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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (PUC-RIO)

Nome: Maria Vitória Gama


Matrícula: 2010908
Professor: Antonio Mattoso
Matéria: Mitologia I
● Faetonte:
Após os acontecimentos de que Io (Ninfa) foi transformada em uma vaca, Júpiter (Zeus)
consegue reverter a situação e Épalo nasceu do seu sémen. O filho de Júpiter era um jovem
com as mesmas características do Faetonte, mas o neto Inaco provocou Faetonte, duvidando
de sua descendência divina. Clímene é uma ninfa filha de Oceano e da titânide Tétis ,ela
uniu-se com Hélio ( filho de Téia e irmão da Lua/Selene e Aurora) ,o deus que conduzia o
Sol diante de Febo (Apolo), e gerou Faetonte e as Helíades. - É importante ressaltar que
Apolo/Febo é um deus iluminado e sua irmã Diana/Febe/Ártemis/Cíntia pode ser
representada como Lua. Então Faetonte, pergunta a sua mãe sobre a existencia do seu pai, e
a ninfa diz ao seu filho que o Sol estaria no seu palácio.
No segundo livro, o início da narrativa se passa no palácio onde Febo mora, Ovídio
procura apresentar diversas figuras, que são apenas mencionados para provocar maior riqueza
aos detalhes na descrição do poema, como: Mulcíbero (Vulcano ou Hefesto), Tritão (filho de
Netuno/Posídon), Prometeu (filho de Jápeto e Clímane), Egéon (gigante marinho),
Dóris/Dádiva (filha do Mar/Ponto e esposa/irmã de Nereu), as Nereidas (filhas de Nereu e
Dádiva), no poema também é dito os signos zodíaco no céu respladente. As Horas, os Dias,
os Meses, Anos e Séculos, A Primavera e Verão, também o Inverno e o Outono (filhas de
Júpiter com Têmis), todos esses elementos, presentes no grande palácio de Febo, fazem parte
dessa representação do passar do tempo.
Febo fica impressionado com a chegada de Faetonte, e diz ao seu filho que poderia lhe
dar tudo que deseja como promesa para comprovar e assumir a paternidade. Então, o jovem
decide pedir para dirigir a carruagem com os cavalos Alípedes. O deus até tenta persuadi-lo a
mudar de ideia, alegando que a estrada é difícil, perigosa e dá medo, que precisa ter mão
firme, ou seja, experiência, tentou alertar sobre a rotação dos astros que eram vertiginosos e
os cavalos instáveis. Todavia, mesmo assim, o teimoso manteve seu pedido.
Ao chegar na divina e luminosa carruagem dourada de Febo, o jovem se encanta com a
sua sofisticada beleza. Com a vinda do nascer do dia, junto a ida das estrelas e a lua, o deus
ordena que as Horas preparem os cavalos que respiram fogo. Febo tenta uma última vez
aconselhá-lo, indicando para ele sustentar as rédeas com mãos firmes, para não atravessar
diretamente as cinco vias da abóbada e principalmente para que não voasse muito alto, nem
muito baixo, pois tanto o céu quanto a terra tinham que receber valores iguais. Sem mais
tardar, pois o sol precisava surgir, Faetonte sobe na carruagem, selando seu destino.
Os quadrúpedes Piroente, Eoo, Etão e Flégon se moveram com maior intensidade e
velocidade porque o peso do carro estava muito mais leve, parecia estar vazio, portanto,
acabaram abandonando a rota que normalmente faziam. Faetonte sem ter muitas opções do
que fazer, pois não sabia como retornar a rota e nem era obedecido pelos cavalos,
desespera-se ao ver o enorme desequilíbrio que causou e todos os perigos que sofria,
largando por fim as rédeas. O intenso calor aqueceu locais que eram glaciais, a Terra
queimou-se em um terrível incêndio, as nuvens evaporaram, a água dos rios desapareceram,
diversas cidades e cidadãos se tornam cinzas e as montanhas arderam pela alta temperatura.
O filho de Febo com dificuldade conseguia respirar o ar abrasador que rondava no
mundo e percebeu que a carruagem divina estava em chamas, não obstante, o calor era tão
intenso, que locais se tornaram áridos, uma densa fumaça sobrevoou as águas, diversos
animais faleceram, tanto aéreos quanto terrestres e marítimos, o mar se contraiu e Gaia, a
Terra, aos prantos, chorou em desespero e berrou completamente incrédula sobre tudo o que
estava acontecendo. Júpiter ao ouvir as súplicas da deusa e ao concluir o testemunho de
outros deuses, dirige-se a uma elevação e lançou um potente raio na carruagem, foi o
suficiente para destruí-la aos pedaços e romper as amarras dos cavalos, que livres, fugiram
em disparada. Faetonte, como uma estrela cadente, despencou na outra extremidade do orbe
(do mundo), bem sobre o rio Eridano. O corpo do jovem foi enterrado pelas Náiades da
Hespéria (ninfas de águas doces) ainda estando fumegante. Tanto o pai, Sol, quanto a mãe,
Climene, demasiadamente sofreram pela morte do filho, ela vagou pelo mundo todo para
encontrar os membros e ossos de Faetonte, e o deus, sombrio e devastador, recusou dar seu
brilho novamente para o mundo. Em muito os deuses e o soberano tiveram que suplicar para
o deus do Sol voltar a exercer seu serviço, no fim, os cavalos foram os culpados pela morte
de Faetonte e castigados com correntes e chicotes.

