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Apreciação Crítica | Francisco Maria Pestana de Andrade 12ºC

“A MORTE DE IVAN ILITCH”, LEV TOLSTOI

“A morte de Ivan Ilitch” foi publicada em 1886 e é considerada uma das melhores
obras de Tolstoi. A obra retrata a vida de um homem, a sua doença e angústia perante a
iminente morte. Nesta apreciação crítica vou descrever a obra e tentar mostrar porque é que
vale a pena ler este pequeno livro mais de um século depois da sua publicação.
Para a compreensão da obra é fundamental o conhecimento do seu contexto e de
alguns traços biográficos do autor. Tolstoi nasceu em 1828 numa família aristocrática russa,
na década de 1870 teve uma profunda crise moral que culminou na sua conversão ao
cristianismo. Posteriormente, Tolstoi participou na guerra da Crimeia o que levou a que se
tornasse pacifista, morreu em 1910 e influenciou várias personalidades, como Gandhi, por
exemplo. O livro sobre o qual escreve insere-se na corrente literária do realismo que surge
no século XIX em oposição ao romantismo. O realismo procura representar não apenas o
que é ideal mas também o quotidiano, os conflitos, as paixões e as dificuldades da vida.
A obra começa com a notícia da morte de Ivan Ilitch, um juiz desembargador da
classe média alta, e desenvolve-se depois recuando ao início da vida de Ivan e descrevendo-
a. Ao longo da obra vão ser utilizadas personagens-tipo com o objetivo de criticar a
hipocrisia vivida na aristocracia. Praskóvia Fiodovrona, a mulher de Ivan Ilitch, vai
representar as pessoas que não se preocupam com os problemas dos outros, a não ser que
estes as aborreçam.
O tema central da obra é a morte. A iminência da morte é o que vai fazer com que
Ivan Ilitch se questione a respeito da forma como viveu a sua própria vida. Confrontado
com Guerássim, um simples criado que era feliz, Ivan Ilitch vai perceber como tudo o que
desejou era vão e redutor, uma vez que com a doença tudo se desmorona. O que a obra
provoca no leitor é um confronto, um exame de consciência, ao ler a obra e ao acompanhar
a disputa interior de Ivan o leitor questiona-se também a respeito das suas prioridades e da
sua forma de vida.
Concluindo, recomendo a leitura da obra porque esta, num estilo simples e
cativante, promove uma necessária reflexão acerca da morte e, consequentemente, da vida.
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