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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância


Centro de Recursos de Nampula

Fundamentos da Evolução da Teoria e Metodologia do Treino Desportivo

Nome: Gilberto Horácio Amade:708224233


Curso: Lic. em Ensino de Ed. Física e Desporto
Disciplina: Teoria e Metodologia de Treino Desp.
Ano de Frequência: 2o ano.
Turma: B
Tutor: Gemy Adriano Adriano

Nampula, Maio, 2023

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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Introdução 0.5

 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Introdução  Descrição dos


1.0
objectives

 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Conteúdo  Articulação e
domínio do discurso
académico (expressão
2.0
escrita cuidada,
coerência/
Análise e coesão textual)
discussão

 Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo

 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 4

A evolução da teoria e metodologia do treino desportivo ........................................................ 5

Os princípios que levam a criação das estruturas .................................................................... 5

Metodologia do treino das capacidades motoras ..................................................................... 5

Os princípios que levam a criação do treino desportivo ........................................................ 10

Conclusão ............................................................................................................................ 13

Bibliografia .......................................................................................................................... 14

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Introdução
Alguns jovens que ambicionam igualar os seus ídolos não sabem que é necessário um processo
longo e contínuo de formação desportiva obedecendo a diversos parâmetros essenciais, ou seja,
ainda são imaturos relativamente ao conhecimento dos aspectos que o desporto a alto nível exige
hoje em dia para quem ambiciona realmente chegar ao topo e ter o rendimento necessário para
alcançar os objectivos pretendidos que é estar ao melhor nível. No entanto, essa condição não
está ao alcance de todos os indivíduos, pois uns apresentam maior facilidade e capacidade física
do que outros fruto do tipo de formação desportiva a que cada um esteve sujeito nas suas fases
sensitivas, e é isso que mais tarde irá ditar o sucesso, ou não, de cada atleta. Quando os jovens
são submetidos a uma Preparação Desportiva, significa que lhes foi instituído um processo
desportivo permanente e gradual, através de variados tipos de exercícios multilaterais.

Portanto, a pesquisa tem os seguintes objectivos:

1. Geral:
 Descrever os princípios que levaram criação das estruturas e do treino desportivo, sem
deixar de trás dos respectivos autores
1.1. Específicos:
 Explicar a evolução da teoria e metodologia do treino desportivo;
 Mencionar os princípios que levam a criação das estruturas e do treino desportivo
1.2.Metodologia

No que concerne a metodologia desta pesquisa, foi de consulta bibliográfica e, quanto a


estrutura temos: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

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A evolução da teoria e metodologia do treino desportivo

De acordo com Lehnert (1989), a disciplina científica Treino Desportivo, investiga

Os fundamentos teóricos da prestação desportiva mas também aperfeiçoam a


metodologia deles resultantes, para o seu desenvolvimento. Por fundamentos
teóricos, compreende-se a preparação, desenvolvimento e generalização de forma
integrativa, de conhecimentos, conceitos, e categorias, sociológicas, psicológicas,
pedagógicas, metodológicas do desporto, médico - desportivas, biológicas e
biomecânicas, que representam a base científica para o processo complexo de
desenvolvimento da prestação desportiva, na sua unidade de educação e formação.

Por metodologia, compreende-se o sistema de princípios, regras, métodos, procedimentos,


formas e meios específicos, que determinam, quer o desenvolvimento programado da prestação
desportiva na sua complexidade, quer os factores parciais que condicionam a prestação no
treino e na competição. Será feita também uma abordagem relativamente à Metodologia do
Treino e de capacidades que estão englobadas nesta, tais como: força, resistência, velocidade,
flexibilidade e capacidades coordenativas.

Os princípios que levam a criação das estruturas

Metodologia do treino das capacidades motoras

 Força
 Resistência
 Velocidade
 Flexibilidade
 Capacidades coordenativas

Força: Ao longo da história do treino desportivo a melhoria da força tem sido um objectivo
essencial visando a obtenção de mais altos rendimentos. Uma definição precisa de força levando
em conta seus aspectos físicos e psíquicos representa uma grande dificuldade, uma vez que o
tipo de força, o trabalho muscular, os diferentes caracteres do trabalho muscular são
influenciados por muitos factores.

