Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/303817677
CITATIONS READS
124 11,045
2 authors:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Fabian Borghetti on 09 August 2019.
INTERPRETAÇÃO
DE RESULTADOS DE
GERMINAÇÃO
Fabian Borghetti
Alfredo Gui Ferreira
mentes é o uso de soluções aquosas de 2,3,5 mesmo de 6 horas (testes-piloto podem dar
tri-fenil tetrazólio. Esse sal, incolor em solução uma idéia da cinética do processo). Por
aquosa, quando colocado em contato com as exemplo, a 22oC, todo um lote de diásporos de
sementes viáveis é reduzido por desidrogenases alface pode germinar em 48 ou, no máximo,
do tecido vivo, adquirindo a cor avermelhada em 72 horas. Intervalos menores entre observa-
na semente. A coloração adquirida é proporcio- ções são apropriados em particular para experi-
nal à atividade enzimática, sendo utilizada mentos de germinação conduzidos em tempe-
como uma estimativa do grau de viabilidade raturas supra-ótimas, em que os processos me-
da semente. Embora apropriado para estimar tabólicos se encontram acelerados.
o grau de viabilidade, esse teste não permite As medidas de germinação podem ser re-
identificar se a semente vai ou não germinar, presentadas graficamente. As mais comuns re-
visto que sementes dormentes também podem lacionam germinação com temperatura, dispo-
apresentar expressiva atividade enzimática (Ca- nibilidade de água, luminosidade e concentra-
pítulo 6). Os critérios citados, assim como al- ção de fitormônios ou reguladores de cresci-
guns efeitos de origem biótica e abiótica na ger- mento. Quando plotadas em uma relação dose-
minação estão listados no Quadro 13.1. dependência, tais curvas representam o com-
portamento germinativo de dada espécie em
função do tratamento aplicado, assim como
GERMINAÇÃO E DORMÊNCIA permitem comparar a germinação de diferentes
Associada à germinação está a dormência das espécies sob efeito de um mesmo tratamento.
sementes. Esse mecanismo regula o início da Contudo, antes de dar continuidade a esta dis-
germinação, tem uma forte relação espécie-es- cussão, vale relembrar algumas medidas bási-
pecífica e depende muito do tipo de ambiente cas utilizadas para quantificar a germinação.
em que a espécie ocorre (Labouriau, 1983). De
fato, a dormência determina o momento e o
local de germinação, além dos requerimentos MEDIDAS DE GERMINAÇÃO
e características desse evento. Em estudos em Múltiplas formas de medir a germinação fo-
que se investiga a cinética do experimento, deve ram desenvolvidas por diversos autores (Labou-
haver medidas diárias, de preferência na mes- riau, 1983). Dentre elas, a “germinabilidade”
ma hora, de forma que os intervalos entre obser- (%G) talvez seja a mais simples, representan-
vações se aproximem de 24 horas (o que é bas- do a porcentagem de sementes germinadas em
tante comum). Porém, dependendo da veloci- relação ao número de sementes dispostas a ger-
dade de germinação, observações e contagens minar sob determinadas condições experimen-
devem realizar-se em intervalos de 12, 8 ou tais:
Quadro 13.1 Fatores abióticos e bióticos que podem influenciar o critério de germinação de diásporos
onde ∑ni é o número total de sementes germi- onde ni é o número de sementes germinadas
–
nadas em relação ao número de sementes dis- entre as observações ti-1 e ti, e t é o tempo mé-
postas para germinar (N), dados expressos em dio de germinação. A variação do tempo médio
porcentagem. A germinabilidade informa o nú- de germinação reflete a distribuição temporal
mero total de sementes germinadas, entretan- desta em torno da média, o que permite avaliar
to, não reflete quanto tempo foi necessário pa- se a germinação de dado conjunto de sementes
ra que as sementes atingissem tal porcentagem é uniforme (pequena variação) ou desunifor-
de germinação. Se dois ou mais lotes de se- me e irregular (grande variação).
