Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SENHORA
DE
PELLEVOISIN
MULHER
PREDESTINA
A FAMÍLIA
Estelle Faguette nasceu no dia 12 de setembro de 1843 em Saint-Memmie perto de
Châlons-sur-Marne, na França, de pais muito pobres. Sempre foi uma moça bastante
religiosa e se tornou Filha de Maria com a idade de 14 anos (1857). Seus pais sem
trabalho fixo dependiam de auxílio financeiro, pois se encontravam em serias
dificuldades para manutenção do lar. Ela, Estelle, era quem providenciava com seu
trabalho o abastecimento, colocando todo o necessário em casa. Mas a jovem Estelle
também estava sempre doente, revelando que o seu organismo necessitava de
maiores cuidados. Tendo que trabalhar, passou a levar uma vida simples de
empregada doméstica. Aconselhada por seu confessor, que era o Pároco da Igreja de
Santa Madeleine, em Paris, entrou na Ordem Religiosa das Freiras Agostinianas,
servindo como Enfermeira no Hôtel-Dieu, grande hospital da capital francesa. Desse
modo, podia assim simultaneamente cuidar dos doentes e também, ser tratada dos
seus muitos problemas de saúde. Entretanto a sua constituição física não ajudava, na
continuidade do trabalho passou a sentir uma fraqueza no corpo cada vez maior e
mais intensa, o que a levou interromper o Noviciado com as Irmãs Agostinianas em
1863.
BABÁ E DOMÉSTICA
Ela morava com seus pais na pequena cidade de Pellevoisin, pertencente à Diocese de
Bourges, no Berry, centro da França, que era o local de preferência comercial de toda
aquela região agrícola, que englobava um movimento com aproximadamente um
milhão de pessoas. Por outro lado, Estelle sempre muito piedosa participava das
cerimônias na Igreja com frequência, cativando a simpatia e amizade dos
frequentadores habituais. Certo dia uma religiosa apresentou-a a família do senhor
Conde de La Rochefoucauld que necessitavam de uma auxiliar no lar. Sua esposa
contratou Estelle como empregada doméstica e babá das crianças em sua residência
no Castelo de Poiriers-Montbel, a três quilômetros de Pellevoisin. Este fato representou
um grande alívio financeiro a seus pais, considerando que ela passou a receber um
bom salário, que era de vital importância para o sustento da família.
A convivência diária e a fina educação dos seus patrões logo despertaram em Estelle
uma grande admiração por eles. Assim, ela procurava retribuir aquela amizade e
admiração com um trabalho competente e atencioso. Por isso mesmo, na continuidade
dos anos, nas sérias manifestações da sua doença, eles também não faltaram,
cuidaram de Estelle “com grande dedicação”, segundo as palavras dela mesma. A
bondade e atenção da Condessa de La Rochefoucauld sempre a consolaram, em todas
as oportunidades.
ENTREGA TOTAL
Entre orações e lembranças do passado, renovava a cada instante o seu oferecimento
a DEUS: “Meu DEUS, seja feita a VOSSA Vontade”. . E logo fazia outra invocação:
“Senhor, sabes melhor do que eu o que necessito: faça o que quiser, mas ajude-me a
oferecer o meu sacrifício com a maior generosidade!”
Dias após estes acontecimentos, sentindo-se bem melhor ela disse: “Verdadeiramente,
aquelas palavras vieram das profundezas do meu coração. E DEUS NOSSO SENHOR
aceitou a minha oração”.
Desde o dia em que recebeu a Unção dos Enfermos, ela permaneceu deitada, com o
espírito em grande tranquilidade. Aconteceu, todavia, que no entardecer daquele dia,
do lado direito da cama, ela viu uma figura com forma humana horrível, ameaçadora,
que agarrou o leito e sacudiu violentamente. Não era “Quem” ela esperava, mas Estelle
não duvidou, era o bicho horroroso, o demônio. Mas o que essa "coisa" queria? O
demônio presente na hora da minha morte? Ela ficou tomada de pânico, porque aquela
presença maligna significava o "inferno". Entretanto, NOSSA SENHORA também
apareceu imediatamente e logo perguntou a satanás: “O que você está fazendo aqui?
