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Apostila para o Ifs
Apostila para o Ifs
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IFCE
INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ
ASSISTENTE EM
ADMINISTRAÇÃO
< Língua Portuguesa
< Legislação Específica
< Raciocínio Lógico
< Noções de Informática
< Noções de Administração
< Noções Básicas de Legislação
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará
IFCE
Assistente em Administração
NV-011ST-21
Cód.: 7908428800963
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Gabriela Coelho e Nelson
Sartori
Edição:
Setembro/2021
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Língua Portuguesa: Figuras de Linguagem; Acentuação Gráfica
à Legislação Específica: Decreto Nº 1.171/1994 - Código de Ética Profissional do Servidor
do Poder Executivo Federal
à Raciocínio Lógico: Proposições; Conectivos
à Noções de Informática: Sistema Operacional Windows 10
à Noções de Administração: Noções de Arquivo; Noções Básicas de Legislação: Princípios
da Administração Pública
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acesso ao conteúdo on-line.
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS E/OU INFORMATIVOS................ 9
COESÃO E COERÊNCIA....................................................................................................................... 19
GRAFIA DE PALAVRAS....................................................................................................................... 24
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA..............................................................................................93
CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO (DECRETO FEDERAL Nº 1.171,
DE 22 DE JUNHO DE 1994)................................................................................................................. 93
REGRAS DE DEDUÇÃO......................................................................................................................137
ANÁLISE COMBINATÓRIA...............................................................................................................147
EDITORES DE TEXTO........................................................................................................................189
PLANILHAS ELETRÔNICAS.............................................................................................................208
INTERNET E INTRANET....................................................................................................................238
E-MAIL................................................................................................................................................239
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO..........................................................................................264
TIPOS DE ORGANIZAÇÃO................................................................................................................280
GESTÃO DE PESSOAS.......................................................................................................................286
ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE..................................................................................................293
NOÇÕES DE ARQUIVO......................................................................................................................304
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................................319
SERVIDORES PÚBLICOS...................................................................................................................322
PRINCÍPIOS.......................................................................................................................................328
ATOS ADMINISTRATIVOS...............................................................................................................................331
TEXTOS INFORMATIVOS
Notícia
A notícia é um gênero textual de caráter jornalís- É importante ressaltar que, com o advento das
tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o
maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresen- gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
tar sequências textuais narrativas e descritivas na sua mas diferentes, como as redes sociais.
composição linguística; por isso, é fundamental sem-
Isso democratiza a informação, porém também
pre termos em mente as características basilares de
abre margem para a criação de notícias falsas que se
todos os principais tipos textuais.
baseiam nesse esquema de organização das notícias
Como vimos, os gêneros textuais possuem carac-
para buscar alguma credibilidade do público. Por isso,
terísticas que os distinguem dos tipos textuais, dentre
elas o fato de terem um apelo a questões sociais, um atualmente, é muito importante atentar-se à fonte de
propósito comunicativo e apresentarem uma configu- publicação das notícias.
ração mais ou menos padrão que varia em poucos ou O próximo gênero sobre o qual trataremos é a
nenhum aspecto entre os gêneros. reportagem, que guarda sutis diferenças em compa-
Por ser um gênero, a notícia também apresenta ração com a notícia, e que também é muito abordada
essas características. Seu propósito comunicativo é em provas de concursos.
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
resse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada Reportagem
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra
temente da notícia, além de oferecer informações
importante característica da notícia é a sua configura-
acerca de um assunto, também apresenta os pontos
ção prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhe-
de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
cido por leitores de uma comunidade.
argumentativo; essa é a principal diferença entre os
Essa configuração própria da notícia é reconhe-
cida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. gêneros notícia e reportagem.
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro- Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser)
totípico desse gênero: imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse
gênero a opinião do meio que a divulga. Por isso, nes-
ses textos, as sequências textuais mais encontradas
Casal suspeito de assaltos é preso
são a narração e a descrição, justamente com a finali-
após colidir carro na contramão en- Manchete
dade de evitar apresentar um ponto de vista.
quanto fugia da polícia, em Fortaleza
De maneira diferente, a reportagem apresenta as
Foram apreendidos três aparelhos opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões
celulares roubados e uma arma de Lead são o principal “ingrediente” dos textos desse gênero,
fogo com seis munições. representado, predominantemente, pela sequência
argumentativa.
Um casal suspeito de realizar assal- É importante relembrarmos que o tipo textual
tos foi preso após capotar um carro argumentativo é organizado em três macropartes:
ao dirigir na contramão enquanto tese, desenvolvimento e conclusão. Por manter esse
fugia da polícia na tarde desde do- padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais
LÍNGUA PORTUGUESA
mingo (13), no Bairro Henrique Jor- de ampla repercussão e interesse do público, algo que
ge, em Fortaleza. não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia
Uma das vítimas, que preferiu não busca apenas a divulgação da informação.
Corpo da Notícia
se identificar, disse que os assal- Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
tantes dirigiam em alta velocidade tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
pelas ruas após abordar de forma como televisão, computador, tablet, celular etc. As
fria os pertences. “A mulher estava reportagens têm um caráter de “matérias especiais”
conduzindo o carro e o comparsa em jornais de ampla repercussão, mas também podem
dela abordava as pessoas colocan-
ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e
do a arma na cabeça”, afirmou.
jornais. Com o avanço do uso das redes sociais, entre-
tanto, elas têm sido os principais meios de divulgação
Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 30 ago. 2021. desse gênero atualmente. 13
Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor- um processo que prevê uma operação constante de
tagem apresenta informações mais detalhadas sobre sustentação das afirmações realizadas, por meio
um fato e/ou fenômeno de grande relevância social. da apresentação de dados consistentes que possam
Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados convencer o interlocutor (2011, p. 305).
que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
trua sua própria opinião sobre o tema. Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero,
A despeito dessas diferenças na construção dos o escritor deverá usar diversos saberes, como conhe-
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar- cimentos enciclopédicos, interacionais, textuais e
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às
linguísticos.
perguntas:
É por meio da escolha de determinados recursos
O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem? linguísticos que percebemos que nada é por acaso,
pois a cada escolha há uma intenção: “... toda ativida-
Essas perguntas norteiam a escrita tanto da repor- de de interpretação presente no cotidiano da lingua-
tagem quanto da notícia, que se diferencia da primei- gem fundamenta-se na suposição de quem fala tem
ra por seu caráter essencialmente informativo. certas intenções ao comunicar-se”1.
Para darmos uma opinião sobre determinado
NOTÍCIA REPORTAGEM
tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre
Questiona fatos e efeitos ele. Por isso, normalmente, os autores de artigos de
Apresenta um fato de for-
de um fato determinado opinião são especialistas no assunto por eles aborda-
ma simples e objetiva
Apresenta argumentos so- do. Ao escolherem um assunto, os autores devem con-
Objetivo é informar
bre um mesmo fato siderar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo
Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa assunto e, dependendo de sua intenção, apoiar ou
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem de- negar determinadas vozes.
Conteúdo segue o modelo
terminada, pode apresentar Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de
da pirâmide invertida (vis-
entrevistas, dados, ima-
to anteriormente) um texto de opinião deve ser simples, direta e convin-
gens, etc.
cente. Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primei-
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. ra ser adequada para um artigo de opinião pessoal;
Adaptado. porém, ao escolher a terceira pessoa do singular, o
articulista consegue dar um tom impessoal ao seu tex-
É importante ressaltar que nenhum gênero é to, fazendo com que sua produção textual não fique
composto apenas por uma única sequência textual. centrada só em suas próprias opiniões.
Portanto, a reportagem também apresentará esse Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu- guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
mentativo, porém pode apresentar outras sequências estruturação:
textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estu- z Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
dos sobre os principais gêneros textuais que são obje- cedentes e alcance para situar a questão polêmica;
to de provas de concurso com um dos gêneros mais z Tomada de posição — exposição de argumentos
comuns em provas: o artigo de opinião. de modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da pro-
Artigo de opinião dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti-
culadas e o texto é concluído.
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos
que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumen- ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO
tação para analisar, avaliar e responder a uma ques- Identificação da questão polêmica alvo
tão controversa. Esse instrumento textual situa-se no Introdução
de debate no texto
âmbito do discurso jornalístico, pois é um gênero que
Tese do autor (posicionamento
circula, principalmente, em jornais e revistas impres-
defendido)
sos ou virtuais. Tese contrária (posicionamentos de ter-
No artigo de opinião, temos a discussão de um Desenvolvimento
ceiros) – aceitação ou refutação
problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, Argumentos a favor da tese do autor do
podemos defender nossa opinião, como também refu- texto
tar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor Fechamento do texto e reforço do posi-
soluções para a questão controversa. Conclusão
cionamento adotado
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi-
nião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele
No processo de escrita de qualquer texto é pre-
terá que usar de informações, fatos e opiniões que
ciso estar atento aos elementos de coesão que ligam
serão seus argumentos.
as ideias do autor aos seus argumentos. Porém, nos
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
textos argumentativos, é fundamental prestar ainda
mais atenção a esse processo; por isso, atente-se à
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que
se busca convencer o outro de uma determinada coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por A fim continuarmos nos estudos de textos argu-
meio de um processo de argumentação a favor de mentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando
uma determinada posição assumida pelo produtor outro gênero frequentemente presente nas provas de
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
14 1 KOCH, 2011, p. 22.
Editorial
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o editorial,
gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de comunicação. Neste
tópico, nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas diferenças em relação ao artigo
de opinião.
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou o pro-
blema social a ser debatido no texto; posteriormente, segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e con-
clui-se com a retomada da opinião apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que o editorial representa a opinião de uma corpo-
ração, empresa ou instituição.
Marcas linguísticas:
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos públicos,
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.
A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de gêne-
ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os gêneros. Apesar
disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo esse critério,
o próximo gênero estudado é a crônica.
Crônica
O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se torna-
ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de con-
curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a competência
gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.
LÍNGUA PORTUGUESA
Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica, atualmente
podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito divulgado nas redes
sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão (intro-
dução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que passeia
pelos ambientes literários e jornalísticos. 15
Apresenta um teor opinativo forte, com observa-
ção dos fatos sociais mais atuais. Outra característica RECURSOS ESTILÍSTICOS
presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, (OU FIGURAS DE LINGUAGEM)
como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença
do tom sarcástico que a crônica pode ter. FIGURAS DE SINTAXE
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O Consistem em modificações da estrutura da oração
que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em (ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou repe-
que podemos identificar as principais características tição de termos. Nesse caso, essas alterações ocorrem
desse gênero: para conferir mais expressividade ao enunciado.
Elipse
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momen- Utilizada para omitir termos numa oração que não
to em que que a isenção de impostos sobre o objeto foram mencionados anteriormente, mas que podem
primeiro da cultura e do conhecimento está em risco. ser facilmente identificados pelo interlocutor. Essa
omissão pode ser percebida por indícios gramaticais
Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda
ou dentro do próprio contexto.
mais a leitura de quem tanto precisa dela.
Ex.: Ana Rita arrumou-se para o trabalho. Estava
Um livro é:
atrasada. (“elipse sujeito -ela”)
— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo
Os alunos e as alunas, mãos erguidas contra os
para jovens estudantes e disse a eles que o ofício políticos, caminhavam pelas ruas. (elipse da preposi-
de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a ção – “de mãos erguidas”)
cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-
-las com harmonia. Zeugma
— A nave espacial que nos permite viajar no tempo
para a frente e para trás. Habitar o passado ao tem- Considerado um caso particular de elipse, o zeug-
po em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto ma consiste omissão em orações seguintes de palavras
de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: expressas na oração anterior.
o do presente, com todos os conhecimentos adquiri- Ex.: Eu sou professora; minha amiga, advogada.
dos e as novas maneiras de viver. […] Desembrulhe essa caixa enquanto eu desembru-
— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte lho a outra.
que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra
Pleonasmo
e música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora
da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do Consiste na repetição de termos ou ideias com o
alheio e ponto de encontro com nosso núcleo mais objetivo de realçá-las, tornando-as mais expressivas.
profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para Ex.: “É rir meu riso e derramar meu pranto”. (Viní-
que cada um possa abrir a sua. cius de Moraes)
— A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões “Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se
enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agi- a si mesma.” (Machado de Assis).
tam suas múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram Dica
postas nos livros que deram origem às religiões e ne-
Existe o pleonasmo literário, que é um recurso
les conservadas.
estilístico aceitável e muito explorado na litera-
tura e na música. O problema é quando o pleo-
Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. nasmo se torna vicioso. Expressões como “fatos
Adaptado.
reais”, “subir para cima”, “ganhar de graça”, “cego
dos olhos” e outras constituem um vício de lin-
Essa crônica trata de um assunto bem atual: o guagem. A repetição da ideia torna-se, portanto,
aumento da carga tributária que incide sobre o pre- desnecessária, pois não traz nenhum reforço à
ço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue ideia apresentada.
argumentando sobre a importância dos livros na
sociedade com um ponto de vista ladeado pela litera- Polissíndeto
tura, o que fortalece sua argumentação.
Figura que consiste no uso excessivo e repetitivo
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex-
de conjunções.
tuais, é importante fazermos uma observação rele-
Ex.: “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...” (Ola-
vante sobre o assunto. Para muitos autores, os gêneros vo Bilac)
não apenas moldam formas de texto, mas formas de “Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto
dizer marcadas pelo discurso. Por isso, em algumas Oliveira)
metodologias, os gêneros serão tratados como “do
discurso”. Assíndeto
Gêneros do discurso marcam o processo de inte-
É a figura que consiste na omissão reiterada de
ração verbal. Como todo discurso materializa-se por conjunções. Geralmente a conjunção omitida é a coor-
meio de textos, a nomenclatura gêneros textuais tor- denativa. Essa estratégia torna a leitura do texto mais
na-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. clara e dinâmica.
Podemos distinguir as duas variantes vocabulares de Ex.: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se
acordo com as demandas sociais e culturais de estudo esqueça.” (Pitty)
16 dos gêneros. “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
Anáfora Silepse
Consiste na repetição de palavra ou expressões no Consiste na concordância com o termo que está
início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum subtendido na oração e não com o termo expresso na
em textos estruturados em versos consecutivos (poe- oração. (Concordância ideológica). Existem três tipos
mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a de silepse:
mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido.
z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre
Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e
É um resto de toco, é um pouco sozinho adjetivos. Notamos na oração a presença do con-
É um caco de vidro, é a vida, é o sol traste entre os gêneros masculino e feminino.
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom
Jobim) Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de tra-
“Quando não tinha nada eu quis tamento certamente se refere a alguma autoridade do
Quando tudo era ausência, esperei sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.)
Quando tive frio, tremi
z Silepse de Número: Há uma discordância entre o
Quando tive coragem, liguei”. (Daniela Mercury)
verbo e o sujeito da oração quando ele expressa
Aliteração uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo con-
corda com a ideia que nele está contida.
Recurso sonoro que consiste na repetição de sons
consonantais para intensificar a rima e o ritmo. Ex.: A turma era barulhenta, falavam alto. (“fala-
vam” concorda com “alunos”)
Ex.: “Chove chuva choverando” (Oswald de Andrade)
“Se desmorono ou se edifico, z Silepse de Pessoa: Há uma discordância entre o
se permaneço ou me desfaço, verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujeito
— não sei, não sei. Não sei se fico da oração. Geralmente o emissor se inclui no sujei-
ou passo.” (Cecília Meireles) to expresso em 3ª pessoa do plural, realizando a
flexão verbal na primeira pessoa.
Assonância
Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do
Figura de linguagem que aborda o uso de som em futebol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)
harmonia. Caracterizada pela repetição de vogais.
Anacoluto
Ex.: “A pálida lágrima de Flávia” – repetição da
Consiste na quebra ou interrupção da estrutura
vogal a.
normal. Um dos termos da oração fica desvinculado
“Amo muito tudo isso” – repetição do som da vogal u.
do restante da sentença e não estabelece nenhuma
Onomatopeia ligação sintática com os demais.
Recurso sonoro que procura representar os sons Ex.: Meu vizinho, ouvi dizer que está muito doente.
específicos de objetos, animais ou pessoas a partir de
FIGURAS DE PALAVRAS
uma percepção aproximada da realidade.
As figuras de palavras estão associadas ao signifi-
Ex.: “O tic-tac do relógio me deixava mais angus-
cado delas. Caracterizam-se por apresentar uma subs-
tiado na prova”. tituição ou transposição do sentido real da palavra
“Psiiiiiu! – Falou o professor no momento da para assumir um sentido figurado construído dentro
reunião”. de um contexto. A substituição de uma palavra por
outra pode acontecer por uma relação muito próxi-
Hipérbato ou Inversão
ma (contiguidade) ou por uma comparação/analogia
Caracteriza-se pela inversão proposital da ordem (similaridade).
direta dos termos da oração. Essa inversão confere
Comparação
maior efeito estilístico na construção do enunciado.
Analogia explícita entre dois termos; a principal
Ex.: “Os bons vi sempre passar / no mundo graves diferença entre a comparação e a metáfora, que é
tormentos” (Luiz Vaz de Camões) outro tipo de relação de semelhança, é que a compa-
Na ordem direta seria: Eu sempre vi passar os ração se estabelece com o uso de conectivos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Sinédoque
Antonomásia ou Perífrase
Paradoxo
dar maior ênfase à mensagem expressa pelo emissor. Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa-
perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro-
Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
na forma e na articulação dução de sentido/relação
Nossos destinos foram traçados na maternidade”.
entre as ideias lógica
(Cazuza)
“Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”.
(Pollo) Fonte: Elaborado pela autora.
to, auxiliando também a construção da coesão textual. linguagem de uma gramática; neste material, iremos
nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa
USO DE NOMINALIZAÇÃO seção. Aqui é importante salientar as propriedades
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
As expressões que retomam ideias e nomes, já apre- pósito de manter a coesão textual.
sentados no texto, mediante outras formas de expressão,
podem ser analisadas como processos nominalizado- Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir
nominais. um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên-
Essas expressões recuperam informações median- cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas
uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. recuperável por marcas do próprio contexto verbal”.
Vejamos um exemplo: Vejamos como ocorre, a partir do segmento a seguir: 21
“O Brasil evoluiu bastante desde o iní- Como não havia estudado suficiente,
CAUSAL
cio do século XXI. O país proporcionou resolvi não fazer essa prova
a inclusão social de muitas pessoas. A Falaram tão mal do filme que ele nem
SEM ELIPSE CONSECUTIVA
nação obteve notoriedade internacional entrou em cartaz
por causa disso. A pátria, porém, ainda
enfrenta certas adversidades...” COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do Conforme o Ministro da Economia,
CONFORMATIVA
século XXI e proporcionou a inclusão social os concursos não irão acabar
de muitas pessoas, por causa disso obteve COM ELIPSE Ainda que vivamos um período de
notoriedade internacional, porém ainda en- CONCESSIVA poucos concursos, não podemos
frenta certas adversidades...” desanimar
Se estudarmos, conseguiremos ser
COESÃO SEQUENCIAL CONDICIONAL
aprovados!
A coesão sequencial é responsável por organizar a À proporção que aumentava seus ho-
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- PROPORCIONAL rários de estudo, mais forte o candi-
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- dato se tornava
mover a evolução do debate assumido pelo autor. Estudava sempre com afinco, a fim
FINAL
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a de ser aprovado
partir de locuções que marcam tempo, conjunções,
Quando o edital for publicado, já es-
desinências e modos verbais. Neste material, iremos TEMPORAL
tarei adiantado nos estudos
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que
são utilizadas para garantir a progressão textual.
A ortografia é o ramo que estuda a variedade for- z Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados.
mal da escrita das palavras. Veja, por meio de algu- O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer
mas regras, como acabar com suas dúvidas e escrever uma das vogais:
corretamente.
Ex.: Sapato, segurança, situação, solteiro, sucesso.
Emprego do X e do CH z O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”:
O “X” é utilizado:
z Após os ditongos (encontro de duas vogais). Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema.
Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo, z O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre
encaixe, paixão, frouxo vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho; das de uma palavra com “S” no início passam a ser
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/:
z Após as sílabas “en” e “me”.
Ex.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir
Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxu-
– Prosseguir.
gar, mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho.
Algumas palavras formadas por prefixação (pre-
fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente, z O “SS” é utilizado somente entre vogais:
encharcar etc.).
Exceção: mecha (de cabelo); Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível.
Casos Proibitivos
USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Diferente dos casos em que o uso da crase é con-
Outro assunto de grande dúvida e que é frequen- vencionado, temos os casos específicos da língua em
temente abordado em diversos editais de concurso é que o seu uso é proibido. Vejamos:
o uso da crase, fenômeno gramatical que corresponde
à junção da preposição a + artigo feminino definido a,
� Antes de nomes masculinos.
ou da junção da preposição a + os pronomes relativos
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
aquele, aquela ou aquilo. Representa-se graficamen-
rial agrada a todos.” (MM)
te pela marcação (`) + (a) = (à).
O carro é movido a álcool.
Venda a prazo.
Ex.: Entregue o relatório à diretora.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. � Antes de palavras femininas que não aceitam
artigos.
Regra geral: haverá crase sempre que o termo Ex.: Iremos a Portugal.
antecedente exija a preposição a e o termo conse-
quente aceite o artigo a. Macete de crase em casos relacionados ao
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) deslocamento/viagem:
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- Se vou a; Volto da = Crase há!
ge preposição).
LÍNGUA PORTUGUESA
Os artigos devem concordar em gênero e número z Durante a votação, houve um deputado que se
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- posicionou contra o projeto.
minantes dos substantivos. z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
cionou contra o projeto.
Essa classe está dividida em artigos definidos e
artigos indefinidos. Os definidos funcionam como
Na primeira frase, podemos substituir o termo um
determinantes objetivos, individualizando a palavra,
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
já os indefinidos funcionam como determinantes o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
imprecisos. der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
um —variam em gênero e número, tornando-se “os, por exemplo.
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os Já na segunda oração, a alteração do gênero não
indefinidos. Assim, temos: implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
z Artigos definidos: o, os; a, as; deputado, marcando a quantidade.
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
Os artigos podem ser combinados às preposições. que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
São as chamadas contrações. Algumas contrações Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
comuns na língua são: seguir:
São palavras que se relacionam diretamente ao Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi- característica básica dessa classe é admitir um deter-
ção. Os numerais podem ser: minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle-
xionam-se em gênero, número e grau.
z Cardinais: Indicam quantidade em si. Ex.: Dois
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os Tipos de Substantivos
meninos eram bons em português;
z Ordinais: Indicam a ordem de sucessão de uma A classificação dos substantivos admite nove tipos
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che- diferentes. São eles:
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: Indicam o número de vezes pelo z Simples: Formados a partir de um único radical.
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.: Ex.: vento, escola;
Ele ganha o triplo no novo emprego; z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
z Fracionários: Indicam frações, divisões ou dimi- ção. Ex.: couve-flor, aguardente;
nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
LÍNGUA PORTUGUESA
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele substantivo. Ex.: pedra, dente;
recebeu metade do pagamento. z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.:
pedreiro, dentista;
z Concreto: Designam seres com independência
Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma pendentemente de sua conotação espiritual ou
quantidade exata de seres/conceitos. Veja: real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro;
z Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua-
Dúzia: conjunto de doze unidades; lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
Novena: período de nove dias; em função de outros seres. A feiura, por exemplo,
Década: período de dez anos; depende de uma pessoa, um substantivo concreto
Século: período de cem anos; a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora-
Bimestre: período de dois meses. gem, liberalismo, feiura; 27
z Comum: Designam todos os seres de uma espécie. Além disso, algumas palavras na língua causam
Ex.: homem, cidade; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: das em contextos informais com gêneros diferentes.
Pedro, Fortaleza; Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. fonema; o trema.
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
É importante destacar que a classificação de um mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
substantivo depende do contexto em que ele está inse- masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
rido. Vejamos: sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma
pessoa = Próprio); Flexão de Número
O amigo mostrou-se um judas (judas significando
traidor = comum). Os substantivos flexionam-se em número, de
maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:
Flexão de Gênero Casa / casas.
Porém, podem apresentar outras terminações:
Os gêneros do substantivo são masculino e males, reais, animais, projéteis etc.
feminino. Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
formes. Os substantivos uniformes podem ser: terminada em L e que tem como plural “males”.
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
te / a cliente; O líder / a líder; mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
z Epicenos: Designam geralmente animais que e méis.
apresentam distinção entre masculino e feminino, Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; Ex.: capelães, capitães, escrivães.
onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá Contudo, há substantivos que admitem até três
fêmea; girafa macho / girafa fêmea; formas de plural, como os seguintes:
z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo). 31
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passi-
vidade, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Colapso foi ameaçado. Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
GRAU -
SUPERLATIVO Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
32
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes de tratamento são formas que expres- Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
apresentam algumas peculiaridades importantes: e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
z Vossa: Designa a pessoa a quem se fala (relativo a
2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a PRONOMES INDEFINIDOS2
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa Variáveis Invariáveis
do singular. Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém
Todo, toda, todos, todas Quem
z Sua: Designa a pessoa de quem se fala (relativo a
3ª pessoa). Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri-
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
z Bastante (pronome indefinido): Concorda com z Referência a um tempo muito remoto, um passa-
o substantivo, indicando grande, porém incerta, do muito distante.
quantidade de algo.
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros. tas abertas. Bons tempos aqueles!
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
apontam elementos a que se referem as pessoas do
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa- z Referência ao espaço textual, indicando o pri-
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço meiro termo de uma relação expositiva.
textual.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas; riu beber chá; aquela, refrigerante.
z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas; Dica
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
Usamos este, esta, isto para indicar: ção demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
LÍNGUA PORTUGUESA
z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos O tempo designa o recorte temporal em que a ação
que atraem o pronome para ênclise: verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
to honrada com esse título. a seguir:
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
favor. z Presente:
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante. Pode expressar não apenas um fato atual, como
também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
Casos proibidos: no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / instala uma ditadura.
Dá-me esse caderno! (certo). Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- (equivalente a estudarei).
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
-se de nada (correto). z Passado:
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente
no passado.
VERBOS
Ex.: Estudei até ser aprovado;
Certamente, a classe de palavras mais complexa e
importante dentre as palavras da língua portuguesa é Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que
o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
e os agentes desses atos, além de ser uma importante durativa.
classe sempre abordada nos editais de concursos; por
isso, atente-se às nossas dicas. Ex.: Estudava todos os dias;
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à
ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um outra mais antiga.
fato.
As flexões verbais são marcadas por desinências, Ex.: Quando notei (passado), a água já transborda-
LÍNGUA PORTUGUESA
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal particípio.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-
cipal no particípio.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
z Particípio: Marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
38 -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina.
Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:
z Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:
z Irregulares: Os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:
Eu estou Estive
Tu estás Estiveste
Ele/ você está Esteve
Nós estamos Estivemos
Vós estais Estivestes
Eles/ vocês estão Estiveram
z Anômalos: Esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir. 39
Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.
z Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:
z Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.
z Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
z Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente.
z Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia mui-
tos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
LÍNGUA PORTUGUESA
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos
que não vejo Mariana”.
z Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
regência estabelecida na oração.
Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
passiva analítica.
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos: 41
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor Importante! Não confunda os verbos pronomi-
durativo da ação e equivale a um advérbio ou nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando. que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi- pronome que faz parte integrante do seu significado,
ficado em particípio regular e irregular, sendo diferentemente das vozes verbais, que acompanham
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido. o pronome “se” com função sintática própria.
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se”
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se será parte integrante dos verbos pronominais,
cumprimentaram. acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva estar explícito ou implícito.
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a
42 objeto direto. filha.
z Partícula de realce: Será partícula de realce o Conjugação de Alguns Verbos
“se” que puder ser retirado do contexto sem pre-
juízo no sentido e na compreensão global do texto. Vamos agora conhecer algumas conjugações de
A partícula de realce não exerce função sintática, verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
pois é desnecessária. to de questões em concursos.
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
PRESENTE — INDICATIVO
z Conjunção: O “se” será conjunção condicional
Eu Adiro
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
“se” exerce função de conjunção integrante, ape- Tu Aderes
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Ele/Você Adere
pela conjunção “caso”.
Nós Aderimos
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu- Vós Aderis
dar, será aprovado).
Eles/Vocês Aderem
Conjugação de Verbos Derivados
A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
Verbo derivado é aquele que deriva de um ver- São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
verbos, é importante ter clara a conjugação de seus entrepor, supor.
“originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu- PRESENTE — INDICATIVO
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
relevantes em provas diversas: Eu Ponho
Tu Pões
z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor;
z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se; Ele/Você Põe
z Ver: Antever, rever, prever; Nós Pomos
z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
Vós Pondes
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Eles/Vocês Põem
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. PREPOSIÇÕES
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais Conceito
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
ção são, predominantemente, regulares.
São palavras invariáveis que ligam orações ou
outras palavras. As preposições apresentam funções
PRESENTE — INDICATIVO importantes tanto no aspecto semântico quanto no
Eu Crio aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Tu Crias verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
sem a presença da preposição, modificando a transiti-
Ele/Você Cria vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
Nós Criamos sentido de palavras deverbais4.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
Vós Criais
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
Eles/Vocês Criam te, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- chamadas pois pertencem a outras classes grama-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
conjugação do verbo “passear”: equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
LÍNGUA PORTUGUESA
PRESENTE — INDICATIVO
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
Eu Passeio plos de uso em diferentes situações:
Tu Passeias
“A”
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
Vós Passeais z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Eles/Vocês Passeiam Santos à Bahia;
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 43
z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi bom;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Direção: Levantar as mãos aos céus; mãos em concha;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; res em reais;
z Lugar: Ir a Santa Catarina; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Modo: Falar aos gritos; z Fim: Pedir em casamento;
z Sucessão: Dia a dia; z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Modo: Escrever em francês;
z Proximidade: Estar à janela. z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
“Após” z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
dólares; z Direção: Ir sobre o adversário;
44 z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Lugar: Cair sobre o inimigo.
Locuções Prepositivas Veja a lista a seguir6, que apresenta as preposições
que se contraem e suas devidas formas:
São grupos de palavras que equivalem a uma
preposição. z Preposição “a”:
Com advérbio:
Combinações e Contrações
LÍNGUA PORTUGUESA
de + aqui= daqui
As preposições podem se ligar a outras palavras de de + aí= daí
outras classes gramaticais por meio de dois processos: de + ali= dali
combinação e contração.
Combinação: Quando se ligam sem sofrer nenhu- z Preposição “em”:
ma redução.
a + o = ao Com artigo definido:
a + os = aos
Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem em + a(s)= na, nas
redução. em + o(s)= no, nos
5 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
6 Disponível em: <https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2020. 45
Com pronome demonstrativo: VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
PREPOSIÇÕES
em + esse(s)= nesse, nesses
Posse Carro de Marcelo
em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso Lugar O cachorro está sob a mesa
em + este(s) = neste, nestes Votar em branco / Chegar aos
Modo
em + esta(s) = nesta, nestas gritos
em + isto = nisto Causa Preso por agressão
em + aquele(s) = naquele, naqueles
Assunto Falar sobre política
em + aquela(s) = naquelas
em + aquilo = naquilo Origem Descende de família simples
Olhe para frente! / Iremos a
Destino
Com pronome pessoal: Paris
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como,
Preposições não só, mas também, não apenas, como ainda,
senão (após não só).
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar
o que significa Semântica. Semântica é a área do Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
conhecimento que relaciona o significado da palavra
ao seu contexto.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de
É importante ressaltar que as preposições podem
toda família.
apresentar valor relacional ou podem atribuir um
valor nocional.
As preposições que apresentam um valor rela- z Adversativa: Colocam informações em oposição,
cional cumprem uma relação sintática com verbos contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
bios, os quais também apresentarão função deverbal. A culpa não foi a população, senão dos vereadores
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida (equivale a “mas sim”).
pela regência do verbo concordar). Importante: A conjunção “e” pode apresentar
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
complemento nominal). da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- não deixava.
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo z Alternativas: Ligam orações com ideias que não
advérbio). acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
Em todos esses casos, a preposição mantém uma
ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
relação sintática com a classe de palavras a qual se
liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na
Ex.: Estude ou vá para a festa.
sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
nal é preponderante apresentam uma modificação Importante: A palavra “senão” pode funcionar
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
componentes obrigatórios na construção da senten- marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
As preposições de valor nocional estabelecem uma z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
46 etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: que, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tives-
enxada! se gostado.
Viva bem, pois isso é o mais importante. Trabalhava, por mais que a perna doesse.
Importante: “Pois” com sentido explicativo ini-
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
saudades. hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado que, a menos que, somente se etc.
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
pois, a subir. Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido
sua mensagem.
z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a Posso lhe ajudar, caso necessite.
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
destarte, pois (deslocado na frase). porção que, à medida que, quanto mais...mais,
quanto menos...menos etc.
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se. Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que que, a fim de que etc.
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
concomitante acarreta em redundância. Ex.: A professora dá exemplos para que você
aprenda!
Conjunções Subordinativas Comprou um computador a fim de que pudesse
trabalhar tranquilamente.
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações logo que, desde que etc.
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido. Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
do Futuro.
z Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa. Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
uma vez que, como (equivale a porque) etc.
Importante!
Ex.: Como não choveu, a represa secou. Os valores semânticos das conjunções não se
prendem às formas morfológicas desses elemen-
z Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia tos. O valor das conjunções é construído contex-
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de tualmente, por isso, é fundamental estar atento
modo que, de forma que, de sorte que etc. aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
z Comparativa: Iniciam orações comparando ações
ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,
maior), tanto... quanto etc. Conjunções Integrantes
Ex.: Corria como um touro. As conjunções integrantes fazem parte das orações
Ela dança tanto quanto Carlos. subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
LÍNGUA PORTUGUESA
z Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia z Sempre haverá conjunção integrante em orações
contrária à da oração principal. Embora, conquanto, substantivas e, consequentemente, em períodos
ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc. compostos. 47
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O A pequena garota andava sozinha pela cidade.
quê? Isso). A: Artigo, feminino, singular;
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- Garota: Substantivo, feminino, singular.
bo e uma conjunção integrante.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
(errado). número (singular) do substantivo.
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
cia: verbal e nominal.
INTERJEIÇÕES
Concordância Verbal
As interjeições também fazem parte do grupo de
palavras invariáveis, tal como as preposições e as É a adaptação em número – singular ou plural –
conjunções. Sua função é expressar estado de espíri- e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
to e emoções; por isso, apresentam forte conotação sujeito.
semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
uma frase. Ex.: Tchau! Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
As interjeições indicam relações de sentido diver- insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
sas. A seguir, apresentamos um quadro com os sen- sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros,
timentos e sensações mais expressos pelo uso de pois houve influências de todos os povos aqui: euro-
interjeições: peus, asiáticos e africanos.”
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! singular.
Alívio Arre! Ufa! Ah! Destrinchando o período, temos que os termos
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! cado verbal.
Repulsa Irra! Fora! Abaixo! Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
Verbo bitransitivo: Prefiro
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz! Objeto direto: natação
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau! Objeto indireto: a futebol
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
Concordância Verbal com o Sujeito Simples
É salutar lembrar que o sentido exato de cada Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- sujeito.
texto. Por isso, em questões que abordem essa classe Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a exorbitante.
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
expresso no texto. Diferentes situações:
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio- z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
por exemplo, que são interjeições por excelência, mas multidão gritou entusiasmada.
que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
alterado.
bo posterior ao pronome relativo concorda com o
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Ora bolas! Valha-me Deus! z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
quem resolveu a questão.
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
verbo fica no singular ou no plural. singular
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
davam. (preferencialmente no singular)
� Gradação entre os núcleos do sujeito
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
me acalmar. (preferencialmente no singular)
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Mais de um aluno compareceu à aula. � Núcleos do sujeito no infinitivo
Mais de cinco alunos compareceram à aula. Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
A expressão mais de um tem particularidades: se
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
mitivo (nada, tudo, ninguém)
recíproco se), se houver coletivo especificado ou
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
se a expressão vier repetida, o verbo fica no plural.
Ex.: Mais de um irmão se abraçaram. � Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa. nem um nem outro
Mais de um aluno, mais de um professor esta- Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
vam presentes. � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
z Quando o sujeito é formado po um número per- Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
centual ou fracionário, o verbo concorda com o foco nos estudos.
numerado ou com o número inteiro, mas pode � Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
concordar com o especificador dele. Se o numeral como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
vier precedido de um determinante, o verbo con- bem como, assim como, tanto quanto
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final.
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
viver bem. aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. como; não só... mas também etc.)
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. popularidade em alta.
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a co núcleo, o verbo fica no singular concordando
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não com o núcleo único. Mas, se houver determinante
chegou. (Duas horas deram...) após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu) sujeito passa a ser composto.
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
badaladas soaram) aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio combustíveis aumentaram.
da escola soou dez badaladas)
Concordância Verbal do Verbo Ser
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância do Infinitivo Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- � Sujeito posposto distanciado
to esclarecido) Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito brasileira seres estranhos.
implícito “nós”)
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. � Verbos impessoais (haver e fazer)
(dois pronomes implícitos: eu, nós) Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
Havia problemas no setor.
Até me encontrarem, vocês terão de procurar
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
muito. (preposição no início da oração)
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
(verbos pronominais) � Verbo na voz passiva sintética
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
indicando tempo)
� Verbo concordando com o antecedente correto
Estudo para me considerarem capaz de aprova-
do pronome relativo ao qual se liga
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
tinham experiência.
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no � Sujeito coletivo com especificador plural
particípio) Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: � Sujeito oracional
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
ção verbal) singular)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
sendo sujeito do infinitivo) to ou complemento no plural
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo atrito. (verbo no singular)
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”. Casos Facultativos
Flexão apenas do segundo elemento Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
� Nos substantivos compostos formados por tema Objeto direto: os favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
adjetivo: V. T. I.: se esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto indireto: dos favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
ex-namorado – ex-namorados; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
vice-presidente – vice-presidentes. alterando seu significado.
� Nos substantivos compostos em que há repeti- Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
ção do primeiro elemento: (aspiramos = sorvemos)
zum-zum – zum-zuns; V. T. D.: aspiramos
tico-tico – tico-ticos; Objeto direto: ar poluídos.
lufa-lufa – lufa-lufas; Os funcionários aspiram a um mês de férias.
reco-reco – reco-recos. (aspiram = almejam)
� Nos substantivos compostos grafados ligada- V. T. I.: aspiram
mente, sem hífen: Objeto indireto: a um mês de férias
girassol – girassóis;
pontapé – pontapés; A seguir, uma lista dos principais verbos que
mandachuva – mandachuvas; geram dúvidas quanto à regência:
fidalgo – fidalgos.
� Abraçar: transitivo direto
� Nos substantivos compostos formados com
Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
grão, grã e bel:
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
grão-duque – grão-duques;
grã-fino – grã-finos; � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
bel-prazer – bel-prazeres. Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
Não flexão dos elementos to com sentido de “acariciar”)
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor- no sentido de “ser agradável a”)
re em frases substantivadas e em substantivos � Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
compostos por um tema verbal e uma palavra transitivo direto e indireto
invariável ou outro tema verbal oposto: Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
o disse me disse – os disse me disse; personificado)
o leva e traz – os leva e traz; Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
o cola-tudo – os cola-tudo. personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
REGÊNCIA reto: refere-se a coisas e pessoas)
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se � Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou preposição a, rege indiferentemente objeto direto
advérbio) exige complemento preposicionado, esse e objeto indireto.
nome é um termo regente, e seu complemento é um Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
LÍNGUA PORTUGUESA
termo regido, pois há uma relação de dependência Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
entre o nome e seu complemento. indireto)
O nome exige um complemento nominal sempre ini- Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em rege apenas objeto direto:
forma de pronome oblíquo átono. Ajudaram o ladrão a fugir.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
foram leais. direto:
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei- Ajudei-o muito à noite.
to (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
sujeito (desprovido de preposição). sitivo direto com sentido de “angustiar”) 53
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” reto, com as preposições em e por
como complemento) Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- tivo direto e indireto
vo direto com sentido de “respirar”) Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo sitivo com sentido de “cortejar”)
indireto no sentido de “desejar”) Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
indireto com sentido de “desejar muito”)
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“prestar assistência” “encantar-se”)
O médico assistia os acidentados.
O médico assistia aos acidentados. � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
Não assisti ao final da série. Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio. tivo direto e indireto
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
res de pessoas.” Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
indireto)
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto direto e indireto)
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
transitivo direto e indireto
vo indireto)
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
to e indireto)
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de indireto)
predicativo do objeto � Suceder: intransitivo; transitivo direto
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
to com sentido de “convocar”) sentido de “ocorrer”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
dicativo do objeto com sentido de “denominar, de “vir depois”)
qualificar”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- Regência Nominal
reto; intransitivo
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
indireto com sentido de “ser difícil”) bios) exigem complementos preposicionados, exceto
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo) Advérbios Terminados em “mente”
A vírgula é facultativa quando a expressão de Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
LÍNGUA PORTUGUESA
tempo, modo ou lugar não for uma expressão, mas não foi concluída.
uma palavra só. Exemplos: Servem para:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço � Introduzir uma citação (discurso direto).
em casa. Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Ontem, choveu o esperado para o mês todo. respostas”.
Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono � Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, distributivo ou uma oração subordinada substan-
ficou com sono durante a aula. tiva apositiva.
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
amanhã, se não chover. sores, jornalistas, médicos. 55
� Introduzir uma explicação ou enumeração após Usa-se:
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
saber, como. � Em frase interrogativa direta.
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
Filosofia, Ciências...
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas � Entre parênteses para indicar incerteza.
(relação semântica de oposição, explicação/causa Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
ou consequência). que havia palavra melhor no contexto.
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
homem culto.
surpresa.
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
cautela. Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � É empregado para marcar o fim de uma frase com
discurso de interlocutor. entonação exclamativa.
Ex.: Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Maria! Coitada dessa criança!
– Bom dia, Pedro!
� Aparece após uma interjeição.
Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
� Serve também para colocar em relevo certas
expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos.
colchetes. Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) marcar uma ênfase.
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
vamos jantar. (oração intercalada)
metros em 20 segundos!!!
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
Reticências
Parênteses
São usadas para:
Têm função semelhante à dos travessões e das
vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- � Assinalar interrupção do pensamento.
mos, expressões ou orações. Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) ― Pode dizer...
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) � Indicar partes suprimidas de um texto.
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
jantar. (oração intercalada)
desceu as escadas apressadamente. (Também pode
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
Ponto-final
depois desceu as escadas apressadamente.)
Usa-se o ponto no final nos seguintes casos: � Para sugerir prolongamento da fala.
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de ― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
período.
� Para indicar hesitação.
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Carlos Drummond de Andrade Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
vergonha.
� Nas abreviaturas.
Ex.: apart. ou apto. = apartamento � Para realçar uma palavra ou expressão, normal-
sec. = secretário mente com outras intenções.
a.C. = antes de Cristo Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- São usadas em citações ou em algum termo que
tos químicos não vêm com ponto final: precisa ser destacado no texto, como por exemplo
Exemplos: km, m, cm, He, K, C palavras de origem estrangeira ou gírias.
Usam-se nos seguintes casos:
Ponto de Interrogação
� Antes e depois de citações.
Marca uma entonação ascendente (elevação da Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
56 voz) em tom questionador. afirma Dad Squarisi, 64.
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- Uso da Barra
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
que desejava. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
Não gosto de “pavonismos”. substituída pela conjunção “ou”.
Dê um “up” no seu visual. Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta.
às vezes com ironia ou malícia. � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão. ção das conjunções e/ou.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
sonoro. e/ou escritos.
� Para citar nomes de mídias, livros etc. � Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. ção entre si.
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
Colchetes (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h.
Representam uma variante dos parênteses, porém
tem uso mais restrito. � Para separar os versos de poesias, quando escritos
Usam-se nos seguintes casos: seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
barras para indicar a separação das estrofes.
� Para incluir num texto uma observação de nature- Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
za elucidativa. passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”. te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), não foi escrita na sua totalidade.
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado Ex.: a/c = aos cuidados de;
que pareça, o texto original é assim mesmo. s/ = sem
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
do.” (Machado de Assis) � Para separar o numerador do denominador nos
números fracionários, substituindo a barra da
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda fração.
Fonologia. Ex.: 1/3 = um terço
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy]
� Nas datas.
� Para suprimir parte de um texto (assim como Ex.: 31/03/1983
parênteses).
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois � Nos números de telefone.
desceu as escadas apressadamente. Ex.: 225 03 50/51/52
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
� Nos endereços.
ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
vel segundo as normas da ABNT)
� Na indicação de dois anos consecutivos.
Asterisco Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso.
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua.
� É colocado à direita e no canto superior de uma
Ex.: /s/
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
Embora não existam regras muito definidas sobre
de rodapé.
a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu-
triste acrescido do sufixo -eza*.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
vo, o que origina um novo substantivo.
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
Acessado em: 17/10/2020.
PARONÍMIA
z Absorver/absolver
z Discriminar/descriminar
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
Ela se sentiu discriminada por não poder
OFICIAIS
entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
Em muitos países se discute sobre descrimi-
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar,
REPÚBLICA
inocentar)
O coração é um músculo que bombeia sangue para blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso,
o corpo. (coração: parte do corpo) esperava-se que esta nova edição do Manual contri-
buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de
CONOTAÇÃO uma cultura administrativa de profissionalização
dos servidores públicos e de respeito aos princípios
O sentido conotativo compreende o significado constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora-
figurado e depende do contexto em que está inserido. lidade, publicidade e eficiência, com a consequente
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos melhoria dos serviços prestados à sociedade.
dos quais a língua dispõe para expressar diferen- Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e significativas, tanto na formatação dos documentos
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
à expressividade da mensagem de maneira que ela gem e das normas estruturais 59
E o que é Redação Oficial na concepção dos organi- Alguém que comunique;
zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada Algo a ser comunicado;
por eles a essa pergunta: Alguém que receba essa comunicação.
“Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a No caso da redação oficial, quem comunica é
maneira pela qual o Poder Público redige atos nor- sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
mativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi-
ponto de vista do Poder Executivo.” ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun-
to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o
Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para destinatário dessa comunicação é o público, uma
concursos públicos, quais são as principais características instituição privada ou outro órgão ou entidade públi-
normativas cobradas nas provas de concursos públicos?
ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além
Percebam que os três motivos principais da preo-
disso, deve-se considerar a intenção do emissor e
cupação da elaboração do Manual e de suas revisões
a finalidade do documento, para que o texto esteja
são a modernização, a atualização e a eficiência. A
adequado à situação comunicativa.
passagem do tempo por si só já pediria essas revisões,
A necessidade de empregar determinado nível de
haja vista a consequente evolução da linguagem e da
linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decor-
sociedade por que passamos.
re, de um lado, do próprio caráter público desses
É justamente esse o ponto que originou a partici-
atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
para quem vai trabalhar no setor público, é realmente Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de cará-
importante saber comunicar-se com habilidade e usar ter normativo, ou estabelecem regras para a condu-
os meios adequados para isso, se o que se propõe é um ta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos
serviço eficiente para a sociedade. órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado
Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se se, em sua elaboração, for empregada a linguagem
de que vocês têm de saber as características da lin- adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais,
guagem da redação oficial, a formatação e a estrutura cuja finalidade precípua é a de informar com clareza
das redações, especialmente a do padrão ofício, quem e objetividade;
envia determinadas correspondências, quem as rece-
be e qual é a finalidade de cada uma delas. z O que é redação oficial?
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto
bem simples e objetivo a ser estudado. Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes-
sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
Prefácio A redação oficial não é necessariamente árida e
contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
É com grande entusiasmo que recebo a incumbên- básica – comunicar com objetividade e máxima cla-
cia de prefaciar a terceira edição do Manual de reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
Redação da Presidência da República, vinte e sete língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
anos após presidir a Comissão encarregada da pri- texto jornalístico, da correspondência particular etc.
meira edição desta obra. Apresentadas essas características fundamentais
[...] da redação oficial, passemos à análise pormenorizada
A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
de cada um de seus atributos.
pelas alterações tecnológicas e legislativas da
A redação oficial deve caracterizar-se por:
época.
[...]
A partir de 2003, foram publicadas sessenta Clareza e precisão;
emendas constitucionais, sobre os mais diversos Objetividade;
assuntos. Concisão;
[...] Coesão e coerência;
Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas Impessoalidade;
e legislativas, bem como de maior fiscalização esta- Formalidade e padronização; e
tal, instaurou-se um novo método de se fazer admi- Uso da norma padrão da língua portuguesa.
nistração pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a
terceira edição do Manual de Redação da Presidên- CLAREZA E PRECISÃO
cia República possa refletir as evoluções ocorridas
nas últimas duas décadas, repetindo o legado de
z Clareza
êxito deixado pelas edições anteriores na constru-
ção de uma cultura administrativa profissional e
obediente às normas da Constituição da República. A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-
to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
Gilmar Ferreira Mendes possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
concebe que um documento oficial ou um ato nor-
z Panorama da comunicação oficial mativo de qualquer natureza seja redigido de forma
obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, são. A transparência é requisito do próprio Estado
quer pela escrita. Para que haja comunicação, são de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um
60 necessários: ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O
princípio constitucional da publicidade não se esgota OBJETIVIDADE
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à
necessidade de que o texto seja claro. Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
Para a obtenção de clareza, sugere-se: deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba
Utilizar palavras e expressões simples, em seu de antemão qual é a ideia principal e quais são as
sentido comum, salvo quando o texto versar secundárias.
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- Procure perceber certa hierarquia de ideias que
zará nomenclatura própria da área; existe em todo texto de alguma complexidade: as
Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
tar as orações na ordem direta e evitar inter- esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
calações excessivas. Em certas ocasiões, para cá-las; mas existem também ideias secundárias que
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da não acrescentam informação alguma ao texto, nem
ordem inversa da oração; têm maior relação com as fundamentais, podendo,
Buscar a uniformidade do tempo verbal em por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
todo o texto; rá mais objetividade ao texto.
Não utilizar regionalismos e neologismos; A objetividade conduz o leitor ao contato mais
Pontuar adequadamente o texto; direto com o assunto e com as informações, sem sub-
Explicitar o significado da sigla na primeira terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
referência a ela; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
Utilizar palavras e expressões em outro idioma expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
apenas quando indispensáveis, em razão de
serem designações ou expressões de uso já con- CONCISÃO
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse
caso, grafe-as em itálico. A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
z Precisão transmitir o máximo de informações com o mínimo de
palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
O atributo da precisão complementa a clareza e economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
caracteriza-se por: passagens substanciais do texto com o único objetivo
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
Articulação da linguagem comum ou técnica excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
para a perfeita compreensão da ideia veiculada nada acrescentem ao que já foi dito.
no texto; Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
Manifestação do pensamento ou da ideia com as deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní-
ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
mia com propósito meramente estilístico;
construído, prolixo:
Escolha de expressão ou palavra que não confi-
“Apurado, com impressionante agilidade e preci-
ra duplo sentido ao texto.
são, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
população acriana, verificou-se que a esmagadora e
É indispensável, também, a releitura de todo o tex-
ampla maioria da população daquele distante estado
to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos
manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da
obscuros provém principalmente da falta da releitu-
alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satis-
ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
feita, inconformada e indignada, com a nova hora legal
de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil
vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
compreensão por seu destinatário. O que nos parece
do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
Greenwich.”
cia de nossa experiência profissional, muitas vezes,
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada),
LÍNGUA PORTUGUESA
Não há lugar, na redação oficial, para impressões A redação das comunicações oficiais deve, antes
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I,
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor- “Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há carac-
nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial terísticas específicas de cada tipo de expediente, que
deve ser isenta da interferência da individualidade de serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas-
quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a
e a formalidade de que nos valemos para elaborar os quase todas as modalidades de comunicação oficial.
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade. z Pronomes de tratamento
ABREVIATURA V. Exa.
Você(s): para tratamento informal;
Senhor (e flexões): para tratamento cerimo-
nioso formal. AUTORIDADE Ministro de Estado
ABREVIATURA V. Exa.
Presidente do Congresso
AUTORIDADE
Nacional
Oficial-General das Forças
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor AUTORIDADE
Armadas
LÍNGUA PORTUGUESA
Senhora Senadora;
Senhor Juiz;
Senhora Ministra.
� Senhora [Nome];
Prezado Senhor.
LÍNGUA PORTUGUESA
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas
Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
da República pode ser localizado no sítio eletrôni-
co da Presidência da República, na seção Símbolos
Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov.
Importante! br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. brasao/brasao-da-republica.jpg/view
O tratamento por meio de Senhor confere a for- No caso de documento a ser impresso, exclusiva-
malidade desejada. mente quando o signatário for o Presidente da Repú-
Exemplos: blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de
� Senhora [Nome]; autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,
� Prezado Senhor. nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
novembro de 1977. 65
Nome do órgão principal; Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
Nomes dos órgãos secundários, quando neces- Alinhamento: o texto da data deve ser alinha-
sários, da maior para a menor hierarquia; e do à margem direita da página.
Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
Exemplo:
Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.
z Endereçamento
Nos casos em que não seja usado para enca- z Fechos para comunicações
minhamento de documentos, o expediente
deve conter a seguinte estrutura: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des-
Introdução: em que é apresentado o objetivo da comuni- tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili-
cação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
forma direta: Informo, Solicito, Comunico; Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o este Manual estabelece o emprego de somente dois
texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas fechos diferentes para todas as modalidades de comu-
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confe- nicação oficial:
re maior clareza à exposição; e Para autoridades de hierarquia superior à do
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. remetente, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
Quando forem usados para encaminhamento
de documentos, a estrutura é modificada: quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
Introdução: deve iniciar com referência ao expe- dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa a rito e tradição próprios.
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
O fecho da comunicação deve ser formatado
com a informação do motivo da comunicação, que é
encaminhar, indicando a seguir os dados completos da seguinte maneira:
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
Alinhamento: alinhado à margem esquerda da
signatário e assunto de que se trata) e a razão pela
página;
qual está sendo encaminhado;
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
Exemplos:
gem esquerda;
Espaçamento entre linhas: simples;
Em resposta ao Ofício nº 12, de 1o de fevereiro de 2018,
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 2018,
cada parágrafo e não deve ser numerado;
da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata
da requisição do servidor Fulano de Tal. z Identificação do signatário
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-
Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presidente
da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de dente da República, todas as demais comunicações ofi-
projeto de modernização de técnicas agrícolas na re- ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
gião Nordeste.
Nome: nome da autoridade que as expede, gra-
fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se
LÍNGUA PORTUGUESA
A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
z Formatação e apresentação
Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preserva-
do para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferen-
cialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
70
71
LÍNGUA PORTUGUESA
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente;
z Exposição de Motivos
z Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
72 com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:
LÍNGUA PORTUGUESA
73
z Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente, as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
Forma e estrutura
As mensagens contêm:
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:
76
z Correio eletrônico (e-mail) z Local e data
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- São desnecessários no corpo da mensagem, uma
-se prática comum, não só em âmbito privado, mas vez que o próprio sistema apresenta essa informação;
também na administração pública. O termo e-mail
pode ser empregado com três sentidos. Dependendo z Saudação inicial/vocativo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem
por uma saudação. Quando endereçado para outras
eletrônica.
instituições, para receptores desconhecidos ou para
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
com uma comunicação oficial. Senhor”, “Prezada Senhora”.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- Exemplos:
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a Senhor Coordenador;
extensão “.gov.br”, por exemplo. Prezada Senhora;
Como sistema de transmissão de mensagens ele-
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- z Fecho
mou-se na principal forma de envio e recebimento de
Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
documentos na administração pública;
ções oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “At.te”, e de outros fechos,
z Valor documental como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
mente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de devem ser utilizados em e-mails profissionais.
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
documental, isto é, para que possa ser aceito como uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
documento original, é necessário existir certificação entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
digital que ateste a identidade do remetente, segundo deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- outro documento oficial;
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra-
sileira – ICP-Brasil. z Bloco de texto da assinatura
O destinatário poderá reconhecer como válido
Sugere-se que todas as instituições da administra-
o e-mail sem certificação digital ou com certificação
ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
documento físico assinado ou por meio eletrônico Exemplo:
reconhecido pela ICP-Brasil. Maria da Silva
Salvo lei específica, não é dado ao ente público Assessora
impor a aceitação de documento eletrônico que não Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
atenda os parâmetros da ICP-Brasil; (61)XXXX-XXXX;
z Ata
Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim;
z Normas
Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº 280,
Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando mais
de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL, secretário;
PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande circulação), nas
edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA - tomar as contas dos
administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; DELIBERAÇÕES –
após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à disposição de todos
os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados sem reservas
e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo qualquer
outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.
BeltranodeTal,SicranodeTal,FulanodeTal,Filmandodetal,OrlandodeTal,CapistranodeTal.
z Atestado
Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determina-
do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados, e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.
Como fazer:
O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
78 que está pedindo o atestado;
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar-
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão De Polícia da 17ª DP
z Circular
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional, e o endereçamento vai no envelope.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,
LÍNGUA PORTUGUESA
Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios
z Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
79
Compõe-se de:
Título: DECLARAÇÃO;
Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finali-
dade e exposição de assunto;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
DECLARAÇÃO
Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural
do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl,
trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.
ClarkKent
_____________________
Super Homem
z Requerimentos
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:
9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
80
Importante!
Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo
os seus prepostos desde que devidamente credenciados.
z Relatório
É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de
81
z Parecer
A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.
Vocativo;
Identificação do especialista;
Introdução - apresentação do assunto;
Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
Sr. Juiz,
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
(AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2compostaporduascasas,umaemmadeiraeoutraemalvenaria(Fotografias
1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras aplicadas às
redações oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração
em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse
decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto n.
9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no MANUAL.
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
82
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô- 1. a mera indicação do cargo ou da função e do
nias das quais o agente público federal participe. setor da administração ser insuficiente para a iden-
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto: tificação do destinatário; ou
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo 2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente
efetivo; público específico.
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
auxiliares; Vigência
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário; Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e de 2019.
aos presidentes de empresas públicas e sociedades Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência
de economia mista; e 131º da República.
6. aos empregados terceirizados que exercem ativi-
dades diretamente para os entes da administração
JAIR MESSIAS BOLSONARO
pública federal;
Marcelo Pacheco dos Guaranys
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
ções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierár-
quico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República. HORA DE PRATICAR!
§ 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais 1. (IDECAN – 2019)
e autoridades estrangeiras ou de organismos inter-
nacionais; e Grandes questões. Respostas indígenas.
2. às comunicações entre agentes públicos da admi-
nistração pública federal e agentes públicos do Esta semana, no Rio de Janeiro, o povo Kuikuro do
Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal Alto Xingu vai dizer HEKITE KUATSANGE EGEI ENHÜ-
de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério GÜ (Seja bem-vindo!) para pesquisadores indígenas de
Público ou de outros entes federativos, na hipótese todo o mundo. De Papua-Nova Guiné, Kiribati, Sudão,
de exigência de tratamento especial pela outra par-
Dominica, Uganda, Índia, Quênia e Colômbia, assim
te, com base em norma aplicável ao órgão, à entida-
como das comunidades Guarani-Kaiowá, Tuxa, Bani-
de ou aos ocupantes dos cargos.
wa e Tupinambá do Brasil, povos indígenas se reúnem
no Museu do Índio para refletir criticamente sobre
Pronome de tratamento adequado
como métodos indígenas de pesquisa são essenciais
para entender os principais problemas que o mundo
Art. 2º O único pronome de tratamento utiliza-
enfrenta no século XXI.
do na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico, Seja para abordar os desafios da mudança climáti-
da natureza do cargo ou da função ou da ocasião. ca ou o racismo, a sustentabilidade ambiental ou a
Parágrafo único. O pronome de tratamento é fle- violência de gênero, a seca ou patrimônios culturais
xionado para o feminino e para o plural. ameaçados, os pesquisadores questionam como o
conhecimento indígena pode ser ativado de forma efe-
Formas de tratamento vedadas tiva como um recurso para desenvolvimento no futuro.
Pesquisadores do Sudão mostram como o conheci-
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes mento tradicional núbio(a) pode informar decisões
públicos federais o uso das formas de tratamento, sobre agricultura sustentável. Uma pesquisadora do
ainda que abreviadas: povo Emberá- Chami demonstra a importância do
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo; conhecimento indígena para a resolução de questões
2. Vossa Senhoria; de deslocamento forçado na Colômbia ao lado de
3. Vossa Magnificência; um pesquisador Acholi, que examina soluções para a
4. doutor; seca em Uganda.
5. ilustre ou ilustríssimo; Grandes questões. Respostas indígenas. Apesar de
6. digno ou digníssimo; e todos os impactos positivos dessas colaborações
7. respeitável. para pesquisas até agora, sabemos que o Brasil
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos enfrenta questões urgentes relacionadas à sua heran-
pronomes de tratamento de que trata o caput,
ça indígena e seu futuro. Esse seminário é uma chance
mediante invocação de normas especiais referentes
para que o povo Kuikuro peça aos colegas indígenas
ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor
que reflitam juntos sobre como a pesquisa acadêmica
LÍNGUA PORTUGUESA
do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo pode proteger, preservar e promover o desenvolvimen-
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente to sustentável para os povos indígenas do Brasil.
caso haja erro na forma de tratamento empregada. Pesquisadores foram convidados a vir ao país para per-
guntar e entender como esforços de pesquisa colabora-
Endereçamento de comunicações tiva podem promover a resiliência às atuais ameaças a
identidades, terras, águas(c) e culturas indígenas.
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigi- Precisamos de metodologias indígenas de pesquisa
das a agentes públicos federais não conterá prono- para compreender a relação entre o desmatamento, a
me de tratamento ou o nome do agente público. mudança climática, os ciclos de colheita e os rituais
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de dos calendários indígenas. Para resistir à municipali-
tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do zação da assistência médica indígena, é preciso haver
destinatário nas hipóteses de: pesquisas para examinar como manter um cuidadoso 83
equilíbrio entre conhecimentos indígenas e não indí- 2. (IDECAN – 2019) Leia o texto abaixo, que é tido como
genas. Já que os Kuikuro não podem mais beber a dedicatória do narrador de Memórias Póstumas de
água do Rio Xingu, precisamos questionar: por quanto Brás Cubas, para responder à questão.
tempo seus peixes continuarão a alimentar as aldeias,
à medida que toxinas agrícolas e industriais poluem Ao verme
seus afluentes ou o próprio(d) rio é bloqueado por bar- Que
ragens hidrelétricas? Primeiro roeu as frias carnes
Os debates começam sob os milhares de estrelas do Do meu cadáver
céu do Xingu, no Planetário do Rio, enquanto se con- Dedico
templam as cosmologias indígenas nas constelações Como saudosa lembrança
de cada um de nossos visitantes. Na sequência, have- Estas
rá a busca de respostas para perguntas significativas. Memórias Póstumas
Como criar pesquisas equitativas, específicas a um
contexto e sensíveis em termos históricos, culturais O termo “cadáver”, segundo a Nova Ortografia da Lín-
e linguísticos? Como a coprodução de conhecimento gua Portuguesa, é acentuado graficamente pelo mes-
entre pesquisadores indígenas e não indígenas pode mo motivo linguístico que
superar desequilíbrios de poder arraigados, sobre os
quais nossos sistemas universitários de ensino e pes- a) jóia.
quisa são construídos(b)? b) vôo.
c) destróier.
Os conselhos de pesquisa do Reino Unido reuniram
d) catéter.
colaboradores de doze projetos conduzidos por aca-
e) pára.
dêmicos britânicos em parceria com pesquisadores
indígenas de várias partes do mundo para criar um
3. (IDECAN – 2019) Leia o texto abaixo para responder à
novo conjunto de diretrizes para pesquisa em univer-
questão.
sidades britânicas. Financiado pelo Global Challenges
Research Fund (GCRF)
ONG confirma segunda morte em conflitos na
– um investimento de 1,5 bilhão de libras por parte
Venezuela
do governo do Reino Unido para criar parcerias que Segunda vítima é mulher que foi baleada na cabe-
apoiem pesquisas de ponta para lidar com os prin- ça, informa o Observatório Venezuelano de Conflito
cipais desafios enfrentados por países em desen- Social (OVCS). País enfrenta onda de protestos pró e
volvimento –, o seminário examina em que medida contra Maduro.
a pesquisa financiada pelo Reino Unido está sendo
conduzida a partir do ponto de vista indígena e bus- Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/02/
ca propor como as universidades podem garantir uma ong-relata-morte-de-mais-uma-pessoa-durante-protestos-na-
estrutura ética para pesquisas que tragam benefí- venezuela.ghtml
cios(e) diretos a povos indígenas. Acima de tudo, vai
questionar que tipo de pesquisa vale a pena conduzir No texto, no que concerne à grafia, as iniciais maiús-
e qual a melhor forma de realizá-la. culas em “Observatório Venezuelano de Conflito
O povo Kuikuro e a Universidade Queen Mary de Lon- Social” são gramaticalmente
dres colaboram em projetos de pesquisa financiados
pelo GCRF desde 2016. Isso resultou em um programa a) inadequadas, pois se trata de um substantivo comum,
de residências artísticas organizado pelo povo Kuikuro em razão de formação por sigla.
na Aldeia Ipatse no Alto Xingu, que reuniu mais de 20 b) inadequadas, pois se trata de um adjetivo ligado à
artistas de Londres, Madri e Rio de Janeiro. Venezuela.
Em contrapartida, Takumã fez um documentário que c) inadequadas, pois, no gênero textual notícia, deve
oferece uma reflexão crítica sobre modelos britânicos haver a ausência de iniciais maiúsculas.
d) adequadas, pois se trata de um substantivo próprio.
de multiculturalismo, e os Kuikuro colaboraram com o
e) adequadas, pois o gênero notícia exige este tipo de
Museu Hornimam, em Londres, para criar uma expe-
grafia para convencer ao leitor.
riência imersiva da cultura do Xingu com o uso de tec-
nologias de realidade virtual e aumentada.
4. (IDECAN – 2019) Leia os textos abaixo, retirados do
Ao dar boas-vindas a nossos colegas de várias par-
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, para res-
tes do mundo, vamos compartilhar muitas questões
ponder à questão.
e esperamos ter algumas respostas. Vamos também
contar histórias e refletir sobre como as narrativas que sofisticado (sXVI cf. AGC)
precisamos contar e ouvir estão cada vez mais amea- princ. etim. gram.
