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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Discente: Bruno das Neves Evaristo Código: 708183899

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Disciplina: Gestão de Recursos Humanos
Ano de Frequência: 4o Ano
Docente Dra : Marta Manuel João Favor

Quelimane Julho de 2021

1
Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuaçã Subtot
do
o máxima al
tutor
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacion  Discussão 0.5
ais  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referência Normas APA
 Rigor e coerência das
s 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução...................................................................................................................................5
1.1.Objectivos.............................................................................................................................5
1.2.Objectivo Geral.....................................................................................................................5
1.3.Objectivos Específicos:.........................................................................................................5
1.4.Metodologia..........................................................................................................................5
2. HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO......................................................................6
2.1. Definição de Conceitos........................................................................................................6
2.1.1.Higiene do Trabalho..........................................................................................................6
2.1.2.Segurança do Trabalho......................................................................................................6
2.1.3.Acidente do trabalho..........................................................................................................6
2.2.Principais conceitos dentro de segurança do trabalho..........................................................7
2.3.A importância de conhecer os riscos.....................................................................................8
2.3.1. Avaliação de riscos...........................................................................................................8
2.3.2. Avaliação qualitativa........................................................................................................8
2.3.3. Avaliação quantitativa......................................................................................................8
2.4.Danos causados ao trabalhador.............................................................................................9
2.5.Causas do acidente..............................................................................................................10
2.6.1.As causas do ato inseguro................................................................................................11
2.6.2.Condição Insegura...........................................................................................................11
2.6.3.Prevenção de acidentes....................................................................................................13
2.6.3.1.Equipamentos de Protecção Colectiva ( EPC)..............................................................13
2.6.3.2.Equipamento de Protecção Individual (EPI).................................................................13
2.7.Higiene e Segurança no Trabalho (HST) em Moçambique................................................15
2.7.1.Regulamento Geral de Higiene e Segurança no trabalho................................................16
Bibliografia...............................................................................................................................19

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Introdução

Com o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador, existem normas e


procedimentos que chamamos de “higiene do trabalho”. Ela está directamente relacionada ao
diagnóstico e prevenção de doenças ocupacionais e para isso, observa e analise o
comportamento humano em suas actuações no ambiente de trabalho.
A higiene do trabalho se preocupa também com as condições de trabalho que muito
influenciam no desenvolvimento e comportamento do homem no sector de trabalho onde
desempenha sua função.
A motivação para o trabalho é um dos factores mais importantes a ser pontuado, pois
impulsiona o homem a trabalhar por prazer e desperta nele os mais valorosos sentimentos.

1.1.Objectivos

1.2.Objectivo Geral

 Estudar a Higiene e Segurança do Trabalho.

1.3.Objectivos Específicos:
 Falar dos Principais conceitos dentro de segurança do trabalho;
 Explicar as Prevenção de acidentes;
 Abordar sobre a Higiene e Segurança no Trabalho (HST) em Moçambique.

1.4.Metodologia

Quanto a metodologia dizer para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de


livros, artigos que continham a informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e
digitação, assim como as pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e
melhorar o desenvolvimento científico do trabalho.

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2. HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para proteger a


integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerente às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.

2.1. Definição de Conceitos

2.1.1.Higiene do Trabalho

A higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas preventivas


relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais. A higiene no trabalho consiste em combater as doenças profissionais.
(Pimentel, 2015)

2.1.2.Segurança do Trabalho

É o conjunto de medidas técnicas, médicas e educacionais, empregadas para prevenir


acidentes, quer eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho quer instruindo ou
convencionando pessoas na implantação de práticas preventivas. (Pimentel, 2015)

2.1.3.Acidente do trabalho

É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou instituição, provocando


lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Considera-se acidente de serviço, para efeitos previstos na legislação em vigor (relativo às
Forças Armadas), aqueles que ocorra com o militar da activa, quando:

 No exercício de suas atribuições funcionais, durante o expediente normal, ou quando


determinado por autoridade competente, em sua prorrogação ou antecipação;

 No cumprimento da ordem emanada de autoridade competente;

 No decurso de viagem em objecto de serviço (prevista e autorizada por autoridade


competente);

 No decurso de viagem imposta por motivo de movimentação; e

 No deslocamento entre sua residência e a Organização em que serve, ou o local de


trabalho, ou o local em que a missão deve ter início ou prosseguimento e vice- versa.
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Considera-se também como sendo acidente de trabalho:

 Doenças decorrentes do trabalho:

 Doença ocupacional, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a


determinada actividade.

