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Carga Térmica
Câmaras Frigoríficas
São Paulo
2020
Câmara Frigorífica Modular
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Carga Térmica
Câmaras Frigoríficas
São Paulo
2020
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Carga Térmica – Câmaras Frigoríficas
Ficha Catalográfica
CDU: 621.56
4
Sumário
I Câmaras Frigoríficas 7
V Tabelas 119
V Referências 141
5
James Harrison, (17 de abril de 1816 - 3 de setembro de 1893) foi um jornalista, jornalista,
político escocês e pioneiro na área de refrigeração mecânica. Em 1855 construiu uma das
primeiras maquinas de refrigeração por compressão de vapor de éter.
6
Carga Térmica em Câmaras Frigoríficas Valter Rubens Gerner
I - Câmaras Frigoríficas
Histórico da Refrigeração
O emprego dos meios de refrigeração já era do conhecimento humano mesmo na época
das mais antigas civilizações. o gelo natural (colhido nas superfícies dos rios e lagos
congelados e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com palha e
cavados na terra) com a finalidade de conservar o chá que consumido pelos chineses. Os
gregos e romanos também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, para o
preparo de bebidas e alimentos gelados.
Antes da descoberta, frio como meio de conservar os alimentos, estes eram deixados no
seu estado natural, estragando-se rapidamente. Para conservá-los por maior tempo era
necessário submetê-los a certos tratamentos como o salgadura, a defumação ou o uso de
condimentos. Esses tratamentos, na maioria dos casos, diminuíam a qualidade do
alimento e modificavam o seu sabor.
Estudos realizados por cientistas, entre o célebre químico francês Louis Pasteur,
demonstraram que alguns tipos de bactérias são responsáveis pela putrefação dos
alimentos e por muitos tipos de doenças e epidemias. Ainda através de estudos, ficou
comprovado que a contínua reprodução das bactérias podia ser impedida em muitos
casos ou pelo menos limitada pela aplicação do frio, isto é, baixando suficientemente a
Com a descoberta, que o frio podia ser utilizado para conservar alimentos, abria-se a
possibilidade de se conservar os alimentos frescos, com todas as suas qualidades,
durante um período de tempo maior. Contudo, antes do surgimento da industria só se
podia fazer o uso do gelo natural, que trazia consigo uma série de inconvenientes que
prejudicavam seriamente o desenvolvimento da refrigeração, tornando-a de valia
relativamente pequena.
Figura – Maquina de fazer gelo de Jacob Perkins, nos Estados Unidos em 1834
Em 1855 surgiu na Alemanha outro tipo de mecanismo para a fabricação do gelo artificial,
este, baseado no principio da absorção, descoberto em 1824 pelo físico e químico inglês
Michael Faraday..
Durante por cerca de meio século os aperfeiçoamentos nos processos de fabricação de
gelo artificial foram se acumulando, surgindo sistematicamente melhorias nos sistemas,
Figura – Interior de uma fábrica de gelo, nos Estados Unidos, no final do século XIX. Podemos observar a esquerda do
desenho uma câmara frigorífica construída para o armazenamento do gelo produzido.
Tal crença é completamente absurda, mas como só uma minoria aceitava o gelo artificial,
o seu consumo era relativamente pequeno. Todavia, a própria natureza encarregou-se de
dar fim a tal situação. Em 1890, o inverno nos Estados Unidos, um dos maiores
produtores de gelo natural da época, foi muito fraco e quase não houve formação de gelo,
naquele ano, no país. Como não havia gelo natural, a situação obrigou que se usasse o
artificial, quebrando o tabu existente contra este último e mostrando, inclusive, que o
mesmo era ainda melhor que o produto natural, por ser feito com água mais pura e poder
ser produzido à vontade, conforme as necessidades de consumo.
Surgiu, dessa forma, o impulso que faltava à indústria de produção mecânica de gelo.
Uma vez aceito pelo consumidor, a demanda cresceu vertiginosamente e passaram a
surgir com rapidez crescente as usinas de fabricação de gelo artificial por todas as partes.
Juntamente com os equipamentos dos sistemas frigoríficos para a produção do frio,
também se desenvolveram as câmaras frigoríficas para que os alimentos pudessem ser
estocados de maneira segura.
Figura – Primeiro refrigerador domestico, fabricado em 1918, pela empresa americana “Kelvinator Company”. Repare que
a unidade condensadora (condensador e compressor) era instalado do lado externo do ambiente.
Figura – As primeiras câmara frigorífica, nos Estados Unidos, eram mantidas frias por blocos de gelos.
A busca pela redução dos custos de energia elétrica em câmaras frigoríficas, envolve
necessariamente vários aspectos. Através do balanço entre a escolha dos materiais
construtivos mais adequados, da elaboração de um projeto correto.
Câmaras Frigoríficas
As câmaras frigoríficas são ambientes fechados isolados termicamente, em que no seu
interior são mantidas temperaturas e umidade adequada para conservação de produtos,
tais como, gêneros alimentícios, flores, materiais industriais etc.
Quando estes produtos ingressam no ambiente refrigerado estão com uma temperatura
maior que a do interior da câmara frigorífica, este excesso de energia térmica do produto
associado com outras fontes de calor devem ser retirados pelo equipamento de
refrigeração, e o calculo de sua capacidade será denominado de carga térmica de
camarás frigoríficas.
contém, por outro lado equipamentos super dimensionados além de serem mais caros,
irão consumir maior quantidade de energia e tendem a ter uma vida útil menor por
estarem constantemente ligando e desligando.
A parede em alvenaria tradicional, após reboco, é aplicada uma barreira de vapor, que
consiste numa camada impermeabilizadora realizada por espalhamento de material
betuminoso. Na barreira de vapor, que se estende no teto, são colocadas duas ou três
camadas de material isolante de forma que a espessura total adequada. Esta espessura
de isolante térmico será, brevemente, especificada.
Para melhorar a qualidade de isolamento é bom que as junções da camada inferior sejam
recobertas com placas de camada sucessiva (construção de placas defasadas).
em alvenaria, o piso deve estar nivelado para intercalar camadas de lona plástica, asfalto
frio, isopor (poliestireno) e o acabamento em piso cerâmico.
Figura – Câmara frigorífica de alvenaria, pode ser observado o isolante térmico, fixo através de arame e bucha de nylon a
estrutura de alvenaria do prédio.
São feitas em qualquer dimensão com uso de painéis modulares, são atualmente muito
utilizadas devido ao tempo breve de construção e economia nas fundações e no seu
ampliamento e na provável remoção.
Nas câmaras pré moldadas, são os próprios painéis que fazem o isolamento, graças a
sua rigidez, ou seja, por possuírem forma de “sanduíche”). Somente a estrutura e as
fundações são erguidas durante a fase de construção.
Os painéis são montados com estruturas tipo encaixe, entre uma placa de isolamento
térmico e outra, isto além de permitir maior rigidez estrutural, garantem que se tenha uma
completa vedação entre as placas.
Isolamento Térmico
A finalidade do isolamento térmico, é reduzir as trocas térmicas entre o lado externo, com
maior temperatura, com o lado interno da câmara frigorífica, com menor temperatura,
evitando que se tenha um desperdício energético desnecessário a ser retirado pelo
evaporador, como também, manter a temperatura da parede externa da câmara, com um
valor acima do ponto de orvalho local, evitando, que o vapor de água contido no ar se
condense junto ao lado externo da câmara frigorífica.
Um isolante térmico deve ter uma baixa condutibilidade térmica (K), associada a uma
baixa densidade, com um número elevado de pequenos poros internos, onde bolhas de ar
estarão contidas.
Nota: A grande maioria dos isolantes térmicos modernos são gerados com a
utilização de fluidos refrigerantes alogenados, utilizados em sistemas
frigoríficos, sendo assim, deve-se utilizar aqueles que afetem menos o
meio ambiente (efeito estufa e camada de ozônio) durante a sua
produção.
Propriedades
Retardo de chama
Umidade: 0 % a 100%
Nota: (*) O valor apresentado é uma média pois a condutibilidade térmica pode sofrer
variações de acordo com o fabricante.
Propriedades
Uma solução rápida para a determinação da espessura de isolamento térmico será visto
durante os cálculos de carga térmica, no próximo capitulo, no item 1.3.1.
Conforme já citado, verifica-se que se obtém uma espessura menor para o painel de
PUR, uma vez que este possui um fator de condutibilidade térmica menor que o de EPS.
Nota: Este valor pode ser utilizado como parâmetro para o projetista determinar qual
será a espessura o isolante térmico no projeto da câmara frigorífica.
Introdução
Para a definição das características do sistema de refrigeração, ou seja, as
características, de capacidade destes equipamentos, a primeira análise a ser efetuada é
a cálculos de carga térmica. Este cálculo deve ser efetuado com o máximo de precisão
possível, levando em consideração todos os detalhes informados na especificação
técnica.
