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Data: 28 de agosto 2020

Horário: 09h00 às 18h00


Local: Online
Professor: Valter Gerner

Patrocinador
Carga Térmica
Câmaras Frigoríficas

Prof. Valter Rubens Gerner

São Paulo
2020
Câmara Frigorífica Modular

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Carga Térmica
Câmaras Frigoríficas

Prof. Valter Rubens Gerner

São Paulo
2020

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Carga Térmica – Câmaras Frigoríficas

Elaboração e Conteúdo Valter Rubens Gerner


técnico

Ficha Catalográfica

Carga térmica – Câmara Frigorífica. São Paulo: 2004. 145p.

Apostila elaborada para uso de treinamento.

Carga Térmica Câmara Frigorífica

CDU: 621.56

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Sumário

I Câmaras Frigoríficas 7

II Carga Térmica – Câmaras Frigoríficas 25

III Sistemas de Refrigeração 91

IV Instalação do Sistema de Refrigeração 107

V Tabelas 119

V Referências 141

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James Harrison, (17 de abril de 1816 - 3 de setembro de 1893) foi um jornalista, jornalista,
político escocês e pioneiro na área de refrigeração mecânica. Em 1855 construiu uma das
primeiras maquinas de refrigeração por compressão de vapor de éter.

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

I - Câmaras Frigoríficas

Histórico da Refrigeração
O emprego dos meios de refrigeração já era do conhecimento humano mesmo na época
das mais antigas civilizações. o gelo natural (colhido nas superfícies dos rios e lagos
congelados e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com palha e
cavados na terra) com a finalidade de conservar o chá que consumido pelos chineses. Os
gregos e romanos também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, para o
preparo de bebidas e alimentos gelados.

Entretanto, durante um largo período de tempo, na realidade muitos séculos, a única


utilidade que o homem encontrou para o gelo foi a de refrigerar alimentos e bebidas para
melhorar seu paladar.

Antes da descoberta, frio como meio de conservar os alimentos, estes eram deixados no
seu estado natural, estragando-se rapidamente. Para conservá-los por maior tempo era
necessário submetê-los a certos tratamentos como o salgadura, a defumação ou o uso de
condimentos. Esses tratamentos, na maioria dos casos, diminuíam a qualidade do
alimento e modificavam o seu sabor.

Com a invenção do microscópio, no final do século XVII, verificou-se a existência de


microorganismos (micróbios e bactérias) invisíveis à vista sem auxilio de um instrumento
dotado de grande poder de ampliação. Os micróbios existem em quantidades enormes,
espalhados por todas as partes, água, alimentos e organismos vivos.

Estudos realizados por cientistas, entre o célebre químico francês Louis Pasteur,
demonstraram que alguns tipos de bactérias são responsáveis pela putrefação dos
alimentos e por muitos tipos de doenças e epidemias. Ainda através de estudos, ficou
comprovado que a contínua reprodução das bactérias podia ser impedida em muitos
casos ou pelo menos limitada pela aplicação do frio, isto é, baixando suficientemente a

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temperatura do ambiente em que os mesmos proliferam. Essas conclusões irá provocar,


no século XVIII, uma grande expansão da indústria do gelo.

Com a descoberta, que o frio podia ser utilizado para conservar alimentos, abria-se a
possibilidade de se conservar os alimentos frescos, com todas as suas qualidades,
durante um período de tempo maior. Contudo, antes do surgimento da industria só se
podia fazer o uso do gelo natural, que trazia consigo uma série de inconvenientes que
prejudicavam seriamente o desenvolvimento da refrigeração, tornando-a de valia
relativamente pequena.

Por este motivo, engenheiros e pesquisadores voltaram-se para a busca de meios e


processos que permitissem a obtenção artificial de gelo, liberando o homem da
dependência da natureza. Em conseqüência desses estudos, em 1834 foi inventado, nos
Estados Unidos, por Jacob Perkins, o primeiro sistema mecânico de fabricação de gelo
artificial e, que constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compressão frigorífica.

Figura – Maquina de fazer gelo de Jacob Perkins, nos Estados Unidos em 1834

Em 1855 surgiu na Alemanha outro tipo de mecanismo para a fabricação do gelo artificial,
este, baseado no principio da absorção, descoberto em 1824 pelo físico e químico inglês
Michael Faraday..
Durante por cerca de meio século os aperfeiçoamentos nos processos de fabricação de
gelo artificial foram se acumulando, surgindo sistematicamente melhorias nos sistemas,

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com maiores rendimentos e melhores condições de trabalho. Entretanto, a produção


propriamente dita fez poucos progressos neste período, em conseqüência da prevenção
do público consumidor contra o gelo artificial, pois apesar de todos estarem cientes das
vantagens apresentadas pela refrigeração, era crença geral que o gelo produzido pelo
homem era prejudicial à saúde humana.

Figura – Interior de uma fábrica de gelo, nos Estados Unidos, no final do século XIX. Podemos observar a esquerda do
desenho uma câmara frigorífica construída para o armazenamento do gelo produzido.

Tal crença é completamente absurda, mas como só uma minoria aceitava o gelo artificial,
o seu consumo era relativamente pequeno. Todavia, a própria natureza encarregou-se de
dar fim a tal situação. Em 1890, o inverno nos Estados Unidos, um dos maiores
produtores de gelo natural da época, foi muito fraco e quase não houve formação de gelo,
naquele ano, no país. Como não havia gelo natural, a situação obrigou que se usasse o
artificial, quebrando o tabu existente contra este último e mostrando, inclusive, que o
mesmo era ainda melhor que o produto natural, por ser feito com água mais pura e poder
ser produzido à vontade, conforme as necessidades de consumo.

Já no final do século XIX apareceram as grandes instalações de refrigeração, utilizando-


se da amônia como fluido refrigerante, tendo como percursor o desenvolvimento do
moderno compressor, criado na Alemanha no final do século IXX por Karl Linde.

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Figura – Instalação frigorífica de compressão de amônia de 1891

Surgiu, dessa forma, o impulso que faltava à indústria de produção mecânica de gelo.
Uma vez aceito pelo consumidor, a demanda cresceu vertiginosamente e passaram a
surgir com rapidez crescente as usinas de fabricação de gelo artificial por todas as partes.
Juntamente com os equipamentos dos sistemas frigoríficos para a produção do frio,
também se desenvolveram as câmaras frigoríficas para que os alimentos pudessem ser
estocados de maneira segura.

Só em 1918 é que apareceu o primeiro refrigerador automático, movido a eletricidade, e


que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos Estados Unidos. A partir de 1920, a
evolução foi tremenda, com uma produção sempre crescente de refrigeradores
mecânicos.

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Figura – Primeiro refrigerador domestico, fabricado em 1918, pela empresa americana “Kelvinator Company”. Repare que
a unidade condensadora (condensador e compressor) era instalado do lado externo do ambiente.

As primeiras câmaras frigoríficas foram construídas no final do século XIX e algumas


delas utilizavam gelo, trazidos por navios de da região norte, principalmente do Canadá,
para manter a baixa temperatura interna.

Figura – As primeiras câmara frigorífica, nos Estados Unidos, eram mantidas frias por blocos de gelos.

Atualmente verifica-se uma maior utilização de processos para conservação e produção


de alimentos através de refrigeração, assim como o aumento da demanda por ambientes
climatizados em diversos seguimentos da sociedade. Assim, é de extrema importância
que se obtenha cada vez mais controle sobre os equipamentos utilizados nessas
instalações, com o intuito de fazer com que operem com a máxima eficiência em todas as
condições. Isto permite obter uma redução significativa do consumo de energia a nível
global, uma vez que os equipamentos de refrigeração e ar condicionado são grandes
consumidores de eletricidade.

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Estamos neste curso de carga térmica para refrigeração, demonstrando a maneira de


calcularmos uma câmara frigorífica, e selecionarmos seus componentes de refrigeração,
de maneira segura e eficiente do ponto de vista energético.

A busca pela redução dos custos de energia elétrica em câmaras frigoríficas, envolve
necessariamente vários aspectos. Através do balanço entre a escolha dos materiais
construtivos mais adequados, da elaboração de um projeto correto.

Câmaras Frigoríficas
As câmaras frigoríficas são ambientes fechados isolados termicamente, em que no seu
interior são mantidas temperaturas e umidade adequada para conservação de produtos,
tais como, gêneros alimentícios, flores, materiais industriais etc.

Figura – Desenho Ilustrativo de uma câmara frigorífica do final do século XIX.

Quando estes produtos ingressam no ambiente refrigerado estão com uma temperatura
maior que a do interior da câmara frigorífica, este excesso de energia térmica do produto
associado com outras fontes de calor devem ser retirados pelo equipamento de
refrigeração, e o calculo de sua capacidade será denominado de carga térmica de
camarás frigoríficas.

A boa determinação da carga térmica garante a precisa seleção dos equipamentos


frigoríficos, uma vez que se os equipamentos não atenderem a potência frigorifica
requerida, não será possível resfriar o interior da câmara, nem os produtos que ela

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contém, por outro lado equipamentos super dimensionados além de serem mais caros,
irão consumir maior quantidade de energia e tendem a ter uma vida útil menor por
estarem constantemente ligando e desligando.

Classificação das Câmaras Frigoríficas:


As câmaras frigorificas podem ser classificadas de acordo com a temperatura interna da
câmara associada algumas vezes com o tipo de atmosfera no seu interior, como também
podem ser classificadas pelo tipo de construção utilizada na fabricação destas.

Classificação das Câmaras Frigorificas de acordo com a temperatura


De acordo com a ABNT, NBR 15374 -1 “Equipamentos de Refrigeração Monobloco para
Câmaras Frigoríficas – Parte 1 – Classificação e Identificação” as temperaturas para
câmara frigorífica podem se classificadas como
o Alta temperatura = em torno de 15,0 0C
o Média temperatura = em torno de 2,0 0C
o Baixa temperatura = em torno de - 18,0 0C

Câmaras de refrigeração de baixa temperatura


Destina-se a manter os produtos no seu interior por um longo período.

Câmaras de refrigeração média / alta temperatura.


Com temperaturas ao redor de 0ºC e umidade elevada, são destinadas a
conservar os produtos alimentícios frescos por um breve período.

Câmaras de refrigeração por atmosfera controlada.


Com temperaturas médias, são totalmente estanques e seu interior possui uma
atmosfera artificial destinada a prolongar a conservação dos alimentos.

Câmaras de refrigeração de controle de amadurecimento.


Tem estrutura semelhante a câmara de atmosfera controlada, sendo no seu
interior feito o controle de temperatura e umidade para o amadurecimento
hortifrutigranjeiros.

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Classificação das Câmaras Frigorificas de acordo com sua construção


As câmaras frigoríficas podem ser classificadas de acordo com a construção em alvenaria
ou pré fabricadas.

Câmaras frigoríficas de alvenaria


As câmaras em alvenaria apóiam-se em fundações perimetrais convencionais, em tijolo
ou concretos, no interior das quais se realiza camada com barreiras de vapor e
isolamento térmico.

Figura – Projeto Ilustrativo de uma câmara frigorífica de alvenaria.

A parede em alvenaria tradicional, após reboco, é aplicada uma barreira de vapor, que
consiste numa camada impermeabilizadora realizada por espalhamento de material
betuminoso. Na barreira de vapor, que se estende no teto, são colocadas duas ou três
camadas de material isolante de forma que a espessura total adequada. Esta espessura
de isolante térmico será, brevemente, especificada.

Para melhorar a qualidade de isolamento é bom que as junções da camada inferior sejam
recobertas com placas de camada sucessiva (construção de placas defasadas).

Este tipo de câmara apesar de serem muito resistentes apresenta o inconveniente de


serem muito estáticas, dificultando qualquer ampliação que se faça necessária, utilizam
um grande volume útil ocupado pelas paredes de alvenaria e possuem um custo mais
elevado.

O piso em alvenaria bem feito garante a conservação do temperatura da câmara, tem


baixo custo, além de ser fácil montagem e manutenção. Para garantir a qualidade do piso

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em alvenaria, o piso deve estar nivelado para intercalar camadas de lona plástica, asfalto
frio, isopor (poliestireno) e o acabamento em piso cerâmico.

Para fazer o isolamento de uma câmara de resfriado, de pequena capacidade as etapas


são:
1) o piso deverá estar nivelado;
2) primeira camada de frio asfalto (para cada 6m² utilize 9 litros);
3) lona plástica preta;
4) segunda camada de asfalto frio (barreira de vapor);
5) as placas de poliestireno (isopor), dividida em 2 camadas intercalando as
emendas;
6) terceira camada de asfalto frio;
7) lona plástica preta;
8) concreto;
9) tela de ferro;
10) concreto e e acabamento com piso cerâmico.

Figura – Câmara frigorífica de alvenaria, pode ser observado o isolante térmico, fixo através de arame e bucha de nylon a
estrutura de alvenaria do prédio.

Nota: Isolamento do Piso


Alguns projetistas, quando uma câmara é mantida a uma temperatura acima do
ponto de congelamento da água (maior que 0 0C), costumam não recomendar o
isolamento do piso da câmara frigorífica, contudo as normas americanas da

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ASHRAE, informam que sempre deve-se isolar o piso da câmara frigorífica. Em


um projeto que faremos, mais adiante, de câmaras frigoríficas, isolaremos o piso
das câmaras.
O piso deve ser isolado termicamente, principalmente em câmaras frigoríficas com
temperatura de congelados, onde além de minimizar as perdas de energia térmica,
também garantem que não ocorra deformação e rachaduras neste piso.

Nota: Barreira de Vapor


Qualquer espaço refrigerado torna-se uma fonte de vapor em virtude da diferença
de pressões de vapor entre o ar externo e o ar interno da câmara. Assim não se
projeta uma câmara frigorífica sem barreira de vapor. A umidade que penetra no
isolamento irá diminuir a eficiência térmica, aumentando a perda de energia e
pode danificar o isolamento. Sem uma eficiente barreira de vapor, ávida útil da
câmara e reduzida.
Alem disso, a perda de eficiência do isolamento térmico ocasiona um aumento na
carga térmico de refrigeração, o que por sua vez ocasiona um aumento de
consumo de energia elétrica na instalação.
Há três tipos de barreira de vapor que podem ser utilizadas:
• Uma fina camada de fluido o plástico, aplicada na superfície exterior do
isolamento (em pisos, paredes e tetos), antes de ser colocado. Alguns
materiais utilizados são: asfalto, emulsão betuminosa e resinas polímeros;
• Películas de vedação (fina camadas de asfalto, folhas plásticas e filmes de
metal) aplicada ou na superfície de suporte (quando o isolamento for interno)
ou no final do isolamento (quando for externo);
• Proteção na forma de painéis pré-fabricados em forma sanduíche, ou folhas de
plástico. Deve ser assegurado que a barreira não esteja interrompida nas
uniões dos painéis.
Geralmente, todas as descontinuidades no isolamento térmico devem ser tratadas
cuidadosamente, deforma amaneira a umidade ao longo do próprio elemento.

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Câmaras frigoríficas pré-moldadas:

São feitas em qualquer dimensão com uso de painéis modulares, são atualmente muito
utilizadas devido ao tempo breve de construção e economia nas fundações e no seu
ampliamento e na provável remoção.

Figura – Detalhe de uma câmara frigorífica de painéis pré moldados.

Para o isolamento pré-fabricado, são utilizados painéis pré-fabricados, que têm as


seguintes funções :
 barreira de vapor;
 isolamento térmico;
 cobertura, usualmente em ambos os lados.

A concepção atual de construção de câmaras frigoríficas, pré fabricadas, leva em


consideração a utilização de painéis isolamento pré-fabricados do “sanduíche”. Os painéis
são constituídos por dois revestimentos metálicos, ou em PVC, interligados por um
núcleo isolante. São utilizados basicamente, dois tipos de material construtivos no núcleo
isolante, o poliuretano e o poliestireno, como descreveremos a seguir.

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Nas câmaras pré moldadas, são os próprios painéis que fazem o isolamento, graças a
sua rigidez, ou seja, por possuírem forma de “sanduíche”). Somente a estrutura e as
fundações são erguidas durante a fase de construção.

Os painéis são montados com estruturas tipo encaixe, entre uma placa de isolamento
térmico e outra, isto além de permitir maior rigidez estrutural, garantem que se tenha uma
completa vedação entre as placas.

Figura – Encaixe dos painéis de câmaras frigoríficas pré moldadas.

Isolamento Térmico
A finalidade do isolamento térmico, é reduzir as trocas térmicas entre o lado externo, com
maior temperatura, com o lado interno da câmara frigorífica, com menor temperatura,
evitando que se tenha um desperdício energético desnecessário a ser retirado pelo
evaporador, como também, manter a temperatura da parede externa da câmara, com um
valor acima do ponto de orvalho local, evitando, que o vapor de água contido no ar se
condense junto ao lado externo da câmara frigorífica.

O isolamento térmico é formado por materiais de baixo coeficiente de condutividade


térmica (k). Os materiais isolantes são porosos, sendo que a elevada resistência térmica
se deve à baixa condutividade térmica do ar contido nos seus vazios. A transferência de
calor ocorre, principalmente, por condução, na parte interna do isolante térmico, e por

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convecção devido a película de ar que se encontra as superfícies internas e externas do


isolante térmico, como também nos poros internos onde o ar ficou contido.

Um isolante térmico deve ter uma baixa condutibilidade térmica (K), associada a uma
baixa densidade, com um número elevado de pequenos poros internos, onde bolhas de ar
estarão contidas.

Nota: Durante o calculo de carga térmica utilizaremos estes conceitos de


transferência de calor junto ao isolante térmico, onde calcularemos o
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U).

Escolha do Isolamento Térmico


Muitos materiais já foram utilizados, no passado, como isolantes térmicos de câmaras
frigoríficas, entre eles podem citar, a lã de vidro e a cortiça. Dos diversos materiais
utilizados atualmente faremos, a seguir, apenas referências aos mais utilizados em
projetos de câmaras frigoríficas modernas.

Somente as principais qualidades exigidas de um bom isolamento serão relatadas e os


principais produtos utilizados serão apenas mencionados. Pelo exposto anteriormente,
entende-se que quanto menor a densidade e maior o número de poros, maior o poder do
isolamento. Um bom isolante térmico deve apresentar as seguintes qualidades:

• Baixo coeficiente global de transferência de calor (U);


• Boa impermeabilidade à água e umidade;
• Um baixo coeficiente de expansão térmica;
• Pouca variação de condutibilidade térmica devido à utilização;
• Total ausência de odores;
• Resistência ao apodrecimento;
• Resistência a roedores e outros animais;
• Material à prova de fogo;
• Baixa densidade; especialmente para isolamento do piso e do teto, apesar
de uma boa resistência à compressão ser necessário para o isolamento
do piso;

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Nota: A grande maioria dos isolantes térmicos modernos são gerados com a
utilização de fluidos refrigerantes alogenados, utilizados em sistemas
frigoríficos, sendo assim, deve-se utilizar aqueles que afetem menos o
meio ambiente (efeito estufa e camada de ozônio) durante a sua
produção.

A espessura do isolamento é calculada através de diversos fatores, dentre eles o tipo de


material, custo e energia gasta na operação, esta espessura será analisada adiante, mo
próximo capitulo sobre carga térmica.

Principais matérias utilizados como Isolantes Térmicos


A utilização atual de painéis de isolantes térmicos em câmaras frigoríficas se faz pelo uso
do Poliuretano e Poliestireno, como descreveremos a seguir.

• Espuma Rígida de Poliuretano (PUR) : obtido pela reação química de 2


componentes líquidos (isocianato e poli-hidroxina) , em presença de
catalisadores.

Figura – Fragmento de Espuma de Poliuretano (PUR)

A espuma de poliuretano é conhecida por ser um material isolante de muito


bom rendimento térmico, melhor que o poliestireno.

Propriedades

 Densidade: 30-80 kg/m³

 Resistência a compressão: 200 N/mm²

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 Condutividade térmica: 0,023 W/m·K (*)

 Retardo de chama

 Coeficiente de fricção: μ=0,0135

 Temperatura de de trabalho: -50 a 80 °C

 Umidade: 0 % a 100%

Nota: (*) O valor apresentado é uma média pois a condutibilidade térmica pode sofrer
variações de acordo com o fabricante.

• Poliestireno Expandido (EPS) :um derivado de petróleo que expandido


por meio de vapor d´água torna-se um material plástico altamente poroso e
praticamente impermeável.
O material de espuma de poliestireno, mais conhecido no Brasil como
Isopor, é um isolante derivado do petróleo e do gás natural do qual se
obtém o polímero plástico do estireno na forma de grânulos. Para construir
um bloco de, por exemplo, 1 m³, se incorpora num recipiente metálico uma
certa quantidade do material que tem relação com a densidade final do
mesmo e ao injetar vapor d'água se expandem os grânulos até formar um
bloco. Este é cortado em placas da espessura desejada para sua
comercialização..

Figura – Fragmento de Poliestireno Expandido (EPS) - Isopor

Devido a sua combustibilidade são incorporados retardantes de chama na


sua produção passando o poliestireno assim composto a ser denominado
dificilmente inflamável.

