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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

AVALIAÇÃO DA BIOMECÂNICA PARA OS PROFESSORES DE EDUÇÃO


FÍSICA E ATLETAS DO DISTRITO DE NAMPULA 2023
Nome do Estudante: Cesarito César Raul
Código do Estudante:708202281

Curso: Licenciatura em Ensino de Educação


Física e Desporto
Cadeira: Biomecânica
Ano de frequência:4º ano

Nampula, Abril
2023
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nome do Estudante: Cesarito César Raul


Código do Estudante:708202281

I trabalho referente a cadeira de


Biomecânica, tem como tema, Avaliação
da biomecânica para os professores de
edução física e atletas do distrito de
Nampula 2023, 4º ano, leccionada pelo
Docente:

Nampula, Abril
2023
Folha de Feedback
Classification
Pontuação Nota /
Categorias Indicadores Padrões Máxima Tutor Subtotal

 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos
 Introdução 0.5
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1.0
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
Conteúdo
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Análise discurso académico 2.0
discussão (expressão escrita cuidada,
coerência/coesão textual).
Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
revelantes na área de estudo.

Exploração dos dados 2.0


Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0
gerais letra, parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
6a ed. e citações Rigor e coerência das 4.0
e bibliografia citações/ referências
bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor
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Introdução

    A biomecânica é uma disciplina que tem sua fundamentação nos primórdios das
ciências naturais, porém em Nampula a mesma só começou a ser desenvolvida em 1965
dentro das grades curriculares dos cursos de Educação Física (para maior revisão ler,
Amadio & Serrão, 2004).

Mas antes de pensamos em uma problemática, deve-se refletir sobre a finalidade


da educação física como conteúdo do ensino básico, para tal fim pode-se destacar Betti
e Zuliani (2002) ao afirmarem que a educação física escolar como componente
curricular deve introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento,
formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do Desporto, das atividades rítmicas e
dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.

Hoje a estruturação da disciplina na formação superior deveria ser reflexo do


desenvolvimento acadêmico-científico da área, focando a aplicação da mesma como
objeto complementar de uma disciplina extremamente aplicada à educação física.
Algumas questões da relação biomecânica e educação física são: Qual a relação entre o
que é desenvolvido nas pesquisas e o que é aplicado no conteúdo das aulas de educação
física, tanto no ensino superior quando esta é desenvolvida como disciplina de
formação, como no ensino fundamental e médio, quando esta passa a fazer parte do
conteúdo da educação física? Em que áreas da biomecânica estão enquadrados os
estudos desenvolvidos com crianças e jovens em idade escolar em Nampula? E qual a
aplicabilidade destes estudos no conteúdo fim da aula de educação física? Estas
questões são extremamente pertinentes e nos reporta ao objetivo principal do referido
ensaio que foi fazer um posicionamento baseado nas publicações das revistas cientificas
nacionais para analisar a aplicação da biomecânica no contexto escolar.
Avaliação da biomecânica para os professores de edução física e atletas do distrito
de Nampula 2023

Não só a Biomecânica como as outras disciplinas científicas levam em


consideração características específicas de um campo de estudos relacionados com as
diversas áreas da Educação Física. Quando o profissional insere-se no contexto
específico desta profissão, ele percebe que, no sentido operacional, os conceitos
determinados para cada Ciência são pelo menos pobres, e não informam as reais
características de cada campo de conhecimento.

O que atualmente nota-se é a infinita gama de conhecimentos que o educador


físico deve dominar para exercer sua função. A medida que o leque de atuação
profissional dos diferentes campos de trabalho vai sendo ampliado, percebe-se que
muitos dos conhecimentos julgados inúteis mostram-se extremamente adequados aos
fenômenos apresentados.

É típico que os indivíduos que conhecem muito pouco do ramo científico,


afirmem que o mesmo só de presta para um determinado fim. Afirmações como essa, se
tomadas como verdade dificultam a compreensão das reais possibilidades de aplicações
das informações oriundas de qualquer tipo de conhecimento científico. Por isso é de
fundamental importância que argumentações simplistas sejam examinadas quanto ao
seu grau de veracidade, antes de serem adotadas como válidas de formas a evitar tanto
quanto uma adoção precoce quanto uma rejeição incondicional. Segundo Amadio &

Duarte (1996) deve-se levar em consideração cada disciplina que compõe o


espectro que investiga o movimento, como a antropometria, anatomia funcional,
neurofisiologia, fisiologia geral, bioquímica, psicologia esportiva, medicina desportiva,
ensino do movimento desportivo, sociologia, física, matemática e processamentos de
sinais eletrônicos e a própria Biomecânica em uma análise multidisciplinar, para que se
possa entender melhor a complexidade do estudo do movimento. O que deve ocorrer é a
habilidade de o professor saber usar destes conhecimentos gerando novos
conhecimentos condizentes com a realidade em que seu público alvo está inserido, seja
em clubes, academias ou escolas.