mentes apresentam germinabilidade seme- Outra forma utilizada para quantificar a ci-
lhante, isso não quer dizer que o seu comporta- nética da germinação é o cálculo da velocidade
–
mento germinativo seja o mesmo. Os tempos e média (v ), que é simplesmente o inverso do
a distribuição da germinação podem ser dife- tempo médio de germinação:
rentes. Podem existir lotes ou sementes que ger- – –
v = 1 / t = ∑ni / ∑ni.ti
minam (ou emergem) mais rapidamente (em
geral, mais vigorosas) e outras cuja germinação A velocidade é expressa geralmente em
é mais lenta. Para essas situações, existem me- horas-1. Naturalmente, a velocidade média tam-
didas que quantificam a germinação sob um bém tem sua variação (vS2):
ponto de vista cinético, isto é, informam quanto
2 2 – 4
tempo foi necessário para determinado lote de vS = tS . (v )
sementes germinar. Um parâmetro bastante
– A variação da velocidade média é dada em
utilizado é o tempo médio de germinação (t ),
calculado pela equação a seguir: horas-2.
– Outro índice freqüentemente usado é o ín-
t = ∑ni . ti / ∑ ni dice de velocidade de germinação (Maguire,
1962), simbolizado por IVG, em que o número
onde ni é o número de sementes germinadas de sementes ou plântulas normais é contabili-
dentro de determinado intervalo de tempo ti-1 zado a cada dia:
e ti. Essa informação é comumente expressa
– IVG = G1/N1 + G2/N2 + ... Gn/Nn
em horas. O tempo médio (t ) corresponde à
média do tempo necessário para um conjunto
de sementes germinar, dando ao processo um Quando se considera o critério agronômico,
caráter cinético. Como será visto adiante, essas o IVG é substituído por IVE (índice de velocidade
medidas fornecem tanto as informações quanto de emergência); entretanto, o cálculo permane-
as vias metabólicas envolvidas no processo e ce o mesmo. Assim:
podem, por outro lado, permitir inferências G1, G2, ... Gn = número de diásporos
sobre estratégias de germinação de determina- germinados ou (no caso do IVE)
do lote ou mesmo de espécies sob diferentes E1, E2, ...En = número de plântulas normais
condições ambientais. Sendo a média uma me- na primeira, segunda até enésima ob-
dida de tendência central de um dado conjun- servação.
to de valores (no caso, o número de sementes N1, N2, ... Nn = número de dias (ou horas)
germinadas), existem medidas que quantifi- após a semeadura.
cam a dispersão dos valores em torno da mé-
dia, como a variação e o desvio-padrão. No caso Embora esse índice seja freqüentemente ex-
da germinação das sementes, esse parâmetro é presso sem unidade, a equação relaciona o nú-
a variação do tempo médio (tS2), expressa em mero de diásporos germinados (ou plântulas
horas2: emergidas) por unidade de tempo. Quanto
maior o IVG (IVE), maior a velocidade de ger- Sendo o caso, o CVG ou CVE deve ser calcu-
minação, o que permite inferir que mais vigoro- lado para cada repetição, e o resultado será um
so é o lote de sementes (Nakagawa, 1999). valor médio das repetições em porcentagem.
A velocidade de germinação também pode Quanto maior o valor numérico do CVG (ou
ser calculada pela fórmula apresentada por Ed- CVE), maior a velocidade de germinação, indi-
mond e Drapalla (1958), simbolizada por VG: cando que mais vigoroso é o lote ou a amostra
de diásporos em estudo (Nakagawa, 1999). Ob-
VG = (N1 G1 + N2 G2 +...+ Nn.Gn) /
serve que a interpretação a partir desses índices
(G1 + G2 +...+ Gn)
pode ser similar à interpretação obtida a partir
–
onde: do cálculo de v mostrado anteriormente.
