o Operador.48
As substâncias ‘não mencionáveis’ referidas acima permanecem
inertes e grosseiras até serem sutilizadas pela ação da Serpente de
Fogo. Existe uma diferença importante entre os dois principais
métodos de despertar a Serpente de Fogo. Se a abordagem
fisiológica (hatha yoga) é adotada o resultado – quando bem
sucedido – pode parecer sensacional e outorgar todos os tipos de
siddhis, mas a violência de seu início comporta uma energia
essencialmente quente e destrutiva. Este método pode ser
comparado com o bombardeamento do átomo (princípio-Hadit).
Inversamente, se a abordagem imaginativa e inspirada é adotada os
resultados podem não ser espetaculares, podem até não ser
observáveis. Contudo eles podem ser mais profundos e podem levar
ao completo Despertar espiritual. A abordagem anterior pode ser
43
Veja em particular Por dentro da Zona Malva (Liguori) onde fora
publicado o Grimório do Clã Liguori, que contém um minucioso e
exaustivo comentário das Chaves mágickas e místicas e criptografias de
Nu-Isis e da Tradição Draconiana em geral.
44
Da raiz khes, voltar ou inverter.
45
Veja O Canal Cósmico (Liguori).
46
Veja A lança de Seth vol. II. no. 5.
47
Veja Líber 52.
48
Esta é uma analogia aproximada da relação funcional delas, a parte
da qual não existe conexão.
Y Lança de Seth II(8)
chamada de ‘abordagem orientada por Hadit’, esta última de
‘abordagem orientada por Nuit’. A segunda abordagem é praticada
na O.T.O. – não como uma preparação para primeira, que produz
somente siddhis transitórios, mas como uma preparação para a
iluminação total. Os siddhis da abordagem de Hadit meramente
enfatizam os glamores internos de seu poder na Serpente de Fogo
para ser disseminado. Liberação da escravidão de todos os glamores R$ 3,00
é o dom (dakshina) de Kaivalya garantido pela Deusa
Dakshinakalika. O JORNAL DO NOVO AEON – N° II(8)
É necessário se compreender a total significação mística de
Kali como o supremo símbolo Kaula ou do Caminho Akula, o
OS CULTOS SOMBRIOS
Caminho da Tradição Intemporal. É a tradição (amnaya) dos kalas 93 U 697 U
do qual Kali é o 16º e último kala. Ela está além do tempo como
indiquei no Rito Kaula da Serpente de Fogo. Alak, o reflexo de
kala, possui a numeração de 52 e 532.49 A mística Tamil denota
por Alak o estado anterior a concepção, às vezes chamado de
‘estado da não-atenção’. É o estado o qual Austin Spare denominou
“Nenhum-Nenhum” – a fase de energia pré-conceitual que é
obtida antes que a consciência objetive a ilusão da existência
fenomenal. 52 é o número de AIMA, ‘Mãe’, a mulher fertilizada
pela semente-estelar.50 É também o número de BN, o Filho ou
Criança. É significativo que 52 fora o número atribuído ao
Manifesto da O.T.O., a primeira Ordem na terra a estabelecer
contato com a Corrente 93 – com Aiwass e os Outer Ones. 52,
novamente, é o valor de ABA V’AMA, ‘Pai e Mãe’, assim Alak
possui consciência noumênica e a semente dual de polaridade na
raiz dos fenômenos. 52 é o número de Caleb (KLB), um ‘cão’, um
ponto na Ordem da Estrela de Prata (Sirius) que é o foco das forças
transplutonianas de Nu-Isis. Contudo, 52 é o valor de Yama, o
deus da morte ou o morto (Plutão), e de Vetala (BAITL), um
vampiro que anima os corpos mortos e que os dependura de cabeça
para baixo no sono magnético.51 Alak, 532, é um além de
PNATH, um reino que Lovecraft associou com as assombrações
noturnas de seus pesadelos pessoais.
Para resumir: o despertar inadvertido, descontrolado e a
atividade da Serpente de Fogo podem levar a distúrbios desastrosos
nos cakras denominados pelo complexo muladharacakra |
suadisthanacakra de zonas de poder. Sexo é um grande ‘glamour’, a
falsa lua que cega os escravos para os genuínos mistérios ocultos, os
quais na maioria dos indivíduos ele efetivamente esconde.
Amor é a lei, amor sob vontade.
AUSSIK AIWASS, 718 U X°
O.H.O. da O.T.O.
Satvrnvs Publishing Ltd.
A Lança de Seth vol. II, no. 8, Maio de 2004 E.V.; Publicado por
Satvrnvs Publishing Ltd., 100 exemplares. Órgão Oficial de Divulgação da
Ordo Templi Orientis (O.T.O.) Copyright © 2004 Satvrnvs Publishing
Ltd. Editores: Antônio Uzcategui, Roberto Tavares & Karen K. Lima.
Editorial: Interessados favor escrever para: Satvrnvs Publishing Ltd.|A
Lança de Seth – Caixa Postal 666, centro, Juiz de Fora – Minas Gerais.
Cep: 36001 970. satvrnvspublishing@yahoo.com.br
Foto: Capa: O Sacerdote Aussik Aiwass, auto-retrato.
49
Veja O Rito da Célula K’rla (Liguori) onde o número 352 é
discutido em conexão com o Agente que incorpora e expressa as
energias de Maat.
50
Veja O AL sob a Luz da Gnosis da Magick da Zona Malva
(Liguori).
51
Veja Um Homem chamado Cachorro (Liguori) para um relato
detalhado do Vampiro-Cão que assombrou a vida dos membros da
O.T.O. A história sobre a criação mal sucedida de um homúnculo na
forma de um cachorro que assumiu a forma de um homem aleijado
que trouxe inúmeros problemas para vários membros da O.T.O.
8 Os Cultos Sombrios Z Y Lança de Seth II(8) 1 Os Cultos Sombrios Z
 Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
CONTEÚDO
Aussik Aiwass, 718
A Serpente de Fogo & o Orgasmo Para-Sexual.............02
_______________________________________________
Aussik Aiwass, 718
A SERPENTE DE FOGO & O ORGASMO PARA-
SEXUAL
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
Um conhecimento eficaz da Serpente de Fogo e dos cakras é
essencial para se alcançar o contato com as zonas de poder
Externas e para determinar a natureza da Estrela que ilumina os
espaços internos do Adepto. Ele deveria ter afiado sua
consciência a um alto grau de subjetividade e profunda
identidade com a consciência cósmica. Um astrônomo é capaz de
descobrir uma estrela em uma larga distância. Bem, onde se
encontra de fato a estrela? Não é dentro do observador? Através
da atividade da Serpente de Fogo torna-se possível perceber a
grandiosidade daquela pequena partícula de consciência, Hadit.
A zona da Serpente de Fogo1 demonstra de forma única que
o microcosmo é em verdade um reflexo do macrocosmo e
contém em si toda a sua potencialidade. À parte dos seis
principais cakras existem inúmeros níveis ‘entre eles’ no qual a
Serpente de Fogo concentra diferentes tipos de energia que
projeta seus vetores de força (yantras) sobre a tela da consciência.