Normas de Referência
Existem diversos métodos de determinarmos a carga térmica de uma câmara frigorífica,
estes métodos vão desde planilhas simplificadas de cálculos, determinação da
capacidade dos equipamentos pelo volume da câmara (método totalmente sem precisão),
entre outros. Adotaremos, para calculo, em nosso curso as recomendações da seguinte
norma Americana:
ASHRAE - American Society of Refrigerating and Air Conditioning Engineering
Que constam do livro ASHRAE HANDBOOK. Refrigeration 2002.
Carga Térmica
Carga térmica de refrigeração é a quantidade de calor sensível e latente que deve ser
retirada do interior da câmara frigorífica, de modo a serem mantidas as condições de
temperatura e umidade estabelecidas para ele. Geralmente, esta carga térmica está
expressa em Kcal/ h.
Fontes de calor:
No calculo da carga térmica da câmara frigorífica iremos considerar as seguintes fontes
de calor para compor nossos cálculos :
Infiltração de ar externo:
É a parcela correspondente ao calor doar que atinge a câmara através do ar externo para
o interior da câmara frigorífica. Toda vez que a porta é aberta, o ar externo penetra no
interior da câmara, representando uma carga térmica adicional.
Em câmaras frigoríficas com movimentação intensa e com baixa temperatura, este valor
aumenta tremendamente. Neste caso é fundamental a utilização de um meio redutor
desta infiltração, tais como uma cortina de ar ou tiras de PVC (em alguns casos, é
recomendável a utilização das duas solução em conjunto), como faremos adiante.
Produto:
O produto ao ser introduzido em uma câmara frigorífica, tem sua temperatura alterada até
o valor da câmara.
Deve-se sempre ter em mente, a necessidade de utilização das câmaras de acordo com
os parâmetros considerados no projeto.
Utilizaremos tabelas que nos permitirão calcular com precisão qual será o calor fornecido
pelos produtos no interior da câmara frigorífica.
Exemplo:
Vamos construir uma câmara frigorífica em um porto pesqueiro, sem muitos recursos,
onde os produtos são trazidos frescos pelos pescadores, porém com temperatura
ambiente, ou levemente resfriados.
O frigorífico deve ser composto de duas câmaras, uma de processo e resfriamento a 5oC,
e uma câmara para congelamento e estocagem a -20oC, as dimensões da câmara
deverão ser feitas conforme croqui abaixo.
4 2m 5
1 2
3 8m
2m
Processo Congelados
V=180 m3 V = 576 m3
Pd = 4,5
m
6 7
5m 16 m
Detalhes do Local
Portas: altura h = 3,0 m
Isolante térmico: Poliuretano expandido, espessura será especificada em função da
temperatura interna da câmara.
A câmara está dentro de um galpão livre de insolação, exceto a parede oeste, que da
entrada para a câmara, e esta revestida de tijolos de barro, conforme croqui.
Câmara de Processo
Temperatura: 5oC
Valor escolhido para exemplo de calculo – Ver Nota da ANVISA a seguir.
Câmara de Congelados
Temperatura: -20 oC
Valor escolhido segundo recomendação da ANVISA – ver Nota a seguir.
Quantidade de pessoas: 2 pessoas.
Horas trabalhadas: 2 h / dia
Equipamentos: 1 Empilhadeira Elétrica com motor de 15 CV.
Iluminação: 10 lâmpadas Incandescente 110 W / cada
Detalhes do Produto
Peixes: Diversos
Capacidade: 1500 kg / dia
Embalagem:
Saco Plástico: Com 1 kg de peixe limpo e processado.
Peso de saco plástico: 50 gr / cada
Caixa de Papelão: Com 10 sacos plásticos com 1 kg de peixe
limpo e processo em cada.
Peso da Caixa de Papelão: 200 gr / cada
Maiores detalhes estão descritos no croqui.
Local Santos – SP
Temperatura Externa tBS = 33 0C
Umidade Relativa UR = 60 %
Nota: Segundo a ANVISA (Agencia de Vigilância Sanitária) na portaria CVS – 6/99 de 10.03.99,
publicada em 12.03.99, informa:
Parágrafo 9.12.6
Temperatura da Sala de Preparo para Carnes, Aves e Pescado pode estar entre
0 0
12 C até 18 C.
Parágrafo 20
Temperatura da Câmara de Congelado x Tempo de Armazenamento
0
Temperatura menor que -18 C Tempo de Permanência 90 dias;
0 0
Temperatura entre – 10 C até -18 C Tempo de Permanência 30 dias.
NotaA: No projeto do entreposto pesqueiro consideramos uma das paredes (1) da câmara
frigorífica com o isolante térmico fixado junto parede de alvenaria, mas seria uma melhor
escolha se fosse possível que existisse um espaço entre estas duas superfícies. Este
espaço entre as superfícies deverá ter uma distancia que garanta a livre e natural
circulação de ar entre elas.
NotaB: Caso seja necessário que o isolante térmico da câmara frigorifica esteja fixado junto a
parede de alvenaria deve-se tomar providencias para que não ocorra condensação do
vapor de água do ar junto a estas duas superfícies.
A condensação de água entre estas duas superfícies tende a diminuir a eficiência térmica e
a destruição do isolante térmico, para que isto não ocorra é necessário que ambas as
superfícies estejam bem próximas, evitando qualquer bolsão de ar neste local, isto é
garantido com a aplicação de algum tipo de impermeabilizante betuminoso do tipo “Frio
Asfalto ®”, conforme figura a seguir.
Figura – Isolante Térmico da fixado a parede de alvenaria e impermeabilizado com ”Frio Asfalto”.
Nota: No projeto do entreposto pesqueiro a Câmara Processo tem uma de suas portas junto ao
0
lado externo do local onde a temperatura é muito elevada, TEX = 33 C, e sempre que esta
porta é aberta uma grande quantidade de ar quente e succionado para dentro da câmara
pelos evaporadores instalados no local.
Esta porta foi instalada desta maneira, não recomendada, devido uma Condição
Pedagógica de Ensino para este curso, ocasionando um problema que deverá ser
solucionado durante a execução do projeto.
Em um projeto original, é recomendado, ao local possuir uma “Ante Câmara Frigorífica”
que reduziria a entrada de ar quente para o interior da câmara evitando o consumo
excessivo de energia e a formação de gelo no evaporador.
Figura – Detalhe da “Ante Câmara” separando a área externa da entrada da Câmara Frigorifica.
Seria muito pouco prático, se, cada vez que se fizesse uma alteração da temperatura em
uma superfície onde está havendo Transmissão de Calor ( Q& ) , fosse necessário
recalcular todas as resistências térmicas.
Define-se então um termo o qual aplicado a uma equação simplificada nos fornecerá a
nova quantidade de calor transferida, desde que, evidentemente, não ocorram variações
que alterem as características do material e espessura que compõe a superfície ou seja
não altere sua Condutibilidade Térmica ou os Coeficientes de Transmissão de Calor.
Esse termo denomina-se “Coeficiente Global de Transmissão de Calor”, cujo símbolo é
“U”
Q& U . A.T
Onde:
Q = Transmissão de calor
U = Coeficiente Global de Transmissão de Calor
A = Área de troca de calor
T = Diferença de Temperatura entre os fluídos
1.1. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U), para uma “Superfície Plana
Simples”
Para podermos visualizar como se comporta a transmissão de calor entre fluídos
separados por uma “Superfície Plana Simples” (parede), vamos observar a figura abaixo,
onde a parede possui junto a ela, em ambos os lados, uma película de massa fluida, que
no caso de uma parede de um edifício é o ar.
Q&
T1 T2
e
Onde:
T1 = temperatura do lado 1 [ºC]; [ºF]; [ºC]
T2 = temperatura do lado 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]
e = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]
K BTU W
K = Condutividade térmica da parede ; ;
h.m, º C h. ft .º F m.º C
Kcal BTU W
h1 = coeficiente de película do lado 1 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
Kcal BTU W
h2 = coeficiente de película do lado 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
A.Tt
Q&
1 e 1
h1 K h2
Onde:
1 e 1
= RT Resistências Térmicas por Unidade de Área.
h1 K h2
1 1
U= ou seja U=
RT 1 e 1
h1 K h2
Q& U . A.T
Onde:
Fluído 1
Película 1 h1 Fluído 2
Parede 1 Parede 2 Parede 3 Película 2 h2
k1 k2 k3
T1 T2
e1 e2 e3
Onde:
K BTU W
K1; K2; K3 = Condutividade térmica das paredes ; ;
h.m, º C h. ft.º F m.º C
Kcal BTU W
h1 e h2 = Coeficiente de película dos lados 1 e 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
Kcal BTU
Q = transmissão de calor ; ;[W ]
h h
A.(T )
Q& ou Q& U . A.(T )
1 e1 e e 1
2 3
h1 K1 K 2 K 3 h2
Onde:
1 e1 e e 1
2 3 = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área
h1 K1 K 2 K 3 h2
Sendo:
(U) O Coeficiente Global de Transmissão de Calor, para fluídos separados por superfícies
planas superpostas (paredes em série)
1 Kcal BTU W
U= e suas unidades 2
; 2
; 2
1 e1 e e 1 h.m .º C h. f .º F m .º C
2 3
h1 K1 K 2 K 3 h2
.Onde:
Nota: Quando utilizamos o termo “Ar Parado”, não significa que o ar esta totalmente sem
movimento, mas com uma velocidade em torno de 1,0 m/s.