G1, G2, ... Gn = número de sementes (ou
plântulas) germinadas no dia da obser-
INTERPRETAÇÃO DOS
vação (nas últimas 24 horas se as ob- RESULTADOS DE
servações forem diárias). GERMINAÇÃO
N1, N2, + ... + Nn = número de dias (horas)
Além da necessidade de estabelecer um deli-
após a semeadura.
neamento experimental apropriado para inves-
Essa equação também pode ser expressa tigar efeitos de tratamentos diversos na germi-
por: nação (Capítulo 11), também é fundamental,
K K
para chegar a conclusões corretas do trabalho,
VG = Ni. Gi / i=1 Gi uma apropriada interpretação dos resultados
i=1
obtidos. Essa etapa, com certa freqüência, não
Examinando-se cuidadosamente a fórmula recebe a atenção devida. O propósito deste ca-
de VG, verifica-se que ela é idêntica à fórmula pítulo não é ensinar ao leitor como interpretar
– os resultados, mas sugerir formas de interpreta-
de t ; logo, as interpretações também podem ser
similares (Santana e Ranal, 2000). Assim, ção, atentar para aspectos pouco observados na
– análise de gráficos e tabelas e buscar associar
quanto menor a VG ou o t , mais vigorosa poderá
ser considerada a amostra. Para cada repetição, resultados obtidos com experimentos de germi-
– nação a outros campos de investigação, como
calcula-se a VG ou o t e, ao final, tem-se um
valor médio entre as repetições do experimento a ecologia e a bioquímica.
(desde que realizadas sob as mesmas condi-
ções).
CURVAS DE GERMINAÇÃO
Quanto à velocidade de germinação, outra
maneira de quantificá-la, além da descrita ante- Conforme descrito, a germinabilidade (%G) re-
riormente, é pelo coeficiente de velocidade de presenta o número total de sementes germina-
germinação (CVG) ou de emergência (CVE), das sob determinada condição experimental.
sugerido por Kotowski (1926): Nesse contexto, tal medida pode ser utilizada
na comparação da germinação sob diferentes
K K
CVG ou CVE = [ fi / fi.xi] . 100 temperaturas de incubação, por exemplo (Fi-
i=1 i=1
gura 13.1).
Verifica-se, pelas curvas de germinação, que
onde: as quatro espécies apresentam germinabilida-
fi = número de sementes germinadas no des diferentes em função da temperatura de
i-ésimo dia. incubação. Por exemplo, a 25oC, sementes de
xi = número de dias contados desde a se- Salvia hispanica apresentam germinabilidade
meadura até o dia da leitura (i). próxima dos 60%, enquanto sementes das ou-
k = último dia de observação. tras espécies têm valores próximos de 100%.
100
80
Vicia graminea
Germinabilidade (%)
Pereskia acuelata
60
Calotropis procera
40 Salvia hispanica
20
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Temperatura (oC)
! Figura 13.1
Curvas de germinação de sementes de Calotropis procera (Labouriau e Valadares, 1976), Pereskia acuelata
(Dau e Labouriau, 1974), Salvia hispanica (Labouriau e Agudo, 1987) e Vicia graminea (Labouriau, 1970) em
um gradiente de temperatura.
germinação das sementes. No exemplo a seguir, mentos conduzidos com sementes coletadas em
sementes de Schefflera (Didymopanax) morototoni, apenas uma época de produção, especialmente
coletadas em diferentes épocas do ano, foram de um único material genético (planta), podem
dispostas a germinar na presença do fitormônio induzir a erros ou interpretações limitadas.
cinetina (uma citocinina) na luz e no escuro Apesar de a germinabilidade oferecer infor-
(Figura 13.2). mações importantes sobre as características de
Essa análise permite identificar, por exem- germinação de um conjunto de sementes face
plo, qual a eficácia de um tratamento hormonal a determinado tratamento, ou mesmo permitir
em promover (ou inibir) a germinação de deter- uma discussão mais profunda sobre procedên-
minada espécie e, de maneira análoga aos efei- cia/local de ocorrência da espécie, uma análise
tos da temperatura descritos no exemplo ante- da germinação sob um enfoque cinético requer
rior, pode-se comparar o comportamento ger- outras formas de abordagens. Nesse sentido,
minativo de diferentes espécies ao fitormônio as curvas de tempo médio e de velocidade de
aplicado. Nesse caso, a aplicação de citocinina germinação permitem interpretações adicionais
promoveu a germinação, quando comparada ao desse processo fisiológico.