Uma entidade do espaço difere de um habitante da Terra porque
a Serpente de Fogo é ativa internamente nele em um centro não
normalmente ativo nos seres humanos. Nós dizemos “da Terra”
embora seja claro, o glamour da Serpente de Fogo que engendra
a ilusão da Terra, assim como de qualquer outro planeta ou
estrela. Também é a Serpente de Fogo que fabrica na consciência
as ilusões da mente e do corpo. Somente os Iluminados estão
permanentemente conscientes deste enfeitiçado mundo ou Maya
(ilusão).
As criaturas nas quais a Serpente de Fogo permanece presa
em um cakra particular possuem anatomias e tipos de
inteligência distintos daqueles nos quais Ela esteja ou inativa ou
incessantemente ativa. Os próprios planetas são uma expressão
da Serpente de Fogo em níveis particulares de Seu
funcionamento. Nós somos senão vagamente conscientes da
existência deles, não contudo de sua natureza e poder específico,
porque a Serpente de Fogo tem entrado em ação somente em
raros indivíduos em um nível correspondente a um campo de
atividade. Da mesma maneira nós nos encontramos conscientes
da existência de seres do céu, do oceano, do sol e das estrelas sem
sermos capazes de entrar em seus ‘mundos’. A razão é que nós
não podemos normalmente nos identificar com estes mundos a
não ser que a Serpente de Fogo confira sobre nós um
conhecimento da essência deles através dos campos de atividade
apropriados. Adeptos viajantes como p.e. os Lamanautas,2
sobrevivem em outros mundos ou dimensões quando são capazes
de operar eficientemente em ambientes quase totalmente
alienígenas. A falha em sobreviver por prolongados períodos de
tempo indica a necessidade de um grau de transformação o qual
somente a Serpente de Fogo pode efetivar.
1
Veja meu artigo A Zona da Serpente de Fogo.
2
Veja meu artigo Lam & o Trabalho do Lamanauta.
Y Lança de Seth II(8)
A Serpente de Fogo pode ser parcialmente provocada, e até
mesmo desperta, pelos meios que se seguem, mas deve estar
claro que nenhum dos métodos a seguir pode ser utilizado com
segurança sem a preparação espiritual necessária e sem a guia de
um Iniciado:
1) Concentração intensa ou absorção da mente na pesquisa
ou estudo, ou em algum estado de profunda quietude
mental e a concentração dirigida em um símbolo ou
sigilo especialmente preparado.
2) Administração habilidosa de certos narcóticos.
3) Paralisia da mente por um choque súbito (surpresa,
pesar, êxtase e etc.).
4) Hipnose induzida por ritmos sonoros repetitivos como
no Kirtana, Jazz, tambores rituais e cantos.
5) Danças em rodopios e giros frenéticos e etc.
6) Atividade sexual energisada e dirigida (magick sexual).
7) Êxtase estético induzido pela contemplação da beleza em
formas naturais e artificiais, incluindo justaposição de
cores, habilidosa mistura de perfumes, e habilidosas
fusões de fluídos alcoólicos.
8) Resurgência atávica resultando em identificação
temporária com estados primordiais de consciência, ou
com estados futuros ainda não conscientemente
experimentados.
A criatividade do Adepto sugerirá métodos adicionais ao longo
destas linhas, mas deve ser lembrado que os efeitos ocorridos
pela utilização destes métodos são efetivamente temporários.
Assim, eles devem ser classificados como mágickos, enganosos e,
portanto não confiáveis. O último despertar intemporal da
Serpente de Fogo é essencialmente místico e não o sujeito das
presentes observações.3
Através da utilização do corpo como um condensador é
possível extrair energia cósmica e estelar explorando os cakras
apropriados. Isso pode ocorrer somente após a Serpente de Fogo
ter sido magnetizada suficientemente para habitá-los e ativá-los.
O ocultista pode então gerar uma raça de entidades espaciais
capazes de alcançar e sobreviver em outros planetas ou estrelas.
A energia permanecerá inativa na entidade até que ela penetre
na aura da estrela escolhida. Uma criatura assim, embora ainda
sobre a Terra, terá pouco ou quase nenhum interesse em
questões mundanas; ela nutrirá uma profunda nostalgia por um
‘paraíso perdido’ vagamente percebido que a imbui com o
impulso único de deixar a terra para o seu verdadeiro lar. Uma
ansiedade análoga é experimentada pelo artista em relação à
beleza, o artesão pela perfeição, um devoto por seu deus.
Um método altamente efetivo de magick estelar envolve a
sexta zona de poder.4 As sutis partículas de substância como a
areia contidas neste cakra estão permeadas pelas emanações
magnéticas da Serpente de Fogo. Através da magnetização do
cakra com esta energia a Serpente é provocada e inflama para
cima a partir do muladharacakra. Discos metálicos são alocados
3
Os métodos acima dão ao iniciado lapso do despertar, mas não o
efetivo despertar. É por esta razão que o Iniciado deve manter sua
disciplina mística diária, pois do contrário à iniciação é interrompida e
ele começa a viver em um mundo de ilusões. Um ciclo de
dependência mágicka começa quando ele já não consegue efetivar
nenhum tipo de operação mágicka sem a utilização destes métodos.
Neste ponto não é sabido se o que ele recebera é realidade ou
subjetividade.
4
O ajnacakra, utilizado pelos Adeptos da Loja Shaitan-Aiwaz em
invocações estelares.
2 Os Cultos Sombrios Z
usada em várias atividades robóticas remanescentes dos shoggoths e
zumbis da bruxaria da Índia Ocidental.
Existe no presente na atmosfera terrestre uma grande
variedade de venenos sutis e não-sutis que estão afetando
desastrosamente os cakras da espécie humana. Se os cakras são
senão parcialmente iluminados pela Serpente de Fogo eles expelem
o efeito eidola, que toma parte dos resíduos qliphóticos dos kalas
relevantes aos cakras observados. Os eidolas correspondem a tipos
de consciência elemental, planetária ou estelar.
As poluições atmosféricas grosseiras detectadas pela ciência são
meramente o excremento de suas contra partes sutis. Estas toxinas
também se manifestam nas vibrações insidiosamente destrutivas de
certos tipos de ‘música’ popular agora transmitidas no mundo
inteiro e consideradas serem de grande valor comercial. Tais
venenos não são completamente negativos. Corretamente
transmutados e re-dirigidos, sua ressonância pode ser de grande
valor criativo. É necessário purificar os nadis, a grande rede de
nervos sutil. Cada magista deve descobrir sua vibração-raiz ou bija-
manta individual e começar a vibrar nesta freqüência. Em parte,
existe um trabalho efetivo para o Xº O.T.O. neste sentido onde
percepções transplutonianas são transmitidas. Esta descoberta pode
ser ‘ouvida’, p.e. em meditação, através da percepção das vibrações
internas da Serpente de Fogo, e distinguir cuidadosamente de
erupções meramente somáticas e suas ressonâncias astrais
associadas. Uma nota musical será descoberta predominantemente
persistente. Ela é freqüentemente altamente entoada como os bijas
de Kali (Krim, Hrim, e etc.) ou entoadas como Om, Hum, e etc.
