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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação À Distância

Estratégias e actividades de ensino aprendizagem


Felícia José Carula- Nº708215194

Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Didáctica do Português I, P0189
2º Ano

Maputo, Novembro de 2022


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organizacionais  Discussão 0.5
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 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia

Conteúdo adequada ao 2.0


objecto do trabalho
Análise e  Articulação e
discussão domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada,
coerência / coesão
textual)
 Revisão 2.
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados

 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos

 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................6

1.1. Objectivos.................................................................................................................................6

2. Conceituação de técnicas.............................................................................................................7

3. Estratégias de aprendizagem........................................................................................................8

3.1. Diferenciação de estratégias primárias das estratégias de apoio............................................11

4. Classificação das estrategias......................................................................................................13

5. Os objectivos educacionais têm pelo menos três referências para sua formulação:..................15

6. Conclusão..................................................................................................................................16

7. Referências................................................................................................................................17
1. Introdução
Este trabalho surge no âmbito de pesquisa para a abordagem dos termos que ditam a cadeira de
Didáctica do Português I, tem como o tema; Estratégias e actividades de ensino aprendizagem,
durante a sua realização foram várias pesquisas feitas para enriquecer o trabalho. Primeiro tratou-
se do conceito da Estratégias de ensino aprendizagem.
.
1.1. Objectivos
Objectivo geral

 Falar das estratégias e actividades de ensino-aprendizagem.


Objectivos específicos

 Definir sequência organizada do processo de ensino-aprendizagem (3 autores);


 Corresponder os objectivos das estratégias educacionais.
.

1.2.Metodologia de trabalho

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a da consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que se debruçam sobre o tema
acima mencionado e também em consultas na internet. Os autores das referidas obras estão
devidamente citados dentro do trabalho e também na bibliografia final.

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2. Conceituação de técnicas

Os procedimentos são entendidos como um conjunto de acções ordenadas, orientadas


para a realização de uma meta (COLL; VALLS, 1992; VALLS, 1993 apud POZO, 2002). Na
classificação dos procedimentos pode-se estabelecer uma distinção entre técnicas (também
chamadas destrezas, habilidades, hábitos) que consistem em rotinas de ação automatizadas e
as estratégias (também conhecidas por táticas e planos) que envolvem um uso deliberado de
procedimentos para obter determinadas metas (POZO, 2002).

As técnicas são o produto da aprendizagem repetitiva de procedimentos que são


correspondentes à aprendizagem verbal, onde ocorre a aquisição repetitiva de informação.

Segundo Pozo (1998 p.5), na utilização de estratégias o aluno deve se apropriar dessas
formas de saber fazer, não como meras rotinas, mas como algo que ele pode controlar,
planejar e guiar.

Para fomentar um verdadeiro ensino é necessário que o aluno seja confrontado com
problemas, do contrário, ele executará rotinas, e as rotinas não se aplicam em situações
atuais, uma vez que ao enfrentar uma situação relativamente nova, a rotina será pouco útil.

Entretanto, é importante esclarecer que para que haja aprendizagem de estratégias, é


necessário que o aluno saiba algumas técnicas nas quais as estratégias se sustentam, ou seja,
rotinas a partir das quais o aluno possa utilizar uma estratégia.

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3. Estratégias de aprendizagem

Segundo Flavell (apud SILVA; SÁ, 1997 p.19) as estratégias de aprendizagem “podem
ser definidas, a um nível mais complexo, como processos conscientes delineados pelos
estudantes para atingirem objectivos de aprendizagem e, a um nível mais específico, como
qualquer procedimento adotado para a realização de uma determinada tarefa”.

Para ele, as estratégias são complexas, pois auxiliam tanto no cumprimento de rotinas
simples (sublinhar o que nos parece mais importante para depois recuperar as idéias
principais quando voltarmos a ler apenas os sublinhados), quanto na elaboração de um
planejamento para atingir um objetivo de aprendizagem.

Em termos gerais, a aplicação adequada das estratégias de aprendizagem implica no


estabelecimento do objectivo que se pretende atingir, que pressupõe uma intencionalidade de
acção por parte do sujeito, na avaliação das próprias competências intelectuais, e no tempo e
esforço requeridos.