çadas de extinção. Estamos nos reunindo para criar e adjetivo
mobilizar conhecimentos. que se sofisticou
1. enganado com sofismas
(Takumã Kuikuro e Paul Heritage. Le Monde Diplomatique Brasil. 21
de março de 2019, com adaptações.) 2. que foi alterado fraudulentamente; falsificado, adulterado
3. que tem sutileza ou utilidade sofística
Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido 4. pej. que não é natural; postiço, artificial, afetado
acentuada seguindo regra igual à de reúnem. 5. pej. falsamente intelectual ou rebuscado <linguagem s.>
6. que tem requinte, originalmente, bom gosto; fino, requintado
a) núbio <s. no vestir> <um jantar s.>
b) construídos 7. que demonstra conhecimentos profundos e atualizados sobre
(alguma coisa); profundo, complexo, erudito <raciocínio s.>
c) águas <um meio acadêmico e s.>
d) próprio
8. que é muito avançado, complexo, bem aparelhado, eficiente;
84 e) benefícios aprimorado <exame s. do cérebro>
joia (sXIV cf. FichIVPM) ortoépia: ói criam mystica e domesticamente, e a lingua que nas
princ. etim. ditas familias se fala E) he a dos indios, e a portugue-
substantivo feminino za a vão os meninos aprender à escola [...]’
que se sofisticou
1. objeto de metal precioso finamente trabalhado, em que muitas vezes se (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, capítulo 4, nota 2,
engastam pedra preciosas, pérolas etc. ou a que é aplicado esmalte, us. páginas 122 e 123, versão digital)
como acessório de vestuário, adorno de cabeça, pescoço, orelhas, braços,
dedos etc.
O tempo verbal (com a alteração do modo) constante
2. pedra preciosa de grande valor
do signo “opusesse” (3º parágrafo) ocorre em
Disponíveis em: www.houaiss.uol.com.br
a) “valiam”.
b) “valem”.
O gênero textual verbete de dicionário, além de apre-
c) “funda”.
sentar aspectos acerca da etimologia (origem da pala-
d) “estão”.
vra), informa o leitor sobre a grafia e o significado dos
e) “fala”.
signos linguísticos. O TEXTO I, trata-se de um verbete
retirado do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
6. (IDECAN – 2019) Texto para a questão:
Nesse verbete, quando o leitor se inteira sobre o signi-
ficado da palavra “sofisticado”, ocorre
FILOSOFIA DOS EPITÁFIOS
a) reação de estranhamento, em razão do valor semânti-
Saí, afastando-me dos grupos, e fingindo ler os epi-
co informado nos itens 1, 2, 3, 4 e 5 do verbete, tendo-
táfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a
-se como base o senso comum.
gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto
b) quebra de expectativa, caso sejam observados ape-
egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um
nas os itens 6, 7 e 8 do verbete, com base no senso
farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem,
comum.
talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus
c) quebra de expectativa, caso sejam observados ape-
mortos na vala comum (*); parece-lhes que a podri-
nas os itens 1, 7 e 8 do verbete, com base no senso
dão anônima os alcança a eles mesmos.
comum.
d) reação de estranhamento, em razão do valor semân-
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
tico informado nos itens 6, 7 e 8 do verbete, tendo-se
como base o senso comum.
Acerca do excerto “(...) parece-lhes que a podridão
e) quebra de expectativa, caso sejam observados ape-
anônima os alcança a eles mesmos.”, pode-se afirmar
nas os itens 3, 5 e 8 do verbete, com base no senso
que o
comum.
a) trecho “que a podridão anônima os alcança a eles
5. (IDECAN – 2019) Texto retirado da obra “Raízes do
mesmos” funciona como sujeito do verbo parecer.
Brasil” para responder à questão.
b) pronome “lhes” funciona como sujeito do verbo parecer.
c) pronome “lhes” funciona como objeto direto do verbo
2. A LÍNGUA-GERAL EM SÃO PAULO
parecer.
d) pronome “lhes” funciona como dativo de posse do
O assunto, que tem sido ultimamente objeto de algu- nome podridão.
mas controvérsias, foi tratado pelo autor no Estado e) pronome “os” funciona como objeto direto do verbo
de S. Paulo de 11 e 18 de maio e 13 de junho de parecer.
1945, em artigos cujo texto se reproduz, a seguir, qua-
se na íntegra.
7. (IDECAN – 2018)
Admite-se, em geral, sobretudo depois dos estudos de
Teodoro Sampaio, que ao bandeirante, mais talvez do
“Sem cultura você tem a fronteira, o país, mas não
que ao indígena, se deve nossa extraordinária rique-
tem uma nação.”
za de topônimos de procedência tupi. Mas admite-se
sem convicção muito arraigada, pois parece evidente
Fernanda Montenegro é lacônica sobre o ofício que
que uma população “primitiva”, ainda quando numero-
escolheu: “uma profissão arretada”. O teatro, que no
sa, tende inevitavelmente a aceitar os padrões de seus
Brasil vive em permanente estado de emergência, só
dominadores mais eficazes.
admite aqueles que, como ela, são devotos do palco,
Não faltou, por isso mesmo, quem opusesse reservas
sem moderação ou desconfiança. “desista. Se morrer,
a um dos argumentos invocados por Teodoro Sam-
volta. Se não morrer, não volta”, disse a uma amiga
paio, o de que os paulistas da era das bandeiras se
LÍNGUA PORTUGUESA
fenômeno, não de sua existência. A internacionaliza- a) a invenção a que se refere o autor dá-se por um pro-
ção do sistema capitalista, iniciada há séculos mas cesso de neologismo verbal, no qual o objeto direto,
muito acelerada pelos avanços tecnológicos recen- representado por um pronome oblíquo átono, é fundi-
tes, e a criação de blocos econômicos e políticos têm do a um verbo, de modo a formar outro verbo de regên-
causado uma redução do poder dos Estados e uma cia própria.
mudança das identidades nacionais existentes. As b) o sujeito do verbo inventar em “inventei (...) o verbo
várias nações que compunham o antigo império sovié- teodorar” é “verbo teodorar”.
tico se transformaram em novos Estados-nação. No c) os verbos “beijar” e “falar”, no texto, são transitivos diretos.
caso da Europa Ocidental, os vários Estados-nação se d) o verbo “inventar”, no texto, é intransitivo.
fundem em um grande Estado multinacional. A redu- e) o pronome relativo “que”, em “que traduzem a ternu-
ção do poder do Estado afeta a natureza dos antigos ra mais funda” funciona sintaticamente como objeto
direitos, sobretudo dos direitos políticos e sociais. direto da oração adjetiva. 87
13. (IDECAN – 2019) Texto para responder a questão: Não faltou, por isso mesmo, quem opusesse reservas
a um dos argumentos invocados por Teodoro Sam-
CAPÍTULO XI / O MENINO É PAI DO HOMEM paio, o de que os paulistas da era das bandeiras se
valiam do idioma tupi em seu trato civil e doméstico,
Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci natu- exatamente como os dos nossos dias se valem do
ralmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez português.
os gatos são menos matreiros, e com certeza, as magnó- Esse argumento E) funda-se, no entanto, em tes-
lias são menos inquietas do que eu era na minha infân- temunhos precisos A) e que deixam pouco lugar a
cia. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se hesitações B), como o é o do padre Antônio Vieira, no
isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. célebre voto que proferiu acerca das dúvidas susci-
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “meni- tadas C) pelos moradores de São Paulo em torno do
no diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui espinhoso problema da administração do gentio. “É
dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, certo”, sustenta o grande jesuíta, “que as famílias dos
traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei
portuguezes e indios de São Paulo estão tão ligadas
a cabeça de uma escrava, porque me negara uma
hoje humas ás outras, que as mulheres e os filhos se
colher do doce de coco que estava fazendo, e, não
criam mystica e domesticamente, e a lingua que nas
contente com o malefício, deitei um punhado de cin-
ditas familias se fala he a dos indios, e a portugueza a
za ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à
vão os meninos aprender à escola [...]’
minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por
pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um
(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, capítulo 4, nota 2,
moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; páginas 122 e 123, versão digital)
punha as mãos no chão, recebia um cordel nos quei-
xos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma
Acerca da concordância verbal em “funda-se”, pode-se
varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e
afirmar que
outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo,
— mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando mui-
a) há equívoco, pois o verbo deveria concordar com “tes-
to, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala
temunhos precisos”.
a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas,
deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo b) há equívoco, pois o verbo deveria concordar com
rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das “hesitações”.
matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram c) há equívoco, pois o verbo deveria concordar com
mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram “dúvidas suscitadas”.
também expressões de um espírito robusto, porque d) não há equívoco, pois o sujeito é indeterminado, em
meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes razão de a partícula “se” funcionar como índice de
me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples indeterminação do sujeito.
formalidade: em particular dava-me beijos. e) não há equívoco, pois o sujeito é “Esse argumento”.
(Joaquim Maria Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás 15. (IDECAN – 2019) Leia os textos abaixo para responder
Cubas) à questão
16. (IDECAN – 2019) Texto para a questão O poema caracteriza-se por um acúmulo de metáforas
que se referem ao mesmo objeto. Assinale a alterna-
Caso pluvioso (Carlos Drummond de Andrade. Viola tiva que apresenta a melhor definição a esse recurso
de Bolso, 1955) linguístico.
e eis o mundo molhado e sovertido que reflitam juntos sobre como a pesquisa acadêmica
sob aquele sinistro e atro chuvido. pode proteger, preservar e promover o desenvolvimen-
to sustentável para os povos indígenas do Brasil.
Os seres mais estranhos se juntando Pesquisadores foram convidados a vir ao país para per-
na mesma aquosa pasta iam clamando
guntar e entender como esforços de pesquisa colabora-
contra essa chuva estúpida e mortal
tiva podem promover a resiliência às atuais ameaças a
catarata (jamais houve outra igual).
identidades, terras, águas(c) e culturas indígenas.
Precisamos de metodologias indígenas de pesquisa
Anti-petendam cânticos se ouviram. para compreender a relação entre o desmatamento, a
Que nada! As cordas dágua mais deliram, mudança climática, os ciclos de colheita e os rituais
e Maria, torneira desatada, dos calendários indígenas. Para resistir à municipali-
mais se dilata em sua chuvarada. zação da assistência médica indígena, é preciso haver
89
pesquisas para examinar como manter um cuidadoso c) O foco do encontro será debater metodologias ade-
equilíbrio entre conhecimentos indígenas e não indí- quadas para tratamento das questões urgentes a cada
genas. Já que os Kuikuro não podem mais beber a etnia, por meio de pesquisas colaborativas.
água do Rio Xingu, precisamos questionar: por quanto d) O evento busca discutir os melhores caminhos para as
tempo seus peixes continuarão a alimentar as aldeias, pesquisas, envolvendo a parceria entre pesquisadores
à medida que toxinas agrícolas e industriais poluem indígenas e não indígenas.
seus afluentes ou o próprio(d) rio é bloqueado por bar-
e) Um dos riscos apontados pelo texto reside na possi-
ragens hidrelétricas?
Os debates começam sob os milhares de estrelas do bilidade de fim das narrativas indígenas, naturalmente
céu do Xingu, no Planetário do Rio, enquanto se con- passadas de geração para geração.
templam as cosmologias indígenas nas constelações
de cada um de nossos visitantes. Na sequência, have- 18. (IDECAN – 2019) Leia o texto e responda à questão.
rá a busca de respostas para perguntas significativas.
Como criar pesquisas equitativas, específicas a um Para o professor Pasquale, é preciso ler para escrever
contexto e sensíveis em termos históricos, culturais bem
e linguísticos? Como a coprodução de conhecimento
entre pesquisadores indígenas e não indígenas pode Um dos requisitos para que uma pessoa escreva clara-
superar desequilíbrios de poder arraigados, sobre os mente é ler bastante, especialmente os textos clássicos.
quais nossos sistemas universitários de ensino e pes- A recomendação é do professor de língua portuguesa
quisa são construídos(b)?
Pasquale Cipro Neto, idealizador do programa “Nossa
Os conselhos de pesquisa do Reino Unido reuniram
língua portuguesa”, exibido pela TV Cultura. Pasquale,
colaboradores de doze projetos conduzidos por aca-
dêmicos britânicos em parceria com pesquisadores que é colunista do jornal Folha de São Paulo, esteve na
indígenas de várias partes do mundo para criar um Unicamp na tarde desta terça-feira (25), onde ministrou
novo conjunto de diretrizes para pesquisa em univer- palestra sobre o tema “Redação fluente e raciocínio:
sidades britânicas. Financiado pelo Global Challenges requisitos essenciais em textos acadêmicos”.
Research Fund (GCRF) O convite para que Pasquale viesse à Universidade
– um investimento de 1,5 bilhão de libras por parte partiu do professor Celso Dal Re Carneiro, coorde-
do governo do Reino Unido para criar parcerias que nador do Programa de Pós-Graduação em Ensino e
apoiem pesquisas de ponta para lidar com os prin- História de Ciências da Terra (PEHCT) do Instituto de
cipais desafios enfrentados por países em desen- Geociência (IG). A palestra foi apresentada no con-
volvimento –, o seminário examina em que medida texto da programação que comemora os 50 anos da
a pesquisa financiada pelo Reino Unido está sendo
Unicamp. De acordo com Pasquale, os clássicos são
conduzida a partir do ponto de vista indígena e bus-
sempre uma ótima referência para quem quer apren-
ca propor como as universidades podem garantir uma
estrutura ética para pesquisas que tragam benefí- der a escrever bem, a despeito de seus autores serem
cios(e) diretos a povos indígenas. Acima de tudo, vai brasileiros ou estrangeiros.
questionar que tipo de pesquisa vale a pena conduzir “Uma sociedade que despreza os clássicos é uma socie-
e qual a melhor forma de realizá-la. dade burra, seja ela acadêmica ou não. O Brasil, infeliz-
O povo Kuikuro e a Universidade Queen Mary de Lon- mente, tem desprezado os clássicos. Muita gente acha
dres colaboram em projetos de pesquisa financiados que para escrever bem basta ter o conhecimento lin-
pelo GCRF desde 2016. Isso resultou em um programa guístico do dia a dia, o que é uma tolice profunda. Além
de residências artísticas organizado pelo povo Kuikuro dos clássicos, é preciso ler outros textos: jornal, bula de
na Aldeia Ipatse no Alto Xingu, que reuniu mais de 20 remédio, rótulo de sucrilhos etc. É fundamental estar
artistas de Londres, Madri e Rio de Janeiro. informado de tudo o que for possível e compreender as
Em contrapartida, Takumã fez um documentário que
linguagens todas. Obviamente, para escrever também
oferece uma reflexão crítica sobre modelos britânicos
é preciso pensar. O exercício mental constante nos faz
de multiculturalismo, e os Kuikuro colaboraram com o
Museu Hornimam, em Londres, para criar uma expe- descobrir a concatenação mental das coisas e também
riência imersiva da cultura do Xingu com o uso de tec- das palavras, das frases, dos textos”.
nologias de realidade virtual e aumentada. Sobre o uso da internet como ferramenta para o exercício
Ao dar boas-vindas a nossos colegas de várias par- da leitura e da escrita, Pasquale citou o filósofo, linguista
tes do mundo, vamos compartilhar muitas questões e escritor Umberto Eco, falecido em fevereiro deste ano,
e esperamos ter algumas respostas. Vamos também que afirmou que a rede mundial de computadores deu
contar histórias e refletir sobre como as narrativas que voz aos imbecis. “A internet é muito mal utilizada, embo-
precisamos contar e ouvir estão cada vez mais amea- ra tenha tudo para ser uma ferramenta maravilhosa. Ela é
çadas de extinção. Estamos nos reunindo para criar e um arquivo monumental, mas as pessoas preferem, por
mobilizar conhecimentos. exemplo, ler somente o título de um texto jornalístico –
que muitas vezes é mal construído –, tirar conclusões e
(Takumã Kuikuro e Paul Heritage. Le Monde Diplomatique Brasil. 21
de março de 2019, com adaptações.) já sair escrevendo o diabo”.
A linguagem da internet, disse Pasquale, é ótima para
A respeito das ideias do texto, assinale a afirmativa uma dada situação, mas as pessoas não podem achar
incorreta. que, ao dominar somente esse código, a vida estará
resolvida. “Não é possível escrever um texto acadêmico
a) Os pesquisadores europeus que se debruçaram sobre com a linguagem da internet. É preciso ter um guarda-
pesquisa indígena em vários locais do mundo vão se -roupa linguístico amplo. Não dá para achar que com
encontrar com os indígenas brasileiros. uma roupa apenas eu posso ir a todas as situações”.
b) A população londrina teve possibilidade de entrar em
contato com a cultura do Xingu por meio da colabora- https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2016/10/25/para-o-
90 ção dos Kuikuro. professor-pasquale-e-preciso-ler-para-escrever-bem
Desta fala do professor Pasquale, “Uma sociedade 20. (IDECAN – 2019) Acerca de seus conhecimentos em
que despreza os clássicos é uma sociedade burra, redação oficial, é correto afirmar que o vocativo ade-
seja ela acadêmica ou não. O Brasil, infelizmente, tem quado a um texto no padrão ofício destinado ao presi-
desprezado os clássicos. Muita gente acha que para dente do Congresso Nacional é
escrever bem basta ter o conhecimento linguístico
do dia a dia, o que é uma tolice profunda. Além dos a) Senhor Presidente.
clássicos, é preciso ler outros textos: jornal, bula de b) Excelentíssimo Senhor Presidente.
remédio, rótulo de sucrilhos etc. É fundamental estar c) Presidente.
informado de tudo o que for possível e compreender d) Excelentíssimo Presidente.
as linguagens todas. Obviamente, para escrever tam- e) Excelentíssimo Senhor.
bém é preciso pensar. O exercício mental constante
nos faz descobrir a concatenação mental das coisas
e também das palavras, das frases, dos textos.”, pode-
9 GABARITO
-se inferir que
1 B
a) o professor Pasquale defende os clássicos como fun-
damentais para o exercício do pensamento. 2 C
b) o professor Pasquale despreza gêneros textuais
3 D
coloquiais.
c) o professor Pasquale entende como única fonte de 4 A
conhecimento os textos clássicos.
d) textos como jornal, bula etc. são infinitamente inferio- 5 A
res, do ponto de vista informacional.
6 A
e) a leitura é mais importante que a escrita.
7 D
19. (IDECAN – 2019) No que tange à linguagem dos atos
normativos, com base no que orienta o Manual de reda- 8 C
ção da Presidência da República, é correto afirmar que 9 D
92
Órgãos e entidades da
Administração Pública
Federal
Código de Ética
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté-
tigações policiais ou interesse superior do Estado ria e a expressão “injustificada” é retirada da questão,
e da Administração Pública, a serem preservados por isso fique atento!
em processo previamente declarado sigiloso, nos
termos da lei, a publicidade de qualquer ato XIII - O servidor que trabalha em harmonia com
administrativo constitui requisito de eficácia a estrutura organizacional, respeitando seus cole-
e moralidade, ensejando sua omissão comprome- gas e cada concidadão, colabora e de todos pode
timento ético contra o bem comum, imputável a receber colaboração, pois sua atividade pública
quem a negar. é a grande oportunidade para o crescimento e o
engrandecimento da Nação.
Dica
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrati-
vo é toda manifestação unilateral de vontade da
Nesse ponto o código de ética se foca nos deve-
Administração Pública que, agindo nessa quali- res do servidor. Novamente vamos separar algumas
dade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, expressões que são essenciais para o estudo desse
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ponto.
ou impor obrigações aos administrados ou a si
própria”. XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi- função ou emprego público de que seja titular;
dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
contrária aos interesses da própria pessoa interes- ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado ritariamente resolver situações procrastinatórias,
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor- principalmente diante de filas ou de qualquer outra
ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men- espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
humana quanto mais a de uma Nação. evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando
O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem-
que em prejuízo da administração ou do interessado. pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor
e a mais vantajosa para o bem comum;
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- d) jamais retardar qualquer prestação de con-
po dedicados ao serviço público caracterizam o tas, condição essencial da gestão dos bens,
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
que paga seus tributos direta ou indiretamen- e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
te significa causar-lhe dano moral. Da mesma aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao to com o público;
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa princípios éticos que se materializam na adequada
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas prestação dos serviços públicos;
a todos os homens de boa vontade que dedicaram g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus atenção, respeitando a capacidade e as limitações
esforços para construí-los. individuais de todos os usuários do serviço público,
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
espera de solução que compete ao setor em que de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
exerça suas funções, permitindo a formação de cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
94 longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
nenhum temor de representar contra qual-
XV - E vedado ao servidor público;
quer comprometimento indevido da estrutura
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
em que se funda o Poder Estatal;
tempo, posição e influências, para obter qualquer
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
favorecimento, para si ou para outrem;
quicos, de contratantes, interessados e outros que
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
servidores ou de cidadãos que deles dependam;
gens indevidas em decorrência de ações imorais,
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
conivente com erro ou infração a este Código de Éti-
ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
Podemos separar algumas expressões chave do d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
que vimos até agora e que, se você as memorizar, o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
serão um grande diferencial para seu estudo dessa causando-lhe dano moral ou material;
matéria. São elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e ren- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
dimento”, “ser probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês, ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
ter urbanidade”. atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
exigências específicas da defesa da vida e da interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
segurança coletiva; cionados administrativos ou com colegas hierar-
quicamente superiores ou inferiores;
A conduta de greve é mencionada e defendida pelo g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê-
mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
to constitucional da greve deve ser exercido, porém
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a
para o cumprimento da sua missão ou para influen-
manutenção de serviços de saúde e segurança. ciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de deva encaminhar para providências;
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema; site do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
Novamente o servidor é impelido a demonstrar resse particular;
rendimento e presença no local de trabalho. O exercí- l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
cio desses valores termina por beneficiar o rendimen- te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
to e o ambiente de trabalho e sua ordem. pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
m) comunicar imediatamente a seus superiores no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
público, exigindo as providências cabíveis; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- dele habitualmente;
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
organização e distribuição; atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
o) participar dos movimentos e estudos que se rela- de da pessoa humana;
cionem com a melhoria do exercício de suas fun- p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
ções, tendo por escopo a realização do bem comum; seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
quadas ao exercício da função;
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão tração Pública Federal direta, indireta autárquica e
onde exerce suas funções; fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e exerça atribuições delegadas pelo poder públi-
as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou co, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
função, tanto quanto possível, com critério, segu- encarregada de orientar e aconselhar sobre a
rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ética profissional do servidor, no tratamento
ordem. com as pessoas e com o patrimônio público,
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
FORMAS DE PROVIMENTO
CF/88
Readaptação
Art. 37 [...]
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade Reversão
temporária de excepcional interesse público;
z Reintegração
Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
Segundo o art. 28, é a reinvestidura do servidor
estágio probatório por período de 24 (vinte e qua-
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
tro) meses, durante o qual a sua aptidão e capaci-
resultante de sua transformação, quando invalidada
dade serão objeto de avaliação para o desempenho
a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
do cargo, observados os seguintes fatores:
com ressarcimento de todas as vantagens.
I - assiduidade; Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
II - disciplina; ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o
III - capacidade de iniciativa; cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao
IV - produtividade; cargo de origem, sem direito à indenização, aprovei-
V- responsabilidade. tado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibili-
Art. 21 O servidor habilitado em concurso público dade. Entenderemos a recondução a seguir.
e empossado em cargo de provimento efetivo adqui-
rirá estabilidade no serviço público ao completar 2 z Recondução
(dois) anos de efetivo exercício.
É o retorno do servidor estável ao cargo anterior-
É importante ressaltar que o prazo de 24 meses se mente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio
encontra em discordância com o art. 41 da Constitui- probatório relativo a outro cargo ou reintegração do
ção Federal, que traz o prazo de 36 meses. Portanto, anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de
98 fique atento para não se confundir. origem, o servidor será aproveitado em outro.
z Disponibilidade e Aproveitamento para acompanhar cônjuge ou companheiro,
também servidor público civil ou militar, de
Disponibilidade é a situação em que o servidor qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
fica afastado de suas atividades com remuneração Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo-
proporcional ao tempo de serviço, aguardando o cado no interesse da Administração;
retorno às atividades, que é o aproveitamento. por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
Na lei, temos o art. 30 como principal disposição a companheiro ou dependente que viva às suas
esse respeito. expensas e conste do seu assentamento fun-
cional, condicionada à comprovação por junta
Art. 30 O retorno à atividade de servidor em dis- médica oficial;
ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento em virtude de processo seletivo promovido,
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos na hipótese em que o número de interessados
compatíveis com o anteriormente ocupado. for superior ao número de vagas, de acordo
com normas preestabelecidas pelo órgão ou
z Vacância entidade em que aqueles estejam lotados.
É a ocorrência de algum evento que torna vago o Vejamos agora a redistribuição que, ao contrário
cargo. A lei enumera esses eventos no seu art. 33. da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária
existência de interesse público.
cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
Readaptação
complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional;
Aposentadoria VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e
as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
Posse em outro Veja que, enquanto na remoção a lei fala em deslo-
cargo inacumulável camento do servidor, na redistribuição temos o des-
locamento do próprio cargo. Em outros termos, no
primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que
Recondução
ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores
envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da
A exoneração de cargo efetivo ocorrerá a pedido localização do cargo.
do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por
(1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO
probatório ou (2) quando o servidor, após tomar pos-
Vejamos o conceito de vencimento constante do
se, não entrar em exercício no prazo estabelecido.
art. 40 da lei:
A exoneração de cargo em comissão e a dispensa
de função de confiança dar-se-á a juízo da autoridade Art. 40 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
competente e a pedido do próprio servidor. exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
Atenção! Muitas vezes, principalmente com base
em leitura de notícias ou noticiários televisivos, aca- Vencimento é uma parcela básica que compõe a
bamos interpretando o termo exoneração como uma remuneração do agente público. Ela é fixada em lei, não
punição ou sanção. Veja que a lei não prevê a exone- estando ligada a situações eventuais em que o servidor
ração dessa forma. possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos no que pode
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
As sanções estão previstas em outros dispositivos e integrar a remuneração, o conceito ficará mais claro.
serão oportunamente abordadas. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espé-
cies de vantagens.
Remoção (segundo o art. 36) é o deslocamento do
servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo
Vencimentos
quadro, com ou sem mudança de sede. São modalida-
des de remoção:
REMUNERAÇÃO
z de ofício, no interesse da Administração;
z a pedido, a critério da Administração;
z a pedido, para outra localidade, independente- Vantagens
mente do interesse da Administração: 99
O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van- IV - para atividade política;
tagens de caráter permanente, é irredutível. Salvo por V - para capacitação;
imposição legal ou mandado judicial, nenhum des- VI - para tratar de interesses particulares;
conto incidirá sobre a remuneração ou provento. VII - para desempenho de mandato classista.
Não acredito na necessidade de decorar os disposi- Proibições sujeitas à demissão que incompatibilizam
tivos. Veja que todos são bem lógicos; talvez o menos o ex-servidor para nova investidura em cargo público
lógico seja o destacado – o parágrafo único refere-se federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos
exclusivamente a ele.
Em seguida, temos as proibições, previstas no z Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
art. 117. Aqui, já há uma preocupação maior, pois, de de outrem, em detrimento da dignidade da função
acordo com a gravidade da proibição ferida, teremos pública;
uma punição mais grave. Deixaremos, desde já, a dis- z Atuar, como procurador ou intermediário, jun-
tribuição de acordo com a penalidade eventualmente to a repartições públicas, salvo quando se tratar
aplicável. de benefícios previdenciários ou assistenciais
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
Proibições Sujeitas à Advertência companheiro.
z Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem Há casos em que a demissão ou a destituição de car-
prévia autorização do chefe imediato; go em comissão, de acordo com os atos praticados, terá
z Retirar, sem prévia anuência da autoridade outras consequências que visam resguardar o interesse
competente, qualquer documento ou objeto da público. Vejamos primeiramente o art. 136:
repartição;
z Recusar fé a documentos públicos; Art. 136 A demissão ou a destituição de cargo em
z Opor resistência injustificada ao andamento de comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
documento e processo ou execução de serviço; art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o
z Promover manifestação de apreço ou desapreço ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
no recinto da repartição; penal cabível.
z Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribui- Observemos as hipóteses em relação às quais
ção que seja de sua responsabilidade ou de seu haverá a indisponibilidade de bens e ressarcimento
subordinado; ao erário, nos termos do art. 136.
z Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia-
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes
partido político; casos:
z Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun- IV - improbidade administrativa;
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou paren- VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
te até o segundo grau civil; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
z Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- mônio nacional;
102 do solicitado. XI - corrupção.
Para facilitar sua memorização, perceba que as Temos outras hipóteses de demissão além daque-
hipóteses trazidas são aquelas em que há prejuízo já las que conhecemos quando estudamos as proibições.
causado ou potencial aos cofres públicos. Elas constam do art. 132:
O parágrafo único do art. 137 traz a impossibilida-
de do retorno ao serviço público federal em determi- Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes
nadas hipóteses. O dispositivo é questionado junto ao casos:
STF por, em tese, configurar pena perpétua, o que é I - crime contra a administração pública;
vedado pela CF, de 1988. II - abandono de cargo;
No entanto, a literalidade do dispositivo é passível III - inassiduidade habitual;
de cobrança em provas, portanto, devemos estar aten- IV - improbidade administrativa;
tos. Vejamos o dispositivo em questão: V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição;
Art. 137 [...] VI - insubordinação grave em serviço;
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-
público federal o servidor que for demitido ou desti- ticular, salvo em legítima defesa própria ou de
tuído do cargo em comissão por infringência do art. outrem;
132, incisos I, IV, VIII, X e XI. VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
As hipóteses nele citadas são as seguintes: razão do cargo;
Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
casos: mônio nacional;
I - crime contra a administração pública; XI - corrupção;
IV - improbidade administrativa; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun-
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; ções públicas;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri- XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
mônio nacional;
XI - corrupção. O estatuto traz, assim como a Constituição Federal,
vedação a cumulação de cargos. Acompanhe o dispos-
Penalidades to no art. 118:
Agora vamos conhecer o art. 127. Vejamos: Art. 118 Ressalvados os casos previstos na Cons-
tituição, é vedada a acumulação remunerada de
Art. 127 São penalidades disciplinares:
cargos públicos.
I - advertência;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
II - suspensão;
empregos e funções em autarquias, fundações
III - demissão;
públicas, empresas públicas, sociedades de econo-
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
mia mista da União, do Distrito Federal, dos Esta-
V - destituição de cargo em comissão;
dos, dos Territórios e dos Municípios.
VI - destituição de função comissionada.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
Na aplicação das penalidades, serão consideradas condicionada à comprovação da compatibilidade
a natureza e a gravidade da infração cometida, os de horários.
danos que dela provierem para o serviço público, as § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
de vencimento de cargo ou emprego público efeti-
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os ante-
vo com proventos da inatividade, salvo quando os
cedentes funcionais.
cargos de que decorram essas remunerações forem
Anteriormente, vimos a correlação das proibições
acumuláveis na atividade.
com as respectivas penalidades. No entanto, ainda há
algumas informações importantes sobre isso.
O dispositivo referente à advertência traz-nos uma O dispositivo acima traz uma regra geral e a res-
possibilidade ampla de aplicação ao seu final. Por- pectiva abrangência. Chamo atenção para o parágrafo
tanto, devemos ter em mente que, para a advertên- terceiro, que se refere à vedação da cumulação tam-
cia, podemos ter hipóteses que não constam da Lei nº bém na inatividade. A regra é simples: se inacumulá-
8.112, de 1990, que estudamos neste momento. vel em atividade, inacumulável na aposentadoria.
Em seguida, temos a vedação também para os car-
Art. 129 A advertência será aplicada por escrito, gos em comissão, constante do art. 119. Vejamos sua
nos casos de violação de proibição constante do literalidade:
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
O servidor poderá ser responsabilizado em dife- Veja que o dispositivo é bastante lógico, pois, se a
rentes esferas de responsabilidade. A que vimos Justiça Penal, que tem um rito bastante rigoroso, con-
acima, com seus respectivos detalhes, é referente à cluir que o fato não existiu ou que outra pessoa foi a
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
reponsabilidade administrativa. No entanto, o servi- responsável, como poderia o servidor ainda assim ser
dor poderá ser responsabilizado nas esferas adminis- responsabilizado?
trativa, penal e cível, de maneira independente. Por fim, temos um dispositivo que traz proteção
Vejamos o comando do art. 121, que traz essas esfe- ao servidor que eventualmente queira dar ciência de
ras de responsabilidade. práticas ilícitas à autoridade superior, ainda que o
fato seja levado à autoridade diferente da que deveria
Art. 121 O servidor responde civil, penal e admi- ser cientificada de acordo com a posição funcional no
nistrativamente pelo exercício irregular de suas servidor:
atribuições.
Art. 126-A Nenhum servidor poderá ser responsa-
A responsabilidade cível poderá decorrer de ação bilizado civil, penal ou administrativamente por
ou omissão e poderá ser apurada por dano causado à dar ciência à autoridade superior ou, quando hou-
própria Administração Pública ou a terceiros, confor- ver suspeita de envolvimento desta, a outra auto-
me comando do art. 122. ridade competente para apuração de informação 105
concernente à prática de crimes ou improbidade de Dica
que tenha conhecimento, ainda que em decorrência
do exercício de cargo, emprego ou função pública.
Processo ou procedimento administrativo? Ape-
sar de não serem a mesma coisa, ambos pos-
Finalmente, no tange ao direito de punir da Admi- suem uma forte relação intrínseca. “Processo” é
nistração Pública, o art. 142 traz o prazo de prescrição o termo utilizado para designar a relação jurídica
para a ação disciplinar, que é a perda do direito por estabelecida entre as partes e, por isso, denomi-
parte do Estado de punir o servidor que cometeu a na-se processo administrativo o vínculo estabe-
infração. lecido entre o Poder Público e o particular para
a tomada de uma decisão. “Procedimento”, por
Art. 142 A ação disciplinar prescreverá: sua vez, refere-se a uma sequência ordenada de
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis atos que culminam na tomada da decisão. Pro-
com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
cedimento é o meio pelo qual se atende aos fins
ponibilidade e destituição de cargo em comissão;
do processo.
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência. A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data
em que o fato se tornou conhecido. Com o objetivo de regulamentar a disciplina cons-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal titucional do processo administrativo, a Lei nº 9.784,
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas de 1999, denominada “Lei do Processo Administra-
também como crime. tivo”, dispõe sobre normas básicas sobre o referido
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo no âmbito da Administração Federal dire-
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ta e indireta, visando a proteção dos direitos dos
decisão final proferida por autoridade competente. administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo Administração Pública. Trata-se de lei federal, aplicá-
começará a correr a partir do dia em que cessar a vel somente no âmbito da União, com incidência no
interrupção. Poder Executivo, e também nos Poderes Legislativo
e Judiciário, no exercício de suas funções atípicas.
Em relação ao parágrafo primeiro, acima, a ques- Entretanto, o STJ pacificou entendimento de que a
tão em prova poderá trocar os termos, colocando referida Lei de Processo Administrativo pode ser apli-
como termo inicial o momento da ocorrência do fato. cável, subsidiariamente, às demais entidades federais
Portanto, atente-se a esse ponto. que não possuam lei própria versando sobre o tema.
Em relação ao termo interrupção da prescrição no
Com base nessas considerações, passemos a desta-
art. 142, não está zerando o prazo em contagem mas,
car alguns pontos importantes da referida legislação.
simplesmente, parando sua contagem e retornando
De início, o § 2º, do art. 1º, da Lei nº 9.784, de 1999,
em seguida, conforme parágrafos terceiro e quarto.
procura delimitar três importantes conceitos. Órgão
é a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração
indireta. Entidade é a unidade de atuação dotada de
PROCESSO ADMINISTRATIVO personalidade jurídica. Temos também autoridade,
NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO que é o servidor ou agente público dotado de poder
de decisão.
PÚBLICA FEDERAL (LEI N° 9.784, DE 29
Preliminarmente, o art. 1º atribui a principal fina-
DE JANEIRO DE 1999) lidade da referida Lei.
A necessidade de se instaurar um processo, isso é, “Esta Lei estabelece normas básicas sobre o proces-
uma sequência de atos para o exercício da jurisdição, so administrativo, seus atos e procedimentos, no
tem seu fundamento no princípio constitucional do âmbito da Administração Pública Direta e Indireta
devido processo legal. O devido processo legal pode da União, inclusive das pessoas jurídicas controla-
ser compreendido como o “escudo da humanidade” das ou mantidas pelo Poder Executivo, visando, em
contra a prática de atos abusivos por parte do Esta- especial, à proteção dos direitos dos administrados,
do. Seu fundamento legal está previsto no art. 5º, LIV, atendimento do interesse público e melhor cumpri-
da Constituição Federal, o qual assegura que ninguém mento dos fins da Administração”.
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi-
do processo legal. Pela leitura do caput do art. 1º, percebe-se que
A obrigatoriedade do devido processo legal não se a referida Lei Federal estabelece normas básicas
aplica somente à seara judicial, mas também vincula sobre o processo administrativo, com a finalidade
a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no de proteger os direitos dos administrados, promo-
moderno Estado de Direito, a validade das decisões ver melhor atendimento do interesse público e o
praticadas por órgãos e agentes governamentais está melhor cumprimento dos fins da Administração.
condicionada ao cumprimento de um rito procedi- Os preceitos desta Lei se aplicam também aos
mental previamente estabelecido. Por isso, é de gran- Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Públi-
de importância o estudo do processo administrativo, co, à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da
que visa dar maior transparência e garantia do exer- União, quando no desempenho de função administra-
106 cício de uma boa Administração para os particulares. tiva § 1º, art. 1º.
Dos Princípios do Processo Administrativo e os Atos VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
do Processo Administrativo que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à
O caput do art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, elenca garantia dos direitos dos administrados;
os princípios pelos quais a Administração Pública tem IX - adoção de formas simples, suficientes para pro-
o dever de obedecer e que regem o processo adminis- piciar adequado grau de certeza, segurança e res-
trativo. São eles: peito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen-
Legalidade: é o dever de atuação conforme a lei e
tação de alegações finais, à produção de provas e
o direito positivado, fruto da própria noção de Esta-
à interposição de recursos, nos processos de que
do de Direito.
possam resultar sanções e nas situações de litígio;
Impessoalidade: tem por objetivo vedar a promo-
XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
ção pessoal de agentes e autoridades
ressalvadas as previstas em lei;
Moralidade: a atuação dos agentes públicos deve
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-
seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.
Publicidade: é o dever de publicar os atos admi- vo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
nistrativos de relevante interesse para a população, XIII - interpretação da norma administrativa da
gerando maior transparência. forma que melhor garanta o atendimento do fim
Eficiência: envolvem as ideias de profissionalismo público a que se dirige, vedada aplicação retroativa
e boa gestão, gerando resultados positivos e cor- de nova interpretação.
tando ao máximo os custos,
Razoabilidade e proporcionalidade: exige uma Dos Direitos e Deveres dos Administrados
linha lógica e adequação entre o fim almejado e o
meio utilizado para tal fim, abstendo-se de praticar Apesar de não haver uma expressa menção, para
exageros. os efeitos da Lei, considera-se como “administrado”
Obrigatória motivação: as decisões tomadas todo aquele que não possui vínculo com a Administra-
pelas autoridades devem conter pressupostos de ção Pública, é o cidadão particular, sujeito de direitos
fato e de direito que justifiquem as mesmas. e deveres exercidos pela Administração.
Duração razoável do processo: não significa que Mesmo não estabelecendo uma definição de admi-
o processo administrativo deva ser célere e rápido, nistrado, a Lei Federal busca proteger alguns direitos
mas ele também não pode ser demasiadamente lon- do administrado. Os seus direitos estão dispostos no
go. Existem processos na esfera judicial que perdu- art. 3º, in verbis:
ram por mais de cinco anos!
Segurança jurídica: exige que a interpretação das
Art. 3° O administrado tem os seguintes direitos
normas administrativas seja sempre a que melhor
perante a Administração, sem prejuízo de outros
atenda aos interesses dos administrados, sendo veda-
que lhe sejam assegurados:
da sua aplicação retroativa, pois isso feriria o ato
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser-
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus
Contraditório e ampla defesa: para cada ato e
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
cada alegação feita no processo em questão, é asse-
II - ter ciência da tramitação dos processos admi-
gurado o direito de manifestação da parte contrá-
ria, principalmente nos processos em que resultem nistrativos em que tenha a condição de interessa-
em sanções e nas situações de litígio. do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
Supremacia e indisponibilidade do interesse neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
público: são os princípios únicos e basilares de III - formular alegações e apresentar documentos
Direito Administrativo, que fundamentam o fato antes da decisão, os quais serão objeto de conside-
desse ramo jurídico ser de Direito Público. O inte- ração pelo órgão competente;
resse público deve, sempre, se sobrepor aos inte- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga-
resses particulares, o que garante à Administração do, salvo quando obrigatória a representação, por
Pública uma série de prerrogativas para perseguir força de lei.
esse fim. Por outro lado, o interesse público é indis-
ponível, não pode o agente público praticar atos Como se depreende da leitura do dispositivo, esse
com desvios de finalidade não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo
administrativo não precisa prever todos os direitos do
Além da obediência desses princípios, o processo administrado para garantir sua proteção.
administrativo também deve observar, alguns critérios Por outro lado, o art. 4º aponta os deveres do
previstos nos incisos do parágrafo único do art. 2º: administrado perante o processo administrativo.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Quando os pedidos de uma pluralidade de inte- Nos termos do art. 20, a competência é irrenun-
ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, ciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
poderão ser formulados em um único requerimento foi atribuída como própria, salvo os casos de delega-
ou reunidos por decisão motivada da autoridade com- ção e avocação legalmente admitidos.
petente, salvo preceito legal em contrário (art. 8º). A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori-
Quanto à legitimidade para a instauração do pro-
dade distribui suas competências para uma entidade
cesso, o art. 9º elenca um rol taxativo de interessados:
ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com-
titulares de direitos ou interesses individuais ou no petência poderá ser parcialmente delegada a outros
exercício do direito de representação; órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár-
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm quica, em razão de fatores técnicos, sociais, econômi-
direitos ou interesses que possam ser afetados pela cos, jurídicos ou territoriais.
decisão a ser adotada; O art. 22 apresenta, contudo, algumas matérias que
III - as organizações e associações representativas, não podem ser objeto de delegação, sendo indelegáveis:
no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV -as pessoas ou as associações legalmente consti-
I - a edição de atos de caráter normativo;
tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão,
Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi- entidade ou autoridade;
nistrativo, a referida Lei estabelece algumas hipóteses IV - as atribuições recebidas por delegação, sal-
de suspeição e de impedimento. vo autorização expressa e na forma por ela
Impedimento é uma qualidade que uma pessoa determinada.
tem que, como o próprio nome diz, impede essa pessoa
de participar do processo administrativo. As causas de A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de
impedimento estão dispostas no art. 18, in vebis:
competências, hipótese em que o órgão ou o titular
chama para si atribuições de competência de órgão
Art. 18 É impedido de atuar em processo adminis-
hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcio-
trativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; nal e temporária no processo administrativo, confor-
II - tenha participado ou venha a participar como me dispõe o art. 24.
perito, testemunha ou representante, ou se tais Em relação a forma, a Lei citada não atribui nenhum
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei- requisito solene para o processo administrativo, apenas
ro ou parente e afins até o terceiro grau; exige que os atos processuais deverão ser produzidos
III - esteja litigando judicial ou administrativa- por escrito, em vernáculo, com data e local de sua rea-
mente com o interessado ou respectivo cônjuge ou lização e assinatura da autoridade responsável (§ 1º,
companheiro. art. 22). Os atos são realizados em dias úteis, no horá-
rio de funcionamento da repartição na qual tramita o
A autoridade ou servidor que incorrer em impedi- processo.
mento deve comunicar o fato à autoridade competen- Sobre o tempo, dispõe o art. 24 que, inexistindo
te, abstendo-se de atuar. A omissão em comunicar tal disposição legal específica, os atos do órgão ou auto-
impedimento é considerada uma falta grave. ridade responsável pelo processo e dos administrados
Mas a Lei do Processo Administrativo também
que dele participem devem ser praticados no prazo de
prevê algumas hipóteses de suspeição. São hipóteses
cinco dias úteis, salvo motivo de força maior.
em que a pessoa não está obrigada, mas é recomendá-
Sobre o lugar, os atos do processo devem reali-
vel que ela não participe do processo administrativo.
zar-se por meio eletrônico ou físico, neste último caso
As causas de suspeição estão previstas no art. 20, in
preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos
verbis:
praticados em processos eletrônicos não dispensam o
Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de autoridade comparecimento do interessado quando necessário,
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade devendo observar as regras procedimentais do órgão
notória com algum dos interessados ou com os res- ou entidade aos quais se destina.
pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins Sobre a comunicação dos atos, é importante des-
108 até o terceiro grau. tacar o conteúdo do art. 27, in verbis:
Art. 27 O desatendimento da intimação não impor- Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
ta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no pra-
renúncia a direito pelo administrado. zo máximo de quinze dias úteis, salvo norma especial
Parágrafo único. No prosseguimento do proces- ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um
so, será garantido direito de ampla defesa ao parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido
interessado. no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem
O parágrafo único desse dispositivo trata de um der causa ao atraso. Se um parecer obrigatório e não
assunto bem simples: é assegurado no processo admi- vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
nistrativo o contraditório e a ampla defesa, igual a o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido
que acontece no processo judicial. com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
Porém, o caput do referido artigo traz uma novi- de quem se omitiu no atendimento (§§ 1º e 2º do art.
dade: a falta de defesa técnica, pelo desatendimento 42).
da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a Encerrada a instrução, o interessado terá o direito
revelia não existe no processo administrativo. Os de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo
efeitos da revelia (no processo judicial) importam no se outro prazo for legalmente fixado (art. 44).
reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados
e que não foram contestados pela outra parte. Do Dever de Decidir: Motivação e Desistência
Da Instrução: Produção de Provas, Testemunhas, Segundo o caput do art. 48, a Administração tem
Depoimento, Citação o dever de expressamente se pronunciar e emitir
decisão sobre todos os assuntos da sua competência
A fase de instrução é a etapa do processo admi- que lhes sejam apresentados, nos processos adminis-
nistrativo em que temos a produção de provas. As trativos e sobre solicitações, petições, representações
atividades de instrução destinadas a averiguar e com- ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir
provar os dados necessários à tomada de decisão se da Administração tem por fundamento justamente o
realizam de ofício, sem prejuízo do direito dos interes- direito de petição do administrado.
sados de propor atuações probatórias. A atuação do O art. 50, por sua vez, dispõe sobre a motivação
interessado, quando exigida ou necessária na fase de das decisões do processo administrativo. Os atos
instrução, deve ser realizada de modo menos oneroso administrativos deverão ser motivados, com indica-
para ele (art. 29). ção dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos proba-
tórios, especialmente quando:
Os atos de instrução podem ocorrer de forma
física ou por meio eletrônico. Nessa última hipótese,
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
tais atos serão documentados nos autos do respectivo
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
processo. sanções;
É absolutamente vedada a obtenção de provas por III - decidam processos administrativos de concur-
meios ilícitos. Exemplo: a confissão de um servidor so ou seleção pública;
policial sobre apuração de uma transgressão discipli- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
nar, mediante tortura. processo licitatório;
Quando a matéria do processo envolver assunto de V - decidam recursos administrativos;
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante VI - decorram de reexame de ofício;
despacho motivado, abrir período de consulta pública VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
para manifestação de terceiros, antes da decisão final, sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
se não houver prejuízo para a parte interessada e ao propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
eficaz andamento do processo (art. 31).
convalidação de ato administrativo.
A consulta pública é um instrumento de comu-
nicação entre a administração e a sociedade, pois
A motivação deve ser explícita, clara e congruen-
os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas
te, podendo consistir em declaração de concordância
e comentários acerca do objeto do processo, ainda
com fundamentos de anteriores pareceres, informa-
que não sejam a parte diretamente interessada. Não ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão
é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen- parte integrante do ato. Na solução de vários assuntos
te será utilizada quando for conveniente e oportuno da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâni-
para a Administração e para o processo em questão.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
cação, Ciência e Tecnologia, ou, mais especificamente, tos costumam exigir bastante a letra da Lei. Por isso,
à legislação que trata sobre esses importantes Institu- vamos apresentar, primeiro, os principais assuntos
tos. De início, é imprescindível responder à seguinte contidos na Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de
pergunta: o que são os Institutos Federais? 2008, conhecida como a lei criadora dos Institutos
Institutos Federais são os órgãos integrantes da Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
Rede Educacional brasileira, sendo subordinados ao
Das Finalidades e Características dos Institutos
Ministério da Educação. Têm como finalidade primor- Federais
dial ministrar a Educação Básica e de Nível Médio,
que é destinada principalmente aos brasileiros jovens Os Institutos Federais foram criados em todos os
e adolescentes, como também a Educação Superior, Estados brasileiros, isto é, cada Estado apresenta um
para os adultos, e a Educação Técnico-Científica Pro- Instituto Federal. Temos, por exemplo, o Instituto
fissional, a qual visa capacitar o aluno, a fim de que Federal do Amazonas, da Bahia, do Ceará, do Rio de
ele se torne um grande “técnico” sobre determinada Janeiro, de São Paulo, de Goiás, do Mato Grosso, de
matéria. Santa Catarina, do Paraná etc. 111
Vale dizer que esses Institutos possuem as mesmas Os próximos incisos tratam de outras finalidades
características e finalidades, ou seja, todos eles foram igualmente importantes, mas que não dizem respeito
criados para a persecução das mesmas finalidades e somente às atividades letivas. Observe o texto legal:
todos eles apresentam as mesmas características.
IV - orientar sua oferta formativa em benefício da
z Quais são as finalidades e características dos Insti- consolidação e fortalecimento dos arranjos produ-
tutos Federais? tivos, sociais e culturais locais, identificados com
base no mapeamento das potencialidades de desen-
volvimento socioeconômico e cultural no âmbito de
No art. 6º, encontra-se a resposta desse questiona-
atuação do Instituto Federal;
mento. Observe o texto legal:
V - constituir-se em centro de excelência na oferta
do ensino de ciências, em geral, e de ciências aplica-
Art. 6º Os Institutos Federais têm por finalidades e
das, em particular, estimulando o desenvolvimento
características: de espírito crítico, voltado à investigação empírica;
I - ofertar educação profissional e tecnológica, em VI - qualificar-se como centro de referência no
todos os seus níveis e modalidades, formando e apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições
qualificando cidadãos com vistas na atuação pro- públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica
fissional nos diversos setores da economia, com e atualização pedagógica aos docentes das redes
ênfase no desenvolvimento socioeconômico local, públicas de ensino;
regional e nacional; VII - desenvolver programas de extensão e de divul-
II - desenvolver a educação profissional e tecnológi- gação científica e tecnológica;
ca como processo educativo e investigativo de gera- VIII - realizar e estimular a pesquisa aplicada, a pro-
ção e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas dução cultural, o empreendedorismo, o cooperati-
às demandas sociais e peculiaridades regionais; vismo e o desenvolvimento científico e tecnológico;
III - promover a integração e a verticalização da IX - promover a produção, o desenvolvimento e a
educação básica à educação profissional e educa- transferência de tecnologias sociais, notadamente
ção superior, otimizando a infraestrutura física, os as voltadas à preservação do meio ambiente.
quadros de pessoal e os recursos de gestão;
Os incisos IV a VII relacionam-se com o campo
O inciso I trata da finalidade primordial dos Insti- científico e tecnológico. Os Institutos devem servir de
tutos Federais. Esta é considerada a finalidade mais paradigma ao centro de ciências, em relação ao for-
importante, pois a sua criação serve, justamente, talecimento dos arranjos produtivos, à capacitação
para que o Estado brasileiro possa melhor ministrar técnica dos docentes das redes públicas de ensino e,
a educação, em seus diversos níveis, para todos os também, ao desenvolvimento dos programas de divul-
brasileiros. gação científica e tecnológica. É isso que a legislação
A finalidade prevista no inciso II está voltada para quer dizer com “centro de excelência”: os Institutos
o setor de Ciência e Tecnologia. De fato, é igualmente Federais devem ser considerados um bom exemplo
imprescindível que os Institutos Federais almejem a para a execução das referidas atividades, adotando as
busca por novas tecnologias e instrumentos capazes práticas mais modernas e eficientes para a persecu-
de gerar soluções para os diversos problemas enfren- ção desses objetivos científicos e tecnológicos.
tados pela sociedade. O texto do inciso V apresenta uma noção bastante
A atividade educacional compreende não apenas importante para a área técnico-científica. O desenvol-
as atividades letivas, mas também as atividades vol- vimento do espírito crítico dos alunos dos Institutos
tadas à pesquisa científica, à elaboração de teses em Federais deve ser feito, levando em consideração a
pós-graduações, mestrados e doutorados, à criação de investigação empírica (pode aparecer como “estudo
metodologias inovadoras, entre outras. empírico”). Trata-se de uma forma de estudo voltada
à coleta de dados e evidências empíricas, resultados
mais diretos e concretos, com a finalidade de se che-
Importante! gar a um resultado mais visível e palpável.
Essa forma de pesquisa surgiu com o Empirismo
Perceba que o inciso I coincide com o dever no início do século XVII. Tal movimento constitui
previsto no texto do art. 205, da Constituição uma teoria do campo da Filosofia que estabelece que
Federal, sobretudo quando ele dispõe que o a aquisição de conhecimento pelos seres humanos é
desenvolvimento da educação é essencial para obtida com base em experiências sensoriais. É, enfim,
a atuação profissional do cidadão nos diversos a capacidade do ser humano de “provar aquilo que
setores da economia, favorecendo o desenvolvi- ele vê”.
mento socioeconômico próprio e do local onde Como exemplo, pode-se citar o caso de uma empre-
mora. sa de determinado produto alimentício que, após rea-
lizar um questionário aberto para toda a população
que o consome, decide remover uma das variantes de
O inciso III, por sua vez, apresenta o conceito de seu produto do mercado, devido a sua recepção mais
verticalização da educação básica para os níveis da negativa, segundo os resultados da pesquisa realiza-
educação profissional e superior. A ideia é que os da. Neste sentido, no plano da Educação, o desenvolvi-
Institutos acompanhem o ensino do cidadão brasilei- mento do raciocínio e a investigação de conceitos por
ro desde quando jovem até chegar em idade adulta, parte dos alunos dos Institutos Federais devem estar
promovendo o aprendizado em todas as etapas da sua pautados na busca pela evidência concreta do mate-
vida. Na medida em que o cidadão passa por um nível rial empírico, para melhor comprovar as suas defini-
112 educacional, ele deve ascender para o próximo. ções e ideias.
Dos demais incisos, o que merece destaque é o inciso Apesar de seu texto extenso, entendemos que o
IX. Nele, menciona-se a preservação do meio ambiente, mais importante do referido dispositivo é o fato dele
outra das tarefas essenciais e inerentes ao Estado brasi- distinguir, detalhadamente, os diferentes níveis de
leiro, sendo também de natureza constitucional. educação ministrados pelo Instituto. Na prova, não
É interessante notar que o texto do art. 6º apresenta serão exigidos dos candidatos detalhes muito especí-
as finalidades e características de forma conjunta sem, ficos, mas é importante, ao menos, saber distinguir
contudo, estabelecer uma distinção entre elas. Não há um um curso de bacharelado de um curso de licenciatura
inciso que distingue uma finalidade de uma característica. por exemplo, bem como possuir conhecimento geral
Entendemos, com isso, que o legislador quis atri- sobre os diferentes níveis de educação brasileira — a
buir os termos “finalidade” e “características” como Educação Básica e o Ensino Superior.
sinônimos, ainda que, etimologicamente, tais pala- A Educação Básica compreende as atividades dis-
vras possuam significados distintos. Por isso, prefe- postas no inciso I, envolvendo a Educação Infantil, o
rimos utilizar apenas o termo “características”, uma Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Pelo nome,
vez que “finalidade” é um termo que melhor se asse- percebemos que esse é o nível inicial da formação do
melha com o próximo tema. aluno. Todo cidadão deve possuir os conhecimentos
típicos de Educação Básica, como saber ler e escre-
Dos Objetivos dos Institutos Federais ver (Educação Infantil), realizar as quatro operações
matemáticas (Ensino Fundamental), entre outros.
Os objetivos dos Institutos Federais são, de modo
Observe que, na Educação Básica, não temos uma
geral, os eventos motivadores da sua criação. Isso por-
formação específica: o conhecimento adquirido nes-
que tais Institutos foram criados, para atingir objeti-
sa etapa, justamente por ser uma etapa inicial, é bas-
vos específicos da área da Educação, os quais estão
tante amplo, e supõe-se que todo cidadão brasileiro o
previstos nos incisos do art. 7º. Vejamos:
possui.
Art. 7o Observadas as finalidades e características A Educação Superior, por sua vez, é o nível da
definidas no art. 6o desta Lei, são objetivos dos Ins- Educação em que o aluno não apenas aprende, mas
titutos Federais: também se profissionaliza, adquirindo conhecimen-
I - ministrar educação profissional técnica de nível tos mais específicos voltados à área de trabalho. Para
médio, prioritariamente na forma de cursos inte- cursar qualquer atividade de Educação Superior, exi-
grados, para os concluintes do ensino fundamental ge-se do aluno a conclusão do Ensino Básico.
e para o público da educação de jovens e adultos; A Educação Superior é aquela prevista no inciso VI,
II - ministrar cursos de formação inicial e continua- envolvendo, além de outros, os cursos superiores de tec-
da de trabalhadores, objetivando a capacitação, o nologia, os cursos de bacharelado, os cursos de licencia-
aperfeiçoamento, a especialização e a atualização tura, e as pós-graduações lato sensu e stricto sensu.
de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, Apenas para fins didáticos, trouxemos um pano-
nas áreas da educação profissional e tecnológica; rama geral desses cursos ministrados em Educação
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o Superior:
desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológi-
cas, estendendo seus benefícios à comunidade; z Cursos Superiores de Tecnologia são cursos de gra-
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo duação mais curtos e que tem por foco uma área
com os princípios e finalidades da educação profis- específica do conhecimento. É um curso realizado,
sional e tecnológica, em articulação com o mundo visando atender às necessidades específicas e pro-
do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase dutivas do mundo do trabalho;
na produção, desenvolvimento e difusão de conhe- z Cursos Superiores de Bacharelado são aqueles que
cimentos científicos e tecnológicos; habilitam o profissional para atuar no exercício
V - estimular e apoiar processos educativos que de atividade acadêmica ou profissional, conside-
levem à geração de trabalho e renda e à emancipa-
rando um determinado campo do saber que não
ção do cidadão na perspectiva do desenvolvimento
são de Magistério. É o caso do Bacharel em Medi-
socioeconômico local e regional; e
cina, ou o Bacharel em Arquitetura, ou Bacharel
VI - ministrar em nível de educação superior:
em Direito.
a) cursos superiores de tecnologia visando à forma-
� Cursos de Licenciatura são aqueles que habilitam
ção de profissionais para os diferentes setores da
economia;
o profissional para atuar no magistério da Educa-
b) cursos de licenciatura, bem como programas ção Básica em diversas áreas do conhecimento. É
especiais de formação pedagógica, com vistas na o caso do profissional formado em Ciências Huma-
formação de professores para a educação básica, nas, como Pedagogia, Filosofia, Sociologia, Letras,
sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e História e Geografia;
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Um detalhe que merece maiores esclarecimentos está previsto no texto da alínea “e”, do inciso VI, o qual prevê
que os cursos de pós-graduação stricto sensu são ministrados de forma a desenvolver o “processo de geração e
inovação tecnológica”. Aqui, temos a criação de, por exemplo, novas patentes, desenhos industriais, modelos de
utilidades, enfim, temos a formação de novas ideias, que compõem capital intangível, cuja importância não pode
ser medida em um simples valor econômico.
As patentes, os desenhos industriais e os modelos de utilidade necessitam de ampla proteção, para que o seu
autor não se sinta prejudicado quando outros acabam utilizando da mesma técnica sem atribuir-lhe a respectiva
autoria. Existem diversos mecanismos capazes de resguardar esses direitos do autor. Para compreender melhor
esse aspecto, sugerimos a leitura da Lei nº 9.610, de 1998, também conhecida como a Lei dos Direitos Autorais.
Observe que os objetivos se dividem em, pelo menos, quatro verbos no infinitivo: ministrar, desenvolver, esti-
mular e realizar. Percebemos que o conteúdo de cada inciso é bastante autoexplicativo, porém é necessário que
você memorize todos esses objetivos. Vejamos:
Art. 7º Observadas as finalidades e características definidas no art. 6o desta Lei, são objetivos dos Institutos Federais:
I - ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os
concluintes do ensino fundamental e para o público da educação de jovens e adultos;
II - ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a capacitação, o aperfeiçoa-
mento, a especialização e a atualização de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, nas áreas da educação
profissional e tecnológica;
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, estendendo
seus benefícios à comunidade;
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecno-
lógica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento
e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
V - estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão
na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; e
VI - ministrar em nível de educação superior:
a) cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia;
b) cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de pro-
fessores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional;
c) cursos de bacharelado e engenharia, visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia
e áreas do conhecimento;
d) cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas
diferentes áreas do conhecimento; e
e) cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimen-
to de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica
Ademais, o art. 8º apresenta um conteúdo importante, sobretudo quanto ao objetivo de ministrar a educação
no Nível Médio e Superior, tal como exposto no inciso I, do art. 7º.
Art. 8º No desenvolvimento da sua ação acadêmica, o Instituto Federal, em cada exercício, deverá garantir o mínimo
de 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para atender aos objetivos definidos no inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, e o mínimo de 20% (vinte por cento) de suas vagas para atender ao previsto na alínea b do inciso VI do caput
do citado art. 7º.
§ 1º O cumprimento dos percentuais referidos no caput deverá observar o conceito de aluno-equivalente, conforme
regulamentação a ser expedida pelo Ministério da Educação.
§ 2º Nas regiões em que as demandas sociais pela formação em nível superior justificarem, o Conselho Superior do
Instituto Federal poderá, com anuência do Ministério da Educação, autorizar o ajuste da oferta desse nível de ensi-
no, sem prejuízo do índice definido no caput deste artigo, para atender aos objetivos definidos no inciso I do caput
114 do art. 7o desta Lei.
Como forma de garantir uma maior promoção da Art. 9º Cada Instituto Federal é organizado em
atividade de ministrar nos seus níveis iniciais, a refe- estrutura multicampi, com proposta orçamentária
rida legislação impõe aos Institutos Federais o dever anual identificada para cada campus e a reitoria,
de garantir, a cada exercício letivo, o mínimo de 50% exceto no que diz respeito a pessoal, encargos
de suas vagas voltadas para alunos que estejam na sociais e benefícios aos servidores.
etapa de aprendizado de Nível Médio. Isso significa
que metade de suas vagas devem ser voltadas para os Pela leitura do dispositivo, podemos identificar um
alunos que estejam cursando a Educação Básica (ensi- ponto importante: mesmo tendo propostas orçamen-
no infantil, fundamental, ou ensino médio). tárias distintas, cada um desses Institutos Federais
Esse número elevado de vagas põe em evidência o deve obedecer às mesmas regras quanto ao regime
grande problema educacional no nosso país: há uma de seu pessoal, encargos e benefícios sociais concedi-
grande quantidade de brasileiros — em sua maioria, dos aos servidores. Essas três matérias se encontram
crianças e adolescentes — que, infelizmente, não com-
dispostas, de modo geral, no Estatuto dos Servidores
pletou essa importante etapa da sua Educação. Assim,
Públicos Civis da União (Lei nº 8.112, de 1991), legis-
não há como desenvolver atividades técnico-científi-
cas se boa parte da população brasileira não detém, lação que traz ao candidato uma noção mais ampla
sequer, os conhecimentos básicos, que todo trabalha- sobre como funciona a jornada de trabalho do ser-
dor profissional ou pesquisador de novas metodolo- vidor, quais são seus deveres e responsabilidades e,
gias científicas deve possuir. também, a quais benefícios ele tem direito.
O texto legal também impõe o percentual mínimo O tema referente à estrutura do Plano de Cargos e
de vagas para os cursos de licenciatura e formação de Carreiras dos servidores será visto em maiores deta-
professores de educação básica de 20% (vinte por cen- lhes quando analisarmos a Lei instituidora do Plano
to). Assim, pode-se concluir que as vagas referentes de Cargos e Carreiras nas Instituições Federais de
aos demais cursos e formas de ensino são garantidos Ensino, que é a Lei nº 11.091, de 2005.
o remanescente, na quantia de 30% (trinta por cento) A estrutura organizacional disposta na Lei dos
das vagas. Institutos Federais menciona, somente, os órgãos
O § 2º, do art. 8º, apresenta uma exceção muito considerados de alta cúpula. Esses são os órgãos com
importante: é possível que o Conselho do Instituto grande poder de decisão, podendo ser órgãos superio-
Federal realize um ajuste na oferta do ensino pre- res ou órgãos executivos.
visto no inciso I, do art. 7º, “nas regiões em que as
Os órgãos superiores são disciplinados pelo art.
demandas sociais pela formação em nível superior
10. Trata-se dos órgãos encarregados de realizar as
justificarem”. Esse ajuste é possível e justificável
metas e objetivos primordiais dos Institutos. São, ao
quando, por exemplo, há uma área de um Estado bra-
sileiro em que se encontra uma grande quantidade todo, dois: o Colégio de Dirigentes e o Conselho Supe-
de pessoas com baixo nível de escolaridade e semia- rior. Observe o texto do referido dispositivo:
nalfabetas ou completamente analfabetas, pois existe
um número muito reduzido de escolas e institutos de Art. 10 A administração dos Institutos Federais
ensino, tornando impossível qualquer tipo de forma- terá como órgãos superiores o Colégio de Dirigen-
ção em nível superior nessa região. tes e o Conselho Superior.