 O trabalho com manipulação de areia, sem a devida protecção, pode levar ao


aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria actividade elaborativa basta
para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença. . (Pimentel,
2015)
Doença do trabalho:

 É a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é


realizado e com ele se relacione directamente.
Exemplo: O trabalho em um local com muito ruído e sem a protecção recomendada pode
levar ao aparecimento de uma surdez. Neste caso, necessita-se comprovar a relação de
causa e efeito entre o trabalho e a doença.

2.2.Principais conceitos dentro de segurança do trabalho

 Acidente: É o evento não-programado nem planejado que resulta em lesão, doença


ou morte, dano ou outro tipo de perda.

 Incidente: É o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a
um acidente.

 Perigo: É a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à


propriedade ou ao meio ambiente, ou a combinação destes.

 Risco: É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um


determinado evento perigoso.

 Dano: É a consequência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo ao


homem, a propriedade, meio ambiente ou uma combinação destes.

 Saúde: É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano. . (Pimentel,


2015)

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2.3.A importância de conhecer os riscos

Os locais de trabalho, pela própria natureza da actividade desenvolvida e pelas características


de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes físicos, químicos,
biológicos, situações de deficiência ergonómica ou riscos de acidentes, podem comprometer o
trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a
morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.
É importante salientar que a presença de produtos ou agentes nocivos nos locais de trabalho
não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso vai depender da
combinação ou inter-relação de diversos factores, como a concentração e a forma do
contaminante no ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de exposição da
pessoa. Entretanto, na visão da prevenção, não existem micro ou pequenos riscos, o que
existem são micro ou pequenas empresas.
Desta forma, em qualquer tipo de actividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de
investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os
trabalhadores. (Tomazoli, 2014)

2.3.1. Avaliação de riscos

É o processo de estimar a magnitude dos riscos existentes no ambiente e decidir se um risco é


ou não tolerável. (Idem)
Para investigar os locais de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os riscos ambientais,
existem duas modalidades básicas de avaliação:

2.3.2. Avaliação qualitativa

Conhecida como preliminar, utiliza-se apenas a sensibilidade do avaliador para identificar o


risco existente no local de trabalho. Exemplo: ocorrendo o vazamento em um botija de gás de
cozinha, o sentido do olfacto imediatamente nos auxilia na identificação do risco. (Tomazoli,
2014)

2.3.3. Avaliação quantitativa

Que mede, compara e estabelece medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos
com uso de um método científico e a utilização de instrumentos e equipamentos destinados à
quantificação do risco. Exemplo: para avaliar o calor produzido num forno utilizam-se
termómetros específicos; para avaliar o nível de ruído de uma máquina, utilizam-se
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medidores de pressão sonora. (Tomazoli, 2014)

2.4.Danos causados ao trabalhador

Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do
trabalho apresentam factores extremamente negativos para o Sector, trabalhador acidentado e
para a sociedade.
As estatísticas que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma
enorme quantidade de trabalhadores prematuramente mortos ou incapacitadas para o
trabalho e os que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos que se
materializam em:
 Cirurgias e remédios;
 Próteses e assistência médica;
 Sofrimento físico e mental;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Desamparo à família;
 Desemprego; e
 Depressão e traumas.
Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas famílias com seu trabalho,
desfalcam as empresas e oneram a sociedade, pois passam a necessitar de: socorro e
medicação de urgência, intervenções cirúrgicas, mais leitos nos hospitais, maior apoio da
família e da comunidade e benefícios previdenciários.
Isso, consequentemente, prejudica o desenvolvimento do País, provocando redução da
população economicamente activa, aumento da taxação securitária e aumento de impostos e
taxas.
É importante ressaltar que, apesar de todos os cálculos, o valor da vida humana não pode ser
matematizado, sendo o mais importante no estudo, o conjunto de benefícios que a micro ou
pequena empresa consegue com a adopção de boas práticas de Saúde e Segurança no
Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e doenças, está vacinada contra os imprevistos
acidentários, reduz os custos, optimiza conceito e imagem junto à clientela e potencializa a
sua competitividade.
Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências forem adoptadas com
antecedência e de maneira compromissada e responsável.
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Podemos considerar quatro tipos principais de acidentes:
 Acidente pessoal;
 Acidente material e pessoal;
 Acidente com dano material;
 Acidente com simples advertência de perigo.
As causas devem ser determinadas, pois os acidentes não ocorrem toda vez ou a primeira vez
que alguém faz alguma coisa errada.
2.5.Causas do acidente

