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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Ética Profissional

Tema: Resumo das Unidades 7,8 e 9 do Modulo da Ética Profissional

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.
Dirigido ao Docente: António Juma

Nampula, Abril de 2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Ética Profissional

Tema: Resumo das Unidades 7,8 e 9 do Modulo da Ética Profissional

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia. UCM/IED-CRN

Tutor: António Juma

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.

Nampula, Abril de 2023

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Estrutura Aspectos Introdução 0.5
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Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação clara do
problema) 1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao objecto do 2.0
Trabalho
Articulação e domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão escrita cuidada, 2.0
Analise coerência / coesão textual)
Discurso Revisão bibliográfica nacional e
internacionais relevantes na área de 2.0
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos prático
Conclusão 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho de letra,
Gerais Formatação paragrafa, espaçamento entre linhas 1.0

Referência Normas APA Rigor e coerência das citações/referências


s 6ª edição em Bibliográficas
Bibliográfi citações e 4.0
cãs bibliografia

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 4

Unidade 07: O Problema Moral............................................................................................. 5

Actos morais.......................................................................................................................... 5

Juízos morais ......................................................................................................................... 5

Normas morais....................................................................................................................... 5

Traços essenciais da moral .................................................................................................... 6

Unidade 08: O Problema Ético.............................................................................................. 7

Definições e objecto da ética ................................................................................................. 7

Problemas básicos da ética .................................................................................................... 8

O problema crítico ................................................................................................................ 8

O problema teórico ................................................................................................................ 9

O problema deontológico....................................................................................................... 9

Princípios para uma deontologia interprofissional............................................................... 10

Unidade 09: Deontologia ou Ética Profissional: a excepção das profissões da educação .. 11

Situação paradoxal das profissões da educação................................................................... 11

Visão redutora da profissionalidade das profissões da educação ........................................ 11

Carência deontológica das profissões da educação ............................................................. 12

Necessidade de um órgão profissional de novo tipo............................................................ 13

Conclusão ............................................................................................................................ 14

Bibliografia.......................................................................................................................... 15

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Introdução
É enfático, afirmar que ter ética profissional e adequar-se às normas de conduta de uma
empresa ou instituição são condições cada vez mais valorizadas no reconhecimento dos
trabalhadores e no processo selectivo de novos funcionários.
Para você conquistar uma vaga no mercado de trabalho e manter-se no emprego em longo
prazo, é preciso mais que formação académica e experiência profissional: é preciso estar
alinhado com aquilo que a empresa espera de você! Portanto, conhecer um pouco mais
sobre ética profissional e pesquisar sobre as características do comportamento ético e o
código de conduta organizacional da empresa na qual pretende trabalhar são pontos
fundamentais para alcançar o sucesso profissional.
Neste contexto, o presente trabalho de pesquisa pretende fazer um breve resumo sobre o
problema da moral, o problema ético e deontologia ou ética profissional: a excepção das
profissões da educação.
Os resultados deste trabalho, o pesquisador julga que de forma directa ou indirecta poderão
contribuir para a concretização dos objectivos traçados no contexto de obter dados
concretos que depois de analisados e sumarizados, contribuirão no desenvolvimento das da
habilidades profissionais de um individuo.

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Unidade 07: O Problema Moral
Actos morais
Segundo Cotrim (2002), as relações entre as pessoas, entre os grupos e entre as nações
não são lineares. Apresentam problemas, são complexas.

Juízos morais
Segundo Cotrim (2002) as normas morais e as normas jurídicas são estabelecidas pelos
membros da sociedade e ambas se destinam a regulamentar as relações humanas. Há
vários aspectos comuns a estas duas esferas, pois ambas:
 Apresentam-se como imperativos, ou seja, normas que devem ser seguidas por
todos.
 Buscam propor, por meio de normas, uma melhor convivência entre os indivíduos.
 Orientam-se pelos valores próprios a uma determinada sociedade.
 Têm o carácter histórico, isto é, mudam de acordo com as transformações
histórico-sociais.

O que há em comum entre esses dois juízos morais tão distintos é de que em termos de
aspectos formais ambos se referem a acções que supõem a liberdade do ser humano em
escolher sua forma de agir no mundo e, portanto, está disposto a se responsabilizar por
aquilo que faz e que entende qual é a responsabilidade que está envolvida em seu ato. No
aspecto de conteúdo, o que traço em comum entre os juízos morais é que eles se referem
àquilo que os seres humanos desejam ou necessitam. Nesse aspecto é preciso fazer, ainda,
uma distinção: há aqueles que falam sobre o que é justo – e isso aportam um sentido de
“exigência” e “prescrição” – e há aqueles que falam sobre o que é bom – estes se
apresentam como conselhos a respeito das formas de agir.