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Propriedades

 Densidade: 30-80 kg/m³

 Possui um bom comportamento térmico em densidades que


vão de 12 kg/m³ a 30 kg/m³
 Tem um coeficiente de conductividade de 0,045 a 0,034
W/m·K, que depende da densidade (por regra geral, uma
maior densidade implica menos isolamento)
 É facilmente atacável pela radiação ultravioleta pelo que
deve ser protegido da luz do sol.
 Possui uma alta resistência à absorção de água em estado
líquido.

Nota: Retardo a Chama é a capacidade de resistir à combustão. Se considera


que um plástico tem "retardo de chama" quando não segue continuar
queimando uma vez eliminada a fonte de ignição. Retardante de fogo
corresponde à substância adicionada, ou tratamento aplicado, a um
material com o propósito de suprimir ou reduzir significativamente ou tornar
demorada a combustão do material.

Conclusão sobre o Isolamento Térmico


Pela Tabela a seguir verifica-se que para a mesma espessura de isolamento, o painel
com Poliuretano (PUR) apresenta um Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)
menor do que o de Poliestireno (EPS), tornando-o um isolamento mais eficiente.

Entretanto, esta diferença pode ser compensada aumentando-se a espessura do


isolamento de EPS. Na maioria das vezes isto é conveniente, inclusive por questões de
custo, uma vez que os de aquisição do EPS são menores do que o de PUR. Isto ocorre
tanto pela diferença de material-prima utilizada quanto pelo processo de fabricação.

Uma solução rápida para a determinação da espessura de isolamento térmico será visto
durante os cálculos de carga térmica, no próximo capitulo, no item 1.3.1.

Os valores apresentados na tabela a seguir Coeficiente Global de Transmissão de Calor


(U), são apenas referenciais, já que os mesmos serão calculados no próximo capitulo
durante o calculo de carga térmica em câmaras frigoríficas.

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Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)

Poliuretano (PUR) Poliestireno (EPS)

Espessura (e) (U) Espessura (e) (U)


mm Kcal/h. m².°C mm Kcal/h. m².°C
50 0,49326 50 0,54448
80 0,31863 80 0,35295
100 0,25779 100 0,28590
120 0,21645 125 0,23104
150 0,17449 150 0,19384
200 0,13188 200 0,14663
--- --- 250 0,11791
Supondo para os cálculos valores médios de Condutibilidade Térmica como Poliuretano
K = 0,027 kcal/h.m.°C e Poliestireno K = 0,0301 kcal/h.m.°C e para Coeficientes de Película de
2 2
Convecção hE = 8,05 kcal/h.m .°C e hI = 19,51 kcal/h.m .°C.
As espessuras são referentes a valores comerciais para o referido tipo de isolante térmico.
Os valores apresentados são apenas referenciais, pois serão calculados com detalhes durante
os cálculos de Carga Térmica, no próximo capitulo.

Conforme já citado, verifica-se que se obtém uma espessura menor para o painel de
PUR, uma vez que este possui um fator de condutibilidade térmica menor que o de EPS.

À medida que aumentamos a espessura do isolamento, as perdas térmicas diminuem.


Entretanto, o custo do isolamento aumenta.

Fator de Fluxo de Calor (φ)


O fator de fluxo de calor, através das superfícies de isolamento térmico da câmara
frigorífica, igual a 8 Kcal / h. m² é um valor médio, utilizado por projetistas, como um
valor excelente, para garantir um balanço satisfatório entre o custo do isolamento e o
custo operacional da instalação.

8,0 Kcal / h. m² = 9,3 W / m²

Nota: Este valor pode ser utilizado como parâmetro para o projetista determinar qual
será a espessura o isolante térmico no projeto da câmara frigorífica.

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Cenas do cotidiano da retirada e comercialização do gelo para conservação de alimentos

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II - Carga Térmica Câmaras


Frigoríficas

Introdução
Para a definição das características do sistema de refrigeração, ou seja, as
características, de capacidade destes equipamentos, a primeira análise a ser efetuada é
a cálculos de carga térmica. Este cálculo deve ser efetuado com o máximo de precisão
possível, levando em consideração todos os detalhes informados na especificação
técnica.

Normas de Referência
Existem diversos métodos de determinarmos a carga térmica de uma câmara frigorífica,
estes métodos vão desde planilhas simplificadas de cálculos, determinação da
capacidade dos equipamentos pelo volume da câmara (método totalmente sem precisão),
entre outros. Adotaremos, para calculo, em nosso curso as recomendações da seguinte
norma Americana:
ASHRAE - American Society of Refrigerating and Air Conditioning Engineering
Que constam do livro ASHRAE HANDBOOK. Refrigeration 2002.

Carga Térmica
Carga térmica de refrigeração é a quantidade de calor sensível e latente que deve ser
retirada do interior da câmara frigorífica, de modo a serem mantidas as condições de
temperatura e umidade estabelecidas para ele. Geralmente, esta carga térmica está
expressa em Kcal/ h.

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Fontes de calor:
No calculo da carga térmica da câmara frigorífica iremos considerar as seguintes fontes
de calor para compor nossos cálculos :

Transmissão de calor pelas superfícies:


Calor que atravessa as paredes, teto e piso para dentro da câmara.
Transmissão de calor por parede, teto e piso – Corresponde à quantidade de calor
transmitida por condução através de paredes, tetos e pisos. Esta carga depende da área
de troca (A), ou seja, a superfície total submetida à troca de calor, do coeficiente global
de transmissão de calor (U) do isolante térmico, e da diferença de temperatura (ΔT) entre
o lado externo e interno na câmara frigorífica.

É importante um cuidado especial na escolha da espessura do isolamento térmico, de


forma que a superfície do lado esterno do isolante térmico, não atinja um valor abaixo da
temperatura de ponto de orvalho do local (tPO), onde poderá ocorre uma condensação de
vapor de água.

Infiltração de ar externo:
É a parcela correspondente ao calor doar que atinge a câmara através do ar externo para
o interior da câmara frigorífica. Toda vez que a porta é aberta, o ar externo penetra no
interior da câmara, representando uma carga térmica adicional.

Evidentemente, a determinação exata deste volume é muito difícil, sendo assim,


adotaremos, valores aproximados, recomendados pela ASHRAE, para o número de
trocas por dias, em função do tipo e volume da câmara.

Em câmaras frigoríficas com movimentação intensa e com baixa temperatura, este valor
aumenta tremendamente. Neste caso é fundamental a utilização de um meio redutor
desta infiltração, tais como uma cortina de ar ou tiras de PVC (em alguns casos, é
recomendável a utilização das duas solução em conjunto), como faremos adiante.

A infiltração de ar em demasiada acarreta um bloqueio dos evaporadores, devido a


formação de gelo em seu redor, o que reduz a capacidade do sistema de refrigeração, e
conseqüentemente, aumenta o consumo de energia elétrica, principalmente quando da
necessidade da realização do “degelo” para derreter este gelo acumulado sobre o
evaporador.

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Produto:
O produto ao ser introduzido em uma câmara frigorífica, tem sua temperatura alterada até
o valor da câmara.

É a paralela correspondente ao calor devido ao produto que entra na câmara, sendo


composta dos seguintes parcelas:
• Calor sensível antes do congelamento (resfriamento) ;
• Calor latente de congelamento ;
• Calor sensível após congelamento (congelamento);
• Calor de respiração (só para frutas).

O calculo exato desta parcela de carga térmica é determinante para o funcionamento


adequado da câmara frigorífica, especialmente em locais de distribuição, nos quais a
movimentação dos produtos é intensa.

Nas câmaras utilizadas para o resfriamento ou congelamento dos produtos, tem-se um


aumento substancial da carga térmica, quando comparado com as câmaras projetadas
para estocagem de produtos resfriados ou congelados.

O recebimento de produtos com temperaturas acima das especificadas no Plano de


Operacional, e que servirão de base para o projeto do sistema, irá ocasionar uma carga
térmica adicional que poderá inclusive comprometer a operação do sistema, aumentando
também substancialmente o consumo de energia.

Deve-se sempre ter em mente, a necessidade de utilização das câmaras de acordo com
os parâmetros considerados no projeto.

Outra questão relevante é a correta determinação da carga térmica ocasionada pela


respiração de frutas e vegetais, provocada pelo metabolismo dos mesmos.

Utilizaremos tabelas que nos permitirão calcular com precisão qual será o calor fornecido
pelos produtos no interior da câmara frigorífica.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 27


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Carga Térmica Diversas:


É a parcela de carga térmica devida ao calor gerador por iluminação, pessoas, motores e
outros equipamentos. Os motores dos ventiladores dos forçadores de ar (ventiladores dos
evaporadores) são uma fonte de geração de calor no interior da câmara frigorífica, e
devem ter sua capacidade prevista.

• Carga devido às pessoas;


• Carga devido a equipamentos elétricos (empilhadeiras, esteiras, etc);
• Lâmpadas;
• Forçadores de ar.

Figura – Representação dos principais geradores de carga térmica na câmara frigorífica.

Carga térmica – Exemplo Pratico


Para melhor compreendermos os parâmetros necessários para o cálculos da carga
térmica de uma câmara frigorífica, vamos realizar um exemplo pratico, ou seja um projeto
real de uma câmara frigorífica, e com ele vamos esclarecer as dúvidas sobre o assunto.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 28


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Exemplo:
Vamos construir uma câmara frigorífica em um porto pesqueiro, sem muitos recursos,
onde os produtos são trazidos frescos pelos pescadores, porém com temperatura
ambiente, ou levemente resfriados.
O frigorífico deve ser composto de duas câmaras, uma de processo e resfriamento a 5oC,
e uma câmara para congelamento e estocagem a -20oC, as dimensões da câmara
deverão ser feitas conforme croqui abaixo.

Parede de Alvenaria e=20 cm Paredes de Poliuretano

4 2m 5

1 2
3 8m
2m
Processo Congelados
V=180 m3 V = 576 m3
Pd = 4,5
m
6 7

5m 16 m

Detalhes do Local
 Portas: altura h = 3,0 m
 Isolante térmico: Poliuretano expandido, espessura será especificada em função da
temperatura interna da câmara.
 A câmara está dentro de um galpão livre de insolação, exceto a parede oeste, que da
entrada para a câmara, e esta revestida de tijolos de barro, conforme croqui.

Câmara de Processo
 Temperatura: 5oC
Valor escolhido para exemplo de calculo – Ver Nota da ANVISA a seguir.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 29


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

 Quantidade de pessoas: 10 pessoas.


 Horas trabalhadas: 12 h / dia
 Equipamentos: 3 Esteiras Mecânicas com motor de 1,5 CV/cada.
 Iluminação: 10 lâmpadas fluorescentes com 110 W / cada

Câmara de Congelados
 Temperatura: -20 oC
Valor escolhido segundo recomendação da ANVISA – ver Nota a seguir.
 Quantidade de pessoas: 2 pessoas.
 Horas trabalhadas: 2 h / dia
 Equipamentos: 1 Empilhadeira Elétrica com motor de 15 CV.
 Iluminação: 10 lâmpadas Incandescente 110 W / cada

Detalhes do Produto
 Peixes: Diversos
 Capacidade: 1500 kg / dia
 Embalagem:
Saco Plástico: Com 1 kg de peixe limpo e processado.
Peso de saco plástico: 50 gr / cada
Caixa de Papelão: Com 10 sacos plásticos com 1 kg de peixe
limpo e processo em cada.
Peso da Caixa de Papelão: 200 gr / cada
 Maiores detalhes estão descritos no croqui.
 Local Santos – SP
 Temperatura Externa tBS = 33 0C
 Umidade Relativa UR = 60 %

Nota: Segundo a ANVISA (Agencia de Vigilância Sanitária) na portaria CVS – 6/99 de 10.03.99,
publicada em 12.03.99, informa:
 Parágrafo 9.12.6
Temperatura da Sala de Preparo para Carnes, Aves e Pescado pode estar entre
0 0
12 C até 18 C.
 Parágrafo 20
Temperatura da Câmara de Congelado x Tempo de Armazenamento
0
Temperatura menor que -18 C Tempo de Permanência 90 dias;
0 0
Temperatura entre – 10 C até -18 C Tempo de Permanência 30 dias.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 30


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

NotaA: No projeto do entreposto pesqueiro consideramos uma das paredes (1) da câmara
frigorífica com o isolante térmico fixado junto parede de alvenaria, mas seria uma melhor
escolha se fosse possível que existisse um espaço entre estas duas superfícies. Este
espaço entre as superfícies deverá ter uma distancia que garanta a livre e natural
circulação de ar entre elas.

Figura – Isolante Térmico da câmara frigorífica afastado da parede de alvenaria.

NotaB: Caso seja necessário que o isolante térmico da câmara frigorifica esteja fixado junto a
parede de alvenaria deve-se tomar providencias para que não ocorra condensação do
vapor de água do ar junto a estas duas superfícies.
A condensação de água entre estas duas superfícies tende a diminuir a eficiência térmica e
a destruição do isolante térmico, para que isto não ocorra é necessário que ambas as
superfícies estejam bem próximas, evitando qualquer bolsão de ar neste local, isto é
garantido com a aplicação de algum tipo de impermeabilizante betuminoso do tipo “Frio
Asfalto ®”, conforme figura a seguir.

Figura – Isolante Térmico da fixado a parede de alvenaria e impermeabilizado com ”Frio Asfalto”.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 31


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Nota: No projeto do entreposto pesqueiro a Câmara Processo tem uma de suas portas junto ao
0
lado externo do local onde a temperatura é muito elevada, TEX = 33 C, e sempre que esta
porta é aberta uma grande quantidade de ar quente e succionado para dentro da câmara
pelos evaporadores instalados no local.
Esta porta foi instalada desta maneira, não recomendada, devido uma Condição
Pedagógica de Ensino para este curso, ocasionando um problema que deverá ser
solucionado durante a execução do projeto.
Em um projeto original, é recomendado, ao local possuir uma “Ante Câmara Frigorífica”
que reduziria a entrada de ar quente para o interior da câmara evitando o consumo
excessivo de energia e a formação de gelo no evaporador.

Figura – Detalhe da “Ante Câmara” separando a área externa da entrada da Câmara Frigorifica.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 32


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Cálculo da Carga Térmica


CALCULO
Os cálculos serão realizados em ordem de necessidade do projeto, conforme
faremos a seguir;

1. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)


Todo o material que compõe uma determinada superfície possui uma “Resistência
Térmica” RT a passagem de calor, em situações que ocorrem efeitos combinados de
transmissão de calor por condução e convecção, é interessante ter uma noção de
“Resistência Térmica Total” de um sistema.

Seria muito pouco prático, se, cada vez que se fizesse uma alteração da temperatura em
uma superfície onde está havendo Transmissão de Calor ( Q& ) , fosse necessário
recalcular todas as resistências térmicas.

Define-se então um termo o qual aplicado a uma equação simplificada nos fornecerá a
nova quantidade de calor transferida, desde que, evidentemente, não ocorram variações
que alterem as características do material e espessura que compõe a superfície ou seja
não altere sua Condutibilidade Térmica ou os Coeficientes de Transmissão de Calor.
Esse termo denomina-se “Coeficiente Global de Transmissão de Calor”, cujo símbolo é
“U”

Quando utilizamos o “Coeficiente de Transmissão de Calor” (U) a equação da


Transmissão de Calor ( Q& ) para qualquer tipo de parede, ou superfície será a seguinte:

Q&  U . A.T
Onde:

Q = Transmissão de calor
U = Coeficiente Global de Transmissão de Calor
A = Área de troca de calor
T = Diferença de Temperatura entre os fluídos

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 33


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Unidades do “Coeficiente Global de Transmissão de Calor – U”

Símbolo Sistema Métrico Sistema Sistema


Britânico Internacional
Transferência de &
Q Kcal BTU W
Calor
h h
Área A m2 ft2 m2
Diferencial de T ºC ºF ºC
Temperatura
Coeficiente Global U Kcal BTU W
de Transmissão de
Calor h.m2 º C h. ft 2 .º F m 2 .º C

1.1. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U), para uma “Superfície Plana
Simples”
Para podermos visualizar como se comporta a transmissão de calor entre fluídos
separados por uma “Superfície Plana Simples” (parede), vamos observar a figura abaixo,
onde a parede possui junto a ela, em ambos os lados, uma película de massa fluida, que
no caso de uma parede de um edifício é o ar.

Película 1 (h1) Película 2 ( h2)


Fluído 1 Parede K Fluído 2

Q&

T1 T2

e
Onde:
T1 = temperatura do lado 1 [ºC]; [ºF]; [ºC]
T2 = temperatura do lado 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]
e = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]

K BTU W
K = Condutividade térmica da parede ; ;
h.m, º C h. ft .º F m.º C

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 34


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Kcal BTU W
h1 = coeficiente de película do lado 1 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

Kcal BTU W
h2 = coeficiente de película do lado 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

Como é demonstrado, no curso de Transmissão de Calor, o fluxo de calor (Q) em uma


“Superfície plana simples” entre fluídos, o qual denominamos Coeficiente de Película (h),
pode ser calculado pelas seguintes equações:

A.Tt
Q& 
1 e 1
 
h1 K h2
Onde:

1 e 1
  = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área.
h1 K h2

O inverso da “Resistência Térmica por unidade de Área” é o Coeficiente Global de


Transmissão de Calor U.

1 1
U= ou seja U=
RT 1 e 1
 
h1 K h2

Desta forma a equação da Transmissão de Calor, fica representada da seguinte forma:

Q&  U . A.T

Onde:

T = Diferencial de temperatura entre fluídos (T1 – T2) [ºC]; [ºF]; [ºC]


A = Área total de transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 35


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

1.2. Transmissão de Calor entre Fluídos Separados por Superfícies Planas


Superpostas
Como no caso anterior, onde foi deduzida a equação da Transmissão de calor por
condução, por uma parede simples, vamos utilizar o mesmo raciocínio, para paredes
planas superpostas, ou em série, como pode ser observado na figura abaixo:

Fluído 1
Película 1 h1 Fluído 2
Parede 1 Parede 2 Parede 3 Película 2 h2
k1 k2 k3

T1 T2

e1 e2 e3

Onde:

T1 e T2 = Temperatura do fluído dos lados 1 e 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]

K BTU W
K1; K2; K3 = Condutividade térmica das paredes ; ;
h.m, º C h. ft.º F m.º C

Kcal BTU W
h1 e h2 = Coeficiente de película dos lados 1 e 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

e1 , e2 , e3 = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]

A = Área de Transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

Kcal BTU
Q = transmissão de calor ; ;[W ]
h h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 36


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

De acordo com os conceitos utilizados, em transmissão de calor por condução, em


configuração de parede semelhante, a “Equação de Transmissão de calor será:

A.(T )
Q&  ou Q&  U . A.(T )
1 e1 e e 1
  2  3 
h1 K1 K 2 K 3 h2
Onde:
1 e1 e e 1
  2  3  = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área
h1 K1 K 2 K 3 h2

Sendo:
(U) O Coeficiente Global de Transmissão de Calor, para fluídos separados por superfícies
planas superpostas (paredes em série)

1 Kcal BTU W
U= e suas unidades 2
; 2
; 2
1 e1 e e 1 h.m .º C h. f .º F m .º C
  2  3 
h1 K1 K 2 K 3 h2

.Onde:

T = Diferencial de temperatura entre fluídos (T1 – T2) [ºC]; [ºF]; [ºC]


A = Área total de transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

Condutividade térmica das paredes( K )


A Condutividade térmica das paredes ( K ), é função do material da parede; alguns
valores de (K) para materiais normalmente utilizados em construção de câmaras
frigorificas podem ser encontrados na tabela abaixo.
Nota: No capitulo Tabelas, pode ser encontrado, a condutibilidade térmica,
média, de diversos matérias de construção, conforme Tabela 1 -
Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor
Especifico.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 37


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Condutibilidade Térmica (K)


Kcal W
Material h..m .ºC m .º C
Poliuretano Expandido (PUR) 0,027 0,031
Poliestireno (EPS) 0,030 0,037
Tijolo comum 0,62 0,72
Tijolo Cerâmico 6 furos (10cm de espessura) 1,2 1,392
Telhado fibrocimento 0,35 0,406
Telhado de barro 0,62 0,72
Laje de Concreto 1,204 1,4
Pedrisco 0,206 0,239
Piso Cerâmico (Valor Médio) 1,290 1,500
Fonte: Termofluidomecâmica II - Prof. Valter Rubens Gerner 2006

Coeficiente de película (h)


O coeficiente de película (h) é função de uma série de variáveis envolvendo constantes
físicas e geométricas, superfícies de troca de calor, escoamento do fluido, entre outras,
desta forma os projetistas de condicionadores de ar costumam utilizar valores tabelados,
conforme Tabela 2, para este coeficiente, e que apresentam um erro desprezível nos
cálculos do Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U), alguns valores para (h) são:

Coeficiente de Película (h), para uso em refrigeração


Estado do Ar Kcal / h . m2 . 0C W / m2 . 0C
Ar Parado 8,05 9,36
Ar em movimento (3,3 m/s) 19,51 22,67
Ar em movimento (6,7 m/s) 29,30 34,07
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12

Nota: Quando utilizamos o termo “Ar Parado”, não significa que o ar esta totalmente sem
movimento, mas com uma velocidade em torno de 1,0 m/s.

