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PE. JOÃO BATISTA REUS, S. J.

PROFESSOR DO SEMINÁRIO CENTRAL DE SAO LEOPOLDO, R. G. S.

CURSO DE LITURGIA
SEGUNDA EDIÇÃO
REVISTA E AUMENTADA

1944
IEDITORA VOZES Ltda., PETRÓPOL IS, R. J.
Pkib bE JANE -Mg --- SAD "PAULO

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E' um grato dever
consignar neste lugar a amabilidade

Do Excelentíssimo Senhor Núncio Apostólico

D. BENTO ALOISI MASELLA

que, a pedido, sem demora, se declarou pronto para


IMPRIMI POTEST coadjuvar a correta elaboração desta edição.
PÓRTO ALEGRE, DIE 28. MAII
1943. P. VALTER HOFER, S. J.
PR/EP. PROV. BRAS. MERID.

IMPRIMATUR Digne-se, pois, o benevolente protetor da ciência aceitar


POR COMISSÃO ESPECIAL DO
EXMO. E REVMO. SR . BISPO
DE NITERÓI, D. JOSft PEREI-
os protestos de gratidão do
RA ALVES. PETRÓPOLIS, 10
DE JUNHO DE 1944. FREI
ÁTICO EYNG, O. F. M.
obscuro AUTOR.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO Bibliografia
O Curso de Liturgia pretende introduzir nos vastos cam-
Aertnys, CSSR, Compendium Liturgice, Taurini 1936.
pos da ciência litúrgica. Por motivos principalmente peda- Amberger, Pastoral.
gógicos, restringe-se ao mais necessário. Uma ou outra vez De Amicis, Consuetudines in functionibus liturgicis, Roma: 1916.
traz a matéria em 'ordem prática, para evitar repetições. Appeltern, Manuale liturgicum, Mechlin e 1901, 2 t.
Ascárate, And:, La flor de la Liturgia, Buenos Aires, 1935.
Destina-se a servir de livro de texto nas preleções litúrgicas Augsten, Dr. Ludger, Das Jahr des Herrn in der Zeit, Berlin, Ger-
e de livro de consulta para os amigos da Liturgia. mania 1937.
Bacuez, Das Brevier, Kirchh. Mainz 1891.
Barin, Luigi, Catechismo Liturgico, 4.° ed., Rovigo 1921, 3 t.
Garin, Aloisius, In novissimas Rubricas Missalis Romani, Rhodigii
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO 1920.
Item, Commentarium ad canones ins liturgicum spectantes, Rhodigii
Mais depressa do que se podia esperar se esgotou a 1922.
Baronius, Annales eccl., Veneza 1601; . 12 t.
primeira edição do "Curso de Liturgia", certamente graças Barreiros, Man. de Aguiar, Elementos de arqueologia, 2.° ed., Bra-
à benevolência com que foi acolhida pelo colendo Episco- ga 1931.
pado e venerandos Colegas. Nesta nova edição ainda mais Bauer, Dr. Georg, Die Ausstattung des Gotteshauses and das Dogma,
Linz a D. 1922.
do que na primeira, se explica a origem, .o progresso, o Bauemer, Suit., Geschichte des Breviers, Freib. H. 1895.
significado dos ritos e fórmulas. Pois diz S. João Crisós- Belethus, Joann, Rationale divinorum of ficiorum, Lugduni 1565.
tomo: "Muitos celebram as festas e as conhecem pelo nome, Benedicti XIV, Opera omnia, Prati 1839.
Bona, Cardinalis, Op. omnia, Antw. 1677.
mas ignoram-lhes a origem histórica e ocasional. Merece Bootsma, OFM., Tractatus de off. div. et Missa, Herder 1928.
isto a censura de proceder muito vergonhoso e ridículo." Bopp, Liturgische Erziehung, Herder 1929.
Braun, Jos., S. J., Liturgisches Handlexikon, Regensb. Pustet 1924.
Acrescentaram-se os decretos do Concílio Plenário Bra- Item, Handbuch der Paramentik, Herder 1912.
sileiro, a explicação das Ordens maiores e menores, os dia- Brehm, Franc., Conspectus pro officio div., ed. 5.°, Ratisbonm 1914.
Item, Neuerungen im Missale, Reg. 1920.
gramas das funções da Semana Santa e da Missa pontifical Item, Synopsis, Ratisb. 1920.
por ocasião da Visita pastoral, as festas da Epifania e Na- Bickell, Dr. Gustav, Messe and Pascha, 1872.
tividade de Maria Santissima, etc. Brigthman, Liturgies eastern and western, Oxford 1896.
Brors, S. J., Gloria in excelsis Deo, Kevelaer 1922.
Foi promulgada a encíclica Mystici Corporis Christi e Burckardus, Joan., Ordo Missce, Ephem. Lit. 1924.
recebida com sincera gratidão. No texto da nova edição dêste Cwremoniale Episcoporum.
Cardoso, Ant. F., Sentido dos ritos da missa, Pôrto 1878. Chardron.
Curso, a encíclica foi mencionada e aproveitada. Carpo, Biblioteca litargica, 1885.
Queira o Sagrado Coração de Jesus abençoar também Carta Pastoral de 1915.
Cerimonial das principais funções pontificais, celebradas nas cate-
esta edição para glória de sua Vida eucarística e santifi- drais que não têm cabido, 3.' ed., 1924, Rib. Preto.
cação de seus amados sacerdotes e fiéis. Cerimônias da Visita Pastoral, Editôra Vozes Ltda., 1937.
Cid, Luís Alberto, Cerimonial dos Párocos, Pôrto 1912.
São Leopoldo, Seminário Central, festa do Natal de Nosso Constituições primeiras do Arcebispado da Baía de 1707, S. Paulo
Senhor, de 1942. 1853.
Coronata, Math. a, OMC., De locis et temporibus sacris, Marietti
Pe. J. B. R e u s, S. J. 1022.
)ictionnaire de droit can. 1937, Paris, Letousey et ane.
)ictionnaire de Theologie catholique, Paris 1903-1929.
)ictionnaire d'Archeologie chr. et Liturgie.
)ecreta authentica C. S. R.
)e Herdt, Sacrce Liturgice praxis, Lovanii 1863.
)uchesne, Liber pontificalis, Paris 1886. 2 tt.
)urandi, Gul., Rationale divinorum officiorum, Lugduni 1565.
?isenhofer, Dr. Lud., Kath. Liturgik, Herder 1926.
Icm, Handbuch der Kath. Liturgik, Herder 1932 2 t.
,

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R e u s, Curso de Liturgia Bibliografia 9

Ecos Marianos de Aparecida, 1938. Lemos, Ritual do Arcebispado da Baía, Baia 1863.
Ephemerides Liturgica°. Lexikon fur Theologie and Kirche, Herder 1930-1937. (LThK)
Erker, Jos., Enchiridion Liturgicum, 2.' ed., Labaci 1900. Liguori, S. Alfonso, De cceremoniis missce, ed. Schober CSSR,
Eusebii, Opera omnia, Migne 1857. Ratisb. 1882.
Falise, Liturgie pratique, Paris 1900. Liturgia de Natal, Páscoa, Pentecostes, Mosteiro de S. Bento, Rio
Favrin, Praxis sol. funct. Episcoporum, Pustet 1906. de Janeiro 1935.
Ferreres, I. S. I., El Breviario y las Nuevas Rubricas, Madrid 1914. Luebke, Geschichte der Architektur, Leipzig 1855.
Festugière, M., Qu'est-ce que la Liturgic, Paris, Gabalda 1914. Mach-Ferreres, Tesoro del sacerdote, Barcelona 1920.
Fluck, Dr. Jac., Kath. Liturgik, Regensb. 1855, 2 t.
Many, De missa, Paris 1903. Letouzey et ane.
François, Aug., O. S. B., Partificação Ativa na Missa, Mosteiro S. Marques, Sim. S. J., Brasilia Pontificia, Olyssipone 1758.
Bento, Rio 1938. Martinucci, Pio, Manuale Sacrarum Cceremoniarum, ed. alt., Rome
Franz, A., Die Kirchlichen Benediktionen im Mettelalter, Freib. H. 1879, 4 t.
1909.
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Item, Die Messe inn deutschen Mittelalter, Frib. 1902. Meagher, The festal year, 8.a ed., New York 1903.
Gatterer, Mich. S. J., Praxis celebrandi, Oeniponte 1926. Memoriale Rituum, 1920.
Item, Annus liturgicus, 1925. Migne, P. lat.
Gennari, Questions de Liturgie, Paris 1912. 2 t. Lethielleux. Item, Liturgie, Encyc. theol., t. 8.
Gerahardy, Ratschlaege, 2. A., Schoeningh, Pad. 1913. Missa (a santa) dialogada, Editôra Vozes Ltda., 1936.
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Item, Das h. Messopfer, 5. A., Herder 1892. Muller, Joh. Bapt., Zeremonienbüchlein, 15. A., Herder 1934.
Item, Prim and Kemplet, Herder 1907. Nickel, Marcus, Die hl. Zeiten and Feste, Mainz 1836, 2 t.
Grimaud, A Minha Missa, Tradução M. M. I. M., Editôra Vozes Nilles, Nic., Kalendarium Ecclesice orientalis et occidentalis, Oeni-
Ltda.., 2.a edição, 1944. ponte 1897.
Grisar, Hartm. S. J., Das Missale im Lichte roemischer Stadtgeschichte, Octavarium Romanum, 1902.
Herder 1925. Oficio da Semana Santa com explicações em língua vernácula, São
Guardini, Vom Geist d. Liturgie, 3. A., Herder 1918. Paulo, Livraria Salesiana 1931.
Gueranger, Das Kirchenjahr, 2. A., Mainz 1888. Oppenheim, Phil. OSB., Introductio in litteraturam liturgicam, Ma-
Hartmann, Repertorium Rituum. rietti 1937.
Haugg, Donatus, Vom Geheitnnis der hl. Messe, Muenchen, Kõsel
1936. Parsch-Keckeisen OSB, No Mistério do Cristo, Mosteiro de S. B.,
Hausherr, M. S. J., Compendium Cceremoniarum, Friburgi 1887. Baía 1941.
Hexges, Greg. OFM., Ausstattungskunst inn Gotteshause, Bauwelt- Paulys, Real-Enciclopcedie der Klassischen Altertumswissenschaft,
Verlag, Berlin 1933. 1894-1935.
Hildebrand, Dietrich von, Liturgie and Persoenlichtkeit, Salzburg Piacenza, Sacra Liturgia, Rome 1909.
1934. Item, Divino afflatu, Romm 1912.
Hoeflinger, Christ, Manuale Rituum, Manz, Ratisb. 1876. Item, In tres tahellas, Rome 1912.
Holzmeister, Urb. S. J., Chronologia Vitce Christi, Rom, Instil. Item, In novissimas rubricas, Rome 1915.
Bibl. 1933. Item, Regulce pro recitando divino officio, 1917.
Instrução de Cerimônias, Pôrto, Cruz Coutinho 1888. Piller, Manuale Liturgice Romance, 2.° ed., Freiburg i. S. 1894.
Jacob, G., Die Kunst im Dienste der Kirche, Landshut 1857. Pires, Heliodoro, A Poesia da Igreja no Ocidente, S. Paulo 1934.
Johner, Domin., Neue Schule des gregorianischen Gesangs, Re- Pontes, A., Manual do Sacristão, Salesianos, Niterói 1936.
gensburg, Pustet 1929. Pruemmer, Karl S. J., Der Christi. Glaube and die altheidnische
Jungmann, Dr. los. S. J., Die Stellung Christi im liturgischen Gebet, Welt, Hegner, Leipzig 1935.
Monster, Aschend. 1925. Probst, Fred., Verwaltung der hochheiligen Eucharistie, Tuebingen
Jürgensmeier, Der mystische Leib Christi, Paderb. 1934. 1853.
Kern, Jos. S. J., De sacramento Extrema: Unctionis, Pustet, Ratisb. Item, Brevier and Breviergebet, Tueb. 1854.
1907. Item, Kirchliche Benediktionen, Tueb. 1857.
Kieffer, Dr. Georg., Rubrizistik, 8. A., Schôningh, Paderb. 1935. Item, Liturgic der "3 ersten christl. Jahrhunderte, Tueb. 1870.
Koessing, J. Die h. Messe, 2. A., Manz, Regensburg 1856. Item, Lehre and Gebet in den 3 ersten christl. Jahrhunderten, Tueb.
Kramp, S. J. Messliturgie u. Gottesreich, Herder 1921, 3 t.
.
1873.
Item, Bete mil der Kirche, Munster, Regensberger 1936. Item, Die aeltesten roemischen Sakramentarien, Miinster, Aschend.
Item, Introitus, Munster, Regensb. 1937. 1892.
Kraus, Real-Enciclópcedie der christlichen Altertümer, Herder 1882. Item, Die abendlaendische Messe, Munster, Aschend. 1896.
Lamping, S. OFM., Menschen die zur Kirche kamen, Koesel, Munchen Huels, Dr. Pet., Liturgik des hl. Messopfers, Munster, Schoeningh
1935. 1915.
Lefebvre, Gasp. OSB., Liturgia, Pôrto 1922. Regatillo, S. J., Cuestiones canonical, Santander 1928, 2 t.

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10 R e u s, Curso de Liturgia

Rinaldi-Bucci, De insignibus episcoporum commentaria, Ratisb.


Pustet, 1891. ÍNDICE ANALÍTICO
Rower, Fr. Basilio OFM., Dicionário litúrgico, ditôra Vozes Ltda.,
2." ed., 1936. Introdução à Liturgia
Ruperti Tuitiensis, De divinis officiis, 1565. Pág
Santini, Lidvino S. J., A Santa Missa, Editôra Vozes Ltda., 1941. Prefácio 6
Sarmento, Franc., Diretório Sacro, 2.a ed., Lisboa 1794: Bibliografia 7
Schaefer, Dr. Bernard, Liturgische Studien, Pustet, Regensb. 1912, Indice 11
4t. § 1. Natureza da Liturgia
Schermann, Th., A'egyptische Abendmahlsliturgien des 1. jahrh., § 2. Origem 18
Paderb. Schoningh. 1912. § 3. Objeto 19
Schmid-Doering, Der christliche Altar, Paderborn, Schoeningh 1928. § 4. Sujeito . 20
Schmid, Eugen, Die neuen Kirchenmusikalischen Vorschriften, Re- 5. Excelência . 22
gensb. 1919. 6. Atos litúrgicos 25
Schmitz, Dr. P., Die Kirche in ihren ,gottesdienstlichen Handlungen, 7. Funções públicas e privadas 25
Freiburg 1856. 8. Rito, cerimônia, rubrica 26
Schubert, Dr., Grundzüge der Liturgik, Graz 1913. 9. Fim das cerimônias 27
Schuech, Pastoral. 10. Diferença entre Liturgia e as outras ciências teológicas 29
Silva, Manuel E. Altenfelder, Brasileiros Heróis da Fé. 11. As fontes da Liturgia 30
Sola, S. J., Curso prático de Liturgia, Santander 1922. § 12. O desenvolvimento 31
Solans, Dr. Joaq., Manual liturgico, 11.' ed., Barcelona 1913. 13. As Liturgias orientais . . ........._ 33
Stapper, Dr. Rich., Katholische Liturgik, Munster, Aschend. 1931. 14. As Liturgias ocidentais 35
Stella, Franc., Institutiones liturgicce, Roma 1895. 15. A Liturgia romana 36
Stelzl, Jos., Die Zeremonien der Kirche in Wort and Bild, Klagenfurt § 16. A legislação litúrgica em vigor 39
1909. 17. Os livros litúrgicos vigentes 40
Strac„k and Billerbeck, Kommentar zurra neuen Testament ails Talmud 18. Pureza do rito 42
and Midrasch, 1922. 5 t. 19. Obrigação das rubricas 42
Thalhofer, Dr. Valentin, Handbuch der Kath. Liturgik, 1890-1894. § 20. Os decretos da S. Congregação dos Ritos 43
Tirozzi, Collectio Qucestionum Ritualium, Roma 1917. § 21. Resumo histórico da Liturgia 44
Vagaggini, J. O. S. B., As riquezas do Missal, Baía 1941.
Vandeur, Eug., La sainte messe, 7. ed., Maredsous 1914. I PARTE.
Vavasseur, Antunes, Cerimonial Romano, Lisboa 1884.
Vavasseur-Haegy, Manuel de liturgie, Paris, Lecoffre 1932. LITURGIA GERAL
Vigourel, Cours synthetique de Liturgie, Paris 1906. § 22. 0 espírito litrúgico 45
V. S., Le sacre Ceremonie della messa privata, Marietti, Torino 1878.
Wernz-Vidal, Jus can., 1927-1934. CAPITULO I.
Wijten, Hilário O. Praem., Meu livro de liturgia, Editôra Vozes Ltda., AS SANTAS PALAVRAS
1938.
Wintersig, Liturgie and Frauenseele, Herder 1925. 23. Origem das línguas litúrgicas 46
Zaccaria, Franc. Ant., Bibliotheca ritualis, 2 t., Rom m 1788. § 24. A vantagem da língua latina na Liturgia 47
Zualdi, C eremoniale Missce privatae, Roma; 1922. 25. Preces 48
26. Lições 53
27. Composições litúrgicas em versos 54
§ 28. Aclamações 57
Abreviações 29. Doxologia . 59
d.: decreto. 30. Música sacra 59
C. B.: Concilium plenarium brasiliense, 1939.
C. E.: C m remoniale Episcoporum. CAPITULO II.
C. P.: Carta Pastoral Coletiva, de 1915.
A. M.: Additiones et Variationes in Missali. OS SANTOS SINAIS
A. B.: Additiones et Variationes in Breviario. Art. I. Atitudes
Can.: Canon Codicis juris canonici. § 31. Posições do corpo 61
C: Celebrante. § 32. Posições de partes do corpo 63
D: Diácono.
S: Subdiácono. Art. II. Elementos materiais
MM: Ministri sacri. § 33. A água 67
REB.: Revista Ecclesiástica Brasileira. § 34. 0 pão 68

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12 R e u s, Curso de Liturgia
Índice Analítico 13
Pág.
Pág.
• §. 35. 0 pão sacrifical 69 § ' 77. 0 tempo da paixão .
36. 0 vinho 70 148
37. A luz . 70 § 78. 0 domingo de ramos . 150
38. 0 incenso •72 § 79. 0 tríduo sacro. Prescrições e advertências 155
39. 0 óleo . 73 § 80. As trevas . 157
40. A cinza . 74 § 81. O rito das trevas . 158
41. 0 sal . . 75 § 82. A quinta-feira santa . 159
42. Sêda, linho, lã, cera 75 § 83. A sexta-feira santa . 167
§ 84. O sábado santo . . 180
§ 85. A festa da páscoa . 196
CAPITULO III. § 86. As rogações maiores e menores 198
OS SANTOS LUGARES § 87. A ascensão de Jesus Cristo 200
§ 88. A festa de pentecostes . 201
43. Os santos lugares na antiguidade cristã 78 .§ . 89. As festas principais dêste tempo . 202
44. Nomes e espécies de edificios litúrgicos 79
45. Os estilos mais importantes 80 Art. Ill. 0 ciclo de Cristo Rei
46. 0 cemitério . . . 81 90. Existência dêste ciclo e festas principais 203
47. 0 altar . 82 91. Outras festas dêste ciclo. Devoções populares 207
48. Os acessórios do altar . 84
49. Divisão dos altares . . 86 CAPITULO V.
50: Ornamentos do altar . 87
51. Côro e nave . 97 O CÔMPUTO PASCAL
52. Os sinos . 100
53. O vestuário litúrgico em geral 102 § 92. O áureo número . . 214
54. As côres litúrgicas . 103 § 93. Epacta e lua nova . 216
55. A bênção dos paramentos 104 § 94. Os 30 números epactais 218
56. 0 trato dos paramentos . 105 § 95. Letra dominical . 219
57. O simbolismo das vestes. litúrgicas 106 § 96. Cômputo da páscoa e das outras festas móveis 222
58. As principais vestes litúrgicas . 106
59. As vestes prelaticias e papais 112 II PARTE.
60. Os vasos litúrgicos . . 113
LITURGIA ESPECIAL
CAPITULO IV.
I secção.
O TEMPO SACRO
O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA
61. O ano eclesiástico em geral 117
62. A semana . 119 CAPITULO I.
63. Divisão dos domingos . 120
64. Os dias da semana . 122 A EXPLICAÇÃO DA MISSA
65. Divisão das férias . 124
66. As quatro têmporas . 125 § 97. O santo sacrifício em geral . 225
§ 98. A primeira missa no cenáculo . 226
Art. I. O ciclo do natal § 99. O rito da missa no decurso dos séculos 226
§ 100. A preparação do ministro do sacrifício 229
67. 0 advento . 127
68. A festa do natal . 129 Art. I. A missa dos catecúmenos
69. A oitava do natal . 134 § 101. 0 acesso ao altar .
70. A festa da epifania . 135 230
71. A purificação de Maria SS. 139 § 102: As leituras litúrgicas . 234
72. A bênção das velas, da cinza e dos ramos em geral 140 Art. II. A missa dos fiéis
73. A bênção das velas . 141
§ 103. 0 ofertório . 239
Art. II. O. ciclo pascal § 104. 0 prefácio e o cânon . 244
§ 105. 0 cânon . 247
74. 0 tempo antequaresmal . 145 § 106. As orações antes da consagração .
75. A bênção da cinza 146 251
§ 107. A consagração 253
76. A quaresma . 147 § 108. As orações do cânon depois da consagração 254

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14 R e u s, Curso de Liturgia Índice' Analítico 15

Art. III. Missa dos fiéis: A comunhão CAPITULO HI.


Pág.
109. A preparação para a comunhão. Pater noster. Embolismo 258 AS CERIMÔNIAS DA MISSA
110. A fração do pão. A paz 259
111. A recepção da sta. comunhão. As preces anexas- - 261 Art. I. As cerimônias gerais
112. Depois da comunhão 262 Pág.
§ 149. Posição do corpo 322
CAPÍTULO II. § 150. Posições de partes do corpo 323

AS RUBRICAS DA MISSA Art. II. As cerimônias da missa privada


Art. 1. Regras gerais , § 151. 0 rito da missa comum rezada 325
§ 152. Cerimônias próprias da missa de réquie 358
§ 113. Classificação das missas . . 267 § 153. Cerimônias dos capelães da missa de bispo 359
§ 114. As partes mutáveis da missa 269 § 154. Missa rezada em presença de bispo diocesano 361
§ 115. Número e divisão das orações 270 § 155. Missa rezada diante do SS. Sacramento exposto 363
§ 116. As orações prescritas 271
§ 117. As orações imperadas . . 273 Art...1..11.. As cerimônias. da missa solene
§ 118. As orações facultativas e a ordem das orações 276
§ 119. Epístola, sequência, evangelho, credo . 278 I. Diácono e subdiácono
§ 120. Prefácio e Communicantes 280
§ 121. O último evangelho 281 § 156. Observações . 365
§ 157. As funções de diácono e subdiácono 367
Art. II. As missas votivas
II. O celebrante
§'122. As missas votivas em geral 284
§ 123. As missas votivas privadas . ............_......... 288 § 158. As cerimônias do celebrante na missa solene 382
§ 124. A missa nupcial . 290 § 159. As cerimônias da missa nova com presbítero assistente 392
§ 125. As missas votivas solenes 292 . § 160. A missa cantada diante do Santíssimo exposto 395
§ 126. A missa solene da oração das XL horas 295 § 161. A missa cantada com assistente . 397
§ 127. A missa votiva nos congressos eucarísticos 296 § 162. A missa cantada com ajudantes . 398
§ 128. A missa votiva de Jesus Sumo e Eterno Sacerdote 296 § 163. Ofício do mestre de cerimônias na missa solene 400
§ 129. A missa votiva solene do S. Coração de Jesus 298 § 164. A missa solene de réquie . 403
§ 130. A missa votiva na bênção solene de oratório público 299
§ 131. A missa votiva no dia das missões e nos congressos II secção.
missionários . . . 300
§ 132. A missa votiva na solenidade: . da beatificação ou ca- O OFÍCIO DIVINO
nonização 300
§ 133. Missa votiva ccecutientis .. 301 § 165. Origem e desenvolvimento do ofício divino 408
§ 166. Obrigação do ofício divino . 413
§ 134. A solenidade universal externa conservada no domingo 304 § 167. Recitação do oficio divino .
§ 135. A missa votiva da- solenidade: . particular . exterior tras- 417
ladada para o domingo . 305 § 168. Método prático do ofício divino 422
§ 136. A missa votiva em lugar da festa impedida 307 § 169. Divisão dos ofícios 425
§ 137. A missa votiva de festa extraordinariamente concorrida 307 § 170. Ocorrência e concorrência 429
:308 § 171. As comemorações . . 440
§ 138. As missas votivas de festas siïnplificadas" :...... § 172. Os hinos
§ 139. As missas de festas ' mencionadas no ofício :e no mar- 443
tirológio . .308 § 173. 0 ofício de defuntos . 444
§ 140. A missa da 'festa `ou dá féria à livre escolha.... 309 § 174. As festas particulares da dedicação, do título e do
§ ` 141. A missa na igreja alheia .. 310 . patrono . 446
§ 175. As vésperas ordinárias cantadas . 450
Art. ÍIÍ. As missas dos defuntos
§ 142. Noções e rubricas `'gerás 311 III secção.
§. `143. Comemoração de todos -os . fiéis defuntos..::,; . <" 31 .4
315 OS SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS
§` 144. A missa exequial " . ......
§' 145. Missas privadas de réquie por ocasião de exéquias 316 § 176. 0 batismo 451
§ 146. A missa do 3.°, 7.° e 30°x_ dia e de aniversario ... 317 § 177. A administração da s. comunhão fora da missa 456
§ 147. A missa depois de receber o anúncio da morte :: 320 § 178. A comunhão dos enfermos 458
148." A• missa 'quotidiãha de .réquie 320. § 179. A bênção do Santíssimo 463

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16 R e u s, Curso de Liturgia

Pág.
§ 180.
§ 181.
A bênção do Santíssimo sem assistente
A exposição privada
469 CURSO DE LITURGIA
469
§ 182. A penitência 470
§ 183. A extrema unção 471 INTRODUÇÃO
§ 184. As exéquias 474
§ 185.
§ 186.
Cerimonial das encomendapões abreviadas
As exéquias de crianças
476 1. No principio dos seus _ Ex ercicios_.Esp11Lüais, S. Inácio
477 de Loiola define com poucas palavras o dever do homem
§ 187. O sacramento das ordens 478
§ 188. As ordens menores . 482 para com o seu Criador. "O homem foi criaã _p _para...louva
§ 189. As ordens maiores . 486 a Ucus, Nosso - Senhor, prestar-Lhe reverência e servi-Lo
§ 190. O sacramento do matrimônio . 492
§ 191. Bênção da mulher depois do parto 494 e, fazendo isto, salvar a sua almá. A outras coisas na terra
--r —

§ 192. Noções gerais sôbre as bênçãos (Sacramentais) 494 foi zr criadas or causa do homem e parallyrartqar rïi
§ 193.
§ 194.
A visita pastoral .
A missa pontifical por ocasião da visita pastoral
496 consecução do fim, para o _q ual foi criado
498
§ W5. Missa solene com assistência do bispo revestido de ro- Estas palavras são unia introdução adequada à Liturgia
quete e mozeta . . 506 sacra. Pois o homem, criatura de Deus que é, depende dêle
completamente; a sua dependência deve-a reconhecer e ma-
nifestar. Pela reverência interior reconhece a soberania de
Deus sôbre a sua alma, fazendo, por exemplo, os atos de
fé, esperança e caridade; é o culto ,interior. Pelo louvor e
serviço manifesta os sentimentos de sujeição por meio de
sinais sensíveis; é o culto exterior.
O homem não está sozinho na terra; há "outras coisas,
criadas por causa déle." Estas outras coisas são, em pri-
meiro lugar, os outros homens, vivos e mortos; em segundo
lugar as criaturas irracionais, vivas e inanimadas. Devem
auxiliá-lo na consecução do seu fim; devem, portanto, em
ação comum com ele, servir a divina Majestade. Este ser-
viço comum de tôdas as criaturas é serviço de Deus, é Li-
turgia, na acepção mais lata, embora imprópria, porquanto
inclui todos os deveres do homem.
Nesta disciplina, porém, tornamos a palavra Liturgia no
seu sentido próprio, significando um dever especial, o culto
direto do Criador, cujos atos abrangemos com o nome de
Virtude de Religião.

§ 1. NATUREZA DA LITURGIA
2. 1. Definição nominal A palavra Liturgia significava:
1) na antiguidade, uma função profana, pública, não re-
munerada, p. e., a função de juiz, de festeiro de jogos pú-
blicos, de diretor de teatro, de armador de navio, mesmo
de operário público. Pois a palavra Liturgia deriva-se de
le iton = do povo; e érgon = a obra, o ministério; e denota
.

qualquer ministério exercido em nome ou em favor da co-


Curso de Liturgia — 2

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18 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 19

munidade. 2) em o novo testamento, um encargo público, porém, convenientes; e de preces adequadas. O que primiti-
embora profano, na comunidade religiosa. Assim o cuidado vamente foi uso legitimo, posteriormente foi sancionado pela
dos pobres na cristandade de Corinto tem êste nome, 2 Cor Igreja em virtude do poder legislativo outorgado a Pedro e
9, 12: "ministerium huius officii". 3) uma função pública seus sucessores: "O que ligares sôbre a terra, será ligado
sacra da Igreja: a pregação da palavra divina, as orações no céu; o que desligares sôbre a terra, será desligado tam-
dos clérigos, principalmente o sacrifício. Já no antigo tes- bém no céu." (Mt 16, 19.)
tamento o serviço dos sacerdotes e levitas no santuário se A Liturgia é, por conseguinte, de origem divina, parte
chama Liturgia (Ex 28, 39), em o novo testamento o ser- diretamente e parte indiretamente; deve ser tratada com
viço sacro de Zacarias é Liturgia (Lc 1, 23) ; principalmente muito respeito.
Jesus Cristo é chamado leitourgos. (Heb 8, 2.) Os Santos
Padres muitas vêzes falam da Liturgia sacra, entendendo § 3. OBJETO DA LITURGIA
todo o serviço sacro do clero. 4) o sacrifício do novo tes- 6. As ações litúrgicas são múltiplas; apesar disto formam
tamento. Nas constituições apostólicas (c. 380) a missa é conjunto bem ordenado. Esta unidade interior em tôdas as
chamada Liturgia. Desde o século 9.° os gregos usavam manifestações e ramificações do culto tem o fundamento no
êste têrmo para designar a missa. objeto a que se referem, e no sujeito que as põe em prática.
3. II. Definição essencial. Esta é formada do gênero pró- 1. 0 objeto primário da Liturgia sacra é Deus. (Eisen-
ximo e da diferença específica. Tal é a seguinte definição: hofer I, 6; Gatterer, Annus liturgicus, p. 7; Vigourel, Cours
Liturgia é o culto da Igreja. "Culto" é a noção genérica, synthet., p. 4.) A Êle só compete adoração, a Êle só se
pois culto pode significar uma série de atos (obj. mat.), oferece o sacrifício da missa.
ou uma homenagem prestada (efeito do culto), ou a in- Ora à SS. Trindade, ora a Deus Padre, ora a Deus
clinação interior para esta homenagem. Na definição entra Filho, ora ao Espírito Santo é que se presta o culto explici-
"culto" no primeiro sentido. lamente. Pela doxologia: "Glória ao Padre, e ao Filho e ao
"Igreja" é a noção específica, pois o culto da Igreja Espírito Santo", é glorificada muitas vêzes durante o dia a
não é culto só interior, mas também exterior; não é culto SS. Trindade. Nas orações da missa, a petição as mais das
individual e privado, mas social e público; não é arbitrário vêzes se dirige a Deus Padre: Omnipotens sempiterne
e natural, mas prescrito e oficial. Estes têrmos: exterior,
Deus... A Deus Filho são consagradas as festas mais so-
público e oficial estão incluídos na noção de "Igreja", que
lenes do ano eclesiástico: natal, páscoa, corpo de Deus e
necessariamente tem estas qualidades. (Cf. Hansens, Gre-
gorianum, 1927, p. 204-228; Coelho I; Eph. Lit. 1927, p. outras. O Espírito Santo invoca-se frequentemente, p. ex.,
405-412.) no ofertório da missa: Veni sanctificator... Este é o culto
2. ORIGEM DA LITURGIA latrêutico (de "latria" = adoração).
4. Do que fica dito, se vê a veneranda origem da Litur- 7. 2. Objeto secundário é: a) o culto dos Santos, e prin-
gia católica. cipalmente de Maria SS.: aquêle chama-se culto de dulia ou
1. As partes essenciais da missa foram instituidas pelo de veneração, êste, culto de hiperdulia ou de veneração tôda
próprio Jesus Cristo, quando, na véspera da sua sagrada. especial. b) o culto dos objetos que têm relação com Jesus
paixão, disse a primeira missa na presença dos apóstolos. Cristo e sua obra de redenção. Tais são, p. ex., as relíquias
O Padre Nosso, parte integrante de tôdas as Liturgias, foi do santo Lenho, as relíquias e imagens dos santos. E' o
ensinado por Êle. Os santos sacramentos, quanto à forma culto relativo (cân. 1255). c) o culto de pessoas ainda vi-
essencial, foram todos instituídos por Nosso Senhor. vas e de coisas sagradas. Ante o bispo, p. ex., se fazem
5. 2. Estas partes essenciais, no decurso do tempo, foram genuflexões, ante o sacerdote, inclinações. De incensação
cercadas de cerimônias, ora simples, ora majestosas, tôdas, sru, julgados dignos não só os clérigos, mas também leigos
2*

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Introdução 21
20 R e u s, Curso de Liturgia

I1. 3. Liturgo secundário, ao menos de alguma maneira,


eminentes e todo o povo. Esta honra concede-se por motivos í cada um dos fiéis, incorporados pelo caráter batismal em
religiosos e refere-se, em última análise, a Deus.
S. Inácio de Antioquia (Ep. ad Trail. 3, 1) ensina: Todos de- Jesus Cristo, único Sacerdote. São "sacerdotes (S. Thorn.
vem honrar os diáconos como a Jesus Cristo, e também ao bispo, III, 63, 5: Character sacramentalis est qumdam participatio
que é a imagem do Pai, e aos sacerdotes, como ao senado de Deus. sacerdotii Christi in fidelibus. Jürgensmeier, Der mystische
A escritura sagrada diz: Sois... um povo santo. (1 Ped 2, 9.) Leib Christi, p. 289. Gatterer, Ann. lit. p. 8) de Deus e de
8. 3. Assim se explica o culto das coisas sagradas, p. ex.: Cristo." (Apoc 20, 6.) 0 fiei, portanto, não só assiste à
o ósculo do evangeliário, das velas, dos ramos bentos. Es- missa, mas oferece-a. Não pode chamar a vítima do céu
tas honras entendem-se prestadas ao símbolo de Jesus Cristo conto o sacerdote, mas pode oferecer a Deus a vítima, tor-
(evangeliário), ou a Cristo santificador que distribui suas nada presente, como o seu sacrifício, em união com o sa-
graças pelos objetos bentos. 4. Os sacramentos em geral, cerdote sacrificador, em dependência dêle e unido a tôda
as orações, os exorcismos são culto de Deus, porque no
a Igreja, Corpo Místico de Jesus Cristo. Pois o sacrifício
seu uso se glorifica a misericórdia, a bondade e a onipo- eucarístico é o sacrifício de todo o Corpo Místico de Jesus.
tência de Deus. Por conseguinte é Deus o único objeto da
Liturgia. "TOda , a reunião dos santos é o sacrifício universal oferecido
a Deus pelo sumo Sacerdote. Também Ele se ofereceu por nós,
4. SUJEITO DA LITURGIA na paixão, para que fôssemOs o corpo de Cabeça tão digna...
p. I. 0 primeiro sujeito da Liturgia é Jesus Cristo. E' o
.
Este é o sacrifício dos cristãos: muitos um corpo em Cristo. E a
Igreja repete esta verdade, muitas vêzes pelo sacramento do altar,
ministro principal; sua morte na cruz foi o sacrifício, que conhecido aos fiéis, onde é evidente que, na matéria que oferece,
devia conciliar a humanidade pecadora coin Deus, e Êle
- ela mesma é oferecida." (S. Ag., De civ. Dei, 1. 10, c. 6.) Portanto
mesmo foi o sacerdote, o liturgo, que se ofereceu a seu Pai o fiel cristão é sacerdote e vítima com Nosso Senhor.
celeste. 12. 4. Esta verdade católica do Corpo Místico de Jesus
'Este sacerdócio ainda continua no céu; pois "sendo Cristo é a base teológica do movimento litúrgico, cujo fim
Jesus eterno tem um sacerdócio eterno." (Heb 7, 24.)
; principal é ensinar aos fiéis a cooperar rio sacrificio do altar
Na terra Êle é o liturgo principal na missa. Pois o con- o mais ativamente possível. Pois o fruto chamado geral será
cílio tridentino (sessão 22, c. I) declara: "E' o mesmo que Ianto maior para os fiéis, quanto mais ativa fôr a sua co-
agora se sacrifica pelo ministério dos sacerdotes e que se operação.
ofereceu. na cruz." Esta pode ser exercida:
Lie é o liturgo principal na administração dos sacra-
1. pela intenção implícita (habitual), em virtude do fato da in-
mentos. Célebres são as palavras de S. Agostinho (Tract. 6 corporação no Corpo Místico, ou por outra, de pertencer à Igreja
in Jo n. 7) : "Se Pedro batiza, é Este (Cristo) que batiza; católica; é isto o suficiente para tomar, parte de alguma maneira
se Paulo batiza, é Este que batiza; se Judas batiza, é Este no fruto da missa.
que batiza." O mesmo vale dos outros sacramentos. 2. pela intenção explícita passada que, uma vez feita e não
revogada (chamada virtual), é eficaz para apropriar à alma o
Jesus Cristo é o liturgo principal nos vários atos do fruto de uma ou mais missas, p. e., de um dia inteiro.
culto, na oração pública, nos sacramentais, ainda que não 3. pela intenção atual, a mais frutuosa, assistindo realmente ao
tenham sido instituídos por Êle, Instituiu-os a Igreja, auto- santo sacrifício. Esta assistência, e por conseguinte também o fruto,
rizada por Êle e unida a Êle como à Cabeça. difere conforme o grau da atividade espiritual ou corporal de cada
on. Quanto maior fôr a atenção e devoção, tanto maior será o
10. 2. 0 liturgo secundário é o sacerdote, que recebe o I rufo. Se alguém contribui para à celebração da missa, cantando
oil desempenhando qualquer função, p. ex., de ajudante, ministro,
poder no sacramento da ordem. Atua não s(5' em nome de lerá aumento do fruto correspondente ao grau do seu ofício e tra-
Jesus Cristo, mas também em nome da Igreja, como seu balho. (Coelho I, p. 162.)
representante legitimo. Suas orações litúrgicas têm por isso Maior ainda é o fruto especial que compete àquela pessoa, por
quem é oferecido o santo sacrifício; e o fruto especialíssimo, que
valor independente da sua santidade pessoal, baseado nos pertence ao celebrante.
méritos da Igreja, que "é amada por Cristo." (Ef 5, 25.)

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22 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 23

§ 5. A EXCELÊNCIA DA LITURGIA 16. 0 papa Sisto V exalta os efeitos da Liturgia, dizendo:


A Liturgia católica é de excelência grandiosa. "Os santos ritos e cerimônias de que a Igreja, ensinada pelo
13. 1. E' magnífica glorificação de Deus. Tôdas as per- Espírito Santo em virtude da tradição e do regime desde os
feições divinas são objeto do seu culto; contínuas são as apóstolos, usa na administração dos sacramentos, nos ofí-
expressões de agradecimento, louvor, de homenagem. A Igre- cios divinos, em tôda veneração de Deus e dos santos, con-
ja imita os santos do céu (Apoc 4, 11) ; dando honra e têm abundante instrução para o povo cristão e profissão da
glória ao Altíssimo, associa-se a êles (prefácio da missa); verdadeira fé; chamam a attenção para a majestade das
chama ao serviço dÊle tôdas as criaturas, tôdas as ciências, coisas santas, levantam o espírito dos fiéis à meditação das
tôdas as artes. coisas mais sublimes e inflamam-no com o ardor da de-
voção."
14. 2. E' fonte da fé católica, pois nela a Igreja depôs
17. 0 célebre poeta francês Paulo Claudel era livre pensador, mas
parte da tradição católica. O papa Celestino diz que "a lei converteu-se (1890). Descreve as emoções da alma que sentiu as-
de rezar estabelece a lei de crer". Por isso das palavras sistindo à missa, na igreja de Notre Dame, em Paris, anos antes
usadas nas fórmulas das orações e hinos se pode deduzir da sua conversão: "Passava os meus domingos em Notre Dame
e também durante a semana tenho ido lá, quantas vêzes me foi
a fé católica. Assim S. Agostinho prova pelo rito do ba- possível. Naquele tempo era ainda tão ignorante em religião como
tismo que todos nascem com o pecado original. (De pecc. I,lvez se possa ser no budismo. E então desenrolou-se diante dos
merit. 1. 1, c. 34.) meus olhos o sagrado drama com uma grandiosidade que sobre-
pujou tôda a minha imaginação. Ah! isto verdadeiramente não foi
Na bula sôbre a Imaculada Conceição, entre os argumentos que mais a pobre língua dos devocionários. Foi a poesia mais profunda
provam esta verdade, aduz o papa Pio IX também a Liturgia: "A e grandiosa, foram os gestos mais sublimes que jamais foram per-
própria Igreja manifestamente insinuou esta doutrina (da Imacula- mitidos a um ser humano. Não me podia saciar olhando o espe-
da Conceição), quando não duvidou de propor a Conceição da Vir- laculo da santa missa, e cada um dos movimentos do sacerdote se
gem SS. ao culto e à veneração pública dos fiéis. Com êste fato gravou profundamente no meu espirito e no meu coração. A lei-
ilustre propôs a Conceição da Virgem SS. como maravilhosa e com- lura do ofício dos defuntos, da liturgia do natal, o espetáculo da
pletamente santa e veneranda, já que a igreja só celebra as suas semana santa, o canto celestial do Exsultet, a cujo lado os sons
festas de coisas santas." (Eph. Lit. 1935, p. 369 sqq, onde, par- riais entusiásticos de Píndaro e Sófocles me pareciam insulsos,
tindo da Liturgia, se prova a divindade e humanidade de Cristo, ludo isto me arrebatou de alegria, gratidão, arrependimento e ado-
sua dignidade de Rei, Redentor, Sacerdote, Medianeiro.) ração." (Lamping, OFM., p. 228.)
15. 3. A Liturgia é meio de santificação. A perfeição é, 18. 4. A excelência da Liturgia foi intensivamente salien-
antes de tudo, o efeito da graça divina: "Sem mim nada tada pelo movimento litúrgico moderno. O seu precursor foi
podeis fazer." (Jo 15, 5.) Os sacramentos, orações e sa- Gueranger com o seu "Ano Litúrgico" (1841) . O movi-
cramentais são as fontes inexauríveis da graça santificante mento litúrgico atual tem a sua origem na reforma da mú-
e atual. Na Liturgia se acha a fôrça para tornar a alma sica sacra por Pio X (1903). Se o povo toma parte no
pura, para combater e desarraigar os vícios e os defeitos canto litúrgico, é natural exigir que entenda as palavras
morais. do texto. E se assiste à missa solene, é lógico adverti-lo que
A Liturgia é escola de tôdas as virtudes pela leitura con- compareça á missa rezada e outros atos litúrgicos.
tínua da sagrada escritura, da vida dos santos, pela memó- O movimento litúrgico quer, portanto, proporcionar ao povo a
ria da vida, morte, e triunfo de Cristo Redentor, e dos exem- possibilidade de entender melhor a Liturgia e, pelos ensinamentos
plos do seu Coração divino, no ciclo das festas do ano li- nela contidos, contribuir para a reforma e perfeição da vida cristã.
Consegue êste fim teórica e praticamente. A teoria compreende
túrgico. A alma aprende a amar a cruz, a cultivar a vida as instruções sôbre a liturgia dos sacramentos e sacramentais, as
interior, a professar publicamente a fé, a desprezar o res- práticas litúrgicas, semanas e revistas litúrgicas, a arte litúrgica, a
tradução dos textos litúrgicos. A prática é de maior importância.
peito humano, a evitar as fraudes do mundo e do demônio, Abrange a assistência à missa, a celebração das missas solenes e
a chegar à íntima familiaridade com Deus. (Piacenza, Lit. cantadas e o canto do povo, o uso piedoso dos sacramentos e sa-
p. 5; Coelho, p. 168-191; Hildebrand: Liturgie und Per -.
cr;u nentais, as procissões, exposições do Santíssimo, a vida com
os tempos litúrgicos, as devoções públicas e privadas correspon-
sônlichkeit.) dentes aos tempos litúrgicos. Tudo isto é louvável e próprio para

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24 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 25

remediar a ignorância de não poucos que não sabem distinguir a Por Pio XII (Encic. 29-6-943) foi condenado o litur-
missa da bênção eucarística. O movimento litúrgico promove es- gismo deprimente que tira o valor da oração privada, mina
pecialmente a missa dialogada.
o amor à Igreja que é venerável também nos seus represen
19. 5. Missa dialogada chama-se o santo sacrifício cele-
tantes, descura da devoção ,a Maria Santissima, descuida-se
brado não só com assistência mais ou menos passiva do da honra divina de Jesus Cristo, e exagera o mistério do Cor-
povo, mas com a assistência decididamente ativa. O sacer- po Místico de Cristo, querendo identificar o homem com
dote reza no altar e o povo responde. E' diálogo. Cristo, ao passo que êste mistério é "a união da fé em Cris-
Esta forma de celebrar a missa tem o seu sólido fundamento na
qualidade da missa como ação litúrgica comum do sacerdote e do povo to e na Igreja e pela Igreja."
e na verdade do Corpo Místico de Jesus Cristo. Rege-se pelas rubricas
do missal e pelos decretos da S. Congregação dos Ritos.
1. Na missa rezada os fiéis podem responder junto com o ministro § 6. ATOS LITÚRGICOS
(ajudante) aquelas fórmulas, pelas quais o celebrante se dirige ao
povo. Não existe rubrica que o proíba.
2. Sem licença do Bispo é permitido aos fiéis responder junto com
23. Para que um ato de culto seja litúrgico ou público, duas
o ministro ao Confiteor (Rit. cel. III, 9, 10), Kyrie (IV, 2) e Orate fra- condições são necessárias (cân. 1256; Vermeersch, Epit.
tres (VII, 7). Por isso podem os fiéis rezar em latim o Confiteor com
o ajudante para a comunhão, dentro e fora da missa. i!lr. c. II, p. 309; Gatt. A. lit., p. 14) : 1) que o ato se faça
3. Só com licença do Bispo, especial para cada comunidade (in sin- em 'nome da Igreja, i. é, que se usem as fórmulas prescritas
gulis casibus, S. C. R. 30 nov. 1935), é permitido aos fiéis responder. ao
C junto com o ministro, em tôdas as partes em que o ministro respon- nos livros litúrgicos; pois obrigando a Igreja a uni rito
de, p. ex., Deo gratias; Laus tibi, Christe; etc.
20. 4. Sem a dita licença especial do Bispo não se permite recitar junto prescrito, outorga também a autorização para fazê-lo legi-
com o sacerdote o Glória, o Credo, o Sanctus, o Benedictus, o Agnus
Dei. (S. C. R., 30 de nov., 1935.) Nem o Glória, .nem. o Credo, nem salmo timamente. 2) que seja realizado por pessoas legitimamente
algum, ao menos no século IX, foi cantado pelo povo. E não se pode
provar que mais tarde os fiéis tivessem o direito de dizer na missa re- deputadas para tais atos, ou realizado com atos por insti-
zada, junto com o C, aquelas partes que podiam cantar na missa so-
lene. As partes que na missa solene são cantadas pelo côro e pelo povo, tuição da Igreja só permitidos no culto de Deus e dos san-.
por lei constante da Igreja, foram confiadas na missa rezada exclusi- tos e bem-aventurados.
vamente ao sacerdote.
5. E' contra a tradição constante e antiquíssima o povo recitar em Atos ,litúrgicos são não só a missa e administração dos
comum com o sacerdote o Pater noster. (S. Greg. Mag., ep. 12.)
6. Outras fórmulas, p. e., Domine non sum dignus, não foram per- sacramentos, mas também o ofício divino, a exposição do
mitidas ao povo.
7. E' proibido que se diga a missa sem ajudante varão, e que o SS: Sacramento; as procissões da candelária, do domingo
povo responda em seu lugar. (Can. 813.)
8. E' proibido que os fiéis leiam em voz alta as secretas, o cânon, de ramos, do corpo de Deus, das rogações.
e as palavras santas da consagração. Estas partes devem ser rezadas
pelo sacerdote, em voz baixa, com exceção de poucas palavras. O que
se não concede ao C, não se pode conceder ao povo. (d. 4375.)
24. Se falta uma destas condições, o ato é extralitúrgico.
21. 9. Supõe-se sempre que o celebrante consinta em se dizer a missa A procissão do encontro, da ressurreição, de Nosso Senhor
dialogada. Em diversos decretos a S. Congregação dos Ritos declara:
nem tudo o que é licito é também oportuno, por causa dos inconvenien- morto, na sexta-feira santa, são atos extralitúrgicos, pois
tes que facilmente resultam, pela perturbação que podem sofrer os sa-
cerdotes com detrimento da ação santa e das rubricas (d. 4375), e isto que a forma não está prescrita nos pormenores pelo ritual.
ainda mais na recitação em comum do Glória, Credo, etc. (30 de nov. A recitação do rosário, sem exposição do SS. Sacramento,
1935.)
22 10. Impropriamente chamam missa dialogada àquela é ato extralitúrgico, embora a presida ministro legítimo.
em que um leitor reza as partes do sacerdote ou parte de Se o rosário é seguido da exposição do SS. Sacramento, a
oração litúrgica e o povo responde ou continua os orações parte litúrgica principia pelo Tantum ergo; pois só a bênção
começadas. Também para êste método vale a proibição de eucarística tem forma prescrita pela Igreja.
não ler em voz alta as secretas e o cânon. (d. 4375; Perió- Esta diferença é de importância na aplicação das normas legais. A
S. C. R. exige a observância dos decretos principalmente nos atos li-
dica 1936, p. 57*, Eph. Lit. 1934, p. 121.) A S. C. R. não túrgicos; nos atos - extralitúrgicos cede muito ao costume e a discrição
do.1 ordinários. Assim, p. ex., é permitido o uso do órgão na quinta
favorece a missa dialogada. Por isso diz o C. B. (n. 199) : e sexta-feira santa as devoções extralitúrgicas, mas se proibe para
acompanhar as lamentações .e outras partes litúrgicas. (d. 3804 ad 2;
"§ 1. Segundo a mente da S. Sé convém guardar a praxe co- 4044 ad 1.)
mum, conforme a qual a reunião dos fiéis, que assistem à
§ 7. FUNÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
missa, não responda em comum ao celebrante. § 2. Nem se
pode aprovar o uso, que leiam em voz alta a secreta, o '25. 1. Quanto ao ministro e ao rito, tôdas as funções li-
cânon e mesmo as palavras da consagração." túrgicas são públicas. Pois para êste efeito basta que o

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26 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 27

ministro seja legítimo representante de uma comunidade, i. cipue adhibendas formulas et orationes; czeremoniae sunt
é, da Igreja. Isto se realiza nas funções litúrgicas, já que potius secundaria observanda, maxime comitantes gestus."
Jesus Cristo, em cujo nome o liturgo oficia, representa tôda (Vermeersch, Epit. jur. can. II, n. 18.)
a Igreja; Ele é a Cabeça da Igreja e a Igreja seu Corpo O Concílio Tridentino (s. 22, c. 5) dava o nome de ce-
Místico. Por isso qualquer missa é função pública. rimônia também a "bênçãos, luzes, incenso, paramentos e
26. Quanto ao lugar e à presença do povo, as funções são outras coisas semelhantes."
públicas ou privadas. Chamam-se públicas, quando se rea- 29. 3. Rubrica significa as leis litúrgicas, que regem os
lizam em lugar público e na presença do povo ou de comu- ritos e cerimônias.
nidade. Neste sentido são missas públicas a missa conven- As rubricas têm o nome de tinta rubra, com que eram escritas e
impressas. O têrmo, usado primeiro no direito civil e canônico para in-
tual (na acepção rigorosa do têrmo) e a paroquial, dando- dicar os titulos e o resumo das leis, passou para o uso litúrgico; e afi-
se o nome de missa privada às outras. As funções chamam- nal as rubricas, mesmo impressas com tinta preta, conservaram o nome.
se solenes, quando celebradas com maior número de mi- São gerais, quando comuns a muitas cerimônias; espe-
nistros e aumento de pompa em cantos, luzes, incenso, pa- ciais, quando são próprias de uma só. (Rubricas gerais no
ramentos, bandeiras. missal e no breviário.)
§ 8. RITO, CERIMÔNIA, RUBRICA § 9. FIM DAS CERIMÔNIAS
Algumas noções que ocorrem frequentemente, necessi- 30. Comentando as declarações do Concilio Tridentino (S.
tam de explicação. 22, c. 4 et 5) e do papa Sisto (Bula Immensa, 1588) na
27. 1. 0 rito (da palavra latina "ritus" = modo costuma- ocasião de instituir a S. C. dos Ritos, podemos dizer que o
do) significa a forma exterior dos atos litúrgicos. Designa: fim das cerimônias é:
1) a liturgia total de uma igreja, p. ex., o rito romano (cân, 1. Estético, pois as cerimônias servem para "realçar a
733) ; 2) função litúrgica total: p. ex., o rito de entérro; majestade" do ato. A estima do povo cresce na razão direta
no ritual se usa a palavra "ordo": Ordo exsequiarum, Ordo da pompa exterior de uma solenidade (inauguração de aca-
baptismi parvulorum; 3) função litúrgica particular, p. ex., demia, de estátua, chegada duma personagem de destaque;
o rito de incensação. entrada de Jesus em Jerusalém, último juízo). Este fim
28. 2. Cerimônia é de derivação incerta. obtém-se pelo número' elevado de ministros, pela preciosi-
Valério Máximo (1, I, 10; vivia no tempo de Augusto e Tibé-
dade dos paramentos, etc.
rio; Pauly, t. 3, p. 1281; Coelho I, p. 75; Bona, Psalmod. c. 19 31. 2. Latrêutico, para exprimir a adoração: "para que
§ 3, propõe a derivação de raiz latina car = fazer, de ccerus =
santo, de Cereris munia, de carere, S. Agostinho) deriva a palavra o espírito do povo se levante para Deus", praticando os
do nome da cidade de Care, na Etrúria. Devido à invasão dos gau- atos de fé, esperança e caridade, e adoração. Tais cerimô-
leses no ano 390, as virgens vestais e os objetos confiados aos nias são a genuflexão, a inclinação da cabeça ao nome de
flâmines foram transferidos para esta cidade, a fim de estarem
seguros. Os atos cultuais destas corporações (de flâmines e ves- Jesus, à elevação da santa hóstia, o estender dos braços, o
tais) foram designados com o nome de cerimônias. Esta explicação levantar das mãos na oração.
tem a vantagem de ser a mais antiga, menos arbitrária e com fun-
damento num fato histórico = ccere-munia = regra ou rito de C2ere. 32. 3. Simbólico. Há cerimônias que não foram introduzi-
(Maldonad S. J., Merati, Zaccaria.) das pela Igreja para ter significação simbólica. Já Durandus
Significa: a) o mesmo que rito; assim se fala do ceri- observa (Durandus, Rationale; prooem. n.° 17) : "Cumpre
monial dos bispos, de mestre de cerimônias; b) ações aciden- bem notar que existe na recitação do divino ofício bom nú-
tais; cân. 733: "In sacramentis conficiendis... acurate ser- mero de costumes, que não foram instituidos expressamente
ventur ritos et cceremonice." Portanto rito difere de ceri- para ter significação moral ou mística. Mas, como se vê, al-
mônia. "Ritus designat partes principaliores modi offerendi guns por causa da necessidade, outros por causa da opor-
sacrificium et conficiendi vel ministrandi sacramenta, prae- tunidade, outros por causa da sua conveniência, alguns por

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28 R e u s, Curso de Liturgia
Introdução 29

causa da maior solenidade dos mesmos ofícios, pouco a


pouco se introduziram." Deus Padre. As toalhas e corporais são Os membros de Cris-
33. Esta circunstância foi exagerada por alguns; rejeita- to, os fiéis..."
ram qualquer explicação simbólica dàs cerimônias. (Vert 36. Onde não há explicação oficial, permitem-se explica-
t 1708.) Mas logo outros declararam que tal afirmação con- ções privadas prudentes. Isto vale especialmente da missa.
tradiz a doutrina sôbre os sacramentos, onde a matéria in- Já no fim do século VII, pela primeira vez foi explicada co-
dica o efeito. mo representação da vida, paixão e glorificação de Nosso
A explicação simbólica deve-se admitir. O uso dos sim- Senhor. (Expos. br. Antiqu liturgia gall., Eisenh. I, 120.)
bolos condiz com a natureza humana que, com auxílio das
coisas perceptíveis aos sentidos, mais facilmente compreen- 10. DIFERENÇA ENTRE LITURGIA
de certas verdades; co rn a sagrada escritura (os muitos sim- E AS OUTRAS CIÊNCIAS TEOLÓGICAS
bolos do rito no antigo testamento) ; com o costume cristão 37. I. A Liturgia é ciência. Possui objeto próprio: Deus
(peixe, cordeiro) e da própria Igreja: pela mistura da água (publice colendus) que deve ser venerado publicamente.
corn o vinho "é simbolizada a união do povo cristão corn Prova as suas asserções por razões externas e internas de-
Cristo, sua Cabeça" (Trid. s. 22 de sacr. missa c. 7); com a rivadas dos princípios revelados: Deus deve ser venerado
doutrina de S. Tomás (III, q. 83 a. 5). publicamente, mormente pelo santo sacrifício e pelos sa-
Um dos mais conhecidos símbolos da escritura é a videira. Nosso cramentos.
Senhor tornou-a por símbolo de sua íntima união com a Igreja, facilitando
assim a compreensão dêste mistério. Pois os israelitas bem o conheciam Por conclusões metódicas codifica seu sistema doutrinal.
como simbolo do povo de Deus, pelas palavras dos profetas (Oséias 10, 1),
e mais ainda pela videira monumental que Herodes I tinha mandado
colocar na entrada do templo de Jerusalém. Obra de arte e beleza única,
38. II. A Liturgia é ciência teológica, Muitas verdades
estendia-se acima e em redor da porta gigantesca de 70 côvados (c. 35 m) tratadas na Liturgia, embora não em tôda a extensão, são
de altura, guarnecendo-a completamente. Os ramos, as gavinhas e as
fôlhas eram de ouro puro; os cachos de uva tinham o tamanho de homem, tiradas da revelação divina e pertencem como dogmas à
os bagos eram pedras preciosas. Judeus ricos e patriotas aumentaram-
na corn novas uvas, novas fõlhas, e novos bagos. O valor talvez era de matéria da fé católica: as verdades relativas ao SS. Sacra-
muitos bilhões de cruzeiros. De noite resplandecia iluminada corn pro- mento, ao santo sacrifício, aos sacramentos, à virtude da
fusão; era o orgulho da nação.
religião. (Mt 4, 10.) Estas verdades dogmáticas são a base
Com razão diz Durandus (prosem. n.° 1) : "Tudo quan-
sólida da Liturgia, realçam com a sua luz a importância dela
to se acha nos ofícios da Igreja, nos seus objetos e orna-
e influem na sua execução.
mentos, está cheio de sinais e mistérios e transborda de do-
çura celeste, contanto que haja quern reflita atentamente." 2. Por isso também teólogos (S. Tomás, III q. 83 a. 5
e seus comentadores) tratam da Liturgia em suas obras do-
34. Estes sinais ou símbolos são morais ou místicos. gmáticas. Em tôdas as obras de teologia moral há tratados
a) Os morais indicam verdade relativa à moral, p. ex., sôbre a Liturgia da missa e dos sacramentos. Numerosas
as vestiduras sacras, cuja. significação é indicada nas ora- (Eisenhofer, 118-140) são, p. ex., as explicações da missa,
ções prescritas para benzê-las ou vesti-las. obras sem dúvida litúrgicas, que desde mil anos foram es-
b) Os místicos indicam coisa' fora da que é indicada critas em forma dogmático-ascética, por conseguinte teo-
pelo texto ou pela ação, p. ex., a mistura de água e vinho lógica.
simbolizam a união da natureza humana com a natureza di- 3. Os principais livros do culto público, missal, bre-
vina em Jesus Cristo, e a união do povo çristão com Cristo. viário e ritual, não são livros de direito canônico. 4

35. Este simbolismo estende-se a todos os objetos do culto. 4. Os ritos mais essenciais, usados na Liturgia do santo
No rito da ordenação dos subdiáconos a Igreja diz: "O al- sacrifício e dos sacramentos, foram instituídos pelo divino
tar da santa Igreja é Cristo, como S. João no seu apocalipse Redentor. Todos os outros ritos principais se podem consi-
afirma ter visto um altar de ouro colocado, perante o trono, derar como ampliação daqueles. (Vigourel, p. IV.)
no qual e pelo qual as ofertas dos fiéis são consagradas a 39. 5. Devem-se distinguir bem Liturgia e direito litúrgico. Só este úl-
timo pertence ao direito canônico, que se ocupa exclusivamente do fôro
externo. (Cán. 2.) A Liturgia não só trata das leis eclesiásticas, mas

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30 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 31

também de outras matérias, do conhecimento dos ritos em si mesmos e Octavarium, Instructio Clementina para a adoração de 40
das causas históricas ou simbólicas que os motivaram, e sempre visando
o culto, que é essencialmente externo e interno. Várias rubricas exigem horas, Kyriale seu Ordinarium Missa:. (1905), Graduate
que a cerimônia se faça "reverenter", com reverência; esta, porém, é es-
sencialmente interior. (Thom. 2, 2, q. 84, a. 2: "Quia in omnibus actibus (1907), Officium pro defunctis (1909), Cantorinus (1911),
latrim id quod est exterius ref ertur ad id quod est interius sicut ad Antiphonale diurnum (1912), Propria officiorum et missa-
principalius, idea ipsa exterior adoratio fit propter interiorem.") O
Concílio Tridentino (s. 22, c. 4) designa como fruto da Liturgia "que
o espírito dos fiéis seja levantado para Deus" : coisa interior. Por isso
rum alicuius di oecesis, Ordinis seu Congregationis , Religio-
também canonistas avisam que a Liturgia e o direito litúrgico são boi- sm, Collectio Decretorum Sacrm Rituum Congregationis
sas diferentes. (Vermeersch, Ep. jur. II, p. 310.)
Na Liturgia a matéria mais essencial é portanto teológica e esta as- (1911, d. 4266 ad 9).
segura-lhe o nome de ciência teológica.
40. Da teologia dogmática e moraldifere a Liturgia por § 12. O DESENVOLVIMENTO DA LITURGIA
seu fim. A teologia dogmática trata de Deus como objeto 44. 1. A Liturgia divina. No antigo testamento todo o cul-
do conhecimento; a Liturgia considera-O como objeto do to do povo de Israel foi ordenado por lei divina. Os deveres
culto público. A teologia moral ocupa-se da liceidade ou ili- múltiplos dos sacerdotes israelitas, bem como o modo de
ceidade dos atos humanos; a Liturgia, da sua correta exe- oferecer os vários sacrifícios, foram minuciosamente reve-
cução, enquanto prescritos no culto público. Por conseguin- lados por Deus a Moisés, que os fixou no livro Levítico.
te: a Liturgia, como disciplina teológica, é a parte da teo- A Igreja do novo testamento devia abranger todos os
logia que trata dos atos humanos, enquanto são meios para povos do mundo, tão distantes, tão diferentes em costumes.
o culto público de Deus e para a consecução do fim último. Um novo culto público tornou-se indispensável. O Legisla-
dor divino criou-o e estatuiu para a nova Liturgia, que con-
§ 11. AS FONTES DA LITURGIA siste mormente na missa, umas poucas leis, encarregando
41. 1. Dos três primeiros séculos não possuímos notícias a sua Igreja de alargá-las com cerimônias convenientes, sob
certas de livros litúrgicos completos. Salva a substância do a direção do Espírito Santo. As partes essenciais da missa,
rito, o liturgo tinha grande liberdade. Certo, porém, é que a forma essencial dos sacramentos, o Padre Nosso formam
ao menos algumas orações litúrgicas foram escritas e con- os elementos da Liturgia divina.
servadas já no II século; pois Orígenes menciona orações 45. 2. A Liturgia apostólica. Os apóstolos contentaram-se
litúrgicas que provavelmente tirou de escritos litúrgicos. a princípio com os poucos ritos divinos e acompanharam-
42. 2. Dos séculos posteriores existem livros litúrgicos: 1) nos com as orações e algumas cerimônias, qué conheciam
Os sacramentários, que continham os textos sacros para a do templo. 0 próprio Salvador tinha empregado antigos e
missa e poucos outros ritos. Os principais são: o Gelasia- novos ritos; pois tinha preparado a primeira consagração
num (séc. V), o Leonianum (séc. VI), o Gregorianum (séc. eucarística com o rito da páscoa antiga. Esta ordem con-
VII). 2) Antiphonarium, com os cantos para o côro. 3) servou-se nas duas partes da missa: a missa dos catecúme-
Lectionarium, com as lições do Evangelho e das epístolas. nos e a missa dos fiéis. Na primeira havia orações e leitura
4) Libellus Missce, com o cânon da missa. 5) Mais tarde, da sagrada Escritura, na segunda a consagração; divisão
desde o século IX, o missale plenum, ao modo do missal mo- esta que se encontra desde o princípio do cristianismo.
derno. 6) Ordo, livro das rubricas. 7) Psalterium, livro dos 46. Os apóstolos usaram o seu direito litúrgico. S. Paulo,
salmos. p. ex., ordenou que as mulheres viessem para a reunião dos
43: 3. Depois da reforma tridentina o número dos livros fiéis de cabeça velada. (1 Cor 11.)
litúrgicos aumentou: Missale, Breviarium Romanum, Ritua- Quais dos ritos hodiernos foram introduzidos pelos apóstolos,
não podemos definir com certeza. Sabemos, porém, que os após-
le, Martyrologium, Pontificate Romanum, Ceeremoniale Epi- tolos receberam do divino Redentor a ordem: "Depois de doze
scoporum; Memoriale Rituum, no ano de 1625, prescrito. só anos, sai para o mundo, a fim de que ninguém diga: não ouvimos
para Roma, mas por Pio VII (Vermeersch, Ep. iur. can. II, nada." (Post duodecint annos egredimini, ne quis dicat: non audi-
vimus. Clemens Alex. Strom 6, 5, 43; Apollonius em Eusébio, Histór.
p. 311), no ano de 1825, promulgado para tôda a Igreja; Eccl. 5, 18, 14; outro autor fala de 7 anos.) A cronologia bíblica,