O texto do § 1º faz referência à noção de aluno-e- § 1º As presidências do Colégio de Dirigentes e do
quivalente, um conceito que se encontra disposto no Conselho Superior serão exercidas pelo Reitor do
caput do art. 1º, da Portaria nº 1.162, de 9 de novem- Instituto Federal.
bro de 2018, expedida pelo Ministério da Educação. § 2º O Colégio de Dirigentes, de caráter consultivo,
Segundo a referida Portaria, “fica definido o conceito será composto pelo Reitor, pelos Pró-Reitores e pelo
de aluno-equivalente ou matrícula equivalente como o Diretor-Geral de cada um dos campi que integram
aluno matriculado em um determinado curso, ponde- o Instituto Federal.
rado pelo fator de equiparação de carga horária e pelo § 3º O Conselho Superior, de caráter consultivo e
fator de esforço de curso”. deliberativo, será composto por representantes
Para efeitos da legislação em análise e para fins de dos docentes, dos estudantes, dos servidores téc-
cumprimento do percentual de 50% previsto no art. nico-administrativos, dos egressos da instituição,
8º, o conceito de estudante deve ser entendido de for- da sociedade civil, do Ministério da Educação e do
ma ampla, incluindo aqueles alunos que não possuem Colégio de Dirigentes do Instituto Federal, assegu-
a idade adequada ao ano letivo que está cursando, rando-se a representação paritária dos segmentos
compreendendo, por exemplo, alguns adultos que, na que compõem a comunidade acadêmica.
sua infância, não tiveram oportunidade de terminar o § 4º O estatuto do Instituto Federal disporá sobre a
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
O último assunto de grande relevância trazido O Colégio de Dirigentes é o órgão superior que
pela Lei nº 11.892, de 2008, diz respeito à estrutura atua tal como atua a Diretoria de uma empresa priva-
dos Institutos Federais. Cada um dos Institutos apre- da. É composto pelo Reitor, os Pró-Reitores, e os Dire-
senta a mesma composição de órgãos, sendo impor- tores Gerais, os quais atuam em cada um dos campi
tante que os candidatos conheçam essa estrutura dos Institutos Federais. Esse é um órgão consultivo,
organizacional. apenas. Isso significa que suas principais atribuições
O art. 9º dispõe que os Institutos Federais possuem envolvem a administração dos gestores do Instituto,
estrutura multicampi, o que significa que eles se apre- procurando aconselhá-los de forma a melhor exerce-
sentam em forma de campos (algo similar à filial de rem suas funções. Não é um órgão de caráter punitivo,
uma empresa) espalhados por todo o país. pois ele não tem poderes para emitir decisões. 115
O Conselho Superior é o órgão superior consultivo e deliberativo. Observe que ele possui funções maiores
do que o Colégio de Dirigentes, pois deve exercer não somente os papéis de administrar e aconselhar os gestores
que atuam nos Institutos, como também as funções típicas de órgão deliberativo, como, por exemplo: elaborar
pareceres técnicos, para auxiliar um estudo na área da Educação pelo governo federal, emitir decisões sobre os
rumos que o Instituto Federal deve tomar, ou, ainda, emitir decisões sobre as punições a serem aplicadas em
regime disciplinar.
Na prática, o Conselho Superior é o órgão superior capaz de fazer suas deliberações possuírem grande força
cogente (como se fosse uma norma jurídica), de modo que ele pode, até mesmo, punir seus servidores quando
eles não cumprem com suas funções. Ainda, segundo o referido texto legal, o Conselho Superior é composto pelo
representante dos docentes, dos estudantes, dos servidores administrativos, dos egressos da sociedade civil, do
Ministério da Educação, entre outros.
Para facilitar os estudos, segue uma tabela, que aponta as principais distinções desses órgãos:
O art. 11, por sua vez, trata do órgão executivo. É aquele encarregado de cumprir as metas e o planejamento
elaborado pelos órgãos superiores. Há um único órgão executivo, que é a Reitoria.
Vejamos o texto do referido artigo na sua íntegra:
Art. 11 Os Institutos Federais terão como órgão executivo a reitoria, composta por 1 (um) Reitor e 5 (cinco)
Pró-Reitores.
§ 1º Poderão ser nomeados Pró-Reitores os servidores ocupantes de cargo efetivo da Carreira docente ou de cargo
efetivo com nível superior da Carreira dos técnico-administrativos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Admi-
nistrativos em Educação, desde que possuam o mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício em instituição federal
de educação profissional e tecnológica.
§ 2º A reitoria, como órgão de administração central, poderá ser instalada em espaço físico distinto de qualquer dos
campi que integram o Instituto Federal, desde que previsto em seu estatuto e aprovado pelo Ministério da Educação.
A Reitoria é o órgão de administração central dos Institutos Federais, sendo composta por um Reitor e mais
cinco Pró-Reitores.
O Reitor está previsto no art. 12. É o cargo de alta-cúpula mais importante do Instituto Federal, assemelhando-
-se ao Presidente de uma empresa privada. O referido dispositivo não apresenta as suas atribuições, mas dispõe
sobre os requisitos essenciais para a sua nomeação. Observe o texto legal:
Art. 12 Os Reitores serão nomeados pelo Presidente da República, para mandato de 4 (quatro) anos, permitida uma
recondução, após processo de consulta à comunidade escolar do respectivo Instituto Federal, atribuindo-se o peso
de 1/3 (um terço) para a manifestação do corpo docente, de 1/3 (um terço) para a manifestação dos servidores técni-
co-administrativos e de 1/3 (um terço) para a manifestação do corpo discente.
§ 1º Poderão candidatar-se ao cargo de Reitor os docentes pertencentes ao Quadro de Pessoal Ativo Permanente de
qualquer dos campi que integram o Instituto Federal, desde que possuam o mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exer-
cício em instituição federal de educação profissional e tecnológica e que atendam a, pelo menos, um dos seguintes
requisitos:
I - possuir o título de doutor; ou
II - estar posicionado nas Classes DIV ou DV da Carreira do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, ou
na Classe de Professor Associado da Carreira do Magistério Superior.
§ 2º O mandato de Reitor extingue-se pelo decurso do prazo ou, antes desse prazo, pela aposentadoria, voluntária
ou compulsória, pela renúncia e pela destituição ou vacância do cargo.
§ 3º Os Pró-Reitores são nomeados pelo Reitor do Instituto Federal, nos termos da legislação aplicável à nomeação
de cargos de direção.
De início, é importante ressaltar que o cargo de Reitor não é um cargo público, e, sim, um cargo político. Não
há como abrir concurso público para ocupar um cargo na Reitoria, uma vez que o Reitor é sempre nomeado pelo
Presidente da República.
Por ser um cargo político, o Reitor exerce um mandato eletivo pelo período de 4 (quatro) anos. Ademais, é
permitida a recondução do Reitor ao seu cargo após processo de consulta à comunidade escolar do respectivo
Instituto Federal. Quem deve decidir pela recondução do Reitor são o corpo docente, os servidores técnico-admi-
nistrativos e o corpo discente. Cada uma das manifestações desses três grupos é equivalente, correspondendo a
116 1/3 (um terço) cada do número de votos pela recondução do Reitor.
Vale dizer que não é qualquer cidadão que pode ser Reitor de um Instituto Federal. Para ocupar tal cargo, o
candidato nomeado deve, primeiramente, comprovar ter 5 (cinco) anos de efetivo exercício em instituição federal
de educação profissional e tecnológica. Além disso, deve apresentar, pelo menos, um dos seguintes requisitos:
z Possuir um doutorado;
z Estar posicionado nas Classes D IV (lê-se “dê quatro”) ou D V (lê-se “dê cinco”) da Carreira do Magistério do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, ou na Classe de Professor Associado da Carreira do Magistério Superior.
O segundo requisito faz referência à Lei nº 12.772, de 2012, que dispõe sobre o Plano de Cargos e Carreiras de
Magistério Público. As Classes D são reservadas para os Professores de Magistério Associado, podendo ser de
nível I a IV.
Os Pró-Reitores, por sua vez, são disciplinados pelo § 1º, do art. 11. São, de modo geral, os servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo da Carreira Docente ou de cargo efetivo com nível superior da Carreira dos Técnico-
-Administrativos, do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação. A Lei estabelece como
requisito para ocupar os cargos de Pró-Reitor ter efetivo exercício em instituição federal de educação profis-
sional e tecnológica por, ao menos, 5 (cinco) anos.
Por fim, temos os Diretores-Gerais, disciplinados pelo art. 13. O referido dispositivo também não menciona as
atribuições do Diretor-Geral, mas procura estabelecer os requisitos para sua nomeação. Vejamos:
Art. 13 Os campi serão dirigidos por Diretores-Gerais, nomeados pelo Reitor para mandato de 4 (quatro) anos,
permitida uma recondução, após processo de consulta à comunidade do respectivo campus, atribuindo-se o peso de
1/3 (um terço) para a manifestação do corpo docente, de 1/3 (um terço) para a manifestação dos servidores técnico-
-administrativos e de 1/3 (um terço) para a manifestação do corpo discente.
§ 1º Poderão candidatar-se ao cargo de Diretor-Geral do campus os servidores ocupantes de cargo efetivo da carreira
docente ou de cargo efetivo de nível superior da carreira dos técnico-administrativos do Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação, desde que possuam o mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício em institui-
ção federal de educação profissional e tecnológica e que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes situações:
I - preencher os requisitos exigidos para a candidatura ao cargo de Reitor do Instituto Federal;
II - possuir o mínimo de 2 (dois) anos de exercício em cargo ou função de gestão na instituição; ou
III - ter concluído, com aproveitamento, curso de formação para o exercício de cargo ou função de gestão em insti-
tuições da administração pública.
§ 2º O Ministério da Educação expedirá normas complementares dispondo sobre o reconhecimento, a validação e a
oferta regular dos cursos de que trata o inciso III do § 1º deste artigo.
Os Diretores-Gerais são nomeados pelo Reitor e têm a finalidade de dirigir os campi dos Institutos Federais.
São, também, cargos políticos com exercício em mandatos de 4 (quatro) anos.
Sobre os requisitos para nomeação em cargo de Diretor-Geral, o candidato deve, primeiramente, ser servidor
público ocupante de cargo efetivo da Carreira Docente ou de cargo efetivo de nível superior da Carreira dos Técni-
co-Administrativos, do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, devendo comprovar
ter efetivo exercício nesses tipos de cargo por 5 (cinco) anos.
Além disso, o candidato nomeado deve apresentar, ao menos, um desses requisitos complementares:
Conforme se pode observar, apesar das semelhanças entre os cargos de Reitor e Diretor-Geral, os requisitos
para ocupá-los são distintos. Vejamos essas principais distinções em formato de tabela:
REITOR DIRETOR-GERAL
Nomeação: Presidente da República Nomeação: Reitor
Quem: servidores ocupantes de cargo efetivo da Carreira
Quem: docentes pertencentes ao Quadro de Pessoal Ativo Docente ou de nível superior da Carreira dos Técnico-Admi-
Permanente, contados 5 (cinco) anos de efetivo exercício nistrativos, do Plano de Carreira, contados 5 (cinco) anos
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
de efetivo exercício
Requisitos (são alternativos):
Requisitos (são alternativos): � Preencher os requisitos para ocupar cargo de Reitor
� Possuir título de Doutor � Possuir 2 (dois) anos de exercício em cargo ou função
� Ser Professor Associado posicionado na Carreira de de gestão na Instituição
Magistério de Nível Básico (D IV ou D V), ou de Magistério � Ter concluído curso de formação para o exercício de car-
Nível Superior (carreira individual) go ou função de gestão em instituições da administração
pública com bom aproveitamento
Atente-se ao fato de que, para ocupar cargo de Diretor-Geral, o candidato não precisa, necessariamente, ter
experiência em cargo ou função de gestão dentro de uma instituição federal de ensino. A legislação também per-
mite a candidatura do servidor que, pelo menos, tenha concluído um curso de formação para o exercício desses
tipos de cargos. 117
Para facilitar a memorização dessa estrutura organizacional, segue uma tabela, contendo todo o conteúdo
referente aos órgãos estruturais dos Institutos:
DO COLÉGIO PEDRO II
A Lei nº 11.892, de 2008, faz uma pequena referência a um órgão importante da Rede Educacional Brasileira,
o Colégio Pedro II. Esse Colégio não é um Instituto Federal, mas um órgão distinto, que está inserido em um grupo
maior das Instituições Federais de Ensino.
A grande importância desse Colégio data da época em que o Brasil era Império. O então Imperador Dom Pedro
II custeava todas as despesas do referido Colégio, o qual acabou se tornando um paradigma em lecionar o ensino
fundamental e ensino médio, sendo também o único Colégio que possibilitava aos cidadãos brasileiros a ingres-
sarem nos cursos superiores.
Há uma pequena menção ao Colégio Pedro II, também, na Constituição Federal, de 1988, mais especificamente
no § 2º, do art. 242, prevendo apenas que “o Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido
na órbita federal”.
Em relação à legislação em estudo, temos o texto do art. 13-A, que dispõe que a estrutura organizacional do
Colégio Pedro II deverá seguir a mesma estrutura dos demais Institutos Federais. Observe o texto legal:
Art. 13-A O Colégio Pedro II terá a mesma estrutura e organização dos Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia.
Toda a matéria estudada relativa aos órgãos dos IFs, às competências, às pessoas que compõem cada órgão e
aos requisitos para ocuparem os referidos cargos, tudo isso se aplica, também, ao Colégio Pedro II. A ideia, caso
não tenha ficado claro, é a de manter o Colégio como uma instituição de qualidade, adotando o modelo educacio-
nal mais moderno, atual e eficiente.
Art. 13-B As unidades escolares que atualmente compõem a estrutura organizacional do Colégio Pedro II passam de
forma automática, independentemente de qualquer formalidade, à condição de campi da instituição.
Parágrafo único. A criação de novos campi fica condicionada à expedição de autorização específica do Ministério
da Educação.
Pode-se concluir, então, que todas as unidades escolares vinculadas ao Colégio Pedro II passam a ser conside-
radas seus múltiplos campi, não havendo a necessidade de fazer um requerimento, ou expedir um documento, ou
qualquer outra formalidade, para ocorrer a referida transformação.
É possível, também, a criação de novos campi vinculados ao Colégio, desde que haja autorização específica do
MEC para tanto.
Por fim, a legislação sobre os IFs apresenta um capítulo, disciplinando algumas situações temporárias e tran-
sitórias, sendo importante que você conheça, ao menos, as principais.
O art. 14 trata da situação do Diretor-Geral de órgão transformado ou integrado em Instituto Federal. Observe
que o dispositivo apresenta duas situações distintas: uma é referente ao Diretor-Geral, que passa a assumir o IF
como Reitor (caput), e outra é relativa ao fato de que o Diretor-Geral continua atuando como tal dentro do Insti-
tuto Federal (§ 1º).
Art. 14 O Diretor-Geral de instituição transformada ou integrada em Instituto Federal nomeado para o cargo de Rei-
tor da nova instituição exercerá esse cargo até o final de seu mandato em curso e em caráter pro tempore,
com a incumbência de promover, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a elaboração e encaminhamento
ao Ministério da Educação da proposta de estatuto e de plano de desenvolvimento institucional do Instituto
Federal, assegurada a participação da comunidade acadêmica na construção dos referidos instrumentos.
§ 1º Os Diretores-Gerais das instituições transformadas em campus de Instituto Federal exercerão, até o final de seu
mandato e em caráter pro tempore, o cargo de Diretor-Geral do respectivo campus.
§ 2º Nos campi em processo de implantação, os cargos de Diretor-Geral serão providos em caráter pro tempore, por
nomeação do Reitor do Instituto Federal, até que seja possível identificar candidatos que atendam aos requisitos
118 previstos no § 1° do art. 13 desta Lei.
§ 3º O Diretor-Geral nomeado para o cargo de Rei- privada. Não pode, também, utilizar seu patrimônio
tor Pro-Tempore do Instituto Federal, ou de Dire- pecuniário, para aplicar na Bolsa de Valores. Esses
tor-Geral Pro-Tempore do Campus, não poderá atos, por mais que possam enriquecer o seu patrimô-
candidatar-se a um novo mandato, desde que nio, são atos que não condizem com a sua finalidade
já se encontre no exercício do segundo man- máxima, que é a promoção da Educação no país. É
dato, em observância ao limite máximo de inves- isso o que denominamos de supremacia do interesse
tidura permitida, que são de 2 (dois) mandatos público sobre o privado.
consecutivos.
Além disso, conforme se depreende da leitura do
referido dispositivo, também não é permitido a inje-
O Diretor-Geral que assume como Reitor deve, ção de capital de origem privada nos Institutos Fede-
então, exercer o seu mandato de Reitor na nova ins- rais como se fosse uma empresa estatal. Todavia,
tituição em caráter temporário (é isso que significa a temos a ressalva do inciso III: é possível que uma pes-
expressão pro tempore). A ele cabe a tarefa de elaborar soa da iniciativa privada seja pessoa física ou jurídica
proposta de Estatuto e, também, o Plano de Desenvol- e possa doar bens ou dinheiro para o Instituto Federal.
vimento Institucional do IF. Esses documentos servi- Por fim, o art. 18 trata de outras instituições edu-
rão de base do IF e devem indicar como o Instituto cacionais que, por não serem consideradas Institutos
Federal deve proceder de agora em diante. Federais, devem permanecer com a sua organização.
Vale mencionar que o Diretor-Geral que ingressa na Vejamos o texto legal:
nova instituição apenas como Diretor-Geral também
deve cumprir seu mandado em caráter temporário. Art. 18 Os Centros Federais de Educação Tecnoló-
Um detalhe importante está no § 3º, do art. 14: se o gica Celso Suckow da Fonseca CEFET-RJ e de Minas
Diretor-Geral estiver no seu segundo mandato quando Gerais - CEFET-MG, não inseridos no reordenamen-
antes da sua incorporação à nova instituição, ele não to de que trata o art. 5º desta Lei, permanecem como
deve ocupar o cargo de Reitor, pois isso ultrapassaria entidades autárquicas vinculadas ao Ministério da
o limite máximo de investidura de dois mandatos con- Educação, configurando-se como instituições de
secutivos (um mandato normal e uma recondução). ensino superior pluricurriculares, especializadas
na oferta de educação tecnológica nos diferentes
Art. 15 A criação de novas instituições federais de níveis e modalidades de ensino, caracterizando-se
educação profissional e tecnológica, bem como a pela atuação prioritária na área tecnológica, na
expansão das instituições já existentes, levará em forma da legislação.
conta o modelo de Instituto Federal, observando
Assim, os denominados Centros Federais de Edu-
ainda os parâmetros e as normas definidas pelo
Ministério da Educação. cação Tecnológica (CEFET-RJ e CEFET-MG), devido a
sua essência ser voltada para a pesquisa e aquisição
de novas tecnologias, não necessitam possuir a mes-
O texto do art. 15 é bastante simples: a criação de
ma estrutura organizacional dos Institutos Federais.
novas Instituições Federais de Ensino, assim como a
Diante de sua atuação prioritária na área tecnológi-
expansão das instituições já existentes, deverão pos-
ca, o legislador entendeu que seria melhor mantê-los
suir o mesmo modelo dos Institutos Federais, ou seja,
com a sua própria formação e estrutura, uma vez que
devem possuir um Colégio de Dirigentes, um Conselho
ela promove a Educação de uma forma distinta dos
Superior, uma Reitoria etc.
Por fim, o art. 17 apresenta um conteúdo importan- Institutos Federais.
te, que diz respeito ao patrimônio dos Institutos Fede-
rais e como ele será composto. Observe o texto legal:
podendo ser alienados a não ser nos casos e condi- Antes de adentrar ao texto legal, convém fazer uma
ções permitidos em lei. ressalva: os Institutos Federais (IFs) estão inseridos
em um grupo maior, que é o grupo das Instituições
Para todos os efeitos, os Institutos Federais são Federais de Ensino (doravante denominadas IFEs).
órgãos públicos, com subordinação ao Ministério da Outros órgãos que também fazem parte das Institui-
Educação e, consequentemente, ao Poder Executivo ções Federais de Ensino são: a Universidade Tecnoló-
Federal. Por esse motivo, o seu patrimônio e os seus gica Federal do Paraná (UTFPR), os Centros Federais
ganhos devem ser utilizados somente para a persecu- de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do
ção dos objetivos primordiais dos Institutos Federais. Rio de Janeiro (CEFET-RJ) e de Minas Gerais (CEFET-
Assim, não pode, por exemplo, o Instituto Fede- -MG), as Escolas Técnicas vinculadas às Universida-
ral objetivar o lucro, realizar locação de um imóvel des Federais e o Colégio Pedro II2, já mencionados em
que o esteja utilizando com uma entidade pública ou momento anterior.
Art. 10 O desenvolvimento do servidor na carreira dar-se-á, exclusivamente, pela mudança de nível de capacitação
e de padrão de vencimento mediante, respectivamente, Progressão por Capacitação Profissional ou Progressão por
Mérito Profissional.
§ 1º Progressão por Capacitação Profissional é a mudança de nível de capacitação, no mesmo cargo e nível de
classificação, decorrente da obtenção pelo servidor de certificação em Programa de capacitação, compatível com o
cargo ocupado, o ambiente organizacional e a carga horária mínima exigida, respeitado o interstício de 18 (dezoito)
meses, nos termos da tabela constante do Anexo III desta Lei.
§ 2º Progressão por Mérito Profissional é a mudança para o padrão de vencimento imediatamente subsequente, a
cada 2 (dois) anos de efetivo exercício, desde que o servidor apresente resultado fixado em programa de avaliação
de desempenho, observado o respectivo nível de capacitação.
§ 3º O servidor que fizer jus à Progressão por Capacitação Profissional será posicionado no nível de capacitação
subsequente, no mesmo nível de classificação, em padrão de vencimento na mesma posição relativa a que ocupava
anteriormente, mantida a distância entre o padrão que ocupava e o padrão inicial do novo nível de capacitação.
§ 4º No cumprimento dos critérios estabelecidos no Anexo III, é permitido o somatório de cargas horárias de cursos
realizados pelo servidor durante a permanência no nível de capacitação em que se encontra e da carga horária que
excedeu à exigência para progressão no interstício do nível anterior, vedado o aproveitamento de cursos com carga
horária inferior a 20 (vinte) horas-aula.
§ 5º A mudança de nível de capacitação e de padrão de vencimento não acarretará mudança de nível de
classificação.
§ 6º Para fins de aplicação do disposto no § 1º deste artigo aos servidores titulares de cargos de Nível de Classifica-
ção E, a conclusão, com aproveitamento, na condição de aluno regular, de disciplinas isoladas, que tenham relação
direta com as atividades inerentes ao cargo do servidor, em cursos de Mestrado e Doutorado reconhecidos pelo
Ministério da Educação - MEC, desde que devidamente comprovada, poderá ser considerada como certificação em
Programa de Capacitação para fins de Progressão por Capacitação Profissional, conforme disciplinado em ato do
Ministro de Estado da Educação.
§ 7º A liberação do servidor para a realização de cursos de Mestrado e Doutorado está condicionada ao resultado
favorável na avaliação de desempenho.
§ 8º Os critérios básicos para a liberação a que se refere o § 7º deste artigo serão estabelecidos em Portaria conjunta
dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação.
Assim, temos duas formas de progressão funcional, utilizadas para finalidades distintas:
A Progressão por Capacitação Profissional é aquela em que o servidor progride na Carreira mediante a sua
evolução no nível de capacitação, respeitado um período de interstício de 18 meses. O servidor deve passar esse
período dentro do mesmo nível de capacitação para ascender para o próximo nível.
Por exemplo: o servidor Mário é ocupante de cargo de Auxiliar de Topografia, classe C, e ingressou na sua
carreira pela classe C-I. Uma vez decorrido o período de 18 meses a título de interstício, ele também concluiu
Programa de Capacitação, com certificado. Uma vaga para o cargo de Auxiliar de Topografia C-II ficou em aberto
durante essa aquisição do certificado. Com isso, esse servidor pode ascender na sua carreira, ocupando um cargo
distinto, com um maior número de atribuições, a título de Progressão por Capacitação.
A Progressão por Mérito Profissional é a forma de ascensão em que o servidor não muda de nível de capa-
citação, mas há uma alteração no seu padrão de vencimento, desde que comprove estar há 18 meses em efetivo
exercício. Isso significa que o servidor público deve receber uma remuneração maior quando trabalhar nesse
mesmo cargo, e no mesmo nível de capacitação, por 18 meses consecutivos.
Tomemos o mesmo exemplo do parágrafo anterior: o servidor Mário ingressou na carreira de Auxiliar de
Topografia na classe C-I.
Porém, suponha que Mário, dessa vez, não realizou nenhum curso de Capacitação Profissional, e suponha
também que não foram abertas vagas novas para Mário poder subir na carreira. Nesse caso, uma vez que ele
tenha completado 2 anos trabalhando nesse mesmo cargo, ele tem direito a um acréscimo na sua remuneração,
a título de Progressão por Mérito. Mesmo trabalhando no mesmo cargo e realizando as mesmas tarefas, Mário
acaba ganhando mais a título de remuneração.
Exemplificando, podemos elencar essas duas formas de progressão no seguinte quadro, indicando:
§ 1º Os percentuais do Incentivo à Qualificação não incentivos e vantagens aos quais o servidor tem direi-
são acumuláveis e serão incorporados aos res- to. Vejamos o texto legal:
pectivos proventos de aposentadoria e pensão.
§ 2º O Incentivo à Qualificação somente integrará Art. 13 A remuneração dos integrantes do Plano de
os proventos de aposentadorias e as pensões quan- Carreira será composta do vencimento básico, cor-
do os certificados considerados para a sua conces- respondente ao valor estabelecido para o padrão
são tiverem sido obtidos até a data em que se deu a de vencimento do nível de classificação e nível de
aposentadoria ou a instituição da pensão. capacitação ocupados pelo servidor, acrescido dos
§ 3º Para fins de concessão do Incentivo à Qualifica- incentivos previstos nesta Lei e das demais vanta-
ção, o Poder Executivo definirá as áreas de conhe- gens pecuniárias estabelecidas em lei.
cimento relacionadas direta e indiretamente ao Parágrafo único. Os integrantes do Plano de Car-
ambiente organizacional e os critérios e processos reira não farão jus à Gratificação Temporária
de validação dos certificados e títulos, observadas - GT, de que trata a Lei nº 10.868, de 12 de maio
as diretrizes previstas no § 2º do art. 24 desta Lei. de 2004, e à Gratificação Específica de Apoio 123
Técnico-Administrativo e Técnico-Marítimo às Ins- Ocorre que essa vantagem acabou trazendo uma
tituições Federais de Ensino - GEAT, de que trata a grande quantidade de processos na Justiça, uma vez
Lei nº 10.908, de 15 de julho de 2004. que, por ter sido conferida a todos os servidores públi-
Art. 13-A Os servidores lotados nas Instituições cos em geral, diversos servidores entraram com ações
Federais de Ensino integrantes do Plano de Carreira judiciais para requerer a equiparação do reajuste com
dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação as categorias que tiveram maior aumento percentual
não farão jus à Vantagem Pecuniária Individual - nos vencimentos em virtude desse benefício, sugerin-
VPI instituída pela Lei nº 10.698, de 2 de julho de do que tal vantagem fosse devida não em valor fixo,
2003. mas em uma porcentagem de 13,23% do valor do ven-
cimento de cada servidor. Os julgados não são unâni-
A remuneração de todo servidor público integrante mes quanto ao tema; alguns conferiram essa revisão,
da Administração Pública é composta pela somatória outros negaram, sob a alegação de que o referido
do vencimento e pelas demais vantagens econômicas benefício não pode ser utilizado como uma forma de
a que os servidores têm direito. reajuste salarial.
Vencimento é o valor base da sua remuneração, Como já ocorreu essa revisão salarial dos servido-
representando a quantia que o servidor ganha por ter res públicos federais, o legislador decidiu em não mais
efetivamente trabalhado. O vencimento está para o conceder a VPI para os servidores ocupantes de cargos
servidor público assim como o saldo de salário está das Instituições Federais (IFEs). Essa vantagem deixou
para a remuneração do trabalhador empregado. de ser devida a esses servidores a partir de 2008.
Segundo o caput do art. 14:
Do Enquadramento de Servidores no Plano de
Art. 14 Os vencimentos básicos do Plano de Carrei- Carreiras
ra dos Cargos Técnico-Administrativos em Educa-
ção estão estruturados na forma do Anexo I-C desta Outro tema em que temos também a questão de
Lei, com efeitos financeiros a partir das datas nele reajustes salariais diz respeito ao enquadramento do
especificadas. servidor de acordo com a Tabela de Correlação.
Enquadramento é a adequação da remuneração
As vantagens econômicas podem ser dos mais do servidor público para torná-la mais adequada e
variados tipos, muito se assemelhando às vantagens compatível com as atribuições que ele exerce dentro
econômicas devidas para os trabalhadores emprega- do seu cargo. A finalidade do enquadramento é, justa-
dos da iniciativa privada. Temos os adicionais (de mente, evitar a situação de ter um servidor em nível
tempo noturno, de insalubridade, de periculosidade, de capacitação mais baixo percebendo uma remune-
de férias etc.), as gratificações (de função de gabine- ração superior ao servidor com nível de capacitação
te, natalina, pelo exercício de função de direção, che- mais elevado.
fia e assessoramento etc.) e também as indenizações Esse é um dos problemas mais comuns enfrenta-
(auxílio-transporte, diárias, vale-alimentação etc.). dos pela Administração Pública, conhecido também
São diversas as vantagens que o servidor pode per- como os “supersalários dos servidores públicos”. Boa
ceber, a depender do tipo de serviço e das condições parte do orçamento público adquirido pelo Governo
nas quais ele deve prestar esse serviço. é utilizado para remunerar o seu próprio pessoal.
Sobre as vantagens econômicas, temos duas veda- Diversas medidas vêm sendo adotadas, de forma a
ções previstas, uma no parágrafo único, do art. 13, e enxugar a folha salarial dos servidores que percebem
outra no art. 13-A. inúmeras vantagens econômicas.
É importante lembrar que os Institutos Federais
z A primeira vedação diz respeito à Gratificação não foram “criados do nada”: eles se originaram nos
Temporária (GT) e à Gratificação Específica de Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET),
Apoio Técnico-Administrativo e Técnico-Marítimo instalados nas escolas técnicas e agrotécnicas federais
às Instituições Federais de Ensino (GEAT). Essas e nas escolas técnicas vinculadas às universidades
gratificações eram devidas para os servidores federais. Com isso, muitos servidores que atuavam
ocupantes de qualquer cargo dentro do Plano de nesses Centros Federais foram redistribuídos para
Carreiras; trabalhar nesses novos Institutos. Por isso, o enqua-
z A outra vedação, prevista no art. 13-A, é referen- dramento foi essencial para atender a essas situações
te à Vantagem Pecuniária Individual (VPI). Essa transitórias.
vedação é aplicável aos ocupantes de cargos de O enquadramento dos servidores do Plano de Car-
natureza técnico-administrativa, dentro do Plano gos dos Institutos Federais será feito tendo por base a
de Carreira dos cargos Técnico-Administrativos Tabela de Correlação prevista no Anexo VII da Lei. É
em Educação (das IFEs). evidente que não será exigida a memorização da tabe-
la por inteiro. Contudo, é interessante analisarmos o
que dispõe o art. 15, pois ele apresenta também o que
A VPI é uma vantagem econômica introduzida pela
deve ser observado quando do enquadramento desses
primeira vez em 2003, com a Lei Federal nº 10.698, de
servidores. Vejamos o texto legal, na sua íntegra:
2003, sendo devida a todos os servidores públicos fede-
rais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da
Art. 15 O enquadramento previsto nesta Lei será
União, das Autarquias e Fundações Públicas Federais, efetuado de acordo com a Tabela de Correlação,
ocupantes de cargos efetivos ou empregos públicos, constante do Anexo VII desta Lei.
no valor fixo de R$ 59,87 (cinquenta e nove reais e § 1º O enquadramento do servidor na Matriz
oitenta e sete centavos). A principal finalidade da con- Hierárquica será efetuado no prazo máximo de
cessão dessa VPI é a de atribuir uma pequena revisão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei,
124 salarial a todos os servidores públicos federais. observando-se:
I - o posicionamento inicial no Nível de Capacitação Sobre os cargos de técnico-administrativo e técni-
I do nível de classificação a que pertence o cargo; e co-marítimo já vagos quando da publicação da Lei,
II - o tempo de efetivo exercício no serviço público o art. 17 disciplina que eles serão transformados em
federal, na forma do Anexo V desta Lei. cargos equivalentes no referido Plano de Carreiras:
§ 2º Na hipótese de o enquadramento de que trata
o § 1º deste artigo resultar em vencimento básico Art. 17 Os cargos vagos dos grupos Técnico-Admi-
de valor menor ao somatório do vencimento nistrativo e Técnico-Marítimo do Plano Único de
básico, da Gratificação Temporária - GT e da Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos,
Gratificação Específica de Apoio Técnico-Ad- de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987,
ministrativo e Técnico-Marítimo às Institui- ficam transformados nos cargos equivalentes do
ções Federais de Ensino - GEAT, considerados no Plano de Carreira de que trata esta Lei.
mês de dezembro de 2004, proceder-se-á ao paga- Parágrafo único. Os cargos vagos de nível superior,
mento da diferença como parcela complemen- intermediário e auxiliar, não organizados em car-
tar, de caráter temporário. reira, redistribuídos para as Instituições Federais
§ 3º A parcela complementar a que se refere o § 2º de Ensino, até a data da publicação desta Lei, serão
deste artigo será considerada para todos os efeitos transformados nos cargos equivalentes do Plano de
como parte integrante do novo vencimento básico, Carreira de que trata esta Lei.
e será absorvida por ocasião da reorganização ou
reestruturação da carreira ou tabela remunerató- Como forma de facilitar a estrutura do Plano de Car-
ria, inclusive para fins de aplicação da tabela cons-
gos em Carreira das IFEs, o art. 18 faz menção à possibili-
tante do Anexo I-B desta Lei.
dade do Poder Executivo de promover a racionalização
§ 4º O enquadramento do servidor no nível de capa-
citação correspondente às certificações que possua
dos cargos integrantes do Plano de Carreira. “Racio-
será feito conforme regulamento específico, obser- nalizar” significa “transformar” o cargo público, ou seja,
vado o disposto no art. 26, inciso III, e no Anexo III alterar informações sobre a sua nomenclatura, a classe
desta Lei, bem como a adequação das certificações que ocupa e os níveis que apresenta.
ao Plano de Desenvolvimento dos Integrantes da Para tanto, o mesmo art. 18 também apresenta os
Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em critérios e requisitos que devem ser observados para a
Educação, previsto no art. 24 desta Lei. realização dessa transformação. Observe o texto legal:
§ 5º Os servidores redistribuídos para as Institui-
ções Federais de Ensino serão enquadrados no Pla- Art. 18 O Poder Executivo promoverá, mediante
no de Carreira no prazo de 90 (noventa) dias da decreto, a racionalização dos cargos integrantes
data de publicação desta Lei. do Plano de Carreira, observados os seguintes cri-
térios e requisitos:
O enquadramento, assim, tem prazo máximo de I - unificação, em cargos de mesma denominação e
90 dias contados da data da publicação da referida nível de escolaridade, dos cargos de denominações
Lei. Todos os servidores que foram redistribuídos dos distintas, oriundos do Plano Único de Classificação
CEFETS devem estar ocupando cargos dentro do Pla- e Retribuição de Cargos e Empregos, do Plano de
no de Carreiras após o decurso desse prazo. Classificação de Cargos - PCC e de planos correla-
É interessante notar o texto dos §§ 2º e 3º, que fazem tos, cujas atribuições, requisitos de qualificação,
alusão à Gratificação Temporária (GT) e à Gratificação escolaridade, habilitação profissional ou especia-
Específica de Apoio Técnico-Administrativo e Técnico- lização exigidos para ingresso sejam idênticos ou
-Marítimo às Instituições Federais de Ensino (GEAT). essencialmente iguais aos cargos de destino;
Como mencionamos, essas gratificações não são mais II - transposição aos respectivos cargos, e inclusão
devidas a esses servidores. Entretanto, para efeitos de dos servidores na nova situação, obedecida a cor-
enquadramento, se a remuneração do servidor, quando respondência, identidade e similaridade de atribui-
ele passou a ocupar o novo cargo, for inferior ao soma- ções entre o cargo de origem e o cargo em que for
tório do seu vencimento básico e dessas gratificações, enquadrado; e
ele terá direito a um pagamento complementar de sua III - posicionamento do servidor ocupante dos car-
remuneração, ainda que temporariamente. gos unificados em nível de classificação e nível de
O art. 16 deixa bastante claro que a solicitação do capacitação e padrão de vencimento básico do car-
enquadramento, principalmente para os ocupantes de go de destino, observados os critérios de enquadra-
cargos técnico-administrativo e técnico-marítimo, é fei- mento estabelecidos por esta Lei.
ta mediante uma solicitação simples e irretratável. Se o
servidor não solicitar o enquadramento no prazo de 60 A ideia é agrupar os cargos das Instituições Fede-
dias contados da publicação da Lei, ele será obrigado a rais de Ensino que apresentam as mesmas atribuições,
compor quadro em extinção de cargos até este tornar- os mesmos requisitos para o ingresso e o mesmo nível
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
-se vago. Quando ocorrer a vacância do cargo (quando de escolaridade e especialização, que deverão ser tra-
nenhum servidor estiver ocupando-o), somente então tados como cargos equivalentes, ainda que sejam dis-
ele deve integrar o Plano de Carreiras dessa Lei. tintas as suas nomenclaturas ou que se originem de
Plano de Cargos distintos.
Art. 16 O enquadramento dos cargos referido no
Para que o enquadramento possa ocorrer de manei-
art. 1º desta Lei dar-se-á mediante opção irretratá-
vel do respectivo titular, a ser formalizada no prazo ra célere e eficiente, foi criada, também, uma Comissão
de 60 (sessenta) dias a contar do início da vigência de Enquadramento, responsável pela implementação
desta Lei, na forma do termo de opção constante do do mesmo em cada uma das unidades dos Institutos
Anexo VI desta Lei. Federais. Essa Comissão é disciplinada pelo art. 19:
Parágrafo único. O servidor que não formalizar a
opção pelo enquadramento comporá quadro em Art. 19 Será instituída em cada Instituição Federal
extinção submetido à Lei nº 7.596, de 10 de abril de de Ensino Comissão de Enquadramento responsá-
1987, cujo cargo será transformado em cargo equi- vel pela aplicação do disposto neste Capítulo, na
valente do Plano de Carreira quando vagar. forma prevista em regulamento. 125
§ 1º O resultado do trabalho efetuado pela Comis- Dica
são de que trata o caput deste artigo será objeto de
Todas as questões referentes ao enquadramen-
homologação pelo colegiado superior da Institui-
ção Federal de Ensino. to de cargos são resolvidas por outro órgão, que
§ 2º A Comissão de Enquadramento será composta, é a Comissão de Enquadramento.
paritariamente, por servidores integrantes do Pla-
no de Carreira da respectiva instituição, mediante Por fim, o art. 23 aponta a quais pessoas se aplica o
indicação dos seus pares, e por representantes da disposto nessa referida Lei:
administração superior da Instituição Federal de
Ensino. Art. 23 Aplicam-se os efeitos desta Lei:
I - aos servidores aposentados, aos pensionistas,
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS exceto no que se refere ao estabelecido no art. 10
desta Lei;
II - aos titulares de empregos técnico-administra-
Em seu Capítulo final, a Lei nº 11.091, de 2005,
tivos e técnico-marítimos integrantes dos quadros
apresenta diversos temas distintos, mas que não são
das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao
de grande relevância para nossos estudos. O úni- Ministério da Educação, em relação às diretrizes
co assunto que merece maior destaque é a criação de gestão dos cargos e de capacitação e aos efei-
da Comissão Nacional de Supervisão do Plano de tos financeiros da inclusão e desenvolvimento na
Carreira. É um órgão vinculado também ao Ministé- Matriz Hierárquica e da percepção do Incentivo à
rio da Educação, tendo por finalidade dar assessora- Qualificação, vedada a alteração de regime jurídico
mento e avaliação ao Plano de Carreiras dos Institutos em decorrência do disposto nesta Lei.
Federais.
É o art. 22 que disciplina a Comissão de Supervisão Pela leitura do inciso I, a referida Lei de Plano de
do Plano de Carreiras, apresentando também as suas Cargos e Carreiras pode ser aplicável, também, aos
principais atribuições. Vejamos o texto legal: servidores aposentados que trabalhavam nos Institu-
tos Federais, salvo no que diz respeito às hipóteses de
Art. 22 Fica criada a Comissão Nacional de Super- desenvolvimento funcional previstas no art. 10, pois
visão do Plano de Carreira, vinculada ao Ministé- tais servidores não estão mais trabalhando.
rio da Educação, com a finalidade de acompanhar,
assessorar e avaliar a implementação do Plano de
Carreira, cabendo-lhe, em especial:
I - propor normas regulamentadoras desta Lei HORA DE PRATICAR!
relativas às diretrizes gerais, ingresso, progressão,
capacitação e avaliação de desempenho; 1. (IDECAN – 2019) No que se refere aos servidores e
II - acompanhar a implementação e propor agentes públicos, assinale a alternativa correta.
alterações no Plano de Carreira;
III - avaliar, anualmente, as propostas de lotação a) Cargo público é o conjunto de atribuições e respon-
das Instituições Federais de Ensino, conforme
sabilidades previstas na estrutura organizacional que
inciso I do § 1º do art. 24 desta Lei; e
devem ser cometidas a um servidor.
IV - examinar os casos omissos referentes ao
b) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros,
Plano de Carreira, encaminhando-os à aprecia-
são criados por lei, com denominação própria e ven-
ção dos órgãos competentes.
cimento pago pelos cofres públicos, para provimento
§ 1º A Comissão Nacional de Supervisão será
composta, paritariamente, por representantes do em caráter temporário, efetivo ou em comissão.
Ministério da Educação, dos dirigentes das IFES e c) O provimento dos cargos públicos far-se-á median-
das entidades representativas da categoria. te ato da autoridade competente de cada Poder, e a
§ 2º A forma de designação, a duração do manda- investidura ocorrerá com a nomeação.
to e os critérios e procedimentos de trabalho da d) A nomeação em cargo público far-se-á em caráter efe-
Comissão Nacional de Supervisão serão estabeleci- tivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento
dos em regulamento. efetivo, excetuando-se os de carreira.
§ 3º Cada Instituição Federal de Ensino deverá ter e) Poderá ocorrer novo concurso mesmo que haja can-
uma Comissão Interna de Supervisão do Plano de didato aprovado no concurso anterior com prazo de
Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em validade não expirado.
Educação composta por servidores integrantes do
Plano de Carreira, com a finalidade de acompanhar, 2. (IDECAN – 2019) Em relação aos conceitos defini-
orientar, fiscalizar e avaliar a sua implementação dos na Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores
no âmbito da respectiva Instituição Federal de Ensi- Públicos Civis da União, das Autarquias e das Funda-
no e propor à Comissão Nacional de Supervisão as ções Públicas Federais), assinale a alternativa correta.
alterações necessárias para seu aprimoramento.
a) Os cargos públicos são criados por lei, com ou sem
Assim, percebemos que a Comissão Nacional de denominação própria, para provimento em caráter
Supervisão do Plano de Carreira é encarregada de efetivo.
todo o procedimento referente ao Plano de Carreiras b) A nomeação é o ato solene praticado pelo servidor
em geral e incumbida de acompanhar todo o seu pro- público, pelo qual ele passa a ter direitos e deveres
cesso de implementação, de avaliar as propostas de perante a Administração Pública.
lotação e também de examinar os casos omissos na c) Cargo público é o conjunto de atribuições e respon-
Lei, na solução de controvérsias a respeito do próprio sabilidades previstas na estrutura organizacional que
126 Plano de Carreiras. devem ser cometidas a um servidor.
d) Posse é o efetivo desempenho das atribuições do car- 7. (IDECAN – 2019) Em relação à Lei 8.112/90, a vacân-
go público ou da função de confiança. cia de cargo público decorrerá de
e) Readaptação é a passagem do servidor estável de
cargo efetivo para outro de igual denominação, per- a) disponibilidade.
tencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou ins- b) aproveitamento.
tituição do mesmo Poder. c) recondução.
d) reintegração.
3. (IDECAN – 2019) Assinale abaixo a única forma de e) promoção.
provimento de cargo público admitida pela Lei nº
8.112/90. 8. (IDECAN – 2020) Sobre os direitos e vantagens
estabelecidos na Lei 8.112/90, assinale a afirmativa
a) Ascensão incorreta.
b) Transferência
c) Recondução a) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
d) Adaptação de cargo público, com valor fixado em lei.
e) Perempção b) As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou
de força maior poderão ser compensadas a critério da
4. (IDECAN – 2019) São requisitos básicos para investi- chefia imediata, porém não serão consideradas como
dura em cargo público, exceto efetivo exercício.
c) Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
a) a nacionalidade brasileira. salário mínimo.
d) O servidor em débito com o erário que for demitido,
b) o gozo dos direitos políticos.
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou dispo-
c) a quitação com as obrigações militares.
nibilidade cassada terá o prazo de sessenta dias para
d) a aptidão física e mental.
quitar o débito.
e) a idade mínima de 21 anos.
e) O vencimento, a remuneração e o provento não serão
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos
5. (IDECAN – 2020) Com base nas disposições da Lei nº
casos de prestação de alimentos resultante de deci-
8.112/90 sobre a redistribuição, assinale a alternativa
são judicial.
correta.
9. (IDECAN – 2020) Sobre os direitos e vantagens
a) Redistribuição é o deslocamento do servidor, de ofício, estabelecidos na Lei 8.112/90, assinale a afirmativa
no âmbito do mesmo quadro, sem mudança de sede. incorreta.
b) A redistribuição ocorrerá sempre a pedido para ajusta-
mento da força de trabalho às necessidades dos ser- a) A critério da Administração, poderão ser concedidas
viços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não
ou criação de órgão ou entidade. esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
c) A redistribuição independe do nível de escolaridade, assuntos particulares pelo prazo de até cinco anos
consecutivos, sem remuneração.
especialidade ou habilitação profissional.
b) Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor
d) O servidor que não for redistribuído ou colocado em
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabili- exercício do cargo efetivo, com a respectiva remune-
dade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provi- ração, por até três meses, para participar de curso de
sório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado capacitação profissional.
aproveitamento. c) O servidor poderá, no interesse da Administração, e
e) A redistribuição independe da equivalência de desde que a participação não possa ocorrer simulta-
vencimentos. neamente com o exercício do cargo ou mediante com-
pensação de horário, afastar-se do exercício do cargo
6. (IDECAN – 2020) Acerca da vacância e da remoção, efetivo, com a respectiva remuneração, para participar
assinale a alternativa correta. em programa de pós-graduação stricto sensu em ins-
tituição de ensino superior no País.
a) A vacância é forma originária de provimento de cargo d) É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse
público.
legítimo.
b) Não existe diferença conceitual entre remoção e
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Assinale ANOTAÇÕES
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
130
Bom! Agora que já sabemos o que são proposições
lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são proposi-
ções. Isto é fundamental, pois várias questões de prova
perguntam exatamente isso – são apresentadas algumas
frases e você precisa identificar qual delas não é uma
RACIOCÍNIO LÓGICO proposição. Vejamos os casos em que mais aparecem:
tros exemplos:
Verbo X + 5 = 10
Aquele carro é amarelo.
Toda proposição pode ser representada simbolica- 5+5
mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo: X – Y = 20
z p: Sabino é um pintor esperto; Todos os exemplos acima são sentenças abertas, então
z r: Kate é uma mulher alta. podemos resumir da seguinte forma:
Na situação temos duas proposições sendo repre- As variáveis: Ele, aquele ou variáveis matemáticas (X
sentadas pelas letras p e r. ou Y) tornam a sentença aberta. 131
Sempre será uma proposição lógica na escrita mate- Maria é bailarina ou Juliano é atleta;
mática e podemos notar que há verbos nos casos a seguir: Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta;
Se estudar, então vai passar;
z = (é igual); Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
z ≠ (é diferente); dinheiro.
z > (é maior);
z < (é menor); z Na linguagem simbólica:
z ≥ (é maior ou igual);
z ≤ (é menor ou igual). p ^ q;
p v q;
Esquematizando o que não são proposições lógicas: p v q;
p → q;
p ⟷ q.
Sentenças Interrogativas(?)
z Sabino corre e Marcos compra leite; Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como
z O gato é azul ou o pato é preto; também podem ser chamados, servem para ligar duas
z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar. ou mais proposições simples e formar, assim, propo-
sições compostas.
Cada conectivo tem sua representação simbólica e Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos: um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
Veja a tabela abaixo:
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA Tabela de conectivos
e Conjunção ^
ou Disjunção v CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
→R (Q → R)
V V V V V V V P→Q⟺~Q→~P
V V F V F F F Onde “⟺” é um símbolo que representa “pode ser
V F V F V V V substituído em uma prova com.”
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é
V F F F V V V
exibida em uma linha de uma prova, ela pode ser
F V V F V V V substituída por ~ Q → ~ P “.
F V F F V F V Exemplo:
F F V F V V V Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
Assim, Se ele não pode correr ~Q, então ele não é
F F F F V V V um tigre ~P. 135
EQUIVALÊNCIA CONDICIONAL Para fazer essa equivalência vamos interpretar o
conectivo “se e somente se”. Na sua nomenclatura
Agora vamos tratar duas equivalências impor- temos uma bicondicional. O que isso isso significa
tantes desse conectivo que tem a maior incidência exatamente? Significa que temos duas condicionais
nas provas de concursos. A primeira delas ensina (se...então). E, pensando nisso, podemos dizer então
como transformar uma proposição composta pelo que temos uma condicional indo e uma condicional
“se…então” em outra proposição composta pelo “se… voltando; repare que a simbologia (⟷) são duas setas.
então”. A outra ensina como transformar uma propo- Agora vamos traduzir isso tudo com um exemplo.
sição composta pelo “se…então” em uma composta Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A → B) ^ (B → A)
pelo conectivo “ou” (e vice-versa). Vamos lá! O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
⇔ Se o céu ficará azul, então hoje não vai chover e se
Contrapositiva hoje não vai chover, então o céu ficará azul.
Para fazermos essa equivalência devemos inverter z Com o conectivo “ou” e “tabela verdade”
as proposições e depois negar todas as proposições.
Já para entendermos essa equivalência, precisa-
z Inverte e nega tudo mantendo o se então mos lembrar dos casos na tabela verdade do conetivo
“se e somente se” quando temos resultados verda-
Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A deiros, ou seja, quando os valores lógicos são iguais.
Sabendo disso, podemos dizer então que o conectivo
Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos
“se e somente se” terá resultado verdadeiro quan-
não passa, então ele não estuda.
do as proposições forem todas verdadeiras ou
Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu
quando forem todas falsas (vale lembrar que a nega-
o processo de construção da segunda a partir da pri-
ção de “V” será “F”). Logo, veja o exemplo de como
meira? Você deve inverter a ordem das proposições e
ficará essa equivalência:
negar ambas.
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A ^ B) v (~A ^ ~B)
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover.
z “se...então” vira “ou”
⇔ O céu ficará azul e hoje não vai chover ou o céu não
ficará azul e hoje vai chover.
Essa equivalência é feita negando a primeira pro- Agora observe a tabela verdade envolvendo todas
posição, trocando o conectivo “se...então” pelo conec- as equivalências da Bicondicional:
tivo “ou”, repetindo a segunda proposição.
Nega ou Repete.
(A→B) (A ∧ B)
Exemplo:
A B ~A ~B A ⟷ B B⟷A ∧ ∨
A → B ⇔ ~A v B
(B→A) (~A ∧ ~B)
Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso
não é ovíparo ou o macaco voa. V V F F V V V V
Observe a tabela a seguir e veja que os resultados V F F V F F F F
são iguais, ou seja, equivalentes: F V V F F F F F
F F V V V V V V
A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A ∨ B
V V F F V V V
COMUTAÇÃO
V F F V F F F
F V V F V V V Leis Comutativas
F F V V V V V Conjunção “e”
A^B⇔B^A
EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL Joana é magra e Maria é baixa. ⇔ Maria é baixa e Joa-
na é magra.
Geralmente aprendemos somente a equivalência
básica desse conectivo (a comutação), mas precisa- A B A∧B B∧A
mos ficar atentos para os casos especiais. O conectivo V V V V
“se e somente se” tem mais duas equivalências lógicas V F F F
quando interpretamos de maneira mais minuciosa o
F V F F
seu significado e sua tabela verdade. Esse detalhe vem
cada vez mais aparecendo em provas, por isso, atente- F F F F
-se às explicações a seguir.
Disjunção Inclusiva “ou”
Comutação Exemplo: A v B ⇔ B v A
João anda de barco ou Sabrina vai à praia.⇔ Sabrina
Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A vai à praia ou João anda de barco.
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. Disjunção Exclusiva “ou...ou”
⇔ Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul. Exemplo: A v B ⇔ B v A
Ou Romeu compra uma moto ou ele vende o carro. ⇔
136 z Com o conectivo “e” e “se...então” Ou Romeu vende o carro ou ele compra uma moto.
P4: “Se os beneficiários dos serviços prestados pelo setor Alfa
A B A∨B B∨A
são mal atendidos, então os beneficiários dos serviços
V V F F prestados por esse setor padecem.”.
V F V V C: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor Alfa,
então os servidores públicos que atuam nesse setor pade-
F V V V
cem e os beneficiários dos serviços prestados por esse
F F F F setor padecem.”.
Considerando esse argumento, julgue o item seguinte.
Bicondicional “se e somente se” A proposição P3 é equivalente à proposição “Se os ser-
Exemplo: A ⟷ B ⇔ B A vidores públicos que atuam nesse setor não padecem,
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. ⇔ então o trabalho dos servidores públicos que atuam no
Hoje não choverá se e somente se o céu ficar azul. setor Alfa não fica prejudicado.”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A B A⟷B B⟷A
V V V V Proposição: P3: “Se o trabalho dos servidores públicos
V F F F que atuam no setor Alfa fica prejudicado, então os ser-
vidores públicos que atuam nesse setor padecem.”.
F V F F Equivalência:
F F V V (inverte e nega tudo mantendo “se então”)
“Se os servidores públicos que atuam nesse setor não
Condicional “Se então” padecem, então o trabalho dos servidores públicos que
É o único conectivo lógico que não aceita a proprieda- atuam no setor Alfa não fica prejudicado.” Resposta:
de de comutação, pois o seu antecedente não pode ser o Certo.
consequente e vice-versa.
A→B≠B→A
REGRAS DE DEDUÇÃO
A seguir, pratique o conteúdo visto até aqui com
alguns exercícios comentados de bancas diversas. ESTRUTURA LÓGICA
proposições P1, P2, P3 e P4 são as premissas, e C é a O macaco bebe leite e o gato come banana.
conclusão.
z Na linguagem simbólica:
P1: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor Alfa, p ^ q.
então o trabalho dos servidores públicos que atuam nesse
setor pode ficar prejudicado.”. Disjunção Inclusiva (Conectivo ou)
P2: “Se há carência de recursos tecnológicos no setor Alfa,
então os beneficiários dos serviços prestados por esse Representação simbólica: v
setor podem ser mal atendidos.”. Exemplos:
P3: “Se o trabalho dos servidores públicos que atuam no setor
Alfa fica prejudicado, então os servidores públicos que z Na linguagem natural:
atuam nesse setor padecem.”. Maria é bailarina ou Juliano é atleta. 137
z Na linguagem simbólica: A representação simbólica apresentada para julgar-
p v q. mos é de uma conjunção e na questão foi apresen-
tada uma proposição composta pela condicional na
Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou) forma “camuflada” dentro de uma relação de causa
e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado.
Representação simbólica: ⊻
Exemplos: ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO
z Na linguagem natural:
Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta. Em nosso estudo sobre a dedução, faz-se imperati-
vo vermos sobre os argumentos lógicos e, dentro deste
z Na linguagem simbólica: assunto, estaremos interessados em verificar se eles
p ⊻ q. são válidos ou inválidos. Então, passemos a seguir a
entender o que significa um argumento válido e um
Condicional (Conectivo Se e então) argumento inválido.
Crianças
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é
Patrícia
falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos
valores lógicos para proposição composta pelo conec-
Não gostam de chocolate
tivo “se...,então” na primeira premissa. Assim,
Gostam de chocolate
Logo, vou ao cinema. (F)
Deu Erro Argumento Válido a) não estava acompanhado, mas estava feliz.
b) estava acompanhado, mas não estava feliz.
c) não estava acompanhado, nem feliz.
Não Deu Argumento d) não cantou.
Erro Inválido e) cantou.
Dividendo
Divisor
NOÇÕES BÁSICAS DE CONJUNTOS
30 5
0 6 INTRODUÇÃO À TEORIA DE CONJUNTOS
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
X Y
Importante!
Entenda a diferença:
● Falamos que um elemento pertence ou não
X–Y X∩Y Y–X pertence a um conjunto;
● Falamos que um conjunto está contido ou não
RACIOCÍNIO LÓGICO
B = {∃ x Є Z | x > 5}
Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto B existe x pertencente ao conjunto dos números inteiros,
tal que x é maior do que 5.
Agora vamos esquematizar todas as simbologias para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na hora de
resolver as questões. Observe a tabela a seguir:
Diagrama de VENN
Vamos entender como se resolve questões que envolvem Operações com Conjuntos se relacionando. Acom-
panhe os exemplos a seguir e a maneira como desenvolvemos suas resoluções:
z Em uma sala de aula, 20 alunos gostam de Matemática, 30 gostam de Português, e 10 gostam das duas matérias.
Sabendo que 5 alunos não gostam de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos há nessa sala de aula?
1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos envolvidos.
Vamos à resolução:
1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
Matemática Português
144
3. Preencha as informações de dentro para fora (da n(M ∪ P) = 40
interseção para as demais informações);
Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou
Matemática Português Português (aqui já está incluso quem gostam das duas
matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas
somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.
Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala.
Assim como nos problemas com 2 conjuntos, quan-
do nós tivermos 3 conjuntos será possível resolver
o problema por meio de Diagramas de Venn ou por
meio de fórmula. Acompanhe a resolução do exemplo:
10
André, Bernardo e Carol ouviram certa quantidade
de músicas. Nenhum deles gostaram de seis músicas
e os três gostaram de dez músicas. Além disso, hou-
ve doze músicas que só André e Bernardo gostaram,
4. Preencha as demais informações no diagrama; nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro
músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve
Matemática (20) Português (30) música alguma que somente um deles tenha gostado.
O número de músicas que eles ouviram foi?
Siga os passos a seguir:
1. Identifique os conjuntos;
30 – 10 = 20 2. Represente em forma de diagramas;
20 – 10 = 10 3. Preencha as informações de dentro para fora (da
10 interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
5 tos envolvidos.
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
Carol
5
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
10+10+20+5 = X interseção para as demais informações);
X = 45 alunos é o total dessa sala.
André Bernardo
Também seria possível resolver esse tipo de ques-
tão usando a seguinte fórmula:
RACIOCÍNIO LÓGICO
Bovina Frango
10
50 100 X
9 4
0 Carol
6 0
150 100
Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe-
mos que os três gostaram de dez músicas, depois 200 Suína
preenchemos com as demais informações:
FATORIAL
(a8, a1, a2), ⋯ ,(a8, a7, a6) → 7 ∙ 6pares An, r =n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙[n – (r – 1)]
r fatores
7 ∙ 6+7 ∙ 6+ ⋯ +7 ∙ 6=8 ∙ 7 ∙ 6 = 336
Assim, são 336 números distintos formados por Com simplificação fatorial temos:
três algarismos distintos com os dígitos de 1 a 8.
Generalizando então o princípio multiplicativo, n!
com restrição para elementos distintos, para qualquer An, r
(n – r)!
quantidade de elementos temos:
RACIOCÍNIO LÓGICO
n! BINÔMIO DE NEWTON
Pnn₁, n₂, ⋯, nr =
n1!n2! ⋯ nr! Desenvolvimento, Coeficientes Binomiais e Termo
Geral
Suponha que se deseja saber quantos anagramas
podem ser construídos com a palavra ARARAQUARA. Usamos as técnicas de contagem como o diagra-
Então, usando a definição de permutação com repe- ma de árvore e o princípio fundamental da contagem
tição, da palavra temos 10 letras e duas delas com para obter o desenvolvimento do binômio (x + a)n com
150 repetição: n ∈ N e x, a ∈ ℝ.
Alguns casos particulares já são conhecidos: (x+a)3 = (x+a) ∙ (x+a) ∙ (x+a), se escolhermos um ter-
mo de cada fator, obteremos três termos (um em cada
z (x + a)0 = 1; fator), que são multiplicados entre si: x3, x2a, xa2 e a3,
z (x + a)1 = x + a; ou seja, o diagrama de árvore está na coluna “Produ-
z (x + a)2 = x2 + 2xa + a2; to”. Assim, o primeiro deles x3 só pode ser obtido de
z (x + a)3 = x3 + 3x2a + 3xa2 + a3 . uma única forma, que é com a escolha de x para os
três fatores. Logo, o coeficiente de x3 no desenvolvi-
Mas para todo n inteiro, positivo, quanto maior o n mento do binômio é 1 ou C3,0.
mais trabalhoso fica: Para o termo x2a, a quantidade de produtos do tipo
x a no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas
2
e calcula-se sua soma (reduzindo os termos semelhan- duas são iguais a a e uma igual a x, da permutação
tes). Por fim, a soma obtida é o desenvolvimento do com repetição temos:
binômio (x+a)n.
Para (x+a)2 = (x+a) ∙ (x+a), usando o diagrama de 3!
árvore para seleção dos termos, e esgotando as possí- p31,2 = = C3,2, logo, o coeficiente de xa2 é C3,2.
veis seleções para cada termo do fator, temos: 1!2!
(x+a)3 = C3,0x3+C3,1x2a+C3,2xa2+C3,3a3.
(x+a)n = Cn, p xn – p ap
( )
9
1
Assim a soma de todos os produtos é: x ∙ x ∙ x+x ∙ x ∙ a+x ∙ volvimento do binômio de Newton x + é:
a ∙ x+x ∙ a ∙ a+a ∙ x ∙ x+a ∙ x ∙ a+a ∙ a ∙ x+a ∙ a ∙ a=x3+3x2a+3xa2+a3 x2
a) 72.
Usando o binômio cúbico e reescrevendo ele em b) 78.
forma de combinações temos o seguinte: do binômio c) 80. 151
d) 84. Seja o número de elementos dos conjuntos de empre-
e) 92. sas dos polos A e B, respectivamente, n(A) = 72 e n(B)
= 54, se devemos ter o mesmo número de empresas
( ) 1
9 em cada grupo e esse número seja o maior possível,
No desenvolvimento do binômio , o x+ então a diferença entre o número de empresas do
x2 polo A em relação a B é de 18. Retirando esses 18 do
termo independente é aquele cuja a potência é nula, polo B temos os dois polos com a mesma quantidade
assim o termo geral do binômio é: de empresas, 54 tanto para A quanto para B. Desses
() 1
p
54 podemos distribuir grupos de 18 empresas para
C9,p x 9–p
= C9,p x9 – p (x –2)p = C9,p x9 – p x –2p = cada polo, ficando então 3 grupos de 18 empresas
x2 para o polo A e B, sobrando mais um grupo de 18
C9,p x9 – p –2p = C9,p x9 –3p empresas só do polo B, assim, o polo A ficou com 3
grupos de 18 empresas e o polo B com 4 grupos de
9 – 3p = 0 → p = 3
18 empresas.
C9,3 x9 – 3∙3 = C9,3x0 = C9,3∙ 1 = 84 Logo, número de grupos formados por 18 empresas
Logo, o coeficiente do termo independente, x0, é 84. desses polos foi de 7. Resposta: Letra D.
Resposta: Letra D.
4. (QUADRIX – 2017) Um anagrama de determinada
2. (COMPERVE – 2017) Sete amigos montaram um gru- palavra é uma “palavra” — que pode ou não ter signifi-
po com o objetivo de estudar para um concurso públi- cado — formada pelas mesmas letras da palavra dada
co, mas estabeleceram a seguinte ressalva: o estudo inicialmente. Assim, a quantidade de anagramas que
só aconteceria se pelo menos três deles estivessem se pode formar com a palavra TERRACAP, de modo
presentes. O número de maneiras distintas que esse que as quatro primeiras letras sejam os anagramas de
grupo pode se reunir e estudar é: RRAA — as letras repetidas da palavra dada — é:
a) 52
1. (IDECAN – 2019) O conjunto que representa o resulta-
b) 53
do da interseção entre o conjunto dos números natu-
c) 54
rais, N, e o conjunto dos números inteiros, Z, é
d) 55
a) {0}. e) 56
b) { }.
7. (IDECAN – 2019) Em um determinado colégio com
c) N.
470 estudantes, verificou-se que 250 alunos gostam
d) Z.
e) {-1, 0, 1}. de matemática, 180 alunos gostam de português e
200 alunos não gostam nem de matemática nem de
2. (IDECAN – 2019) Considere os conjuntos português. Observou-se ainda que alguns alunos gos-
tam de matemática e português. Pode-se concluir cor-
A = {0, 1, 2, 3} retamente que nesse colégio
B = {1, 3}
C = {1, 2, 3} a) mais de 150 estudantes gostam de matemática e
português.
Qual conjunto representa o resultado de(A ∩ B) ∪ C? b) mais de 100 estudantes gostam apenas de
matemática.
a) {0, 1, 2, 3}. c) mais de 50 alunos gostam apenas de português.
RACIOCÍNIO LÓGICO
3. (IDECAN – 2019) Seja a notação AC como o comple- 8. (IDECAN – 2018) O valor de x3+64 é um número intei-
mentar do conjunto A e conforme os temas relacio- ro. A quantidade de valores inteiros que x pode assu-
nados à Teoria dos Conjuntos, assinale a alternativa mir é: x²
verdadeira.
a) 4.
a) A ∪ (B − A) = B b) 8.
b) B − AC = B ∪ A c) 12
c) B − A ⊃ AC d) 16. 153
9. (IDECAN – 2019) Considere N o conjunto dos números c) 1024.
naturais e Z o conjunto dos números inteiros. Saben- d) 3125.
do-se que o conjunto Z possui uma quantidade infinita e) 5000.
de elementos, pode-se afirmar que a intersecção de Z
e N (Z ∩ N) 15. (IDECAN – 2019) Considere o conjunto A = {0, 1, 2, 3, 4,
5}. Quantos números naturais pares podem ser forma-
a) não possui elementos. dos utilizando 4 algarismos distintos do conjunto A?
b) possui uma quantidade finita de elementos.
c) é o conjunto N. a) 60.
d) é o conjunto N* (naturais não-nulos). b) 156.
e) possui 1 elemento. c) 180.
d) 300.