controle em água (C). Além disso, observa-se
que, na presença do fitormônio, as sementes
coletadas em junho apresentaram-se fo- TEMPO MÉDIO DE
toblásticas negativas, enquanto as coletadas em GERMINAÇÃO
setembro apresentaram-se afotoblásticas. Es- O tempo necessário para determinada amostra
sas observações permitem extrair outras infor- de sementes germinar depende, primariamen-
mações a partir da análise do gráfico. O foto- te, da espécie em estudo e das condições expe-
blastismo depende da época de coleta das se- rimentais ou ambientais nas quais as mesmas
mentes. Para plantas que apresentam uma fru- se encontram. Curvas de germinação que tra-
tificação que se estende por longa parte do ano, tam sobre o tempo médio ou o seu recíproco, a
como é o caso da espécie utilizada, o local e a velocidade média, podem ser plotadas sob dife-
época em que as sementes são produzidas tam- rentes maneiras. Quando, para efeitos de com-
bém são importantes (Figura 13.2). Esses resul- paração, o número de tratamentos é grande,
tados mostram que dados pontuais de experi- como o é o número de medidas de tempo médio
(ou velocidade média), costuma-se apresentar
tais medidas em função do tratamento aplica-
40 do. Esse caso pode ser exemplificado pela Fi-
C – Controle
35 L – Luz gura 13.3, que relaciona a velocidade de germi-
E – Escuro nação de sementes de Peltophorum dubium, uma
30
25 espécie de ampla distribuição nas matas de ga-
20
leria do Brasil Central, em função da tempera-
15
tura de incubação.
10
Como se pode observar, a velocidade média
de germinação cresce com o aumento da tem-
5
peratura até um máximo próximo dos 23oC. Em
0
C L L E L E temperaturas acima desse valor, a velocidade
Abril Junho Setembro começa a diminuir até a temperatura limite de
germinação, que se localiza entre 37 e 39oC.
! Figura 13.2
Efeito da cinetina (1 mg.L-1) na germinação de semen-
Esse tipo de estudo tem sido conduzido com
tes de Schefflera morototoni coletadas em diferentes diversas outras espécies cultivadas e nativas
meses do ano, incubadas sob condição de luz (L) e (Labouriau, 1983; Lima, Borghetti e Sousa,
escuro (E). C – controle em água. Adaptada de Franco 1997; Santos e Cardoso, 2001), e mostra que a
e Ferreira (2002). velocidade de germinação, assim como a ger-
100 30
25
80
Velocidade média de
Germinabilidade (%)
20
5
0 0
11 14 18 20 23 26 29 33 36 39
Temperatura (oC)
! Figura 13.3
Germinabilidade (%) e velocidade média de germinação (h-1.10-3) de sementes de Peltophorum dubium
coletadas no ano de 1998 no campus da Universidade de Brasília (L.A.Z Andrade et al., inédito).
minabilidade, depende das condições de incu- (-0,156 MPa) ficou em 32 horas, enquanto, sob
bação das sementes. estresse grave (-0,414 MPa), aumentou para
Das curvas de germinação podem ser obti- 40 horas. Percebe-se, pois, que os parâmetros
dos tanto o tempo médio de germinação quanto de tendência central em estudos de germinação
outros parâmetros de tendência central, como podem variar de forma distinta em função do
a moda (Figura 13.4). tratamento aplicado.
Embora não haja diferenças significativas A partir das medidas de tempo médio (e
entre os tratamentos quanto ao parâmetro ger- velocidade média) de germinação, diversas in-
minabilidade (entre 94 e 99%), observa-se na terpretações são possíveis. Por exemplo, pode-
Figura 13.4 que, sob estresse osmótico, o tempo se inferir que germinação rápida é característica
médio de germinação (identificado pelas barras de espécies cuja estratégia é se estabelecer o
verticais) de sementes de Mimosa bimucronata mais rápido possível ou quando oportuno, apro-
é progressivamente aumentado. Por outro lado, veitando condições ambientais favoráveis ao
no controle e com estresse moderado a moda desenvolvimento do novo indivíduo. Essa si-
60
Controle
Número de sementes
50
(-0,156MPa)
germinadas
40 (-0,414MPa)
30
20
10
0
0 24 32 40 48 56 64
Tempo (horas)
! Figura 13.4
Germinação de sementes escarificadas de Mimosa bimucronata. As barras verticais representam o tempo
médio de germinação para cada tratamento. Os potenciais osmóticos foram gerados com NaCl (Rodrigues,
Passini e Ferreira, 1999).