1.3. Cálculo dos coeficientes globais de transmissão de calor U


Abaixo são apresentados os cálculos dos Coeficientes Globais das câmaras frigorificas de
processo e congelados do entreposto pesqueiro que serão utilizados no projeto da carga
térmica deste local

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 38


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

1.3.1. Espessura do Isolamento Térmico (Para Câmaras Frigorificas )


O isolamento térmico, além de criar uma resistência térmica para dificultar a entrada do
fluxo de calor externo no interior da câmara frigorífica, o que acarretará uma taxa de
energia extra no equipamento frigorífico, deve ser dimensionados para uma espessura
mínima para que não permita que o vapor de água contido no ar se condense do lado
externo da câmara frigorífica.

Existem em diferentes literaturas técnicas diversas tabelas de recomendações de


espessuras de isolamento térmico para câmaras frigoríficas. Nesta apostila optamos por
inserir tabelas de espessura mínima para isolantes térmicos, calculadas nas aulas de
Termofluidomecânica II, de diferentes materiais, em locais com umidade relativa do ar
externo de 70 %, 80 %, 90 % e 100 %. Ver Tabelas 3 e 3A.

Os valores das Tabelas 3 e 3A estão em milímetro e representam a espessura mínima


para que não ocorra a condensação do vapor de água no lado externo da câmara.

Cabe ao projetista definir qual a umidade relativa externa que ele ira adotar. Repare
quanto maior a umidade relativa externa, maior deverá ser a espessura do isolamento
térmico para evitar que vapor de água contido no ar não condense do externo do isolante
térmico.

Caso o projetista não trabalhe com nenhum fator de segurança, com a umidade relativa,
pode ocorrer de que, qualquer variação, a maior, da umidade relativa local ocorra uma
condensação do lado externo da câmara frigorífica. No projeto do entreposto pesqueiro a
Umidade Relativa do local é de 60 %, como fator de segurança vamos determinar a
espessura para uma umidade relativa de 100 %

Com a Tabela 3, para umidade relativa 100 %, é possível encontrar a espessura do


isolante térmico que será utilizado, Poliuretano Expandido, para as Câmaras de Processo
(tI = 5,0 0C) e Câmera de Congelado (tI = -20 0C)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 39


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Espessura do isolamento térmico


(TBS= 35ºC, UR= 100%, ∆conv = 0,75ºC)
Poliestireno Poliuretano em Poliuretano Poliuretano Borracha
Temperatura
Estrudado placa Expandido baixa densidade elastomérica preta
interna – ti K= 0,0288 W/m.K K= 0,026 W/m.K K= 0,023 W/m.K K= 0,031 W/m.K K= 0,035 W/m.K
(ºC) mm mm mm mm mm
8 106,54 96,18 85,08 114,68 129,47
3 127,07 114,72 101,48 136,78 154,43
-5 159,93 144,38 127,72 172,14 194,36
-15 201 181,46 160,52 216,35 244,27
-20 221,53 199,99 176,92 238,45 269,22
-30 262,6 237,07 209,72 282,66 319,13
-40 303,67 274,15 242,51 326,87 369,04

Nota: Os valores são apenas de referência para que não ocorra condensação do vapor
de água contido no ar no lado externo da câmara frigorífica, a escolha do isolante
térmico deve ser adquirido com espessuras comerciais.
A condutibilidade térmica dos materiais (K) foram retirados da ASHRAE, desta
forma, podem variar de acordo com a densidade oferecida pelo fabricante dos
painéis de isolante térmico

1.3.1.1. Espessura Comercial de Isolamento Térmico


A tabela anterior apresenta os valores de calculo, contudo no comercio estes valores de
espessura de isolamento térmico são normalmente padronizados, conforme consta na
tabela a seguir;

Espessura Espessura
Comercial de Comercial de
Isolamento Térmico Isolamento Térmico
Poliuretano - PUR Poliestireno - EPS

(mm) (mm)
50 50
80 80
100 100
120 150
150 165
200 200
--- 250

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 40


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Espessura da Câmara frigorífica do Entreposto Pesqueiro


Os valores da tabela anterior são valores mínimos para que não ocorra condensação do
lado externo da câmara frigorífica, devemos encontrar um isolante térmico de espessura
comercia sempre superior a estes valores.

Pela tabela acima podemos determinar as seguintes espessuras comerciais, do


isolamento térmico, Poliuretano em Placas, para câmaras frigorificas do entreposto
pesqueiro:

 Isolante Térmico: Poliuretano em Placa.


 Câmara de processo (e) = 80mm
 Câmara de congelado (e) = 200mm
Fator do Fluxo de Calor (φ)
Uma outra maneira de determinar a espessura do isolante térmico, que não foi adotada
neste projeto, da câmara frigorífica do entreposto pesqueiro, consiste em adotarmos
uma classificação para o fluxo de calor através do isolamento, por metro quadrado (m2),
de superfície, conforme tabela a seguir;

Classificação do Fluxo de Calor (φ)


Isolamento (kcal /h. m2)

Excelente 8
Bom 10
Aceitável 12
Regular 15
Ruim >15
Fonte: York Refrigeration

A escolha do fator ideal deve levar em consideração detalhes técnicos e de custo.


Aumentando-se a espessura do isolamento aumenta-se o custo do mesmo, porém, a
carga térmica se reduz. Por outro lado, diminuindo-se a espessura, o custo de painéis
também diminui, mas aumenta a carga térmica da instalação.

Nota: Em nosso curso não adotaremos esta referência do Fator Fluxo de Calor através das
superfícies do isolamento térmico para o projeto da câmara frigorífica, mas faremos uma
analise do Fator de Fluxo de Calor que as superfícies podem proporcionar.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 41


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Calculo do Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)


A seguir os calculo de todas as superfícies das câmaras frigoríficas do entreposto
pesqueiro. No croqui do local, as paredes foram numeradas, e adotaremos este
numeração para referência de cálculos.

1.3.2. Parede alvenaria com poliuretano (Parede. 1)


A parede 1, junto a câmara de processo, conforme pode ser observado no croqui, é
construída junto a uma parede de alvenaria de 20 cm de espessura, conforme pode ser
verificado no desenho a seguir.
Tijolo de Barro KT

Poliuretano KP

hE hI

eT eP

Onde:
Tijolo de Barro KT = 0,62 Kcal / hmºC eT = 20 cm
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 8 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC

1
Uparede / Poliuretano =
1 0,2m 0,08m 1
  
8,05 0,62 0,027 19,51

1
Uparede / Poliuretano =
0,124  0,322  2,962  0,051

1
Uparede / Poliuretano = = 0,2889 kcal / hm2ºC
3,459

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 42


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Obs: Os valores de condutibilidade térmica e película, externa e interna, são tabelados.


Alguns projetistas costumam excluir de seus cálculos as películas, desta forma o
valor do “U” ficará maior, o que significa que a parede, mediante cálculo, permitirá
um maior fluxo de calor, ficando nosso cálculo superdimensionado.

1.3.3. Paredes de Poliuretano (Paredes 4, 6 e teto do processo)


Estas superfícies, junto a câmara de processo, conforme pode ser observado no
croqui, são constituídas somente de paredes de poliuretano com 80 mm de
espessura, conforme pode ser verificado no desenho baixo.
Poliuretano KP

hE hI

eP

Onde:
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 8 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC

1 1
U=   0,3186 kcal / hm2ºC
RT 1 0,08 1
 
8,05 0,027 19,51

1.3.4. Parede de poliuretano (e) = 200mm (teto e paredes 2,3,5,7)


Estas superfícies, junto a câmara de congelados , conforme pode ser observado no
croqui, são constituídas somente de paredes de poliuretano com 200 mm de espessura,
conforme pode ser verificado no desenho baixo.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 43


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Onde:
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 20 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC

1
U=  0,1318 kcal / hm2ºC
1 0,2 1
 
8,05 0,027 19,51

1.3.5. Piso
Devemos tomar um especial cuidado com o piso, principalmente para câmaras de baixa
temperatura sobre o solo, pois pode ocorrer congelamento da água contida no solo e
danificar o piso de concreto. É necessário fazer-se o isolamento do mesmo, segundo
recomendações da ASHARE e outras literaturas. No nosso exemplo faremos uma
montagem simplificada com o intuito de exercício, para maiores detalhes, consultar as
normas acima.
e
eTL
hI Laje de ConcretoKL

eP
Poliuretano KP

Pedrisco KC

Solo - Terra
eC
Onde:
Laje de Concreto KT = 1,204 Kcal / hmºC eL = 20 cm
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 20 cm
Pedrisco KC = 0,860 Kcal / hmºC eC = 30 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC

1 1
U=   0,1254kcal / hm 2º C
RT 1 0,2m 0,2m 0,30m
  
19,51 1,204 0,027 0,86

UPiso = 0,1254 Kcal / h. m2. 0C

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 44


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

1.3.6 Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)


O Coeficiente Global de transmissão de calor de todas as superfícies que compõe as
câmaras frigoríficas podem ser resumidas na tabela abaixo.

SUPERFICIE ÁREA U U
2
(m ) (Kcal/h x m x °C)2 (W / m2 x °C)

1 36,o 0,2889 0,3359


Processo

4 22,5 0,3186 0,3359


6 22,5 0,3186 0,3359
Teto 40 0,3186 0,3359
Piso 40 0,1254 0,1458
2 36,0 0,1318 0,1532
Congelados

3 36,0 0,1318 0,1532


5 72 0,1318 0,1532
7 72 0,1318 0,1532
Piso 128 0,1254 0,1458
Teto 128 0,1318 0,1532

2. Transmissão de calor pelas paredes, teto e piso


A transmissão de calor, devido a alta temperatura externa, para dentro das
câmaras frigorificas podem ser determinados pela equação abaixo:

Q&  A . U . T

Onde:
Q&  transmissão de calor pela superfície, parede, teto e piso (kcal / h)
A = área a superfície (m2)
U = coeficiente global de transmissão de calor (kcal / hm2ºC)
ΔT = diferença de temperatura entre ambos os lados das superfícies. (Te-Ti)

2.1. Fator de correção do ΔT (Para Insolação)


Pode acontecer que a câmara frigorífica esteja com uma de suas paredes, ou todas elas,
expostas ao sol, recebendo insolação. Neste caso devemos aplicar um fator de correção
para a diferença de temperatura (Fc T). O fator de correção deve ser somado ao T da
referida parede ensolarada. Conforme Tabela 4.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 45


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 4
Fator de correção para temperaturas de câmaras frigoríficas Fc T (ºC)
Tipos de superfícies oeste norte leste telhado
Superfícies escuras
Pintura preta 5,0 3,0 5,0 11
Telhado fibrocimento

Superfície meia cor


Tijolo, telha de barro 4,0 3,0 4,0 9,0
Pintura vermelha, cinza,
verde.

Superfícies claras
Pedra branca 3,0 2,0 3,0 5,0
Pintura branca
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12
Obs: Não usar esta tabela em instalações de ar condicionado.

2.1.1. Fator de correção do ΔT para entreposto pesqueiro


No exemplo do entreposto pesqueiro, a parede de alvenaria, feita de tijolos de barro,
voltada para a fase Oeste, com espessura de 20 cm e isolada internamente com
poliuretano, esta exposta ao sol, desta forma deve ser aplicado um fator de correção para
o T desta parede, pela tabela acima encontramos;

Fc T = 4 ºC

2.2. Transmissão de calor na câmara de processo pelas paredes, teto e piso

Em nosso exemplo a câmara de processo tem uma temperatura interna de 5 ºC, e a


parede 4 esta junto ao lado externo, que tem uma temperatura 33 ºC, aplicando a
equação.

Q&  A . U . T
Q&  22,5 m2 . 0,3186 Kcal / h.m2 ºC. (33 - 5) ºC
Q&  200,7 Kcal / h

Utilizando a tabela abaixo para facilitar a aplicação dos cálculos em todas as superfícies
obtemos,

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 46


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Superfície Área Coef.Global ΔT Fc T Qt


m2 Kcal / h.m2 ºC (Te-Ti) (T +Fc) (kcal / h)

1 36 0,2889 33(1) - 5 = 28ºC 32 (2) 332,8


4 22,5 0,3186 28ºC N 200,7
6 22,5 0,3186 28ºC N 200,7
Teto 40 0,3186 28ºC N 356,8
Piso 40 0,1254 22ºC (3) ( Tp-Ti) N 110,4
QT = 1194,1 Kcal / h = 4999,4 KJ / h = 1388,5 W

Notas: (1) A temperatura externa (Te) deve ser encontrada em manuais da ABNT, como por
exemplo NBR 16401. Nosso projeto: Santos / SP = temp. ext.= 33ºC
(2) O T corrigido devido a insolação será T + Fc T = 28 ºC + 4,0 ºC = 32 ºC
(3) No caso do piso o T será a diferença d temperatura interna da câmara e a
temperatura do solo, que pode ser considerada como a temperatura de bulbo úmido do
local. Temperatura do piso = temperatura solo = temperatura BU local. No caso de
Santos / SP = 27ºC

2.2.1. Transmissão de calor na câmara de processo (paredes, piso, teto)


Normalmente a transmissão de calor nas câmaras frigoríficas são calculadas para um
período de um dia, ou seja, devemos multiplicar o valor obtido anteriormente no cálculo da
transmissão de calor, por 24 hs, desta forma, o calor de transmissão na câmara de
processo pelas paredes, piso e teto será referente a um período de um dia:
Q24h = Q x 24h
Q24h = 1194,1 Kcal / h x 24h
QProcesso = 28658,4 Kcal / 24 h
QProcesso = 119987 KJ / 24 h

Nota: O valor da carga térmica 28658,4 deve ser lida como kcal por dia (não ler
kcal por 24 horas)

2.3. Transmissão de calor pelas paredes, teto e piso (câmara congelados)


Em nosso exemplo a câmara de congelado tem uma temperatura interna de -20 ºC, e a
parede 2 esta junto a câmara de processo, que tem uma temperatura interna de 5 ºC,
aplicando a equação.
Q&  A . U . T
Q&  36 m2 . 0,1388 Kcal / h.m2 ºC. (5 - (-20)) ºC
Q&  118,62 Kcal / h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 47


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Utilizando a tabela abaixo para facilitar a aplicação dos cálculos em todas as superfícies
obtemos,

Superfície Área (U) Coef. global T (Te-Ti) Fc ΔT Q


m2 Kcal / hm2ºC ºC T +Fc Kcal /h
2 36 0,1318 25ºC N 118,62
3 36 0,1318 53ºC N 251,47
5 72 0,1318 53ºC N 502,94
7 72 0,1318 53ºC N 502,94
Piso 128 0,1254 47ºC ( Tp-Ti) N 754,40
Teto 128 0,1318 53ºC N 894,13
QT = 3024,5 Kcal / h = 12662,9 KJ / h = 3516,9 W

2.3.1. Transmissão de calor na câmara de congelados


O calor de transmissão na câmara de congelado pelas paredes, piso e teto será referente
a um período de um dia:

Q24h = Q x 24h
Q24h = 3024,5 kcal/h x 24h

QCongelado = 72588 Kcal / 24h


QCongelado = 303911 KJ / 24h

2.4. Conclusão do calor transmitido através das paredes/teto e piso das câmaras
frigoríficas

Câmara de resfriados (processo) = 28658,4 Kcal/24h = 119987 KJ / 24 h


Câmara de congelados = 72588 Kcal/24h = 303911 KJ / 24h

2.5. Fator de Fluxo de Calor (φ) nas superfícies das câmaras.


Em nosso projeto não adotamos para determinar as espessuras do isolamento térmico, como
referências o “Fator Fluxo de Calor”, cujos valores estão determinados no final do item 1.3.1.1.,
mas faremos uma analise do Fator de Fluxo de Calor (φ) que estas superfícies irão proporcionar.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 48


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Classificação do
Fluxo de Calor (φ)
Isolamento
(kcal /h. m2)
Excelente 8
Bom 10
Fonte: York Refrigeration

Câmara de Processo
Superfície Área Qt Fator (φ)
m2 (kcal / h) (kcal / h m2)
1 36 325,5 9,0
4 22,5 200,7 8,9
6 22,5 200,7 8,9
Teto 40 356,8 8,9
Piso 40 110,4 2,7

Câmara de Congelados
Superfície Área Qt Fator (φ)
m2 (kcal / h) (kcal / h m2)
2 36 118,62 3.3
3 36 251,47 7,0
5 72 502,94 7,0
7 72 502,94 7,0
Piso 128 754,40 5,9
Teto 128 894,13 7,0

Conclusão
O fluxo de calor (Qt) , de acordo com as recomendações utilizadas por muitos projetista,
pelas superfícies das câmaras frigoríficas de processo e congelado do ponto de vista
energéticos pode ser considerado de “Bom” a “Excelente”.

Outra forma de Calculo – Transmissão de Calor pelas superfícies


Os cálculos realizados acima foram feitas utilizando-se a equação geral da transmissão
de calor pelas superfícies (Q = A.U.ΔT), que é recomendado pela ASHRAE, contudo
existe um método simplificado, que pode ser feita através da Tabela 7, o mesmo
apresenta resultado superdimensionado.

3. Calor na câmara por infiltração de ar


Cada vez que se abre a porta de uma câmara frigorífica, uma parte do ar da câmara sai e
em seu lugar entra o mesmo volume de ar exterior. Este ar quente que entra na câmara

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 49


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

representa uma carga térmica, pois as condições externas (TBS externo, UR externo)
precisa ser trazido às condições da câmara (TBS, UR interno).

Figura – O ar externo se infiltra nas câmaras frigoríficas pela abertura das portas.

A medida que o volume da câmara aumenta, a quantidade de ar que penetra na câmara


pela abertura da porta torna-se constante. Como é muito difícil determinarmos a
quantidade de ar que penetra na câmara, vamos utilizar a Tabela 5, que relaciona o
volume interno da câmara e sua temperatura interna com as trocas de ar em 24 h:

Nota: Pode ser que seja necessário uma introdução artificial de ar externo, para
diluir concentrações de gases emitidos pelo produto (muito comum no
armazenamento de vegetais), ou porque trabalham pessoas dentro da
câmara, desta forma devemos adicionar uma carga de ar externo para
compensar os gases emitidos. Este ar introduzido não é o de abertura das
portas conforme Tabela 5.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 50


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Volume da câmara Trocas de ar em 24Horas


m3 T ≥ 0 ºC T < 0 ºC

5.6 44 22
8.5 34,5 22
11.3 29,5 21
14 26 20
17 23 20
22.5 20 20
28.5 17, 5 13,5
42,4 14 13,5
56,4 12 9,3
84,5 9,5 9,3
113 8,2 9,3
114 7,2 5,6
169 6,5 5,6
225 5,5 5,6
281 4,9 3,8
422 3,9 3,8
563 3,5 2,6
704 3,0 2,6
845 2,7 2,1
1127 2,3 1,8
1408 2,0 1,6
2112 1,6 1,6
2817 1,4 1,6
(1)
Fonte: ASRE - Volume de Projeto – Edição de 1949
Nota: Para câmaras de armazenamento (com poucas aberturas de porta) multiplicar os valores
da troca de ar em 24 horas por 0,6.
(1) ASRE (American Society of Refrigerating Engineeres) e a ASHVE (American Society of Heating &
Ventilating Engineers) se reunirão e em 1959 se tornaram a ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers)

O calor que deve ser removido pela infiltração de ar externo pode ser resumido pela
equação abaixo:

Q& inf  m& arx(hext  h int)


1
Q& inf  Vol. do ar trocado em 24h x x (hext – hint)
vol.específicodoarext
Onde:
Q& inf  ganho de calor na câmara frigorífica por infiltração (Kcal / 24h)
m& ar  vazão em massa de ar infiltrado na câmara (Kg/24h)
Volume do ar trocado em 24h = volume da câmara x fator da tabela (m3 / 24h)
Volume específico do ar (v) externo = obtido na carta psicrométrica (m3 / Kg)
hext = entalpia do ar externo = obtido na carta psicrométrica (kcal / Kg)
hint = entalpia de ar interno = obtido na carta psicrométrica (Kcal / Kg)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 51


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Os valores das entalpias,como também os de volume específico, podem ser obtidos na


carta psicrométrica.
Como é muito difícil obtermos carta psicrométrica com temperaturas negativas, vamos
utilizar a Tabela 6, que fornece valores de entalpia do ar (h), volume específico () em
função da temperatura e umidade relativa.