Cabe ao projetista definir qual a umidade relativa externa que ele ira adotar. Repare
quanto maior a umidade relativa externa, maior deverá ser a espessura do isolamento
térmico para evitar que vapor de água contido no ar não condense do externo do isolante
térmico.
Caso o projetista não trabalhe com nenhum fator de segurança, com a umidade relativa,
pode ocorrer de que, qualquer variação, a maior, da umidade relativa local ocorra uma
condensação do lado externo da câmara frigorífica. No projeto do entreposto pesqueiro a
Umidade Relativa do local é de 60 %, como fator de segurança vamos determinar a
espessura para uma umidade relativa de 100 %
Nota: Os valores são apenas de referência para que não ocorra condensação do vapor
de água contido no ar no lado externo da câmara frigorífica, a escolha do isolante
térmico deve ser adquirido com espessuras comerciais.
A condutibilidade térmica dos materiais (K) foram retirados da ASHRAE, desta
forma, podem variar de acordo com a densidade oferecida pelo fabricante dos
painéis de isolante térmico
Espessura Espessura
Comercial de Comercial de
Isolamento Térmico Isolamento Térmico
Poliuretano - PUR Poliestireno - EPS
(mm) (mm)
50 50
80 80
100 100
120 150
150 165
200 200
--- 250
Excelente 8
Bom 10
Aceitável 12
Regular 15
Ruim >15
Fonte: York Refrigeration
Nota: Em nosso curso não adotaremos esta referência do Fator Fluxo de Calor através das
superfícies do isolamento térmico para o projeto da câmara frigorífica, mas faremos uma
analise do Fator de Fluxo de Calor que as superfícies podem proporcionar.
Poliuretano KP
hE hI
eT eP
Onde:
Tijolo de Barro KT = 0,62 Kcal / hmºC eT = 20 cm
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 8 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC
1
Uparede / Poliuretano =
1 0,2m 0,08m 1
8,05 0,62 0,027 19,51
1
Uparede / Poliuretano =
0,124 0,322 2,962 0,051
1
Uparede / Poliuretano = = 0,2889 kcal / hm2ºC
3,459
hE hI
eP
Onde:
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 8 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC
1 1
U= 0,3186 kcal / hm2ºC
RT 1 0,08 1
8,05 0,027 19,51
Onde:
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 20 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
Película externa hE = 8,05 Kcal / hm2ºC
1
U= 0,1318 kcal / hm2ºC
1 0,2 1
8,05 0,027 19,51
1.3.5. Piso
Devemos tomar um especial cuidado com o piso, principalmente para câmaras de baixa
temperatura sobre o solo, pois pode ocorrer congelamento da água contida no solo e
danificar o piso de concreto. É necessário fazer-se o isolamento do mesmo, segundo
recomendações da ASHARE e outras literaturas. No nosso exemplo faremos uma
montagem simplificada com o intuito de exercício, para maiores detalhes, consultar as
normas acima.
e
eTL
hI Laje de ConcretoKL
eP
Poliuretano KP
Pedrisco KC
Solo - Terra
eC
Onde:
Laje de Concreto KT = 1,204 Kcal / hmºC eL = 20 cm
Poliuretano KP = 0,027 Kcal / hmºC eP = 20 cm
Pedrisco KC = 0,860 Kcal / hmºC eC = 30 cm
Película interna hI = 19,51 Kcal / hm2ºC
1 1
U= 0,1254kcal / hm 2º C
RT 1 0,2m 0,2m 0,30m
19,51 1,204 0,027 0,86
SUPERFICIE ÁREA U U
2
(m ) (Kcal/h x m x °C)2 (W / m2 x °C)
Q& A . U . T
Onde:
Q& transmissão de calor pela superfície, parede, teto e piso (kcal / h)
A = área a superfície (m2)
U = coeficiente global de transmissão de calor (kcal / hm2ºC)
ΔT = diferença de temperatura entre ambos os lados das superfícies. (Te-Ti)
Tabela 4
Fator de correção para temperaturas de câmaras frigoríficas Fc T (ºC)
Tipos de superfícies oeste norte leste telhado
Superfícies escuras
Pintura preta 5,0 3,0 5,0 11
Telhado fibrocimento
Superfícies claras
Pedra branca 3,0 2,0 3,0 5,0
Pintura branca
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12
Obs: Não usar esta tabela em instalações de ar condicionado.
Fc T = 4 ºC
Q& A . U . T
Q& 22,5 m2 . 0,3186 Kcal / h.m2 ºC. (33 - 5) ºC
Q& 200,7 Kcal / h
Utilizando a tabela abaixo para facilitar a aplicação dos cálculos em todas as superfícies
obtemos,
Notas: (1) A temperatura externa (Te) deve ser encontrada em manuais da ABNT, como por
exemplo NBR 16401. Nosso projeto: Santos / SP = temp. ext.= 33ºC
(2) O T corrigido devido a insolação será T + Fc T = 28 ºC + 4,0 ºC = 32 ºC
(3) No caso do piso o T será a diferença d temperatura interna da câmara e a
temperatura do solo, que pode ser considerada como a temperatura de bulbo úmido do
local. Temperatura do piso = temperatura solo = temperatura BU local. No caso de
Santos / SP = 27ºC
Nota: O valor da carga térmica 28658,4 deve ser lida como kcal por dia (não ler
kcal por 24 horas)
Utilizando a tabela abaixo para facilitar a aplicação dos cálculos em todas as superfícies
obtemos,
Q24h = Q x 24h
Q24h = 3024,5 kcal/h x 24h
2.4. Conclusão do calor transmitido através das paredes/teto e piso das câmaras
frigoríficas
Classificação do
Fluxo de Calor (φ)
Isolamento
(kcal /h. m2)
Excelente 8
Bom 10
Fonte: York Refrigeration
Câmara de Processo
Superfície Área Qt Fator (φ)
m2 (kcal / h) (kcal / h m2)
1 36 325,5 9,0
4 22,5 200,7 8,9
6 22,5 200,7 8,9
Teto 40 356,8 8,9
Piso 40 110,4 2,7
Câmara de Congelados
Superfície Área Qt Fator (φ)
m2 (kcal / h) (kcal / h m2)
2 36 118,62 3.3
3 36 251,47 7,0
5 72 502,94 7,0
7 72 502,94 7,0
Piso 128 754,40 5,9
Teto 128 894,13 7,0
Conclusão
O fluxo de calor (Qt) , de acordo com as recomendações utilizadas por muitos projetista,
pelas superfícies das câmaras frigoríficas de processo e congelado do ponto de vista
energéticos pode ser considerado de “Bom” a “Excelente”.
representa uma carga térmica, pois as condições externas (TBS externo, UR externo)
precisa ser trazido às condições da câmara (TBS, UR interno).
Figura – O ar externo se infiltra nas câmaras frigoríficas pela abertura das portas.
Nota: Pode ser que seja necessário uma introdução artificial de ar externo, para
diluir concentrações de gases emitidos pelo produto (muito comum no
armazenamento de vegetais), ou porque trabalham pessoas dentro da
câmara, desta forma devemos adicionar uma carga de ar externo para
compensar os gases emitidos. Este ar introduzido não é o de abertura das
portas conforme Tabela 5.
5.6 44 22
8.5 34,5 22
11.3 29,5 21
14 26 20
17 23 20
22.5 20 20
28.5 17, 5 13,5
42,4 14 13,5
56,4 12 9,3
84,5 9,5 9,3
113 8,2 9,3
114 7,2 5,6
169 6,5 5,6
225 5,5 5,6
281 4,9 3,8
422 3,9 3,8
563 3,5 2,6
704 3,0 2,6
845 2,7 2,1
1127 2,3 1,8
1408 2,0 1,6
2112 1,6 1,6
2817 1,4 1,6
(1)
Fonte: ASRE - Volume de Projeto – Edição de 1949
Nota: Para câmaras de armazenamento (com poucas aberturas de porta) multiplicar os valores
da troca de ar em 24 horas por 0,6.