Um Guru competente pode ‘ouvir’ e dirigir este som interno
pressionado seu ouvido contra o ajnacakra, visuddhacakra e
anahatacakra do chela. O falecido Sri Krishna Menon (Sri
Atmananda de Trivandrum) foi capaz de reverter o processo e
comunicar aos seus chelas escolhidos a música interna apreciada
somente por ele mesmo. Ele sustentava que uma música de alta
qualidade como esta transmitida aos chelas era uma mokshakala.36
Por este método ele iniciava vários chelas.
A Tradição Tifoniana e sob outros aspectos Draconiana
abrange o Dragão das Águas e o Dragão do Fogo ou Luz. O
primeiro é assumido por Sebekh-Horus, cujo zoötipo inclui o bode-
marítimo e o crocodilo; o segundo por Apep, a Serpente que dá seu
nome a Corrente Ofidiana. Os dois dragões são aspectos gêmeos da
Serpente de Fogo. O Dragão das Águas Profundas é enganosamente
tido como o Bebê no Trono das Águas (Horus) não menos do que
pelo bode-marítimo. O Dragão de Fogo é imaginado por Seth, cuja
morada é a areia quente do deserto.37 O bode-marítimo também
tipifica a Mulher Escarlate devido a sua associação com as águas
salinas38 e com sua eficácia em purgar, purificar e punir. Em
conexão com estes mistérios os comentários de Austin Spare sobre a
Bruxa, em seu papel de justiceira das delinqüências ocorridas
durante os ritos sabáticos, deveria ser observado.
O Horus Antigo então tipifica o filho oculto ou místico (Sol)
viajando pelo lado noturno (Amenta) via o barco lunar. Ele é Hoor-
paar-Kraat representado com o dedo indicador na boca, denotando
o silêncio. Ra-Hoor-Khuit, por outro lado, representa a criança
mágicka (o Sol), Horus, emergindo de Amenta no horizonte
oriental, tendo se elevado do abismo e se tornado visível no mundo
material e desperto do dia.
O Templo do Oriente (Ordo Templi Orientis) marca o lugar
de interação do mundo visível e invisível. Essa perichoresis39 é
36
Um kala promovendo moksha (i.e. Liberação).
37
O falecido Roberto Delanza costumava me dizer que o profeta
Moises era tido como o Bebê das Águas, a caminho de se tornar o
Dragão de Fogo levando seu povo através do deserto (terra inculta) e
fora associado com totens de fogo tais como a Coluna em Chamas e a
Fogueira Santa. Ele exibia a Serpente Tifoniana.
38
A água do mar e o sangue são idênticos em composição elementar.
39
Interpenetração de dimensões. Veja A Magick da Zona Malva
(Liguori). Este é um artigo dividido em três partes. A parte um
Y Lança de Seth II(8)
incorporada na imagem da Esfinge que simboliza a junção dos dois
horizontes, Leste e Oeste. A Esfinge é denotada nos hieróglifos pelo
Kar ou Khepsh, significando a ‘parte traseira’, e por paronomasia, a
Esfinge se transforma no esfíncter do khepsh que possui um papel
muito importante nos ritos tântricos.40
O bebê Hoor-paar-Kraat procede de um mundo invisível e é o
símbolo deste mundo. Ele representa o deus-anão na terra vazia de
Amenta, literalmente, a terra (ta) oculta (amen), daí, Amenta.
Deveria se compreender que a criança no contexto místico ou
mágicko não tem conexão com qualquer criança histórica. Ela é
pura e simples um símbolo de:
1) a Mãe ou Deusa que lhe dá a luz;
2) o potencial criativo do ato de “amor sob vontade”; e
3) os habitantes-anões de Amenta dos quais Bez41 e Lam são
protótipos.
Frontalmente macho (face para o leste), dorsalmente fêmea (face
para o oeste), a Esfinge marcava o portal dos Túneis de Seth que
juntam os dois horizontes. O duplo horizonte é o glifo da imagem
da Criança Coroada e Conquistadora, Horus. Coroada porque ele é
o Senhor da Terra (Isis), Conquistadora porque ele vai aos céus
(Nu-Isis) via os Túneis de Seth. Uma razão para o prefixo ‘Nu’ é
que a Estrela de Prata, conhecida como a Estrela-Cão Sirius, foi
associada pelos antigos Egípcios com a neomênia, em Junho ou
Julho, que marcava o início do ano novo e a inundação do Rio
Nilo. A Lua Nova como Isis era, naquela época, saudada como a
autêntica nova Isis. O prefixo Nu possui o valor de 56, o número
do qual Seth (Sirius) manifestava. 5 + 6 = 11, o número de Nuit,
a Isis celestial (AL I:60). Deveria se observar que 56 = 7 x 1 x 8, o
número associado com a Estela no qual Nuit é mostrada
carregando o Disco Alado ou Cápsula Espacial. Ela é também o
número de Frater Aussik Aiwass, quem primeiro abriu o Templo
Nu-Isis no Brasil na Loja Shaitan-Aiwaz. Nu-Isis retoma todas essa
noções bem como o conceito de Isis renovado pela purgação da
inundação, pois Isis é também a Deusa do Sangue.42
Agora se pode compreender de que maneira a O.T.O.
funciona como uma rede cósmica que não opera através de Lojas
fundadas no plano terrestre, porque seus membros não estão — em
um sentido mágicko — centrados sobre a Terra. Suas zonas de
atividade oculta estão localizadas nos espaços os quais incluem e
transcendem simultaneamente níveis astrais de consciência. A
O.T.O. não é, portanto, uma incorporação num sentido mundano,
e é de grande significância que nenhuma patente é derivada do
período quando o Dr. Karl Kellner reviveu a Ordem após seu
prolongado estado de latência desde os tempos medievais. A
O.T.O. é controlada por contatos nos planos internos focados hoje
através de vários Adeptos que canalizam uma corrente antiga
através de Aussik Aiwass, 718.
Estes contatos são gravados de forma indelével sobre o
trabalho daqueles que têm forjado ligações efetivas com a Ordem
da Estrela de Prata, e outras organizações ligadas à abertura de
portais terrestres. Entre elas pode se citar a Seita da Sabedoria
Estelar, a Ecclesia Gnostica Alba, o Culto Zos Kia, a Célula K’rla, a
publicada na Lança de Seth vol. I, no. 6; a parte dois publicada na
Lança de Seth suplemento 2; e a terceira parte ainda não foi
publicada.
40
Veja as observações sobre akunchana em O Rito Kaula da Serpente
de Fogo (Liguori).