Tecnicamente existem duas causas de acidentes: atos inseguros e condições inseguras. De


acordo com a Norma Brasileira NB-18 da ABNT (Associação Brasileira de Normas
(Técnicas) existem vários aspectos que decorrem dessas causas, dentre eles podemos
destacar:
 Negligência: é a omissão voluntária do cuidado - falta de atenção. Exemplo: a
realização de limpeza numa máquina em funcionamento.
 Imprudência: é a falta de observação das medidas de precauções e segurança,
previsível, necessárias no momento para evitar um mal - excesso de confiança.
Exemplo: empilhar caixas e volumes sem obedecer às recomendações de arrumação,
trânsito, carga e descarga.
 Imperícia - é a falta de aptidão, habilidade, experiência, ou de previsão no exercício
de determinada função. (Tomazoli, 2014)
Exemplo: conduzir veículo, operar máquina ou equipamento sem possuir habilitação, curso
ou treinamento adequado e obrigatório.
Devemos entender, no entanto, que o acidente sempre ocorre como resultado da soma de
actos e condições inseguras que são oriundos de aspectos psicossociais denominados
Factores Pessoais de Insegurança.
2.6.Acto Inseguro
Entende-se Ato Inseguro como sendo as causas de acidentes do trabalho que residem
exclusivamente no factor humano, isto e, aqueles que decorrem da execução de tarefas de
uma forma contrária as normas de segurança. Exemplos bastante comuns de actos inseguros:
 Utilizar de maneira incorrecta ou imprópria ferramentas manuais;
 Não obedecer a sinais ou instruções de segurança entre outros.
 Falta de treinamento; e
 Falta de conscientização. (Tomazoli, 2014)

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2.6.1.As causas do ato inseguro

Os trabalhadores, depois de identificar quais os actos inseguros que ocorrem em sua seção,
deve perguntar por que eles ocorrem. Seguem-se, para orientação, alguns factores que
podem levar os trabalhadores a praticar actos inseguros:
 Inadaptação entre o homem e a função;
 Alguns trabalhadores cometem actos inseguros por não apresentarem as aptidões
necessárias para o exercício da função;
 A seguir, apresentamos uma orientação sobre os actos inseguros, suas possíveis
origens, formas mais comuns e recomendações para evitarmos sua ocorrência.
 A teimosia: Não insista em realizar determinadas operações para as quais não
esteja habilitado; e Acate as instruções e observações de seus superiores; eles também
pensam na sua segurança.
 O exibicionismo: O exibicionismo é a satisfação de uma vaidade ou de um ato
imprudente, quando enfrentamos um risco sem necessidade.
 A indisciplina: Indisciplina é sempre um ato de desobediência às instruções
superiores, tanto no que se refere à maneira de executar um trabalho, quanto sobre os
cuidados necessários para se evitar o acidente.
 A brincadeira: Não corra pelas seções e não brinque nos locais de trabalho; a
brincadeira no local de trabalho pode ter graves consequências.
 A distracção e o descuido: A pequena distracção ou descuido, mesmo nos últimos
minutos de cada período de trabalho, poderá ser causa de um grave acidente. Esteja
atento e vigilante, para garantir sua segurança e a de seus companheiros.
 O nervosismo e a irritação: O nervosismo faz com que você perca o controle de seus
actos e palavras e contribui para que o acidente ocorra.
Lembre-se de que o estado psicológico e físico de uma pessoa, seja por cansaço excessivo ou
por brigas em casa, desgostos, ressacas ou outros motivos, podem levar mais facilmente a
distracções, nervosismo ou irritação e, portanto, à realização de actos inseguros e acidentes.
(Tomazoli, 2014)