Normas morais
Para Cordi (2003), a moral é tanto um conjunto de normas que determinam como deve ser
o comportamento quanto acções realizadas de acordo ou não com tais normas (p.64),
As normas morais têm o sentido de uma obrigação interna, ou seja, fundada na razão; as
jurídicas de uma obrigação externa fundada nas leis; as religiosas têm o sentido de uma
obrigação externa fundada na divindade, expressa por algum livro sagrado ou pelas
autoridades religiosas;

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As normas morais são estabelecidas pela consciência pessoal de cada indivíduo; as normas
jurídicas são estabelecidas por organismos legislativos do Estado; as normas religiosas são
estabelecidas pelos intérpretes da doutrina professada, tendo relação tanto com o livro
sagrado (se houver para a determinada religião) quanto com a tradição;
As normas morais têm uma condição universalizável, ou seja, abrange diversos aspectos da
vida humana, por isso também não possuem um código formal.
As normas jurídicas se referem a questões específicas e geralmente, por sua ligação com o
Estado, afectam um território delimitado. As normas religiosas se referem a princípios
compartilhados por um grupo de pessoas, que não têm relação ao território, pois pessoas de
países diferentes podem professar o mesmo credo. No entanto, as normas morais são
independentes da expressão religiosa, sem que isso signifique que sejam opostas a
existência dela.
Ora a dúvida quanto a como devemos agir e o facto que julgamos e somos julgados
pressupõem que haja:
 Princípios;
 Normas;
 Regras;
 Leis

Traços essenciais da moral


Resumidamente são os seguintes os traços essenciais da moral.
É uma forma de comportamento humano que compreende tanto um aspecto normativo
(regras de acção) quanto um aspecto factual (necessidade de adequação dos actos
humanos às normas)
A Moral é um facto social: tende a ajudar os grupos e as sociedades a organizarem suas
acções em base a valores e fins e assim a solucionar suas necessidades.
É um facto individual, de cada pessoa, pois exige a interiorização, a adesão íntima, o
reconhecimento interior das normas estabelecidas pela comunidade ou descobertas
pessoalmente.
O acto moral, como acto consciente e voluntário, supõe uma participação livre do
sujeito em suas realizações; é portanto incompatível com a imposição forçada de normas.

Para Piaget (1994, p. 23) “Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda
moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”. É a

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partir da compreensão de como a consciência vai respeitar as regras que Piaget e Kohlberg
desenvolvem suas pesquisas. Piaget escolhe a observação do jogo de bolinhas para
fundamentar sua teoria, porém não deu continuidade sobre este tema, focando-se no
desenvolvimento intelectual Biaggio em geral (1997).
No entanto, Kohlberg aprofunda os estudos sobre a moralidade e para isso apresenta
dilemas morais a seus entrevistados. Este capítulo apresenta os estágios do
desenvolvimento da moralidade de ambos os autores.
A Moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são
regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e as comunidades,
de tal maneira que estas normas, dotadas de um carácter histórico e social, sejam
acatadas livremente e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira
mecânica, externa ou impessoal.

Unidade 08: O Problema Ético


Definições e objecto da ética
Para começar, podemos definir Ética como "Teoria ou ciência do comportamento moral
dos homens em sociedade" Ou "Ciência de uma forma específica de comportamento
humano que é exactamente o comportamento moral".
Destas definições se deduz, então, que o Mundo Moral é o campo ou o objecto da Ética.
Não para entrar em pormenores, estabelecer normas e códigos, dizer como deves ou não
deves agir em tal ou tal situação concreta, mas para reflectir sobre os fundamentos,
princípios, ideologias subjacentes, valores, termos e conceitos usados pela Moral.
"A Ética, como muito bem diz Sanchez Vásquez, depara com uma experiência histórica -
social no terreno da Moral, ou seja, com uma série de práticas morais e, partindo delas,
procura determinar:
 A essência da Moral;
 Sua origem;
 As condições objectivas e subjectivas do ato moral;
 As fontes de avaliação moral;
 A natureza e a função dos juízos morais;
 Os critérios de justificação destes juízos.
O princípio ou princípios que regem a mudança e a sucessão dos diferentes sistemas
morais, nos diversos tempos e nos diversos lugares".