41
Bez ou Vez é uma forma de Aiwass. Ainda, Bez “foi a primeira
besta a se transformar em ser humano”, assim ele tipifica a transição
do estado de consciência animal, i.e. bestial, para o estado de
consciência humano. Em outras palavras, Bez é o protótipo do
inconsciente profundo de onde ocorre a Resurgência Atávica. Em um
rito secreto da Loja Shaitan-Aiwaz, a entidade Bez-Khonsu-Tahuti é
representada como todos os poderes do corpo astral, Baphomet, um
protótipo de Shugal.
42
Veja A Lança de Seth vol. III, no. 1.
7 Os Cultos Sombrios Z
 A utilização da polaridade sexual em seu sentido tântrico mais
profundo, é uma forma natural de união (yoga) usado pelos Adeptos
do Ocidente ou do Oriente para realizar a realidade última e
incondicionada, o Absoluto. Muitos dos ocultistas Ocidentais da
atualidade têm dado inúmeras sugestões sobre este imenso potencial
mágicko, mas foi deixada a Crowley a produção de um Grimório
coerente deste extremamente ambíguo e talvez o mais perigoso dos
caminhos. Porém Crowley omitiu-se ao traçar a gênese desta
polaridade na energia pré-conceitual que nós chamamos de S’lba e
que é anterior ao Principio do Eu. S’lba se torna mente (sujeito)
como “eu sou”; torna-se matéria (objeto) como “eu sou isto ou
aquilo”. A doutrina total é resumida neste simples fato. Isso nós
chamamos na Gnosis Tifoniana de “Tornar-se Imóvel”.
Tem se perguntado porque nós damos tanta ênfase ao Deus
‘SETh’, e sobre o elemento Tifoniano de uma forma geral. Seth é
Sat ou Ser (Isis); Tifon é Matéria (Maat | Tiamat). Nas fases iniciais
de um novo aeon todos os velhos samskaras se submetem à
transformação, assim como na psicanálise – e melhor ainda na PNL
– os complexos são dissolvidos. Nós podemos comparar com isso a
fase do ‘dragão negro’ do processo Alquímico. A besta escolhida
para representar o Deus Seth ainda não foi até o presente
satisfatoriamente identificada e nunca será. Ela é fabulosa e
pretende-se sugerir não um animal, nem uma forma sub-humana de
consciência, mas uma forma totalmente alienígena a humanidade.
Um raciocínio similar, embora não suspeitado no tempo em que ele
o tomou, se aplica à escolha do mote de Crowley, To Mega Therion.
O habitat da besta é a terra inculta, o deserto, o vazio ou lugar
baldio (= vasto). Metafisicamente considerado, Seth é o tipo de
uma corrente de energia dirigida para interioridade e para baixo
freqüentemente mal compreendida como ‘maligna’ ou ‘perversa’, ao
passo que ela significa senão o inverso e | ou reverso, uma
retroversão dos sentidos para fonte deles na consciência pura. A
fórmula de Rimbaud da desorganização violenta de todos os
sentidos foi uma tentativa de alcançar esta condição de estar voltado
para dentro ou estar voltado para interioridade. Seth é pelo nome o
‘assento’, ‘trono’ ou a ‘pedra erguida’. O nome de sua mãe, Isis,
também significa ‘assento’, mais corretamente ‘assento de pedra’.29
Em termos qabalísticos este assento é Yesod ou a fundação daquele
poder natural uma vez venerada pelos Yesidis sob a imagem de
Shaitan, e por uma raça pré-humana sob a imagem de La, articulada
como Lam.
O papel de Lam na Gnosis Tifoniana não é fácil de verbalizar.
Lam foi um símbolo encarnado e senciente da “Criança Coroada e
Conquistadora” cujo advento sobre a terra, via Isis, foi proclamado
no Novo Aeon no Líber AL. Lam é a primeira e principal das
Crianças de Isis. O retrato de Lam desenhado por Crowley, o único
conhecido, demonstra uma entidade coroada com um alto
penteado. Algumas imagens de Isis a mostram coroada com
penteados em forma de torres. M. observa: “[...] é observado que
um dos significados dados a ‘torre’ é um ‘alto penteado’ [...]”. Lam é
descrito com tal coroa, assim enfatizando sua conexão com Isis e
com Seth. Que Lam é também conectado a criança ou anão Hoor-
paar-Kraat, está implícito no título original de AL – Líber L vel
Legis – O Livro Lamed. A letra Lamed possui o valor de 30, que é a
forma do pranava OM coroado com o M ou chandrabindu - C.30
Talvez o livro possa ser chamado de O Livro de Lama, pois o
desenho de Crowley mostra o semblante do lama com traços
orientais e uma ausência de orelha denotando Hoor-paar-Kraat
como o Senhor do Silêncio. Pode-se também observar que por
paranomasia o título do livro pode ser ‘Lamed One’, o nome de
Hoor-paar-Kraat como o anão ou a deidade aleijada, coxa, corcunda
e estropiada, o Sol em Amenta, i.e. Seth.
29
Veja a coletânea de artigos A Corrente 93 & o Culto do Deus
Interno (Liguori).
Veja os artigos Lam & o Trabalho do Lamanauta (Liguori) e O Rito
30
Kaula da Serpente de Fogo (Liguori) partes I, II, & III.
Y Lança de Seth II(8)
Como observei em meu artigo O Rito da Célula K’rla, a
palavra Lam é uma transliteração do bija-manta31 do
muladharacakra, revelando assim uma conexão direta com a
Serpente de Fogo, o cakra sendo o lócus de descanso da Kundalini
espiralada ou adormecida.
Em termos do complexo psico-mágicko humano, Lam é a
manifestação da Serpente de Fogo no muladharacakra, o nível de
consciência da ‘terra’ ou Isis.32
A Serpente de Fogo, quando agitada, e parcialmente elevada
pela presença de forças radioativas na atmosfera da terra, projeta os
cakras (luzes internas ou rodas de energia) como fenômenos
externos. Vistos contra o plano de fundo do espaço, são descritos
pelos habitantes da terra como luzes no céu, bolas de fogo e etc.
Junto com estas manifestações ocorrem zumbidos e murmúrios que
lembram as vibrações do pranava OM. Em seu glifo, OM descreve
as três voltas e meia da Serpente de Fogo. Estas formas e sons são
concebidos pela mente em formas determinadas pelos samkaras,
interpretadas em termos de figuras contemporâneas que hoje são
dominadas pela tecnologia. Elas portanto assumem as formas de
naves espaciais, foguetes, UFOs e etc. Dependendo do cakra no
qual a Serpente de Fogo pára em sua descida ao muladharacakra,
assim aparecerá o fenômeno projetado em seu elemento
apropriado.