(1) ASRE (American Society of Refrigerating Engineeres) e a ASHVE (American Society of Heating &
Ventilating Engineers) se reunirão e em 1959 se tornaram a ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers)
O calor que deve ser removido pela infiltração de ar externo pode ser resumido pela
equação abaixo:
35 19,29 0,8978 21,54 0,9030 23,82 0,9082 26,12 0,9135 28,46 0,9188
32 16,83 0,8852 18,71 0,8895 20,61 0,8938 22,53 0,8981 24,47 0,9025
30 15,37 0,8771 17,0 0,8809 18,68 0,8847 20,37 0,8885 22,09 0,8924
20 9,20 0,8401 10,0 0,8421 10,99 0,8441 11,89 0,8460 12,80 0,8480
10 4,68 0,8070 5,14 0,8080 5,60 0,8090 6,06 0,8000 6,52 0,8109
5 2,81 0,7914 3,13 0,7920 3,46 0,7927 3,78 0,7934 4,11 0,7941
1 1,45 0,7791 1,69 0,7796 1,93 0,7802 2,17 0,7807 2,42 0,7812
-5 -0,46 0,7611 -0,317 0,7614 -0,16 0,7617 -0,02 0,7620 0,12 0,7623
-10 -1,92 0,7464 -1,83 0,7466 -1,73 0,7468 -1,64 0,7470 -1,54 0,7472
-20 -4,61 0,7175 -4,57 0,7176 -4,54 0,7176 -4,50 0,7177 -4,46 0,7178
-30 -7,13 0,6889 -7,12 0,6890 -7,10 0,6890 -7,09 0,6890 -7,08 0,6890
(h = kcal / kg e = m3 / kg) Nota: Valores ao Nível do Mar
Com o volume da câmara de congelado de 576 m3, para uma temperatura menor que
0 0C, determina-se com auxilio da Tabela 5, o número de trocas de ar por dia.
V&ar = 1498 m3 / 24 hs
1
Q& I = volume do ar trocado em 24 hs x x(hext h int)
v.ar.ext
1498.m3 1
Q& I = x x(3,46 (4,46))
24hs 0,7929m3 / Kg
As entalpias e o volume especificam, foram obtidos na Tabela 6, sendo que para isto
sabemos as condições do ar que esta sendo infiltrado na câmara frigorifica de congelado
é oriundo da câmara de processo.
Com o volume da câmara de processo de 180 m3, para uma temperatura maior que.
0 0C determina-se com auxilio da Tabela 5, o número de trocas de ar por dia,
contudo este ar deve também sem infiltrado, posteriormente, na câmara de congelado que
possui uma vazão de ar por infiltração bem maior, desta forma considera-se o volume de
ar infiltrado na câmara de processo similar ao da câmara de congelado .
Sendo assim;
1
Q& I = volume do ar trocado em 24hs x x (hext – hint)
v.ar.ext
1498.m3 1
Q& I = x x(20,63 3,46) Kcal / Kg
24hs 0,8828m3 / Kg
As entalpias e o volume especificam, foram obtidos na Tabela 6, sendo que para isto
sabemos as condições do ar que esta sendo infiltrado na câmara de processo é oriundo
do lado externo da câmara frigorífica.
Cortina de Ar
De forma a minimizar o fluxo de ar quente e umidade para o interior das câmaras
frigoríficas, de baixa temperatura, deverá ser prevista, uma proteção para evitar a
infiltração de ar. Esta proteção pode ser através de Cortinas de PVC, colocadas na
entrada da câmara frigorífica, ou também cortina de Ar. Este tipo de proteção é
especialmente recomendado quando existe uma movimentação intensa de produtos e a
continua abertura de portas.
A utilização das Cortinas de Ar serve para proteger a câmara de carga térmica adicionais,
que irão aumentar a temperatura e a umidade no interior da câmara. A entrada de vapor
da água para interior da câmara, poderá trazer problemas de condensação em excesso
na superfície do evaporador com a conseqüência formação de gelo.
Q= q x Dt x Df x (1 – E)
Onde:
Q= calor devido à infiltração (Kcal/24h)
q= calor total com fluxo estabelecido (sensível + latente)
Dt= fator tempo de abertura da porta
Df= Fator de fluxo pela porta
E=Eficácia do dispositivo de proteção da porta (cortina de impacto, cortina de ar, etc.)
Sendo:
q = 0,577 x W x H1,5 x (Qs/A) x (1/Rs)
Onde:
W= largura da porta (m)
H = altura da porta (m)
Qs/A = carga de calor sensivel infiltrada por m2 de área de porta (KW/m2)
Rs = Fator de calor sensível, conforme tabela ou carta psicométrica
Figura – Fator de Calor Sensível (RS) para ser utilizado na equação de infiltração de ar da ASHRAE
Dt = (P x θp + 60 x θo)
3600 x θd
Onde:,
Dt= Fator tempo de abertura da porta
P= número de passagens pela porta
θp = tempo abre/fecha da porta por passagem (s)
θo = tempo que a porta permanece aberta (min)
θd =período de tempo operacional da porta no dia (h)
Devemos lembrar também que alguns vegetais, que são resfriados, continuam vivos,
desta maneira liberam também calor para a câmara por respiração.
Onde:
Kcal J
Q& resf . calor a ser retirado do produto para o seu resfriamento ;
24h 24h
Kcal J
Cproduto = calor específico do produto (Tabela 8) ;
Kg º C Kg º C
Exemplo:
Qual o calor que deve ser retirado para se conservar cebola em uma câmara frigorífica
que possui uma rotação diária de 1 tonelada dia? Sabendo-se que a temperatura de
entrada na câmara é de 32ºC
1000 Kg 3,77kJ
Q& resf . x x(32 0)º C
24h Kg º C
KJ Kcal
Q& resf . 120640 ou 28819
24h 24h
Nota: Como a cebola é um vegetal que continua "respirando" durante o seu tempo de
permanência na câmara, e esta respiração gera uma quantidade de calor, este
calor de respiração deve ser introduzidos no calculo da carga térmica, como
veremos em um exemplo, de conservação de maça a sguir.
É o calor que deve ser retirado do produto para mantê-lo com uma temperatura abaixo de
seu ponto de congelamento e desta maneira aumentar o seu período de conservação,
podemos resumir a equação da seguinte forma:
Q& c m& xL
Onde:
kg Kg
m& massa de produto a ser introduzido câmara em 24h ;
24h 24h
Kcal KJ
Cac = calor específico do produto antes do congelamento (Tabela) ;
Kg º C Kg º C
Kcal KJ
Cdc = calor específico do produto depois do congelamento (tabelado) ;
Kg º C Kg º C
Exemplo:
Nota: Vamos utilizar os valores tabelados para a laranja. Para obtermos outros valores
consultar ASHARAE HANDBOOK REFRIGERATION – 1998 cap.8.
2500 Kg 3,77 KJ
Q& ic x x(32 (08))º C
24h Kg º C
309140kJ
Q& ic
24h
Q& c m& xL
2500 Kg 288KJ
Q& c x
24h Kg
720000kJ
Q& c
24h
2500 Kg 1,92 KJ
Q& fc x x(0,8 (15))º C
24h Kg º C
68160kJ
Q& fc
24h
1097300kJ 1097300 KJ
Q& cong. = =
24h 24h
4,186
262136 Kcal
Q& cong.
24h
Figura – Verduras e frutas em natura continuam “respirando” o que contribui com gases no interior da câmara
principalmente CO2 e etileno.
A equação do calor liberado pela respiração pose ser resumida da seguinte forma:
Onde:
Kcal KJ
Q& res. calor de respiração do produto ;
24h 24h
Kg Kg
m& massa do produto colocado na câmara. ;
24h 24h
Kcal KJ
Fres. = fator do calor de respiração (Tabela) ;
Kg Kg
Exercício
Determinar a quantidade de calor que deve ser retirado para resfriar maçãs, que são
introduzidas na câmara frigorífica com massa de 3000 KG / 24h.
A temperatura de entrada é de 30ºC e a temperatura de armazenamento é de -1ºC.
Obs: lembrar que as maçãs estão respirando.
3000 Kg 3,64 KJ
Q& resfriar x x(30 (1))º C
24h Kg º C
338520kJ
Q& resfriar
24h
Nota: Como a maça é um vegetal que continua "respirando" durante o seu tempo de
permanência na câmara, e esta respiração gera uma quantidade de calor, este
calor de respiração deve ser introduzidos no calculo da carga térmica .