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Problemas básicos da ética
A ética tem por função responder a dois diferentes problemas:
Qual a base, o fundamento e o valor dos códigos, princípios, normas e
convicções morais existentes por aí?
Quais os pressupostos essenciais à acção moral, para que um acto seja moral,
aquilo sem o que não se poderia falar de moralidade?
Quais os critérios supremos ou máximos ou básicos de moralidade ou imoralidade
de um acto humano?
Chama-se ao 1º de Problema Crítico e ao 2º de Problema Teórico.

O problema crítico
Olhando em volta de nós, vemos que por toda a parte há códigos, normas, leis
codificadas
 Códigos de direito (vários) civil;
 Códigos de direito canónico;
 Código de trânsito;
 Dezenas de códigos de "Ética".
Os aos códigos "éticos" ou melhor, morais, eles prescrevem deveres, estabelecem leis,
ditam normas que devem ser obedecidas por determinadas pessoas, grupos ou nações.
Deixando de lado as "tábuas da Lei" ou o alcorão que segundo o Judeu – Cristianismo e o
Islamismo foram ditados pela autoridade incontestável de Deus, Senhor Absoluto, todos
os outros códigos morais têm origem humana, lugar e data e autor certos ou presumíveis.

Como é de nosso conhecimento, houve na Grécia dois tipos de resposta para este
problema:
a) A dos Sofistas: essas normas não se fundam na natureza humana, mas sim sobre
determinadas convenções sociais. Os Estados fixam para seus cidadãos as normas
que julgam mais oportunas a seu bem-estar individual e social.
b) A de Sócrates (o grande mestre e fundador da Ética ocidental) em que ele afirma:
essas normas, códigos e convenções morais baseiam-se na natureza das coisas e
do homem. O problema, diz ele, é que o homem é um grande ignorante. Não
conhece nem a natureza nem, sobretudo, a si mesmo. Daí Sócrates afirmar que
todo o mal é e vem da ignorância e que o início da Sabedoria e do bem moral é
"conhece-te a ti mesmo".

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O problema teórico
a) Condições de moralidade
 Liberdade;
 Conhecimento;
 Norma

b) Critério Supremo de moralidade – Aqui os filósofos se dividem em duas grandes


fileiras:
 Morais Teológicas;
 Morais Deontológicas ou do Dever ou da Lei.

c) Morais situacionais e relativistas – são as que se recusam a construir a moral sobre um


princípio absoluto, seja ele o fim último ou o dever.
O homem tem sim deveres a cumprir, leis a observar, fins a realizar, mas estes não são
estáveis. Mudam conforme a época, o lugar, as circunstâncias. Daí naturalmente só se
pode construir uma moral relativista e situacionista.
De morais relativistas são exemplos:
 Na antiguidade, os Sofistas, os Cépticos, Nominalistas.
 Na Modernidade, o materialismo histórico de Marx e Engels, o Neopositivismo e
os Analistas da Linguagem.

O problema deontológico
O vocabulário grego "déon" significa:
 O obrigatório;
 O justo;
 O adequado
A partir deste particípio e da palavra loghia, Jeremias Bentham cunhou o termo
deontologia, em 1834. Como ciência de normas que são meios para alcançar certos fins.
Após Bentham tornou-se comum considerar a Deontologia não só como uma disciplina
normativa, mas também descritiva e empírica que tem como finalidade a determinação dos
deveres que devem ser cumpridos em determinadas circunstâncias sociais e de modo todo
especial dentro de uma determinada profissão.
A Deontologia é, então, a ciência que estabelece normas directoras das actividades

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profissionais sob o signo de rectidão moral ou honestidade estabelecendo o bem a fazer e
o mal a evitar no exercício da profissão.
Partindo do pressuposto de que a actividade profissional é, toda ela, sujeita à norma
moral, a Deontologia profissional elabora sistematicamente os ideais e as normas que
devem orientar a actividade profissional.

Princípios para uma deontologia interprofissional


Deixando de lado os aspectos de cada profissão, uma boa Deontologia profissional deve
ter o seguinte esquema básico de conduta profissional:
Na área da profissão, terá como norma fundamental:
Zelar, com sua competência e honestidade, pelo bom nome ou reputação da profissão.
Na área da ordem profissional, ou seja, na relação com seus pares e colegas de profissão,
a norma fundamental será:

Na área da clientela profissional, os que os que são os usuários dos serviços profissionais
(verdadeiro coração da Deontologia Profissional), deverá haver três normas fundamentais:
a) Execução íntegra do serviço conforme o combinado com o usuário. Sempre
naturalmente que o pedido seja moralmente lícito no plano objectivo e não vá
contra o bem comum ou de terceiros ou do próprio solicitante.