Tabela de valores psicrometricos para câmaras frigoríficas

Temp Umidade relativa


. 50% 60% 70% 80% 90%
(ºC) h  h  h  h  h 

35 19,29 0,8978 21,54 0,9030 23,82 0,9082 26,12 0,9135 28,46 0,9188
32 16,83 0,8852 18,71 0,8895 20,61 0,8938 22,53 0,8981 24,47 0,9025
30 15,37 0,8771 17,0 0,8809 18,68 0,8847 20,37 0,8885 22,09 0,8924
20 9,20 0,8401 10,0 0,8421 10,99 0,8441 11,89 0,8460 12,80 0,8480
10 4,68 0,8070 5,14 0,8080 5,60 0,8090 6,06 0,8000 6,52 0,8109
5 2,81 0,7914 3,13 0,7920 3,46 0,7927 3,78 0,7934 4,11 0,7941
1 1,45 0,7791 1,69 0,7796 1,93 0,7802 2,17 0,7807 2,42 0,7812
-5 -0,46 0,7611 -0,317 0,7614 -0,16 0,7617 -0,02 0,7620 0,12 0,7623
-10 -1,92 0,7464 -1,83 0,7466 -1,73 0,7468 -1,64 0,7470 -1,54 0,7472
-20 -4,61 0,7175 -4,57 0,7176 -4,54 0,7176 -4,50 0,7177 -4,46 0,7178
-30 -7,13 0,6889 -7,12 0,6890 -7,10 0,6890 -7,09 0,6890 -7,08 0,6890
(h = kcal / kg e  = m3 / kg) Nota: Valores ao Nível do Mar

3.1. Cálculo do calor na câmara de congelados por infiltração de ar


Começaremos os cálculos pela câmara de congelado, por ser a maior que a câmara de
processo, tendo desta forma um maior volume de ar infiltrado em 24 horas. Todo o ar
infiltrado é proveniente da câmara de processo e se encontra a temperatura de 5ºC

3.1.1. Volume da câmara (VI)

16 m x 8,0 m x 4,5 m = 576 m3

3.1.2. Número de trocas de ar (tabela 5)

VI = 576 m3 (temp < 0ºC) → 2,6 trocas de ar em 24 hs

Com o volume da câmara de congelado de 576 m3, para uma temperatura menor que
0 0C, determina-se com auxilio da Tabela 5, o número de trocas de ar por dia.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 52


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Determinação com a tabela 5, do numero de trocas de ar na câmara de congelado

3.1.3. Volume de ar trocado ( V&ar )

V&ar = número de trocas do ar x volume interno da câmara

V&ar = 2,6 trocas de ar / 24hs x 576 m3

V&ar = 1498 m3 / 24 hs

3.1.4. Cálculo do calor por infiltração do ar na câmara de congelados ( Q& I )

Temp. ext = 5ºC UR ext = 70%


Temp. int = -20ºC UR int = 90%

1
Q& I = volume do ar trocado em 24 hs x x(hext  h int)
v.ar.ext

1498.m3 1
Q& I = x x(3,46  (4,46))
24hs 0,7929m3 / Kg

Q& I congelados = 14966 Kcal / 24 hs


Q& I congelados = 62660 KJ / 24 hs

As entalpias e o volume especificam, foram obtidos na Tabela 6, sendo que para isto
sabemos as condições do ar que esta sendo infiltrado na câmara frigorifica de congelado
é oriundo da câmara de processo.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 53


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Câmara de Processo Câmara de Congelado


TBS = 5 0C Ar Infiltrado TBS = - 20 0C
UR = 70 % UR = 90 %

Determinação das entalpias e volume especifico, com auxilio da Tabela 6.

Figura – Determinação com a tabela 6, da entalpia e volume especifico do ar.

3.2. Cálculo do calor na câmara de processo por infiltração de ar


O ar que penetrar nesta câmara é proveniente do lado externo, e se encontra a uma
temperatura de 33 ºC

3.2.1. Volume da câmara de processo

5,0 m x 8,0 m x 4,5 m = 180 m3

3.2.2. Número de trocas de ar na câmara de processo (tabelado)

Vi = 180 m3 (Temp. >0ºC) → 6 trocas de ar em 24 hs

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 54


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Com o volume da câmara de processo de 180 m3, para uma temperatura maior que.
0 0C determina-se com auxilio da Tabela 5, o número de trocas de ar por dia,

Figura – Determinação com a Tabela 5, do numero de trocas de ar na câmara de processo

3.2.3. Volume de ar trocado ( V& ar)

V& ar = número de troca de ar x volume da câmara


V& ar = 6 trocas de ar / 24 hs x 180 m3 =
V& ar = 1080 m3 / 24hs
Nota: O volume de ar penetrado na câmara de processo deveria ser de V& ar = 1080 m / 24hs,
3

contudo este ar deve também sem infiltrado, posteriormente, na câmara de congelado que
possui uma vazão de ar por infiltração bem maior, desta forma considera-se o volume de
ar infiltrado na câmara de processo similar ao da câmara de congelado .

Sendo assim;

V& ar = 1498 m3 / 24hs

3.2.4. Cálculo do calor por infiltração do ar na câmara de processo ( Q& I)

Temp. ext = 33ºC UR ext = 65%


Temp. int = 5ºC UR int (estimada) = 70%

1
Q& I = volume do ar trocado em 24hs x x (hext – hint)
v.ar.ext

1498.m3 1
Q& I = x x(20,63  3,46) Kcal / Kg
24hs 0,8828m3 / Kg

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Q& I processo = 29135 Kcal / 24hs


Q& I processo = 121984 KJ / 24hs

As entalpias e o volume especificam, foram obtidos na Tabela 6, sendo que para isto
sabemos as condições do ar que esta sendo infiltrado na câmara de processo é oriundo
do lado externo da câmara frigorífica.

Lado Externo Câmara de Processo


TBS = 33 0C Ar Infiltrado TBS = 5 0C
UR = 65 % UR = 70 %

Determinação das entalpias e volume especifico, com auxilio da Tabela 6, a temperatura


de 33 0C e UR = 65 %, foram interpoladas. As entalpia da temperatura de 5 0C com UR =
70 %, foram determinadas anteriormente.

Figura – Determinação com a tabela 6, da entalpia e volume especifico do ar

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

3.3. Resumo do calor nas câmaras de congelados e processo por infiltração do ar

Q& I processo = 29135 Kcal / 24hs = 121984 KJ / 24hs

Q& I congelados = 14966 Kcal / 24 hs = 62660 KJ / 24 hs

Cortina de Ar
De forma a minimizar o fluxo de ar quente e umidade para o interior das câmaras
frigoríficas, de baixa temperatura, deverá ser prevista, uma proteção para evitar a
infiltração de ar. Esta proteção pode ser através de Cortinas de PVC, colocadas na
entrada da câmara frigorífica, ou também cortina de Ar. Este tipo de proteção é
especialmente recomendado quando existe uma movimentação intensa de produtos e a
continua abertura de portas.

A utilização das Cortinas de Ar serve para proteger a câmara de carga térmica adicionais,
que irão aumentar a temperatura e a umidade no interior da câmara. A entrada de vapor
da água para interior da câmara, poderá trazer problemas de condensação em excesso
na superfície do evaporador com a conseqüência formação de gelo.

Figura – Cortina de PVC e Cortina de Ar utilizados em portas de câmara frigorífica

Caso a umidade seja excessiva, ocasionará um bloqueio gradual do evaporador,


causando uma perda de capacidade de refrigeração e um aumento no consumo de
energia elétrica, tanto devido a baixa eficiência do evaporador bloqueado de gelo como
também e o dispêndio de energia necessário para fazer-se o degelo.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 57


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

A cortina de ar deve ser selecionada, na fase de projeto da câmara frigorifica, e instalada


com muito critério, de forma que a velocidade de ar junto a porta da câmara frigorifica não
seja pequena que permitira que o ar, proveniente da cortina, seja insuflado para dentro
da câmara frigorifica (Figura A), nem velocidade muito elevada fazendo que o ar atinja o
piso e se desloque para o interior da câmara (Figura B).

Figura – Maneiras erradas e correta de dimensionar e instalar cortina de ar

Infiltração de Ar – Outro Método de Calculo


Outra maneira para o calculo do calor de ar infiltrado na câmara frigorífica é aplicar as
equações que se encontra no manual da ASHRAE - ASHARAE HANDBOOK
Refrigeration 1998 Capitulo 12, com a aplicação das seguintes equações:

Q= q x Dt x Df x (1 – E)
Onde:
Q= calor devido à infiltração (Kcal/24h)
q= calor total com fluxo estabelecido (sensível + latente)
Dt= fator tempo de abertura da porta
Df= Fator de fluxo pela porta
E=Eficácia do dispositivo de proteção da porta (cortina de impacto, cortina de ar, etc.)

Sendo:
q = 0,577 x W x H1,5 x (Qs/A) x (1/Rs)
Onde:
W= largura da porta (m)
H = altura da porta (m)
Qs/A = carga de calor sensivel infiltrada por m2 de área de porta (KW/m2)
Rs = Fator de calor sensível, conforme tabela ou carta psicométrica

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 58


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Fator de Calor Sensível (RS) para ser utilizado na equação de infiltração de ar da ASHRAE

O Fator de tempo de Abertura de Porta (Dt)

Dt = (P x θp + 60 x θo)
3600 x θd
Onde:,
Dt= Fator tempo de abertura da porta
P= número de passagens pela porta
θp = tempo abre/fecha da porta por passagem (s)
θo = tempo que a porta permanece aberta (min)
θd =período de tempo operacional da porta no dia (h)

Df = Fator de fluxo pela porta


Se (temp.externa – temp.interna)<11K, usar Df = 1,1
Se (temp.externa – temp.interna) ≥11K, usar Df = 0,8
E = Eficácia do dispositivo de proteção da porta
cortinas de impacto : E ≈ 0,9
cortinas de ar : E ≈ 0,4

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 59


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

4. Carga térmica do produto


O produto a ser introduzido na câmara com a finalidade de ser apenas resfriado para um
curto período de tempo ou para congelamento para uma armazenagem por longo período,
liberam calor para dentro da câmara frigorifica, os quais devem ser inseridos como valor
de carga térmica.
Para um bom acondicionamento de produtos no interior da câmara sugerimos a utilização
de 70% do espaço útil da câmara frigorífica.

Figura – Carga térmica dos produtos inseridos nas câmaras frigoríficas.

Devemos lembrar também que alguns vegetais, que são resfriados, continuam vivos,
desta maneira liberam também calor para a câmara por respiração.

4.1. Carga térmica de resfriamento


É o calor que será retirado do produto até uma temperatura de conservação.
Esta temperatura de conservação normalmente é um valor acima da temperatura para
congelar o produto, esta temperatura é tabelada, como também o período recomendado
para o armazenamento. A equação que calcula a carga térmica de resfriamento pose ser
resumida da seguinte maneira;

Q& resf .  m& x Cproduto x (Tent – Tproduto)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 60


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Onde:
Kcal J
Q& resf .  calor a ser retirado do produto para o seu resfriamento ;
24h 24h

&  massa do produto a ser introduzido na câmara em 24h Kg ; Kg


m
24h 24h

Kcal J
Cproduto = calor específico do produto (Tabela 8) ;
Kg º C Kg º C

Tent = temperatura que o produto entra na câmara. ºC ; ºC

Tproduto = temperatura de conservação do produto (tabelado) ºC ; ºC

Exemplo:
Qual o calor que deve ser retirado para se conservar cebola em uma câmara frigorífica
que possui uma rotação diária de 1 tonelada dia? Sabendo-se que a temperatura de
entrada na câmara é de 32ºC

Figura – Exercício de resfriamento de cebola.

Temperatura de conservação da cebola = 0ºC (Tabela 8)


Antes do congelamento cebola = 3,77 KJ / Kg .ºC (Tabela 8)
Calor de respiração = 1,0 KJ / Kg (Tabela 8)
Período de conservação = 1 a 8 meses (Tabela 8)
m& produto = 1000 Kg / 24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 61


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Q& resf .  m& x Cproduto x (Tent – Tproduto)

1000 Kg 3,77kJ
Q& resf .  x x(32  0)º C
24h Kg º C

KJ Kcal
Q& resf .  120640 ou 28819
24h 24h

Nota: Como a cebola é um vegetal que continua "respirando" durante o seu tempo de
permanência na câmara, e esta respiração gera uma quantidade de calor, este
calor de respiração deve ser introduzidos no calculo da carga térmica, como
veremos em um exemplo, de conservação de maça a sguir.

4.2. Carga Térmica de congelados ( Q& congelados )

É o calor que deve ser retirado do produto para mantê-lo com uma temperatura abaixo de
seu ponto de congelamento e desta maneira aumentar o seu período de conservação,
podemos resumir a equação da seguinte forma:

Q& congelamento  Q& ic  Q& c  Q& fc


Onde:

Q& ic = Calor sensível, é o calor de início de congelamento para levar o produto da


temperatura de entrada na câmara até sua temperatura de congelamento (Tabela)
Q& c = Calor latente, calor para congelar totalmente o produto em sua temperatura de
congelamento (Tabela 8).
Q& fc = Calor sensível, calor para levar o produto congelado (com sua temperatura de
congelamento) até a temperatura interna da câmara (Tabela 8).
Podemos definir estas equações individualmente da seguinte maneira:

Q& ic  m& xCacx(Tent  Tcong )

Q& c  m& xL

Q& fc  m& xCdcx(Tcong  Tcâmara)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 62


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Onde:
kg Kg
m&  massa de produto a ser introduzido câmara em 24h ;
24h 24h
Kcal KJ
Cac = calor específico do produto antes do congelamento (Tabela) ;
Kg º C Kg º C

L = calor latente de congelamento do produto (tabelado) Kcal/kg ; KJ/kg

Kcal KJ
Cdc = calor específico do produto depois do congelamento (tabelado) ;
Kg º C Kg º C

Tent = temperatura de entrada do produto na câmara ºC ; ºC

Tcong. = temperatura de congelamento do produto (Tabela) ºC ; ºC

Tcâmara = temperatura da câmara frigorífica de congelado ºC ; ºC

Exemplo:

& =2500 Kg / 24h de


Determinar qual a quantidade de calor que deve ser retirado de m
suco de laranja, para abaixar sua temperatura do valor de processo.
Tproc. = 32ºC Tent até o valor de -15ºC = Tcâmara.

Figura – Exercício do congelamento do suco de laranja.

Nota: Vamos utilizar os valores tabelados para a laranja. Para obtermos outros valores
consultar ASHARAE HANDBOOK REFRIGERATION – 1998 cap.8.

Utilizando valores tabelados para laranja:

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 63


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Temperatura de início de congelamento Tcong. = -0,8ºC (Tabela 8)


Calor específico antes do congelamento Cac = 3,77 KJ / KgºC (Tabela 8)
Calor latente de congelamento L = 288 KJ / Kg (Tabela 8)
Calor específico depois do congelamento Cdc = 1,92 KJ / kgºC (Tabela 8)

Q& ic  m& xCacx(Tent.  Tcong.)

2500 Kg 3,77 KJ
Q& ic  x x(32  (08))º C
24h Kg º C

309140kJ
Q& ic 
24h

Q& c  m& xL

2500 Kg 288KJ
Q& c  x
24h Kg

720000kJ
Q& c 
24h

Q& fc  m& xCdcx(Tcong.  Tcâmara)

2500 Kg 1,92 KJ
Q& fc  x x(0,8  (15))º C
24h Kg º C

68160kJ
Q& fc 
24h

1097300kJ 1097300 KJ
Q& cong.  = =
24h 24h
4,186
262136 Kcal
Q& cong. 
24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 64


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

4.3 Calor de respiração do produto (Q& res)


Os vegetais quando são mantidos em temperaturas de conservação continuam vivos, e
desta forma, respirando, o que além de aumentar a quantidade de gases liberados na
respiração, também contribuem para o aumento da temperatura da câmara.
A quantidade de calor liberado varia com o tipo de produto e seus valores são tabelados.

Figura – Verduras e frutas em natura continuam “respirando” o que contribui com gases no interior da câmara
principalmente CO2 e etileno.

Nota: Devido a liberação de gases durante a respiração do vegetal, algumas vezes é


necessário renovar o ar da câmara, retirando a massa de ar interna e colocando ar
externo em seu lugar. O cálculo do calor do ar de renovação é feito da mesma
forma do que foi calculado no caso da infiltração (Item 3).

A equação do calor liberado pela respiração pose ser resumida da seguinte forma:

Q& res.  m& xFres

Onde:
Kcal KJ
Q& res.  calor de respiração do produto ;
24h 24h

Kg Kg
m&  massa do produto colocado na câmara. ;
24h 24h

Kcal KJ
Fres. = fator do calor de respiração (Tabela) ;
Kg Kg

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 65


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Exercício
Determinar a quantidade de calor que deve ser retirado para resfriar maçãs, que são
introduzidas na câmara frigorífica com massa de 3000 KG / 24h.
A temperatura de entrada é de 30ºC e a temperatura de armazenamento é de -1ºC.
Obs: lembrar que as maçãs estão respirando.

Figura – Exercício do resfriamento de maças

Temperatura de conservação da maça = -1ºC (Tabela 8)


Antes do congelamento maça = 3,64 KJ / Kg .ºC (Tabela 8)
Calor de respiração = 1,92 KJ / Kg
Período de conservação = 2 a 6 semanas
m& produto = 3000 Kg / 24h

Q& maçã  Q& resfriar  Q& respirar

Q& resfriar  m& xCmaçãx(Tent.  Tarmazenamento)

3000 Kg 3,64 KJ
Q& resfriar  x x(30  (1))º C
24h Kg º C

338520kJ
Q& resfriar 
24h

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Nota: Como a maça é um vegetal que continua "respirando" durante o seu tempo de
permanência na câmara, e esta respiração gera uma quantidade de calor, este
calor de respiração deve ser introduzidos no calculo da carga térmica .

Q& respirar  m& xFres.

3000 Kg 1,92 KJ
Q& respirar  x
24h Kg 24h

5760kJ
Q& respirar 
24h

Calor Total :
344280 KJ 344280 KJ 82245,58 Kcal
Q& maçã    Q& maçã 
24h 24h 24h
4,186

4.4. Calor para resfriar peixes


Exercício da câmara do entreposto pesqueiro.

4.4.1 Câmara de resfriados (processos)


Normalmente os navios pesqueiros levam consigo câmaras de congelamento ou gelo em
escama par preservação do produto. Lembrando que o peixe é um produto de fácil
deterioração.

Figura – Os peixes e fruto do mar descarregam dos pesqueiros diretamente para as câmaras frigoríficas do entreposto
pesqueiro

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 67


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

No nosso exemplo trata-se de uma cooperativa de pescadores de pequena posse, os


quais pescam próximo à praia, e seus peixes são entregues a cooperativa sem nenhum
prévio resfriamento, vamos considerar que eles chegam à temperatura ambiente.

Consideremos também que o movimento de peixes entregues à cooperativa seja

1500 Kg / dia.
m& peixe  1500 Kg / 24h
Peixes = diversos

Tentrada =33ºC (temperatura ambiente)

Tfinal = Tcâmara de processo = 5ºC

3,26 KJ
Cpescado (antes do resfriamento) = (Tabela)
Kg º C

Q& produto  m& xCpeixexT

1500 Kg 3,26 KJ
Q& produto  x x(33  5)º C
24h Kg º C

136920kJ 32709 Kcal


Q& produto  ou
24h 24h

4.5. Câmara de congelamento


Normalmente para congelamento de peixes utiliza-se um túnel de congelamento, o qual
reduziria rapidamente a temperatura do produto para o valor final em que o produto será
posteriormente armazenado.

Como a comunidade pesqueira não possui recursos para adquirir o túnel de


congelamento, seu resfriamento e seu posterior congelamento até a temperatura final, em
nosso exemplo -20ºC, será feito pela própria câmara de armazenamento.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 68


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O peixe após processado (separado, limpo e embalado) na câmara de processo, é


enviado a uma temperatura de 5ºC para a câmara de congelamento .

1500 Kg
m& peixe 
24h

Tentrada = 5ºC

Tcong. = Temperatura de congelamento = -2,2ºC (Tabela 8)

3,26 KJ
Cac = Cpeixe (antes do congelamento) = (Tabela 8)
Kg .0 C

245 KJ
L = calor de congelamento = (Tabela 8)
Kg

1,74 KJ
Cdc = Cpeixe (após o congelamento) = (Tabela 8)
Kg º C

QCamara de Congelado = Qac + QL + Qdc

4.5.1. Calor de Inicio de Congelamento (Qac)

Q& ac  m& peixexCacx(T )

1500 Kg 3,26 KJ
Q& ac  x x(5  (2,2))º C
24h Kg º C

35208 KJ
Q& ac 
24h

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4.5.2. Calor de Congelamento (QL)

Q& L  m& peixexL

1500 Kg 245 KJ
Q& L  x
24h Kg

367500 KJ
Q& L 
24h

4.5.3. Calor de final de Congelamento (Qdc)

Q& dc  m& peixexCdcx(T )

1500 Kg 1,74 KJ
Q& dc  x x(2,2  (20))º C
24h Kg º C

46458 KJ
Q& dc 
24h

4.5.3. Calor Total de Congelamento (QCamara de Congelado)

Q& câmara de congelamento = QCamara de Congelado = Qac + QL + Qdc

35208KJ 367500 KJ 46458 KJ


Q& câmara   
24h 24h 24h

449166 KJ 107302 Kcal


Q& câmara  ou
24h 24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 70


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4.6. Resumo da carga térmica do produto

Câmara de processo

136920kJ 32709 Kcal


Q& câmara..de.. processo  ou
24h 24h

Câmara de congelado

449166 KJ 107302 Kcal


Q& câmara..de..congelado  ou
24h 24h

5. Calor devido a embalagem (Q& e)


A embalagem do produto, quando existir, deve ter o seu valor inserido nos cálculos da
carga térmica da câmara frigorífica.