No caso da Biomecânica, por exemplo, pode-se afirmar que essa possui uma
efetiva utilização como instrumento pedagógico. A partir de seus diversos conceitos,
nota-se as diferentes abordagens e/ou preocupações que ela traz. O ato educativo,
admitido como principal ação da Educação física no contexto escolar, determina amplas
possibilidades. Em primeiro lugar a Biomecânica não serve apenas como discussão do
movimento e em segundo é que, mesmo quando ela está voltada para modalidades
esportivas ou de alto rendimento não se faz da única possibilidade de aplicações e sim
de mais uma área para sua atuação.

A Biomecânica ainda pode atuar com assuntos relacionados ao aperfeiçoamento


da técnica do movimento, aperfeiçoamento do processo de treinamento,
aperfeiçoamento e adaptações ambientais, aperfeiçoamento do mecanismo de controle
de cargas internas do aparelho locomotor, aperfeiçoamento de sistemas para simulação
de movimentos, aperfeiçoamento tecnológico instrumental para aquisição e
processamento de sinais biológicos e ao aperfeiçoamento de sistemas (hardware e
software) para análises de movimentos e conseqüentes aplicações práticas.

O elo conceitual de teorias com as práticas de campo influencia a atividade e a


condução do trabalho desenvolvido (McGinnis, 2002). Precisa-se entender que os
métodos tradicionais de ensino e treinamento mostram o que e como ensinar, enquanto a
Biomecânica permite entender porque determinadas técnicas são mais apropriadas do
que outras. Mais especificamente, a Biomecânica permite, entre outras coisas, melhorar
o desempenho de atividades esportivas, melhorar a técnica de realização de
movimentos, melhorar equipamentos utilizados em Desportos ou em atividades do dia a
dia, prevenir lesões e auxiliar na reabilitação de lesões.

A Biomecânica preocupa-se com a descrição, análise e interpretação dos


movimentos dos segmentos do corpo humano, através da aplicação dos conceitos
básicos da física, química, matemática, fisiologia, anatomia, etc. como ferramenta de
análise Segundo Hay (1985) as contribuições feitas pela biomecânica desportiva são
amplamente proclamadas, entretanto, geralmente supervalorizados, ou mesmo
distorcidos, a fim de aumentar as vendas do produto que está sendo divulgado e são,
pois, virtualmente, como que uma medida do impacto que a biomecânica desportiva tem
tido na prática. A biomecânica desportiva tem tido notável impacto sobre o ensino de
técnica em educação física e nos Desportos.

Em resumo, a biomecânica tem tido uma influência muito maior nas práticas de
educação física do que geralmente se reconhece ou anuncia. Professores, técnicos e
atletas freqüentemente encontram-se na situação de fazer uma escolha entre duas
técnicas destinadas a obter uma mesma finalidade. Sem dúvidas a Biomecânica pode
contribuir para a efetivação de processos educativos, que envolvam comportamentos
corporais, mais conscientes e, conseqüentemente, marcados por concretas
responsabilidades intencionalmente pedagógicas.

Especificamente no ambiente escolar, o conhecimento da Biomecânica pode


contribuir significativamente para a melhoria do ambiente, da saúde e da qualidade de
vida dos alunos. Tomando-se exemplos bem práticos, podem-se citar as mochilas
carregadas pelos alunos e o mobiliário escolar. Estes dois fatores são causas de, no
mínimo, desconforto, e podem em longo prazo causar graves danos às crianças.

O professor de Educação Física, conhecendo as implicações Biomecânicas, pode


conscientizar alunos, pais e demais professores para, pelo menos, minimizar as
conseqüências nocivas. Afinal, concebe-se o profissional da Educação Física como um
agente com responsabilidades que vão além das aulas de Educação Física.