3000 Kg 1,92 KJ
Q& respirar x
24h Kg 24h
5760kJ
Q& respirar
24h
Calor Total :
344280 KJ 344280 KJ 82245,58 Kcal
Q& maçã Q& maçã
24h 24h 24h
4,186
Figura – Os peixes e fruto do mar descarregam dos pesqueiros diretamente para as câmaras frigoríficas do entreposto
pesqueiro
1500 Kg / dia.
m& peixe 1500 Kg / 24h
Peixes = diversos
3,26 KJ
Cpescado (antes do resfriamento) = (Tabela)
Kg º C
1500 Kg 3,26 KJ
Q& produto x x(33 5)º C
24h Kg º C
1500 Kg
m& peixe
24h
Tentrada = 5ºC
3,26 KJ
Cac = Cpeixe (antes do congelamento) = (Tabela 8)
Kg .0 C
245 KJ
L = calor de congelamento = (Tabela 8)
Kg
1,74 KJ
Cdc = Cpeixe (após o congelamento) = (Tabela 8)
Kg º C
1500 Kg 3,26 KJ
Q& ac x x(5 (2,2))º C
24h Kg º C
35208 KJ
Q& ac
24h
1500 Kg 245 KJ
Q& L x
24h Kg
367500 KJ
Q& L
24h
1500 Kg 1,74 KJ
Q& dc x x(2,2 (20))º C
24h Kg º C
46458 KJ
Q& dc
24h
Câmara de processo
Câmara de congelado
Devemos lembrar que as embalagens possuem somente calor sensível e podem ser
calculados pela seguinte equação:
Onde:
Kcal KJ
Q& e calor fornecido pela embalagem ;
24h 24h
Kcal KJ
Ce = calor específico da embalagem (tabela 9) ;
Kg º C Kg º C
Kg Kg
m& e massa da embalagem ;
24h 24h
Em nosso exemplo da cooperativa de peixe, vamos supor que os peixes são embalados
em sacos plásticos, contendo em cada um 1Kg de peixe, posteriormente estes serão
armazenados em caixas de papelão, contendo cada uma 10 sacos com o produto.
Figura – Os peixes após processados serão embalados em sacos plásticos para futura comercialização.
Solução:
m& produto
m& total plástico = x peso de cada embalagem
m& produtop / embalagem
1500 Kg 75Kg
m& total plástico = x0,05
1Kg 24h
m& produto
m& papelão x peso de cada embalagem
m& produtop / embalagem
1500 Kg 30 Kg
m& papelão x0,2
10 Kg 24h
865 Kcal
Q& e( plástico)
24h
30 Kg 0,320 Kcal
Q& e( papelão) x x(33 5)º C
24h Kg º C
269 Kcal
Q& e( papelão)
24h
772,5 Kcal
Q& e( plástico)
24h
30 Kg 0,320 Kcal
Q& e( papelão) x x(5 (20))º C
24h Kg º C
240 Kcal
Q& e( papelão)
24h
Câmaras resfriadas:
865 Kcal
Q& e( plástico)
24h
269 Kcal
Q& e( papelão)
24h
773Kcal
Q& e( plástico)
24h
240 Kcal
Q& e( papelão)
24h
1013Kcal 4241KJ
Q& e
24h 24h
Nota: Lembrando que estamos calculando a carga térmica de embalagens apenas para
fins didáticos, pois no caso da carga térmica do entreposto pesqueiro, ela não
seria necessária, pelo fato da massa da das embalagens possuir uma massa
inferior a 10 % da massa do próprio produto.
As pessoas que trabalham na câmara frigorífica fornecem uma carga térmica para o local.
A ASHRAE informa que os valores médios, de calor fornecido pelas pessoa, é função da
temperatura da câmara, e podem ser calculados através da seguinte equação:
Onde:
Kcal
Q& pe calor liberado por pessoa
hpessoa
t = temperatura da câmara ºC
Nota: A ASHRAE recomenda que quando muitas pessoas trabalham em uma câmara
frigorífica, que ao invés de usar-se a equação acima, que se utilize o valor do
calor fornecido pelas pessoas, conforme Tabela 10.
Para termos o valor da carga térmica por pessoas, devemos utilizar a seguinte equação:
Kcal
Q& pe N x Fcp x T
24h
Onde:
Kcal KJ
Q& pe calor liberado por pessoas ;
24h 24 h
Fcp = fator de calor liberado por pessoa em função da temperatura (fornecido na tabela
Kcal
acima)
hpessoa
Nº de pessoas = 10
206 Kcal
Calor fornecido por pessoa Fcp = (tabela a temperatura de 5ºC)
hpessoa
Q& pe N x Fcp x t
206 Kcal
Q& pe 10 pessoas x x 12h/24h
h. pessoa
Nº de pessoas = 2
335 Kcal
Calor fornecido por pessoa Fcp = (tabela à temperatura de -20ºC)
hpessoa
Q& Pe N x Fcp x t
335 Kcal
Q& pe 2pessoas x x 2h / 24 h
hpessoa
Câmaras de resfriado:
Câmara de congelado;
Iluminação = 10,8 W / m2
Com pessoas
Quando a câmara frigorifica possui pessoas continuamente no seu interior, como no caso
da câmara de processos, do exemplo do entreposto pesqueiro, deve ter uma iluminação
de acordo com o tipo de trabalho realizado neste local, e estes valores estão relacionados
nas (NR) Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
Kcal
Q& eql N x W x T x 0,86
24h
Kcal
Q& eql N x W x T x 1,25 x 0,86
24h
Onde:
Kcal
Q& eql calor fornecido pela lâmpada
24h
W = capacidade da lâmpada W
1,25 = fator de carga térmica do reator de 25% não utilizar se o reator estiver fora da
câmara ou for reator eletrônico.
Nos equipamentos que possuem motores elétricos e estão dentro da câmara devem ter
sua carga térmica calculada da seguinte forma:
P W
Q& eqm xTx632 ou Q& eqm xTx0,86
Onde:
Kcal
Q& eqm = carga fornecida por motores elétricos
24h
P = potência do motor elétrico (CV)
T = tempo de funcionamento h
= rendimento do motor
Motor elétrico
Capacidade Rendimento
CV HP W
<½ <½ < 367 0,6
½a3 ½ a 2,95 367 a 2205 0,68
3 a 20 2,95 a 19,7 2205 a 0,85
14477
Câmara de processo:
Iluminação: 10 lâmpadas fluorescentes. 110W cada.
Equipamentos de processos: Esteiras de transporte utilizando 3 motores elétricos de 1,5
CV cada.
Tempo de funcionamento: 12 h
Câmara de congelados:
Iluminação: 10 lâmpadas incandescentes. 110w cada.
Empilhadeira elétrica com motor de 15CV.
Tempo de funcionamento: 2h
Figura – Empilhadeira Elétrica, utilizada para a movimentação de carga nas câmaras frigoríficas.
Lâmpadas:
Q& eql N x W x 1,25 x T x 0,86
Motores:
P
Q& eqm xTx632
3 x1,5
Q& eqm x12hx632
0,68
Carga total devido ao equipamento na câmara de resfriados ( Q& eql Q& eqm )
Lâmpadas:
Q& eql N x W x T x 0,86
Motores:
P
Q& eqm xTx632
15
Q& eqm x2hx632
0,85
Carga total devido aos equipamentos na câmara de congelados ( Q& eql Q& eqm )
Devemos então, somar os valores, calculados, para determinar o valor da carga térmicas
total, das câmaras frigoríficas do entreposto pesqueiro:
Nota: Neste calculo não esta incluso ainda a carga térmica devido ao calor liberado
pelos motores elétricos dos ventiladores do evaporadores, o que será feito
posteriormente.
O cálculo de carga térmica foi efetuado para um período diário (24 horas). Entretanto,
devemos considerar um período de funcionamento (n), ou seja, de operação dos
equipamentos, deforma a possibilitar o desgelo, as eventuais manutenções, e também
possíveis sobrecargas de capacidade.
Devemos lembrar ainda que quanto menor for o tempo estipulado para o serviço, maior
será a capacidade de equipamento.
Kcal Kcal
Q& t 15061 1,10 Q& t 16567
h h
KJ KJ
Q& t 63056 1,10 Q& t 69362
h h
10.2. Câmara de congelados:
Kcal Kcal
Q& t 12291 1,10 Q& t 13520
h h
KJ KJ
Q& t 51454 1,10 Q& t 56599
h h
Figura – Os motores elétricos dos ventiladores de ar dos evaporadores fornecem carga térmica para a câmara frigorífica.
Os evaporadores somente podem ser selecionados após o cálculo da carga térmica total
da câmara, o que inclui o calor liberado pelos evaporadores. Isto nos remete a uma
solução iterativa, em que, primeiramente, estima-se potência dos ventiladores e, em
seguida, selecionam-se os evaporadores.
A potência dos ventiladores, dada pelo catálogo do fabricante, deve ser então comparada
com o valor inicialmente estimado. Caso não haja concordância entre estes valores, uma
nova potência deve ser estimada para os ventiladores.
A potência dos ventiladores, dada pelo catálogo do fabricante, deve ser então comparada
com o valor inicialmente estimado. Caso não haja concordância entre estes valores, uma
nova potência deve ser estimada para os ventiladores.
Como ainda não temos a capacidade dos motores dos forçadores de ar devemos então
estimar uma capacidade para os mesmos, no final dos cálculos e após termos
selecionado os evaporadores, iremos verificar se a nossa previsão está de acordo com o
estabelecido. Caso a capacidade do evaporador escolhido ser maior do que o estimado,
os cálculos devem ser refeitos.
Assim, a carga térmica destes equipamentos pode ser dada diretamente pela equação
vista anteriormente.