● Diferenças com entre os mitos:


Umas da principais diferenças entre os dois mito contados por Ovidio, são:
● Dilúvio
Era um Fado, cujo é uma destruição da humamidade.
Foi um castigo de Júpiter, para exterminar a humanidade sob as águas e fazer cair
água em todo céu
Júpiter obteve ajuda do seu irmão Netuno, Éolo (senhor dos ventos), Noto (com a sua
barba carregada de nuvens e escorre água)
No Diluvio sobrevivem um casal, que são Deucalião e Pirra
Deucalião e Pirra faz súplicas à divindade Têmis para uma nova humanidade

● Faetonte:
O filho de Febo que causou um desatre acidentalmente
Ao contrário do Dilúvio, o acidente foi ocasionado pelo fogo
Houveram mais sobreviventes
Gaia faz súplicas para Júpiter acabar com aquela situação
Júpiter mata seu neto com raio
Algumas pessoas ficaram queimadas e permaneceram com a pele “negra-preta”
Alguns lugares ficaram sem água nenhuma e surgiu desertos na Terra

● Helíades:
Estas também foram vítimas das consequências dos atos de Faetonte; é fato que o luto foi
algo que elas carregaram e semearam por demasiado tempo, entretanto, se o jovem não
tivesse morrido devido a sua teimosia, jamais teriam passado por essa dor. As irmãs de
Faetonte, assim como seus pais, também sofreram muito com sua morte. Durante dias e
noites derramaram lágrimas sobre a sepultura e chamaram pelo irmão, na esperança, em vão,
de ele responder.
De tanto lamento e repetição são metamorfoseadas em árvores. A mãe em desespero sem
poder ajudar, beija as filhas como forma de despedida, tenta inutilmente puxar seus corpos
dos troncos, mas eles sangravam causando dor. Assim, as irmãs enlutadas já não podem
lamentar, tendo suas vozes silenciadas, sentem o luto apenas com as lágrimas que se
solidificam em âmbar, resina que é levada pelas águas do rio e posteriormente usada como
adereço.