Se do ponto de vista técnico o pedido é menos seguro ou menos bom ou tem


consequências não previstas pelo solicitante, deve o profissional esclarecer o cliente
mostrando as inconveniências existentes e os procedimentos para melhor execução, após
o que pode deixar o cliente decidir e assumir toda a responsabilidade pelas consequências,
excepto, se houver prejuízos ao bem comum ou a terceiros.

b) A remuneração justa: nunca por motivo algum, deve ser excessiva. Nada
impede que se prestem serviços a menor preço ou mesmo gratuitamente, em casos
de necessidade financeira do usuário.
c) O segredo profissional: o que se vem a conhecer de íntimo e pessoal no exercício
da profissão faz parte do que se domina de segredo natural ou segredo confiado e
só se pode usar para melhor prestação de serviço e não para outros fins, a não
ser em casos de grave e urgente perigo para o cliente, para si, para terceiros o para
o bem comum.

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Unidade 09: Deontologia ou Ética Profissional: a excepção das profissões da educação
Situação paradoxal das profissões da educação
As profissões da educação são geralmente consideradas entre as mais importantes funções
sociais, mas o seu prestígio não é, de um modo geral, elevado. A função docente,
designadamente, deixou de ter o prestígio que já teve e de ser atraente como foi. Entre nós,
pelo menos, porque noutros países a situação é diferente.

Visão redutora da profissionalidade das profissões da educação


A análise e compreensão do conceito de profissionalidade implicam a distinção entre três
conceitos de profissão. Todo o tipo de trabalho tem a sua inerente dignidade, fundada na
subjectiva dignidade da pessoa que trabalha, independentemente da objectiva realidade do
objecto do seu trabalho. No entanto, sociologicamente, pode-se distinguir três conceitos
de profissão: um amplo, um intermédio e um restrito.

No conceito amplo, meramente económico, profissão é o trabalho, ocupação ou


actividade habitual de alguém, fonte principal do seu rendimento e subsistência, de
natureza predominantemente física, empírica e mecânica, exercido sem qualquer
habilitação específica e de modo dependente. Não é mais do que um emprego

No conceito intermédio, não meramente económico, profissão é o trabalho, ocupação ou


actividade habitual de alguém, fonte principal do seu rendimento e subsistência, que
consiste num saber-fazer-bem de natureza principalmente técnica, adquirido através de
uma aprendizagem formal ou apenas por experiência, exercido de modo dependente e
independente.
No conceito restrito, mais forte e selectivo, profissão é o trabalho, ocupação ou
actividade habitual de alguém, fonte principal do seu rendimento e subsistência, que
consiste num saber-fazer-bem de natureza principalmente intelectual, teoricamente
fundamentado e muito reflexivo, adquirido através de mais ou menos longa e superior
preparação, de grande relevância e responsabilidade, podendo ser exercido de modo
independente e dependente. É o conceito a que melhor se aplica a ideia de
profissionalidade ou ideal profissional, com os atributos que a caracterizam.

Este terceiro conceito de profissão tem, portanto, uma denotação elitista, patente, por

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exemplo, na utilização do termo ‘honorários’ em vez de pagamento, remuneração,
vencimento ou ordenado, e uma forte conotação de serviço público. Por isso, o exercício
das profissões que lhe correspondem é enquadrado e controlado pelo poder público,
directamente ou através de órgãos profissionais de Direito Público.

A distinção ou identidade de uma profissão funda-se na natureza do seu objecto e na


especificidade do seu acto profissional típico. No seu conceito restrito, reside numa
composição dos atributos seguintes:
 Relevância social do serviço que presta;
 Nível de especialização dos saberes que requer;
 Normas deontológicas a que publicamente se obriga;
 Qualidades pessoais que potenciam a excelência dos seus profissionais;
 Independência e autonomia científico-técnica no seu exercício;
 Poder de auto-regulação colectiva que lhe é reconhecido;
 Estatuto económico e prestígio social que propicia.