P
Q& eqm x632
Onde:
Kcal
Q& eqm = carga fornecida por motores elétricos
24h
P = potência do motor elétrico (CV)
16567 Kcal / h
Capacidade do motor 3,9CV
3000 Kcal / h / 0,7CV
Motor de 4 CV
13520 Kcal / h
Capacidade do motor 3,1
3000 Kcal / h / 0,7CV
Motor de 3,0 CV
P
Q& 632
4CV
Q& 632
0,85
Kcal KJ
Q& 2974 12450
h h
P
Q& 632
0,68 para motor 3.0 CV (Tabela 11)
3,0CV
Q& 632
0,68
Kcal KJ
Q& 2788 11674
h h
Kcal KJ
Câmara de processo Q& 2974 12450
h h
Kcal KJ
Câmara de congelados Q& 2788 11674
h h
PotênciaMecânica(CV ) x736
PotênciaEletricaConsumida (W )
0,7
Devemos somar o calor liberado pelos motores elétricos dos forçadores ao total da carga
térmica calculada:
Kcal KJ
Câmara de processo Q& 19541 81812
h h
Kcal KJ
Câmara de congelados Q& 16308 68273
h h
Conclusão
Após a finalização da carga térmica das câmaras frigoríficas, é possível fazer-se o
selecionamento do “Sistema de Refrigeração”
************
Introdução
Após o calculo da carga térmica, devemos proceder a especificação dos equipamentos,
sendo recomendado seguirmos a seguinte ordem:
Evaporadores (resfriadores)
Unidade condensadora
Compressores
Válvula de expansão
Tubulação e acessórios
Separadores de óleo
Separador de líquido
Tanque de líquido
Sistema de degelo
Gás quente
Resistência elétrica
Outras
Refrigerante
Água da condensação
Isolamento térmico
Sistema de segurança
Instalação elétrica
Sistema de alimentação
Controles
1. Condensadores
Os condensadores ou unidade condensadora devem ser selecionados de acordo com a
capacidade necessária de carga térmica da câmara frigorífica, com uma folga superior em
torno de 10 %, podendo ser especificados como:
Unidade Condensadora.
Compressor e Condensador.
2. Evaporadores
Figura – Existem diversos tipos de evaporadores de acordo com a finalidade e capacidade térmica
Como sabemos, a umidade relativa afeta a qualidade dos produtos sem embalagens no
interior da câmara frigorífica. Uma umidade muito baixa pode acarretar perda de massa
do produto, ao contrário, uma umidade relativa muito alta pode criar fungos e bactérias.
Diferença de
Umidade
temperatura (T)
relativa (UR) Classe dos produtos estocados
projetada do
(%)
evaporador (ºC)
Armazenamento de vegetais, produtos agrícolas, flores,
4,5 a 5,5 95 a 91 gelo sem embalagem e câmaras para resfriamento.
Nota: Um maior (T) para uma mesma carga térmica tem-se menor volume de ar
circulado. No entanto, a este (T) maior corresponde um menor fator de calor
sensível e, portanto, maior possibilidade de perda de peso dos produtos a ser
refrigerados. De forma contrária, um grande volume de ar através do evaporador
com adequada superfície de troca de calor será favorável para uma alta umidade e
menor perda de peso dos produtos refrigerados.
Neste caso, utilizaremos o T fornecido pela maioria dos fabricantes na escolha de seus
evaporadores mediante catálogos, ou seja: T= 6ºC.
VazãodeAr (m3 / h)
Taxade Re novação(TR )
VolumeInternodaCâmara (m3)
Aplicações especiais tais como câmaras de corte e câmaras de maturação de banana têm
limites desejados mostrados na tabela abaixo.
Conservação de resfriados 40 80
Câmaras de corte 20 30
Salas de processo 20 30
Fonte: Heatcraft
Para uma correta conservação dos produtos no interior da câmara, todos os dados
observados acima devem ser considerados no selecionamento do evaporador.
.
Q C arg aTérmica
VolumedeArMovimentado(VMOV )
d .c. T
Onde:
Kcal KJ
Q& Carga Térmica = Carga térmica da câmara frigorífica ;
h h
m3 m3
VMOV = Volume do ar Movimentado pelos evaporadores ;
h h
kg kg
d = Densidade do Ar no interior da Câmara Frigorífica ;
m3 m3
Kcal KJ
c. = Calor especifico do Ar ;
Kg .0 C Kg .0 C
Circulação de Ar
• O ideal em câmaras e expositores em geral é a utilização da circulação de ar
forçada (com ventiladores no evaporador), pois proporciona um maior número de
trocas, além de renovar uniformemente o ar circulado;
• É ideal que tenhamos uma determinada circulação de ar, que não seja muito alta e
não cause desidratação nos produtos armazenados, o ideal é sempre termos a
opinião de algum especialista em produtos alimentícios, tais como um Engenheiro
de Alimentos.
Nota: Lembre-se, não é recomendado que o produto não ocupe mais que 70 %
do volume interno da câmara frigorífica.
O Evaporador que será selecionado não pode ficar menor que a carga térmica
calculada;
3. Dispositivo de Expansão
Nos sistemas de Refrigeração de uso comercial, como os utilizados em câmaras
frigoríficas, o mais utilizado é a “Válvula de Expansão Termostática”
3. Tubulação
Curso – “Dimensionamento de Tubulação de Fluido Refrigerante” de Valter
Rubens Gerner
Resumo de Pratico com Tabelas 13 a 19.
**********
Manuseio Produtos
• Transportados em veículos isotérmicos
Manuseio Produtos
• Os produtos Resfriados devem ser armazenados em temperaturas entre 0 e 4 C ,
no período máximo de 2 semanas ;
Processo
• O pré-resfriamento , deve ser utilizado quando do recebimento do produto ; pois
isto aumenta o tempo de vida útil na armazenagem
Equipamento instalado
Elabore da ficha de “Start Up” do equipamento, observando os seguintes
parâmetros:
Temperatura do Evaporador e Interior da Câmara Frigorífica;
Variação das temperaturas de Evaporação e Condensação;
Temperatura de descarga;
Subresfriamento;
Superaquecimento útil e total;
Nível de óleo do compressor;
Parâmetros elétricos.
************
IV – Instalação do Sistema de
Refrigeração
Introdução
A instalação dos componentes frigoríficos devem ser realizados com o máximo cuidado
observando as “Boas Praticas da Refrigeração” pois a qualidade destes serviços irão
garantir o perfeito funcionamentos do sistema de refrigeração com a melhor eficiência
energética dentro do que foi projetado para a câmara frigorífica.
É apresentado neste capítulo os mínimos cuidados que deve ser observado durante a
instalação dos equipamentos de refrigeração, lembrando sempre de consultar o catalogo
de instalação dos equipamentos selecionados para o projeto.
Figura – Deve existir uma inclinação da tubulação da linha de descarga na saída do compressor
Figura – Instalar um sifão na base da tubulação ascendente para elevação até 2,5 m
Figura – Instalar um sifão na base e a cada 3,0 metros da tubulação ascendente para elevação até 6,0 m.
3. Brasagem da tubulação
Normalmente utilizamos erroneamente a palavra “soldagem” para nos referirmos ao
processo de interligação dos tubos do sistema frigorífico quando o correto seria
utilizarmos o termo “Brasagem”.
Brasagem é um processo térmico com o objetivo de proporcionar a junção ou
revestimento de peças e materiais metálicos por meio um metal de adição em fusão,
chamado meio de brasagem (sendo este um metal relativamente puro ou uma liga). Tal
processo é realizado na maioria das vezes com o emprego de um meio fluxante (fluxo), à
qual serve para eliminar possíveis impurezas. Diferentemente da soldagem, o material de
adição ou de brasagem é diferente e tem um ponto de fusão mais baixo do que o material
de base do tubo que está sendo fixado, o metal de adição preenche a junta por
capilaridade. Neste tipo de união, o metal de base (tubo) nunca se funde e é este fato que
diferencia a brasagem de outros processos de soldagem por fusão. A temperatura de
fusão do material de base não é atingida. Formas comerciais comuns do material de
adição são arames, varetas, chapas, fitas, barras, pós, pastas ou ainda peças já
conformadas.
Figura – Exemplo sugerido para fixação na tubulação para a entrada de Nitrogênio durante a brasagem.
A brasagem deve ser realizada com circulação 0,2 bar (2,8 psig) de Nitrogênio
para evitar a formação de óxidos (carepas) proveniente da presença de Oxigênio
no interior da tubulação
Figura – Corte de uma tubulação onde é mostrado a região que foi “brasada” com fluxo de Nitrogênio.
Figura – Corte de uma tubulação onde é mostrado o aparecimento de “carepas” região que foi “brasada” sem o
fluxo de Nitrogênio.
Figura – É necessário realizar-se a limpeza do interior da tubulação antes da montagem do sistema frigorífico.
4. Teste de Vazamento
É necessário realizar testes para procurar e sanar os prováveis vazamentos que possam
ocorrer nas tubulações e conexões do sistema de refrigeração.
Figura - Pressurização do sistema frigorifico com Nitrogênio para a localização de prováveis vazamentos antes de
realizar-se a carga de fluido refrigerante.