100
80
Germinabilidade (%)
60
40
Luz vermelha
20
Tempo (horas)
! Figura 13.6
Germinação cumulativa de sementes de Aechmea nudicaulis (linha contínua) e Streptocalyx floribundus
(tracejado) sob temperaturas alternantes de 20 a 30oC. As sementes foram incubadas sob luz vermelha (sím-
bolos abertos) ou no escuro (símbolos pretos). Após 240 horas de incubação no escuro, as sementes foram
expostas à luz vermelha (Pinheiro e Borghetti, 2003).
35
30
Número de sementes
germinadas 25
20
15 25oC
10 35oC
0
0 3 6 9 12 15 18 21
Tempo (dias)
B
15
25oC
12 35oC
Número de sementes
9
germinadas
0
0 3 6 9 12 15 18 21
Tempo (dias)
! Figura 13.7
Germinação de sementes de Talinum patens sob duas temperaturas de incubação. (A): dados acumulados;
(B): dados não-acumulados ou freqüências (Rosa e Ferreira, 1998).
As Figuras 13.6 e 13.7 mostram o número tal, o número de sementes germinadas a cada
absoluto de sementes germinadas em função dia (ou intervalo de tempo utilizado) é dividido
do tempo de incubação. Esse tipo de gráfico po- pelo número total de sementes germinadas, mi-
de ser utilizado quando o número de sementes nimizando assim efeitos de diferenças no tama-
dispostas para germinar nos diferentes trata- nho das amostras e na interpretação do resultado.
mentos é similar (o que é recomendável). En- As curvas de germinação podem-se apre-
tretanto, quando o número de sementes utiliza- sentar sob as mais diversas formas; entretanto,
das nos tratamentos é diferente, sugere-se o elas podem ser identificadas por modelos de
uso de freqüência relativa de germinação. Para curvas já existentes. Por exemplo, a distribuição
80 12oC
60 Nt = 9
40 Tm = 19,08
20
0
80 o
15 C
60 Nt = 164
40 Tm = 12,37
20
0
80
18oC
60
Nt = 187
40 Tm = 6,11
20
0
80
60 21oC
Nt = 188
40
Freqüência relativa (%)
Tm = 4,12
20
0
80
24oC
60
Nt = 177
40 Tm = 3,05
20
0
80
60 27oC
40 Nt = 185
20 Tm = 3,13
0
80
30oC
60 Nt = 193
40 Tm = 7,72
20
0
80
33oC
60
Nt = 187
40
Tm = 8,87
20
0
80
60 36oC
Nt = 174
40
Tm = 11,92
20
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Tempo (dias)
! Figura 13.8
Freqüências de germinação das sementes de Cassia excelsa sob diferentes temperaturas de incubação (Jellez
e Perez, 1999).
sim respondendo a algum mecanismo de con- sob temperaturas extremas e tende a ser maior
trole da germinação que resulta na sincroniza- quanto mais próxima a temperatura de incuba-
ção do processo. ção estiver da faixa ótima para a germinação
Diversos estudos têm estimado o grau de (Tabela 13.1).
sincronismo na germinação das sementes, nor- O predomínio de distribuições de freqüên-
malmente sob diferentes temperaturas de incu- cia não-gaussianas (e polimodais) da germina-
bação. De modo geral, o sincronismo é menor ção das sementes sob temperaturas extremas
Tabela 13.1 Alguns parâmetros da distribuição de freqüências isotermas dos tempos médios de
germinação de sementes de Salvia hispanica (Labouriau e Agudo, 1987)
Índice de Kolmogorov-
Temperatura Moda sincronização Smirnov
(oC) (horas) (U, em bits) Dmax.105 Assimetria (G1) Curtose (G2)
KOTOWSKI, F. Temperature relations to germination LECK, M.A.; PARKER, V.T.; SIMPSON, R.L. Ecology of
of vegetable seed. Proceedings of the American society for Soil Seed Banks. New York: Academic Press, 1989. p. 462.