Você não enxerga quem veste o MEU uniforme e do MEU FILHO?” O demônio rosnou
qualquer coisa inaudível. Então a VIRGEM MARIA falou para tranquiliza-la: “Não tenha
medo, você sabe muito bem que é MINHA FILHA”. De fato, Estelle havia ingressado na
Congregação das Filhas de Maria em 1857. Em seguida, NOSSA SENHORA
desapareceu.
Pouco depois, nessa mesma noite do dia 14 para 15 de Fevereiro de 1876, uma
segunda-feira, a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA voltou, acontecendo verdadeiramente
uma Primeira Visita da VIRGEM MÃE a Estelle.
MORTE
Estelle tinha duas irmãs: Agostine a mais nova, e Genoveva mais velha 3 anos que
ela. Com problemas de saúde Genoveva morreu aos 24 anos de idade e deixou dois
filhos: o menino Eugênio que morreu com 13 meses de vida e uma menina muito
esperta Estelle Petitot com a idade de 5 anos.
A irmã mais nova Agostine com 17 anos de idade abandonou a casa dos pais e
desapareceu na imensidão do mundo. Nunca deu nenhuma notícia.
A sobrinha Estelle Petitot, filha de Genoveva, permaneceu vivendo com os avôs e tia
Estelle Faguette. Na época das Aparições ela já estava uma mocinha. A Tia Estelle
conseguiu colocá-la em Paris como aprendiz do comércio. Concluído o curso,
embora tivesse oportunidade de trabalho, decidiu voltar a Pellevoisin. Todavia, pouco
tempo passou na casa dos avôs e da tia Estelle. Certo dia saiu de casa e não voltou
nunca mais e nem deu nenhuma notícia.
Todos estes acontecimentos marcaram a vida de Estelle, que sempre foi uma mulher
religiosa e competente, preocupada com a manutenção e harmonia no lar, com a
saúde dos pais e com a sua própria saúde. Estes fatos acontecidos com membros da
sua família lhe trouxeram muitas angústias, sofrimentos e decepções, ao longo da
sua existência. Verdadeiramente as alegrias e a grande felicidade de Estelle, era
compartilhar bons momentos com seus pais e as inesquecíveis Aparições de NOSSA
SENHORA, que lhe proporcionaram um magnífico e impressionante caminho
amoroso na vida.
Depois das Aparições suas atividades aumentaram de modo admirável, com sua
permanente divulgação dos ensinamentos da MÃE DE DEUS, assim como, com o seu
laborioso esforço para implantar e difundir o uso do SANTO ESCAPULÁRIO DO
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Com saúde e muita disposição, Estelle
espiritualmente preparada, realizava um trabalho notável em Pellevoisin, que logo se
estendeu por toda a redondeza, e na continuidade, foi convidada a visitar e levar a
realidade dos fatos a muitas outras cidades, inclusive foi convidada a visitar o Sumo
Pontífice no Vaticano.
Seus pais, com idade avançada, faleceram e foram sepultados no túmulo que estava
reservado em seu nome no Cemitério local, presente da senhora Condessa de La
Rochefoucould. Estelle ainda viveu muitos anos, trabalhando com muito empenho,
cumprindo o pedido de NOSSA SENHORA e divulgando a Vontade Divina sem
esmorecimentos. Simples, fiel e humilde Estelle Faguette morreu com 86 anos de
idade e foi sepultada no mesmo túmulo onde anos anteriores foram sepultados os
seus pais, no Cemitério de Pellevoisin. No túmulo, foram colocadas apenas duas
palavras: "Seja simples" (conforme o desejo de NOSSA SENHORA).
A IGREJA RECONHECE
As primeiras investigações foram realizadas por Dom de La Tour d'Auvergne,
Arcebispo de Bourges. Em 30 de Abril de 1876, com licença eclesiástica, ou seja,
após a autorização do Arcebispo de Bourges, o quarto da Vidente Estelle foi
transformado em Capela. Em 8 de Dezembro a Capela foi transformada em Oratório, e
lhe foi concedida permissão para que ela fizesse cópias e distribuição do
ESCAPULÁRIO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”. Também foi colocado na Igreja
um ex-voto de Estelle, uma placa de mármore semelhante aquela que apareceu ao
lado de NOSSA SENHORA, com os dizeres: “Invoquei MARIA do mais profundo da
minha miséria. ELA obteve de SEU FILHO a minha cura total”.