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32 R e u s, Curso de Liturgia I ntrodução 33

baseada também em outros cálculos, chegou quase ao mesmo nú- Mais tarde, conformando-se com os costumes do povo
mero de 12 a 13 anos. (Pirot, Dict. d. 1. bible 1928, Suppi. I, p.
1294-1295.) Sem dúvida, durante êstes 12 anos em Jerusalém, todos respectivo, os bispos adotaram também cerimônias, já co-
os apóstolos celebraram os santos mistérios, e a Liturgia, em geral nhecidas, contanto que não fôssem contrárias à doutrina cris-
da mesma maneira. Por isto é muito provável que os ritos comuns
a tidas as Liturgias tenham por autores os apóstolos. tã, ou próprias do paganismo.
47. Também foi sempre tradição da igreja que na Liturgia há Esta formação deu-se, antes de tudo, nos grandes cen-
partes instituídas por êies. S. Basílio (t 379) diz que os ritos li- tros de civilização. Pois sabemos que os apóstolos procura-
túrgicos, usados por tôda parte e cujo autor é desconhecido, di- vam de preferência cidades importantes: Antioquia, Corinto,
manam da autoridade dos apóstolos. Portanto, a leitura cia escri- Éfeso, Roma. Os seus sucessores fizeram o mesmo. Em re-
tura sagrada, o Sursurn corda e as outras saudações e respostas an-
tes do prefácio, o cânon, foram introduzidos por eles. dor das suas cidades episcopais fundaram outras comuni-
48. Quando se disse a primeira missa pelos apóstolos, não dades religiosas, dependentes do centro também quanto à Li-
turgia. Pois eram sacerdotes da metrópole que plantavam a
sabemos. Mas é provável que fôsse no próprio dia de Pen-
nova vinha do Senhor. Pouco a pouco, formou-se uma Litur-
tecostes; pois a missa é a parte essencial do culto da Igreja,
que neste dia principiou a desempenhar as funções sagradas. gia comum a muitos lugares e finalmente a uma região in-
(Bellarm., De cultu Sanctor. III, c. 11.) A Igreja costumava teira.
dar logo aos batizados a s. comunhão. Maria SS. desejava 50. Como êste processo natural se efetuasse igualmente no
tanto receber Jesus Cristo nas espécies sacramentais. S. To- Oriente e no Ocidente, originaram-se várias Liturgias, con-
más diz: celebramos a instituição do SS. Sacramento espe- sentâneas nos ritos essenciais, diferindo, porém, nas cerimô-
cialmente naquele tempo, em que o Espirito Santo ensinou nias acidentais. As modificações tinham a origem nos esfor-
os corações dos discípulos a conhecer perfeitamente os mis- ços de paralisar a influência dos costumes pagãos e, mais
térios dêste sacramento. Pois também no mesmo tempo foi tarde ao menos, na influência de príncipes, de mosteiros, de
que os fiéis começaram a receber êste sacramento. (S. To- homens insignes ou de piedade privada. Principiou esta for-
más, Opúsc. 57, II die infra oct. Corp. Chr.) inação em maior escala depois de terminar a perseguição pagã
Bento XIV (Inst. 21. n. 13; Festa Dom. c. 11, n. 42) pelo edito de Milão em 313; mas o poder dos bispos foi cada
cita o opinião do cardeal Bona, de que antes de pentecostes vez mais restringido, até que, finalmente, o direito litúrgico
não se podia propriamente dizer a missa; pois não convinha foi reservado aos concílios provinciais. (Conc. tolet. 633,
oferecer o novo sacrifício, enquanto o sacerdócio ainda não cân. 12.)
fôra transferido. Concorda com isto a escritura sagrada. Já que o desenvolvimento percorreu as mesmas fases
Pois diz que os apóstolos antes da vinda do Espírito Santo nas Igrejas orientais e ocidentais, devemos distinguir Litur-
perseveraram unânimes em oração (At 1, 14), sem mencio-
gias orientais e ocidentais.
nar a comunhão do pão, por não haver ainda missa. Tendo
recebido o Espírito Santo, continuaram na "comunhão da § 13. AS LITURGIAS ORIENTAIS
fração do pão". (At 2, 42.) Pois então havia missa e co-
munhão. 51. As Liturgias orientais podem-se reduzir a dois grupos,
que tomam sua denominação dos centros principais: Jeru-
49. 3. A Liturgia primeva eclesiástica. Os apóstolos lega- salém e Alexandria.
ram aos seus sucessores o poder sôbre a Liturgia e o cui-
dado dela. Fixá-la inteiramente foi impossível por causa I. O primeiro é o grupo da Liturgia de Jerusalém.
das perseguições e do segrêdo severo relativo aos santos mis- . 1. A Liturgia chamada de S. Tiago. E', sem dúvida,
térios. Os cristãos, quase sempre acossados pelos satélites fundamentalmente obra do primeiro bispo de Jerusalém. Pode
dos tiranos, não queriam deixar cair nas mãos dos pagãos ser considerada tipo das Liturgias 'orientais. (Kõssing
um livro completo dos seus ritos santos. Kaulen, s. v. Kirchenlexikon.)
Curso de Liturgia — 3

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34 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 35

52. 2. A Liturgia antioquena. Conhecemo-la só por algu- II. O segundo grupo é o de Alexandria, no Egito.
mas observações de S. João Crisóstomo. Antioquena é tam-
bém a Liturgia clementina conservada no livro 8.° das "Consti- 56. 1. A Liturgia egípcia, atribuída a S. Marcos, fundador
tuições apostólicas", que são, quanto à redação, obra de teó- da Igreja de Alexandria; é em língua grega. Desapareceu
logo antioqueno feita cêrca de 380. Esta desapareceu. debaixo da influência do patriarcado de Constantinopla. A
única em vigor desde então foi a bizantina. A antiga Litur-
53. 3. A Liturgia jacobítica. Em versão siríaca está em uso gia de S. Marcos ainda é usada sob o nome de Liturgia de
nas igrejas dos monofisitas chamados jacobitas, conforme o S. Cirilo, traduzida para várias línguas, inclusive a arábica
nome do autor do cisma, Jacó Baradai (1- 578). Contam-se (Melchitas) .
perto de 50 "Liturgias" de menos importância criadas por 2. A Liturgia cóptica é de S. Cirilo (= S. Marcos) em
êles. A Liturgia normal é permitida aos "unidos" com Roma. língua saídica e boáirica, dois dialetos d a língua egípcia.
54. 4. A Liturgia dos maronitas traz o nome de S. Marão 57. 3. A Liturgia etiópica é o monumento mais antigo de
(j cêrca de 423). Tem muitos elementos da Igreja romana: Liturgia fixa. Foi escrita no III século com o nome de
é `em língua siríaca antiga. apostoliké parádosis (tradição apostólica) e é atribuída a S.
5. A Liturgia armênia, com elementos gregos e mesmo -lipólito. Estava muito espalhada no Oriente, mas conser-
romanos, introduzidos na época das cruzadas. vou-se só em versão cóptica, e é usada na Etiópia na língua
6. A Liturgia nestoriana, em Curdistão, na Pérsia, em antiga geez sob o nome de "Liturgia dos santos apóstolos";
língua siríaca. é a Liturgia normal, ao lado da qual existem cêrca de 10
7. A Liturgia caldéia, i. é, o rito dos nestorianos unidos utras.
no século 16 com Roma, na Síria, Pérsia, Iraque; tem ele- § 14. AS LITURGIAS OCIDENTAIS
mentos romanos.
58. As Liturgias ocidentais usam a lingua latina. Somente
8. A Liturgia siro-malabárica, igual à Liturgia nestoria- algumas dioceses da Iugoslávia têm a Liturgia romana em
na. A Liturgia dos "unidos" tem elementos romanos. versão eslávica antiga, impressa com letra especial, a gla-
55. 9. A Liturgia bizantina, semelhante na sua ordem à de golítica.
S. Tiago (Kóssing, Kaulen no Kirchenlexikon, s. v. Liturgie), A respeito da origem das Liturgias ocidentais escreve o
usa três fórmulas atribuídas a três santos: uma a S. Gregório Mapa Inocêncio I (¿ 419) numa carta: "E' manifesto que
Magno, outra, breve e mais antiga, a S. João Crisóstomo, a ninguém em tôda a Itália, Gália, Espanha, África e ilhas ad-
última a S. Basílio, mais extensa e modificada por êste santo. jacentes fundou igrejas, senão as que o apóstolo Pedro ou
Estas duas últimas existem em língua grega entre os gre- seus sucessores estabeleceram como bispos. Daí se segue
gos, entre os russos em russo, entre os sérvios, rutenos e quc êstes têm de guardar o que guarda a Igreja romana, da
búlgaros em eslavo antigo, entre os geórgios em geórgio, qual, sem dúvida, tiram sua origem." (Eisenhofer, p. 31-39;
entre os romenos em romeno. (ìatterer. Ann. lit. p. 31.)
Além da Liturgia bizantina, também a romana foi traduzida em 59. 1. A Liturgia galicana, hoje fora de uso, estava muito
eslavo antigo por S. Cirilo e está ainda em uso. Em algumas dio- espalhada antes de Carlos Magno. Chama-se galicana por
ceses é permitido escrever os livros litúrgicos, sem mudar o texto,
em, glagólico, forma antiga e por isso muito estimada das letras es- Causa de seu emprêgo geral na França (Gália). Assemelha-se
lavas. Na última edição do missal eslavo (1927) só o cânon é im- (.ni vários pontos às Liturgias orientais; na sua essência,
presso em letras glagolíticas, o resto do missal em letras latinas: porém, parece rito romano. O s elementos gregos explicam-se
.

Como se vê, a Liturgia bizantina conquistou grande par- mormente pela influência da Liturgia de Milão. Foi abolida
te do Oriente. Outrora em vigor na Itália meridional e Si- l, o r Carlos Magno.
cília, hoje está restringida a poucas dioceses. Conforme relata Durandus (V, c. 2, n. 5), coagiu todos os
clérigos com ameaças e suplicios a observar a Liturgia gregoriana
(romana) e a queima r os livros da Liturgia ambrosiana (galicana).
3.

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Introdução 37
36 R e u s, Curso de Liturgia
não pretende marcar uma interrupção do processo historica-
Razão principal teria sido que a Liturgia ambrosiana instituía muitas mente contínuo, mas facilitar a sua compreensão.
coisas segundo o rito grego. O papa Adriano I ordenou que a Li-
turgia romana fôsse observada por tôda parte. Esta notícia cor- I. A Liturgia romana meio fixa e meio improvisada (c.
responde à situação política. Tanto o papa como Carlos Magno que- 100-400). Dos primeiros séculos não possuímos nenhum li-
riam diminuir a influência grega no Ocidente. Por isso Carlos exigia vro litúrgico do rito romano. A chamada "Tradição apostó-
que os sacerdotes fôssem examinados, para ver se sabiam de cor
e entendiam as orações da missa segundo o missal romano. (Conc. lica" exarada, como se afirma, em Roma por S. Hipólito, no
Aq. 802; Hefele K. G_ Ill p. 744.)
,
tempo do papa Calisto (217-222), existe, como foi dito, na
60. 2. A Liturgia ambrosiana, denominada de S. Ambrósio, versão cóptica. E', porém, incerto, se representa o texto of i-
bispo de Milão, parece também de origem romana com ele- cial da Igreja romana. Mas pode-se supor que, ao menos,
mentos gregos. Estes explicam-se pela presença e influência não se afasta muito dela; do contrário teria ofendido os seus
dos gregos em Milão; foi esta cidade por algum tempo re- partidários. Este rito é brevissimo. Principia pelo Sursum
sidência imperial e sé de um bispo ariano, Auxêncio, na- corda com prefácio, segue-se uma oração de ação de graças
tural da Capadócia (séc. IV). pela redenção (eucaristia), consagração, Linde et memores,
Eugênio IV mandou ao cardeal Branda de Castiglione que in- epiclese, comunhão. 0 resto do serviço divino estava entre-
troduzisse em Milão a Liturgia romana. Mas o povo, muito apegado gue ao arbítrio do bispo, contanto que não deixasse a ex-
a seu rito costumado, exasperou-se tanto que o cardeal viu-se obri- plicação da sagrada escritura, a oração pelas várias classes
gado a fugir às pressas. Ainda é vigente na diocese, de Milão e nal-
gumas dúzias de paróquias das dioceses de Bergamo, Novara, e do dos fiéis, a devida preparação da matéria para o sacrifíçio.
Cantão Ticino (Suíça). S. Justino mártir (t 167) diz que o bispo agradece o dom
61. 3. A Liturgia mocarábica tem o seu nome dos moçára- eucarístico "ainda por bastante tempo, na medida da sua
bes (assim se chamaram os cristãos debaixo do domínio dos força." (Eisenhofer, p. 58. 1. Apol. c. 65, c. 67.) Liturgias
árabes na Espanha). A sua Liturgia estava em vigor no rei- semelhantes existiam no século IV, em Antioquia na Síria,
no dos visigodos. Está infiltrada de elementos galicanos. "As Constituições Apostólicas" 1. 8; no Egito o eucológio
Temendo os papas pela pureza e união da doutrina católica, (missal) do santo abade Serapião de Tmuis (t c. 360).
procuraram introduzir o rito romano. Grande foi a resistência. Gre-
gório VII, auxiliado pelos príncipes dos reinos cristãos, conseguiu 63. II. A Liturgia romana tôda fixa (c. 400-700) . E' a
vencê-la. O rito romano foi admitido com grande pompa pela pri- época dos sacramentários. O sacramentário era livro litúr-
meira vez no convento de S. João de la Pena, no dia 20 de março gico, usado até ao século 13, que continha principalmente o
de 1071, na presença do legado pontifício Hugo Cândido, do rei
D. Sancho Ramirez, dos bispos e de tôda a côrte. A Liturgia moça- cânon e as orações mutáveis do ofício; para as lições e can-
rábica conservou-se somente no reino arábico de Granada. Com a los era necessário outro livro.
conquista desta cidade parecia extinta. Mas o cardeal Ximenes man-
dou imprimir um missal e um breviário moçárabe e fundou um co- 1. 0 primeiro é o sacramentário leonino, em grande par-
légio de sacerdotes encarregados de celebrar numa capela da ca- te obra do papa Leão I (440-461). 175 textos desta coleção
tedral de Toledo missa e - ofício em rito moçárabe. Fundação se- lilúrgica ainda se acham em nosso missal; falta, porém, o
melhante foi feita por Rodrigo de Talavera na catedral de Sala-
manca. Em Toledo existem ainda duas paróquias moçárabes: a das cânon.
Ss. Justa e Rufina e a de S. Marcos. 2. 0 gelasiano, na opinião dos célebres liturgistas Tom-
Algumas outras Liturgias conhecemos só em fragmentos, luasi e Muratori, foi redigido no séc. V, provavelmente pelo
ex., a céltica na Gália, a africana na África do Norte. papa Gelásio (492-496) mesmo.
3. 0 gregoriano, que é a base do nosso missal romano
§ 15. A LITURGIA ROMANA moderno. S. Gregório Magno (t 604) compôs um sacramen-
62. Como o rito romano, essencialmente, foi sempre o mes- lário, que, porém, se perdeu; o exemplar completo mais an-
mo, assim o rito de todo o Ocidente foi, essencialmente, co- ligo é do ano 812. Aboliu a multiplicidade de ofícios, pres-
mo parece, sempre o romano. creveu, em lugar das duas, só uma oração cada dia, reduziu
No desenvolvimento do rito romano podemos distinguir oK 54 prefácios do gelasiano 'a 10 e acrescentou alguns ofí-
várias épocas 'de duração aproximada. Esta sistematização

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38 R e u s, Curso ,ide Liturgia Introdução 39

cios. Dêstes sacramentários se segue que a Liturgia da mis- domingos, e principalmente as férias maiores da quaresma,
sa, ao menos desde o século VII, tem sido sempre, com pou- ocuparam uma posição mais própria, para favorecer o es-
cas exceções, a mesma. pírito do ano eclesiástico. (Edição típica de 1920.)
64. III. A Liturgia romana generalizada (c. 700-1500). 0
67. Liturgias romanas antepianas. Pio V tinha abolido só
papa S. Gregório mandou em 597 para a Inglaterra o monge os missais e os breviários que não tinham em seu favor apro-
beneditino S. Agostinho com 40 companheiros. Implantaram vação pontifícia ou costume superior a 200 anos. Por isso
a Liturgia romana naqueles reinos, impedindo a propagação conservaram-se algumas Liturgias antigas no Ocidente:
da Liturgia céltica, trazida pelos monges irlandeses (Coelho,
I, 224). Da Inglaterra a Liturgia romana passa com os mis- 1. 0 rito monástico dos beneditinos e das ordens da mesma
regra.
sionários inglêses, S. Vilibrordo e outros, para a Frísia; com 2. 0 rito cisterciense dos monges de Cister, reformados pelo
S. Ansgário, para a Dinamarca e Suécia, com S. Bonifácio, abade Cláudio Vaussin em 1641; é bastante diferente do rito romano.
3. 0 rito carmelitano ou hierosolimitano, empregado pelos car-
para a Alemanha e o país dos francos, onde, protegida por melitas observantes.
Pepino e Carlos Magno, suplantou a Liturgia galicana, acei- 4. 0 rito dominicano, muito semelhante ao carmelitano; é pró-
tando, porém, alguns elementos galicanos. Esta Liturgia da prio dos dominicanos.
côrte tornou-se geral em todos os países do reino dos francos 5. 0 rito cartusiano, que não difere muito do romano; é pró-
prio dos cartuxos.
e também em Roma. Nos reinos da península ibérica, a Li- 6. 0 rito premonstratense, próprio dos cônegos regulares pre-
turgia romana foi propagada mormente pelos beneditinos monstratenses.
7. 0 rito da diocese de Braga, próprio da arquidiocese de Bra-
de Cluni, que contribuíram para a supressão da Liturgia ga, em Portugal.
moçárabe. 8. 0 rito da diocese de Lião, na França; é quase todo romano.
Todos êstes ritos têm missal próprio, breviário próprio, ritual
65. IV. A Liturgia romana única (desde 1500). Os sacra- e cerimonial, com exceção do rito monástico, que tem só breviário
mentários só continham as fórmulas para a missa solene. As próprio, e do rito de Lião, que tem só missal próprio. (Piacenza,
missas privadas, muitas vêzes, particularmente no concílio Liturg., p. 10.)
A Liturgia ambrosiana e a moçárabica já foram mencionadas.
de Treves (1310), proibidas, generalizaram-se; novas fes-
tas foram introduzidas e os papas deixaram liberdade nas § 16. A LEGISLAÇÃO LITÚRGICA EM VIGOR
matérias não contidas no sacramentário romano. Assim, pou- 68. I. O direito supremo de legislar sôbre a Liturgia per-
co a pouco se formou grande diferença na Liturgia de vá-
tence ao sumo pontífice. "Unicamente à Sé Apostólica com-
rios países e dioceses. Ao concílio de Trento foram dirigidos pete ordenar a sacra Liturgia e aprovar livros litúrgicos."
pedidos no sentido de reformar também a Liturgia e reduzi-la (Cân. 1257.) Êste direito não lhe foi conferido pelos bispos,
à unidade. Em consequência disso o papa Pio V publicou o
mas é direito divino, essencial ao sumo poder do papa. (Gat-
novo breviário (1568) e o novo missal (1570) para tôda a
lerei Ann. p. 45.)
Igreja. Sisto V (1588) instituiu a Congregação dos Ritos, en-
Os bispos e outros prelados têm a obrigação de exe-
carregada de fiscalizar e desenvolver o rito romano, de ma-
cutar os decretos do papa (cân. 1260) e conservar o culto
neira que novos abusos não se pudessem arraigar tão facil-
mente. As (c. 80) dioceses da França que tinham abandona- nas suas dioceses.
do a reforma piana e editado livros litúrgicos próprios, no II. A S. C. dos Ritos foi instituída para vigiar os ritos
século XIX adotaram a reforma de Pio V. Existe, assim, e as cerimônias de tôda a igreja latina. Para os ritos das
unidade na Igreja romana. igrejas orientais é competente a Congregação para a igreja
66. V. Reforma de Pio X. Êste papa introduziu o antigo oriental, cujo presidente é o papa pessoalmente. .
costume de recitar no breviário, cada semana, todo o salté- 69. III. Leis litúrgicas podem-se originar também pelo cos-
rio, sem tornar o ofício mais comprido e sem dimi- Mine legítimo. Há costume (contra, prceter et secundum le
nuir o culto dos santos. (Edição de 1914.) No missal, os l'em) contrário à lei, fora da lei, conforme a lei.

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40 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 41

1. Tem caráter obrigatório um costume litúrgico, até De todos os livros litúrgicos o missal é o primeiro e o mais
mesmo contrário às rubricas, contanto que seja razoável e venerável, representando Nosso Senhor, cujas palavras contém, hon-
rado com incenso e ósculo, levado • em procissão, monumento da tra-
legitimamente prescrito. Para a missa, porém,. vale o cânon dição multi-secular católica, jóia literária de perfeita beleza, livro
(818), em que "qualquer costume contrário" às rubricas fica oficial da Espôsa de Cristo no ato mais santo do culto, adornada
expressamente "reprovado". Todavia há exceções. E' costu- por isso na piedosa idade média com ricas miniaturas e ornamentos
em profusão e sempre de novo editado, enriquecido com devotas e
me vigente e tacitamente tolerado, mas contrário à rubrica, artísticas ilustrações e vinhetas.
p. ex., vestir a alva sem ter pôsto a sobrepeliz; não minis- Imprimiu-se pela primeira vez em Milão em 1474. A primeira
trar a purificação aos fiéis que comungam. Expressamente edição oficial data de 1570, a última típica de 1920.
tolerado é o uso, p. ex., de não acender uma terceira vela III. Martyrologium romanum, em 1584 por Gregório XIII.
à elevação. IV. Pontificate romanum, em 1596.
2. Com mais facilidade é possível um costume fora da V: C eremoniale episcoporum, em 1600.
lei e conforme à lei. O cerimonial dos bispos obriga em consciência: a) tôdas as
IV. 1. Se houver abusos numa diocese (d. 2621, ad 1), é igrejas latinas sem exceção alguma. Bento XIII (Bulla Licet alias
1727) : "(Caremoniale) in universali Ecclesia ab omnibus et sin-
o prelado que tem de corrigi-los e não os sacerdotes. gulis personis, ad quas spectat et in futurum spectabit, perpetuo ob-
2. Conforme as respostas da S. C. R., o prelado cuidará servandum esse, in virtute sanctat obedientim pr cipimus et man-
damus"; b) portanto também as igrejas latinas com próprio missal
de instruir (d. 3333 ad 2) o povo quanto a tais abusos, e e breviário; c) nomeadamente as igrejas catedrais e colegiadas e
introduzirá pouco a pouco o rito legítimo; evite-se o escân- as pessoas a elas adscritas, nas suas funções litúrgicas; d) todos
dalo do povo. (d. 3579 ad 1 et alibi.) os sacerdotes no que lhes diz respeito. Inocêncio X (Bulla Etsi alias,
1750) : "Quascunque personas, qux sacerdotalia munera exercere,
aut alia quoecunque in ipso ceeremoniali contenta facere, ant exsequi
§ 17. OS LIVROS LITÚRGICOS VIGENTES debent, ad ea peragenda et prstanda juxfa hujus C eremonialis for-
70. Os prelados do Concílio Tridentino deixaram ao sumo mam et prascriptum teneri."
Quais sejam estas prescrições se deve deduzir do teor e do
pontífice o cuidado de reformar os livros litúrgicos. Os li- fim das rubricas ou das declarações da .S. R. C. Costumes louváveis
vros litúrgicos editados por Pio V e seus sucessores já fo-
.
são permitidos. (Cf. as bulas de Clemente VIII, Bento XIV de igual
vigor, à frente da edição típica do cerimonial de. 1886; os muitos
ram brevemente indicados no capítulo que trata das fontes decretos da S. R. C. Wernz-Vidal, Ins can., 1934, t. IV, n. 336.)
litúrgicas.
VI. Rituale romanum, em 1614. 0 ritual é obrigatório
I. O Breviário romano de 1568. Publica-se em 2 edições para as dioceses que, seguindo a exortação de Paulo V, o
ou em um tomo grande (Totem) ou em quatro volumes pe-
adotaram, ou foram fundadas depois da publicação do ritual.
quenos. A ordem nas duas edições é igual. (Ver n. 828.)
Contudo permite-se usar o ritual romano também na-
71. II. O missal. A ordem em geral é a mesma do breviário. quelas dioceses que possuem ritual próprio prescrito pelo
1. Proprium de tempore. Compreende as missas assina- bispo diocesano. (d. 3792 ad 9.)
ladas para os domingos e férias maiores. 72. VII. Memoriale Rituum. Editado por Bento XIII, tradu-
Entre as cerimônias do sábado santo e a festa da res- t ido na C. P., reeditado por Bento XV em 1920, regula, para
surreição se acha o ordo e cânon da missa. as igrejas que não dispõem de muito clero, as funções da
2. Proprium sanctorum. festa de nossa Senhora da Candelária, da quarta-feira de
3. Commune sanctorum. cinza e da semana santa. Foi prescrito para as igrejas pa-
4. Várias missas votivas e orações. ^ uquiais de Roma. Contudo a S. R. C. consultada, costuma
5. Missa defunctorum. i csponder que nas igrejas paroquiais se deve observar o
6. Benedictiones. Mrnioriale Rituum. Igrejas não paroquiais (d. 4049 ad 1)
7. Missre pro aliquibus locis. precisam para as funções da Semana Santa: 1) se as fun-
8. Proprium dicecesanum, ou regionale. çôes se podem executar conforme as rubricas do missal (dia-

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42 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 43

cono, subdiácono), da licença do bispo; 2) se querem usar retivas, i. é, infringi-las não é propriamente pecado, mas
o Memoriale Rituum (sem diácono, subdiácono), a licença parece menos conveniente, a não ser que haja razão justa
da Santa Sé. (Mem. Rita p. 8.) para agir doutra maneira ou se cumpra equivalentemente a
VIII. Os livros de canto eclesiástico já foram enume- rubrica. (S. Alf. n. 399.) 0 que acumulam nos últimos tem-
rados. pos para a interpretação mais rigorosa não é novo, e foi já
IX. O Octavarium Romanum contém as lições •do 2.° e ponderado pelos antigos autores e contudo não julgado con-
3.° noturno para o ofício de mistérios e santos, cuja oitava cludente."
se celebra em igreja particular. O seu uso é permitido, po- Às rubricas de defectibus chamam diretivas.
rém não prescrito.
§ 20. OS DECRETOS DA S. CONGREGAÇÃO
73. X. Instructio Clementina aprovada por Clemente XII
DOS RITOS
em 1735. 1) Foi prescrita para as igrejas de Roma; trata da
exposição solene do SS. Sacramento durante 40 horas. 2) 76. Condições. Para que os decretos da S. C. dos Ritos te-
E' diretiva para as igrejas fora de Roma; é louvável obser- nham fôrça obrigatória, devem ser autênticos, I. é, assina-
vá-la. (d. 2403: instructionem extra urbem non obligare.) dos pelo prefeito e secretário (ou substituto) da S. C. R. e
munidos com o seu sêlo. Em caso de necessidade é suficiente
§ 18. PUREZA DO RITO a assinatura do prefeito ou secretário (ou substituto).
74. 1. Para impedir a impressão de livros litúrgicos menos 2. Divisão. Os decretos são gerais ou particulares.
exatos, existem leis eclesiásticas rigorosas.
A primeira edição, fiscalizada pela S. R. C., se chama Os decretos gerais (Decreta generalia) obrigam, con-
forme a matéria, ou tôda a Igreja ou uma ordem, ou um
típica. E' fornecida ou por uma tipografia autorizada ou, nos
país inteiro. Vêm sob o título "Decretum generale" ou "Ur-
últimos tempos, pela tipografia Vaticana. As outras edições
bis et Orbis", ou trazem a cláusula "Ubique servari man-
(justatípicas), organizadas pelas várias casas editôras, pre-
davit".
cisam só da aprovação do bispo competente, dada depois
de se verificara exata conformidade com a edição típica. Os decretos particulares ou concedem uma graça ou tra-
2. As emendas novas dos livros litúrgicos, prescritas pela tam de costume ou de cerimônia particular: Os da primeira
S. R. C., devem ser inseridas nas edições futuras. As edições classe valem só para a pessoa agraciada. Os da segunda
antigas (Urbano VIII, in Bulla Missali inserta) podem ser classe obrigam a pessoa que consultou, ao menos em geral.
usadas até serem imprestáveis, se não fôr disposto o contrá- Pois per accidens obrigam tôda a Igreja, se, pela resposta
rio como se fêz para as edições antigas do cantochão. Pois, particular, somente se aplica uma lei universal certa, ou se
quando apareceu a edição Vaticana típica do Gradual (1907), o decreto particular contém a interpretação compreensiva
Pio X (d. 4203) determinou: "Cetera editiones, ad tempus de lei geral.
tantummodo tolerat, nullo iam in futurum dure gaudeant, Embora um decreto particular não imponha obrigação,
quo typicw substitui possint." sempre é permitido considerá-lo em outro lugar como nor-
ma diretiva de proceder.
§ 19. OBRIGAÇÃO DAS RUBRICAS 3. Recurso à Santa Sé. Evite-se o recurso frequente à
75. A distinção entre rubricas preceptivas e diretivas é ad- S. C. R. Querer cortar tôdas as questões com o argumento
mitida pelos autores como sententia communis, apesar das da autoridade, diz o cardeal Gennari, é arruinar a ciência,
afirmações de alguns liturgistas em contrário. Diz, p. ex., que. consiste precisamente em deduzir dos princípios as con-
Lehmkuhl (II, 238): "As rubricas que regulam o que antes sequências e aplicá-los a casos concretos; é restringir a li-
e depois da missa se deve fazer, provavelmente não devem lu rdade de ação. Por isso recorra-se à Santa Sé o mais rara-
ser consideradas como preceptivas, mas somente como di- mente possível e somente para as questões que se não po-

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44 R e u s, Curso de Liturgia

dem resolver pelos princípios gerais e cuja solução os com-


petentes buscam em vão. (Coelho, I, p. 70.)
A própria Congregação (d. 2591 ad 6) avisa: "Se hou- I PARTE.
ver dúvidas, pode-se achar solução em casos particulares."
E sancionou a regra: "Os decretos da S. C. R., embora se- LITURGIA GERAL
jam pedidos por instâncias particulares, contudo servem de
norma e exemplo nos mesmos e semelhantes casos na Igreja S 22. 0 ESPIRITO LITÚRGICO
universal." (d. 3945.) 78. Antes de tratar cientificamente da Liturgia, com divi-
sões e enumerações, é bom dar alguns esclarecimentos sobre
§ 21. RESUMO HISTÓRICO DA LITURGIA o espírito litúrgico, de que é mister imbuir-se para avaliá-la
77. 1. Desde o princípio do cristianismo foi necessário ex- devidamente.
O espírito litúrgico que consiste em estudar, estimar, ex-
plicar os santos mistérios. Possuímos ainda tais explicações,
plicar, promover e defender a Liturgia, tem a base mormente
p. ex., de S. Cirilo de Jerusalém (f 386), de S. Ambrósio
(j- 397). em certos princípios gerais. Podem resumir-se em quatro:
Um dos mais preciosos documentos dos primeiros 'sé- 1. A. Liturgia é obra do Espírito Santo. Di-lo Sisto V:
culos deixou-nos Etéria, religiosa da Aquitânia, parenta da Sacri ritos et ca?remonice, quibus Ecclesia a Spiritu Sancto
família imperial. Descreve (380-390) a sua viagem para a edocta ex apostolica traditione et disciplina utitur." (Bula
terra santa e os atos litúrgicos a que assistiu. Immensa, 1588.) Consequência: respeito.
2. Na idade média desenvolveu-se a explicação simbó- 2. A Liturgia é serviço eucarístico; pois o centro da li-
lica da Liturgia. Dos muitos autores, sejam mencionados os turgia é a Eucaristia. Diz o cardeal Bona (De reb. lit. 1. 2,
mais afamados: S. Isidoro de Sevilha (t 636), De eccle- c. 14, § 5) : "Este era o espírito religioso dos nossos ante-
siasticis officiis; o diácono Amalário de Metz (t 850?), De passados, que tôdas as funções sagradas eclesiásticas, a ad-
ecclesiasticis officiis; Bernoldo de Constância (t 1100), ministração dos sacramentos e quaisquer bênçãos se reali-
Micrdlogas; Honorius de, Augustoduno (t 1152), Gemma zassem durante a missa. Pois a última perfeição e consuma-
anima; Beleth (t 1165), Explicatio divinorum of ficiorum; ção de tudo é a _Eucaristia, da qual recebem a sua força,
Inocêncio III (-j- 1216), De sacro altaris mysterio; Durandus energia e santidade." Consequência: Amor.
(bispo de Mendes, f 1296), Rationale divinorum officiorum, 3. A Liturgia é a casa de ouro, de perfeita harmonia.
cuja obra alcançou muitas edições. Numa casa há inúmeros objetos, que ninguém considera avul-
Albertus Magnus (t 1280), Opus de mysteriis missce; é sos, mas pertencentes ao edifício na sua perfeição. Assim,
o precursor da explicação histórica moderna. as múltiplas partes da Liturgia são outros tantos ornamen-
3. Depois da reforma protestante, e em oposição a ela, tos da construção total da Liturgia. Consequência: Estima
apareceram numerosas obras e. coleções litúrgicas: Marténe, profunda. Poetas, p. ex., Dante, Calderon, mesmo os pro-
Muratori, Assemani, Bento XIV, Gueranger são alguns dos testantes Schiller e 'Goethe se inspiraram na sua beleza para
nomes mais célebres. A literatura moderna é riquíssima. composições de alto vôo. E' a glória da Igreja, objeto de
Braun, S. J. (Liturg. Handlexikon, 1924), enumera cêrca de inveja dos acatólicos.
340 obras litúrgicas de autores católicos, não contando as 4. A Liturgia é a vontade concretizada da Espôsa de
obras de autores não católicos que não são poucas. Cristo, a Igreja, formando o cerimonial da corte do Rei de
eterna majestade. Ora, "devemo-nos conformar com a Igre-
ja", como ensina S. Inácio nas suas regras, "ut cum Ecclesia
sentiamus". (Aprovadas por Paulo III, 1548.) Consequên-
cia: acatamento.

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I
46 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Gera l. Cap. I: Santas Palavras 47

5. Divisão: Na Liturgia há vários elementos comuns a Roma, p. ex., S.' Justino, Taciano, escreveram em grego; a
funções litúrgicas diferentes. Não convém tratar deles repe- Liturgia, de S. Hipólito de Roma está redigida em grego;
tidas vezes. Por isso formam o objeto da Liturgia geral. 4) ainda hoje na missa papal solene o evangelho e a epístola
Partindo da definição dada, é preciso falar de pessoas se cantam em grego e latim. Esta cerimônia, no princípio,
e ações. Tratamos, portanto: 1) das santas palavras, pro- era necessária por causa dos fiéis que só entendiam o grego.
nunciadas pelas pessoas; 2) dos santos sinais; 3) dos santos Depois foi conservada para significar que a Igreja católica
lugares, onde se usam as ações e palavras; 4) dos santos abrange todos os povos. Restos da língua grega há em vá-
tempos que modificam as ações e palavras. rias partes da Liturgia, p. ex., Kyrie, ágios o theós.
81. 5. Mas também a lingua latina estava em uso prova-
CAPITULO L velmente já no primeiro século. Pois a itala, tradução latina
cia bíblia feita em meados ou princípio do II século, ser-
AS SANTAS PALAVRAS via para as leituras sagradas nas reuniões eclesiásticas. A
§ 23. ORIGEM DAS LÍNGUAS LITÚRGICAS língua da versão, porém, não era a clássica, que se evitava
por Iembrar o paganismo, mas sim a língua vulgar.
79. 1. No princípio da Igreja nenhuma língua fôra proibi- Além das duas línguas mencionadas admitiram-se a si-
da para a Liturgia nem por Nosso Senhor nem pelos após- riaca, arábica, cóptica, etiópica, arménia, eslávica, romani-
tolos. Jesus Cristo celebrou a missa no cenáculo provavel- ca. Esta última é a única língua viva; tõdas as outras são
mente em língua aramaica, que era o idioma popular. Os línguas mortas. (Gasparri, Euchar., II, n.° 852; Wernz-Vidal
apóstolos ter-Lhe-do seguido o exemplo. IV n. 397.)
2. Contacto com os pagãos. Logo que se iniciou a evan-
gelização dos pagãos, as duas línguas mais faladas, a latina § 24. A VANTAGEM DA LÍNGUA LATINA
e a grega, foram admitidas na Liturgia. Assim, as três lín- NA LITURGIA
guas, em que estava escrito o título da santa cruz, hebraica 82. A língua litúrgica latina é: 1 uma lingua venerável.
(aramaica), grega e latina, serviram à Liturgia. Pois é o produto do desenvolvimento histórico e secular, con-
3. Contacto com os conquistadores. No decurso dos sé- sagrada pelo uso multi-secular.
culos houve mudanças nacionais consideráveis. No Ocidente 2. Uma lingua estável. A Igreja conserva-a por saber
a migração dos povos causou a mistura de vários idiomas. que as suas palavras são a expressão fiel da fé católica. Tal
A Igreja não podia continuamente mudar a sua língua li- certeza não teria com traduções continuamente reformadas e
túrgica em favor de línguas nascentes. No Oriente o isla- adaptadas à língua viva. Os gregos, apesar de separados
mismo, com sua língua arábica, sufocou quase completamen- da Igreja romana, guardaram a sua fé quase completamente
te as línguas nacionais. De mais a mais, os povos, que acei- devido em grande parte à sua Liturgia antiga.
tavam a religião cristã, em geral não possuíam os têrmos ne- 3. Língua fixa. A língua latina é muito aperfeiçoada,
cessários para exprimir os mistérios sublimes do cristianis- com têrmos próprios, formados pela legislação romana.
mo. A Igreja devia, portanto, guardar a sua língua litúrgica 4. Língua misteriosa e santa. E' convicção geral que,
própria, que uma vez para sempre tinha escolhido. para um ato tão santo como a missa, a língua quotidiana
80. 4. As línguas romanas. Em Roma, nos três primeiros é menos conveniente. Os hereges, faltos de respeito de Deus,
séculos, a Liturgia era celebrada em grego. Há várias cir- introduzem logo a língua vulgar na Liturgia. Seguindo o
cunstâncias justificadoras desta asserção: 1) a língua ofi- exemplo do Concílio Tridentino, Alexandre VII (1661) nem
cial na administração romana era a grega; 2) os cristãos sequer permitiu a tradução do missal em francês. Hoje isto
em Roma entendiam o grego, pois a epístola aos romanos se concede; mas nega-se a licença de usar a língua vulgar
foi escrita em grego; 3) os papas e os escritores cristãos em na Liturgia, principalmente da missa. Existe o perigo de

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I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 49
48 R e u s, Curso de Liturgia

tempo resistiu a todos os esforços de decifrá-lo. Tem a forma


serem abusadas pelo povo baixo as palavras que contêm os seguinte:
divinos mistérios. ROTAS
5. Língua unitiva. A diversidade das línguas separa os O PERA
TENET
homens, a língua comum une-os. A língua latina une as igre- AREPO
jas particulares entre si e com Roma. S A TOR
6. Lingua civilizadora. Todos os membros do clero de-
E' ao mesmo tempo símbolo da fé, sinal da cruz e princípio do
vem aprender latim, e por isso podem aproveitar para a sua Padre Nosso.
formação esmerada os autores clássicos antigos e a doutri- 1. Símbolo da fé. Significa: Deus criador (Sator) é o Senhor
na profunda dos santos padres da Igreja. (tenet) do céu (rotas = sol) e da terra (arepo = arado) e de tudo
o que nela há (opera).
7. Língua internacional. Não só o clero entende a língua 2. Substitui o crucifixo, tão odiado pelos pagãos, pela letra T
latina, mas também leigos a cultivam e empregam, p. ex., e pela figura
T
na ciência médica, física e mesmo no comércio (catálogo) E
e a preferem às línguas artificiais (esperanto). TENET
E
83. 8. Mas, dizem, o povo não entende nada da missa. Res- T
ponde-se: A missa é uma ação, não um curso de instrução
religiosa. No Calvário não havia explicações. O altar é um 3. Significa o Padre Nosso, quando se distribuem as letras do
seguinte modo:
Calvário. Todo cristão sabe o que significa: imolar-se. A
Além disso, o Concílio Tridentino (sess. 22) encarrega
P
os sacerdotes "que frequentemente expliquem alguma coisa A
do que se lê na missa". Mas "etsi missa magnam contineat T
populi fidelis eruditionem, non tamen expedire visum est Pa- E
R
tribus, ut vulgari passim lingua celebraretur." A .PATERNOSTER .0
O
§ 25. PRECES S
T
Para o culto público, além da língua comum, são tam- E
bém necessárias fórmulas comuns. Há muitas. Mencionemos R
aqui as mais gerais: O
84. 1. Padre Nosso. E' a oração mais santa, mais sublime, A e O no fim dos braços da cruz significam Alfa e Omega,
mais essencial, mais geral e mais substanciosa de tôdas as i, é, Nosso Senhor Jesus Cristo, que se chama Alfa e Omega, o
orações. 1) E' privilégio dos batizados; somente êles po- primeiro e o último, princípio e fim.
A explicação dada é a que mais se justifica.
diam rezá-lo publicamente nas reuniões dos fiéis; faziam-no
pela primeira vez logo depois do batismo. Daí o uso de re- 85. 2. Ave Maria. 1) Origem: compõe-se das palavras do
zá-lo na administração dêste sacramento. Emprega-se tam- arcanjo S. Gabriel e de Santa Isabel dirigidas a Maria San-
bém em outros sacramentos e bênçãos. 2) E' dever dos ba- tíssima. Desta forma já se empregava na Liturgia de S. Tia=
tizados; já a "doutrina dos doze apóstolos" prescrevia que lu, depois da consagração. Na Liturgia latina aparece no
os cristãos o rezassem três vêzes por dia. 3) E' parte inte- si'culo IX na qualidade de ofertório do 4.° domingo do ad-
grante de tôdas as Liturgias da missa. vento, lugar que ainda hoje ocupa. A palavra "Jesus" ou
Quanto os cristãos estimavam o Padre Nosso e sua dignidade "Jesus Cristo" foi acrescentada no fim do século XIV; a pe-
de filhos de Deus, vê-se do criptograma achado por tõda parte, da liçno Santa Maria, no século XV. Pio V prescreveu a fór-
Inglaterra até o Egito e a Pérsia, e mesmo em Pompéia, destruída uiiila atual. 2) Uso: faz parte da Liturgia na recitação do
no ano 79, doze anos depois da morte de São Pedro. Por muito
('nrr+u de Liturgia — 4

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50 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 51

breviário, nas orações pelos moribundos e no exorcismo A maior parte das orações dirige-se a Deus Padre: a) porque
solene. Nosso Senhor nos ensinou a rezar: Padre Nosso (Mt 6); b) porque
Ele é o nosso medianeiro (Jo 6). Por isso é muito conveniente se
86. 3. Símbolo dos apóstolos. 1) Uso: emprega-se no ofí- dirija à primeira Pessoa. Há outras relativamente poucas que se
dirigem a Deus Filho. Na Liturgia galicana êste modo de oração
cio divino, no rito do batismo e da ordem, no exorcismo so- não era raro; esta Liturgia estava em vigor na Gália, Burgúndia e
lene. 2) Etimologia: deriva-se da palavra grega symbállo: Lombardia, regiões estas muito empestadas pelos arianos. Contra êles
componho. Era costume grego que, fazendo dois amizade, se professava a fé na divindade de Jesus Cristo, dirigindo as ora-
ções' à segunda Pessoa "para que se não cresse que só o Pai pu-
quebrassem um caco de vaso em duas partes, ficando cada desse ser invocado. com palavras expressas." (Bellarm., de Missa
um com uma parte. Ao encontrarem-se mais tarde, podiam 11, cap. 16.)
Ao Espírito Santo não se dirige nenhuma oração, i. é, coleta.
verificar a amizade, compondo as duas partes. Assim, pelo (Durand., IV, c. 15, n. 11; Eisenh., I, 205; Iungmann, 102.) "Pois o
símbolo, se conhece o amigo de Deus, o verdadeiro cristão. Espírito Santo é o Dom e ao dom não se pede o dom, mas antes
3) Apostólico: comparando as variações conhecidas do sim- ao seu doador: portanto se pede ao Pai e ao Filho e a Eles se
dirige a petição como aos doadores, e não ao Espírito Santo, o qual
bolo, chega-se forçosamente à conclusão que remonta ao é o Dom e de ambos procede igualmente." (Durand, loco cit.)
tempo dos apóstolos. 4) História: os catecúmenos recebiam
o símbolo oralmente algum tempo antes do batismo (tra- 88. 5) A conclusão: E' longa ou breve: se na oração se
ditio), e deviam rezá-lo no ato do batismo (redditio). Os mencionar o Filho divino a conclusão é Per eundem ... ou
santos padres recomendavam a recitação do símbolo como Qui tecum. Se, como Pessoa, é mencionado o Espírito Santo ,
grande proteção contr a' o demônio e as tentações. S. Agos- conclui-se: in unitate eiusdem. A conclusão breve é, p. ex.,
tinho diz: Recite-se ao menos duas vêzes por dia. Daí o rito Per Christum dominum nostrum; Qui vivis et regnas in sce-
de rezá-lo na prima e nas completas. cula sceculorum. Usa-se em geral fora da missa e do ofício
O símbolo Quicumque contém em breves frases a doutri- divino, quando se não prescreve o contrário.
na da fé na SS. Trindade e na incarnação de Jesus Cristo. Oremus diz-se na missa, se há duas ou mais orações,
Chama-se símbolo atanasiano há séculos. Porém é certo que S. Ataná-
antes da primeira e antes da segunda, mas não das outras.
sio não é o seu autor. Quem o seja, não consta. Remonta até o século A conclusão reza-se depois da primeira e mais urna vez
V ou VI e é recitado no ofício da festa da SS. Trindade desde o sé-
culo IX, e no exorcismo contra o demônio. Na reforma de Pio X se depois da última oração; as exceções estão notadas no missal.
conservou o antigo nome por respeito à antiguidade do nome e em abo-
no do "pai e regra da fé ortodoxa", como os SS. Padres chamaram a S. 89. 5. As orações de forma eucarística (ação de graças).
Atanásio. (Piacenza, Regulaa, p. 134.) Por antonomásia, atanasiano é o
mesmo que católico. I) Estrutura. São estas orações as mais festivas. A introdu-
87. 4. Orações. 1) A brevidade é própria da Liturgia roma- ção é igual ao princípio do prefácio da missa. Compõe-se em
na; manifesta-se especialmente nas orações, que em tôdas as geral de dúas partes: da ação de graças e da petição; esta
partes da Liturgia ocorrem. 0 que, p. ex., outras Liturgias difere conforme a ocasião. 2) Uso. Empregam-se nos mo-
dizem em dez linhas, a romana exprime em três. 2) Estru- mentos mais solenes, p. ex., na ordenação de diácono, de
tura. Em geral nas orações se distinguem três partes: a presbítero, na sagração de bispo, na coroação de uma rai-
invocação (Deus), o motivo (qui. beatum Joseph spon- nha, na bênção dos ramos, da água batismal, do círio pas-
sum. . .), a petição (presta). 3) 0 convite para a oração cal, na consagração de igrejas e altares. 3) História. São
é Oremus; di ri ge-se aos fiéis. Às vêzes, p. ex., nos dias de cm parte muito antigas. 0 Leonino já consigna tais orações
penitência, acrescenta-se: Flectamus genua..., "de joelhos". url colação de ordens maiores. Modêlo delas é a oração eu-
Ao ouvir Levate, "levantai-vos", todos se levantam. 4) A carística da missa; prova disso é o fato de serem na Liturgia
pessoa invocada: a maior parte das orações dirige-se a Deus dos coptos e nestorianos estas orações interrompidas pelo
Padre. Há outras, relativamente poucas, que se dirigem a Sanctus, como na missa.
Deus Filho; na Liturgia galicana êste modo não era raro. 90. 6. Ladainhas. 1) Etimologia: Ladainha, litania, deriva-
Ao Espírito Santo não se dirige nenhuma (Eisenhofer, I, :;1' da palavra grega litania = oração. Já no século IV signi-
205; Jungmann, p. 102), na forma de Coleta. Iicava oração de ceráter de penitência, (Propitius esto, Par-
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52 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. h Santas Palavras 53

ce nobis, repetição do Kyrie) e passou a ter, desde o séc. da sagrada escritura a prescrição apostólica das preces
VI, o sentido de procissão, em que estas invocações se repe- públicas pelas autoridades. (Piacenza, Lit., p. 446.)
tiam. Intercalaram-se depois nas repetições do Kyrie breve s .
No versículo: Domine, salvam fac regem, a palavra rex signi-
invocações e petições, em forma de oração revezada. 2) His- fica o príncipe, qualquer que seja, ou o presidente do território.
tória. Orações em forma de ladainhas eram conhecidas entre Esta interpretação é conforme ao vocábulo rex e a história do ver-
sículo. Pois o texto do breviário de Pio V Dómine, salvam fac re-
os pagãos e israelitas (SI 135), no Oriente cristão do sé- gem nostrum N., foi mais tarde reformado para o texto moderno.
culo IV (Ektenias). No Ocidente a ladainha mais antiga e, E' sinal de que a súplica se faz por tôdas as pessoas constituídas
em autoridade quase real. A intenção de cada uma das preces
por séculos, a única, modêlo para tôdas as outras, é a la- é clara pelo teor das palavras. O versículo Convertere Domine usque-
dainha de todos os santos, do século VI. Somente no sé- quo tinha outrora a rubrica: Pro pcenitentibus.
culo XVI, apareceu a ladainha lauretana. Nos últimos tem- As preces dominicais rezam-se na prima e nas comple-
pos foram aprovadas para o uso litúrgico a ladainha do S. tas dos ofícios semiduplo e simples e das férias comuns;
Coração de Jesus, do SS. Nome de Jesus, de S. José. não se dizem durante as oitavas, ou quando é comemorado
A repetição das invocações nas rogações e no sábado santo tem a ofício duplo. Chamam-se, dominicais, porque no antigo .bre-
sua origem na litania septena, quina, terna da idade média, nas quais
as invocações se repetiam sete, cinco ou três vezes. A forma abreviada, viário eram inseridas na prima do domingo.
usada no sábado santo e da vigília de pentecostes, é proibida fora destes
dois dias. ' (d. 2709 ad 1.) As preces feriais dizem-se nas laudes, horas e vésperas
das vigílias comuns (Rubr. Gen. 34) e nas férias maiores,
91. 7. Exorcismos. 1) Etimologia. Deriva-se da palavra portanto no tempo do advento, da quaresma, da paixão, nas
grega exorkizo-= fazer jurar alguém, adjurar (Caifás). Mas quatro têmporas de setembro, na segunda-feira das rogações.
no tempo dos apóstolos se empregou também no sentido de Não se omitem nas férias privilegiadas, em que é comemo-
"expulsar". (At 19, 13.) 2) Origem. Jesus Cristo deu aos rado ofício duplo ou de oitava (A. B. VIII, n.° 3), que se
apóstolos o poder de expulsar os demônios. (Mt 10, 1.) 3) celebra por antigo privilégio. (d. 3362.)
Diferença entre oração e exorcismo. O exorcismo efetua-se
93. 9. 0 sufrágio do novo breviário foi introduzido por Pio

N
não só com orações e bênçãos, mas especialmente por uma
X, que substituiu as várias comemorações de outrora por
ordem categórica dirigida ao demônio. (Exi ab eo, immunde
Spiritus.) 4) Espécies. a) O pequeno exorcismo do batismo, uma única. Fora do tempo do advento, da paixão e da pás-
coa, deve ser rezado sempre nas laudes e vésperas, exceto
que já ocorre no III século; e da bênção da água e dos san-
tos óleos na quinta-feira santa, usado já no Gelasiano. b) os duplex e dias infra octavam, embora só comemorados.
Omite-se o sufrágio nos tempos mencionados, para concen-
O grande exorcismo, prescrito no Ritual, para livrar os pos-
trar tôda a atenção em Nosso Senhor: Tu solus Sanctus,
sessos do poder do demônio, é conhecido desde o século VIII;
Tu solus Dominus, Tu solus Altissimus; por isso no tempo
chama-se também solene. Seu uso depende da licença do
da páscoa se reza a comemoração da cruz. Remontam os
bispo; mas também é lícito e eficaz o exorcismo privado,
p. ex., pelo uso do SS. Nome de Jesus. (Noldin, theol. mor.,
-
sufrágios antigos até ao tempo de Gregório Magno. (Cf.
ed. 18, n.° 54.) n." 844.)
§. 26. LIÇÕES
92. 8. Preces. Tais se chamam especialmente alguns versi- 94.. 1. Lições grandes. Ocorrem na missa dos catecúmenos
culos que, às vêzes, se dizem antes da oração, principiando e nas matinas. -
pelo Kyrie eleison ou pelo Pater foster. (Rubr. Gen. 34, 1.) Na missa dos catecúmenos, as lições são treze no sába-
São antiquíssimas, talvez apostólicas. Pois S. Paulo (1 Tim do santo, sete na vigília de pentecostes e no sábado das
2, 1) diz: Insisto antes em que se façam preces, orações, quatro têmporas, três nas quartas-feiras das quatro têmpo-
funções religiosas e ações de graças por todos os homens, ras, na quarta-feira depois do 4.° domingo da quaresma, na
pelos reis e por tôdas as autoridades. S. Ambrósio, S. Agos- quinta e, sexta-feira da semana santa; nos outros dias, duas:
tinho, S. João Crisóstomo são unânimes em ver neste texto epistola e evangelho.

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54 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 55

Nas matinas há nove lições nos ofícios duplos e semi- Os três cânticos do novo testamento: Magnificat (Lc 1,
duplos; três nos ofícios da festa e oitava de páscoa e pen- 46), Benedictus (Lc 1, 68), Nunc dimittis (Lc 2, 29) rece-
tecostes, das festas simples e da féria. beram lugar de destaque no fim das laudes, vésperas e com-
2. Lição breve. E' leitura curta substituindo em prima pletas. Os do antigo testamento são equiparados aos salmos
o capítulo da regra que se lia na reunião quotidiana (capí- e têm nas laudes o 4.° lugar.
tulo) dos monges e cônegos; nas completas, uma leitura edi- 97. III. Hinos. 1. Etimologia. Deriva-se da palavra grega
ficante feita entre as vésperas e as completas. i'mnos = canto de louvor. Designa, em sentido lato qualquer
3. Capitula. E' leitura de poucas linhas da escritura sa- canto de louvor, de ação de graças, de petição, seja em ver-
grada nas laudes, horas pequenas, vésperas e completas, sem sos seja em prosa, p. ex., Te Deum, Gloria, Sanctus, sal-
indicação do livro de que foi tirado, e sem bênção; corres- mos, cânticos; no sentido restrito, os cantos do ofício divino.
ponde às lições maiores das matinas. 2. História. No Oriente os hinos entraram na Liturgia
na segunda metade do século IV; no Ocidente, por influência
§ 27. COMPOSIÇÕES LITÚRGICAS EM VERSOS de S. Ambrósio e S. Bento. Em Roma foram recebidos só no
95. Composições em versos são os salmos, hinos e cânti- século XIII.
cos. (Col 3, 16.) Segundo a opinião de vários s. padres a 3. Uso. Nenhum hino é recitado nas matinas da festa
diferença entre os salmos e cânticos é só exterior: os sal- (la epifania, nos três últimos dias da semana santa, na festa
mos eram cantados com acompanhamento de instrumentos de da páscoa com a oitava, nem no ofício dos defuntos. To-
música, os cânticos sem êles. (Vigouroux, D. Bibl.) Para o dos os outros ofícios em cada hora têm um hino: em ma-
breviário, a diferença consiste em que os salmos são tirados finas e horas menores antes dos salmos, nas outras depois
do saltério, os cânticos da escritura sagrada fora do saltério, dos salmos.
os hinos são de autores não inspirados. (LThK.) O Te Deum é hino de júbilo efusivo, de gratidão solene e de
popularidade geral. Historicamente consta que S. Ambrósio e S.
I. Os salmos. São os 150 cantos do livro dos Salmos do Agostinho não são os seus autores. O hino formou-se a pouco e
antigo testamento, e desde os tempos apostólicos usados na pouco e recebeu a forma de hoje mui provavelmente do bispo S. Ni-
cetas de Remesana (Bela Palanca, aldeia na Jugoslávia), c. 414. Pois
Liturgia cristã. ;is palavras da glorificação do Padre eterno encontram-se em parte
1. Na missa entram só os salmos: ludica me, e uma no século III, do Filho no século IV, e foram acrescentadas por S.
parte do si. 25: Lavabo. Os salmos do intróito, ofertório, Ambrósio. As súplicas com exceção do versículo: Dignare, Domi-
ne... são tirados dos salmos, na tradução da Vulgata. E' muito
gradual, trato e comunhão foram reduzidos a uns versículos. frequente no breviário e para ação de graças.
2. No ofício divino são hoje como sempre o centro, em Regra geral para o breviário: 1) recita-se nos domingos e festas e
nus férias de côr branca no tempo pascal; 2) omite-se nos oficios de
redor do qual tudo está agrupado. A distribuição dos salmos côr roxa e nas férias de côr verde.
Portanto se reza: a) em tôdas as festas, exceto a dos Inocentes, se
pelos vários dias tem divergido muito; uns recitavam todos cal num dia de semana ou não é de l.a classe; b) nos domingos depois
da epifania e pentecostes; c) nas férias do tempo pascal, exceto a féria
os dias todos os salmos, outros distribuíam-nos em dois dias. megunda das rogaçôes. Em outros oficios não se reza.
No rito ambrosiano estão distribuídos em duas semanas; no
98. IV. Sequências. 1) Origem. Sequência '(de sequor
rito romano, a exemplo de S. Bento, numa semana.
• .seguir) significava a continuação em neumas longas da úl-
3. Nos sacramentais são empregados em número maior: 1 i r ia nota do aleluia do Gradual, chamado jubilas alleluia-
na consagração de igreja, de altar, na bênção de cemitério. liras. Por se t de difícil execução, organizou-se um texto
.

Outrossim se recitam nas procissões, no exorcismo. silr'Ihico, correspondente às notas e que se chamou sequência.
96. II. Cânticos. São cantos bíblicos no ofício divino, ex- As vezes faltava a simetria do texto, de maneira que êste
traídos da sagrada escritura. Na Liturgia romana um dêles, pouco se diferençava da prosa; por isso davam à sequência
o canto dos três jovens na fornalha ardente, faz parte da o nome de prosa. Finalmente se criaram sequências inde-
missa nos sábados das quatro têmporas. Iu midentes do aleluia, com melodias próprias, que ocuparam,

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56 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 57

o ,lugar costï.lmado depois do gradual. 2) Uso. Das muitas 3. Antífonas marianas. Antigamente, depois das horas ca-
sequências da idade média, Pio V conservou cinco: Victimce nônicas, se rezava o ofício pequeno em honra da Virgem
paschali (Páscoa; autor Wipo, capelão de Conrado II); Veni Maria. Talvez êste costume tenha dado o ensejo para se re-
Sancte Spiritus (Pentecostes; autor: Langton, Arcebispo de zar no fim do ofício divino as antífonas marianas. O nú-
Cantuário, -1- 1288, o que consta de documento publicado ene mero 4 é devido aos antigos liturgistas. (P. ex., Seleto ç.
1913); Lauda Sion (Corpo de Deus, autor: S. Tomás de 55; Durandus VI, c. 1.) Imitando as 4 estações do ano civil,
Aquino) ; Stabat Mater (Nossa Senhora das Dores, autor: distinguiram o tempo do natal, da paixão, da ressurreição
provavelmente S. Boaventura); Dies irce (réquiem, autor: de Nosso Senhor e da peregrinação da Igreja neste mundo.
Tomás de Celano, OFM, j- 1255). Para o inverno com a festa do natal, é marcada a antífona
Alma redemptoris Mater. Autor é provavelmente Hermanus Con-
99. V. Trato. 1) Natureza. Trato se chama um texto com- tractus (Germano, o entrevado), monge de Reichenau, ¡ 1054. Re-
posto de poucos versos, que substitui às vêzes o aleluia do za-se desde o comêço do advento até à festa da purificação (2 de
gradual (setuagésima) ou a êste mesmo (quatro têmpo- fevereiro).
Para a primavera, destina-se Ave, regina coloram. Por isso é
ras); nem sempre tem caráter de penitência (Jubilate, Quin- que se fala tanto da luz, que, depois das trevas do inverno, de novo
quagésima). 2) Etimologia. Dizem uns 'que êste texto se aparece mais esplêndida; da beleza, porque então nascem as flo-
res. O nexo com o tempo da paixão, em que esta antífona se recita,
chama tractus, porque era cantado sem alternação, a seguir, é só exterior. Nada se diz dos sofrimentos de Nosso Senhor. O
de um trago. Alguns modernos recorrem a melodia semelhan- autor é desconhecido. (Séc. 12?)
te da música grega antiga e dizem que é "continuação" A primavera popular principiava em fevereiro (Hofstaetter-Peters
Sachwlirterbuch, 1930, I, p. 588), como provam usos e adágios populares.
(tractus) do Gradual. Com razão a antifona começa a ser recitada nas vésperas que seguem
a procissão da luz e da primavera. Servia no século XII como antífona
100. VI. Responsório. 1) Origem. O responsório era primi- na festa da Assunção de Nossa Senhora (Eisenh.), mas os pensamentos
são muito semelhantes aos da antifona "Adorna thalamum" que é do
tivamente a resposta do côro a um salmo recitado por um século VIII. (Cf. n. 288.)

ou mais cantores, que tinham um papel predominante. 2) Ao verão corresponde Regina' cceli lcetare. Ao menos pelo fim
do tempo pascal já se sente o calor do verão, embora não do ve-
Uso. No ofício o responsório é um canto que se segue à re- rão astronômico. A antífona remonta ao menos até ao século 12.
citação das lições nas matinas e à capitula nas horas me- No outono, tempo da peregrinação neste vale de lá g rimas, se
nores e nas completas (responsório breve). Compõe-se do reza a Salve, Regina. O autor muito provavelmente é Hermanus
Contractus. As palavras o clemens, o pia, etc., já eram conhecidas
responso (parte repetida) e do verso. Já era conhecido no antes do tempo de S. Bernardo, e não se podem atribuir a uma
século IV. inspiráção momentânea dêle.
Estas antifonas distinguem-se pela beleza da linguagem
101. VII. Versículos. Antífona. 1. Versículo é um texto com- e da melodia, pelo arrôjo dos pensamentos, pelo afeto da con-
posto de verso com resposta. Serve, p. ex., de introdução às fiança filial. São homenagem jubilosa dos filhos desterrados
orações, às horas, ao prefácio. Dêles se formam as preces. à mãe celestial e amorosa.
2. Antífona. 1) Origem. Deriva-se do grego e significa: Quem na recitação privada, por motivos razoáveis, reza
contra-voz, eco; designava o modo de salmodiar em 2 coros. o ofício sem interrupção, acrescenta a antífona mariana no
2) Uso. Hoje, a antífona se chama um texto curto antes e fim das completas. Quem o separa, diz a antífona no fim das
depois de cada salmo do ofício, que indica a melodia do laudes, ou se acrescentar outras horas, no fim da última
salmo e exprime sua idéia principal, ou tem relação com hora e das completas. (Rubrica; d. 4384 ad 2.)
o mistério da festa respectiva.
§ 28. ACLAMAÇÕES
Antífonas de O' são as sete antifonas assinaladas às vésperas dos sete
últimos dias antes da vigília da festa de natal. Começam todas por O'.
Nelas a Igreja exprime 'o desejo pelo nascimento do Salvador. Delas tem
102. Aclamações são uma expressão de homenagem, de
o nome o Festa de Nossa Senhora de O', no dia 18 de dezembro, cha- voto, como, p. ex., no fim da consagração episcopal (Ad
mada também Festa de Nossa Senhora do Parto. Há quem opine que tem
a sua origem na festa da anunciação, antigamente celebrada em alguns muitos annos). Aqui entendemos as fórmulas breves, com
Iugares neste dia e depois transferida. que o povo acompanha as funções do celebrante.