5. Óleo Lubrificante
Antes de prover a carga de fluido refrigerante e colocar o compressor em funcionamento
verifique o nível de óleo lubrificante no interior do cárter.
Figura – Complete ou coloque óleo lubrificante no compressor de acordo com as recomendações do fabricante
O vácuo deve ser realizado por uma bomba de alto vácuo e deverá ser medido
com um vacuômetro (300 a 500 micros de vácuo);
Figura – O Vácuo para desidratação do sistema deve estar entre 300 a 500 micros de vácuo.
O vácuo NÃO deve ser medido pelo manômetro tipo “bourdon” instalados no corpo
de algumas bombas de vácuo.
Figura – O Vácuo NÃO deve ser medido com manômetro tipo “Bourdon”.
Figura – Exemplo de um “Vacuômetro Eletrônico”, de uso simplificado, com leitura do vácuo por “led”.
Figura – Não pode ocorrer espaço livre entre o isolamento térmico e a superfície do tubo e a espessura do
isolante térmico não deve ser reduzida pelo estrangulamento.
Nota: (*) Para os fluidos refrigerantes azeotrópicos, substancia pura (Exemplo R-22). Para as
misturas zeotropicas (blends – Exemplo R-404A) a carga de fluido refrigerante deverá
sempre ser na fase liquida.
Figura – Exemplo carga de um fluido refrigerante tipo mistura (R-404A) sendo transferido na forma liquida.
9. Instalação Eletrica
Toda a instalação elétrica do sistema de refrigeração deve seguir rigorosamente as
recomendações da ABNT em sua norma NBR 5410-Instalações Elétricas de Baixa
Tensão, onde por exemplo pode ser lembrado:
O correto dimensionamento dos cabos elétricos, além de seguro, previne
principalmente contra problemas de funcionamento do equipamento;
O equipamento deve ser instalado utilizando circuito de alimentação independente
e protegido por fusíveis ou disjuntor do tipo retardado;
O equipamento deve ser aterrado;
Verifique sempre se a tensão do compressor é a mesma de alimentação e se as
conexões elétricas estão feitas de forma correta.
V - Tabela
Tabela 1 - Condutibilidade Térmica Matérias de Construção, Densidade e Calor Especifico
Materiais isolantes
Materiais em Placas
Placa de gesso agregado de 0,22 0,1892 1860 1085
areia
Placa de gesso agregado de 0,25 0,215 760 1046
vermiculite
Placa de cimento agregado de 0,718 0,619 1860 840
areia
Materiais de construção
Gesso 0,48 0,41 1248 631
Agregado leve em ripas de 0,28 0,24 1650 1020
madeira
Agregado leve em ripas 0,47 0,41 1247 1340
metálicas
Agregado de perlita 0,22 0,19 720 1340
Agregado de areia 0,80 0,69 1860 1085
Agregado de areia em ripas 0,823 0,71 1120
metálicas
Concreto
Concreto geral 1,42 1,22 2200 880
Argamassa cal 1,16 0,99 1900 800
Argamassa de cimento 0,72 0,62 1860 720
(20cm de espessura)
Agregado com cinzas 3 furos 0,67 0,576 2000 885
(20cm de espessura)
Tijolo cerâmico (Bloco Baiano)
Com 6 furos (10cm de 1,392 1,2
espessura)
Com 6 furos (15cm de 1,1368 0,98
espessura)
Com 8 furos (15cm de 1,0788 0,93 1411 672
espessura)
Tijolo Refratário
Carborundum (600°C) 18,5 15,91 1500
Cromo (600°C) 2,5 2,15 3010 835
Sílica (900°C) 0,3 0,258 136
Argila queimada (200°C) 1,0 0,86 2645 960
Madeiras
Carvalho (Radial) 0,19 0,16 545 2385
Carvalho (Perpendicular a 0,17 0,14 545 2385
fibra)
Abeto (Radial) 0,14 0,12 420 2720
Abeto (Perpendicular a fibra) 0,11 0,09 420 2720
Balsa 0,055 0,047 140 2890
Cipreste 0,097 0,083 465 2750
Pinho amarelo 0,15 0,12 640 2800
Pinho branco 0,11 0,094 435 2805
Madeira picotada / colada 0,087 0,075 350 1590
(Aglomerado)
Fonte: Elaborado nas aulas de Termofluidomecanica pelo prof. Valter Rubens Gerner
Superfícies claras
Pedra branca 3,0 2,0 3,0 5,0
Pintura branca
Fonte: ASHRAE – Refrigeration 1998 – Capitulo 12
5.6 44 22
8.5 34,5 22
11.3 29,5 21
14 26 20
17 23 20
22.5 20 20
28.5 17, 5 13,5
42,4 14 13,5
56,4 12 9,3
84,5 9,5 9,3
113 8,2 9,3
114 7,2 5,6
169 6,5 5,6
225 5,5 5,6
281 4,9 3,8
422 3,9 3,8
563 3,5 2,6
704 3,0 2,6
845 2,7 2,1
1127 2,3 1,8
1408 2,0 1,6
2112 1,6 1,6
2817 1,4 1,6
Fonte: ASRE (1) - Volume de Projeto – Edição de 1949
Nota: Para câmaras de armazenamento (com poucas aberturas de porta) multiplicar os valores
da troca de ar em 24 horas por 0,6.
(1) ASRE (American Society of Refrigerating Engineeres) e a ASHVE (American Society of Heating &
Ventilating Engineers) se reunirão e em 1959 se tornaram a ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers)
35 19,29 0,8978 21,54 0,9030 23,82 0,9082 26,12 0,9135 28,46 0,9188
32 16,83 0,8852 18,71 0,8895 20,61 0,8938 22,53 0,8981 24,47 0,9025
30 15,37 0,8771 17,0 0,8809 18,68 0,8847 20,37 0,8885 22,09 0,8924
20 9,20 0,8401 10,0 0,8421 10,99 0,8441 11,89 0,8460 12,80 0,8480
10 4,68 0,8070 5,14 0,8080 5,60 0,8090 6,06 0,8000 6,52 0,8109
5 2,81 0,7914 3,13 0,7920 3,46 0,7927 3,78 0,7934 4,11 0,7941
1 1,45 0,7791 1,69 0,7796 1,93 0,7802 2,17 0,7807 2,42 0,7812
-5 -0,46 0,7611 -0,317 0,7614 -0,16 0,7617 -0,02 0,7620 0,12 0,7623
-10 -1,92 0,7464 -1,83 0,7466 -1,73 0,7468 -1,64 0,7470 -1,54 0,7472
-20 -4,61 0,7175 -4,57 0,7176 -4,54 0,7176 -4,50 0,7177 -4,46 0,7178
-30 -7,13 0,6889 -7,12 0,6890 -7,10 0,6890 -7,09 0,6890 -7,08 0,6890
(h = kcal / kg e = m3 / kg) Nota: Valores ao Nível do Mar
Tabela 8 Alimentos
Calor Especifico - Calor latente - Temperatura de Conservação e Congelamento
Temp Umida Período de Temp. Calor Calor Calor
. de de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de
Cons Câmar Congela Antes do Depois do Congela-
erv. a mento Congela- Congela- mento
mento mento
Carnes °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg
Salame fresco -3,3 3,73 2,35 217,71
Salame defumado -3,3 1,63 2,35 2,17
Bucho 1a4 85 2-6 2,09 1,26 58,61
semanas
0/-1 88-92 1-6 -2 3,2 1,67 231
Fígado fresco semanas
Fígado congelado -18 90-95 3-4 -2 3,2 1,67 231
meses
Presunto fresco 0 / +1 85-90 7-12 -2 2.53 1,46 167
dias
Presunto congelado -18 90-95 6-8 -2 2.53 1,46 167
meses
Cordeiro fresco 0 / +1 85-90 5-12 -2 3,0 1,86 216
dias
Cordeiro congelado -18 90-95 8-10 -2 3,0 1,86 216
meses
Carne de porco fresca 0 / +1 85-90 3-7 2,13 1,3 128
dias