2.6.2.Condição Insegura

Tem como definição as circunstancias externas incompatíveis para realização do trabalho,


contrárias com as normas de segurança e prevenção de acidentes.
Como essas condições estão nos locais de trabalho, podemos deduzir que foram instaladas
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por decisão e/ou mau comportamento de pessoas, que lá executando suas actividades,
permitiram o desenvolvimento de situações de risco.
Há também os acidentes resultantes, destas condições, as quais a própria administração do
Sector e seus encarregados são responsáveis, pois a eles compete eliminar as causas de
acidentes provenientes de condições materiais do próprio estabelecimento. (Cartilha de
Prevenção de Prevenção e Doenças no Trabalho, 2005)
Tais são, por exemplo:
Equipamento pessoal e vestuário inadequado:
 Falta de EPI (Equipamento de Protecção Individual), onde e quando forem
necessários, pela natureza da tarefa;
Ambiente de trabalho inadequado:
 Iluminação deficiente quer natural, quer artificial;
 Ventilação insuficiente para a eliminação de gases, fumos e poeiras provenientes dos
processos de fabricação, mas nocivas à saúde do trabalhador;
 Falta de ordem e asseio nos ambiente de trabalho; e
 Arranjo físico inadequado;
Condições dos edifícios insatisfatórias:
 Assoalhos e pisos em mau estado e/ou escorregadios;
 Escadas inseguras e sem protecção lateral;
 Ausência ou deficiência de instalação contra incêndios, saída de emergência
defeituosa ou mal localizada; e
 Temperatura extrema (quente ou frio).
Equipamentos defeituosos ou impróprios:
 Máquinas obsoletas;
 Ausência de protectores nas máquinas ou prensas;
 Ferramentas inadequadas; e
 Instalações eléctricas defeituosas.
Arrumação imprópria do material:
 Arrumação do material pesado em local alto;
 Barras com pontas salientes;
 Desordem no material guardado;
 Falta de marcação nas passagens; e
 Falta de ordem e de limpeza. (Cartilha de Prevenção de Prevenção e Doenças no
Trabalho, 2005)
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2.6.3.Prevenção de acidentes

A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho contribui para a
protecção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo
acidentes e doenças e diminuindo consideravelmente os custos. Em todos os casos, a
participação dos trabalhadores na identificação dos riscos assume um papel de extrema
importância para o êxito do programa de gestão.

2.6.3.1.Equipamentos de Protecção Colectiva ( EPC)

Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e a tecnologia


colocam à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de protecção, colectiva e
individual.
É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à
protecção de uma ou mais pessoas expostos a risco durante a realização de um trabalho.
Exemplos:
 Limpeza e organização dos locais de trabalho;
 Sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há poluição;
 Colocação de aterramento eléctrico nas máquinas e equipamentos;
 Protecção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante;
 Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos e elevadores;
 Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal.
(Manual de Prevenção de acidentes do Trabalho para Membros da CIPA, 1996)

2.6.3.2.Equipamento de Protecção Individual (EPI)

É todo dispositivo de uso individual, destinados a ser utilizados por uma pessoa contra
possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma
determinada actividade. Seu uso será quando não for possível tomar medidas que permitam
eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a actividade.
Devemos utilizá-lo quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou
equipamentos de protecção colectiva, para complementar a protecção colectiva, em trabalhos
eventuais ou emergenciais e em exposição de curto período.
A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do
equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer
também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as características e qualidades técnicas do
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EPI, se possui Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e,
principalmente, o grau de protecção que o equipamento deverá proporcionar. (Manual de
Prevenção de acidentes do Trabalho para Membros da CIPA, 1996)
Os equipamentos de protecção individual são classificados de conformidade com a parte do
em corpo que deve ser protegida.

 Protecção de cabeça: Para o crânio, usam se diversos tipos de capacetes ou chapéus,


e para o rosto utilizam-se protectores faciais. Utilizado para protecção da cabeça do
empregado em trabalho a céu aberto e em local confinado, impactos provenientes de
queda ou projecção de objectos, queimaduras, choque eléctrico e irradiação solar.

 Protecção dos olhos: Utilizado para protecção dos olhos contra impactos mecânicos,
partículas volantes e raios ultravioletas.