De acordo com Flavell, a maioria dos autores que se dedica ao estudo das estratégias de
aprendizagem propôs uma classificação composta por três grupos: estratégias específicas à
tarefa, que se referem pontualmente a determinadas actividades (por ex., fazer a prova dos
nove para verificar se uma conta está correta, exige conhecimentos restritos à adição), e que
exigem do aprendiz somente conhecimentos sobre os conteúdos específicos das tarefas a
realizar.

O segundo grupo são as estratégias relacionadas com metas a serem atingidas em


determinadas áreas, como por ex., identificar as idéias principais de um texto para aumentar a
compreensão da leitura ou memorizar algumas técnicas para executar uma tarefa rotineira.

E, por último, as estratégias gerais, que têm por objetivo principal planejar a utilização de
outros tipos de estratégias a fim de verificar os resultados obtidos na aprendizagem e utilizar
outras estratégias quando estas se mostrarem ineficazes. As estratégias gerais requerem
raciocínio e conhecimentos mais amplos, que permitem selecionar e organizar várias ações,
de acordo com o objetivo específico. Neste caso, o aprendiz deve possuir conhecimentos
sobre as suas próprias competências; as exigências requeridas pela tarefa para escolher as
estratégias adequadas; os objetivos que pretende alcançar para poder avaliar a eficácia da
estratégia; e os procedimentos necessários à execução da estratégia, para saber aplicá-la.

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Estas estratégias podem ser aplicadas de uma forma consciente ou automática. O primeiro
caso ocorre quando o aprendiz se confronta com situações novas de aprendizagem, ou quando
encontra dificuldades no decorrer da aprendizagem. O segundo caso ocorre quando o
aprendiz já realizou, repetidas vezes, tarefas semelhantes com sucesso.

O objetivo do uso da estratégia é afetar o estado afetivo e emocional do aprendiz, ou o


modo como o aprendiz seleciona, adquire, organiza ou integra novo conhecimento
(CHAMOT apud COSSENZA, 1996). Em síntese, a finalidade das estratégias é facilitar a
aprendizagem.

Outro autor que considera a importância da influência afetiva e emocional na


aprendizagem é Serafini (1990) que cita dois tipos de motivações que influenciam o
desempenho do aluno que são as intrínsecas, relacionadas com o prazer de aprender, e as
extrínsecas, ligadas ao desejo de evitar fracasso ou punição ou receber um prêmio.

As motivações extrínsecas correspondem à obtenção de boas notas, prêmios, elogios,


dinheiro, desejo de agradar aos pais e aos professores, ao desejo de aceitação social e a
preocupação em evitar castigos. Já as intrínsecas estão relacionadas com o prazer de
aprender, a curiosidade espontânea, o desejo de saber e o desejo de auto-realização.

As estratégias de aprendizagem são acções facilitadoras do processo de aprendizagem e


estudo, podendo ser divididas em cognitivas e metacognitivas1. As estratégias cognitivas
envolvem:

 Ensaio - o estudante deve copiar, anotar toda a matéria na íntegra e sublinhar


as partes mais importantes;
 Elaboração - parafrasear, resumir o material, anotar partes importantes e criar
analogias dando sentido às informações;
 Organização - seleccionar as principais ideias, criar roteiros e mapas
conceituais.

Por sua vez, as estratégias metacognitivas compreendem:

 Planejamento - o estudante deve estabelecer metas, visando ao resultado


almejado;
 Monitoramento - autoavaliação do que foi aprendido, atenção, compreensão
do material e uso de estratégias;

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 Regulação - ajuste da velocidade, releitura, revisão do material, uso de
estratégias e ajuste do ambiente.

As teorias recentes de aprendizagem têm se preocupado com a interacção entre o material


a ser aprendido e os processos psicológicos necessários para aprender, enfatizando o estudo
sobre o modo pelo qual o aprendiz obtém, selecciona, interpreta e transforma a informação
(Pfromm Neto, 1987; Pozo, 1996).

Consequentemente, o papel que as estratégias de aprendizagem desempenham, tanto para


uma aprendizagem efectiva quanto para a auto-regulação, tem sido cada vez mais
reconhecido pelos educadores. Investigações actuais têm se concentrado na identificação das
estratégias de aprendizagem utilizadas pelos alunos espontaneamente ou como consequência
de treinamentos sistemáticos, na busca dos processos cognitivos utilizados por aprendizes
bem sucedidos, bem como na análise dos factores que impedem os alunos de se engajarem no
uso de estratégias de aprendizagem (Brown, 1997; Purdie & Hattie, 1996; Zimmerman, 1986;
Zimmerman & Martinez-Pons, 1986).