Para aqueles que estão mais familiarizados com o sistema
Ocidental de ocultismo exemplificado por Ordens como a Golden
Dawn, a seguinte analogia, embora não inteiramente adequada,
sugerirá paralelos com certas abordagens Orientais. Assim como é
requerido ao Adepto ocidental ter obtido a consecução com seu
Sagrado Anjo Guardião em Tiphereth antes de alcançar a iniciação
de Grandes Mistérios, assim o chela Oriental tem de ter elevado a
Serpente de Fogo ao Lugar do Guru (ajnacakra) com quem ele
renova contato em cada encarnação a fim de manter a continuidade
da consciência mágicka no estado de vigília. Uma comparação mais
além: durante o sadhana, o Self (Atma) assume uma forma externa
e aparece como o Guru, ou voltado para dentro como o Anjo. A
Serpente de Fogo também aparece voltada para fora e assume a
forma de uma suvasini ou Mulher Escarlate.
No relato da entidade Nu-Isiáca (acima), a Mulher-Sombra ou
Chaya, leva o candidato ao Lugar do Guru, que é uma maneira de
dizer que a Serpente de Fogo eleva a consciência ao ajnacakra onde
o contato é estabelecido com o Anjo.33
Algumas poucas palavras deveriam ser ditas sobre o papel
desempenhado pelas cores em operações com a Serpente de Fogo.
O assunto é de importância porque as vibrações das cores, assim
como do som, quando aplicadas corretamente a zonas de poder
particulares influenciam sua atividade. A Serpente de Fogo envia
uma ‘aureola’ de Si mesma na forma de um duplo etérico ou
chaya,34 ou na forma de um raio luminoso que muda de cor ao
passar pelo prisma dos cakras35 quando os kalas se transmutam em
elixires durante sua descida. Os elixires são coletados finalmente a
partir do lótus raiz.
Existem outros aspectos da Serpente de Fogo a serem levados
em consideração. As conchas ou Qliphoth daqueles que morrem
em estrelas ou planetas alienígenas são às vezes, embora raramente,
enredados por magistas terrestres ou não. Se os mortos recentes
estão repletos de ojas dos elementos planetários ou estelares
necessários para prolongar a vida de certos Vampiros espaciais,
uma concha é devorada pouco a pouco ou sendo reanimada, é
31
L=30, A=1; assim 31, AL, a chave d’O Livro da Lei descoberta
por Frater Achad (Charles Stansfeld Jones). Veja A Lança de Seth vol.
I, no. 10. O chandrabindu não tem nenhuma numeração como som
puro ou vibração.
32
Seu reflexo é Nu-Isis no céu estrelado de Nu.
33
Típico, no exemplo previamente descrito dos Outer Ones.
34
Esta é a Mulher-Sombra. Veja A Lança de Seth vol. I, no. 5.
35
As cores são dadas em livros e textos sobre Yoga.
6 Os Cultos Sombrios Z
sobre as zonas de poder intervenientes para a junção dos ojas
emitidos pela Serpente de Fogo em seu retorno para base
(muladharacakra). Os ojas são subseqüentemente preservados
em containeres selados e mais tarde utilizados em um rito de
sucubação5 no qual eles são misturados com os kalas da suvasini.
No devido curso nasce um ser que é adaptado devidamente
sobre uma estrela escolhida. Sendo uma criança não-humana, sua
gestação, nascimento e maturação, ocorre em um período de
tempo que é, pelos padrões terrestres, efêmero.
A anatomia estelar do corpo sutil do homem consiste em
marmas ou correntes-cruzadas de energia que aparecem à
percepção clarividente como uma rede de vetores magnéticos,
ondas estelares ou entrelaçamentos lunares comuns às zonas de
poder cósmico através de todo sistema solar.
Não obstante o equipamento mágicko, as freqüentes falhas
dos magistas espaciais em operar e sobreviver em esferas
alienígenas levou os Adeptos Loja Shaitan-Aiwaz a gerar um ser
capaz de ir para casa. Uma Sacerdotisa6 fora escolhida por suas
afinidades astro-mentais com as forças predominantes em uma
estrela particular. Ela se uniu a um Sacerdote no qual a Serpente
de Fogo já houvera sido energisada e elevada. Em uma operação
tão especializada foi-se descoberto necessário selecionar um cakra
que não fosse um dos seis principais. A Serpente de Fogo foi
então exaltada por um ou mais dos métodos já descritos em
inúmeros artigos da Lança de Seth. Os discos eletromagnéticos
foram expostos à radiação estelar e impregnados com
apropriados kalas infusos com energia estelar e o corpo da
Sacerdotisa foi banhado em fluídos carregados com ojas.
Adeptos da Anuttara Amnaya têm mapeado com precisão
meticulosa os marmas e sandhis do corpo humano para que os
kalas – transmitidos de várias esferas celestiais – sejam
descarregados para dentro da corrente sangüínea via os nadis. Os
Adeptos do antigo Khem,7 muitas eras atrás, haviam canalizado
raios-estelares sobre os grandes refletores que se dirigiam a
bacias fervilhantes com fluídos carregados pela Lua. O potencial
mágicko da Lua fora compreendido e conhecido como supremo.
Os kalas cósmicos eram canalizados através de prismas antes de
entrarem em contato direto com elementos terrestres. O
fundamento lógico subjacente é que as vibrações lunares
aparecem como padrões sutis (yantras) criados nos marmas e nos
cakras pelo influxo dos kalas. A concentração mental sobre um
yantra específico evoca os kalas e os induz a fluir. O ocultista
assim usa o yantra como um foco para evocar a força requerida.
O glóbulo de vitalidade (nave espacial) é empregado para
transportar a entidade ao seu destino; após isso a nave retorna a
aura da terra ou se desintegra na rota nas densas vibrações da
atmosfera astral inferior. A entidade é assim projetada para o
Exterior em expectativa de uma mensagem para terra via o
receptor ajnico (ajnacakra) de um magista devidamente
preparado. Ele receberia impressões clarividentes da atmosfera
do horizonte das estrelas, e outras condições que pertencem ao
planeta ou estrela em questão.
Há hoje em Assam, uma Ordem que inicia Adeptos na
doutrina dos kalas ou dígitos lunares e raios das zonas de poder
estelares. A Ordem está em possessão de uma tradição oral que
tem sido perpetuada em uma linha de descendência abarcando
5
Ritual de produção de um sucubu, entidade que toma forma de uma
mulher para travar conúbio sexual com um homem durante o sono.
No curso da Iniciação é a sombra. Este assunto está sendo
desenvolvido extensamente no vol. II da Lança de Seth. Veja também
A Lança de Seth vol. I, no. 5. Veja meu artigo Controle Onírico pela
Magick Sexual.
6
Sóror Tanith, 789 U IX° O.T.O.
7
I.e. Egito.
Y Lança de Seth II(8)
um número indefinido de gerações. Referências extraviadas,
citações e extratos dos arquivos da Ordem sugerem transmissões
trabalhadas em Grimórios como o Necronomicon, o Grimório
do Clã Liguori,8 A Sabedoria do S’lba,9 e textos similares. Um
fragmento relevante ao presente contexto contém a descrição de
uma entidade despachada (conforme descrito acima) que
redescobriu sua afinidade com seres habitando a Isis
transplutoniana.10 Esta entidade fora absorvida de volta na
sobre-alma global retendo sua individualidade, e suas
comunicações com a terra tomaram um aspecto sinistro.