 Protecção auditiva: Utilizado para protecção dos ouvidos nas actividades e nos locais
que apresentem ruídos excessivos.

 Protecção respiratória: Utilizado para protecção respiratória em actividades e locais


que apresentem tal necessidade como manuseio de materiais de pintura como tintas,
solventes, produtos químicos e combustíveis.

 Protecção para membros superiores: Luva de protecção em raspa: Utilizada para


protecção das mãos e braços do empregado contra agentes abrasivos e escoriastes.

 Luva de protecção: Luvas de borracha: Utilizadas para protecção das mãos e punhos
do empregado em manuseio de combustíveis e contra agentes químicos e biológicos.
Luvas de algodão: Utilizadas contra riscos mecânicos, protegem as mãos contra
produtos abrasivos, escoriastes, resistentes à cortes ou contém rebarbas, onde se
necessite boa aderência.

 Protecção para membros inferiores: Perneiras de segurança confeccionadas em raspa


de couro para protecção da perna contra agentes abrasivos e escoriastes

 Calçado de protecção: Calçado de protecção tipo botina de couro: Utilizado para


protecção dos pés contra torção, escoriações e derrapagens.

 Protecção do tronco: Avental de protecção: Confeccionado em raspa de couro com


ajuste no pescoço e cintura. (Pimentel, 2015)

Para protecção do usuário contra agentes cortantes ou escoriastes, para uso em soldagem e

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processos similares.

O uso de EPI exige responsabilidades, tanto da Chefia quando dos trabalhadores. Cabe a
Chefia adquirir o tipo adequado à actividade do empregado, fornecer EPI aprovado com o
Certificado de Aprovação, orientar o trabalhador sobre o seu uso, tornando-o obrigatório,
substituí-lo quando danificado ou extraviado.

Cabe ao empregado usá-lo apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se por
sua guarda e conservação e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso. (Manual de Prevenção de acidentes do Trabalho para Membros da
CIPA, 1996)

2.7.Higiene e Segurança no Trabalho (HST) em Moçambique

Os acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais resultantes da actividade laboral sempre


constituíram maior preocupação dos trabalhadores, empregadores, governantes e
organizações de vários países do mundo. Em Moçambique, o regime jurídico de acidentes de
trabalho e doenças profissionais foi regido pelo Diploma Legislativo n.º 1706, de 19 de
Outubro de 1957, portanto, no período colonial. Depois da Independência Nacional, este e
outros diplomas e/ou normativos mostraram-se desajustados da realidade devido às
mudanças políticas e socioeconómicas em que o actual estágio do país se encontra. Para isso,
era necessário que fosse definido um quadro jurídicolaboral consentâneo não só com o actual
estado do país sobre Higiene e Segurança no Trabalho, mas, igualmente, com as convenções
fundamentais da Organização Internacional do Trabalho.

Para o efeito, era necessário que o Estado moçambicano integrasse, na sua Constituição,
matérias relacionadas com o Direito à Retribuição e Segurança no Emprego. Assim, o ponto
2 do artigo 85 da Constituição da República de Moçambique (2009:24) refere que o
trabalhador tem direito à protecção e segurança no trabalho. A partir da Lei-mãe foi criada a
Lei do Trabalho em vigor, na perspectiva de garantir protecção razoável do trabalhador, e o
capítulo VI, artigos 216 a 236, fixou as regras gerais sobre esta matéria.

Nestes moldes, se por um lado houve avanços na produção de normativos sobre esta matéria,
por outro há que se questionar continuamente sobre como é que as empresas, sectores e
organizações sindicais se organizam para a criação de condições que garantam a Higiene,
Prevenção e Segurança no Trabalho.

Como se sabe, a criação de condições que garantam a HST, a formação do trabalhador e a

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criação de uma cultura de prevenção e segurança no trabalho constituem ainda desafios de
muitos países do mundo, incluindo os mais desenvolvidos. Por este facto, há suspeitas de que
Moçambique possa fazer parte de vários outros países que têm este trinómio laboral como
desafio, pois nem todas as empresas do país criaram condições que garantissem a Higiene e
Segurança no Trabalho.