Avaliação da biomecânica para os atletas

De acordo com Feijó (1998), o preparo psicológico tem sido usado por atletas,
treinadores, dirigentes e jornalistas para explicar derrotas e vitórias. No entanto, apesar
de sempre utilizado, raramente é bem definido. Devido a essa falta de definição e
conhecimento é que para alguns a Psicologia do desporto se limita a apenas aplicação de
algumas técnicas psicológicas para aqueles momentos de crise vividos pelos clubes. Em
uma equipe o posto central é ocupado pelo técnico e este tem a responsabilidade maior
de organizar e colocar em prática os planos elaborados para a equipe, é ele que toma as
principais decisões.

O atleta de alta performance busca sempre entregar o seu melhor em uma competição.
Porém, dar o melhor de si não quer dizer que lesões ou esgotamentos devem vir
acompanhados desse resultado. 

A biomecânica no Desporto ajuda a otimizar o rendimento do atleta com


segurança, técnica e qualidade adequadas para que seja eficiente, gere um bom
desempenho e respeite os limites do corpo. 
“A biomecânica faz a avaliação clínica e funcional dos esportistas para que se possa
prescrever de forma individual o melhor treinamento, e melhorar o desempenho pelo
aperfeiçoamento do treinamento de acordo com a identificação das necessidades de
cada indivíduo”, afirma a professora.

Rosa Neto (1990) realizou avaliação postural em escolares de 1ª a 4ª séries com


o simetógrafo, em 791 escolares entre 7 a 12 anos, e pode verificar que os índices de
alterações estruturais eram elevados, embora o instrumento citado não esteja
diretamente ligado as técnicas anteriormente relatadas, a analise estática realizada de
forma qualitativa pode ser atribuída à biomecânica. Outro estudo no segmento escolar
destaca que as alterações posturais de escolares em alunos de 5ª e 6ª séries podem
acontecer devido a hábitos inadequados no transporte de mochila e pela permanência na
posição sentada e que programas posturais educativos devem fazer parte da
contextualização escolar (REGO & SCARTONI, 2008).

Outro foco da educação física escolar é o aperfeiçoamento dos movimentos


naturais e as analises dos padrões fundamentais destes movimentos. Esta deve ser uma
preocupação emergente por parte do professor. Alguns estudos relacionam esta situação,
Maforte et al. (2007) analisaram os padrões fundamentais de movimento como o saltar,
correr, chutar, arremessar e receber em escolares de sete a nove anos de idade
praticantes de educação física escolar, do 3º período do ensino infantil, 1ª e 2ª séries do
ensino fundamental, utilizando filmadoras para posterior analise do padrão de
movimento proposto no protocolo de McClenaghan e Gallahue (1985).

A partir da analise os autores puderam perceber que o grupo do 3º série


apresentou os componentes dos padrões de movimento no estágio elementar e o grupo
da 1ª série encontrava-se em um processo de transição entre o estágio elementar e
maduro, ficando o grupo da 2ª série com o padrão no estágio maduro. O que demonstra
que ocorreu um retardo no desenvolvimento destas habilidades, já que as mesmas
deveriam ter ocorrido até o seis anos como descrevem alguns modelos descritivos de
desenvolvimento (Gallahue & Ozmun, 1998).

    Avelar et al. (1999) afirmam que existe uma relação entre o estado de
amadurecimento do sistema nervoso e o processo de desenvolvimento da criança e a
utilização de estratégias mecânicas durante os movimentos cotidianos. Seus estudos
apontaram que mesmo sem ter o conhecimento dos princípios mecânicos, a criança os
utiliza através de experiências vivenciadas pelo ato de brincar.

    Estas informações nos levam a refletir que o PCN poderia sugerir a estrutura
cronológica de aplicação dos conteúdos e fornecer os instrumentos necessários para a
avaliação da evolução de tais conteúdos e não meramente abordá-lo como conteúdo que
compõe a área da biomecânica.

Qual a importância de analises quantitativas dos movimentos naturais no meio


escolar? Um estudo analisou estes aspectos quantitativos, Melo et al. (2008) fizeram um
estudo com o intuito de analisar o salto vertical de crianças com idades entre quatro e
doze anos. Os resultados mostraram que as crianças no estágio maduro coordenavam
mais os movimentos corporais no momento da execução do movimento. Conhecendo a
técnica do salto vertical, o professor de educação física poderá auxiliar seus alunos
quanto ao aprendizado do movimento e melhoria deste, evitando sobrecargas
desnecessárias nas articulações da coluna vertebral (lombar), quadril e joelho durante
uma atividade lúdica. Mas até onde ocorre tal aplicação? Este é uma questão difícil de
responder ainda, pois não há referência de nenhum estudo que tenha feito um
levantamento junto aos professores da área escolar que ministram a disciplina educação
física sobre os conteúdos aplicados na aula que tenha direta relação com a biomecânica.