Eventualmente, ela integrou-se com um habitante de Nu-Isis e
a prole desta união fora transportada para terra pela cápsula
espacial enviada para resgatar a entidade original. Os agentes
terrestres envolvidos nesta manobra não estavam conscientes
que uma ‘criança trocada’ acompanhou-os de volta para terra. O
novo ser exibia poder em excesso muito além dos poderes que
possuíam seus progenitores. Mas o choque de integração com a
terra fez com que a Serpente de Fogo retornasse ao seu centro
básico (muladharacakra). Este movimento despertou no interior
da ‘criança’ uma explosão de energia que se expressou em várias
formas anormais de comportamento. Somente quando a criança
dormiu a Serpente de Fogo retornou ao cakra Nu-Isiáco. A
localização deste cakra era, e ainda é, um segredo fortemente
guardado que é de conhecimento somente aos Adeptos
emancipados da O.T.O., i.e. aqueles que atingiram o XIº
O.T.O. O que é de interesse especial é que o contato com a
esfera terrestre influenciou os kalas Isiácos que então geraram
anormalidades monstruosas no sistema psico-sexual. No sono
onírico, esquecido de, ou impenetrável as vibrações terrestres e
grosseiras, a entidade se tornou ativa sobre sua estrela nativa,
retornando para terra somente quando a Serpente de Fogo
desceu ao muladharacakra.
Durante a permanência da entidade sobre a terra, mais e
mais mulheres deram luz à prole imbuída com as propensões
alienígenas da ‘criança’. Em conseqüência, a atmosfera da terra
está agora sobrecarregada com partículas de energia de Nu-
Isis11 que exercem uma influencia poderosa sobre os cakras de
seus habitantes. Muitos habitantes da terra experimentam
sonhos estranhos e pesadelos horríveis nos quais eles
vislumbram a força fantástica de seu próprio terror. O Planeta
Terra começa gradualmente adquirir uma dimensão alienígena
na medida em que ele se torna transformado lentamente,
inexoravelmente, em um extenso posto avançado de Nu-Isis.
A entidade particular responsável pela iniciação dessa
transformação passou muitos anos em Assam estudando com
um Adepto tântrico. Ambos pareciam sumir da face da terra.
De fato, a entidade recolheu-se para rede de túneis embaixo de
Kamrup,12 conhecida aos Iniciados como a zona de poder
terrestre da Serpente de Fogo. Após muitos anos a entidade
emergiu e se misturou a desconhecidas multidões do hemisfério
Ocidental. Ela assumiu o disfarce13 de um cientista excêntrico e
recluso.14 Em seu laboratório uma flama permanente tremeluzia
8
Veja Por dentro da Zona Malva (Liguori).
9
Vela Outer Gateways (Grant).
10
Veja minha coletânea de artigos intitulada A Corrente 93 & o
Culto do Deus Interno.
11
Michael Bertiaux sustenta que a partícula de Isis é formada pelo
adentrar do magista em outras dimensões. Veja as instruções do
Monastério dos Sete Raios.
12
A antiga capital de Assam.
13
Veja Um Homem chamado Cachorro (Liguori) para a descrição de
um homúnculo que tomou uma forma humana degradada para
habitar no Planeta Terra.
14
John W. Parsons. Conhecido como Frater Jopan, 210. Para uma
explicação detalhada dos acontecimentos e a recepção do Livro de
3 Os Cultos Sombrios Z
ante a imagem de Nu-Isis, a única imagem de seu tipo sobre a
terra. Ela fora forjada em substâncias condensadas a partir de
vibrações emanadas da esfera transplutoniana. A imagem
lembrava uma mulher, suave, branda, metálica, seu corpo
projetado em ojas vitrificados com olhos ligeiros como a flama
que tremeluzia sem cessar dentro do sacrário que servia como seu
santuário. E um tempo calculado a imagem desenvolveu-se para
vida. Ela era alimentada pelos ojas descarregados por criaturas
qliphóticas que eram periodicamente sacrificadas a ela. O
‘cientista’ coabitava regularmente com esta incorporação
alienígena da Serpente de Fogo após ela assumir a forma
humana. Uma explosão maciça destruiu o laboratório, e o
terreno ao redor foi violentamente sobrelevado pelo impacto de
uma série de desastres elementais.
Algum tempo se passou antes que se desse conta pelos
Iniciados de Nu-Isis que uma filha havia surgido dessa união inter-
cósmica. Da explosão emergiu sobre o plano sutil uma imagem
luminosa da Serpente de Fogo. Seu reflexo na terra passou para o
humano – em primeiro lugar – e se tornou o centro de toda atração
nas principais capitais do mundo civilizado. Mas seus abraços eram
fatais. Ela amoldava a semente de seus amantes em formas aladas
capazes de travar tráfico com a estrela de Nu-Isis. Cada injeção
fresca de energia humana adicionava magnetismo a seus ojas não-
terrestres capacitando-a de transmutá-lo em comida para os
habitantes de sua estrela nativa – o Ovo Alado – aquele
insondavelmente símbolo antigo de nutrição e criatividade que
havia sido depositado nos mitos e lendas de raças terrestres não
conscientes de sua fonte no sistema estelar de Isis. O nome desta
imagem sobre a terra é Lura.15 Ela é a Serpente de Fogo na forma
aparentemente humana, a imagem vitalizada, venerada e nutrida
pelo cientista no segredo de seu laboratório. Nas entidades nascidas
de Lura os cakras funcionam como turbilhões vibrantes de energia
que buscam afinidades no espaço profundo e nas imensidões
estelares do além.
A precedente descrição da entidade transplutoniana não é uma
alegoria mágicka, mas um relato preciso, embora resumido, de uma
fase em uma recente história astral da terra e sua interação com a
zona de poder cósmico, Nu-Isis. Sua significação particular no
presente contexto está na luz que ela emana sobre as transações da
Serpente de Fogo com forças uma vez conhecidas sobre a terra como
‘deuses’ e ‘deusas’. O contato com estes Outer Ones é alcançado por
meio de um orgasmo para-sexal peculiar a uma forma de magick
praticada em certos cultos esotéricos sobre a terra na atualidade.
Referência foi feita16 a hriliu17 ou êxtase metafísico e sua ligação
oculta com a força mágicka conhecida como Vrihl, que é derivada
da mesma raiz lingüística que R’lyeh, a cidade e centro do Culto de
Cthulhu e dos Deep Ones. A chave para esta cidade está além das
fronteiras do sono. Este tipo de hriliu é descrito como para-sexual
porque ele opera fora dos níveis do funcionamento psico-sexual
ordinário. Ele penetra profundamente evocando forças cósmicas tais
como aquelas peculiares a Nu-Isis.