A título de exemplo, e de acordos com os dados divulgados durante a Conferência Nacional


sobre a Segurança e Saúde no Trabalho, organizada pelo Ministério de Trabalho, Emprego e
Segurança Social (MITESS), no dia 28 de Abril do 2017, em Maputo, no Centro de
Conferências Joaquim Chissano, foram registados e comunicados 495 acidentes de trabalho
e pelo menos 50 pessoas perderam a capacidade para trabalhar em consequência de doenças
profissionais em Assim, o Instituto Sindical para a Cooperação ao Desenvolvimento
(ISCOS), ao pretender, como referimos, reforçar a capacidade do Governo e das parcerias
sociais no uso do diálogo social no qual o desenho do presente estudo se insere, sobretudo no
que tange ao cumprimento das normas laborais relativas à Higiene e Segurança no Trabalho
(HST), recomendou o presente estudo, cuja problemática se apresenta a seguir. Estudo sobre
Higiene e Segurança no Trabalho (HST) em Moçambique

2.7.1.Regulamento Geral de Higiene e Segurança no trabalho

O Diploma Legislativo 48/73, de 5 de Junho, aprova o Regulamento Geral de Higiene e


Segurança no trabalho nos estabelecimentos industriais. Este diploma apresenta 162 artigos
e, dentre vários aspectos, recomenda o uso de vestuário e equipamento apropriado para a
protecção e segurança do trabalhador. iii. As Portarias n.º 6:231 e n.º 5:717, aprovados em
1945 pelo então Governador-Geral, regulam aspectos relacionados com a salubridade,
segurança nos estabelecimentos industriais, das pessoas e dos bens materiais Legislação
depois da Independência Nacional Depois da Independência Nacional foi aprovada a
Constituição da República (Lei-mãe), que no artigo 85 estabelece o direito à retribuição e
segurança no emprego. (Nhantumbo, et al 2017)

Na base deste artigo foram promulgadas outras leis que regulam aspectos relacionados com
as condições, Higiene e Segurança no Trabalho, dos quais se destacam: i. À luz do artigo n.º
2 do art. 85 da Constituição da República, foi promulgada a Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto,
que aprova a Lei do Trabalho e revoga a Lei n.º 8/98, de 20 de Julho. Esta lei contém um
total de 273 artigos e resulta da dinâmica da situação social, económica e política, que exige
a conformação do quadro jurídico-legal que discipline o trabalho, o emprego e a segurança

16
social.

Nestes termos, o artigo 54, ponto 5, estabelece, a cada empregado, o direito de desfrutar de
medidas adequadas de protecção, Segurança e Higiene no Trabalho, capazes de garantir a
sua integridade física, moral e mental. ii. Os empregadores são responsáveis pela criação e
desenvolvimento de meios adequados para proteger a integridade física e mental dos
colaboradores e melhoria contínua das condições de trabalho.

Os empregadores também são obrigados a tomar todas as precauções adequadas para


assegurar que todos os postos de trabalho e meios de acesso e de saída para o trabalho sejam
seguros e livres de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. (art. 59 e 216 da Lei n,º
23/2007, de 1 de Agosto, 2007). iii. Igualmente, a Lei do Trabalho exige os empregadores
forneçam equipamentos de protecção e vestuário de trabalho adequado, a fim de prevenir o
risco de acidentes ou efeitos prejudiciais á saúde dos trabalhadores, e instrui-os sobre o
cumprimento adequado das normas de Higiene e Segurança no Trabalho. (art. 216; pontos 2
e 5). 12 Estudo sobre Higiene e Segurança no Trabalho (HST) em Moçambique.
(Nhantumbo, et al 2017)

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Conclusão
A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para proteger a
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerente às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças ocupacionais, a
partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de trabalho. Ela tem carácter
preventivo por promover a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele adoeça e se
ausente do trabalho.
Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho. Já a segurança do trabalhador
durante o desenvolvimento de suas actividades necessita, principalmente, de medidas por
parte das empresas, que visem o treinamento e a conscientização dos mesmos.
É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no
ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o
valor humano.
Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a segurança do
trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaboradores percebem o fato de serem
valorizados, reconhecidos, isso os torna mais motivados para o trabalho.

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Bibliografia

Manual de Equipamentos de Protecção da Comissão Tripartite permanente de


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