A locomoção ainda é o grande foco da maioria das publicações, Mota et al.


(2002) descreveram o comportamento das variáveis cinemáticas durante a marcha de
crianças (oito a nove anos) com e sem mochila. Não houve diferenças nas variabilidades
espaciais e temporais quando os sujeitos caminharam com e sem mochila. As diferenças
significativas ocorreram para a velocidade, cadência, ângulo de inclinação de tronco e
quadril quando na situação da marcha com mochila. Os autores sugerem que o maior
valor do ângulo no quadril pode ser em conseqüência de uma postura compensatória do
tronco.

Em outro estudo David e Ávila (2001) focam que os padrões cinemáticos do


andar não modificam em relação aos adultos na mesma situação, estes mesmos autores
em 2004, evidenciaram que o padrão de deslocamento articular do membro inferior não
modifica durante o processo na situação sem mochila, embora em alguns movimentos,
principalmente no plano transverso e frontal, nota-se grande variabilidade das medidas
nas crianças (6 a 10 anos), devido provavelmente à pequena amplitude dos movimentos
e à influência de erros experimentais, ficando difícil de estabelecer a variabilidade do
movimento em si.

O ser humano está se movimentando a todo o momento, pois é uma forma do


mesmo interagir e relacionar com o meio em que vive. Como foi apresentado acima,
existem pesquisas aplicadas diretamente em crianças com o objetivo de verificar os
movimentos fundamentais, mas se sabe que a aplicação destes métodos para o
aperfeiçoamento desses movimentos, essenciais ao ser humano, são pouco utilizados no
âmbito escolar. Será que o problema está com o interesse do professor em exercer sua
verdadeira tarefa na escola? Ou os professores estão “fechando os olhos” para um
problema tão evidente nas escolas?

A atual formação dos professores pode não oferecer subsídios suficientes para
que este possa observar, analisar e concluir para posteriormente modificar aspecto do
movimento em todos os âmbitos escolares. Nesta perspectiva, por que não trazer o foco
dado recentemente por Lobo da Costa (2008), onde a analise do movimento não deveria
ser compreendido como uma ação isolada, através da observação dos resultados de uma
técnica de investigação da biomecânica, mas sim como o produto multicasual e
heterárquico, sem distinção entre o centro e periférico, aproveitando a relação com o
que se traz da herança genética e das relações com o ambiente.

Contribuições da Biomecânica para o Desporto

Nos últimos anos, o progresso das técnicas de medição, armazenamento e


processamento de dados contribuiu enormemente para a análise do movimento humano. É
claro que nenhuma disciplina científica se desenvolve por si mesma. De acordo com, a
Biomecânica do Desporto é o estudo das técnicas desportivas procurando a maximização de
sua eficiência e, redução dos riscos de lesão.

Atualmente, existem centenas de estudiosos interessados em Biomecânica. Os


resultados das suas pesquisas contribuem grandemente para aumentar a compreensão sobre
os limites do corpo humano. As suas aplicações ao nível da Medicina, Ergonomia, Desporto
e equipamentos, são inúmeras.
A importância do estudo da Biomecânica no futebol

Apesar de ser uma área que vem sendo estudada há algum tempo, principalmente
nos EUA, o estudo da Biomecânica aplicada aos Desportos, e em particular no futebol, no
Brasil é recente. Atualmente, alguns clubes brasileiros e na Europa utilizam os recursos da
análise biomecânica, com destaque para o Sport Club Corinthians/SP e, no exterior, para o
Porto, Real Madrid e Milan. Os resultados são evidentes e as análises dos atletas são
realizadas por profissionais de diversas áreas integradas.

A implantação de laboratórios de biomecânica nos clubes de futebol ainda "esbarra"


em vários obstáculos, que vão desde o alto custo para implantação do sistema integrado, tais
como: estrutura física, equipamentos e materiais utilizados, mão de obra especializada,
entre outros; e alguma desconfiança dos investidores e dirigentes que esperam sempre um
retorno visível e que seja imediato.

Sabe-se que a biomecânica atua na melhoria gradativa, seja do atleta ou de um


grupo de atletas, mas os resultados somente são percebidos através do feedback com outros
setores, tais como: departamento médico, preparação física e comissão de planejamento
técnico; as informações advindas destas áreas são primordiais para o sucesso do programa
desenvolvido pela biomecânica à equipe.