Segundo Pedro Mil – Homens (1998), força é toda a causa capaz de modificar o estado de
repouso ou de movimento de um corpo, traduzido por um vector. É o produto da massa pela
sua aceleração F = mxa.

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Segundo Castelo et ali (2000), a força muscular é a capacidade que um músculo, ou grupo
muscular, tem de vencer uma dada resistência, a uma dada velocidade, num determinado
exercício. De acordo com Matvéiev (1991), os objectivos principais do treino de força são:

 Aumentar a capacidade de força e/ou assegurar a sua conservação em relação às


particularidades das fases do treino;
 Educar as aptidões de força que correspondam às exigências de uma determinada
modalidade.

A primeira destas tarefas diz respeito à preparação da força geral, enquanto que a segunda se
refere à preparação da força especial. Assim, o trabalho da força serve para:

 Atingir um desenvolvimento global de todos os grupos musculares, considerando-os


como um todo;
 Direccionar o trabalho da força para que este se coadune com as aptidões de força na
modalidade de especialização.

Portanto, Força é o resultado da tensão máxima que um músculo ou grupo de músculos pode
desenvolver quando se opõe ou vence uma resistência exterior.

No que diz respeito às suas formas de manifestação, a força muscular poderá assumir três
expressões distintas (Raposo, 2005):

a. Força explosiva ou força rápida – entendida como a capacidade de o sistema


neuromuscular vencer resistências com uma elevada velocidade de contracção;
b. Força de resistência – que compreende a capacidade do organismo resistir ao
aparecimento da fadiga, em solicitações de prestação de força, durante um período de
tempo prolongado;
c. Força máxima – que corresponde à maior tensão que o sistema neuromuscular pode
produzir numa contracção voluntária máxima.

Resistência: Para qualquer actividade desportiva ininterrupta por sessenta segundos ou mais, a
resistência é uma contribuição importante e dominante para o desempenho final. Factores que
afectam a resistência, incluindo a força de vontade, a reserva de velocidade e a capacidade
aeróbia e anaeróbia, devem ser estudados de modo a que o treino prepare completa e
minuciosamente atletas para as tensões da competição.
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A resistência diz respeito à extensão de tempo em que um indivíduo consegue desempenhar
um trabalho com determinada intensidade.

A capacidade aeróbia consiste, basicamente, na capacidade de absorver, transportar e utilizar o


oxigénio para realizar as reacções bioquímicas necessárias para gerar a energia que será
utilizada durante a actividade física. Essa capacidade corresponde a uma via metabólica
específica, e esses mecanismos se tornam mais eficientes quando se pratica actividades de baixa
intensidade e longa duração. Uma maneira de quantificar essa capacidade é medindo o
VO2max, que corresponde ao consumo máximo de oxigénio durante actividades físicas, ou
seja, a quantidade de oxigénio que a pessoa é capaz de retirar do ar e aproveitar para gerar
energia. Assim como qualquer actividade física, o treino de resistência aeróbia deve seguir
algumas regras, tanto para que o treino alcance os objectivos previstos, como para preservar a
integridade física do atleta.

A resistência aeróbia é uma capacidade que deve ser desenvolvida gradualmente. Para se
iniciar um treino, o tempo mínimo diário por sessão é de 5 minutos. Apesar de este tempo não
ser suficiente para trazer os ganhos de um treino de resistência aeróbia, começar o treino com
um baixo nível de esforço e ir aumentando-o gradualmente é especialmente importante para
aqueles que estão inactivos há muito tempo. A ideia é que com o devido tempo, essa leve
actividade se torne uma actividade de dificuldade de moderada a vigorosa, apesar de ainda
continuar com um curto tempo de duração.

Quando for possível realizar actividades com intensidade de moderada a vigorosa por 5
minutos, está na altura de aumentar a duração da sessão de treino para pelo menos 10 minutos,
já que realizar actividades com tempos menores que esses não trarão os benefícios
cardiovasculares e respiratórios desse tipo de treino. O objectivo nesta progressão é que o atleta
chegue a pelo menos 30 minutos de actividade em cada sessão de treino. Uma progressão
possível seria aumentar em 5 minutos o tempo de actividade a cada mês, até atingir 30 minutos
(ou mais). Dividir esses 30 minutos em três fases de 10 minutos de duração também traz
benefícios cardiovasculares e respiratório, sendo uma estratégia interessante para indivíduos
com pouca tolerância a actividades de longa duração. Quanto mais leve a actividade, maior
deve ser sua duração, e quanto maior sua intensidade, menor pode ser sua duração. Uma faixa
de tempo válida para que os benefícios desse tipo de treino sejam alcançados é de 20 a 60
minutos por sessão.