Carne de porco congelado -18 90-95 4-6 2,13 1,3 128
meses
+1/-4 85 2-6 -2 1,53 1,1 68
Toucinho fresco sem
Banha de porco congelada -18 90-95 4-6 2,09 1,42 210
meses
Banha de porco fresca +7 90-95 4-8 2,09 1,42 210
meses
Aves fresca 0 85-90 1 -2,7 3,3 1,76 246
sem
Aves congelada -18 90-95 8-12 -2,7 3,3 1,76 246
meses
Carneiro fresco 0/+ 90-95 1-5 -2,7 3,1 1,67 216
1 dias
Carneiro congelado -18 90-95 2-6 -2,7 3,1 1,67 216
meses
Salsicha fresca 0/+ 90-95 3-12 -2 3,73 2,34 223
1 dias
Salsicha congelada -18 2-6 -2 3,08 1,67 223
meses
Vaca fresca 0 / +1 90-95 5-10 -2 3,08 1,67 223
dias
Vaca congelada -18 90-95 8-10 -2 3,08 1,67 223
meses
Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Peixes °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg
Peixe Seco 4 /10 50-60 6-8 -2,2 2,18 1,72 232
meses
Peixe Fresco +0,6/+2 90-95 5-15 -2,2 3,26 1,74 245
dias
Peixe Salgado -2/-1 75-90 4-8 -2,2 3,18 1,72 232
meses
Peixe Congelado -18 90-95 6-12 -2,2 3,01 1,74 245
meses
Atum -18 50-60 6-8 -2,2 2,93 1,63 213
meses
Mexilhão Fresco -1/-0,5 85-95 3-7 -2,2 3,62 2,11 277
meses
Mexilhão Congelado -18/-19 90-95 3-8 meses -2,2 1,88 2,11 277
Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Verduras °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Alcachofra -1 / 0 90-95 1-2 +1 3,64 1,88 280
sem
Aspargo 0/+2 95 2-3 -0,5 394 2,00 312 11,1
sem
Feijão Verde +4/+7 90-95 7-10 -0,7 3,81 1,97 298 11,6
dias
Nabo -1 3,89 1,97 299
Feijão 1,35 1,01 42
Berinjela -0,9 3,94 2,10 307
Beterraba roxa 0 95 3-5 -1 3,77 1,92 2,93 3,1
meses
Brócolos 0 90-95 15-21 -1,6 3,85 1,96 302 16,1
dias
Couve de Bruxelas 0 90-95 3-5 -0,8 3,68 1,93 28 6,7
sem
Couve 0 90-95 3-4 -0,9 3,94 1,97 307 1,4
meses
Cenoura 0 90-95 4-5 -1,4 3,76 1,93 293 2,4
meses
Couve-flor 0 90-95 2-4 -0,8 3,89 1,97 307 4,5
sem
Aipo 0 90-95 2-3 -0,5 3,98 2,0 314 1,9
meses
Milho 0 90-95 4-8 -0,5 3,31 1,76 246
dias
Pepino +7/+10 90-95 10-14 -0,5 4,06 2,05 319
dias
Abóbora 10 70-75 2-6 -1 3,85 1,96 302
sem
Batata 4 65-70 4-8 -2 3,43 1,80 259 5,4
sem
Alho 0 90-95 1-3 -0,7 3,68 193 293 10,8
meses
Alface 0 95 2-3 -0,1 4,02 2,0 316 3,9
sem
Repolho 0 85-90 3-4 -1 3,93 1,96 306 1,68
sem
Pimentão +7/+10 85-90 10-12 -1 3,93 1,96 306 1,3
Doce sem
Rabanete 0 90-95 10-12 -1 3,97 2,0 309 1,96
sem
Cogumelo 0 90 3-4 -0,9 3,89 1,97 302 7,2
dias
Azeitona +7/+10 85-90 4-6 -1,5 3,25 1,76 251 1,0
sem
Cebola 0 65-70 1-8 -0,8 3,77 1,93 288 1,0
meses
Ervilha 0 90-95 1-3 -0,6 3,31 1,76 246 9,6
sem
Pimenta +7/+10 90-95 2-3 -0,7 3,94 1,97 307 3,14
sem
Planta nova +10/+1 90 2-4 -0,6 3,56 1,84 270 3,0
3 sem
Vagem +7 85-90 8-10 -1,3 3,81 1,96 297 2,7
sem
Ruibarbo +13- 90 4-6 -2 3,145 1,67 226 0,5
+15 meses
Espinafre 0 90-95 10-14 -0,3 3,94 2,0 307 11,1
dias
Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Frutas °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Pêra -1,7/1 90-95 2-7 -1,5 3,60 1,88 274 0,93
semanas
Acerola -18 90 2-3 -1,7 3,64 1,88 297,96
meses
Amora -0,5 85-90 7 -1,7 3,68 1,93 284,70
dias
Caqui -1 85-90 2 -2 3,52 1,80 259,58
meses
Cidra 9 / 10 85-90 6-8 -1,7 3,73 1,93 28470 0,96
semanas
Romã -2,2 3,68 2,01 261
Tâmara -18 75 6-12 -15,7 1,51 1,08 67,5
meses
Melancia -1,6 4,06 2,01 307
Tomate verde +13/+2 95-90 1-3 -0,5 3,98 2,0 312 7,2
1 sem
Tomate roxo +7/0 85/90 4-7 -0,5 3,94 2,0 312 4,3
dias
Maçã -1/-4 90 2-6 -1,5 3,64 1,88 281 1,92
sem
Damasco -0,6/0 90 1-2 -1,0 3,68 1,92 284
sem
Abacate +7/+13 85-90 2-4 -0,3 3,01 1,67 219 25,6
sem
Banana +13/+1 90 5-10 -0,8 3,35 1,76 251
5 dias
Cereja -0,6/0 90-95 2-3 -1,8 3,64 1,88 280 1,8
sem
Abacaxi +7 85-90 2-4 -1,4 3,68 1,88 284 3,6
sem
Tâmara secos -18/0 <75 6-12 -15,7 1,51 1,08 67
meses
Figos secos 0/-4 50-60 9-12 1,63 1,13 80
meses
Groselhas -0,5/0 90-95 2-4 -1,1 3,77 293 293
meses
Manga +10 85-90 2-3 0 3,76 1,92 314
sem
Uvas -1/0 80-85 1-6 -2,2 3,60 1,84 270 0,4
meses
Limão +14/+1 86-88 1-6 -1,4 3,81 1,93 295 4,24
6 MESES
Laranja 0/+9 85-90 3-12 -0,8 3,77 1,92 288 1,68
sem
Pêssego -0,5/0 90 2-4
sem
Ananás Verde +10/+1 85-90 3-4 -1,0 3,68 1,8i 283
3 sem
Ananás Maduro +7,2 85-90 2-4 -1,1 3,68 1,88 283
sem
Ameixa -0,5/0 90-95 2-4 -0,8 3,68 1,88 274 0,64
sem
Romã 0 90 2-4 -3,0 3,68 2,01 261
sem
Framboesas -0,5/0 90-95 2-3 -0,6 3,56 1,86 284
dias
Morango -0,5/0 90-95 5-7 -0,8 3,56 1,76 300 5,47
dias
Tangerina 0/+3 90-95 2-4 sem -1,0 3,77 1,93 290 378
Tabela 8 Alimentos
Temp. Umidade Período de Temp. Calor Calor Calor Calor de
de da Conserv. de Especifico Especifico Latente de Respiração
Conser Câmara Congela Antes do Depois do Congela-
v. mento Congela- Congela- mento
mento mento
Diversos °C % °C kJ/Kg.K kJ/Kg.K kJ/Kg kJ/Kg
Ovos Cru -2/0 85/90 5-6 -2,2 3,05 223
meses
Ovos Fresco 0 1 -2,2 1,76 246
ano
Cerveja +12 3-6 -2,2 3,85 300
sem
Pão -18 4-6 2,93 1,42 115
meses
Mel <+10 1 1,46 1,10 60
ano
Sorvete 0-18 80 12 -6 2,93 1,63
meses
Cogumelos +1,1 75-80 8
meses
Pão congelado -18 varia 2,93 1,42 108,96á12
1,42
farinha 1,59 1,17
Doces em geral 4 40-65 -5,02 2,93 1,42 125,60
Água 0 4,187 2,09 334,94
Margarina +2,0 60-70 1 1,34 1,05 51
ano
Macarrão 1,84 1,88
Arroz 1,7-1,9
Trigo 0,450
Açúcar 1,01 0,88 16,3
Nozes secas 0,8-1,2 0,8-1,0 10-32
Cobertura de 1,26 2,30 93
chocolate
fungai 0 /1,7 85-90 3-5 -1 3,89 1,97 301,45 1,7
dias
Lentilha 7 85-90 8-10 -1,3 3,81 1,97 297,26 2,7
dias
Pasting 0 90-95 2-6 -1,7 3,52 1,93 259,58
meses
Nabo 0 90-95 4-5 -1,0 3,89 1,97 302 2,2
meses
Batata doce 13 / 15 90-95 4-6 -1,9 3,14 1,67 226,09 2,09
meses
Sangue -20 3,85 1,88
Motor elétrico
Capacidade Rendimento
CV HP W
<½ <½ < 367 0,6
½a3 ½ a 2,95 367 a 2205 0,68
3 a 20 2,95 a 19,7 2205 a 0,85
14477
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
Fonte : Danfoss
VI - Referências
3. CALCULO de carga térmica para câmaras frigoríficas. São Paulo: RPA editorial,
1998. (Coleção Técnica, 2).
4. CHAGAS, José Augusto Castro. YORK REFRIGERATION, Projeto e Construção
de Câmara Frigorífica, Joinville, Santa Catarina, s/data.
5. COSTA, Ennio Cruz da. Refrigeração. São Paulo: Edgard Blucher, 1994.
CONTROLE DE REVISÕES