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Ano de Frequência: 4o
CUAMBA
Outubro de 2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CUAMBA
Outubro de 2020
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Classificação
Categoria Indicadores Padrões Pontuação Nota de Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Estrutura Aspectos Índice 0.5
Organizacionais Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1.0
Descrição dos
Introdução Objectivos 1.0
Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
Articulação e domínio do
discurso académico 2.0
Analise (expressão escrita
Conteúdo Discussão coerência/coesão textual)
Revisão discussão
bibliográfica nacional e 2.
internacional na área
Exposição dos dados 2.0
Contributo teórico e
Conclusão Prático 2.0
Paginação tipo e tamanho de
Aspectos Formatação letra, paragrafo, 1.0
gerais espaçamento entre linhas
Normas APA 6a Rigor e coerência das
Referência edição em citação Citações/referências 4.0
bibliográfica e bibliografia bibliográficas
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RESUMO
O género deve ser perspectivado como uma construção histórica das relações de poder
entre homens e mulheres, e deve contemplar definições plurais de masculinidade e
feminilidade.
A distinção e a interacção entre sexo e género ou entre biologia e cultura não são claras.
Na verdade não podemos definir com precisão onde acaba o domínio da biologia e
começa o da cultura, além de que parece evidente que o significado de uma diferença
sexual biológica também pode variar consoante a cultura. No mundo hodierno, o género
constitui-se como uma relação social mas também como uma relação de dominação.
Tanto para mulheres como para homens.
O Desporto rege-se por uma particular forma de dominação masculina, e quando uma
prática Desportiva e quem a pratica não se encaixa nesta esfera de masculinidade
hegemónica então é situada no a outro.
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Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................4
OBJECTIVOS ...............................................................................................................5
Objectivo Geral:.............................................................................................................5
Objectivos Específicos:..................................................................................................5
Metodologias .................................................................................................................5
Conclusão.....................................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho vai abordar sobre funções do género no desporto. Quando falamos
de género, comummente referimo-nos às diferenças culturais entre mulheres e homens
assentes numa base biológica de feminino e masculino, substanciado nos conceitos de
dicotomia e diferença. Ou seja, ao falar de género o senso comum centra o seu
pensamento nas diferenças entre mulheres e homens em que crenças familiares, sociais
e culturais acerca das diferenças de sexos direccionam o foco para o que caracteriza e
justifica a diferença, desprezando ou secundarizando o entendimento das relações
sociais de género.
OBJECTIVOS
Objectivo Geral:
Estudar as funções do género no desporto.
Objectivos Específicos:
Conhecer como o género comporta no desporto;
Identificar os géneros no desporto.
METODOLOGIAS
Para fazer face a realização deste trabalho, foi definido o método de pesquisa em fontes
do manual ou módulos de estudo desta disciplina utilizados no centro de Ensino à
Distancia da Universidade Católica de Moçambique. Consegui fazer a síntese durante 5
horas de tempo para a realização do mesmo.
Utilizou-se autores como (Connell, 2002), (Fasting, 1992), Flax (1990), Almeida
(2004), (Kirk, 2003), (Bryson, 1990 entre outros, que contribuíram para uma
consciencialização de como a prática de uma modalidade desportiva pode adaptar-se ou
desafiar a cultura dominante.
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FUNÇÕES DO GÉNERO NO DESPORTO
Quando falamos de género, comummente referimo-nos às diferenças culturais entre
mulheres e homens assentes numa base biológica de feminino e masculino, substanciado
nos conceitos de dicotomia e diferença. Ou seja, ao falar de género o senso comum
centra o seu pensamento nas diferenças entre mulheres e homens em que crenças
familiares, sociais e culturais acerca das diferenças de sexos direccionam o foco para o
que caracteriza e justifica a diferença, desprezando ou secundarizando o entendimento
das relações sociais de género.
O género deve ser perspectivado como uma construção histórica das relações de poder
entre homens e mulheres, e deve contemplar definições plurais de masculinidade e
feminilidade. Assim, o conceito de género vária ao longo do tempo e de cultura para
cultura. Acima de tudo, género refere-se às relações sociais nas quais indivíduos e
grupos actuam (Connell, 2002).