Desse modo, o uso do termo “estratégias de ensino” refere-se aos meios utilizados pelos
docentes na articulação do processo de ensino, de acordo com cada actividade e os resultados
esperados. Anastasiou e Alves (2004, p. 71) advertem que:

As estratégias visam à consecução de objectivos, portanto, há que ter clareza sobre aonde
se pretende chegar naquele momento com o processo de ensinagem. Por isso, os objectivos
que norteiam devem estar claros para os sujeitos envolvidos – professores e alunos – e estar
presentes no contrato didático, registrado no Programa de Aprendizagem correspondente ao
módulo, fase, curso, etc.

Luckesi (1994) considera que os procedimentos de ensino geram consequências para a


prática docente: para se definir procedimentos de ensino com certa precisão, é necessário ter
clara uma proposta pedagógica; é preciso compreender que os procedimentos de ensino
seleccionados ou construídos são mediações da proposta pedagógica e metodológica,
devendo estar estreitamente articulados; se a intenção é que efectivamente a proposta
pedagógica se traduza em resultados concretos, tem-se que seleccionar ou construir
procedimentos que conduzam a resultados, ainda que parciais, porém complexos com a
dinâmica do tempo e da história; ao lado da proposta pedagógica, o educador deve lançar
mão dos conhecimentos científicos disponíveis; estar permanentemente alerta para o que se
está fazendo, avaliando a actividade e tomando novas e subsequentes decisões.

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A definição do uso de determinada estratégia de ensino-apredizagem considera os
objectivos que o docente estabelece e as habilidades a serem desenvolvidas em cada série de
conteúdos. No entender de Pimenta e Anastasiou (2002, p. 195) “a respeito do método de
ensinar e fazer aprender (ensinagem) pode-se dizer que ele depende, inicialmente, da visão de
ciência, de conhecimento e de saber escolar do professor”.

As estratégias de aprendizagem são técnicas ou métodos que os alunos usam para adquirir
a informação (Dembo, 1994). Como aponta Nisbett, Schucksmith e Dansereau (1987, citados
por Pozo, 1996), as estratégias de aprendizagem vêm sendo definidas como sequências de
procedimentos ou actividades que se escolhem com o propósito de facilitar a aquisição, o
armazenamento e/ ou a utilização da informação. Em nível mais específico, as estratégias de
aprendizagem podem ser consideradas como qualquer procedimento adoptado para a
realização de uma determinada tarefa (Da Silva & Sá, 1997).

Alguns teóricos distinguem as estratégias cognitivas das metacognitivas (Garner &


Alexander, 1989). Para Dembo (1994), enquanto as estratégias cognitivas se referem a
comportamentos e pensamentos que influenciam o processo de aprendizagem de maneira que
a informação possa ser armazenada mais eficientemente, as estratégias metacognitivas são
procedimentos que o indivíduo usa para planejar, monitorar e regular o seu próprio
pensamento.

3.1. Diferenciação de estratégias primárias das estratégias de apoio


Dansereau e colaboradores (1979) julgam necessário diferenciar estratégias primárias das
estratégias de apoio. Para esses pesquisadores, as estratégias primárias são as destinadas a
ajudar o aluno a organizar, elaborar e integrar a informação (Dansereau, Collins, MacDonald,
Holley, Diekhoff, & Evans, 1979). As estratégias de apoio, por sua vez, são responsáveis pela
manutenção de um estado interno satisfatório que favoreça a aprendizagem. Apesar das
distinções mencionadas, o termo estratégias de aprendizagem vem sendo amplamente
utilizado num sentido que inclui todos os tipos de estratégias (cognitivas, metacognitivas,
primárias e de apoio).

Weinstein e Mayer (1985) identificaram cinco tipos de estratégias de aprendizagem que


foram posteriormente organizadas por Good e Brophy (1986): estratégias de ensaio,
elaboração, organização, monitoramento e estratégias afectivas. Como descrito em
Boruchovitch (1993), as estratégias de ensaio envolvem repetir activamente tanto pela fala
como pela escrita o material a ser aprendido. As estratégias de elaboração implicam na

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realização de conexões entre o material novo a ser aprendido e o material antigo e familiar
(por exemplo, reescrever, resumir, criar analogias, tomar notas que vão além da simples
repetição, criar e responder perguntas sobre o material a ser aprendido).