Em uma entrevista com o Dr. Ronald Lang, a questão fora
tirada de uma possível contradição entre as descobertas de Wihelm
Reich e a concepção tântrica do orgasmo. A questão nos concerne
neste momento porque ela reflete uma má compreensão popular da
prática tântrica. O orgasmo, no sentido de Reich, de um paroxismo
fulminante envolvendo o organismo inteiro, é colocado contra os
conceitos tântricos de a) uma continuidade, e b) uma ausência total
Babalon (Líber 49) veja A Magick da Zona Malva (Liguori), parte três,
e o artigo A Operação de Babalon (Uzcategui).
15
Lura = 237, o número de Urheka, o Poder Mágicko de Sefekh
(ShPhChH, a Deusa 393, a Imagem de Tifon). Note também que 237
é o número do Great Old One AVSSYQ (Aussik).
16
Veja O Lado Negro da Árvore da Vida (Liguori).
17
A palavra ‘hriliu’ é de linguagem dos Syrens ou Deep Ones,
conhecido como linguagem Bathyllic ou Bathybic.
Y Lança de Seth II(8)
de orgasmo. Ambas interpretações têm sido demonstradas em
textos tântricos, o que naturalmente induz uma confusão mental ao
não-iniciado porque o orgasmo é visto às vezes como um fenômeno
físico e às vezes como metafísico. Reich insistia na distinção entre
ejaculação e orgasmo; um físico, o outro psicológico. Ele observava
que a ejaculação sem orgasmo é uma ocorrência comum, ao passo
que o orgasmo total é um fenômeno muito menos freqüente. A
concepção tântrica do orgasmo em seu sentido diretamente sexual
é de uma ordem muito mais abrangente; ele pode de fato ser
descrito como ‘para-sexual’. Ele envolve a Serpente de Fogo da qual
o aspecto sexual é sua forma mais grosseira. A produção do sêmen
é um produto final, na verdade um produto de excreção ou de
desperdício, um vazamento de uma corrente ineptamente
circularizada de consciência que é dupla: mágicka e mística. A
primeira funciona nos quatro cakras inferiores e a segunda nos dois
cakras superiores (visuddhacakra e ajnacakra). O sêmen é,
portanto, energia não-absorvida (ojas), e ele invariavelmente
contribui para geração de formas materiais, sejam elas alojadas em
um ventre ou em uma matriz sutil. Se não é recebido por um
ventre ele é vampirizado por entidades astro-qliphóticas e
integrado com organismos existentes no plano astral. Paracelso se
refere a homúnculos ou criaturas artificialmente produzidas geradas
a partir do esperma independentemente do organismo feminino e
anormalidades larvais construídas a partir da substância de
“imaginações voluptuosas”.18
Um orgasmo pode ser induzido por qualquer um dos seis
centros ou em todos eles simultaneamente, ocasião em que o cakra
metafísico é trabalhado. Este é o sahasharacakra, representado nos
antigos mapas dos marmas como o ‘ato-evento’ adentrando na
existência logo acima da região da sutura craniana. Ele é o mais
elevado lótus de mil pétalas, sinônimo do Sri Cakra19 em total
florescência.
No momento preciso da morte corporal, em estados
profundos do sono magnético ou transe, o tântrico recolhe a
consciência nesta zona para a aquisição de uma “bem-aventurança
indescritível”, que se manifesta como luz. É o último orgasmo do
qual todas as sensações menores são senão sombras. Aquele que
‘vai’ é na verdade uma designação dos deuses mais elevados, e o
símbolo de ‘ir’ – a presilha da sandália – forma o astro-glifo básico
de Vênus, deusa da paixão sexual, o instrumento de transcendência
de ‘ir além’ da consciência individualizada.20
Hriliu nos cakras dispostos ao longo do sushumnanadi
desperta os siddhis (poderes mágickos) atribuídos a cada cakra.
Contudo, se a Serpente de Fogo em seu retorno ao muladharacakra
descarrega os kalas coletados nos cakras em seu caminho de
descendência, os resultados são físicos, i.e. daí segue-se uma
materialização na matéria física, etérica ou astral; conforme distinto
dos fenômenos místicos, mentais ou metafísicos resultantes da
passagem da Serpente de Fogo pelo ajnacakra. N’O Livro da Lei, o
movimento para baixo e para fora da Serpente de Fogo é descrito
como a erupção dos venenos, opostos ao néctar:
Eu sou a secreta Serpente enrolada pronta para saltar: em meu
enrolar está o prazer. Se Eu ascendo completamente minha
cabeça, Eu e minha Nuit somos um. Se Eu inclino para baixo
minha cabeça, e verto veneno, em seguida é arrebatado da terra,
e Eu e a terra somos um.21
18
Veja A Vida de Paracelso (Hartmann).
19
Veja A Lança de Seth vol. II, no. 3.
20
É neste sentido que membros do IXº O.T.O. trabalham de maneira
segura com Lam. Entretanto esta pode ser uma prática fatal para os
despreparados, mesmo membros do IXº O.T.O. Até agora, somente
membros do Clã Liguori conseguiram proficiência nesta área, a junção
das práticas psico-sexuais com o Culto de Lam.
21
AL II:26.
4 Os Cultos Sombrios Z
Qualquer que seja o objetivo do homem conforme concebido por
Reich e os psicólogos, para os tântricos ele é obtido pela inversão do
processo usual de substancializar ou manifestar a energia produzida
durante o orgasmo. Em outras palavras, os objetivos tântricos de
inverter a corrente de materialização até que ela se funda com a
fonte do oceano cósmico de energia pré-conceitual. Mitos e lendas
de imaculada concepção surgiram, primariamente, de uma má
compreensão e conseqüente distorção deste processo. No Budismo
Tântrico, a consciência (bodhicitta) é impedida de se formular como
energia (sêmen).22 Nesta prática o processo é inteiramente místico e,
quando uma Sacerdotisa se apresenta no Ritual, o propósito dela é
estimular, não satisfazer. O tântrico versado neste Sri Vidya é capaz
de despertar a Serpente de Fogo adormecida em sua zona de poder
basal. Os tântricos Kaula23 do vamachara, em algumas, embora não
em todas as suas divisões, se engajam em keli com a suvasini, porém
ela permanece virgem.
Uma confusão tem surgido devido à natureza obscura do
simbolismo adotado pelos iniciados de vários margas tântricos.