Devemos lembrar que as embalagens possuem somente calor sensível e podem ser
calculados pela seguinte equação:

Q& e  m& exCex(T )

Onde:

Kcal KJ
Q& e  calor fornecido pela embalagem ;
24h 24h
Kcal KJ
Ce = calor específico da embalagem (tabela 9) ;
Kg º C Kg º C
Kg Kg
m& e  massa da embalagem ;
24h 24h

T = diferença de temperatura entre a temperatura inicial da embalagem (Tie) e a


temperatura da câmara (Tc). T = (Tie-Tc) ºC ; ºC

Nota: É de uso comum entre os projetistas de câmaras frigoríficas, não considerar a


carga térmica das embalagens quando esta possuir uma massa inferior a 10 %
da massa do próprio produto.
Para fins didáticos em nossos cálculos estaremos considerando a carga térmica
devido as embalagens, como também foi super-dimensionado o valor da massa
destas embalagens.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 71


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

5.1 Calor específico de alguns materiais


Os valores do calor específico da embalagem devem ser fornecidos pelos seus
respectivos fabricantes ou consultar-se tabelas em literatura de transmissão de calor,
segue-se abaixo, somente para referência, a Tabela 9, do calor específico.

Tipo de embalagem Calor específico


Kcal / KgºC kJ / KgºC
Alumínio 0,209 0,875
Aço (chapa 1010) 0,111 0,465
Vidro comum 0,179 0,750
Vidro pirex 0,195 0,835
Madeira (pinho branco) 0,329 1,380
Madeira (pinho amarelo) 0,669 2,800
Papelão ondulado 0,320 1,340
Plástico 0,412 1,725
Poliestireno (isopor) 0,289 1,210

5.2 Exemplo da cooperativa de peixe

Em nosso exemplo da cooperativa de peixe, vamos supor que os peixes são embalados
em sacos plásticos, contendo em cada um 1Kg de peixe, posteriormente estes serão
armazenados em caixas de papelão, contendo cada uma 10 sacos com o produto.

Nota: Sendo mep = embalagem plástica = 50g


mep = embalagem papelão = 200g

Figura – Os peixes após processados serão embalados em sacos plásticos para futura comercialização.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 72


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Solução:

& p  1500 Kg / 24h, podemos determinar a


Sabendo-se que a massa de produto é de m
massa das embalagens.

m& produto
m& total plástico = x peso de cada embalagem
m& produtop / embalagem

1500 Kg 75Kg
m& total plástico = x0,05 
1Kg 24h

m& produto
m& papelão  x peso de cada embalagem
m& produtop / embalagem

1500 Kg 30 Kg
m& papelão  x0,2 
10 Kg 24h

5.2.1 Carga Térmica devido a embalagem na câmara de processo

Q& e  m& exCex(T )

75Kg 0,412 Kcal


Q& e( plástico)  x x(33  5)º C
24h Kg º C

865 Kcal
Q& e( plástico) 
24h

30 Kg 0,320 Kcal
Q& e( papelão)  x x(33  5)º C
24h Kg º C

269 Kcal
Q& e( papelão) 
24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 73


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

5.2.2 Carga Térmica devido a embalagem na câmara de congelado

Q& e  m& exCex(T )

75Kg 412 Kcal


Q& e( plástico)  x x(5  (20))º C
24h Kg º C

772,5 Kcal
Q& e( plástico) 
24h

30 Kg 0,320 Kcal
Q& e( papelão)  x x(5  (20))º C
24h Kg º C

240 Kcal
Q& e( papelão) 
24h

5.2.3 Resumo da carga térmica devido a embalagem

Câmaras resfriadas:

865 Kcal
Q& e( plástico) 
24h

269 Kcal
Q& e( papelão) 
24h

1134 Kcal 4748 KJ


Q& e  
24h 24h
Câmaras congeladas:

773Kcal
Q& e( plástico) 
24h

240 Kcal
Q& e( papelão) 
24h

1013Kcal 4241KJ
Q& e  
24h 24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 74


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Nota: Lembrando que estamos calculando a carga térmica de embalagens apenas para
fins didáticos, pois no caso da carga térmica do entreposto pesqueiro, ela não
seria necessária, pelo fato da massa da das embalagens possuir uma massa
inferior a 10 % da massa do próprio produto.

6. Carga Térmica devido a pessoas (Q& pe)


A carga térmica das pessoas que trabalham no interior da câmara frigorífica, como no
caso das câmaras de processo, ou da pessoas que entram esporadicamente na câmara
frigorífica deve ser considerada nos cálculos.

Figura – Representando as pessoas que trabalham no interior de câmaras frigoríficas.

As pessoas que trabalham na câmara frigorífica fornecem uma carga térmica para o local.
A ASHRAE informa que os valores médios, de calor fornecido pelas pessoa, é função da
temperatura da câmara, e podem ser calculados através da seguinte equação:

Q& pe  (272  6t ) x0,86

Onde:

Kcal
Q& pe  calor liberado por pessoa
hpessoa

t = temperatura da câmara ºC

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 75


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Nota: A ASHRAE recomenda que quando muitas pessoas trabalham em uma câmara
frigorífica, que ao invés de usar-se a equação acima, que se utilize o valor do
calor fornecido pelas pessoas, conforme Tabela 10.

Calor liberado pelas pessoas que trabalham em câmaras frigorificas

Calor devido à pessoas

Temperatura da câmara Calor liberado por pessoa Fcp


W Kcal
ºC
pessoa h. pessoa
10 210 181
5 240 206
0 270 232
-5 300 258
-10 330 283
-15 360 310
-20 390 335
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12

6.1. Carga Térmica por pessoas (cálculo)

Para termos o valor da carga térmica por pessoas, devemos utilizar a seguinte equação:

Kcal
Q& pe  N x Fcp x T
24h
Onde:

Kcal KJ
Q& pe  calor liberado por pessoas ;
24h 24 h

N = número de pessoas na câmara

Fcp = fator de calor liberado por pessoa em função da temperatura (fornecido na tabela
Kcal
acima)
hpessoa

T = tempo em que as pessoas permanecem na câmara (1) hs


(1 )Nota: Se houver necessidade de se estimar o tempo de permanência das
pessoas em uma câmara frigorífica, lembrar que, a quantidade de horas
trabalhadas em um ambiente a baixa temperatura, como as câmaras
frigoríficas, é função da temperatura da câmara , e o tempo de
permanência deve ser encontrado nas normas do “Ministério do Trabalho”.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 76


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

6.2. Cálculo do calor fornecido pelas pessoas no exemplo da cooperativa de peixe

6.2.1. Câmara de processo


Dentro da câmara de resfriados, onde é feito o processamento dos peixes, trabalham
durante doze horas (12 h) um total de 10 pessoas em turnos diversos.

Tcâmara resf. = 5ºC

Nº de pessoas = 10

Tempo de permanência = 12 horas / 24 h (Doze horas por Dia)

206 Kcal
Calor fornecido por pessoa Fcp = (tabela a temperatura de 5ºC)
hpessoa

Q& pe  N x Fcp x t

206 Kcal
Q& pe  10 pessoas x x 12h/24h
h. pessoa

24720 Kcal 103498 KJ


Q& pe  
24h 24h

6.2.2. Câmara de congelado

Na câmara trabalham durante um dia 2 pessoas por um período de 2 horas.

Tcâmara de congelados = -20ºC

Nº de pessoas = 2

Tempo de permanência = 2 horas / 24 h (Duas horas por dia)

335 Kcal
Calor fornecido por pessoa Fcp = (tabela à temperatura de -20ºC)
hpessoa

Q& Pe  N x Fcp x t

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 77


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

335 Kcal
Q& pe  2pessoas x x 2h / 24 h
hpessoa

1340 Kcal 5610 KJ


Q& p  
24h 24h

6.2.3. Resumo do calor fornecido por pessoas

Câmaras de resfriado:

24720 Kcal 103498 KJ


Q& pe  
24h 24h

Câmara de congelado;

1340 Kcal 5610 KJ


Q& p  
24h 24h

7. Calor fornecido por equipamento Q& eq


Normalmente os equipamentos que geram carga térmica e estão dentro de uma câmara
frigorífica, são lâmpadas e motores elétricos.

7.1. Carga térmica por lâmpada (iluminação)


As equações utilizadas para o cálculo do calor liberado por iluminação é muito
semelhante a que se utilizada em condicionamento de ar, sendo acrescentado na mesma,
o tempo que a mesma permanece acesa.

Podemos definir a iluminação nas câmaras frigorificas de duas maneiras distintas, a


câmara que só necessita de uma iluminação mínima para movimentar-se no seu interior,
caso típico da maioria das câmaras frigorificas onde a inclusão de pessoas no seu interior
só se faz necessário para a movimentação de mercadorias, e a câmara frigorifica para
processo onde pessoas trabalham continuamente no seu interior.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 78


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

7.1.1. Iluminação Recomendada


Sem pessoas
A iluminação das câmaras frigorificas, sem pessoas trabalhando continuamente no seu
interior, deve ser suficiente para a movimentação de pessoas e carga no seu interior,
sendo que existe uma recomendação da ASHRAE (Refrigeration 2002 – pagina 12.7)
com um valor mínimo para esta iluminação de:

Iluminação = 10,8 W / m2

Com pessoas
Quando a câmara frigorifica possui pessoas continuamente no seu interior, como no caso
da câmara de processos, do exemplo do entreposto pesqueiro, deve ter uma iluminação
de acordo com o tipo de trabalho realizado neste local, e estes valores estão relacionados
nas (NR) Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.

A informação do Ministério do Trabalho, sobre iluminação, e fundamental em processos


trabalhistas, contudo muitos projetistas têm se utilizado do seguinte valor mínimo para
iluminação:
Iluminação = 25 W / m2

7.1.2. Carga total de iluminação


A carga de iluminação é função é função do tipo de lâmpada utilizada e do tempo que a
mesma permanece acesa;

Figura – A iluminação da câmara frigorífica é função da temperatura e utilização da câmara.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 79


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

7.1.2.1. Lâmpadas incandescentes

Kcal
Q& eql  N x W x T x 0,86
24h

7.1.2.2. Lâmpadas fluorescentes

Kcal
Q& eql  N x W x T x 1,25 x 0,86
24h
Onde:

Kcal
Q& eql  calor fornecido pela lâmpada
24h

N = número de lâmpadas na câmara

W = capacidade da lâmpada W

T = tempo de funcionamento h / 24 h (horas por dia)

0,86 = fator de conversão de W para Kcal / h W = 0,86 Kcal / h

1,25 = fator de carga térmica do reator de 25% não utilizar se o reator estiver fora da
câmara ou for reator eletrônico.

(*)Nota: Não usar lâmpada fluorescente em câmara com temperatura menor ou


igual à - 20ºC
Atualmente , utiliza-se também lâmpadas de vapor sódio , com baixa
potência ( 5 W/m2 )

7.2. Carga térmica por motores elétricos

Nos equipamentos que possuem motores elétricos e estão dentro da câmara devem ter
sua carga térmica calculada da seguinte forma:

P W
Q& eqm  xTx632 ou Q& eqm  xTx0,86
 

Onde:
Kcal
Q& eqm = carga fornecida por motores elétricos
24h
P = potência do motor elétrico (CV)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 80


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

W = potência do motor elétrico (W)

T = tempo de funcionamento h

632 = fator de conversão de CV para Kcal / h (CV = 632 Kcal / h)

Nota: Se o motor for especificado em HP o fator de conversão será 641


(HP = 641 Kcal / h)

0,86 = fator de conversão de W para Kcal / h (W = 0,86 Kcal / h)

 = rendimento do motor

Obs: Normalmente o rendimento do motor não é especificado pelo fabricante, neste


caso usar os valores de  da Tabela 11, conforme copia abaixo:

Motor elétrico
Capacidade Rendimento
CV HP W
<½ <½ < 367 0,6
½a3 ½ a 2,95 367 a 2205 0,68
3 a 20 2,95 a 19,7 2205 a 0,85
14477

7.2.1. Motores elétricos dos evaporadores (Q& eqev)


Como o motor elétrico do evaporador é função do tamanho do evaporador e este é
estipulado de acordo com a carga térmica da câmara frigorífica, a qual não conhecemos
até o presente momento, deixaremos para estimar esta carga no final dos cálculos de
carga térmica.

7.3. Carga térmica por equipamentos – Cooperativa Pesqueira


Nos cálculos de nossa cooperativa pesqueira, consideraremos que o local é composto
com os seguintes equipamentos:

Câmara de processo:
Iluminação: 10 lâmpadas fluorescentes. 110W cada.
Equipamentos de processos: Esteiras de transporte utilizando 3 motores elétricos de 1,5
CV cada.
Tempo de funcionamento: 12 h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 81


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Câmara de congelados:
Iluminação: 10 lâmpadas incandescentes. 110w cada.
Empilhadeira elétrica com motor de 15CV.
Tempo de funcionamento: 2h

Figura – Empilhadeira Elétrica, utilizada para a movimentação de carga nas câmaras frigoríficas.

7.3.1. Carga térmica de equipamentos na câmara de processo

Lâmpadas:
Q& eql  N x W x 1,25 x T x 0,86

Q& eql  10 x 110W x 1,25 x 12h x 0,86

Q& eql  14190 Kcal / 24h

Motores:
P
Q& eqm  xTx632

3 x1,5
Q& eqm  x12hx632
0,68

Q& eqm  50188 Kcal / 24h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 82


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Carga total devido ao equipamento na câmara de resfriados ( Q& eql  Q& eqm )

Q& eq  64378 Kcal / 24h


Q& eq  269538 KJ / 24h

7.3.2. Carga térmica de equipamentos na câmara de congelados

Lâmpadas:
Q& eql  N x W x T x 0,86

Q& eql  10 x 100W x 2h x 0,86

Q& eql  1721 Kcal / 24h

Motores:
P
Q& eqm  xTx632

15
Q& eqm  x2hx632
0,85

Q& eqm =22305 Kcal / 24h

Carga total devido aos equipamentos na câmara de congelados ( Q& eql  Q& eqm )

Q& eq  22305 Kcal / 24h + 1721 Kcal / 24h

Q& eq  24026 Kcal / 24h


Q& eq  100592 KJ / 24h

7.3.3. Resumo da carga térmica devido a equipamentos ( Q& eq )

Câmara de processo Q& eq  64378 Kcal / 24h = 269538 KJ / 24h

Câmara de congelados Q& eq  24026 Kcal / 24h = 100592 KJ / 24 h

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8. Carga térmica total

Devemos então, somar os valores, calculados, para determinar o valor da carga térmicas
total, das câmaras frigoríficas do entreposto pesqueiro:

Fonte de Processo Congelados


Calor Kcal / 24h KJ / 24h Kcal / 24h KJ / 24h
Transmissão pelas 28658 119987 72588 303911
superfície (paredes)
Infiltração de ar 29135 121984 14966 62660
Produtos 32709 136920 107302 449166
Embalagens 1134 4748 1013 4241
Pessoas 24720 103498 1340 5610
Equipamentos 64378 269538 24026 100592
Total 180734 756675 221235 926180

8.1 Resumo da carga térmica total para o projeto da cooperativa pesqueira:

Câmaras de processo Q& processo = 180734 Kcal / 24hs = 756675 KJ / 24hs

Câmaras de congelados Q& congelados = 221235 Kcal / 24 hs = 926180 KJ / 24 hs

Nota: Neste calculo não esta incluso ainda a carga térmica devido ao calor liberado
pelos motores elétricos dos ventiladores do evaporadores, o que será feito
posteriormente.

9. Determinação da carga horária para os equipamentos

9.1. Tempo de funcionamento


Devemos determinar o tempo necessário para que possamos realizar o resfriamento
(câmara de processo) e o congelamento. Este tempo deve ser excluído o período de
degelo e constar unicamente de período útil de resfriamento e congelamento.

O cálculo de carga térmica foi efetuado para um período diário (24 horas). Entretanto,
devemos considerar um período de funcionamento (n), ou seja, de operação dos
equipamentos, deforma a possibilitar o desgelo, as eventuais manutenções, e também
possíveis sobrecargas de capacidade.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 84


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Carga térmica horária (Kcal/h) = Carga térmica Diária (kcal/24h) / n


Onde:

n= número de horas de operação por dia ( 16 h / 24h a 20 h / 24h)


(16 horas por dia a 20 horas por dia)

Devemos lembrar ainda que quanto menor for o tempo estipulado para o serviço, maior
será a capacidade de equipamento.

A capacidade frigorífica do equipamento será então a carga térmica no período de 24h


dividida pelo tempo de funcionamento (operação) determinada.

9.2. Capacidade dos equipamentos Câmara de Processo


Como a referida câmara é uma área de processo, não sendo utilizada para conservação
de produto, determinaremos o seu tempo de funcionamento como o período de trabalho
dos funcionários, como sendo de 12 h (doze horas) dia, desta forma a capacidade pode
ser resumida como:
n= número de horas de operação por dia ( 12 h / 24h)

Câmara de processo 180734 Kcal / 24hs = 756675 KJ / 24hs

Q& t 180734 Kcal / 24h


Capacidade =   15061.Kcal / h
tempo 12h

Q& t 756675KJ / 24h


Capacidade =   63056.KJ / h
tempo 12h

9.3. Capacidade dos equipamentos Câmara de Congelados

Para a câmara de congelados, fora o tempo de degelo, consideraremos um período de


funcionamento para que a sua carga térmica diária de 221235 Kcal seja vencida em 18h
(dezoito horas) dia, sendo a capacidade do equipamento prevista para:

Câmara de congelados 221235 Kcal / 24 hs = 926180 KJ / 24 hs

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 85


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Q& t 221235Kcal / 24h


Capacidade =   12291Kcal / h
tempo 18h

Q& t 926180 KJ / 24h


Capacidade =   51454 KJ / h
tempo 18h

9.4. Resumo da capacidade do equipamento para o projeto de cooperativa


pesqueira concluímos que:

Câmara de processo = Q& cap  15061Kcal / h  63056 KJ / h


Câmara de congelados = Q& cap  12291Kcal / h  51454 KJ / h

10. Fator de segurança


É comum nas instalações frigoríficas, acrescentar-se um fator de segurança entre 5% à
10% da carga térmica calculada, este fator visa garantir qualquer carga adicional que por
ventura possa ser incluída a câmara frigorífica.
No caso do nosso exemplo, da cooperativa pesqueira, adotaremos 10% como fator de
segurança.

10.1. Câmara de processo


Carga térmica Q& cap  15061Kcal / h  63056 KJ / h

Fator de segurança = 10% (1,10)

Kcal Kcal
Q& t  15061  1,10  Q& t  16567
h h

KJ KJ
Q& t  63056  1,10  Q& t  69362
h h
10.2. Câmara de congelados:

Carga térmica Q& cap  12291Kcal / h  51454 KJ / h

Fator de segurança = 10% (1,10)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 86


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Kcal Kcal
Q& t  12291  1,10  Q& t  13520
h h

KJ KJ
Q& t  51454  1,10  Q& t  56599
h h

10.3. Resumo da capacidade do equipamento, com fator de segurança, para o


projeto de cooperativa pesqueira:

Câmara de processo = Q& cap  16567 Kcal / h  69362 KJ / h


Câmara de congelados = Q& cap  13520 Kcal / h  56599 KJ / h

11. Carga térmica dos motores do evaporador


Outra fonte de calor que está presente no interior das câmaras frigoríficas são os motores
dos ventiladores dos evaporadores (forçadores de ar).

Figura – Os motores elétricos dos ventiladores de ar dos evaporadores fornecem carga térmica para a câmara frigorífica.

No entanto, somente é possível determinar a potência dissipada por estes ventiladores


após a seleção dos evaporadores,mediante consulta ao catálogo do respectivo fabricante.

Os evaporadores somente podem ser selecionados após o cálculo da carga térmica total
da câmara, o que inclui o calor liberado pelos evaporadores. Isto nos remete a uma
solução iterativa, em que, primeiramente, estima-se potência dos ventiladores e, em
seguida, selecionam-se os evaporadores.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 87


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A potência dos ventiladores, dada pelo catálogo do fabricante, deve ser então comparada
com o valor inicialmente estimado. Caso não haja concordância entre estes valores, uma
nova potência deve ser estimada para os ventiladores.

A potência dos ventiladores, dada pelo catálogo do fabricante, deve ser então comparada
com o valor inicialmente estimado. Caso não haja concordância entre estes valores, uma
nova potência deve ser estimada para os ventiladores.

Como ainda não temos a capacidade dos motores dos forçadores de ar devemos então
estimar uma capacidade para os mesmos, no final dos cálculos e após termos
selecionado os evaporadores, iremos verificar se a nossa previsão está de acordo com o
estabelecido. Caso a capacidade do evaporador escolhido ser maior do que o estimado,
os cálculos devem ser refeitos.

Normalmente os evaporadores utilizam motores em HP, relacionados com a capacidade


frigorífica da seguinte maneira, que será estimado entre os seguintes valores (1) :

0,5 CV a 1,0 CV por 3000 kcal / h

Assim, a carga térmica destes equipamentos pode ser dada diretamente pela equação
vista anteriormente.