Para Dembo (apud BORUCHOVITCH, 1999) as estratégias de aprendizagem são


técnicas ou métodos que os alunos usam para adquirir a informação. Seu propósito é ajudar o
aluno a controlar o processamento da informação de maneira que ele possa armazenar e
recuperar de forma mais eficaz a informação na Memória de Longa Duração.

Weinstein; Mayer (apud BORUCHOVITCH, 1999) identificaram cinco tipos de


estratégias de aprendizagem: estratégias de ensaio, de elaboração, de organização, de
monitoramento e afetivas.

As estratégias de ensaio envolvem a repetição, pela fala e pela escrita, do material a ser
aprendido. As estratégias de elaboração implicam na realização de conexões entre o material
novo e material antigo (por ex., reescrever, resumir, tomar notas). Não se limitam à repetição,
o aprendiz deve criar e responder perguntas sobre o material a ser aprendido.

As estratégias de organização implicam na imposição de uma estrutura ao material a ser


aprendido, ou seja, é necessário estabelecer relações de subordinação (por ex., elaborar
diagramas, criar uma hierarquia ou rede de conceitos).

As estratégias de monitoramento da compreensão requerem que o aprendiz esteja


consciente do quanto está sendo capaz de aprender do que está sendo ensinado (por ex.,
tomar alguma providência quando perceber que não entendeu). As estratégias afetivas têm
como objetivo eliminar sentimentos desagradáveis, que prejudicam a aprendizagem (por ex.,
manter a atenção e a motivação, controlar a ansiedade e planejar o tempo de estudo
adequadamente).

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4. Classificação das estrategias

Neste estudo iremos nos referir a classificação das estratégias de aprendizagem


estabelecida por Pozo (2002), por nos parecer a mais adequada porque toma como critério
fundamental o tipo de processo de aprendizagem - por associação ou por reestruturação - em
que se baseia a estratégia.

Pozo (2002) classifica as estratégias de aprendizagem em: estratégias de repetição,


estratégias de elaboração simples ou complexa, e estratégias de organização. As primeiras são
as mais simples e servem para reproduzir mais eficazmente um material, normalmente
informação verbal ou técnicas rotineiras.

As estratégias de elaboração simples são usadas para facilitar a recuperação do material e


para dar uma estrutura ou organização ao material. São utilizadas quando não basta apenas
repetir, mas ainda não se pode compreender o material de aprendizagem e dar-lhe um
significado. São usadas, por exemplo, abreviaturas e palavras-chave.

As estratégias de elaboração complexa permitem que o material aprendido tenha uma


outra estrutura e um novo significado. São usadas metáforas e analogias (por exemplo,
relacionar o mestre com um treinador) que alteram o significado do aprendido.

As estratégias de organização são as que mais diretamente proporcionam significado a um


material porque criam estruturas conceituais que permitem o estabelecimento de relações
entre os significados. Assim, podemos processar, de forma mais complexa e eficiente, a
quantidade de informações a que somos expostos freqüentemente.

Pozo afirma ainda que para aprender são necessários procedimentos de tratamento da
informação que se pretende adquirir. Os tipos de procedimentos são: de aquisição de
informação para incorporar nova informação à memória, e muito importantes para as
estratégias de repetição e elaboração simples; de interpretação da informação que consiste
em traduzir a informação recebida num formato (por exemplo, numérico ou verbal) para
outro formato distinto (fazer um gráfico com os dados); deanálise da informação que implica
fazer interferências e extrair conclusões do material (por investigação, raciocínio dedutivo ou
indutivo, etc); de compreensão e organização conceitual necessária para o estabelecimento
de relações conceituais entre os elementos do material e os conhecimentos prévios do
aprendiz; e finalmente, os procedimentos de comunicação do aprendido, seja oral, escrita ou
mediante outras técnicas (gráficos, imagens, etc.).

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Entretanto, para se utilizar uma estratégia não basta a simples aplicação de técnicas, é
necessário que o aluno pare para pensar no que vai fazer para aprender e por que vai fazê-lo.
Selmes (apud POZO, 2002) sugeriu um esquema para se perguntar sobre a própria
aprendizagem, onde o aluno deve perguntar-se: qual é meu propósito?, que estratégia vou
usar?, vou conseguir o que me proponho?.