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58 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 59

L Dominus vobiscum. E' a saudação litúrgica romana. em a Noa, outros nas vésperas, outros nas matinas do do-
Os bispos, nos dias em que há Glória, dizem: Pax vobis, mingo, outros na prima; melhor, porém, se omite nas véspe-
depois do Kyrie da missa. ras." (Durandus. VI, c. 23, n. 18.)
1) Origem. Dominus vobiscum era saudação comum do IV. Deo gratias. Ocorre este texto na epístola de S.
povo israelita. (Rute 2, 4.) Pax vobis disse Nosso Senhor. Paulo. (1 Cor 1,5, 52.) Como fórmula de agradecimento es-
(Jo 20, 19.) 2) Resposta: Et cum spiritu too usa S. Paulo. tava em uso já no segundo século. E' expressão de gratidão
(2 Tim 4, 22.) Em si estas palavras significam: "Contigo". pelas graças recebidas na missa, depois do Ite, missa est;
Mas João Crisóstomo já entende pela palavra "espírito" o pelo benefício da palavra divina depois da epístola, das li-
Espírito Santo, que pela ordenação é comunicado ao sacer- ções e do último evangelho.
dote. A Igreja favorece esta explicação; pois podem usar
esta saudação só aqueles que, pela imposição das mãos do V. Ad muitos annos. Esta aclamação ocorre no fim da
bispo, receberam o Espírito Santo. 3) O efeito desta sauda- sagração de um bispo.
ção é, para o povo, a comunicação das graças divinas. O Com estas palavras, repetidas três vêzes, o bispo recém-consa-
grado deseja muitos anos de vida ao bispo consagrante. E' ato de
celebrante dever-se-ia lembrar de pedir a renovação das homenagem e de gratidão. Com semelhantes aclamações foram hon-
graças sacerdotais recebidas na ordenação. 4) No ofício dos rados os papas e imperadores.
três últimos dias da semana santa não se emprega esta sau- § 29. DOXOLOGIA
dação, para exprimir o horror da saudação com que Judas
traiu o amabilíssimo Redentor. (Durandus, VI, c. 72, n. 6.) 105. 1) Origem. Doxologia é termo composto das palavras
103. II. Amen. 1) Origem. E' palavra hebraica, que signi- gregas doxa (glória) e logos (língua) e significa qualquer
fórmula para glorificar a Deus uno, trino, ou a Deus Padre,
fica no antigo e novo testamento "em verdade", "assim seja", ou ao Pai e Filho. Há muitas na escritura sagrada e na Li-
exprimindo aprovação, confirmação e consentimento. 2) His-
tória. Estava muito em uso no culto -israelítico. Nosso Se- turgia. 2) Espécies. a) Doxologia maior, ou o Glória da
missa; b) doxologia menor: Gloria Patri et Filio et Spiritui
nhor e os apóstolos frequentemente se serviram dele. Era
afirmação da fé, se antigamente o cristão, recebendo a co- Sancto, chamada doxologia trinitária. 3) História. Já se en-
munhão da mão do sacerdote que dizia: Corpo de Cristo, contra o Gloria Patri no século II. Insistiram os católicos em
respondia: Amém. O mesmo sentido tem Amen no fim do equiparar as três Pessoas divinas por "e", para excluir a
símbolo dos apóstolos. heresia dos arianos. 4) A segunda parte: Sicut erat, já foi
No oficio não se acrescenta ao Padre Nosso, se este se diz todo em
usada no século IV. 5) Uso. Diz-se no fim d e todos os sal-
voz alta (Preces das laudes e vésperas), ou quando se entoa em voz mos no ofício; não, porém, nos três últimos dias da semana
alta: Pater noster... e se termina com: Et ne nos. Acrescenta-se, po-
rém, ao Padre Nosso prescrito no princípio e no fim das horas, que santa, "porque na paixão de Cristo se escondeu a glória de
ase reza todo em voz baixa.
('ricto." (Durandus VI, c. 72, n. 5.)
104. III. Aleluia. 1) Origem. Deriva-se de Halél, louvor ou
louvar; halelú, louvai; halelú-iavé, louvai a Deus. Por con- § 30. MÚSICA SACRA
seguinte é ato de amor de Deus. Passou do culto israelítico 106. 1. A música sacra abrange também o canto responso-
para o culto cristão. Representa um grito de alegria no co- r ial e antif anal. Já tratamos do responsório e da antífona.
meço de muitos salmos, no Apocalipse (19, 1-7), mesmo na Resta ainda falar da música litúrgica em geral, do cantochão.
vida privada dos primeiros cristãos. 2) Uso. Emprega-se na 2. Etimologia. Cantochão é hoje o mesmo que canto gre-
missa, principalmente depois da epístola, no ofício muitas l;oriano. Chão é a palavra latina planus = plano, liso, não
vezes, profusamente no tempo da páscoa. 3) Proibição: por interrompido; pois o cantochão não tem compasso e se com-
isso é sinal de penitência e de luto a supressão do aleluia. pïle de notas iguais em valor.
Na setuagésima, omite-se desde as primeiras vésperas. Diz 3. Excelência. 1) E' a expressão exata do texto litúrgi-
Durandus: "No sábado alguns o suprimem na sexta, outros co, e por isso verdadeira oração. (Eugen Schmid, Die neuen

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60 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 61

musikalischen Vorschriften, p. 25.) 2) E' obra de arte per- 4. História. O cantochão remonta até aos primeiros tem-
feita, de riqueza excepcional em motivos musicais e tem, pos cristãos; pois Nosso Senhor cantou na última ceia os sal-
quando se trata de canto sem acompanhamento, o primeiro mos costumados. A primeira Igreja tomou da sinagoga o
lugar. 3) Pio X diz (d. 4121) : "As qualidades que deve r;uilo do templo, o qual foi enriquecido por elementos gregos. .

possuir o canto litúrgico: santidade, excelência de forma e 5. Obrigação. O cantochão é obrigatório na Liturgia,
universalidade, encontram-se no mais alto grau no canto gre- n;l forma restaurada. (Lei de Pio X e Pio XI. O Seminá-
goriano, que é por conseguinte o canto próprio da Igreja I io, 1933, p. 148.) •
6. Pio X admite também em segundo e. terceiro lugar.
romana, o único que ela herdou dos antigos padres, que con-
o polifonia clássica no culto, bem como a música mais mo-
servou ciosamente... que propôs diretamente, como seu, aos
drrna, contanto que esta, ofereça composições de tal serie-
fiéis. Por estas razões o canto gregoriano foi considerado (t;ide e gravidade, que sejam dignas da Liturgia sacra.
sempre modélo acabado da música sacra, podendo-se esta- Não se permita cl ue as bandas de música entrem na igreja; e
belecer com todo o direito a seguinte lei geral: Uma com- lura dela, guardem completo silêncio no tempo da consagração.
posição é tanto mais sagrada e litúrgica para a Igreja, quan- (C. B. n. 364, § 2.)
to mais se aproxima, pelo andamento, pela inspiração e pelo
gosto, da melodia gregoriana; e é tanto menos digna do CAPITULO II.
templo, quanto mais se afasta déste supremo modêlo." 4)
OS SANTOS SINAIS
Autoridades contemporâneas, que conhecem a música mo-
derna, competentes, portanto, para dar um parecer decisivo, Artigo I. Atitudes
falam muito a favor do cantochão. § 31. PÕSIÇÕES DO CORPO
Mozart dizia que sacrificaria com gosto todo o seu renome, se pu-
desse dizer-se compositor do 'prefácio gregoriano. 107. Não há dúvida que a atitude exterior do corpo influi
Jean Jacques Rousseau, célebre incrédulo, ocupou-se muito com a
música, na qual achou por vêzes o único meio de ganhar a vida. Assim .,Abre a atitude interior e que, aproveitando a alma o seu
disse: "Deve-se ter, não digo só nenhuma piedade, mas, absolutamente,
nenhum gesto, para preferir nas igrejas a música ao cantochão. O canto
i'urpo, procura imprimir-lhe posição tradutora dos seus pen-
gregoriano é muito preferível a esta música mole, teatral, tosca e chata
que em algumas igrejas lhe substituem sem guardar seriedade, nem gosto,
samentos.
nem decoro, nem o respeito devido ao lugar que, déste modo, fica pro-
fanado."
1. De pé, 1) Significação: Ficar em pé revela reverên-
Halevy, afamado compositor de óperas, discípulo de Cherubini, diz: cia, prontidão, alacridade, afeição, confiança, alegria: Se es-
"Como podem os sacerdotes católicos, possuidores do canto gregoriano,
a mais linda melodia religiosa que existe no mundo, permitir nas suas lais de pé em oração (Mc 11, 25), em sinal de reverência.
igrejas a pobreza da nossa música moderna?" Aarão está de pé diante de Deus e serve-O• (Dt 18, 5), em
Quase da mesma forma fala o célebre compositor de óperas, Luis
Spohr, afirmando que não pode compreender como os "católicos permi- razão do ministério sacerdotal e sua dignidade. Aarão es-
tem estragar a música sacra, porquanto no canto gregoriano possuem
música eclesiástica genuína e verdadeira." lava de pé entre os mortos e vivos (Nm 16, 45), servindo
O festejado compositor musical Ambros declara: "O canto gregoriano
é o estilo especifico da Igreja, e, se. alguém quer, o único que indu- de intercessor. Os ministros estavam de pé ao serviço do rei.
bitavelmente é eclesiástico. Está na Igreja, formou-se para as necessida-
des da Igreja e, aquela força especial que em cada música reside, e não (Est 7, 9.) 2) Uso. 0 celebrante está de pé no sacrifício e
foi feita mas forma-se (p. ex., no canto popular), também é própria' na maior parte das funções sacerdotais, como intercessor e
dêle. Como parte integrante da liturgia possui seu valor inestimável para
todos os tempos." medianeiro. O povo está de pé para ouvir o evangelho (pron-
Uma revista musical de Berlim, "Echo", diz que "no canto gregoriano,
a par da maior singeleza e unidade, reina a maior variedade. Texto tidão, alegria) e rezar o Credo; também durante o tempo
e melodia forma uma só coisa, resolvendo perfeitamente o problema de
manifestar os sentimentos do coração pelos sons, e conservando para (Ia páscoa e no domingo, que é renovação semanal da res-
todo o verdadeiro perito musical o seu valor intrínseco, que é incompa- surreição; e no ofício aos cânticos Benedictus e Magnificat,
rável."
Berlioz, j' 1869, igualmente célebre como critico e compositor, autor por serem partes do evangelho. (Durandus V, c. 4, n. 28.)
de um "Requiem" que não tem igual em majestade, e por isso entendido
de profissão, diz que nada na música se pode comparar com o efeito 3) Barrete. De pé, em desempenho de uma função litúrgica,
do canto gregoriano "Dies irm".
O célebre compositor de Operas Gounod gostava de falar das perfei- nunca se põe o barrete, com exceção do sermão. Por isso,
ções do canto gregorianb, do qual era grande 'admirador. (Krutschek, durante a missa solene é litúrgico primeiro sentar-se, depois
die Kirchenmusik, p. 97. 0 Seminário, 1929, p. 86.)

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62 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 63

cobrir a cabeça, ou vice-versa tirar primeiro o barrete, de- 110. 4. Assentar-se. 1) Significação. Sentar-se em soleni-
pois levantar-se. Tirar o barrete é a primeira coisa que se dades é sinal de dignidade, mas também de condescendên-
faz, ao chegar ao altar, pôr o barrete a última, ao sair do cia dos prelados; compete às autoridades eclesiásticas e ci-
altar.. Para se cobrir ou descobrir, serve-se da mão direita, vis. 2) 0 bispo está sentado no ato do batismo solene, da
pega-se no barrete pelo lado direito, e põe-se na cabeça, de confirmação e da ordenação; desde os primeiros séculos o
modo que a ponta dobrada fique do lado esquerdo. (Bal- bispo tinha a sua cadeira na Abside da igreja. 3) 0 sacer-
deschi, Martinucci.) dote está assentado na administração do sacramento da pe-
108. 2. Genuflexão. I) Explicação. Permanecer de joelhos nitência como juiz, no rito de absolver da excomunhão fora
da confissão, na missa solene durante o kyrie, glória, se-
durante a oração é símbolo de adoração, de humildade e de
angústia, de penitência. A genuflexão é simples ou dupla. quência, credo.
2) A genuflexão ordinária ou simples faz-se dobrando o joe- § 32. POSIÇÕES DE PARTES DO CORPO
lho direito, sem inclinação da cabeça nem do corpo, sem de-
mora, tocando o chão próximo ao calcanhar esquerdo. Sen- 111. I. A inclinação. 1) Etimologia. Deriva-se da palavra

a
do prescrita ao pronunciar muitas palavras, p. ex., Et in- latina inclinare = dobrar, diminuir, abater, humilhar. 2) In-
carnatus est, a genuflexão se faz devagar. terpretando as expressões do missal, do cerimonial dos bis-
a) Os que estão revestidos de paramentos fazem a genuflexão
pos e os decretos da S. Congregação dos Ritos, p. ex.: ali-
sôbre os degraus, exceto à chegada e à retirada do espaço do rluantulum inclinatus, inclinatus, pro f undies inclinatus, caput
côro (d. 2682 ad 49; 4198 ad 3); os ministros inferiores dobram inclinat, os autores distinguem três classes:
sempre o joelho até o chão.
b) Sauda-se por uma genuflexão simples a 'cruz do altar nas a) a inclinação prof unda do corpo, inclinando-se os om-
funções litúrgicas (in actu functionis tantum, d. 3792 ad 11), a cruz bros de tal forma que as mãos em cruz possam facilmente
da procissão durante a absolvição dos defuntos com exceção do locar os joelhos;
celebrante, bispo, cônego.
c) Nunca se dobra um só joelho, quando não se tem de le- b) a inclinação mediocre ou média do corpo, de sorte
vantar imediatamente. que, ficando em pé, se possa ver a ponta dos pés; estando
d) Só o celebrante faz a genuflexão pondo as nãos sôbre o de joelhos, faça-se uma inclinação profunda da cabeça com
altar, e fá-lo sempre assim.
inclinação dos ombros (d. 4179 ad 1) ;
109. 3) A genuflexão dupla faz-se pondo em terra, pri- c) a inclinação da cabeça, subdividindo-se em três clas-
meiro o joelho direito, depois o esquerdo, segue-se inclina- ses: profunda, ao nome de Jesus, Gloria Pain, Oremus: é
a
ção medíocre do corpo e, por fim, levantar-se. (d. 4179 ad 1.) sinal de adoração; a média, ao nome de Maria: é hiperdulia,
Faz-se diante do SS. Sacramento exposto ao entrar e devida à aide de Deus; a mínima, ao nome de um santo ou
ao sair do espaço do côro; ou, para mudar os paramentos, do papa reinante: é símbolo de veneração e respeito.
passando-se do meio do altar para a credência ou de lá vol- 3) Uso. a) A inclinação profunda da cabeça faz-se à
tando ao meio do altar. (d. 2682 ad 49.) Fora disso, usa- cruz do altar (no evangelho ao livro) ; na exposição do SS.
se a genuflexão simples. Sacramento e depois da consagração a inclinação da cabeça
3. Prostração. Fazer prostração quer dizer lançar-se de tine faz ao SS. Sacramento, também no evangelho (d. 3875
bruços no chão. E' considerada como sinal de humildade, ad 4). b) A inclinação da cabeça, devida ao nome de Maria
da dor mais profunda, da súplica de maior instância. Estêve e dos santos, faz-se em geral ao livro, isto é, ao nome nêle
em uso na antiguidade; Nosso Senhor (Mt 26, 39) "caiu e•o nlido. Se, porém, a imagem principal (não lateral) repre-
sóbre a sua face". No .rito romano é cerimônia rara, p. ex., %Ilia a Virgem SS. ou o santo respectivo, a inclinação faz-
no principio das funções da sexta-feira santa, na missa do ne a esta imagem. (d. 3767 ad 25.)
sábado santo e vigília de pentecostes, na colação das or- ;in alguns lugares a rubrica não menciona a inclinação devida
dens maiores. nu SS. Nome de Jesus: Rit. cel. t. VII n. 4 (Ofertório); t. X n.

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64 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 65

2 e 6 (fração da hóstia e comunhão do sacerdote); Rituale t. IV levantei os olhos. (S1 122, 1.) Baixá-los é sinal de humilda-
c. 2 n. 5 (comunhão dos fiéis). Daí alguns autores derivam a regra,
que o sacerdote pode omitir a inclinação ao SS. Nome de Jesus, de: o publicano não ousava levantar os olhos (Lc 18, 13) ;
quando está ocupado com outra cerimônia. A S. R. C. prescreveu (d. Nosso Senhor levantou os olhos. (Jo 11, 41.)
2850 ad 1) a inclinação num dêstes casos, na comunhão do sacer-
dote. (t. X n. 6.) Por isso outros autores prescrevem a inclinação 115. III. O ósculo litfir;ico. 1. Significação. a) Em geral
em todos os casos mencionados. Referem-se além disso ao C. E.
(1. II c. VIII n. 46) que diz: cum profert nomen leso vel Marice
,
i símbolo e expressão da caridade sobrenatural, de venera-
inclinat se." ção e reverência. (Jesus e Simão, Lc 7, 45.) b) na Liturgia,
112. c) Ao nome de Maria e do papa faz-se inclinação em significa caridade fraterna na missa antes da comunhão e
tôdas as missas, também nas de réquie, sempre que ocorre- na ordenação sacerdotal. c) veneração denota o Osculo do
altar consagrado que representa Jesus Cristo, do evangeliá-
rem; ao nome dos outros santos, quando se diz a missa dê-
les ou comemoração propriamente dita (d. 2572 ad 20; não rio (Laus tibi, Christe, símbolo de Cristo), da patena, da
na oração A cunctis, nem ao nome de Cosme e Damião na cruz na sexta-feira santa, das velas, dos ramos. d) é sinal
oração ferial da quinta-feira depois do 3.° domingo da qua- de reverência o Osculo na mão do bispo ou sacerdote, nas
funções litúrgicas; e) revela gratidão o Osculo na mão, quan-
resma), e isto sempre que ocorrer, menos no título da epís-
tola e do evangelho. (d. 3767 ad 25.) Vale isso também d o se recebe alguma coisa do bispo ou sacerdote. f) o cos-
para as missas votivas e da vigília (d. 4281 ad 2), porém 'nine de beijar o pé do papa deriva-se provavelmente do cos-
não de réquie. Ainda que a comemoração de um santo, du- tume das nações orientais. Inocêncio III explica (1. II, c. 27)
"tit summo pontifici summam exhibeant reverentiam et eum
rante a oitava da sua festa se deva omitir por causa da
ocorrência de uma festa de 2. a cl., contudo, ao nome do ithus ostendant vicarium esse, cujus pedes osculabatur
santo, se faz inclinação (d. 4116 ad 1) ; é uma espécie de nuttier."
comemoração. Se, porém, a festa de um santo se omite, tam- 2. Uso. a) Recebendo um objeto, beija-se primeiro a mão
bém a inclinação ao seu nome se deixa. Ocorrendo vários daquele de quem se recebe, depois o objeto recebido; ofe-
nomes, faz-se inclinação prolongada. recendo-se alguma coisa, beija-se primeiro esta, depois a
d) Não se faz inclinação se o nome não designar o santo se- indo do celebrante.
não no sentido acomodatício; por conseguinte, não se faz ao nome b) Ao receber a vela ou o ramo bento, beijam-se pri-
de Jesus na 3.a antífona das vésperas do SS. Nome de Jesus, nem meiro êstes objetos bentos, depois a mão do celebrante, por
ao nome de Maria no evangelho e na comunhão da festa da assun-
ção da Virgem (d. 2872 ad 6), nem ao nome de José na epístola causa da veneração devida a êles em consequência da bênção.
da festa do seu patrocínio; tão pouco ao nome Trinitas, Spiritus
Sanctus, S. Angelorum; o antigo n. 40 do d. Tuden. (d. 2572), em c) Os ósculos do incenso e do barrete omitem-se em
que a inclinação ao nome da SS. Trindade se chamou conveniente, presença do SS. Sacramento exposto.
foi abrogado pelos Decr. authent. (Schober, Missa S. Alf., p. 42.)
e) Ao nome do bispo faz-se inclinação na oração do aniversário da 116. IV. As mãos. 1: Estender e elevar as mãos. a) Origem.
eleição e sagração, se êle assiste à missa. (d. 2049 ad 3. Solans 1 n. i';ste gesto de oração é geral em tôdas as nações. E' ex-
167, que cita S. Afonso, Merati, Cavalieri, Baldeschi, etc.) pressão da alma aflita ou necessitada ou jubilosa, que se
113. f) Se se está •de joelhos, não se faz inclinação da ca- dirige a Deus, para pedir alguma coisa, confiar nË1e, agra-
beça (p. ex., ao nome de Jesus, Gloria Patri) a não ser que decer-Lhe. Por isso também os cristãos o conservaram. Nas
esteja prescrita, p. ex., ao Et incarnatus est na missa solene catacumbas ainda existem pessoas representadas com êste
(d. 4179). E' uso romano,, fazer inclinação ao Tantum ergo csto, as chamadas Orantes. Os cristãos viam nesta atitude
até veneremur cernui inclusive, para que a posição do corpo a imitação de Nosso Senhor, que morreu na cruz com os
combine com as palavras do hino. (Gardellini, Clement. hraços abertos.
24, n. 9.) b) Uso. No rito romano se emprega durante a missa
114. II. Os olhos. Levantar os olhos é recorrer a Deus nas partes mais antigas: orações, prefácio, cânon; na con-
que está nas alturas, confiar nËle: A vós que estais no céu, 4agração da igreja, do altar e outras funções pontificais.
Curran de Liturgia — 5

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66 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 67

Mas, no oficio e na administração dos sacramentos e sacra- .;dIire a fronte, no século IV sôbre a fronte e a bôca, no sé-
mentais, foi suplantado pelo gesto das mãos postas. culo XII, na fronte, na bôca e no peito. Faz-se agora (per-
c) História. Na idade média o sacerdote, depois da con- signar-se) com a polpa (e não com a unha) do polegar. A
sagração, estendia os braços horizontalmente, representando grande cruz (desde a idade .média) faz-se passando a mão
assim a imagem de Jesus Cristo crucificado. Os dominica- estendida (Rubr. Miss.) da fronte ao peito no meio, e do
nos, os cartuxos e a igreja de. Lião ainda conservam esta ati- ombro esquerdo ao ombro direito.
tude. Um vestígio dela se conserva no rito romano no uso Maldonado, natural da Espanha, diz que os três sinais da cruz
de cruzar os polegares. Ne fizeram por causa dos arianos, outrora muito numerosos naquele
2. Pôr as mãos. a) Origem. Êste gesto era desconhecido ais. Os católicos quiseram declarar por todos os modos, que não
(rani arianos; por isso fizeram o mesmo sinal da cruz três vêzes,
na Liturgia até ao século VIII. Na vida pública, p. ex., na professando desta forma a igualdade das três pessoas divinas. (7_ac-
Alemanha, era sinal de homenagem e sujeição. O vass al o caria II, 2 disp. II § XIV.)
prometia fidelidade ao rei pondo as mãos juntas nas mãos 119. c) Uso. A pequena cruz emprega-se na recitação do
dêle. Já no século 12 êste modo de rezar era geral. evangelho, no rito do batismo, no exorcismo e em tôdas as
b) Uso. Êste gesto liturgicamente se faz, juntando as unções. A grande cruz faz-se em tôdas as bênçãos e fre-
duas mãos estendidas e cruzando os polegares diante do pei- quentemente na missa; na missa solene 53 vêzes.
to. O outro modo de juntar as mãos com os dedos entrela- A fórmula trinitária que acompanha a cruz remonta até
çados não é litúrgico. idade média (c. século VI). Nas funções litúrgicas empre-
117. 3. Imposição das mãos. a) Origem. Usava-se no an- I;;i-se relativamente raras vêzes e só, se não são prescritas
tigo testamento; em o novo, Nosso Senhor muitas vêzes se mi ras palavras.
servia desta cerimônia. b) Significação. Em geral denota co- d) Significação. E' sacramental e comunica a graça de
municação de graças. aa) E' rito visível do sacramento da Deus e proteção contra os perigos, doenças e o demônio.
confirmação e da ordem. bb) E' sacramental, comunicando símbolo da fé na SS. Trindade e na redenção. Depois d a .
confôrto espiritual e corporal, no rito da visita aos doentes consagração da missa, relembra que no sacrifício da missa
(Ritual). cc) E' exorcismo no rito do batismo e do exor- se renova o sacrifício da cruz. Portanto, não é, nem pode
cismo solene. dd) E' símbolo da oblação de si mesmo e do ser ato de benzer a Nosso Senhor presente na santa hóstia
povo em união com o sacrifício de Nosso Senhor no Hanc (ver n. 511). A cruz sôbre o evangeliário diz que a fonte
igitur. do evangelho é o crucificado.
4. Bater no peito. a) E' símbolo da consciência culpa- O povo faz o sinal da cruz também, pronunciando o
da; já era conhecido pelos israelitas. (Lc 18, 3.) b) Usa-se liloria Patri. Com tôda a razão. Pois é fórmula trinitária e
na missa, ao Confiteor, Nobis quoque, Agnus Dei, Domine conclusão de parte da oração, imitando a cruz no fina dos
non sum dignos; fora da missa, nas ladainhas e ao Confi- Hinos glória e credo.
teor. Faz-se corn a mão direita, quer estendida, quer meio
aberta, sem ruído. Artigo II. Elementos materiais
118. 5. Sinal da cruz. a) Origem. Desde os primeiros tem- Na bênção real distinguimos a bênção e o objeto capaz
pos cristãos os fiéis usaram o sinal da cruz, o qual, segundo mia bênção, ou o elemento. De alguns elementos materiais
Tertuliano, remonta aos apóstolos e foi provavelmente ins- levemos tratar.
tituída por Nosso Senhor. (Suarez in 3 q. 58, art. 4, disp. § 33. A ÁGUA
51, sect. 2; Lapide, Ben. XIV.) Êle conta que os cristãos em- 120. 1. Uso. A água usa-se na Liturgia para obter a água
pregavam a cada passo o sinal da cruz. b) Modo de fazê-lo. I);ilismal, a água benta e a água gregoriana (na consagração
No principio, provavelmente com referência ao Apocalipse da igreja),' para misturá-la com o vinho no ofertório da
(7, 2 e 9, 4), faziam a cruz com um dedo` da mão direita. missa e para diferentes purificações.
Pro

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68 R e u s, Curso de Liturgia 69
I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais

2. Significação. a) Em geral a água é o símbolo da pu- 3. No Ocidente o pão era ázimo, i. é, feito sem fermen-
reza interior e moral. b) A respeito da mistura da água e to, ao menos desde o séc. VIII e, desde então está prescrito
do vinho na missa, diz o catecismo romano (P. II, c. 4, q. pela lei eclesiástica. (Cân. 816.) No Oriente é lícito só o
15) : "A igreja de Deus sempre misturou água com vinho 1. fermentado. (Cf. n. 490.)
porque Nosso Senhor o fêz, como se prova pela autoridade Pela tradição da Igreja sabemos que Jesus Cristo prescreveu
dos concílios e pelo testemunho de S. Cipriano; 2. porque para a consagração pão de trigo sem determinar o modo da pre-
por esta mistura Se renova a lembrança do sangue e da água paração. Por isso tanto o pão ázimo como o fermentado é matéria
válida. (Conc. Flor.) Nos primeiros séculos parece que se usava
que saíram do seu lado; 3. porque "as águas", como se lê um e outro indistintamente. Desde o séc. VIII-XI, a igreja oriental
no Apocalipse (17, 5), designam os povos; por isso a água prescreveu o pão fermentado, interpretando neste sentido as pala-
acrescentada ao vinho significa a união do povo fiel com vras de S. João (13, 1) que Jesus `antes da festa da páscoa" insti-
tuiu o SS. Sacramento; por conseguinte tinha pão fermentado. A
Cristo, a Cabeça." igreja ocidental prescreveu o pão ázimo, porque os três outros evan-
3. História. Purificações religiosas havia-as entre os pa- gelistas dizem que N. Senhor instituiu a S. Eucaristia "no pri-
meiro dia dos ázimos". Em todo caso os quatro evangelistas falam
gãos e israelitas. Os cristãos adotaram êste rito. Costuma- do mesmo dia da semana.
vain lavar as mãos tôdas as vêzes que rezavam. Para êste Uma das soluções desta diferença aparente é a seguinte: Quando a
fim serviam as fontes existentes no átrio das basílicas. páscoa israelitica caia no sábado, o cordeiro pascal se devia matar ao
pôr do sol (Deut. 16, 6) da sexta-feira. Mas esta hora já era sábado,
4. A água benta é sacramental e comunica às pessoas em que não era licito trabalhar, p. ex. matar os cordeiros. Por isso
era permitido antecipar 'a matança dos cordeiros para o "pôr do sol"
e aos objetos aspergidos proteção contra os espíritos infer- da quinta-feira e comer o cordeiro ou na sexta-feira, ou antecipadamente
na quinta-feira. Nesta solução da ceia antecipada é fácil conciliar os evan-
nais e auxílio divino à alma. Era conhecida no Oriente já gelistas. A "festa da páscoa" de S. João começou ao "pôr do sol" da
sexta-feira. "Antes da festa" é portanto o "pôr do sol" da quinta-feira.
no século IV, no Ocidente no século V. O primeiro dia dos ázimos dos outros evangelistas era a mesma quinta-
A experiência dos santos confirma a veracidade das palavras da igre- feira. Por conseguinte todos os evangelistas designam o mesmo dia para
ja. S. Teresa de Avila (Vida c. 31) diz da água benta: "Muitas vêzes a instituição do SS. Sacramento (Holzmeister, chronologia), e a inter-
fiz a experiência de não haver nada de que fogem mais os maus es- pretação dos gregos é "completamente falsa". (Leo IX M L 143 p. 775.)
píritos sem voltar. Fogem também da cruz, mas voltam logo. O poder Esta convicção do papa é doutrina comum no ocidente, mas não é dogma
da água benta deve ser grande." Em outro lugar (Cartas I, 33) diz: "E' (Calmet, dissert. in noviss. pascha) que o pão na última ceia foi ázimo.
preciso aspergi-la em redor de si."
A mesma experiência fêz a beata A. M. Taigi. Apareceu à porta de § 35. 0 PÃO SACRIFICAL
sua casa um cardeal. Confundida por tal honra, levanta-se, beija-lhe a
mão e pede-lhe a bênção. O cardeal dá-lhe conselhos, p. ex. de mudar
de vida, de desistir das suas austeras penitências, de gozar a vida como 122. 1. Matéria válida para a preparação das hóstias é só a
os outros. A beata reconheceu o demónio, benzeu-se e atirou água benta
contra o tal purpurado, que desapareceu com tôda a pressa. farinha de trigo assim como vem do moinho. Não importa,
se contém partes da casca dos grãos. Matéria inválida seria
§ 34. 0 PÃO a massa da qual pela lavagem feita ou pela água corrente,
121. 1. História. No antigo testamento o pão era matéria on junto com a manipulação, se tira o glúten e outras par-
de sacrifício, já antes do culto mosaico. Pois Melquisedeque les do grão e resta só o amido. Pois o pão assim prepara-
ofereceu o sacrifício de pão e vinho, o qual foi tipo do pão do não é de farinha no sentido comum. Da mesma maneira
eucarístico. o glúten não é matéria válida pela mesma razão.
O pão litúrgico no culto cristão, antigamente, era ofe- 2. A preparação do pão para a Eucaristia outrora era às vêzes
recido pelos fiéis. Tinha a forma de bolos chatos, redondos, li mito solene e inspirada na fé viva. No convento dos monges be-
malitinos de Hirsau, quatro religiosos coziam as hóstias, sendo três
triangulares, ou anulares. As hóstias em forma de moedas deles diáconos ou sacerdotes revestidos de alva. (Eisenh. lI, p. 132.)
foram introduzidas no século XI. (Braun, s. v.) Muitos sacerdotes seculares preparavam as hóstias pessoalmente.
2. Significação. O pão representa: a) tôda a vida hu- Puis êste serviço só se pode entregar a pessoas conscienciosas e
bem instruídas, para que, por ignorância ou mal entendida arte,
mana; a vida corporal, por ser o alimento principal; a vida ntio se forneça pão inválido.
espiritual, por ser o produto da inteligência e da vontade; 123. Tempo útil para as hóstiàs. São seguras as seguintes
b) a união do fiel com Jesus Cristo e dos fiéis entre si, por regras :

ser confeccionado de muitos grãos moídos, que todos for- 1. Regra. As hóstias a consagrar devem ser recentes
mam um único pão. (cila. 1272), i. é, cozidas quanto muito vinte dias antes. E'

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70 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral: Cap. II: Santos Sinais 71

sentença comum (Cappello) e de S. Carlos Borromeu, cita- Os primeiros cristãos empregavam a luz a) por necessidade,
do nos Decr. auth., t. IV, p. 280. porquanto o serviço divino se celebrava de noite ou nas ca-
II. Regra. Hóstias consagradas devem-se renovar fre- I.icumbas; b) por razões estéticas: a profusão da luz dá à
quentemente (cân. 1272), i. é, depois de oito, quanto muito testa mais realce, iluminando e enfeitando; c) por razões .

quinze dias, se o lugar e o tempo não forem úmidos. ,.nnbólicas: a luz simboliza, Deus na sua essência, que "é
HI. Regra. Entre a cozedura da hóstia e a sua distri- luz" (1 Jo'1, 5), santidade, majestade e fonte de vida; " o .
buição na s. comunhão não devem passar mais de 30 dias. Deus incarnado, "a verdadeira luz" (Ja 1, 9), a sua presença
.

!cal na missa e na exposição do Santíssimo; a sua presença


§ 36. O VINHO Nautificadora no canto solene do evangelho, na administração
124. 1. História. O vinho era estimado por tôdas as nações dos sacramentais, na liturgia do côro; a sua presença glori-
cultas como alimento, remédio e matéria de sacrifício. licadora na veneração dos santos e no rito do entêrro: "cla-
.

Na parábola do bom samaritano, o vinho misturado com óleo é litigue-os na eterna luz." (Ver n. 378.)
o remédio para as chagas e contusões do infeliz viajante. O rei
Melquisedeque ofereceu no seu sacrifício além do pão também vi- 126. 2. Uso. Na Liturgia aparece a luz na forma a)" de
nho. Na Liturgia do antigo testamento era inseparável dos sacri-
fícios pacíficos e holocaustos (1,5 — 3 litros); mas não havia um
rela acesa durante o sacrifício da missa. Acender velas em
sacrifício só de vinho. Na ceia pascal não podia faltar. honra dos deuses era também costume pagão. Por isso, Vigi
2. Na Liturgia do novo testamento, a) foi introduzido IAncio (Hier. adv. Viv. c. 4) critica os cristãos, que a modo
pelo divino Redentor. E' matéria essencial do sacrifício eu- elos pagãos acendiam velas na igreja; mas foi refutado por '

carístico, e era oferecido antigamente pelos fiéis; b) é um S. Jerônimo. As velas eram postas acesas ou diante, ou atrás,
dos elementos (água, sal, vinho e cinza) de que se compõe ou acima, nunca sôbre o altar. Este modo de as pôr sôbre o
a água gregoriana prescrita na consagração das igrejas e altar só foi introduzido no século XI. No batismo, na cola-
altares; c) é benzido na festa de S. João Evangelista e em ,In das ordens menores e maiores, nos funerais, nas pro-
muitos lugares distribuído aos fiéis com as. palavras: "Bebe ksões, na exposição do SS. Sacramento e em muitas outras
o amor de S. João." I unções litúrgicas, a vela está prescrita. b) Vela de elevação.
3. Significarão. a) Tem as mesmas significações que o ( Rub. gen. tit. 20.) Indica aos fiéis a presença de Nosso
Senhor no aliar; usa-se ainda na Espanha, na França e no
pão, representando tôda a vida humana e a união dos fiéis
com Jesus Cristo e entre si, por ser composto de sumo de Mexico. c) Círio pascal; dêle se fala em outro lugar (n.
muitos bagos; b) no ofertório significa o SS. Sangue que N. :178). d) A lâmpada do SS. Sacramento, como tal usada
Senhor derramou da chaga do seu lado; c) simboliza a na- desde o século XIII, prescrita pelo sínodo de Worcester em
tureza divina unida à humana simbolizada pela água na mis- 240.
tura de água e vinho; d) simboliza a divindade de Jesus Cris- E' símbolo da presença de Jesus Cristo no altar e símbolo da cari-
d nde dos fiéis para com o seu Redentor amantíssimo: "ut lampas ho-
to, pela bênção unida com a igreja material e espiritual na minlbus [ex ecclesia] recedentibus cultus aliquam et amoris professio-
nemhibere per;at." (Synod. Vienn. Lac.. V. 163.)
consagração da igreja (Durandus I. c. 7, n.° 9);" e) sim-
boliza o amor divino (Cant. 8, 2). 127. Luz elétrica. A luz elétrica ou de gás não é permitida
Filtre as velas estritamente litúrgicas no altar, nem em lu-
§ 37. A LUZ l;ar das lâmpadas ou vela s . que devem arder diante do SS.
125. 1. História. Tôdas as nações fizeram uso da luz no Sacramento ou das relíquias dos santos. Nem é lícito colocar
exercício do culto. 1) Os persas adoravam o fogo e a luz. I:illrpadas elétricas na parte interior do trono (nicho) da ex-
Os gregos e os romanos conservavam-na nos seus templos., posição, para que os fiéis possam ver melhor a s. hóstia.
2) Os israelitas mantinham no átrio do templo de Jerusalém Para outras partes da igreja, e em outros casos, a ilu-
o •fogo perpétuo (Lv 6, 6) sôbre o altar do holocausto e, minação elétrica é permitida conforme o prudente arbítrio do
no interior dó santuário, o castiçal de 7 braços. (Êx 25, 31.) rdinário, contanto que se guarde em tudo a gravidade de-

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72 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 73

vida à santidade do lugar e- à dignidade da sagrada Liturgia. reza (também ao altar manchado por assim dizer pelas dis-
(d. 4322.) trações e outras faltas dos ministros), de santidade (Accen-
Por conseguinte, lâmpadas elétricas de diferentes côres dat... ignern amoris... ), de auxílio às almas como espécie
não estão proibidas para as imagens de Nosso Senhor no de oração dirigida a Deus e oferta em favor delas, de prote-
altar ou para o ornamento exterior do tabernáculo na expo- cão contra as influências do demônio; f) símbolo da oração
sição do Santíssimo (d. 4210), mas sim para as imagens e que sobe como fumaça aromática ao trono do Altíssimo. O
nichos de santos no altar ou para as banquetas, onde estão incenso nunca serve exclusivamente para aumentar a sole-
os castiçais. (d. 4322.) nidade:
O incenso não se benze, quando só o SS. Sacramento é
§ 38. INCENSO
incensado, pois que o Autor da santidade não é capaz de
128. 1. História. O incenso é uma resina aromática distilada purificação.
em lágrimas por uma árvore da família das terebintáceas § 39. 0 OLEO
(boswellia serrata). Pode-se dizer que todo o mundo, pelo 130. 1. História. O óleo litúrgico é óleo de oliveira. Servia
menos o mundo culto, conhecia o incenso para o uso domés- no antigo testamento para a consagração do altar, de sacer-
tico e religioso. a) Os pagãos. Na vida dos mártires se fala dotes, profetas, reis, e fazia parte dos sacrifícios. Em o novo
não raras vêzes da tentativa dos pagãos de seduzir os cris- lestamento é mencionado como meio de honrar o hóspede
tãos para a apostasia, pelo incenso queimado aos ídolos. h) (Lc 7, 46) e pessoas de estima (Maria Madalena), de curar
Os israelitas por preceito divino deviam oferecer o sacrifício doentes (Mc 6, 13). lá as Liturgias antigas contêm fórmu-
de incenso sôbre o altar de ouro no interior do templo. (Lv las para benzer o óleo.
2, 2.) c) Os cristãos, para evitar a suspeita de idolatria,
2. Uso. No rito moderno distinguem-se três espécies de
no princípio não empregavam o incenso na Liturgia, mas óleos santos: o óleo:dos:enfermos., (oleum infirmorum, O. I.),
sim na vida profana. Desde o século IV foi usado como per- óleo dos catecúmenos (Oleum catechumenorum, O. C.;
fume para os lugares litúrgicos. Era costume profano quei- Sanctum Oleum, S. O.; Oleum exorcizatum, O. E.; Oleum
mar incenso diante de pessoas de autoridade. Dêstes costu- puerorum, O. P.) e o crisma (Sanctum chrisma, S. C.) 0
mes se deriva o rito de incensar pessoas litúrgicas, altares crisma é óleo misturado com bálsamo. Os dois outros são
e objetos. óleo puro.
129. 2. Uso. Hoje o incenso é queimado na missa solene, 131. As cerimônias solenissimas da consagração dos óleos,
na bênção com o SS. Sacramento, nas procissões, na bênção durante a missa pontifical na quinta-feira santa, remontam
do altar, de velas, de cinza, de ramos, nos funerais. O in- ri idade média.
censo ao Benedictus e Magnificat explica-se por serem êstes a) O óleo dos enfermos constitui a matéria do sacra-
cânticos partes do evangelho, o qual exige incenso. 5 grãos mento dos santos óleos ou extrema unção; nome êste que
de incenso são colocados no círio pascal (5 chagas)9l► três convém evitar entre nós. Pois há pessoas que se assustam
grãos no sepulcro das relíquias do altar (aroma da santi- rio ouvir "Extrema" e rejeitam a "Extrema Unção"; aceitam,
dade). porém, os "santos óleos". Dá saúde corporal e espiritual e
3. Significação. O ato de incensar exprime a) adoração constitui a unção real para o trono eterno. (Kern, de extr.
direta diante do SS. Sacramento; b) adoração indireta diante ) id .)
cio altar, do'evangeliário; da cruz, do s. lenho da cruz, por b) O óleo dos catecúmenos servia na antiguidade cristã,
serem objetos especialmente relacionados com o Redentor, rocio o crisma, para a unção dos catecúmenos. Chamava-se
por sua natureza, ou pela consagração; c) veneração diante óleo do exorcismo, porque devia proteger o catecúmeno con-
das imagens dos santos; d) reverência, quando feito a pes- I ri o demônio. Por isto, no rito do batismo a unção com êste
soas ou ao corpo inânime dos fiéis; e) comunicação de pa- óleo se faz 'antes do batismo. Na idade média era empre-

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gado para as unções nas ordenações, nas coroações de reis § 41. 0 SAL
na consagração das igrejas. 135. 1. História. Nos sacrifícios pagãos romanos punha-se
seuipre na vítima farinha grossa misturada com sal, a sancta
132, c) O crisma remonta, como o óleo dos catecúmenos, mola, como diz Horácio. O sal, tipo da estabilidade (Lv 2,
ao principio do terceiro século e se chamava "óleo de ação 13) impede o estrago da comida e dá-lhe sabor. (Col 4, 6.)
de graças". E' matéria do sacramento da confirmação. Signi- I'ur isso era ajuntado' ao sacrifício como expressão do de-
fica a santificação pelo Espirito Santo e sua presença na sejo de agradar a Deus. Nos sacrifícios mosaicos o sal era
alma. Por isso a unção com o crisma se faz depois do ba- omitas vêzes empregado. 0 profeta Eliseu (4 Rs 2, 19)
tismo. E' empregado para benzer a água batismal, para à lurnou potável a água ruim pelo sal que nela deitou e con-
consagração dos bispos, das igrejas, dos altares, dos cálices, Ieriu fertilidade para a terra, onde foi pôsto.
dos sinos. 2. Uso. a) No rito do batismo alguns grãos de sal se
Antigamente os fiéis podiam guardar e empregar o óleo dos enfer-
mos. Hoje isto não é lícito. Mas, em compensação, no Ritual, há uma põem na bôca do catecúmeno com as palavras: Accipe sal
fórmula para benzer óleo destinado ao uso dos fiéis. .apientice; propitiatio sit tibi in vivam ceternam. O sal signi-
§ 40. A CINZA f ica, portanto, a sabedoria, a graça da fé, que leva o ca-
lecúmeno para a vida •eterna. b) E' elemento constitutivo
133. 1. História. Já no antigo testamento a cinza era sinal da água benta e gregoriana. Tem, portanto, fôrça para puri-
de penitência. Implorando os israelitas o auxílio divino con- 1 ficar e santificar.
tra Holofernes, puseram "cinza sôbre a cabeça". (Jdt 4, 16.)
"Ai de ti, Córozaim . Tiro e Sidônia teriam feito penitên- 42. SÊDA, LINHO, LÃ, CERA
cia em saco e cinza." (Mt 11, 21.) A cinza de vaca vermelha 136. I. Sêcla é a matéria mais preciosa para os paramen-
era empregada para preparar "a água da expiação". Quem lus. Mas deve ser natural, não artificial. Está prescrita para:
tocara num cadáver e ficara assim impuro, se tornava puro I) os paramentos da missa (d. 3779 ad 1 e 2, o qual proíbe
pela , aspersão com esta água. (Nm 19, 5; Heb 9, 13.) linho Iã e algodão) ou mais exato para a casula (d. 2769
2. Significação.
ic_ação. Contendo a cinza elementos cáusticos V. ad 3) ; estola, manipulo e bôlsa costuma-se fazer também
purificadores, simboliza o efeito purificador da penitência e de sêda, mas prescrito não é; 2) o véu do cálix (Rit. cel. I.,
da dor. Lembra que o homem volta à cinza e à terra, torna-o 1 ) , provavelmente para dispensar o saco de pano de linho em
humilde, indicando a sua origem humilde. tine se levava o cálice para o altar (Eph. lit. 1924. Burkard
p. 6) ; 3) o fôrro do tabernáculo, se não está dourado o inte-
134. 3. Uso. a) Na quarta-feira de cinzas, impõe-se cinza rior (d. 3254 ad 7) ; ,4) o véu do subdiácono na missa so-
benta na cabeça dos fiéis, para se lembrarem da humildade 1 ue (C. E. I, 10 n. 5) e do ministro de mitra (C. E. I, 11.
com que devemos fazer penitência. n. 6); 5) .o véu da âmbula '(Rit. IV, 1 n. 5); 6) o véu (bôl-
Esta cerimônia empregava-se antigamente para os penitentes tia) da píxide para a comunhão dos doentes (Rit. IV, 4 n,
públicos. Quando a penitência pública caiu em desuso, sujeitavam- 12); 7) o véu para o vaso do óleo dos enfermos (Rit. V,
se, ao menos desde o século X, sacerdotes e fiéis a êste ato de
humildade. No ano de 1091, a imposição de cinza foi prescrita por 2 n. 2). Ver n. 288.
Urbano II (Braun, s. v.) para todos. E' sacramental. Permitida é sêda para o cordão. (d. 2067 ad 7.)
b) A cinza entra na composição da água gregoriana 137. IL Linho ou cânhamo. O pano de linho é fabricado
usada na consagração das igrejas. Nesta ocasião se fazem das fibras da planta de linho. Sendo mais caro do que o de
através do corpo da igreja duas faixas de cinza espalhada algodão, prepara-se um tecido mais barato de algodão e li-
ao modo de cruz grega, em que o bispo escreve as, letras gre- nho proibido porém para a pala, corporal, alva, amito -e as
gas e latinas do alfabeto: Este rito significa que Jesus Cristo 1u,ilhas do altar. (d. 2600.)
tomou posse do santuário. E' prescrito pano de linho puro ou cânhamo para o cor- ,

poral e a pala (Rit. ce l. I, 1), sanguinho, alva, amito, toalhas

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do altar (d. 2600) toalha para a credência (Rit. cel. II. 5; C. viva. A luz elétrica não contém tão perfeitamente esta signi-
E. i c. 12 n. 19); no Brasil para o manustérgio e o cordão ficação. No círio pascal e na vela em geral a mecha significa
(C. P. n. 797. A. L. n. 904.) a alma, a cera o corpo, a chama a divindade do Redentor.
E' conveniente para a sobrepeliz, roquete, toalhas para (Uurandus VI. c. 80, n. 3.)
a comunhão. (A. L. n. 904.)
E' permitido para o cordão (d. 2067 ad 7) e conopeu 139. Experiências para provar a genuinidade destas mate-
(d. 3035 ad 10). rias sem substâncias químicas.
E' proibido para a casula. (d. 2769 V. ad 3.) Para o 1. Sêda. Fios de sêda pura e lã encrespam-se na chama
manipulo, estola, dalmática, tunicela e pluvial não há pres- c formam no fim uma bolinha. As fibras vegetais (algodão,
crições quanto à matéria do pano. Conveniente é sêda. Ver n. linho) ardem como mecha ou fio de linho. Seda e lã cheiram
219; 162; 165. a chifre ou cabelo queimado. Sendo misturada sêda ou lã
Engomar os corporais é permitido. (d. 3767.) (Fat- com fibras vegetais, a bolinha fica em brasa por algum tem-
tinger p. 148 e sq.) po por causa às fibras vegetais ainda não queimadas.
III. Lã. Os paramentos (sacra paramenta) feitos de Sendo a sêda artificial mais pesada, o fio não forma
pano de lã são proibidos. (d. 3035.) 0 cordão de lã é per- Molinha, mas queima-se quase em forma de fio por causa
mitido. (d. 3118.) Ver n. 217. Pode ser da côr dos para- Tis matérias misturadas.
mentos. (d. 2194 ad 3.) 2. Pano de linho, molhado com azeite puro e esfregado
O rigor nestas prescrições baseia-se no antigo costume da Igre- rim pouco, torna-se transparente; pano de algodão fica imu-
ja e nas profundas significações ligadas a estas matérias. "Quanto I vel.
aos sagrados paramentos e alfaias conserve-se o que desde o prin-
cipio da Igreja foi introduzido por causa das significações reais e 3. Cera. Quando se passa o dedo sôbre cera pura, tem-
místicas." (d. 2600.) w a impressão de tocar numa peça de cautchu e o dedo
138. IV. Cera. 1. A matéria, ver n. 933. 0 círio pascal e as n^io deslisa facilmente sôbre a superfície. Cera pura amas-
sada pega no dedo; mas se fôr parafina e estearina, tem-se
duas velas exigidas para a missa devem ser na maior parte
a impressão de gordura. Cera pura dificilmente se pode .cor-
de cera. (d. 4147.)
lar; estearina com maior facilidade. Quando ao tocar na par-
Para o círio pascal esta porcentagem é necessária para
le superior de uma vela acesa a margem fica pegada no dedo,
evitar a contradição entre a cera do círio e as palavras do
cera é genuína; quando se quebra, há mistura com para-
Exsultet: "Nutre-se de cera líquida... produzida pela abe-
fina ou estearina.
lha mãe." Para as velas da missa, o ato mais santo da re-
ligião, assim como a S. R. C. exige dos metais o precioso Para saber se há sebo, faz-se uma parte da vela em
pedaços do tamanho de lentilhas, aquece-se em água pura
ouro e dos tecidos a preciosa sêda, assim também das ma-
ali) o grau de calor necessário para derreter o sebo suficien-
térias de iluminação, a mais estimada, a cera. Por isso foi
proibido para a missa o uso de sebo (d. 3063), de estearina le para poder amassar a cera. Se houver sebo, aparece na
(d. 4257), de gás (d. 4097), e da luz elétrica (d. 3859). superfície da água em gotas, bem visíveis depois de tornar-
Sebo está excluído do uso litúrgico, estearina é permitida se iria a água.
fora do altar, luz elétrica no altar só para a iluminação. (Ver CAPITULO Ill.
n. 124.)
2. 0 simbolismo. A cera no uso litúrgico simboliza o OS SANTOS LUGARES
puríssimo corpo de Jesus Cristo, nascido da Virgem Mãe, co- Ao número dos santos lugares pertencem os edifícios e
mo a cera virgem provém das abelhas virgens ("apis mater lugares destinados às funções litúrgicas, pela bênção ou con-
eduxit", Exsultet). Simboliza o sacrifício do cristão que, vi- !;agração, com todos os utensílios. Estes são a igreja, o al-
vendo para N. Senhor se consome na chama da caridade di- tar, as alfaias e paramentos, e o cemitério.

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§ 44. NOMES DOS EDIFÍCIOS LITÚRGICOS


§ 43. OS SANTOS LUGARES NA ANTIGUIDADE CRISTA E SUAS ESPÉCIES
140. 1. 0 cenáculo. O primeiro santo lugar no sentido men- 142. 1. Igreja (italiano: chiesa; francês: église; alemão:
cionado nem foi o suntuoso templo de Jerusalém, nem al- lí irche, da palavra grega kyriaké = casa do Senhor; inglês:
guma das 400 sinagogas desta cidade, mis uma casa priva- church) da ,palavra latina ecclesia, e grega ekklesía. E' o
da, o cenáculo. O próprio Deus humanado o santificou pela l e" rmo mais usado entre o povo, na Liturgia e no direito, ca-
sua presença e pelo seu sacrifício, que ali ofereceu e instituiu. nônico. A palavra grega ekklesia (de kalein = chamar) na
2. Casas particulares. a) Os apóstolos imitaram a Nos- antiguidade clássica significa a assembléia do povo, em o
so Senhor por necessidade. Em Jerusalém, reuniam-se os novo testamento: a) a totalidade dos que foram chamados
cristãos convertidos do judaísmo no templo, no pórtico de por Deus à salvação em Jesus Cristo (1 Cor 10, 32); b)
Salomão, onde faziam as suas orações em comum. Mas o sa- Irma parte da, Igreja geral, p. ex., da cidade de Roma (Rom
crifício da missa e a comunhão realizavam-se nas "casas" I, 7) ; c) o lugar, onde se reúnem os membros da Igreja.
(At 2, 46), em casas particulares. Eram muitas, por causa 2. Basilica, existe desde o princípio do século IV. Pois
dos milhares de fiéis. j5 Constantino empregou êste nome.
b) Em outras cidades procederam os apóstolos da mes- Deriva-se da palavra grega basiliké, a casa régia, e designava
qualquer edifício magnífico. E porque Jesus Cristo é "o rei dos
ma forma. Em Trôade os novos cristãos se reuniram para séculos", os cristãos chamaram as casas de Deus, basílicas, casas
"partir o pão" eucarístico no "terceiro cenáculo", num andar do (basileus) rei divino. Nos tempos modernos basílica designa uma
superior. (At 20, 9.) Foi na casa particular de cristão igreja espaçosa ou de estilo próprio ou dotada de privilégios es-
peciais.
abastado.
3. Catedral. Deriva-se de cathedra, trono do bispo. De-
3. Casas especiais: Orígenes (In Mt 2) conta que, na
signa hoje a igreja episcopal de qualquer forma.
perseguição de Maximino Thrax (235-238), foram destruidas
as igrejas dos cristãos. Portanto havia igrejas. 143. 4. Oratório, derivado de orare (rezar), é um nome
muito próprio da casa de Deus. Casa de oração chamava
141. Em Roma os ricos patrícios puseram à disposição dos
Jesus Cristo o templo de Jerusalém. (Mt 21, 30.) Antiga-
cristãos os seus palácios. Estas novas igrejas conservavam
mente designava uma igreja, às vêzes também, um oratório
o nome do proprietário, p. ex., Titulus Equitii. Só mais tarde
privado. O concílio de Laodicéia, p. ex. (c. 380), proibiu aos
as igrejas receberam o nome de santos. Segundo Optato de
bispos e sacerdotes celebrar o santo sacrifício nos oratórios .
Mileve, já antes de Constantino existiam 40 igrejas em Roma. privados. Em Roma e Constantinopla não existia uma proi-
As catacumbas não eram o lugar das reuniões ordinárias dos bição absoluta. Muitos oratórios privados havia na Gália
cristãos, nem mesmo durante as perseguições. Cabiam pouco mais
ou menos umas 150 pessoas em cada uma delas. Eram, portanto, nos sec. V e VI.
muito pequenas para os milhares de cristãos romanos. Só de vez No direito canónico, o têrmo: oratório é restringido a um edifício
em quando havia missa nas catacumbas, p. ex., nos aniversários da litúrgico diferente da igreja. (Cãn. 1188, ti 2.) Distinguem-se oratorios pú-
blicos, semipúblicos e privados. Nos oratórios semipú.blicos podem-se ce-
deposição dos mártires ou de fiéis. Fora disto, reuniam-se nas igre- lebrar tódas as funções eclesiásticas, se não obstarem as rubricas ou o
jas. Com a liberdade do culto católico desenvolveram-se também os Ordinário tiver excetuado algumas. (Cân. 1193.)
edifícios litúrgicos, as "casas de Deus".
Os edifícios do culto tornam-se santos pela bênção litúrgica, ou a 144. 5. Capela é diminutivo de capa = manto pequeno. De-
bênção com as orações prescritas (benedictio) ou a sagração com as un- signava especialmente a capa pequena de S. Martinho de
ções (consecratio, Cân. 1165). No principio da Igreja se oferecia o santo
sacrifício em qualquer lugar decente. A primeira sagração de um templo, Tours que estava em poder dos reis merovíngios, considera-
de que temos notícia, é a da catedral de Tiro (314), mencionada pelo
historiador Eusébio. (L. Th. K. V, 1054.) da como a mais preciosa relíquia e conservada num oratório
Nas igrejas consagradas, no aniversário da consagração, devem arder, pequeno. Por isto êste oratório foi chamado capela. O nome
a começar pelas vésperas, doze velas, diante das cruzes da unção, pelo
dia inteiro e só néle. (d. 3876, ad 6.) As velas são sustentadas pelos cas- passou para outros oratórios. No Brasil é quase sinônimo de'
tiçais dos apóstolos, chamados assim porque simbolizam os doze após-
tolos. Se as cruzes não existem mais, devem-se pintar de novo em sinal oratório: público e semipúblico.
da consagração feita. " (d. 3545.)'

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I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 81

6. Martyrium. Esta palavra designava o sepulcro de um


146. 2. 0 estilo romano tem três caracteres distintivos: 1)
mártir; depois a igreja construída sôbre êle.
a decomposição e aliviamento dos suportes; 2) a constitui-
7. Memória. Servia êste têrmo para designar a inscrição ção das abóbadas; 3) a tôrre.
sepulcral; depois passou para o sepulcro e ao edifício cons- O estilo romano ficou com a forma essencial da basílica e mo-
truído sôbre êle. Justifica-se também pelo fato de que no dificou coisas acessórias. A arquitrave que une duas colunas é trans-
altar estão incluídas relíquias de mártires, cuja lembrança formada em arco, arquivolta. O estilo romano possui várias miude-
zas cristãs por sua natureza: a planta mostra a forma da cruz,
(memória) se faz em tôdas as missas celebradas naquele porque o transepto nunca falta; a cripta, ao menos nas igrejas maio-
altar. res, com altar e o corpo de um santo. A tôrre está unida ao edi-
8. Confessio (derivada de confiteor: confessar, porque fício pela arquitetura, ao passo que na basilica não há ou está
separada. As maiores igrejas possuem duas ou quatro tôrres e
os mártires morreram pela confissão da fé) é o mesmo que urna cópola. Em oposição à basílica, também o exterior mostra
martyrium. Designa principalmente os sepulcros nas basíli- decoração arquitetônica. Especialmente a porta principal está enci-
mada por uma janela redonda (rosaça) riquíssima, que significa
cas maiores de Roma, p. ex., S. Pedro no Vaticano. provavelmente "a rosa mística", Maria Santíssima.
Não raras vêzes havia junto ao adro um corredor chamado
§ 45. OS ESTILOS MAIS IMPORTANTES cruzeiro, porque passava por ali a procissão de aspersão com água
145. Os vários elementos necessários para o culto divino benta, precedida da cruz procissional.
exterior são os mesmos em todos os tempos e em todos os 3. Os caracteres distintivos do estilo ogival ou gótico:
lugares. Mas o modo de agrupá-los é diferente segundo a I) o arco quebrado; 2) o arcobotante; 3) a abóbada de ner-
época, a índole do povo e a formação religiosa e artística vuras. Ogiva é uma figura formada pelo cruzamento de dois
da população. Distinguem-se 4 estilos principais: o estilo arcos iguais que se cortam na parte superior. Estilo ogival
antigo-cristão ou de basílicas, o romano, o ogival, o éstilo é o estilo caracterizado pelo emprego sistemático da ogiva.
da renascença. Foi chamado gótico na Itália, numa época em que tudo o
1. O estilo das basílicas tem cinco caracteres distintivos: gele vinha do norte era considerado bárbaro e rude.
1 ) o adro; 2) a quadra oblonga no interior; 3) várias na- Desenvolveu-se pouco a pouco devido à necessidade de aumen-
lar as dimensões das igrejas, sem abandonar o plano das basílicas,
ves; 4) abside; 5) teto ou madeiramento aparente. Por mil e de remediar a instabilidade da abóbada romana nas suas quedas
anos as igrejas mais importantes foram construídas neste repetidas, resultantes da falta de estabilidade. As criptas desapa-
recem, o côro é mais baixo e não raras vêzes rodeado de muitas
estilo exclusivamente. capelas.
O adro (atrium; Lemos, Enciclopédia, s. v.) colocado diante da Há várias épocas. A arte gótica na sua perfeição é muito pró-
entrada, tem à volta uma galeria. No meio está urna pia (poço), pria para o culto divino pela predominância da linha vertical sôbre
onde se faz a purificação antes de se entrar no edifício litúrgico. a horizontal, pelo arrôjo das formas e a riqueza dos ornatos.
Neste adro tinham de ficar os penitentes. Ao fundo do adro está
um largo pórtico (narthex) com batistérios e tendo 3 ou 5 portas 4. Os caracteres do estilo da renascença são: 1) Pre-
correspondentes às 3 ou 5 naves do interior. A fachada eleva-se domínio da linha horizontal e com ela grandes arquitraves,
acima do pórtico em forma de frontão (triângulo ou curva) e com frisos e cornijas; 2) colunas de formas antigas; 3) abóba-
janelas. O interior é dividido em 3 ou 5 naves por colunatas. O
telhado era um teto ou madeiramento aparente. Ao fundo da ba- das redondas com profusão de obras de estuque; 4) cúpolas
silicã há um hemiciclo com meia cúpola. Este hemiciclo tem a ca- cilíndricas; 5) frontões triangulares ou de segmentos circula-
deira do bispo e é guarnecido de bancos destinados ao clero (pres- res; 6) exclusão da linha reta: nas janelas, tôrres (S. Pe-
byterium). Na frente do hemiciclo está o altar, colocado por cinta
de uma cripta (Martyrium, confessio) onde estão as relíquias do san- dro, Roma).
to. O altar é encimado por um baldaquino (ciborium). Diante do Todos os estilos são tolerados pela Igreja, contanto que
altar está reservado um certo espaço, separado da nave por uma guardem "as leis da arte sacra". (Cân. 1279.)
balaustrada e formando o côro. Nas grandes "basílicas há uma nave
transversal ou transepto que limita as naves principais. Então a
nave do meio termina em frente do transepto por um arco colos- § 46. 0 CEMITÉRIO
sal, chamado "arco triunfal". Por fora a basílica é muito singela, 147. Santo lugar é também o cemitério: 1) pela bênção
o interior, porém, riquíssimo.
solene do bispo; 2) pela presença dos restos mortais de
Curso de Liturgia — 6

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82 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 83

muitos santos que gozam da visão beatifica ou ao menos vúvel que os altares pagãos não deixassem de influir no
estão certos de alcançá-la. desenvolvimento ao altar cristão.
a) Cemitério deriva-se da palavra grega koimeterion 119. a) O altar pagão. Houve altares, desde o princípio
= lugar de descanso, ou dormitório, de koimasthai = dor- . L. gênero humano. Os pagãos construíram altares aos seus
mir. E' nome usado só pelos cristãos. Pois Nosso Senhor (l euses, às virtudes personificadas e deificadas, a homens e
chamou de sono a morte natural, tão temida pelos pagãos. no Deus desconhecido (At 17, 23), às vêzes de grande ai-
Lembra, portanto, a vida futura. lura: o altar de Zeus olímpico de cêrca de 30 m. Em geral
No princípio do cristianismo os fiéis eram sepultados nos ja- e rn 11 1 feitos de pedra, como se vê no grande número dêles
zigos da família ou no cemitério público. Mas já nos primeiros tem-
pos havia cemitérios cristãos, e Tertuliano (De anima, c. 52) usa excavados em Pompéia, em forma de coluna com um, dois,
esta palavra. Em Roma os cristãos eram sepultados em geral nas Iles degraus erigidos por tôda parte; alguns eram portáteis.
catacumbas; fora de Roma, em geral nos cemitérios. Mas ocorrem Lram consagrados, como Macróbio relata, com solenidade. Acendiam
exceções. Desde o século IV se admitiram sepulturas nas igrejas fogo santo, incenso, aspergiam-no, faziam sacrifícios pomposos e or-
ou próximo das igrejas. Agora só os bispos, abades, cardiais, pre- Mnnizava.m jogos. As vézes eram cercados de grades de ferro e possuíam.
privilégio de asilo em favor de escravos, vencidos e até mesmo de cri-
lados nullius e pessoas da família real podem ser sepultados na minosos.
igreja. (Cân. 1205.)
b) O nome polvandrum acha-se no rito da bênção do I1)0. b) O altar israelitico no deserto, feito por ordem de
cemitério. Deriva-se de pollys = muitos e anér = homem. I bus, era de madeira de cedro, cheio de terra. Estava no
ilrin do santuário. No interior achava-se o altar do incenso,
Designa o lugar onde muitos homens são sepultados.
dt• madeira de acácia dourada. (Êx 29, 36.) Tinha o privi-
c) O têrmo "mausoléu" no sentido do cemitério ocorre
le io de asilo. (3 Rs 1, 50.) No templo de Salomão havia
no rito da reconciliação do cemitério. Deriva-se do monu-
ti n i altar de metal de 20X20 côvados e 5 côvados de al-
mento do rei Mausolo da Cária (376-352 a. C.), admirável
lura; no templo herodiano o altar media 40X40 côvados e
pela beleza, uma das "sete maravilhas do mundo".
I! ) côvados de altura (talvez 26X26 m e 9 de altura).
Em alguns lugares era costume dos fiéis visitar no do-
mingo, em procissão, o cemitério colocado próximo da igre- 151.1. 2. 0 altar cristão. Allure = altar deriva-se de alto
ja. (Vigourel, p. 65.) elevado, porque o altar sempre estava elevado acima do
d) Nada obsta a que lâmpadas também elétricas ardam sôbre os tú-
I Im o.
mulos, ou êstes estejam enfeitados com flores, contanto que não sejam a) O altar-mesa. 1) 0 altar de Jesus Cristo, em que ce-
prejudicadas as pias orações, que principalmente aproveitam aos fiéis
defuntos. (C. B. n. 338, § 4.) lebrou a primeira missa, foi a mesa do cenáculo. E' um
,illrir completamente novo. Em culto algum o altar do sa-
§ 47. 0 ALTAR t I lieu) servia de mesa aos sacerdotes e aos que tomavam
148. Um lugar santo é o altar cristão. Chamavam-no I1,11lc no culto. O altar e a mesa dos convivas sempre es-
sanctus, divinos, regalis, tremendus. S. João Crisóstomo: I,(v;ini separados. Nosso Senhor criou, portanto, novo tipo
admirabilis. S. Gregório Nisseno ensina que o altar é tão ddi. altar. ale mesmo escolheu a forma especial, a mesa san-
santo que nem todos, mas só os sacerdotes, e êstes só com ha. (,ltlis indicar que o novo testamento não tem nada com
reverência, o podem tocar. Beijavam-no. Os imperadores o antigo testamento neste particular. Ensinou que o sacri-
Teodósio e Valentiniano proibiram trazer armas nas igrejas I leio do novo testamento é sempre ceia celestial.
e junto dos altares. Leigos e mormente mulheres não se po-
1 r 2. 2) 0 altar no primevo cristianismo. Era também mesa.
diam aproximar déle. Desde o século IV o altar tinha o pri-
vilégio de asilo. !;;to Paulo fala da "mesa do Senhor". (1 Cor 10, 21.) Mas
el a Mesa simples, de madeira, sem consagração especial.
1. 0 altar fora do cristianismo. Se os cristãos contraba- Puis S. Cipriano menciona que na presença dos sacerdotes
lançaram a influência sedutora das festas pagãs pela influên- ."doi pasto o altar". (Ep. 45, 2.) Portanto antes não estava.
cia benéfica das festas cristãs nos mesmos dias, é mais pro- "S;llila mesa" se chamava o altar, mormente no Oriente, e
n*

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I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 85

84 R e u s, Curso de Liturgia
a) O cibório. 1) Etimologia. Não é certa. Alguns deri-
vain êste têrmo da palavra grega kyborion = a casca de um
ainda hoje o único altar da igreja grega tem êste nome: In' I ti to egipcíaco, que servia às vêzes de vaso para beber; ou-
hagia trapeza = a santa mesa. Ainda hoje o altar pap al na
li os, da palavra grega kibotos, diminutivo kibotarion pe-
• basílica de Latrão em Roma é de madeira. Mas a opinião (tu ( luena arca. 2) Cibório (ciborium, umbraculum, Braun, p.
que S. Pedro se serviu déle (Breviário, 9 Nov. lect. 6) não
25) é um dossel, sustentado em geral por colunas, construído
tem fundamento sólido; é de origem mais recente. (Braun
por cima do altar; tem várias formas: de cúpola, pirâmide,
p. 20.)
It'lliado. Pode ser de madeira ou de pedra. E' muito pró-
Houve muito cedo altares de pedra. Pois São João Crisóstomo (ho m .
20 in 2 Cor n. 3) diz: "Este altar é por sua natureza só pedra, foi, i prio do altar, onde está o trono de Deus. Tanto no Oriente
rém, santificado recebendo o corpo de Cristo." Só no século VI aparenn
o primeiro preceito eclesiástico de fazer o altar de pedra.
■ onlo no Ocidente remonta ao século IV, mas nunca foi geral.
153. b) O altar-arca. Depois de Constantino a veneração 155. b) O baldaquino. 1) Etimologia. Deriva-se de Bagdá,
dos mártires floresceu muito. Onde havia corpo de mártir, cidade de onde vieram os estofos preciosos de sêda (balda-
construíam-se altares sôbre o seu túmulo. Na falta de corpo quini). 2) 0 baldaquino (ccclum, pallium, pannus) substi-
punham relíquias de um santo no altar feito em forma de loiu, desde o século XII, ao cibório. E' um dossel de forma
arca côncava, retangular. As vêzes era fechado (Braun, s. u langular, de madeira ou de tela, estendida sôbre o altar,
v.) por uma porta, às vêzes uma abertura pequena permitia Iisa por um lado na parede, ou de forma cônica, suspenso
contemplar as relíquias. (Coelho II, `215.) do luto da igreja. O Cceremoniale Episcoporum (I, 12, n. 13)
O rito de incluir relíquias de mártires no altar provavelmente diz que cada altar-mor deve ter cibório ou baldaquino. Mas
não deriva de suposto costume antigo de dizer a missa sôbre 11 esta determinação não se observa fora da Itália em quase
túmulo dos mártires nas catacumbas. Tem o seu fundamento na es
critura sagrada (Apoc c. 9): Vidi subtus altare animas interfectorum nrnlnun lugar e até na Itália só em bem poucas igrejas.
propter verbum Dei, e na relação e mística analogia entre Nosso
Senhor, Cabeça dos mártires e seus membros. Morreram por tae, 156. c) O retábulo. 1) Etimologia. Retábulo deriva-se de
morto na cruz, por isso descansem debaixo dÊle, morto mistica- ielro = atrás e tabula = quadro feito de madeira plana. 2)
mente no altar. (d. 2777 S. Aug.) (► retábulo é construção feita de pedra ou de madeira, co-
c) O altar-bloco. Enchendo a arca com material cria- lorada na parte posterior do altar. Apresenta ou un la ima -
-

ram o altar em forma de bloco maciço, igual em largura e t n^ ou série de imagens e levanta-se a altura considerável.
comprimento à mesa do altar. Conhecido já na cristandade ;1) Origem. Tem sua origem no fato de terem sido transfe-
antiga, tornou-se cada vez mais geral, e é hoje o mais usado. i idas para a parte superior do altar as imagens que desde
d) O altar-sarcófago é uma espécie de altar-bloco, cujo n antiguidade enfeitavam a parede atrás do altar. Em igrejas
corpo tem a forma de um sarcófago. Foi empregado no tem- polires ou em altares provisórios é substituído pelo retro-
po da-renascença, que preferiu as linhas ondeadas. li é, uma colgadura ou um tapête mais ou menos
d ito.
§ 48. OS ACESSÓRIOS DO ALTAR
154. Partes essenciais do altar cristão são: o suporto 157. d) Os degraus. Se o altar é baixo, basta um degrau,
(stipes), a mesa (mensa) e o sepulcro. Unicamente a estas rluuuado supedâneo (suppedaneum, predella); se é alto,
partes se refere a legislação eclesiástica. Os altares sejam t o:;liuna - se pôr vários degraus.
No Oriente o altar reão tem degraus. No Ocidente o uso
de mármore ou pedra, não porém de madeira sem licença
dos degraus do altar era desconhecido ou pouco frequente
escrita do ordinário do lugar; e a pedra de ara seja colocada
convenientemente (C. B. n. 326), p. ex., não muito rente all' ao século X. No decurso do tempo tornou-se quase ge-
à borda do altar nem muito afastada dela. i ii. Deram ao altar-mor 2, 3 ou mais degraus, ao altar la-
Iti;11 ao menos um. Para qualquer altar está prescrito ao
A arte e piedade cristã não se limitavam ao mais indis- Humos uni degrau. (d. 1265 ad 4; Decr. t. V p. 395.) 0
pensável; criaram ornamentos para realçar o santo lugar do
altar.