Segundo FLAX (1990) no mundo hodierno, o género constitui-se como uma relação
social mas também como uma relação de dominação. Tanto para mulheres como para
homens. O entendimento de conceitos como anatomia, biologia, corporalidade,
sexualidade e reprodução estão parcialmente impressos pelas já existentes relações de
género, bem como as reflectem e as justificam (ou mesmo as desafiam). Por sua vez, a
existência das relações de género ajuda-nos a ordenar e compreender os factos da
existência humana. Simplificando, o género pode tornar-se uma metáfora para a
biologia tal como a biologia pode tornar-se uma metáfora para o género. No sentido de
compreender o género como uma relação social, Flax (1990) aconselha as teóricas
feministas a continuarem o processo de desconstrução dos significados associados a
biologia, sexo, género, natureza, processo que está longe de estar completo e que não é
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uma tarefa nada fácil. Para que as relações de género sejam úteis como categoria de
análise social temos que ser social e pessoalmente tão críticos as quanto possível, tanto
acerca dos significados que usualmente atribuímos a essas relações, como aos modos
como pensamos acerca delas. De outra forma corremos o risco de replicar as mesmas
relações sociais que estamos a tentar compreender.
Na sociedade do futuro Vale de Almeida (2004) perspectiva que uma parte do debate
político irá centrar-se na definição das fronteiras entre o natural e o cultural, ou seja, na
explicação do absurdo que é querer continuar a estabelecer essas fronteiras. Almeida
(2004).
O Desporto rege-se por uma particular forma de dominação masculina, e quando uma
prática Desportiva e quem a pratica não se encaixa nesta esfera de masculinidade
hegemónica então é situada no a outro. Esta categoria de outro é plural, onde cabem
homens e mulheres Desportistas. As fronteiras culturais e sociais nunca deixam de
existir e, também no Desporto, elas estão constantemente a ser reconstruídas num
qualquer lugar. Aquele a que transgride os limites torna-se parte integrante de um
processo de transformação social que delimita um novo eu mas, também, um novo
outro. A vigilância destas fronteiras é uma das principais características das sociedades
actuais, que, embora permitam a mobilidade dos seus limites, as reconfiguram ou as
reconstroem de modo a fazerem prevalecer a construção do outro. ALMEIDA (2004)
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As mulheres que praticam Desporto parecem incorrer em múltiplos riscos. Não falamos
de riscos enquanto danos biológicos ou físicos no seu corpo decorrentes de uma prática
Desportiva mais ou menos intensa, mas referimo-nos a todo um conjunto de riscos
subsequentes da observação dos seus corpos de atletas, pelo tipo de modelação que
apresentam e que a prática Desportiva desenvolve, e pelos movimentos que expressam.
Um corpo feminino actuante, desportista, é, não um corpo libertado, mas um corpo
aprisionado por uma cultura masculina hegemónica. ALMEIDA (2004)
A maioria dos estudos e análises do Desporto parece ainda não se ter afastado da base
patriarcal que sustentou o seu desenvolvimento.
Nem tão pouco podemos afirmar que se tenha desenvolvido uma visão reconstruída do
Desporto a partir de uma perspectiva feminista. Sem uma ruptura com os esquemas
patriarcais que regem, ainda, a maioria dos estudos no desporto, as questões da mulher
no desporto permanecem como experiências problemáticas pela natureza inferior e
desviante dos seus comportamentos e rendimentos, e os homens só cabem numa
masculinidade hegemónica que glorifica a virilidade e certifica a dominância do
masculino no Desporto. Nas arenas do Desporto, nos mais diversificados cenários,
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actuam, com excelência, uma feminização acentuada e uma masculinização
hegemónica. Mas as actuações dos corpos desportistas transgridem, não raras vezes,
estas tácitas configurações de controlo um controlo social exercido sobre a sexualidade
dos homens e das mulheres que praticam Desporto, e que ratificam o Desporto como
uma instituição de controlo social.
Parece evidente que a nossa sociedade se rege por uma cultura homofóbica que se
expressa em diversos domínios entre os quais o das práticas de actividades físicas e
desportivas.
Homofobia pode definir o medo ou o desprezo pelos homossexuais mas esta definição
não capta o seu real significado nos nossos dias. Homofobia raramente assume o seu
significado literal de verdadeira fobia ou medo do seu semelhante, como o termo grego
homos sugere. Esta palavra é comummente usada com um significado mais abrangente,
referindo-se ao receio das próprias pessoas serem homossexuais e, principalmente, de
que os as outros/as pensem que elas o são. Ao falarmos de homofobia estamos
implicitamente a falar de heterossexismo e de uma institucionalizada orientação sexual
de cada pessoa. Numa sociedade heterossexista todas as pessoas são consideradas
heterossexuais até prova em contrário. Tal como o sexismo e o racismo, o
heterossexismo discrimina e ostraciza pessoas.