P
Q& eqm  x632

Onde:
Kcal
Q& eqm = carga fornecida por motores elétricos
24h
P = potência do motor elétrico (CV)

632 = fator de conversão de CV para Kcal / h (CV = 632 Kcal / h)

Nota: Se o motor for especificado em HP o fator de conversão será 641


(HP = 641 Kcal / h)

 = rendimento do motor (Tabela 11)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 88


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Nota: (1) Podemos interpretar a estimativa de carga da seguinte maneira, um


evaporador que tem uma capacidade de 3000 kcal/h pode ter um conjunto de
motores elétricos de capacidade de 0,5 CV a 1,0 CV.
Melhor caso: Evaporadores de alta eficiência, quando a potência de cada 0,5 CV
dos motores elétricos dos ventiladores do evaporador tem uma
capacidade frigorifica de 30000 Kcal / h.
Pior caso: Evaporadores de baixa eficiência, quando a potência de cada 1 HP
dos motores elétricos dos ventiladores do evaporador tem uma
capacidade frigorifica de 3000 Kcal / h.

11.1. Cálculo da carga térmica devido a motores dos evaporadores


Em nosso caso do projeto da cooperativa pesqueira, vamos admitir um evaporador com
uma eficiência media , ou seja, vamos supor que para cada 0,7 CV de potência do
motor elétrico consuma refere-se a uma capacidade de 3000 Kcal / h.

11.1.1. Câmara de processo


Q& cap  16567kcal / h

Motor do evaporador 0,7 CV  → 3000 Kcal / h

16567 Kcal / h
Capacidade do motor   3,9CV
3000 Kcal / h / 0,7CV

Motor de 4 CV

11.1.2. Câmara de congelados


Q& cap  13520 Kcal / h

Motor do evaporador  0,7 CV  3000 Kcal / h

13520 Kcal / h
Capacidade do motor   3,1
3000 Kcal / h / 0,7CV

Motor de 3,0 CV

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 89


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11.2. Calor liberado pelos motores dos forçadores

11.2.1. Câmara de processo

Motor do forçador (ventilador do evaporador)  4 CV

P
Q&   632

  0,85 para motor 4 CV (Tabela 11)

4CV
Q&   632
0,85

Kcal KJ
Q&  2974  12450
h h

11.2.2. Câmara de congelados

Motor dos forçador: (ventilador do evaporador) = 3,0 CV

P
Q&   632

  0,68 para motor 3.0 CV (Tabela 11)
3,0CV
Q&   632
0,68

Kcal KJ
Q&  2788  11674
h h

11.3. Resumo do calor liberado pelos motores dos ventiladores

Kcal KJ
Câmara de processo Q&  2974  12450
h h

Kcal KJ
Câmara de congelados Q&  2788  11674
h h

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 90


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Consumo Elétrico dos Ventiladores


Alguns catálogos de fabricantes de evaporadores, não fornecem a capacidade dos
ventiladores utilizados em seus produtos em valores de potência mecânica, CV ou HP,
como estimamos para o nosso exemplo, e no lugar destes valores fornecem a Potencia
Elétrica consumida em W (Watt).
Para convertermos a potência mecânica em CV, para valores aproximados da potencia
elétrica consumia, podemos nos utilizar da seguinte equação:

PotênciaMecânica(CV ) x736
PotênciaEletricaConsumida (W ) 
0,7

12. Carga térmica total das câmaras frigoríficas

Devemos somar o calor liberado pelos motores elétricos dos forçadores ao total da carga
térmica calculada:

12.1. Câmara de processo

Carga térmica 16567 Kcal / h = 69362 KJ / h


+
Carga dos forçadores 2974 Kcal / h = 12450 KJ / h

Total = 19541 Kcal / h = 81812 KJ / h

12.2. Câmara de congelados

Carga térmica 13520 Kcal / h = 56599 KJ / h


+
Carga dos forçadores 2788 Kcal / h = 11674 KJ / h

Total = 16308 Kcal / h = 68273 KJ / h

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12.3. Resumo das cargas térmicas total ( Q& t )

Kcal KJ
Câmara de processo Q&  19541  81812
h h

Kcal KJ
Câmara de congelados Q&  16308  68273
h h

Conclusão
Após a finalização da carga térmica das câmaras frigoríficas, é possível fazer-se o
selecionamento do “Sistema de Refrigeração”

************

Jacob Perkins (9 Julho 1766 – 30 Julho 1849) inventor americano de um


mecanismo de refrigeração

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 92


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III – Sistema de Refrigeração

Introdução
Após o calculo da carga térmica, devemos proceder a especificação dos equipamentos,
sendo recomendado seguirmos a seguinte ordem:
 Evaporadores (resfriadores)
 Unidade condensadora
 Compressores
 Válvula de expansão
 Tubulação e acessórios
 Separadores de óleo
 Separador de líquido
 Tanque de líquido
 Sistema de degelo
 Gás quente
 Resistência elétrica
 Outras
 Refrigerante
 Água da condensação
 Isolamento térmico
 Sistema de segurança
 Instalação elétrica
 Sistema de alimentação
 Controles

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 93


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Figura – Representação da câmara frigorífica e seus principais componentes frigoríficos

1. Condensadores
Os condensadores ou unidade condensadora devem ser selecionados de acordo com a
capacidade necessária de carga térmica da câmara frigorífica, com uma folga superior em
torno de 10 %, podendo ser especificados como:
 Unidade Condensadora.
 Compressor e Condensador.

1.1. Unidade Condensadora


Consiste em estar instalado no mesmo conjunto o compressor e o condensador, ambos já
foram projetados, pelo fabricante, para terem capacidades correlacionados;

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 94


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Inicie o projeto selecionando uma ou mais unidade condensadora, pela capacidade,


calculada durante a carga térmica da câmara frigorífica.

Figura – Unidade Condensadora

1.2 Condensadores e Compressor


São adquiridos em separado, cabendo ao projetista, selecionar estes equipamentos
equivalentes à necessidade da carga térmica da câmara frigorifica.
Normalmente este tipo de sistema é utilizado em grandes sistemas de refrigeração onde
se utilizam diversas câmaras frigorificas ou balcões frigoríficos atendidos por um único
conjunto de compressores e condensadores.

Figura – Compressor Hermético Figura – Compressor Semi-hermético

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 95


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1.2.1 Condensador Remoto


Normalmente em sistemas separados compressor e condensador, o condensador a ar
tipo remoto é muito utilizado.
Devemos ficar atento que se for utilizado este tipo em separado de equipamento que deve
existir uma correlação de carga entre a capacidade do evaporador

Figura - Condensador a ar tipo remoto

1.2.2 Selecionamento do Condensador


Após determinar o tipo de sistema de condensação a ser utilizado recorra a um catálogo
de selecionamento dos diversos fabricantes existentes no mercado, onde entre as
diversas fatores para o seu uso podemos encontrar:
 Capacidade de Carga Térmica do(s) evaporador;
 Temperatura Interna do evaporador;
 Fluido Refrigerante utilizado;
 Temperatura externa do ar onde será instalado o condensador;
 Dados do sistema elétrico, tais como, Tensão, Fases, Corrente e Potência.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 96


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2. Evaporadores

Figura – Existem diversos tipos de evaporadores de acordo com a finalidade e capacidade térmica

2.1. Classificação dos fabricantes


Por causa da grande variedade de métodos de refrigeração e evaporadores existentes no
mercado, não existe padrão da indústria para seleção dos evaporadores, desta forma, os
mesmos deverão ser selecionados de acordo com a capacidade e finalidade da câmara
frigorífica com o catálogo do fabricante escolhido.

2.2. Diferença de temperatura do evaporador (T)


Um dos fatores mais importantes na seleção de um evaporador é sua diferença de
temperatura. Entende-se como diferença de temperatura, a temperatura do ar que se
encontra à câmara, geralmente é a temperatura de projeto da mesma, subtraindo da
temperatura do fluído refrigerante do evaporador.

Efeito da diferença de temperatura sobre a umidade relativa da câmara.


Quando escolhemos o evaporador para nossa câmara frigorífica, devemos levar em
consideração a diferença de temperatura do evaporador (T).

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 97


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Como sabemos, a umidade relativa afeta a qualidade dos produtos sem embalagens no
interior da câmara frigorífica. Uma umidade muito baixa pode acarretar perda de massa
do produto, ao contrário, uma umidade relativa muito alta pode criar fungos e bactérias.

A relação média da diferença de temperatura do evaporador (T) com a umidade pode


ser observada na Tabela 12, conforme copia abaixo.

Diferença de temperatura do evaporador com convecção forçada e umidade


relativa.
Refere-se a diferença de temperatura (T) entre a temperatura interna da câmara
frigorífica e a temperatura do fluido refrigerante no interior do evaporador.
É normal que o cliente contrate um engenheiro de alimentos para informar qual as
necessidades internas da câmara frigorífica, no que se refere a temperatura interna e
umidade relativa, mas muitas vezes isto não ocorre, ficando a cargo do técnico, ou
projetista, decidir qual a melhor, condição para o local, sendo assim, a seguir, é possível
verificar algumas recomendações de umidade relativa no interior da câmara frigorífica, em
função do produto estocado

Diferença de
Umidade
temperatura (T)
relativa (UR) Classe dos produtos estocados
projetada do
(%)
evaporador (ºC)
Armazenamento de vegetais, produtos agrícolas, flores,
4,5 a 5,5 95 a 91 gelo sem embalagem e câmaras para resfriamento.

Armazenamento frigorificado em geral e refrigeração,


5,5 a 7,0 90 a 86 alimentos e vegetais embalados,
Frutas e produtos similares, produtos que requerem
7,0 a 8,0 85 a 81 menores níveis de umidade relativa que os produtos da
classe anterior
Cerveja, vinho, produtos farmacêuticos, batatas, cebolas,
8,0 a 9,0 80 a 76 frutas de casca dura como: melão. Produtos embalados.
Estes produtos requerem U.R. moderada
Sala de preparo e processo, bebidas e doces embalados e
demais produtos que não necessitam de alta umidade
9,0 a 10 75 a 65 relativa e não correm o risco de serem desidratados devido
a baixa umidade da câmara frigorifica.

Nota: A maioria dos catálogos dos fabricantes fornecem o valor de T = 6 0C como


referência para o selecionamento de seus evaporadores, desta forma, estes
catálogos também devem fornecer fatores de correção quando se necessita de
valores diferentes deste T.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 98


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Umidade Relativa (UR) recomendada de acordo com o produto


Em resumo podemos determinar a Umidade Relativa de acordo com o produto de acordo
com a seguinte tabela.
Umidade Relativa Recomendada
Produto Armazenado UR ΔT
0
% C
Carnes / Frutas 90 4a5
Produtos em geral 80 a 85 5a7
Bebidas, Frutas Secas. 65 a 80 7a9
Sala Preparos, Sementes. 50 a 65 10 a 12

Nota: Um maior (T) para uma mesma carga térmica tem-se menor volume de ar
circulado. No entanto, a este (T) maior corresponde um menor fator de calor
sensível e, portanto, maior possibilidade de perda de peso dos produtos a ser
refrigerados. De forma contrária, um grande volume de ar através do evaporador
com adequada superfície de troca de calor será favorável para uma alta umidade e
menor perda de peso dos produtos refrigerados.

Diferença de temperatura (T) para cooperativa pesqueira


Como os produtos que serão conservados na câmara de congelados estão embalados, a
umidade relativa não terá influência sobre a qualidade dos peixes armazenados.

Neste caso, utilizaremos o T fornecido pela maioria dos fabricantes na escolha de seus
evaporadores mediante catálogos, ou seja: T= 6ºC.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 99


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2.3. Taxa de Renovação de ar (TR)


A Taxa de renovação de Ar (TR) que deve ser determinada durante o selecionamento do
evaporador se refere a quantas vezes todo o ar da câmara frigorifica deve retornar ao
evaporador e novamente ser soprado para o interior da câmara frigorífica.
A taxa de circulação de ar sobre os produtos é importante no tipo de aplicação das
câmaras frigorificas, lembrando que o ar forçado pelos ventiladores dos evaporadores
tende a retirar umidade dos produtos;
Para evaporadores de câmaras de armazenamento e conservação de produtos em geral
e as de conservação de congelados, não há um critério para a velocidade e a quantidade
exata de trocas de ar dentro da câmara, o total de ar sugerido seria de 40 a 80 trocas/h.
Para fazer este cálculo, utiliza-se a seguinte equação:

VazãodeAr (m3 / h)
Taxade Re novação(TR ) 
VolumeInternodaCâmara (m3)

A vazão inclui todos os evaporadores em funcionamento na câmara.

A equação destaca a movimentação de ar que é induzido pela descarga de ar do


evaporador, ou seja, o maior volume da câmara só é usado se o produto e o equipamento
ocupam mais de 10% do volume.

Aplicações especiais tais como câmaras de corte e câmaras de maturação de banana têm
limites desejados mostrados na tabela abaixo.

A tabela mostra as quantidades mínimas e máximas de trocas de ar.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 100


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Taxa de Renovação de ar (TR)

Número de trocas de ar recomendada


Tipo de aplicação
Mínimo Máximo
Conservação de congelados 40 80

Conservação de resfriados 40 80

Câmaras de corte 20 30

Câmara de resfriamento de carne 80 120

Maturação de banana 120 200

Armazenamento de frutas e vegetais 30 60

Salas de processo 20 30

Armazenamento de carne sem


30 60
empacotar

Túneis de congelamento rápido 150 300

Fonte: Heatcraft

Para uma correta conservação dos produtos no interior da câmara, todos os dados
observados acima devem ser considerados no selecionamento do evaporador.

2.4. Volume de Ar Movimentado (VMOV)


O volume de ar a ser movimentado (VMOV) pelos evaporadores, no interior da câmara
frigorífica, é função da carga térmica pode ser verificado com a seguinte equação.

Q& Carga Térmica = VMOV. d . c. (T).

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 101


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

.
Q C arg aTérmica
VolumedeArMovimentado(VMOV ) 
d .c. T

Onde:

Kcal KJ
Q& Carga Térmica = Carga térmica da câmara frigorífica ;
h h

m3 m3
VMOV = Volume do ar Movimentado pelos evaporadores ;
h h

kg kg
d = Densidade do Ar no interior da Câmara Frigorífica ;
m3 m3

Kcal KJ
c. = Calor especifico do Ar ;
Kg .0 C Kg .0 C

T = Diferença de temperatura do evaporador 0C ; 0C

2.5. Localização dos evaporadores nas câmaras da cooperativa


Os Evaporadores devem estar localizados em uma posição que seu jato de ar possa
cobrir todo o volume da câmara frigorífica, abaixo segue o desenho de uma provável
posição. O catalogo do fabricante de evaporadores é muito importante para esta decisão,
observando também alguns detalhes.

Circulação de Ar
• O ideal em câmaras e expositores em geral é a utilização da circulação de ar
forçada (com ventiladores no evaporador), pois proporciona um maior número de
trocas, além de renovar uniformemente o ar circulado;

• É ideal que tenhamos uma determinada circulação de ar, que não seja muito alta e
não cause desidratação nos produtos armazenados, o ideal é sempre termos a
opinião de algum especialista em produtos alimentícios, tais como um Engenheiro
de Alimentos.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 102


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Representando o posicionamento do evaporador dentro da câmara frigorífica.

Figura – Representando o posicionamento do evaporador dentro da câmara frigorífica.

• O alcance da flecha de ar deve ser suficiente para alcançar toda a


câmara frigorifica.

Figura – Representando o alcance do jato de ar.

Lembrando que a flecha de ar é a distancia percorrida pelo ar insuflado pelo evaporador


até que sua velocidade atinja o valor de 0,25 m/s. O alcance desta flecha de ar é
informado no catálogo dos fabricantes.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 103


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Em salas de processo de câmaras frigoríficas, onde trabalham pessoas, deve ser


selecionado um tipo de evaporador que a flecha de ar não atinja diretamente os
funcionários do local.
 Para evitar turbulência do jato de ar dentro da câmara, com a instalação
de evaporadores em posição oposta, deve-se evitar que flechas de ar se
encontrem.

Figura – As flechas de ar de posição opostas não devem estar na mesma direção.

• Evite instalar os evaporadores sobre as portas da câmara frigorífica, para


evitar que durante a abertura das mesmas, o ar externo não seja arrastado,
pelo ventilador do evaporador para dentro da câmara frigorífica.

Figura – Não instalar o evaporador sobre a porta da câmara frigorífica.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 104


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

• Para não obstruir a jato de ar (flecha de ar), proveniente do evaporador,


não deixe produtos a frete da descarga de ar dos ventiladores.

Figura – Não obstrua o jato de ar proveniente do evaporador.

Nota: Lembre-se, não é recomendado que o produto não ocupe mais que 70 %
do volume interno da câmara frigorífica.

• Prováveis localizações dos evaporadores na câmara frigorífica do entreposto


pesqueiro.

Figura – Prováveis localizações dos evaporadores no entreposto pesqueiro

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 105


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

2.6. Seleção dos evaporadores mediante catálogo de fabricante.

 O evaporador deve ser selecionado, preferencialmente, antes do selecionamento


do condensador. Lembrar que o modelo de condensador deverá ter carga térmica
ligeiramente acima da carga térmica calculada (folga em torno de 10 %);

Figura – Modelo de Unidade Condensadora para sistemas de Refrigeração.

 O Evaporador que será selecionado não pode ficar menor que a carga térmica
calculada;

 O tipo de degelo deve ser considerado:


o Natural (em câmaras frigorificas com temperatura interna acima de 2,0 0C);
onde o sistema frigorífico é desligado e deixa-se a ventilação funcionando.
o Degelo forçado, por resistências elétricos ou gás quente, para câmaras de
congelados.

 O tipo de evaporador selecionado no catalogo do fabricante é função da aplicação


da câmara frigorífica;

 Defina a Taxa de Renovação de ar (TR) necessária;

 Determine a diferença de temperatura do evaporador (T);

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 106


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 Utilizar o catalogo técnico de um fabricante de evaporadores que possuam


departamento de engenharia e aplicação para auxiliar no selecionamento em caso
de dúvidas.

3. Dispositivo de Expansão
Nos sistemas de Refrigeração de uso comercial, como os utilizados em câmaras
frigoríficas, o mais utilizado é a “Válvula de Expansão Termostática”

3.1 Válvula de Expansão Termostática


A Válvula de expansão termostática é apropriada para equipamentos de refrigeração
comercial. Equipamentos de pequeno porte utilizam tubo capilar, devido, principalmente,
ao baixo custo.
No sistema frigorífico é utilizada, para prever as seguintes funções;
• Realiza a queda de pressão no ciclo, a da pressão de condensação é reduzida até
a pressão de evaporação.
• Promove a expansão do líquido em líquido+vapor de fluido refrigerante,
controlando a vazão deste fluido refrigerante para o evaporador.
• Só deve expandir líquido.
• No ciclo ideal, o processo de expansão ocorre a uma entalpia constante, sem
troca de calor ou trabalho (processo isentálpico)
• Ajusta o fluxo de refrigerante dentro do evaporador em função do
superaquecimento.

Figura – Válvula de Expansão Termostática

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 107


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Para o selecionamento da válvula de expansão termostática é necessário o catálogo de


um fabricante deste tipo de equipamento, onde normalmente se solicita os seguintes
fatores:
 Carga térmica do evaporador;
 Fluido refrigerante utilizado no sistema;
 Temperatura de evaporação;
 Pressão do Fluido Refrigerante na Entrada da Válvula;
 Pressão de Condensação;
 Pressão de Evaporação e Condensação;
 Perda de Carga no interior do Evaporador;
 Demais fatores de acordo com o fabricante.

3. Tubulação
 Curso – “Dimensionamento de Tubulação de Fluido Refrigerante” de Valter
Rubens Gerner
 Resumo de Pratico com Tabelas 13 a 19.

**********

Recomendações gerais (Consultar ANVISA)

Verificações Câmaras Frigoríficas


• Limpeza
• Empilhamento em ordem estável
• Corretas Temperaturas e Umidade
• Produtos Identificados
• Corredores Limpos
• Iluminação Adequada

Manuseio Produtos
• Transportados em veículos isotérmicos

• Garantir rotatividade apropriada do produto na saída e entrada

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 108


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

• Na saída da mercadoria , exigir carregamento pré-resfriado e dentro das normas


sanitárias

• Evitar o acúmulo de gelo no Evaporador , evitando gotejamento ou vazamento de


água

Manuseio Produtos
• Os produtos Resfriados devem ser armazenados em temperaturas entre 0 e 4 C ,
no período máximo de 2 semanas ;

• Para período acima de 2 semanas ; o produto deve ser congelado imediatamente .

• Frutas , legume , verduras em armazenamento , estão vivos e continuam


expelindo calor de respiração , o qual deve ser previsto no cálculo da carga
térmica.