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86 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 87

C. B. exige para o altar-mor ao menos três degraus, para Privilegiado se chama o altar: 1) em que, se pode dizer certa missa
votiva em dias proibidos pelas rubricas, p. ex., a de Nossa Senhora num
os outros ao menos um. (C. B. n. 326 § 2.) No antigo tes- santuário dela; 2) em que o celebrante pelo santo sacrifício pode aplicar
tuna indulgáncia plenária a um defunto. Por altar privilegiado sim-
tamento o altar não podia ter degraus. (Ex 20, 26.) plesmente sempre se entende o privilegiado em favor das almas.

O C. B. declara que o altar-mor das igrejas catedrais e paro-


§ 49. DIVISÃO DOS ALTARES ilniais é altar privilegiado todos os dias e para sempre, contanto que
158. Há no rito romano, liturgicamente, quanto à estabili- tão haja outro. Êste altar tenha a inscrição: Altare privilegiatum
quotidianum perpetuum. (Cân. 918, § 1; C. B. n. 250.)
dade, três espécies de altares: fixos, quase-fixos e portáteis. Antigamente havia em cada igreja um só altar. Mas já Constan-
1. 0 altar fixo (C. P. 786) deve ser "sagrado pelo bis- tino erigiu, dizem, na igreja de Latrão, sete altares. Na idade mé-
dia aumentou o número dos altares, de sorte que, na catedral de
po", feito de uma mesa de pedra inteiriça, unida com cal ou Magdeburgo, p. ex., se contavam 48 altares. Pio VI defendia a plu-
cimento à sua base também de pedra, ou muro de alvenaria, ralidade dos altares na mesma igreja contra o sínodo de Pistóia
aderente ao pavimento ou parede. Em todo o caso as cola (Ucnzinger, n.° 1531), que desejava só um altar em cada casa de
)cus, estigmatizando esta tentativa como "temerária e injuriosa"
nas, que sustentam a mesa, devem ser de pedra natural. ( ) para a Igreja.
altar fixo (cân. 1201) deve ser dedicado a um mistério ou
a um santo, não pode ser dedicado a um bem-aventurado, 162. 5. Simbolismo do altar. O altar é símbolo a) de Je-
sem indulto papal. sus Cristo. A Igreja manda dizer no rito do subdiaconato
nos ordinandos: "0 altar da Santa Igreja é Cristo mesmo.
159. 2. 0 altar quase-fixo é "altar semelhante ao fixo, Atesta isto S. João, dizendo no seu Apocalipse, ter visto um
construído de madeira ou de outra matéria, aderente á pa- altar de ouro erigido diante do trono, no qual e pelo qual
rede, a unia coluna, ou ao pavimento, tendo embutida no ;Is ofertas dos fiéis são consagradas a Deus Padre."
meio da mesa uma pedra de ara igualmente sagrada." Litur- b) do coração humano. "Pelo altar entende-se o nosso
gicamente, o altar quase-fixo não é altar fixo, mas só altar coração, que está no meio do corpo como o altar está no
portátil. Mas pelo direito canônico se distingue dêste e se meio cia igreja. A respeito dêste altar manda o Senhor: Só-
assemelha ao al tar fixo: a) a ereção do altar quase-fixo re-
1 re o meu altar arderá sempre o fogo. O fogo é a caridade
quer a licença do bispo; b) pode e deveria ter um título como e esta sempre arderá em nosso coração." (Durandus I, c.
o altar fixo (cân. 1201) ; c) êste título só pode ser mudado n.° 14.) Outros dizem que o altar é o símbolo do presépio
com licença do bispo; d) pode ter anexo o privilegiam al-
(Crisost. ho rn . s. Philog. n. 3) ou da cruz. (S. Tomás III,
taris e uma fundação.
q. 83, a. 1.)
160. 3. 0 altar portátil ou pedra de ara (altare portatile,
§ 50. ORNAMENTOS DO ALTAR
petra sacra, ara) é formado de uma pedra natural, inteiri-
ça, bastante grande para que nela se possam colocar a hóstia 163. I. As toalhas do altar. O altar cristão, ao menos du-
e o cálix. (Cân. 1198, § 3.) ante as funções litúrgicas, está sempre coberto de toalhas
Os altares portáteis são mencionados pela primeira vez brancas (mappa, tobalea) por causa de asseio, decência e
no princípio do século VI, são porém mais antigos, porquanto reverência devida ao SS. Sangue que por acaso se derrame.
se fala dêles como de objeto conhecido. Era formado de Pertencem aos paramentos mais antigos, mencionados expres-
madeira ou pedra, sem relíquias, às vêzes de tão pouca ex- samente no século IV. Primeiro foi julgada necessária só
tensão que só parte pequena da hóstia e do cálix nêle cabia. unia, mais tarde os sinodos exigiram duas, e mesmo cinco.
(Braun, die lit. Param. 186.) 0 missal de Pio V (Rub. Gen.
161. 4. Quanto ao uso, o altar se chama: a) altar-mor (al- XX) prescreve três toalhas de cânhamo ou de linho branco.
-

tare maius, principale), ou lateral (altare minus, laterale); As duas inferiores, que podem ser substituídas por uma do-
b) altar paroquial (altare parochiale), do povo (altare laico- brada, cobrem tôda a mesa; a de , „cima deve chegar à terra
rum) em oposição ao altar no côro dos monges ou dos cô- dos dois lados do altar. (d. 4029, ad 1.) Devem ser ben-
negos. zidas pelo bispo.

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88 R e u s, Curso de Liturgia 1. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 89

Para proteger as toalhas e enfeitar o. altar fora da missa e Como o corpo de Jesus Cristo foi amortalhado em pano puro
exposição do SS. Sacramento, tem-se o costume de cobri-lo com de linho; 2) a Igreja, que é o corpo de Jesus Cristo e a
um véu ou guarda-pó. O elenco dos utensílios sacros (C. P. p.
706, n. 39) enumera: "Duas cobertas para cada altar." A côr e o qual por muitos sofrimentos é conduzida à alvura da vida
material são de livre escolha. elerna; 3) o mesmo Jesus Cristo: como a hóstia fica unida
164. II. O corporal é o pano sagrado destinado a receber ao corporal e deposta sôbre o altar, assim a carne de Jesus
o corpo sacramentado de Jesus Cristo. Simboliza o santo Cristo unida à divindade é pregada na cruz; 4) 0 cor-
sudário. E', sem dúvida, o mais antigo de todos os para- poral, por causa da sua côr branca, indica a pureza da al-
mentos. No século IX era tão grande que dois diáconos es- ma, a qual é sempre indispensável a quem quer comungar.
tavam encarregados de estendê-lo no altar. Uma das ex- No rito da ordenação do subdiácono a Igreja diz: as
tremidades servia para cobrir o cálix. Os cartuxos ainda palas e os corporais do altar são os membros de Cristo, a
guardam êste rito. Na Igreja universal, porém, cobriram o saber os fiéis, dos quais o Senhor se cerca como de vestes
cálix primeiro com um ,corporal dobrado, que depois foi preciosas.
substituído pela pala. 166. VI. Frontal (de frontale, ornamento da fronte). An-
Convém bordar uma cruz pequena rente à orla do corporal do lado
do celebrante (não no meio do quadrado anterior). Assim, se evita Or tigamente o altar se elevava no meio do côro, de sorte que
a sagrada hóstia em diferentes lados e o perigo de se perderem com a conveniência exigia que se cobrisse o suporte de todos os
mais facilidade partículas sagradas. Tamanho: 50 cm de cada lado pou-
co mais ou menos. lados (pallium, antependium). Mais tarde, quando o altar
III. A pala (de palliare = esconder, cobrir, pala = cor- foi encostado à parede da ábside, era bastante enfeitar o
tina) feita de pano de linho, serve para cobrir o cálix. Con- lado anterior. E' êste o destino do frontal.
fecciona-se ou de várias camadas de linho bem engomadas, Confecionava-se de ricos estofos, de panos pintados e borda-
para ficar têsa, ou de duas peças de linho cosidas em for- dos, posteriormente de prata, de metal dourado com obras de fili-
ma de bôlsa, tendo no meio um cartão, ou de um cartão co- I,rana e ornamentos artísticos.
Quando e onde nos tempos modernos o próprio suporte do al-
berto, em baixo, de linho, e em cima, de sêda de qualquer Iar foi transformado numa jóia de arte e de bom gôsto, dispensa-
côr, nunca, porém, preta; também pode ter bordados, menos va-se o frontal, o que ainda se pode observar. (Manuale Lit. Victor
de App. p. 58: muitos autores citados.)
os sinais de morte. (d. 3832, ad 4.) Deve ser benta. Tama-
nho: 15X18 cm, pouco mais ou menos. A sua côr deve corresponder, se fôr possível, à côr litúr-
IV. O sanguinho ou purificador é peça de linho (d. 3455 gica do dia. (Rub. gen. XX.)
ad 2) de area de 45X50 cm de comprimento e 30 de largura, 167. VII. A cruz do altar. E' uma cruz com a imagem de
com o qual o sacerdote, depois da comunhão, purifica o cá- Jesus crucificado (crux cum imagine SS. Crucifixi, C. E.
lix, a patena, sendo preciso, a bôca e os dedos. Pode ter 12, 11), que se deve colocar durante a missa no altar e
nas duas extremidades renda ou bordados. Dobra-se em três elevar acima dos castiçais. (C. E. 12, 11.) Pode ser substi-
partes, ficando a bainha por baixo, quando se coloca sôbre tuída por um crucifixo grande no retábulo ou parede detrás
o cálix. Não é bento. do altar. (d. 1270 ad 2.) Em todo caso a cruz deve ser
Sempre foi uso limpar e enxugar o cálix. Um pano especial para isto
se encontra já no século XI. Mas o uso de levá-lo para o altar só ,se i'isivel ao Celebrante e ao povo. (Decr. tom. 5, p. 133; 2621
generalizou na reforma do missal por Pio V. ad 7.) 0 Decreto de 20 de dez. de 1659, que declarava su-
165. V. O simbolismo. Desde o século V as toalhas do al- ficiente a cruz sem a imagem de Jesus Cristo, foi revogado.
tar foram consideradas símbolo dos lençóis, em que foi amor- Não pode ser colocada no lugar onde se expõe o SS.
talhado o corpo sagrado de Jesus Cristo. Durandus (IV c. Sacramento na custódia, nem no corporal que serve para a
29) dá explicações minuciosas sôbre o corporal e a pala. exposição (cl. 3567 ad 3), nem no trono de degraus, nem
Segundo êle, significam: v1) os panos sepulcrais de Cristo. acima do altar (super Altari, C. B. - n. 327, § 1), nem dian-
De propósito, diz ele, foi determinado que o santo sacrifício te da porta do sacrário; porém sôbre o sacrário. (d. 4136
não se ofereça em sêda ou pano tinto, luas em linho puro, ad 2; C. B. 1. c.)

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90 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 91

168. No Oriente a cruz do altar era conhecida desde o sé- E' louvável expor nas igrejas para a veneração as ima-
culo VI; no Ocidente, desde o século XI. No século XII foi gens de Jesus Cristo e dos santos. Mas para que sirvam ao
costume em Roma pôr a cruz processional, nos dias de es- mesmo tempo de adôrno e de instrução religiosa devem cor-
tação, sôbre o altar. No século XIII seguiu-se o preceito de responder às prescrições litúrgicas.
Inocêncio III de colocar a cruz entre dois castiçais (De sacr. Nas igrejas, mesmo nas isentas, sem licença escrita do ordi-
alt. myst. II, 21); este preceito foi renovado no missal (Rub. nário do lugar não é permitido colocar estátuas novas ou insólitas,
quadros pintados, inscrições e quaisquer monumentos ou introduzir
Gen. XX) por Pio V. obra nova. Mais que uma estátua ou imagem do mesmo santo sob
A cruz tem por fim designar o altar como o lugar do o mesmo título não se permita na mesma igreja nem no mesmo
sacrifício perpétuo de Jesus Cristo, lembrar a identidade do altar, embora com diverso título. (C. B. n. 397.)
Imagens de papel são proibidas nas igrejas, mas se permitem
sacrifício da cruz e da missa, e avivar nos corações a cari- oleografias coladas em tela. (C. B. 398.) Os donativos ou oblações
dade para com o amoroso Redentor. votivas tenham o seu lugar na igreja, mas doravante só se aceitem
aquêles em forma de coração. (C. B. 401.)
169. VIII. A sacra (tabella secretarum), abreviação de sa- Nas grandes festas a decoração da igreja seja mode-
cra consecrationis formula, é quadro pequeno com as pala- rada e vistosa. Panos de menos preço e flores de papel são
vras da santa consagração em tipo grande, e algumas ou- proibidas. (C. B. n. 356.)
tras orações. Serve para auxiliar a memória do celebrante. Nas igrejas se podem admitir distintivos ou bandeiras que não per-
Na idade média era desconhecida. O uso da sacra do tençam a associações manifestamente contrárias à religião católica ou com
estatutos reprovados, e quando os distintivos ou bandeiras não mostrem
meio começou pela metade do século XVI, das duas outras emblema por si proibido ou reprovado. (C. B. n. 374, § 2.)
172. 2. 0 costume de enfeitar as igrejas com plantas e flores já foi
sacras, que no missal não são prescritas, mas exigidas pelo louvado por S. Jerônimo e S. Paulin de Nola. S. Agostinho (De Civ.
costume, no século XVII. Os bispos usam em lugar delas Dei, 22, 8) menciona flores que adornavam um altar. O C. E. recomenda
as flores para adôrno dos altares (I, 12, 12), em primeiro lugar flores
um livro próprio, Canon 1'✓lissce. naturais, só em segundo lugar flores de sêda.
O C. B. (n. 328) diz: Enfeitem-se os altares com as relíquias
170. IX. Estante e almofada. Entre os requisitos do altar, dos santos e flores, as quais, porém, não se coloquem diante da
o missal (R. Gen. XX) menciona a almofada (cussinus, pul- porta do tabernáculo ou em cima da mesa do altar. As flores sejam,
vinum.) Servia para resguardar as capas artísticas dos sa- se fôr possível, naturais e frescas ou ao menos de sêda ou artís-
ticas; nunca, porém, de papel ou celulóide, as quais são proibidas
crarnentários e missais, como também para facilitar a lei- absolutamente.
tura. Desde o século XIII foi empregada para o missal em
geral. O C. E. permite substituir a almofada por uma es- 173. 3. 0 C. E. distingue 3 modos •litúrgicos de adornar:
o modo festivo, o menos festivo e o simples.
tante, a qual já era usada no século XIII. (Braun, Lit.
Handl., s. v.) A. O modo festivo (C. E. I, 12, 11) consiste no empre-
Cobrir a pequena estante para o missal com véu, não é proibido go de castiçais de prata ou de metal dourado mais altos
nem prescrito. (Cf. Mem. Rit. Sab. S. "uma almofada branca para do que nos dias comuns, de relicários, imagens, flores e
o missal, quando não se usa uma estante".) Serve porém para
adôrno do altar. tapetes.
171. X. Os relicários, imagens e flores. 1. 0 culto das re- B. O modo simples (C. E. II, 11, 1 simplex) não ad-
líquias dos mártires remonta até aos primeiros tempos do mite ornato festivo, nem imagem, mas só a cruz e os casti-
cristianismo. No século V também as relíquias dos confesso- çais. E' de obrigação:
res eram veneradas. Relicários preciosíssimos são testemu- a) para a missa de réquie solene. (C. E. II, 11, 1.)
nhas deste culto. Pela sua beleza eram muito próprios para b) para dias em que há ofício de ea no tempo do ad-
enfeitar a igreja. Desde o século IX foram postos sôbre o vento, da quaresma e da paixão (C. E. II, 20, 3; Victor de
altar. O cerimonial dos bispos (C. E. 1. 1, c. 12, n. 12) re- App. p. 59; Martinucci, 1. 2, n. 1, sine vasis floreis; Mem.
comenda que nas solenidades se coloquem, entre os castiçais, Rit. tit. 2. c. 1, n.° 1 absque vasis florum), com exceção
relicários ou imagens de prata ou de outra matéria, de ta- dos domingos Gaudete e Lcetare, em que o ornato dos al-
manho conveniente. tares é permitido.

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92 R e u s, Curso de Liturgia

I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 93


174. C. O modo menos festivo (C. E. II, 20, 2, simplicior),
sendo distinto do modo simples, que explicitamente exclui
as flores, este modo evidentemente as permite. Tal modo As imagens da via sacra não se precisa cobrir. (d.
de adornar é usado nos dias de ofício festivo ritus duplicis 3638 ad 2.)
et semiduplicis (Martinucci, 1. 2, c. 6, art. 1, n. 3) do ad- 177. 5. 0 uso das imagens. a) As imagens dos santos po-
vento e da quaresma. Pois, segundo C. E., o advento e a dem ser veneradas por tôda parte; as imagens dos bem-
quaresma empregam o modus simplicior. (C. E. II, 20, 2.) aventurados, onde a sua missa é permitida ou houver in-
O mesmo vale para a semana da paixão. Pois Martinucci diz: "ap- dulto; as imagens dos servos de Deus ainda não beatifica-
paratus exterior congruat cum festo, a não ser que seja dia de luto,
p. ex., domingo da paixão" (1. 2, c. 1, n. 6). 0 Memoriale Rituum exige dos só podem ser representadas nas paredes e janelas fora
(Dom. Palmar. c. 1. n. 3): "Rami Palmarum, loco florum"; supõe, por
conseguinte, que nos dias anteriores da paixão se punham flores nos do altar e sem emblema de santidade. (d. 3835; 1156; 1130.)
altares, ao menos, havendo uma festa.
Cappello diz que "não é proibido" (vetitum non est) enfeitar, mesmo
E' proibido representar o Espírito Santo em forma humana
no tempo da quaresma, os altares com flores, mas não convém. Pois quer com o Pai e Filho quer separada. (S. Off. 14.3.1928.
é tempo "de tristeza e de penitência." (Theol. mor. I, n. 778.)
Por ocasião da primeira comunhão das crianças, as flores se per- Eph. lit. 1928 p. 197.)
mitem também nos dias de ea (tempore Quadragesimai, d. 3448 ad 1).
Diante da porta do tabernáculo não se pode colocar um vaso com flores
ou coisa semelhante, mas este deve-se pôr em lugar mais baixo. (d. 178. b) O altar fixo não exige a imagem do orago. (d.
2067 ad 10; cf. n. 932.) 2752 ad 5; 7.) Se, porém, alguma se põe, deve ser a do
O altar da exposição do SS. Sacramento sempre se en- orago. (d. 4191 ad 4.) Uma imagem na janela não serve de
feita com flores (Rubrica F. V. Cxna Dni), mesmo para a imagem de altar; por isso não recebe inclinação durante a
bênção. missa, se ocorrer o nome do santo nela representado. As
175. 4. Tôdas as cruzes e imagens de Nosso Senhor Jesus imagens dos santos e as relíquias colocadas entre os casti-
çais devem ser incensadas na missa e nas vésperas. (d.
Cristo e dos santos devem estar cobertas com véu roxo, véu
2375 ad 3.) Nunca podem ser postas no trono da exposição
da paixão, desde as primeiras vésperas do domingo da pai-
(d. 3589) sôbre o tabernáculo, de sorte que este sirva de
xão. (C. E. II, 20, 3; Miss. Sabb. ante Dom. Pass.; cl.
1275 ad 3.) peanha (d. 2613 ad 6), nem ser levadas na procissão do
SS. Sacramento. (d. 3878; 3997.) No mesmo altar haja uma
Entendem-se as imagens sôbre os altares. Pois, à pergunta: só imagem principal; outra secundária é apenas tolerada.
"an non solum Cruces et imagines Salvatoris, sed etiam omnes ima-
gines Sanctorum, que super altaribus reperiuntur, tegi debent?", res- (C. B. n. 327, § 2.)
pondeu a S. R. Congregação: Debent tegi omnes imagines. Este
inciso: omnes imagines é a resposta à pergunta e compreende só 179. XI. O tabernáculo (= tenda, morada) é espécie de
"imagines Salvatoris et omnes imagines Sanctorum super altari- armário para guardar o SS. Sacramento. O seu desenvolvi-
bus". Não modificando nada, a S. Congregação dos Ritos aprova a
restrição: super altaribus. Portanto, não está prescrito que se cu- mento foi muito lento e passou por diferentes fases.
bram com véu as imagens fora do altar. 1. Sem tabernáculo. Nos primeiros tempos, os cristãos
176. Nem parece segundo o espírito da Igreja, respeitadora da beleza eram muito fervorosos e comungavam todos durante a mis-
clássica, meter as imagens dos santos fora do altar, em sacos roxos, sen-
do impossível outro modo de velá-las. Na catedral de S. Pedro em Roma sa. O que restava do pão eucarístico era distribuído entre
as imagens dos santos em a nave não são cobertas com véu.
as crianças. Além disso os fiéis podiam levar o SS. Sacra-
No mês de março, em honra de S. José, a Sua estátua mento para casa e guardá-lo (Tertull. Ad uxor. 2, 5) e co-
que está fora do altar, pode ficar descoberta e os altares po- mungar. O tabernáculo na Igreja não era necessário.
dem ser ornados com flores. (d. 3448 ad 11.) Portanto, é 2. Tabernáculo fora da igreja num quarto contíguo. a)
permitido colocar uma imagem de S. José numa espécie de Na igreja oriental. Nas constituições apostólicas (IV-V sec.)
altar semelhante ao que se costuma erigir em honra de Ma- foi determinado que as hóstias consagradas restantes fôssem
ria Santissima no mês de maio, e enfeitá-lo com flores. Com guardadas no pastofório. Era isto um quarto (sacristia)
maior razão outras imagens fora do altar e menos visíveis ou um nicho (armário).
podem ficar sem véu.
180. b) No ocidente este lugar se chamava sacrarium ou
Secretariam (= lugar para esconder, depôr os vasos sagra-

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94 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 95

dos e os paramentos; VII ord. rom.) Ainda no século XVI da preciosidade do tabernáculo (d. 3520) ; 3) apesar da
vigorava o costume de guardar assim o SS. Sacramento. cortina interior que é somente tolerada sob a condição de
3. Tabernáculo dentro da igreja, mas fora do altar. a) que o tabernáculo esteja coberto pelo pavilhão. (d. 3150.)
Na primeira metade do século XII, guardava-se o SS. Sa- O conopéu pode ser feito de pano de algodão, lã, ou cânhamo,
cramento num armário encaixado na parede ou num nicho. cie côr sempre branca ou conveniente ao tempo e à festa, exceto a
côr preta (d. 1615), que se substitui pela côr roxa nas exéquias.
Continuou este uso até ao século XVII. (d. 3035, ad 10.) Mas no altar em que está exposto o SS. Sacra-
b) Na época do estilo ogival, mormente nos séculos mento deve ser branco. (d. 1615, ad 7, 8, 9; 2673.) Não se deve
XIV-XVI, construiam-se torrezinhas muito artísticas, às vezes tolerar pôr na porta do tabernáculo em lugar do conopéu um ante-
paro de metal, de pano bordado ou oleografia com símbolos da
bastante altas, do lado do evangelho, para conservar o SS. sagrada Eucaristia ou santo nome de Jesus, ou imagem de Maria
Sacramento. Ainda no século XIX vigorava este costume. Santissima. (Decret. t. V. p. 481; C. B., n. 384, § 1.) Deve ser
feito de pano tecido, sendo proibida a renda e obra de croché.
181. 4. 0 tabernáculo sôbre o altar. a) Nos séculos IX e (S. R. C., 11 de julho de 1940.)
X colocava-se em alguns lugares unia espécie de tabernáculo E' proibido fazer os tabernáculos por detrás do altar.
sôbre o altar, em que se guardava o viático para os enfermos. (C. B. n. 327, § 3.) 0 interior seja forrado de seda branca
b) Nesta época reinava, em França e na Inglaterra ou melhor de lâminas. (C. B. n. 384, § 1.)
principalmente, o costume de conservar o SS. Sacramento A chave seja de ouro ou prata, se fôr possível (C. B.
num vaso suspenso por cima do altar. Em algumas igrejas n. 212, § 1), e guardada conforme as seguintes normas pres-
permaneceu este método até aos séculos XVIII e XIX. Ainda critas pela Santa Se (A. A. S., 1938, p. 98-107) :
está em vigor, com licença da S. Congregação dos Ritos, em aa) O sacerdote encarregado de guardar a chave do tabernáculo está
obrigado a isto sob pecado grave. Tem estrita obrigação de nunca deixar
Amiens. a chave do tabernáculo no altar ou na porta do tabernáculo nem mesmo
c) A este vaso deram à forma de uma pomba, que pen- durante o tempo das funções litúrgicas. Findas estas a chave ou é guar-
dada pelo reitor da igreja em casa ou Ne a leva sempre consigo, evi-
dia do cibório ou de um suporte semelhante ao báculo epis- tando, porém, o perigo de perdê-la; ou é colocada na sacristia num lugar
seguro e oculto, fechado com outra chave, a qual deve ser guardada como
copal. No interior cabiam só poucas hóstias. Além disso Poi dito. Se ele se ausenta, deve confiar a guarda da chave a outro sa-
cerdòte. Se a 'chave fica na sacristia'; debaixo de outra chave, pode en-
não estavam bem fechados. tregar esta última ao sacristão durante' a ausência.
bb) Nos conventos das religiosas a chave não pode ser guardada den-
182. d) Bem fechado. O 4.° concilio de Latrão (1215) pres- tro da clausura (inter septa), mas o deve ser na sacristia num lugar
seguro, sólido e oculto, fechado com duas chaves. Uma delas é guar-
creveu que a S. Eucaristia fôsse bem guardada debaixo de dada pela superiora da comunidade ou pela irmã que faz as vezes dela,
e outra por uma irmã, p. " ex., a sacristã, de sorte que seja necessário
chave. Não exigiu, porém, que o tabernáculo fôsse inamovível. o concurso das duas para abrir o lugar mencionado.
cc) Nos oratórios de seminários, colégios, hospitais, etc., o diretor,
e) O ritual romano (1614) determinou que o taberná- no fôr sacerdote, deve guardar a chave do tabernaculo. Se não fbr sa-
cerdote, o diretor espiritual ou o capelão deve guardá-la com cuidado,
culo fôsse colocado sôbre o altar, insinuando que ficasse Mara que não venha a cair nas mãos de outras ressoas.
inamovível. Este modo de conservar o SS. Sacramento não dd) Nos oratórios privados a guarda da chave se entrega à família.
(I bispo pode dispor de outra maneira.
era novo. Na catedral de Colônia existe um altar do século es) TÔdas as vezes que houver roubo sacrílego, em que a S. Euca-
ristia fôr violada, o bispo deve meter em processo o pároco ou o sacer-
XIV com o tabernáculo fixo; é o mais antigo. dote secular ou regular, ainda mesmo que seja isento, encarregado da
I;narda da SS. Eucaristia e mandar as atas para a S. Congregação e pro-
por o castigo talvez merecido.
183. f) A recente legislação (cân. 1269) prescreve que a II) Responsável é sempre o sacerdote encarregado e não .se admite
S. Eucaristia seja guardada num tabernáculo, fabricado com n desculpa de que outro sacerdote foi negligente. Pois ele é que dá
ocasião para o sacrilégio por sua culpa.
primor, de todos os lados solidamente fechado, inamovível
colocado no meio do altar, decentemente coberto (cân. 1269, 184. XII. As balaustradas do côro. São conhecidas desde
§ 2), com o conopéu. (Rit. IV, 1, n.° 6.) Conopéu (mos- ri século IV. Têm por fim: 1) "Separar o presbitério do cor-
quiteiro) significa a coberta do tabernáculo em forma de po da igreja". (C. P., p. 708, n.° 13.) E' o lugar reservado
tenda.Muitas vezes se reduz a uma cortina (pavilhão, res- ml clero (d. 157; 175 et alia); 2) designar o recinto do
peito) diante da porta do tabernáculo. O seu uso é obriga- :illar como santuário; 3) separar o santuário do lugar do
tório 1) apesar do costume contrário (d. 4137); 2) apesar povo; 4) impedir o transtôrno das funções sagradas; 5)

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I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 97
96 R e u s, Curso de Liturgia
774.) Missa paroquial neste caso é qualquer missa que se
indicar que oferecer o sacrifício eucarístico é privilégio re- diz para o povo satisfazer a sua obrigação nos domingos e
servado aos sacerdotes.
festas. (Cappello 1. c.)
O feitio e a altura têm sido nas várias épocas muito diferen-
tes. Agora a balaustrada serve também de mesa da comunhão part! Nas missas cantadas de réquie se devem acender ao
o povo. A toalha com que está coberta "representa a sagrada mesa". menos quatro velas. (d. 3029 ad 7.)
(C. P., p. 55, n.° 225.) Os objetos e alfaias indispensáveis enu-
mera a C. P., p. 683. Para as missas solenes com ministros sacros são pres-
Convém (C. P., n.° 813) que haja nas sacristias uma critas seis velas (C. E. I, c. 12, n. 11), mas não é proibido
tabela com os nomes do titular, do prelado diocesano e a pôr mais. Diante das imagens ou relíquias de santos, que
oração imperada. Itã no altar, se pode empregar número maior de velas por
serem acesas por causa do culto e não do celebrante. (Zual-
Titularis Ecclesi tli, Solans.)
Episcopus § 51. CORO E NAVE
Iniperata
186. 1. Côro ou presbitério (de presbyter = sacerdote) é
185. XIII. Castiçais. Os castiçais, destinados para susten- espaço próximo do altar, em geral mais elevado que a
nave da igreja. E' separado da nave pela balaustrada. Nas
tar velas de cera, eram usados na antiguidade e pelos cristãos
catedrais e outras grandes igrejas, presbitério é o nome
dos primeiros séculos. Na vida do papa Silvestre conta-se
do espaço do altar, destinado às funções sagradas; côro de-
que o imperador Constantino ofereceu sete candelabros du'
signa o recinto destinado ao clero que recita o ofício divino.
bronze para o serviço do altar. Colocavam-se no pavimento
'I ent duas ou mais linhas de bancos de madeira, dispostos
ao lado do altar e eram sustentados por acólitos. Até o séc.
no mesmo ou em diferente nível, munidos de divisões, ca-
IX não se tem notícias de castiçais postos no altar.
,k'iras (stalla). O assento levantado apresenta uma saliên-
Podem ser iguais, embora segundo o C. E. (i, c. 12, n. 1 i )
não devem ser iguais, decrescendo em altura desde a cruz para os ! ire (misericórdia), que serve de apoio ao que está de pé.
dois lados; pois parece que neste caso o preceito do C. E. não se
deve tomar rigorosamente, diz a S. R. C. .(d. 3035 ad 7; t. V. p• 187. 2. Vários móveis devem guarnecer o côro. a)
56.) Não precisam estar na mesa do altar, mas podem ficar na 1 credência (abacus), mesa do lado da epístola des-
banqueta. (d. 3759 ad 2.) Não podem ser substituídos por casti- linnda aos objetos necessários às funções litúrgicas. "So-
cais de sete braços a modo do castiçal mosaico (d. 3137 ad 4), nem Incnle para as missas solenes (C. E. I, 12, 19) costuma-se
por dois, postos dos dois lados na parede (d. 3137 ad 1), nem co-
bertos de um pano ou tecido no tempo da missa e dos ofícios. (d. ol,ri la com uma toalha branca que desça até ao chão e a
-

3059 ad 11.) Ao evangelho os acólitos não podem usar tochas eut envolva ao redor."
vez de castiçais. (d. 3333 I, 2.)
• O seu número prescrito é diferente conforme o número b) O banco (scamnum), do lado da epístola, bastante
longo, em que se assentam o celebrante e os 2 ministros.
das velas prescritas para a função litúrgica. São dois, quatro
Deve ser coberto por um estôfo conveniente, p. ex., da côr
ou seis. O sétimo deve-se acrescentar, quando o bispo dio-
dos paramentos (C. E. I, 12, 22); encôsto permitido. (Cf.
cesano celebrar a missa pontifical. Na missa estritamente
privada devem ser duas velas nem podem ser mais para o (1. 4165 ad 4.)
celebrante inferior ao bispo. (d. 2984.) 188. c) Tamboretes ou mochos (scabella) são assentos
Podem-se acender mais de duas: 1) na missa do bis- w lu t'ncôsto. A forma não está prescrita. Servem em vez do
po; 2) na missa conventual (d. 3065); 3) nas missas paro- bateu. "Banco ou tamboretes para se sentarem os ministros
quiais ou semelhantes nos dias de festa e quando se trata !cn;rodos nas missas cantadas." (C. P., p. 705, n.° 31.)
de missas celebradas em lugar de missa solene ou cantada, I'.o;t us ministros não paramentados é mais conveniente o
por ocasião de real ou costumada festividade, p. ex., a mis- I(,ut!•o.
sa da comunidade nas casas religiosas. (Cappello I, n: 740;
I'ill w. — 7

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98 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 99
d) O trono episcopal. Sobe-se para a cadeira episcopal
por 3 degraus. 192. 0 batistério seja fechado e cercado de grades, muni-
e) O faldistório, um assento de braços, sem espaldar, de do de fechadura e chave. Quando comodamente pode ser,
que o prelado se serve, fora do trono, para se assentar on seja nêle pintada ou colocada uma imagem de Jesus Cristo
ajoelhar. Matizado por S. João Batista e tenha uma pia de mármore bem
fechada, de sorte que poeira ou outras imundícias não pos-
189. 3. A nave da igreja está destinada aos fiéis. Ela re- saul penetrar no interior. (C. B. n. 178, § 1.)
gra geral os homens ocupam o lado da epístola e as mulhe-
res o lado do Evangelho. Assim é uso desde a antiguidade 193. c) Piscina ou sacrarium. 1) C. P. n.° 803. "Em tôdas
cristã como o testemunha o "Testamento de N. S. Jesus as igrejas deve haver uma piscina ou sacrarium, construída
Cristo" (sec. V, Braun, Handl., p. 202), e assim o deseja Iai detrás do altar ou na sacristia ou outro lugar cômodo.
a Igreja. (Cân. 1262, § 1.) Para isso abra-se na terra uma grande cova ou poço com pa-
o des de alvenaria e um orifício fechado com uma pedra ou tampo
Os bispos do Brasil querem (C. P. n.° 781) "que haja nos tem- de madeira ou de ferro, fácil de abrir. Ai se lança tudo d que as
plos completa separação de homens e mulheres, sendo conveniente rnhricas do ritual e do missal mandam deitar na piscina, como as
para isso a colocação de uma grade, alguns metros acima da entra- cinzas dos santos óleos, dos ornamentos e vestes sacras queimados,
da principal da igreja, e em tOda a sua largura. Assim disposto o I algodão e o miolo de pão que houverem servido para limpar a s .
interior da igreja, os homens ficarão acima do arco cruzeiro, e unções dos santos óleos e os dedos dos sacerdotes, a água batismal,
abaixo dessa grade, e as mulheres entre essa grade e o arco cru- benta antigas, a água com que se houverem purificado os cor
zeiro, em tôda a largura do templo." I+nrais, os sanguinhos, etc. Na piscina não se deita nada de pro-
I;um . (C. P. L. A., n.° 894.)" Se os objetos queimados, por serem.
190. a) O púlpito é o lugar destinado à pregação. Antiga- luuilus, não cabem nela, é preciso pô-los em outro Iugar benzida
mente os bispos pregavam do seu trono. Mas no século IV nu onde não há perigo de profanação. (Mach-Ferr. II p. 166.)
usavam para a explicação da doutrina cristã o ambão (de 194. 2) História. Antigamente (Braun, Lit. Handl. sacra-
anabainein = subir),_ uma tribuna pequena contígua à ba- rium, piscina) estava próximo do altar, de sorte que a água
laustrada do côro. Mais tarde o colocaram em a nave da da ablução na missa, era logo lá despejada. Aí o sacerdote
igrej a. irlvrl va as mãos e o cálix. Compunha-se de poço feito na ter-
O púlpito fixo remonta até aos últimos tempos da idade mé- a, comunicando por um cano com uma bacia adaptada ao
dia (Braun, Lit. Hand.) e era construído exclusivamente para a pre-
gação, ao passo que o ambão era reservado para o canto da epís- moo na altura de um metro mais ou menos acima do pavi-
tola e do evangelho. menlll. Ainda hoje se pode construir assim colocando a bar,
Em muitas igrejas, mormente nas catedrais, há dois púlpitos, ( i:l na sacristia.
para que o pregador possa ser visto do celebrante, seja êle bispo
ou simples sacerdote. 111.5. 3) No rito da ordenação do subdiácono a piscina se`
"O pavimento do púlpito regularmente não deve exceder a dois
metros acima do pavimento da igreja." (C. P., n.° 805, ad 1.) (°Mana baptisterium, porque muitas vêzes está construída no '
lul;rl r elo batismo.
191. b) Pia batismal. Antigamente existiam igrejas desti-
1) I)urandus (Rat. 1. 1, e. 1, n.° 39) diz: "Perto do altar, que
nadas ao batismo. No meio estava a fonte batismal (fons mlgullica Cristo, põe-se a piscina ou bacia para lavar, isto é, a
baptismalis, piscina), um tanque de alvenaria, para o qual Ininerieórdia de Cristo, em que se lavam as mãos pelo batismo e
Iu bl penitência."
se descia por degraus. Ali se fazia o batismo por imersão.
Quando o batismo dos adultos se tornou mais raro, usa- 1416. d) A pia de água benta é conhecida ao menos desde
vam-se bacias que se chamavam também fontes batismais ti idade média.
I) sem usu provavelmente se deriva da cerimônia de aspergir o povo
(tons baptismalis). Desde o século XII se começou a colo- awl!' benta nos domingos. 1 ste costume intensificou-se mormente no
cá-la num suporte e a dar-lhe a forma mais agradável de ¡do VII.I. Lara ter a aspersão da água benta também nos dias de se-
'mom, -E,I, e uiva-se um vaso com água benta à disposição do povo. Destarte
cálix. E' a pia batismal moderna. Mas nem a forma nem o nl l nu; ;uella fruir a bênção da água benta, tomando-a com o sinal da
ni.e II'r, Y. P., n. 804.)
material está prescrito pela lei universal, contanto que o ma-
terial seja sólido. (Rit. Rom. tit. II, n. 46.) 107, e) 0 confessionário, na forma de hoje, foi introduzi-
depois do Concílio Tridentino. 1) Nos séculos anteriores

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I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 101
100 R e u s, Curso de Liturgia
Os monges serviam-se dêles para marcar a hora. Foi
o confessor se assentava num banco diante do qual o peni- por meio dos monges que se espalharam os sinos. No sé-
tente se ajoelhava no chão. 0 lugar não estava prescrito; culo VI já os achamos como objetos litúrgicos; encontra-
de preferência, porém, era diante do altar. Esta forma pri- vam-se também sinos com cordas. 200 anos depois o seu
mitiva foi modificada, colocando-se entre o confessor e o uso tornou-se geral.
penitente uma tábua, depois uma grade.
No Oriente, de onde provavelmente se propagou para o Ocidente,
2) 0 confessionário deve ser munido de grade fixa ou o sino era menos conhecido. Em seu lugar se empregava o siman-
tron, tábua em que se batia com um martelo. Coisa semelhante
ralo pouco perfurado entre o penitente e o confessor (cân. possuimos, nos últimos dias da Semana Santa, na matraca. E' um
909, § 2), também para os homens salvo o cân. 910, § 2. instrumento de madeira, composto de tabuazinha e martelo movediço
(C. B. n. 245, § 1.) que, agitado, serve para dar sinais.
c) Os sinos foram fabricados, primeiro reunindo-se cha-
As confissões de mulheres podem-se ouvir de manhã depois das
Ave-Marias, contanto que a igreja e confessionário sejam bastante pas de metal, mais tarde pela fundição.
iluminados. De tarde depois das Ave-Marias não se ouçam confissões
de mulheres salvo nas missões e grandes concursos com as cautelas 200. Na missa a campainha se deve tocar duas vêzes: ao
oportunas. (C. B., n. 242.)
As confissões das mulheres surdas, com as cautelas necessárias,
Sanctus e à elevação (Missal). Mas é costume tocá-la no
ouçam-se num lugar anexo à igreja e patente, onde haja um con- princípio da consagração (d. 4377), em muitas igrejas ao
fessionário segundo o modêlo prescrito. (C. B. n. 244.) ofertório, ao Domine, non sum dignas, e à pequena elevação.
O confessionário do lado do penitente tenha uma imagem do
Crucifixo e seja colocado em lugar patente e visível. (C. B. n. A campainha não se pode tocar na missa com o Santíssimo
245, § 2.) exposto, nem em outras missas durante a exposição. (d. 3157 ad
10; 3448 ad 2.)
§ 52. OS SINOS 201. d) Sôbre a finalidade do sino escreve Durandus (1. 1. c., 4, n. 1) :
"Toca-se o sino, para que os fiéis sejam convocados para o prêmio; cres-
1/98, 1. Etimologia. Sino deriva-se de signum (= sinal), ça nêles a fé viva; sejam protegidos os frutos, as almas e o corpo dos
fiéis, afastado o exército dos adversários e tôdas as ciladas dos inimi-
,
Porquanto com êle se dava o sinal para os Ofícios da igreja. gos; sejam mitigados o fragor do granizo, a procela dos turbilhões, o
C hamaram-no também campana = campa e o diminutivo de ímpeto das tempestades e dos raios; os terríveis trovões e as ventanias
acabem, os espíritos das tormentas e os poderes do ar sejam derriba-
dos... Tudo isto se acha na bênção dos sinos."
campainha, por ser célebre o b ro nze da Campagna, de que
eram fabricados. O termo "rola" não tem nada com a ci- Os sinos bentos não podem ser empregados para o uso exclu-
sivamente profano, exceto por necessidade ou com licença do Ordi-
dade de Nola, mas deriva-se da raiz céltica noll = soar. nário ou por costume legítimo. (Can. 1169, § 4; S. C. Conc. 28.3.31
2. História. a) No antigo testamento a veste do sumo requisita tempestive et habita proprü Ordinarii licentia.) "Sempre
que o bispo vai a qualquer igreja ou por ela passa, repicam os
sacerdote era guarnecida de campainhas, por ordem de Deus. sinos." (P. C. 704, n.° 54; d. 3888 ad 1.)
Os chineses, babilônios, gregos e romanos conheciam a campa e a 0 dobre fúnebre não se tolera nos domingos e outras festas, nas
campainha e se serviam delas para o uso doméstico como hoje. Em Ate-
nas os sacerdotes da Prosérpina chamavam o povo com campainhas para quais é proibida a missa cantada de réquie absente cadavere, nas
o sacrifício em honra dela. igrejas onde, na ausência dêle, por costume se celebra o ofício dos
defuntos ou á absolvição dos defuntos. .(C. B. n. 324, § 3.)
199. b) Depois das perseguições os cristãos empregaram,
entre outros instrumentos, também os sinos para convocar os 202. 0 Pálio (baldaquino, sobrecéu) é pano oblongo, sus-
fiéis. Em prova disso Bona (R. lit., I, e. 22) e Barônio (An- tentado por varas para ser levado a mão. Está prescrito
nales, an. 58, n. 104) alegam o costume geral dos pagãos para a procissão com o Santíssimo e com o Santo Lenho
de chamar com a campa os operários para o trabalho, o pú- (relíquia da S. Cruz), e para o bispo, quando é recebido
blico para os banhos, de acordar os escravos de manhã. Por- solenemente.
tanto deviam ser grandes essas campas e locadas em lugar A umbela é um pálio pequeno, um baldaquino, seme-
elevado. O imperador Augusto mandou pôr sinos no alto lhante aos chapéu do sol, de côr branca, debaixo do qual
do templo de Júpiter no Capitólio. Os sacerdotes judaicos o sacerdote leva o SS.. Sacramento em certas ocasiões.
davam de uma alta tôrre o sinal para começar o sábado.
OS cristãos terão aproveitado êsse uso geral.

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102 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 103

§ 53. 0 VESTUÁRIO LITÚRGICO EM GERAL


tentes, p. ex., o pluvial (a capa de asperges), a sobrepeliz
203. Origem e desenvolvimento das vestes litúrgicas. e alguns paramentos pontificais. b) Mudou-se o feitio e a
I. Vestuário comum I-IV século. Nos primeiros séculos
classificação determinada quanto ao uso litúrgico.
o vestuário dos sacerdotes nas funções sacras era o prof a-
no. Pois a) Jesus Cristo não deu nenhuma prescrição de 2. Classificação. Comuns a todos os clérigos são: a so-
brepeliz, o amito, a alva com cordão, a capa de asperges, o
usar vestes especiais nas funções litúrgicas. Êle mesmo dis-
barrete e o solidéu. Todos os outros paramentos são pró-
se a primeira missa no cenáculo sem mudar de vestes; b)
os apóstolos O imitaram. Nem quiseram tomar os ricos pa- prios só dos clérigos de ordens maiores e , usados principal-
ramentos do culto mosaico, provavelmente avisados pelo mente na missa.
fundador da Igreja. Pois nunca houve tentativa de introdu- 206. IV. As vestes eclesiásticas (C. P., n.° 1309-1319) são
zir vestes sacras judaicas. O Concílio Tridentino parece in- as seguintes: batina preta, cabeção fechado pela parte pos-
dicar êste fato, dizendo (Trid. s. 22, c. 5) : A Igreja instituiu terior, capa romana, faixa preta com franjas, sobretudo ecle-
segundo a doutrina e disciplina apostólica cerimônias e men- siático, chapéu eclesiástico, voltinha lisa, sendo proibido
ciona também as vestes; c) a autoridade eclesiástica não o colarinho secular.
criou por uma única lei o vestuário litúrgico; pois conhe- Aos clérigos, que por causa de viagem se servem de
cemos a época aproximada da origem dos vários paramen- cavalo, permite-se veste eclesiástica de côr preta ou de ou-
tos; d) prescreveu, porém, desde muito cedo um vestuário Ira côr conforme o juízo do Ordinário do lugar, a qual che-
de cerimônia de forma profana. Pois os cânones de Hipólito gue ao menos até ao joelho. Os sacerdotes, que vão admi-
(Duchesne Orígenes 545) exigem do bispo, dos sacerdotes, nistrar os sacramentos em casas particulares rurais, podem
dos diáconos e dos leitores "vestes brancas, mais belas do administra-los vestindo tal veste e usando a sobrepeliz e a
que as do povo" para as funções litúrgicas; e) a lei natu- estola como de costume.
ral impõe a obrigação de tratar as coisas santas com res- Traje civil só é permitido nas regiões onde é proibido
peito. Bem conhecidas eram as leis severas do antigo tes- vestir a batina. (C. B. n. 19, § 3.)
tamento quanto a êste particular, as cerimônias na côrte im-
§ 54. AS CORES LITÚRGICAS
perial e nos sacrifícios em honra dos ídolos. E' esta consi-
deração a fonte primária do vestuário litúrgico do novo tes- 207. 1. Desenvolvimento. O cânon das côres litúrgicas não
tamento. se conhecia na antiguidade cristã, porquanto nesta época a
veste litúrgica era branca, conforme o uso geral profano.
204. II. O vestuário litúrgico do IV-VIII século. (Braun, Nem se deriva das côres litúrgicas do antigo testamento.
Lit. Handl. Kleidung.) Nesta época efetuou-se a) a diferen- Pois não existiam vestes litúrgicas de côr predominante, mas
ça entre a veste profana e a veste litúrgica. Pois a moda só vestes guarnecidas de ornamentos de várias côres.
abandonou a antiga túnica ampla e preferiu as vestes cur-
Os primeiros vestígios de um cânon das côres litúrgicas acham-
tas. A Igreja, porém, guardou o vestuário majestoso de ou- se no tempo dos carolingios. Essencialmente, está fixo desde o sé-
trora e o desenvolveu, acrescentando distintivos; culo XII, abrangendo em Roma o branco, o vermelho, o verde e o
b) entre a veste clerical (Sínodo de Agde em 506) e preto como côres primárias; o escarlate, o amarelo, o roxo, como
secundárias. Mas havia . muita confusão nas côres e no seu em-
a litúrgica (sínodo de Narbonne em 589); prégo. Pio V suprimiu as côres secundárias e estabeleceu para a
c) entre as vestes dos diferentes graus hierárquicos; Igreja universal o cânon das cinco côres primárias: branco, ver-
inelho, verde, roxo e preto, admitindo a côr de rosa em dois dias:
d) o modo de vestir os paramentos por cima das vestes
(luudete e Lwtare. (Rub. Gen. 18, 1.)
profanas;
e) o costume de benzer o vestuário litúrgico. 208. 2. Origem e simbolismo. A origem das côres litúrgi-
205. III. O vestuário vigente do VIII-XX século. 1. Mudan- cas deve-se procurar no simbolismo, que naquele tempo
ças. a) Poucos paramentos foram acrescentados aos já exis- (700-900) estava muito em voga. Quiseram exprimir o ca-
ráter das festas ou épocas por côres convenientes, deixan-

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do-se guiar pelo senso comum. O branco é símbolo da pu- 211. 3) Sujeito da bênção. a) Podem consagrar o cálix
reza,
reza, da graça santificante, da alma pura, da alegria. ( ) e a patena os bispos e os sacerdotes delegados para isso
vermelho simboliza o fogo, o sangue, por conseguinte o pela Santa Sé; fora disso a sagração é inválida. (Cân.
amor divino e o martírio. 0 verde é a côr da esperança da 1147, 1.)
vida (domingos). O roxo significa a penitência, lembrando b) Podem benzer as vestes litúrgicas (cân. 1304) :
as contusões de cor roxa. O preto é símbolo de luto. 1. Além dos bispos e cardeais, todos os párocos para
Das côres dos paramentos trata o missal por miado nas as igrejas e oratórios situados no território da sua fregue-
rubricas (Rub. Gen. 18, 19). Além disso, nos capítulos se- sia; os reitores das igrejas para as suas igrejas.
guintes, indicar-se-ão as côres prescritas para as várias 2. Os sacerdotes delegados pelo ordinário do lugar den-
fúnções. tro dos limites da delegação e da jurisdição do delegaste.
209. 3. Restrições. Outras côres são proibidas, p. ex., a 3. Os superiores religiosos e sacerdotes da mesma ordem
côr amarela ou de ouro. (d. 3779 ad 3; 3191 ad 4.) Tela delegados por êles, para as suas igrejas e oratórios próprios
de ouro puro substitui as côres branca, vermelha e verde e para as igrejas das religiosas sujeitas a êles.
(d. 3646 ad 2); tela de prata, a côr branca. Se um sacerdote desse uma bênção reservada sem de-
Permitem-se todos os matizes de uma côr, contanto que a côr clarm- - legação, a bênção seria ilícita, mas válida (can. 1147, § 3).
mente possa distinguir-se. Os paramentos de várias côres, em que ne-
nhuma delas predomina, são proibidos. (d. 2769, V, 2.) Nos ornamentos, O sacerdote delegado não pode tomar as fórmulas do Pon-
porém, p. ex., de flores, arabescos, outras côres se permitem. Nos para- tifical, mas só as do Ritual, e estas sem mudança (d.
mentos pretos não podem ser postos emblemas fúnebres (caveiras, ossos'
cruzados, cruzes brancas (d. 4174 ad 1); pois onde está Cristo, aí está
a vida e a ressurreição. 3524 ad, 2).

§ 55. A BÊNÇÃO DOS PARAMENTOS § 56. TRATO DOS PARAMENTOS


210. 1) A bênção do vestuário litúrgico é mencionada pela 212. 1. As vestes litúrgicas perdem a bênção (cân. 1305)
a) se sofrerem tais lesões e mudanças que percam a forma
primeira vez pela metade do século IX. Era reservada ao
bispo. primitiva e já não sejam julgadas aptas para o seu uso (p.
2) Objetos da bênção. Devem ser benzidos: a) indu- cx., 1. desfazendo as costuras, de sorte que deixem de exis-
menta sacerdotatia (indumentária sacerdotal; Rit. Rom. VIII, tir na forma em que foram bentas; 2. renovando-as pela
metade. Braun, Lit. Handl. p. 101; 315; Solans-Casanueva
20). Por êste nome se entendem, conforme o Pontifical Ro-
I ri.° 90; Kieffer, p. 138, se o cordão se rompe de sorte que
mano: a casula, a estola da missa e qualquer outra, o ma-
nenhuma parte serve para cingir-se o C. Mach-Ferr. I p.
nípulo, a alva, o amito, o cordão; b) a pala, o corporal (c.
398.) O fôrro renovado de uma veste litúrgica não exige
22), as toalhas do altar (c. 21) ; o tabernáculo, a píxide para
levar o SS. Sacramento aos enfermos, a âmbula, a custódia nova bênção.
b) Se tiverem sido empregadas para usos inconvenientes
e a lúnula com a fórmula Rit. VIII, 23; d. 4035, ad 4.
Devem ser sagrados o cálix e a patena. ou se tiverem sido postas à venda pública.
b) Podem ser benzidas: a capa de asperges, a dalmáti- 213. 2. Os vasos que contêm o SS. Sacramento ou, de-
ca, a tunicela, a sobrepeliz. O simples uso de paramentos pois de usados, ainda não tiverem sido purificados, só po-
não lhes confere a bênção. (Cân. 1148, § 2; d. 3162 ad 7.) dem ser tocados pelos sacerdotes e diáconos revestidos li-
O sanguinho, o véu do cálix e a bôlsa não são bentos. lu rgicamente, e devem ficar colocados sôbre o corporal.
(d. 2572 ad 12.) Tocar no sanguinho, pala, corporal usados na missa e
A pala pode-se benzer sem o corporal. A fórmula da ainda não lavados e no cálix é permitido só aos clérigos e
bênção se deve recitar como está no Ritual quer seja uma as pessoas encarregadas da guarda dêles, por conseguinte
pala ou mais que uma, seja com o corporal ou sem êle. (d.' lanibém a dois ou mais sacristães auxiliares (ab i.is) adidos
3524 ad 3.) ao sacristão-mor, p. ex., nos colégios. Urna obrigação sob

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106 R e u s, Curso de Liturgia

o século XI introduziu-se o costume de pô-lo sôbre a ca-


pecado para os leigos, de não tocar nestas coisas sagradas, beca e depois vestir a casula, descê-lo e adaptá-lo em re-
não está contida no cânon, a não ser no caso de desprêzo ou
dor do pescoço. Nos séculos XV-XVIII perdeu-se êste costu-
escândalo. (Cappello I n. 804.)
me, que ainda se conserva apenas em algumas ordens reli-
Os sanguinhos, palas e corporais, empregados na missa, giosas, p. ex., de S. Francisco, S. Bento, S. Domingos.
não podem ser entregues a leigos nem sequer a religiosos
para serem lavados, antes de serem abluídos por um clérigo Agora tem forma retangular (não quadrado) feito de
de ordens maiores; a água desta primeira ablução deite-se pano de linho, com a cruz no meio da orla entre as extre-
na piscina ou, se a não houver, no fogo. (Cân. 1306.) midades (Cappello I n. 807) (accipiens circa extremitates
osculatur illud in medio ubi est Crux, Rit. miss. I, 3). E'
§ 57. O SIMBOLISMO DAS VESTES LITÚRGICAS usado debaixo da alva.
214. 1. Muito cedo começaram a achar nas vestes sagradas 216. 2. A alva (alba se. tunica, tunica linea) é a tunica .

significações simbólicas. Os primeiros vestígios remontam lalaris (camisia) do vestuário profano romano. Deve ser
ao século VII. Originaram-se pouco a pouco quatro expli- feita de linho puro ou cânhamo (d. 2600), ampla e tão com-
cações simbólicas do vestuário litúrgico: nos séculos VIII- prida (c. 1,70 m) que, arregaçada, desça até ao tornozelo.
XII a explicação moral; no século XII a dogmática e ale- As mangas (50-60 cm) e a orla podem ser bordadas ou en-
górica; no século XIII a histórico-representativa. feitadas de rendas (desde o século XVI).
2. Fala-se de explicação moral, quando se vê nas vestes
A alva é proibida aos leigos, mesmo regulares (d. 1111 ad 6) ;
simbolizadas as virtudes, que mais devem ornar o sacerdo- aos sacerdotes, usando a estola sôbre ela para presidir aos ofícios
te e que são indicadas nas orações que acompanham o ato (d. 1777 ad 3), a não ser que precedam ou sigam imediatamente à
de vesti-las: o amito, a fortaleza; a alva, a mundicia da missa (d. 3574 ad 3); para expor e repor o SS. Sacramento (d.
:1697 ad 12); para as procissões e é prescrita a sobrepeliz debaixo
alma; o cordão, a castidade; o manípulo, a compunção e as das casulas, dalmáticas e tunicelas (d. 1619 ad 9; C. E. I, 15 n.
lágrimas de penitência; a estola, a fé, a esperança e a hu- 6); é permitida, como também a casula, dalmática e 'tunicela, na
mildade; a casula, a caridade. procissão do Corpo de Deus (d. 2362 ad 1; C. E. II, 33 ri. 5) ;
rstá prescrita não só para o diácono e subdiácono, mas também
3. A alegórica considera as vestes litúrgicas como armas para o celebrante na bênção com o SS. Sacramento. (d. 3799 ad 1.)
do sacerdote: O amito simboliza o capacete; a alva, a cou-
217. 3. 0 cordão deriva-se do cordão ou cinto romano,
raça; o cordão, o arco e a flecha; a estola, a lança; o ma-
que servia para colher a túnica comprida. Pode ser branco
nípulo, a clava de combate; a casula, o escudo. (Cf. Eph.
Lit. 1933, p. 368.) o tu da côr dos paramentos, fabricado de linho ou séda ou
la (d. 2067; 3118; 2194), 3,50-4 m de comprimento, se fôr
4. A explicação histórica lembra as vestiduras de Nosso
duplo.
Senhor na paixão: o amito, o véu com que velaram a santa
São proibidos na América Latina os cordões de algodão (C.
face; a alva, o vestido branco de escárneo; o cordão, as cor- P. p. 683), ou em forma de faixa. "Visto que pelo cordão são sim-
das; o manípulo, o flagelo; a estola, o manto de púrpura ou bolizadas as cordas e os açoites, com que Cristo Nosso Senhor
a cruz; a casula, a cruz. loi atado e flagelado, reprovamos completamente os cordões feitos
de pano mais ou menos enfeitado, assemelhando-se antes a um cin-
5. A explicação dogmática, a que menos se cultivou, In ou a uma faixa. Podem, porém, ser tolerados tais cordões já em
considera os vários mistérios da vida e morte de Nosso Se- limo até que sejam imprestáveis. d. 4048." (Conc. Am. Lat. ti. 905.)
nhor Jesus Cristo e suas relações com a Igreja. (Braun, Lit. 218. 4. A sobrepeliz (superpelliceum, por ser vestida sôbre
Handl., p. 334.)
,1 peliça de agasalho no inverno), era túnica talar comprida
§ 58. AS PRINCIPAIS VESTES LITÚRGICAS (Ir clérigos, devido ao seu fim, com mangas largas. Aparece
215. Amito (amictus, humerale) era o nome de um pano .1 primeira vez no século XI. No século XIV começaram a
usado pelos romanos, que cobria o pescoço e os ombros. nrurta - la. Cota é o nome da sobrepeliz na Itália. (Braun,
Faz parte do vestuário litúrgico desde o século VIII. Desde I.il. Ilandl., p. 329; Instr. Clem., § XI, n. 8.)