10. (IDECAN – 2020) Em uma sessão de teatro, 1/5 do e) 360.
público era formado por adolescentes, 3/10 do públi-
co por idosos e o público restante era de adultos. 16. (IDECAN – 2018) Uma equipe mista de vôlei de quadra
Sabendo que a diferença entre o número de adultos amador conta com um plantel de 15 jogadores, sendo
na sessão e o número de adolescentes é igual 30, qual 8 mulheres e 7 homens. Considerando que todos os
o número de idosos presentes na sessão de teatro? jogadores podem jogar em todas as posições, a quan-
tidade de equipes distintas que se pode formar com
a) 50. exatamente 3 homens e 3 mulheres é de
b) 60.
c) 20. a) 1960.
d) 40. b) 1920.
e) 30. c) 1980.
d) 1950.
11. (IDECAN – 2020) João possui uma semana muito inten- e) 1990.
sa, com aulas pela manhã e pela tarde, porém as aulas
que João mais gosta, matemática, futebol e inglês, ocu- 17. (IDECAN – 2019) Sabendo que proposição é o ter-
pam somente 1/3 do total das aulas semanais. Além mo usado em lógica para descrever o conteúdo de
dessas 3 disciplinas, João tem ainda 20 aulas durante orações declarativas que podem ser valoradas como
a semana. Portanto, pode-se concluir que a quantidade verdadeiro ou falso, assinale a alternativa que indique
de aulas de matemática, futebol e inglês é igual a uma proposição lógica.
12. (IDECAN – 2020) No tradicional almoço de domingo 18. (IDECAN – 2019) A alternativa que apresenta corre-
da família Silva são servidos feijoada e suco de laran- tamente a negação da frase “Se passar no concurso
ja. A jarra totalmente cheia com suco de laranja pesa público é ótimo, então eu preciso estudar” é
1200 gramas. Ao final da refeição, sobrou 1/5 do suco
e o peso da jarra com o restante do suco é de 360 a) “Se passar no concurso público não é ótimo, então eu
gramas. Com base nesta situação, qual seria o peso preciso estudar”.
da jarra com 2/3 do suco de laranja? b) “Passar no concurso público não é ótimo ou eu não
preciso estudar”.
a) 600g. c) “Passar no concurso público não é ótimo e eu não pre-
b) 700g. ciso estudar”.
c) 750g. d) “Passar no concurso público é ótimo mas eu não pre-
d) 800g. ciso estudar”.
e) 850g. e) “Ou estudo ou passo no concurso público”.
13. (IDECAN – 2019) Considerando os algarismos 1, 2, 19. (IDECAN – 2019) No conto de fadas da Cinderela, Cin-
3, 5, 7 e 9, quantos números pares podem-se formar derela vivia como pobre e escrava por conta de sua
com 5 algarismos diferentes? madrasta malvada, e o jovem príncipe, filho do rei, era
muito bonito. A negação lógica para a afirmação “Cin-
a) 720. derela não é pobre ou o príncipe é bonito” é:
b) 120.
c) 240. a) Se Cinderela é pobre, então o príncipe não é bonito.
d) 1. b) Cinderela é pobre e o príncipe não é bonito.
e) 0. c) Cinderela é rica e o príncipe é feio.
d) Cinderela é rica ou o príncipe é feio.
14. (IDECAN – 2019) Uma determinada prova de um con- e) Cinderela é pobre ou o príncipe não é bonito.
curso público possui 5 questões de raciocínio lógico.
Cada uma dessas questões possui 5 itens a analisar, 20. (IDECAN – 2019) Na lógica matemática, duas proposi-
que devem ser julgados como corretos ou incorretos. ções são equivalentes quando seus valores lógicos forem
De quantas maneiras um candidato pode responder a iguais. Sobre o tema, analise as proposições a seguir:
essas 5 questões, considerando respostas aos itens
como corretos e incorretos? I Quem possui saúde, não sente fraqueza.
II Quem não possui saúde, sente fraqueza.
a) 5. III Quem sente fraqueza, possui saúde.
154 b) 625. IV Quem não possui saúde, não sente fraqueza.
Assinale
9 GABARITO
1 C
2 B
3 E
4 B
5 D
6 B
7 A
8 B
9 C
10 E
11 A
12 E
13 B
14 D
15 B
16 A
17 A
18 D
19 B
20 D
ANOTAÇÕES
RACIOCÍNIO LÓGICO
155
ANOTAÇÕES
156
Os equipamentos computacionais são apresen-
tados em diferentes construções, como desktop,
notebook, tablet e smartphone, porém mantendo os
princípios de funcionamento fundamentais.
QUINTA
PRIMEIRA SEGUNDA TERCEIRA QUARTA
GERAÇÃO
GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO
(1985-ATUAL-
(1940-1956) (1956-1963) (1964-1971) (1971-1985)
MENTE)
Transistores são
Transistores
Utilizavam válvu- miniaturizados Surgem os
substituem as
Construção las para realizar e agrupados em microprocessa- Redes e Internet
válvulas nos
computação Circuitos Integra- dores
circuitos
dos (CIs)
Utilizavam car-
Mainframe da
Tambores mag- tões perfurados Magnético e
UFPB usou car- Eletrônico e
Armazenamento néticos para para entrada de ótico, sequencial
tão perfurado até remoto
memória dados e impres- e aleatório
1987
soras para saída
Preço do compu-
Utilizados tador despenca
Automatização Inteligência
Aplicação apenas para Computação em-
de processos artificial
cálculos barcada (carros,
mísseis etc.)
Programados
Surgem os
em linguagem Programação em Softwares de
Programação Sistemas App’s pessoais
de máquina, em Assembly alto nível
Operacionais
binário
Primeiras lingua-
gens de alto nível
Programação Instaladas e
Linguagens surgem: Fortran Nanotecnologia
gráfica remotas
(56), Cobol (59) e
Algol(58)
ENIAC, EDVAC,
MIT TX0, PDP-1 e IBM/360, Guia da Apple II, IBM-PC, Internet das
Exemplos UNIVAC e
IBM 1401 Apolo 11 Z-80, Xerox Alto coisas
Colossus
158
A evolução do hardware impulsiona o desenvolvimento de novos softwares, e o desenvolvimento de novos
softwares impulsiona a criação de novos hardwares. A informática está em constante atualização.
As gerações possuem características tecnológicas bem definidas, mas como o usuário viu esta evolução?
Na tabela a seguir veja um comparativo das gerações sob a ótica do utilizador.
PRIMEIRA GERAÇÃO SEGUNDA GERAÇÃO TERCEIRA GERAÇÃO QUARTA GERAÇÃO QUINTA GERAÇÃO
(1940-1956) (1956-1963) (1964-1971) (1971-1985) (1985-ATUALMENTE)
Tecnolo-
Utilizavam válvulas Utilizavam Utilizavam Circuitos Integrados (de dezenas a centenas de milhões de
gia dos
(muita energia e calor) transistores transistores num chip)
Circuitos
Tambores magnéticos
Núcleos magnéticos
Memória e linhas de retardo de Circuitos integrados de memória volátil
de ferrite
mercúrio
Linguagem de máqui-
Linguagem de mon-
Forma de na direto na CPU (sem
tagem (Assembly), Linguagens de alto nível de vários estilos
Programar programa armazena-
Fortran e Cobol
do em memória)
SOs em mainframes SOs multiusuário, mul-
Não havia, o progra-
permitiam vários SOs monousuário titarefa com interface
Sistema ma em execução Apenas um programa
programas executan- (DOS, Windows) e gráfica em PCs (Linux,
Operacional tinha domínio total do executava por vez
do simultaneamente monotarefa Windows 95, Mac OS
hardware
a CPU etc.)
Diversos outros dis-
positivos multimídia
Periféricos Cartões perfurados para entrada (caixa de som, mouse,
Teclado e Monitor, depois mouse
de E/S Impressora para saída dos resultados tela touch)
Integração com outros
dispositivos de E/S
Centenas de milhares Dezenas de milhares
Custo Milhões de dólares Milhares de dólares Centenas de dólares
de dólares de dólares
Atualmente, estamos utilizando equipamentos de 5ª geração, com foco em mobilidade e destaque para as
câmeras dos smartphones, cada vez mais potentes.
Você saberia dizer o que é que todas estas gerações possuem em comum? Elas seguem a arquitetura de von
Neumann, que se caracteriza por um dispositivo que armazena no mesmo espaço de memória os programas e
os dados. Seja um desktop no escritório da empresa ou o smartphone do funcionário da empresa, passando pelo
notebook do aluno na escola on-line ou pelo tablet de coleta de dados do censo do IBGE, todos eles seguem a arqui-
tetura de von Neumann.
Ela utiliza bits com valores declarados de 0 ou 1.
Uma nova tendência, que vem de encontro à inteligência artificial, são os computadores quânticos, que assu-
mem valores além dos bits 0 e 1.
Os computadores quânticos estão sendo desenvolvidos para executarem cálculos por meio da superposição e
interferência, que são propriedades da mecânica quântica. Enquanto o computador convencional da arquitetura
de von Neumann tem os valores de bits definidos como zero ou um, nos computadores quânticos a medida é o
qubit que poderá assumir vários valores de zero ou vários valores de um, acelerando exponencialmente a velo-
cidade de processamento.
Memória
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principal
Unidade de
ULA Endereços
Controle
159
Vamos conhecer o funcionamento desta arquitetura. “Computador ICC IV2361KM19 Intel Core I3 3.20
O usuário introduz dados no dispositivo computa- GHz 6GB HD 500GB” indica um computador com
cional por meio do sistema de entrada e saída, como o processador Intel Core i3 de 3,20 GHz de velocidade
teclado e o mouse. máxima (sem overclock), 6 GB de memória RAM e dis-
Os dados são armazenados na memória, em ende- co rígido com 500GB de capacidade.
reços que identificam a localização da informação.
Quando o processador (UCP ou CPU) precisa reali- Notebook
zar um cálculo, busca na memória principal os dados
e instruções. A unidade de controle controla o que será
Com alto nível de integração dos componentes, um
calculado. Os valores calculados pela Unidade Lógico
notebook reúne em um conjunto fabril os componen-
Aritmética (ULA) são armazenadas nos registradores,
que guardam os resultados até o final do processamento. tes de entrada de dados (teclado e touch pad) com a
Com o cálculo realizado, os resultados são armaze- tela de saída de dados, que também poderá ser do tipo
nados na memória e/ou apresentados em um disposi- touchscreen.
tivo de saída. Possui bateria para garantir mobilidade, além de
Parece até um computador desktop, certo? Pois é. recursos de conectividade para qualquer tipo de tra-
Computador desktop, portátil como notebook, tablet e balho, seja estudantil, corporativo ou para lazer.
smartphone são construções fabricadas com o modelo As unidades de disco óptico (CD, DVD, BD) caíram
da arquitetura de von Neumann. em desuso por causa do armazenamento removível
O computador pessoal surgiu na década de 70, ofe- via USB (pendrives), que, por sua vez, caíram em desu-
recido pela IBM com o sistema operacional MS-DOS so por causa do armazenamento de dados na nuvem.
da Microsoft. Entretanto, mesmo sendo consideradas tecnologias
Na década de 80 ganhou o mundo, quando diver- ultrapassadas para os dias de hoje, continuam sendo
sos fabricantes passaram a oferecer equipamentos
questionadas em provas de concursos.
compatíveis com o padrão PC. A Apple desenvolveu
uma interface gráfica, e a IBM e Microsoft também.
Tablets e Smartphones
No começo dos anos 90, com a abertura de mercado
realizada pelo então presidente Fernando Collor, o Bra-
sil passou a adquirir equipamentos de primeiro mundo, Os tablets são computadores completos, com recur-
e acessar a rede mundial de computadores (a Internet). sos específicos (conexão 3G, expansão de memória
De lá para cá, o nível de integração dos equipa- com memory card), teclado virtual, câmera fotográfi-
mentos só cresceu, e hoje podemos ter um computa- ca, câmera de vídeo conferência, sensor de luminosi-
dor inteiro na palma da mão (tablets), ou com peso dade etc.
reduzido (notebooks), assim como os tradicionais A Apple tem o seu próprio modelo iPad, a Samsung
desktops em nossas mesas. tem a linha Galaxy Tab e Galaxy Note, a Acer tem o
O modelo de construção amplamente questionado em Iconia, a Lenovo tem o Yoga Tablet, e os demais fabri-
provas de concursos é o desktop (computador de mesa). cantes também oferecem suas opções.
Os smartphones, em relação aos computadores
Computador Desktop desktop, apresentam a vantagem da conectividade
móvel para acesso às redes de telefonia.
Existem várias formas de classificação do hardware, seja por meio da conexão, da natureza do componente, da
utilização etc. Veja a seguir uma tabela, item por item, com os componentes de um computador, focando na conexão
do componente e dicas relacionadas.
O processador do computador é o item mais questionado de hardware por todas as bancas organizadoras.
COMPONENTE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
INTERNO
Processador
Memória RAM
Unidade de Registradores
Cache L1
Unidade
Unidade de Cache L2 Discos de
Lógico
Controle armazenamento
Aritmética
Cache L3
Memória RAM
Processador
chipset
Northbridge
Memória ROM
BIOS
Chipset
Southbridge
Em breve a tecnologia 5G será a opção para a comunicação móvel em nosso país, substituindo a tecnologia 4G.
Os periféricos de entrada e saída de dados, com interação direta do usuário, são os mais conhecidos e mais
questionados em provas.
6 – USB – Universal Serial Bus – Barramento serial universal. Padrão atual de conexões para periféricos.
7 – A tela capacitiva, utilizada no iPhone e iPad, por exemplo, uma película é alimentada por uma tensão, e reage com a energia presente no
corpo humano, e a troca de elétrons produz um distúrbio de capacitância no local, sendo rápida e corretamente identificado. Tecnologia mais
cara e difícil de ser construído, presente em modelos topo de linha.
8 – A tela resistiva, presente em modelos de baixo custo de celulares, smartphones e tablets, com precisão em torno de 85%, resiste melhor
a quedas e variações de temperatura, necessitam de contato físico para determinar a posição do toque, ao coincidir os pontos de diferentes
162 camadas sobrepostas.
COMPONENTE EXTERNO DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
Dispositivo apontador, também para en- Conexão Serial via USB ou Bluetooth.
Mouse
trada de dados Existem modelos óticos, sem fio (wireless).
Matricial (impacto), jato de tinta, laser
Conexão LPT (paralela), COM (serial), USB, RJ-45,
Impressora (toner), cera ou térmica. Periférico de
wireless9 (Wi-Fi10).
saída de dados.
Para digitalização de imagens. Periféri- COM (serial), USB
Scanner
co de entrada de dados. Reconhece textos com filtro OCR
Impressora, copiadora, scanner e opcio- Possui diferentes tipos de conexões, como USB,
Multifuncional nalmente fax. Periférico misto, de entra- RJ-45, wireless (Wi-Fi) e é o modelo mais popular
da e saída de dados atualmente.
Saiba:
As impressoras possuem diferentes modelos de impressão de acordo com a tecnologia utilizada. Confira no
capítulo sobre Dispositivos de Entrada e Saída detalhes sobre cada um dos modelos de impressoras disponíveis
no mercado.
Conforme estudado em Arquitetura de Computadores, o modelo von Neumann indica que o computador
moderno utiliza o armazenamento para guardar os programas (instruções) e os dados. Vejamos algumas formas
de armazenamento permanente de dados.
COMPONENTE DE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
ARMAZENAMENTO
Memória secundária de armazenamen- IDE, SATA, USB
Disco rígido
to magnético11 Permanente, não-volátil, “unidade C:”, hard disk (HD)
SATA II, USB
Memória secundária de armazenamen-
Disco rígido Permanente, não-volátil, “unidade C:”, SSD (Solid
to memória flash12
State Disk)
Memória ‘terciária’, destinada a backup IDE, SATA, USB
Disco óptico
(cópia de segurança. CD, DVD, BD
Conexão USB é expansível por hub USB para até 127
Memória portátil, e os pendrives são
Discos removíveis conexões
memória flash com conexão USB
Pen-drive, cartão de memória, HD externo
O fornecimento de energia para o dispositivo computacional precisa ser contínuo e estável. Quando o dis-
positivo não possui bateria própria, alguns equipamentos externos de apoio são altamente recomendados na
instalação.
COMPONENTE EXTERNO DE
DESCRIÇÃO CONEXÃO E DICA
APOIO
Recebe corrente alternada, entrega corrente estabi-
Fornece energia em caso de falha da lizada. Usa baterias que alimentarão o dispositivo
No-break
rede; por um período de tempo suficiente para encerrar os
processos abertos com segurança.
Elimina picos de tensão da rede elétrica. Estabiliza
Estabilizador Estabiliza o sinal elétrico;
a corrente elétrica.
‘Limpa o sinal elétrico’;
Filtro de linha Elimina ruídos da rede elétrica. Ruídos são interferências, como motores e campos
magnéticos
Importante!
Os dispositivos de apoio já foram questionados no passado. Atualmente não têm aparecido em provas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
de concursos, mas fica a recomendação: tenha, pelo menos, um filtro de linha para ligar o seu dispositivo
computacional.
De acordo com a arquitetura de von Neumann, os dados e programas estão armazenados na memória. Eles
são acessados pelo barramento, que localiza a informação no endereço de memória informado, e entrega para o
processador realizar o processamento.
9 – Wireless – toda conexão sem fio é uma conexão wireless, incluindo o Wi-Fi, infravermelho, rádio, via satélite etc.
10 – Wi-Fi – Wireless Fidelity – conexão confiável sem fios.
11 – Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
12 – A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida, e quando o dispositivo é desligado, poderá voltar rapidamente onde
estava antes. 163
Tanto o armazenamento de dados como a transferência de informações são medidas com siglas que identifi-
cam a quantidade de informação.
O bit é o sinal elétrico que armazena uma informação, com valor 0 ou 1. O conjunto de 8 bits forma um dado,
que é um byte.
Exabyte
Petabyte (EB)
Terabyte (PB)
Gigabyte (TB)
(GB) trilhão
Megabyte
(MB) bilhão
Kilobyte
(KB) mil milhão
Byte (B)
1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale
zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para representação de informações.
Portanto, quando um arquivo tem 15 KB, ele possui 15.000 bytes (de forma genérica) ou exatos 15.360 bytes.
Qual é a diferença?
O bit representa dois possíveis valores. Desta forma, os valores do sistema binário são em base 2.
Quando dizemos 1000 bytes, na verdade são 1024 bytes (2 elevado a 10).
Um quilobyte (1KB) é exatamente 1024 bytes.
Um megabyte (1MB) é exatamente 1.048.576 bytes (2 elevado a 20).
Um gigabyte (1GB) é exatamente 1.073.741.824 bytes (2 elevado a 30).
Um terabyte (1TB) é exatamente 1.099.511.627.776 bytes (2 elevado a 40).
E assim por diante.
Algumas bancas organizadoras de concursos pedem o valor exato, que será calculado multiplicando ou divi-
dindo por 1.024.
A conversão de medidas dentro do sistema internacional é simples e fácil, bastando dividir para ‘subir’ na
escala ou multiplicar para ‘descer’ na escala.
Se a sua conexão Wi-Fi opera em 150 ‘megas’, são 150 Mbps (megabits por segundo). Um modem para trans-
missão e recepção de dados pela linha telefônica convencional nos anos 90, operava em 56.6 Kbps (kilobits por
segundo). A porta USB 2.0 tem taxa de transmissão de 480 Mbps (megabits por segundo) e o USB 3.0 opera em 5
Gbps (gigabits por segundo).
Da mesma forma que na convenção do armazenamento de dados, as medidas de velocidades são múltiplas de
1024 (ou divisores de 1024 para ‘subir’ na escala).
164
Software
Existem aplicativos pagos (proprietários, como o Microsoft Office), gratuitos (open source, ou de código aberto,
como o Mozilla Firefox), alpha (aplicação para testes da equipe de desenvolvimento), beta (aplicações de teste
distribuídas para beta-testers), freewares (gratuitos, porém de código fechado), sharewares (proprietários, que
poderá ser trial ou demo), trial (shareware, recursos completos por tempo limitado para avaliação), demo (sha-
reware, com recursos limitados por tempo indeterminado), e adwares (gratuitos, com propagandas obrigatórias
exibidas durante o uso).
Os softwares de inicialização são pouco questionados em provas. Já Sistemas Operacionais (software básico) e
Aplicativos, estes possuem editais totalmente dedicados a estes temas.
Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.
No software básico, o sistema operacional, contém divisões para os arquivos componentes do sistema, como:
13 – ROM-BIOS – Read Only Memory – Basic Input Output System – sistema básico de entrada e saída, armazenado em uma memória somente leitura.
14 – POST – Power On Self Test – auto teste no momento em que for ligado.
15 – Trilha zero – primeira trilha do disco de inicialização. Toda numeração em computação inicia em zero.
16 – Drivers – arquivos do sistema operacional responsáveis pela comunicação com o hardware.
17 – Kernel – núcleo do sistema operacional com as rotinas para execução dos aplicativos.
18 – Graphics User Interface – Interface gráfica do usuário 165
Os aplicativos são geralmente identificados pela característica de produzir arquivos para o usuário, como o
Microsoft Word, que produz documentos de textos com formatação no formato DOCX.
z Dispositivos de caractere - sua comunicação é feita por meio do envio e recebimento de um fluxo de carac-
teres. As operações não são bufferizadas, porque são enviadas em sequência, em fluxo. Impressoras e mouses
são exemplos de dispositivos com esta característica de comunicação.
z Dispositivos de bloco - modo de transmissão dos dados, que é feita na forma de blocos. As operações são buf-
ferizadas, para otimizar o desempenho, como nas unidades de armazenamento e conexões com redes.
O protocolo TCP/IP, que será estudado na parte de Redes de Computadores, utiliza o envio e recebimento de
dados em pacotes, que são blocos de informações enviados e recebidos por meio de um dispositivo como o modem
ou a placa de rede.
A comunicação dentro do computador, da CPU para os periféricos, e dos dispositivos com outros dispositivos
nas redes, é realizada por meio de padrões. No computador, o gerador de clock cuida da comunicação entre os
componentes internos e os protocolos de comunicação cuidam da comunicação com os dispositivos externos.
Um dos principais periféricos do computador é a impressora, que possui diferentes configurações de hardware
e software.
Importante!
Depois dos processadores, as impressoras são um dos itens de hardware mais questionados em provas de
concursos.
167
TIPO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES E USO
Imprime em formulário contínuo, em várias vias, possui
Matricial Impressora de impacto.
alto nível de ruído.
Impressão monocromática ou colorida. Conhecida pela
Laser Impressora de toner.
marca Xerox.
Impressão monocromática ou colorida, aspergindo tinta
Jato de Tinta Impressora de tinta líquida.
sobre o material.
Transferência do estado sólido para o gasoso. Impressão
Cera Impressora térmica de sublimação.
resistente à água e sol. Impressão fotográfica.
Em papel reativo, o aquecimento grava a informação. Má-
Impressora de aquecimento do papel quinas de cartões de crédito, emissor de senha de aten-
Térmica
(semelhante ao fax). dimento bancário, extrato do caixa de auto atendimento,
nota fiscal de supermercado etc.
Plotter Impressora para grandes dimensões. Impressão de plantas (AutoCAD), banners, outdoors.
Equipamento que transforma uma im-
Existem modelos LPT (paralelo) para RJ-45 (rede), COM
Print Server pressora simples em uma impressora
(serial), e até wireless.
compartilhada, via hardware.
Reúne a impressora e scanner em um
Multifuncional Oferece recursos de copiadora e faz em alguns modelos.
único aparelho.
z Impressora padrão – quando um sistema operacional possui diversas impressoras instaladas, a impressora prefe-
rencial é conhecida como impressora padrão, e é a primeira na lista da caixa de diálogo Imprimir dos aplicativos.
z Impressora compartilhada – quando uma impressora está instalada em um único local, e está compartilha-
da, poderá ser instalada nos demais computadores da rede de computadores. No Windows 7 aparecerá com
o símbolo de grupo (usuários). Nas outras versões de Windows, aparecerá com uma mão sobre o dispositivo
compartilhado. No Linux é com uma conexão BNC (cabo coaxial) abaixo do ícone. Opcionalmente, ela será ins-
talada no servidor da rede de computadores, e acessada por todos os computadores daquela rede diretamente.
z Impressora local – Impressora que está conectada e instalada em um computador, que poderá ser comparti-
lhada em rede caso seja configurada. A conexão poderá ser LPT (paralela), COM (serial), USB (atual e popular),
Wi-Fi (sem fio), Bluetooth (curto alcance).
z Impressora de rede – impressora com conexão RJ-45 ou Wi-Fi que pode ser conectada diretamente ao hub ou
switch da rede, sendo compartilhada entre todos os computadores daquela rede.
z Impressora remota – É a impressora de rede que não está instalada localmente.
O sistema operacional Windows foi desenvolvido pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em meados
dos anos 80, oferecendo uma interface gráfica baseada em janelas, com suporte para apontadores como mouses,
touch pad (área de toque nos portáteis), canetas e mesas digitalizadoras.
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, que possui suporte para os dispositivos apontadores tradi-
cionais, além de tela touch screen e câmera (para acompanhar o movimento do usuário, como no sistema Kinect
do videogame X – Box).
Em concursos públicos, as novas tecnologias e suportes avançados são raramente questionados. As questões
aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o modo de operação do sistema operacional em um dispo-
sitivo computacional padrão (ou tradicional).
O sistema operacional Windows é um software proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.
O Windows 10 apresenta algumas novidades em relação às versões anteriores, como assistente virtual, nave-
gador de Internet, locais que centralizam informações etc.
z Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos instalados no computador, com os itens recentes no início da
lista e os demais itens classificados em ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Windows
8 com a lista de programas do Windows 7.
z Pesquisar – com novo atalho de teclado, a opção pesquisar permite localizar, a partir da digitação de termos,
itens no dispositivo, na rede local e na Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte atalho de teclado: Win-
dows+S (Search).
z Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas de informações no dispositivo, na rede local e na Internet.
168
Importante!
A assistente virtual Cortana é uma novidade do Windows 10 que está aparecendo em provas de concursos
com regularidade. Semelhante ao Google Assistente (Android), Siri (Apple) e Alexa (Amazon), essa integra
recursos de acessibilidade por voz para os usuários do sistema operacional.
z Visão de Tarefas – permite alternar entre os programas em execução e abre novas áreas de trabalho. Seu
atalho de teclado é: Windows+TAB.
z Microsoft Edge – navegador de Internet padrão do Windows 10. Ele está configurado com o buscador padrão
Microsoft Bing, mas pode ser alterado.
z Microsoft Loja – loja de app’s para o usuário baixar novos aplicativos para Windows.
z Windows Mail – aplicativo para correio eletrônico, que carrega as mensagens da conta Microsoft e pode se
tornar um hub de e-mails com adição de outras contas.
z Barra de Acesso Rápido – ícones fixados de programas para acessar rapidamente.
z Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão direito (secundário) do mouse, será mostrado o menu rápi-
do, que permite fixar arquivos abertos recentemente e fixar o ícone do programa na barra de acesso rápido.
z Central de Ações – centraliza as mensagens de segurança e manutenção do Windows, como as atualizações do
sistema operacional. Atalho de teclado: Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa ser carregada pelo
usuário, ela é carregada automaticamente quando o Windows é inicializado.
z Mostrar área de trabalho – visualizar rapidamente a área de trabalho, ocultando as janelas que estejam em
primeiro plano. Atalho de teclado: Windows+D (Desktop).
z Bloquear o computador – com o atalho de teclado Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o computador.
Poderá bloquear pelo menu de controle de sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del.
z Gerenciador de Tarefas – para controlar os aplicativos, processos e serviços em execução. Atalho de teclado:
Ctrl+Shift+Esc.
z Minimizar todas as janelas – com o atalho de teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode minimizar
todas as janelas abertas, visualizando a área de trabalho.
z Criptografia com BitLocker – o Windows oferece o sistema de proteção BitLocker, que criptografa os dados
de uma unidade de disco, protegendo contra acessos indevidos. Para uso no computador, uma chave será gra-
vada em um pendrive, e para acessar o Windows, ele deverá estar conectado.
z Windows Hello – sistema de reconhecimento facial ou biometria, para acesso ao computador sem a necessi-
dade de uso de senha.
z Windows Defender – aplicação que integra recursos de segurança digital, como o firewall, antivírus e
antispyware.
ÁREA DE TRABALHO
A interface gráfica do Windows é caracterizada pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do Windows
exibe ícones de pastas, arquivos, programas, atalhos, barra de tarefas (com programas que podem ser executados
e programas que estão sendo executados) e outros componentes do Windows.
A área de trabalho do Windows 10, também conhecida como Desktop, é reconhecida pela presença do papel de
parede ilustrando o fundo da tela. É uma imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP), uma foto (extensão
JPG), além de outros formatos gráficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos que o computador está
pronto para executar tarefas.
Kaspersky Firefox
Edge Chrome Thunderbird Secure Co..
Navegador padrão
do Windows 10 Atalhos
Itens Excluídos
Barra de Tarefas
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.
Aplicativo que está em execução 1 vez possui um pequeno traço azul abaixo do ícone.
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez possui um pequeno traço segmentado azul no ícone.
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA
Um dos itens mais importantes do Windows não é visível como um ícone ou programa. A Área de Transfe-
rência é um espaço da memória RAM, que armazena uma informação de cada vez. A informação armazenada
poderá ser inserida em outro local, e ela acaba trabalhando em praticamente todas as operações de manipulação
de pastas e arquivos.
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo da Área de Transferência, acione o atalho de teclado Windo-
ws+V (View).
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), estamos copiando o item para a memória RAM, para ser inse-
rido em outro local, mantendo o original e criando uma cópia.
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área de Trans-
ferência, para ser inserida em outro local, como em um documento do Microsoft Word ou edição pelo acessório
Microsoft Paint.
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a Área de
Transferência, desconsiderando outros elementos da tela do Windows.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o conteúdo que está armazenado na Área de Transferência será
inserido no local atual.
Dica
As três teclas de atalhos mais questionadas em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C e Ctrl+V, que acio-
nam os recursos da Área de Transferência.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As ações realizadas no Windows, em sua quase totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de teclado
Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pressionar Del ou
Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem necessidade de acessar a
Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e Alt+PrintS-
creen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no
Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
A área de transferência é um dos principais recursos do Windows, que permite o uso de comandos, realização
de ações e controle das ações que serão desfeitas. 171
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam ser conhecidas para que a operação seja realizada com
sucesso.
z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distinção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. Um arqui-
vo chamado documento.docx será considerado igual ao nome Documento.DOCX.
z O Windows não permite que dois itens tenham o mesmo nome e a mesma extensão quando estiverem arma-
zenados no mesmo local.
z O Windows não aceita determinados caracteres nos nomes e extensões. São caracteres reservados, para outras
operações, que são proibidos na hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arquivos e pastas podem ser
compostos por qualquer caractere disponível no teclado, exceto os caracteres * (asterisco, usado em buscas),
? (interrogação, usado em buscas), / (barra normal, significa opção), | (barra vertical, significa concatenador
de comandos), \ (barra invertida, indica um caminho), “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, significa
unidade de disco), < (sinal de menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal de maior, significa direcio-
nador de saída).
z Existem termos que não podem ser usados, como CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa
impressora) e AUX (indica um auxiliar), por referenciar itens de hardware nos comandos digitados no Prompt
de Comandos. (por exemplo, para enviar para a impressora um texto através da linha de comandos, usamos
TYPE TEXTO.TXT > PRN).
Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero à N
caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows como nos sites de busca na Internet.
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas pode estar condicionada ao
local onde ela é efetuada, ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no enunciado
da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. As
bancas organizadoras costumam questionar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes utilizam imagens
nas questões.
Lixeira
Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla Delete (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É possível recuperar
172 com programas de terceiros, mas isto não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar o
tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativar ela excluindo os itens diretamente e configurar Lixeiras
individuais para cada disco conectado.
Arrastar na mesma unidade, será movido. Arrastar entre unidades diferentes, será copiado.
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação
Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT) gem ou do destino da ação
Extensões de arquivos
O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows.
Importante!
Existem arquivos sem extensão, como itens do sistema operacional. Ela é opcional e procura associar o
arquivo com um programa para visualização ou edição. Se o arquivo não possui extensão, o usuário não
conseguirá executar ele, por se tratar de conteúdo de uso interno do sistema operacional (que não deve ser
manipulado).
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos. 173
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de documento
PDF
portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.
Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser editados
DOCX
pelo LibreOffice Writer.
Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas pelo Li-
XLSX
breOffice calc.
Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOffice
PPTX
Impress.
Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser aberto por
TXT
vários programas do computador.
Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este documento de
RTF
texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.
MP4, AVI, Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
MPG do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos de vídeo.
Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player e o Groo-
MP3
ve Music, podem reproduzir o som.
BMP, GIF,
Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de imagens.
PNG, TIF
Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de programas
ZIP
adicionais, como o formato RAR que exige o WinRAR.
Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que podem ser
DLL
usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo.
EXE, COM,
Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem executados.
BAT
Uma das extensões menos conhecidas e mais questionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text Format, uma
tentativa da Microsoft em criar um padrão de documento de texto com alguma formatação para múltiplas plata-
formas. A extensão RTF pode ser aberta pelos programas editores de textos, como o Microsoft Word e LibreOffice
Writer, e é padrão do acessório do Windows WordPad.
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenados no Registro do Windows. O
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus-
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exibi-
da a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
174
Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
a comunicação sem fio do aparelho – que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
demais tipos de uso da rede sem fio.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa-
ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.
Um dos temas mais questionados em provas anteriores compreendem os modos de exibição do Windows. Se
tem um computador com Windows 10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos.
Praticar a disciplina no computador, ajuda na memorização dos recursos.
1. Barra de menus
6. Barra de Rolagem
1. Barra de menus: são apresentados os menus com os respectivos serviços que podem ser executados no
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
aplicativo.
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo e o nome do aplicativo que está sendo executado na jane-
la. Através dessa barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique
na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique.
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela para
seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de documento ou aplicativo para preencher a tela. Para restaurar a
janela para seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Solicita que você salve quaisquer alterações não salvas antes
de fechar. Alguns aplicativos, como os navegadores de Internet, trabalham com guias ou abas, que possui o seu
próprio controle para fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4.
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do lado direito (e inferior de uma janela de documento).
Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem. 175
USO DOS MENUS z Ferramentas de Manutenção e Segurança.
z App’s – aplicativos disponíveis na Loja (Windows
No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos Store) para instalação no computador do usuário.
como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como Dica
recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, Os acessórios do Windows são aplicativos nati-
documentos ou fotos. O conteúdo dessas listas está vos do sistema operacional, que estão dispo-
diretamente relacionado com o programa ao qual
níveis para utilização mesmo que não existam
elas estão associadas. O recurso de Lista de Atalhos,
novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões
outros programas instalados no computador. Os
seguintes, possibilita organizar os arquivos abertos acessórios oferecem recursos básicos para ano-
por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possi- tações, edição de imagens e edição de textos.
bilidade ainda de fixar o item na lista.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os Na primeira categoria encontramos o Configura-
menus foram trocados por guias, semelhante ao ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
Microsoft Office. Ao pressionar ALT, nenhum menu as configurações de software (programas) e hardware
escondido será mostrado (como no Windows 7), mas (dispositivos), permite alterar o comportamento do
os atalhos de teclado para as guias Arquivo, Início, sistema operacional, personalizando a experiência no
Compartilhar e Exibir. Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
tamente pelo atalho de teclado Windows+I.
Na segunda categoria, temos programas que reali-
zam atividades e outros que produzem mais arquivos.
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-
ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às
versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
O botão direito do mouse exibe a janela pop-up são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for (como pequenos post its na tela do computador).
clicado, uma janela diferente será mostrada. Outros acessórios são o WordPad (para edição
As opções exibidas no menu de contexto contém de documentos com alguma formatação), Bloco de
as ações permitidas para o item clicado naquele local. Notas (para edição de arquivos de textos), MSPaint
Através do menu de contexto da área de trabalho, (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens
podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, (que permite ver uma imagem e chamar o editor
ou novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], correspondente).
Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
Word], Formato Rich Text [RTF WordPad], Documen- mentar e Otimizar Unidades19 (antigo Desfragmenta-
to de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Micro- dor de Discos, para organizar clusters20), Verificação
soft Excel [XLSX Microsoft Excel], Pasta Compactada
de Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
[extensão ZIP], entre outros).
do Windows (para cópia de segurança dos dados do
usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
Dica no disco).
Arquivos de imagens são editados pelo acessó-
rio do Windows Microsoft Paint, que no Windo-
ws 10 oferece a versão Paint 3D. Desfragmentar e Otimizar Unidades
Aplicativo da área de trabalho
Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série
de informações relacionadas a si próprio. Estas infor-
mações podem ser consultadas em Propriedades, Otimizar e desfragmentar unidade
acessado no menu de contexto, exibido quando clicar
com o botão direito do mouse sobre o item. A otimização das unidades do computador pode
ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.
Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da
Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e esco- Otimizar
lhendo ‘Esvaziar Lixeira’, os itens serão removidos
definitivamente, utilizando o Windows, não haverá
meio de recuperá-los.
No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas
do Windows, encontraremos os outros programas,
PROGRAMAS E APLICATIVOS
como por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerencia-
mento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na par-
Os programas associados ao Windows 10 podem
te de segurança encontramos o Firewall do Windows,
ser classificados em:
um filtro das portas TCP do computador, que autoriza
ou bloqueia o acesso para a rede de computadores, e
z Componentes do sistema operacional;
de acesso externo ao computador.
z Aplicativos e Acessórios;
19 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
176 20 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster.
Firewall do Windows
Painel de controle
WINDOWS 10 O QUE
Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador.
Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de discos e
Este Computador
pastas Favoritas.
Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador, melho-
Desfragmentar e Otimizar Unidades
rando o tempo de leitura dos dados.
Win+S Pesquisar
Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado.
Configurações Permite configurar software e hardware do computador.
Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows
xBox (Games, músicas = Groove) Integração com xBox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do xBox One.
Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar
Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida
Menu Iniciar, Barra de Tarefas e Blo-
Fixar aplicativos
cos Dinâmicos
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas.
Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explora-
OneDrive integrado
dor de Arquivos
Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal
Continuum
para dispositivos conversíveis.
Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10.
Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente per-
Windows Store
mite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV.
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela.
Windows Update, Windows Update for
Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
Business, Current Branch for Business
Windows as a Service – WaaS
e Long Term Servicing Branch
Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado
O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em dispo-
Modo tablet
sitivos tipo conversíveis.
Email, Calendário, Notícias, entre ou-
Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
tros – também foram melhorados.
Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.
Configurações > Sistema >
Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento
Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando
Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, em uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.
177
O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com recursos simplificados.
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
178
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Word 2010 possuem a extensão DOCX.
z Os documentos de texto habilitados para macros21, possuem a extensão DOCM.
z Um modelo22 de documento é um arquivo que pode ser usado para criar novos arquivos a partir de uma forma-
tação preestabelecida. A extensão é DOTX.
z Um modelo de documento habilitado para macros contém além da formatação básica para criação de outros
documentos, comandos programados para automatização de tarefas. A extensão é DOTM.
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft Excel 2010 possuem a extensão XLSX.
z As pastas de trabalho habilitadas para macros possuem a extensão XLSM.
z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a extensão XLTX.
z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas para macros possuem a extensão XLTM.
21 Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas
são escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o
programa perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
22 Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo. 179
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma planilha que não foi salva, que pode ser recuperada pelo
usuário, possui a extensão XLSB. (binário)
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Values) contém textos separados por vírgula, que podem ser
importados pelo Excel, podem ser usados em mala direta do Word, incorporados a um banco de dados, etc.
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato, que pode ser usado no Outlook 2016
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem armazenar outros arquivos e pastas.
z Os arquivos compactados podem ser criados pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta Compactada.
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, recebem a extensão HTML e uma pasta será criada para os
arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.).
z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transferido para outros arquivos do próprio Office através da Área
de Transferência do Windows.
z O conteúdo formatado do Office poderá ser transferido para outros arquivos do Windows, mas a formatação
poderá ser perdida.
Dica
Os atalhos de teclado do Windows são de termos originais em inglês. Por serem atalhos de teclado do siste-
ma operacional, são válidos para os programas que estiverem sendo executados no Windows.
ATALHO AÇÃO
Alt+Esc Alterna para o próximo aplicativo em execução
Alt+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução
Backspace Volta para a pasta anterior, que estava sendo exibida no Explorador de Arquivos.
Ctrl+A Selecionar tudo
Ctrl+C Copia o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Esc Botão Início
Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas
Ctrl+V Cola o item (os itens) da Área de Transferência no local do cursor
Ctrl+X Move o item (os itens) para a Área de Transferência
Ctrl+Y Refazer
Desfaz a última ação. Se acabou de renomear um arquivo, ele volta ao nome original. Se acabou
Ctrl+Z
de apagar um arquivo, ele restaura para o local onde estava antes de ser deletado.
Del Move o item para a Lixeira do Windows
F1 Exibe a ajuda
F11 Tela Inteira
Renomear, trocar o nome: dois arquivos com mesmo nome e mesma extensão não podem estar
F2 na mesma pasta, se já existir outro arquivo com o mesmo nome, o Windows espera confirmação,
símbolos especiais não podem ser usados, como / | \ ? * “ < > :
F3 Pesquisar, quando acionado no Explorador de Arquivos. Win+S fora dele.
F5 Atualizar
Shift+Del Exclui definitivamente, sem armazenar na Lixeira
Win Abre o menu Início
Win+1 Acessa o primeiro programa da barra de tarefas
Win+2 Acessa o segundo programa da barra de tarefas
Win+B Acessa a Área de Notificação
Win+D Mostra o desktop (área de trabalho)
Win+E Abre o Explorador de Arquivos.
Win+F Feedback – hub para comentários sobre o Windows.
Win+I Configurações (Painel de Controle)
Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)
Win+M Minimiza todas as janelas e mostra a área de trabalho, retornando como estavam antes.
Selecionar o monitor/projetor que será usado para exibir a imagem, podendo repetir, estender ou
Win+P
escolher
180
ATALHO AÇÃO
Win+S Search, para pesquisas (substitui o Win+F)
Win+Tab Exibe a lista dos aplicativos em execução em 3D (Visão de Tarefas)
Win+X Menu de acesso rápido, exibido ao lado do botão Iniciar
O sistema operacional Linux é uma opção ao sistema operacional Windows, com outras características próprias.
O sistema operacional Linux é mais utilizado em sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribuições para
diferentes modelos de computadores. Por ser um sistema de código aberto, deu origem a outros sistemas como o
iOs (Apple) e o Android (Google).
Por ser um sistema operacional livre e licenciável, possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto GNU
foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente é patrocinado pela FSF (Free Software Foundation). Muitos usuá-
rios descobrem que no contexto de softwares livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao contrário do termo
freeware, que identifica uma categoria de softwares gratuitos para utilização, o termo free no Linux está relacio-
nada às liberdades de uso.
Kernel (núcleo)
Shell (interpretador)
Terminal
(linha de comandos)
Interface gráfica
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Distribuições Linux
Distribuição é um conjunto de personalizações que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas apresen-
tável de forma diferenciada.
Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat, SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são alguns
exemplos de distribuições. 181
Ubuntu é a distribuição mais cobrada em concursos públicos, baseada na distribuição Debian. O Ubuntu é uma
versátil distribuição Linux que pode ser instalada em várias construções computacionais, desde que adaptadas
(drivers).
DeMuDi Europa
Finnix EUA
Insigne GNU Brasil
KeeP OS Brasil
Knoppix Alemanha
Linspire EUA
MeNTOPPIX Indonésia
MEPIS EUA
Rxart Argentina
Satux Brasil
Symphony OS
Diretórios Linux
Os diretórios são pastas onde armazenamos e organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A represen-
tação dos diretórios segue o princípio lúdico de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree é a forma como
as pastas dos sistemas Linux estão organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar a organização do sistema,
seus arquivos, bibliotecas e inclusive para melhorar a segurança do sistema.
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o ‘caule’ da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, o que representam os galhos de uma árvore. E dentro
dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual a árvore, como flores, folhas e frutos.
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são ‘sinônimos’. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, proveniente
do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de
organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações
do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de
serem apagados.
Importante!
Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e caracte-
rísticas do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.
Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.
/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.
arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a vários
/boot
sistemas para indicar a inicialização.
sistemas de arquivos montados no sistema (file system table – tabela do sistema de arquivos). O
/etc/fstab
sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.
/etc/group Grupos.
/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.
/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.
/mnt ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de mount, montagem.
/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.
/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).
Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuários de
/usr
sistemas UNIX.
/usr/man manuais.
/usr/info informações.
/var Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).
/var/lib Bibliotecas.
Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas, relatórios
/var/log
diversos, entre outros tipos de logs.
183
Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux, para treinamento. Acesse https://bellard.org/
jslinux/ para conhecer algumas opções.
Comandos Linux
Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,
quando temos o item Linux no conteúdo programático.
init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar
sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt Ordena o conteúdo do arquivo arq1.txt
Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto afirmar
que um sistema é melhor que outro, sendo que eles são equivalentes em funcionalidades.
A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Windows e Linux exis-
tem diferenças, tanto operacionais como de comandos. Confira um comparativo de comandos entre o Linux e o Windows.
LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Espaço em disco df dir
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Processos em execução ps
Finalizar processo kill
Qual o diretório atual? pwd cd
Subir um nível cd .. cd..
Diretório raiz cd / cd \
Voltar ao diretório anterior cd –
Diretório pessoal cd ~
Copiar arquivos cp copy
Mover arquivos mv move
185
LINUX WINDOWS
Renomear mv ren
Listar arquivos ls dir
Apagar arquivos rm del
Apagar diretórios rm deltree
Criar diretórios mkdir md
Alterar atributos attrib
Alterar permissões chmod
Alterar proprietário (dono) chown
Alterar grupo chgrp
Comparar arquivos e pastas diff comp
Empacotar arquivos tar
Compactar arquivos gzip compact
Alterar a senha passwd
Concatenar, juntar e mostrar cat
Mostrar, visualizar vi type
Pausa na exibição de páginas more ou less more
Interfaces de rede ifconfig ipconfig
Caminho dos pacotes tracert route
Listar todas as conexões netstat arp -a
Apagar a tela clear Cls
Concatenar comandos | |
Direcionar a entrada para um comando < <
Direcionar a saída de um comando > >
Localizar ocorrências dentro do arquivo grep
Exibir as últimas linhas do arquivo tail
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
lhões de bytes de capacidade. Os nomes usados são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão listados na
escala a seguir.
Exabyte
(EB)
Petabyte
(PB)
Terabyte
(TB)
Gigabyte trilhão
Megabyte (GB)
(MB) bilhão
Kilobyte
milhão
(KB) mil
Byte
(B)
Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos comercial-
mente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes de
dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória.
A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
vo com 75 MB de tamanho levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.
Importante!
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exibido em modo de visualização de Detalhes, nas Propriedades
(botão direito do mouse, menu de contexto) e na barra de status do Explorador de Arquivos. Poderão ter as
unidades KB, MB, GB, TB, indicando quanto espaço ocupam no disco de armazenamento.
Quando os computadores pessoais foram apresentados para o público, a árvore foi usada como analogia para
explicar o armazenamento de dados, criando o termo “árvore de diretórios”.
Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos
z Pastas
Estruturas do sistema operacional: Arquivos de Programas (Program Files), Usuários (Users), Windows.
A primeira pasta da undiade é chamada raiz (da árvore de diretórios), representada pela barra inverti-
da: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas
Músicas) – bibliotecas
Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos),
Músicas (Minhas Músicas) – bibliotecas
Área de Trabalho: Desktop, que permite acesso à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, programas e
atalhos.
Lixeira do Windows: Armazena os arquivos de discos rígidos que foram excluídos, permitindo a recupe-
ração dos dados.
z Atalhos
Arquivos que indicam outro local: Extensão LNK, podem ser criados arrastando o item com ALT ou CTR-
L+SHIFT pressionado.
z Drivers
Arquivos de configuração: Extensão DLL e outras, usadas para comunicação do software com o hardware
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que antes era Windows Explorer) para o gerenciamento de pastas
e arquivos. Ele é usado para as operações de manipulação de informações no computador, desde o básico (formatar
discos de armazenamento) até o avançado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado para executar o Explorador de Arquivos.
Como o Windows 10 está associado a uma conta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Outlook), o
usuário tem disponível um espaço de armazenamento de dados na nuvem Microsoft OneDrive. No Explorador de
Arquivos, no painel do lado direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a nuvem. Ao inserir arquivos ou
pastas no OneDrive, eles serão enviados para a nuvem e sincronizados com outros dispositivos que estejam conec-
tados na mesma conta de usuário.
Os atalhos são representados por ícones com uma seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para um
arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são independentes dos objetos que os referenciam, portanto, se
forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta ou unidade de disco que estão apontando.
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes:
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos somente leitura... os atributos dos itens podem ser definidos
pelo item Propriedades no menu de contexto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que tenham o atributo
oculto, desde que ajuste a configuração correspondente.
EDITORES DE TEXTO
MS – WORD2016 OU SUPERIOR
Os documentos produzidos com o editor de textos Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilhados com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX contém formatações que serão aplicadas aos novos documentos
criados a partir dele. O modelo é usado para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM (Document Template Macros – modelo de documento com macros).
Os macros são códigos desenvolvidos em Visual Basic for Applications (VBA) para a automatização de tarefas;
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo a orientação, o tamanho do papel e margens. As princi-
pais definições estão na guia layout, mas é possível encontrar algumas definições na guia design.
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem usa-
das configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho da página, orientação, cabeçalhos, numeração
de páginas, entre outras, as seções serão usadas. 189
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com a tecla Enter, contendo formata-
ção independente do parágrafo anterior e do parágrafo seguinte;
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
quebra de linha, a configuração atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação etc.
Os arquivos produzidos nas versões anteriores do Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos de
formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade, todavia alguns recursos são suspensos. Para usar todos os
recursos da versão atual, é necessário “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão ser editados pelas versões antigas do Office, desde que ins-
tale um pacote de compatibilidade, disponível para download no site da Microsoft.
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft Word, desde a
versão 2013, possui o recurso “Refuse PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fosse um documento do
Word.
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:
z Faz a gravação automática dos dados editados enquanto o arquivo não tem um nome ou local de armazenamento
definidos. Depois, se necessário, o usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação dos arquivos em edição que tenham nome e local definidos,
permitindo recuperar as alterações que não tenham sido salvas;
z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento automático”, associado à conta Microsoft, para
armazenamento na nuvem Microsoft OneDrive. Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento será
realizado.
z O formato de documento RTF (Rich Text Format) é padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e por
ser portável, também poderá ser editado pelo Microsoft Word.
Dica
Em questões de informática, as extensões dos arquivos produzidos pelo usuário costumam ser questionadas
com regularidade.
z Ao iniciar a edição de um documento, o modo de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.
O documento será mostrado na tela da mesma forma que será impresso no papel;
z O Modo de Leitura permite visualizar o documento sem outras distrações, como, por exemplo, a Faixa de
Opções com os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida;
z O modo de exibição “Layout da Web” é usado para visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse
publicado na Internet como página web;
z Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
de conteúdo;
z O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos
gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele;
z Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
interface do Microsoft Office;
Guia atual
Acesso rápido
Item com listagem
Guias ou abas
z Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado;
z A Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos, como será mostrado na tabela a seguir:
190
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE
Recortar
Copiar
Área de Transferência
Colar
Pincel de Formatação
Página Inicial
Nome da fonte
Tamanho da fonte
Fonte
Aumentar fonte
Diminuir fonte
Folha de Rosto
Quebra de Página
Imagem
Formas
Importante!
As bancas priorizam o conhecimento dos candidatos acerca do uso dos recursos para a produção de arqui-
vos (parte prática dos programas). Nas questões de editores de textos, a produção de documentos formata-
dos com imagens ilustrativas no formato antes/depois são os assuntos mais abordados.
z As guias possuem uma organização lógica sequencial das tarefas que serão realizadas no documento, desde o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, salvar e enviar
Tarefas iniciais: O início do documento, acesso à área de transferência, formatação de fontes,
Página Inicial
parágrafos e formatação do conteúdo da página
Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe no documento, tabela, ilustrações
Inserir
e instantâneos
Layout da Página Configuração da página: Formatação global do documento e formatação da página
Design Reúne formatação da página e plano de fundo
Referências Índices e acessórios: Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários etc.
191
BOTÃO/GUIA DICA
Correspondências Mala direta: Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos
Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, comparar, proteger etc.
Exibir Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados por meio das opções da guia referências, que estão disponíveis, na Microsoft
Word, na guia Página Inicial.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “modelo de formata-
ção no texto”, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação. O conteúdo
não será copiado, somente a formatação. Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários
locais até pressionar a tecla Esc ou iniciar uma digitação.
Seleção
Utilizando-se do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, pará-
grafos e até o documento inteiro.
Dica
Assim como no Windows, as operações com mouse e teclado também são questionadas nos programas do
Microsoft Office. Entretanto, por terem conteúdos distintos (textos, planilhas e apresentações de slides), a
seleção poderá ser diferente para algumas ações.
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto “aleatório” com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
CABEÇALHOS
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Rodapé23.
Poderá ser igual em toda a extensão do documento, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente e verso),
mesmo que a seção anterior, diferente para cada seção do documento, não aparecer na primeira página, entre
várias opções de personalização.
23 O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
192 (no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda)
Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como tabelas e ilustrações.
A formatação de cabeçalho e rodapé, é diferente entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft Word o
cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colunas. No Microsoft PowerPoint... depende, podendo ter 2 ou 3 colunas.
A numeração de páginas poderá ser inserida no cabeçalho e/ou rodapé.
(Digite aqui)
PARÁGRAFOS
Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter. Um parágrafo poderá ter diferentes for-
matações. Confira:
Os editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo).
Ctrl+Shift+
Espaço em branco não separável
Espaço
- - Hifens opcionais
- - Âncoras de objetos
FONTES
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial.
194
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Para facilitar o acesso a essas fontes, o atalho de teclado é: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Vejamos, agora, alguns atalhos de teclado:
z Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo teclado com Ctrl+Shift+<
para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte;
z Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e
sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito.
Por sua vez, Sombra é um efeito independente, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos
Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devendo ser individuais.
Para finalizar esse assunto, temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro
de si mesmo. Temos, então, Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem
considerar os espaços entre as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
Dica
As questões sobre Fontes são práticas. Portanto, se puder praticar no seu computador, será melhor para a
memorização do tema. As questões são independentes da versão, portanto poderá usar o Word 2007 ou
Word 365, para testar as questões de Word 2016.
COLUNAS
O documento inicia com uma única coluna. Em Layout da Página podemos escolher outra configuração, além
de definir opções de personalização.
As colunas poderão ser definidas para a seção atual (divisão de formatação dentro do documento) ou para o
documento inteiro. Assim como os cadernos de provas de concursos, que possuem duas colunas, é possível inserir
uma “Linha entre colunas”, separando-as ao longo da página.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
195
MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS
Biblioteca de Marcadores
Nenhum
Marcadores de Documento
Ao pressionar duas vezes “Enter”, sairá da formatação dos marcadores simbólicos, retornando ao Normal.
Os marcadores numéricos são semelhantes aos marcadores simbólicos, mas com números, letras ou algaris-
mos romanos. Podem ser combinados com os Recuos de parágrafos, surgindo o formato Múltiplos Níveis.
Para trabalhar com a formatação de marcadores Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla “TAB” para
aumentar o recuo, passando os itens do primeiro nível para o segundo nível. E também pelo ícone “Aumentar
recuo”, presente na guia Página Inicial, grupo Parágrafo. Usando a régua, pode-se aumentar o recuo também.
Dica
Ao teclar “Enter” em uma linha com marcador ou numeração, mas sem conteúdo, você sai do recurso, voltan-
do à configuração normal do parágrafo. Se forem listas numeradas, itens excluídos dela provocam a renume-
ração dos demais itens.
TABELAS
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por
células, podendo conter, também, fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
196 matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente esses
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Em inglês, com referências direcionais
Tabela, Fórmulas Em português, com referências posicionais =SOMA(A1:A5)
=SUM(ABOVE)
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha
Shift+Enter Alt+Enter
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
manual
Pincel de Copia apenas a primeira formatação da
Copia várias formatações diferentes
Formatação origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual
197
WORD EXCEL
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na célula
Shift+Enter Quebra de linha manual
acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função
IMPRESSÃO
Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a impres-
são permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do Painel
de Controle.
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades), quais serão as páginas (números separados com ponto e
vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
seção específica, e com a letra p uma página específica).
Havendo a possibilidade, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso automático, ou manual.
O agrupamento das páginas permite que várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto Desagrupado, as
páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisagem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser escolhidas no
momento da impressão, ou antes, na guia Layout da Página. A última opção em Imprimir possibilita a impressão
de miniaturas de páginas (várias páginas por folha) em uma única folha de papel.
198
CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS
Dica
Se envolvem configurações diferentes, temos Quebras.
Cabeçalhos diferentes... quebras inseridas. Colunas diferentes... quebras inseridas. Tamanho de página dife-
rente... quebra inserida.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Numeração de Páginas
Disponível na guia Inserir permite que um número seja apresentado na página, informando a sua numeração
em relação ao documento.
Combinado com o uso das seções, a numeração de página pode ser diferente em formatação a cada seção do
documento, como no caso de um TCC.
199
Conforme observado na imagem acima, o número de página poderá ser inserido no Início da Página (cabeça-
lho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas margens da página, e na posição atual do cursor.
LEGENDAS
Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em Figuras
(que inclui Ilustrações) ou Tabelas.
Disponível na guia Referências (índices), as legendas podem ser inseridas na configuração padrão ou persona-
lizadas. Depois, podemos criar um índice específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências, no Word, encontramos o ícone “Referência Cruzada”. Em
alguns textos, é preciso citar o conteúdo de outro local do documento. Assim, ao criar uma referência cruzada, o
usuário poderá ir para o local desejado pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que estava antes.
ÍNDICES
200
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Dica
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
INSERÇÃO DE OBJETOS
Disponíveis na guia Inserir, os objetos que poderiam ser inseridos no documento estão organizados em
categorias:
z Páginas: objetos em forma de página, como a capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma Quebra de
Página (divisão forçada, quebra de página manual, atalho Ctrl+Enter);
z Tabela: conforme comentado anteriormente, organizam os textos em células, linhas e colunas;
z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador), ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geométricas),
SmartArt (diagramas), Gráfico e Instantâneo (cópia de tela ou parte da janela).
z Links: indicado para acessar a Internet via navegador ou acionar o programa de e-mail ou criação de referên-
cia cruzada;
z Cabeçalho e Rodapé;
z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Partes Rápidas (com organizador de elementos do documen-
to), WordArt (que são palavras com efeitos), Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo com destaque),
Linha de Assinatura (que não é uma assinatura digital válida, dependendo de compra via Office Marketplace),
Data e Hora, ou qualquer outro Objeto, desde que instalado no computador;
z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos especiais.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CAMPOS PREDEFINIDOS
Estes campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como Data e Hora, Objeto e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para automação de documento, data e hora, equações e
fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração, vínculos
e referências.
201
CAIXAS DE TEXTO
Nova Concursos
ATALHO AÇÃO
Ctrl+A Abrir: carrega um arquivo da memória permanente para a memória RAM
Salvar: grava o documento com o nome atual, substituindo o anterior. Caso não tenha nome, será
Ctrl+B
mostrado “Salvar como”
Ctrl+J Justificar: alinhamento do texto distribuído uniformemente entre as margens esquerda e direita.
Ctrl+R Refazer
Pincel de Formatação: para copiar a formatação de um local e aplicá-la a outro, seja no mesmo
Ctrl+Shift+C
documento ou outro aberto. Para colar a formatação copiada, use Ctrl+Shift+V.
Ctrl+Z Desfazer
F1 Ajuda
LIBREOFFICE WRITER
A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interface da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um fundo
cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais programas do pacote, permitindo a inserção de fórmulas avan-
çadas de cálculos do LibreOffice Calc em uma tabela do documento de textos, por exemplo.
O LibreOffice Writer grava documentos com a extensão ODT, mas também poderá gravar em outros formatos
como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos que são gravados pelo programa, também poderão ser abertos por ele.
Importante!
O que você faz no Word, você faz no Writer. Quase tudo tem correspondente entre os aplicativos. Alguns
atalhos de teclado são diferentes, alguns nomes de comandos são diferentes, mas a maioria dos itens são
iguais.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O botão abc é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográ-
fica o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento
segundo as configurações predeterminadas pelo editor de textos Writer.
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma pala-
vra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já
a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no
início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscu-
la), acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,
definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.
203
Estrutura básica dos documentos
Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Micro-
soft Word e conceitos:
z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os
Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documen-
tos criados a partir dele.
z Páginas: unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu
Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.
A4
z Seção: divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem
usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usadas. Disponível no
menu Inserir, item Seção...
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação indepen-
dente do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte.
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado com
Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha.
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação, etc. Podemos definir a formata-
ção do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Tex-
to. A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágra-
fos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos estes recursos, como o Microsoft Word.
A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração
aplicada.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New, Ver-
dana, são os mais comuns.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico (atalho
de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado Ctrl+D – Doub-
le, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado
simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em km2 – atalho
de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Formatar,
204 Texto. Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer. 205
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador
Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
24 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
25 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
26 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e consultar os
arquivos que foram baixados (Downloads).
27 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
28 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do parágrafo.
29 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
30 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
206 31 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta;
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
Inserir
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar,
Arquivo
imprimir, propriedades).
Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecio-
Editar
nar) e área de transferência do Windows/Linux,
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
Exibir
interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos
gráficos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé.
207
MENU SIGNIFICADO
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numera-
Formatar
ção, tabulações, etc. Permite alterar elementos editáveis do documento.
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser
Estilos
organizadas em um índice.
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida.
Impressão
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas especí-
ficas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por
traço uma sequência de páginas).
Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.
PLANILHAS ELETRÔNICAS
MS-OFFICE 2016 OU SUPERIOR
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
208 atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
O Microsoft 365 é o pacote de aplicações para escritório que possui a versão online acessada pelo navegador de
Internet e a versão de instalação no dispositivo. O Microsoft 365, ou Office 365 como era nomeado até pouco tempo
atrás, é uma modalidade de aquisição da licença de uso mediante pagamentos recorrentes. O usuário assina o ser-
viço, disponibilizado na nuvem da Microsoft, e enquanto perdurarem os pagamentos, poderá utilizar o software.
Importante!
As planilhas de cálculos não são bancos de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do
pacote Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas
em registros, separados em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.
Guias – Excel
BOTÃO/GUIA LEMBRETE
Arquivo Comandos para o documento atual: Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar
Tarefas iniciais: O início do trabalho, acesso à Área de Transferência (Colar Especial), forma-
Página Inicial
tação de fontes, células, estilos etc.
Tarefas secundárias: Adicionar um objeto que ainda não existe. Tabela, Ilustrações, Instantâ-
Inserir
neos, Gráficos, Minigráficos, Símbolos etc.
Informações na planilha: Possibilitam obter dados externos, classificar e filtrar, além de ou-
Dados
tras ferramentas de dados
Correção do documento: Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle
Revisão
de alterações, comentários, proteger etc.
Exibição Visualização: Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctrl+I para itálico, entre outros) são os mesmos do Word.
F4 Refazer
209
MS-EXCEL – ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS
A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser impressa em sua totalidade, ou apenas áreas definidas pela Área
de Impressão, ou a seleção de uma área de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou toda a pasta de trabalho.
Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha com duas informações em cada célula: dados reais e dados formatados.
Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, poderá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calculou e
resultou em 5 (como =10/2)
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;
Célula
Linha
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas (nomea-
das de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas);
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado, mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
210 datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante;
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:
z Mesclar e Centralizar: Une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula;
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: Mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: Mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.
1 FRAÇÃO: Ex.: 4
2
102 CIENTIFICO. Ex.: 4,00E + 00
ab TEXTO: Ex.: 4
211
Dica
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
plo, na verdade é um número formatado como data. Por isto conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si, mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é ‘justificado’ e o símbolo de R$ fica posicionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00
O ícone é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
1 100% 100,00%
2 200% 200,00%
0,004 0% 0,40%
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.
1 R$1,00 1,00
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar
casas decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, de ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED,
para arredondar.
Simbologia Específica
Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.
212
OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS
% (percentual) Percentual = 20% Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por 100
z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.
Importante!
Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos);
Identificar a simbologia básica do Excel (informática);
Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática);
Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico).
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
213
OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 );
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.
Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Identifica uma
= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador
função ou os valo-
( ) parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1
res de uma opera-
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2
ção prioritária
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de
digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de
cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
Funções Básicas
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3;
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5;
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3;
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares;
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3;
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
CONCAT(intervalo)
Efetua um teste nas células especificadas, e soma
as correspondentes nas células para somar.
Junta os textos especificados em um intervalo de
Os intervalos de teste e de soma podem ser os
células para uma nova sequência.
mesmos.
=CONCAT(A1:A5) junta o conteúdo das células A1
=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores até A5 em uma nova célula. Esta função não funciona
de A1 até A10 que sejam maiores que 6. nas versões antigas do Office.
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem NÚM.CARACT(célula)
menores que 3.
Informa a quantidade de caracteres existentes em
SOMASES (células para somar; células1; uma célula.
teste1;células2;teste2) Datas contém 5 caracteres, pois o Microsoft Excel
armazena datas como números.