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Para melhorar a resistência, os atletas devem aprender a superar a fadiga, o que deve ser feito
na adaptação ao treino. Assim, qualquer grau de adaptação é reflectido na melhoria da
resistência.

Velocidade: A velocidade ou a capacidade de transportar ou se mover rapidamente é uma


importante capacidade bimotora requerida nos desportos. Mecanicamente, a velocidade é
demonstrada por meio de da relação entre espaço e tempo. O termo velocidade incorpora três
elementos: tempo de reacção, frequência de movimento por unidade de tempo e velocidade de
transposição de uma determinada distância.

A correlação entre esses três factores mensura o desempenho de um exercício que requer
velocidade.

Ozolin (1971) distingue dois tipos de velocidade: a geral e a específica.

A velocidade geral consubstancia-se na capacidade de desempenhar qualquer tipo


de movimento de maneira rápida. Por sua vez, a velocidade específica refere-se à
capacidade de desempenhar um exercício ou uma tarefa numa dada velocidade, que
é usualmente alta. Os atletas desenvolvem uma velocidade especial, específica para
cada desporto.

Vários elementos influenciam o desenvolvimento da velocidade. Factores como: a


hereditariedade, tempo de reacção, capacidade do atleta para superar a resistência externa,
técnica, concentração e força de vontade, além de elasticidade muscular.

Há vários métodos de desenvolvimento da velocidade máxima, alguns mais específicos que


outros. Porém, todos os métodos têm algo em comum: a intensidade dos estímulos ou os
elementos que excitam a mente e o corpo para desenvolver ainda mais a velocidade máxima.

Flexibilidade é a capacidade de executar movimentos com grande amplitude. Esta constitui um


pré-requisito para desempenhar habilidades com alta amplitude e aumentar a facilidade com a
qual o atleta pode executar movimentos rápidos. O sucesso do desempenho de tais movimentos
depende da amplitude das articulações, ou amplitude do movimento.

A flexibilidade é afectada pela forma, tipo e estrutura de uma articulação.

Os exercícios de alongamento devem ser executados após o término das sessões de treino
aeróbio ou de treino de força para resultarem em ganhos na flexibilidade. No caso de não ser

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possível realizar esses dois tipos de treino, o treino de flexibilidade deve ser executado pelo
menos duas vezes por semana, podendo chegar a até sete vezes por semana, e as sessões devem
durar pelo menos 20 minutos cada. Um iniciante deve treinar poucas vezes por semana para
ganhar alguma intimidade com os exercícios e para perceber as suas limitações.

Um treino que visa um grande aumento de flexibilidade deve consistir em sessões diárias de
treino, ou ainda num elevado número de sessões por semana (de 5 a 7). Treinar de duas a três
vezes por semana é uma boa maneira de manter a flexibilidade alcançada. É importante ressaltar
que exercícios de alongamento não servem para implementar a força ou a resistência aeróbia.
Cada exercício de alongamento deve ser feito de 3 a 5 vezes em cada sessão de treino. O atleta
deve chegar à posição desejada lentamente, alcançando a maior amplitude possível sem que
haja dor. A posição deve então ser mantida de 10 a 30 segundos, e então o atleta deve relaxar e
voltar lentamente para uma posição mais confortável (posição inicial), terminando assim uma
repetição.

Os exercícios de flexibilidade também podem ser utilizados no aquecimento, antes das


sessões de treino, com a função de preparar o corpo para o exercício. Nesse caso, os exercícios
devem ser feitos após o corpo já estar aquecido, pois alongar músculos «frios» pode resultar
em lesões musculares e/ou articulares. Os exercícios devem ser realizados com apenas uma
repetição, e devem durar poucos segundos. Além disso, devem ser escolhidos de acordo com a
actividade a ser realizada, pois como o intuito é apenas de preparar o músculo para o exercício,
só devem ser alongados os membros a serem utilizados durante a actividade. Uma outra
alternativa é incorporar exercícios dinâmicos multiarticulares durante o aquecimento, pois
apesar de não buscar uma amplitude grande de movimento, aquece e alonga levemente um
grande número de músculos.