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108 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 109
Existem várias formas; nenhuma foi reprovada. Comprimento c. 1 m
incluidas as rendas. As mangas, contando desde a abertura para o pes-
coço, 64 cm. E' permitida a cantores leigos. (d. 3248 ad 4.) quando o sacerdote ou o diácono toca 'num vaso sagrado
Distingue-se do roquete (raiz alemã Rock), que tem as mangas es-
treitas. riste é insígnia prelaticia e não pode substituir a sobrepeliz na com o SS. Sacramento; 6) quando êles recebem a sagrada
administração dos sacramentos e sacramentais. (d. 3784 ,ad 2.)
comunhão (côr branca ou outra) (d. 3499; Rit. IV c. 2 n. 4;
219. "Os acoitos, alvas, sanguinhos, corporais, palas, ma- Decr. t. V p. 149). Na comunhão privada os diáconos devem
nustérgios, toalhas de altar e cíngulos devem ser de linho, (debent) trazer a sobrepeliz e a estola a tiracolo. Mas o
e convém que sejam mudados frequentemente para servirem Ritual não exige a sobrepeliz.
sempre limpos." d. 2600. (C. P., n. 797, Conc. A. L. n. 904.) A estola do pregador seja da côr do ofício do dia cor-
Convém que sejam de linho também as sobrepelizes, ro- respondente (d. 3764 ad 13).
quetes, mapas para a s. comunhão e outros mapas. (Conc.
A. L. n. 904.) 222. 3) O uso da estola é permitido: 1) ao oficiante no
ofício dos defuntos (d. 3029 ad 4 e 5); 2) aos sacerdotes
220. 5. 0 manipulo (manipulas, mapula = paninho) era que, como diretores de confrarias (sodalitatum, d. 2763;
outrora o lenço para o uso costumado. Com o tempo se tor- con f raternitatum, d. 2653) acompanham uma procissão ou
nou o lenço de cerimônia, levado na mão e empregado pelos um entêrro; sendo, porém, proibido aos párocos (d. 2769,
cônsules e pretores romanos para dar o sinal do princípio VI, 2) e diretores de pias uniões (piaram associationum, d.
das carreiras no circo e para transmitir ordens. Para dirigir 3191 ad 2), p. ex., apostolado da oração; 3) aos sacerdotes
as assembléias litúrgicas, também o pontífice romano o usou, e diáconos, que assistem à adoração do SS. Sacramento pu-
de sorte que foi um distintivo dêle e de clérigos, a quem hlicamente exposto (d. 2709 ad 2) ; 4) para assistir a um
êle o concedeu. Pouco a pouco tornou-se uma faixa. sacerdote durante a missa nova (d. 3515 ad 7).
E' hoje uma faixa cie uni metro de comprimento e 5-10
cm de largura, as extremidades pendentes mais largas. Põe- 223. 7. A dalmática (veste oriunda da Dalmácia) é urna
I única comprida com mangas longas e largas, adornada de
se sôbre o braço esquerdo, sendo segurado por fitas ou pela
estreiteza da abertura para o braço. Só no século XVIII se duas bandas de côr (de púrpura) verticais na parte ante-
rior e posterior, era no século II, em Roma, o vestido ex-
fizeram os manípulos desformes com as extremidades em for-
ma de pá. E' prescrita uma cruz no meio. terior das classes nobres. Parece que já no século IV foi
O manípulo nunca se põe quando se usa a capa de as- adotada para o uso litúrgico. No princípio, de côr branca,
perges. (Rub. Gen. XIX, 4.) era insígnia distintiva do papa e dos seus diáconos, pouco
a pouco também fora de Roma foi introduzida pelos bispos
221. 6. A estola (stola, orariam). 1) No princípio a estola e diáconos. Nos séculos IX e X começaram a encurtá-la; no
provavelmente era uma tira de tecido de linho ou lã desti- século XI, a introduzir dalmáticas de côr. Ao lado foram gol-
nada a resguardar o pescoço. No Oriente aparece como fai- peadas e até as mangas rocadas.
xa no século IV; já como distintivo, no Ocidente no século
VI. Antigamente era muito comprida, agora é de 1,20-1,25 m, 224. 8. A tunicela (tunicella) era antigamente uma túnica
comprida como a dalmática,' mas distinguia-se dela por ser
5-10 cm de largura com três cruzes. Na missa o bispo a traz
menos ampla, com mangas estreitas e sem bandas. (Braun,
sempre suspensa no pescoço e a deixa cair direita por diante.
Lit. Handl., p. 357.) Desenvolveu-se do mesmo modo que a
O sacerdote a tem da mesma maneira sôbre a sobrepeliz,
dalmática, da qual hoje não se diferencia. Somente para a
mas cruzada no peito sôbre a alva; o diácono, a tiracolo.
2) O uso da estola é obrigatório: 1) na missa; 2) na ad- Iiinicela do subdiácono na missa pontifical o C. E. prescreve
mangas um pouco mais compridas e mais estreitas do que
ministração dos sacramentos (salvo a pénitência, Rit. Rom.
1, 1; 7) e sacramentais; 3) para o oficiante num entêrro ou p; ura as dalmáticas. (C. E. I, 10, 1.)
numa procissão; 4) para pregar, se é costume (d. 3157 ad 225. 9. A casula (casula, planeta). 1) História. A casula
6); é proibida, porém, para o sermão fúnebre (d. 2888); 5) deriva a sua origem da antiga paenala, um manto de pano
enl mangas, em forma de sino ou tenda (casula = casa pe-

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110 R e u s, Curso de Liturgia

quena) que cobria todo o corpo, com uma abertura no meio, oiligenter, ne illum impediat: "O bispo é revestido da ca-
sula, que em ambos os lados se acomoda sôbre os braços
por onde se enfia a cabeça, um poncho redondo. Chamava-
se também planeta (do verbo grego planao = errar, girar), e se retorce diligentemente para não impedi-lo." Para se
verificarem as expressões "acomodar" e "retorcer", forçoso
porque as fímbrias eram flutuantes e se acomodavam sôbre
é, como a experiência ensina, supôr unia largura igual à da
os braços (Durandus III c. 7 n. 1), ou como diz S. Carlos
chamada casula gótica. Do contrário é impossível retorcê-la,
Borromeu, por causa da sua amplitude. (Instr. 3. Conc.
Mediol.) porquanto não existe matéria para ser retorcida ou possa
impedir o celebrante. E' a chamada casula de S. Carlos
Cedo foi recebida entre as vestes litúrgicas, comum a
Borromeu, de 1,50 de comprimento, 1,50 de largo. (Gerardy.)
todos os clérigos até ao século IX-X. O diácono vestia a ca-
A casula romana ampla não é a gótica do d. 4398, nor não
sula nos dias de penitência, dobrada para dentro na frente terminar em pontos ogivais, nem está compreendida no d. 4398. Pois,
(planeta plicata), do evangelho até à comunhão enrolada segundo este decreto, a casula gótica foi abandonada desde os
numa faixa que repousava no ombro esquerdo. Assim as tempos do concílio tridentino; ora a ampla foi prescrita por Cle-
mente VIII no C. E. de 1600, depois do concílio tridentino "para
mãos ficavam livres para as funções. Hoje põe o estolão • uso comum dos bispos" (Bulla Cum novissimis), e por outros
nos dias enumerados nas Rub. Gen. XIX, 6. pontífices seguintes. Segundo Wernz-Vidal (lus can. 1934, t. IV,
A casula não era, portanto, paramento exclusivamente n. 429) esta casula é conforme ao uso romano: nem esta lei litúr-
gica das bulas veio a ser expressamente corrigida (can. 2). 0 povo
da missa. Só quando por volta do ano 1000 começaram a gosta das casulas amplas.
usar a capa de asperges para muitas funções litúrgicas, é O C. B., aprovado por Pio XII, trata da casula no d. 408 e tem
que a casula ficou reservada para a missa. o dispositivo seguinte: "Na confecção e no emprego dos paramen-
los para o sacrifício da missa e as funções sagradas, não é per-
No século XIII começaram a diminui-la acima dos bra- mitido, sem consultar a S. Sé, afastar-se do uso aceito pela igreja."
ços, de sorte que recebeu a forma de escapulário. Esta ca- Devido a esta alusão ao d. 4398 da S. R. C., feita pelo C. B.,
sula simplificada na época do estilo baroco tornou-se mo- e a outros decretos mais recentes, as casulas góticas já não se
podem confeccionar sem licença da S. Sé. Mas considerando o cos-
derna. Não é lícito, sem licença da S. -Se, introduzir ou em- tume da S. Sé em casos semelhantes e a licença dada nesta matéria
pregar casulas de feitios não conforme à casula romana. cm caso particular (P. S. M. 22.4.1939) e em conformidade com a
(d. 4398.) d. 3945 da S. R. C. aprovando a regra que "os decretos tem o al-
cance de servirem de norma e exemplo nos mesmos casos e em
226. 2) Modificações. Os ornamentos das casrtlas não es- casos semelhantes na Igreja universal", é solidamente provável que
sem mais se possa considerar dada a licença necessária para apro-
tão prescritos e por isso são diferentes. a) Na Itália põe-se veitar os paramentos já usados até serem imprestáveis.
uma peça transversal entre o bastão vertical anterior e a
abertura no meio da casula, que desce em forma de trapézio 228. 3) A matéria para a casula é a sêda. (Rit. miss. I,
1. "velo serico"; d. 3628.) Permite-se meia sêda. (Tecido de
até ao peito. Assim, origina-se uma cruz semelhante à letra
T (crux commissa). Na parte posterior aplica-se uni bastão seda e algodão; d. 3543.) São proibidos tecidos de musseli-
na (d. 1287) e percale (linho e algodão; d. 2769, V, 3), de
com enfeites.
b) Na Espanha só se usam bastões, sendo a parte pos- Ill (d. 3779 ad 1) ou com fios de vidro. Permitem-se orna-
mentos pintados ou bordados (d. 3576) e imagens pintadas
terior alargada de 45 cm em cima para 60-65 cm em baixo.
c) Além dos Alpes, a casula tem na parte anterior uni cm tela de linho ou algodão e aplicadas aos paramentos de
seda. (d. 3628.) Antigamente, às vêzes, usavam-se casulas
bastão, na parte posterior uma cruz retangular, antigamente
de lã, algodão, linho, couro (séc. XVIII), de palha para a
em forma de cruz imissa. A respeito do tamanho da casula
missa da noite santa.
romana simples não existe nenhuma prescrição. O compri-
mento convém ser de 1,05-1,15 cm e a largura de 65-67 cnr. 4) A casula se usa: 1. Para a missa; 2. conserva-se para
;i pregação durante a missa; 3. para a exposição privada e
227. A casula descrita nos livros litúrgicos é a casula ampla solene do SS. Sacramento; 4. para a bênção na exposição
de que fala o Cceremoniale (1. II, c. 8, n. 19) : Episcopus indui- privada com a âmbula (d. 3833 ad 3); 5. para a celebração
tur planeta, qucn hinc inde super brachia aptatur et revolvitur

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112 I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 113
R e u s, Curso de Liturgia

dedo) da mão direita. Mas só os cardeais, bispos, abades e


do casamento, se a missa se seguir imediatamente (d. 3158
protonotários apostólicos tem o direito de usá-lo nas funções
ad 3) ; 6. pode-se vestir sôbre a sobrepeliz para impôr as
litúrgicas. (d. 3821.) 7. o solidéu e o barrete roxo.
mãos aos diáconos na administração do presbiterato (Pont.
Rom.); 7. na procissão de corpo de Deus. 2. As vestes pontificais: 1. as meias de cerimônia, que o
229. 10. O Pluvial (capa de asperges, pluviale) derivada bispo calça sôbre as meias ordinárias; 2. as sandálias de sêda
da côr litúrgica; 3. as luvas; 4. a mitra; 5. o báculo; 6. o
(Braun, Lit. HandI.) da capa clerical e monástica dos sé-
gremial, que se põe sôbre os joelhos do bispo sentado, na
culos VIII e IX, é um manto aberto com capuz, para se pro-
missa pontifical; 7. o pálio para o arcebispo.
teger contra o frio e a chuva (pluviale). O capuz desde o
século XI era só um ornamento, o que aumentou no século 3. As vestes papais, além das vestes pontificais, são: 1.
XVII até à metade da veste. a falda, espécie de saia de sêda branca; 2. o subcíngulo, es-
O pluvial, a veste litúrgica do clero, prescrita ou permi- pécie de manípulo; 3. o fanon de sêda branca sôbre a ca-
tida em muitas funções, é proibida aos leigos. (d. 3248 ad 1.) sula; 4. a tiara; 5. o anel de pescador.
11. O véu de ombros encontra-se no século VIII. E' o
pano, com que o subdiácono ou acólito (patenarius) envolvia § 60. OS VASOS LITÚRGICOS
os vasos sagrados. Não é veste nem precisa da bênção. Aos 232. 1. O santo cálix (Calix sanctus. Ordo rom. III n. 16).
sacerdotes é proibido o gremial. (d. 3268, ad 4.) I?ntre os vasos litúrgicos o mais antigo e mais santo é o
230. 12. 0 barrete (biretum). Origem. Os primeiros ves- cálix. Desde o dia, em que Nosso Senhor .o usou pela pri-
tígios do barrete aparecem pelo ano de 1000. Era um gorro meira vez para o sacrifício da missa, sempre foi empregado
hemisférico ou cilíndrico. As palas levantadas se usavam no santo sacrifício, excluindo-se qualquer outro vaso. Por
desde o fim do século XV. 0 barrete de 4 palas levantadas, isso os antigos (liturgia galicana) chamaram a quinta-feira
insignia dos laureados, é proibida para as funções sacras (d. santa natalis calicis, quia tune calix a profano uso ad sacrum
2877 ad 1) no rito romano; é permitido pelo costume fran- ('hristo auctore translatus est.
cês, alemão e inglês. 1) Matéria. a) No decorrer dos séculos tem havido cáli-
O barrete não é ornamento litúrgico (d. 2877). E' proibido: 1. ces de madeira, mármore, barro, bronze, chifre, âmbar, vidro,
ao pregador, estando exposto o SS. Sacramento; 2. ao oficiante ou marfim, estanho, chumbo, cobre, prata e ouro. b) Nos pri-
celebrante exercendo (p. ex., bênção, Libera) urna função sacra qual-
quer (Rit. Rom. t. VIII, c. 1, n.° 7); 3. durante o oficio na recitação meiros séculos os cálices de vidro eram frequentes, por se-
do Padre Nosso, absolutio, benedictio, dos cânticos e do símbolo rein baratos. Pois refere S. Irineu (Adv. haer. 1, 13) que o
Quicumque. povo podia distinguir de longe a côr do vinho consagrado
E' prescrito 1) para o celebrante que vai para o altar ou volta
dêle, sendo ao chegar a primeira cerimônia tirar o barrete, e ao pelo herege Marco. Porém neste. tempo existiam já cálices de
voltar a última pôr o barrete; 2) só os clérigos paramentados, ao u o, os quais no século V se tornaram bastante frequentes,
.

menos com estola, podem levar o barrete pôsto, passando pela :in lado de outros de matéria barata. O sínodo de Tibur (895)
igreja (d. 2184 ad 3, ratione habita paramentorum); 3) nenhuni
clérigo, fora do oficiante, pode levá-lo nas procissões, p. ex., das proibiu oferecer o santo sacrifício em cálices de madeira. c)
Rogações, sendo lícito, porém, o solidéu; 4) ninguém pode levá-lo A lei eclesiástica exige para o cálix ouro e prata, ou ao me-
na procissão teofórica, sendo proibido também o solidéu. (d. 2769, nos a copa de prata dourada no interior (Rub. Miss. II, 1
VI, 1; 2.)
n. 1). Por motivo de pobreza ou outra necessidade, admite-se
§ 59. AS VESTES PRELATICIAS E PAPAIS lanibém o estanho (Rub. Miss. III, 10, 1) e bronze de alu-
231. As vestes prelaticias são: 1. o roquete; 2. a murça, uiinio. (Pius IX, 9. 12. 1866; Cappello, de sacr. n.° 798.)
pequena capa com capuz; 3. a capa magna, um manto com 233. 2) A forma. a) essencial. Certas partes não faltam
cauda muito comprida; 4. o mantelete, espécie de pequeno voi nenhum cálix: a copa, que contém o SS. Sangue, o nó
manto para uso fora da diocese; 5. a cruz peitoral, que en- para se pegar e o pé.
cerra relíquias de mártires; 6. o anel no dedo anular (4.°
(;urso de Liturgia - 8

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114 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 115

b) a forma acidental. Antigamente, até ao século XIII, hóstia que deve ser conservada para a sexta-feira santa se
havia cálices com asas, ao lado de outros sem asas. Esta for- pile no cálix, cobre-se com a pala e coloca-se por cima a
ma era a mais usada. Com as várias épocas da arquitetura ll;llena. Primeiro se põe a pala, que significa o lençol en-
mudou a construção do cálix. A forma romana tem a copa volvendo o santo corpo do Senhor, depois a patena, i. é, a
hemisférica, a gótica a copa cônica ou semelhante a uma pedra do sepulcro.
pera, o baroco tem a forma bojuda. O cálix de ouro representa (Durandus I c. 3 n.° 45) os tesouros
c) já no século II e III distinguia-se bem o cálix profa- tic sabedoria escondidos em Jesus Cristo, e por isso também o amor
1liviuo: diligentes me diligo (Prov. 8, 17), e o amor do Coração di-
no do cálix litúrgico, o qual era enfeitado com imagens (bom vino. A abertura do cálix simboliza a chaga aberta neste santo Co-
pastor), pintadas, esmaltadas e gravadas, e pedras preciosas. i ufão, do qual sai o divino sangue que se bebe, ut ditem diligentes
234. 3) Uso. Distinguiam-se: a) calix sanctus, stationa- me. (Prov. 8, 21.)
A patena significa a cruz (Durandus IV, c. 30, n.° 25), em
rius para a missa; b) o calix maior ou ministerialis, em que tine repousa o corpo de Nosso Senhor. A cruz que se costuma
estava o SS. Sangue para a comunhão dos fiéis; c) o calix )'raivar rente a uma das bordas, além de ter um fim prático, lem-
offertorii ou scyphus, em que os acólitos reuniam o vinho llra acertadamente este mistério da paixão.
oferecido pelos fiéis; d) o calix baptismalis, em que se mi- 238. 7) Construção e conservação do cálix. 1) 0 artífice
nistrava leite e mel para o batizados (daí o Introito Fer. III 11.111 plena liberdade nos seus desenhos. Existe, porém, um
post. Pascha: "Introduxit vos Dominus in terram fluentem decreto S. R. C. (30.7.1922) prescrevendo "que os novos
lac et mel, all."); e) o calix viaticus, para a viagem; f) o cálix c;'íl ices não se afastem da forma usual, por causa do perigo
para a sepultura dos bispos e sacerdotes, de ordinário de de derramar o SS. Sangue e causar admiração." (d. 4371.)
2) Para servir bem ao celebrante, o cálix tenha: a) uma altura não
estanho, chumbo, madeira, cera, mas também de ouro. uil'erlor a 17 cm (altura conveniente) nem superior a 22 cm por causa
.lo equilíbrio; b) a copa nem muito larga nem muito bojuda em baixo
235. 4) Complementos do cálix. a) A caninha (fistula), e estreita em ..cima, nem com bordos muito grossos, mas sim finos, nem
com que os fiéis bebiam o SS. Sangue do cálix; ainda é usa- / e i a guarnecido com ornamentos até quase à borda; c) o nó não tenha
e1. etas cortantes, nem seja semeado de pontas agudas; sendo furado é
da na missa papal solene. X111'1(..11 a limpeza. c) o pé seja largo, pesado, munido de uma cruz, para
luillear o lugar da copa, por onde se bebeu o SS. Sangue; d) a patena
b) A patena (grego: patané = bacia) é inseparável do iwtls cômoda tendo a forma de um segmento esférico e uma cruz para
wil e1. o lado por onde pegá-la sem perigo de se perderem partículas eu-
cálix; é tão antiga como o cálix e da mesma matéria que nrleticas; e) o seu diâmetro exceda o da copa de 4 cm, sôbre-saindo por
d uls cm sobre a copa; f) evite-se a umidade que estraga a douradura
êle. Antigamente era muito maior, porque as hóstias eram dos vasos sagrados, limpando-os bem e conservando-os num estojo ou
maiores e se deviam partir sôbre ela. Conhece-se uma patena l nno mole; g) não se usem meios fortes para limpá-los. O melhor é
dlrool em pano de lã com sabão ordinário ou benzina ou sumo de tomate.
de 25-30 libras (c. 12 k).
230. 2. A píxide (ciborium, pyxis, tabernaculum) ou âm-
236. 5) Consagração e execração. O cálix da missa deve hul;l (ampulla) na forma moderna existe desde o século
ser consagrado pelo bispo, como é costume desde o VI-Vil ti I I I. 1) História. Nos séculos anteriores usava-se para con-
século. Um cálix, empregado bona fide para a celebração d a. .,ervar o SS. Sacramento uma cápsula redonda com tampa'
missa, não fica por isso consagrado. (Cân. 1147, § 1.) 0 l eila de metal, marfim ou madeira. Daí o nome. Cibório (ci-
cálix é execrado: 1. se perdeu a primitiva forma; 2. se foi borium) derivam uns de cibus, porque êste vaso contém a
aproveitado para fins indecorosos ou posto à venda. (Cân. omida celestial, outros de ciborium ou baldaquino que co-
1305, § 1; 2.) in ia o altar e em que muitas vêzes estava suspenso o vaso
Execrado é o cálix que tem uma fenda no fundo, que 1.11111 0 SS. Sacramento. (Capello 2 , de sacr. n.° 395.)
foi quebrado em duas partes, a não ser que tenha sido cons- 2) Matéria. Conforme o Ritual (IV, I, 5) e o Cân. 1270
truído para desarmar. Sendo gastada a douradura é obriga- pixide deve ser feita de matéria sólida e decente (sólida
ção grave dourá-lo de novo, mas a nova consagração omite-se. Ilecentique inateria). a) Não se diz qual seja esta matéria.
237. 6) Simbolismo. O cálix com a patena é o símbolo do l'l n lvém que seja de ouro, prata, ou, se de estanho, cobre,
sepulcro do divino Redentor (Pontif. Rom.) Daí a cerimô- 1;1'j;í dourada por dentro. (C. B. 212 § 2.) Não existe, po-
nia, aliás inexplicável, que se faz na quinta-feira santa: a réis, nenhuma obrigação a êste respeito, porquanto nem o
II*

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116 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 117

direito canônico, nem outra lei litúrgica qualquer o prescreve.


(Cappello 1. c.) de prata dourada, sôbre o qual descansa a S. Hóstia; pois
A Carta Pastoral 1915; n.° 215, diz: "O SS. Sacramento se con- ou, vidros não devem tocar nela. (d. 3974. C. P. L. A., n.° 373.)
serve em âmbula de ouro ou de prata, dourada ao menos no in- 243. c) para consagrar a hóstia grande, embora esteja bem
terior da copa, coberta sempre com o véu de sêda apropriado, o
mais rico que fôr possível e repousando sôbre um corporal, em ta- visível entre os vidros, deve-se abrir a luneta (d. 3524 ad
bernáculo ou sacrário decente. Matéria decente não é nem ferro, li ) . Mas não deixaria de ser válida a consagração, se o sa-
nem chumbo, nem bronze, nem marfim. O vidro nem é matéria cerdote se esquecesse de a abrir.
decente, nem sólida." (d. 3511.)
Para conservar a Hóstia grande que deve ser removida de oito
240. b) Deve ser fechada com a tampa coberta por um véu oito dias (C. E. I, VI, 2. C. P. L. A. n.° 370), há vários mo-
rno
de sêda branca (Rit. I. c.) Por isso não é suficiente cobri-la dos: se a custódia couber no sacrário, lá poderá ficar (De Herdt);
com a pala ou corporal senão por necessidade ou por breve iu não couber, o que parece ser o mais ordinário, coloca-se só a
Inmeta no sacrário. Se a luneta tem vidros, é simplesmente colocada
tempo. diedro do sacrário (d. 3974). Sendo um crescente, é melhor guardar
c) Deve ser benta (Rit. Miss. II, 3) pelo bispo ou sa- esla Hóstia com o crescente numa âmbula especial.
cerdote delegado. Contudo S. Afonso (n. 385) chama prová- 244. 4. As galhetas são mencionadas pela primeira vez no
vel a opinião dos doutores que negam a necessidade da bên- fú•culo V em statutà ecclesice antiqua. (Denzinger n.° 153.
ção, de sorte que, praticamente, um sacerdote que usasse 154.) Lá se prescreve que o subdiácono receba urna galheta
uma píxide não benta (secluso contemptu) excluindo o caso cone água, o acólito urna galheta vazia para levar o vinho
de desprezo, não cometeria pecado. No tabernáculo, a pi- para a missa: "Urceolum vacuum ad suggerendum vinum in
xide deve ser colocada sôbre o corporal, conforme o costu- cucharistiam sanguinis Christi".
me. De verdadeira obrigação não consta (Cappello 1. c. n." Esta fórmula, acrescentando só: vinum "et aquam", é ainda
396 sqq. C. P. supra). Deve ser benta com a mesma fórmula unida, embora o bispo entregue ao novo acólito uma galheta só.
a pixide para levar a comunhão aos doentes. (Fórmula: Como se explica essa dissonância? O acólito mais tarde foi en-
arregado de levar também a água para o altar, e por isso a forma
tabernaculum Rit. VIII, c. 23.) lui mudada em vinum et aguara. A rubrica, porém, não foi mu-
241. 3. Custódia (monstrantia, tabernaculum,- ostensorium). dada e prescreve ainda hoje: entregar uma só galheta ao ordenando.
a) A custódia foi introduzida no século XIV por ocasião da I I'ontif.)
festa de Corpo de Deus. Além disso no século XV come- As galhetas devem ser de vidro (Rit. Miss. XX). Tolera-
çou-se a fazer a exposição do SS. Sacramento no altar para o costume de se servir de galhetas de ouro e prata. (d.
a adoração pública. .1149.) Prescrito é o prato em que são colocadas as galhetas.
No princípio levava-se o SS. Sacramento na procissão fechado
na pixide, costume guardado por falta de custódia em alguns lu- CAPITULO IV.
gares até ao século XVII. Para tornar visível a S. Hóstia, aprovei-
tavam-se os relicários em forma de tôrres, feitas para a exposição O TEMPO SACRO
das relíquias; mais tarde deu-se a êstes vasos de exposição a forma
de altar, de sol radiante ou de uma outra forma artística. Prescrilu
é só que a custódia seja munida "de uma cruz" (d. 2957). § 61. 0 ANO ECLESIÁSTICO EM GERAL
A Carta Pastoral (1915, App. VI, p. 466) prescreve: A custódia ou 245. Servir a Deus não é só obrigação do indivíduo, mas
ostensório, em cuja sumidade deve haver cruz, há de ser de metal sólido,
dourado ou prateado, o mais rico possível, com raios em redor do lugar Ianibém da comunidade. A veneração comum, porém, da di-
da sagrada Hóstia, deixando-a bem visível (d. 2957).
242. b) A luneta, em que se põe a S. Hóstia na custódia, vina Majestade supõe nos membros desta comunidade o co-
nhecimento de uma hora fixa para o culto, e de um tempo
deve ser de ouro ou de prata dourada, benta pelo bispo ou por
determinado para certas funções cultuais. A esta exigência
um sacerdote expressamente delegado. Pode ter a forma de
corresponde o ano eclesiástico.
um crescente, com uma abertura, em que entra a S. Hóstia;
ou de lua ou circunferência, com dois cristais bem transpa- 1. Definição. Materialmente o ano eclesiástico é uma su-
rentes, separados completamente por um circulo de ouro ou cessão de 365 ou 366 dias. E' formado à semelhança do ano
civil, composto de 52 ou 53 semanas.

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118 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro119

Liturgicamente, em sentido lato, designa os 52 domin- Iicando a terceira parte do ano eclesiástico sob o nome de
gos, cada qual com a sua semana (p. ex., Fer. 2 infra Dom. "pentecostes", então êste terceiro ciclo é inadmissível, por
8 post Pent.) e com as festas ocorrentes. Nesta acepção n;io ter nada com pentecostes, a não ser o nome dos domin-
também o antigo testamento possuía ano litúrgico. Mas o gos. Se, porém, se estabelece o terceiro ciclo com o nome de
novo testamento tem algo mais: a significação mística. "Cristo Rei", então há razões suficientes para o admitir.
Misticamente, o ano eclesiástico é a repetição da vida (n. 425.)
de Cristo, baseada na celebração dos mistérios principais do § 62. A SEMANA
divino Redentor. O DOMINGO
Portanto, o ano litúrgico em sentido estrito é o ano
solar repetindo a vida de Jesus Cristo pelos tempos santos. 249. A semana cristã é a continuação da semana israelíti-
246. 2. História. O ponto de partida do ano litúrgico se cu. Mas o sábado, como dia do culto divino, foi substituído
acha no santo sacrifício da missa, em que "a obra da nossa Ho domingo.
redenção se celebra". Pois nele se renovam as obras princi- 1. Os primeiros cristãos estavam acostumados a guardar
pais desta redenção: a paixão, a ressurreição e a glorificação. sábado, o último dia da semana. Depois de acabar êste dia
mais ou menos às 6 horas da tarde), celebravam o santo
A formação do ano litúrgico, na qualidade de tempo sacro, de-
(

ve-se atribuir à comemoração da obra da redenção em dias deter- mistério da missa e comunhão no primeiro dia da semana.
minados. Tais eram os domingos e as festas de páscoa e pente- Assim sabemos que S. Paulo reuniu os cristãos de Trôade
costes. Cada domingo (dies dominica) é dia de Nosso Senhor e para partir o pão eucarístico una sabbati, "no primeiro dia
lembra a sua ressurreição. Déste feito todo o ano litúrgico possui
um caráter cristocêntrico e eucarístico. Aperfeiçoou-se pelo aumen- depois do sábado". Ela Corinto (1 Cor 16, 2) os cristãos se
to sucessivo das festas; no século VII-VIII tinha a forma de hoje. reuniram pela primeira vez per unam sabbati. No Apocalipse
Testemunha-o o sacramentário gregoriano, discrepando só no fato
de contar 5 domingos do advento em lugar de 4. O jejum antes d,i de S. João (1, 10) este dia pela primeira vez é chamado:
páscoa havia já no II século, o qual pouco a pouco se estendeu. dia do Senhor (dies dominica, domingo).
247, 3. 0 costume de principiar o ano litúrgico com o ad- Em breve o domingo foi recebido pelo uso geral, a pon-
vento começou no século XI, ocasionado quiçá pelos livros to de ficarem as seitas mais antigas, p. ex., os ebionitas, com
litúrgicos. Pois os antigos sacramentários trazem em primei- o domingo ao lado do sábado, ao qual deram preferência.
ro lugar as missas do natal. Para tornar o uso dêstes livros O domingo foi chamado também dies solis, o dia do sol,
mais cômodo, foi conveniente pôr as missas do advento an- pois que Jesus Cristo é o verdadeiro sol de justiça e santidade.
tes da festa do natal. Assim fizeram em parte no século X, 250. 2. A Igreja tem o poder de substituir o sábado pelo
generalizando-se o costume no século XII. Tendo principia- domingo. Pois Jesus Cristo aboliu as leis cerimoniais do an-
do o livro litúrgico com as missas do advento, a consequên- tigo testamento pela sua morte. Por isso, avisa S. Paulo os
cia foi dar início também ao ano eclesiástico pelo advento. cristãos perseguidos por não observarem as leis cerimoniais
Foi o que fizeram os liturgistas, entre eles já Beletho. judaicas (Col 2, 16) que não se importassem com as festas
Na idade média havia vários modos de começar o ano: no dia do da lua nova ou do sábado. Pois tudo isso era figura do
natal (25 de dezembro), 1." de janeiro, 1.0 de março, 25 de março, sá-
bado santo, páscoa. futuro, que se achava cumprido em Jesus Cristo e por con-
Apesar de existirem os elementos do ano litúrgico, o nome "ano ecle-
siástico" ocorre pela primeira vez em 1589. seguinte não tinha mais fôrça obrigatória.
248. 4. A divisão do ano litúrgico em 3 ciclos é ainda mais 251. 3. Motivos para celebrar o domingo. 1) A ressurreição
nova do que o princípio dele com o advento. O ciclo do natal de Jesus Cristo no primeiro dia da semana, mistério funda-
e o da páscoa são geralmente admitidos; não o é, porém, mental da fé cristã. Por isso nos domingos se recita o S1
igualmente o ciclo de pentecostes. Afirmam alguns que neni 117, que traz as palavras da antífona pascoal: "Heec dies
pela história nem pela matéria se pode justificar este últi- quam fecit dominus: exsultemus et lwtemur in ea." O Se-
mo. Mas deve-se distinguir. Se se toma o terceiro ciclo signi- nhor mesmo aplicou estas palavras à sua ressurreição (Mt

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120 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 121

21, 42) : "Nunquam legistis in scripturis: a domino factum Suo 10: o 1.° domingo do advento, os 4 domingos da qua
est istud et est mirabile in oculis nostris?" São Pedro alude resma e os 4 seguintes até ao domingo da pascoela, e pen-
ao mesmo salmo. (At 4, 1 1; 1 Ped 2, 7.) Por isso, as anti- lecostes. As festas incidentes devem ser transferidas.
fonas das Laudes e Horas menores vêm acompanhadas de 254. bb. Os domingos da segunda classe são preferidos a.
I ou 3 aleluias como no tempo pascal; não se jejua nem se Iridas as festas menos às de primeira classe. São 6: o 2.°,
reza de joelhos, p. ex., as antífonas marianas, o anjo do a.° e 4.° do advento, os três antecedentes à quaresma: se-
Senhor. S. Agostinho explica êste costume, dizendo (Ep. luagesima, sexagésima e quinquagésima.
55, 28) : Stantes oramus, quod est signum resurrectionis.
2) 0 dia da criação do mundo. Lembrança disso há nas 2. Privilégios. Todos os domingos têm os seguintes pri-
vésperas: Lucis Creator optime. i'il i gios: a) Nêles nenhuma festa pode ser fixada para sem-
3) 0 dia dá descida do Espírito Santo. Por isso o do- pre. Exceções: festa da S. Família, da SS. Trindade, de
Cristo Rei ou de outra festa por dispensa rara da S. C. dos
mingo era "o dia da Liturgia" e o tipo de tôdas as festas,
Ditos. b) Nenhuma festa pode ser transferida para um do-
que durante o ano eclesiástico se celebravam com vigília e ming0. c) Nenhum ofício de domingo se omite totalmente;
descanso dominical. (Piacenza, Reg. p. 29.)
252. Sendo comemoradas assim as três Pessoas divinas no quando impedido deve ser comemorado no ofício e na missa
com seu prefácio próprio, ao menos por via de regra, e a
domingo, foi ele considerado como dedicado à SS. Trin- missa impedida deve ser rezada na semana seguinte, con-
dade. Fala deste santo mistério o hino das matinas: "Primo
furine regras especiais.
3. Número. Nos livros litúrgicos -sã-o indicados 53 do-
die quo Trinitas Beata mundum condidit"; o responsório 8
com o Sanctus, Sanctus, Sanctus, o símbolo Quicumque, o
prefácio da SS. Trindade. mingos e 53 ofícios de domingos. Se A é letra dominical ou
(no ano bissexto) é uma delas (A g, bA), i. é, quando o 1.
Mas o domingo não foi igualmente por tôda parte considerado de janeiro cai num domingo, ou, no ano bissexto no sábado,
primeiro dia da semana. Em vários países era o último dia da
semana, porquanto esta começava pela segunda-feira. lodos os 30 ofícios depois de pentecostes (24 mais 6 da epi-
Pela legislação eclesiástica e civil o domingo se tornou dia de í,ila) têm o seu domingo, do contrário só 29, e um ofício
descanso no sentido cristão desde o século IV. Assistir à missa
nos domingos tornou-se obrigação para todos os adultos desde o antecipado no sábado com os direitos de domingo. Pois,
princípio do século IV. (Sínodo de Elvira, 306.) neste caso, são só 52 domingos.
co-
§ 63. DIVISÃO DOS DOMINGOS 255. 4. Vacantes são os domingos sem ofício e sem
253. 1. Classes.. No missal, p. ex., o primeiro domingo do memoração. Ocorrem, às vêzes, entre o dia 25 de dezembro
advento traz a rubrica: I classis. Semiduplex. E' uma con- e 13 de janeiro e são ocupados por festas.
tradição aparente. Pois os domingos são classificados se- Vagos (móveis) se chamam o 3. , 4. , 5.° e 6.° domingo
0 0

gundo a dignidade (p. ex., I classis) e o rito (p. ex., semi- depois da epifania, porque não são fixados num lugar certo,
duplex) . sendo celebrados, ora depois da epifania, ora depois de
a) Quanto ao rito, todos os domingos são semiduplex pentecostes.
com exceção de 3: Dominica paschalis, Dominica iri Albis,
256. 5. 0 primeiro domingo do mês é, na acepção civil, aquêle que
Dominica Pentecostes. cai no dia primeiro do mês ou vem logo depois dêle. Êste cômputo
b) Quanto à dignidade, distinguem-se maiores e me- í necessário, quando se trata de fixar uma festa num domingo de-
nores ou comuns (per annum). terminado ou de ganhar indulgências concedidas para certo domingo
c) Os domingos maiores dividem-se em 2 classes con- do mês.
No cômputo propriamente eclesiástico o primeiro domingo do
forme o seu respectivo privilégio de preferência. mês é aquêle que cai no dia primeiro ou que vem mais perto 'dêle.
aa. Os domingos da primeira classe são preferidos na Se o dia primeiro do mês cai numa segunda ou têrça ou quarta-
ocorrência (portanto não nas vésperas) a tôdas as festas. leira o primeiro domingo é aquêle que precede êstes dias; se cai
;

nos outros dias, é o domingo seguinte. Faz exceção o primeiro do-

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122R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV:, Tempo Sacro123

mingo do advento que é determinado em relação à festa de S. An- Durandus (IV, c. 1, n.° 30-35) alega os motivos seguintes, que
dré. (30 de nov.) Este cômputo decide o princípio das lições da com reserva merecem ser mencionados. 1. Achava-se numa igreja
s. escritura no ofício divino. de Constantinopla uma imagem da Virgem SS., diante da qual
pendia uma cortina que a cobria tôda. Esta cortina desaparecia na
§ 64. OS DIAS DA SEMANA sexta-feira depois das vésperas sem alguem a tocar, só por um mi-
lagre (?) de Deus, para que a imagem pudesse ser vista totalmente
257. 1. Nomes. O nosso domingo era chamado pelos israe- pelo povo. Depois das vésperas do sábado a cortina cobria outra
litas primeiro dia depois do sábado (una = prima sabbati), vez a imagem e ficava assim até à sexta-feira seguinte. Por causa
dêste milagre determinou-se cantar sempre neste dia em honra da
os dias seguintes eram designados cone o número ordinal. SS. Virgem. 2. Quando o Senhor estava morto e os discípulos deses-
Este modo foi recebido pela Igreja, mas modificado quanto peraram da ressurreição, naquele sábado só nela ficou tôda a fé.
ao primeiro e último dia, que tomaram o nome de domingo ?la estava certa de que Cristo era filho de Deus e havia de ressurgir
no terceiro dia. 3. 0 sábado é a porta do domingo, portanto a porta
e sábado. Além disso a Igreja acrescentou ao número ordi- do céu, cujo símbolo é o domingo. Ora, Maria é a porta do céu.
nal o termo feria, falando da Feria secunda, Feria tertia. Por isto a festejamos no dia que precede o domingo. 4. A solenidade
Quis significar que os clérigos devem deixar o cuidado das do filho (sexta-feira) deve seguir-se imediatamente a solenidade da
mãe. 5. Convém que no sábado, em que Deus descansou da sua
outras coisas para "feriar" só para Deus. (In festo S. Sil- obra, haja alguma solenidade.
vestri, 31 dec.) Quanto à 1.a razão é preciso notar que uma crença popular e
Os pagãos falavam do dies soils, lunce, martis, mercurü, ingênua pode ser a causa próxima de uma devoção fundada em
motivos sólidos. A 2." razão dificilmente se compõe com a promessa
jovis, veneris et saturni, termos às vêzes empregados tam- de que S. Pedro nunca havia de vacilar na fé. Bento XIV (de fest.
bém pelos s. padres dos primeiros séculos. c. 5, n. 8) diz: "Nem todos os teólogos defendem a sentença de
(pie os apóstolos perderam a fé, a qual era firme só na Virgem
258. 2. Dias principais. São os dias que, ainda hoje, no SS. Pois Pedro, negando a Cristo, não cometeu outra falta além de
ler mêdo de confessar a Cristo aberta e livremente. A sua alma
ano eclesiástico -têm uma posição especial na quaresma e nas contudo estava isenta de qualquer êrro. Nem Cristo teria encomen-
quatro têmporas: a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado. dado sua mãe caríssima a S. João, se êle tivesse perdido a fé." (Sua-
A sexta-feira, tanto no Oriente como no Ocidente, foi rez, de fide disp. 9. sect. 3.) O mesmo papa (de fest. B. M. V.
I. I! c. 18 n. 2) escreve: Belarmino observa que Madalena estava
consagrada à paixão de Jesus Cristo. Foi neste dia que o abrasada de grande fogo de caridade como se vê de Jo. c. 19 e
Senhor foi pregado na cruz para satisfazer por nossos pe- 20. Ora, a caridade não se pode separar da fé. Até acrescenta: Pa-
cados. Em sinal de luto e penitência guardava-se nele o jejum. rece ser perigoso dizer que só na Virgem SS. ficou a verdadeira
lé. Desta maneira a Igreja teria perecido. Pois uma pessoa não
A quarta-feira lembra a traição de Judas, que neste dia pode ser chamada Igreja, porquanto a Igreja é um povo e o reino
vendeu o divino Redentor por 30 siclos. Esta circunstância de Cristo. (Bellarm. t. II. controvers. 1. '3, de eccl. mil . c. 17.)
motivou o jejum de penitência na quarta-feira. A 4. a razão será a decisiva. Começou-se a jejuar na sex-
O sábado era celebrado no Ocidente do mesmo modo l a-leira e continuou-se em honra da mãe. Stabat iuxta crucem
que no Oriente. No Ocidente encontramos pelo fim do século fesu Mater eius. (Jo 19, 25.)
III o uso de jejuar no sábado. Provavelmente tem a sua ori- No Liber sacramentorurn do séc. VIII para cada dia da
gem no fervor dos cristãos que estenderam o jejum da sexta- r;cniana está assinalada uma missa votiva própria. Pois não
feira até ao sábado (superponere jejunium). lt:tvendo muitas festas de santos não era possível evitar a
Nestes três dias mencionados nem em Alexandria nem 'p etição da missa do domingo. Para aliviar a devoção pela
em Roma havia missa. Eram dias de estação (statio), dias mu dança das fórmulas da missa e para achar auxilio nas
alitúrgicos. necessidades por missas especiais formou-se o costume, fi-
Provavelmente feria só é a tradução do hebraico sabba- xado mais tarde por Pio V, de consagrar os dias da semana
tum, descanso. Pois S. Jerônimo (Ad Gal. II, 4; ML 26 p. au culto de Deus trino e dos santos segundo a dignidade in-
378) chama a quarta-feira cristã quartam sabbati. dicada na ladainha de todos os santos: Deus, Maria, José
259. 3. O sábado, ao menos desde o fim do século X , Apóstolos.
é .0 domingo está consagrado à SS. Trindade, com preferência
consagrado à Maria Santíssima. considerada na unidade da essência divina.

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I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro125
124 R e u s, Curso de Liturgia

A segunda-feira, sendo Maria SS. venerada no sábado, dedi- festa, embora simplex, o ofício da féria termina com a noa,
cou-se à SS. Trindade, considerada expressamente na trindade das e as vésperas são da festa seguinte, sem comemoração da
Pessoas divinas, a têrça-feira aos anjos, que têm o terceiro lugar, féria. Ocorre um simplex ou simplificado numa féria maior,
a quarta-feira aos apóstolos que ocupam o quarto lugar no céu.
Com o conhecimento mais profundo da dignidade de São José su- as vésperas do dia anterior são da féria, como no saltério,
perior à dos apóstolos, a êle se deu o quarto lugar, logo depois com comemoração do simplex ou simplificado. Pois não se
dos anjos, e a sua missa votiva (1883) foi marcada também para rezam as vésperas de um ofício, que na sua maior parte é
a quarta-feira. A quinta-feira sempre esteve dedicada à SS. Euca-
ristia, a sexta-feira à cruz, o sábado a Maria SS. simplificado. Pars maior trahit minorem.
A missa do Espírito Santo se reservou para a quinta-feira, dia 259. 3. Composição do ofício feriai. Invitatório, hino, os 9 salmos
êste, em que se realizou a ascensão de Jesus Cristo, de que de- e antifonas (omitido o versículo do 1. , 2.° noturno) e o versículo
0

pendia essencialmente a abertura da porta celestial e por conseguinte do 3." noturno da féria respectiva. Lições e responsórios do próprio
a descida triunfal do Espírito Santo. (lo 16, 7, Pr oof. de Sp. S.) A do tempo; no fim da 3. lição no tempo da páscoa — Te Deum, o
0

segunda-feira é o dia das almas. qual fora dêste tempo e na segunda-feira das rogações se omite.
O ensejo desta instituição parece ser uma suposta revelação divina Nas laudes se rezam nas férias menores as antifonas e salmos
em que se afirma ter outorgado Nosso Senhor aos condenados repouso• da 1. série; no advento, no tempo entre a setuagésima até à se-
0
de seus tormentos todos os domingos em honra de sua ressurreição. A
notícia se acha no apocalipse apócrifo de São Paulo do séc. IV e tornou-
mana santa, nas vigílias comuns (exceto a vigília da ascensão), nas
se opinião muito espalhada. Com o correr dos séculos o privilégio dos quatro têmporas, da 2. série.
0

condenados foi transferido para as almas do purgatório. Assim São Pedro


Damião, seguindo, como ele diz, "a piedosa opinião de homens ilustres", 260. A capitula da féria respectiva. A oração, se não houver pró-
ensina que as almas do purgatório no domingo estão livres dos sofrimentos ' pria, é a do domingo precedente. O sufrágio, fora do advento e
mas devem voltar para as penas na segunda-feira. Por isso é mister so-
corrê-las neste dia. A Igreja, com a sua solicitude maternal, sem adotar
do tempo da paixão (no tempo pascal commemoratio crucis), se
esta opinião, prescreve, quando não obstam as rubricas, a oração "Fidelium" não houver comemoração de um duplex, de uma oitava, ou de um
pelos defuntos e permite a missa conventual de réquie na segunda-feira. oitavo dia simplex, item na sexta-feira depois da oitava da ascen-
(Franz:Messe i. d. Mittel pág. 144 MI. 145 pág. 564; 427; Durand IV, 1 são e na vigília de pentecostes.
n. 29.) 0 fundamento dogmático decisivo para a Igreja é a comunhão dos
santos. No domingo se comemora a Igreja triunfante, logo depois r u i As preces feriais recitam-se no advento, na quaresma até à se-
segunda-feira a Igreja padecente, à maneira da festa de Todos os Santos mana santa, inclusive, nas quatro têmporas, mesmo se se fizer a co-
e do dia de finados. memoração de uma oitava, de um duplex ou semiduplex (A. B.
VIII, 3).
§ 65. DIVISÃO DAS FÊRIAS 264. 4. A prima é rezada como está indicado no ordinário e saltério.
260. 1. Segundo a dignidade, as férias dividem-se em fé- a) Se nas laudes se tomou a 2. série, a prima tem além dos 3
0

salmos costumados um quarto salmo, a saber, o primeiro da 1.°


rias maiores e menores. Maiores são as férias do advento, série de laudes, que havia sido omitido e substituído pelo Miserere.
da quaresma, das quatro têmporas de setembro, da segunda- b) A capítula é: Pacem; só nos dias de domingo antecipado
feira das Rogações. c do tempo pascal: Regi.
c) Se houver preces feriais nas laudes, há-os também na pri-
As férias maiores são privilegiadas ou não privilegiadas. ma; se não, há dominicais.
As privilegiadas são 7: A quarta-feira das cinzas e os 6 dias 5. Têrça, sexta, noa como no ordinário e saltério. Preces fe-
da semana santa (S. R. C. 1.0 nov. 1931). São preferidas riais, se houver na prima.
a tôdas as festas. 6. Vésperas como no ordinário, saltério, e próprio do tempo.
Sufrágio e preces feriais como nas laudes.
As férias maiores não privilegiadas são preferidas so- 7. Completas como no ordinário e saltério. Precés como na prima.
mente às festas simples e vigílias, mas são comemoradas nos
ofícios de 9 lições. 66. AS QUATRO TÊMPORAS
Menores ou per annum são tôdas as férias fora das fé- 265. 1. Nome. Quatro têmporas ou só têmporas se chamam
rias maiores. Não tem comemoração, quando se celebra ou- a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado das 4 semanas se-
tro ofício. guintes: primeira da quaresma, primeira de pentecostes, ter-
261. 2. Ofício. A féria menor não tem I vésperas, principia, ceira de setembro e terceira de dezembro; nestas semanas
portanto, pelas matinas e termina com as vésperas e com- há jejum.
pletas do dia. 2. Origem. Influíram provavelmente vários elementos.
Precede um simplex, as vésperas são da féria respecti- Conforme uns autores as quatro têmporas são o vestígio da
va, porquanto o simplex não tem II vésperas. Segue-se urna antiga semana cristã com 3 dias de jejum; conforme outros,

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126 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 127

foram instituidas para santificar o início das 4 estações do pre a chamada lectio de camino ignis do profeta Daniel. A sua signi-
ficação é profunda. Como os três jovens passaram pela prova do
ano. Mais provável é que sejam resultado de várias reflexões. fogo, assim os candidatos ao sacerdócio devem passar pelas provas
a) A idéia de jejum algumas vêzes por ano acha-se na exigidas pela Igreja, conforme a lei apostólica: Probentur primam
escritura sagrada do antigo testamento. Estes textos são ci- et sic ministrent. (1 Tim 3, 10; Durando VI, c. 10, n. 3.) Depoi s .

dela antigamente se realizavam tôdas as ordenações, ao passo que


tados nas lições dos sábados das têmporas de setembro. O hoje são distribuídas pelas várias lições.
profeta Zacarias (8, 19) menciona quatro épocas de jejum
para Israel. O papa Leão Magno (Sermo 92; 79; 12) ensina Artigo I. Ciclo de natal
que as têmporas fora da quaresma foram instituidas pelos
apóstolos. § 67. 0 ADVENTO
266. b) Foi em Roma que primeiro se celebravam as 3 268. 1. Prioridade dos ciclos. A formação do ano litúrgico
têmporas do verão, outono e inverno. O número 3 se explica teve início pelas festas de páscoa e pentecostes.
por certas festas pagas que ocorriam três vêzes por ano, Só mais tarde acrescentou-se o ciclo do natal, o qual
feriae sementinae (inverno), feriae messis (verão), feriae consideramos em primeiro lugar.
vindemiales (outono). As têmporas contrabalançavam os ex- 2. Natureza do ciclo do natal. O ciclo principia pelo ad-
cessos dos idólatras. Assim se explica o fato, um tanto es- vento (= vinda), que abrange 4 semanas de preparação. As
tranho, de que o Oriente não conhece as têmporas. O Liber festas centrais dêste ciclo são o dia de natal de N. S. Jesus
Pontificalis diz que o papa Calisto (t 233) instituiu estas Cristo e a epifania. A epifania é mais antiga e liturgicamente
3 têmporas. superior (2i. ordinis), o natal, porém, (3i. ordinis) tem a
c) S. Leão Magno menciona pela primeira vez as quatro prioridade nos mistérios do Redentor e dá o nome ao ciclo.
têmporas relacionando-as com as 4 estações do ano. Deviam Objeto dêste ciclo é a aparição de Cristo na gruta, na cir-
ser santificadas pelo jejum. cuncisão, perante os magos, perante os discípulos em Caná , .

(I ) O papa (iielásio (t 496) acrescentou as ordenações perante o povo no Jordão, perante Simeão no templo, perante
sacerdotais que ainda hoje se fazem nestes dias. (Cân. os doutores (Dom. inf. oct. Ep.)
1006, § 2.) De Roma, as têmporas se propagaram para tô- 269. 3. História do advento. Na Espanha, já o sínodo de
das as igrejas de rito romano. A sua época só foi fixada por Saragossa (380) prescreveu 3 semanas de preparação para
Urbano II (1095). a epifania, em que se celebrava outrora o natal de Cristo.
Como foi costume antigo cristão jejuar antes das ordenações (At 13, Em Tours, o bispo Perpétuo (t 491) ordenou 6 semanas de
2), a Igreja, guardando este costume, conferia as ordens nos dias de je-
jum. Segundo Durandus (II c. 1 n. 34) as quatro têmporas são as pri- preparação para o natal em 25 de dezembro. Em Roma,
micias do tempo, porque representam cada vez o inicio de uma nova o advento é mencionado no Gelasiano (fins do século V).
estação do ano. Os clérigos são as primicias do povo cristão, porquanto
estão em lugar dos levitas, os quais Deus reservou para si em troca dos Os domingos do advento foram por muito tempo em alguns
filhos primogênitos de cada família. Por isso convém, que as primicias
do povo cristão sejam consagradas a Deus junto com as primícias do lugares 5, ainda hoje no rito ambrosiano são 6, em Roma
tempo, as quatro têmporas.
4 desde o V século. O rito grego não conhece o advento,
267. 3. A Liturgia das têmporas tem na quarta-feira duas mas sim um jejum de 40 dias.
epístolas. A razão histórica é o antigo costume romano e de O advento começa no domingo próximo à festa de Santo André. (30
outras Liturgias de ler duas lições antes do evangelho. de nov.) Se a festa ocorre na primeira metade da semana, o advento co-
meça na festa ou no domingo precedente, do contrário, no seguinte.
Beletho (c. 90) e Durando (VI, c. 8 n. 2) explicam as duas lições com A razão mística porque Santo André introduz o ano eclesiástico é o
a antiga regra de que, no sábado depois de urna quarta-feira com duas li- seu empenho de conduzir seu irmão Pedro a Nosso Senhor.
ções na missa, se podem ordenar sacerdotes, e isto seis vezes por ano. A razão natural é o cálculo das 4 semanas do advento. Pois êste
Na quarta-feira os candidatos eram examinados e por isso na missa se não pode começar em 26 de novembro, porque seriam mais que 4 sema-
acrescentava uma lição relativa ao sacerdócio, para significar que os or- nas (29 dias), nem em 4 de dezembro, porque seriam menos que 4 se-
denandos devem ser versados no antigo e novo tesatmento para poder manas até a festa de Natal. Só o dia 30 de novembro regula o cálculo
Instruir o povo. litúrgico entre 27-11 e 3-12.
Nos sábados das têmporas se lêem seis lições, mas provavel- 270. 4. Caráter do advento. 1) E' o tempo da preparação
mente antes eram doze, como ainda no sábado santo, por causa do
escrutínio dos catecúmenos antes do batismo. A quinta lição é sem- para o aniversário da vinda do Salvador, causa de novas gra-

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128 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 129

ças. Pois só a esta se pode aplicar o invitatório nas véspe-


ras de 24 de dezembro: Hodie scietis, guia veniet Dominus 272. 5. 0 advento é símbolo do tempo antes do nascimento
et mane videbitis gloriam ejus, repetido várias vêzes; a an -. de Jesus Cristo. Os suspiros: Rorate, ca?li, desuper et nubes
tífona: Crastina die delebitur iniquitas terra?; em 21 de de= pluant Iustum (Is 45, 8) e numerosas aspirações distribuídas
zembro, a antifona: Quinta die veniet ad vos Dominus. por Was as partes do ofício e da missa claramente o provam.
Esta idéia manifesta da vinda do Redentor inspira tôda a Li-
6. 0 uso do presépio, antigamente muito espalhado no
turgia do advento. No 1.0 domingo do advento, o Senhor está lon- Brasil, merece ser preferido ao da árvore de natal, que é or-
ge. A antifona das primeiras vésperas é: Nomen Domini venit de nada também pelos incrédulos e pagãos modernos.
longínquo; Aspiciens a longe (1.° Resp.); Prope est regnum Dei.
(Evang.) 7. Entre os sinais de alegria deve-se contar o culto es-
No 2.° domingo: O desejo da Igreja é mais ardente, quase pecial da SS. Virgem, devido a ela como mãe do Menino
impaciente: Jerusalem, cito veniet salas tua, quare mcerore consu- Deus. Nos responsórios e antífonas é ela muitas vêzes men-
meris. (1.° Resp.) Tu es, qui venturas es. (Evang.)
No 3. domingo Gaudete: Prope est iam Dominus. (Invit.) Ale- cionada; a oração de Beata está prescrita como comemoração
comum, e em muitos lugares cantam-se as missas: Rorate.
0

grai-vos. Pois o Senhor já está perto. Gaudete, Dominus enim prope


est. (Capit.) Medias vestrum stetit. (Evang.) Durante o tempo do advento ocorrem duas festas solenes
` No 4.° domingo: Pulchriores sunt oculi eius vino et dentes eius
lacte candidiores (2.° Resp.); Videbit omnis caro salutare Dei. com suas oitavas.
(Evang.) Depois os textos do dia 21-24 de dezembro. 273. a. Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, em honra
271. 2) 0 advento é o tempo de preparação para a segun- de Maria, concebida sem pecado.
Os primeiros vestígios desta festa encontram-se no Oriente em
da vinda de Jesus Cristo como muitos textos o provam, mas meados do século VIII, no Ocidente no século IX; em Nápoles, na
só em segundo lugar. Os hinos nas matinas, laudes e véspe- Inglaterra pelo ano 1100 já se encontra com o nome de "Conceição
da B. V. Maria". Espalhou-se rapidamente. Sixto V, O. F. M. a
ras mencionam primeiro o nascimento de Jesus, em segundo introduziu no calendário romano, Clemente IX (t 1670) acrescen-
lugar o último juízo, do mesmo modo a oração da vigília. tou a oitava, Pio IX com imenso júbilo de todos os fiéis definiu
em 1854 o dogma da Imaculada Conceição e elevou a festa a dia
3) Na Liturgia se encontram continuamente os dois ele- santo de guarda.
mentos: da penitência e da alegria.
274. b. Nossa Senhora de Guadalupe, no México, padroeira
a) Os sinais de penitência: no ofício do tempo, não se da América Latina, a 12 de dezembro; antigamente a 26 de
canta Te Deum; rezam-se as preces feriais; missa sem Gló- fevereiro.
ria com paramentos roxos, sem órgão, ornato simples do Em 1531 Maria SS. apareceu a um índio mexicano, João Diogo,
altar; o diácono e o subdiácono não usam dalmática nem tu- e o encarregou de pedir ao bispo que mandasse construir um san-
tuário em honra dela. Como o prelado desejasse uma prova da ve-
nicela (vestimenta la?titice; Pontif.); em lugar delas se usa racidade da mensagem, Maria Santíssima apareceu a Diogo outra
o estolão para o diácono nas igrejas maiores e as igrejas pa- vez, entregando-lhe rosas lindissimas, apesar do inverno, tempo
em que não havia flores. Na capa, em que as levou ao bispo, apa-
roquiais, quanto a êste efeito, são igrejas maiores (d. 3352 receu pintada a imagem da Mãe de Deus tal qual Diogo a tinha
ad 7) ; nas outras o diácono e subdiácono vestem só alva, visto. Foi prova suficiente para se reconhecer que a mensagem era
estola e manípulo. (Miss. rubr. XIX, 6, 7.) genuína. Erigiu-se uni templo magnífico.
b) Os sinais de alegria são: sempre aleluia; o vivo de- § 68. FESTA DO NATAL
sejo do Redentor nas antífonas ad laudes nos domingos e De beleza e encanto admirável são as festas da igreja e
na última semana; as antífonas O ad vésperas; no domingo merecem ser tratadas com esmerado cuidado. Com razão diz
Gaudete, em que os paramentos podem ser côr de rosa, é S. João Crisóstomo (In s. bapt. Salvat. MG 49 p. 365) : "Mui-
permitido o órgão e o uso da dalmática e da tunicela. tos celebram as festas e conhecem os seus nomes, mas ig-
4) As regras litúrgicas mencionadas obrigam só nas fun- noram a sua origem histórica e ocasional. Merece isto a cen-
ções litúrgicas do tempo, não obrigam porém nem nas festas sura de proceder muito vergonhoso e ridículo."
1. 0 centro do ciclo do natal é a festa do nascimento
nem nas funções extra-litúrgicas, p. ex., devoções e bênção.
de N. S. Jesus Cristo junto com a epifania, na qual antiga-
Curso de Liturgia — 9

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130 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 131

mente, por algum tempo, foi comemorado o dia natalício do


Deve-se respeitar a habilidade de combinação do autor. Mas
Redentor.
não se entende como uma idéia artificial possa produzir uma
275. Nenhuma festa do natal era conhecida nos 3 primeiros lesta litúrgica. Nem a base é sólida.
séculos. Concluímos êste fato do silêncio dos escritores da-
queles tempos, que, enumerando os dias da festa, mencionam 277. c) A explicação histórica. Foi indicada já por Petavius
só o domingo, a páscoa e o pentecostes, p. ex., Tertuliano (t 1652), e é sentença comum. Consiste na substituição da
e Orígenes. Este último até afirma que somente os ímpios, festa pagã do sol natural pela festa cristã do Sol divino,
como os Faraós e Herodes, celebravam o dia do seu nasci- Jesus Cristo.
mento. O concílio de Nicéia não faz menção da festa do A base certa desta explicação é a festa pagã do sol in-
natal. Eusébio também não fala dela. Arnóbio (pela volta vencível (solis invicti). Atesta-nos esta festa: a) o calendário
de 300, Advers. gentes I c. 34; ML 5 p. 758) ria-se dos pa- de Filócalo do ano 354 com a rubrica: "VIII Kal. Jan.
gãos, porque celebravam o nascimento dos deuses. Em tal N (atalis) invicti (Solis)." b) o calendário do astrólogo
atmosfera a festa do natal era impossível. Antioco do ano c. 200; c) as festas celebradas no fim do
2. Pela primeira vez é mencionada no dia 25 de de- ano pelo imperador Juliano em honra do Sol invictos. d)
zembro no ano de 354 em Roma, no catálogo das festas, cha- desta festa fala S. Agostinho (s. 190 in Nat. D.), mui pro-
mado: Depositio Martyrum, com a rubrica "VIII Kal. Ianua- vavelmente, dizendo: "Celebremos êste dia não como os in-
rü natus Christus in Betleem ludem." Mas, há razões sufi- fiéis por causa dêste sol, mas por causa daquele que fêz
cientes para supor que já no ano de 336 a festa foi cele- êste sol."
brada neste dia. De Roma ela se estendeu rapidamente pela 278. Esta festa pagã, dedicada a Mitras, deus benfazejo, deus da
luz, foi substituída pela festa cristã do natal de Nosso Senhor. Con-
Itália, região de Antioquia, Capadócia, Constantinopla, Je- forme a lenda pagã êste deus da luz, sol invictos, nasceu à meia
rusalém, Egito e Armênia. noite de 24 para 25 de dezembro, saindo de uma pedra. Foi ado-
rado pelos pastôres (circunstância provavelmente tirada do sto. evan-
276. 3. A data de 25 de dezembro não é o dia natalício de gelho). Adulto, venceu o touro inimigo, e, por causa disto, era o
Jesus Cristo, como todos o admitem. Clemente de Alexandria deus preferido pelos soldados (Dict. Arch. Mitras) e celebrado prin-
cipalmente pelos imperadores no fim do século III. O próprio Cons-
(Strom. I, 145) refere que uns o celebravam no dia 19 ou tantino, ainda pagão, mandou cunhar uma moeda com a inscrição:
20 de abril, outros em 20 de maio; outros preferiam o dia Soli invicto comiti (Pauly, Mitras), indicando que os imperadores
28 de março ou a festa da epifania. Em Roma foi fixado se consideravam como deuses. 0 culto de Mitras era geral em todo
o império romano desde a Inglaterra até à África e à Pérsia, como
para o dia 25 de dezembro. Quais fôssem as razões de es- provam os numerosos santuários de Mitras encontrados nas excava-
colher êste dia, não as sabemos. ções. 0 progresso do cristianismo, o seu triunfo sob o domínio de
a) Explicação levítica. Alguns autores quiseram apro- . um imperador cristão era incompatível com o sincretismo cultivado
por muitas pessoas até então. Urgia uma decisão. Abolir a festa
veitar o s. evangelho, Lc 1, 5. 8. Ali se diz que Zacarias er a. do sot invictos, que era festa do imperador, era impossível.
da tribo de. Abia. As 24 tribos revezavam-se no serviço do Portanto, os cristãos a transformaram numa festa litérgica,
templo numa ordem constante. Partindo, portanto, ou do método êste que foi também aplicado em outras festas. Ficaram com
o dia, eliminaram 'o Mitras e consagraram a festa ao nascimento
princípio do serviço sacerdotal no novo templo ou do fin' de Nosso Senhor, no qual se verificam eminentemente tildas as qua-
na destruição de Jerusalém e atribuindo á tribo Joiaribe, por lidades atraentes, que os pagãos atribuíam ao seu ídolo Mitras.
certas razões, o primeiro lugar, calcula-se o tempo do nas- Pois ,Jesus Cristo é a verdadeira luz dos crentes, o Sol de justiça,
nasceu da Virgem e foi adorado pelos pastôres.
cimento de Nosso Senhor. Mas em vão. Pois todo o cálculo
279. Também contribuiu para esta substituição a figura do peque-
carece de fundamentos sólidos. no Mitras. Um altar pagão achado recentemente em Treves repre-
b) A explicação simbólica. Foi outrora opinião que Nos- senta o nascimento dêste deus da luz. E' surpreendente a sua se-
so Senhor morreu no dia 25 de março. Conforme o simbo- melhança com o Menino Jesus, como se vê pela comparação da
figura de Mitras com o do Menino Jesus, obra moderna. Tôdas es-
lismo dos números deveria também ser concebido no dia 25 tas circunstâncias lembravam ò Menino Deus. As autoridades acha-
de março e por conseguinte nascer no dia 25 de dezembro. ram nisto um estímulo para proceder à mudança, os cristãos, con-
vertidos do paganismo, não tinham dificuldade em aceitá-la. Pois

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133
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro
132 R e u s, Curso de Liturgia

o dia 25 de dezembro conservava-se para o nascimento de Deus, não


já de um Deus imaginário, mas do Deus vivo. Assim o dia 25
de dezembro não só não perdeu nada do seu brilho, mas foi en-
riquecido com nova glória. (Holzmeister, Cronologia, p. 39.)
A festa cristã foi o golpe de morte para Mitras, cujo culto de-
caiu rapidamente, e um novo triunfo do Menino Jesus, tão combatido
pelos idólatras de Mitras. O mérito desta reforma cabe ao papa
Silvestre (314-335). Pois com boa razão se afirma que a festa do
natal já existia no ano de 336. (Dict. d'arch. XII p. 912.) Júlio
I reinou de 337-352. Por conseguinte não foi êle que introduziu
esta festa, mas Silvestre, homem enérgico e reformador da Liturgia.
A lenda de Mitras tem o seu fundamento no solstício do
inverno, a partir do qual o sol outra vez se levanta no he-
misfério do norte. Chamar isto nascimento também é con-
forme ao nosso modo de falar: nasce o sol todos os dias. O nascimento do Mitras de uma Para comparação:
pedra. A sua figura infantil lem- O Menino Deus: arte moderna.
280. 4. Privilégios. 1) A recitação solene do martirológio. bra o Divino Infante. Restaurado.
2) As três missas já em uso antes do século VI. Têm elas
a sua origem em circunstâncias locais de Roma (Braun s. v.)
e simbolizam, conforme explicação posterior, o nascimento de
Jesus Cristo do Pai, o seu nascimento temporal da Mãe, o
nascimento místico nas almas. Por causa das 3 missas (Li-
turgias) o dia do natal é dia polilitúrgico.
A primeira missa (a "missa do galo" porque é rezada
quando o galo canta pela primeira vez) não pode começar
antes de meia-noite. Deve ser missa paroquial (cân. 821, §
2), portanto não privada, mas celebrada com assistência dos
paroquianos. Nas casas religiosas e pias, um sacerdote pode
dizer as três missas (1. c. 3) com as portas abertas a pessoas
estranhas, segundo a interpretação de vários autores. (REB,
1942, p. 1002.) Durante (intra missam) tôdas as missas se
pode distribuir a comunhão. (C. B. 224; Pont. C. Cod.
16.III.36.)
A segunda missa antigamente era rezada na igreja de
S. Anastácia. Pio V a substituiu por uma missa em honra de
Jesus Cristo, mas prescreveu a comemoração da santa.
O sacerdote que diz só uma missa, tome a primeira, se
celebra de noite; a segunda, se de manhã; a terceira, se de-
pois de nascer do sol. (d. 3354.)
A missa do galo foi introduzida provavelmente para
Custódia do Segundo Con-
igualar a festa de natal à solenidade da páscoa com vigília Altar de Mitras achado em Treves. gresso Eucarístico Nacio-
A mão direita do menino toca no nal, em Minas Gerais: de
e missa noturna. Talvez influísse o costume de Jerusalém. zodíaco. A esquerda sustenta o prata dourada, de 2 m 8 cm
globo terrestre, que êle deve de altura.
Não remontará além do séc. IV. iluminar.