    É importante destacar que em biomecânica esportiva deve-se analisar o movimento


de maneira cinemática, através de imagem ou filmagem de um determinado evento; e
cinética, através da força vertical ou aceleração do membro, entre outros aspectos que
podem ser explorados numa análise quantitativa deste movimento. Ainda há muito a
evoluir nesta área, mas os resultados são cada vez mais visíveis, seja na recuperação de
lesões, na melhoria da performance ou condicionamento físico; os clubes ou associações
desportivas que utilizarem os recursos biomecânicos largarão á frente dos demais, tendo
em vista os avanços tecnológicos e exigências que não permitem mais que os clubes
trabalhem com seus profissionais de maneira “amadora” ou empírica. Um profissional
bem sucedido deve tão somente conhecer a proposta do movimento que está sendo
analisado, mas também conhecer os fatores que contribuem para uma excussão
habilidosa do movimento. Uma técnica má realizada impedirá que o atleta coloque suas
potencialidades físicas (força, flexibilidade, resistência, etc.) crescentes a serviço de
uma performance específica superior.
Considerações finais

    É de conhecimento geral que a biomecânica no âmbito escolar é pouco estudada e


aplicada. O país possui vários grupos de pesquisas com linhas relacionadas à
biomecânica, mas o foco no âmbito escolar é pequeno. O presente ensaio apresentou
diversos questionamentos baseado nas pesquisas científicas com interação ou não dos
distintos métodos de investigação, embora estes tenham focado a criança no contexto
escolar, não se percebe uma preocupação em entender a relação que esta tem em seus
diversos estágios com sua carga genética, como o meio em que vivem e até mesmo
como esses aspectos podem influenciar na perspectiva causa-efeito do movimento final,
seja ele o andar, saltar ou até mesmo aqueles que irão ser combinados para o gesto
desportivo.

    Com isso, perpetua uma grande dúvida, por que a biomecânica não possui uma
interação com a educação física escolar? A resposta desse problema pode estar na
formação superior, pois o professor de educação física não consegue relacionar o
conteúdo da biomecânica nas aulas. Por fim, precisa-se entender melhor a complexa
interação dos sistemas no comportamento motor durante a realização do movimento,
desenvolver estratégias de aplicação do conteúdo da biomecânica no ensino superior e
melhor focar como o professor irá aplicar este conhecimento na aula de educação física.
Mas um caminho é claro, os grupos de pesquisa em biomecânica no Brasil que possuem
vínculos com a educação física precisam evoluir para aproximar o conteúdo
desenvolvido nas pesquisas, daquele desenvolvido nas disciplinas de fundamentação da
área nas grades do curso de nível superior em educação física, com a aplicação deste
junto ao plano de aula desenvolvido na escola, fazendo assim que o aluno tenha um
melhor entendimento, até mesmo na perspectiva interdisciplinar.
Referências bibliografica

Amadio, A. C.; Serrão, J. C. Biomecânica: trajetória e consolidação de uma disciplina


acadêmica. Revista Paulista de Educação Física. v. 18, n.1, p. 45-54, 2004.

Avelar, I. S. et al. A importância da Biomecânica para o professor de educação física:


Observando uma brincadeira infantil. Pensar a Prática. v. 3, p. 106-110, Jul./Jun 1999.

Carneiro, L. C. et al. Características cinemáticas e dinamométricas da marcha de


crianças em ambiente aquático. Revista Fisioterapia em Movimento. v. 22, n. 3, p. 427-
438, 2009.

Coordenação De Aperfeiçoamento De Pessoal De Nível Superior


(CAPES). REESTRUTURAÇÃO DO QUALIS. Ministério da Educação (MEC). 2008.
http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis.

Corrêa, S. C.; Freire, E. S. Biomecânica e educação física escolar: possibilidades de


aproximação. Revista Mackenzie de Educação Física e Desporto. v. 3, n. 3, p. 107-123,
2004.

David, A. C.; Ávila, A. O. V. Cinética da locomoção infantil: momento articulares


durante o andar. Revista Brasileira de Biomecânica. v. 2, n. 2, p. 5-11, 2001.

Feitosa, E. A. et al. Controle postural dinâmico em crianças de dois a seis anos de idade.
Revista Brasileira de Educação Física e Desporto. v. 22, n. 4, p. 285-291, 2008.

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