Existem, indubitavelmente, divisões tântricas que expressam
literalmente a corrente-consciência como fluído seminal que é
reabsorvido no sistema pela utilização de um ou outro dos olis.24
Este (e similares processos fisiológicos) é perigoso se empregado por
um não-iniciado. Crowley se esforçou para evitar alguns dos perigos
nesta área através da absorção oral das substâncias durante suas
operações mágickas. Porém, para ser distribuída corretamente a
corrente-consciência precisa ser carregada pelo operador no preciso
momento de sua transformação em bodhicitta, no qual mudanças
químicas ocorrem. O resultado é uma total fusão dos princípios
ativos e passivos em uma explosão deslumbrante, ou hriliu, o que
constitui uma transubstanciação para dentro do sacramento do
verdadeiro Casamento Místico envolvendo os elementos grosseiros
do Rito. O termo hriliu, então, implica – além de seus significados
indicatórios de ‘paroxismo’ ou ‘inchamento’ – uma ‘Operação ou
Ritual Sagrado’. Na gnosis antiga a palavra ‘Aub’, ‘Ob’,25 também
denotava ‘inchamento’ ou ‘inflado’ como a serpente Africana que
incha parte do corpo quando excitada. Foi o nome dado a Python26
que denotava a Corrente Ofidiana27 ou Serpentina, a Corrente da
Serpente de Fogo, daí as profetisas28 associadas aos mistérios antigos
com seus poderes mágickos. Ob, raiz de Obeah, é a Luz Astral. Os
gnósticos nomearam o Rito que envolvia esta luz, ou LVX, de A
Missa do Espírito Santo, e as essências macho-fêmea – expressas em
suas formas grosseiras – eram simbolizadas pelo milho e vinho. A
Missa Gnóstica, portanto, exibe o verdadeiro espectro do êxtase
metafísico, ou hriliu, velado sob a imagem do Espírito Santo do qual
a pomba é o símbolo primordial. A pomba, o pássaro de Vênus, foi
originalmente o zoötipo da Deusa-Mãe ou Divina-Mãe Tifoniana.
Este pássaro também simboliza o Jardim do Éden ou ODN,
‘prazer’, ‘deleite’, o campo de interação para as energias Ódicas
tipificadas e atualizadas pela mulher. Assim o Ob e o Od são
fundidos em uma única corrente. O termo ‘jardim’ mostra
plenamente sua atribuição original a fêmea e sua conexão simbólica
com o paraíso original ou Jardim do Éden. O termo incorpora não
somente o campo magnético de atividade ódica, mas também o
22
Veja Introdução ao Budismo Tântrico (S.B. Dasgupta).
23
Veja A Lança de Seth Vol. II, nos. 3 & 7.
24
Veja Hathayogapradipika e | ou Shivasamhita. Ambos publicados
pela Satvrnvs Publishing Ltd.
25
Veja meus artigos O Tarot Afro-Tântrico dos Kalas e A Substância
Psico-Sexual da Sombra.
26
É interessante notar Python, de acordo com M. em Mistérios da
Maçonaria, é uma metátese de Typhon, i.e. Tifon. O leitor da Lança de
Seth compreenderá o simbolismo implícito com a serpente.
27
Veja A Lança de Seth vol. II, no. 5.
28
Para elucidar o leitor, as profetisas (conhecidas por pythonesses, i.e.
mulheres dedicadas ao Culto de Python ou Culto a Serpente) eram
sacerdotisas com estranhos poderes mágickos. Para uma elucidação
mais abrangente veja meu artigo A Bella Donna.
Y Lança de Seth II(8)
prazer que acompanha o funcionamento da Serpente Ob, a
Corrente Ofidiana.
Porém uma mulher verdadeira não está necessariamente
presente em um ritual tântrico, mais do que sua presença é
necessária para o orgasmo sexual. O sonho ‘molhado’ é um
exemplo.
O despertar ocorre quando a corrente-consciência começa fluir
para fora do corpo. A consciência fluindo para fora do corpo é a
mente em ação, i.e. pensamento, mentalização, imaginação.
Quando isso ocorre o sonhador desperta após ter experimentado
um sentido fulgaz de coabitar com uma mulher verdadeira. No seu
lugar, contudo, um sucubu foi involuntariamente desfrutado. Uma
objetivação da subjetividade ocorrida que criou um sentido de
realidade aparentemente experimentado em estado de vigília.
A consciência confinada a mente revela e anima a imagem
subjetiva até que a intensidade de sua presença parece tornar-se
tátil aos sentidos, que são tudo o que o estado de vigília pode ser.
Esta experiência é ignorantemente aceita como ‘real’. Quando a
corrente é invertida, a consciência assume sua própria natureza
(vazio, ausência de forma) que é a essência da Luz. É a LVX dos
Gnósticos, o Atman da Vedanta, o Verdadeiro Self ou o Princípio
do Eu. Neste vazio luminoso o Principio do Eu se realiza como
pura bem-aventurança, como no profundo sono sem sonho. Existe
neste lugar nenhum objeto a ser conhecido, nenhum homem ou
mulher, nenhum sujeito. Existe assim nenhuma consciência dos
‘padrões’, mas existe consciência que é puro conhecer (jnana),
inviolado pela forma ou constructos mentais. Assim, quando o sono
profundo é iniciado conscientemente existe uma liberação da
Ignorância (avidya). Existe também a liberação da escravidão da
experiência fenomênica e noumênica, i.e. da dualidade da relação
sujeito-objeto; e o Self reintegra-se com sua advaita original e
eterna, não-dualidade.
Contudo, o orgasmo para-sexual, embora leve o tântrico
temporariamente além dos opostos, ele para pouco antes da última
realização. Edward Carpenter observou que certas doutrinas
Hindus continham “uma incorporação de vislumbre da profunda
verdade subjacente que o universo inteiro conspira no ato sexual, e
que o orgasmo é um lampejo da consciência universal [...].”
A corrente-consciência é vista pelos clarividentes como um fio
de luz brilhante interno no canal central (sushumnanadi) do corpo
humano. Eu mesmo o vi como uma rede cintilante e palpitante de
ramos delicadamente requintados pulsando e interpenetrando o
Corpo de Luz. A identificação da consciência com a luz é universal.
Uma frase bíblica se refere a esta auto-experiência:
A luz do corpo é o olho; se portanto seu olho é único todo o seu
corpo será cheio de luz.
O olho somente pode ver através de e na luz da consciência, sejam
seus objetos de visão grosseiros ou sutis. O olho é um símbolo da
Yoni, a fonte das imagens. Como tal, o olho é idêntico à
consciência, sem a qual as imagens não poderiam existir. A
passagem bíblica é sem dúvida uma referência à prática de se reter
a luz (consciência) em seu estado imaculado ou pré-conceitual pelo
método de não lhe permitir fluir para fora do corpo, objetivar.
No momento de hriliu uma luz brilhante aparece para
explodir interiormente. É difícil localizar precisamente onde isso
ocorre, mas se diz que pode ser localizado pelo observador alerta
em um ou outro centro sutil ao longo do sushumnanadi. Dion
Fortune observava que estes centros se aproximam a regiões
precisas do sistema endócrino, e que eles são úteis na produção de
tais secreções. Não se deveria supor, contudo, que os cakras reagem
à investigação física mais do que a mente pode ser descoberta
através de uma dissecação cerebral. Os cakras existem em
dimensões invisíveis ao olho físico, mas eles são tão ‘reais’ em seu
plano assim como sonho é ‘real’ em seu plano.
5 Os Cultos Sombrios Z