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134 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 135

O dia 31 de dezembro é consagrado ao papa S. S ilvestre, pro-


vavelmente porque prescreveu o dia 25 de dezembro para a festa de
natal e mereceu assim ser comemorado durante a oitava. Mas a
sua festa não é feriada, porque a aplicação da missa pelo povo não
loi prescrita pela Igreja em honra de S. Silvestre, mas em agrade-
cimento dos benefícios recebidos durante o ano que finda.
282. 2. A festa dos Inocentes tem caráter de luto, indicado
pelos paramentos roxos, porque não entraram no céu e sim
no limbo. Mas já Durandus rejeita esta explicação. (VII,
e. 42, n. 11.) Adverte que S. João Batista também não en-
trou logo na glória e, contudo, a festa dêle tem côr branca,
Gloria e Te Deram. Por conseguinte, à razão verdadeira deve
ser outra. E' o luto das mães aflitas. "Vox in Rama audita
est, ploratus et ululatus multus" (Evangelho do dia). No
oitavo dia, porém, ou se cair no domingo ou fôr do rito de
primeira classe, a festa é celebrada com os sinais de alegria
CAPELA DE N. S. DA PIEDADE, e côr vermelha. Pois o domingo é dia de ressurreição e o nú-
EM P®RTO ALEGRA
Arte moderna: as linhas conver- niero oito símbolo da perfeição, obtida pela glorificação ce-
gentes e fechadas em cima querem
prender o olhar e dirigi-lo para lestial e a futura ressurreição. (Beletho c. 70.)
'

o Altar e o SS. Sacramento.


283. 3. A circuncisão de Nosso Senhor, a 1.° de janeiro. No
oitavo dia depois do nascimento, o Menino Deus foi circurn-
§ 69. A OITAVA DO NATAL, cidado. A festa encontra-se primeiro na Gália (567), na
281. 1. A oitava do natal admite a celebração de festas de Espanha, no séc. VII, em Roma, não antes do séc. IX, sendo
santos: de S. Estêvão, S. João Evangelista, Ss. Inocentes, S. celebrado só o oitavo dia de natal.
Tomás Becket, S. Silvestre. Fora de S. Tomás (I- 1170) ne- Foi irrtroduida: 1) contra os abusos dos saturnais, festas licen-
nhum é celebrado no dia histórico da sua morte. As festas, ciosas pagãs. E' mencionada no sínodo de Tours (567) ; 2) para
santificar o comêço do ano civil por uma festa cristã, substituindo-se
porém, são antigas: as de S. Estêvão e S. João do séc. IV, o ídolo Jano (fama), deus da entrada do novo ano, por Jesus Cristo,
a dos Inocentes do séc. V, a de S. Silvestre ao menos do a única "porta" (ianua) da felicidade; 3) para encerrar a oitava
séc. VII, talvez mesmo do séc. V ou IV. de natal; 4) para honrar a Maria Santissima, dever de gratidão, por-
que nos deu o Redentor do mundo. Das Liturgias orientais, a grega,
As razões por que a éstes santos foram reservados os dias ime- siríaca e jacobitica logo no dia 26 de dez. celebram a festa de Nos-
diatos ao natal de Cristo, eram, como parece, litúrgicas. A festa do sa Senhora. (Nilles, Kal. man. 1, 366; 466; II, 700; Stim. d. Z.
natal é o inicio e o fundamento das outras festas solenes, diz S. João 1904, p. 554.) No calendário romano ainda no séc. XII, além da mis-
Crisóstomo. Por isso pareceu conveniente que fôsse destacada por sa da oitava, neste dia havia uma em honra da Mãe de Deus. (Be-
uma coroa de santos, dos mais célebres, dignos representantes da letho, c. 71.) Está é a razão por que o ofício atual se compõe de
Igreja. Realmente, S. Gregório Nisseno (t 394) contemporâneo da elementos das festas da oitava, da circuncisão e de Maria Santíssima.
introdução da festa do natal a 25 de dezembro no Oriente, mencio- Na circuncisão o Menino recebeu o nome. Por isso, a festa do
na no dia 26 S. Estêvão, a 27 S. Pedro, João e Tiago, como repre- SS. Nome de Jesus, concedida em 1530 aos Franciscanos e prescrita
sentantes de todos os apóstolos, a 28 S. Paulo, logo os mais in- em 1721 para a Igreja universal, celebra-se no domingo que cai no
signes santos da primitiva igreja. As únicas testemunhas da antiga dia 2, 3 ou 4 de janeiro, conforme as rubricas.
série são S. João e S. Estêvão, talvez, diz Beletho (c. 70), porque
nestes dias foi consagrada urna igreja em honra dêles. Durandus (VII, § 70. A FESTA DA EPIFANIA
c. 42, n. 2) aduz razões místicas. Seguindo a S. Bernardo, chama a
S. Estêvão, S. João e aos Ss. Inocentes companheiros de Cristo. O 284. 1. A epifania (apparitio; Dia de Reis) é urna festa
divino Redentor, diz êle, quer ser acompanhado de mártires de tôda
espécie: um mártir de desejo, S. João; outros só de fato, os Ino- coletiva dos três milagres: "hoje a estrêla conduziu os magos
centes; quia non loquendo, sed moriendo Christum confessi stint ao presépio, hoje nas bodas a água se tornou vinho, hoje
(Brev.); e um mártir de desejo e de fato: S. Estêvão. Cristo quis ser batizado por João no Jordão para nos salvar."

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136 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro137

(Ant. de Magnif.) Jesus, portanto, apareceu como Deus aos nõmeno astronômico da precessãq do sol. O ponto equinocial se muda
devagar continuamente. Em Alexandria atenderam na mudança e celebra-
magos pagãos, aos apóstolos em Caná e ao povo israelita vam o nascimento do aion no dia 25 de dezembro. Nos outros lugares não
sabiam nada da mudança do equinócio e continuavam a festejar o dia
no Jordão. 6 de janeiro, ou melhor a noite de 5 para 6 de janeiro. Havia portanto
no dia 6 de janeiro uma festa pagã do nascimento de um deus, cujo nome
2. No Oriente. Epifania era a festa do nascimento de variava: Aion, Dionisio, Osiris, Dusares. Para contrabalançar esta festa
pagã os cristãos do Oriente celebravam a festa do Natal de Jesus Cristo,
Jesus Cristo, mas só depois do ano 300 (Holzmeister, p_ 40), ass só depois do ano 300 mais ou menos. Quando em Roma a festa do
natal foi fixada para o dia 25 de dezembro e a data romana era ob-
e do seu batismo. Depois foi acrescentado o milagre de Caná. servada também no Oriente, para a festa da epifania restou do mistério
No Ocidente também se comemorava neste dia o nascimento de Belém só a adoração dos magos, e com êles a vocação dos gentios
para o reino do Messias.
do Redentor, ao menos em um ou outro lugar, não em Roma. b) As bodas de Caná. No dia 5 para 6 de janeiro, conforme Epifânio
relata, o povo pagão em muitos lugares celebrava a festa do nascimento
As palavras do prefácio e do communicantes da epifania: in do deus Dionisio. Era crença geral que neste dia a água tirada de fon-
tes se transformava em vinho. Os sacerdotes pagãos por maquinismos ar-
substantia nostrce mortalitatis apparuit ou corporalis apparuit, Iificiais sabiam imitar tais transformações. Em várias igrejas do Oriente,
não provam que em Roma a epifania era a festa do nasci- os fiéis neste dia tiravam água de poços e fontes, e mais tarde de rios,
atribuindo-lhe fórças milagrosas, conservando os costumes populares e su-
mento de Jesus Cristo, nem pela suposta antiguidade, por gestionados pelos pagãos. Para sobrepujar a festa pagã, aproveitar a idéia
da água feita vinho e desviar a fantasia popular dos ídolos para o Reden-
serem relativamente recentes, nem pela prioridade da com- tor, a igreja celebrou o milagre histórico de Caná, em que se tirou água
(le uma fonte e se converteu em vinho. Assim se explica o segundo ele-
posição, por serem em parte tomadas da festa do natal e su- mento da Epifania.
porem a existência desta festa. (LThK X, 777.) Mas, desde c) Batismo de Cristo no Jordão. A Epifania, celebrada no dia 6 de
Janeiro era a festa da aparição de Jesus Cristo ein carne pelo nascimento
que o dia 25 de dezembro foi admitido como dia fixo do corporal. Mas esta palavra significa também a aparição na glória, como
aquela no batismo do Jordão, em que Cle revelou o seu nascimento eter-
natal, o objeto principal da epifania é a adoração do Menino no do Pai celeste. A idéia da água e do rio por outros motivos também
no ligara a esta festa. Os basilidianos celebravam neste dia exclusiva-
Deus pelos magos e a vocação dos pagãos á Igreja. O dia mente o batismo no Jordão. E assim se explica o terceiro mistério da
da festa é a data de 6 de janeiro, tanto no Oriente como no resta cristã da Epifania.
Em Jerusalém se explicava a reunião dos dois mistérios do nasci-
Ocidente. Tem o seu fundamento na tradição dos basilidia- mento e do batismo de Jesus Cristo no mesmo dia, pelas palavras da sa-
orada escritura, que no momento do batismo o Redentor "começou a en-
nos, seita gnóstica do princípio do II século. Que esta tra- trar no seu 30." ano de idade" (Lc 3, 23); celebrou portanto aproxima-
damente o aniversário do seu nascimento. (Diet. d'arch. V p. 199.)
dição mereça tôda a confiança, não é certo. .Ao menos tôda Qual dêstes três elementos foi o primeiro a ocasionar a festa não é
a Igreja grega aceitou-a como verdadeira. (Holzmeister, certo. Provavelmente foi o batismo, corno parece constar pelo uso dos
basilidianos. O segundo elemento foi o nascimento de Cristo; o qual substi-
Chron., p. 104.) A vigília aparece pelos fins tio século VII, I utu o nascimento de Aion. O terceiro elemento foi a adoração dos ma-
Itos, ocasionada pela fixação do natal para o dia 25 de dezembro na igreja
a oitava no século VIII. romana. (Stimm d. Z. 1939, p. 207-225.)
Epifania era um têrmo conhecido entre os pagãos e si-
285. 3. Por que se omite nas Matinas: Domine, labia mea,
gnificava a aparição do deus Apolo. Como têrmo cristão
o invitatório e o hino e se começa logo pelo salmo do 1.°
, (Diet. d'Arch. V, 199), epifania (ta epifania, neutr. pl.) é
Nlotlirno? Durandus (VI c. 16, n.° 8-9) responde que em al-
têrmo técnico e significa na teologia grega a incarnação do gumas igrejas se tem êste costume, para indicar a prontidão,
Filho de Deus, junto com o nascimento.
com que os pagãos vieram, quando a estrêla apareceu. O in-
A comemoração dos três mistérios da festa: adoração
vitatório não se diz, porque os pagãos não foram convida-
dos magos, bodas de Cana e o batismo de Jesus Cristo tal-
dos por um profeta falante, mas por uma estrêla aluda, en-
,
vez seria ocasionada por costumes e festas dos pagãos, entre vergonhando os que ouvem pregadores e são vagarosos para
os quais os cristãos viviam. Celebravam-se neste dia. Mas a
crer e adorar Nosso Senhor.
comemoração cristã não é cópia delas nem tem a mesma
raiz que elas. Esta interpretação é mística. A razão histórica parece
a) Adoração dos magos. Está em relação com a festa do nascimento ser o costume antigo de que fala Amalário de Metz: "nostra
de Jesus Cristo. A festa do natal no Oriente provavelmente está ocasio-
nada pela festa pagã do equinócio do inverno, na qual os pagãos celebravam regio in pr es senti officio solita est unum omittere de consue-
o nascimento do dens pagão Mon (sol), já multo tempo antes de Cristo.
Disso nos fala Epifánio (séc. IV) dizendo que em a noite de 5 para 6
Io more id est invitatórium. Invitatorius est psalmus Venite
de janeiro, segundo o calendário juliano, os pagãos levavam uma criança
pelo interior do templo com a exclamação: "a virgem deu à luz o aion."
exultemos Domino." (ML 105 c. 21 p. 1275.) Omitir no iní-
Um outro escritor posterior (cuja notícia foi confirmada, Diet. d'Arch. cio o sl. Venite é antigo costume galicano e remonta com a
XII, p. 912) diz que isto se fazia no dia 24 para 25 de dezembro e que se
gritava: "cresce a luz". A solução da diferença das duas datas está no fe- li turgia galicana até ao séc. V ou IV.

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138 R e u s, Curso de Liturgia L Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro139

A antiguidade dêste costume é comprovada: a) pelo modo an- 287. 5. Desde 1921, a festa da Sagrada Família, instituída
tigo da construção do oficio, prescrevendo os sl. 94, 95, 96 com nú- pnr Leão XIII, foi prescrita para o domingo 'na oitava da
meros seguidos; b) pelas diferentes traduções do sl. Venite, usadas
uma por S. Bento no início do ofício, outra no terceiro noturno an- epifania. A festa tem importância muito atual por ser a f a.-
tes de S. Bento tomada do saltério galicano; c) pela colocação do niília cristã ameaçada de ruiva pelo bolchevismo.
sl. Venite no início do ofício, só- prescrita por S. Bento e não an-
tes; d) pela forma do ofício da oitava com o sl. Venite no início,
introduzido no século VIII; e) pelo teor do invitatório festivo do § 71. PURIFICAÇÃO DE MARIA SS.
ofício do dia 6 de janeiro: Venite adoremus eum guia ipse est Do-
minus Deus nosier próprio para uma festa em que se veneram os 288. 1. 40 dias depois do natal, em 2 de fevereiro, cele-
dois mistérios do natal e da epifania, como existia na Gália no séc. bra-se a festa da purificação de Maria. (Nossa Senhora das
IV, ao passo que nos ofícios posteriores se distinguem as duas fes- Candeias, da Luz, lumen gentium, dos Navegantes stella ma-
tas: Christus natus est nobis; Christus apparuit nobis. O oficio do
dia 6 de janeiro é o único de estrutura antiga conservado na Igreja. ris, da Candelária.) E' festa do Senhor por ser a comemo-
O invitatório é próprio déle e guarda ainda o nome: "antífona", de ração da apresentação do Menino Jesus no templo, de en-
'Ih que fala S. Bento na sua regra, usando "antífona" em lugar de contro corn o santo velho Simeão. (Occursus Domini, ypa-
invitatório!
O sl. 94 com o invitatório era cantado no terceiro noturno provavel- panté.) Os seus primeiros vestígios remontam até ao IV sé-
mente por causa do povo, que na festa da epifania assistia ao ofício no- culo. Em Jerusalém foi festa solenissima, igual à páscoa, com
turno (Ordo rom. XI; ML 78 p. 1035), mas só do terceiro noturno em dian-
te. Assim o sl. 94 servia de convite solene ao povo para tomar parte nas procissão, sermão e missa (Etéria). Em Constantinopla foi
funções sagradas. Semelhante costume se conserva até hoje na festa de
natal nas regiões de influência galicana. Canta-se o "Venite exsultemus" introduzida antes de 518, em Roma, no século VI-VII.
e o terceiro noturno e segue-se a missa de galo. Ern algumas regiões na
epifania o sl. "Venite" não se rezava no 7. 0 lugar no início do terceiro no- 2. Em Roma a procissão substituiu uma procissão pagã
turno, mas no fim do segundo, no 8.. lugar. (Beletho c. 73.) E' posição
incompreensível para um salmo tão solene de convite, mas muito natural de lustração: amburbale (in ambitu urbis), um fato, que an-
considerando a entrada sucessiva do povo na igreja no fim do segundo I igos autores afirmam. "Quam solemnitatem transtulimus in
noturno, a fim de assistir ao terceiro noturno e às demais funções. O
salmo de convite satisfaz neste caso perfeitamente ao seu fim. llr,norem Beata Virginis." (Serm. Corb. X séc.) Mais recen-
O número dos magos nos antigos autores varia entre 3 It é a distribuição das velas. A procissão fazia-se antiga-
e 12. Mas desde Leão Magno o número 3 é tradicional. Os mente com paramentos pretos, agora com paramentos roxos,
nomes aparecem no séc. XI e são pura invenção. r não se transfere para outro dia caso a festa da purifi-
,

286. 4. Funções especiais da epifania são a publicação so- cação deva ser celebrada mais tarde.
lene das festas móveis, prescrita no Crer. Episcoporum e an- A razão mais profunda da introdução desta festa é provavelmen-
te um antigo costume romano baseado nos Sentimentos de piedade
tigamente necessária por causa da dificuldade de calcular á e uiêdo. Pois sendo fevereiro o último mês de então estava consa-
data da páscoa; e algumas bênçãos de água (lembrança do grado ao culto dos mortos com a festa de parentalia. (Pauly VI,
batismo), de ouro, incenso, mirra e giz, e a incensação das 2056 sq.) Portanto honravam os mortos, mas também como autores
de males os temiam. Para se defender contra os males, a morte e
casas. o influxo de poderes invisíveis, as doenças, mormente a peste, a
Os párocos todos os anos na festa da epifania anunciem esterilidade (Geiásio I, 492-496; ep. contra Androm. ML 59, p. 110),
ao povo as festas móveis segundo a fórmula publicada na irra preciso purificar-se. Por ser êste mês destinado à purificação,
foi chamado februarius, nome êste derivado de februare, que signi-
folhinha brasileira. (C. B. n. 360 § 1.) fica purificar. A purificação se fazia todos os anos nos lupercalia
Nesta mesma festa ou em outra determinada pelo ordi- nu dia 15 de fevereiro e no amburbalia, no princípio dêste mês. Nos
nário do lugar, os curas d'almas, depois do sermão sôbre a lapercalia os sacerdotes pagãos e outros indivíduos passavam pela
cidade batendo nas pessoas com quem se encontravam, homens e
fidelidade em guardar o grande dom da fé, recitem junto mulheres para expelir o "mal". Nos amburbalia os participantes (Pau-
com o povo em língua vulgar o símbolo apostólico e renovem ly, I, p. 1817) levavam fachos ardentes, aproveitando o poder puri-
Iicador do fogo e da luz. No fundo o dia da purificação foi uma
os votos batismais. Todos os domingos e nas outras festas lesta sanitária popular da primavera. (Cf. n. 101.)
de guarda, antes da missa poraquial Ou antes da catequese Quando os cristãos começaram a celebrar o natal.de Jesus Cristo,
dos adultos, recitem junto com o povo com voz clara e dis- I) costume pagão da purificação devia chamar a sua atenção para a
purificação da ilibada Mãe de Deus, êste mistério tão simpático, que
tinta os atos de fé, esperança e caridade e de contrição. coincidiu com a festa pagã e era muito própria para substituí-la.
(C. B. n. 472.) l'elebraram-na no dia 14, depois no dia 2 de fevereiro já que se cc-

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140 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro141

lebrava o natal no dia 6 de janeiro, ou 25 de dezembro. O costume


pagão romano facilmente se tornou conhecido no Oriente pelos mui- 5. Ao incenso diz-se a fórmula costumada: Ab illo be-
tos romanos que lá se achavam como magistrados, soldados ou ro- nedicaris, borrifa-se com as palavras: Asperges me Domine
meiros e podia assim ocasionar a festa da purificação. Para os cris- hyssopo et mundabor, lavabis me et super nivem dealbabor,
tãos o mal se condensou no demônio e no pecado, que se deve ex-
pulsar pela penitência. 'Este é o fundamento provável da procissão sent salmo nem Gloria Patri (Miss. et Rit.) A aspersão e a
da penitência em Roma. No Oriente a procissão tomou um caráter incensação em tôdas as circunstâncias semelhantes se fazem
festivo. A festa portanto parece ter subsituido uma festa pagã. Quan- (.nl forma de cruz, i. é, primeiro no meio, depois do lado
do se celebrou a festa da purificação de Maria Virgem no dia 2 de
fevereiro, o dia dos parentalia era livre para a festa de S. Pedro, da mão esquerda, e por fim da direita.
que substituiu esta festa pagã. (Cf. 438.)
6. No altar acendem-se mais de duas velas.
Na vida de S. Teodósio (see. VI) conta-se que no tempo do imperador
Marciano (450-457) a matrona romana Hiquélia deu a idéia de se levarem
na procissão do dia 2 de fevereiro velas acesas em comemoração das pala-
7. As funções solenes com D e S, conforme o missal e o
vras de Simeão: "luz para a iluminação dos gentios." (Stapper, Lit. p. ner. Ep., são obrigatórias nas igrejas catedrais, colegiadas,
300.) Esta notícia parece confirmar a explicação acima dada sôbre a ori-
gem da festa. Pois foi uma 'romana que teve a idéia das velas acesas, paroquiais ou filiais que têm o número suficiente de mi-
provavelmente porque tinha visto a mesma coisa em Roma. Gueranger cita nistros sacros. Nas igrejas paroquiais, onde êstes faltam,
em favor desta explicação (III, p. 519) Bento XIV, Menard, Rocca,
Henschenius. usa-se o cerimonial simples: com clérigos ou ajudantes. (d.
2970 ad 5; 4049 ad 1.) Valem estas disposições também
§ 72. A BÊNÇÃO DAS VELAS, DA CINZA
para o tríduo sacro da semana santa.
E DOS RAMOS EM GERAL
289. Observações. 291. 8. Para as igrejas não paroquiais, deve-se distinguir
entre as bênçãos e as funções da semana santa. As ditas bên-
1. Nestas três funções deve dar a bênção o mesmo sa- çãos são lícitas sem licenças especiais por tôda parte (d.
cerdote que celebra a missa (d. 2783 ad 2), com exceção 2123 ad 5), com cerimonial solene, se houver D e S (d.
do bispo. O cruciferário revestido de tunicela ou casula do- 3697 ad 17) ; do contrário, com cerimonial simples. As fun-
brada, conforme a cerimônia, deve ser diferente do subdiá- ções da semana santa com cerimonial solene pôde permiti-las
cono da missa, e deve levar a cruz no dia da Purificação, o bispo (e para as ordens religiosas provavelmente o su-
domingo de Ramos, quinta e sexta-feira santa. No dia de perior maior) sob duas condições: 1. que na igreja se con-
finados leva-o o subdiácono da missa. (d. 2642 ad 1.) serve o SS. Sacramento; 2. que as funções não coincidam
2. Paramentos: a) para o cel. amito, alva, cordão, es- com as funções paroquiais e assim os fiéis possam assistir
tola roxa (cruzada por cima da alva), pluvial roxo, se hou- as funções na matriz. (Ver n. 323, 5.)
ver (e não casula), sem manípulo (Rub. Miss. XIX, n. 4) ; As funções da semana santa com cerimonial simples nas
b) para o D e o S amito, alva, sem manípulo; para o diá- igrejas não paroquiais exigem um indulto da S. Congregação
cono estola roxa, sem dalmática nem tunicela, mas in eccle- dos Ritos. (d. 4049 ad 1.)
siis maioribus (p. ex., igrejas catedrais e colegiadas) planeta
plicata (i. e, uma casula com a extremidade dobrada na 9. 0 canto nas funções coin cerimonial simples é per-
parte anterior). nütido, de sorte que a paixão se possa ler e a parte depois
(Ie Munda cor cantar no tom do evangelho. (d. 4031 ad 2.)
3. 0 C conserva sempre as mãos juntas ao Dominus vo- A mesma liberdade se tem em outras partes das funções,
biscum, ©remus, orações, fazendo inclinação à cruz nas pa-
contanto que haja ao menos dois cantores aptos. (Mem. Rit.)
lavras que a exigem. Quando a rubrica o mandar, faz o si-
nal da cruz sôbre os objetos a benzer, pousando a mão es, § 73. A BÊNÇÃO DAS VELAS
querda sôbre o altar.
292. 1. Preparativos. a) Junto do altar, do lado da epistola,
290. 4. Se as funções se fazem com canto, tôdas as orações mesa com as velas. Sendo preciso, os leigos podem ter nas
terminadas com conclusão longa têm o tonos ferialis, as de iiãos as velas a benzer. No altar, se fôr possível, não se
conclusão curta têm o de versículo. piïeui flores, senão depois da procissão.

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142 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro143

b) Sôbre a credência, fora do que é necessário para a res, onde o D passa as velas ao C, e o S, à direita, sustenta
missa, põe-se água benta com hissope, bacia, jarro com água o pluvial. A distribuição principia sempre do lado da epístola.
e toalha para o C. 295. Para receber as velas os clérigos vêm dois a dois
c) Na sacristia, os paramentos supra-indicados. (Cu'r. Ep. II, 17 n.° 2; 3), ajoelham-se no bordo do supe-
d;lnco, beijando primeiro a vela, depois a mão do C. O povo
A BÊNÇÃO SOLENE recebe as velas na balaustrada do mesmo modo. As velas
293. 1. 0 C, ao aceno do M. d. C., precedido dos ministros pedem ser distribuídas acesas ou apagadas.
ou entre êles (neste caso seguram o pluvial), vai ao altar. Assim que o C recebe 'a vela, os cantores entoam a an-
Depois da genuflexão, o D e o S sobem com o C para o Il funa: Lumen, etc., que é continuada pelo côro. Depois da
altar. O C beija o altar no meio e vai para diante do mis- distribuição o C lava as mãos no supedâneo, se distribuiu
sal. O D e o S colocam-se à direita e à esquerda do C. E' as velas só no altar; se não, diante dos degraus no lado da
este o seu lugar em tôdas as funções. Quando o C levanta epístola. Os MM erguem o pluvial. O C sobe entre o D e o
a mão para benzer, o D ergue-lhe o pluvial. vai p ara o lado da epístola e reza a antífona e a oração
Terminada a quinta oração, o D ministra o incenso, o
qual o C põe no turibulo e benze segundo o costume. O D Se fôr depois da setuagésima, mas não num domingo,
oferece ao C o hissope com os devidos ósculos. O C asperge MM, tomando a posição da oração por detrás do C can-
as velas e, tendo recebido o turibulo, as incensa. Irnu Electamus; Levate.
Se o C fizer uma breve instrução sôbre o rito desta bên- 2%. 3. Procissão. Ainda no lado da epístola (d. 4198 ad
ção, poderá sentar-se num mocho no supedâneo do lado do I ), u C põe o incenso no turíbulo. O S vai receber a cruz da
evangelho. procissão (o crucifixo olha para onde o S olha) e coloca-se
Sentido da cerimônia. O clero e o povo toma devotamente a vela no meio dos AAc em frente do altar. O D entrega a vela ace-
para associar-se à procissão em honra de Deus e de Maria, Virgem r+n au C com ósculos, pega na sua, pousa a mão esquerda
Mãe, para receber as chamas da caridade, o fogo do Espírito Santo, uu peito, volta-se para o povo e canta no tom de versículo:
o próprio Cristo Rei (suscipe regem Christum) no símbolo da luz, e
a saúde do corpo e da alma pela misericórdia divina e a inter-
Procedamos in pace. 0 côro responde: In nomine Christi,
cessão da Mãe de Deus. (Orat. in bened. candel.) imen. O C e o D descem ao fundo dos degraus, fazem ge-
294. 2. Distribuição. O C e os MM vão ao meio do altar e, nu flexão e põem o barrete. A procissão põe-se eni marcha.
N;i frente vai o ,turiferário, em seguida o S acompanhado de
sem inclinação ao altar, voltam-se para o povo. O D en-
leis Ac corn castiçais, o clero, no último lugar o ' C e o D
trega a vela destinada ao C ao mais digno do clero, o qual
i [m é preciso elevar a fimbria do pluvial). Durante a pro-
a beija e, de pé, sem beijar a mão, sem estola (d. 2148 ad
i,,são cantam-se as antífonas do missal.
5) a entrega ao C, que fica de pé e beija a vela. O C a
entrega ao D e recebe do D uma outra que entrega ao dignior. 297. Ao voltar a procissão o D entrega a sua vela ao Mes-
Êste a recebe (se não fôr cônego) ajoelhado no bordo do Ire de cerimônias, recebe a ,do C e a entrega ao M. de C.
supedâneo, beijando primeiro a vela, depois a mão do C. S entretanto coloca a cruz no seu lugar e põe-se à es-
(d. 2148 ad 5.) giiercla do C. Todos genufletem, põem o barrete e vão para
O D não pode entregar a vela ao C. Não estando por- ;■ ,. n cristia ou,. feita a genuflexão no degrau, para o banco.
tanto presente fora dos MM outro sacerdote, o D pousa a Depois do canto da epístola, o clero e os fiéis acehdem
vela apagada em cima do altar. O C, de joelhos no meio do .1. tinas velas. Logo que o C tem feito o sinal da cruz, às
altar, a tira, beija e entrega ao D. p,ilavras: Sequentia, etc., recebe a vela com os devidos Os-
culas. Depois do evangelho todos apagam as velas. Acendem-
Em seguida 'recebem as velas os MM, ajoelhados no
bordo do supedâneo, beijando primeiro a vela, depois a mão n;iti de novo ao Sanctus e as conservam acesas até depois
do C. Entregam a vela aos AAc e sobem para os seus luga- da comunhão, porém só se a missa é da purificação.

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144 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

f;ornine I'atris et Filü 1 et Spiritus Sancti. Amen.' (d. 4387 ad 2.)


CERIMONIAL SIMPLES -

A estiola é incarnada.
298. 1. A bênção das velas. O C, paramentado (n. 292), I'ode-se dar também no próximo domingo seguinte, não só de-
Iloln da missa, mas durante todo o dia, corn
ou sem velas acesas.
sobe ao altar, beija-o no meio, vai ao missal e lê as orações
(S. R. C. Brunen. 3-3-1936.)
Mdas, conservando sempre, também ao Oremus, as mãos nogtndo alguns autores (Falise, Kieffer, Müller-Umberg) as procissões
juntas, e corn as inclinações respectivas à cruz. Enquanto a 2 de fev. e no domingo de ramos em rigor não estão prescritas nas
m) ilin isto concorda a decisão da
iaropti, onde não há obrigação de côro. Com
mão direita benze, a esquerda pousa no altar. Ao pôr o in- C. (d. 26 ad 9) que tal procissão se possa omitir em circunstâncias
I H.
censo reza-se: Ab illo, etc., à aspersão: Asperges, etc., sem Ilonzer as velas comuns não está prescrito. Podem-se benzer na fes-
salmo. In ,In. purificação ou fora deste dia com a fórmula do ritual.

Depois de incensar, o C vai ao meio e, de joelhos, toma Artigo II. O ciclo pascal
a vela colocada no altar por um ajudante, beija-a e entrega-a
ao ajudante, ou se estiver presente um sacerdote, recebe-a § 74. 0 TEMPO ANTEQUARESMAL
dêle, beija-a e entrega-a ao ajudante. Se os cantores entoam: 300. 0 mais antigo ciclo do ano eclesiástico é o ciclo pas-
Lumen, etc., o C distribui as velas. Se não houver cantores,
r:ll. O seu centro é a festa da páscoa. Começa no domingo
o C, depois de entregar a sua vela, vai ao missal e recita a do setuagésima e termina no sábado depois de pentecostes.
antífona e o salmo. A distribuição efetua-se como no ceri- I 1 tempo antes da páscoa tem o caráter de penitência, que
monial solene. Antes de ir à balaustrada, faz inclinação à ';e mostra gradualmente, cada vez corn mais rigor. Começa
cruz. Depois de ter lavado as mãos no supedâneo, se distri- modestamente nos três domingos antequaresmais, aumenta
buiu as velas, só no altar; se não, diante dos degraus, re- u;l quaresma, cresce no tempo da paixão, torna-se mais in-
cita: Exsurge, etc. Flectamus genua, etc., só se diz, quando lellso no domingo de ramos e alcança o auge no tríduo sa-
o dia 2 de fevereiro incidir num dia da semana depois da
cio da semana santa.
setuagésima.
I. O tempo antequaresmal abrange os domingos da se-
299. 2. A procissão. Incenso não há. O C (Mem. Rit. novo) Inagésima, sexagésima e quinquagésima. Setuagésima é pro-
recebe no lado da epístola a vela, vira-se para o povo e diz I1I i:unente o dia setuagésimo; mas designa também tôda a
ou canta: Procedamus in pace; respondem os ajudantes:
In época de 70 dias. Dominica in septuagesima (Missal) signi-
nomine Christi. Amen. Na frente vai a cruz, depois o C ten- lea o primeiro domingo na época de 70 dias. No rito grego
do feito genuflexão no plano, rezando as antífonas respecti- r+tio realmente 10 semanas, portanto 70 dias de preparação
vas, corn o barrete pôsto. Todos, menos o Ac que vai com para a festa da ressurreição. Na Igreja romana o nome não
a cruz, têm velas acesas, levando-as sempre na mão exte- corresponde ao número, pois que são só 63 dias até à pás-
rior, portanto, quem vai à esquerda, na esquerda. A pro- eun. Talvez o nome setuagésima tenha sido adotado do
cissão pode-se fazer dentro ou fora da igreja. Oriente ou tenha sido formado por analogia corn quadra-
Depois da procissão, o C faz genuflexão ao altar e gésima, primeiro quinquagésima, depois sexagésima e se-
ajoelhado no degrau inferior termina as antífonas, entrega luagésima, para designar o respectivo aumento de urna ou
a vela ao ajudante e vai vestir-se para a missa. Põem-se lluns ou três semanas de jejum. Estes três domingos já exis-
as flores no altar. Ilruu no século VI.
Só o canto
Durante a missa, os ajudantes têm as velas acesas ao 301. 2. Neste tempo a penitência é moderada.
evangelho e ao Sanctus até à comunhão, porém só se a Te Deum e o Gloria da
dl' aleluia emudece como também o
missa é da purificação. missa. A leitura do ofício tira-se do primeiro livro da sa-
Para a bênção de S. Brás (3 de fev.), as velas devem-se ben- l; r :l(la escritura, porque o pecado de Adão tornou necessário
zer segundo o Ritual Romano (Bened. non reserv. n. 7); a fór- o Redentor e porque em março principiava o ano civil, ao
mula prescrita é: Per intercessionem Beati Blasü Episcopi et Mar-
qual se acomodava a Igreja.
tyris liberei te Deus a mato gutturis et a quolibet alio mato. In
Coro() de Liturgia — 10

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146 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 147

302. 3. Durante o tempo antequaresmal multiplicam-se os 10)11'10o das cinzas já bentas depois de qualquer missa ou no do-
divertimentos de carnaval, muitas vêzes ofensivos à religião. mingo seguinte é uma como aprovação dêsse modo privado.
O sacerdote começa neste caso pelo Dominus vob., reza as 4
Para reparar ao divino Coração de Jesus as muitas injúrias, oraçfies do Missal e borrifa as cinzas com água benta, omitindo
é permitido celebrar um triduo eucaristico no domingo da no antífonas e o incenso. (Solans II, n. 515, que cita Cavaglieri, Te-
lruno, Falise e Appeltern.) Pode impô-la a si mesmo. Sôbre o lugar
quinquagésima e nos dois dias seguintes, ou nos domingos
I. os paramentos os autores não prescrevem nada, Mas por causa
da setuagésima ou sexagésima e dias seguintes. Quem visitar rlr'sla bênção particular não se pode omitir a bênção solene na s .
o SS. Sacramento nesta ocasião, comungar e rezar na in- viajas, em que é obrigatória. (Solans, De Herdt.)
Depois cia missa privada qualquer sacerdote, revestido dos san
tenção do papa, pode ganhar uma indulgência plenária. Inn l ra,ramentos, pode distribuir as cinzas aos fiéis, porém não im-
(Bened. XIV.) p or a si mesmo (d. 2704, 5.)
4. A quarta-feira de cinzas. Nome e história. O nome 2. A cinza pode ser distribuída também no primeiro do-
tem o seu fundamento na bênção da cinza, feita de ramos mingo da quaresma depois da missa ou independentemente
do ano anterior. A distribuição da cinza tem a sua origem dcl;, nas Igrejas paroquiais e (com licença do ordinário,
no antigo rito de impor neste dia cinza aos penitentes pú- para cada caso) nos oratórios das pias uniões, capelas ru-
blicos. Tornou-se, poréns, geral para todos os fiéis desde o rais, ou outras, em que haja retiro para operários, sob duas
fim do século XI, e é uma lembrança da humildade e da condições: 1.° que na quarta-feira de cinzas se cumpra todo
morte. Começa neste dia o jejum eclesiástico da quaresma. o rito da bênção e imposição da cinza; 2.° que a cinza dis-
(Fer. IV in capite jejunii.) Irilmida no domingo seja tomada da mesma cinza, empre -
L;ad;l naquele dia (d. 4373; 4387 ad 1).
§ 75. BÊNÇÃO DA CINZA
303. 1. Na bênção da cinza, que deve ser sêca, e não mis- § 76. A QUARESMA 4
turada com qualquer líquido (d. 130), procede-se em geral 301. I. A quaresma (dia quadragésimo) significa, primei-
como na bênção das velas (n. 289). 0 C recita de pé a an- Io, rl 1'till, a d(' 40 dias; depois, a época de 40 dias desde a
tífona Exaudi nos. Vai ao meio do altar e voltado para o +ln;m 1;1- feira de cinza alé ao meio dia do sábado santo.
povo recebe de pé a cinza do dignior do clero, que se põe no
Orlgrin. A quaresma, segundo a doutrina dos santos
segundo degrau. Se não estiver nenhum sacerdote, o C vol-
l(,I ll s, foi inl+liluída pela Igreja para imitar o exemplo do
ta-se para o altar e de pé (Missale novum) impõe-se a cin-
10111 ^ lt lento r , quo Jejnou dl) (liar, no deserto. Começava .
za a si mesmo, sem nada dizer. Depois recita a antífona Im-
^11111'.11ll('111(' II(( pi ÌIn('I l (( ( Iolllllllf(( da gllaresllnl, cuja secreta
mutemur, etc., e impõe a cinza aos outros, dizendo: Memen-
I(n,l ( l.11d,l ;I Iellllll, n i,,I (11";o-ln, dizendo: Sacrificium qua-
to honro, quia pulvis es et in pulverem reverteris. Para isso ti,n Urllll ',rrlr'rrrnllr'r immol(rrrrus, (I(lllo , puré111, nos
a deixa cair sôbre a cabeça, aos clérigos sôbre a coroa, às
4,nlu, - , n n( a(' I1'jll;1, no MétlI1(1 VII acreeenlaranl-se 4
mulheres no cabelo que aparece na fronte perto do véu, às
U lul mlpl( I,n l( af a nem de •It) (Iï;u; de Jc'jllnl. Assim
religiosas sôbre o véu, de nenhuma maneira na testa. (Sar- IlI,l l lncipjmo 11,1 t thitI I .feira dc' cinza.
1. lrnn l (Int(I
mento, p. 15.) (As razões são: 1. A cruz pintada na testa
ocasiona facilmente, riso (experientia teste); 2. o contacto 41 jlrr► rlrr r/111!e rr1,1 i
, n+ l e,u I p(n p:Ip;l I,ea(( Magno
' I I. I )11m) - I " (`elel(I mu u da sagrada pai-
mediato não diminui a eficácia do sacramento da ordem, nem
da água benta, portanto nem da cinza). No fim lava as I, ,',ullei(.I(( cool pml(r,l (I,I ;11111.1 e (lo corpo; 2.° fa-
mãos. (Cf. Kieffer, Solans.) ^ , p, nll('llt`la p('l;la (ulp.r ('lll onlml Ienlpuu cometidas; 3.°
Outro sacerdote revestido de sobrepeliz e estola pode ol u ; e ; (Ie piedade, I " ,lll.lil :,mi r e si ;1 misericórdia
(II( n(,I, ,,vivas .1 ('oIlll.nl(,a e ',nova' til 11 Ilollleln interior.
aludas' o C a impor a cinza.
{I)h. 3. A I)rr para Uri rios ealr'eaincuu,s p; r r;l ,o batismo era
,

Além do modo solene e simples da bênção das cinzas, é permi- ,Inlif',;unenle costume l;('1;11, N;I (Inall:l feira depois do quar-
tido, conforme a sentença comum dos autores, o modo privado, por
consal,iiinf'e sem se fazer a bênção necessariamente no altar. A dis- Io domingo da quaresma reeelli; m m o símbolo (Credo in
In+

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148 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 149°
J

Deum) para decorá-lo. O evangelho dêste dia alude ao an- intensivamente sôbre os sofrimentos da Vítima divina. Por
tigo costume. Conta como o cego curado por Jesus Cristo isso, no sábado antes do domingo da paixão, manda cobrir
professou a sua fé com a mesma palavra: Credo, Domine. as cruzes e imagens dos santos no altar; suprime no oficio
O quarto domingo Lcetare tem o seu nome da alegria do tempo o Gloria Patri ao Venite, nos responsórios, ao in-
ela Igreja por causa dos muitos filhos (Epístola: Multi filii; tróito e lavabo na missa, omite o sl. Judica, a comemoração
evangelho: 5000 homens nutridos, pela Igreja) que lhe nas- A conctis, para não desviar a atenção dos fiéis da obra da
cerão no sábado santo pelo santo sacramento do , batismo. redenção.
A casula côr de rosa permitida neste domingo tira a sua Esta 'simplificação do rito parece ter o seu fundamento
origem provavelmente da bênção da "rosa de ouro" em Roma. no antigo rito, menos desenvolvido, exprime, porém, visivel-
A reconciliação dos penitentes públicos se fazia na quin- nle nte o luto da Espôsa de Cristo sofredor.
ta-feira santa. Na segunda, quarta e sexta-feira de tôda a o tempo da paixão começa duas semanas antes da festa pas-
quaresma estavam obrigados a penitência mais rigorosa. cal, porque duas semanas antes da páscoa israelítica principiou a
i+ngrada paixão de Cristo pelo decreto de morte lançado contra Ële,
Por isso se reza ainda nestes dias o trato: Domine non se- exequível em qualquer momento. Esta sentença injusta era conse-
eundum peccata nostra, com genuflexão. quência do milagre da ressurreição de Lázaro, ocorrida duas se-
maims antes da páscoa, no primeiro dia do mês de nisã, na festa
306. 4. Um costume particular de Roma eram as estações de novilimio.
A data aproximadamente consta pela fuga de Nosso Senhor de Betânia
(statio). Significa esta palavra: a). o serviço de sentinela 101)11)0 necessário para voltar ali. Sem (lar ensejo de executar o decreto
an np,ni nario, partiu Nosso Senhor no domingo para Efrém (Jo 11, 54),
militar; b) a reunião litúrgica dos c ri stãos, que se consi- ^', km ao norte de Jerusalém (1 dia), ali permaneceu com os seus
deravam como soldados de Cristo; c) desde o século IV o diIu'íi u rlo$ por alguns (3-4) dias; desceu depois para Jericó, onde curou
o repto 13art9meu (Mc 10, 32), converteu Zaqueu (Lc 19, 1), em cuja casa
culto .divino solene celebrado com assistência das freguesias ne hoopedou (2-3 dias) e pregou ao povo. Subiu em seguida com os ro-
nn'lroil pela estrada que conduzia para Jerusalém (1 dia) e no sábado
romarias. O clero reunia-se numa igreja determinada (col- enl (Nye em Betll.nia (6 dias antes da páscoa. Mt 26, 6, Perk, sinopse 1934,
Ir, 1h.*) 1'cie conseguinte o dia do milagre foi o primeiro dia de nisã.
lecta) e ia em procissão, cantando ladainhas, para a Igreja A Ilida 6 confirmada pela noticia do evangelho de que a páscoa es-
da estação. Estas procissões serviam para aumentar uma luva Ilr'xnnn, e muitos subiram a Jerusalém para se santificar. (Jo 11,
hr., Uhd11 r,crinalnin exigia as sevêzes oito dias (Nm 6, 10) e no dia 10,
wmnn ilolntnp;o elo ramo s, jti preparavam os cordeiros. (Cf. Rupert.
solenidade, p. ex., na páscoa; mas, as mais das vêzes, ti- I'nll. rlr el'I', I. r, o. 7 • )
nham o caráter de penitência, como na quaresma ou nas qua- ( ii;i, êmll• primeiro din de nisã caía 15 dias antes da páscoa
tro têmporas. O papa Gregório Magno mandou marcar no i5rn1'lllila e no c,dend;lrio julir n io 6 a
sexta-feira antes do domingo
sacramentário (hoje missal) os dias e lugares das estações. rire paixfi11. Nela r1 Igreja n u inda rezar o evangelho de Lázaro res-
unl°Iludo, molhando ru ndo; a I•nlrada do tempo da paixão. Pois in-
5. Leis litúrgicas: a) da quarta-feira de cinza até à 1111uindud do 'Whi 11. on prhicipl•4 Ilariseus no sábado de manhã re-
quarta-feira da semana santa nas missas de féria diz-se molion n ii iii !, 111u1u•Ih11 e resolveram n (norte de Jesus. (Jo 11,
i I No pilde (buli dia meniorrivu'l !1 Igreja entristecida começa o
Oratio super populum, do modo seguinte: Terminadas as orii Illtr) 11'111 I upnn11 IIIVIIIIi, til/1'111111 I I lil'dir socorro: Eripe me
orações do Postcommunio, o C diz pela terceira vez: Ore- Ilo un lar o i r hrrmlae mobs, IF I'irrr tnlr/nu ill/U' nu'. (Vermic.)
No 1111n111m» Il i poisao rl Igrel: lenilrrn a I, 1 ida do IRedenlor,
mos, como de costume; depois, sem se endireitar, conser- di rnrrilrr igillul nennil 111111 no ses antes.
111115 1011111111111n nnl Ioh'
vando as mãos postas e a inclinação profunda à cruz: Hu- , A Inj:Ir1,; hinllilli ' ; i' Menrl11na d rl Ipuuu n Illnm depois de ocorrida,
miliate capita vestra Deo; em seguida, terminada a incli- no Is do Ielln Ili; pnlnii11 A Igreln quer i n )Ilvar o Into e não re-
'urive; ; u ; 1 ren 1 I1111o1Oy11115 .
nação, a oração com as mãos estendidas. (Rit. celeb. t.
XI, n. 2.) nlw, A rerhalirrlu IIe I'elu; u. Moilfe F1; do altar deriva do costu-
me, nnitglunl'uir ol)nervnlln no r,iieoi do IIn,itioinla, de cobrir ou
b) as outras regras litúrgicas como no advento (n. 271). 111,11 dn igrela Indo u ipn• a1'Ivl,l de ol'n,itO (ISelllllo c. 85.) Se-
r nud11 o ;i r ll ^ no' penmar do Illrilll' media I• dn Liturgia, u igreja ma-
lewd deve luunlr p;o°te Iirl peillie'ni ln da Igrej:i, I'si>Ôsa de Cristo.
§ 74. 0 TEMPO DA PAIXÃO
Ilranlu do :Ala r otio "ia, I111/1 . 11 rrlirliriom, evangi'li:o'ios." (Beletho
307. 1. 0 tempo da paixão abrange as duas semanas pre- I. lr' i.) i' or couli;'giiìnle n mil/ era considlr'r:Ida como objeto de or-
moo I como lal col o ri:,. "til') eohl'rltl ni' h e ( ' levar pela igreja."
cedentes à festa da páscoa, a semana da paixão e a semana II. c.) I ii) viii da erut e dam 11nlris nll:uris passou-se por ser mais
santa. E' que nestes dias a Igreja chama a atenção dos fiéis oniodo e mais expressivo, no vi'n do altar inleiro e depois de todo

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150 R e u s, Curso de Liturgia 1. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 151

o côro, a parte mais enfeitada do santuário.- Neste caso tomou o BÊNÇÃO DOS RAMOS .
nome de véu quaresmal (velum quadragesimale) e recordava aos
fiéis a obrigação de jejuar (pano de fome). Impedia aos fiéis a vista 310. 2. Os ramos bentos, aliás um sacramental para o uso
do "Santo dos Santos", equiparando-os de algum modo aos peni- dos fiéis, servem para a procissão que representa a entrada
tentes públicos, os quais na quarta-feira de cinzas deviam sair da
igreja. O costume, de algumas igrejas, de cobrir as cruzes e as al- Iriunfal de Cristo Rei em Jerusalém, 6 dias antes de sua
faias no domingo da paixão, por causa das palavras do evange- norte. Etéria a menciona no século IV, ao passo que a bên-
lho: "Jesus escondeu-se", tornou-se geral. ção remonta ao século VII ou VIII. E' muito solene, apre-
A cerimônia parece ser de origem galicana. Era conhe- sentando a forma de uma "missa sicca". Termina por um
cida na Gália já no séc. VII,, na Itália por volta de 1000. rito dramático. Uma parte dos cantores está no interior da
Tôda a sua significação profunda mística só a recebeu no I greja, representando os coros angélicos, a outra parte, fora
séc. XI pelo lugar predominante no próprio altar, ao passo do santuário, pede entrada livre para Cristo que triunfou
que antes tinha sido colocada diante ou atrás do altar ou pela cruz. O subdiácono com a extremidade da cruz bate
em outro lugar. A cruz velada no altar representa o grande na porta que se abre para deixar entrar a procissão, i. e,
mistério de que Nosso Senhor, escondendo-se dos seus ini- as almas remidas por Jesus Cristo, vencedor.
migos, escondeu a sua divindade por nosso amor. Com este
heroísmo inflama o coração nobre a amar o Redentor tão CERIMONIAL SOLENE
amoroso, que foi capaz de tamanha humilhação para alcan- 311. 1. Preparativos. Junto do altar, no lado da epístola,
çar aos filhos adotivos de Deus a glorificação no céu. uma mesa coberta com uma toalha branca, em que se põem
Em muitas igrejas brasileiras existe o costume de os ramos e palmas.
velar todo o altar com pano roxo, o qual se descerra ao Gló- Sôbre a credência, além do necessário para a missa,
ria no sábado santo. (Cf. n. 175.) põe-se uma bacia com jarro e toalha.
Encostada à parede, a cruz processional coberta com
§ 78. DOMINGO DE RAMOS Imi véu roxo. Prende-se-lhe uma fita roxa (para a palma).
309. 1. A Semana Santa. O Domingo de ramos (Dominica Paramentos. O C veste a alva, estola roxa, pluvial sem
in palrais), chamado assim por causa da bênção dos ramos manípulo. O D e o S, nas igrejas pequenas, vestem só alva
e das palmas antes da missa principal, é o início da Se- 1 Miss. t. XIX, n.° 6), sem manípulo (Mem. Rit.), o D toma
mana Santa (hebdomada sancta, maior). Nela se celebram i estola. Em igrejas maiores ambos vestem a casula
(p i a-
os mistérios do amor do Santo dos Santos (V-F. S), da dor orla plicata) dobrada.
do Santo dos Santos (VI-F. S.) e da Glória do Santo dos 312. 2. A função. a) A bênção dos ramos. No texto nada
Santos (Sab. S.). Por isso, compete-lhe uma dignidade li- 'n muda, embora os ramos não sejam de oliveira nem de
túrgica maior do que às precedentes (hebdomada maior). p:1lulas. Faz-se a aspersão segundo o costume.
No Domingo, na Terça, Quarta e Sexta-feira iê-se a his- 0 C sobe ao altar, ladeado pelo D e S, beija o altar no
tória da Paixão segundo um dos 4 evangelistas. moio e vai para o lado da epístola. 0 D põe-se à sua di-
A unção em Betznia, realizada no sábado, foi assinalada para teila, o S, à esquerda. Durante a primeira oração, o S des-
a segunda-feira da semana santa. r,• seira genuflexão para a lição; se tem a planeta plicata
Pois no sábado, dia alitúrgico, não havia missa. Além disso
a unção pertence à história da paixão como se vê na de S. Mateus 111:1-a então; recebe o epistolário, faz genuflexão no meio
e S. Marcos. Ora, para se poder ler todos os dias da semana santa ..obre o degrau, antes e depois da lição, beija, de joelhos,
um trecho da paixão, dividiu-se a de S. João, cuja primeira parte .1 iuíio cio C, entrega o livro, veste a planeta plicata, se a
relata o mistério da unção ocorrido seis dias antes da páscoa. O
gasto enorme com o unguento contado neste evangelho bem expli- 11..1, e põe-se à esquerda do C. Então o D deixa o C, tira
ca o crime hediondo do avarento traidor dois dias depois. .1 casula, se a tinha, toma o estolão, recebe o evangeliário
pise no meio do altar; sem genuflexão vai para a di-
tecia do C, ministra o incenso (Benedicite, Pater rev.) e le-

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152 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 153

vanta a extremidade do pluvial. Depois o S desce para o aiiiinho mais curto para o lado da epístola, sem genufle-
meio do plano diante do degrau inferior, o D ajoelhado xao e colocam-se como no intróito. O D entrega com os
reza Monda, toma o evangeliário e ajoelha-se, tendo o altar devidos ósculos o ramo ao C. O D, o S e todo o côro, exceto
à esquerda. O C volta-se pela esquerda e dá a bênção. O os I.)D da paixão, pegam também nos ramos. Durante a
D faz genuflexão junto com o S sôbre o degrau, incensa paixão todos ficam de pé. (C. E.; d. 2184 ad 2.)
o evangeliário e canta o evangelho. O S dá o evangeliário
316. 0 cronista, sem incenso, sem fazer o sinal da cruz,
a beijar ao C e o D o incensa, faz genuflexão sôbre o de-
começa o canto da paixão. O côro dos cantores pode cantar
grau, depõe o estolão, se o tem, põe a casula e vai para a
direita do C, o S para a esquerda. O D levanta a extre- a "turba" (d. 4044 ad 2), mas não o pode um côro de re-
midade do pluvial, quando o C faz o sinal da cruz. O C ligiosas. (d. 2169.)
O C começa a paixão ao mesmo tempo que os DD,
com as mãos juntas canta o prefácio, inclinando-se para
a cruz ao Sanctus, que recita juntamente com o D e o S. voltado um pouco para os DD (C. E. II, 26, n.° 25) e lê
Então
313. b) Para distribuir as palmas, o S põe-se à direita do at6 à pars Evangelii (sem ajoelhar ao: emisit spir.)
volta-se com os MM completamente para os DD da paixão,
C, sustentando o pluvial, o D à esquerda, entregando as o 1) no degrau, o S no plano, a par. Ao nome de Jesus
palmas. Eles recebem-nas depois daquele que entregou a Iazem inclinação à cruz. Ao emisit spiritum todos se ajoe-
palma ao C, como se disse na bênção das velas. A distribui- Ili:un no lugar onde estão, os 3 DD voltados para os livros,
ção ao povo faz-se da mesma maneira que a distribuição das Iodos os 'outros, também o C, oDeoS para a cruz. 0
velas (n. 294). No fim, o C lava as mãos e canta a última cronista é. o primeiro a levantar-se e todos logo fazem o
oração ladeado do D e S.
mesmo.
314. c) A procissão. O C põe o incenso no turíbulo e o Terminada a paixão, os DD voltam na mesma ordem
benze no lado da epístola. A procissão faz-se como na bên- Por que vieram. O C, oDeoS entregam os ramos. 0 S
ção das velas. (n. 296.) leva o missal para o lado do evangelho. O D põe o estolão,
3. A missa. Deve ser celebrada por quem benzeu os ra- .u. o usa, leva o evangeliário para o altar, ministra o in-
mos, se o C não• fôr bispo. Se o S canta as palavras: Io censo, reza o "Monda cor", pede a bênção e canta o evange-
nomine Jesu, faz genuflexão e levanta-se logo, todos os ou- lho. O S sustenta o livro, os acólitos não levam os castiçais.
nem sinal da
tros se ajoelham com ambos os joelhos até à palavra: Infer- Não há Dominus vobiscum, nem Sequentia,
norunz (Ca:r. Ep.), também o C, o qual, porém, ao ler estas cruz, mas incensação do livro. 0 C, voltado para o D, pega
palavras, não se ajoelha. (d. 4057 ad 6.) tlo ramo e o entrega no fim, beija o s. texto (Per evange-
315. Canto da Paixão. Os três diáconos ou os três sacer- lica dicta) e é incensado. Todos depõem os ramos.
dotes revestem-se de alva, manípulo e estola roxa (e não 317. Se não houver 3 DD para cantar a paixão:
estolão). Durante o trato saem da sacristia. Vai à frente o a) o C com oDeoS (contanto que êste se tenha or-
Mestre de cerimônias, seguem, um após outro, (é melhor denado diácono) podem fazê-lo. O C canta o Cristo ao altar
sem barrete) a) o cronista; b) o solista; c) o Cristo. (C. E.) n.. lado do evangelho, também na sexta-feira santa (d. 3804
Ao entrarem no côro põem-se a par, ficando o cronista .id 3), com casula, lendo em voz baixa os textos não pro-
à direita, o solista à esquerda do Cristo, fazem genuflexão Ieridos por êle. (d. 4198 ad 5.) 0 D, sem casula, com es-
ao altar sem saudar o C, e colocam-se na mesma ordem lula e não com estolão, o S sem casula e com estola, no
diante das estantes postas no lugar, onde se costuma cantar lugar costumado fazem de cronista e solista.
o Evangelho. Têm as mãos juntas. O costume de cantar a paixão o subdiácono que não
Ao aproximarem-se os DD,, o C, o D e o S, que talvez 'cm ordem do diaconado, foi estigmatizada como abusos
a
estivessem sentados durante o t to, vão para o altar pelo consuetudo scandalosa. (d. 1588 ad 8.)

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154 .
R e ti s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 155

O C, antes de ler partem Evangelii, vai ao meio, reza O C vai ao meio, pega no ramo- de cima do altar, beija-o,
Manda cor, Jube Domine, volta ao livro e recita o evange- entrega-o ao M. de C. ou ao acólito. Vai ao livro, lê as an-
lho, estando o S ao lado dêle. O D leva o passionário para iifonas, se o côro não as canta e distribui os ramos. Todos
o altar, etc., como acima foi dito. os clérigos, inclusive o sacerdote, que entregou o ramo ao
318. b) Se houver um D, canta a paixão ou com o C e recebem o ramo ajoelhados no supedâneo, beijam primei-
o D ou com o D e o S. Mas, neste caso, o C lê a paixão do ro o ramo, depois a mão do C. (Miss.) Os acólitos susten-
lado da epístola. tam o pluvial. A distribuição faz-se do mesmo modo que a
c) Se não há cantores da paixão, na missa cantada o das velas (n. 294). Depois o C lava as mãos do lado da
C lê-a em voz alta do lado do evangelho, com exceção da epistola, no plano, e, subindo dêste lado, reza a última
sexta-feira santa. oração. Na cruz processional se prende um ramo.
Não é permitido ao organista, mesmo se é clérigo minorista ou 321. 3. A procissão faz-se como na bênção das velas. À
subdiácono cantar o texto evangélico da paixão (d. 3110 ad 10), frente vai o acólito com a cruz, seguem-se os cantores que
nem ao celebrante, cantar a paixão com leigos no lugar do cro-
nista e da sinagoga (d. 4031 ad 3), nem se podem apagar as ve- Houver, depois o C, o qual desce do altar, genuflete no pla-
las durante a paixão. (d. 3583 ad 4.) Às monjas é proibido cantar no, põe o barrete e segue ladeado de dois acólitos. Durante
a parte da turba e o bispo pode proibi-lo sob pena de suspen- procissão o C tem na direita o ramo, na esquerda o livro,
são. (d. 2169 ad 1; Decr. t. V p. 207.)
eni que lê as antífonas junto com os acólitos. Sendo pos-
CERIMONIAL SIMPLES sivel a procissão sai da igreja. No fim, o acólito que leva
319. 1. Bênção dos ramos. Ver as observações n.° 289- a cruz, pára diante da porta e canta-se ou recita-se: Gloria
290. a) O C não tem manípulo (Mem. Rit. novum). A frente Luas, principiando os que estão dentro da igreja. Ditas as
vai um acólito com água benta, .o C segue acompanhado de estrofes, o cruciferário bate com a extremidade da haste
dois Ac. Depois da aspersão da água costumada, o C sobe ur,^ porta. Esta se abre, êle entra, o C segue e reza com os
ao altar, beija-o e lê do lado da epístola tudo, principiando acólitos: Ingrediente Domino, se o côro não o canta. Tendo
por Hosanna. leito genuflexão ao altar, depõe o ramo, vai para junto da
b) Cerimônias especiais. 1) Ao ler a lição, o C põe as credência ou à sacristia e põe manípulo e casula. A respeito
mãos sôbre o missal. Respondem: Deo gratias. Recita: Col- da omissão da procissão cf. n. 299.
legerunt ou In Monte. Havendo cantores, o C lê o respon- Começa a missa. A paixão se recita dó lado do evangelho.
sório que êles cantam. 2) Lê ou canta o evangelho do lado Canta-se: Altera, etc., como aliás também depois do
da epístola, como na missa: o C, inclinado para a cruz, reza Manda cor, Jube domine. O C não pega no ramo durante
Manda cor, Jube domine, Dominus vobiscum, Sequentia S. .1 paixão. Os acólitos podem fazê-lo. No fim respondem:
Evangelii, faz o sinal da cruz, beija o livro (Per evangelica l,arrs tibi, etc. O C beija o livro, dizendo: Per Evangelicaf
dicta), o ajudante responde: Laus tibi. 3) Rezam-se as ora- dieta. O mesmo se faz na têrça e quarta-feira. Na sexta-
ções. 4) Lendo o prefácio, tem as mãos juntas (Mem. Rit. leira o rito é outro. O último evangelho é de S. João.
n. 10), faz inclinação ao Sanctus e o sinal da cruz ao Be- (Mem. Rit.)
nedictus qui venit.
O TRÍDUJD SACRO EM GERAL
320. 2. Distribuição dos ramos. Depois da última oração,
o C vai ao meio do altar. Havendo uni outro sacerdote, o § 79. PRESCRIÇÕES E ADVERTÊNCIAS
C se volta para o povo e recebe dêste sacerdote o ramo; 322. 1. 0 tríduo sacro ou pascal deve celebrar-se nas igre-
ambos beijam só o ramo (não mão). Se não houver ou- jas paroquiais segundo as rubricas do missal.
tro sacerdote, o Mestre de cerir ônias (ajudante), depois 2. Nas igrejas paroquiais, em que não houver ministros
das orações, põe o ramo do C e dos acólitos sôbre o altar. usos, observa-se o Memoriale Rituum.

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156 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 157

3. Se faltar até o número suficiente dos ajudantes, po- "A proibição de distribuir a s. comunhão, se fôr removido qual-
de-se, com licença do bispo, licença que se renova todos os liner escândalo ou desprêzo, só obriga sub levi, de modo que qual-
quer razão, mesmo leve, desculpa. Às vêzes, não será nenhum pe-
anos, na quinta-feira santa dizer uma missa rezada (sem .ido, p. ex., se se distribuir uma só vez, e a portas fechadas." (Eph.
consagração de uma segunda hóstia e sem procissão). Neste 111, 1919 p. 295; Mueller-Umberg.)
caso é lícito guardar o SS. Sacramento no tabernáculo, até 8. Os clérigos todos (exceto o C, cônegos e bispos)
à noite, para que os fiéis possam fazer adoração como se ',eulpre, durante todo o ano, devem fazer genuflexão à cruz
por con-
fôsse diante do s. sepulcro. Mas no sábado santo tôdas as n,in funções litúrgicas (in actu functionis tantum),
igrejas matrizes devem observar o Memoriale Rituum. (d. nehuinte também no tríduo sacro: p. ex., os clérigos que'
2970 ad 5.) entram para assistir às trevas e saem, os que passam de
4. As funções da quinta e sexta-feira santas são inse- .,obrepeliz pelo altar-mor para a adoração do SS. Sacra-
paráveis. Quem celebra uma, deve celebrar a outra. Só nas mento no altar lateral. (C. E. I, 18, n.° 3; d. 4193; 3792
igrejas não paroquiais pode omitir-se a do sábado santo. .1(1 11.)
(d. 4049 ad 1.) 9. Desde o princípio da adoração da cruz na sexta-feira
323. 5. No oratório de regulares ou, não o havendo, na ;:alta até à noa do sábado santo inclusive (i. é, a bênção
igreja com as portas fechadas, (d. 4049 ad 2; 2799 ad 1) d.. fogo exclusive) todos sem exceção alguma: O C, cônegos
o superior ou outro sacerdote pode rezar unia missa na e bispos devem fazer genuflexão à cruz do altar, mas só
quinta-feira santa e dar a comunhão. Outras missas privadas nos funções litúrgicas. (d. 3049 ad 5.)
são proibidas nestes três dias. (d. 3366.) § 80. AS TREVAS
Nas igrejas e oratórios, nos quais não se conserva o SS. Sa-
cramento neste dia nenhuma missa se pode dizer. (d. 1120.) 324. 1. 0 ofício de trevas ou as trevas (matutina tenebra-
Segundo autores graves na quinta-feira santa nas igrejas e ora- r um) é o ofício das matinas e laudes dos três últimos dias
tórios de religiosos de ambos os sexos com votos simples, dos se- t1;1 semana santa. O nome deriva-se 1. das trevas naturais
minários, hospitais e colégios, etc., se pode cantar a missa solene
sem licença do bispo. Se não se pode celebrar com diácono e sub- (lc meia noite ou ao anoitecer, horas estas destinadas à re-
diácono é preciso indulto apostólico para poder usar o Memoriale citação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso
Rituum. Mas é provável que também sem indulto, por direito
costume, se possa usar o Memoriale Rituum quando a missa solene
de nas trevas da noite Lc 22, 53: hcec est hora vestra et potestas
não se pode celebrar por falta de ministros. (cf. n. 4.) lenebrarum. 2. das trevas litúrgicas, apagando-se tôdas as lu-
E' igualmente provável que nos oratórios de irmãs, hospitais, co- zes na igreja, exceto uma. 3. das trevas simbólicas da pai-
légios, sem licença do bispo, por direito de costume, se possa dizer xaio. E' o ofício do luto comovedor da Espôsa de Cristo, da
urna missa, se não pode haver uma missa cantada por falta de mi-
nistros. (Cappello, Theol. mor. I, 784.) I1;reja, pelo Espôso divino. Por isso faltam: o invitatório so-
6. Não está proibido distribuir a sta. comunhão antes lei.‘, os hinos, o Gloria Patri; o acompanhamento musical
da missa solene na quinta-feira santa nem ouvir confissões (d. 4265), o Te Deum. Tôdas as antífonas, os salmos, as
na sexta-feira santa. (d. 3383.) lições tratam do divino Sofredor. As três primeiras lições
7. No sábado santo pode-se distribuir a sta. comunhão sio tiradas das lamentações de Jeremias e formulam na bôca
durante a missa solene ou logo depois. (Cán. 867, § 3.) da Igreja a dor íntima sôbre os ultrajes assacados ao Filho
Estas palavras, diz Cappello (Theol. mor. I, n. 433), "se devem de Deus e sôbre a impenitência histórica e inetafórica (a
entender de modo que, entre a missa solene e a distribuição da ;dela) de Jerusalém.
s. comunhão, é necessária e bastante uma união moral. Esta união
não falta, embora não o celebrante, mas uni outro sacerdote distri-
Ilistoricamente o ofício divino dêstes três dias conser-
bua a s. comunhão ou se desde o fim da missa solene passaram von a sua forma arcaica.
apenas poucos minutos, p. ex., 10 ou 15."
De per si (per se) só se pode distrib r a s. comunhão naque- ( ) luto desusado, que começa na quarta-feira da semana santa
leal por razão o golpe mortal infligido ao Espôso da Igreja pela
las igrejas e oratórios, em que houve a fr tção solene e não em sncrilega traição de Judas ocorrida neste dia. Horrorizada pela
outros, embora nêles se guarde o SS. Sacra ento também nos úl- venda do Filho de Deus aos seus inimigos, a Igreja toma luto pe-
1iu:us dias da semana santa.
unlo neste dia.