Verifica as células que atendem aos testes e soma
as células correspondentes. =NÚM.CARACT(“Nova Concursos”) resultado 14
Os intervalos de teste e de soma podem ser os =NÚM.CARACT(HOJE()) resultado 5 (a função HOJE
mesmos. retorna a data de hoje registrada no computador)
=NÚM.CARACT(AGORA()) resultado 15 (a função
MÉDIASE(células para testar; teste; células AGORA retorna a data de hoje registrada no computa-
para calcular a média) dor e a hora atual, como 01/08/2021 09:51)
FUNÇÕES LÓGICAS
Retornará um valor que você especifica se uma fórmula for avaliada para
SEERRO (Função SEERRO)
um erro; do contrário, retornará o resultado da fórmula
Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste material, não é verdade? Existem milhares de funções no Micro-
soft Excel e LibreOffice Calc. Em concursos públicos, estas são as mais questionadas.
IMPRESSÃO
A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item que o Excel oferece que é exclusiva, a possibilidade de imprimir os títulos das colunas e linhas,
fazendo com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P) temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber em
uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão na tela.
218
INSERÇÃO DE OBJETOS
A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.
A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados
no Excel.
Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.
Gráficos
Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.
219
z Os gráficos de Linhas representam valores com z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de jam organizados em preço na alta, preço na baixa
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
100% Empilhada com Marcadores, e 3D. de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.
220
z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.
z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.
z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados.
São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no
Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.
CAMPOS PREDEFINIDOS
Semelhante ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na plani-
lha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.
Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos.
Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas, é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão dividido em 3 partes.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
221
CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS
O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes
de outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo ‘Obter Dados Externos’, apesar de figurar no edital de alguns
concursos, nunca foi questionado em provas de Noções de Informática, tanto nível médio como nível superior.
222
De Arquivo
De Text/CSV Da Pasta
De banco de dados
Do Azure
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
223
De serviços online
De outras fontes
Do ODBC
Do Microsoft Query
De OLEDB
Da Lista do SharePoint
Consulta Em Branco
Do Feed OData
Do Arquivo do Hadoop(HDFS)
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS
224
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Se houver datas ou horas, podemos ‘Classificar da mais antiga para a mais nova’
Classificar datas ou horas
ou ‘Classificar da mais nova para a mais antiga’, resumindo, cronologicamente
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa
LIBREOFFICE CALC
O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen-
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não
influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas na
parte inferior da tela de visualização. Cada planilha é independente das demais, e usamos o sinal de ponto final
para referenciar dados em outras planilhas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui 1024
colunas). As linhas são numeradas com números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Microsoft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor ou pior.
Cuidado com as comparações. Quando a banca sugere uma comparação, menosprezando um dos itens, geralmen-
te está errado.
Conceitos básicos
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Writer representa com (ponto final). 225
z Pasta de Trabalho: arquivo do Calc contendo as A formatação condicional pode apresentar visual-
planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de mente as diferenças existentes nos dados da planilha
memória RAM disponível, nomeadas como Planilha de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em
1, Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS; provas.
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito
da célula, permite que um valor seja copiado na Simbologia específica
direção em que for arrastado. No Excel, se houver
1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, z Coluna+Linha formato de referência de cada célu-
uma sequência será criada. No Calc, 1 número cria la da planilha. Colunas com letras, linhas com
uma sequência com incremento 1. Datas, dias da números. O formato de referência é idêntico no
semana, nome dos meses, estas opções criam listas Excel e Calc.
predefinidas; Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1.
Geranciar...
Importante!
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final.
226
z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes, z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante
para comparação. inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) – valo de valores definido;
efetua um teste e exibe uma mensagem. z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
resulta em um valor que não corresponde à sua
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
para comparação.
la contém um texto em vez de um número;
Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) –
z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
efetua um teste e exibe uma mensagem.
fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, lha que contém uma célula referenciada;
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
para comparação. possível avaliar um identificador, por exemplo,
Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2 não foi possível encontrar uma referência válida,
é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem. um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos, reto, suplemento não encontrado;
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes, z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
para comparação. de divisão / quando o denominador é 0.
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a
A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma Funções Básicas
mensagem.
z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas
z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti- células selecionadas.
vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o
símbolo ≠ Usado em testes, para comparação. =SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São tentes nas células A1, A2 e A3.
iguais”) – teste e exibe uma mensagem. =SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel
e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
matemática, apenas parênteses. =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma operando apenas áreas quadrangulares.
função ou separador de células em uma referência. =SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores
Pode significar E em uma referência de valores. A1 com B1 e C1 até C3.
Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São =SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2
iguais”) – separando os três argumentos da função. com 3 e o valor A1 duas vezes.
=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu-
mentos que serão somados. z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação
de soma nas células selecionadas, se uma condição
z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de for atendida.
faixa de células.
Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo- =SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo-
res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3, res de A1 até A5 que sejam maiores que 15.
C1 e C2. =SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sinta-
z “ (aspas) indicam expressões de textos literais. xe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São somado).
iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.
z MEDIA (valores) : realiza a operação de média
z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans- nas células selecionadas e exibe o valor médio
formando a referência relativa em referência mista encontrado.
ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
quando ela mudar de célula, será alterada ou não. =MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples
Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa) res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
=$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
Planilha2. vazias não entram no cálculo da média.
z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem, z MED (valores): obtém o valor da mediana. A
apenas um) Erro. mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores
ordenados informados
Mensagens de Erros
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel,
las A1 até D6. usam precedência de operadores matemáticos para a
resolução das fórmulas.
z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor- A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi-
caso seja falso. são, e por último, adição e subtração.
^ Exponenciação A primeira operação que deve
z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas ser executada
as células em um intervalo, exceto as células vazias. * Multiplicação A próxima operação a ser executa-
=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da da, assim como a Divisão.
contagem, informando quantas células estão preen- / Divisão
chidas com valores, quaisquer valores. + Adição Após realizar exponenciação, multiplica-
ção e divisão, faça a adição/subtração.
z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em - Subtração.
um intervalo, exceto células vazias e células com - Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for
texto. realizado, faça a inversão do sinal.
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera-
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no dores matemáticos.
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multipli-
cação, divisão, adição e subtração.
z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan- Diferentemente da interface do Microsoft Excel,
tas vezes aparece um determinado valor (número ou que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em
indicar qual é o critério a ser contado) menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para
compreender a sequência de comandos e menus do
=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan- Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten- LibreOffice Impress.
do o valor 5.
MENU SIGNIFICADO
z TEXTO (células;formato) : exibe um valor numéri-
co no formato especificado por uma máscara. Oferece comandos para o gerencia-
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas, está em primeiro plano.
portanto, 007
Acesso a recursos temporários (loca-
z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : per- Editar lizar, substituir, selecionar) e área de
mite trocar no texto informado, iniciando na posi- transferência do Windows/Linux.
ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres. Acesso aos controles sobre o que será
Exibir mostrado na tela de edição, e como
=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o “José”
será exibido.
228 por “João”
MENU SIGNIFICADO TIPO DE
EXTENSÃO CARACTERÍSTICAS
ARQUIVO
Adicionar qualquer objeto no arquivo Formato do LibreOffice
Inserir atualmente editado. Se este objeto é Open Document Impress, que pode ser
atualizável, será um campo. ODP
Presentation. editado e salvo pelo
Microsoft PowerPoint.
Mudar a aparência, mudar a configura-
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está Formato de documen-
em edição. to portável, sem alguns
Portable Docu-
PDF/XPS recursos multimídia
ment Format.
Opções de controle da planilha de inseridos na apresen-
Planilha tação de slide.
dados no Calc.
apresentação. anterior.
Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide
Apresentação Versão 2007 ou de título é apresentado. O usuário poderá alterar
PPTX
editável. superior. para outro layout. Cada slide da apresentação pode-
Versão 2007 ou supe- rá ter um layout diferente.
Apresentação rior, que não necessita
PPSX
executável. de programas para ser
visualizada.
Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação
Recursos para pa- Seção Conteúdo
Modelo de
POTX dronização de novas
apresentação.
apresentações.
Recursos para pa-
Modelo de apre- Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com
dronização e auto- Legenda Legenda
POTM sentação com
matização de novas
macros.
apresentações.
Layout de slide 229
z SEÇÃO: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá
ter ‘duas apresentações’ dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z TRANSIÇÕES: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transi-
ções, grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z ANIMAÇÃO: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações
simultaneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias
de Animação;
Conceito de slides
Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides,
z Slide (modo de exibição Normal) : cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações;
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:
z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo, o
slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de ano-
tações. Ajustar à janela encaixa o slide na área;
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para editar e alternar entre slides no painel de estrutura de
tópicos. Útil para a criação de uma apresentação a partir dos tópicos de um documento do Microsoft Word;
z Classificação dos Slides: no modo de exibição Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides serão
mostradas. Estas miniaturas poderão ser organizadas, arrastando-as. As operações de slides estão disponíveis,
como Excluir slide, Ocultar slide, etc. Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após duplo clique será
possível a edição do conteúdo;
z Anotações: Exibir a página de anotações para editar as anotações do orador da forma como ficarão quando
forem impressas;
z Modo de Exibição de Leitura: Exibir a apresentação como uma apresentação de slides que cabe na janela. A
barra de título do PowerPoint continuará sendo exibida.
A preparação de uma apresentação de slides segue uma série de recomendações, quanto a quantidade de texto,
quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar, etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
230 clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apre-
sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela
preta (escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos seguem os princípios do editor de textos Word. E os comandos
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas dis-
poníveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.
Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ti-la em um navegador da Web.
Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides, etc.
Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira.
Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua apre-
sentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses intervalos
para executar a apresentação automaticamente no futuro.
Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada ima-
gem será colocada em um slide individual.
Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você cli-
car nele ou passar o mouse sobre ele.
Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e fai-
xas, textos explicativos e botões de ação.
LIBREOFFICE IMPRESS
O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que esta-
mos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.
Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser
abertos pelo Microsoft PowerPoint.
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
citados no enunciado da questão.
Importante!
Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos.
Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
232 Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização).
Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides
z LEIAUTE: Permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto
de cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro
de cada slide da apresentação.
z MODELOS: Permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência
da apresentação.
z TRANSIÇÃO: Permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide.
Para não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação.
z MESTRE: Permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.
Exibir
Slide mestre
Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:
Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.
MENU SIGNIFICADO
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano.
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do
Editar
Windows/Linux
Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza.
Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se este objeto é atualizá-
Inserir
vel, será um campo.
Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição.
Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em
Ferramentas
todos os próximos arquivos editados pelo aplicativo.
Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação
Apresentação de slides personalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação
personalizada.
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos.
Menu Slide
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
Slide
Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
PowerPoint, com dois atalhos de teclado diferentes.
234
GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS EMPREGADO classificação CARGO
ra básica:
temente simples em termos funcionais.
Existem também questões sobre como garantir
UPDATE tabela SET coluna = valor_novo WHERE uma alta disponibilidade e aumentar o poder de pro-
condição cessamento para atender a níveis de uso crescente
(escalabilidade). Muitas vezes, os investimentos em
Alguns exemplos: infraestrutura requeridos para isto serão pesados,
podendo mesmo se revelar como inviáveis do ponto
de vista financeiro.
UPDATE funcionarios SET salario = 8000 WHERE id_
Uma opção interessante para atender a estas dife-
funcionario = 57;
rentes necessidades seriam os bancos de dados NoS-
UPDATE funcionarios SET salario = 7800, nome = “Ovi-
QL, que o mercado interpreta como uma sigla de “Not
dio Lopes” WHERE id_funcionario = 1;
only SQL”, englobando alternativas com capacidades
UPDATE funcionarios SET salario = 545 WHERE salario
que vão além das características típicas dos sistemas
= 530;
gerenciadores relacionais. 237
O banco de dados pode ser orientado a documento Data Warehouse
que represente a unidade básica neste tipo de tecnolo-
gia, sendo possível comparar os mesmos aos registros Um sistema Data Warehouse é projetado para
das tabelas convencionais. fazer com que informações sejam disponibilizadas
Embora exista um paralelo com as linhas do mode- de modo integrado, histórico, não volátil e de forma
lo relacional, um documento possui uma estrutura simples, tornando-se assim uma ferramenta de fácil
flexível e que não está presa à existência de colunas usabilidade e compreensão para os administradores e
predefinidas. Do ponto de vista prático, isso significa gerentes de organizações.
que inúmeros documentos vinculados a uma mesma Uma solução de Data Warehouse junta vários
coleção podem contar com formatos variáveis. elementos, como algoritmos e ferramentas que per-
Muitas das soluções orientadas a documento fazem mitem que dados já selecionados de diversos prove-
uso do padrão JSON (JavaScript Object Notation) para dores de informações independentes, heterogêneos e
o armazenamento de dados. geograficamente distantes uns dos outros, possam ser
Dentre os diversos bancos orientados a documen- integrados em uma base de dados única, que se dá o
to, é possível citar como exemplos o MongoDB, o Dyna- nome de Data Warehouse.
moDB (alternativa oferecida na nuvem pela Amazon)
e o DocumentDB (este último um serviço que integra o
Microsoft Azure).
Já os bancos de dados do tipo chave-valor são for-
INTERNET E INTRANET
mados por conjuntos de chaves e seus respectivos
valores. Cada um destes conjuntos, por sua vez, conta
A Internet é a rede mundial de computadores que
ainda com uma chave que funciona como um identi-
surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares,
ficador único:
para proteger os sistemas de comunicação em caso de
ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Key value Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que
procuravam proteger as informações secretas de
ambos os países e seus blocos de influência.
Key value
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
Research Projects Agency, era um modelo de troca e
compartilhamento de informações que permitia a
Key value descentralização das mesmas, sem um “nó central”,
garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
fosse desligado.
Key value A troca de mensagens começou antes da própria
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
Banco de Dados Chave-Valor a Internet como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
Assim como acontece no modelo orientado a docu- cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
mentos, a estrutura de um banco do tipo chave-valor é dêmica. No início dos anos 90, ela se tornou aberta e
bastante flexível. Chaves podem, ou não, repetirem-se comercial, permitindo o acesso de todos.
ao longo de vários agrupamentos de dados.
Constituem exemplos deste tipo de banco o Redis
(solução open source bastante utilizada para cache de
dados) e o DynamoDB.
Existem também os bancos de dados orientados a Usuário Modem
Internet
colunas, esse é o modelo que mais difere do modelo Provedor de Acesso
relacional, em que uma linha representa um conjunto Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta
de dados relacionados (com cada um destes últimos a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
correspondendo a colunas):
A navegação na Internet é possível através da com-
z Em termos práticos, a organização dos dados ocor- binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
re com base em colunas; do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
z Dados de colunas distintas representando um mes- camadas ou 4 camadas).
mo agrupamento ocupam as mesmas posições no A Internet conecta diversos países e grandes cen-
banco. tros urbanos através de estruturas físicas chamadas
de backbones. São conexões de alta velocidade que
São exemplos de bancos orientados à coluna o permitem a troca de dados entre as redes conectadas.
HBase e o Cassandra, com ambos constituindo inicia- O usuário não consegue se conectar diretamente no
tivas mantidas atualmente pela Apache Foundation. backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou
Por último, existem os bancos de dados orientados uma operadora de telefonia através de um modem e a
a grafos, que empregam conceitos da teoria de grafos empresa se conecta na “espinha dorsal”.
para a representação de relacionamentos entre dife- Após a conexão na rede mundial, o usuário deve
rentes conjuntos de dados. Uma das soluções mais utilizar programas específicos para realizar a navega-
238 conhecidas baseadas neste modelo é o Neo4j. ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.
CONCEITO USO COMENTÁRIOS PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros Usuário
Internet
Padrão de Criptografia em
Família TCP/IP
comunicação VPN
@
A Internet é transparente para o usuário. Qualquer
usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento técni- Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor de
co dos equipamentos que existem para possibilitar a e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador de
conexão. Internet
Dica
Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail Quando o símbolo @ é usado no início, antes
SMTP
do nome do usuário, identifica uma conta em
Enviar – SMTP
rede social. Para o endereço URL do Instagram
Enviar e Receber
Receber – POP3 IMAP4 https://www.instagram.com/novaconcursos/, o
nome do usuário é @novaconcursos.
Remetente
Cliente
Destinatário Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Webmail
cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
O remetente está usando o programa Microsoft Outlook (cliente) da mensagem, entre outros. Para enviar a mensagem,
para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo (Exchange). é preciso que exista um destinatário informado em
O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail e ele utiliza
um navegador de Internet (webmail) para ler e responder os e-mails um dos campos de destinatários.
recebidos. Se um destinatário informado não existir no servi-
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.
Uso do correio eletrônico Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece-
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o usuá-
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,
rio deve ter uma conta cadastrada em um serviço de
e-mail. O formato do endereço foi definido inicialmente a mensagem tentará ser entregue depois.
pela RFC822, redefinido pela RFC2822, e atualizado na Conheça os elementos e seu papel na criação de
240 RFC5322. uma nova mensagem de e-mail:
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
Outras Operações com o Correio Eletrônico
As redes privadas virtuais, popularmente identificadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network), são
criadas pelas empresas e usuários, para estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de com-
putadores, de acordo com as suas características de uso e nível de segurança.
A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).
Importante!
Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usuários mal intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do usuário
ou empresa. 243
As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Win-
dows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc).
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão
usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles pro-
curam encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se
impossível, uma vez que os dados se tornam criptografados.
Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:
Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
Programas
Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.
A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da informa-
ção. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja enviar
e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no servidor.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto-
colos seguros.
Computação em nuvem (em inglês, cloud computing) refere-se ao processamento de dados remotos. O usuário
envia informações inseridas em seu dispositivo local e os programas, na nuvem, executam as operações solicita-
das, devolvendo para o periférico de saída do dispositivo local do usuário os resultados obtidos. 245
A expressão “nuvem” é usada para designar a Tecnologias de Serviços na Nuvem
Internet, porém, na prática, pode, também, referen-
ciar um processamento remoto dentro da rede inter- Existem várias opções que poderão ser contrata-
na da empresa. Vale ressaltar que existem nuvens das como serviços, sendo as principais em concursos
privadas, públicas, híbridas e comunitárias. públicos: IaaS, PaaS e SaaS. Vejamos cada uma delas:
A Computação em Nuvem é a evolução do prin-
cípio da Computação em Grade. Na Computação em
Grade, uma grande quantidade de clusters computa- z Infrastructure as a Service (IaaS): fornece
cionais (servidores conectados entre si dentro de uma recursos de computação virtualizados pela Inter-
infraestrutura compartilhada) aliada à disseminação net. O provedor hospeda o hardware, o software, os
da conexão de banda larga facilitaram a adoção da servidores e os componentes de armazenamento;
Computação nas Nuvens por diferentes empresas. z Platform as a Service (PaaS): proporciona acesso
às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento
usados para entregar os aplicativos;
z Software as a Service (SaaS): permite aos usuá-
rios o acesso aos bancos de dados e software de
aplicativo. Os provedores de nuvem gerenciam a
infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos
servidores do provedor de nuvem.
Importante!
Tudo que é oferecido pela nuvem é um serviço
escalável e personalizável. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido pelo
usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas de
um acesso à rede.
Armazenamento em nuvem é uma opção de arma-
zenamento remoto que usa o espaço em um provedor Como é possível observar, a Computação nas
de data center e é acessível de qualquer computador Nuvens é uma forma de disponibilização de recursos
com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft One- equivalente à Computação Local, mas remotamente.
Drive, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de servi- Na tabela a seguir, vamos comparar esses dois forma-
246 ços de armazenamento em nuvem. tos e suas responsabilidades.
COMPUTAÇÃO LOCAL COMPUTAÇÃO NAS NUVENS
Monitor, impressora, placa de modem, pla- Disponibilizado um link para download, vi-
Saída de Dados
ca de rede, USB, HD etc. sualização ou compartilhamento
Ao contratar Infraestrutura como um Serviço (IaaS), o usuário obtém economia de custo (pois não há neces-
sidade de comprar e manter hardwares), tempo de colocação no mercado (pois poderá iniciar suas operações
imediatamente, sem esperar pela instalação de um data center na empresa), disponibilidade em tempo integral
e escalabilidade sob demanda (pela expansão ou contração da empresa de acordo com o dia a dia da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada ao
hardware que não precisa ser adquirido), desenvolvimento simplificado de aplicativos (por conta dos ambientes
de desenvolvimento para diferentes plataformas), colaboração (pela comunicação on-line com outros desenvolve-
dores) e ambiente integrado (para teste, implementação e gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia de gastos (menor custo das licenças de softwares), com-
partilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, o acesso ao
serviço não será impactado com novas instalações e configurações) e independência do sistema operacional (a
troca de dados será realizada pelo protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas operacionais).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O usuário não precisará se preocupar com atualizações de softwares e hardwares, pois serão realizadas pela
empresa contratada. Elas serão automáticas e disponibilizadas em tempo real para todos.
O compartilhamento de informações será facilitado, bastando que outros usuários tenham acesso à Internet,
para que possam acessar os dados compartilhados. Os serviços serão disponibilizados durante 24 horas por dia,
pelos sete dias da semana, com sistemas de redundância e recuperação de falhas sob responsabilidade da empre-
sa contratada.
Assim, a necessidade de manutenção da infraestrutura física da rede local diminui, bastando para o usuário o
fornecimento de energia elétrica e conexão de rede para acesso aos serviços remotos. Além disso, por ter menos
equipamentos na infraestrutura local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e espaço físico serão reduzidos,
o que, indiretamente, contribui para a preservação e uso racional dos recursos naturais.
Ainda, a Computação em Nuvem traz flexibilidade para o uso e contratação de serviços. O usuário pode con-
tratar um pacote básico de serviços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar parâmetros do contrato,
alterando, de forma dinâmica, os limites de utilização.
Por fim, é preciso citar, como uma vantagem, a elasticidade rápida. Os recursos são provisionados dinamica-
mente, atendendo às necessidades pontuais da operação do cliente (uma loja virtual pode aumentar a quantidade
de acessos simultâneos ao site apenas na Black Friday por exemplo). Essa é a sua característica mais marcante.
Quanto mais aplicações forem acessadas na nuvem, mais velocidade de transferência de dados será necessá-
ria. Portanto, a principal desvantagem da Nuvem é inerente ao propósito dela mesma.
O tempo de inatividade é outra desvantagem. Quando todos os sistemas estão em uma plataforma, se ela ficar
indisponível, a empresa e os usuários não terão acesso a nada. Felizmente, isso tem mudado e, hoje, as empresas
fornecedoras de serviços na nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso disponível) acima de 99,9999%.
A dificuldade de migração é, sem dúvidas, a principal desvantagem. Quanto mais utilizamos uma determinada
empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados, ela
poderá ser dificultada ou até impossibilitada.
Para minimizar essa desvantagem, a replicação de servidores é uma alternativa quando os dados são replica-
dos entre um servidor local e um servidor na nuvem.
On Demand Self Service, ou Auto Atendimento sob Demanda, significa que o usuário pode usar os serviços,
aumentar ou diminuir as capacidades computacionais alocadas, como o tempo de servidor e armazenamento de
rede, sem a intervenção humana com o provedor de serviços. O limite de crédito do seu cartão de crédito virtual
é um exemplo dessa característica.
Ubiquitous Network Access, ou Amplo Acesso à Rede, significa que os serviços são acessíveis a partir de qual-
quer plataforma. O usuário pode acessar um sistema desenvolvido para Windows, armazenado em um servidor
Linux, a partir de seu smartphone Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem são assim.
Resource Pooling, ou Pool de Recursos, significa que os serviços são armazenados em servidores distribuídos
globalmente e seus recursos virtuais são dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo cliente, conforme a sua
demanda. É o modelo multi-inquilino (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos clientes, em detrimento
da oferta, pelos clientes atuais. Um usuário em São Paulo pode contratar e acessar um serviço ofertado por uma
empresa em Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma cidade na Índia.
Rapid Elasticy, ou Elasticidade Rápida, significa que a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocorrerá
com agilidade, provisionando e liberando, elasticamente, as demandas solicitadas pelo usuário. Ao contratar um
armazenamento de dados na nuvem, o espaço disponível para uso será imediatamente ajustado após a confirma-
ção do pagamento.
Measured Service, ou Serviços Mensuráveis, significa que todos os serviços são controlados e monitorados
automaticamente pela nuvem, de maneira transparente para o usuário, sem a necessidade de conhecimento téc-
nico sobre a sua operação. É transparente para o usuário, pois ele não precisa conhecer onde estão alocados os
recursos computacionais contratados, acessando apenas a interface para acesso.
Tipos de Nuvem
Conforme mencionado anteriormente, podemos classificar as nuvens, de acordo com a infraestrutura ou seus
usuários, em: privada, pública, híbrida ou comunidade (comunitária).
No modelo de Nuvem Privada, a infraestrutura é proprietária ou alugada por uma única organização, para
ser operada exclusivamente por ela mesma, podendo ser local ou remota. A empresa aplica políticas de acesso aos
serviços para os usuários cadastrados e autorizados.
A definição de Nuvem Pública indica que a infraestrutura pertence a uma organização que vende serviços
para o público em geral, podendo ser acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço, não
sendo admitidas técnicas de restrição de acesso ou autenticação.
No formato de Nuvem Híbrida, a infraestrutura é composta por, pelo menos, duas nuvens que preservam as
características originais do seu modelo, as quais estão interligadas por uma tecnologia que possibilita a portabili-
dade de informações e de aplicações. Esse é o tipo mais comum encontrado no mercado.
Na Nuvem Comunidade (Comunitária), a infraestrutura é compartilhada por diversas organizações que,
normalmente, possuem interesses comuns, como requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibilidade e/
ou compatibilidade.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Organização X Organização Z
Organização Y
De acordo com a natureza do acesso e dos interesses envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida ou Comunitária.
249
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais.
Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:
Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques são os itens mais questionados.
Dica
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte oficial de
informações sobre ameaças, ataques, defesas e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: <https://
cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020).
Ameaças
As ameaças são identificadas como aquelas que possuem potencial para comprometer a oferta ou existência
dos ativos computacionais, tais como: informações, processos e sistemas. Um ransomware – software que seques-
tra dados, utilizando-se de criptografia e solicita o pagamento de resgate para a liberação das informações seques-
tradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua execução
ou se medidas de proteção forem implementadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As ameaças à segu-
rança da informação podem ser classificadas como:
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade;
z Humanas: intencionais ou acidentais, que exploram vulnerabilidades nos sistemas;
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao ambiente, como as catástrofes naturais.
As empresas precisam fazer uma avaliação das ameaças que possam causar danos ao ambiente computacio-
nal dela mesma (Gerenciamento de Risco), implementar sistemas de autenticação (Controlar o Acesso), definir
os requisitos de senha forte (Política de Segurança), manter um inventário e realizar o rastreamento de todos os
ativos (Gerenciamento de Recursos), além de utilizar sistemas de backup e restauração de dados (Gerenciamento
de Continuidade de Negócios).
Falhas
As falhas de segurança nos sistemas de informação poderão ser propositais ou involuntárias. Se o programa-
dor insere, no código do sistema, uma falha que produza danos ou permita o acesso sem autenticação, temos um
exemplo de falha proposital. Já se uma falha for descoberta após a implantação do sistema, sem que tenha sido
uma falha proposital, e tenha sido explorada por invasores, temos um exemplo de falha involuntária, inerente
ao sistema.
Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas empresas que desenvolveram o sistema por meio da dis-
tribuição de notificações e correções de segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft para atualização do
Windows, distribui, mensalmente, os patches (pacotes) de correções de falhas de segurança.
Ataques
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em concursos como no mundo real, são os ataques. Coor-
denados ou isolados, os ataques procuram romper as barreiras de segurança definidas na Política de Segurança,
com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Os ataques podem ser classificados como:
z Baixa complexidade: exploram falhas de segurança de forma isolada e são facilmente identificados e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais ferramentas e técnicas, para obter acesso aos dados, sendo de
250 média complexidade para a solução, gerando impactos na operação dos sistemas, como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os ataques combinam o acesso às falhas do sistema, novos códi-
gos maliciosos desconhecidos e a distribuição do ataque com redes zumbis, tornando difícil a resolução do
problema.
Dica
� Ameaças existem e podem afetar ou não os sistemas computacionais;
� Falhas existem e podem ser exploradas ou não pelos invasores;
� Ataques são realizados todo o tempo contra todos os tipos de sistemas.
Vírus de Computador
O vírus de computador é a ameaça digital mais popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus orgâ-
nico ou biológico. O vírus biológico é um organismo que possui um código viral que infecta uma célula de outro
organismo. Quando a célula infectada é acionada, o código viral é duplicado e se propaga para outras células
saudáveis do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo, menor será o seu desempenho, fazendo com que
recursos vitais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte.
O vírus de computador é um código malicioso que infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo é
executado, o código do vírus é duplicado, propagando-se para outros arquivos do computador. Quanto mais vírus
existirem no dispositivo, menor será o seu desempenho, fazendo com que recursos computacionais sejam consu-
midos, podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica.
O vírus de computador poderá entrar no dispositivo do usuário por meio de um arquivo anexado em uma
mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos existentes em uma mídia removível, como o pen drive, recebidos
por alguma rede social, baixados de sites na Internet, entre outras formas de contaminação.
Todos os sistemas operacionais são vulneráveis aos vírus de computador. Quando um vírus de computador
é desenvolvido por um hacker, este procura elaborá-lo para um software que tenha uma grande quantidade de
usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários e a maioria deles não tem preocupações com segurança. Por
isso, grande parte dos vírus de computadores são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se comparado ao Windows, e a maioria deles possui muito conhe-
cimento sobre Informática, tornando a ação de vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartphones populares, é uma variação do sistema Linux original.
Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que, na maioria
das vezes, não têm rotinas de proteção e segurança de seus aparelhos.
Um vírus de computador poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado em
arquivos, através do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas. Vale
lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser executado para que entre em ação, pois ele tem um hospedeiro
definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga, inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou removen-
do arquivos do dispositivo para propagação e autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
Worms
O worm é um verme que explora de forma independente as vulnerabilidades nas redes de dispositivos. Geralmente,
eles deixam a comunicação na rede lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem cópias de seu código malicioso.
Um verme biológico parasita um organismo, consumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado. Um
verme tecnológico parasita um dispositivo, consumindo seus recursos de memória e conexão de rede, deixando o
aparelho e a rede de dados lentos.
Os worms não precisam ser executados pelo usuário como os vírus de computador e a sua propagação será
252 rápida caso não existam barreiras de proteção que os impeçam.
1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário
253
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado
Smartphone
Dica
Os worms infectam dispositivos e propagam-se para outros dispositivos de forma autônoma, sem interferên-
cia do usuário.
Os worms podem ser recebidos automaticamente pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de outro
código malicioso. Assim como os vírus, ele poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, com-
partilhado em arquivos, por meio do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens
instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos para
outros dispositivos e usuários conectados. Por serem autoexecutáveis, costumam consumir grande quantidade de
recursos computacionais, promovendo a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando ataques na Internet
em busca de outras redes remotas.
Pragas Virtuais
As diversas pragas virtuais são, genericamente, chamadas de malwares (softwares maliciosos), por apresen-
tarem características semelhantes: oferecem alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações danosas que
acabarão prejudicando-o.
É um código malicioso que realiza operações mal-intencionadas enquanto realiza uma operação desejada pelo
usuário, como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e, ao ser exe-
cutado, desativa as proteções do dispositivo, para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados.
Esse nome está, justamente, relacionado com a história do presente dado pelos gregos aos troianos, consis-
tindo em um cavalo de madeira, com soldados em seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os gregos
desativaram as defesas e permitiram o acesso do seu exército.
Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no enunciado de algumas questões de concursos, como um tipo
de vírus de computador.
254
1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
255
4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
z Spyware
É um programa malicioso que procura monitorar as atividades do sistema e enviar os dados capturados
durante a espionagem para terceiros. Existem softwares espiões considerados legítimos (instalados com o consen-
timento do usuário) e maliciosos (que executam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
Os softwares espiões podem ser especializados na captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques efe-
tuados (screenlogger) ou para apresentação de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário (adware). Eles,
geralmente, são instalados por outros programas maliciosos, para aumentar a quantidade de dados capturados.
z Bot
É um programa malicioso que mantém contato com o invasor, permitindo que comandos sejam executados
remotamente. O dispositivo controlado por um bot poderá integrar uma rede de dispositivos zumbis, a chamada
botnet.
Quando o invasor deseja atacar sites para provocar Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão distri-
buídos nos dispositivos do usuário, para que façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da identidade do
verdadeiro atacante, os bots poderão continuar sua propagação através do envio de cópias para outros contatos
do usuário afetado.
z Backdoor
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, além de executar comandos recebidos do invasor, realiza
ações para desativação de proteções e aberturas de portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão
disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instalação de outros códigos maliciosos e roubo de informações.
Assim como os spywares, existem backdoors legítimos (adicionados pelo desenvolvedor do software para fun-
cionalidades administrativas) e ilegítimos (para operarem independente do consentimento do usuário).
z Rootkit
É um código malicioso especializado em esconder e assegurar a presença de outros códigos maliciosos para o
invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais podem ser incorporadas em outras pragas, para que o código que
camufla a presença seja executado, escondendo os rastros do software malicioso.
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.
Dica
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit são as pragas digitais mais questionadas em concursos
256 públicos.
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais que ameaçam a Segurança da Informação e a privacidade
dos usuários de sistemas computacionais.
Uma das ações mais comuns que procuram comprometer a segurança da informação é o ataque Phishing. O
usuário recebe uma mensagem (por e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em um link mali-
cioso. O link acessa uma página que pode ser semelhante ao site original, induzindo o usuário a fornecer dados
pessoais, como login e senha. Em ataques mais elaborados, as páginas capturam dados bancários e de cartões de
crédito. O objetivo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usuário
257
2. O link direciona o usuário para um site falso
Usuário
Usuário
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras
no seu cartão de crédito
Usuário
Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Pharming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando as
tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuário acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Phishing,
esse ataque procura capturar dados bancários do usuário e roubar o seu dinheiro.
Usuário
258
2. O link alterado direciona o usuário para um site falso
Usuário
Usuário
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras
no seu cartão de crédito
Usuário
Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes ameaças e ataques que podem comprometer a segurança da
informação, expondo a privacidade do usuário. Para todas elas, existem mecanismos de proteção – softwares ou
hardwares que detectam e removem os códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Antivírus
Os vírus de computadores, como conhecemos no tópico anterior, infecta um arquivo e propaga-se para outros
arquivos quando o hospedeiro é executado. O código que infecta o arquivo é chamado de assinatura do vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para detectarem a assinatura do vírus existente nos arquivos do
computador. O antivírus precisa estar atualizado, com as últimas definições da base de assinaturas de vírus, para
que seja eficiente na remoção dos códigos maliciosos. 259
1. O usuário tem um vírus de computador instalado
Usuário Arquivo
Usuário Arquivo
Arquivo Arquivo
desinfectado excluído
Usuário
Quarentena
260
Quando o antivírus encontra um código malicioso em algum arquivo, que tenha correspondência com a base
de assinaturas de vírus, ele poderá:
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo através de três métodos de detecção: assinatura dos vírus
conhecidos, verificação heurística e comportamento do código malicioso quando é executado.
O que fazer quando o código malicioso do vírus não está na base de assinaturas?
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diariamente. Para a detecção desses novos códigos maliciosos, os
programas oferecem a Análise Heurística.
z Análise Heurística
O software antivírus poderá analisar os arquivos do dispositivo através de outros parâmetros, além da base
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
Se o código enviado para análise for comprovadamente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na base
de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualização do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o novo
código descoberto.
1. Ele compara o código com sua base de assinaturas, mas não encontra correspondência com vírus conhecidos
Usuário Arquivo
2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para análise pelo fabricante do software antivírus
Quarentena
Fabricante
Windows Defender
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky raramente
são questionadas. Nós as usamos em nosso dia a dia, mas, em provas de concursos, as bancas trabalham com as
configurações padrões dos programas. 261
O Windows 10 possui uma solução integrada de proteção, que é o Windows Defender. Na época do Windows 7,
a Microsoft adquiriu e disponibilizou o programa Microsoft Security Essentials como antivírus padrão do sistema
operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defender, para detecção e remoção de outros códigos malicio-
sos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de conexões
para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
No Windows 10, o Windows Defender faz a detecção de vírus de computador, códigos maliciosos e opera o
firewall do sistema operacional, impedindo ataques e invasões.
Firewall
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser um software, instalado em cada dispositivo, ou um hardware,
instalado na conexão da rede, protegendo todos os dispositivos da rede interna. O sistema operacional disponibi-
liza um firewall pré-configurado com regras úteis para a maioria dos usuários.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.
Usuário
.
O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, portanto ele permite que códigos maliciosos, como os vírus de
computadores, infectem o computador ao chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail. O usuário deve
executar um antivírus e antispyware nos anexos antes de executá-los.
Firewall Usuário
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o usuário.
O firewall impede um ataque, seja de um hacker, de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga digital
que procure acessar a rede ou o computador por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteúdo liberado,
como e-mails e páginas web, não serão bloqueados pelo firewall.
262
E-mail Página web
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede os ataques provenientes da rede.
O firewall não é um antivírus e nem um antispyware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não dispensa o uso de outras ferramentas de segurança, como o
antivírus e o antispyware.
Importante!
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque e, não, por
ser um vírus.
Antispyware
Da mesma forma que existe a solução antivírus contra vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso. Genericamente, spyware é um software espião. Assim,
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e relevância para os usuários dos sistemas operacionais, os
spywares ganharam destaque. Comercialmente, tornou-se interessante nomear a solução como antispyware.
Na prática, um antispyware, ou um antimalware, detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Worm Malware
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usuário Antispyware
Trojan Spyware
Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares instaladas e uso de
senha forte.
UTM
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas conexões, controlam a execução das aplicações, protegem
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão VPN segura para navegação e entregam relatórios de
fácil compreensão para o usuário.
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navegador de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing aten-
dem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega disfarçado, medidas de prevenção devem ser adotadas, como:
Quando os ataques procuram atingir um servidor da empresa, como ataques DoS (negação de serviço), DDos
(ataque distribuído de negação de serviços) ou spoofing (fraude de identidade), uma das formas de proteção é o blo-
queio de pacotes externos não convencionais. Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel e sofre um ataque,
ele deve aumentar o nível de proteção do aparelho e as senhas precisam ser redefinidas o mais breve possível.
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver os progra-
mas atualizados em seu dispositivo, aplicando as correções de segurança tão logo elas sejam disponibilizadas.
Importante!
Quando o usuário é envolvido na perpetração de ataques digitais, ele é considerado o elo mais fraco da cor-
rente de segurança da informação, por estar sujeito a enganos e trapaças dos atacantes. A Engenharia Social
consiste no conjunto de técnicas e atividades que procuram estabelecer confiança mediante dados falsos,
ameaças ou dissimulação.
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO
FITA
A fita de armazenamento de dados (ou, atualmente, Fita DAT – Digital Audio Tape) é uma forma de armazena-
mento magnético sequencial, que grava os dados em uma mídia inserida em um leitor/gravador.
Muito usada no passado, em servidores de dados, devido a sua alta capacidade de armazenamento de dados e
velocidade de leitura/gravação, atualmente está obsoleta. Os servidores com discos rígidos oferecem maior prote-
ção às mídias de armazenamento se comparados com as fitas magnéticas removíveis.
As fitas de armazenamento de dados, assim como as fitas cassetes de áudio, populares nos anos 70 e 80, deman-
dam manutenção constante das mídias e de seus leitores. Por serem cobertas por um composto magnético, as cabe-
ças de leitura e gravação tendem a “sujar” com resíduos deste composto, prejudicando as novas leituras/gravações
264 se os cabeçotes não forem regularmente limpos.
Devido às demandas de segurança e manutenção, Os primeiros modelos trabalhavam com softwares
elas começaram a desaparecer no início dos anos exclusivos para cada fabricante, que efetuavam a gra-
2000. Atualmente, algumas empresas ainda mantém vação dos dados, manutenção dos discos e até o “esta-
fitas DAT, mas por outros motivos, especialmente, cionamento” das cabeças de leitura/gravação para
para a operação de servidores legados (sistemas aban- transporte do equipamento desligado.
donados que não são mais atualizados e só oferecem o Os discos são divididos, logicamente, em setores,
recurso de cópias de segurança via fita DAT). trilhas e clusters. Um cluster é uma unidade de arma-
zenamento de dados, localizado em determinado
setor do disco, em determinada trilha.
A divisão lógica de um disco rígido segue o padrão
que foi definido para os primeiros discos flexíveis,
com definição no momento da formatação ou particio-
namento. A formatação consiste em definir o sistema
de arquivos, divisões e endereçamentos para o arma-
zenamento de dados. O particionamento consiste em
dividir o disco em divisões lógicas distintas, que pos-
sibilitam reduzir o espaço físico para endereçamento
e redução do tempo de latência das cabeças de leitura
e gravação (tempo que o sistema permanece parado).
Fita D2 e DAT comparadas a um smartphone.
Fonte: Wikimedia. Disponível em < https://commons.wikimedia. A
org/wiki/File:D-2_tape_vers._DAT_audio_tape_(6498603845).jpg>
Acesso: 26 mar. 2021. C
B
DISCO RÍGIDO
32 Existem modelos de disco rígido sem disco, como os SSD (Solid State Drive), que é uma memória flash, armazenamento eletrônico.
33 A memória flash permite que a troca de informação seja mais rápida e, quando o dispositivo é desligado, poderá voltar, rapidamente, para onde
estava antes. 265
Os discos rígidos e SSDs podem ter mais de uma partição, como letra C: e D:. Entretanto, copiar dados da par-
tição C: para a partição D: não é considerado como um backup.
O primeiro motivo é que a origem e o destino estão no mesmo local, portanto, em caso de sinistro no disco de
origem, perde-se a cópia de segurança na partição de destino, que está no mesmo disco de origem. E o segundo
motivo é que as partições podem ser desfeitas com a mesma rapidez com que são criadas, através do Gerencia-
mento de Discos do Windows.
Os Discos Rígidos possuem capacidades elevadas, de 240 GB (gigabytes, bilhões de bytes), 320 GB, 500 GB, 1 TB
(terabyte, trilhão de bytes), 2 TB etc. Possuem um baixo custo de aquisição por megabyte se comparados as outras
mídias de armazenamento de dados da atualidade.
Disco Flexível
Com baixa capacidade e facilidade de manuseio, os discos flexíveis ou disquetes foram muito populares até
meados dos anos 2000. Com novos meios de armazenamento disponíveis, como os discos ópticos e os pendrives,
conectados em portas USB, eles caíram em desuso.
A capacidade de armazenamento dos discos flexíveis era de 180KB (modelo 5 ¼ de face simples) até 2.88 MB
(modelo 3 ½ de última geração).
Os discos ZIP (ZIP Drive) foram oferecidos no começo dos anos 2000, com capacidade de 100 MB, operando de
forma semelhante às fitas DAT, com cartuchos próprios para uso em leitoras dedicadas. Apesar de sua capacidade
aumentada em relação ao disquete, outras mídias de armazenamento já ofereciam maior espaço para dados se
comparadas aos “disquetes ZIP”.
O armazenamento de dados em discos flexíveis tornou-se impossível atualmente, pois as mídias deixaram de
ser fabricadas e o tamanho dos arquivos supera vários megabytes (milhões de bytes) facilmente nos dias de hoje.
Disco Óptico
Com a popularização das mídias ópticas, especialmente, por substituírem as fitas cassetes, os discos de vinil
e as fitas de vídeo, com qualidade de imagem superior, os usuários enxergaram a possibilidade de reutilizá-los
como cópias de segurança.
No início dos anos 2000, CDs, DVDs e o Blu-Ray eram os queridinhos para o armazenamento de dados. Suas
durabilidade, rapidez para leitura e gravação e grande capacidade (para os padrões da época) fizeram das mídias
ópticas as preferidas para a cópia de segurança.
O HD-DVD usava luz azul-violeta e acabou sendo superado pelo Blu-Ray devido às restrições de gravações e
baixa capacidade, sendo fabricado por cerca de cinco anos pela Toshiba, sem adesão de muitos outros fabricantes.
CAPACIDADE USO
HD-DVD - HIGH DENSITY DIGITAL VERSATILE DISC 15 GB Usado para vídeo de alta definição
TIPO USO
O DVD foi desenvolvido para substituir as fitas de vídeo, com maior qualidade de imagem e som, permitindo a
inclusão de vários conteúdos extras. Assim como os CDs, também existiram modelos ROM, R e RW de mídia DVD.
Na época dos DVDs, as mídias removíveis do tipo USB começaram a aparecer no mercado, oferecendo capa-
cidade semelhante ou superior aos DVDs. Pendrives com 512 MB (megabyte – milhão de bytes), 1 GB, 2 GB, 4 GB, 8
GB, 16 GB etc, rapidamente, se tornaram os preferidos dos usuários para o armazenamento portátil de dados em
detrimento das mídias ópticas do tipo DVD.
O padrão HD-DVD oferecia gravação de dados em mídias ópticas com densidade superior ao DVD e próximo
do Blu-Ray, mas nem chegou a “emplacar” no mercado.
O Blu-Ray foi desenvolvido para substituir o DVD, com maior capacidade de armazenamento de dados e a
possibilidade de gravações de vídeos em alta resolução (HD – High Definition), que ocupavam mais espaço que um
CD poderia armazenar.
Ainda foram propostos outros novos padrões de mídias ópticas, como o HVD (Holographic Versatile Disc), mas
a era dos discos refletivos já estava acabando.
Eles chegaram tarde, pois armazenavam 25 GB e os pendrives já estavam em 128 GB. Poucos usuários utiliza-
ram Blu-Ray em seus computadores, sendo mais usados em aparelhos leitores para a reprodução de filmes em
alta resolução.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fonte: Wikipedia.
Disponível em < https://en.wikipedia.org/wiki/File:Comparison_CD_DVD_HDDVD_BD.svg> Acesso em 26 mar. 2021.
O armazenamento de dados em discos ópticos foi a opção ideal no momento errado. A demora na populariza-
ção das mídias com o público e o surgimento de outras formas de armazenamento de maior praticidade ou capa-
cidade tornaram as mídias ópticas as preferidas para o armazenamento de cópias de segurança por quase uma
década nas pequenas e médias empresas, porém sem tanta utilização pelos usuários domésticos.
267
b) No menu Iniciar, selecionar Configurações; em segui-
HORA DE PRATICAR! da, selecionar a opção Personalização e depois Apli-
cativos Padrão. Clicar em Navegador Web e selecionar
1. (IDECAN – 2018) A respeito dos componentes do o navegador de sua preferência.
computador, analise as afirmativas a seguir: c) No menu Iniciar, selecionar Explorador de Arquivos; em
seguida, selecionar a opção Configurações e depois
I Um disco rígido é classificado como uma memória do tipo Aplicativos. Clicar em Aplicativos Padrão e selecionar
não volátil, ou seja, ao cessar o fornecimento de energia o navegador de sua preferência.
para o computador, os dados permanecem gravados. d) Na Barra de Ferramentas, selecionar Configurações;
II A memória RAM é considerada uma memória volátil, em seguida, selecionar a opção Aplicativos e depois
pois ao cessar o fornecimento de energia para o com- Personalização. Clicar em Aplicativos Padrão e sele-
putador, os dados somente nela armazenados são cionar o navegador de sua preferência.
completamente perdidos. e) Na Barra de Ferramentas, selecionar Configurações;
III A memória ROM é considerada a memória principal em seguida, selecionar a opção Personalização e
do computador, pois é somente leitura e, nela, vem gra- depois Aplicativos Padrão. Clicar em Navegador Web
vado de fábrica o software chamado BIOS. e selecionar o navegador de sua preferência.
8. (IDECAN – 2021) Todos os arquivos e diretórios do sistema Linux instalado no computador partem de uma única
origem, o diretório raiz, e, mesmo que estejam armazenados em outros dispositivos físicos, é a partir do diretório raiz
– representado pela barra (/) – que um usuário poderá acessá-los. Nesse contexto, dois diretórios são caracterizados
a seguir:
I Armazena os arquivos de configuração que podem ser usados por todos os softwares, além de scripts especiais para
iniciar ou interromper módulos e programas diversos. É nesse diretório que se encontra, por exemplo, o arquivo resolv.
conf, com uma relação de servidores DNS que podem ser acessados pelo sistema, com os parâmetros necessários
para isso.
II Armazena as bibliotecas usadas pelos comandos presentes em /bin e /sbin. Normalmente, os arquivos de bibliotecas
possuem “extensão” so.
a)
b)
c)
d)
e)
9. (IDECAN – 2019) Observe as imagens abaixo, que representam três botões de comando do editor de texto Microsoft Word
2016 (configuração padrão – idioma Português Brasil):
a) 1 – definir a orientação do texto em um documento; 2 – definir o número de linhas e colunas em uma tabela; 3 – sele-
cionar os destinatários de uma Mala Direta.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
b) 1 – definir a cor de fundo do documento; 2 – inserir linhas de grade no documento; 3 – definir permissões de acesso
ao documento.
c) 1 – definir a orientação do papel; 2 – inserir tabelas no documento; 3 – selecionar os destinatários de uma Mala Direta.
d) 1 – definir a quantidade de páginas do documento; 2 – inserir linhas de grade no documento; 3 – formatar o texto em
colunas.
e) 1 – definir a orientação do papel; 2 – inserir linhas de grade no documento; 3 – selecionar os destinatários de uma
Mala Direta.
10. (IDECAN – 2019) Considerando o editor de texto Microsoft Word 2016 (configuração padrão – idioma Português
Brasil), analise as afirmativas a seguir:
I Um documento pode ser salvo no formato PDF, impedindo que ele possa ser editado.
II É possível proteger um documento permitindo a edição apenas de partes específicas do documento.
III Para proteger um documento, na guia “Inserir” deve-se selecionar a opção “Restringir Edição”. 269
Assinale
11. (IDECAN – 2019) Murilo é estagiário em uma indústria multinacional e diariamente atualiza uma planilha com os
preços de alguns produtos baseado na cotação do dólar. A planilha com que Murilo trabalha foi digitada no editor de
planilhas Microsoft Excel 2016 (configuração padrão – idioma português Brasil). Considerando que o valor da cotação
do dólar é atualizado na célula A2, identifique a alternativa que representa a fórmula que Murilo digitou na celula G4,
de forma que, ao copiar até a célula G8 utilizando a alça de preenchimento, os valores das demais células sejam cal-
culados corretamente.
a) =F4*$A$2
b) =$F4*A2
c) =$F$4*$A$2
d) =F4*A2
e) =F$4*A$2
12. (IDECAN – 2019) Considere que o fragmento de planilha abaixo foi extraído do editor de planilhas Microsoft Excel
2016 (configuração padrão – idioma Português Brasil).
I Para obter o valor 141, o usuário digitou a fórmula = SOMA(B2;B5) na célula B6.
II Caso o usuário digite a fórmula = =SOMASE(A2:A5;A4;B2:B5) na célula B6, o resultado será 45.
III Para obter o valor Total na célula B6, o usuário poderá digitar a seguinte fórmula = B2+B3+B4+B5
Assinale
270
13. (IDECAN – 2018) Considere a planilha a seguir, produ- De acordo com as afirmativa acima, marque a alterna-
zida no editor de planilhas Microsoft Excel 2016 (confi- tiva correta.
guração padrão - idioma português Brasil).
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
a) Jakarta. 13 B
b) Tomcat.
14 D
c) ScreenshotGo.
d) Thunderbird. 15 B
e) Apache.
16 D
20. (IDECAN – 2021) No contexto da tecnologia da infor-
mação e segurança de dados, a segurança da infor- 17 D
mação é garantida pela preservação de três aspectos
18 B
essenciais, de acordo com o triângulo da figura abaixo:
19 D
20 D
ANOTAÇÕES
9 GABARITO
1 E
2 A
3 C
4 A
5 D
272
os nomes e as características dos administradores
das grandes empresas, sempre existem talentos
humanos associados ao sucesso coletivo;
z Uma disciplina: apesar de presente desde os pri-
NOÇÕES DE
mórdios da humanidade, a administração é uma
disciplina recente, tendo surgido no início do sécu-
lo XX. A profissionalização dos gestores foi fun-
ADMINISTRAÇÃO damental para que as organizações se tornassem
mais eficientes. Assim, teorias, livros, escolas e pes-
quisadores têm estudado a administração enquan-
to uma ciência e disciplina. A administração é
ADMINISTRAÇÃO: CONCEITO, formada não apenas pela teoria, mas também pela
prática, sendo ambas relacionadas. Essa relação
OBJETIVO, PRINCÍPIOS BÁSICOS E entre teoria e prática, constantemente percebida
FUNÇÕES na disciplina da administração, pode ser visualiza-
da na figura a seguir:
ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO
Outras oito habilidades2 são frequentemente citadas como fundamentais para o desempenho das atividades
dos gestores:
z Habilidades de relacionamento com os colegas: os gestores devem ser habilitados para manter relações
formais e informais com os pares;
z Habilidades de liderança: saber orientar, treinar e usar a autoridade são habilidades fundamentais para
conduzir atividades que envolvam um grupo ou uma equipe de trabalho;
z Habilidades de resolução de conflitos: inclui a capacidade de lidar com conflitos de terceiros e, caso neces-
sário, tomar decisões para resolvê-los, além da habilidade de tolerância a tensões, já que essa pode ser uma
tarefa estressante;
z Habilidades de processamento de informações: os administradores devem ser qualificados para construir
redes de relacionamentos, expressar suas ideias e processar informações;
z Habilidades de tomada de decisões em condições de ambiguidade: inerente a muitas decisões gerenciais,
há ambiguidade quando o administrador não possui informações suficientes para lidar com as situações. Por-
tanto, ele deve ser capaz de identificar quando é necessário tomar uma decisão, bem como escolher as melho-
res alternativas em situações de instabilidade e incerteza;
z Habilidades de alocação de recursos: as organizações frequentemente lidam com um número limitado de
recursos, sejam eles financeiros, humanos, materiais, entre outros. O administrador deve ter a habilidade de
definir prioridades de acordo com os recursos disponíveis;
z Habilidades empresariais: o administrador deve ter capacidade para criar um clima de trabalho agradável e
propício ao desenvolvimento das atividades, bem como gerenciar mudanças organizacionais;
z Habilidades de introspecção: por último, a habilidade de introspecção está associada à reflexão e autoava-
liação. O profissional deve compreender o impacto de suas atividades para a organização, além de aprender
com as experiências.
Por fim, os administradores desempenham diferentes papéis. Os papéis representam as expectativas da orga-
nização em relação ao comportamento do profissional, ou seja, indicam as atividades que devem ser realizadas
pelo administrador. Em determinados momentos precisam assinar documentos em nome da empresa; em outros,
devem fazer uma apresentação sobre os resultados de determinado período. Ao todo, podemos listar 10 papéis do
administrador 3 que são divididos em três categorias:
Nessas três categorias, diferentes papéis são desempenhados. O quadro a seguir apresenta os 10 papéis fre-
quentemente desempenhados pelo administrador.
Interpessoal Liderança Dirige e motiva pessoas, treina, aconselha, orienta e se comunica com os subordinados.
Ligação
telefonemas e reuniões.
Resolução de Toma ação corretiva em disputas ou crises, resolve conflitos entre subordi-
conflitos nados, adapta o grupo a crises e a mudanças.
Decisorial
Alocação de Decide a quem atribuir recursos. Programa, orça e estabelece prioridades.
recursos
FUNÇÕES
Henry Fayol, idealizador da Teoria Clássica da Administração, foi quem pela primeira vez definiu as funções
universais do administrador, que hoje são conhecidas como PODC – planejar, organizar, dirigir e controlar. À
época, entretanto, foram definidas cinco funções: prever/planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.
De acordo com Araújo, a função de prever está associada com a visualização de cenários futuros e ao plane-
jamento de estratégias.
Ao exercer a função de organizar, o administrador deve determinar os recursos materiais e humanos neces-
sários para o funcionamento da empresa.
A função de comandar diz respeito ao direcionamento das pessoas, ou seja, o gestor deve dirigir e orientar o
trabalho de seus subordinados.
Coordenar as atividades significa gerenciar eventuais conflitos, bem como trabalhar para que a execução de
todas as atividades ocorra em harmonia.
Por último, a função de controlar ocorre a partir da mensuração dos resultados obtidos e da intervenção por
meio de ação corretiva no caso de os resultados não saírem conforme planejado.
As funções administrativas, também chamadas de processo administrativo, são inter-relacionadas e cada uma
delas é apresentada com mais detalhes a seguir.
PLANEJAMENTO
A primeira função administrativa é o planejamento. De acordo com Sobral, provavelmente essa função é a
mais significativa para a administração. Isso porque, se não há planejamento e definição de objetivo, as funções
de organizar recursos, dirigir pessoas e controlar os resultados torna-se mais difícil. O planejamento é essencial
para que seja possível lidar com o futuro. As organizações devem se planejar a curto, médio e longo prazo e por
meio dessa função podem gerenciar suas relações com o futuro.
Sobral destaca que o planejamento tem dupla atribuição:
z A primeira consiste em definir o que deve ser feito, ou seja, estabelecer objetivos.
z A segunda diz respeito a indicar como deve ser feito, isto é, criar planos. O quadro a seguir demonstra tais
atribuições:
PLANEJAMENTO
z Planejamento: é necessário para que sejam definidos os objetivos que a organização pretende alcançar.
Durante o planejamento, são concebidos os planos que guiarão o atingimento das metas levando em conside-
ração os recursos disponíveis;
z Objetivos: indicam onde a organização pretende chegar, isto é, os resultados esperados a partir da ação dos
membros e da alocação dos recursos;
z Plano: é a consequência do planejamento. Indica o que deve ser feito, quando fazer, como e por quem.
O planejamento é especialmente relevante para as condições ambientais que vivemos hoje. Antes, com as condi-
ções de estabilidade e as vagarosas mudanças, as organizações eram capazes de administrar o presente e o futuro.
Atualmente, as rápidas mudanças no ambiente em que as organizações estão inseridas são razões suficientes para
a busca por melhor compreensão do futuro e da dinamicidade presente na economia, tecnologia, padrões de vida,
276 cultura, entre outros. As vantagens do planejamento são evidenciadas por Sobral:
z Proporciona senso de direção: ao definir obje- PLANEJAMENTO TÁTICO
tivos, o planejamento indica para onde a organi-
zação deve se dirigir, o que consequentemente Menos genérico e mais
Conteúdo
auxilia no encaminhamento dos esforços dos tra- detalhado
balhadores em um único sentido; Extensão de tempo Médio prazo
z Focaliza esforços: na ausência de um planeja-
mento, os trabalhadores se comportam de forma Aborda cada unidade da empre-
Amplitude
individualizada. A partir da definição de metas, os sa separadamente
esforços são integrados e o comportamento passa
a ser coletivo, isto é, os colaboradores se dedicam PLANEJAMENTO OPERACIONAL
a questões comuns a todos;
z Maximiza a eficiência: quando os esforços e os Conteúdo
Detalhado, específico e
recursos são focalizados em um objetivo, a eficiên- analítico
cia é maximizada, pois evitam-se desperdícios,
Extensão de tempo Curto prazo
retrabalhos e redundâncias;
z Reduz o impacto do ambiente: por meio do pla- Micro orientado.
nejamento os administradores são capazes de Amplitude Aborda cada tarefa ou operação
identificar as mudanças que ocorrem dentro e apenas
fora da organização. A partir da análise de tais
mudanças, é possível determinar as medidas efi- Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, p. 171).
cazes para enfrentá-las, reduzindo seus impactos
negativos na organização; OBJETIVOS
z Define parâmetros de controle: no momento de
planejamento, são definidos os critérios de avalia- Os objetivos indicam onde a organização pretende
ção do desempenho organizacional. Esses critérios chegar, isto é, os resultados esperados a partir da ação
são essenciais para que seja possível comparar dos membros e da alocação dos recursos. Os objetivos
o desempenho atual e o desejado na etapa de são apresentados de forma hierárquica, iniciando no
Controle; mais alto nível da organização.
z Atua como fonte de motivação e comprome- Os objetivos estratégicos4 são referentes à organiza-
timento: a concepção de objetivos e planos são ção como um todo e constituem uma forma de traduzir
importantes para que cada trabalhador saiba a missão e a visão organizacional, isto é, a razão de ser
exatamente seu papel na organização. Quando os da organização e o que a empresa deseja ser respectiva-
trabalhadores sabem como devem se comportar e mente, de maneira mais concreta. Os objetivos táticos
quais atividades estão sob sua responsabilidade, são associados às divisões ou departamentos da orga-
a identificação dos mesmos com a organização é nização, sendo desenvolvidos pelos gerentes de nível
facilitada, contribuindo para que haja motivação e médio. Por último, os objetivos operacionais se referem
comprometimento; aos resultados esperados de grupos e indivíduos, e são
z Potencializa o autoconhecimento organiza- elaborados pelos supervisores de primeira linha ou até
cional: durante o processo de planejamento, os mesmo pelos próprios trabalhadores.
ambientes interno e externo à organização devem Os objetivos são formulados a partir de forças exter-
ser analisados. A partir de então, é possível iden- nas e internas5. Enquanto as forças internas incluem
tificar não apenas as oportunidades e ameaças disponibilidade ou escassez de recursos, motivação dos
presentes no ambiente externo, mas também as administradores, forças e fraquezas da organização, as
forças e fraquezas da organização (ambiente inter- forças externas abrangem a concorrência, fornecedo-
no), possibilitando o autoconhecimento; res, clientes, oportunidades e ameaças.
z Fornece consistência à ação gerencial: o planeja- Os objetivos eficazes têm as seguintes características6:
mento propicia fundamentos lógicos para a toma-
da de decisão, indicando que as decisões não serão
z Específicos: os objetivos devem ser específicos no
arbitrárias. Assim, garante-se que as deliberações
sentido de serem capazes de indicar com clareza o
organizacionais são consistentes com os resulta-
resultado esperado;
dos esperados.
z Mensuráveis: os objetivos devem ser quantificá-
De acordo com Chiavenato, o planejamento pode veis. Assim, torna-se mais fácil transformar os obje-
ser definido em três níveis: estratégico, tático e opera- tivos em ideias, bem como favorece a avaliação dos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
cional. O conteúdo, expansão de tempo e amplitude de resultados em comparação com o que era esperado;
cada tipo de planejamento é apresentado no quadro z Desafiadores, porém, alcançáveis: objetivos sim-
a seguir. ples demais não desafiam nem motivam os tra-
balhadores. Por outro lado, objetivos impossíveis
de serem alcançados com os recursos disponíveis
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO podem desmotivar os trabalhadores. Por isso,
Conteúdo Genérico, sintético e abrangente devem ser desafiadores na medida certa;
z Definidos no tempo: na definição de um objeti-
Extensão de tempo Longo prazo vo é necessário também estabelecer o horizonte
temporal para sua consecução. Só assim é possível
Macro orientado. Aborda a em-
Amplitude avaliar o alcance dos objetivos, além de possibili-
presa como uma totalidade
tar delinear as melhores ações para atingi-los;
4 Sobral (2013)
5 Maximiano (2000)
6 Sobral (2013) 277
z Coerentes: os objetivos devem ser consistentes ORGANIZAÇÃO
entre si. Mesmo que se tratem de objetivos de
diferentes departamentos, eles não podem ser Estabelecidos os objetivos e os planos da organiza-
contraditórios; ção, a etapa seguinte do processo administrativo é a
z Hierarquizáveis: deve ser possível organizar organização. Nesse momento, os gestores devem orga-
a prioridade de cada objetivo. Isso porque nem nizar os recursos humanos e materiais da empresa.
todos os objetivos são igualmente importantes e, Isso significa que além de reunir os recursos materiais
em caso de escassez de recursos ou outra situação que serão necessários para execução do planejamen-
na organização, os administradores devem priori- to, os administradores devem definir as atividades a
zar um ou outro objetivo. serem realizadas, bem como designar as atividades
para cada indivíduo. Trata-se, portanto, da operacio-
PLANOS nalização do planejamento.
A palavra “organização”, além de ser frequente-
O plano é consequência do planejamento e está mente utilizada para definir um conjunto de pessoas
situado entre a elaboração do planejamento e a prática, que desenvolvem atividades em busca de um objetivo
isto é, a implementação do que foi anteriormente pla- comum, também trata de uma função administrativa.
nejado. Sendo assim, definidos os objetivos, os adminis- Neste tópico, “organização” assumirá o segundo sig-
tradores devem estruturar os planos para alcançar as nificado, ou seja, trata-se de estruturar, distribuir e
metas estabelecidas. Por meio do plano é possível res- alocar os recursos e tarefas.
ponder às seguintes questões associadas aos objetivos: Assim como a função de planejamento, a organiza-
o quê? Quando? Como? Onde? Por quem? ção abrange os três níveis organizacionais: estratégico,
Existem quatro tipos de planos: procedimentos, tático e operacional. Sobral destaca que organizar envol-
orçamentos, programações e regulamentos. As defini-
ve tomar decisões antagônicas, mas relacionadas. Essas
ções desses planos são apresentadas no quadro a seguir.
decisões são nomeadas como diferenciação e integração.
Importante!
A direção é a função administrativa associa-
da ao direcionamento dos trabalhadores para
uma finalidade comum: o alcance dos objetivos PLANEJAMENTO CONTROLE
organizacionais.
direção para que seja formado o processo adminis- meio de gráficos, relatórios, medidas estatísticas,
trativo. Nessa etapa, os resultados alcançados são entre outros;
comparados com os resultados planejados e, caso seja z Ação corretiva: os erros e variações que estejam
necessário, ajustes são realizados ou até mesmo pode fora dos limites estabelecidos devem ser corrigi-
ser constatada a necessidade de realizar um novo dos. A ação corretiva é fundamental para que o
planejamento. objetivo previamente definido seja alcançado.