Capacidades coordenativas

A coordenação é uma habilidade biomotora complexa, intimamente ligada à velocidade, força,


resistência e flexibilidade.

O nível de coordenação reflecte a capacidade de executar movimentos de vários graus de


dificuldade rapidamente, com grande precisão e eficiência, de acordo com os objectivos
específicos do treino. Considera-se que um atleta com boa coordenação seja capaz de
desempenhar uma tarefa à qual é inesperadamente exposto de forma muita rápida.
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A base fisiológica da coordenação baseia-se no arranjo dos processos nervosos do SNC. O
corpo humano é um todo unitário composto por diversos órgãos, sistemas e funções. A
complexidade das funções dos órgãos e sistemas é constantemente regulada e coordenada pelo
SNC. Entre as suas funções estão a selecção e a execução de uma resposta rápida a um estímulo
por meio de um caminho nervoso. Há diversos factores que podem limitar a coordenação, tais
como: inteligência atlética, fineza e precisão de sentidos e experiência motora.

Existem dois tipos de capacidades coordenativas: as básicas e as fundamentais.

As capacidades coordenativas básicas são constituídas pela capacidade de controlo motor, a


capacidade de adaptação e readaptação motora e capacidade de aprendizagem motora. Todas
estas componentes dependem de factores energéticos funcionais. Já as fundamentais estão mais
ligadas a condicionalismos do aparelho sensório-motor, onde se encontram a capacidade de
orientação espacial, a capacidade de diferenciação cinestésica, a capacidade de equilíbrio, a
capacidade de reacção e a capacidade de ritmo.

Os princípios que levam a criação do treino desportivo

A preparação física é trabalhada em duas vertentes: a preparação física geral e a preparação


física específica. A primeira tende a enriquecer a bagagem motora do praticante. O seu alvo
principal é incrementar a capacidade funcional do organismo e expandir as qualidades motoras
impostas por um determinado nível da preparação dos atletas. É fundamentalmente uma
preparação multilateral. A segunda é um processo da manipulação selectiva dos grandes
exercícios e habilidades motoras, de acordo com as características do esforço específico da
modalidade desportiva e de acordo com as exigências dos resultados. Faz a ligação entre as
qualidades motoras e o automatismo da modalidade e entre o desenvolvimento morfológico
funcional e a técnica e a táctica da actividade.

«Acima de tudo, os esforços de treinamento para principiantes e profissionais devem ser um


objectivo alcançável, planejado de acordo com as capacidades individuais, os traços
psicológicos e o ambiente social». (Bompa, 2002, p.5).

A especificidade dos meios de treino é a característica fundamental para o desenvolvimento


e a elevação da prestação desportiva do praticante e da equipa. Daqui resulta uma tecnologia

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didáctica que estabelece níveis de complexidade adaptados às capacidades momentâneas dos
praticantes, construindo exercícios de treino com diferentes níveis de identidade.

O treino desportivo implica a preparação do atleta abrangendo diversos aspectos:

 Preparação física geral e específica;


 Preparação técnica;
 Preparação táctica;
 Preparação psicológica (moral e volitiva);
 Preparação teórica (intelectual).

Estes cinco aspectos da preparação do atleta estão expostos em todos os cursos


básicos de treino. A preparação do atleta é o aproveitamento de todo o conjunto de
meios que assegurem o alcance e elevação da predisposição para apresentar
desempenhos superiores (Matvéiev, 1966).

As respostas ao treino aplicado são determinadas por características hereditárias associadas às


influências do meio ambiente. Buscamos continuamente o aperfeiçoamento das características
técnico desportivas da forma mais específica e individualizada possível. Quanto mais o treino
se aproximar das características positivas de respostas individuais, maiores serão as
performances alcançadas.

Cada ser humano é único e por este motivo necessita de um acompanhamento personalizado
para o treino visando o alto rendimento físico e desportivo. É inadmissível a padronização de
qualquer forma de treino, para grupos inteiros de indivíduos.

O tratamento diferenciado dos atletas é aceite pela maioria dos especialistas do domínio como
uma exigência pedagógica essencial e complexa.