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158 R e us , Curso de LiturgiaI. Liturgia Geral Cap. IV: Tempo Sacro159

Foi na quarta-feira que Judas traiu o Senhor. Desde os primeiros v;li à estante e faz genuflexão à chegada e à saída. Enquanto
séculos os cristãos jejuavam na quarta-feira. (Didaqué, c. 8.) 0 motivo foi,
como parece, a lembrança da paixão de Nosso Senhor. Pois Tertuliano (de ler, põe as mãos sobre a estante. A lição nona nestas ma-
iei. c. 13) diz que a igreja jejua nos dias, em que o Esposo divino é
tirado dela e que se jejua na quarta-feira e sexta-feira até à hora nona, lïrl;ls não é o oficiante que a Iê.
porque morreu Nosso Senhor naquela hora. (1. c. c. 10.) S. Agostinho No fim de cada salmo, um Ac apaga uma das velas do
(ep. 36 ad Casul. c. 13 ML33 p. 150) explicando as palavras Mt 26, 2-4, diz
que a reunião dos príncipes dos sacerdotes no palácio de Caifás em que ì;ingulo, começando pela inferior do lado do evangelho;
se tomou a resolução de matar ao Senhor, se fêz na quarta-feira e que
por causa disso, como parece, a igreja jejua neste dia, alegou portanto depois do segundo, apaga a vela inferior do lado da episto-
a tradição. Na hora da deliberação os judeus ainda não sabiam como
realizar o seu plano. Só depois Judas ofereceu os seus serviços. Por la; ao terceiro salmo apaga a segunda vela do lado do
conseguinte a traição ocorreu na quarta-feira. (Corn. a Lap. in Mt 9,
15; Prat, Jesus Christ 1938 II p. 265; Rup. Tuit. V c. 13 e outros.) evangelho, etc.
:127. Ao começar o Benedictus, todos se levantam e se ben-
§ 81. 0 RITO DAS TREVAS rl nl porque são palavras do s. evangelho. Ao verso:
Ut
325. 1. Preparativos. No altar põe-se a cruz com véu roxo sine timore um Ac apaga a última vela do lado do evange-
e seis velas de cera amarela. Se é possível, retira-se o San- lii ), depois a correspondente do lado da epístola e assim
tíssimo do altar, deixa-se aberto o tabernáculo. No lugar .111ernadamente. Ao mesmo tempo apagam-se tôdas as luzes.
em que se costuma cantar a epístola, põe-se o candelabro ela igreja, exceto a do SS. Sacramento.
triangular (galo das trevas) com 15 velas de cera amarela; Durante a antífona depois do Benedictus, um Ac tira
no meio do côro uma estante nua para o livro das lamentações. :l vela acesa do vértice do triângulo, vai ao altar do lado-
Explicação mística. As velas inferiores do triângulo apa- I;1 epístola e sustenta-a com a mão direita, apoiando-a na
gadas pouco a pouco significam os discípulos, que pouco i xxIremidade do altar. Entretanto o oficiante vai ao altar e
a pouco abandonaram a Cristo durante a paixão. A vela bran- ^uueça: Christus factos est. Apenas se dizem ou cantam as
ca escondida e outra vez visível significa Nosso Senhor, palavras, o Ac esconde a vela atrás do altar ou atrás de:
cuja vida foi apagada pela morte por três dias, mas não qualquer objeto.
completamente; pois ressurgiu. O ruído no fim das trevas 321I. Entretanto o côro de joelhos reza o Miserere, "flebili
significa o terremoto e a perturbação dos inimigos. voce", i. é, um pouco mais alto do que o Pater rezado em
A razão histórica do rito de apagar pouco a pouco as velas do v o z. baixa. Êste tom sério condiz com o rito do luto litúrgico.
tenebrário provavelmente é a imitação do costume do circo, de No mesmo tom o oficiante acrescenta a oração Respice, de
lei M i os, com pequena inclinação da cabeça até Qui tecem
colocar um Ovo de madeira na chamada espinha depois de cada
giro dos carros, para constar o seu número. (Grisar, Missale, p. 100.)
Semelhantemente se apagava uma vela depois de cada salmo, para (pie completa em voz baixa.
constar quantos foram recitados. Remonta portanto êste rito prova- Terminada a oração, o Mestre de Cerimônias e os ou-
velmente ao tempo, em que ainda não havia ofícios metodicamente
organizadas (cf. Bãurner p. 127) ou quando havia, conforme a I rus fazem algum estrépito batendo moderadamente com a
estação do ano, mudança no número de salmos. (Eisenh. II, p. 506.) moo no banco ou livro até que o Ac volte com a vela acesa
326. 2. Rito. 0 oficiante, revestido de sobrepeliz, com bar- .
1 a coloque no triângulo. O ruído cessa e o oficiante vai
rete pôsto, sem estola, precedido de alguns Ac, vai ao altar para' a sacristia.
e faz genuflexão. (d. 3792 ad 11, se não é cônego.) Reci-
tado o Aperi de joelhos, vai ad sedilia e diz de pé Pater, § 82. A QUINTA-FEIRA SANTA
Ave e Credo. A um sinal do oficiante os cantores ou cléri- 329. A quinta-feira santa (Crena Doniini, natalis calicis, Endoen-
1;1114) era observada já no século IV. Etéria refere que em Jeru-
gos entoam a primeira antífona e todos se benzem. Entoam umlíenl, ao anoitecer, celebrava-se a instituição da S, Eucaristia e
o salmo, todos se sentam e se cobrem. Levantam-se para o (In r;ulte a noite rezava-se no horto das oliveiras.
As cerimônias dêste dia são: 1. A missa solene em comemora-
Pater e sentam-se para as lições. Os versiculos são recitados ■11 da instituição do SS. Sacramento. 2. A comunlião geral dos.
pelos cantores e não pelo oficiante. n ,'rciutes, lembrando a última Ceia. 3. A procissão solene cone
SS. Sacramento para o sepulcro. 4. A denudação dos altares.
Quem tem de entoar ou de ler algurla coisa, fá-lo de pé, 1) mandato. 6. Nas catedrais a bênção solene dos s. óleos. 7.
se o contrário não fôr prescrito: Para as lições, cada cantor ^ nliganlente a reconciliação dos penitentes públicos.

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160 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro161

A alegria por causa da presença do divino Esposo na igreja, klit. IV, 1) ou na sacristia ou num quarto seguro e decente
a qual se manifesta nos paramentos preciosos, no Glória com o da casa paroquial, reservado especialmente para êste fim,
repique dos sinos na procissão, é misturada com luto, que se ex-
,

prime pelo silêncio do órgão, dos sinos e das campainhas, substi- c on1 o tabernáculo fechado e a lâmpada ardendo. (Instr.
tuidas pela matraca, pela comemoração repetida da traição de S. C. Sacram. 26.3.29.)
Judas na missa e no ofício, pela denudação do altar, a qual significa
a denudação de Jesus na cruz. 333. 2. Missa. Omite-se o sl Judica, o Gloria Patri ao in-
Iróito e Lavabo. (Rub. Miss. ante Dom. Pass.) Entoando
I. Cerimonial solene o Gloria, tocam o órgão, os sinos e as campainhas e emude-
330. 1. Preparativos. 1) O altar enfeitado com velas bran- cem até à entoação do Gloria, no sábado santo; o órgão
cas, flores e véu da cruz branco, pôsto convenientemente continua a tocar até ao fim do hino. (d. 3515 ad 4.) Até ao
por cima do roxo, porque depois da denudação do altar /1 graus Dei observa-se o rito da missa solene. Communican-
deve ser removido e substituído pelo roxo. (d. 2524 ad 4; les, 1-lanc igitur, (,fui pridie são próprios. Consagram-se duas
Memor. Rit. Cen. D.) lióstias e as partículas necessárias.
N4 G ° 2) Na credência põe-se tudo o que é necessário para a 334. Agnus Dei. Não se dá a paz. O D e S ficam no seu
missa solene. Na patena do cálix da missa, põem-se duas lugar. 2 Ac entregam as estolas aos sacerdotes, dois outros
hóstias. Prepara-se outro cálix (amplior et pulchrior ceteris. sustentam a toalha da comunhão. Depois do Agnus Dei
C. E.), com patena, pala, véu branco, urna fita branca de (C. E.; Mem. Rit.) o Mestre de cerimônias ou o S traz o
sêda, toalha e patena da comunhão, estolas para os sacer- segundo cálix com pertences e o coloca do lado da epís-
dotes, véu de ombros, pluvial, matraca. Ao lado está a cruz lola. Tendo o C tomado o SS. Sangue, o D cobre o cálix da
processional coberta com um véu roxo. missa com a pala e descobre o segundo cálix; o C, D, S
331. 3)' 0 sepulcro deve preparar-se dentro da igreja (infra genufletem. O C põe a hóstia grande dentro do cálix que o
ecclesiam, C. E.) numa capela (ou num altar, mas não no I) sustenta em cima do corporal e depois o coloca nêle. 0
altar-mor, d. 4077 ad 10), adornada com tôda a beleza e oDeoS genufletem. O C purifica o lugar, onde estava
profusamente iluminada. (C. E., Miss.) No altar estão seis hóstia grande, depois a patena sobre o cálix da missa,
castiçais com velas (C. E.), no meio um tabernáculo ou o qual o D cobre com a pala. 0 C, oDeoS genufletem.
uma cápsula em forma de uma urna com um corporal para • I) C e o S dão lugar ao D que vai ao meio, põe em cima
a s. hóstia grande. Não se põe cruz, mas outro corporal do 2.° cálix a pala e em cima dela a patena invertida, es-
sôbre o altar. Iende por cima o véu, põe êste cálix no meio, perto do ta-
0 s. sepulcro provavelmente tem a sua origem no costume da bernáculo, e o cálix da missa ainda no corporal uni pouco
idade média de guardar (seputtare) as hóstias não distribuídas na do lado da epístola e concerta o 2.° cálix sem atar o véu.
comunhão do povo na sexta-feira santa numa espécie de sepulcro.
Em outros lugares guardavam um crucifixo desta maneira. 0 uso :135. Distribuição da s. comunhão. O D 'pega na pixide
tolerado em algumas dioceses de expor o . SS. Sacramento na cus-
tódia no sepulcro é muito recente (1577?) e proibido para outras e abre-a. Genufletem os três. O S fica no seu lugar, o D
dioceses. (d. 3939 ad 2.) desce ao plano do lado da epístola e canta o confiteor. Dis-
332. 4) Na sacristia preparam-se os paramentos para a Iribui-se a s. comunhão (n. 774). E' proibido (d. 3975 ad
missa solene: amito, alva, cordão e tunicela branca para o 0) cantar na missa solene durante a distribuição da comu-
subdiácono da cruz (se não houver, um clérigo, de sobre- iilião em língua vernácula. Tendo o D fechado a píxide no
peliz, leva a cruz), dois turíbulos, estolas roxas para o i) I.tbernáculo, muda o lugar com o S (genufletem à saída
e S na denudação dos altares, e o pálio. ri chegada). O C purifica a patena da comunhão e pros-
5) Um lugar conveniente para guardar a píxide (S. Re- .iegue o rito costumado. A missa continua como se fosse
serva, i. é, as hóstias reservadas para a comunhão do povo), diante do SS. exposto.
sendo possível, fora da igreja, em qu as funções se cele- Ao último evangelho o C faz o sinal da cruz, mas não
bram, e só se não houver, no taber óculo pequeno (Medi. no altar (Miss.) Ao Et verbum caro facturo est genuflete
0.'0. ,le Liturgia — 11

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162 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro163

ao SS. no meio. Distribuem-se as velas ao clero. O crucife- no lugar mais afastado, de sorte que na volta para a sa-
rárib vem, faz genuflexão dupla e toma a cruz. cristia estejam no primeiro lugar, e viram-se para o San-
336. 3. A procissão. Terminado o último evangelho o C Ilssimo. Os mais dignos do clero ficam mais perto do altar,
com o D e o S faz no meio genuflexão simples ao San- us cantores formam duas alas. O C vai com o Santíssimo
tíssimo, desce ao plano, saindo um pouco do meio, fazem até diante do degrau inferior, o D ajoelha-se no plano com
genuflexão dupla e vão ad sedilia (Mem Rit.) O D e o S us dois joelhos, inclina-se um pouco e recebe — a mão
tiram os manípulos, o C tira também a casula e veste o direita infra cupam, a esquerda ad pedem, — de joelhos,
pluvial branco. Os Ac tomam os castiçais da credência, o S do C, de pé, o Santíssimo, levanta-se, espera até que o C
pega na cruz e vai colocar-se com os dois Ac à entrada do enufleta e põe o Santíssimo ou no altar (Miss.) ou logo
côro, voltado para o altar. O C, ladeado de D e S, vai ao nn tabernáculo ou cápsula, sem fechar, genuflete, desce e
altar. Os três fazem genuflexão dupla no plano e ajoelham- .ijoclha-se à direita do C ajoelhado. O côro canta Tantum
se no degrau inferior, fazendo curta adoração (Mem. Rif.). ergo e Genitori. O C põe incenso num turíbulo e incensa
Fazem pequena inclinação e levantam-se. O C põe incenso como sempre. Não se canta o versículo nem a oração. O D
em dois turíbulos, sem bênção e sem Osculo, e incensa o sobe, genufiete, põe o SS. Sacramento no tabernáculo (ou
Santíssimo como de costume. Recebe o véu de ombros. Os cápsula, ou fecha imediatamente), genuflete, fecha e ajoelha-
3 sobem ao 2.° degrau. O C e o S ajoelham-se no bordo se de novo ao lado do C e fazem curta oração. As velas,
do supedâneo. 0 D sobe, genuflete e ata o cálix com a fita exceto as dos dois Ac, se apagam, quando o tabernáculo
(Mem. Rit.). Pega no cálix, segura-o com a mão esquerda estiver fechado e o hino acabado.
pelo pé, com a direita pela copa e entrega-o de pé ao C
ajoelhado. O C pega nêle corn a mão esquerda pelo nó e põe 338. Todos se levantam ao sinal do Mestre de Cerimônias,
fazem genuflexão dupla, o C, o D e o S recebem o barrete, .

a direita em cima da patena. O D cobre-lhe as mãos com


I' n procissão retira-se para a sacristia (o clero para o côro)
as extremidades do véu, genuflete, levantam-se corn êle tam- pelo caminho mais curto: à frente a cruz, depois, os turife-
bém o C e o S e sobem ao supedâneo. O C volta-se para r'irios, etc. Cobrem-se depois de sair da presença do SS.
o povo, o D vai à direita, o S à esquerda. Todos no côro, Sacramento. Passando pelo altar-mor, todos genufletem, o
exceto o cruciferário e os Ac com os castiçais, fazem ge-. caso o Santíssimo já não estiver mais no tabernáculo, faz
nuflexão dupla e põem-se em marcha. À frente vai a cruz, inclinação profunda. 0 SS. Sacramento no s. sepulcro é ve-
seguem-se os cantores, começando o hino: Pange lingua,
o clero corn a vela na mão exterior, os dois turiferários, não rrer a do como na exposição solene. Por isso, exige-se ado-
andando para trás, mas voltados um pouco para o San- r ação contínua (Mem. Rit.) e genuflexão dupla.
tíssimo e balouçando lentamente os turíbulos fumegantes (d. Às vêzes será preciso fechar o SS. Sacramento num ta-
2368), em último lugar, o C com o Santíssimo ladeado bernáculo mais seguro durante a noite. Neste caso, na ma-
de D e S, que levantam as extremidades do pluvial. Fora nhií seguinte, transporta-se o SS. Sacramento outra vez para
do presbitério o C vai debaixo do pálio. A procissão não s. sepulcro e continua a adoração.
sai da igreja, mas pode seguir pelo caminho mais longo AS V É SPERAS
para o sepulcro.
339. Rezam-se as vésperas (não se cantam) depois da
337. E' conveniente que o C recite (Mem. Rit.) durante a procissão, deixando-se as velas acesas. 0 mais digno do
procissão corn o D e o S em voz meio alta o hino Pange
lingua e outros hinos e salmos. O côro canta até Tantum clero ou o C da missa reza: Christus foctus est, etc.
ergo exclusivamente, principiando, se fôr preciso pelo Nobis TRANSLADAÇÃO DA PIXIDE
datas (Mem. Rit.). Também o povo s Ihes pode associar. 340. No lugar, para onde se transporta a pixide, esteja
Ao chegar ao s. sepulcro o cruciferá e os Ac colocam-se tinma lâmpada acesa e um corporal no altar. Logo depois

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164 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro165

da procissão ou. se não estorva, durante as vésperas, um Se os altares forem muitos, outros sacerdotes, revesti-
sacerdote (ou D) revestido de sobrepeliz e estola branca, dos de sobrepeliz e estola roxa, podem denudar os altares
acompanhado de um Ac com a umbela e de dois com tochas literais, recitando o mesmo salmo. (d. 2959 ad 3.)
vai ao altar, genuflete no plano, sobe, abre o tabernáculo, Depois, tira-se a água benta das pias até o sábado san-
tira a píxide, ajoelha-se no degrau do supedâneo, toma o Io, se é costume. (d. 2682 ad 54.)
véu de ombros, sobe, pega na pixide, com a mão esquerda
O MANDATO .
velada, põe em cima a mão direita também velada e trans-
porta-a para o lugar preparado. Chegado lá põe a pixide 312. A última das funções próprias da quinta-feira santa
no corporal, genuflete, de joelhos no degrau do supedâneo, o mandato, nome tomado da palavra inicial da primeira
tira o véu de ombros, sobe e põe a píxide no fabernáculo rulüfona: Mandatum novum, chamada também lava-pés, por-
que se lavam os pés a 13 homens pobres. Ja S. Agostinho
(ou, se não houver lugar, atrás do cálix que está com a
ronliecia esta cerimônia, realizada, porém, em outro dia.
hóstia grande), genuflete, fecha, desce, reza de joelhos uma
I )r ;de o século VII foi celebrada na quinta-feira santa na
breve oiação, genuflete (se o SS. está exposto, com dois
.,spanha, desde o século IX em Roma.
joelhos) e volta. (Mem. Rit.) Colocar a píxide no altar do O mandato é obrigatório nas catedrais (d. 624). Um
sepulcro é só permitido em caso de necessidade. (d. 4049 It igo não pode fazê-la na igreja, nem fora da igreja com
ad 4.)
ttr► cerimônias litúrgicas. Não está prescrito que o C deva
DENUDAÇÃO DOS ALTARES ser o mesmo sacerdote que celebrou a missa. (d. 3317;
341. Depois das vésperas as velas ficam acesas. O clero Miss.) A cerimônia faz-se à hora conveniente na igreja, em
fica no côro e procede-se à denudação dos altares. O C, Iul;ar afastado do s. sepulcro ou na sacristia ou numa sala
oDeoS com alva, o C e o D com estola roxa, vão co- contígua. à igreja.
bertos para o altar, precedidos de Ac. Ao chegarem, todos 343. Na sacristia prepara-se o amito, alva, estola e pluvial
genufletem. O C faz inclinação e de pé no plano entoa em coxo para o C, amito, alva, manípulo, tunicela e dalmática
voz alta a antífona: Diviserunt sibi, que o côro continua, I n :Incas para os MM, turíbulo e castiçais com velas. No
recitando depois o Deus, Deus meus, mais ou menos de- ,ill,ir haverá ao menos duas velas acesas. A cruz com véu
vagar, segundo o número de altares que houver para de- ,o xo, frontal roxo, d missal do lado da epístola. Na credên-
nudar, e no fim a antífona (Mem. Rit.). O salmo não se cl;i põe-se o evangeliário, uma toalha grande para o C se
repete. Se não houver clero, o C, oDeoS rezam o salmo tingir, jarro com água e toalha para o C lavar as mãos,
e a antífona em voz alta, segurando o S o livro. Tendo ilu;is bacias e dois jarros com água tépida. Do lado do
entoado o C a antífona, o C com oDeoS sobe ao supe- evangelho está` um banco comprido para os treze pobres.
dâneo e tira uma a uma as toalhas do altar, ajudado pelo O C, ladeado do D e S, dirige-se para o altar, desco-
D e o S. Os Ac põem-nas, dobradas, na credência, tiram as bre-se, todos fazem a devida reverência ao altar e sobem
flores, o frontal, etc. Ficam só a cruz com véu roxo (n. .to supedâneo. O D ministra o incenso, more souto, reza
330) e as velas. Se isto não se pode fazer logo cômoda- Manda cor, pede a bênção e canta o evangelho observando
mente, faça-se depois e denude-se durante a cerimônia ao ;r; rubricas das missas solenes. No fim "do evangelho o C
menos a maior parte da mesa do altar. (Mem. Rit.) beija o livro (Per evangelica dicta), é incensado pelo D e
le (lo lado da epístola as antífonas, se não forem cantadas.
O C, oDeoS fazem reverência ao altar, põem os Depois, do lado da epístola, o C despe o pluvial e cin-
barretes e dirigem-se para outros altares, continuando e aca- r,e se com a toalha ajudado dos MM que deixam o maní-
bando o salmo, e voltam ao altar-mo y, onde repetem a antí- pnl ) . Se houver cantores, começam a cantar as antífonas
fona e se retiram para a sacristia. nli ao fim. O C, oDeoS dirigem-se ao primeiro dos po-

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166 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro167

bres e se ajoelham, se fôr preciso. O S sustenta o pé direito Tendo fechado o tabernáculo do s. sepulcro, o C volta
do pobre um pouco levantado. O Ac coloca a bacia sob o ao altar-mor e transporta a pixide, acompanhado de dois Ac
pé, outro Ac com o jarro derrama um pouco de água sôbre coin velas, para o lugar destinado. Volta à sacristia, toma
o peito do pé. 0 C lava o pé, o D apresenta uma toalha rl estola roxa e vai denudar os altares, recitando: Diviserunt,
ao C, que com ela enxuga o pé e o beija, dá uma esmola com sI 21. Pode rezar as vésperas ou antes da denudação
que tira de uma alva apresentada a ele pelo D ou por um dos altares ou depois em particular.
Ac. O mesmo ato de humildade se faz com os outros pobres.
344. Terminado o lava-pés, o C dirige-se com os MM para § 83. A SEXTA-FEIRA SANTA
a credência e lava as mãos. Os MM fazem o mesmo, se fôr Caráter e história da sexta-feira santa
preciso, ajudam o C a tirar a toalha e pôr o pluvial e põem
:I47. 1. Caráter. A sexta-feira santa (Fer. VI in paras-
os manípulos. Os três dirigem-se para o altar, sobem e vão
ceve) é consagrada à comemoração da santa morte de
ao lado da epístola. O C, voltado para o missal e com as Jesus Cristo, Esposo da Igreja. Tudo neste dia exprime
mãos juntas, canta: Pater noster, continuando em voz baixa.
Into da igreja: a cor preta dos paramentos, o altar de-
Ajunta em tom feriai: Et ne nos e os versículos, terminando
nadado, sem luzes no princípio, a cerimônia da prostração
com a oração. Retiram-se como vieram.
dos ministros da igreja diante do altar, a omissão do Do-
Se houver sermão, pode pregar-se depois do evangelho
minus vobiscum, a falta de instrumentos de música.
ou depois da oração. O púlpito não terá ornamento algum.
2. Historicamente estas cerimônias hoje tão comovedo-
Nas igrejas menores o C faz tudo, ajudado pelo sa-
cristão e pelos Ac. ras representam a forma primitiva da missa comum. Já Du-
randus alude a êste fato. (VI. c. 77. n. 1.) 0 nono parás
II. Cerimonial simples da quinta-feira santa l e've (preparação) significava para os israelitas a ,sexta-
eira de cada semana, em que se devia preparar tudo para
345. Executam-se tôdas as funções segundo o cerimonial
I sábado, até mesmo a comida.
solene com as seguintes particularidades. A Liturgia da sexta-feira santa mostra três partes visi-
1. Missa. Depois do Pax domini um Ac põe o cálix com velmente distintas: a Liturgia primeva de orações e leituras;
os pertences no altar, pegando no cálix com um véu. O C a adoração da cruz e a missa dos pressantificados.
poderia também fazer ' o mesmo antes da missa. Depois da
:148. 1. A adoração da cruz, descrita por Etéria no século IV,
comunhão o C põe a hóstia no cálix, como foi dito.
propagou-se de Jerusalém para o Ocidente e aparece em
Se houver só um cálix, o C, depois de purificar o cálix Roam no século VII. Tem o seu auge no Ecce lignum Crueis.
da missa, põe nêle a hóstia. Caso achar uma partícula no A missa dos pressantificados é uma comunhão solene.
corporal, poderá p■-la no cálix. Formou-se à maneira da Liturgia nos dias alitúrgicos muito
2. Procissão. O C veste o pluvial branco. Se não hou- uso no Oriente.
ver, poderá continuar com alva e estola, sem manípulo. 'l. A origem da missa dos pressantificados (hóstias consagradas num
doe filas anteriores) remonta, no Oriente, ao menos até ao sínodo de Lao-
Um turíbulo é suficiente. Sendo possível, empregam-se illrfJn (314). Durante a quaresma, exceto nos sábados, domingos e festa
'In Anunciação, não havia missa. Celebrava-se, porém, o oficio dos pres-
dois. unilll'lcados que se compunha de orações e comunhão.
Ii m Roma durante tida a quaresma havia missa e os fiéis comungavam
346. Se não houver cantores, o C começa a cantar ou re- momele tempo todos os dias. S. Jerónimo (Ep. 50 ad Pamm.) escreve
"oxinlIr em Roma o costume de os fiéis sempre receberem o corpo de
citar em voz alta, o hino: Pange lingua, e vai debaixo do 'Oslo". Mas na sexta-feira santa nunca se celebrava o santo sacrifício.
pálio para o s. sepulcro. Como, porém. o povo desejasse receber nesse dia, tão santo, a sagrada eu-
nn W Ntia, e não existisse rito próprio da distribuição da sagrada eucaristia
Na procissão vai à frente o crucifer "rio acompanhado, rara da missa, o Clero resolveu a dificuldade imitando o ofício grego
ilnH pressantificados. Finda a paixão e as orações, o diácono trazia o San-
IiMMhno para o altar, "0 sacerdote, depois de beijar e adorar a cruz, dizia
sendo possível, por dois Ac com velas pois vem o turife- n Padre Nosso e o Libera. Em seguida todos adoravam a santa cruz e co-
rário incensando o SS. Sacramento, e o C debaixo do pálio. unmisavrtinn," (Gelasiano, ML, 74, p. 1103.) Esta comunhão geral em Roma,
nm breve foi abolida, mas conservou-se em algumas regiões até ao sé-

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168 R e u,s, Curso de Lifurgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 163

cubo XVI. (Bona, R. lit. I, c. 15. Eisen. I. p. 530.) 0 missal só prescrevo 16) O povo venera "a cruz. Em Jerusalém esta cerimônia levava 3 horas
a comunhão para o C, com exclusão de todos os outros. dn rnnle as quais o povo era instruído do antigo -e novo testamento e ocu-
3. Explicação das cerimônias. Desenvolveram-se pouco a pouco e são tutdo com hinos e orações. Os impropérios são de origem galicana.
de alta e piedosa significação. 16) Nos séculos XI-XIII a missa dos pressantificados pouco a pouco
1) A prostração do celebrante no principio das cerimônias era antiga- rol -so assemelhando à missa eucarística pelo acréscimo de incensação, ele,
mente muito frequente e de uso geral.
2) 0 altar não está ornado, porque antigamente os diáconos ou outros iiiçltu e orações.
ministros armavam o altar só no comêço das funções litúrgicas. Não arde 17) O Santíssimo Sacramento é levado para o altar em procissão. Já
Ir nacramentário gelasiano a menciona. Também o povo recebia a sagrada
luz, porque só na idade média punham os castiçais no altar. ,niiiuhão. Mas em Roma este costume foi abolido. (Séc. IX-X.)
3) Põe-se só uma toalha no altar, porque o, canto corpo de Jesus Cristo
IR) O celebrante diz: In spiritu humilitatis... et sic fiat sacrificium.
foi envolvido num sudário grande, ou, seguindo a explicação histórica, Nesta oração a palavra "sacrificium significa hoje o sacrifício espiritual
porque não se consagra o SS. Sangue, que poderia ser derramado.
4) A leitura de um trecho da sagrada escritura feita pelo leitor no co- 11 . penitência. (S1 50.) Por isso, o celebrante pode dizer: "Orate fratres...
meço da função litúrgica era costume na antiga igreja. A escolha do pro til mouro sacrificium (de penitentia)..." Mas o povo não pode responder:
feta Oséias tem a sua razão nas palavras: "depois de dois dias vivificar- Woadplat... de manibus tuis, por quanto estas palavras significam o sa-
nos-á e no terceiro dia ressuscitar-dosa", indicando a sagrada paixão pela nllPalo sacramental, o qual não se oferece.'
qual a humanidade, caída e morta para o céu, recebeu nova vida, e a res- 19) 0 celebrante não diz: Pax Domini, nem a primeira oração antes
surreição de Jesus Cristo. 1141 cntnunhão, porque não se dá a paz no dia em que Nosso Senhor foi
5) 0 celebrante não diz: Dominus vobiscum, porque o único Sacerdote, I apa1ldo pelos judeus inimigos com o grito: "Não temos rei."
Jesus Cristo, foi morto . e não pode mais falar, e não está mais conosco. 10) 0 celebrante não reza: Hwc commixtio, nem a segunda antes da
6) Cantam-se duas lições: uma dos profetas, porque a paixão de Cristo „n uinhão, nem Quid retribuam, Corpus tuum, Placeat, porque nestas ora-
foi predita pelos profetas. A outra, a epístola, é da lei mosaica, porque wo se menciona ou o SS. Sangue, que não está no altar, ou o sacrifício
a paixão do divino Redentor foi prefigurada pelos patriarcas: por Abel ur, iietico, que não se oferece.
no cordeiro imolado, por Abraão no cabrito sacrificado. :;I) Logo depois das funções litúrgicas se tiram os ornamentos do
7) A lição da lei mosaica, cantada pelo subdiácono, está em segundo u n n r. ãsse era o costume dos 'primeiros séculos. (Cf. Durandus VI c. 77.)
lugar, apesar de ser mais antiga do que a dos profetas, para que a pai-
xão, a qual logo segue, seja continuação e explicação da lei mosaica.
Pois ela trata do cordeiro pascal, tipo do verdadeiro Cordeiro de Deus I. Cerimonial solene
e da sua morte na cruz.
8) Canta-se a paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de S. João, PREPARATIVOS
porque êle é o quarto evangelista e porque, ficando debaixo da cruz,
foi testemunha ocular da crucificação." Por isso convém que seja ouvido 349. 3. No altar, sem ornamento, sem toalhas, sem sacras,
neste dia.
9) As orações pelas diversas classes de necessitados antigamente se '.i'l l estante, sem tapete, põem-se seis castiçais (não de pra-
rezavam em tôdas as missas. Neste dia as nove orações têm uma
significação especial. Pois lembram o divino Sofredor, que pregado na 1.1, C. E.) com velas de cera amarela, apagadas. No meio
cruz, rezou por três longas horas até à hora nona, em que morreu. "Per-
fidi Judni não significa "pérfidos judeus", no sentido de traidores, a l'nllli uma cruz com o crucifixo coberto com véu roxo ou pre-
sim, "incrédulos judeus". Pois a igreja não quer ofender a ninguém. Os
confessores, mencionados depois dos ostiários, são os cantores. (Confiterl lu (Mem. Rit.), facilmente amovível. A mesma cruz, que se
louvar. Diet. d'Arch. confessor.)
10) 0 celebrante não genuflete na oração pelos judeus, porquanto êlem iI(!;ci•)bre, deve servir para a adoração. O tabernáculo está
por escárneo fizeram genuflexão diante de Jesus, e a igreja não quer
acompanhá-los, nem exteriormente. nu. No segundo degrau do altar ou no supedâneo põem-se
11) E' denudada a cruz lembrando que os judeus incréduIos denude-
ram o Filho de Deus. Esta impressionante cerimônia se faz em três atom ti Os almofadas roxas ou ao menos escuras. A completa nu-
para significar três atos principais de irrisão cruel da Vitima da sanha dez do altar representa melhor do que qualquer pompa fu-
judaica.
O primeiro foi quando, no átrio do sumo sacerdote, cobriram a santa u ral o espírito dêste dia de abandono e de amargura.
face de Nosso Senhor, e lhe deram bofetadas. Por isso a primeira vez
não se descobre a santa face do Crucifixo.
O segundo foi, quando o Rei da glória, coroado de espinhos, foi es- 3f)0. 4. Na credência, coberta com toalha branca, a qual
carnecido pelos soldados com genuflexão e as palavras: `Ave, rei dom u,1rl deve cair nem para a frente nem para os lados (C. E.),
Judeus." Por isso na segunda vez se mostra a santa cabeça e a santa
face do Rei do universo. pCie-se uma toalha do altar, que, dobrada ao comprido, caia
O terceiro foi quando o Filho do Todo-poderoso, despojado dos seus
vestidos, estava crucificado e foi insultado com a blasfêmia: "Ah! tu po- para os lados e, estendida pela largura, também um pouco
des destruir o templo e outra vez o. edificar; salva-te! Por isso, na tcr-
ceira vez o crucifixo se mostra todo descoberto. leira a frente (Mem. Rit.), a estante do Missal nua, o epis-
12) A cerimônia da adoração da cruz, coberta com um pano roxo ou
preto, tem a sua, origem na veneração da verdadeira cruz conservada cm I^^Icírio, o véu preto para o cálix com bôlsa e corporal, o
Jerusalém, fechada num armário de prata dourado. teste foi aberto na
presença do bispo, do clero e do povo. Agora a cruz é descoberta no mofo ,a;ullr,uinho, um vaso com água para purificar os dedos, o
do altar. O canto: Ecce lignum Crucis é usado desde o século IX-X. ul.Inllstérgio, as galhetas, os castiçais com velas apagadas,
13) A cruz ,se colocava numa mesa coberta com um pano branco. Os
fiéis veneram-na, tocam-na com a fronte e os olhos; não o podiam fazer II II;l salva para as oblações, a matraca. Salvas não se usam.
com a mão nem com a bôca. Pois um devoto arrancou com os donle's
uma relíquia da santa cruz. Agora a imagem d Crucificado é colocada ( Mein. Rit.)
sôbre um pano roxo estendido nos degraus do atar ou do côro.
14) 0 celebrante venera a cruz, descalço. E a cerimônia foi introdit Perto da credência põe-se a cruz da procissão coberta
zida em Roma, onde o papa e os seus ministros acompanhavam descalços
a procissão ,na tarde deste dia. Pois a veneração da verdadeira cruz cal r onn um véu roxo, um tapête grande roxo, uma almofada
Jerusalém achou imitação em Roma. As cerimônias se fizeram com tuna
relíquia da santa cruz ou a imagem do crucificado. l i lx;l cone um véu branco bordado de seda roxa. (Mem. Rit.)

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170 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 171

No lado da epístola se põem assentos (tamboretes) sem 353. 10. Depois da breve oração levantam-se todos, os
ornamento, no lado do evangelho três estantes nuas para os Acc tiram as almofadas. O C e os MM sobem ao altar, o
diáconos da paixão. C beija o altar e vai ao missal. 0 D e o S colocam-se como
5. Na capela do s. sepulcro (ou monumento) põe-se a para o intróito. Quando o C começa a ler a profecia, um
chave do tabernáculo ou da urna, o véu de ombros branco, clérigo pega no epistolário, vai ao meio diante do altar,
as velas brancas para a procissão e o pálio. O corporal genuflete, vai ao lugar onde se canta a epístola (Rubr.), e
estende-se em cima do altar. canta a profecia em tom de lição, fecha o epistolário, ge-
6. Na sacristia preparam-se os paramentos pretos e, nuflete no meio, põe o epistolário na credência e volta para
para o C: manípulo, estola, casula; para o D: manípulo, u seu lugar.

estola e, se a usa, a casula plicata; para o S: manípulo e, 11. Depois do trato, o D e o S põem-se atrás do C em
se a usa, a casula plicata; para os três diáconos da Paixão: lila, o C canta Oremus inclinando-se à cruz, estendendo e
alva, manípulo, estola comum; para o S da cruz: alva e, pondo as mãos como de costume. O D canta Flectamus ge-
se a usa, a casula plicata (não manípulo). Se o cruciferá- um e faz genuflexão. Todos, genufletem, menos o C. Após
rio não é S, veste a sobrepeliz. Dois turíbulos. 11111 instante o S se levanta e canta Levate. Todos se levan-
1.u11. O C ajunta a oração com as mãos estendidas. O S
RITO ( lira a casula) recebe do M. de C. o livro e canta a epis-
PRIMEIRA PARTE. LEITURAS E ORAÇÕES 1^^1;1 como de costume, não beija , a mão do C, entrega o
livro (veste a casula) e coloca-se à direita do D.
351. 7. Advertências. 1. Omitem-se todos os ósculos dos
Ao terminar o trato, os três DD que cantam a paixão
objetos e das mãos (d. 4193 ad 3). 2. Não se responde Deo
Gratias depois das leituras nem Laus tibi, Christe depois da miram no côro corno no domingo de ramos.
Durante
D a paixão todos ficam de pé. (C. E.; d. 2184
paixão. 3. 0 C não genuflete ao Flectamus gemia. 4. Não
111 2.)
se benzem nem a água, nem o incenso, nem os MM.
8. À frente vai o turiferário sem turíbulo, depois dois 354. 12. 0 C lê a paixão no lado da epístola, recita sem
acólitos sem castiçais, o C e os MM um após outro coberto s . yalr do lugar, inclinando-se para a cruz, Manda cor (sem
com o barrete, ao lado do C o M. de cerimônias. Se têm /uby, Domine) e lê o "evangelho", depois vira-se para os
)1). Terminada a paixão até ao "evangelho" o C vira-se
de passar pelo santo sepulcro, todos fazem genuflexão du-
p.1ra o missal, o D da missa vai à credência (tira a casula
pla (o C, o D e o S tiram antes o barrete). Tendo chegado
plicata e põe o estolão), leva o evangeliário para o altar
ao altar-mor o C e os MM descobrem-se e sem prévia re-
e u põe no meio. O S e os Acc colocam-se no meio diante
verência o C, o D e o S ajoelham-se ou no primeiro de- dos degraus como nas outras vêzes. O D reza Manda cor
grau ou no plano e deitam-se com todo o corpo no segundo ( ',c111 Jube, Domne) ajoelhado no bordo do supedâneo, le-
ou terceiro degrau, apoiando a cabeça em cima da almo- v.inla-se, pega no evangeliário, sem pedir a bênção, genuflete
fada e rezando durante o tempo necessário para o Miserere. 411111 o S e canta o evangelho Post hcec, no lugar costumado
Todos os outros ajoelham-se à direita e à esquerda, não 1. :;em sinal da cruz, sem velas e sem incenso. O C no seu
no meio. lul;ar vira-se para o D, sem beijar o livro. 0 S fecha-o e o
352. 9. Os Ac, logo depois da prostração, vão à credência, n l rega. O D e o S genufletem no meio e põem-se ern fila
trazem a toalha do altar e a estendem dobrada ao comprido 11r as do C. Se houver sermão, este deve-se fazer então.
sôbre a parte posterior da mesa do altar, de sorte que a ( Mein. Rit.)
parte anterior fique descoberta. Voltam para o seu lugar. 'll'►b. 13. Se o C canta a paixão com o D e o S:
0 M. de C. coloca a estante no altar do lado da epístola "Terminado o trato o C faz inclinação no meio e vai ao
e abre o missal. 1,1110 elo evangelho, onde está (é conveniente) uma segunda

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172 R e ú s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro173

estante com o passionário. O que o C não canta, lê em voz ;nabos voltados para o povo. O D sobe diretamente ao su-
baixa. (d. 4198 ad 5.) Iuui(lâneo, genuflete no meio, pega "cheio de reverência" na
14. 0 D eoS (tiram, se trazem, a casula plicata), fa- cruz (C. E.) e, levando-a com as duas mãos, com o cruci-
zem genuflexão no meio e vão para o lado do evangelho no lixo coberto voltado para os fiéis, desce pelos degraus an-
plano (como no domingo de ramos...). h riores, entrega-a ao C e põe-se à direita dêle. Um Ac sus-
15. Terminada a paixão até "ao evangelho", o C vai truta diante do C o missal (ou livro) aberto.
ao meio do altar, reza Manda cor, volta ao lado do evan-
359. 20. 0 C sustenta a cruz com a esquerda, descobre
gelho, lê o evangelho com voz baixa e vai para o lado da .nixiliado pelos MM a parte superior da cruz até à travessa
epístola. (rasque ad transversum exclusive. Mem. Rit.), de sorte que
356. 16. 0 D (trazendo o evangeliário) e o S vão ao cabeça não se veja, eleva a cruz com ambas as mãos, es-
meio do altar e genufletem. 0 S vai para o lado do C e I;indo a travessa na altura dos olhos e entoa o Ecce lignom,
responde. O D põe o livro no altar, reza ajoelhado ao bordo depois com o D e o S in quo. (Sendo preciso dois canto-
do supedâneo o Manda cor, sem Jube Domne, toma o li- es poderiam colocar-se ao lado do D e do S, ajudando o
vro e desce para o plano, onde faz genuflexão com o S e canto.) 0 C toma um tom baixo, porque tem de cantar ainda
canta o evangelho como foi dito. duas vêzes num tom mais elevado. Quando o C começa a
357. 17. Após o evangelho o C vai para o lado da epís- cantar, todos os presentes se levantam e ao Venice adoremos
lados genufletem com dois joelhos. (C. E.) O Ac fecha o
tola. O D eoS põem-se atrás dêle em fila. O C, cantando
as monitiones e, também, ao Oremos, conserva as mãos livro e põe-se também de joelhos. 0 C é o único que fica
juntas sem fazer inclinação. Porém, ao Oremos antes das de pé.

orações estende e junta as mãos e faz inclinação à cruz. 0 360. Acabado o Adoremos, todos se levantam. 0 C, ladea-
D canta Flectamus, etc., o S Levate, o C não genuflete e do do D e do S, sobe ao supedâneo, ao lugar em que se
canta a oração em tom ferial corn as mãos estendidas. iria o intróito da missa, de modo que, sendo possível, tarn-
A- oração pelo papa não se canta, sede vacante. A ora- hl'ni o S esteja no supedâneo. 0 C descobre o braço direito
ção pelo imperador, i. ë, imperador romano, agora sempre se 1 a cabeça do crucifixo (Mem. Rit.), levanta a cruz mais
,

omite, nem pode ser rezada pelo chefe do Estado. .dto e canta num tom mais elevado: Ecce. O resto como an-
I^ .. No meio o C tira o véu inteiramente, entrega-o, levanta
SEGUNDA PARTE. A ADORAÇÃO DA CRUZ cruz ainda mais alto e canta num tom mais elevado: Ecce.
358. 18. A adoração da cruz, feita devidamente, é de uma )pois de Adoremos todos, inclusive o D e o 5, ficam de
beleza impressionante e majestosa, lembrando não só a cruz ioelhos. O C só (Miss.) sustentando a cruz corn ambas as
do calvário, mas também a das nuvens do céu; é a humil- limos, "cheio de reverência e devoção", terminado o último
de homenagem da humanidade remida ao seu divino Redentor. l'voile adoremos, e não antes, leva a cruz, descendo fora
Evite-se tudo o que possa estorvar esta solene cerimô- d. meio pelo lado do evangelho, para o lugar determinado,
nia. Durante a última oração os Ac estendem o tapête para njuellia-se e a põe em cima do véu branco estendido sôbre
a cruz no lugar conveniente diante do altar, põem em cima ,i almofada. Levanta-se e faz genuflexão simples. Ao mes-
a almofada e por cima, ao comprido, o véu branco. mo tempo com o C, todos se levantam e ficam de pé. En-
19. Depois das orações o C, o D eoS (êste à frente) quanto o C faz genuflexão em baixo, o D eoS no supedã-
sem fazer reverência á cruz, por não estarem no meio d uh tiro genufletem também corn êle e vão para os assentos,
altar, vão diretamente para os assentos. O C tira a casula ompanhando o C, que vem chegando.
(o S a casula plicata), mas conservam o manípulo até ;1
adoração da cruz. (Mem. Rit.) 0 C vai colocar-se no canto 361. 21. 0 C, o D eoS tiram o manípulo, assentam-se e
posterior do lado da epístola, no plano, o S à sua esqueri.la, mi os sapatos (de entrada baixa, se fôr possivel). Para

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I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 175
174 R e u s, Curso de Liturgia

o D e o S é só costume. (d. 2769 X ad 5.) O C sozinho o missal. Um Ac põe o vaso com água. O D levanta-se,
(Miss.), sem Mestre de cerimônias, sem barrete, com as vai à credência, pega na bôlsa e no sanguinho, faz reve-
máos juntas, vai à cruz, ajoelha-se com os dois joelhos (sem rência ao C, sobe, se a cruz está nos degraus do altar, pelo
fazer genuflexão antes da adoração. C. E. Mis.) três vêzes lado da epístola ao altar e genuflete à cruz. Estende o cor-
em distância conveniente, inclinando a cabeça e rezando, p. poral e põe o sanguinho no lugar costumado. Ao mesmo
ex., Adoramus te Christe et benedicimus tibi, quia per san- lanmpo, o M. de C. fazendo genuflexão à cruz, leva o missal
eiam crucem team redernisti inundem. A terceira vez vai até para o lado do evangelho e o coloca aberto e voltado para
junto da cruz, adora e beija o crucifixo (é conveniente bei- meio. O D e o M. de C. fazem juntos a genuflexão à cruz
jar só os pés), depõe uma esmola na salva, se fôr costume, e voltam para os seus lugares pelo caminho mais curto. O
levanta-se, faz genuflexão simples (d. 3855 ad 10) e vai para I) senta-se e se cobre.
o assento. Calça os sapatos, lava as mãos, se fôr preciso, 365. 25. Concluida a adoração, o D descobre=se, levanta-se
põe o manípulo e a casula, senta-se e põe o barrete, (corn êle o S, que, porém, fica no seu lugar) e vai à cruz
362. 22. Logo que o C vai adorar a cruz, o côro começa (;acompanhado pelo M. de C. se fôr preciso), faz genuflexão
os impropérios. Os MM ficam de pé, sem barrete. Tendo com uni joelho só, toma a cruz corn as duas mãos e a leva
voltado o C, os MM, o D à direita do S, vão adorar a cruz, reverentemente (Miss., C. E.) para o altar, coloca-a no meio,
observando as mesmas distâncias e o mesmo modo que o C. reuuflete e volta pelo caminho mais curto para o C. Ao
O D beija primeiro os pés do crucifixo, levantam-se, porém, oit smo tempo que o D se ajoelha e torna a cruz, o C e to-
juntos, fazem a ?;genuflexão simples, vão para os assentos, dos os outros se ajoelham nosseus lugares, até a cruz ter
caçam os sapatos, põem o manípulo (o S, se a usa, a ca- adilo posta no seu lugar. (C. E.) Enquanto o D leva a cruz
sula plicata), sentam-se e cobrem-se. Um Ac ajoelhado dian- p.ir a o altar, ninguém entra no côro ou sai dêle. O C e os
te do C sustenta o missal aberto. O C e os MM recitam MM sentam-se. Retira-se tudo o que serviu para a adoração.
alternadamente os impropérios ou em parte ou todos (Miss.) Desde êste momento, todos, inclusive o C, fazem ge-
conforme durar a adoração, ao menos aquêles que o côro aaaa(Iexão à cruz. Só então entram os Ac com turibulo e na-
canta. (d. 4198 ad 5.) vein e os ceroferários com tochas, não havendo clero para
363. 23. Depois dos MM, os membros do clero vão adorar ;acompanhar o SS. Sacramento corn velas.
a cruz. Somente o Bispo da diocese vai em primeiro lugar ,. TERCEIRA PARTE. A PROCISSÃO
antes mesmo do C. (d. 2246.) Os clérigos vão dois a dois,
em igual distância, fazem tríplice adoração, beijam os pés : 166. 26. 0 C, o D e o S de barrete pôsto, vão à frente
do crucifixo e dão a esmola, onde fôr costume. Depois vão do altar. O cruciferário acompanhado de dois Ac corn cas-
os homens adorar, em último lugar as mulheres. tiçais, põe-se atrás deles. Todos, exceto o cruciferário e és-
Havendo muito povo, um sacerdote de sobrepeliz e estola preta Irs dois Ac, genufletem. (O C, o D e o S tiram o barrete)
leva uma ou duas cruzes para lugares preparados, uma para os a procissão põe-se em marcha para o s. sepulcro: à frente
homens, outra para as mulheres. E' conveniente que um acólito fi-
que ajoelhado perto da cruz (Mem. Rit.), por motivo de reverência a cruz e os dois acólitos, segue-se o clero, o S, o D, o C
e para impedir irreverências. um após outro com o barrete pôsto.
24. Depois do descobrimento da cruz, um Ac descobre Toma-se o caminho mais curto. Ao chegarem, o crucife-
a cruz processional e o sacristão as cruzes dos altares la- l arfo e os dois acólitos põem-se à entrada do s. sepulcro,
terais, mas não as imagens. O cruciferário vai, pelo fim da outros vão mais perto do altar e ajoelham-se com os '
adoração, para o côro. doïs joelhos. O C, o D e o S descobrem-se à entrada da
364. Estando para acabar a adoração, um Ac acende aa; capada do s. sepulcro, (o M. de C. cuide dos barretes que
velas do altar e da credência. (C. E.) Os dois Ac desdobrada ^;,ao precisos depois no altar-mor), fazem genuflexão dupla,
a toalha do altar, enquanto o M. de C. tira a estante cool awellaaaia-se no degrau inferior e oram alguns instantes (C.

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176 R e o s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 177

E.) Entretanto distribuem-se as velas acesas, a não ser que QUARTA PARTE. A MISSA DOS PRESSANTIFICADOS
haja só ceroferários com tochas.
31i8. O C, o D e o S sobem ao supedâneo e genufletem.
O D sobe ao supedâneo, genuflete, abre o tabernáculo ti passa para a direita do D, onde genuflete conforme a
(a cápsula), sem tirar o SS. Sacramento, genuflete e desce III,I ;1 geral.
ao plano. 0 C põe incenso nos dois turíbulos e incensa com Elenco das cerimônias
um dêles o SS. Sacramento. 0 M. de C. põe o véu de om- VI:cindo o fim prático de facilitar as cerimônias ao C, na Missa se
limem distinguir as trás partes costumadas, cada uma com três orações.
bros no C, os três sobem, o C e o S até ao degrau superior, Innlawa desiguais, e a oração final.
I, Ofertório 1. Incensação: incensum istud; b. Dirigatur; c. Ascendat
onde se ajoelham; o D, no supedâneo, genuflete, de modo 2. In spiritu humilitatis (oração do Ofertório)
que não volte as costas ao C, tira o cálix, segurando-o coin 3. Orate, fratres (Convite aos fiéis)
II. Elevação 1. Pater noster (canta)
a mão direita pela copa e com a esquerda pelo pé, entrega-o 2. Amen (voz baixa)
3. Libera (voz alta) eleva a s. hóstia
ao C, ajoelhado (C. E.) e cobre o cálix 'e as mãos com as III. íi oununhão 1. Perceptio (inclinado) .
extremidades do véu. O C pega no cálix com a mão esquer- 2. Panem ccelestem; Dmne non (patena)
3. Corpus Dmni nostri (cruz) comunga.
Uma oração: Quod ore sumpsimus (ação de graças).
da pelo nó, e põe a direita encima da patena que cobre o IV: Flm
cálix, levanta-se depois da genuflexão do D ao SS. Sacra- 28. Antes da Elevação. Os Ac trazem as galhetas. O D
mento e volta-se para o povo. Os MM mudam de lugar, dencohre o cálix; o M. de C. leva o véu para a credência.
passando o D para a direita do C e o S para a esquerda. as
4) I) lira a patena e a pala, apresenta a patena com ambas
Ao voltar-se o C para o povo, todos, menos o cruciferário un os ao C, o qual faz escorregar a s. hóstia para cima dela
e os dois Ac, fazem genuflexão dupla. Os cantores come- e coloca o cálix em cima do corporal. Se por acaso tiver
çam o hino: Vexilla reais, que o C reza em voz baixa. (Mein. II'.ido na s. hóstia, purifica os dedos no vaso preparado
Rit.) 11,11,1 isto. O D entrega a patena ao C, o qual põe a s. hóstia.
l oi meio da patena na parte anterior do corporal sem sinal
367. 27. A procissão marcha para o altar-mor pelo cami- 1,1 cruz, e a patena, por não estar ainda purificada, em
nho mais curto (Mem. Rit.), à frente a cruz, a seguir os II111;1 elo corporal do lado da epístola. O D pega no cálix
cantores, o clero, os ceroferários (8-10), dois turiferários, o , ' (III pousá-lo no altar e sem limpá-lo, deita nêle o vi-
C ladeado dos MM debaixo do pálio fora da capela do s.
uho, o S a água (sem bênção e sem oração). Depois de
sepulcro. Ao chegar, o cruciferário põe a cruz ao lado dá
r niregar as galhetas, o S genuflete e passa para a esquerda
o cálix, sem
,
credência e vai para a sacristia. Os Ac vão para a credên-
I I.I C, onde genuflete outra vez. O D entrega
cia e ajoelham-se sem os castiçais. Todos os outros se ajoe-
Ino ilicá-lo, sem ósculo, ao C, o qual, sem o sinal da cruz,
lham e só se levantam depois de o C tomar na missa dos o plle em cima do corpora l. 0 D cobre-o com a pala.
pressantificados o vinho com a partícula do SS. Sacramen-
to, apagam as velas e ficam de pé até ao fim. Ao chegar 369. O C põe o incenso, sem o benzer, no turíbulo (sem
I,I•nnllexão, sem ósculo), genuflete com os MM, incensa a
o C ao altar, o D junto do degrau inferior ajoelha-se no genuflete (não
11;1. hóstia e o cálix, rezando Incenstun istud,
plano e recebe de joelhos o cálix da mão do C de pé, levan-
Inrl nsa outra vez o SS. Sacramento de joelhos), incensa a
ta-se e, depois de genufletir o C, vai colocá-lo no altar, (Mem. Rit.), genuflete, in-
I I IV, dizendo: Dirigatur Domine
desata a fita e, sem nova genuflexão, estende o véu do cálix o altar e genuflete passando pelo meio. Entrega o tu-
I ^• ur,;1
como se costuma fazer no princípio da missa, genuflete e
Ilhulo, dizendo: Accendat, mas não é incensado. Desce ao
desce à direita do C, que já tirou o véu de ombros. O C põe Ill,nni sem voltar as costas ao SS. Sacramento, vira-se pela
incenso num turíbulo, sem bênção, como de costume, fican- Lavabo inter.
do o S à esquerda do D. O C incensa o Santíssimo. 0 I) uual esquerda para o povo e lava as mãos sem
4) I > e o S põem-se como para as orações da missa. O C
e o S elevam a casula. 0 segundo turiferário retira-se para v11 para o meio do altar, acompanhado pelo D no segundo
a sacristia. dcriati e pelo S no plano. No meio os três genufletem. O
I q u Iw do Liturgia — 12
-

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178 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 179

C diz ligeiramente inclinado (mediocriter inclinatus), apoian- +ii/ Corpus tuum, enxuga os dedos, bebe a ablução e diz
do no altar as mãos juntas, submissa, sed intelligibili voce depois Quod ore sumpsimus, mediocremente inclinado. E'
(C. E.) : In spiritu humilitatis. Depois beija o altar, genufle- e,i1,1 a última oração.
te, vira-se para o povo, retirando-se um pouco para o lado 372. 0 D fecha o missal, vai para o lado da epístola, fa-
do evangelho, e diz Orate fratres, continuando o resto cru iendo a genuflexão ao passar no meio, ao mesmo tempo
voz baixa, voltando-se para o altar sem acabar o círculo line o S, que passa com a pala para o lado do evangelho,
e genuflete. Não se responde Suscipiat. Ip,u,r cobrir o cálix, ou, se o D tinha no princípio a casula
370. 29. Elevação. O, D vai para a esquerda do C, genii- plicata, vai à credência e a retoma, volta ao meio, genuflete
flete ao principio do Pater noster e põe-se atrás do, C. Este e sobe à direita do C, o qual espera com as mãos juntas.
canta com as mãos juntas Oremus, etc., com as mãos esten- ) C e os MM descem ao plano, fazem a genuflexão, cobrem-
didas Pater noster, responde em voz baixa Amém, continua e voltam para a sacristia.
em voz alta no tom feriai, sem nenhuma inflexão de voz, As velas deixam-se acesas para as vésperas que se di-
com as mãos estendidas Libera nos, sem fazer o sinal da /cni como na quinta-feira santa. O altar depois das cerimô-
cruz com a patena. O côro responde Amen. Antes de ter- nï;c; denudado (por Ac).
minar o Libera, o D e o S ajoelham-se no bordo do supe- Terminada a missa dos pressantificados devem-se re-
dâneo. O C genuflete, põe a patena debaixo da s. hóstia, Ilr;ir os ornamentos do altar e do s. sepulcro. (d. 4081 ad 6.)
toma a patena com a mão esquerda, com a direita a hóstia
e a eleva em cima do corporal, até ser vista pelo povo, en- II. Cerimonial simples
quanto a esquerda com a patena pousa no altar. (C. E.) l.a PARTE. AS LEITURAS E ORAÇÕES
Não se sustenta a casula, nem se incensa, mas pode-se dnr
o sinal com a matraca. W 13. 1. Omitem-se os preparativos para os MM. Quanto
t o canto cf. o n. 291.
Quando o C desce a s. hóstia, o D e o S levantam--se 2. 0 C faz a prostração. (Cf. n.° 109.) Reza ou canta
e sobem para a direita e para a esquerda do C, sem gene
e orações e leituras do missal. Dizendo Flectamus genua, .

flexão. O D descobre o cálix, o C deita a patena no corporal ienuflexão e o ajudante responde L evate. Nas orações
,

e parte imediatamente, sem genufletir depois da elevação ,.