● Metamorfose:
De acordo com o relato de Ovídio podemos analisar uma metamorfose de caráter vegetal
(HUMANO > VEGETAL), que ocorre de modo progressivo. Isto é, primeiramente a mais
velha das irmãs Faetusa sente os pés paralisados, em seguida a segunda irmã Lampécia teve
seus movimentos interrompidos por uma raiz repentina, já a terceira em desespero leva as
mãos à cabeça para arrancar os cabelos, mas no lugar de fios saem folhas. Mais adiante suas
pernas são transformadas em tronco e seus braços cedem lugar a longos ramos. Uma grossa
casca recobre as virilhas, subindo pelos corpos cobrindo gradativamente cada membro. A
princípio a casca deteve apenas a boca, permitindo que as irmãs clamarem pelo socorro da
mãe Clímane. Quando as Helíades imploram que a mãe pare de puxar os ramos fica em
evidência que elas ainda podem sentir dores, ou seja, foi mantido o caráter de sensações
humanas, o mesmo ocorre quando suas palavras de lamento se calam, mas ainda sentem seu
luto através das lágrimas que gotejam uma após a outra.
Ovídio não especifica o agente causador dessa metamorfose, mas podemos interpretar
como causa dessa transformação, porém a metamorfose foi feita por compaixão dos
deuses.Quanto a isso, a análise que se pode fazer é que aquelas lágrimas eram tão sinceras e
reais, que se tornaram muito preciosas, tanto porque demonstra o amor que sentiam pelo
irmão, esse valor inestimável, quanto o peso da saudade.

● Cicno:
Cicno (filho de Estênelo) foi um grande amigo de Faetonte. Após a morte do filho de
Febo, ele renunciou ao cargo de rei da Ligúria e ficou em luto no rio Erídano, junto às
Helíades. É também metamorfoseado em um ser, pois assim como as irmãs de Faetonte,
passou longos meses lamentando a morte do amigo, sem conseguir seguir adiante. Todavia,
há uma distinção entre esta metamorfose para a outra ocorrida ,ele em um cisne
(HUMANO > ANIMAL). Não confiando na conduta de Júpiter decide habitar nas regiões
pantanosas, próximo aos rios e lagos.
Esse mesmo poema também narra detalhadamente o luto do Sol, que odiando a sua
própria luz e a si mesmo se recusa a iluminar o mundo. Em meio a dor encontra-se cansado
de seus serviços e se queixa do tempo que trabalhou sem descanso e da falta de recompensa.
Decide passar sua função a outro deus, ou ao próprio Júpiter, pois esse era responsável por
toda a sua dor e sofrimento. Febo ainda relembra as dificuldades que encontra ao dirigir o
carro de cavalos alados, e que apenas quem o conduz compreende a complexidade da função.
Em meio aos seus lamentos estão os deuses, que desesperados temem pelo mundo
submergido na completa escuridão. Os que habitam no alto éter clamam ao Sol que volte a
dirigir o carro e que conceda um novo amanhecer. Júpiter receoso também pede ao irmão que
ilumine a terra e suplica perdão pela morte do jovem Faetonte. Cedendo a tantos pedidos o
deus Sol reúne os cavalos ignívomos, que ainda sentem o pavor da última corrida, o deus
enfurecido rege os quatro animais com chicote, depositando sobre eles a dor de ter perdido
um filho querido.

● Metamorfose:
Ovídio nos apresenta uma metamorfose animal, que assim como a primeira ocorre de
modo gradativo. Primeiramente Cicno percebe sua voz falhar de forma repentina, em seguida
penas brancas tomam conta de sua cabeça, no mesmo instante o pescoço fica alongado
distanciando a cabeça do peito, depois os seus dedos se unem uns aos outros e se tornam
avermelhados, penas brancas tomam o resto de seu corpo e por fim sua boca cede lugar a um
bico arredondado. O que pode-se entender dessa transformação é que, Cicno, ao desenvolver
uma repugnância aos deuses e também por não confiar mais neles, principalmente em Júpiter,
(que lançou o relâmpago no carro que estava Faetonte), ele perde sua humanidade e sua
identidade humana,ou seja sua metamorfose foi feita por punição, portanto, torna-se um
animal, que por opção própria, decide viver excluído em locais úmidos e cercados por água,
pois sua consciência ainda presente, desenvolveu um trauma quanto ao fogo e as chamas.

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