Carência deontológica das profissões da educação


Embora tendo uma semântica e um uso filosóficos precisos, o termo Deontologia
designa, na sua acepção mais corrente, uma Ética ou Moral Profissional, ou seja, uma
Ética aplicada ao exercício de uma profissão, formulando os respectivos deveres
profissionais. Há, por isso, alguma redundância pragmática na expressão ‘Deontologia
Profissional’ utilizada nos Estatutos das principais profissões, em Portugal.

Uma Deontologia é, pois, um quadro normativo regulador do comportamento dos


membros de uma profissão, proclamando os seus valores fundamentais, formulados em
princípios e operacionalizados em deveres, dos quais decorrem direitos. Define,
essencialmente, a responsabilidade profissional, relativa às competências que a profissão
requer e à integridade com que deve ser exercida, para ser digna, honrada e prestigiada.
Com efeito, os direitos e deveres, no exercício de uma actividade profissional
juridicamente enquadrada, não são apenas uma questão de relação de trabalho, mas
também de valores e relações no trabalho, de relações humanas, principalmente nas
profissões de serviços.

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Necessidade de um órgão profissional de novo tipo
Uma Deontologia válida, na sua generalidade, para todas as profissões e profissionais da
educação, para ser vinculativa, representativa, reconhecida e efectiva, carece da
intervenção do poder público para conferir-lhe a força normativa do Direito. Mas não
pode ser unilateralmente imposta pelo Estado, nem ter uma origem exclusivamente
profissional. Com efeito:
 O Estado, por um lado, é geralmente a principal entidade patronal dos
profissionais da educação, posição que lhe retira a neutralidade exigível nesta
matéria; por outro, são os profissionais que melhor podem cuidar dos valores da
sua profissão, através das suas organizações.
 As organizações profissionais, de natureza sindical ou não, também não
concentram todos os interesses legítimos no campo da educação, que tem um
profundo lastro cultural, moral, ideológico e político. Muito menos uma só
organização, quando há várias, por mais representativa que seja.

A missão de um Conselho Superior das Profissões da Educação seria proteger os


destinatários dos seus serviços e garantir a sua qualidade, no interesse dos educandos e no
interesse público. Compreenderia as seguintes competências:
 Organizar a elaboração e adopção de normas de competência e de conduta
profissionais.
 Certificar a qualificação profissional e manter o registo dos profissionais
qualificados.
 Acreditar programas de formação contínua.
 Criar mecanismos de aceitação e exame, de um modo objectivo, eficaz e
credível, das queixas relativas à competência e conduta profissionais.
 Difundir informação com interesse para os profissionais da educação, através de
todos os meios apropriados.
 Elaborar recomendações e pareceres sobre a política de educação.

Para o desempenho destas funções poderiam ser criadas comissões especializadas, como:
 Comissão de Certificação e Acreditação;
 Comissão de Deontologia;
 Comissão de Informação;
 Comissão de Estudos.

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Conclusão
Depois dum breve resumo das unidades temáticas, cheguei a concluir que a moral é um
sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações
mútuas entre os indivíduos ou entre estes e as comunidades, de tal maneira que estas
normas, dotadas de um carácter histórico e social, sejam acatadas livremente e
conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa ou
impessoal.
Deontologia é a ciência que estabelece normas directoras das actividades profissionais sob
o signo de rectidão moral ou honestidade estabelecendo o bem a fazer e o mal a evitar no
exercício da profissão.
No sentido mais amplo, profissão é o trabalho, ocupação ou actividade habitual de alguém,
fonte principal do seu rendimento e subsistência, de natureza predominantemente física,
empírica e mecânica, exercido sem qualquer habilitação específica e de modo dependente.

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Bibliografia
Cordi, Cassiano. (2003), Para filosofar. 4. ed. São Paulo: Scipione.

Cortina, Adela; Martinez, Emílio. (2001), Ética. Ediciones Akal. Espanha.

Costa, Jurandir Freire. ( 1994), A Ética e o espelho da cultura. Rio de

Cotrim, Gilberto (2002), Fundamentos de filosofia: história e grandes temas. 15. ed. São
Paulo. Janeiro, Rocco.

Piaget, Jean. (1994), O juízo moral na criança. Tradução Elzon L. 2. ed. São Paulo:
Summus.

Romaro, Rita. (2006), Ética na psicologia. Petrópolis, Vozes.

Souza, Ricardo Timm. (2004), Ética como fundamento: uma introdução à Ética
contemporânea. São Leopoldo, Nova Harmonia.

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