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Tal é particularmente notório no contexto que Butler (1990) descreve como de matriz
heterossexual, isto é, o modo como a heterossexualidade estrutura e codifica a vida do
dia-a-dia. O clima homofóbico no Desporto pressiona as mulheres atletas a
apresentarem uma imagem feminina heterossexual que evite suspeitas e confrontações
(Cox e Thompson, 2000), como também parece exercer uma vincada necessidade de
rapazes e homens reforçarem a imagem da sua masculinidade quando os padrões de
movimentos das actividades desportivas que praticam não lhe estão associados
(Williamson, 1996).
O desporto é uma área onde o corpo é dominante mas largamente ignorado como ente
social. Cada vez temos mais informação relacionada com as funções e movimentos do
corpo mas tampouco relacionada com as suas experiências e significados sociais
(Fasting et al., s/d).
O corpo no e do desporto deve ser visto em si mesmo e nos modos como é incorporado
na construção do género. As desigualdades e injustiças entre mulheres e homens que o
desporto demonstra, estão também presentes, com maior ou menor extensão, na
sociedade em geral. O desporto não existe fora da sociedade mas, pelo contrário,
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contribui activamente para a construção do género noutras esferas da vida da pessoa
(Kirk, 2003).
O corpo como sujeito subentende toda a actividade física incluindo o desporto, e este
representa o protótipo do corpo-sujeito. O desporto é, então, o modelo ideal do corpo-
sujeito. A cultura patriarcal, por sua vez, definiu mulher como o outro, o objecto, mais
especificamente o corpo-objecto. Daqui deriva que quando associamos mulheres e
desporto a cultura, e considerando que esta, a cultura, define desporto como corpo-
sujeito e mulher como corpo-objecto, deparamo-nos com uma incompatibilidade (Hall,
1990). O que aqui parece manifesto é que as mulheres sempre foram excluídas dos
símbolos, práticas e instituições do desporto, ou, quando aí participavam, o que faziam
não era considerado como verdadeiro desporto, ou em alguns casos elas não eram vistas
como verdadeiras mulheres, ou seja, elas teriam que provar sempre a sua
heterossexualidade (Lenskyj, 1986). "Mostrar ou exercer a sua força, entregar-se a um
combate, dar ou levar golpes e assumir riscos corporais são atributos que as mulheres
parecem não poder fazer seus e que, portanto, pertenceriam, em exclusivo, à
masculinidade" (Louveau, 2000).
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CONCLUSÃO
Após abordagem feita verificou-se que O género deve ser perspectivado como uma
construção histórica das relações de poder entre homens e mulheres, e deve contemplar
definições plurais de masculinidade e feminilidade. Assim, o conceito de género vária
ao longo do tempo e de cultura para cultura.
Portanto A distinção e a interacção entre sexo e género ou entre biologia e cultura não
são claras. Na verdade não podemos definir com precisão onde acaba o domínio da
biologia e começa o da cultura, além de que parece evidente que o significado de uma
diferença sexual biológica também pode variar consoante a cultura.
Por fim conclui-se que nem tão pouco podemos afirmar que se tenha desenvolvido uma
visão reconstruída do Desporto a partir de uma perspectiva feminista. Sem uma ruptura
com os esquemas patriarcais que regem, ainda, a maioria dos estudos no desporto, as
questões da mulher no desporto permanecem como experiências problemáticas pela
natureza inferior e desviante dos seus comportamentos e rendimentos, e os homens só
cabem numa masculinidade hegemónica que glorifica a virilidade e certifica a
dominância do masculino no Desporto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENE, José Ferrão. Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto.
Sociologia do Desporto.p54-57.
https://www.efdeportes.com/efd96/genero.htm
BRYSON, Lois (1990). Challenges to Male Hegemony in Sport. In M.A. Messner; D.F.
Sabo (Eds.), Sport, Men and the Gender Order.
CONNEL, Robert (1990). An Iron Man: The Body and Some Contradictions of
Hegemonic Masculinity. In Michael A. Messner, Donald F. Sabo (Eds). Sport, Men and
Gender Order (83-96). Champaign, Ill: Human Kinetics.
COX, Barbara; Thompson, Shona (2000). Multiple Bodies. Sportswomen, Soccer and
Sexuality. International Review for the Sociology of Sport, 35, 5-20.
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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