Processo
• O pré-resfriamento , deve ser utilizado quando do recebimento do produto ; pois
isto aumenta o tempo de vida útil na armazenagem

• Os requisitos de armazenagem de frutas , verduras , legumes , são tão variados ,


que não se pode fazer qualquer observação

Equipamento instalado
 Elabore da ficha de “Start Up” do equipamento, observando os seguintes
parâmetros:
 Temperatura do Evaporador e Interior da Câmara Frigorífica;
 Variação das temperaturas de Evaporação e Condensação;
 Temperatura de descarga;
 Subresfriamento;
 Superaquecimento útil e total;
 Nível de óleo do compressor;
 Parâmetros elétricos.
************

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 109


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Carl Paul Gottfried von Linde


Fisido e Engenheiro alemão (Berndorf, 11 de Junho de 1842 — Munique, 16 de Novembro de
1934). Desenvolveu os princípios para a tecnologia moderna de refrigeração.

Aa seguir alguns lembretes para a Instalação do Sistema de Refrigeração.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 110


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

IV – Instalação do Sistema de
Refrigeração

Introdução
A instalação dos componentes frigoríficos devem ser realizados com o máximo cuidado
observando as “Boas Praticas da Refrigeração” pois a qualidade destes serviços irão
garantir o perfeito funcionamentos do sistema de refrigeração com a melhor eficiência
energética dentro do que foi projetado para a câmara frigorífica.
É apresentado neste capítulo os mínimos cuidados que deve ser observado durante a
instalação dos equipamentos de refrigeração, lembrando sempre de consultar o catalogo
de instalação dos equipamentos selecionados para o projeto.

1. Instalação da unidade condensadora


Deve ser feito em :
 Piso nivelado;
 Ambientes onde não exista acúmulo de sujeira;
 Local onde não exista nada que possa impedir a circulação de ar e com espaço
suficiente para manutenção.

Figura – A Unidade Condensadora Compacta deve ser instalada em piso nivelado.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 111


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2. Tubulação de Fluido Refrigerante


O correto dimensionamento das linhas de sucção, líquido e descarga, quando não for
utilizada unidades de condensadora compacta, deve ser tal que, sob qualquer condição
de operação, garanta o retorno de óleo para o compressor.
As secções das tubulações de fluido refrigerante são dimensionadas levando-se em
consideração a Carga Térmica dos Evaporadores, Fluido Refrigerante, Perda de Carga
(ΔP) e Velocidade do Fluido Refrigerante para garantir o retorno do óleo lubrificante para
o compressor.

2.1. Instalação da Tubulação de Fluido Refrigerante


 Nos trechos horizontais, prever sempre uma ligeira queda ( 1% ) em direção ao
compressor;

Figura – Deve existir uma inclinação da tubulação da linha de descarga na saída do compressor

 Se a tubulação vertical de, exceder 2,5 metros em altura um acumulador, sifão, de


óleo precisara ser instalado na base da elevação;

Figura – Instalar um sifão na base da tubulação ascendente para elevação até 2,5 m

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 112


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

 Nos trechos verticais, prever a instalação de um sifão a cada 3,0 metros;

Figura – Instalar um sifão na base e a cada 3,0 metros da tubulação ascendente para elevação até 6,0 m.

 Nos trechos verticais, prever a instalação de sifões;

Figura – Modelos de Sifões para trechos verticais de tubulação.

3. Brasagem da tubulação
Normalmente utilizamos erroneamente a palavra “soldagem” para nos referirmos ao
processo de interligação dos tubos do sistema frigorífico quando o correto seria
utilizarmos o termo “Brasagem”.
Brasagem é um processo térmico com o objetivo de proporcionar a junção ou
revestimento de peças e materiais metálicos por meio um metal de adição em fusão,
chamado meio de brasagem (sendo este um metal relativamente puro ou uma liga). Tal
processo é realizado na maioria das vezes com o emprego de um meio fluxante (fluxo), à
qual serve para eliminar possíveis impurezas. Diferentemente da soldagem, o material de
adição ou de brasagem é diferente e tem um ponto de fusão mais baixo do que o material

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 113


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de base do tubo que está sendo fixado, o metal de adição preenche a junta por
capilaridade. Neste tipo de união, o metal de base (tubo) nunca se funde e é este fato que
diferencia a brasagem de outros processos de soldagem por fusão. A temperatura de
fusão do material de base não é atingida. Formas comerciais comuns do material de
adição são arames, varetas, chapas, fitas, barras, pós, pastas ou ainda peças já
conformadas.

 O processo de brasagem deve ser realizado sempre com a passagem de


nitrogênio através da tubulação;

Figura – Exemplo sugerido para fixação na tubulação para a entrada de Nitrogênio durante a brasagem.

 A brasagem deve ser realizada com circulação 0,2 bar (2,8 psig) de Nitrogênio
para evitar a formação de óxidos (carepas) proveniente da presença de Oxigênio
no interior da tubulação

Figura – Corte de uma tubulação onde é mostrado a região que foi “brasada” com fluxo de Nitrogênio.

 A brasagem realizada sem o fluxo de Nitrogênio possibilita o aparecimento de


“carepas” no interior da tubulação. Esta carepa pode ser futuramente transportada

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 114


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

pelo fluido refrigerante durante o funcionamento do sistema de refrigeração para o


interior do compressor ou outros componentes do sistema.

Figura – Corte de uma tubulação onde é mostrado o aparecimento de “carepas” região que foi “brasada” sem o
fluxo de Nitrogênio.

 A limpeza das tubulações antes da montagem se faz necessário;

Figura – É necessário realizar-se a limpeza do interior da tubulação antes da montagem do sistema frigorífico.

4. Teste de Vazamento
É necessário realizar testes para procurar e sanar os prováveis vazamentos que possam
ocorrer nas tubulações e conexões do sistema de refrigeração.

 Antes da carga de fluido refrigerante, garanta que não ocorrerá vazamento de


fluido refrigerante para o meio ambiente, pressurize o sistema com 8,0 bar (120
psig) nitrogênio;

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura - Pressurização do sistema frigorifico com Nitrogênio para a localização de prováveis vazamentos antes de
realizar-se a carga de fluido refrigerante.

 Teste os possíveis pontos de vazamento com espuma de detergente liquido sobre


as conexões e soldas;

Figura – Procura de prováveis focos de vazamento com a utilização de espuma de detergente.

5. Óleo Lubrificante
Antes de prover a carga de fluido refrigerante e colocar o compressor em funcionamento
verifique o nível de óleo lubrificante no interior do cárter.

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Verifique o nível do óleo lubrificante no cárter do compressor.

 Em caso de necessidade complete o nível de óleo do compressor seguindo as


recomendações do fabricante;

Figura – Complete ou coloque óleo lubrificante no compressor de acordo com as recomendações do fabricante

6. Desidratação do Sistema (Vácuo)


O vácuo é de fundamental importância para garantir a vida útil e a desempenho de todos
acessórios que compõe o sistema, principalmente o compressor.

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Montagem de Bomba de Vácuo para desidratação do sistema.

 O vácuo deve ser realizado por uma bomba de alto vácuo e deverá ser medido
com um vacuômetro (300 a 500 micros de vácuo);

Figura – O Vácuo para desidratação do sistema deve estar entre 300 a 500 micros de vácuo.

 O vácuo NÃO deve ser medido pelo manômetro tipo “bourdon” instalados no corpo
de algumas bombas de vácuo.

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Figura – O Vácuo NÃO deve ser medido com manômetro tipo “Bourdon”.

 O vácuo deve ser medido com a utilização de “Vacuômetro Eletrônico” .

Figura – Exemplo de um “Vacuômetro Eletrônico”, de uso simplificado, com leitura do vácuo por “led”.

7. Isolamento Térmico da Tubulação de Fluido Refrigerante


A linha de sucção deve sempre ser isolada termicamente para manter o
superaquecimento adequado para o compressor;

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 119


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – As tubulações de fluido refrigerante devem ser isoladas termicamente.

• O isolante térmico deve estar completamente fixo junto a superfície externa


do tubo.
• Quando utilizarmos fitas para unir os tubos, não devemos estrangular o
isolante térmico.

Figura – Não pode ocorrer espaço livre entre o isolamento térmico e a superfície do tubo e a espessura do
isolante térmico não deve ser reduzida pelo estrangulamento.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 120


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8. Carga de Fluido Refrigerante


A carga de fluido refrigerante deverá ser realizada segundo procedimentos específicos
para isto seguindo recomendações das boas praticas da refrigeração. Normalmente em
sistemas de refrigeração frigorífica onde os equipamentos, e as distancias entre eles, são
montados de acordo com necessidade da instalação do cliente não é possível saber-se
com antecedência a quantidade de fluido refrigerante que será utilizada desta forma deve-
se utilizar de métodos práticos para este operação.
A maneira mais utilizada pelos técnicos do mercado é a carga de fluido refrigerante com o
monitoramento simultâneo do superaquecimento e subresfriamento.

Nota: Nunca proceda a carga de fluido refrigerante observando exclusivamente o “visor de


liquido”.

A seguir algumas recomendações básicas para a carga de fluido refrigerante, lembrando


que esta deve ser feita com o máximo de atenção para evitar que o sistema de
refrigeração fique com excesso ou falta de fluido refrigerante.

• Deve iniciar a carga de refrigerante na fase líquida através da válvula de serviço


instalada no tanque de líquido com o compressor parado e o sistema em vácuo;
• A complementação da carga deve ser através da sucção (*) do compressor na fase
de vapor.

Nota: (*) Para os fluidos refrigerantes azeotrópicos, substancia pura (Exemplo R-22). Para as
misturas zeotropicas (blends – Exemplo R-404A) a carga de fluido refrigerante deverá
sempre ser na fase liquida.

 Substancias Pura, são aquelas que não apresentam a mesma composição


química em diferentes fases da substancia, como os fluidos refrigerantes R-22, R-
134a.
• Misturas ou blend. Atualmente os equipamentos de refrigeração mais comum são
os que utilizam os fluidos refrigerantes compostos por misturas, ou blend, tais
como todos os fluidos que são iniciados, por norma, por R-4.... , como por
exemplo: R-404A , R-407A , R-409A.

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Figura – Exemplo carga de um fluido refrigerante tipo mistura (R-404A) sendo transferido na forma liquida.

9. Instalação Eletrica
Toda a instalação elétrica do sistema de refrigeração deve seguir rigorosamente as
recomendações da ABNT em sua norma NBR 5410-Instalações Elétricas de Baixa
Tensão, onde por exemplo pode ser lembrado:
 O correto dimensionamento dos cabos elétricos, além de seguro, previne
principalmente contra problemas de funcionamento do equipamento;
 O equipamento deve ser instalado utilizando circuito de alimentação independente
e protegido por fusíveis ou disjuntor do tipo retardado;
 O equipamento deve ser aterrado;
 Verifique sempre se a tensão do compressor é a mesma de alimentação e se as
conexões elétricas estão feitas de forma correta.

As Tabelas a seguir são utilizadas para o calculo de carga Térmica de Câmaras


Frigoríficas.

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V - Tabela
Tabela 1 - Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico

Materiais de construção Condutibilidade Térmica Densidade Calor


(p) Especifico (c)
0 0
W/m. C kcal / h . m . C kg / m³ J / kg .°C

Painéis para construção


Placa de asbesto e cimento 0,574 0,495 1920 1115
Placa de gesso 0,165 0,143 800 880
Areia 0,027 0,023 1515 800
Argila 1,3 1,11 1460 880
Terra seca 0,52 0,45 1800 1840

Materiais isolantes

Fibras de lã mineral 0,038 0,03344 24 800


(Rocha,escoria ou vidro)
Borracha macia 0,012 0,010 1100 2010
Borracha dura 0,013 0,011 1190 1850
Espuma elastomérica preta 0,035 0,030 1290 1340
Asfalto 0,062 0,53 2115 920
Amianto 0,139 0,12 1793 1560
Feltro 40 laminas /polegadas 0,057 0,049 329 1130
Fibra de madeira (geral) 0,035 0,031 1300 1360
Cortiça granulada 0,042 0,037 110 1880
Fibra de vidro 0,038 0,033 72 1047
Algodão 0,06 0,051 80 1300
Lã de rocha 0,048 0,042 160 824
Lajes de isolamento telhados 0,051 0,044 837
Lã de vidro 0,039 0,034 24 700
Vermiculite (expandida) 0,064 0,056 120 1340
Papel 0,13 0,1118 930 1300
Poliuretano 0,023 0,019 24 1590
Poliestireno Expandido 0,027 0,023 55 1210

Materiais em Placas
Placa de gesso agregado de 0,22 0,1892 1860 1085
areia
Placa de gesso agregado de 0,25 0,215 760 1046
vermiculite
Placa de cimento agregado de 0,718 0,619 1860 840
areia

Materiais de construção
Gesso 0,48 0,41 1248 631
Agregado leve em ripas de 0,28 0,24 1650 1020

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 123


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

madeira
Agregado leve em ripas 0,47 0,41 1247 1340
metálicas
Agregado de perlita 0,22 0,19 720 1340
Agregado de areia 0,80 0,69 1860 1085
Agregado de areia em ripas 0,823 0,71 1120
metálicas

Concreto
Concreto geral 1,42 1,22 2200 880
Argamassa cal 1,16 0,99 1900 800
Argamassa de cimento 0,72 0,62 1860 720

Tabela 1 - Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico

Materiais de construção Condutibilidade Térmica Densidade Calor


(p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . kg / m³ J / kg .°C
0
C
Concreto
Agregados leves: cascalho
expandido, barro ardósia, 0,24 0,21 1649 750
escória cinza, pedra pomes,
perlita, vermiculita.

Agregado de areia e 1,723 1,486 2400 890


cascalho ou pedra
Estuque 0,72 0,62 1920 880
Concreto com escória 0,76 0,65 1280 860
Concreto com brita 1,37 1,18 2100 880
Agregado de areia e 0,905 0,780 1514 850
cascalho
Agregado de cinza 0,582 0,502 2700 840
Pedra cal areia 1,795 1,548 1841 840
Tijolo de Barro
Tijolo de argila 1 furo (10cm 0,52 0,4472 1926 841
de espessura)
Tijolo de argila 3 furos (30cm 0,69 0,5934 1600 839
de espessura)
Tijolo comum 0,72 0,62 1920 835
Tijolo de fase (liso) 1,29 1,11 2115 997

Tijolos de bloco de concreto


Com 3 furos ovais (20cm de 1,0 0,86 2200 880
espessura)
Com 2 furos retangulares 1,1 0,946 2200 880
(20cm de espessura)
Com 2 furos preenchidos 0,6 0,516 2000 885

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(20cm de espessura)
Agregado com cinzas 3 furos 0,67 0,576 2000 885
(20cm de espessura)
Tijolo cerâmico (Bloco Baiano)
Com 6 furos (10cm de 1,392 1,2
espessura)
Com 6 furos (15cm de 1,1368 0,98
espessura)
Com 8 furos (15cm de 1,0788 0,93 1411 672
espessura)
Tijolo Refratário
Carborundum (600°C) 18,5 15,91 1500
Cromo (600°C) 2,5 2,15 3010 835
Sílica (900°C) 0,3 0,258 136
Argila queimada (200°C) 1,0 0,86 2645 960

Tabela 1 - Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico

Materiais de construção Condutibilidade Térmica Densidade Calor


(p) Especifico
(c)
W / m . 0C kcal / h . m . kg / m³ J / kg .°C
0
C
Telhas
Telhado fibrocimento 0,406 0,35
Telhado de barro 0,72 0,62
Telha oca de barro, 0,509 0,439
elemento de fundo
Telha oca de barro, 2 0,612 0,528
elementos de fundo

Material diversos para laterais


Asbesto- cimento dobrado 0,16182 0,1395 576 1046
Isolamento de asfalto 0,0508 0,04381 2225

Madeiras
Carvalho (Radial) 0,19 0,16 545 2385
Carvalho (Perpendicular a 0,17 0,14 545 2385
fibra)
Abeto (Radial) 0,14 0,12 420 2720
Abeto (Perpendicular a fibra) 0,11 0,09 420 2720
Balsa 0,055 0,047 140 2890
Cipreste 0,097 0,083 465 2750
Pinho amarelo 0,15 0,12 640 2800
Pinho branco 0,11 0,094 435 2805
Madeira picotada / colada 0,087 0,075 350 1590
(Aglomerado)

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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Madeira compensada 0,115 0,0999 545 1215


Fibra de madeira (Tipo mole) 0,172 0,149 510 1380
Fibra de madeira (Tipo duro) 0,2006 0,173 720 1255
Serragem 0,08 0,05 192
Eucatex 0,03944 0,034
Janela/ Vidro
Vidro comum 0,78 0,68 2700 840
Pyres 1,4 1,2 2225 835
Vidro celular 0,0560 0,0483 1145
Materiais de Acabamento
Mármore 2,80 2,41 2680 830
Calcário 2,15 1,84 2320 810
Granito 2,79 2,40 2630 775
Quartzito 5,38 4,62 2640 1105
Arenito 2,90 2,49 2150 745
Ladrilho cerâmico (valor 1,5 1,29
médio)
Porcelana 1,03 0,89 2300 1080
Arenito 1,83 1,57 2150 745

Tabela 1 - Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico

Materiais de construção Condutibilidade Térmica Densidade Calor


(p) Especific
o (c)
W / m . 0C kcal / h . m . kg / m³ J / kg .°C
0
C
Metais
Alumínio 200 172 2702 903
Alumínio liga (4,5% Cu, 145 124 2770 875
1,5% Mg, 0,6% Mn)
Ferro fundido 33 28 7272 485
Aço carbono 53 46 7854 434
Aço inoxidável (18% Cr, 8% 16 13,7 8055 480
Ni)
Cobre 398 342 8960 386
Bronze comercial (90% Cu, 52 44,7 8800 420
10% Al)
Bronze fosforoso (89% Cu, 54 46,4 8780 355
11% Sn)
Latão comercial (70% Cu, 110 94,6 8530 380
30% Zn)
Prata 440 378 10500 235
Ouro 320 275 19290 129
Chumbo 16 14 11340 129
Zinco 114 97 7140 389
Fonte: Termofluidomecâmica II - Prof. Valter Rubens Gerner 2006

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 126


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 2 - Coeficiente de película (h)


Coeficiente de Película (h), para uso em refrigeração
Estado do Ar Kcal / h . m2 . 0C W / m2 . 0C
Ar Parado 8,05 9,36
Ar em movimento (3,3 m/s) 19,51 22,67
Ar em movimento (6,7 m/s) 29,30 34,07
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12

Tabela 3 - Espessura do isolante térmico em função da Umidade Relativa


Espessura do isolamento térmico
(TBS= 35ºC, UR= 80%,TPO= 31ºC, ∆conv = TBS-TPO = 4ºC)
Poliestireno Poliuretano em Poliuretano Poliuretano Borracha
Temperatura
Estrudado placa Expandido baixa densidade elastomérica preta
interna – ti K= 0,0288 W/m.K K= 0,026 W/m.K K= 0,023 W/m.K K= 0,031 W/m.K K= 0,035 W/m.K
(ºC) mm mm mm mm mm
8 16,44 14,84 13,13 17,7 19,98
3 20,29 18,32 16,2 21,84 24,66
-5 26,45 23,88 21,12 28,47 32,15
-15 34,15 30,83 27,27 36,76 41,5
-20 38 34,3 30,35 40,9 46,18
-30 45,7 41,26 36,5 49,19 55,54
-40 53,4 48,21 42,65 57,48 64,9

Espessura do isolamento térmico


(TBS= 35ºC, UR= 90%, TPO= 33ºC, ∆conv = TBS-TPO = 2ºC)
Poliestireno Poliuretano em Poliuretano Poliuretano Borracha
Temperatura
Estrudado placa Expandido baixa densidade elastomérica preta
interna – ti K= 0,0288 W/m.K K= 0,026 W/m.K K= 0,023 W/m.K K= 0,031 W/m.K K= 0,035 W/m.K
(ºC) mm mm mm mm mm
8 37,23 33,61 29,73 40,08 45,25
3 44,93 40,56 35,88 48,37 54,6
-5 57,25 51,69 45,72 61,63 69,58
-15 72,65 65,59 58,02 78,2 88,3
-20 80,36 72,54 64,17 86,49 97,65
-30 95,76 86,45 76,47 103,07 116,37
-40 111,16 100,35 88,77 119,65 135,09

Espessura do isolamento térmico


(TBS= 35ºC, UR= 100%, ∆conv = 0,75ºC)
Poliestireno Poliuretano em Poliuretano Poliuretano Borracha
Temperatura
Estrudado placa Expandido baixa densidade elastomérica preta
interna – ti K= 0,0288 W/m.K K= 0,026 W/m.K K= 0,023 W/m.K K= 0,031 W/m.K K= 0,035 W/m.K
(ºC) mm mm mm mm mm
8 106,54 96,18 85,08 114,68 129,47
3 127,07 114,72 101,48 136,78 154,43
-5 159,93 144,38 127,72 172,14 194,36
-15 201 181,46 160,52 216,35 244,27
-20 221,53 199,99 176,92 238,45 269,22
-30 262,6 237,07 209,72 282,66 319,13
-40 303,67 274,15 242,51 326,87 369,04
Fonte: Elaborado nas aulas de Termofluidomecanica pelo prof. Valter Rubens Gerner

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 127


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 3A – Espessura do isolamento Térmico x UR

Fonte: Elaborado nas aulas de Termofluidomecanica pelo prof. Valter Rubens Gerner

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 128


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Tabela 4 - Fator de correção do ΔT (Para Insolação)


Paredes da câmara frigorífica exposta ao sol . Aplicar um fator de correção para a
diferença de temperatura (Fc T). O fator de correção deve ser somado ao T da referida
parede ensolarada. Não usar esta tabela para cálculos de climatização.