Este requer a observação das especificidades dos sujeitos e está intrinsecamente ligado ao
princípio da acessibilidade da instrução e da individualização, às vezes até ao nível da
grande performance.

«Um alto nível de desempenho é o resultado de muitos anos de treinamento


planejado, metódico e árduo. Durante esse período, o atleta tenta adaptar seus órgãos
e funções às exigências do desporto escolhido» (Bompa, 2002).

Contanto que ocorram todas as alterações fisiológicas e psicológicas esperadas num treino
prolongado, a manutenção do nível atingido ou a sua elevação a um nível superior requer

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estímulos intensivos de treino. Quantos estes estímulos cessam, o atleta corre sérios riscos de
distúrbios funcionais e psíquicos, que Israel (1972) designa por síndrome de decréscimo ou
estreitamento.

Há razões importantes que levam à interrupção do treino: doença, acidente ou interrupção do


treino durante o período de transição e encerramento da carreira desportiva. Durante o período
programado de transição do treino, não deve ser permitido ao atleta excluir-se dos treinos por
longos períodos, é preferível a redução dos trabalhos em termos de volume, para que não seja
atingido o destreino, o qual ocorre com longos períodos de inactividade.

Pelo motivo exposto acima, deve-se programar os treinos com antecedência suficiente, para que
sejam inclusos períodos mínimos de inactividade durante todo o ciclo de treino. A mesma regra
é válida não só para o período de treino competitivo, mas também para todo o ciclo da vida
humana.

O sobre treino refere-se, na maior parte das vezes, à relação entre o trabalho e recuperação como
fundamento biológico para a excitação física e psicológica, antes de uma competição principal.
A fase em que se enfatizam demasiadamente estímulos de intensidade máxima pode conduzir
à exaustão e a um decréscimo no desempenho. Para elevar progressivamente o desempenho, o
técnico precisa desafiar regularmente o atleta a elevar o seu limite de adaptação, ou seja, tem
de planear estímulos de alta intensidade alternadamente, alternando dias de treino com alta
intensidade com dias de baixa intensidade. Assim, melhorará a recuperação e levará ao estado
desejado de super compensação. Altos níveis de fadiga, provocados por um treino contínuo
com alta intensidade, impedem a super compensação e os benefícios biológicos para a melhoria
do treino e o alcance do desempenho máximo.

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Conclusão

Conhecer e dominar os princípios básicos do treino desportivo assim como, aplicá-los


coerentemente, é parte integrante de um conjunto de situações reais que devem nortear a
conduta de um treinador. O professor deve estar preparado e fundamentado nos princípios
teóricos acima expostos, para trilhar seguro e cientificamente alicerçado, e assim obter sucesso,
por meio do controlo sobre os mecanismos fisiológicos, psicológicos e sociais, que incidem
sobre as respostas orgânicas.

Contudo, treino tanto técnico, como táctico ou físico fornecido a crianças e jovens deve ser
muito bem estudado, elaborado e conduzido por treinadores e preparadores físicos. As
características biológicas e maturacionais devem ser tidas em consideração na programação do
treino. Um erro muito comum encontrado nos treinos em equipas de competição relaciona-se
ao fornecimento da mesma carga e intensidade para todos os atletas. Isso é um erro muito grave
que poderá acarretar problemas futuros aos jovens atletas. Em temos futuros, com ela
reflectimos sobre determinadas características intrínsecas ao treino que desconhecíamos e
aprendemos algumas regras essenciais quer sobre a periodização dos treinos quer sobre os seus
princípios básicos. Este é um trabalho que poderá servir de base para uma pesquisa futura com
um grau de aprofundamento mais vasto.

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Bibliografia

ALMEIDA. M. (2002), Os jovens e a performance anaeróbia. Treino Desportivo, Lisboa, n.


20, p. 18-25.

BARBANTI, V. J. (2003), Dicionário de Educação Física e Esporte, Barueri: Manole.

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Lisboa: Revista Horizonte, voi. I nc 4, pp. 111-114.

CASTELO, J (1998), Metodologia do Treino Desportivo, Lisboa: Edições FHM – Ciências


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DANTAS, Estélio Henrique M. (1985), A Prática da Preparação Física, Rio de Janeiro:


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PEREIRA, A; BOTA I; BOCIOACA (2005), Praxologia da educação Física e do


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