Por meio do controle, busca-se obter informações
sobre os resultados alcançados com o objetivo de veri- A abrangência do controle, assim como das outras
ficar se o planejamento foi bem-sucedido. Busca-se, funções administrativas, ocorre nos níveis estratégico,
também, assegurar que a missão e os objetivos orga- tático e operacional. Para finalizar, o controle é funda-
nizacionais estão sendo alcançados de forma eficaz e mental para garantir que o ciclo administração (pla-
eficiente. São duas as atribuições7 essenciais do pro- nejar – organizar – dirigir – controlar) seja concluído.
cesso de controle: Se não são analisados os resultados associados com a
7 Sobral (2013)
8 Chiavenato (2004) 279
execução das etapas anteriores, elas deixam de fazer z Grandes organizações com pouca diversificação
sentido. Sobral destaca que por meio do controle os tecnológica ou de produtos;
administradores podem acompanhar as mudanças dos z Grandes organizações que vendem/entregam pro-
ambientes interno e externo e que afetam a consecu-
dutos por um ou poucos canais de distribuição;
ção dos objetivos organizacionais. Ademais, quando
há um controle eficaz, é possível garantir que as ati- z Grandes organizações que vendem/entregam pro-
vidades estão sendo realizadas conforme o planejado. dutos em uma única área geográfica;
Em síntese, o papel principal do controle é preservar a z Organizações que desenvolvem suas atividades
organização em conformidade com o padrão de com- em um ambiente de estabilidade.
portamento e desempenho definido antecipadamente.
Esse tipo de estrutura é ilustrado na figura a seguir.
Presidente
TIPOS DE ORGANIZAÇÃO executivo
um estado firme é homeostática, ou seja, de preser- O início dos estudos sobre a abordagem contingen-
vação do caráter do sistema. Exemplos: melhorias cial se deu com os autores Lawrence e Lorsch (1972)
tecnológicas e culturais; exigência de qualidade e com mais uma diversidade de autores e suas pes-
acadêmica para professores e alunos nas universi- quisas. A ideia principal da relação organização-am-
dades; exigência de qualidade curricular na contra- biente foi encontrada a partir das pesquisas sobre as
tação de profissionais pelas empresas; possibilidades de a organização diversificar ou inte-
z Diferenciação: Os sistemas abertos procuram dife- grar com relação ao ambiente.
renciar-se para funções mais especializadas, buscan- A diversificação, na abordagem contingencial, diz
do excelência nos produtos, serviços e processos; respeito às unidades, que são partes da organização
z Equifinalidade: Os sistemas abertos podem atin- que deveriam responder às demandas do ambiente,
gir um determinado objetivo por diferentes cami- na busca por integrar os interesses da organização
nhos. Por exemplo: formar alunos de excelência com os do ambiente. Já o processo de integração se
pode ser um processo de busca por excelentes pro- refere às pressões que o ambiente faz sobre a orga-
fessores; oferecer estágios eficientes; disponibili- nização, a fim de que seja possível alcançar uma for-
zar boas palestras aos alunos, entre outras opções. ma de integrar os interesses das partes, unidades da
Adaptado de ARAUJO, Luis César G. (2014). organização. 285
Para Lawrence e Lorsch (1972), a integração nas MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C.; PIETRI
organizações poderia ocorrer a partir de alguns JR., Paul H. Administração: conceitos e aplicações.
aspectos, como: 4. ed. São Paulo: Harbra, 1998.
MINTZBERG, Henry. The structuring of organiza-
z Integração das relações entre os indivíduos; tions. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1979.
z Criação de grupos funcionais; STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Admi-
z Administração hierarquizada; nistração. 5. ed. Tradução de Alves Calado. Rio de
z Formalização de um sistema de coordenação; Janeiro: LTC, 1999.
z Relacionamento administrativo direto entre as
unidades.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
IMPORTÂNCIA
14 Sobral (2013).
292 15 Fonte: <https://www.xerpa.com.br/blog/planejamento-estrategico-de-rh/>
interna. A comunicação é fundamental para que
sejam transmitidos os objetivos da organização ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE
e expectativas em relação ao comportamento e
desempenho dos trabalhadores. Visto que a comu- CONCEITOS INICIAIS DE GESTÃO/ADMINISTRAÇÃO
nicação é uma via de mão dupla, não basta que os DA QUALIDADE
objetivos sejam repassados aos funcionários, mas é
necessário que eles compreendam e sintam-se moti- Antes de adentrarmos no estudo da gestão da qua-
vados em fazer parte do atingimento das metas. lidade, é fundamental entender o conceito de quali-
dade. Ele tem evoluído ao longo do tempo, portanto,
Por fim, vale destacar que o uso dos sistemas de torna-se mais fácil o seu entendimento se analisarmos
informações gerenciais (SIG) pode ter papel funda- sua evolução histórica.
mental no planejamento estratégico de RH. Chiavena- Desde a época em que os produtos eram feitos de
to aborda que antigamente as informações sobre os forma artesanal, a qualidade era vista com preocupa-
recursos humanos da organização eram disponíveis ção, embora não houvesse uma noção muito clara do
apenas ao setor de RH. Posteriormente, tais informa- que ela era propriamente. A qualidade era baseada
ções passaram a ser divulgadas também para os ges- nas características físicas do produto, até porque a
tores de cada área ou equipe, para que eles pudessem demanda era muito superior à oferta.
contribuir na tomada de decisão sobre o time que Somente com a revolução industrial o tema “qua-
coordena. Hoje, os sistemas de informações gerenciais lidade” tornou-se essencial; com a evolução dos meios
têm sido compartilhados também com os próprios de produção, o modelo de qualidade alcançou o nível
colaboradores, no intuito de que possam visualizar dos dias atuais.
informações sobre seu desempenho e até mesmo se Preliminarmente, a gestão da qualidade era vista
autoavaliar. como algo reativo, cuja principal preocupação era a
Para que seja possível armazenar as informações, inspeção. Hoje, a qualidade é considerada uma vanta-
é necessário um banco de dados. Nos bancos de dados, gem competitiva e é tratada de forma estratégica, pois
os dados são codificados e organizados de forma a faci- pode comprometer a existência da organização.
litar o acesso futuro e a obtenção de informações para Com a globalização e o consequente fim das bar-
o planejamento e a tomada de decisão. O sistema de reiras territoriais, o que é produzido em um deter-
informação de GP, portanto, “é baseado em um banco minado país pode ser consumido em outro; assim, a
de dados (incluindo um banco de talentos ou banco
qualidade ocupou o centro da atenção gerencial ao
de competências) para disponibilizar, em tempo real,
prover soluções para as organizações quando a oferta
informações sobre pessoas, capital humano e capital
torna-se maior que a demanda e quando os clientes
intelectual da empresa” (CHIAVENATO, 2014, p. 438).
tornam-se mais bem informados e exigentes.
As informações inseridas no banco de dados podem
Como podemos perceber, o conceito de qualida-
incluir: cadastro dos trabalhadores (como nome, RG,
de é bastante amplo. Com o objetivo de internalizar
CPF e endereço), cadastro de remuneração (progressão
o assunto, observe a seguir algumas definições dos
dos salários, além dos benefícios e incentivos recebi-
dos), cadastro de treinamento (treinamentos realiza- principais autores sobre tema:
dos pelo trabalhador, independentemente de ter sido
oferecido pela própria organização), entre outras. z Araujo (2011): “Qualidade, resumidamente, pode-
A figura a seguir apresenta um exemplo de sistema ria ser definida como a busca pela perfeição com
de informação gerencial de GP que pode ser acessado fins de agradar clientes cada vez mais conscientes
pelo gerente. das facilidades de consumo e variedades de orga-
nizações a lhes oferecer produtos”;
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL
z Feigenbaum (1994): “Qualidade é um movimento
de melhoria que ultrapassa as barreiras artificiais
que separam funções, pessoas e unidades, para
Qual a remuneração do funcionário? alcançar o todo organizacional”;
Quando foi admitido na organização?
z Ishikawa (1993): “Qualidade é satisfazer radicalmen-
Quanto deve ter férias?
te o cliente, para ser agressivamente competitivo”;
Saída de Informações
Acesso do Gerente
Uma das principais ideias desse período foi mudar Shewart foi o precursor dos estudos da qualidade;
a ênfase da inspeção de todos os produtos após a pro-
entre as suas principais contribuições, está a criação
dução para a inspeção através da amostragem, com o
do ciclo PDCA (Plan-Check-Act-Do). Sua obra exerceu
objetivo de localizar o ponto de ocorrência de defeitos.
grande influência nos estudos dos mais conhecidos
Ou seja, o foco passava a ser no processo produtivo.
Foi nessa era que as empresas começaram a criar um “gurus” da qualidade, entre eles Deming e Juran.
departamento específico para cuidar exclusivamente Em seus trabalhos na companhia Bell Telephone
da qualidade. Industries, desenvolveu o controle estatístico da qua-
lidade, unindo o conhecimento estatístico na maxi-
3º Período: Era da Qualidade Total mização da produtividade e na melhoria contínua.
Shewart é considerado o pai do controle estatístico da
Nas eras anteriores, a ênfase estava centralizada qualidade.
na qualidade do produto e/ou serviço. Nesse novo
período, a Era da Qualidade Total, a ênfase deslocou- William Edwards Deming
-se para o sistema de qualidade.
A qualidade agora é vista como uma grande vanta- Deming, discípulo de Shewart, ganhou notorie-
gem competitiva, sendo, assim, uma responsabilidade dade com seu trabalho realizado no Japão após a 2º
de todos os funcionários que abrange todos os seto- Guerra Mundial. O país estava totalmente destruído e
res da organização; ou seja: a qualidade torna-se uma
suas empresas tinham dificuldades em competir com
questão sistêmica.
os produtores mundiais. Dessa maneira, foram os
Nesse período, as organizações perceberam que
ensinamentos de Deming em 1950 que deram início à
não bastava fazer o melhor produto e/ou serviço se
esse produto não atendia as necessidades do cliente. revolução da qualidade nas indústrias japonesas.
Desse modo, a qualidade total passou a ter seu foco Deming sensibilizou os altos executivos japoneses
na satisfação dos desejos e necessidades dos clientes. para o fato de que a melhoria da qualidade era o cami-
Sintetizando: todos da organização são responsáveis nho para a prosperidade por meio do aumento da pro-
por garantir a qualidade dos produtos, sempre com o dutividade, redução de custos, conquista de mercados
294 foco na satisfação dos clientes. e expansão do emprego.
Para alcançar esses objetivos, Deming introduziu a ideia da corrente de clientes, ou seja: em cada estágio do
processo, o estágio anterior é o fornecedor e o estágio seguinte é o cliente. Nesse sentido, a corrente inicia-se nos
fornecedores de matérias-primas e termina no consumidor final, que é quem paga a conta e sustenta a organização.
A
Fornecedores de
Matérias-primas
Distribuição
B
Clientes
Recebimentos de
Materiais Inspeção Final
Produção, Montagem, Inspeção e Teste
C
Após a passagem de Deming pelo Japão, a indústria japonesa deu um salto de qualidade e seus produtos já
começavam a ameaçar os fabricantes tradicionais. Deming só ganhou reconhecimento em seu país (Estados Uni-
dos) no final dos anos 1970, após um programa de televisão apresentar as razões do sucesso da indústria japonesa.
Em seu livro Qualidade: a revolução da administração, Deming discorre sobre um método para a adminis-
tração da qualidade que compreende 14 princípios16:
Esse método de 14 princípios ficou conhecido como método Deming. É importante atentar-se a eles, pois são
frequentemente cobrados em concursos.
Importante!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Entre os 14 princípios, o mais cobrado pelas bancas examinadoras é o de “Eliminar slogans, exortações e
metas”, pois, em um primeiro momento, esse princípio não aparenta fazer sentido. Mas, conforme o autor,
slogans, exortações e metas apenas criam relações hostis. O problema real da qualidade encontra-se no
sistema de qualidade, que se encontra além do alcance dos empregados.
Deming foi ainda o grande divulgador do “Ciclo de Shewart”, posteriormente conhecido como “Ciclo PDCA”
(Plan-Check-Act-Do) ou “Ciclo de Deming”.
Joseph Juran
Juran, junto com Deming, foi responsável pelo desenvolvimento das indústrias japonesas no período pós 2ª
Guerra Mundial. Sua principal contribuição para a gestão da qualidade foi o desenvolvimento da técnica que
ficou conhecida como “Trilogia da qualidade”, composta por Planejamento, Controle e Aperfeiçoamento.
16 Deming (1990) apud Maximiano (2011). 295
Outro ponto de destaque em sua obra foi a mudança do enfoque da gestão da qualidade, priorizando o plano
estratégico ao invés do operacional.
TRILOGIA DA QUALIDADE
É importante saber que Joseph Juran foi o primeiro “guru” a propor a abordagem dos custos da qualidade.
Armand Feigenbaum
Feigenbaum foi um executivo de sucesso na empresa General Eletric (GE) e apresentou sua versão de qualida-
de total em sua obra intitulada Controle da Qualidade Total (TQC: Total Quality Control).
O TQC tinha como alicerce uma definição de qualidade em que o interesse do cliente era o ponto de partida e
na qual a busca por ela deve ser um esforço sistêmico, ou seja, deve integrar as ações das pessoas, as máquinas,
informações e todos os outros recursos envolvidos na administração.
Assim, a qualidade deixa de ser um atributo apenas do produto e também de ser uma tarefa de responsabili-
dade exclusiva do departamento de qualidade, e passa a ser um problema de todos, que envolve todos os aspectos
da organização.
Para implementar essa nova ideia, é necessária a existência de um sistema da qualidade. Conforme Feigen-
baum, esse sistema é:
A estrutura operacional de trabalho, em relação à qual toda a empresa está de acordo, documentada em procedi-
mentos técnicos e administrativos, efetivos e integrados, que orienta as ações das pessoas, máquinas e informações,
da maneira melhor e mais prática para assegurar a satisfação do cliente com a qualidade e o custo econômico da
qualidade.
Outro grande impacto do autor foi seu aprofundado estudo do custo da qualidade, além de sugerir que a ati-
vidade seja servida de uma função administrativa, formada por especialistas voltados para pensar a qualidade.
Sintetizando seu pensamento: a administração da qualidade deve garantir a satisfação do cliente e, ao mesmo
tempo, os interesses econômicos da empresa.
É importante saber que o sistema de Controle da Qualidade Total (TQC – Total Quality Control) influenciou o
modelo ISO (International Organization for Standardization).
Philip Crosby
Crosby foi um dos mestres da qualidade e contribuiu para o desenvolvimento da teoria do Zero Defeito, enfa-
tizando a necessidade de “fazer certo desde a primeira vez”.
Para Crosby, qualidade é atender a conformidade dos requisitos necessários e desejados pelo consumidor
final. Por isso, todos os funcionários são responsáveis por garantir que seus processos e atividades são realizados
com qualidade.
Kaoru Ishikawa
Ishikawa, químico japonês, foi o responsável pela adaptação das teorias americanas (principalmente de
Deming e Juran) para a realidade nipônica. Para o autor, qualidade é “satisfazer radicalmente o cliente, para ser
agressivamente competitivo”, sendo uma responsabilidade de todos, coordenada e orientada por uma gerência
de qualidade.
Sua maior e mais conhecida contribuição foi a criação do diagrama de causa e efeito, que posteriormente
levou seu nome (diagrama de Ishikawa), podendo ser chamado também de “diagrama de espinha de peixe”, devi-
do a sua forma. O diagrama de Ishikawa é um assunto recorrente em provas de concurso; por isso, estudaremos
esse assunto de maneira mais aprofundada mais a frente.
Ishikawa também foi o criador dos círculos de controle de qualidade (CQC – Circle Quality Control), pequenos
grupos de voluntários de um mesmo setor, que se reúnem regularmente para estudar e propor a solução de pro-
blemas que estejam comprometendo a qualidade e a eficiência dos produtos.
Os círculos de controle de qualidade foram uma das formas de colocar em prática a concepção japonesa da
qualidade total, ideia que rapidamente disseminou-se para outros países.
Genichi Taguchi
Taguchi, engenheiro e estatístico japonês influenciado por Deming, desenvolveu uma metodologia com a apli-
296 cação de métodos estatísticos, objetivando a melhoria contínua dos produtos.
Sua metodologia tinha como peça fundamental a O ciclo PDCA foi desenvolvido na década de 1930
associação da qualidade ao custo do produto; o foco por Walter Shewhart; no entanto, somente foi divul-
deveria ser nas atividades do projeto e não na produ- gado e amplamente aplicado nos anos 1950 por seu
ção. Essa concepção ficou conhecida como controle da discípulo William Deming. Por isso, o ciclo também
qualidade offline. é conhecido como “ciclo de Deming” ou “ciclo de
Para o autor, a única forma de satisfazer o cliente Shewhart”.
era desenvolver produtos de qualidade robusta. Sua É composto por uma sequência de quatro ações
filosofia levava em conta todo o ciclo de produção, que devem reiniciar-se constantemente em um pro-
desde o design até à transformação final do produto, cesso em busca da qualidade máxima:
assentada no controle estatístico.
No quadro a seguir, sintetizamos as principais con- z Plan (Planejar): Identificar os problemas, além de
tribuições e palavras-chave dos denominados “gurus”: estabelecer objetivos e processos necessários para
fornecer resultados de acordo com os requisitos;
“GURUS” PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES z Do (Executar/Fazer/Desenvolver): Implementar o
plano, executar o processo e fazer o produto;
� Considerado o pai do controle estatís-
z Check (Checar/Verificar): Estudar os resultados
tico da qualidade
Shewart reais e compará-los com os resultados planejados,
� Criador do ciclo PDCA e do gráfico de
identificando as diferenças;
controle
z Act (Agir): Propor e aplicar ações corretivas sobre
� Precursor do movimento da qualidade as diferenças significativas encontradas na fase
no Japão anterior.
Deming
� 14 princípios
� Ideia da corrente de clientes
Agir: Planejar:
� Trilogia da qualidade: planejamento, Corrigir se necessário Estudar e planejar
controle e melhoria o aprimoramento
� Qualidade é adequação à finalidade ou
Juran
ao uso
ACT PLAN
� Qualidade deve envolver toda a
organização
� Especialistas devem “pensar” a quali-
dade (função específica)
� Lançou o Sistema de Controle da Qua-
Feigenbaum CHECK DO
lidade Total (TQC)
Checar: Fazer:
� Qualidade deve ser vista de forma
Observar os Implementar a
sistêmica resultados mudança
� Fazer certo da primeira vez
Crosby
� Qualidade é “zero defeito”
� Diagrama de causa e efeito (espinha
de peixe) O ciclo PDCA sugere que, com a verificação dos
Ishikawa � Qualidade é satisfazer o cliente e to- resultados, caso o objetivo não seja alcançado, é pre-
dos são responsáveis ciso interpretar os desvios e compreender as tendên-
� Círculo de controle da qualidade (CCQ) cias. Deve-se “girar a roda” até que novos objetivos
� Conceito de qualidade robusta sejam alcançados.
� Associou a qualidade ao custo de um É relevante saber que Deming, no final de sua
Taguchi produto carreira, modificou o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act)
� Fatores determinantes: design e con- para PDSA (Plan-Do-Study-Act), por acreditar que
trole estatístico “check” priorizava a inspeção em vez da análise.
De acordo com Maximiano: “Apesar de sua aplica-
ção original no campo da administração da qualidade,
CICLO PDCA o ciclo PDCA é frequentemente usado como modelo
para planejamento e implementação de soluções de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
O ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) é uma ferra- aprimoramento constante em qualquer área e tam-
menta de gestão da qualidade que busca o melho- bém como modelo genérico de processo de tomada de
ramento contínuo, a simplificação dos processos e a decisões administrativas” (MAXIMIANO, 2009).
correção de problemas. O ciclo PDCA, se bem executado, pode trazer os
Essa ferramenta é uma das mais conhecidas e utili- seguintes resultados para a organização:
zadas na gestão da qualidade e também uma das mais
exploradas pelos examinadores nas provas de concur- z Melhoria contínua em todos os processos, com
sos. Essa é a razão de estudarmos esse assunto em um progressos em cada ciclo;
tópico próprio (e não junto às outras ferramentas); z Identificar novas soluções e melhorias para pro-
assim, podemos aprofundar-nos nas peculiaridades cessos que se repetem;
desse ciclo tão importante. z Otimizar as soluções para resolver um problema,
Considerada uma das mais eficazes ferramentas permitindo a realização de teste da solução antes
para gerenciar os processos padronizados internos, de generalizá-las;
sua aplicação é recomendada para qualquer organi- z Aumentar a previsibilidade nos processos
zação que necessite de melhoria em seus processos. organizacionais. 297
FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE
As ferramentas da qualidade são técnicas e/ou instrumentos que possibilitam ao administrador monitorar
(controlar) e melhorar o fluxo de trabalho de cada processo, permitindo assim correções para a maximização do
trabalho.
Cada uma das ferramentas foi desenvolvida para uma função específica, mas nada impede a utilização em
conjunto, dependendo do caso concreto. A seguir, elencamos as principais ferramentas cobradas nos mais dife-
rentes certames e suas funções:
A seguir, estudaremos cada uma das ferramentas, com ênfase no que é mais cobrado nas provas de concursos.
Criado em 1943 pelo químico japonês Kaoro Ishikawa – um dos principais expoentes da Qualidade total – com
o intuito de fornecer uma ferramenta poderosa que facilmente pudesse ser usada por não-especialistas para ana-
lisar e resolver problemas, revolucionou a busca das causas relevantes na gestão da qualidade.
O diagrama que tem a forma de uma espinha de peixe representa graficamente os relacionamentos entre um
efeito e a sua causa, e tem por finalidade organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema,
possibilitando entender melhor seu processo.
Métodos Materiais
Causas Efeitos
O diagrama espinha de peixe também é conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama de causa e efeito.
Ele parte da premissa de que para solucionar os problemas é fundamental conhecer quais são as causas gerado-
298 ras. Assim, o processo é a causa e o produto é o efeito ou consequência.
Esse tipo de diagrama apresenta quatro possíveis tipos de causas normalmente encontradas nos problemas de
fábrica; por isso, alguns autores denominam-no também de Diagrama 4 M:
z Mão de obra;
z Método;
z Materiais;
z Máquinas.
Alguns autores acrescentam ainda mais uma ou duas variáveis, tornando assim o diagrama “5M” ou “6 M”, a
depender do número de variáveis utilizadas. As novas variáveis são “meio ambiente” e “medida”.
Assim, estrutura-se e hierarquiza-se as principais causas que podem estar gerando um determinado efeito.
De forma didática e simples, Chiavenato conceitua o diagrama como: “Ferramenta para identificar as causas que
geram os efeitos” (Chiavenato, 2015).
A grande vantagem desta ferramenta é a possibilidade de utilizá-la para qualquer situação, identificando, a
partir de seus efeitos, as causas de qualquer tipo de problema.
Unindo a teoria com a prática, Daniel H. Hunt (Gerenciamento da qualidade), de forma clara e simples, exem-
plifica a utilização da ferramenta na “produção” de pipoca:
Cada um dos fatores que podem contribuir para que o milho não estoure são considerados uma espinha de
peixe, isto é, uma entrada cuja influência deve ser avaliada no problema.
Pessoas Ferramentas
Treinamento
Panelas
Motivação Fogão
O milho não
estoura
Idade Agitação
Milho
Tipo Calor
Qualidade Óleo Tempo
Materiais
Método
Causas Efeitos
Folha de Verificação
A folha de verificação, também conhecida como folha de coleta de dados, é uma ferramenta simples, mas efi-
caz, de coleta de dados úteis acerca de uma situação específica (problema /defeito a ser sanado).
Importante!
Em regra, a folha de verificação é o ponto inicial da gestão da qualidade, pois os dados coletados podem ser
utilizados pelas demais ferramentas.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Sua construção e aplicação são simples: na primeira coluna, relaciona-se os itens a serem observados, e nas
colunas seguintes, os erros e problemas (defeitos) ocorridos em um determinado período de tempo.
Para facilitar o entendimento, analisemos um caso prático:
Você, como consultor de qualidade, precisa analisar o processo de fabricação de um automóvel em uma indús-
tria automobilística. Para iniciar seus trabalhos, primeiramente é necessário identificar as atividades que estão
“atrapalhando” na qualidade desejada.
Utilizando a folha de verificação, vamos coletar esses dados:
Pessoas Atendidas – Semana 1 20% dos eventos causam 80% dos problemas
12
Gráfico de Pareto
10 Técnica de priorização
8
6 Nem todos os problemas merecem a mesma
Princípio 80/20 atenção
4
2 Identificar e priorizar os problemas mais
importantes
0
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
Diagrama de Correlação
O histograma permite uma melhor visão dos dados
do que a simples lista de resultados, facilitando a iden- Diagrama de correlação, também chamado de dia-
tificação de uma tendência em um processo. Nesse grama de dispersão, é uma ferramenta da qualidade
caso, ao olhar rapidamente para o histograma, con-
que possibilita analisar uma possível correlação entre
cluímos que nos dias 4 e 5 o agente censitário foi mais
duas variáveis.
produtivo.
Segundo os autores Maranhão e Macieira:
Gráfico de Pareto
Diagrama de Dispersão é uma ferramenta para
O gráfico de Pareto (também chamado de princí- verificar a correlação ou dependência entre duas
pio de Pareto ou princípio 80/20) é uma ferramenta/ quaisquer variáveis de processos, dentre as várias
técnica muito utilizada na gestão da qualidade; ele possíveis. A ferramenta permite identificar o sen-
permite classificar e priorizar uma variável seguindo tido de variação de uma das variáveis, quando a
a regra 80/20, ou seja, 80% das consequências de um outra varia (aumentando ou diminuindo). (MARA-
fenômeno provêm de 20% de causas. NHÃO; MACIEIRA, 2010)
O nome Pareto vem de uma homenagem ao eco-
nomista italiano Vilfredo Pareto que, em seu estudo, Essa ferramenta é construída através de um sis-
observou que 80% da riqueza da Itália estavam nas tema cartesiano – pares ordenados (x,y) – que visa
mãos de 20% da população. demonstrar como a alteração sofrida por uma variá-
Sintetizando: o princípio de Pareto significa que vel correlaciona com a alteração da outra variável.
80% dos problemas são ocasionados por 20% de cau- Simplificando: o gráfico de correlação permite a
sas, o quer dizer que são poucas causas que originam visualização de como uma mudança ocorrida em um
a maioria dos problemas. fator (variável) pode afetar outro fator (outra variável).
Nesse sentido, o diagrama de Pareto serve justa- Para facilitar o entendimento, observemos um ca-
mente para identificar esses aspectos de melhorias so prático:
que oferecem maior potencial de resultados para a Verificar a correlação entre horas de estudos e a
300 organização. aprovação em concurso:
Para a construção do gráfico, são atribuídos limites
de especificações superior e inferior que refletem, res-
pectivamente, os valores máximos e mínimos permiti-
do. Há, também, a linha central, que representa a média.
Essa ferramenta permite identificar pontos ou
Horas de Estudo
ro
iro
ço
o
o
ril
nh
ai
i
Ab
re
ar
ne
M
As principais notações utilizadas na construção de
Ju
ve
M
Ja
Fe
fluxogramas são:
Analisando o gráfico, percebemos que nos meses
de março e maio tivemos um comportamento atípico
Indica o início ou fim do do processo. Dessa maneira, é necessário verificar os
processo
fatores que influenciaram essa ocorrência. Em rela-
ção ao mês de março, deve-se verificar o fator positivo
pelo baixo número de defeitos e assim replicá-lo para
Atividade a ser executada
os outros meses. Já em relação ao mês de maio, pode-
-se dizer que o processo está “fora de controle” (defei-
tos acima do limite máximo aceitável); deve-se, assim,
Ponto de tomada de decisão
identificar e corrigir o que está errado no processo.
Control
(Controlar) Acompanhar o desempenho do novo processo
Programa 5S
O programa 5S é uma técnica desenvolvida no Japão utilizada para estabelecer e manter a qualidade ambien-
tal na organização, a partir do fortalecimento de valores, ideias e crenças que proporcionam a melhoria na pro-
dutividade, segurança, arrumação, limpeza e eliminação de desperdícios.
Trata-se de uma técnica simples que tem sido amplamente utilizada no Japão, objetivando não apenas melho-
rar o local físico do trabalho, mas também aprimorar a organização das ideias.
Seu nome vem da abreviatura de 5 palavras no idioma japonês: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Os “S”
foram traduzidos para o português e significam:
A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) é uma instituição brasileira sem fins lucrativos criada em 1991 por
39 organizações (privadas e públicas) com o objetivo de estudar, debater e disseminar o conhecimento sobre a
excelência em gestão.
Seu escopo abrange organizações de todos os setores e tamanhos (micro, pequena, média ou grande), contri-
buindo para o melhoramento da gestão, aumento da produtividade e competitividade e consequente maximiza-
ção da qualidade de vida do povo brasileiro.
A FNQ tem como missão o estímulo e apoio as organizações nacionais no desenvolvimento e na evolução de
sua gestão para que se tornem sustentáveis e gerem valor para a sociedade. Para a concretização de sua missão, a
entidade criou e desenvolveu o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), uma metodologia de avaliação, autoava-
liação e reconhecimento das boas práticas de gestão.
Para incentivar a aplicação das boas práticas, a Fundação Nacional da Qualidade instituiu o Prêmio Nacional
de Qualidade (PNQ), realizado anualmente, no qual é considerado o reconhecimento máximo à gestão para exce-
lência das empresas brasileiras.
É frequente que provas de concurso explorem de forma literal o contido no Modelo de Excelência da Gestão
(MEG). Assim, para otimizar seu estudo, trazemos a seguir os principais pontos do guia.
302
Modelo de Excelência da Gestão (MEG) z Aprendizado Organizacional e Inovação: Busca
e alcance de novos patamares de competência para
O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) é um a organização e sua força de trabalho, por meio da
modelo de referência e aprendizado das boas práti- percepção, reflexão, avaliação e compartilhamen-
cas consolidadas na gestão de excelência, podendo to de conhecimentos, promovendo um ambiente
ser aplicado em qualquer organização, independente- favorável à criatividade, experimentação e imple-
mente de seu tipo ou porte. mentação de novas ideias capazes de gerar ganhos
De acordo com Paludo, “O modelo de excelência sustentáveis para as partes interessadas;
em gestão da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade z Adaptabilidade: Flexibilidade e capacidade de
– consiste na representação de um sistema gerencial
mudança em tempo hábil a novas demandas das
constituído por diversos fundamentos e critérios, que
partes interessadas e alterações no contexto;
orientam a adoção de práticas de gestão nas organiza-
z Liderança Transformadora: Atuação dos líderes
ções públicas e privadas, com a finalidade de levar as
de forma ética, inspiradora, exemplar, realizadora
organizações brasileiras a padrões de desempenho reco-
e comprometida com a excelência, compreenden-
nhecidos pela sociedade e à excelência em sua gestão.”
do os cenários e tendências prováveis do ambien-
Suas principais características são:
te e dos possíveis efeitos sobre a organização e a
sociedade, nos curto e longo prazos, mobilizando
z Modelo Sistêmico: Compreende a organização
as pessoas em torno de valores, princípios e objeti-
como um sistema vivo integrante de um meio
vos da organização, explorando as potencialidades
ambiente complexo, pautado em um ambiente de
aprendizagem e melhoria contínua, buscando o das culturas presentes, preparando líderes e pes-
entendimento das relações de interdependência soas e interagindo com as partes interessadas;
entre os componentes internos, bem como entre a z Desenvolvimento Sustentável: Compromisso da
organização e o ambiente externo; organização em responder pelos impactos de suas
z Não é prescritivo: O modelo é adaptativo e fle- decisões e atividades, na sociedade e no meio am-
xível; não existe prescrição na implementação biente, e de contribuir para a melhoria das condições
de práticas de gestão. Permite que a organização de vida tanto atuais quanto para as gerações futuras,
aprenda e reflita sobre o que deve ser posto em por meio de um comportamento ético e transparen-
prática, sempre objetivando a melhoria contínua; te, visando ao desenvolvimento sustentável;
z Adaptável a todo tipo de organização: O mode- z Orientação por Processos: Busca da eficiência e
lo focaliza o estímulo à organização na busca eficácia dos conjuntos de atividades de agregação
das melhores práticas, respeitando sua cultura. É de valor para as partes interessadas;
totalmente flexível para ser aplicado em qualquer z Geração de Valor: Alcance de resultados econômi-
organização, independentemente de sua área de cos, sociais e ambientais, bem como de resultados
atuação e/ou tamanho. dos processos que os potencializam, em níveis de
excelência e que atendam às necessidades e expec-
Características do Modelo de Excelência da Gestão tativas das partes interessadas.
Dica
Os 8 Fundamentos da Gestão para Excelência
Sistêmico
são representados pelo Tangram, antigo quebra-
-cabeça chinês que possibilita formar mais de
5000 figuras diferentes.
Não é Aprendizado Organizacional e Inovação
prescritivo
Adaptável a todo
tipo de Adaptabilidade
Geração
organização de Valor
Aprendizado Organizacional e Inovação
Pensamento
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Sistêmico
17 Texto extraído do Guia de Referência da Excelência da Gestão, publicado pela FNQ. 303
Dessa maneira, o MEG é considerado como um mode- z Informação é o “elemento referencial, noção, ideia
lo de referência em gestão organizacional, integrando ou mensagem contidos num documento” (DBTA,
todas as áreas e processos da empresa; para isso, uti- 2005).
liza uma ferramenta de aprendizado e melhoria con-
tínuos denominada ciclo PDCL (Plan-Do-Check-Learn),
Portanto, informação é tudo aquilo que está em
em português: Planejar-Realizar-Verificar-Aprender.
O ciclo PDCL (Plan-Do-Check-Learn) é uma variação um documento, uma receita que anotei no papel, os
do ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), alterando a etapa de textos que você está lendo, o ingresso do cinema.
“Agir” para “Aprender”, o que envolve atividades e/ou
processos inovadores de melhoria contínua pautados z Suporte é “material no qual são registradas as
no aprendizado constante de toda a organização. informações” (DBTA, 2005). Ou seja, onde você está
O MEG tem como principal característica ser um registrando as informações é o suporte.
Modelo Integrador. Para alcançar os objetivos pre-
tendidos, o guia em questão funciona seguindo uma
lógica de desdobramento dos fundamentos (objetivo Suportes
maior) para partes mais facilmente gerenciáveis, con-
forme o esquema a seguir: 3500 a.C a 500 a.C ANTES DO PAPEL: BARRO, FIBRAS, PELO, OSSO...
Fundamento
Desdobrado em
Temas
Explicados por
Detalhamento
z “Conjunto de documentos produzidos e acumu- Nem todos os materiais abordam esse assunto,
lados por uma entidade coletiva, pública ou pri- mas há uma tendência das bancas, nas provas mais
vada, pessoa ou família, no desempenho de suas recentes, cobrarem questões sobre esse item. Os docu-
atividades, independentemente da natureza do mentos de arquivo têm algumas especificidades que o
suporte.” diferem dos outros documentos, vamos a elas! 305
Organicidade: “os documentos de arquivo são pro- verdadeiro, porque foi feito seguindo os critérios de
duzidos e acumulados em razão das funções e ativi- transmissão e custódia.
dades desenvolvidas pelo órgão ou entidade, o que os Confiabilidade está relacionada ao momento da
contextualiza no conjunto a que pertencem. Assim, os produção.
documentos de arquivo se caracterizam pelas relações Autenticidade refere-se à transmissão do docu-
orgânicas que mantêm entre si” (CONARQ, 2019), ou mento e à preservação e custódia.
seja, os documentos têm uma relação natural entre si.
Os seus documentos na carteira são orgânicos, lá CONCEITOS FUNDAMENTAIS: CLASSIFICAÇÃO
está sua identidade, sua carteira de motorista ou car- DOS ARQUIVOS
tão do ônibus, o recibo de uma compra que você fez,
todos esses documentos são orgânicos, porque se rela- A classificação dos documentos de arquivo é um
cionam a você! assunto muito importante. As bancas tendem a trocar
Unicidade: “o documento de arquivo é único no o nome de um conceito pelo outro. Os documentos
conjunto documental de que faz parte, porque o con- podem ser classificados pelos seguintes prismas:
junto de suas relações com os demais documentos do
grupo é sempre único. Podem existir cópias em um ou z Entidades mantenedoras;
mais grupos de documentos, mas cada cópia é única z Estágios de sua evolução;
em seu lugar.” (CONARQ, 2019) z Extensão de sua atuação;
Para entendermos esse conceito, vamos pensar em z Natureza dos documentos;
várias fotos 3x4. Inicialmente elas são todas iguais, mas z Natureza do assunto;
se você utiliza uma delas em um currículo, outra para z Gênero.
fazer seu cartão do SUS e mantém uma em sua carteira,
elas se tornam únicas. Isso ocorre porque estão sendo Entidades Mantenedoras: diz respeito ao tipo de
utilizadas em contextos diferentes: aquela mesma foto pessoa física ou jurídica, família ou entidade que
teve diversas funções de acordo com a aplicação feita! guarda os documentos. Segundo PAES (2004), as enti-
Confiabilidade: “o documento de arquivo é confiá- dades podem ser:
vel quando tem a capacidade de sustentar os fatos que
atesta. A confiabilidade está relacionada ao momento z Públicas: Federal / Estadual / Municipal;
em que o documento é produzido e há veracidade de seu z Institucionais: Institutos educacionais / Entidades
conteúdo. Para tanto, precisa ser dotado de completeza Religiosas / Sociedades, Associações, Fundações,
e ter seus procedimentos de criação bem controlados. ONGS;
Completeza consiste na presença, no documento z Comerciais (Privadas): Empresas / Corporações /
de arquivo, de todos os elementos intrínsecos e extrín- Companhias;
secos exigidos pela organização produtora e pelo sis- z Familiares ou Pessoais.
tema jurídico-administrativo ao qual pertence, de
maneira que esse mesmo documento possa ser capaz Fonte: PAES, 2004, p. 21.
de gerar consequências. Dificilmente se pode assegu-
rar a veracidade do conteúdo de um documento; ela é Estágio de Evolução: diz respeito ao valor do
inferida a partir da completeza e dos procedimentos documento a partir da teoria das 3 idades, que será
de criação. A confiabilidade, sinônimo de fidedigni- aprofundada mais à frente. Eles podem ser corren-
dade, é uma questão de grau, ou seja, um documento tes, intermediários ou permanentes.
pode ser mais ou menos confiável” (CONARQ, 2019). Arquivo Corrente ou de Primeira Idade: “é con-
Um documento confiável é aquele que tem como junto de documentos, em tramitação ou não, que, por
provar que aquilo que fala é verdade. Por exemplo, seu valor primário, é objeto de consulta frequente
a sua certidão de nascimento é confiável a partir do pelo órgão ou entidade que o produziu e ao qual com-
momento que existem registros no hospital que você pete sua administração” (CONARQ, 2019).
nasceu ali! Para que um documento seja confiável, Arquivo Intermediário ou de Segunda Idade:
ele deve ter completeza, por exemplo, um contrato “é o conjunto de documentos originários de arquivos
de aluguel no Brasil não será completo se não tiver as correntes com uso pouco frequente pelo órgão ou
assinaturas dos interessados e for feita de acordo com entidade que o produziu e que aguarda destinação
lei brasileira, portanto, um documento que é pouco final” (CONARQ, 2019).
completo, é pouco confiável! Arquivo Permanente ou de Terceira Idade: “é
Autenticidade: “documento de arquivo é autênti- o conjunto de documentos preservados em cará-
co quando é o que diz ser, independentemente de se ter definitivo em função de seu valor secundário”
tratar de minuta, original ou cópia, sendo livre de adul- (CONARQ, 2019).
terações ou qualquer outro tipo de corrupção. Um docu- Extensão de Atuação: nesse espectro, eles podem
mento autêntico é aquele que se mantém da forma como ser setoriais ou centrais.
foi produzido e, portanto, apresenta o mesmo grau de Arquivos Setoriais são aqueles operacionalizados
confiabilidade que tinha no momento de sua produção. juntos aos setores de trabalho, cumprindo a função
Assim, um documento não completamente confiável, mas de arquivo corrente. Ele é um arquivo de um setor
transmitido e preservado sem adulteração ou qual- ou serviço de uma administração, existindo um arqui-
quer outro tipo de corrupção, é autêntico.” vo central, estará a ele tecnicamente subordinado.
Para que um documento seja autêntico, ele não Arquivos Centrais são aqueles responsáveis pela
precisa ser verdadeiro. Por exemplo, um médico assi- normalização dos procedimentos técnicos aplica-
na um atestado para um trabalhador ficar de licen- dos aos arquivos de uma administração, podendo ou
ça por 3 meses, mesmo ele não estando doente. A não assumir a centralização do armazenamento. Tam-
306 doença é falsa, o fato não existe, mas o documento é bém pode se chamar de arquivo geral.
Natureza dos Documentos: através da natureza documental, eles se dividem entre:
Especializados são aqueles arquivos cujo acervo tem uma ou mais características comuns, como natureza,
função ou atividade da entidade produtora, tipo, conteúdo, suporte ou data dos documentos, entre outras. Eles
acumulam documentos resultantes da experiência humana em um campo específico, independente da forma físi-
ca que apresentam. Também são chamados de arquivos técnicos. Ex.: arquivos médicos, arquivos de engenharia,
arquivos de serviço social.
Especiais são aqueles arquivos que possuem documentos que devem ser tratados com certos cuidados.
Geralmente possuem documentos em linguagem não-textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel,
em formato e dimensões excepcionais, que exige procedimentos específicos para seu processamento técnico,
guarda e preservação, e cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica.
Natureza do Assunto: a partir do teor dos documentos, eles podem ser divididos entre:
Ostensivos são aqueles que não possuem uma restrição de acesso, ou seja, sua divulgação não prejudica o
órgão ou entidade, nem seus servidores, podendo ser de domínio público (CONARQ, 2019).
Sigilosos são aqueles que pela natureza do seu conteúdo sofrem restrição de acesso e devem ser de conhecimen-
to limitado, necessitando de medidas especiais de salvaguarda para custódia e divulgação. Esses documentos e as
informações que contêm recebem uma classificação de sigilo, isto é, são atribuídos a eles graus de sigilo, conforme
a legislação em vigor. Essa classificação também é chamada de classificação de segurança (CONARQ, 2019).
Gênero: os documentos podem ser classificados a partir da reunião de espécies documentais que se asseme-
lham por seus caracteres essenciais, particularmente suporte e formato, e que exigem processamento técnico
específico e, algumas vezes, mediação técnica para acesso. Eles podem ser divididos entre:
Textual: documentos manuscritos, datilografados ou impressos, cujo suporte predominante é o papel. Exem-
plos: atas de reunião, cartas, decretos, livros de registro, panfletos, relatórios, contratos, atas, certidões, devida-
mente redigidos e apresentados em texto.
Cartográfico: documentos que contêm representações gráficas da superfície terrestre ou de corpos celestes e
desenhos técnicos. Ex.: mapas, plantas, perfis, fotografias aéreas, layouts.
Audiovisual: documentos que contêm imagens, fixas ou em movimento, e registros sonoros. Integram este
gênero os documentos iconográficos, filmográficos e sonoros. Ex.: programas de televisão em geral.
Iconográfico: documentos que contêm imagens fixas, impressas, desenhadas ou fotografadas. Ex.: fotografias
(diapositivos, ampliações e negativos fotográficos), desenhos, gravuras, slides, demais gravuras, em modo estático.
Filmográfico: documentos que contêm imagens em movimento, com ou sem som. Ex.: filmes, fitas
videomagnéticas;
Sonoro: registros sonoros. Ex.: discos, fitas audiomagnéticas.
Micrográfico: documentos em microforma. Ex.: microfilmes, microfichas, cartões-janela, jaquetas, tab-jac:
Informático: documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador. Ex.: um arquivo do Word,
Excel, um arquivo de áudio do formato MP3.
Os arquivos, museus, bibliotecas e centros de documentação têm como objetivo comum guardar os documen-
tos, preservação de documentos, dar acesso aos documentos, recolher, tratar, transferir e difundir informações.
É importante saber as características dos documentos de cada órgão de documentação. As bancas costumam
colocar elementos de bibliotecas e museus como se fossem dos arquivos, por isso, atente-se a esse ponto.
Observe a tabela abaixo feita a partir das observações de Paes (2004) e Belloto (2006):
ARQUIVO BIBLIOTECA
Órgão receptor (recolhe de forma natural e orgânica seus documentos) Órgão colecionador (reunião artificial de documentos)
Documentos reunidos segundo sua origem e função, estabelece
classificação específica para cada instituição, ditada pelas suas
Documentos reunidos pelo conteúdo (assunto), utiliza métodos
particularidades
predeterminados de classificação, por coleção
Exige conhecimento da relação entre as unidades, a organização e
o funcionamento dos órgãos, por fundos
Objetivos primários: jurídicos, funcionais e administrativos
Objetivos: culturais, técnicos, artísticos, educativos, científicos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
z O arquivo não é um órgão colecionador, qualquer questão que falar que o arquivo faz coleção está errada!
z O arquivo é composto por documentos acumulados de forma natural e orgânica, não é divisível!
z O arquivo tem como objetivos primários: jurídicos, funcionais e administrativos e como objetivos secundá-
rios: culturais e pesquisa histórica;
z O arquivo não tem objetos tridimensionais para entretenimento e os exemplares são únicos ou em um núme-
ro limitado de cópias;
z Os julgamentos de avaliação dos arquivos são finais e irrevogáveis;
z O arquivo não utiliza métodos de classificação predeterminados, depende da realidade de cada arquivo.
z Natureza dos arquivos: administrativa, jurídica, informativa, orgânica, serial, contínua e cumulativa;
z A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, com o passar do tempo em
base do conhecimento da História;
z A função básica do arquivo é tornar disponíveis as informações contidas nos documentos que guarda;
z Arquivos possuem vínculo arquivístico, diferentes de museus, bibliotecas e centros de documentação.
“Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes,
de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e
secundário.” (DBTA, 2005)
Conjunto de documentos, em tramitação ou não, que, por seu valor primário, é objeto de consulta frequente pelo
órgão ou entidade que o produziu e ao qual compete sua administração. (CONARQ, 2019)
No caso de valor primário, trata-se do uso para fins administrativos, legais e fiscais. Refere-se à utilidade do
documento para o órgão ou entidade, razão primeira de sua criação, o que pressupõe o estabelecimento de prazos
de guarda ou retenção anteriores à eliminação ou ao recolhimento para guarda permanente.
Os documentos correntes e intermediários apresentam valor primário.
Todos os documentos passam necessariamente pela idade corrente.
É o conjunto de documentos originários de arquivos correntes com uso pouco frequente pelo órgão ou entidade
que o produziu e que aguarda destinação final (CONARQ, 2019).
Importante!
Os documentos intermediários apresentam valor primário.
Os documentos não precisam passar necessariamente por essa idade.
Quando um documento passa do arquivo corrente ao intermediário chama-se transferência.
Passagem do Arquivo Corrente → Intermediário = Transferência
É o conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor secundário (CONARQ, 2019).
Valor secundário é aquele atribuído a um documento tendo em vista sua utilidade para objetivos diferentes
daqueles para os quais foi, originalmente, produzido. Refere-se ao uso dos documentos como fonte de pesquisa e
informação para terceiros e para a própria administração, por conterem informações essenciais sobre matérias
308 com as quais a organização lida para fins de estudo.
Os arquivos permanentes possuem valor secun- z Pertinência Territorial: “conceito oposto ao
dário(probatório e informativo). Não podem ser eli- de princípio da proveniência e segundo o qual
minados. Quando um documento passa do arquivo documentos ou arquivos deveriam ser transfe-
corrente ou intermediário ao arquivo permanente ridos para a custódia de arquivos com jurisdição
chama-se recolhimento. arquivística sobre o território ao qual se reporta o
seu conteúdo, sem levar em conta o lugar em que
PASSAGEM DO ARQUIVO CORRENTE OU INTERME- foram produzidos” (DBTA, 2005). Esse princípio
DIÁRIO → PERMANENTE = RECOLHIMENTO defende que um documento produzido pela Defen-
PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS soria Pública do DF sobre um cidadão do Amazo-
nas deve ser transferido ao Amazonas. O local ao
Os princípios arquivísticos são conteúdos essen- que se refere o conteúdo do documento, é onde ele
ciais para a compreensão das bases da arquivologia e deve ficar;
eles vão nos perseguir em outros assuntos como ava- z Ordem Original ou Santidade: “princípio segun-
liação e classificação. Os principais princípios arqui- do o qual o arquivo deveria conservar o arranjo
vísticos são: dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que
o produziu”. Esse princípio é um desdobramento
z Proveniência ou Respeito aos Fundos: “princípio do princípio da proveniência, no qual a organiza-
básico da arquivologia segundo o qual o arquivo ção interna do fundo, dada por quem produziu o
produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou documento, deve ser mantida;
família não deve ser misturado aos de outras enti- z Territorialidade ou Proveniência Territorial:
dades produtoras” (CONARQ, 2005). “derivado do princípio da proveniência e segundo
o qual arquivos deveriam ser conservados em ser-
Ou seja, não se pode mesclar documentos de
viços de arquivo do território no qual foram pro-
origens diferentes. Um documento da Polícia Fede-
duzidos, excetuados os documentos elaborados
ral, não pode ser misturado com um documento do
pelas representações diplomáticas ou resultantes
IBAMA.
de operações militares” (DBTA, 2005). Esse prin-
O princípio da proveniência é: cípio afirma que o documento deve permanecer
onde foi produzido.
z Norteador do conceito de fundo, visto que fun-
do é o conjunto de documentos de uma mesma Pertinência Territorial: os documentos devem
proveniência; ficar no local do assunto.
z Fundo aberto: aquele que ainda recebe novos Proveniência Territorial: os documentos devem
documentos porque a entidade produtora ainda ficar no local de produção.
está em atividade;
z Fundo fechado: aquele que não recebe novos z Organicidade: refere-se à relação natural entre
documentos, em função da entidade produtora documentos de um arquivo em decorrência das
não estar mais em atividade. Preste muita atenção atividades da entidade produtora. Os arquivos
pois o fundo fechado não recebe mais documentos devem se organizar conforme a competência e as
novos. Se por exemplo, um órgão parou suas ativi- atividades da instituição ou pessoa legitimamen-
dades em 2002, o fundo desse órgão está fechado, te responsável por sua produção ou acumulação,
mas ele pode receber documentos de 1998, porque porque refletem a estrutura, as funções e as ati-
não são novos documentos; vidades da entidade produtora/acumuladora em
� Se um organismo extinto A transfere suas compe- suas relações internas e externas;
tências a outro organismo já existente B, o fundo z Reversibilidade: “princípio segundo o qual todo
do organismo extinto A será fechado e o fundo do procedimento ou tratamento empreendido em ar-
organismo B lhe dará continuidade. Por exemplo, o quivos pode ser revertido, se necessário” (DBTA,
Ministério do Trabalho foi extinto e transferiu suas 2005). Esse princípio está associado aos procedi-
competências ao Ministério da Economia. Logo, o mentos de restauração e preservação, poderem
fundo do Ministério do Trabalho será fechado e ser revertidos, caso necessário.;
agora os documentos produzidos relacionados às z Unicidade: é a característica segundo a qual, inde-
competências do Ministério do Trabalho farão par-
pendentemente de forma, gênero, tipo ou suporte,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identifica- O Distrito Federal possui arquivos distritais e não
dos pelo Poder Público como de interesse público e estaduais!
social, desde que sejam considerados como conjun-
tos de fontes relevantes para a história e desenvol- § 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder
vimento científico nacional. Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
A identificação de um arquivo privado como de
Arquivos Municipais
interesse público e social pode ser feito pelo Presiden-
te da República e por ato do Ministro de Estado da Jus-
tiça e Segurança Pública. z Poder Executivo Municipal (Ex: Prefeitura de São
Luís - MA);
Art. 13 - Os arquivos privados identificados como z Poder Legislativo Municipal (Ex: Câmara de Mauá
de interesse público e social não poderão ser aliena- -SP).
dos com dispersão ou perda da unidade documen-
tal, nem transferidos para o exterior. § 5º - Os arquivos públicos dos Territórios
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o são organizados de acordo com sua estrutura
Poder Público exercerá preferência na aquisição. político-jurídica.
Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e
privados identificados como de interesse público e
o recolhimento dos documentos produzidos e rece-
social poderá ser franqueado mediante autoriza-
bidos pelo poder executivo federal, bem como pre-
ção de seu proprietário ou possuidor.
Art. 15 - Os arquivos privados identificados como servar e facultar o acesso aos documentos sob sua
de interesse público e social poderão ser deposi- guarda, e acompanhar e implementar a política
tados a título revogável, ou doados a instituições nacional de arquivos.
arquivísticas públicas. Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas
Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades
religiosas produzidos anteriormente à vigência do regionais.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Código Civil ficam identificados como de interesse Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislati-
público e social. vo Federal a gestão e o recolhimento dos documen-
tos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo
CAPÍTULO IV Federal no exercício das suas funções, bem como
Da Organização e Administração de Institui- preservar e facultar o acesso aos documentos sob
ções Arquivísticas Públicas sua guarda.
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciá-
Art. 17 - A administração da documentação públi- rio Federal a gestão e o recolhimento dos documen-
ca ou de caráter público COMPETE às instituições tos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário
arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Fede- Federal no exercício de suas funções, tramitados
ral e municipais. em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem
§ 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional, como preservar e facultar o acesso aos documentos
os do Poder Executivo, e os arquivos do Poder sob sua guarda.
Legislativo e do Poder Judiciário. São considera-
dos, também, do Poder Executivo os arquivos do O Arquivo Nacional só deve resguardar os docu-
Ministério da Marinha, do Ministério das Relações mentos do Executivo Federal. 311
Os Poderes Judiciário e Legislativo são respon- Assim, a ética constitui um elemento catalisador
sáveis pela sua própria gestão e recolhimento. de ações socialmente responsáveis da organização
por meio de seus administradores e parceiros. Nenhu-
Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal ma organização pode competir com sucesso quando
e municipal definirá os critérios de organização e as pessoas procuram enganar as outras, tentam apro-
vinculação dos arquivos estaduais e municipais, veitar-se das outras, as ações requerem confirmação
bem como a gestão e o acesso aos documentos, de cartório porque não se acredita nas pessoas, cada
observado o disposto na Constituição Federal e disputa acaba em litígio nos tribunais, e os negócios
nesta Lei. não são honestos.
Todo sistema de competição presume valores de
DISPOSIÇÕES FINAIS confiança e justiça. As práticas éticas nos negócios
beneficiam a organização em três aspectos:
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal,
civil e administrativa, na forma da legislação em
z Aumento da produtividade. Quando a adminis-
vigor, aquele que desfigurar ou destruir documen-
tos de valor permanente ou considerado como de
tração enfatiza a ética em suas ações frente aos
interesse público e social. seus parceiros, os funcionários são afetados direta
e positivamente. Quando a organização procura
Se alguém rasgar ou roubar um documento per- assegurar a saúde e o bem-estar dos funcionários
manente, por exemplo, ele será processado nas três ou define programas para ajudá-los, esses pro-
instâncias e as penas podem se acumular. gramas constituem uma fonte de produtividade
melhorada.
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arqui- z Melhoria da saúde organizacional. Práticas
vos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacio- administrativas éticas melhoram a saúde orga-
nal, que definirá a política nacional de arquivos, nizacional e afetam positivamente os parceiros
como órgão central de um Sistema Nacional de externos, como fornecedores ou clientes. Uma
Arquivos (SINAR). imagem pública positiva atrai consumidores que
visualizam a imagem da organização como favorá-
O CONARQ definirá a política nacional de Arquivos vel ou desejável.
e será o órgão central do SINAR. z Minimização da regulamentação governamen-
O CONARQ é vinculado ao Arquivo Nacional. tal. Quando as organizações são confiáveis quanto
à ação ética, a sociedade deixa de pressionar por
§ 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será pre- uma legislação que regule mais intensamente os
sidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e negócios.18
integrado por representantes de instituições arqui-
vísticas e acadêmicas, públicas e privadas. CÓDIGO DE ÉTICA
§ 2º - A estrutura e funcionamento do conselho cria-
do neste artigo serão estabelecidos em regulamento. A ética influencia todas as decisões dentro da orga-
nização. Muitas organizações têm o seu código de éti-
ca como uma declaração formal para orientar e guiar
o comportamento de seus parceiros. Para que o códi-
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL go de ética estimule decisões e comportamentos éticos
das pessoas são necessárias duas providências:
Para o autor Chiavenato a ética representa um
conjunto de valores ou princípios morais que defi- z As organizações devem comunicar o seu código de
nem aquilo que é correto ou não para um indivíduo, ética a todos os seus parceiros, isto é, às pessoas
grupo ou organização. O comportamento ético está dentro e fora da organização.
diretamente relacionado às normas de boa conduta z As organizações devem cobrar continuamente
e a administração compartilha com a sociedade esse comportamentos éticos de seus parceiros, pelo res-
mesmo sistema de valores. Em termos amplos, a ética peito a seus valores básicos ou adotando práticas
é uma preocupação com o bom comportamento, uma transparentes de negócios.
obrigação de considerar não apenas o bem-estar pes-
soal, como também o das outras pessoais na sociedade. RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
A administração prescreve alguns valores, res-
guardados pela ética, que orientam suas atividades Há alguns anos, as organizações ou empresas, no
em busca do fim próprio que funda legítima a própria âmbito administrativo, estavam orientadas apenas
ação. para os seus próprios negócios.
A ética influencia o processo corporativo (admi- Contudo, no decorrer dos anos, essa idealização dei-
nistrativo) de tomada de decisões para determinar xou de ser projetada somente no interior das empresas
quais são os valores que afetam seus parceiros e defi- devido ao surgimento da responsabilidade social.
nir como os administradores podem usar tais valores A responsabilidade social, nos dizeres de Chiave-
no cotidiano da organização ou empresa. Por organi- nato, representa o grau de obrigações que uma orga-
zação entende-se a entidade estruturada, onde estão nização assume por meio de ações que protejam e
alocadas as pessoas e os recursos, que trabalham jun- melhoram o bem-estar da sociedade à medida que
tos para que os resultados (objetivos comuns) sejam procura atingir seus próprios interesses. Em geral,
alcançados. ela representa a obrigação da organização de adotar
18 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações . 7.
312 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 605-607.
políticas e assumir decisões e ações que beneficiem a z É necessário evitar ou se antecipar à regulação
sociedade. Os administradores devem buscar alcançar governamental ou intervenções externas para
os objetivos organizacionais e objetivos societários. sanar a omissão das organizações.
Uma organização socialmente responsável desem- z As leis não podem ser definidas para todas as
penha as seguintes obrigações: circunstâncias. As organizações devem assumir
responsabilidade para manter uma sociedade
z Incorpora objetivos sociais no seu planejamento. ordeira, justa e legal.
z Utiliza normas comparativas de outras organiza- z As normas socioculturais exigem responsabilidade
ções em seus programas sociais. social.
z Apresenta relatórios aos membros organizacio- z A responsabilidade social é do interesse de todos
nais e aos parceiros sobre os progressos na sua os parceiros da organização e não de apenas
responsabilidade social. alguns deles.
z Experimenta diferentes abordagens sociais e o z A sociedade deve oferecer às organizações a opor-
retorno dos investimentos em programas sociais. tunidade de resolver problemas sociais que o
governo não tem condições de resolver.
O modelo de responsabilidade social corporativa z Como as organizações são dotadas de recursos
sugerido por Davis parte de cinco proposições, a saber financeiros e humanos, elas são as instituições
mais adequadas para resolver problemas sociais.
z Prevenir problemas é melhor do que curá-los pos-
z A responsabilidade social emerge do poder social.
teriormente. Muitas organizações se antecipam a
Toda organização tem influência sobre a socie-
certos problemas antes que se tornem maiores.
dade, que deve exigir condições que resultam do
exercício dessa influência.
z As organizações devem operar em um sistema ABORDAGENS QUANTO À RESPONSABILIDADE
aberto de duas vias, com recepção aberta de insu- SOCIAL
mos da sociedade e expedição aberta de suas ope-
rações para o público. As organizações devem ser Há diferentes abordagens quanto à responsabili-
ouvidas pelos representantes da sociedade quanto dade social. Afinal, toda organização produz alguma
ao que devem manter ou melhorar em termos de influência no seu ambiente. Essa influência pode ser
bem-estar geral. Por outro lado, a sociedade deve positiva – quando a organização beneficia o ambiente
ouvir os relatórios das organizações em relação com suas decisões e ações – ou negativa – quando traz
ao atendimento das responsabilidades sociais. As problemas ou prejuízos ao ambiente.
Somente há pouco tempo, as organizações começa-
comunicações entre representantes das organiza-
ram a se preocupar com suas obrigações sociais. Essa
ções e da sociedade devem ser abertas e honestas.
preocupação crescente não foi espontânea, mas pro-
z Os custos e benefícios sociais de uma ação,produ-
vocada por movimentos ecológicos e de defesa do con-
to ou serviço devem ser calculados e considerados
sumidor que põem em foco o relacionamento entre
nas decisões a respeito deles. A viabilidade técnica
organização e sociedade. Duas posições antagônicas
e lucratividade econômica não são os únicos fato-
surgem dessa preocupação:
res que pesam nas decisões da organização. Ela
também deve considerar consequências de curto
Modelo Shareholder
ou longo prazo sobre suas ações.
z Os custos sociais relacionados a cada ação, produto
ou serviço devem ser repassados ao consumidor. É a posição contrária à responsabilidade social das
organizações. Cada organização deve se preocupar em
Os negócios não devem ser financiados somente
maximizar lucros, ou seja, satisfazer os seus proprie-
pela organização. O custo de manter atividades
tários ou acionistas. Ao maximizar lucros, a organiza-
socialmente desejáveis dentro dos negócios deve
ção maximiza a riqueza e satisfação dos proprietários
ser transferido para o consumidor adotando pre-
e acionistas, que são pessoas ou grupos com legítimos
ços mais elevados dos bens e dos serviços relacio-
interesses na organização. À medida que os lucros
nados a essas atividades.
crescem, as ações da organização aumentam de valor,
z Como cidadãs, as organizações devem ser envol-
aumentando também a riqueza dos proprietários e
vidas na responsabilidade em certos problemas
acionistas. Assim, a organização não deve assumir
sociais que estão fora de suas áreas normais de
responsabilidade social direta, mas apenas buscar a
operação. A organização que possui expertise de otimização do lucro dentro das regras da sociedade.
resolver um problema social com o qual não está A organização lucrativa beneficia a sociedade ao criar
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
diretamente associada deve ser responsável por novos empregos, pagar salários justos que melhoram
ajudar a sociedade a resolver esse problema. a vida dos funcionários e melhorar as condições de
trabalho, além de contribuir para o bem-estar públi-
Os argumentos para desempenho de atividades de co pagando impostos e oferecendo produtos e servi-
responsabilidade social são: ços aos clientes. A organização que concentra seus
recursos em suas próprias atividades e não em ações
z O interesse maior dos negócios é promover e sociais usa seus recursos com mais eficiência e eficá-
melhorar as comunidades onde a organização faz cia e aumenta sua competitividade.
negócios.
z As ações sociais e as ações éticas podem ser Modelo Stakeholder
lucrativas.
z A responsabilidade social melhora a imagem É a posição favorável à responsabilidade social das
pública da organização. organizações, que salienta que a maior responsabili-
z A responsabilidade social aumenta a viabilidade dade está na sobrevivência a longo prazo (e não ape-
dos negócios. Os negócios existem porque propor- nas maximizando lucros), atendendo aos interesses
cionam benefícios sociais. dos diversos parceiros (e não apenas dos proprietários 313
ou acionistas). A organização é a maior potência no Cada nível de sensibilização social provoca dife-
mundo contemporâneo e tem a obrigação de assumir rentes comportamentos nas organizações em relação
uma responsabilidade social correspondente. A socie- a atividades e obras sociais. Cada organização define
dade deu esse poder às organizações e deve chamá-las uma filosofia de responsabilização social que pode
para prestar contas pelo uso desse poder. Ser social- ser de simples reação às carências e necessidades da
mente responsável tem o seu preço, mas as organi- comunidade, acomodação, adoção de mecanismos de
zações podem repassar com legitimidade esse custo defesa ou comportamento proativo e antecipatório.
aos consumidores na forma de aumento nos preços. No fundo, a responsabilidade social deixa de se limi-
Essa obrigação visa ao bem comum, porque quando a tar aos velhos conceitos de proteção passiva e pater-
sociedade melhora, a organização se beneficia. nalista ou de fiel cumprimento de regras legais para
avançar na direção da proteção ativa e da promoção
GRAUS DE ENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL NA humana, em função de um sistema definido e explicita-
RESPONSABILIDADE SOCIAL do de valores éticos. Existem seis razões para isso.
d) monitorar pessoas
cadeia de comando e a extensão da supervisão. A cadeia e) aplicar pessoas
de comando possui dois componentes, quais sejam,
10. (IDECAN — 2020) Segundo Chiavenato (2004), a
a) extensão de gerenciamento e número de pessoas que
área de Recursos Humanos é a área responsável
prestam conta a um gerente.
pela gestão de pessoas em uma organização, sen-
b) empresas verticais e empresas planas.
c) delegação de autoridade e processo de delegação. do dividida em 6 (seis) grandes processos ou siste-
d) unidade de comando e princípio de escala. mas. Assinale a afirmativa incorreta acerca desses
e) descentralização e coordenação de atividades. processos/sistemas.
6. (IDECAN — 2019) Possui hierarquia rígida, pouca especia- a) Desenvolver pessoas são os processos utilizados
lização, uma estrutura simples, clara delimitação de res- para capacitar e incrementar o desenvolvimento pro-
ponsabilidades, fácil implantação e bastante estabilidade. fissional e pessoal.