Em 1877, o Arcebispo de Bourges montou um inquérito e entrevistou 56 pessoas que
conheciam Estelle; todos falaram favoravelmente. Um segundo inquérito foi realizado
em dezembro de 1878, com resultados semelhantes.
Em 28 de julho de 1877 foi erigida a CONFRARIA DA MÃE DE TODAS AS
MISERICÓRDIAS, a qual foi elevada à dignidade de Arquiconfraria em 1894, pelo Papa
Leão XIII. O Papa recebeu Estelle Faguette em 30 de janeiro e nos dias 17/18 de
fevereiro de 1900; durante a entrevista, ele aproveitou para pedir a Estelle detalhes
sobre as alusões feitas por NOSSA SENHORA relativamente à Igreja e à França.
Também concordou que a Congregação dos Ritos do Vaticano, devesse autorizar o
uso do ESCAPULÁRIO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. O reconhecimento
formal de liberação aconteceu no dia 04 de abril de 1900 por solicitação dele mesmo,
do Papa Leão XIII. Para justificar essa solicitação do Papa a Estelle, é suficiente
lembrar que ele, o Sumo Pontífice, já havia publicado 15 encíclicas sobre o Rosário, e
tinha um amplo conhecimento de todas as Aparições da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
O mesmo Papa ofereceu um círio a Capela que funcionava no quarto onde viveu
Estelle, concedendo indulgências aos peregrinos que a visitasse. Em 1904, o Cardeal
Merry Del Val ofereceu a São Pio X um livro recentemente publicado sobre as
Aparições de NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA DE PELLEVOISIN.. O Pontífice
enviou bênção em testemunho da sua acolhida favorável, e também recebeu Estelle
em março de 1912.
Em 1922, o Papa Pio XI concedeu aos párocos de Pellevoisin o poder de impor o
ESCAPULÁRIO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, bem como de conceder
indulgências a todos que o usassem.
Em 17 de outubro de 1915, o Papa Bento XV fez um comentário inspirado sobre as
Aparições de NOSSA SENHORA, dizendo que a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
escolheu Pellevoisin como um lugar privilegiado para ELA dispensar as SUAS
GRAÇAS.
Em 22 de dezembro de 1922, a Congregação dos Ritos autorizou uma Santa Missa
votiva de NOSSA SENHORA DE PELLEVOISIN a ser celebrada no dia 9 de setembro
de 1923 na Igreja Paroquial e no Mosteiro adjacente, em Pellevoisin.
No dia 7 de junho de 1936, pela mão do Cardeal Pacelli (que posteriormente se tornou
o Papa Pio XII) enviou uma pintura de NOSSA SENHORA DE PELLEVOISIN como
presente a uma Comunidade Dominicana.
Em 1979, o Cardeal Ciappi OP, mestre do Palácio Apostólico, entregou ao Papa João
Paulo II um livro sobre o Centenário das Aparições de NOSSA SENHORA em
Pellevoisin.
Em 1983, a comissão teológica que analisou os relatórios médicos a respeito da cura
de Estelle, concluiu os seus trabalhos. O atual Arcebispo de Bourges, Dom Paul
Vignancour, com base nas conclusões, reconheceu oficialmente o milagre com as
palavras:“Um grande e admirável milagre”.
Em 19 de setembro de 1984, foi concedido pelo Arcebispo de Bourges, Dom Paul
Vignancour, “Imprimatur” para uma Novena a NOSSA SENHORA DE PELLEVOISIN.
O lugar das Aparições em Pellevoisin, que aconteciam no quarto da Casa da Vidente
Estelle, com as necessárias autorizações ao longos anos, foi se transformando em
Oratório, Capela Diocesana, e hoje é a Capela do Convento das Irmãs Dominicanas,
um local de convergência das peregrinações dos cristãos e devotos marianos de
todo o mundo.