Horticultural Science, v. 23, p. 176-184, 1926.
LIMA, C.M.R de; BORGHETTI F.; SOUSA, M.V.
LABOURIAU, L.G.; AGUDO, M. On the physiology of seed Temperature and germination of the leguminosae
germination in Salvia hispanica L. I Temperature effects. Enterolobium contorstisiliquum, Revista Brasileira de Fisio-
Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 59, p. 37-56, 1987. logia Vegetal., v. 9, n. 2, p. 97-102, 1997.
LABOURIAU, L.G.; OSBORN, J.H. Temperature MAGUIRE, J.D. Speed of germination – aid in selection
dependence of the germination of tomato seeds. Journal and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop
of Thermal Biology, v. 9, p. 285-294, 1984. Science 1: 176-177. 1962.
LABOURIAU, L.G.; PACHECO, A.A. Isothermal NAKAGAWA, J. 1999. Testes de Vigor Baseados no De-
germination rates in seeds of Dolichos biflorus L. Boletín sempenho das Plântulas In. KRZYZANOWSKI, F.C.;
de la Sociedad Venezolana de Ciencias Naturales, v. 34, p.73- VIEIRA, R.D. & FRANÇA NETO, J.B. Vigor de sementes:
112, 1979. conceitos e testes. Abrates (Londrina) 1999. p 2.1-2.24..
LABOURIAU, L.G.; VALADARES, M.E.B. On the PINHEIRO, F.; BORGHETTI, F. Light and temperature
germination of seeds of Calotropis procera. Anais da Aca- requirements for germination of seeds of Aechmea
demia Brasileira de Ciências, v. 48, p. 263-284, 1976. nudicaulis (L.) Griesenbach and Streptocalyx floribundus
(Martius ex Schultes F.) Mez (Bromeliaceae). Acta
LABOURIAU, L.G.; LABOURIAU, I.S. Physiological rate
Botanica Brasilica v. 17, p. 27-35, 2003.
processes from the point of view of absolute reaction
rate theory, Ciência e Cultura, v. 49, p.177-189, 1997. RODRIGUES, B.N.; PASSINI, T.; FERREIRA, A.G. Research
on allelopathy in Brazil. In: NARWAL, S.S. Allelopathy
LABOURIAU, L.G. A germinação das sementes.
Update. Enfield: Science Pub. V. 1 .1999. p. 207-323.
Monografias Científicas. Washington: Organização dos
Estados Americanos, 1983. p. 170. ROSA, S.G.T.; FERREIRA, A.G. Germinação de semen-
tes de espécies medicinais do Rio Grande do Sul:
LABOURIAU, L.G. On the physiology of seed
Bromelia antiacantha Bert., Cuphea carthagenesis (Jacq.)
germination in Vicia graminea Sm. I. Anais da Acadêmia
Macbride e Talinum patens (Jacq.)Willdenow. Acta
Brasileira de Ciências, v. 47, p. 235-262, 1970.
Botanica Brasilica, v. 12, p. 515-522, 1998.
LABOURIAU, L.G. Shift of the maximum temperature
SANTANA, D.; RANAL, M.A. Análise estatística na ger-
of germination of Vicea graminea seeds following
minação. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 12 (es-
imbibition of deuterium oxide. Journal of Thermal Biology,
pecial), p. 205-237, 2000.
v. 2, p. 111-114, 1977.
SANTOS, D.L. dos; CARDOSO, V.J.M. Thermal-biological
LABOURIAU, L.G. Effects of deuterium oxide on the
aspects on seed germination of Cucumis anguria L.:
lower temperature limit of seed germination. Journal of
Influence of the seed coat. Revista Brasileira de Botânica,
Thermal Biology, v. 5, p. 113-117, 1980.
v. 24, p. 435-440, 2001.