Em contrapartida, ela é baseada na autoridade linear, há b) Recompensar pessoas são os processos utiliza-
sobrecarga na direção, os chefes são generalistas e as dos para incentivar as pessoas e satisfazer as suas
comunicações são indiretas e demoradas. necessidades individuais mais elevadas. 315
c) Monitorar pessoas são os processos utilizados para indivíduo em determinado tratamento. De acordo com
acompanhar e controlar as atividades das pessoas, o tratamento, podem-se distinguir quatro modelos de
além de verificar seus resultados. decisão sobre candidatos. Assinale a alternativa que
d) Manter pessoas são os serviços sociais destinados, não corresponda a um destes modelos.
por exemplo, a criar condições ambientais e psicoló-
gicas satisfatórias para as atividades da pessoa. a) colocação
e) Agregar pessoas são processos utilizados para a inte- b) seleção
gração dos novos participantes no ambiente organi- c) inversão
zacional, além da orientação e acompanhamento do d) classificação
seu desempenho. e) agregação de valor
11. (IDECAN — 2019) Utilizados para incluir pessoas em 15. (IDECAN — 2020) Assinale o tipo de avaliação que se
organizações, o processo de agregar novos funcio- caracteriza por ser realizada pelo líder imediato na
nários, através do recrutamento e seleção de pes- hierarquia funcional, que assume o compromisso de
soal, pode ser denominado de processo de provisão emitir parecer sobre todos os seus subordinados dire-
ou de suprimento de pessoas. É uma forma de pro- tos, tendo como principais vantagens o conhecimento
mover o alinhamento entre aquilo que a organização que o líder imediato tem dos indicadores de desempe-
pretende e o que o candidato tem aoferecer. Trata-se nho esperados em cada função de sua equipe e tam-
do início de uma história das pessoas e, por isso, um bém pela proximidade que o mesmo tem, no dia a dia,
dos principais objetivos do programa de integração é com cada subordinado, estando assim mais apto para
avaliá-los.
a) criar um processo de adesão, embasado na ansiedade.
b) desencadear um processo coletivo de aprendizagem, a) avaliação por objetivos
partilhado por todos os empregados. b) avaliação por competências
c) proporcionar ao novo empregado condições de, caso c) avaliação direta
não aceite as regras, desistir da oportunidade. d) avaliação conjunta
d) mostrar que o negócio, para prosperar, requer que e) avaliação 360 graus
o empregado substitua sua cultura pela cultura
organizacional. 6. (IDECAN — 2019) O processo de treinamento e ajuda
e) deixar claro que toda a apresentação do funcionário a desenvolver habilidades importantes, tanto para as
deve seguir a identidade visual da empresa. organizações como para os trabalhadores. Por isso a
importância de uma políticacorporativa de desenvolvi-
12. (IDECAN — 2019) O recrutamento externo é uma mento de pessoas, com a função de
forma como as organizações buscam profissionais
qualificados no mercado, para atender os requisitos a) identificar e classificar os treinamentos com vistas a
necessários a vaga em aberto. A respeito do tema, soluções internas e externas.
assinale a alternativa que indique corretamente uma b) autodesenvolver o funcionário a partir do estudo pró-
vantagem da organização ao desenvolver o recruta- prio do empregado, baseado em leituras, vídeos didá-
mento externo. ticos ou filme comercial.
c) orientar e acompanhar os funcionários com maior
a) Aproveitar o investimento da organização em treina- domínio da atividade e experiência profissional.
mento e desenvolvimento do pessoal. d) buscar alternativas para aquisição de formação esco-
b) Reduzir a incerteza quanto ao perfil do candidato, lar, conforme requisitos do cargo.
potencial e capacidade de desempenho das tarefas e) formar, capacitar, habilitar, qualificar, instrumentalizar
executadas. e aprimorar para desenvolver pessoas.
c) Trazer profissionais com novas ideias, possíveis
vivências de experiências profissionais anteriores e 17. (IDECAN — 2019) A qualidade de vida no trabalho é
energia revitalizadora à organização. consequência de um conjunto de ações que a empre-
d) Atuar como fonte de inspiração e motivação para os sa implanta para desenvolver condições melhores de
funcionários atuais da empresa. trabalho, desenvolvimento humano, aprimoramento
e) Ser um processo mais assertivo, rápido e econômico dos relacionamentos interpessoais e promoção do
para a empresa. bem-estar dos colaboradores. O desafio para os pro-
fissionais da área de Recursos Humanos consiste em
13. (IDECAN — 2020) Após recrutar os candidatos com mensurar e alinhar os parâmetros adequados condi-
perfis mais adequados para uma certa vaga, é neces- zentes aos fatores da qualidade de vida do trabalha-
sário selecionar o melhor candidato para o cargo. Con- dor no âmbito de suas atividades, pois algumas ações
siderando que o processo de seleção é composto de podem ser consideradas relevantes para uns e não
quatro estágios, assinale a alternativa que apresente para outros, devido ao grau de subjetividade e com-
esses estágios na ordem natural de aplicação. plexidade. A QVT é articulada com base em alguns
a) atração, avaliação, triagem e decisão parâmetros para promover a harmonia entre pessoas
b) triagem, atração, avaliação e decisão e empresa. Sobre o tema, assinale a alternativa que
c) triagem, avaliação, decisão e atração não indique um dos indicadores da qualidade de vida
d) decisão, triagem, avaliação e atração no trabalho.
e) atração, classificação, decisão e colocação
a) saúde ocupacional
14. (IDECAN — 2020) Frequentemente, a organização se b) motivação humana
depara com o problema de tomar decisões sobre c) segurança no trabalho
um ou mais candidatos em um processo de sele- d) produção com qualidade
316 ção. Cada decisão sobre um candidato envolve o e) satisfação do trabalho
18. (IDECAN — 2020) A expressão Sistema de Informa- A sequência correta obtida, no sentido de cima para
ção Gerencial (SIG) refere-se ao desenvolvimento e baixo, é:
ao uso de sistemas de informação eficazes dentro
da organização, em todos os seus níveis e pessoas. a) 2, 4, 1, 5, 3.
Acerca do SIG, analise as afirmativas a seguir: b) 4, 3, 1, 5, 2.
c) 3, 4, 5, 2, 1.
I Os sistemas de informações formam uma hierarquia, d) 1, 2, 5, 4, 3.
o que corresponde ao fato de que as decisões toma- e) 1, 5, 2, 4, 3.
das em cada nível organizacional tendem a pertencer
unicamente àquele nível. 9 GABARITO
II São componentes básicos do SIG as entradas, pro-
cessamento, armazenamento e saídas.
III Um sistema de suporte à decisão não somente obtém 1 E
informações internas, mas também absorve novas
2 E
informações externas por meio de análise.
Assinale 3 E
a) princípio do zelo 16 E
b) princípio da equidade 17 D
c) princípio da realização
d) princípio da caridade 18 B
e) princípio da responsabilidade
19 D
20. (IDECAN — 2019) Sobre os princípios da Organização dos 20 A
Arquivos, associe corretamente as colunas a seguir:
Princípios
1 Proveniência
ANOTAÇÕES
2 Organicidade
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
3 Unicidade
4 Integridade ou Indivisibilidade
5 Cumulatividade
Descrição
318
competência da pessoa que o praticou, ou seja, a com-
petência é a função atribuída a cada órgão ou autori-
dade por lei, tem como característica ser irrenunciável,
imprescritível, inderrogável e improrrogável.
O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 (Lei que regula o
NOÇÕES BÁSICAS DE processo administrativo no âmbito da administração
pública), permite a delegação de competência, vejamos:
LEGISLAÇÃO Art. 12 Um órgão administrativo e seu titular pode-
rão, se não houver impedimento legal, delegar par-
te da sua competência a outros órgãos ou titulares,
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
NORMAS CONSTITUCIONAIS subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
SOBRE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E jurídica ou territorial.
SERVIDORES PÚBLICOS Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
aplica-se à delegação de competência dos órgãos
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA colegiados aos respectivos presidentes.
Segundo José Afonso da Silva (2017, p. 665), admi- O resultado do ato administrativo é o objeto, ou
nistração pública é o conjunto de meios institucionais, seja, é aquilo que o ato decide, como, por exemplo, a
financeiros e humanos destinados à execução das punição decorrente de uma multa de trânsito. O ele-
decisões políticas1. mento motivo são as razões de fato e de direito que
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras levaram a Administração Pública a praticar determi-
gerais e preceitos específicos no Capítulo VII, do Títu- nado ato, por exemplo, é a infração de trânsito que
lo III. São normas que tratam da organização, dire- deu origem a multa. A finalidade deve objetivar
trizes, remuneração e atuação dos servidores, acesso alcançar sempre o interesse público (definido em lei),
aos cargos públicos etc. Assim, a seguir, passaremos a é o resultado que a Administração Pública pretende
estudar as regras e preceitos específicos da Adminis- alcançar com determinado ato, por exemplo, a desa-
tração Pública. propriação por utilidade pública. Por fim, a forma é
manifestação do ato, por exemplo, publicar no Diário
NATUREZA E ELEMENTOS Oficial da União a nomeação do Servidor Público.
O Título III, da Constituição Federal, refere-se às
normas das orientações de atuação dos agentes admi- COMPETÊNCIA Atribuição legal para praticar o ato.
nistrativos, empregos públicos, responsabilidade civil OBJETO Resultado do ato, o que o ato decide.
etc., ou seja, trata-se da administração de bens e inte-
resse público. Assim, conclui-se que a administração MOTIVO Razões fáticas e jurídicas.
pública tem natureza de “múnus público”.
Os agentes públicos devem velar pela estrita Resultado que o ato deseja (interesse
FINALIDADE
observância dos princípios de legalidade, impessoa- público).
lidade, moralidade e publicidade no trato dos assun- FORMA Manifestação do ato.
tos que lhe são afetos. Em caso contrário, o agente
estará cometendo ato de improbidade administrativa PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sujeito as sanções e penalidades previstas na Lei nº
8429/1992. Os poderes que a Administração Pública possui são
exercidos quando o Estado assume a sua função admi-
Dica nistrativa. A função administrativa é exercida pelos
três poderes da República, de forma típica pelo exe-
A palavra múnus tem origem no latim e signifi- cutivo e de forma atípica pelo legislativo e judiciário.
ca dever, obrigação etc. O múnus público é uma Ainda, a Administração Pública não pode renun-
obrigação imposta por lei, em atendimento ao ciar aos poderes, sendo o seu exercício obrigatório.
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
poder público, que beneficia a coletividade e não A seguir, vamos falar sobre cada um dos poderes
pode ser recusado, exceto nos casos previstos atribuídos à Administração Pública.
Temos, a princípio, o poder vinculado que é o
em lei. Por exemplo: dever de votar, depor como
poder que a Administração Pública deve exercer
testemunha, atuar como mesário eleitoral, servi-
nos termos da lei. Quanto ao poder discricionário,
ço militar, entre outros2.
quer dizer que a Administração possui uma margem
de escolha entre as opções existentes na lei. Por sua
Toda vez que a administração pública pratica uma
vez, o poder normativo é aquele conferido ao Poder
ação que produz um efeito jurídico, chamamos de ato
Executivo para editar normas, por exemplo, conforme
administrativo que produz efeitos que podem criar, inciso IV, art. 84 da CF/88. Vejamos:
modificar ou extinguir direitos.
Os elementos dos atos administrativos são com- Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da
petência, objeto, motivo, finalidade e forma. Toda República:
vez que um ato é praticado deve se observar qual é a [...]
1 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 2017.
2 Disponível em <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/munus-publico.> Acesso
em: 12 out 2020. 319
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, a existência de várias Administrações Públicas: a
bem como expedir decretos e regulamentos para federal (da União), a de cada Estado (Administração
sua fiel execução; estadual), a do Distrito Federal e a de cada Municí-
pio (Administração municipal ou local), cada qual
Por conseguinte, o poder disciplinar é o poder submetida a um Poder político próprio, expresso por
que fundamenta a Administração Pública a aplicar uma organização governamental autônoma. (SILVA,
sanção disciplinar e apurar possíveis infrações dos 2017, p. 665).
servidores públicos. Importante frisar que os parti-
culares contratados pela administração pública tam- Conforme o art. 4º, do Decreto-Lei 200/1967, a Admi-
bém se sujeitam ao poder disciplinar, por exemplo, nistração Pública no Brasil compreende em administra-
estão sujeitos às penalidades impostas no art. 87 da ção direta e administração indireta.
Lei 8.666/1993.
Art. 4º A Administração Federal compreende:
Art. 87 Pela inexecução total ou parcial do con- I - A Administração Direta, que se constitui dos
trato a Administração poderá, garantida a prévia serviços integrados na estrutura administrativa da
defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: Presidência da República e dos Ministérios.
I - advertência; Exemplo: São os também os chamados entes políti-
II - multa, na forma prevista no instrumento convo- cos com autonomia para se organizar e editar suas
catório ou no contrato; normas.
III - suspensão temporária de participação em lici- II - A Administração Indireta, que compreende
tação e impedimento de contratar com a Adminis- as seguintes categorias de entidades, dotadas de
tração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; personalidade jurídica própria:
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
tar com a Administração Pública enquanto perdura-
c) Sociedades de Economia Mista.
rem os motivos determinantes da punição ou até que
d) fundações públicas.
seja promovida a reabilitação perante a própria auto-
Parágrafo único. As entidades compreendidas na
ridade que aplicou a penalidade, que será concedida Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
sempre que o contratado ressarcir a Administração em cuja área de competência estiver enquadrada
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo sua principal atividade.
da sanção aplicada com base no inciso anterior.
A Administração Pública direta é composta por
O poder hierárquico compreende a distribuição pessoas jurídicas de direito público regidas pelos
de competências no âmbito da Administração Pública, princípios da supremacia do interesse público sobre o
ou seja, é o escalonamento de competências e funções. particular e da indisponibilidade do interesse público.
Já o poder de polícia é quando o Estado coloca condi- Ainda, tem autonomia política (para editar normas),
ções (limites) ao exercício de direitos individuais, para administrativa (organização) e financeira (podem
garantia da ordem pública, segurança pública, inte- realizar auditoria das próprias contas, além da lei de
resse público e saúde pública. Por exemplo, a determi- responsabilidade fiscal), sendo que os Entes da Admi-
nação pela autoridade competente de fechamento de nistração Pública direta não possuem hierarquia. O
um estabelecimento comercial por vender produtos texto constitucional, no art. 18, dispõe da administra-
com prazo de validade vencido. ção direta, vejamos:
Cuidado para não confundir poder de polícia com Art. 18. A organização político-administrativa da
a prestação de serviço público que são ações positi- República Federativa do Brasil compreende a União,
vas, fazeres do Estado. O art. 78 do Código Tributário os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
Nacional traz o conceito do poder de polícia, observe: autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 78 Considera-se poder de polícia atividade A banca examinadora, ao formular uma questão,
da administração pública que, limitando ou dis- também pode se referir aos entes da Administração
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula Direta pelos seguintes nomes:
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à z �Entes Federados;
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da z �Entes Políticos;
produção e do mercado, ao exercício de atividades z �Pessoas Políticas;
econômicas dependentes de concessão ou autoriza- z �Administração Centralizada.
ção do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou Já as entidades da Administração Pública indire-
coletivos. ta são entidades criadas pela administração pública
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício direta (por meio de lei, tendo uma finalidade espe-
do poder de polícia quando desempenhado pelo cífica), que têm autonomia administrativa (para se
órgão competente nos limites da lei aplicável, com organizar), técnica (atribuições especificadas em lei)
observância do processo legal e, tratando-se de e financeira, ou seja, a Administração Pública indireta
atividade que a lei tenha como discricionária, sem é quando o serviço público é prestado pelo Estado de
abuso ou desvio de poder. forma descentralizada.
Fazem parte da Administração Pública indireta as
ORGANIZAÇÃO Autarquias, Fundações Públicas, Sociedade de Econo-
mia Mista e Empresas Públicas:
A organização no Estado Federal é complexa, por-
que a função administrativa é institucionalmente z Autarquias Federais são responsáveis pela fisca-
imputada a diversas entidades governamentais lização e regulamentação de atividades ligadas à
autônomas, que, no caso brasileiro estão expressa- telecomunicação, energia elétrica e petróleo. Ex.:
320 mente referidas no próprio art. 37, de onde decorre ANATEL, ANEEL, ANP;
z Fundações são entidades que executam ativida- No princípio da impessoalidade (ou princípio da
des sociais (pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucra- finalidade) o agente público sempre deve prezar pela
tivos. Ex.: FUNASA, FUNAI etc.; defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia
z Empresas Públicas são entidades em que 100% (tratar a todos sem privilégio) no exercício das fun-
do capital é público, podendo ser tanto uma socie- ções públicas.
dade anônima como uma sociedade limitada. Ex.: Já o princípio da moralidade está relacionado à
Correios e Caixa Econômica Federal; ideia de boa-fé e probidade, sendo que o agente deve
z Sociedade de Economia Mista deve ser criada atuar buscando o interesse público e evitar valer-se
necessariamente sobre a forma de uma sociedade do cargo público e do poder incumbido para se pro-
anônima (S.A). Seu capital é formado por dinheiro mover ou atender algum interesse individual.
público e privado. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras. No que tange ao princípio da publicidade, este
exige que a atuação do poder público seja transparen-
A administração direta exerce o chamado controle te e com acesso à informação a toda população, sendo
finalístico ou supervisão ministerial sobre a adminis- que as informações devem ser claras e publicadas no
tração indireta. Diário Oficial, ou em canais oficiais de publicidade
Ainda, a banca examinadora, ao formular uma (editais) conforme a lei de acesso à informação, assim
questão, também pode se referir aos entes da Admi- os cidadãos podem fiscalizar os atos praticados pelos
nistração Indireta com os seguintes nomes: agentes públicos.
No que concerne aos princípios, o princípio da efi-
z Entidade Administrativa; ciência, como o próprio nome já demonstra, refere-se
z Administração Pública Descentralizada; à atuação da administração pública com presteza e da
z A Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista maneira mais eficiente possível, por exemplo, a pres-
na prova também podem ser chamadas de: Empre- teza do agente público no atendimento em um hospi-
sas Estatais. tal, a fim de garantir que os pacientes sejam atendidos
de maneira ágil e possam ser assistidos pelo médico.
ADM. PÚBLICA ADM. PÚBLICA
DIRETA INDIRETA z Princípios implícitos
Entidade administra-
tiva. Além dos princípios expressos no art. 37 da Cons-
Entes políticos
FORMAÇÃO União - Estados - DF
Autarquias-fundações tituição, a Administração Pública também deve
públicas-sociedade de observar os da supremacia do interesse público,
- Municípios
economia mista – em- princípio da razoabilidade, princípio da propor-
presas públicas.
cionalidade, princípio da autotutela e princípio da
Pessoas jurídicas de segurança jurídica. Essas são as prerrogativas cha-
direito público, com Pessoas jurídicas de
autonomia política, direito público e priva-
madas de “princípios implícitos” que, apesar de não
NATUREZA administrativa e fi- do, com autonomia ad- estarem expressos na Constituição, também devem
nanceira. Entes po- ministrativa, técnica e ser observados pela Administração Pública.
líticos são PJ de DP financeira. Os princípios implícitos são obtidos por meio de
interno. uma construção lógica e doutrinária, ora, estão implí-
Não existe hierarquia citos no texto mesmo não aparecendo expressamente.
Não há subordinação
ESPECIFIDADES entre os entes; esses Por exemplo, o princípio da razoabilidade, não está
entre elas.
têm autonomia. escrito (expresso) na Constituição Federal, mas ele
também pode ser observado a partir do que dispõe o
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA ADMINISTRAÇÃO inciso LXXVIII, art. 5° da CF. Vejamos:
PÚBLICA
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra-
Os princípios específicos da Administração Pública tivo, são assegurados a razoável duração do pro-
estão fundamentados no caput do art. 37 da Constitui- cesso e os meios que garantam a celeridade de sua
ção, são os chamados princípios constitucionais explí- tramitação.
citos da administração pública, vejamos: NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Referente ao princípio da razoabilidade e pro-
Art. 37 A administração pública direta e indireta porcionalidade o agente público quando vai agir
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do deve praticar os atos de forma proporcional, para evi-
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos tar os excessos, serve de limite para os atos discricio-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- nários. Por exemplo, o inciso VII, do art. 132, da Lei nº
de, publicidade e eficiência [...]. Lei 8.112/90, prevê a demissão do servidor público em
caso de ofensa física, em serviço, entretanto no caso
Vamos à análise de cada um dos princípios expres- das carreiras policiais esse dispositivo deve ser anali-
sos no caput dispositivo em comento. sado com cautela, até pelo fato da necessidade do uso
No princípio da legalidade o agente público está de força física em alguns casos, sendo que esta não é
restringido ao que a lei o autoriza a fazer (compe- uma regra e deve ser analisada junto ao caso concreto.
tência de atuação), ou seja, deve atuar somente den- Já o princípio da supremacia do interesse públi-
tro dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o co se refere ao interesse público, devendo este sempre
agente pratica um ato que não está previsto em lei, sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse
este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente da sociedade prevalece sobre o interesse individual.
público recebe vantagem econômica de qualquer Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração 2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação
ou a prática de jogos de azar. pelo poder público para que ocorresse o isolamento 321
(lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu z Servidores públicos
direito fundamental de ir e vir restrito, diante da cala-
midade pública decretada, note que, o interesse da Os servidores públicos compreendem outras
coletividade deve ser sempre observado e ter prefe- quatro categorias: 1) Servidores investidos em cargos
rência em relação ao direito do particular. (estatutário); 2) Servidores públicos investidos em
No que tange ao princípio da autotutela, esse empregos (empregados públicos); 3) Servidores admi-
se refere ao poder que a Administração Pública tem tidos em funções públicas (comissionados); 4) Servido-
para anular seus próprios atos, ou seja, não depende res contratados por tempo determinado (temporários).
do poder judiciário para dar eficácia às suas práticas.
Por exemplo, a Previdência Social defere a con-
AGENTES PÚBLICOS
cessão de benefício previdenciário (por força de uma
interpretação errônea) a um determinado cidadão, PARTICULARES
AGENTE AGENTE
entretanto após identificar o erro à própria Previdên- EM
POLÍTICO ADMINISTRATIVO
cia Social pode cancelar esse benefício. COLABORAÇÃO
Por fim, o Princípio da segurança jurídica tem � Servidores Públi- � Militares � Agentes
por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia cos (estatutário) � Emenda Constitu- Honoríficos
de que o agente público irá desempenhar sua função � Empregados Pú- cional 18/1998 � Agente
observando as diretrizes da Administração Pública. blicos (celetista) Delegado
� Servidores � Agentes
Comissionados Credenciados
PRINCÍPIOS DA � Servidores
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Temporários
EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS
(art. 37, da CF/88) z Servidores públicos estatutários
“L I M P E” � Supremacia do Inte-
z Legalidade; resse Público; Estão sujeitos ao regime jurídico de direito públi-
z Impessoalidade; � Razoabilidade; co, ingresso por meio de concurso público, titulares de
z Moralidade; � Proporcionalidade; cargos efetivos. Ex.: Delegado e Analista.
z Publicidade; � Autotutela; O prazo de validade do concurso público será de
z Eficiência. � Segurança Jurídica. até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período
(inciso III, art. 37 da CF). Bem como, durante o pra-
O Agente público deve observar os princípios zo improrrogável previsto no edital de convocação, o
administrativos explícitos do art. 37 da CF e também candidato aprovado em concurso público de provas
os princípios implícitos da Administração Pública, ou de provas e títulos será convocado com priorida-
sendo que a não observância do mesmo resultará em de sobre novos concursados para assumir cargo ou
responsabilização criminal, civil e administrativa. emprego (inciso IV, art. 37 da CF).
Ainda, conforme inciso VI, art. 37, da CF, é assegu-
rado ao servidor público civil o direito à livre associa-
ção sindical.
O art. 41 da CF consagra estabilidade para os ser-
SERVIDORES PÚBLICOS vidores públicos após três anos de efetivo exercício
(estágio probatório), desde que cumpram os seguin-
Neste tópico de estudo, é importante não confun- tes requisitos: a) aprovação em concurso público;
dir agente público, agente político e agente adminis- b) nomeação; c) avaliação especial de desempenho.
trativo, pois a troca de uma simples palavra pode Vejamos o § 4º do mencionado dispositivo que deter-
mudar todo contexto e definição. mina a obrigatoriedade de comissão com a finalidade
A utilização da expressão agente público é um de avaliação para estabilidade:
termo genérico, pois abrange a todos que tem vínculo
com o Estado, inclusive aqueles que têm um vínculo § 4º Como condição para a aquisição da estabilida-
temporário e não remunerado. de, é obrigatória a avaliação especial de desempe-
Agentes políticos são os detentores de manda- nho por comissão instituída para essa finalidade.
to eletivo, chamados também de agentes de primei-
ro escalão, cargos previstos na CF/88, por exemplo: Após o estágio probatório o servidor público só
o Presidente da República, Senadores, Deputados, perderá o cargo em virtude de sentença transitada em
Ministros do STJ, Membros do Ministério Público etc. julgado, mediante processo administrativo, assegura-
Bem como, os agentes administrativos são aque- do a ampla defesa, ou mediante procedimento de ava-
les que exercem uma atividade sujeita a hierarquia liação periódica de desempenho, assegurada ampla
funcional, ocupantes dos cargos públicos, empregos defesa. Sobre esse tema, é importante a observância
públicos e funções públicas na administração direta do § 2° do art. 41 da CF, sobre eventual invalidade da
ou indireta da Federação. O acesso ao cargo ocorrerá demissão do servidor estável:
a partir de nomeação, concurso público ou designa-
ção, cabendo exercer atividade de forma remunerada § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
e profissional. servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
José Afonso da Silva (2017) preleciona que, confor- ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
me a Constituição Federal, os agentes administrativos de origem, sem direito a indenização, aproveitado
se repartem em dois grupos: servidores públicos e em outro cargo ou posto em disponibilidade com
322 militares. remuneração proporcional ao tempo de serviço.
z Empregados públicos: Os servidores investidos armadas são tratadas em capítulo diverso (art. 142), ou
em empregos têm regime jurídico de natureza seja, após a EC 18/1998 a Constituição passou a tratar de
trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Conso- forma diversa os militares, dividindo em dois capítu-
lidação das Leis do Trabalho). O ingresso também los. Conforme considerações de Alexandre de Moraes:
é por meio de concurso público, entretanto não
adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Ban- A organização e o regime únicos dos servidores
cário da Caixa Econômica Federal. públicos militares já diferiam entre si, até porque
o ingresso nas Forças Armadas dá-se tanto pela via
z Servidores comissionados: Os servidores investi-
compulsória do recrutamento oficial, quanto pela
dos em funções públicas são os que ocupam cargo
via voluntária do concurso de ingresso nos cursos
em comissão e são livremente nomeados ou exo- de formação dos oficiais; enquanto o ingresso dos
nerados por autoridade competente (inciso V, art. servidores militares das polícias militares ocor-
37 da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de car- re somente por vontade própria do interessado,
gos comissionados têm caráter transitório, ou seja, que se submeterá a obrigatório concurso público.
não gozam de estabilidade. (MORAES, 2011, p. 413)
z Servidores temporários: Os servidores temporá-
rios são contratados por tempo determinado em Entenda:
situações excepcionais de interesse público, exer-
cem função pública remunerada de caráter tem- MILITARES NA CF/88
porário, o vínculo com a administração pública
é contratual (contrato de direito público – não de Polícia Militar Forças Armadas
natureza trabalhista). Ex.: Professores, conforme Art. 42 da CF Arts. 142 e 143 da CF
a Lei nº 8745/1993 que dispõe sobre a contratação
Ingresso: Ingresso:
por tempo determinado para atender à necessida-
de temporária de excepcional interesse público. z Voluntário: median- z Compulsório
te aprovação em – recrutamento
Já os particulares em colaboração são pessoas concurso público z Voluntário – curso de
que transitoriamente prestam serviços para o Estado. formação
Vejamos:
Conforme art. 42 da CF, com base na hierarquia e
z Agentes Honoríficos: Solicitado para designar um disciplina, os militares dos Estados, Distrito Federal e
serviço específico, em função de sua honra para Territórios são compostos por membros das Polícias
colaborar com o Estado, sem remuneração e sem Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Ainda, o
vínculo. Ex.: Mesários eleitorais e Jurado. mencionado dispositivo no § 1º dispõe que os milita-
z Agente Delegado: É um particular autorizado a res são alistáveis e elegíveis, devendo ser observadas
realizar um determinado serviço público, remune- as regras do art. 14, § 8º da CF:
rado pela atividade executada, sem vínculo com a
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
administração. Ex.: Leiloeiro.
seguintes condições:
z Agentes Credenciados: Representam o Estado I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
com um objetivo específico, sendo remunerado afastar-se da atividade;
para executar a atividade determinada. Ex.: Pessoa II - se contar mais de dez anos de serviço, será
competente para representar o Brasil em deter- agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas-
minado evento em função de seu conhecimento sará automaticamente, no ato da diplomação, para
sobre tema específico. a inatividade.
3 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2018. 327
é insatisfatório, uma vez que o papel da Admi- z Jurisprudência, o conjunto de diversos julgados
nistração Pública evoluiu de forma que passou a num mesmo sentido;
desempenhar atividades que não podem ser consi- z Costumes jurídicos, tudo que for considerado
deradas como prestação de serviço público; uma conduta que se repete no tempo.
z Corrente teleológica: o Direito Administrativo
deve ser conceituado a partir da ideia de que certas Importante frisar que, das fontes mencionadas,
atividades desempenhadas devem alcançar um fim apenas a Lei é fonte primária do Direito Administra-
administrativo. Muito pouco utilizado, pelo fato de tivo, sendo o único veículo habilitado para criar dire-
que muitas vezes há grande dificuldade em estabe- tamente obrigações de fazer e não fazer. A doutrina, a
lecer qual é, exatamente, a finalidade do Estado; jurisprudência e os costumes jurídicos são considera-
z Corrente negativista: pelo fato de ser uma árdua das fontes secundárias.
tarefa, muitos autores decidem utilizar critério
negativo ao conceituar Direito Administrativo,
definindo que pertence a esse ramo do Direito
todas as questões que não pertencem a nenhum
outro ramo jurídico. Esse critério por exclusão PRINCÍPIOS
é bastante frágil e pobre e, por isso, não é muito
utilizado; NOÇÃO GERAL DE PRINCÍPIO
z Corrente funcional: é o critério predominante
entre os demais doutrinadores administrativos no Os princípios são a base de um ordenamento jurí-
Brasil. Ele define o Direito Administrativo como o dico, anteriores até mesmo à existência das normas,
ramo jurídico que estuda o aspecto legal da função pois influenciam no próprio processo legislativo.
administrativa, independentemente de quem este- Podem constar expressamente ou não, tendo como
ja encarregado de exercê-la (Administração Públi- característica terem enunciados genéricos, para apli-
ca, Poder Legislativo, concessionário etc). cação num máximo possível de situações.
Os princípios possuem alto nível de abstração,
Com base no critério funcional, convém fazer uma outra característica que irá permitir a sua aplicabili-
divisão do objeto do Direito Administrativo. Assim, dade a um grande número de situações.
o objeto imediato do Direito Administrativo são os Também poderão ser utilizados para análise da
princípios e regras que regulam a função adminis- validade de normas constantes do ordenamento jurí-
trativa. Por outro lado, temos como objeto mediato dico, assim como a sua correta interpretação.
do Direito Administrativo a disciplina das atividades, Não há hierarquia na aplicação dos princípios.
agentes, pessoas e órgãos que compõem a Administra- Eles devem ser interpretados de forma harmônica. No
ção Pública, o principal ente que exerce tal função. entanto, isso não impede que um ou outro esteja mais
presente quando da análise de uma situação concre-
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ta. Nesse ponto, não falaremos de hierarquia, mas da
mera aplicabilidade do princípio à situação concreta
As fontes do Direito são os elementos que dão ori- trazida à análise.
gem ao próprio direito. O Direito Administrativo tem Vamos enumerar as características dos princípios
algumas peculiaridades em relação a suas fontes que colocadas até então:
são importantes para nossos estudos.
Relembrando que o Direito Administrativo não é z Generalidade;
ramo jurídico codificado. A matéria encontra-se de z Abstração;
um modo muito mais amplo. É possível verificar nor-
z Ausência de hierarquia entre si;
mas administrativas presentes, como exemplos, na
z Interpretação e validação de regras.
Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, que esta-
belece os membros da Administração Pública e seus
Vejamos agora sobre as regras. Elas serão menos
princípios; na Lei nº 8.666/1993, que dispõe sobre nor-
genéricas e abstratas. Ainda que aplicáveis eventual-
mas de licitações e contratos administrativos; na Lei
mente a várias situações correlatas, elas já procuram
nº 8.987/1995, que regulamenta as concessões e per-
missões de serviços públicos para entidades privadas; se aproximar da realidade dos fatos, apresentando
entre outros. comandos mais claros e concretos.
É costume dividir as fontes de Direito Administrati- No Brasil temos alguns critérios que podem ser uti-
vo em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes lizados para a solução do conflito entre regras:
primárias são aquelas de caráter principal, capazes de
originar normas jurídicas por si só. Já as fontes secun- z Hierárquico: prevalece a de maior hierarquia. Ex.:
dárias são derivadas das primeiras, por isso possuem CF/88 sobre qualquer norma interna;
caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, inter- z Cronológico: prevalecerá a lei mais nova sobre o tema;
pretação e aplicação das fontes de direito primárias. z Especialidade: prevalecerá a lei mais específica
sobre o tema.
São fontes de Direito Administrativo:
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
z Legislação em sentido amplo, seja na Constituição,
seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer O regime jurídico pode ser definido como o con-
veículo normativo. junto de normas que irá orientar uma determinada
z Doutrina, todo o trabalho científico realizado por relação jurídica. Vejamos dois exemplos para que,
um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer desde já, seja possível ter em mente que esse conjunto
328 jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento; de normas poderá variar de acordo com a situação.
O primeiro deles seria um desentendimento seu com Veja que a aplicabilidade do caput é bastante am-
seu vizinho em uma eventual construção irregular, que pla: todos os poderes, todas as esferas, administração
extrapola o direito de um e invade o direito do outro. direta e indireta.
Num segundo momento, imagine que você foi fla- Você deve decorar esses princípios, fazendo uso do
grado por uma viatura policial ao avançar um sinal famoso LIMPE, que traz a inicial de cada um dos prin-
vermelho em alta velocidade. cípios constantes do caput.
Veja que, em que pese caber discussões de defesa
de direitos em ambos os exemplos, as normas aplicá- Legalidade
veis aos casos não são as mesmas. No primeiro exem-
plo, há uma clara igualdade, o que não ocorre no O princípio da legalidade tem sua origem no pró-
segundo momento. prio estado de Direito. Vejamos o art. 1º da Constituição.
Para começar a entender o regime jurídico-admi-
nistrativo, ou seja, o regime jurídico ao qual se submete Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
a Administração Pública quando da sua atuação, deve- pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
remos entender dois princípios, chamados pela doutri- do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
na em Direito Administrativo de supra princípios ou crático de Direito e tem como fundamentos:
princípios implícitos da Administração Pública:
Em um Estado de Direito, a vida das pessoas, assim
z Supremacia do interesse público; como também do Estado, será pautada no que cons-
z Indisponibilidade do interesse público. tar da lei. No entanto, a interpretação do princípio da
legalidade terá abordagens diferentes quando olhar-
Com base na supremacia do interesse público serão
mos para o particular ou para o agente público.
criadas prerrogativas para proteger o interesse públi-
Vejamos a legalidade aplicável ao particular, cons-
co diante do interesse particular. Exemplo: presunção
tante do art. 5º da Carta Magna.
de veracidade e legitimidade dos atos administrativos.
Já a indisponibilidade do interesse público irá im-
Art. 5º [...]
por restrições ao uso da coisa pública, também com in-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
tuito de proteção: inalienabilidade condicionada dos
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
bens públicos.
Importante ressaltar que a Administração Pública
Veja que o mandamento para o particular é permis-
nem sempre estará atuando sob este regime jurídi-
sivo. Ele poderá fazer tudo que não estiver proibido em
co-administrativo, apesar de esta ser a regra. Have-
rá situações em que a Administração Pública estará lei. Será obrigado a algo apenas quando da lei constar.
atuando de igual para igual com o particular, sujeita Essa não é a interpretação do princípio da legalidade
a um regime de direito privado. Portanto, dito isso, para o agente público. Aqui já cabe falar em legalidade
vamos organizar essa parte do raciocínio. administrativa. Ao agente público será permitido tudo
que a lei autorizar ou mandar. Ou seja, a relação é opos-
z Regime jurídico de direito público: conceito restri- ta. Não é um mandamento permissivo, mas restritivo.
to (regime jurídico-administrativo);
z Regime jurídico de direito privado. Impessoalidade
Há, ainda, a possibilidade de obtenção de informa- Visto também em atos administrativos, o princípio
ções por parte dos administrados, trazida no art. 5º da veracidade e da legitimidade informam que a atua-
da CF/88. ção da Administração Pública estará conforme a lei e
conforme a verdade dos fatos.
Art. 5º [...] Trata-se de presunções relativas, ou seja, o par-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos ticular que se julgar prejudicado poderá se insurgir
públicos informações de seu interesse particular, contra os atos da Administração Pública. No entanto,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- tais presunções têm como consequência a inversão
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, do ônus da prova, devendo o particular provar que a
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível Administração Pública está errada, seja em processo
330 à segurança da sociedade e do Estado; administrativo ou judicial.
Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade Princípio da Segurança Jurídica
Não há unanimidade na doutrina na forma como O princípio da segurança jurídica tem como obje-
se correlacionam esses dois princípios. No entanto, tivo conferir estabilidade às relações jurídicas. Por
passaremos aqui a leitura que nos parece mais fre- meio dele busca-se proteger:
quente em provas.
Entenderemos a proporcionalidade como um sub- z Direito adquirido;
princípio da razoabilidade. A proporcionalidade é z Coisa julgada;
fácil de ser entendida quando falamos da duração de z Ato jurídico perfeito.
um processo judicial ou administrativo. Aliás, direito
constante do art. 5º da CF/88. Tal princípio do Processo Administrativo Federal, em
que há vedação expressa à aplicação retroativa de nova
Art. 5º [...] interpretação de norma, privilegia a estabilidade das
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, relações e situações jurídicas previamente estabelecidas.
são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. ATOS ADMINISTRATIVOS
Já para entender a proporcionalidade eu vou pedir Para o Direito, os atos são aqueles capazes de moti-
que você imagine um outro cenário. Imagine uma mul- var efeitos jurídicos. Logo, assim como as pessoas na
vida privada, a Administração Pública também prati-
tidão de manifestantes que possuem alguns objetos
ca atos, os quais possuem potencial de produzir efei-
que podem causar danos ou ferimentos, mas sabe-se
tos jurídicos diversos.
que não possuem arma de fogo. Caso haja necessidade
Para Hely Lopes Meirelles, atos administrativos
de conter os manifestantes, seria razoável por parte do são as manifestações de vontade da Administração
policiamento o uso de armamentos não letais. Pública que objetivam adquirir, resguardar, transfe-
No entanto, dentro dessa escolha correta o agente rir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor
público deverá medir o correto uso desse meio. Não obrigações aos particulares ou a si própria. Isso signi-
poderá usar indiscriminadamente o material, uma fica que a Administração, antes mesmo de iniciar sua
vez que ele é adequado. O uso desproporcional de atuação, deve expedir uma declaração que exprime a
um material adequado àquela situação poderá trazer sua vontade de realizar o referido ato.
problemas aos administrados. Importante frisar o caráter infralegal dos atos
administrativos, pois imprescindível é a submissão da
Princípio da Continuidade do Serviço Público Administração Pública, seus agentes e órgãos à sobe-
rania popular.
Os serviços públicos garantem serviços essenciais
à população, por isso não podem, como regra, serem
interrompidos, mas fornecidos permanentemente. Importante!
Tal importância traz impacto inclusive no direito É imprescindível que o ato administrativo este-
de greve de servidores públicos. ja previsto em lei, sendo que seu conteúdo não
pode ser contrário a ela (contra legem), mas
Art. 37 [...]
deve complementá-la, apresentando, então, uma
VII - o direito de greve será exercido nos termos e
nos limites definidos em lei específica; conformidade (secundum legem).
A Lei nº 8.987/95, que trata de concessão de servi- REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
ços públicos, traz a mitigação da exceção do contrato
não cumprido (exceptio non adimpleti contractus). Um
Os requisitos ou elementos dos atos administrati-
concessionário que tenha perante si uma Administra-
ção Pública inadimplente, só poderá romper o contra- vos são assuntos com imensa divergência doutrinária.
to depois da apreciação da Justiça, diferentemente do A maioria dos concursos públicos ainda adota a con-
que permite a lei entre particulares. cepção mais clássica dos requisitos dos atos adminis-
trativos e, por isso, daremos maior destaque a ela. NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
De modo geral, a corrente clássica, defendida por
Dica
autores, como Hely Lopes Meirelles, tende a dispor
Exceptio non adimpleti contractus: princípio cinco requisitos dos atos administrativos para a sua
decorrente do estudo de contratos em Direito formação, utilizando, como inspiração, o preceito legal
Civil que permite a uma parte contratante não disposto no art. 2º da Lei nº 4.717/1965. São eles:
cumprir seu contrato diante da inadimplência do
outro contratante. a) competência;
b) objeto;
Segundo o mesmo diploma normativo, teremos c) forma;
duas situações em que não restará caracterizada a d) motivo;
descontinuidade dos serviços: e) finalidade.
A autoexecutoriedade permite que a Administra- z Atos vinculados: são aqueles praticados pela
ção Pública possa realizar a execução material de seus Administração Pública sem nenhuma liberdade
atos. A expressão “auto” advém do fato de que o Poder de atuação. A lei define todas as margens de sua
Público não necessita de autorização judicial para des- conduta. Havendo vício no ato vinculado, pode-se
constituir a situação irregular e violadora da ordem pleitear a sua anulação, pois trata-se de vício de
jurídica, o que a difere da exigibilidade, que não tem o legalidade. É o caso, por exemplo, da concessão de
condão de, por si só, desconstituir a irregularidade do aposentadoria para o contribuinte beneficiário; 333
z Atos discricionários: a lei também estabelece Quanto aos Efeitos
uma série de regras para a prática de um ato, mas
deixa certo grau de liberdade ao agente público, z Atos constitutivos: são aqueles que geram uma
que poderá optar por um entre vários caminhos nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser
igualmente válidos. Há uma avaliação subjetiva pela outorga de um novo direito, como permissão de
prévia à edição do ato. É o caso das permissões uso de bem público, ou a imposição de uma obriga-
para o uso de bem público. No caso de o ato dis- ção, como estabelecer um período de suspensão;
cricionário não ser mais conveniente e oportuno
para a Administração Pública, a solução mais cor- z Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma
reta para sua extinção é a revogação; situação já existente, seja de fato ou de direito. Não
cria, transfere ou extingue situação jurídica, ape-
Quanto à Formação de Vontade nas a reconhece. É o caso da expedição de uma cer-
tidão de tempo de serviço;
z Atos simples: são aqueles que nascem da manifes-
tação de vontade de apenas um órgão, seja ele uni- z Atos modificativos: são os que tem capacidade de
pessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado alterar a situação já existente, sem que seja extin-
(composto por várias pessoas). O ato que altera ta. Todavia, não tem o condão de criar direitos e
o horário de atendimento da repartição pública, obrigações. Exemplo: a alteração do horário de
emitido por uma única pessoa, bem como a deci- atendimento da repartição;
são administrativa do Conselho de Contribuintes
do Ministério da Fazenda, que expressa vontade z Atos extintivos: também denominados atos des-
única apesar de ser órgão colegiado, são exemplos constitutivos, são aqueles que põem termo a um
de atos simples; direito ou dever pré-existentes. Exemplo: a demis-
são de servidor público.
z Atos complexos: são aqueles que se formam pela
união de várias vontades, isso é, que necessitam da Quanto ao Objeto
manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
diferentes para a sua formação. Enquanto todos os z Atos de império: são aqueles praticados pela
órgãos competentes não se manifestarem da for- Administração em posição de superioridade
ma devida, o ato não estará perfeito; perante os particulares, como na imposição de
multa por infração administrativa;
z Atos compostos: é aquele que advém de mani- z Atos de gestão: são expedidos pela Administração,
festação de apenas um órgão. Porém, para que em posição de igualdade em relação aos administra-
produza efeitos, depende da aprovação, visto, dos. É o caso da alienação de bem público;
ou anuência de outro ato, que o homologa, como z Atos de expediente: são atos internos, elaborados
condição para a executoriedade daquele ato. Cos- por autoridade subalterna, que não tem capacida-
tuma-se afirmar que o ato posterior é acessório de decisória. Exemplo: numeração dos autos no
do anterior, pois a manifestação do segundo ato processo judicial.
não possui a mesma matéria do primeiro: ele ape-
nas complementa a aplicação deste. Exemplo: a
Quanto à Exequibilidade
nomeação de servidor público, que deve sempre
anteceder a sua aprovação em concurso público. z Atos perfeitos ou imperfeitos: a perfeição diz
respeito aos atos que completaram seu processo de
Quanto aos Destinatários formação, isso é, que já apresentam todos os cinco
elementos do ato administrativo (agente, forma,
z Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter finalidade, objeto e motivo). Por outro lado, atos
abstrato e impessoal. Seus destinatários são mui- imperfeitos são os que ainda não completaram seu
tos, mas unidos por características em comum, que processo de formação, seja porque carecem de um
os faz destinatários do mesmo ato. Para produzi- dos cinco elementos, seja porque recai uma condição
rem seus efeitos, já que externos, devem ser publi- suspensiva que impede que o ato se torne perfeito;
cados na imprensa oficial. Exemplos: os editais de
concurso público, as instruções normativas; z Atos válidos ou inválidos: a validade não é sinô-
nimo de perfeição, uma vez que possui relação
z Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo com o ordenamento jurídico, e não com os elemen-
definido de destinatários. É o caso, por exemplo, tos constitutivos. Todo ato administrativo válido
de alteração de horário de funcionamento de uma deve ter uma norma jurídica como fundamento,
repartição pública. Tal ato, evidentemente, somen- caso contrário, é considerado um ato ilícito (inváli-
te é do interesse daqueles funcionários. A publici- do), podendo ser anulado;
dade é atendida apenas com a comunicação dos
interessados, visto que é um ato interno da Admi- z Atos eficazes ou ineficazes: o critério analisado
nistração Pública; aqui é a eficácia dos atos administrativos. Ato efi-
caz é aquele que já está produzindo efeitos concre-
z Atos individuais: são aqueles destinados a ape- tos. São considerados eficazes porque sobre eles não
nas um único destinatário. Exemplo: a promoção recai nenhum prazo ou condição suspensiva. Já os
de um determinado servidor público. A exigência atos ineficazes são aqueles que não podem produ-
da publicidade depende somente da comunicação zir seus efeitos, seja por motivos de perfeição, seja
do interessado, não há necessidade de publicação pela ausência de um outro ato administrativo que
334 pelo Diário Oficial. o homologue. É o caso, por exemplo, da investidura
de candidato em um cargo público. Tal ato por si INVALIDAÇÃO E EXTINÇÃO DOS ATOS
só é ineficaz, se o candidato não tiver, além de ser ADMINISTRATIVOS
aprovado em concurso público, realizado outro ato
Os atos administrativos possuem um ciclo de
que é a assinatura do termo de posse.
vida. Eles são criados, começam a produzir efeitos e,
Alguns autores, como, Celso Antônio Bandeira depois de um tempo, desaparecem. Vamos analisar
de Mello salientam que há uma mescla dessa última com mais detalhes justamente o desaparecimento
dos atos administrativos, embora seja preferível uti-
classificação, o que significa que o ato administrativo
lizar o termo “extinção” (ou “invalidação”) dos atos
pode se encontrar de diversas formas, tais como: a)
administrativos.
perfeito, válido e eficaz; b) perfeito, válido e ineficaz;
Para melhor compreensão do tema, a doutrina
c) perfeito, inválido e ineficaz; ou ainda d) imperfeito,
utiliza-se de uma sistematização das formas de extin-
inválido e ineficaz.
ção dos atos administrativos. A principal divisão que
Os critérios apresentados não são exaustivos: há deve ser feita é em relação à produção de efeitos: exis-
outras formas de classificação dos atos administrati- tem atos administrativos eficazes e atos ineficazes.
vos adotadas por diversos autores. Escolhemos apre- Quando ineficaz, o ato pode ser extinto pela retirada,
sentar aqueles que têm mais chances de aparecer em ou pela sua recusa pelo beneficiário. Tratando-se de
uma questão de prova. atos eficazes, há quatro formas de extinção dos atos
administrativos:
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
z Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efei-
Os atos administrativos tipificados pela legislação
tos: é a extinção que ocorre pelo cumprimento
brasileira são diversos. Por isso, também é utilizado,
integral dos efeitos do ato administrativo. É a
para fins didáticos, uma sistematização dos atos admi- extinção natural esperada por todo ato adminis-
nistrativos. A doutrina divide os atos administrativos trativo. Pode ocorrer mediante:
previstos da legislação em cinco espécies distintas:
esgotamento do conteúdo, como a vacina-
z Atos normativos: são aqueles que apresentam ção de enfermos após expedição de ordem de
comandos gerais e abstratos para o cumprimento entrega das vacinas;
da lei. Alguns autores, inclusive, chegam a consi- execução da ordem, como o guinchamento de
derar tais atos “leis em sentido material”. São atos veículo;
normativos: os decretos e regulamentos; as instru- implemento de condição resolutiva ou termo
ções normativas; os regimentos; as resoluções; e as final, como o prazo final para renovação da CNH;
deliberações;
z Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da
z Atos ordinatórios: correspondem a manifesta- pessoa ou objeto: os atos administrativos podem
ções internas da Administração Pública decorren- tratar das pessoas ou coisas. Desaparecendo um
tes do poder hierárquico, estabelecendo regras de desses elementos, o ato extingue-se automatica-
funcionamento de seus órgãos internos e regras mente, pois perdeu a sua utilidade. As pessoas
de conduta de seus agentes. Tais atos não podem “desaparecem” com seu falecimento, como a mor-
disciplinar as condutas dos particulares. São atos te de servidor público que receberia promoção; e
ordinatórios: as instruções; as circulares; os avi- as coisas com a sua ruína ou destruição, como o
sos; as portarias; os ofícios; as ordens de serviço; desabamento de prédio que recebeu licença para
os despachos; entre outros; a sua reforma.
z Atos negociais: são aqueles que manifestam a z Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio
vontade da Administração em consonância com beneficiário abre mão da situação proporcionada
o interesse dos particulares. Exemplos: a licença, pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de
a autorização, a permissão, a concessão, a apro- cargo público a pedido do seu ocupante;
vação, a homologação, a renúncia, etc. Os atos
z Retirada do ato: é a forma mais importante de
negociais podem ser vinculados (licença) ou discri-
extinção dos atos administrativos, para os concursos NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
cionários (autorização), definitivos ou precários,
públicos. É a extinção que se dá pela expedição de um
sendo passíveis de revogação pelo Poder Público segundo ato, elaborado para extinguir ato adminis-
a qualquer tempo. A característica especial desses trativo anterior a ele. Comporta cinco modalidades,
atos é que eles não disciplinam direitos, e sim inte- que serão vistas com maiores detalhes: revogação,
resses dos particulares; anulação, cassação, caducidade e contraposição.
z Atos enunciativos: também denominados “atos Revogação
de pronúncia”, são aqueles que certificam, ou ates-
tam a existência de uma situação jurídica peculiar. Revogação é a extinção de ato administrativo que
Tais atos possuem caráter predominantemente se encontra perfeito e apto a produzir seus efeitos,
declaratório. São atos enunciativos: as certidões; praticado pela própria Administração Pública. Essa
os atestados; os pareceres etc; remoção é fundada em razões de conveniência e opor-
tunidade, sempre almejando a proteção do interesse
z Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são público. Nessa hipótese, ocorre uma causa superve-
os atos que aplicam sanções aos particulares, ou niente, que altera o juízo de conveniência e oportu-
aos servidores que pratiquem condutas irregula- nidade sobre a permanência de ato discricionário,
res, nos termos da lei. São atos punitivos: as mul- obrigando a Administração a expedir um segundo ato
tas, as interdições; e a destruição de coisas. capaz de revogar esse ato anterior. 335
O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da tunc. Em regra, não gera ao particular direito à inde-
Lei nº 9.784/1999: nização pela anulação de ato ilegal, salvo se compro-
var ter sofrido dano anormal para ocorrência, do qual
Art. 53 A Administração deve anular seus próprios não tenha participado.
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni- Cassação
dade, respeitados os direitos adquiridos.
Sobre o mesmo assunto, a Súmula nº 473, do STF: São hipóteses em que o administrado deixa de
preencher condição necessária para a permanência
Súmula nº 473 A administração pode anular seus da referida vantagem. Exemplo: habilitação da CNH
próprios atos, quando eivados de vícios que os tor- cassada por ser pessoa enferma.
nam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou opor- Caducidade
tunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res-
salvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Também denominada decaimento, consiste na
modalidade de extinção de ato administrativo em con-
Por se tratar de questão de mérito, a revogação
sequência de norma jurídica superveniente, a qual
somente pode ser decretada pela própria Administra-
impede a permanência da situação anteriormente
ção Pública. É, também, decorrência do princípio da consentida. Como não pode produzir efeitos automati-
autotutela: a Administração Pública tem competência camente, é necessária a prática de um ato secundário,
para anular e revogar seus atos, sendo descabida a determinando a extinção do ato decaído. Exemplo:
manifestação do Poder Judiciário nos atos adminis- perda do direito de comercializar em área que passa a
trativos discricionários. A revogação é elaborada pela ser considerada exclusivamente residencial.
mesma autoridade que praticou o ato principal.
O ato revocatório é sempre secundário, consti- Contraposição
tutivo e discricionário. Seu objeto será sempre o ato
administrativo ou a relação jurídica anterior perfei- É o modo de extinção que ocorre com a expedição
ta e eficaz, destituído de qualquer vício. A revogação de um segundo ato, fundado em competência diversa,
atinge somente os atos discricionários: para os atos cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial. É uma
vinculados, a medida cabível é a anulação. espécie de revogação praticada por autoridade distinta
Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não da que expediu o ato inicial. Exemplo: nomeação de um
pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso funcionário anteriormente exonerado de seu cargo.
significa que a revogação produz efeitos futuros, não
retroativos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particu- CONVALIDAÇÃO, PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DO
lar, que se sentiu prejudicado com a referida medida, ATO ADMINISTRATIVO
ingressar em juízo com pedido de indenização contra
a Administração. Apesar de termos visto diversas formas de extin-
ção dos atos administrativos, isso não significa que
Anulação qualquer vício é capaz de retirar tal ato do seu campo
de atuação. Existe a possibilidade desses atos serem
É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois corrigidos, terem seus vícios sanados, para que vol-
carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi- tem a surtir seus efeitos benéficos em toda a socieda-
nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário. A de. Essa é a hipótese da convalidação (ratificação) dos
anulação deriva do próprio princípio da legalidade e auto- atos administrativos.
tutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei nº A convalidação está prevista no art. 55 da Lei nº
9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF. 9.784/1999, que assim expõe:
A anulação realizada pela própria Administra-
ção ocorre mediante a expedição de ato anulatório. Art. 55 Em decisão que esteja evidente que não
Suas características principais são: é ato secundá- acarretare lesão ao interesse público nem prejuí-
rio, constitutivo e vinculado. Tanto a Administração zo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
como o Poder Judiciário podem decretar a anulação sanáveis poderão ser convalidados pela própria
de ato administrativo. Outra característica importan- Administração.
te é o prazo definido pelo caput do art. 54 da Lei nº
9.784/1999: Assim, todo ato que contém algum vício, estando
apto a produzir efeitos, e desde que esse vício não
O direito da Administração de anular os atos admi- seja insanável, podem ser convalidados. Somente os
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para elementos da forma e da competência podem sofrer
os destinatários decai em cinco anos, contados da convalidação.
data em que foram praticados, salvo comprovada Mas a Administração não pode extinguir seus pró-
má-fé”. O prazo decadencial de cinco anos é atribu- prios atos a qualquer tempo, pois existe um prazo
to exclusivo da anulação. para tanto, o qual denomina-se prescrição (no sen-
tido de decadência) administrativa. Essa nomencla-
Por fim, em relação a seus efeitos, é importante fri- tura pode ser um pouco confusa, pois, na verdade, a
sar que o ato nulo (aquele que carece de legalidade) prescrição e a decadência tratam de duas coisas dis-
tem o seu defeito constatado desde a sua concepção. tintas. O correto seria dizer que há um prazo deca-
Por isso, a anulação deve desconstituir os efeitos des- dencial para a Administração exercer o seu direito de
de a data da prática daquele ato. Podemos afirmar, revisar os seus próprios atos. Ocorre que, para exer-
336 então, que a anulação possui efeito retroativo, ou ex cer esse direito, deve a mesma ingressar com uma
ação no Judiciário e, sobre essa ação, recai um prazo e ministérios. Administração Pública Indireta são as
prescricional. Assim, a prescrição atinge somente o pessoas jurídicas autônomas, que podem ser direito
direito de exercício da ação cabível, enquanto que público ou de direito privado. São, de modo geral, as
a decadência atinge o direito em si. Em suma, não autarquias, as fundações, as empresas públicas e as
é porque ocorreu a decadência do direito da Adminis- sociedades de economia mista.
tração de anular o próprio ato que ela mesma criou, Apesar de ser parte da legislação federal, o Código
que esse ato não possa ser anulado pelo Poder Judiciá- de Ética é cobrado em concursos públicos para cargos
rio, dentro do processo judicial. em órgãos estaduais e municipais, pois ele serve como
A decadência existe para proteger os vínculos e parâmetro para todos os servidores em geral.
relações jurídicas travados entre a Administração
Pública e os particulares, garantindo maior segurança Das regras deontológicas
jurídica, impedindo que o particular seja surpreendi-
do por uma situação que ficou no passado. A sessão das regras deontológicas é a parte mais
E qual é esse prazo da decadência administrativa? importante do Código de Ética dos servidores públi-
Segundo o caput do art. 54 da Lei nº 9.784/1999, cos, pois é a parte que mais costuma cair em questões
de prova.
Art. 54 O direito da Administração de anular os Costuma-se definir deontologia como o conjunto
atos administrativos de que decorram efeitos favo- de princípios e regras de conduta ou deveres de uma
ráveis para os destinatários decai em cinco anos, determinada profissão. Significa que cada profissio-
contados da data em que foram praticados, salvo nal deve ter a sua deontologia própria para regular o
comprovada má-fé.
exercício da profissão, de acordo com o código de ética
de sua categoria. Assim, as regras deontológicas são as
Sobre o prazo da prescrição do processo adminis- regras de conduta que todo servidor público deve ter,
trativo, não há um dispositivo legal que trata sobre o no exercício de suas atribuições.
tema. Porém, é entendimento preponderante da juris- São ao todo treze regras deontológicas, e, por sua
prudência que ocorre a prescrição quando o processo importância, é necessário vê-las e fazer alguns comen-
administrativo fica paralisado por mais de 3 (três) anos. tários, uma a uma.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
ciência dos princípios morais são primados maiores
Ética no Serviço Público é uma matéria que possui que devem nortear o servidor público, seja no exercí-
duas partes: uma mais teórica e outra mais jurídica. cio do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o
A parte teórica não será o enfoque de nossos estu- exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
dos, pois ela não foi expressamente cobrada nos edi- atos, comportamentos e atitudes serão direcionados
tais do referido concurso. O estudo da origem da ética, para a preservação da honra e da tradição dos ser-
da moral, seus aspectos filosóficos, esses pontos não viços públicos.
são importantes no presente momento.
Dignidade e decoro possuem definições muito simila-
Vamos nos aprofundar mais na parte jurídica da
res. Significa agir com respeito as instituições. É se com-
matéria. De início, cumpre apontar alguns pontos
portar de acordo com a função que o profissional ocupa.
importantes do Código de Ética Profissional do Ser-
Zelo é a dedicação do servidor ao serviço.
vidor Público Federal, disposto na parte anexa do
Eficácia é a capacidade que o servidor tem de resol-
Decreto nº 1.171/1994.
ver os problemas concernentes ao seu serviço, gerando
resultados positivos.
DECRETO Nº 1.171/ 1994 – CÓDIGO DE ÉTICA
Consciência dos princípios morais é ter conheci-
PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO
mento da ordem moral, da ética, do respeito mútuo etc.
PODER EXECUTIVO FEDERAL
Ao dizer que a dignidade, decoro, zelo, eficácia e
consciência dos princípios morais são primados maio-
Noções gerais
res, significa que tais características devem servir de
base para a atuação do servidor, tanto no exercício do
Como já mencionamos, o Decreto nº 1.171, de 22 de
serviço público quanto fora dele. É por isso que a parte
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
junho de 1994, é o instrumento normativo que apro-
final da regra diz: Seus atos, comportamentos e atitu-
va o Código de Ética Profissional do Servidor Público
des serão direcionados para a preservação da honra e
Civil do Poder Executivo Federal.
da tradição dos serviços públicos.
Preliminarmente, é importante destacar a quem
se aplica o referido Código de Ética. Nesse sentido, o II - O servidor público não poderá jamais desprezar
artigo 2º disciplina que o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
Pública Federal direta e indireta implementa- e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
rão, em sessenta dias, as providências necessá- e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
rias à plena vigência do Código de Ética, inclusive 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
mediante a Constituição da respectiva Comissão de
Ética, integrada por três servidores ou empregados Um exemplo de hipótese em que o servidor despre-
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. za o elemento ético de sua conduta é aquela em que
o servidor age com base no pensamento “se a lei não
Para relembrar: Administração Pública Direta é a me proíbe, então eu posso fazer isso”. O servidor pre-
União, os Estados, Municípios, o Distrito Federal, e os cisa conhecer as necessidades do seu serviço, sobretu-
seus respectivos órgãos, secretarias, departamentos do aquelas de natureza ética, ele não pode apenas se 337
submeter à vontade da lei (se apegar demais ao princí- termos da lei, a publicidade de qualquer ato admi-
pio da legalidade). Deve decidir principalmente entre o nistrativo constitui requisito de eficácia e moralida-
honesto e o desonesto. de, ensejando sua omissão comprometimento ético
contra o bem comum, imputável a quem a negar.
III - A moralidade da Administração Pública não
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo A publicidade é um fator de legalidade. Para que o
ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem ato possa ser considerado eficaz, ele deve ser público,
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida- de conhecimento de todos. Além disso, ainda que tais
de, na conduta do servidor público, é que poderá informações não tenham sido abertas para o público,
consolidar a moralidade do ato administrativo. ela deve ser concedida para todos aqueles que a soli-
citarem. Esse é o mandamento geral da Lei de Acesso
A moralidade está prevista no caput do artigo 37 da à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de
CF/1988, como um princípio norteador da Administra- 2011). A publicidade está intimamente ligada à noção
ção Pública. É nessa regra deontológica que vemos o con- de transparência, pois um ato público é muito mais
teúdo, o significado dessa moralidade administrativa. fácil de sofrer controle fiscalizatório por parte da
Com a Constituição Federal de 1988, a moralidade população do que um ato sigiloso.
foi elevada para o mesmo padrão da legalidade. Assim,
um ato administrativo pode ser considerado ilícito, VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
mesmo sendo legal, pelo simples fato de ser ato imoral. não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
A moralidade é consolidada quando há equilíbrio entre aos interesses da própria pessoa interessada ou
a legalidade e a finalidade do ato administrativo. da Administração Pública. Nenhum Estado pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
IV - A remuneração do servidor público é custeada do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como quanto mais a de uma Nação.
contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de Essa regra dispõe sobre o dever do servidor públi-
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como co de falar a verdade, ele não pode dela se omitir, ou
consequência, em fator de legalidade. falsificá-la, ainda que tal verdade seja contrária aos
seus interesses, da Administração, ou até mesmo do
A moralidade se integra com o Direito. Para que o interessado.
ato seja considerado legítimo e correto, precisa obede- O erro e a mentira não podem ser considerados
cer ao princípio da moralidade. bases de uma Nação, muito menos da conduta do ser-
A moralidade é exigida justamente pelo fato de vidor público.
que todos custeiam a remuneração do servidor públi-
co. Por isso, qualquer pessoa pode “cobrar” a morali- IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
dade do servidor. dedicados ao serviço público caracterizam o esfor-
ço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano
perante a comunidade deve ser entendido como acrés-
a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
ser considerado como seu maior patrimônio.
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
de boa vontade que dedicaram sua inteligência,
O servidor público serve, como o nome diz, ao seu tempo, suas esperanças e seus esforços para
público. Assim, quando ele trabalha com moral e dig- construí-los.
nidade, seu trabalho é visto como acréscimo ao seu X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à
próprio bem-estar. O seu êxito é muito importante, espera de solução que compete ao setor em que
dessa forma. exerça suas funções, permitindo a formação de
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
VI - A função pública deve ser tida como exercício prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
profissional e, portanto, se integra na vida particu- tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
lar de cada servidor público. Assim, os fatos e atos principalmente grave dano moral aos usuários dos
verificados na conduta do dia a dia em sua vida serviços públicos.
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional. A noção de disciplina é encarada por meio desses
parâmetros: a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o
Significa que o servidor público pode ter o seu tempo dedicados ao serviço público.
conceito na vida funcional afetado pelo seu comporta- A regra mencionada traz as noções de dano moral
mento na vida particular. O que ele faz na vida priva- e dano material que podem ser causados pelo servi-
da é importante aos olhos da Administração Pública. dor. Quem trata mal particular que busca atendimen-
Por isso, não pode o servidor, por exemplo, apresen- to do servidor está lhe causando dano moral, e deverá
tar-se embriagado para o serviço, ainda que ele tenha ressarcir o particular. Ao mesmo tempo, caracteriza
ingerido bebida alcoólica fora do horário de serviço. também como dano moral a espera demasiada em
longas filas de atendimento.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- O dano material configura-se quando o servidor
tigações policiais ou interesse superior do Estado causar dano a qualquer bem e/ou equipamento per-
e da Administração Pública, a serem preservados tencente ao patrimônio público, seja por descuido ou
338 em processo previamente declarado sigiloso, nos de propósito (dolo e culpa).
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às A prestação de contas das autoridades públicas é
ordens legais de seus superiores, velando atenta- uma forma de oferecer maior transparência sobre os
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a gastos anuais feitos pelos mesmos.