Esse esquema foi feito com base nas quatro fases da aplicação de uma estratégia, que são
as seguintes: fixar o objectivo ou a meta da estratégia; selecionar uma estratégia para alcançar
esse objetivo a partir dos recursos disponíveis. Quanto mais técnicas o aluno dispõe, mais
variadas poderão ser as estratégias. A terceira fase seria aplicar a estratégia, executando as
técnicas que a compõem e por último,avaliar a realização dos objetivos fixados após a
aplicação da estratégia. Essa avaliação deve ser fixada a fim de permitir o controle contínuo
da execução da tarefa.

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5. Os objectivos educacionais têm pelo menos três referências para sua formulação:

 Os valores e ideais proclamados na legislação educacional e que expressam os


propósitos das forças políticas dominantes no sistema social;

 Os conteúdos básicos das ciências, produzidos e elaborados no decurso da prática


social da humanidade.

 As necessidades e expectativas de formação cultural exigida pela população


majoritária da sociedade, decorrentes das condições concretas de vida e de trabalho e das
lutas pela democratização.

Os objetivos educacionais são, pois, uma exigência indispensável para o trabalho docente,
requerendo um posicionamento activo do professor em sua explicitação, seja no planejamento
escolar, seja no desenvolvimento das aulas.
Consideraremos, aqui, dois níveis de objectivos educacionais: objetivos gerais e objetivos
específicos.
Os objetivos gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do
ensino diante das exigências postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da
personalidade dos alunos. Definem, em grandes linhas, perspectivas da prática educativa na
sociedade brasileira, que serão convertidos em objetivos específicos de cada matéria de
ensino, conforme os graus escolares e níveis de idade dos alunos.
Os objetivos específicos determinam exigências e resultados esperados da atividade dos
alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções cuja aquisição e
desenvolvimento ocorrem no processo de transmissão e assimilação ativa das matérias de
estudo.

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6. Conclusão
para a elaboração de estratégias de aprendizagem, devemos considerar um conjunto de
variáveis. O primeiro conjunto de variáveis refere-se às estruturas cognitivas que o sujeito
possui. Um segundo conjunto de variáveis comporta tudo o que está ligado à história psico-
afetiva do sujeito, pois certos procedimentos são conotados em relação a toda uma vivência
pessoal.

Portanto, as estratégias requerem planejamento e controle da execução. O aprendiz deve


compreender o que está fazendo e por que o está fazendo, o que por sua vê exigirá uma
reflexão consciente, um metaconhecimento sobre os procedimentos empregados. Além disso,
implicariam um uso seletivo dos próprios recursos e capacidades disponíveis. Para que um
aprendiz ponha em andamento uma determinada estratégia, deve dispor de recursos
alternativos, entre os quais devem ser utilizados aqueles que considerar mais adequados, em
função das demandas da tarefa que lhe seja apresentada.

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7. Referências

• BORUCHOVITCH, E. Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: considerações


para a prática educacional. Psicologia: reflexão e crítica. Porto Alegre, v.12, n.2, 1999.

• COSSENZA, S.M. Interação no processo de aprendizagem de língua estrangeira à distância:


estilos e estratégias do aprendiz adulto. 1996. 242 f. Dissertação (Mestrado em Lingüística
Aplicada) - Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
1996.

• MEIRIEU, P. Aprender... sim, mas como? 7. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

• POZO,J.I. Estrategias de aprendizaje. In: COLL, C., PALÁCIOS, J; MARCHESI, A.


(Eds.). Desarrollo psicológico y educación - psicologia de la educación. Madrid: Alianza
Editorial, 1990.

• POZO, J.I. Estrategias de aprendizaje. Educar,. v.1, n.3, 1998.

• POZO, J.I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Tradução Ernani Rosa.
Porto Alegre: Artmed, 2002.

• POZO, J.I.; MONEREO, C.; CASTELLÓ, M. O uso estratégico do conhecimento. In:


COLL, C.; MARCHESI, A. ; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação -
psicologia da educação escolar. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 145-160.

• SERAFINI, M.T. Saber estudar e aprender. Milano: Grupo Editorial e Fabbri, Bompiani;
Sonzogno: Etas S.p.A., 1990.

• SILVA; SÁ. Saber estudar e estudar para saber. 2. ed. rev. e aum. Porto: [s.n.], 1997.

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