Fator de correção para temperaturas de câmaras frigoríficas Fc T (ºC)


Tipos de superfícies oeste norte leste telhado
Superfícies escuras
Pintura preta 5,0 3,0 5,0 11
Telhado fibrocimento

Superfície meia cor


Tijolo, telha de barro 4,0 3,0 4,0 9,0
Pintura vermelha, cinza,
verde.

Superfícies claras
Pedra branca 3,0 2,0 3,0 5,0
Pintura branca
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 129


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Tabela 5 – Infiltração de Ar Externo em função da temperatura interna e volume da


câmara frigorifica.
Volume da câmara Trocas de ar em 24Horas
m3 T ≥ 0 ºC T < 0 ºC

5.6 44 22
8.5 34,5 22
11.3 29,5 21
14 26 20
17 23 20
22.5 20 20
28.5 17, 5 13,5
42,4 14 13,5
56,4 12 9,3
84,5 9,5 9,3
113 8,2 9,3
114 7,2 5,6
169 6,5 5,6
225 5,5 5,6
281 4,9 3,8
422 3,9 3,8
563 3,5 2,6
704 3,0 2,6
845 2,7 2,1
1127 2,3 1,8
1408 2,0 1,6
2112 1,6 1,6
2817 1,4 1,6
Fonte: ASRE (1) - Volume de Projeto – Edição de 1949
Nota: Para câmaras de armazenamento (com poucas aberturas de porta) multiplicar os valores
da troca de ar em 24 horas por 0,6.
(1) ASRE (American Society of Refrigerating Engineeres) e a ASHVE (American Society of Heating &
Ventilating Engineers) se reunirão e em 1959 se tornaram a ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers)

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 130


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Tabela 6 – Entalpia e Volume Especifico (ao nível do mar) em função da temperatura


de bulbo seco (tBS) e umidade relativa (UR)
Temp Umidade relativa
. 50% 60% 70% 80% 90%
(ºC) h  h  h  h  h 

35 19,29 0,8978 21,54 0,9030 23,82 0,9082 26,12 0,9135 28,46 0,9188
32 16,83 0,8852 18,71 0,8895 20,61 0,8938 22,53 0,8981 24,47 0,9025
30 15,37 0,8771 17,0 0,8809 18,68 0,8847 20,37 0,8885 22,09 0,8924
20 9,20 0,8401 10,0 0,8421 10,99 0,8441 11,89 0,8460 12,80 0,8480
10 4,68 0,8070 5,14 0,8080 5,60 0,8090 6,06 0,8000 6,52 0,8109
5 2,81 0,7914 3,13 0,7920 3,46 0,7927 3,78 0,7934 4,11 0,7941
1 1,45 0,7791 1,69 0,7796 1,93 0,7802 2,17 0,7807 2,42 0,7812
-5 -0,46 0,7611 -0,317 0,7614 -0,16 0,7617 -0,02 0,7620 0,12 0,7623
-10 -1,92 0,7464 -1,83 0,7466 -1,73 0,7468 -1,64 0,7470 -1,54 0,7472
-20 -4,61 0,7175 -4,57 0,7176 -4,54 0,7176 -4,50 0,7177 -4,46 0,7178
-30 -7,13 0,6889 -7,12 0,6890 -7,10 0,6890 -7,09 0,6890 -7,08 0,6890
(h = kcal / kg e  = m3 / kg) Nota: Valores ao Nível do Mar

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 131


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Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 132


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Tabela 8 Alimentos
Calor Especifico - Calor latente - Temperatura de Conservação e Congelamento
Temp Umida Período de Temp. Calor Calor Calor
. de de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de
Cons Câmar Congela Antes do Depois do Congela-
erv. a mento Congela- Congela- mento
mento mento
Carnes °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg
Salame fresco -3,3 3,73 2,35 217,71
Salame defumado -3,3 1,63 2,35 2,17
Bucho 1a4 85 2-6 2,09 1,26 58,61
semanas
0/-1 88-92 1-6 -2 3,2 1,67 231
Fígado fresco semanas
Fígado congelado -18 90-95 3-4 -2 3,2 1,67 231
meses
Presunto fresco 0 / +1 85-90 7-12 -2 2.53 1,46 167
dias
Presunto congelado -18 90-95 6-8 -2 2.53 1,46 167
meses
Cordeiro fresco 0 / +1 85-90 5-12 -2 3,0 1,86 216
dias
Cordeiro congelado -18 90-95 8-10 -2 3,0 1,86 216
meses
Carne de porco fresca 0 / +1 85-90 3-7 2,13 1,3 128
dias
Carne de porco congelado -18 90-95 4-6 2,13 1,3 128
meses
+1/-4 85 2-6 -2 1,53 1,1 68
Toucinho fresco sem
Banha de porco congelada -18 90-95 4-6 2,09 1,42 210
meses
Banha de porco fresca +7 90-95 4-8 2,09 1,42 210
meses
Aves fresca 0 85-90 1 -2,7 3,3 1,76 246
sem
Aves congelada -18 90-95 8-12 -2,7 3,3 1,76 246
meses
Carneiro fresco 0/+ 90-95 1-5 -2,7 3,1 1,67 216
1 dias
Carneiro congelado -18 90-95 2-6 -2,7 3,1 1,67 216
meses
Salsicha fresca 0/+ 90-95 3-12 -2 3,73 2,34 223
1 dias
Salsicha congelada -18 2-6 -2 3,08 1,67 223
meses
Vaca fresca 0 / +1 90-95 5-10 -2 3,08 1,67 223
dias
Vaca congelada -18 90-95 8-10 -2 3,08 1,67 223
meses

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 133


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Peixes °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg
Peixe Seco 4 /10 50-60 6-8 -2,2 2,18 1,72 232
meses
Peixe Fresco +0,6/+2 90-95 5-15 -2,2 3,26 1,74 245
dias
Peixe Salgado -2/-1 75-90 4-8 -2,2 3,18 1,72 232
meses
Peixe Congelado -18 90-95 6-12 -2,2 3,01 1,74 245
meses
Atum -18 50-60 6-8 -2,2 2,93 1,63 213
meses
Mexilhão Fresco -1/-0,5 85-95 3-7 -2,2 3,62 2,11 277
meses
Mexilhão Congelado -18/-19 90-95 3-8 meses -2,2 1,88 2,11 277

Bacalhau Fresco +0,6/+2 90-95 5-15 -2,2 3,770 2,050 277


dias
Bacalhau Congelado -18 -2,2 3,180 1,720 235
Cavala 2,760 1,550
Merlusa 0/1 90-95 5-15 -2,2 3,77 2,05 276,32
dias
Lagosta -2,2 3,480 1,840 256
Ostra -3 3,480 1,840 270
Camarão -2,2 3,480 1,880 277

Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor


de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Laticínios °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg
Manteiga Fresca 0/+4 80-85 2 -5,6 1,38 1,05 53
meses
Manteiga Congelada -18 70-85 8-12 -5,6 1,38 1,05 53
meses
Queijo -1 / -2 65-70 -1,7 2,10 1,30 126
Queijo Mussarela -1 / -2 65-70 3,15 2,46 181
Queijo Parnesão -1 / -2 65-70 -2,7 2,58 2,94 97
Queijo Cheddar -1 / -2 65-70 2,77 3,07 123
Creme -18 2-3 3,27 1,76 242
meses
Creme de -18 1-2 2,93 1,63 207
glacê meses
Leite +0,6 7 -0,6 3,77 2,51 290
pasteurizado dias
Leite condensado +4 Var. meses 1,75 93
Leite de Alta temp. Temper 1 3,01 246
atura ano
ambien
te
Nata 0,5 7 -9,21 3,56 0,67 209,34
dias

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 134


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Verduras °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Alcachofra -1 / 0 90-95 1-2 +1 3,64 1,88 280
sem
Aspargo 0/+2 95 2-3 -0,5 394 2,00 312 11,1
sem
Feijão Verde +4/+7 90-95 7-10 -0,7 3,81 1,97 298 11,6
dias
Nabo -1 3,89 1,97 299
Feijão 1,35 1,01 42
Berinjela -0,9 3,94 2,10 307
Beterraba roxa 0 95 3-5 -1 3,77 1,92 2,93 3,1
meses
Brócolos 0 90-95 15-21 -1,6 3,85 1,96 302 16,1
dias
Couve de Bruxelas 0 90-95 3-5 -0,8 3,68 1,93 28 6,7
sem
Couve 0 90-95 3-4 -0,9 3,94 1,97 307 1,4
meses
Cenoura 0 90-95 4-5 -1,4 3,76 1,93 293 2,4
meses
Couve-flor 0 90-95 2-4 -0,8 3,89 1,97 307 4,5
sem
Aipo 0 90-95 2-3 -0,5 3,98 2,0 314 1,9
meses
Milho 0 90-95 4-8 -0,5 3,31 1,76 246
dias
Pepino +7/+10 90-95 10-14 -0,5 4,06 2,05 319
dias
Abóbora 10 70-75 2-6 -1 3,85 1,96 302
sem
Batata 4 65-70 4-8 -2 3,43 1,80 259 5,4
sem
Alho 0 90-95 1-3 -0,7 3,68 193 293 10,8
meses
Alface 0 95 2-3 -0,1 4,02 2,0 316 3,9
sem
Repolho 0 85-90 3-4 -1 3,93 1,96 306 1,68
sem
Pimentão +7/+10 85-90 10-12 -1 3,93 1,96 306 1,3
Doce sem
Rabanete 0 90-95 10-12 -1 3,97 2,0 309 1,96
sem
Cogumelo 0 90 3-4 -0,9 3,89 1,97 302 7,2
dias
Azeitona +7/+10 85-90 4-6 -1,5 3,25 1,76 251 1,0
sem
Cebola 0 65-70 1-8 -0,8 3,77 1,93 288 1,0
meses
Ervilha 0 90-95 1-3 -0,6 3,31 1,76 246 9,6
sem
Pimenta +7/+10 90-95 2-3 -0,7 3,94 1,97 307 3,14
sem
Planta nova +10/+1 90 2-4 -0,6 3,56 1,84 270 3,0
3 sem
Vagem +7 85-90 8-10 -1,3 3,81 1,96 297 2,7
sem
Ruibarbo +13- 90 4-6 -2 3,145 1,67 226 0,5
+15 meses
Espinafre 0 90-95 10-14 -0,3 3,94 2,0 307 11,1
dias

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 135


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Frutas °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Pêra -1,7/1 90-95 2-7 -1,5 3,60 1,88 274 0,93
semanas
Acerola -18 90 2-3 -1,7 3,64 1,88 297,96
meses
Amora -0,5 85-90 7 -1,7 3,68 1,93 284,70
dias
Caqui -1 85-90 2 -2 3,52 1,80 259,58
meses
Cidra 9 / 10 85-90 6-8 -1,7 3,73 1,93 28470 0,96
semanas
Romã -2,2 3,68 2,01 261
Tâmara -18 75 6-12 -15,7 1,51 1,08 67,5
meses
Melancia -1,6 4,06 2,01 307
Tomate verde +13/+2 95-90 1-3 -0,5 3,98 2,0 312 7,2
1 sem
Tomate roxo +7/0 85/90 4-7 -0,5 3,94 2,0 312 4,3
dias
Maçã -1/-4 90 2-6 -1,5 3,64 1,88 281 1,92
sem
Damasco -0,6/0 90 1-2 -1,0 3,68 1,92 284
sem
Abacate +7/+13 85-90 2-4 -0,3 3,01 1,67 219 25,6
sem
Banana +13/+1 90 5-10 -0,8 3,35 1,76 251
5 dias
Cereja -0,6/0 90-95 2-3 -1,8 3,64 1,88 280 1,8
sem
Abacaxi +7 85-90 2-4 -1,4 3,68 1,88 284 3,6
sem
Tâmara secos -18/0 <75 6-12 -15,7 1,51 1,08 67
meses
Figos secos 0/-4 50-60 9-12 1,63 1,13 80
meses
Groselhas -0,5/0 90-95 2-4 -1,1 3,77 293 293
meses
Manga +10 85-90 2-3 0 3,76 1,92 314
sem
Uvas -1/0 80-85 1-6 -2,2 3,60 1,84 270 0,4
meses
Limão +14/+1 86-88 1-6 -1,4 3,81 1,93 295 4,24
6 MESES
Laranja 0/+9 85-90 3-12 -0,8 3,77 1,92 288 1,68
sem
Pêssego -0,5/0 90 2-4
sem
Ananás Verde +10/+1 85-90 3-4 -1,0 3,68 1,8i 283
3 sem
Ananás Maduro +7,2 85-90 2-4 -1,1 3,68 1,88 283
sem
Ameixa -0,5/0 90-95 2-4 -0,8 3,68 1,88 274 0,64
sem
Romã 0 90 2-4 -3,0 3,68 2,01 261
sem
Framboesas -0,5/0 90-95 2-3 -0,6 3,56 1,86 284
dias
Morango -0,5/0 90-95 5-7 -0,8 3,56 1,76 300 5,47
dias
Tangerina 0/+3 90-95 2-4 sem -1,0 3,77 1,93 290 378

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 136


Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner

Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Diversos °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Ovos Cru -2/0 85/90 5-6 -2,2 3,05 223
meses
Ovos Fresco 0 1 -2,2 1,76 246
ano
Cerveja +12 3-6 -2,2 3,85 300
sem
Pão -18 4-6 2,93 1,42 115
meses
Mel <+10 1 1,46 1,10 60
ano
Sorvete 0-18 80 12 -6 2,93 1,63
meses
Cogumelos +1,1 75-80 8
meses
Pão congelado -18 varia 2,93 1,42 108,96á12
1,42
farinha 1,59 1,17
Doces em geral 4 40-65 -5,02 2,93 1,42 125,60
Água 0 4,187 2,09 334,94
Margarina +2,0 60-70 1 1,34 1,05 51
ano
Macarrão 1,84 1,88
Arroz 1,7-1,9
Trigo 0,450
Açúcar 1,01 0,88 16,3
Nozes secas 0,8-1,2 0,8-1,0 10-32
Cobertura de 1,26 2,30 93
chocolate
fungai 0 /1,7 85-90 3-5 -1 3,89 1,97 301,45 1,7
dias
Lentilha 7 85-90 8-10 -1,3 3,81 1,97 297,26 2,7
dias
Pasting 0 90-95 2-6 -1,7 3,52 1,93 259,58
meses
Nabo 0 90-95 4-5 -1,0 3,89 1,97 302 2,2
meses
Batata doce 13 / 15 90-95 4-6 -1,9 3,14 1,67 226,09 2,09
meses
Sangue -20 3,85 1,88

Fonte : Engenharia de Alimentos - UNICAMP

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Tabela 9 – Calor especifico (médio) de alguns materiais de embalagens


Tipo de embalagem Calor específico
Kcal / KgºC kJ / KgºC
Alumínio 0,209 0,875
Aço (chapa 1010) 0,111 0,465
Vidro comum 0,179 0,750
Vidro pirex 0,195 0,835
Madeira (pinho branco) 0,329 1,380
Madeira (pinho amarelo) 0,669 2,800
Papelão ondulado 0,320 1,340
Plástico 0,412 1,725
Poliestireno (isopor) 0,289 1,210

Tabela 10 - Calor liberado pelas pessoas que trabalham em câmaras frigoríficas

Calor devido à pessoas

Temperatura da câmara Calor liberado por pessoa Fcp


W Kcal
ºC
pessoa h. pessoa
10 210 181
5 240 206
0 270 232
-5 300 258
-10 330 283
-15 360 310
-20 390 335
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12

Tabela 11- Rendimento (  ) de Motores Elétricos em função da capacidade mecânica

Motor elétrico
Capacidade Rendimento
CV HP W
<½ <½ < 367 0,6
½a3 ½ a 2,95 367 a 2205 0,68
3 a 20 2,95 a 19,7 2205 a 0,85
14477

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Tabela 12 - Diferença de temperatura do evaporador (com convecção forçada)


e Câmara Frigorifica com a umidade relativa.

Diferença de temperatura (T) projetada Umidade relativa (UR) (%)


do evaporador (ºC)
4,5 a 5,5 95 a 91
5,5 a 7,0 90 a 86
7,0 a 8,0 85 a 81
8,0 a 9,0 80 a 76
9,0 a 10 75 a 70

Tabela 13 – Comprimento Equivalente

Fonte : Danfoss

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Tabela 14 – Tubulação de Sucção R22

Fonte : Danfoss

Tabela 14 – Tubulação de Sucção R22

Fonte : Danfoss

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Tabela 15 – Tubulação Linha de Liquido R22

Fonte : Danfoss

Tabela 16 – Tubulação de Sucção R404A e R507

Fonte : Danfoss

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Tabela 16 – Tubulação de Sucção R404A e R507

Fonte : Danfoss

Tabela 17 – Tubulação Linha de Liquido R404A e R507

Fonte : Danfoss

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Tabela 18 – Tubulação de Sucção R134a

Fonte : Danfoss

Tabela 19 – Tubulação de Sucção Liquido R134a

Fonte : Danfoss

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Tabela 20 Conversão de Unidades

1 psi 1 atm 1 TR 1 Kcal/h


6,89475 KPa 101,325 KPa 12000 BTU/h 3,96832 BTU/h
0,068046 atm 1,01325 bar 3023,95 Kcal/h 1,163 W
0,0689476 bar 1,033227 Kgf/cm2 3516,85 W 4,1868 KJ/h
0,070307 Kgf/cm2 14,6959 psi 4,78159 cv 1 BTU/h
0,70307 mca 10,33 mca 4,71619 hp 0,252 Kcal/h
1 KPa 1 bar 1 hp 0,29307 W
0,0098692 atm 100 KPa 745,69872 W 1,05506 KJ/h
0,01 bar 0,98692 atm 641,185 Kcal/h 1W
0,010197 Kgf/cm2 1,01972 Kgf/cm2 2544,429 BTU/h 0,859845 Kcal/h
0,1450377 psi 14,5037744 psi 1,013868 cv 3,41214 BTU/h
0,10197 mca 10,197 mca 2684,515 KJ/h 3,6 KJ/h
1 Kgf/cm2 1 mca 1 cv 1 KJ/h
98,0665 KPa 9,80665 KPa 735,49875 W 0,238846 Kcal/h
0,96784 atm 0,09678 atm 632,415 Kcal/h 0,947817 BTU/h
0,980665 bar 0,0980665 bar 2509,62545 BTU/h 0,2777 W
14,223 psi 0,1 Kgf/cm2 0,98632 hp ºC = (ºF-32)÷1,8
10 mca 1,4223 psi 2647,7955 KJ/h ºF = (ºC.1,8)+32
PT (Orv ºC) = {(UR/100)^0,125.[112+ 1 cfm = 28,3 L/min 1 L/min = 0,0353 cfm
(0,9.T)]}+(0,1.T)-112 ∆sup = Tsuc - Tev ∆sub = Tcd – TLL
P = Patm (1-2,2560.10-5.ALT)^ 5,2560 Pabs = Pman + Patm

Ferdinand Philippe Edouard Carré


Engenheiro francês (1824-1900) desenvolveu diversos equipamentos para a
industria do frio, destacou-se pelo sistemas de refrigeração por absorção.

Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas 144


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VI - Referências

1. ANELLI, Giovanni. Manual prático do mecânico e do técnico de refrigeração.


Rio de Janeiro: Centro Studi Ca Romana, 1994.

2. ASHRAE HANDBOOK. Refrigeration; systems and application. Atlanta, 2002.

3. CALCULO de carga térmica para câmaras frigoríficas. São Paulo: RPA editorial,
1998. (Coleção Técnica, 2).
4. CHAGAS, José Augusto Castro. YORK REFRIGERATION, Projeto e Construção
de Câmara Frigorífica, Joinville, Santa Catarina, s/data.

5. COSTA, Ennio Cruz da. Refrigeração. São Paulo: Edgard Blucher, 1994.

6. DANFOSS. Manual Técnico de Instalação, São Paulo.

7. DOSSAT, Roy J. Princípios de refrigeração. São Paulo: Hemus, 1980.

8. STOECKER, Wilbert F.; JONES, Jerold W. Refrigeração e ar condicionado. São


Paulo: Makron Books, 1985

CONTROLE DE REVISÕES

VER DATA NATUREZA DA ALTERAÇÃO


00 12/02/2004 Elaboração do material
01 10/03/2005 Atualização com inclusão de Capacidade do Equipamento
02 21/02/2006 Atualização Capacidade dos Evaporadores
03 25/10/2009 Tabelas e figuras
04 14/09/2012 Readequação de texto – Inclusão de Figuras
05 09/08/2014 Ajuste de Valores de Coef. Global de Transmissão de Calor
06 28/07/2017 Modificação e inclusão de textos
07 24/07/2017 Instalação do Sistema de Refrigeração
08 23/07/2019 Modificação de texto do capítulo III – Sistema de Refrigeração
09 15/08/2020 Notas para o desenho da câmara frigorifica do projeto.

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