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e
o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
no desempenho da função pública. to com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
Aqui, estabelece-se um dever de obediência às princípios éticos que se materializam na adequada
ordens legais do superior do servidor público. Assim, prestação dos serviços públicos;
toda ordem de seu superior que for considerada ilegal, g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e
ele tem o dever de, além não obedecer, de representar atenção, respeitando a capacidade e as limitações
contra o referido ato. Os repetidos erros, o descaso e o individuais de todos os usuários do serviço público,
acúmulo de desvios, somados, resultam na imprudên- sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
cia administrativa. de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu forma, de causar-lhes dano moral;
local de trabalho é fator de desmoralização do ser-
viço público, o que quase sempre conduz à desor- A primeira parte do dispositivo demonstra o que o
dem nas relações humanas. servidor deve fazer para evitar incorrer em conduta
que cause danos morais ao particular. O servidor deve
Ausência injustificada significa que o servidor não tratar com respeito todos, sem preconceito ou qual-
compareceu em serviço, e não deu uma boa explica- quer outra distinção.
ção para sua ausência. É altamente vedado.
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com temor de representar contra qualquer comprome-
a estrutura organizacional, respeitando seus cole- timento indevido da estrutura em que se funda o
gas e cada concidadão, colabora e de todos pode Poder Estatal;
receber colaboração, pois sua atividade pública i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
é a grande oportunidade para o crescimento e o quicos, de contratantes, interessados e outros que
engrandecimento da Nação. visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
gens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
O servidor que respeita os seus colegas, o particu-
lar cidadão e seus superiores, é o servidor que todos
Retoma-se, aqui, a discussão sobre obediência e
devem buscar se tornar.
a ordem manifestamente ilegal. O servidor não pode
cumprir ordens ilegais. Pelo contrário: deverá repre-
Principais deveres do servidor público
sentar contra tal ato, ainda que emitido por seu supe-
rior hierárquico.
Os deveres e proibições presentes no Código de Éti-
O servidor deve resistir a pressões que poderiam
ca muito se assemelham com os deveres e proibições
resultar no oferecimento de favores e vantagens inde-
dispostos no seu Estatuto (Lei nº 8.112/1990). Todavia,
vidas. É, também, considerada uma ordem manifesta-
ganham um contorno especial quando analisados sob
mente ilegal.
o enfoque da ética no serviço público.
Na prática, o Código não faz diferença entre repre-
Vejamos, primeiro, os deveres fundamentais do
sentar e denunciar. São tratados como sinônimos,
servidor público, dispostos no inciso XIV:
ainda que formalmente possuam características dis-
tintas. O importante é que o Código não quer que o
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
servidor se mantenha calado.
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
gências específicas da defesa da vida e da seguran-
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
e rendimento, pondo fim ou procurando priori-
tariamente resolver situações procrastinatórias, ça coletiva;
principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo O direito de greve dos servidores públicos é res-
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de guardado pela Constituição Federal. Mas ele deve
evitar dano moral ao usuário; tomar certos cuidados ao exercer esse direito. Há
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda alguns agentes públicos, inclusive, que não podem
a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, exercer direito de greve, como os militares.
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
mais vantajosa para o bem comum; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
O bem comum aparece múltiplas vezes no Código nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
de Ética. Deve ser o objetivo mor, a finalidade primor-
dial do servidor. Assiduidade é o comparecimento em serviço. Ser-
vidor assíduo é aquele que comparece ao serviço. Ser-
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, vidor frequente é aquele que comparece sempre no
condição essencial da gestão dos bens, direitos e momento certo. A falta injustificada é fator de desmo-
serviços da coletividade a seu cargo; ralização do serviço público. 339
m) comunicar imediatamente a seus superiores v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
público, exigindo as providências cabíveis; mulando o seu integral cumprimento.
A expressão “qualquer ato ou fato” significa que Aqui, o Código impõe o dever de ser divulgado
o servidor tem o dever de comunicar sobre qualquer pelos próprios servidores. Quando houver indícios
ilícito, sem distinções. de violações desse Código, deve o servidor oferecer
denúncia à Comissão de Ética.
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
Das vedações ao servidor público
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;
Por outro lado, o Código de Ética também apresen-
o) participar dos movimentos e estudos que se rela-
ta um vasto rol de vedações, de condutas que o ser-
cionem com a melhoria do exercício de suas fun-
vidor está proibido de fazer. Vejamos as principais
ções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
vedações:
quadas ao exercício da função;
XV - E vedado ao servidor público;
As vestimentas adequadas ao exercício da função a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
dependem da própria função que o servidor exerce. tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
Quem atua com o público deve vestir-se de uma for-
b) prejudicar deliberadamente a reputação
ma. Quem apenas exerce funções de comunicação
de outros servidores ou de cidadãos que deles
entre as repartições, de caráter interno, tem outra for-
dependam;
ma de se vestir.
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- O servidor deve sempre buscar manter a boa repu-
mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão tação dele mesmo e de seus colegas. Não é moralmen-
onde exerce suas funções; te correto espalhar rumores e boatos sobre outras
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e pessoas, sendo colegas servidores ou terceiros.
as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
função, tanto quanto possível, com critério, segu- c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa conivente com erro ou infração a este Código de Éti-
ordem. ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
O servidor deve estar sempre atualizado em rela- Ser conivente significa omitir-se do dever de denun-
ção as normas concernentes ao seu serviço. Seria ciar o erro ou infração. Existem também Códigos de
ilógico que o servidor baseie o seu trabalho em uma Ética específicos para determinados cargos, como o
Portaria ou Decreto já revogado. Código de Ética de engenharia. No caso do servidor
Deve, também, trabalhar com critério, segurança, engenheiro, ele deve obediência aos dois.
e rapidez, sempre mantendo tudo em ordem. É muito
comum que o servidor seja eventualmente substituí- d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
do por outro. Deixando tudo em ordem facilita essa o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
transição. causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
por quem de direito; atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
Essa fiscalização é promovida pelos próprios caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
órgãos administrativos (Tribunal de Contas, órgãos interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
de controle interno). O controle interno tem a mesma cionados administrativos ou com colegas hierar-
importância que o controle externo, devendo o servi- quicamente superiores ou inferiores;
dor facilitar o exercício de ambos.
O servidor tem que tomar cuidado para que as
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas suas relações interpessoais, sejam positivas ou nega-
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de tivas, não interfiram no serviço desempenhado. Não
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos pode, por exemplo, não exercer seu trabalho pelo fato
usuários do serviço público e dos jurisdicionados de que não recebeu promoção de seu superior.
administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun- g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê-
ao interesse público, mesmo que observando as for- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
malidades legais e não cometendo qualquer viola- espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
ção expressa à lei; para o cumprimento da sua missão ou para influen-
ciar outro servidor para o mesmo fim;
Todo servidor tem algum tipo de prerrogativa
quando no exercício de suas funções. O dever aqui O servidor não pode exigir o famoso “dinheiro do
impõe a utilização dessa prerrogativa com modera- café” para poder fazer o seu trabalho. Os valores ofer-
ção. Lembre-se que o servidor não é o dono do inte- tados podem ser maiores, o que configura em verda-
resse público, não pode fazer tudo de acordo com sua deiras propinas. As vantagens podem ser de natureza
340 vontade para alcançar o bem comum. não financeira também.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que As atribuições das Comissões de Ética são as
deva encaminhar para providências; seguintes:
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces-
site do atendimento em serviços públicos; z Orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
servidor, do tratamento com as pessoas e com o
É a hipótese em que servidor mente para o parti-
patrimônio público;
cular apenas porque não quer realizar o seu devido
z Conhecer concretamente, de imputação ou de pro-
serviço com diligência e rapidez.
cedimento susceptível de censura (inciso XXII); e
j) desviar servidor público para atendimento a inte- z Fornecer aos órgãos de pessoal registros sobre a
resse particular; conduta ética dos servidores (inciso XVIII).
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem As demais regras a respeito da Comissão de Ética
pertencente ao patrimônio público; Pública serão vistas em momento posterior. Seu Regi-
mento Interno está disposto na Resolução nº 4/2001
Isso não significa que o servidor não pode retirar da própria CEP.
documentos, livros ou bens nunca. Deve, entretanto, Por fim, o inciso XXIV dispõe sobre quais pessoas
pedir autorização para fazê-lo. podem ter o seu comprometimento ético apurado,
isso é, quem é considerado “servidor público”, aos
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
olhos do Código de Ética.
no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
Para fins de apuração do comprometimento ético,
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora entende-se por servidor público todo aquele que,
dele habitualmente; por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária
Tal aspecto foi apresentado em uma regra deon- ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
tológica. A vedação faz uma menção ao termo “habi- desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
tualmente”, o que significa que não pode o servidor órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
apresentar-se embriagado todos os dias, ou com mui- ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
ta frequência. públicas e as sociedades de economia mista, ou em
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que Essa definição de servidor público não se encaixa
atente contra a moral, a honestidade ou a dignida- completamente com a definição utilizada em Direito
de da pessoa humana; Administrativo, pois a sua finalidade é distinta: ser-
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o ve para apurar o comprometimento ético do profis-
seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. sional. O elemento que mais chama atenção é que o
servidor público, nesse caso, é aquele que presta ser-
Empreendimento de cunho duvidoso não pre- viços de natureza permanente, temporária ou excep-
cisa ser necessariamente ilícito. É o caso dos famo- cional, ainda que sem retribuição financeira. Assim,
sos “esquemas de pirâmide”, a natureza obscura do os empregados regidos pelo regime celetista, o ter-
negócio faz com que ela ganhe um conteúdo aético, e ceirizado que presta apoio processual, o consultor, o
promove uma imagem ruim do servidor que trabalha estagiário, os particulares que atuam em serviços de
nesse tipo de esquema. notas e registros, todas essas pessoas podem não ser
servidores públicos em sentido estrito, mas terão seu
Das Comissões de Ética comprometimento ético apurado.
A redação original do Código de Ética trazia diver- RESOLUÇÕES DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA
sas disposições sobre as Comissões de Ética. Porém, a DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
matéria foi bastante alterada, pois houve revogação
de diversos dispositivos pelo Decreto nº 6.029/2007. Como já vimos, a Comissão de Ética Pública (CEP)
Quais órgãos precisam ter uma Comissão de Ética? é um órgão vinculado ao Presidente da República,
O inciso XVI dispõe justamente sobre isso: na Admi-
criada por meio do Decreto de 26 de maio de 1999,
nistração Direta, inclusive na Presidência, Vice-Pre- NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
competindo-lhe atuar como instância consultiva do
sidência, Ministérios etc.; na Administração Indireta,
Presidente da República e Ministros de Estado em
somente em autarquias e fundações públicas.
matéria de ética pública, bem como administrar a
aplicação do Código de Conduta da Alta Administra-
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e ção Federal.
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que Durante o exercício das funções públicas, é certo
exerça atribuições delegadas pelo poder público, que muitas situações surgiram ao longo do tempo, que
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarre- causaram diversas dúvidas sobre como proceder de
gada de orientar e aconselhar sobre a ética profis- forma mais ética possível. Por ser um ponto com bas-
sional do servidor, no tratamento com as pessoas e tante subjetividade, e considerando que se espera que
com o patrimônio público, competindo-lhe conhe- todos os agentes públicos atuem com máxima exce-
cer concretamente de imputação ou de procedimen- lência, é essencial que essas pessoas possam dirimir
to susceptível de censura. suas dúvidas em um órgão encarregado, justamente,
de promover a conduta ética no serviço público.
Não existe obrigatoriedade de criar essas Comis- Assim, a CEP possui uma grande gama de atribui-
sões nas empresas públicas e sociedades de economia ções, dentre elas destacamos: submeter ao Presiden-
mista. Mas os seus empregados devem obedecer às te da República medidas para seu aprimoramento,
normas previstas no Código de Ética. dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas 341
normas, deliberando sobre casos omissos; apurar, Art. 5º As seguintes autoridades estão obrigadas a
mediante denúncia ou de ofício, as condutas que prestar informações (art. 2º do Código de Conduta):
estão em desacordo com as normas nele previstas; I - Ministros e Secretários de Estado;
dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do II - titulares de cargos de natureza especial,
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil secretários-executivos, secretários ou auto-
ridades equivalentes ocupantes de cargo do
do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto nº
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores
1.171/1994; coordenar, avaliar e supervisionar o Sis-
- DAS, nível seis;
tema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo
III - presidentes e diretores de agências nacio-
Federal; aprovar o seu regimento interno; escolher o nais, autarquias, inclusive as especiais, fun-
seu Presidente; entre outras. dações mantidas pelo Poder Público, empresas
Para melhor compreender sobre o papel da Comis- públicas e sociedades de economia mista.
são de Ética Pública dentro do Poder Executivo, foram Art. 6º As informações prestadas serão mantidas
elaboradas diversas Resoluções sobre diversos temas em sigilo, como determina o § 2º do art. 5º do refe-
em que a referida Comissão deve dirimir controvér- rido Código.
sias sobre. O conteúdo de cada uma dessas Resoluções Art. 7º As informações de que trata esta Resolução
é bastante autodidático, motivo pelo qual não cabe deverão ser remetidas à CEP, em envelope lacrado,
fazer análises pormenores a respeito de cada um dos localizada no Anexo II do Palácio do Planalto, sala
dispositivos dessas Resoluções. 250 - Brasília-DF.
Tanto as Resoluções como as notas explicativas das
mesmas podem ser encontradas em maiores detalhes Brasília, 13 de setembro de 2000
no endereço eletrônico da página oficial4 da Empresa João Geraldo Piquet Carneiro
de Planejamento e Logísticas (EPL) S.A. Presidente
Art. 1º A autoridade pública nomeada para cargo A Comissão de Ética Pública, com fundamento no
abrangido pelo Código de Conduta da Alta Administra- art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999,
346 ção Federal, aprovado pelo Presidente da República em adota a presente resolução interpretativa do Código
de Conduta da Alta Administração Federal, no que fim seja o exercício tais atividades eleitorais, daquelas
se refere à participação de autoridades públicas em viagens que são inerentes ao cargo público. A Resolução
eventos político-eleitorais. não impede que a autoridade que viajou por seus pró-
Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Código prios meios para participar de evento político-eleitoral
de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF) cumpra outros compromissos inerentes ao seu cargo ou
poderá participar, na condição de cidadão-eleitor, de função.
eventos de natureza político-eleitoral, tais como con-
A autoridade não deve expor publicamente suas
venções e reuniões de partidos políticos, comícios e
divergências com outra autoridade administrativa fede-
manifestações públicas autorizadas em lei.
ral, ou lhe criticar a honorabilidade ou o desempenho
Art. 2º A atividade político-eleitoral da autorida-
de não poderá resultar em prejuízo do exercício da funcional. Não é uma restrição ao direito de fazer crí-
função pública, nem implicar o uso de recursos, bens ticas, mas deve-se adequá-lo ao fato de que, afinal, a
públicos de qualquer espécie ou de servidores a ela autoridade exerce um cargo de livre nomeação na admi-
subordinados. nistração, estando vinculada a deveres de fidelidade e
Art. 3º A autoridade deverá abster-se de: confiança.
I – se valer de viagens de trabalho para partici- A autoridade também não pode aceitar encargo de
par de eventos político-eleitorais; administrador de campanha eleitoral, diante da difi-
II – expor publicamente divergências com outra culdade de compatibilizar essa atividade com suas atri-
autoridade administrativa federal ou criticar- buições funcionais. Mas a autoridade pode requisitar
-lhe a honorabilidade e o desempenho funcional licença para exercer tal cargo de natureza eleitoral, sem
(artigos 11 e 12, inciso I, do CCAAF); remuneração.
III – exercer, formal ou informalmente, função Se por qualquer motivo se verificar a possibilidade
de administrador de campanha eleitoral. de conflito de interesse entre a atividade político-elei-
Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que partici-
toral e a função pública, a autoridade deverá escolher
par, a autoridade não poderá fazer promessa, ainda
entre abster-se de participar daquela atividade ou
que de forma implícita, cujo cumprimento dependa
requerer o seu afastamento do cargo.
do cargo público que esteja exercendo, tais como rea-
lização de obras, liberação de recursos e nomeação
para cargos ou empregos. RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO DE 2003
Art. 5º A autoridade, a partir do momento em que
manifestar de forma pública a intenção de candi- A Resolução nº 8 da CEP é o instrumento norma-
datar-se a cargo eletivo, não poderá praticar ato de tivo que identifica situações que suscitam conflito de
gestão do qual resulte privilégio para pessoa física interesses e dispõe sobre o modo de preveni-los.
ou entidade, pública ou privada, situada em sua base
eleitoral ou de seus familiares. A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo
Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa sus- de orientar as autoridades submetidas ao Código
citar dúvidas quanto à sua conduta ética e ao cum- de Conduta da Alta Administração Federal na iden-
primento das normas estabelecidas pelo CCAAF, a tificação de situações que possam suscitar conflito
autoridade deverá consignar em agenda de trabalho de interesses, esclarece o seguinte:
de acesso público: 1. Suscita conflito de interesses o exercício de ati-
I – audiências concedidas, com informações sobre vidade que:
seus objetivos, participantes e resultados, as quais a) em razão da sua natureza, seja incompatível
deverão ser registradas por servidor do órgão ou enti- com as atribuições do cargo ou função pública da
dade por ela designado para acompanhar a reunião; autoridade, como tal considerada, inclusive, a ati-
II – eventos político-eleitorais de que participe, infor- vidade desenvolvida em áreas ou matérias afins à
mando as condições de logística e financeiras da sua competência funcional;
participação. b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocu-
Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de interesse pante de cargo em comissão ou função de confiança,
entre a atividade político-eleitoral e a função pública, que exige a precedência das atribuições do cargo ou
a autoridade deverá abster-se de participar daquela função pública sobre quaisquer outras atividades;
atividade ou requerer seu afastamento do cargo. c) implique a prestação de serviços a pessoa física
Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá con- ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio
sultar a Comissão de Ética Pública. com pessoa física ou jurídica que tenha interesse NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
em decisão individual ou coletiva da autoridade;
Brasília, 14 de fevereiro de 2002 d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de infor-
mação à qual a autoridade tenha acesso em razão
João Geraldo Piquet Carneiro
do cargo e não seja de conhecimento público;
Presidente
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a res-
A Resolução da CEP Nº 7 possui duplo objetivo. Pri- peito da integridade, moralidade, clareza de posi-
meiro, ela busca reconhecer o direito de qualquer auto- ções e decoro da autoridade.
2. A ocorrência de conflito de interesses independe
ridade de participar em atividades e eventos políticos
do recebimento de qualquer ganho ou retribuição
e eleitorais. Além disso, ela também busca, mediante
pela autoridade.
explicitação de normas de conduta, permitir que as
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de
autoridades exerçam esse direito a salvo de críticas, des- conflito de interesses ao adotar, conforme o caso,
de que cumpram os preceitos dessa Resolução de forma uma ou mais das seguintes providências:
adequada. a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo,
Pelo texto do artigo 3º, o dispositivo recomenda que a enquanto perdurar a situação passível de suscitar
autoridade não se valha de viagem de trabalho para par- conflito de interesses;
ticipar de eventos político-eleitorais. Essa é uma norma b) alienar bens e direitos que integram o seu patri-
de caráter mais prático pois é difícil exercer algum con- mônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de
trole/separação entre a proibição dessas viagens, cujo interesses; 347
c) transferir a administração dos bens e direitos que Resolve:
possam suscitar conflito de interesses a instituição
financeira ou a administradora de carteira de valo- Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Decla-
res mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco ração Confidencial de Informações de que trata a
Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, Resolução no 5, de 7 de junho de 2001.
conforme o caso, mediante instrumento contratual Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público vin-
que contenha cláusula que vede a participação da culado ao Código de Conduta da Alta Administração
autoridade em qualquer decisão de investimento Federal deverá apresentar a Declaração Confiden-
assim como o seu prévio conhecimento de decisões cial de Informações, devidamente preenchida:
da instituição administradora quanto à gestão dos I - pela primeira vez, até dez dias após a posse; e
bens e direitos; II - sempre que ocorrer alteração relevante nas infor-
d) na hipótese de conflito de interesses específico mações prestadas, até trinta dias da ocorrência.
e transitório, comunicar sua ocorrência ao supe- Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de
rior hierárquico ou aos demais membros de órgão sua publicação.
colegiado de que faça parte a autoridade, em se tra- Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de
tando de decisão coletiva, abstendo-se de votar ou 7 de junho de 2001.
participar da discussão do assunto;
FERNANDO NEVES DA SILVA
e) divulgar publicamente sua agenda de compro-
missos, com identificação das atividades que não Presidente da Comissão de Ética Pública
sejam decorrência do cargo ou função pública.
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informa- RESOLUÇÃO Nº 10, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008
da pela autoridade e opinará, em cada caso con-
creto, sobre a suficiência da medida adotada para A Resolução nº 10 da CEP é o instrumento normati-
prevenir situação que possa suscitar conflito de vo que dispõe sobre as normas de funcionamentos e o
interesses. rito processual adotado pelas Comissões de Ética cria-
5. A participação de autoridade em conselhos de das a partir do Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
administração e fiscal de empresa privada, da (Código de Ética dos Servidores Públicos Federais).
qual a União seja acionista, somente será permi-
tida quando resultar de indicação institucional da A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas
autoridade pública competente. Nestes casos, é-lhe atribuições conferidas pelo art. 1º do Decreto de
vedado participar de deliberação que possa susci- 26 de maio de 1999 e pelos arts. 1º, inciso III, e 4º,
tar conflito de interesses com o Poder Público. inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de
6. No trabalho voluntário em organizações do ter- 2007, nos termos dos Decretos nos 1.171, de 22 de
ceiro setor, sem finalidade de lucro, também deverá junho de 1994, Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro
ser observado o disposto nesta Resolução. de 2002 e tendo em vista a Lei nº 9.784, de 29 de
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Públi- janeiro de 1999,
ca deverão estar acompanhadas dos elementos per-
tinentes à legalidade da situação exposta. Resolve:
A decretação de impedimento tem por fundamen- A Administração tem a faculdade de realizar con-
to uma disposição de ordem legal, sendo por isso um tratos com particulares. Porém, ao contrário do que
ato vinculado. A arguição de suspeição, por sua vez, ocorre na esfera privada, o Poder Público não pode
é ato discricionário, pois por mais que o dispositivo escolher livremente quem deve contratar, seja para a
apresente hipóteses de suspeição, essas pessoas sus-
compra e fornecimento de materiais ou para a pres-
peitas não estão obrigadas de participar do processo.
tação de um serviço com relevante interesse públi-
A suspeição apenas não recomenda que elas partici-
co. Por ser uma pessoa jurídica de direito público,
pem, o que significa que há uma margem de liberdade
para o administrador de arguir ou não a suspeição. os imperativos da isonomia, da impessoalidade e
da indisponibilidade do interesse público obrigam
Capítulo IX: Disposições Finais a Administração à realização de um processo públi-
co para a seleção mais imparcial possível da melhor
Art. 35 As situações omissas serão resolvidas por proposta, garantindo igualdade de condições a todos
deliberação da Comissão de Ética, de acordo com que queiram concorrer para a eventual celebração do
o previsto no Código de Ética próprio, no Código contrato. Esse é o processo denominado licitação, pre-
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do visto no inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal.
Poder Executivo Federal, no Código de Conduta da Assim, podemos conceituar a licitação como o procedi-
mento administrativo em que ocorre a seleção da melhor
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Alta Administração Federal, bem como em outros
atos normativos pertinentes. proposta, de modo imparcial a todos os interessados.
Art. 36 O Regimento Interno de cada Comissão de As finalidades das licitações são diversas, algumas
Ética poderá estabelecer normas complementares dispostas no art. 3° da Lei n° 8.666/1993. Segundo o refe-
a esta Resolução. rido dispositivo legal, a licitação tem por finalidade:
Art. 37 Fica estabelecido o prazo de seis meses para
que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades z Buscar a melhor proposta, promovendo maior com-
do Poder Executivo Federal possam se adequar ao
petitividade entre os potenciais contratados, com a
disposto nesta Resolução.
finalidade de almejar o negócio mais vantajoso;
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado, mediante envio de justifica- z Oferecer uma igualdade de condições aos interes-
tivas, nos trinta dias que antecedem o termo final, sados em contratar com o Poder Público, em aten-
para apreciação e autorização da Comissão de Éti- dimento à isonomia e à impessoalidade, desde que
ca Pública. atendam as condições previamente fixadas no ins-
Art. 38 Esta Resolução entra em vigor na data de trumento convocatório; e
sua publicação. z A promoção do desenvolvimento nacional sustentável,
introduzido posteriormente pela Lei n° 12.349/2010,
JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE envolvendo aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Presidente da Comissão de Ética Pública Infere-se, com isso, que as licitações atualmente podem 353
apresentar outros objetivos, como o cumprimento de Pressupostos da Licitação
uma função social, o impedimento do desmatamento
desnecessário, entre outros. Ressalvadas as hipóteses de contratação direta defini-
das na legislação, a celebração de contratos administrati-
A finalidade do desenvolvimento nacional sus- vos exige a prévia realização de procedimento licitatório.
tentável foi primeiramente denotada pela doutrina, Considerando ser uma disputa que visa a obtenção da
porém, podemos perceber várias medidas novas na melhor proposta à luz do interesse público, a licitação só
legislação adotadas no procedimento licitatório que pode ser instaurada mediante o preenchimento de certos
evidenciam essa nova faceta do mesmo. Dentre essas pressupostos, que podem ser definidos como:
medidas, destaca-se a referência para os produtos
manufaturados, pela indústria nacional (inciso XVII, z Pressuposto lógico: para ocorrer um procedimen-
do art. 6°, da Lei n° 8.666/1993) e a produção inter- to licitatório, faz parte da sua lógica a existência
na, bem como os produtos manufaturados e serviços de pluralidade de objetos e de ofertantes, sem os
nacionais (inciso XVIII, do art. 6°, da Lei n° 8.666/1993) quais torna inviável a competitividade inerente
resultantes de desenvolvimento e realizações tecnoló- da licitação. Ausente o pressuposto lógico, a licita-
gicas no País. Pode haver, inclusive, uma equiparação ção torna-se inexigível. É o caso, por exemplo, da
entre os produtos e serviços nacionais com aqueles compra de equipamentos fornecidos por produtor
prestados pelo Mercado Comum do Sul (Mercosul). exclusivo (inciso I, do art. 25, da Lei n° 8.666/1993);
Sobre a natureza jurídica, a doutrina classifica, z Pressuposto Jurídico: caracteriza-se pela conve-
de forma quase unânime, a licitação como um pro- niência e oportunidade do procedimento licitató-
cedimento administrativo. É um procedimento, uma rio. A licitação deve ser útil e trazer vantagem para
vez que se manifesta por uma sequência ordenada de a Administração, bem como atender ao interesse
atos. Não pode ser considerado um processo, pela ine- público. Caso contrário, é preferível uma contra-
xistência de partes litigantes. A ênfase em dizer que tação direta. A ausência desse pressuposto torna
a licitação é um procedimento administrativo advém a licitação inexigível ou dispensável. É o caso, por
do fato de que, por muito tempo, houve quem susten- exemplo, da compra de bens de valor inferior a R$
tasse ser a licitação um instituto de Direito Financei- 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
ro, e não de Direito Administrativo. Essa diferença no z Pressuposto Fático: por razões óbvias, é também
enquadramento do instituto implicava em uma alte- imprescindível o comparecimento dos interessa-
ração dos princípios aplicáveis e a mudança da com- dos em participar da licitação. Se ninguém com-
petência para editar leis sobre a matéria. parecer, ou se ninguém apresenta uma proposta
Sobre a competência legislativa do instituto, o inci- válida (que atenda aos requisitos exigidos no edi-
so XXVII, do art. 22, da CF/1988 atribui como compe- tal), a licitação é considerada deserta ou fracassa-
tência privativa da União legislar sobre normas gerais da, respectivamente. A ausência do pressuposto
de licitação e contratações, em todas as modalidades, fático implica em dispensa da licitação, na forma
para as administrações públicas diretas, indiretas, do inciso V, do art. 24, da Lei n° 8.666/1993;
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito z Pressuposto Orçamentário: alguns autores tam-
Federal e Municípios. Todavia, a doutrina denota que, bém elencam a obediência ao orçamento público
em se tratando de competência da União para editar como um pressuposto essencial do procedimento
“normas gerais”, cabe aos Estados, aos Municípios e licitatório. Nos termos dos incisos III e IV, do § 2°,
ao Distrito Federal a edição de regras específicas para do art. 7°, da Lei de Licitações, as obras e os serviços
suplementar essas normas gerais. Por isso, a doutrina somente poderão ser licitados quando houver pre-
crê que a competência para legislar sobre licitações, na visão de recursos orçamentários que assegurem o
verdade, é concorrente, e o referido dispositivo deveria pagamento das obrigações decorrentes de obras ou
estar expresso no art. 24 da CF/1988. serviços a serem executadas no exercício financeiro
Por ser um tema bastante técnico e preciso, o em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
conhecimento da lei seca é essencial. A matéria legis- bem como quando o produto dela esperado esti-
lativa sobre o procedimento licitatório, na realidade, ver contemplado nas metas estabelecidas no Plano
é bastante vasta. Procura-se dar maior destaque à Lei Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição
n° 8.666/1993, que dispõe sobre as normas gerais de Federal, quando for o caso. Vale destacar, tam-
licitação, e à Lei n° 10.520/2002, que introduziu o pre- bém, o texto do art. 14 da mesma Lei, que dispõe
gão como uma nova modalidade de licitação a todos os que nenhuma compra será feita sem a adequada
entes federativos. Todavia, também destaca-se outros caracterização de seu objeto e indicação dos recur-
instrumentos legais, como a Lei n° 8.883/1994, a Lei n° sos orçamentários para seu pagamento, sob pena
11.079/2004, que institui as Parcerias Público-Privadas de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe
ou PPPs, a Lei n° 9.472/1997 que institui duas modali- tiver dado causa.
dades de licitação exclusivas da ANATEL, o pregão e a
consulta; e o Decreto n° 9.412/2018, que atribui novos O Dever de Licitar
valores quanto ao preço de algumas formas licitatórias.
A quem incumbe a obrigatoriedade de licitar? Essa
LEI GERAL DE LICITAÇÕES – LEI N° 8.666/1993 é uma questão que apresenta diversos desdobramen-
tos na doutrina, e por isso, precisa ser melhor deta-
Como forma de regulamentar o inciso XXI, do art. lhada. Segundo o parágrafo único do art. 1° da Lei n°
37 da CF/1988, a Lei de Licitações (Lei n° 8.666/1993) 8.666/1993, que apresenta um rol muito mais extenso
é uma lei de âmbito nacional que institui normas do que o disposto no inciso XXI, do art. 37, da Cons-
gerais sobre licitações e contratações feitas pela Admi- tituição Federal, subordinam-se ao regime desta Lei,
nistração Pública, sendo aplicável a todos os entes da além dos órgãos da Administração Direta, os fundos
354 Federação. especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e atividade econômica. A obrigatoriedade de licitar,
demais entidades controladas direta ou indiretamen- nesses casos, traria uma grande desvantagem dessas
te pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. empresas estatais, comparado com as demais empre-
Assim, de modo geral, pode-se dizer que todos os sas privadas. Por isso, tal corrente defende que as
entes públicos tem um dever de licitar, compreendendo: empresas estatais que exercem atividade econômica
não devem licitar. O próprio art. 173, inclusive, faz
z Os entes da Administração Pública Direta, União, menção apenas as empresas prestadoras de serviço
Estados, Municípios, Distrito Federal; público. Vejamos:
z As autarquias, fundações, e agências reguladoras,
enfim, as pessoas jurídicas de direito público da Art. 173 (CF/88) Ressalvados os casos previstos
Administração Indireta; nesta Constituição, a exploração direta de ativi-
z As empresas públicas e as sociedades de economia dade econômica pelo Estado só será permitida
mista; quando necessária aos imperativos da segurança
z O Poder Legislativo; nacional ou a relevante interesse coletivo, confor-
z O Poder Judiciário; me definidos em lei.
z O Ministério Público; § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre-
z O Tribunal de Contas; sa pública, da sociedade de economia mista e de
z As fundações de apoio; suas subsidiárias que explorem atividade econômi-
z As organizações do sistema S (Serviço Nacional de ca de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços [...]
Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do
Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi);
e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio Para efeitos didáticos, as empresas estatais não
(Senac) etc. precisam licitar durante o exercício de sua ativi-
dade-fim, envolvendo a exploração de atividades
Todos esses entes, de certa forma, fazem parte da econômicas. Contudo, para as suas atividades-meio
Administração Pública, seja porque integram o seu (contratação de funcionários de limpeza, vigilância
quadro de pessoas, seja porque prestam serviços de etc.), é preciso licitar.
relevante interesse público. Sobre o objeto da licitação, o art. 2° da Lei n°
Todavia, alguns desses entes públicos apresentam 8.666/1993 determina que a licitação será utilizada para
certas particularidades que os dispensam do dever de a compra de bens móveis e imóveis; a contratação de
licitar. No caso das Organizações Sociais (OS), o inci- serviços, incluindo serviços de publicidade e seguro; a
so XXIV, do art. 24, da Lei n° 8.666/1993 prevê expres- realização de obras de engenharia; locação e alienação
samente a dispensa de licitação para a celebração de de bens públicos; a outorga de concessão de serviços
contratos de gestão com as OS, pois, apesar de serem públicos; e a outorga de permissão de serviços públicos.
entidades privadas, o tipo de atividade que exercem O art. 3°, por sua vez, dispõe sobre a finalidade da
entende-se não ser exigível à licitação. No caso das licitação. Vejamos:
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Públi-
co (OSCIPs), apesar de não haver previsão expressa, Art. 3º A licitação destina-se a garantir a obser-
vância do princípio constitucional da isonomia, a
por ser instituto similar à OS, entende-se também que
seleção da proposta mais vantajosa para a adminis-
não há o dever de licitar, exceto para obras, compras,
tração e a promoção do desenvolvimento nacional
serviços e alienações contratados por entidades com
sustentável e será processada e julgada em estrita
recursos ou bens repassados voluntariamente pela conformidade com os princípios básicos da legali-
União (art. 1° do Decreto n° 5.504/2006). dade, da impessoalidade, da moralidade, da igual-
dade, da publicidade, da probidade administrativa,
Art. 24 (Lei nº 8.666/93) É dispensável a licitação: da vinculação ao instrumento convocatório, do jul-
[...] gamento objetivo e dos que lhes são correlatosO o
XXIV - para a celebração de contratos de prestação referido dispositivo faz uma menção dessa forma à
de serviços com as organizações sociais, qualifi- obediência de alguns princípios da licitação.
cadas no âmbito das respectivas esferas de gover-
no, para atividades contempladas no contrato de
Por ser a licitação um instituto de Direito Admi-
gestão.
nistrativo, deve, obrigatoriamente, obedecer aos
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
O prazo de intervalo mínimo entre a publicação do Importante destacar que não há a utilização de
edital e a entrega dos envelopes é de trinta dias corri- valores como critério de diferenciação, pois trata-se
dos para a melhor técnica ou melhor técnica e preço, de uma modalidade de licitação em que os valores
sendo de 15 dias corridos para a de menor preço. econômicos são irrelevantes ao objeto do mesmo.
O prazo mínimo é um dos maiores das modali-
Convite dades licitatórias: de 45 (quarenta e cinco) dias. Por
envolver um trabalho bastante técnico (confecção de
O convite regulamentado no § 3°, do art. 22, da obra de arte, trabalhos de natureza científica), enten-
Lei n° 8.666/1993 é a modalidade de licitação entre os de-se que os competidores devem ter um prazo maior
interessados que atuam no ramo do referido projeto. para elaborá-lo nos moldes do edital.
Como o próprio nome aduz, a Administração convida, A Comissão Julgadora das propostas pode ser
no mínimo, três prestadores de serviços para parti- composta por pessoas que não possuem vínculo com
ciparem do procedimento. Essa é a modalidade que a Administração Pública. É o caso de uma comissão
358 possui os critérios mais variados para o chamamento, composta por professores ou cientistas, enfim, pessoas
com um conhecimento técnico profissional alto e rele- A Comissão de Licitação será composta por 3 mem-
vante para o objeto do concurso. bros, sendo 2 deles obrigatoriamente servidores inte-
grantes dos quadros da Administração Pública, à luz
Leilão do art. 51 da Lei n° 8.666/1993.
O edital é o instrumento utilizado para a convoca-
O leilão é utilizado, de modo geral, entre quaisquer ção dos interessados no procedimento licitatório. Seu
conteúdo é pormenorizado, devendo constar detalhes
interessados, para a alienação de bens móveis inser-
como o tipo de licitação, o nome da repartição inte-
víveis, bem como para os bens imóveis oriundos de
ressada na licitação, os critérios de julgamento, as
procedimento judicial ou dação, e para a alienação de condições de pagamento, entre outras disposições. O
produtos apreendidos. Seu fundamento jurídico encon- conteúdo do edital é previsto nos incisos do art. 40 da
tra-se disposto no § 5°, do art. 22, da Lei n° 8.666/1993. O Lei n° 8.666/1993. É lícito à Administração introduzir
vencedor será escolhido quando o lance dado for igual alterações no Edital, devendo, em tal caso, renovar a
ou superior ao da avaliação do referido bem. publicação do aviso por prazo igual ao original, sob
Assim como no concurso, não há limitação de valo- pena de frustrar a garantia da publicidade e o princí-
res, pois o leilão é sempre analisado segundo o critério pio formal da vinculação ao procedimento.
do maior lance ou oferta. O intervalo mínimo entre o A fase externa, por sua vez, tem o seu início com
instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é a publicação do edital. É possível impugnar o edital,
no prazo de 5 dias úteis, devendo a Administração
de 15 (quinze) dias.
responder a impugnação em prazo não superior a 3
dias úteis (§ 1°, do art. 41, da Lei n° 8.666/1993). Após
Consulta
isso, temos a etapa da habilitação, com o recebimento
e abertura de envelopes. Os envelopes são recebidos
A consulta é uma modalidade prevista exclusivamen- sigilosamente, em exceção ao princípio da publicida-
te para a Agência Nacional de Telecomunicações (ANA- de disposto no caput do art. 37 da CF/1988.
TEL), sendo utilizada justamente para o fornecimento A etapa da habilitação envolve quatro verifica-
de bens e serviços. Todavia, a consulta sofreu ampliação, ções de cada competidor:
podendo ser utilizada por todas as agências regulado-
res. Tem previsão na Lei n° 9.472/1997, sendo realizada z A habilitação jurídica, envolvendo os documentos
mediante procedimentos próprios e determinada por da pessoa física ou da pessoa jurídica;
atos normativos expedidos pela própria agência. z A regularidade fiscal, isso é, a verificação do paga-
mento devido e correto dos tributos do competidor;
z A qualificação técnica (art. 30 da Lei n° 8.666/1993),
Registro de Preços: Decreto n° 7.892/1993
envolvendo a aptidão do competidor para desem-
penho da atividade pertinente e compatível com o
Previsto no art. 15, da Lei n° 8.666/1993, sendo
disposto no edital; e
regulamentado pelo Decreto n° 7.892/1993, é uma z A qualificação econômico-financeira (art. da Lei n°
espécie utilizada para compras, obras ou serviços que 8.666/1993), envolvendo o balanço patrimonial e as
sejam frequentes. É o caso, por exemplo, da compra de demonstrações contábeis do último exercício social,
passagens aéreas para os membros do Executivo rea- por exemplo.
lizar as constantes viagens internacionais. Ao invés
de várias licitações, é realizada uma concorrência e o Para preservar a competitividade, as exigências de
posterior registro da proposta vencedora para ser uti- qualificação técnica e econômica devem ser compatí-
lizada sempre que necessária para uma contratação. veis e proporcionais ao objeto licitado, restringindo-se
A contratação, por si, não é obrigatória, embora seja ao que for estritamente indispensável para garantir
o cumprimento do futuro contrato. O não atendimen-
necessário, sempre, fazer uma pesquisa de preços de
to às exigências da habilitação implica a exclusão da
mercado antes da contratação pelo registro de preços.
empresa no certame.
A classificação é a etapa de análise e julgamento
FASES DA LICITAÇÃO das propostas apresentadas pelos concorrentes habili-
tados. Aqui, temos efetivamente a abertura dos enve-
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
É certo que cada modalidade licitatória apresen- lopes, cabendo à comissão a tarefa de analisar se cada
ta um procedimento próprio. Todavia, a sequência de uma das propostas se adequa com os requisitos espe-
fases de cada licitação observa a mesma estrutura e cíficos do edital, bem como com os preços de mercado.
padrão da concorrência. As fases da concorrência, des- A desclassificação das propostas pode se dar:
se modo, são iguais para todas as outras modalidades.
A concorrência é dividida em duas grandes etapas: z Por inexequibilidade, quando os preços forem
fase interna e fase externa. A fase interna é aquela muito abaixo do preço de mercado;
em que temos todos os atos anteriores à publicação do z Que contrariam cláusula do edital, como ocorre
quando há uma qualificação técnica que não tem
edital, envolvendo etapas como:
relevância alguma para o objeto da licitação; ou
z Por condições relativas às propostas de outros lici-
z Elaboração de projeto básico para serviços de tantes, sendo absolutamente vedado elaborar uma
engenharia; proposta cujo preço, por exemplo, é “10% inferior
z Detalhamento do orçamento; ao preço do competidor X”.
z Compatibilidade com o Plano Plurianual (PPA);
z Criação da Comissão de Licitação; e Com a divulgação dos resultados, abre-se o prazo
z A publicação do instrumento convocatório. para recurso de efeito suspensivo (em 5 dias). 359
Importante lembrar que alguns diplomas especí- Nos casos de guerra ou grave perturbação da
ficos, como o de pregão e o da Lei n° 8.987/1995, tra- ordem;
zem a inversão de fases de julgamento e habilitação. Nos casos de emergência ou calamidade pública;
Primeiro se faz o julgamento das propostas e depois Quando a União tiver que intervir no domínio
abre-se o envelope da proposta já julgada. econômico para regular preços ou normalizar
A homologação é a etapa em que todos os autos o abastecimento;
sobem para a autoridade superior, que procederá a Celebração de contrato de gestão com entida-
avaliação de todo o procedimento. Essa é uma hipó- des do terceiro setor (OS e OSCIPs);
tese de controle interno da licitação, haja vista que é Contratação realizada por Instituição Científi-
realizada por ente público dentro da própria Adminis- ca e Tecnológica ou agência de fomento para a
tração. Essa forma de controle é possível, devido ao transferência de tecnologia etc.
poder de autotutela que Administração Pública tem
para rever seus próprios atos. Assim, a licitação pode- z Inexigibilidade de licitação: no caso da inexigibili-
rá ser anulada, havendo algum vício que torna algum dade da licitação, o procedimento é absolutamente
de seus atos defeituosos, ou revogada, por alguma impossível de se realizar, em razão da inviabilidade
causa superveniente (mudanças no cenário econômi- da competição. Trata-se, por isso, de ato vinculado.
co) que não torna a licitação mais vantajosa.
É o caso, por exemplo, da licitação cujo objeto seja
Novamente, é importante frisar que não existe
produto ou serviço oferecido exclusivamente por
direito subjetivo à contratação, mas uma mera expec-
um único fornecedor. Envolve hipóteses em que
tativa de direito em realizar contrato com o Poder
seria ilógico realizar uma licitação.
Público. Não há, nesse caso, uma responsabilidade
do Estado de indenizar o participante vencedor, não
havendo a eventual contratação do mesmo. As hipóteses de inexigibilidade estão previstas nos
A última etapa da fase externa é a adjudicação. incisos do art. 25 da Lei n° 8.666/1993. São três:
Consiste na elaboração de ato administrativo decla-
ratório e vinculado, de atribuição jurídica do objeto Art. 25 [...]
da licitação ao vencedor do certame. Adjudicatário é o I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
gêneros que só possam ser fornecidos por produ-
vencedor do certame, e tal ato é apenas declaratório,
tor, empresa ou representante comercial exclusivo,
pois não gera um direito de contratar com a Adminis-
vedada a preferência de marca, devendo a compro-
tração. A adjudicação produz dois efeitos:
vação de exclusividade ser feita através de atesta-
z Garantir o direito de que o vencedor não tenha seu do fornecido pelo órgão de registro do comércio do
direito preterido na elaboração do contrato; e local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
z A liberação jurídica dos demais competidores.
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
DA CONTRATAÇÃO DIRETA: DISPENSA E II - para a contratação de serviços técnicos enu-
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO merados no art. 13 desta Lei, de natureza singular,
com profissionais ou empresas de notória especia-
A regra geral é a obrigatoriedade da licitação para lização, vedada a inexigibilidade para serviços de
as pessoas que integram a Administração, ou que publicidade e divulgação.
mesmo não integrando, realizam a prestação de um
serviço de relevante interesse público. Ocorre que, A ideia desses incisos é a de que, por ser uma compra
em alguns casos, a legislação autoriza o Poder Públi- ou um serviço bastante específico, que provavelmente
co a realizar a contratação direta, sem a necessidade poucas pessoas ou talvez só uma pessoa (ou empresa)
do procedimento licitatório. O direito brasileiro prevê possam comprá-lo/realizá-lo. Assim, a competição no pro-
quatro possibilidades de contratação direta: cedimento licitatório torna-se inviável nessas condições.
O mencionado art. 13 apresenta o que é conside-
z Dispensa de licitação: a dispensa de licitação apre- rado, para os efeitos da Lei n° 8.666/1993, um serviço
senta hipóteses em que o procedimento licitatório, técnico profissional especializado. Acredita-se ser um
apesar de ser possível, não é viável, dada razões de rol taxativo, que não admite outras hipóteses a não ser
conveniência e oportunidade (discricionariedade). aquelas previstas nessa Lei. Assim, são inexigíveis de
É o caso, por exemplo, de procedimento licitató- licitação: os estudos técnicos, planejamentos e projetos
rio cujo valor seja irrisório, cujo objeto seja bens básicos ou executivos; os pareceres, perícias e avalia-
ou serviços de pequeno valor. O legislador, nessas ções em geral; as assessorias ou consultorias técnicas
hipóteses, atribui uma liberdade à Administração e auditorias financeiras ou tributárias; a fiscalização,
para escolher outra alternativa além da licitação. supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; o
As hipóteses de dispensa de licitação estão previs- patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administra-
tas primordialmente no art. 24 da Lei n° 8.666/1998. tivas; o treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; e a
Dos incisos, destaca-se: restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
Para obras e serviços de engenharia de valor III - para contratação de profissional de qualquer
até 10% (dez por cento) do limite previsto a lici- setor artístico, diretamente ou através de empre-
tação tipo convite sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
Para outros serviços e compras de valor até especializada ou pela opinião pública.
10% (dez por cento) do limite previsto para
compras e serviços em geral do convite e para z Vedação à licitação: não possui uma previsão
alienações, nos casos previstos nesta Lei, des- legal propriamente dita. Trata-se de hipóteses de
de que não se refiram a parcelas de um mesmo extrema urgência, não previstas em lei, sendo de
serviço, compra ou alienação de maior vulto forte discussão doutrinária. Seria o caso, por exem-
360 que possa ser realizada de uma só vez; plo, da realização de procedimento licitatório para
exploração de uma atividade econômica, sendo Ao dizermos que contrato administrativo é o pac-
esta já uma atividade-fim de uma empresa esta- to bilateral ajustado pela Administração Pública,
tal. A realização de licitação, nessas hipóteses, é agindo nessa qualidade, significa que, em pelo menos
vedada uma vez que ela carece de interesse públi- um dos polos da relação jurídica deve haver a figura do
co, porque o objetivo final dessa licitação não é a Estado (contratante), como pessoa jurídica de Direito
prestação de um serviço público. Isso significa que Público, que se apresenta em relação de superiorida-
há a ausência de um dos pressupostos essenciais à de em face dos particulares. Os terceiros, dessa forma,
licitação. são as pessoas físicas ou jurídicas (denominadas con-
tratados) que não integram a Administração Pública.
Parte da doutrina acredita que, na verdade, não Todavia, há alguns casos em que tal avença pode ser
seria uma hipótese nova de vedação, e sim um caso de estabelecida com outras entidades administrativas,
inexigibilidade de licitação. visando a cooperação mútua e a persecução de objeti-
Atualmente estamos vivendo em uma pandemia, o vos comuns entre os órgãos e entidades da Administra-
que pode ser considerada uma gravíssima calamidade ção, como é o caso dos consórcios estabelecidos entre a
pública. Por causa disso, o Poder Legislativo vem ela- União e um Estado, ou Município, por exemplo.
borando diversas normas especiais para vigorarem A submissão ao regime jurídico administrativo
significa dizer que, para os contratos administrativos
nesse estado anormal que o Brasil se encontra. Um
vigoram os princípios e regras de Direito Administra-
exemplo disso é a Emenda Constitucional n° 106/2020,
tivo. Não basta apenas a Administração Pública estar
que institui regime extraordinário fiscal, financeiro e
em um dos polos contratuais, pois a mesma pode rea-
de contratações para vigorar nesse período.
lizar ajustes de natureza não-administrativa, poden-
Caso haja alguma questão que procure relacionar
do celebrar contrato de locação sobre determinado
a vedação da licitação de caráter emergencial, consi-
imóvel, por exemplo. Tal hipótese é de contrato da
derando o atual cenário calamitoso do País, é impor- Administração, que não se confunde com o contrato
tante que o candidato se lembre que as bancas de administrativo. Contratos da Administração é gênero,
concurso público são bastante legalistas. Assim, por do qual o contrato administrativo é espécie.
não ser uma hipótese legalmente prevista, ela per- Outra característica que o diferencia dos demais
manece vedada, até surgir algum outro instrumento contratos de Direito Privado é a sua finalidade, que
normativo. é a consecução de objetivos de interesse público.
Os contratos da esfera privada, geralmente, tendem a
z Licitação dispensada: são hipóteses descritas no apenas buscar os melhores resultados e trazer lucros
art. 17 da Lei n° 8.666/1993. São os casos de aliena- para as partes. Essa finalidade econômica é incom-
ção de bens imóveis para programas habitacionais patível com os contratos administrativos, que se rege
do governo e bens móveis para uma finalidade pelas normas de Direito Público, que apresenta como
pública específica. um de seus princípios sistêmicos a primazia do inte-
resse público sobre o privado.
Apesar do nome parecido, não podemos confundir Importante salientar a exigência de prévia lici-
a licitação dispensada com a dispensa de licitação. Pri- tação para a celebração do contrato administrativo.
meiramente, as hipóteses de licitação dispensada são Trata-se de um pressuposto que, estando ausente,
vinculadas, ao contrário da dispensa, em que a deci- pode macular a existência, validade e a eficácia do
são para sua aplicação é sempre discricionária. Além contrato. A exigência de prévia licitação é exigida
disso, suas hipóteses são taxativas, são apenas aquelas somente para os contratos administrativos.
previstas no art. 17. Indaga-se muito sobre a natureza dos contratos
administrativos. Isso porque há casos em que a Admi-
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – ARTIGOS nistração elabora contratos, mas que são muito pare-
54 A 80 cidos com os contratos comuns de direito civil. É o
caso, por exemplo, da locação de um bem imóvel a ser
A Lei n° 8.666/1993 também regulamenta sobre os utilizado por uma repartição pública: não há a neces-
contratos administrativos, junto ao processo de lici- sidade de elaborar um contrato administrativo, pois
tação. Sob o enfoque das licitações, pode-se afirmar, aqui o Poder Público é tratado igualmente, como se
inclusive, que a licitação é puramente um meio para fosse um particular. NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Temos, então, uma diferença importante: o Poder
que o particular almeje um fim. E esse fim, esse objeti-
Público pode elaborar contratos da Administração, e
vo maior, é justamente contratar com o Poder Público.
também pode elaborar contratos administrativos. A
A Administração, no exercício de suas funções,
diferença é que os contratos da Administração é gêne-
muitas vezes tende a estabelecer diversas relações
ro, o qual os contratos administrativos são espécie,
jurídicas com particulares, criando vínculos especiais
isso é, estão inseridos dentro desse grupo maior.
de colaboração com a esfera privada. Tais conexões
Essa distinção é importante para compreender
podem ser instrumentalizadas mediante contrato. Se as características dos contratos administrativos. As
tal contrato estiver subordinado às regras de Direito características podem se dividir em dois grupos.
Administrativo, então estamos diante de um contrato
administrativo. Das Caraterísticas Gerais
Contrato administrativo, assim, é um pacto bilate-
ral estabelecido entre a Administração Pública, agindo As características gerais dos contratos adminis-
nessa qualidade, e terceiros, ou entre ela e suas enti- trativos são aquelas características que se encontram
dades, submetido ao regime jurídico administrativo, em todas as espécies de contratos da Administração.
cuja finalidade é a consecução de objetivos de interes- Essas características são importantes, porque dão ao
se público. Deste conceito, podemos destacar alguns contrato a sua razão de existir. Não se trata de aspec-
aspectos específicos dos contratos administrativos. tos de legalidade/validade, e sim de existência. 361
Com isso, todos os contratos da Administração arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sis-
devem possuir: temático do seu extrato, salvo os relativos a direitos
reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumen-
z Acordo de vontades distintas: é um dos elemen- to lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se
tos mais característicos de todo e qualquer con- cópia no processo que lhe deu origem”.
trato. Para ter um acordo, é preciso que haja duas Todo contrato administrativo deve mencionar,
partes, com interesses e finalidades contrapostas, na forma do art. 61, os nomes das partes e os de seus
mas que se unem para alcançar um mesmo obje- representantes, a finalidade, o ato que autorizou a
tivo. Sem o acordo de vontades, temos apenas um sua lavratura, o número do processo da licitação, da
ato administrativo; dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos con-
z Direitos e obrigações recíprocas: todo contrato tratantes às normas da própria Lei n° 8.666/1993 e às
da Administração é um contrato comutativo, o que cláusulas contratuais.
significa que cada uma das partes se compromete Uma vez formalizado o contrato administrativo
a alguma forma de ônus para a devida execução já pronto (é um contrato de adesão), a Administração
do instrumento contratual.
convocará regularmente o interessado para assinar
o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento
Das Características Específicas
equivalente, dentro do prazo e condições estabeleci-
dos, sob pena de decair o direito à contratação (art.
O contrato administrativo apresenta alguns aspec-
61 da Lei n° 8.666/1993). O particular interessado tem
tos e características específicos. São eles:
prazo específico para assumir compromisso de execu-
tar o contrato, embora tal prazo possa ser prorrogado
z Presença da Administração Pública: é a figura do
uma vez, por igual período, quando solicitado pela
Estado, representada pelo Poder Executivo, com
parte durante o seu transcurso e desde que ocorra
todos os seus poderes e prerrogativas inerentes da
sua natureza. Isso faz com que a relação contratual motivo justificado aceito pela Administração.
sempre seja desigual, pois a Administração possui
diversos poderes e diversas vantagens, como vere- DA ALTERAÇÃO DO CONTRATO
mos mais adiante. E do outro lado temos o parti-
cular interessado, em situação mais desfavorável; As cláusulas exorbitantes, por sua vez, são cláu-
z Finalidade pública: a Administração Pública sulas especiais, que só existem nos contratos adminis-
não pode almejar o lucro, como ocorre nas rela- trativos. Isso porque elas dão uma gama de vantagens
ções jurídicas de direito privado. Assim, o objetivo para a Administração Pública. Tais cláusulas estão
maior do contrato administrativo é sempre o inte- previstas no art. 58 ,da Lei n° 8.666/1993, veremos as
resse público, que é inalienável e irrenunciável; principais.
z Forma prescrita em lei: significa que os contratos
administrativos são solenes, não podem ser for- Exigência de Garantia
mulados verbalmente. Não podem ser formulados
sem os revestimentos legais; Quando uma parte deixa de cumprir com suas
z Procedimento legal: para que seja elaborado um obrigações contratuais, a outra parte fica em prejuí-
contrato administrativo, é necessário a ocorrên- zo. Ao menos, é isso o que ocorre na esfera privada.
cia de um ato anterior que o fundamente, como Mas a Administração Pública não pode se dar ao luxo
o caso da prévia licitação, ou de uma autorização de sair no prejuízo. Por isso, o particular interesse já
legislativa; presta uma garantia antes do início dos trabalhos, na
z Natureza de contrato de adesão e personalíssi- possibilidade de haver um eventual inadimplemento.
mo: o contrato administrativo é apresentado pelo Sobre a forma de garantia aceita para os contratos
Estado já pronto e acabado, cumpre ao particular administrativos, o § 1° do art. 56 apresenta três pos-
apenas aderir ou não. Além disso, por ser contra- sibilidades, cabendo ao particular escolher a melhor
to personalíssimo (intuitu personae), não pode ser
para o seu caso. São elas:
cedido para terceiros, pois a pessoa do contratado
é uma parte essencial dessa relação travada entre
z caução (em dinheiro ou títulos da dívida pública);
ele e o Poder Público. Não pode, por exemplo, o
z seguro-garantia;
contratado transferir os direitos e encargos do con-
trato para seus herdeiros, ou transferir para um z fiança bancária.
“amigo”, pois o Poder Público somente tem inte-
resse em formalizar o contrato com aquela pessoa; Alteração Unilateral do Contrato
z Presença de cláusulas exorbitantes: é um dos
pontos mais característicos do contrato adminis- As alterações unilaterais são aquelas em que ape-
trativo, pois são as cláusulas que colocam a Admi- nas uma parte mexe nos termos do contrato. Para os
nistração Pública em uma situação de vantagem. contratos administrativos, somente a Administração
Veremos melhor sobre essas cláusulas em momen- Pública pode alterar unilateralmente o instrumento
to posterior. contratual, por razões óbvias (posição mais vantajosa
na relação).
FORMALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO CONTRATO O inciso I, do art. 65, apresenta todas as possibili-
dades de alteração unilateral do contrato. Todas essas
Sobre a formalização dos contratos administrati- hipóteses, de modo geral, permitem que o contrato
vos, o art. 60 da Lei n° 8.666 é bastante claro ao expor seja alterado, para melhor atender o interesse públi-
que “Os contratos e seus aditamentos serão lavra- co. Assim, a Administração pode alterar unilateral-
362 dos nas repartições interessadas, as quais manterão mente o contrato para:
z Adequação técnica: é a modificação do projeto z Inadimplemento involuntário: aqui não há a
em si, ou de suas especificações; presença da culpa, porque são questões alheias,
z Alteração do valor por acréscimo ou diminuição mas que ainda assim fazem com que o particular
quantitativa de seu objeto. fique impossibilitado de continuar com a execução
contratual. É o caso do desaparecimento do parti-
É importante ressaltar o conteúdo do § 1° do art. cular, ou de sua insolvência;
65, que diz respeito ao reajuste contratual: z Razões de interesse público: pode ocorrer que
a execução do contrato deixe de fornecer as van-
Art. 65 [...] tagens almejadas pela Administração. Assim, ela
§ 1° O contratado fica obrigado a aceitar, nas pode rescindir o contrato simplesmente porque
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou não deseja mais continuar com sua execução, por-
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou que não é mais interesse público continuar com
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do ele. Essa é uma hipótese em que é cabível indeni-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso zação, na forma do § 2º, do art. 79. Observe que a
particular de reforma de edifício ou de equipa-
noção de “interesse público” é algo cambiante, que
mento, até o limite de 50% (cinquenta por cen-
varia muito para quem está no Poder;
to) para os seus acréscimos.
z Caso fortuito ou força maior: são as hipóteses em
que eventos alheios a ambas as partes impedem a
O reajuste é um instrumento de alteração dos valo-
res econômicos, previstos tanto no edital da licitação execução do contrato. Aqui temos uma diferença: o
como no próprio instrumento contratual. A sua finali- caso fortuito e/ou força maior, nos contratos adminis-
dade é, simplesmente, estabelecer o equilíbrio econô- trativos, são passíveis de indenização, na forma do §
mico-financeiro existente na relação contratual. 2º, do art. 79. Isso não acontece na esfera privada.
Os contratos possuem prazos muito longos, e
podem ser prorrogados diversas vezes. Por isso, é bas- Fiscalização
tante comum que as condições estabelecidas durante
o início do contrato administrativo acabem se alteran- De modo geral, é possível colocar um agente para
do com o passar do tempo. Essa é a denominada Teo- ficar de olho na execução do serviço avençado. Esse
ria da Imprevisão, que vigora em muitos contratos, agente fiscalizador pode ser da Administração, ou
e não apenas os contratos administrativos. A Teoria alguém contratado pelo próprio particular.
da Imprevisão serve para equilibrar outra máxima
do Direito dos Contratos, que estabelece que todos os Aplicação de Sanções
contratos devem ser cumpridos não importa o que
aconteça (ou pacta sunt servanda). Em vez de rescindir o contrato de uma vez, pode
A razão para estabelecer valores limites para os
a Administração impor sanções caso o particular não
acréscimos e supressões que vierem a ocorrer com o
cumpra com todos os termos avençados. Mas o parti-
contrato advém justamente do fato de que a situação
dos negócios pode mudar (“rebus sic stantibus”). O cular pode sempre insurgir contra todas as penalida-
legislador entende que esses limites são o máximo que des, mediante recurso administrativo.
a pessoa particular pode suportar para continuar com Sobre as sanções em espécie, são elas:
a execução do contrato, sem que ele fique no prejuízo.
O conteúdo do § 1° do art. 65, assim, é importante z Advertência:
porque ele apresenta não somente uma prerrogativa
da Administração Pública, de poder alterar o valor do Multa, podendo ser cumulada com as demais;
contrato, e impor essas alterações unilateralmente. Suspensão para nova licitação ou contrato por
Mas esse artigo também estabelece um valor limite até dois anos; e
para esses acréscimos e supressões: ele não está obri- Declaração de inidoneidade para participar de
gado a aceitar as alterações que sobressaltem a esses licitação ou contrato, enquanto perdurarem os
limites de 25%, para as obras, serviços ou compras; e motivos ou ocorra a reabilitação, após o mesmo
de 50% para reformas de edifícios ou de equipamentos. prazo da pena anterior.
Por mais que seja essencial que a execução do contrato
não seja interrompida, o particular não pode ficar “pre- A diferença da suspensão para a declaração de ido-
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
so” a um contrato que só está lhe causando prejuízo, neidade é que, no primeiro caso, terminado o prazo
isso seria muito injusto. Dessa forma, pode o particular
da suspensão, o particular adquire capacitação para
interessar requerer a rescisão do contrato pela via judi-
contratar automaticamente. Mas no caso da declara-
cial, se a Administração Pública for contra a rescisão.
ção de idoneidade, o particular precisa de uma rea-
bilitação para poder contratar com o Poder Público.
Rescisão Unilateral
Retomada do Objeto
Rescisão é o ato que visa à extinção do contrato. De
novo, somente a Administração Pública pode rescin-
dir unilateralmente o contrato administrativo, mesmo Alguns serviços públicos não podem parar, dada a
que o particular não concorde com o ato. A rescisão sua grande importância para a população. Mas o que
unilateral pode ocorrer: ocorre quando o particular não pode mais continuar
com a execução do contrato?
z Inadimplemento culposo: é a hipótese em que Para essas hipóteses, a Administração pode assumir
particular comete um ato pela falta de cuidado, a atividade, por conta própria, para que a população
isso é, ele age com culpa (não cumprimento ou não seja afetada. Para isso, a retomada do objeto exige
cumprimento irregular, atraso na entrega do pro- a assunção imediata do objeto do contrato; a ocupa-
jeto, paralisação, faltas reiteradas etc.); ção das instalações e pessoal; a execução da garantia 363
contratual; bem como a retenção dos créditos contra- A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
tuais até o limite dos prejuízos causados. Aquilo que a poderá ser obtida mediante reajuste ou revisão. Rea-
Administração deveria pagar mensalmente ao particu- juste é a terminologia que designa a atualização dos
lar deixa de fazer até o limite dos prejuízos. valores remuneratórios ante as perdas econômicas ou
majoração de insumos. As regras de reajuste, como já
Restrições à Exceção do Contrato não Cumprido vimos, devem estar previstas no próprio instrumento
contratual.
A exceptio non adimpleti contractus é uma outra A revisão, por sua vez, corresponde às altera-
forma de corrigir o mesmo problema apresentado ções no valor efetivo da tarifa, geralmente sem pre-
anteriormente. Aqui, o contratado deve continuar visão contratual, utilizado em circunstâncias em que
com a execução do pacto, não importa o que aconteça, a recomposição por reajuste se torna impossível. Há,
cabendo apenas a suspensão da execução do contrato nesse caso, um aumento real do valor pago ao contra-
se houver paralisação superior a 120 dias ou atraso tado, ao contrário do reajuste, que apenas atualiza o
nos pagamentos superior a 90 dias. aspecto pecuniário da remuneração.
As hipóteses mais comuns para a autorização da
Equilíbrio Econômico-Financeiro recomposição econômico-financeira do contrato são:
5. (IDECAN — 2019) A respeito da classificação e dos a) É contado para todos os efeitos o tempo de servi-
princípios dos serviços públicos, assinale a alternativa ço público federal, inclusive o prestado às Forças
correta. Armadas.
b) O tempo em que o servidor esteve aposentado não
a) O princípio da modicidade tem aplicação no âmbito dos será contado para fins de nova aposentadoria.
serviços públicos, procurando evitar a exclusão social. c) A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
b) Os serviços públicos são sempre contínuos e que serão convertidos em anos, considerado o ano
compulsórios. como de trezentos e sessenta e cinco dias.
c) Não são considerados serviços públicos os chamados d) Será contado em dobro o tempo de serviço prestado
serviços administrativos, que são executados pelo às Forças Armadas em operações de guerra.
Estado em prol de sua organização interna. e) São considerados como de efetivo exercício os afas-
d) Os serviços de transporte coletivo são considerados tamentos em virtude de férias e por convocação para
serviços indelegáveis. o serviço militar.
e) Por força do princípio da eficiência, os serviços públi-
cos são remunerados exclusivamente por tarifas, 9. (IDECAN — 2020) De acordo com as disposições da
buscando-se o máximo retorno entre o equilíbrio con- Lei nº 8.112/90 sobre o regime disciplinar dos servi-
tratual e a satisfação do interesse público. dores públicos, analise as afirmativas a seguir:
6 C
I. A duração dos contratos administrativos nunca
ultrapassará a vigência dos respectivos créditos 7 A
orçamentários.
II. No contrato administrativo, deve constar o crédito pelo 8 B
qual correrá a despesa, independentemente da indica-
9 A
ção ou não da classificação funcional programática e
da categoria econômica. 10 A
III. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes 11 E
da execução do contrato.
12 B
Assinale 13 E
370