1. de Flectamus genua o C levanta as mãos e estende-
em cima do cálix a "s. hóstia em três partes, e depõe unir .
:um juntá-las primeiro. Recita a paixão tôda e também
parte no cálix como de costume, mas sem sinal da cruz e Munda cor, do lado da epístola. Se,
"evangelho" com
sem oração. (C. E.) O D cobre o cálix, os três fazem ge-
nuflexão. O C deve conservar juntos o polegar e o indica- i+o+l ur , quer cantar o "evangelho", deve rezar no meio Man-
dor como depois da consagração. O Agnus Dei e o Pax ila cor e cantar do lado do evangelho.
:3. Se houver sermão, far-se-á depois da paixão.
omitem-se.
371. 30. Comunhão. O C reza só a oração ' Perceptivo cor- 2." PARTE. ADORAÇÃO DA CRUZ
poris. O D e o S mudam de lugar e fazem genuflexão coin :174 1. Estende-se o tapête para a cruz perto do fim das
o C. O C diz em voz baixa "com grande humildade e re-
verência" (C. E.) : Panem ccelestem, Domine non sum di- 2. 0 C vai pelo caminho mais curto, sem fazer reve-
gnus, etc., e comunga como de costume. O D descobre o ++ ncia, à credência ou ao assento e tira a casula. Volta do-
cálix, os três genufletem. 0 C recolhe as partículas e deita- 1 i a pelo caminho mais longo (Mem. Rit.) pega na cruz
as no cálix. Depois põe a patena no corporal (Mem. Rit.), descobre-a como foi dito, cantando ou rezando Ecce
pega com as duas mãos (a esquerda no pé) no cálix e toma to mini. A adoração faz-se como` se disse. 0
,
C, depois de
o vinho com a S. Parcela sem oração e sem sinal da cruz, Adorado, toma o manípulo (não a casula; Mem. Rit.) e
O S derrama vinho e água sôbre os dedos dêle. 0 C não os impropérios com os Ac, sentado, com o barrete pôs-

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180 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro
181

to. Perto do fim da adoração leva-se o missal para o lado


do evangelho, a bôlsa, uni vaso com água para o altar. (1 derem-se as luzes ao anoitecer. A origem e o nome prceco-
C leva a cruz para o altar e toma outra vez a casula prel;i, uiuni indicam que esta cerimônia não é uma bênção. Devem
ser benzidos cada ano só os cinco grãos de incenso, que
3. A procissão vai pelo caminho mais curto. O hino
Vexilla Regis é cantado ou rezado. simbolizam as cinco santas chagas conservadas por Nosso
Senhor ressuscitado. O mesmo círio pode servir em vários
3.° PARTE. MISSA DOS PRESSANTIFICADOS
;nos.
375. Esta missa faz-se como foi dito; faz-se também a in- A função de acender as luzes era bastante demorada por causa
censação da s. hóstia e do cálix. As vésperas não são obri- 1M grande número das lâmpadas, que deviam ser pequenas, a fim
gatórias. de evitar o mau cheiro causado por chamas grandes. Para ocupar
ntr fiéis durante êste serviço litúrgico, o diácono cantava o louvor da
Se a píxide estava no tabernáculo ou ria urna, é preciso W. (Cf. Pauly, lucerna.) A função essencial da cerimônia, que hoje
levá-la para uma capela afastada, como foi dito. ne chama bênção, é portanto o ato de acender o cirio pascal e as
Im,es da igreja. As palavras acompanham esta cerimônia. Mistica-
mente êste ato simboliza o mistério essencial da festa, a ressurrei-
§ 8. 0 SÁBADO SANTO çiao de Nosso Senhor.
376. I. A índole do sábado santo (Sabb. Sanctum)
é du- 379. d. A preparação para o batismo pela leitura das pro-
pla: a índole própria e a índole adventícia. a) A índole tecias, que tratam da grande graça do batismo. Agora são
própria é a comemoração do descanso de Jesus Cristo no doze, antigamente o número variava entre quatro e quatorze.
sepulcro. Por isso cantam-se ainda as lamentações, não se e. A bênção da pia batismal, cerimônia antiga, usada
diz missa própria (dia alitúrgico) e guarda-se o jejum. Pm no século quarto.
privilégio, não existe êste costume no Brasil. b) A índole
adventícia é a antecipação das cerimônias da noite pascal, 380. f. A Missa. Ao Gloria repicam os sinos e descobrem-
as quais já no século X foram celebradas na tarde e ante- me as imagens. Depois da epístola o C entoa solenemente
cipadas na manhã, quando se tinha introduzido o costum e. pela primeira vez o aleluia. Falta na missa o intróito, o ofer-
es-
de antecipar as vésperas de manhã. lr`uin, o Agnus Dei, o Pax e o Communio. Para explicar
.377. 2. História. a) Diante da porta da igreja dá-se a omissões propõem-se várias razões. A razão histórica se-
tn que as partes mencionadas, na época da origem desta
bênção do fogo, tirado de uma pedra. O fogo significa o Es-
liturgia, ainda não estavam em uso. E como não se dizia
pirito Santo, enviado por Jesus Cristo, a pedra angular.
rinnrr nobis pacem, também não se dava a paz.
A bênção é de origem galicana, introduzida provavel- As vésperas foram acrescentadas, quando a solenidade
mente para eliminar o culto pagão do fogo.
elo sábado santo se antecipava para a hora das vésperas.
b) O novo fogo bento é levado solenemente pelo .diá-
ISi,um breves, para que os neófitos não devessem esperar até
cono para dentro da igreja, onde tôdas as luzes estão apa- depois das vésperas compridas. (Durandus, VI, c. 85.)
gadas. As palavras do diácono Lumen Christi significam
que Jesus Cristo é a única luz do mundo. E' uma cerimônia :18I . 3. Prescrições. a) A missa privada é proibida. Sendo
comovedora. Irei imitida por privilégio, começa pelo si. ludica, não tem in-
378. c) A bênção do círio pascal. Irr'rilo. (d. 2616 ad 2; 2970 ad 4.)
Era já conhecida nos h) A função do sábado santo é obrigatória em tôdas as
primeiros séculos. Tem a sua origem na iluminação usada ilr,rejns catedrais, colegiadas, conventuais e paroquiais, e com
na noite da páscoa. O círio simboliza Jesus Cristo ressus- . lerdos os ritos; a bênção da pia batismal só nas igrejas pa-
citado e é por isso acendido durante o tempo pascal. O Ex-
sultet (prceconium pascale, anunciação da páscoa) é o an- ' rulitiais e filiais, onde há pia batismal.
c) O mesmo sacerdote (exceto se fôr Bispo), que dá
tigo lucernário da vigília pascal. O nome de lucernário foi
dado às orações que se diziam na reunião litúrgica ao aeon- ^rn bênçãos, deve celebrar a missa. Os MM devem ser os mes-
mos. 0 diácono do Exsultet, porém, em caso excepcional

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182 183
R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro
,

poderia ser diferente do diácono da missa. (Decr. auth. +^nt toalha branca estão o manípulo, a estola e a dalmática
IV, 243.) I n a icas para o D e a estante com o missal aberto. Encostada
d) A s. comunhão pode-se distribuir durante a missa i mesa põe-se a serpentina (sendo possível uma vara en-
ou logo depois. (Cân. 867, § 3.) Cf. n. 323. R ilada) de c. 2 m de comprimento (cf. Bento XIV) tendo
HA
extremidade três velas brancas (C. E. Mem. Rit.) ou con-
1. a SECÇÃO. Cerimonial solene I u me o costume antigo a serpentina, i. é,XIV,
uma vela grossa
de fest. 1. 1.
,Ie (lote se ramificam três velas. (Bento
1. PREPARATIVOS
VIII. 52.)
382. 1. Na igreja. a) No altar-mor põem-se a cruz sent c) nome serpentina acha a sua explicação numa nota histórica
véu (as imagens veladas), seis castiçais com velas de cera I I )urandus (VI, 89, n. 12). Em algumas igrejas vai à frente da
branca (que se acendem só antes da missa), três toalhas,
,,ciss ão dos neófitos para o batistério uma efígie de serpente
nobre uma vara. Sôbre a cabeça torcida da serpente põe-se uma vela
a estante nua ou coberta com um véu roxo, o missal aberto, r asa no novo lume, em que se acende o círio pascal e tôdas as
.0d ras velas da igreja. Segundo êle, esta efígie lembra Jesus Cristo
dois frontais, um branco por baixo, um roxo por cima. b) ucilicado e a sua santa paixão, pela qual ficamos curados das
Junto do altar, em geral do lado do evangelho ou em outro li q as do pecado.
lugar conforme a necessidade (C. E.), põe-se um grande 385. 3. Na sacristia, preparam-se os paramentos brancos
candelabro com o círio pascal. !Lira a missa, a cruz processional, o turíbulo, a água benta,
O círio pode ser artisticamente pintado com uma cruz ou com cinco grãos de incenso numa salva; a estola e o pluvial
imagens. Deve ter cinco buracos em forma de cruz para os cinco
grãos de incenso. Não é necessário renovar todos os anos o círio,
How para o C (se não houver pluvial roxo, o C vai com
mas se devem pôr novos grãos de incenso. Estes grãos devem ser
estola, mas sem casula), a estola roxa, para o D, para
de incenso, não de cera só. Os grãos de incenso usados podem S só a alva e o cordão. Para o D e o S, se usarem, a Ca-
servir nas funções litúrgicas. A cruz do círio deve estar voltada
A ola plicada, que usam: o D 1. desde o princípio até de-
para o C durante a bênção, e depois da bênção, para o povo. (d, do Exsultet até antes da
4198 ad 7.) E' conveniente embeber o pavio do círio com quero- l i( is da bênção do fogo; 2. depois
sene, para que o D possa acendê-lo ligeiro. Para a serpentina I oolainha de todos os santos; o S: desde o principio até an-
(arando, cana) põe-se um suporte.
Ir^; da ladainha.
386. 4. Para a bênção da pia batismal
No lugar, onde se costuma cantar o evangelho, haverá a pia deve ser bem
uma estante para o Exsultet, "adornada belamente" (Meu;. cheia de água límpida. Se houver muito povo que
Rit.) com véu rico, comprido, pendente. Também os outros limpa e
olmeira receber água benta, é preferivel deitar a água num
altares são enfeitados modestamente "como nos domingos varo grande. Dêste vaso tira-se a água para encher a pia
da quaresma." (C. E. II, 27, 2.)
hdlisinal. Junto da pia põe-se uma mesa, coberta com uma
383, c) Na credência, coberta com uma toalha branca, Irrolha branca e em cima dela uma bacia, um jarro com água,
põe-se tudo o que é necessário para a missa solene, as uu; pratinho com miolo de pão, uma toalha para o C .lavar
sacras (não no altar), o livro com o Exsultet, se houver mãos, os vasos com o crisma e óleo dos catecúmenos, o
bênção da pia batismal, os castiçais para os Ac. A casula non,^;al aberto, uma toalha para enxugar o círio, a caldeirinha
roxa e o manípulo para o C e os manípulos para o D e S + uo água e o hissope, uma estola roxa para um sacerdote
põem-se nos assentos (banco). Loser a aspersão do povo, um vaso para levar água benta
384. 2. Fora da igreja, para as pias da igreja.
ou "na sacristia ou em outro lugar
decente" (C. E.) põe-se o fogareiro. O fogo é preparado 2. A BÊNÇÃO DO FOGO
pelo sacristão antes do começo das funções, com a faisca 381, 0 D entrega e recebe outra vez os objetos com o
tirada da pederneira por meio de isca e fuzil. Junto está u;lo: o turíbulo, o hissope, o barrete, etc.
da igre-
uma tenaz ou uma colher para deitar brasas na caçoila do 1. A procissão põe-se em marcha para a porta meio,
turíbulo, uma vela pequena (ou lanterna). Na mesa coberta I:i. Vão à frente a par, três Ac, um com água benta no

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Cap. IV: Tempo Sacro
I. Liturgia Geral.
184 R e u s, Curso de Liturgia

o turiferário à direita, um com os grãos de incenso à esquer-


da. Atrás vai o S, sem manípulo, sozinho, (pois não hâ Ao
com castiçais) com a cruz processional. Segue-se o clero
sem barrete e, atrás dêle o C, com o D à sua esquerda, re-
vestido de alva e estola, sem manípulo, ambos cobertos,
Diante do altar-mor todos fazem genuflexão, exceto o S, que
não faz reverência, e o C, que (sendo rezada a Noa) tira
o barrete e faz inclinação profunda de cabeça.
Tendo chegado à porta da igreja, o S coloca-se junk)
da porta, voltado com a cruz para o C. Em frente da cruz,
o C põe-se diante do missal. O D vai à direita do C e entrega
os barretes ao M. de C. ou ao Ac. O M. de C. coloca-se :l
esquerda do C, os Ac à direita do D. O C, sem cantar, ben-
ze o fogo com três orações, depois, com uma oração, os grãos
do incenso (Mem. Rit.), que o Ac apresenta na salva. 0 I)
responde. Durante esta oração Veniat, o turiferário põe bra-
sas do fogo bento no turíbulo. Depois desta oração o C põe
o incenso (D: Benedicite P. rev., C: ab illo ben., traçando a

Diagrama das funções principais do Sábado Santo


Abreviações: C, celebrante; D, diácono; S, Subdiácono; M, mestro
de 'cerimônias; a, acólito.

1. Bênção do Fogo. Dizem-se 4 orações. Ac põe brasas bentas no.


turibulo; C põe incenso: Ab illo benedicaris... ; borrifa: As-
perges me...; incensa.
2. Procissão. D com paramentos brancos e serpentina. C põe
outra vez incenso no turíbulo: Ab illo benedicaris; barrete,
marcha.
3. Lumen Christi. D pára, acende vela, genuflete, todos de joe-
lho, o C descoberto. D canta Lumen Christi, levantam-se todos.
e respondem: Deo grafias. O mesmo se repete no meio cia
igreja e diante do altar-mor.
4. Jube, Donne. Chegados ao altar, todos (menos S e A) genu-
fletem, C inclina-se, sobe, beija o altar e vai para o lado da
Epístola.
5. Exsultet. D incensa o livro, canta. Ao "imperia" põe os cinco
grãos, ao "accendit" acende o círio; ao "eduxit" pára, Ac
acende lâmpada do SS. e todas as luzes da igreja.
6. Paramentos. D e S genufletem no meio, C sem inclinação, vile
para os assentos, casula e manípulos.
7. Profecias. C, D e S sobem pelos degraus laterais, semicírculo.
Depois da profecia em fila. Flectamus genua. Levate.
8. Batistério. C, D e S sem inclinação à Cruz vão para os as-
sentos, depõem manípulos. C toma pluvial roxo.
9. Saida. Todos, exceto os Ac com Cruz, castiçais e círio, ge-
nufletem, C faz inclinação.

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186 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 187

cruz). 0 C asperge os grãos e o fogo ou juntamente três


vêzes ou em separado três vêzes, rezando em voz baixa uma
vez: Asperges me, sem Miserere, Gloria Patri. Depois os in-
censa do mesmo modo.
3. A PROCISSÃO
388. 0 D tira (a casula plicata, se a tem) a estola roxa
e veste o manípulo, a estola e a dalmática de côr branca.
Ao menos o S então não precisa tomar o manípulo roxo.
(C. E. II, 27, n. 12; Autores). Um Ac acende a vela (da
lanterna), no fogo benzido, por meio de um cavaco enxo-
f rado ou de um fósforo. O C põe incenso no turíbulo do mes-
ino modo que antes (para a procissão e o Exsultet) e põe
o barrete. 0 D pega na serpentina. O sacristão leva a estola
roxa e o barrete do D para o altar. A frente vai o turiferá-
rio. À direita dêle vai o Ac do incenso. Segue-se o S com
cruz, depois do D, ao lado dêle um Ac com a vela acesa
1 na lanterna), atrás o C, coberto, à sua esquerda o M. de C.
389. Tendo entrado o C na igreja, o D pára, inclina a ser-
pentina, acende urna das velas, endireita a serpentina e ajoe-
Ill;r-se com dois ou um só joelho. Todos se ajoelham do

In, Procissão. À frente Ac com círio, segue Ac com cruz, C, D


e S de barrete pôsto. Canta-se Sicut cervus.
II. Pia batismal. Cruz voltada para o C. C canta as orações e
prefácio com as mãos juntas. Cerimônias no missal.
Aspersão do povo. D entrega hissope ao C. C asperge-se e aos
circunstantes. Segue a aspersão do povo.
11. Santos óleos. C derrama em forma de cruz, mistura. Limpa
as mãos. Batizados, se houver.
I Ladainha começa e é duplicada. Voltam ao altar-mor. Devida
reverência, para assentos, C tira pluvial, voltam ao altar. C
inclina-se, D e S .genufletem.
VI, Prostração. Ao "Peccatores" todos se levantam, fazem reverên-
cia e vão para a sacristia.
lil Missa de rito solene. Judica. Sobem. Segue incensação, não há
Intróito.
11 Aleluia. C canta, depois de ter dado a bênção ao S.
I ii Nüo há Credo, nem ofertório. S leva cálix cone bôlsa para o
trll rrr.
Ill Não há Agnus Dei nem paz. Depois de Commixtio, D passa
l o ira esquerda, S sobe à direita.
!n. Vésperas. C, depois da ablução, canta: Alleluia. Laudate. D e S
senricirculo. "Vespere" com D e S; depois fila.
.:I M:i nificat. C põe incenso, incensa o altar, rezando o Magni-
ficnl com D e S. D incensa o C e S. Repetem "Vespere", põem-
In. em Pila.

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189
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro
188 R e u s, Curso de Liturgia
Ac do incenso-serpentina-D-S turiferário
-

mesmo modo, exceto o S, que leva a cruz. O C tira o bar- o D com o Ac de incenso e
rete antes de ajoelhar. 0 D canta Lumen Christi. Termina- Depois do curvat imperia,
das estas palavras (C. E.) todos se levantam e respondem acompanhado do M. de C. vai para junto do círio e crava
Deo gratias. No meio da igreja canta-se outra vez Lumen nêle os cinco grãos de incenso nos buracos preparados pela
Christi, diante do altar-mor pela terceira vez, em tom cada ordem indicada no missal. Voltam para os seus lugares. O
vez mais elevado, depois de acesa a segunda e terceira vela. Ac põe na credência a salva vazia e traz a vela pequena.
o D, acompanhado
O Ac apaga a sua vela, o D entrega a serpentina. 'fendo cantado rutilans ignis accendit, _
do Ac da serpentina, aproxima-se do círio e o acende com
390. Diante do altar observa-se a seguinte distribuição dos urna das velas ou diretamente ou por meio da vela peque-
lugares: O turiferário e à direita dêle o S com a cruz colocam- suporte preparado junto do
na. O Ac põe a serpentina no
se no lado do evangelho. O Ac com a serpentina e à direita onde fica só até ao fim da missa do sábado
dêle o Ac com os grãos de incenso no lado do epístola, no eirio pascal,
santo (d. 2873 ad 5) e volta para a esquerda do D. Tendo
meio o C e à direita dêle o D. o D pára um instante. Um Ac
cantado apis mater eduxit,
Turiferário-cruz-celebrante-diácono-serpentina-grãos. acende a lâmpada do Ss. Sacramento. O sacristão acende
O D recebe o barrete do C e o entrega ao M. de C. To- outras. Deve ser nomeado o papa e o bispo diocesano
as
dos genufletem exceto o S e o Ac da serpentina. O C faz Respice até per eundem
( também pelos regulares). O inciso
só inclinação, sobe, beija o altar, vai para o lado da epístola, Omite-se. (d. 3103 ad 3.)
e fica ali voltado para o altar. Não se põe mais incenso no Concluído o precônio, o D fecha o livro. 0 entrega
turíbulo. O D toma (recebe) o livro com o Exsultet, genu- cruz a um Ac, o D e o S vão diante do altar, genufletem
flete no meio e, sem rezar Munda cor, sobe, ajoelha-se no ;i
no
degrau inferior e dirigem-se para os assentos. Ao mes-
supedâneo, pedindo ao C Jube domne... o C diz: Dominas iuo tempo vai para ali o C, sem fazer reverência à cruz, tira
sit in corde tuo et in labüs tuis, ut digne et competenter an- o pluvial e veste a casula e o manípulo de côr roxa. O S
nunties suum Pascale prceconium. In nomine P. f et F. cl aia o manípulo roxo, o D o manipulo e a estola (casula
Sp. S. Amen, traça o sinal da cruz mas não dá a mão a I(
plicada) roxa. Põe-se a estante para as profecias no meio
jar. O D levanta-se, desce, virando-se pela sua esquerda e
põe-se à direita do S. Todos genufletem, exceto o S e o Ac .L. curo. Um Ac vira a cruz do círio para o povo.
com a serpentina e dirigem-se para o lugar, em que se canta 5. AS PROFECIAS
o Exsultet, à frente o turiferário, à esquerda dêle o Ac do late-
:193. O C, o D e o S sobem ao altar pelos degraus
incenso, depois o S, à esquerda dêle o Ac da serpentina, por ' ais (sem fazer uma reverência) e colocam-se como para
profecia (ou depois do
fim o D, à esquerda dêle o M. de C. intróito da missa. Depois de cada
4. EXSULTET Ir ;ilo, se houver), o D e o S colocam-se como para as ora-
(»us da missa, pondo-se, em seguida, outra vez como para
391. 1. Chegando ao lugar, o D põe-se diante da estante,
intróito. O C lê as profecias com as mãos pousadas no
à direita dêle o S com a cruz (esta, por exceção, voltada
livro. Não se responde Deo gratias.
Nas orações o C estende e fecha as mãos como de cos-
para o C) e o turiferário; à esquerda o Ac da serpentina,
depois o Ac do incenso, todos numa linha, voltados para o como foi dito na sexta-feira santa.
mesmo lado que o D. O clero e o povo levantam-se como tume. Flectamus, gema incli-
para o evangelho. O C vira-se para o D, logo que êste co- i M. de C. vai convidar o primeiro cantor com uma
meça a cantar. n.0 io de cabeça. Este tira o barrete, vem cone o M. de C.
I,m a a estante, genuflete, pousa as mãos na margem inferior
392. 2. 0 D abre o livro, incensa-o como ao evangelho
e começa• o Exsultet. O turiferário leva o turíbulo para a . o livro e canta a profecia devotamente, mas também has-
sacristia e volta para a direita do S. I,uil^ ligeiro (Mer.), logo que o C começar a lê-la. Tendo

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190 R e u s, Curso de Liturgia 191
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

acabado, o leitor espera que se diga Flectamus gema, roxa. Ao mesmo tempo um Ac leva água benta para as pias
ajoe-
lha-se com todos e volta para o seu lugar. O M. de C. con-
da igreja.
duz logo o segundo cantor para a estante, etc. Em alguns
lugares costumam cantar as profecias até o C acabar a lei- 397. 0 C derrama agora na água da pia os santosde óleos
Convém tomar cuidado 1. der-
tura da profecia respectiva. A S. R. C. não aprovou êste rosno é indicado no missal.
costume da igreja catedral chilena. (d. 3104 ad 8.) i; n uar muito pouco óleo; 2. derramar em forma de cruz; 3.
com os dois vasos juntos, também em forma de cruz por
6. A BE.NÇAO DA PIA BATISMAL Três vêzes. Depois o C com a mão direita mistura os ss.
394. Durante a última oração acendem-se os castiçais dos õicos e limpa as mãos com miolo de pão ou algodão ou li-
Ac na credência. No fim da última oração o C, o D e o S, mão. 0 D ministra a toalha.
sem fazer reverência à cruz, vão pelo caminho mais curto Se os ss. óleos novos, benzidos na quinta-feira última,
aos assentos. O C tira a casula e o manípulo e veste o plu- nïio chegaram, mas em breve são esperados, omitem-se as
vial roxo. O D e o S tiram o manípulo. Depois os três vão erimônias da infusão dos ss. óleos. Depois um sacerdote,
ao pé do altar. Atrás do C está o Ac (não o S) com a cruz, r evestido de sobrepeliz e estola roxa, privadamente derrama-
acompanhado de dois Ac com castiçais, atrás da cruz o Ac „; na pia corn
o cerimonial do missal. Se, porém, os ss.
com o círio. Todos, exceto os Ac com o círio, com a cruz Oleos não vêm em breve ou se houver necessidade de admi-
e com os castiçais, genufletem, o C tira o barrete e faz in- iiislrar o batismo, então o C derrame na pia óleos do ano
clinação de cabeça. A procissão põe-se em marcha. À frente precedente e empregue novos óleos na vigília de pentecostes.
vai o Ac com o círio, segue a cruz, o clero, o C ladeado
(d. 2773; 3879.)
dos MM, que sustentam a extremidade do pluvial. SO o C, o
DeoS põem o barrete. Durante a procissão canta-se o tra- :11IR„ Depois da bênção da pia batismal ou depois do ba-
to Sicut cervos. liHuo, se houver, volta a procissão ao altar-mor. Já antes
395. Depois de chegar ao d e ela chegar para o altar dois cantores começam a ladai-
batistério, o C, o D e o S 1i nli+. (cl. 3108 ad 10.) 0 côro responde "repetindo tôdas as
ram o barrete. O Ac com a cruz está voltado para o C
la- p;ti ivras dos dois cantores" (Miss.) O C e os MM, feita a
deado dos MM, a pia batismal entre a cruz e- o C. O Ac devida reverência ao altar, corno ao sair para o batistério,
com o círio está ao lado do D. O C diz as orações no missal,
v i para os assentos (tiram a casula plicada), o C tira o
pôsto na estante ou sustentado por um Ac. As orações can- .
tam-se no tom feria], com as mãos juntas, do mesmo modo l^luvi;il, mas não a estola. Vão para diante do altar, o C faz .
Inclinação, os MM genufleteme e os três fazem prostração,
o prefácio. As ceremônias se fazem corno o missal indica.
O D apresenta sempre a toalha para o C enxugar as mãos. poiis; nclo a cabeça nas almofadas colocadas por um acólito.
O D e o S sustentam as extremidades do pluvial nas ora i outros põem-se de joelhos. Os cantores acabam de joe
(C. E.) o resto da ladainha. Ao Peccatores,
ções. As cruzes ao Benedico te não se fazem dentro,. mas o C, o D
IIi
por cima da água. Depois de ferebatur, o C deita algumas S e todos os Ac levantam-se, fazem a devida reverência,
gotas de água para fora da pia para os quatro pontos car- yio para a sacristia e revestem-se de paramentos brancos.
diais: oriente, ocidente, norte, sul. O círio pascal, depois de n;icristão (ou Ac) põe as flores entre os castiçais, tira as
mergulhado na água, enxuga-se com uma toalha. 1ilíu dadas, acende as vL1as, põe no altar as sacras e a es-
396. Segue-se a aspersão do povo com água benta. Uni Lode coberta com um véu branco e tira o frontal roxo.
Ac tira água benta e a deita na caldeirinha. O D entrega 309. Se não houver bênção da pia batismal o C, o D e o
corn Osculo o hissope ao C, o qual se asperge a si mesmo vão pelo caminho mais curto para os assentos. O C tira
(Mem. Rit.), depois os circunstantes. A aspersão do povo c,uln
e -o manípulo, o D e o S o manipulo (casula pli-
pode fazê-la um sacerdote revestido de sobrepeliz e estola ,„Ii ). Depois vão para diante do altar corno foi dito supra.

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192 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 193

7. A MISSA p ,,r;i o meio, os três genufletem. O D retira-se para o pla


400. Quando os cantores chegam ao Agnus Dei n . . du lado da epístola, volta-se pela esquerda para o C e
e, se f iar
preciso, "cum pausa convenienti" (C. E.), o C e os MM, pre. .nil:i ou recita em voz alta, segundo o costume, um pouco
livado (aliquantulum inclinatus, C. E.) o Confiteor.
cedidos dos Ac vão para o altar. Começa a missa e só en- Na
tão canta-se o Kyrie. A missa tem o rito de missa solene, ioT■i.;:1 de réquie o Confiteor deve-se recitar. (d. 4104 ad 2.)
se não fôr indicada uma exceção: Judica, incenso, Kyrie, Iica no seu lugar. O C genuflete, diz em voz alta o
não há intróito. maN Amen ao
/Una./ eattir. Se o D e o S comungam, respondem
Após a entoação do Gloria, tocam as campainhas, Itt+lult;cntiam, genufletem, o S em cima, o D no degrau in-
re-
picam os sinos (nas igrejas não paroquiais somente depoiN tl.ror, e ajoelham-se no bordo do supedâneo e recebem a
de tocarem os sinos da igreja principal (d. 2123), toca o oniunhão em primeiro lugar, antes mesmo dos sacerdo-
órgão, descobrem-se as imagens e as estátuas (Nov. l^ult, Io-;. (C. E.) Levantam-se e sobem, o D para a direita, o S
Miss.), se não fôr possível, depois da missa. (d. 2965 ad pa r a a esquerda do C. Durante a distribuição da s. comu-
2.) Concluída a epístola, o C dá a bênção ao S e só ent,in m l,,i„ o D pode pôr (não é obrigação, cf. d. 1572; 1210)
canta aleluia três vêzes em tom cada vez mais elevado. a patena da missa debaixo do mento dos comungantes, ou
Como nas vésperas de setuagésima o aleluia morreu para . ler, devem usar a patena da comunhão.
os ofícios litúrgicos, assim no sábado santo é ressuscitado () S acompanha o C com as mãos juntas. O D e o S
com júbilo efusivo durante o santo sacrifício. Lê o trato, Rodeai também durante a distribuição da s. comunhão ficar
o evangelho e põe incenso no turíbulo como de costume . si lu' no supedâneo, com as mãos juntas, voltados para o
As incensações se fazem corno sempre. Ao evangelho os !1 c' ctllïu. Isto até é preferível, se, além do C, um segundo sa-
colocam-se ao lado do S, sem castiçais. i i dole ajuda a distribuir a s. comunhão, para que os MM
Não se diz Credo, mas Dominas vobiscum e estorvem a ação do segundo sacerdote e para que não
Oremits,
sem ofertório. O S leva para o altar o cálix com a bôlsa . descuidem da reverência devida a Nosso Senhor sacra-
O Communicantes e o Plane igitur
têm texto próprio. Nao mentado. Distribuída a s. comunhão, o D passa para o lado
se diz Agnus Dei, nem se dá a paz; o S por isso não sobe da epistola, o S para o lado do evangelho. Tendo chegado
Depois de Hcec commixtio, .
o D cobre o cálix, genuflete cone tu o-;upedâneo, os três genufletem, o C e o S retiram-se para -
o C passa- para a esquerda dêle. Ao mesmo tempo o S go o Lido cio evangelho, o D põe a patena no corporal, cobre
nuflete e sobe para a direita. O C diz as três orações au ri pixide, abre o sacrário, põe a píxide no sacrário, genu-
tes da comunhão.
lis le, e com êle o C e o S, fecha o sacrário, troca com o
401. Quando nesta Missa se distribui a sagraria is lugar (genuflexão no meio) e assiste ao livro como de
nhão, põe-se a píxide com as hóstias no altar antes do color
otou
ie;tome.
-- 8. AS VÉSPERAS
tório. A consagração faz-se como de costume. Pode-se tam-
bém trazer a pixide, guardada em lugar fora da igreja, c+mi 403. Após a sumpção do SS. Sangue ou após a distribui-
as cerimônias prescritas, i. é, umbela e tochas. ^,,io da s. comunhão o côro entoa o aleluia e a seguir o sal-
Tendo o C tomado o SS. Sangue, o S cobre o cálix, oio Laudate. O C, depois de ter tomado as abluções, vai ao
o D e o S genufletem e trocam os lugares. Os três ge- (submissa voce) a an-
Lido da epístola e reza em voz baixa
nufletem. O D coloca a píxide mais para a frente e tira o (doua e o salmo Laudate.'Os MM estão como para o intrói-
opérculo. Os três genufletem outra vez. Vespere
to. O turiferário prepara o turíbulo. O C entoa
402. Se em outra ocasião a píxide estiver no sacrário, o C uulcm, o côro continua e o C recita o mesmo em voz baixa
e o S retiram-se do meio, o D abre o sacrário e genuflete; ^un o D e o S. Depois põem-se em fila. Quando os canto-
benzem-se e vão para o meio do
com êle genufletem o C e o S (com um joelho só). O I) ri começam o Magnificat,
tira a píxide, fecha o sacrário e abre a píxide. O C volta altar. O C põe incenso no turíbulo e incensa como ao intrói-
+' nr to. do Liturgia -- 13

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194 R e u s, Curso de Liturgia
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 195

to. O D (ao lado do S) incensa o C e o S, o qual se lr% . entrega a serpentina, recebe o missal. Sustentando-o
no lugar que ocupa ao intróito, e é no seu lugar, como a d ,ude cio peito, ajoelha-se no degrau inferior do altar e diz:
intróito, incensado pelo turiferário. O C recita o Magnifier,' Domine, benedicere. Dominus sit in corde meo et in
alternadamente com os MM ou durante a incensação ou es-
tando diante do missal, e repete Vespere. Terminada a anil- I,rl^Jis roeis, ut digne et competenter annuntiem scum Pas-
lrrrle prceconium. Amen. Todos ocupam os seus lugares co-
fona, os MM põem-se como para as orações. Depois v i a.
1111 1 no cerimonial solene. O sacristão traz para a sacristi
ao meio do altar. O C canta Dominus vobiscum, etc.
paramentos roxos deixados no adro da igreja.
Finda a missa, o SS. Sacramento guardado fora da igre-
ja é transportado para o altar-mor por um sacerdote acom- 106. 3. Para ler as profecias o C põe os paramentos roxos
panhado de dois Ac com tochas e um Ac com a umbela. o.; sacristia ou junto ao assento; vai ao altar, faz inclinação
lri olunda da cabeça, sobe, beija o altar e lê em voz alta as
404. 0 círio pascal acende-se (Mem. Rit. VI, § 7, n. 6 ,
Tecias. Genuflete ao Flectamus gentia.
durante as missas e as vésperas cantadas: 1. no domingo,
4. Para a bênção da pia batismal vai à frente o Ac com
na segunda e têrça-feira e no sábado da páscoa; 2. em to-
dos os domingos (e, se houver costume, também em outros ei rio pascal, segue-se o cruciferário, por fim o C, reves-
Ildo do pluvial (não da casula) e coberto, rezando o trato
dias e festas) do tempo pascal, e até ao evangelho da as-
censão, inclusive. Depois do evangelho, apaga-se o círio, o ;irnl cervos. O resto faz-se como no cerimonial solene.
qual, acabada a missa, é removido do candelabro; 3. non
-
,
1117. 5. A ladainha é cantada pelos cantores, se houver;
dias mencionados pode-se acender também nas missas reza oureçam-na ao sair do batistério. As invocações são repe-
das que substituem as missas cantadas (missa paroquial, lidas. O C, tendo chegado ao altar, faz inclinação profunda,
da comunidade religiosà); 4. não se acende nas missas gne dot;pe o pluvial e prostra-se nos degraus do altar, pousan-
se celebram com paramentos pretos ou roxos (nas roga- do n cabeça na almofada posta por um Ac. Ao Peccatores,
ções, d. 235 ad 11); 5. não é lícito acendê-lo na bênção 1. l e vsurta-se, vai para a sacristia e veste os paramentos bran-
ïi SS. Sacramento (d. 3479 ad 3), mas pode ficar a arder, ve H s, Ao Kyrie dos cantores vai para o altar. Se não há bên-
a bênção seguir à missa ou às vésperas (d. 4383 ad I ) rn da pia batismal, o C, depois das profecias, vai, sem fa-
6. acende-se também, quando as missas ou vésperas se can• ,'r reverência ao altar, pelo caminho mais curto à credência
ta rn diante do SS. Sacramento exposto (I. c.) ; 7. usa-se lira a casula e o manípulo. Enquanto o C vai para diante
1111
bênção da pia batismal na vigília de pentecostes, mas .nüo do altar, os cantores começam a ladainha.
durante a missa. (d. 4048 ad 10.) Se não houver cantores, o C começa a ladainha ao sair
2. a SECÇÃO. Cerimonial simples .lu batistério. Tendo chegado ao altar, despe o pluvial (Mem.
l'ìl.) e ajoelha-se num genuflexório colocado diante do meio
405. 1. Ao sair da sacristia: 1. vai um Ac com as mãos di) altar e lê ou canta a ladainha do missal, se não houve
juntas (ou com os grãos do incenso); 2. o cruciferário; liOnção da pia; se houve, continua a ladainha começada. As
o C no meio de dois Ac, um com o turibulo e outro com a Invocações repetem-se. O C continua até ao Christe exaudi
água benta. me;, inclusivamente, levanta-se e paramenta-se para a mis-
2. Ao Exsultet o C, tendo despido os paramentos roxos 4.1. Depois do Peccatores o sacristão principia a fazer as mu-
e põsto a estola a tiracolo, o manípulo e a dalmática de cÕr dui^as no altar.
branca, põe o incenso no turíbulo. Na procissão vai à frente 1118. 6. Na missa, o C, depois de beijar o altar, põe in-
o Ac com os grãos de incenso, à esquerda dêle o turiferário, enso tio turibulo (se houver privilégio) como de costume,
em seguida o cruciferário, por fim, sem barrete, o C com ,r ieia o Kyrie e entoa o Gloria.
serpentina, à esquerda dêle o Ac com a vela (lanterna). () 7. Para as vésperas o C, se houver cantores, reza três
C canta Lumen Christi, como foi dito. Tendo chegado ao al-
vozes aleluia e depois, alternadamente com os Ac, se fôr pos-

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196 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 197

sível, o salmo Laudate. Ao Magnificat entoa a antífona, ie 411. 4. Particularidades. O ofício tem só um noturno; não
houver cantores, se não, a recita. Depois incensa o altar (se 1^ ni hinos, nem capitula. Em subsituição reza-se sempre:
houver privilégio). Il oer dies quam fecit Dominus; exsultemus et lcetemur in ea.
8. Para dar a comunhão o C ou consagra partículas du (SI 117, 24.)
rante a missa ou, logo depois da missa, de sobrepeliz e cr, Costumam-se benzer ovos, pão, carne, mormente do
tola, vai buscar a píxide com o cerimonial prescrito (unl- cordeiro pascal, desde o século VII. Durante tôda a quares-
bela, duas tochas). ma devia-se guardar a abstinência da carne e dos ovos e
9. A bênção das casas no sábado santo é direito priva r tardar o jejum. Para impedir excesso no dia da páscoa, .
col que cessava a lei de jejum e abstinência, a Igreja tornou
tivo do pároco. (Cân. 462 ad 6.) Rit. VIII, 4.
ï r,lc alimentos, pela bênção, mais respeitáveis e fontes de

§ 85. FESTA DA PÁSCOA }.raça.

409. 1. Caráter. A festa da páscoa é a festa da alegria, 412. 5. Páscoa anótina. Antigamente os neófitos celebra-
a festa das festas (Solemnitas solemnitatum). Os motivow v.uu o aniversário do batismo recebido. Era a páscoa anó-
in,a. Devotos cristãos fazem o mesmo, de preferência na
desta alegria são: a ressurreição de Jesus Cristo, milagre
le,,la da SS. Trindade ou do ano bom. (C. P., p. 385.)
estupendo e fundamento da fé cristã, a entrada franqueada 6. 0 ofício da oitava da páscoa termina no sábado
no céu e a vitória sôbre a morte, o pecado e o inferno. ( abbatum in albis, sc. deponendis). R. Gen. VII, 2. Tôda
2. Nomes. Estes benefícios estão indicados pelo nonn'
iï Liturgia: a epístola (Deponentes), o ofertório, etc., mostra
páscoa. Pois páscoa deriva-se da palavra hebraica pesaeh lane os neófitos, geralmente neste dia, depunham as vestes
passagem, porque o anjo exterminador no Egito passou hrancas. O mesmo diz Durand. VI, 86. 16; VI, 95. Contudo
pelas portas dos israelitas sem os prejudicar. Jesus Crislo lia via exceções.
passou da morte para a vida gloriosa. Os cristãos passam 413. Com o domingo da pascoela (Dominica in Albis sc.
muitas vêzes da morte da alma para a vida da graça, cum ,Iepositis) começa o tempo pascal, que é a continuação da
prindo o dever da desobriga pascal. Os catecúmenos que, itlegria pascal, com regras especiais para o ofício e a missa,
neste dia, costumam receber o batismo, passam da escra untadas neste dia no breviário e no missal.
vidão do demônio para a liberdade de filhos de Deus e de Este domingo tem no missal o titulo: In octava Paschce.
membros do Corpo Místico de Jesus Cristo glorificado. A inscrição contradiz à rubrica (VII, 2) e parece ser de data
410. 3. Meios de alegria. A alegria pascal manifesta-se umii mais recente. (Probst, Sacr. § 51.) Contudo explica-se su-
tas vêzes em divertimentos populares (Durandus, VI, 86, 9), Il,ientemente pela octava regeneratorum vel neophytorum,
que se conservaram em alguns lugares até hoje. Na Liiim r de clue fala S. Agostinho. (Serm. in mont. Ep. 55.) Seria
gia manifesta-se pelo aleluia muitas vêzes repetido no oil ,1 oitava do batismo recebido.
cio e na missa, mormente na sequência jubilosa e melodia No tempo pascal: a) Não há jejum. Antigamente nem
do Ite, missa est, na riqueza dos paramentos, na, pompa no 11.1 vigília de pentecostes se guardava o jejum e as quatro
serviço divino. lemporas eram celebradas depois de terminar o tempo pas-
( al. Mas pouco a pouco foi introduzido na Liturgia gali-
Durante a oitava nas missas fala-se dos neófitos e da graça
do batismo. O intróito da missa na segunda-feira lembra uni cou+ ,oia, e tornou-se lei universal.
tume muito antigo. Nos primeiros séculos (Tertull., Hier.) logo b) As orações Regina cceli, Angelus Domini, dizem-se
depois do batismo os neófitos recebiam mel e leite como símbolos, d, pé, o que é digno de louvor.
da sua infância mística. Dêste rito falou S. Inês, quando disse: "re
cebi da sua bôca mel e leite." (Bona, Lit. I, c. 16.) Segundo ou 414. c) O aleluia não se acrescenta às antifonas . e ver-
tros esta cerimônia se observou (Durandus, VI, 86, n. 7), I,arrw , irulos 'fora do ofício prescrito (d. 1334 ad 6; 3764 ad
simbolizar que os neófitos entram na verdadeira terra da promis
são, onde há mel e leite em abundância. H), p. ex., Ora pro nobis, depois da ladainha de Nossa

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198 R e u s, Curso de Liturgia 199
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

Senhora; Benedicamus Patrem, depois de Te Deum; Ellüllf


2. História. Entre estas procissões salientam-se as ladai-
Spiritum tuum; Officium parvum Beata? Marine Virginis, nlias maiores no dia de S. Marcos e as ladainhas menores
d) Acrescenta-se o aleluia à antífona obrigatória na dia-. ni tríduo antes da ascensão, as rogações. A procissão no
tribuição da s. comunhão antes, depois e fora da missa: () dia 25 de abril substituiu uma procissão pagã (robigalia)
sacrum convivium, Panem de ccelo. Omite-se, porém, eslt' 1.:I ra alcançar a proteção dos frutos e das searas contra a
aleluia, se a função se faz antes ou depois da missa de ré- lei rugem. Chama-se maior por ser celebrada com maior so-
quie. (d. 3465, 3576 ad 11.)
lenidade. (V sec.) A procissão celebrava-se neste dia antes
O tempo pascal quanto à missa (post missam) e ao ofl de ser assinalada para êle a festa de S. Marcos, e não tem
cio no côro (post nonam) termina com a missa e noa <Iu
u tihum nexo com ela. Por isso, sendo transferida a festa
sábado; mas quanto a outras funções litúrgicas depois do doo S. Marcos, contudo a procissão se celebra no dia 25 de
missa, estas duas rubricas não dizem nada e deve-se con Il lril.ou, caso ocorra a páscoa nesta data, no dia 27 de abril.
sultar outra fonte. Para a bênção eucarística, distribuiç o por se-
da s. comunhão, bênção da mesa, o rito pascal termina Iiïn 416. As rogações chamam-se ladainhas menores
tem menos solenes. Zeloso propagador delas foi S. Mamerto
somente com o inicio das vésperas seguintes (Rub. gele. I,
3). E' êste o sentido óbvio das rubricas e a norma prescrita (l i' Vienne. Pois no ano 470, por ocasião de calamidades
para a recitação de Regina cceli (Leo XIII, 1896) e o ale l u íhlicas, más colheitas, guerra, êle recorreu a êste meio de
pro-
lufa no Panem de calo (S. R. C. 16. V. 939.) Cf. Eph. c onseguir a misericórdia de Deus. A êle, porém, estas
1937, p. 50, animadversio. cissões não devem sua origem, por existirem antes dêle.
3. Prescrições: I. As ladainhas maiores e menores são
obrigatórias para as igrejas paroquiais. (C. P., n.° 828; Cân.
§ 86. AS ROGAÇÕES
1294.) 0 cerimonial acha-se no ritual. Nas igrejas e capelas
415. 1. Noção. Ladainha (litanice da palavra grega tila das ordens religiosas são permitidas dentro do território
neyein = pedir) significa: a) a repetição de certas invoca circunvizinho da casa, porém não fora dêle (Cân. 462, n.°
cões de Deus ou dos santos; b) uma reunião de pessoas, qiu 7) nas igrejas filiais, com licença do pároco. Se houver pro-
em comum rezam estas invocações, uma procissão. rissfio e na falta de cantores só o povo responde: Ora pro
As procissões ordinárias são as efetuadas em dias determina r itoóis, deve-se dizer a missa das rogações. (S. R. C. 1935
dos durante o ano conforme os livros litúrgicos ou costumes dita
Igrejas; extraordinárias, as anunciadas para outros dias por gorro hum. ad 4. Eph. Lit. 1939 p. 138.)
417. II. A comemoração das rogações (Prcesta) é
motivo público. (Cân. 1290, § 2.°) ' obriga-
São públicas, quando são destinadas a tôda a população tn n in Iórin a) em tôdas as missas privadas, exceto as de réquie,
dentro como fora da igreja; são particulares, quando próprias di
uma igreja ou de uma ordem ou irmandade. ,
I,uohém nas missas solenes ou cantadas, se não houver uma
Conforme as Rubricas do Missal na igreja universal as min missa das rogações, cantada ou conventual (Missal).
nárias são nove, sempre anexas à missa; a das velas, dos m inon,
das cerimônias da quinta e sexta-feira santas, de São Marcos, (I n a III. Se houver procissão: A) uma missa é sempre das
rogações antes da festa da Ascensão de Nosso Senhor, e do Cor _ tv uLações. Se há só um sacerdote, a missa única é das roga-
po de Deus. São regidas pelas rubricas do missal e ritual. ç;i u 's com comemoração do ofício do dia. Se, porém, o ofício
O C. B. contém algumas prescrições próprias. Fora das procissões
iUnuilu
de costume, não se podem introduzir novas sem licença escrita do OrdiOrlu (`é de l. a classe, a missa é da festa cor comemoração das
do lugar. (C. B. n. 404.)
As procissões não se prolonguem demasiado e fora das da semana dn
rogações com uma só conclusão.
Paixão e da sexta-feira santa, nenhuma além de uma hora depois ilu B) Se houver mais de uma missa: 1. numa festa de 1. a
pôr do sol. Durante a procissão repiquem festivamente os sinos das Igro
jas e os fiéis procurem enfeitar as janelas das casas, pelas quais pitam ntt 2.'' classe, tôdas as mistas devem ser desta festa.
a santa procissão, mormente com o SS. Sacramento. (C. B. n, 4051,)
Os que carregam nas sacras procissões as estátuas de Maria SS. o iluq 2. Se o ofício é inferior ao de 1. a ou 2.a classe, na se-
santos vistam o saco ou outro hábito aprovado pelo Ordinário do lunnr. g,nnda-feira das rogações a missa é da festa ocorrente com
Não é permitido levar num cavalo ou carro ou outro veículo reliqulnn un
estátuas de santos e mormente o SS. Sacramento. O pálio só se p ol io ntuetnoração das rogações, ou das rogações corn comemo-
empregar para cobrir o SS. Sacramento ou o Lenho da verdadeira ecoai
ou o bispo conforme as rubricas. (C. B. n. 406.) i n io da festa. Missas votivas e de réquie rezadas são proi

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200 R e u s, Curso de Liturgia 1. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 201

bidas; 3. na têrça-feira a missa é da festa, embora simplex, no altar, cantando três vêzes: Ascendo ad Patrem mneunt
com comemoração das rogações ou, se ocorre o ofício d ^,
et Patrem vestrum, Alleluia. Hoje é simbolizada pelo rito
féria, a missa das rogações (sem Gloria). Missas votivas 0 bastante recente de apagar o círio pascal depois do evangelho.
de réquie são permitidas; 4. na quarta-feira a missa é da 2. Particularidades. A festa da ascensão tem um ofício
festa ou da vigília, sempre com comemoração das rogações, 1,16prio, diverso do ofício pascal, Communicantes próprio. As
Missas votivas de réquie rezadas não são permitidas. estas dos santos ocorrentes durante a oitava seguem o rito
418. IV. Se não houver procissão, observam-se as regras pascal, mas tem na missa o Communicantes da ascensão.
Com as 2as. vésperas da ascensão principia a prepara-
acima, III, B. Em todos os casos mencionados toma-se a
2.a e a 3. a oração, se houver, conforme a rubrica indicada yo para a festa de pentecostes. A antifona: Mitte promissum
no missal. l'alris in nos, Spiritum veritatis, repete-se durante a oitava.
A ; u ilífona do domingo Cum venerit Paraclitus repete-se de-
A missa das rogações tem o prefácio pascal com as pa pois da oitava até à festa de pentecostes. Por isso, Durandus
lavras in hoc potissimum, mesmo na semana pascal, mas e
hac potissimum die, se a oitava pascal deve ser comento
in I VI, 86, 16) chama êste tempo septimana exspectationis,
e ;fio XIII prescreveu a novena do Espírito Santo, que prin-
rada; Benedicamus Domino (sem aleluia na semana pascal);
clpia na sexta-feira depois da ascensão. A sexta-feira e o
não tem Gloria nem Credo (nem no domingo).
n;irado antes de pentecdstes tem o ofício da ascensão. Pois
419. 5. No caso, em que num dos dias das ladainhas, aléni do contrário não teriam invitatório nem responsórios..
da missa das rogações, é cantada uma outra missa, deve-se (I M etho, c. 80.)
atender às comemorações. Se, p. ex., no dia de S. Marco!, -121. A vigília de pentecostes tem grande semelhança com
se canta a missa da festa e das rogações, na missa da festa vigília da páscoa.
se omite a comemoração das rogações, e na missa das ru E' dia de batismo solene, que antigamente era conferido
gações a comemoração da festa. Na missa das rogações rn., noite antes da festa de pentecostes. Mas no III século
cantam-se as 2 orações pro tempore assinaladas (Concede,
;oilecipou-se a solenidade para a tarde e passou pouco a.
etc.) O prefácio da festa é dos apóstolos, o da missa dam ponen para a manhã. Assim se explica que o ofício não con-
rogações é a da páscoa. Se, porém, além da missa cantada ern com a missa.
das rogações se diz só uma missa rezada do ofício ocorrer A bênçãó da pia batismal com tôdas as cerimônias nas
te, também na missa das rogações se dizem tôdas as co:, igrejas paroquiais é obrigatória também na vigília de pen-
memorações especiais. (d. 4372 ad 3.) Cf. n. 561. le ostes. (d. 3331; 2878.) Cf. n. 289.
6. A ladainha de todos os santos é prescrita para todos
os que estão obrigados ao ofício divino e não pode ser r u i § 88. A FESTA DE PENTECOSTES
tecipada (Rub. 7, ps. pan.), porque não se pode antecipar
42'2. 1. Nome. Pentecostes (Pentekoste = quinquagésimo
a procissão, da qual é parte essencial..As invocações lota I lia) era no antigo testamento a festa das primícias da co-
da procissão não são duplicadas. (d. 3011 ad 2.) Iheiia, 50 dias depois da páscoa. Em o novo testamento é
§ 87. A ASCENSÃO DE JESUS CRISTO
a rememoração da descida do Espirito Santo sôbre a igreja
reunida no cenáculo, da primeira pregação do evangelho
420, 1. História. A festa da ascensão pertence às mais an- 111111 a sua colheita de almas e da fundação da Igreja. Pois
tigas da igreja. Eusébio (I- 339) chama-a um dia solelils- ne!;te dia prinéipiou a obrigação do batismo: Chama-se tam-
-

simo. A vigília é do século IV, a oitava existia em alguns beni páscoa (festa) do Espírito Santo ou Pascoa rosatum,
lugares já no século X. Em muitos lugares a ascensão de por causa das rosas, que se costumam espargir por ocasião
Jesus Cristo é simbolicamente representada, p. ex., pelo s; d, c, solenidades e as quais simbolizam as línguas de fogo
cerdote; que levanta a estátua de Nosso Senhor, colocacl;i is dons do Espírito Santo enviados sôbre a igreja.

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202 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 203

Os judeus contemporâneos de Jesus Cristo, Filo e Flávio Josefn 4. A invenção da s. cruz, a 3 de maio, antigamente fes-
nada mencionam da comemoração da legislação no monte Sinai 1,1 de guarda. Foi celebrada no Ocidente no século VII, a
neste dia, nem outros judeus anteriores. (Verb. D. 1940 pág. 134.)
Lles são a fonte mais segura. 1,41a da exaltação no século VIII. A igreja oriental conhece
Os festejos em louvor do Divino Espírito foram celebrados pela pri- uma festa da s. cruz, celebrada no dia 14 de setembro,
meira vez por ordem da "rainha santa" de Portugal, D. Isabel. 0.27.1-
1336.) A fim de conseguir a paz política com o reino de Aragão, e a pai (pie seria segundo ela o verdadeiro dia da invenção da
doméstica entre o seu espôso, o rei D. Dinis e seu filho, D. Afonso, ro.
correu ao Espirito S an to. Consagrou-Lhe o país, ofereceu-Lhe a sua co N, cruz.
roa preciosíssima e a levou em solene procissão por suas próprias milaA
para a igreja e distribuiu muitas esmolas. Tendo alcançado a paz, or. Artigo III. Ciclo de Cristo Rei
denou que todos os anos se repetissem as mesmas solenidades. Esta santa
herança se guardou, mas é mister guardar também o espírito de devoçlio,
que inspirou a santa rainha êste ato solene de gratidão. 90. EXISTÊNCIA DÊSTE CICLO E AS FESTAS
2. Particularidades. 1. 0 ofício tem três salmos: o pri- PRINCIPAIS
meiro, sl. 47, descreve a vinda do Espírito Santo (in spirit!! I;'"►. Os liturgistas em geral não admitem um terceiro ciclo
vehementi); o segundo, sl. 67, a pregação do evangelho ,lu alio eclesiástico. Contudo há bastantes razões para esta-
(confirma hoc Deus); o terceiro, sl. 103, que trata da cria- helecé-lo e chamá-lo ciclo de Cristo Rei. Estender o ciclo
ção do mundo, a'fundação da igreja, dêste novo mundo I.;1r;1 aI até o fim do ano é contra a Liturgia. (Post missam
(Emitte Spiritum tuum et creabuntur). e i shirat tempos paschale. Sab. post Pent.)
2. A missa tema belíssima sequência Veni Sancte Spiri-
I. Já os antigos liturgistas dividiam o ano eclesiástico,
tus, o Communicantes e Hanc igitur próprios.
3. Celebram-se as quatro têmporas, porque antigamente ulhora sem usar êste nome, em 4 partes, correspondentes
,. quatro estações do ano civil. Durandus (VI c. 1) diz que
o tempo de páscoa terminava na festa de pentecostes. Agora I partes do ano são designadas por quatro ações de
conclui com a oitava de pentecostes, na noa do sábado,
c,lo que são o nascimento, a paixão, a ressurreição e a
§ 89. AS FESTAS PRINCIPAIS DÊSTE TEMPO 11 rada para o juízo. Este tempo da chegada é chamado
I.+rlll,énl tempo da peregrinação e corresponde ao tempo que
423. Entre as festas, que neste tempo sacro ocorrem, se- v;u desde a oitava de pentecostes até ao advento. Por conse-
jam mencionadas as seguintes: t uinle, Durandus conhece 4 ciclos do ano eclesiástico: o do
1. A festa de São José, a 19 de março, dia do seu trân- 11;11;11, o qual chamamos ciclo do advento, os da paixão e
sito. A veneração de São José é mais antiga no Oriente do w,i;lirreição, os quais eram reunidos pelos liturgistas para
que no Ocidente, mas não havia festa própria na igreja gre•- 110 mar o ciclo pascal, e o da vinda para o juizo. Como Jesus
ga. No Ocidente a veneração começa por volta de 850, a t , !,to vem para o juízo como Rei, temos a idéia de Cristo
festa por volta de 1270. Em 1470 a festa foi inserida in lf,•i I rara o último ciclo já indicada por Durandus (t 1296).
breviário romano, em 1621 elevada a festa de guarda. 1 ► 1nl'sn o diz Beletho ($ 1164) c. 55.
2. A festa da Anunciação de Nossa Senhora, a 25 di'
março, antigamente chamada também Conceição de Cristo, II. Além disso, o têrmo "ciclo" por sua significação
e por isso outrora festa de Nosso Senhor. Era celebrada 11,1l1tral não exige uma festa central com preparação e con-
em Roma já antes de Gregório Magno. Desde o sec. VIII lln11,iyio, circunstância essa que sem 'razão convincente se
é geral no Ocidente. No Oriente é conhecida por volta d NIOr(l. Supõe só um movimento contínuo (ciclo lunar) e
430. uma idéia dominante (ciclo épico). E' isto que há no ciclo
424. 3. A solenidade de S. José, assinalada por Pio X para Ile Cristo Rei.
a quarta-feira depois do 2.° domingo depois da páscoa, A idéia de Cristo Rei no terceiro ciclo é dominante.
introduzida por Pio IX em 1849. Contribui muito para au- I. Isto se segue da posição dominante do último domin-
mentar a confiança no poderoso protetor da igreja e da ,,, & pois de pentecostes, em cujo evangelho se acham as pa-
família. ila erit et adventus Filü hominis, palavras estas, que

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204 R e u s, Curso de Liturgia• 205
I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

deram aos antigos liturgistas o motivo de denominar o ter , 11 excelsa rainha Maria Santíssima (Assunção, a 15 de agôs-
ceiro ciclo o ciclo da vinda de Nosso Senhor. Pois, qual- I( t) , o grande precursor São João Batista, o príncipe São
quer que seja o número dos domingos depois de pentecostes, Miguel (29 de set.), os príncipes São Pedro e São Paulo.
o domingo com o mencionado evangelho sempre ocupa o tíl-
timo lugar. Portanto os domingos precedentes são subordi- '128. 6. A chave da abóbada no edifício litúrgico do ano
nados ao último corno os meios ao fim. eclesiástico foi posta por Pio XI, quando instituiu a festa
2. 0 mesmo se segue da idéia da peregrinação que, con- de Cristo Rei para o último domingo do mês de outubro,
quase "tio fim do ano litúrgico". Assim o terceiro ciclo tem
forme Durandus e Beletho, é a idéia dominante do tempo unta festa, em redor da qual se agrupam os domingos e as
entre o pentecostes e o advento. Peregrinação é aproximaçao
a urn térmo, que neste caso é Jesus Cristo Rei, supõe por- lt" tas dêste tempo. Torna-se igual aos outros ciclos. Como
tanto a idéia de Cristo Rei. o ciclo do natal tem duas festas principais, o natal e a dos
i tis, o ciclo pascal, as festas da páscoa e de pentecostes,
3. Os domingos depois de pentecostes contêm a idéia de o terceiro ciclo tem no princípio a festa do Corpo de
Cristo Rei, mais que em outros ciclos. Nosso Senhor é Rei dn I bus e no fim a festa de Cristo Rei, superior à festa do
céu (Dom. 2; 3; 5; 7; 8; 14; 17; 19; 21; 22; 26; 27; 28) ;
t `ot po de Deus pela idéia formal de Cristo Rei.
b) Rei da natureza (Dom. 4; 6; 11; 13; 15; 16; 20; 2a;
24; 25); c) Rei da graça (Dom. 10; 18); d) Rei legislador '129. 7. Estabelecendo-se o ciclo de Cristo Rei o ano ecle-
(Dom. 1; 12); e) Rei dos tempos (Dom. 9). 0 mesmo neto NIústico não se apresenta mutilado, só com dois ciclos e um
se pode dizer dos domingos, p. ex., da quaresma, cujo fint i1n íidice sem nome, mas perfeito e verdadeiramente cristo-
é preparar os fiéis para a páscoa. t coil lio; oferece em Cristo Rei uma idéia de grande atra-
-

,,,to e valor educativo para ativar as forças da alma, mor-


427. 4. As lições do ofício divino, logo depois de pente 1111'111c da vontade juvenil.
costes, se tiram dos livros dos reis. Os reis de Israel cram Deve-se, portanto, admitir o terceiro ciclo do ano ecle-
as figuras de C ri sto Rei, ao menos pela sua dignidade real.. 'el,islico, o ciclo de Cristo Rei, por motivos históricos, litúrgi-
Por isso os Santos Padres nos seus sermões sôbre êstes li ro”;, estéticos e pedagógicos. (Eph. Lit. 1938 p. 142-146.)
vros costumam referir-se a Cristo Rei. (Dom. 5, S. Gregário
Magno; Dom. 8; 9. S. Agostinho.) Por onze semanas, por- 130. As festas principais. 1. A primeira festa dêste ciclo
tanto, a igreja chama a atenção dos fiéis para Cristo Rel. a lesta da SS. Trindade. Foi celebrada no século X pelo •
Iteipo de Liege, recebida em muitas dioceses e afinal pres-
Durandus fala disso várias vêzes. (Cf. 115; 116-119; 121.)
t t llrt para toda a igreja no ano de 1334. E' verdade que
5. As festas principais dêste ciclo manifestam a idéia dt' ;t SS. Trindade em todos os domingos, e mesmo em todos
Cristo Rei. A festa do Corpo de Deus com oitava teto no
o!; dias é comemorada. Por isso Alexandre II não concedeu
ofício o invitatório: "Adoremos a Cristo Rei, que reina só
q festa. Contudo êste mistério santíssimo exigia urna festa
bre as nações"; na sequência: "nesta mesa do novo Rei ... " ,
111 irgica especial.
A festa do Sagrado Coração de Jesus com oitava supô'
por toda parte a dignidade real de Nosso Senhor e a de 431. 2. A festa do Corpo de Dens é uma das mais solenes
clara abertamente no ato de desagravo e no da consagraçfn, de toil () o ano eclesiástico.
Também outras festas falam de Cristo Rei: "Adoremos C ris história: A ocasião para introduzi-la foi uma visão de
to Rei, por nós crucificado" (invenção da s. cruz, a 3 de S. Juliana, O. S. A., do convento de Mont-Cornillon perto
maio); "adoremos Cristo Rei exaltado por nós na cr u z" de Liege ( j 12581.
- -

(Exaltação da cruz, a 14 de setembro); "adoremos Cristo, ti n ire os sacerdotes, a quem ela comunicou o fato, achava-se
Ifn I'nutaleon, o qual, no ano de 1261, foi eleito Papa sob o
o sumo Rei da glória" (Transfiguração, a 6 de agosto); mime Urbano IV e introduziu a festa para toda a igreja °no
"adoremos o Senhor, o Rei dos reis (Todos os Santos, a I." ruut tIr 1264. A procissão acrescentou-se mais tarde. O oficio foi
teiltcitlo por S. Tomás de Aquino. Devia-se celebrar na primeira
de novembro). Cristo Rei está rodeado de sua côrte real: illUnl,t leira depois do tempo da páscoa. Pois na quinta-feira santa,

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207
206 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

dia da instituição do SS. Sacramento, não se po de comemorã-lo inc uto único fim da procissão". Contudo o ordinário do lu-
devidamente. A traição de Judas e o aleluia da alegria não se cou c 'ar pode permitir que vão crianças vestidas de anjos, a es-
binam bem.
p lhar flores, levar turíbulo com. incenso pôsto. (d. 3324;
432. Cerimonial. A s. hóstia para a procissão é consagrada :1035.) C. P. 15, n. 834; 837.
na missa, que precede a procissão, e depois da comunhão 115. i) As bandas de música, se houver nas procissões,
é posta na custódia, que fica sôbre o corporal. Contudo se não entrem na igreja e durante o trajeto executem' sinfonias
poderia usar na procissão também uma s. hóstia consagrada sacras e interrompam a música, para que o clero com o
para a exposição (De Herdt). A missa continua com as cc Inovo cante os salmos e hinos prescritos. Não se convidem
rimônias da missa com o SS. exposto. Druidas de música, que dão ocasião de profanar as festas
Finda a missa, o C tira a casula e o manípulo e toma o
r(.ligiosas.
pluvial, os MM tiram o manípulo. 0 C põe incenso em dois Nas procissões e outras funções toleram-se só os el a-
turíbulos e com um dêles incensa o SS. Sacramento, recebe
na dos anjos com vestidos compridos. (d. 4121 n. 21; C. B.
o véu de ombros, sobe ao supedâneo, onde o D lhe entrega
u 407.)
.
com as devidas reverências a custódia, de modo que a s. Precedência. Os lugares de maior honra são os mais
hóstia fique voltada para o D. Ao sair não dá a bênção, próximos do SS. Sacramento. A ordem por miúdo veja-se
Está prescrito o pálio.
l'. P. n.° 833; Cân. 701; 491; 478; 408.
433. Prescrições. a) A procissão do Corpo de Deus é obri- Se a procissão de Corpo de Deus é transferida para o
gatória nas igrejas paroquiais (Cân. 1293); b) o C da domingo durante a oitava (Cân. 1291), a missa não pode
missa (exceto se fôr bispo) deve levar o SS. Sacrameiilo roer de Corpo de Deus, mas deve ser do domingo ou da fes-
durante tôda a procissão (d. 2792); c) o C durante a pro- la ocorrente com comemoração do SS. Sacramento. (d.
cissão recita hinos e salmos ( C. E.) com os MM; d) podem .Y552 ad 4.)
se fazer duas, três ou quatro estações (d. 3448 ad 10; 3488 I:16. A exposição do SS. Sacramento na missa rezada e
ad 2) numa igreja ou diante dos altares preparados. Neste ;mirada e nas vésperas, durante a oitava de Corpo de Deus,
caso incensa-se o SS. Sacramento e pode-se dar a bênção concedida pelo direito canônico (cân. 1274) a tôdas as
com o Santíssimo depois do canto do Tanturn ergo, Genital, oratórios
o:rc',ias, onde se conserva o SS. Sacramento. Os
Panem, etc. (d. 3086); e) é proibido ao clero e ao côro dos poldicos e semipúblicos precisam da licença do Ordinário
músicos nas procissões com o SS. Sacramento, como cm pira esta exposição. (Cappello 1 p. 287.) A bênção eucaris-
geral perante o SS. Sacramento exposto, ; cantar os cânticos tien dada durante esta oitava de manhã não impede outra
litúrgicos em língua vernácula. (d. 3975 ad V.) Se os crio le tarde, sem as vésperas.
ticos prescritos pela Liturgia não bastam, podem repetir-se
ou ajuntar-se-lhes outros apropriados (Rit. IX, 4, 4); f) o 91. OUTRAS FESTAS DESTE‘ CICLO)
povo acompanha a procissão cantando cânticos em língua 437. 1. A festa do' Sagrado Coração de Jesus. Desde os
vernácula (d. 3573 ad 3; 4121 n.° 21) ou rezando devota- primeiros séculos da igreja os santos padres, os santos dou-
mente (Rit. IX, 1, 4); g) devem repicar os sinos das igre- tores da igreja e muitos santos veneraram o amor do divino
jas e casas religiosas, diante das quais passa a procissão. I' edentor e chamaram a chaga aberta no lado de Jesus Cris-
(d. 2530.) to Ionte de graças. Na idade média, o S. Coração de Jesus
434. h) Nas procissões do SS. Sacramento não podem ir lo1 venerado em muitíssimos lugares..
meninos ou meninas representando mistérios, santos, figu- S. João Eudes foi o _primeiro que iniciou o culto litúrgico
ras do antigo testamento, levando instrumentos da sagrada olor; Sagrados Corações de Jesus e Maria ( j 1680). Mas,
- -

paixão (d. 1361; 2879; 1731), "pois que êstes objetos pelei liara introduzir o culto mais perfeito, Deus mesmo escolheu
sua natureza desviam a atenção da adoração do SS. Sacra ra S. Maria Margarida Alacoque (t 1690). Nosso Senhor

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208 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 209 '

apareceu-lhe e exigiu que se empenhasse, juntamente cool (ì. A festa da transfiguração de Jesus Cristo (a 6 de
os religiosos da Companhia de Jesus, em propagar a devo
nl;Osto) foi celebrada no oriente já no século V. Provavel-
cão do seu divino Coração, e em conseguir uma nova festa mettle foi a festa da dedicação das basílicas no monte Ta-
litúrgica destinada a desagravá-lo das ofensas assacadas hu. Foi instituída para a igreja universal por Calisto III
ao seu divino Coração, e prestar-lhe o culto devido (1674), ( I 1 h7) em agradecimento pela vitória de Hunyadi sôbre
,

Clemente XIII (1765) concedeu a festa, Pio IX (1856) a es- turcos.


tendeu a toda a Igreja, Pio XI a elevou ao rito de 1. a classy
139. 7. A festa da assunção de Maria Santíssima é a mais
com oitava privilegiada (1928) e prescreveu uma nova 1'ór ,
nolcne das festas marianas. O objeto dela é a assunção da
mula de desagravo. As 12 promessas' do divino Coração s o nane tie Deus ao céu com alma e corpo. Uma festa mariana
registadas pelos bispos brasileiros na Carta Pastoral de
nu dia 15 de agosto, segundo a tradição arniênia, foi insti-
1915 com a recomendação de propagar a veneração do Sa -
Illlda no princípio do século IV, substituindo a festa de uma
grado Coração de Jesus.
d r ivia pagã. Mas esta festa não celebrava a assunção da
Estas 12 graças preciosas prometidas são "o fruto" da VII rem Mãe. Em Roma celebrava-se esta festa sob o nome
árvore mística (Jesus Cristo) de que fala o intróito da leis
de rlormitio (descanso), no século VII, em outros lugares
sa de santa Alacoque: "Eu assentei-me debaixo da soinht l
11 1 1 V e VI século. A doutrina da igreja que Maria Santis-
daquele, a quem tanto tinha desejado e o seu fruto é d. uc an-
dlnl;l foi elevada ao céu com o corpo não se baseia na
a meu paladar." (Cânt. 2, 2.) A Santa escreve (carta 132): liptiidade da festa, mas em razões teológicas.
"Este divino Coração é como uma bela árvore carregada d e 8. A festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Apa-
frutos salutares."
Icelda (7 de setembro), foi concedida por Leão XIII, o ()H
438. 2. A festa de S. foão Batista é muito antiga, cuniu próprio por Pio X. -eI
afirma S. Agostinho (Sermo 292), mas posterior à festa dn I leve a sua origem às muitas graças alcançadas pela veneração
natal de Nosso Senhor, do qual depende a fixação do dial. I Iirima estátua de Maria Santíssima Imaculada, achada no principio
(24 de junho — 25 de dezembro.) •.1 ulo XVIII, num rio, em Itaguaçu, Estado de S. Paulo. A êste
,

I- do ( Ie ser salva a imagem de dentro do rio, alude a epístola, fa-


3. A festa de S. Pedro e S. Paulo, uma das mais ;lati• I,iudo do "rio" do Apocalipse (c. 12; 14), que "devia levar ,a mu-
Ilici celeste", Maria Santissima, a qual, porém, foi salva: a sua
gas, foi celebrada em Roma desde a primeira metade do sé lintirem pelos pescadores do Itaguaçu, a sua alma pela Imaculada
culo IV, e fora de Roma desde a segunda metade. O dia 20 uurciçiío. Do seu santuário em Aparecida, elevado a Basílica Me-
de junho, conforme a tradição local romana, é a data do llo', ,i bondosa Mãe continua a derramar rios de graças sobre os
!cith Iillios do Brasil.
martírio. A festa da cadeira de S. Pedro a 18 de janeiro i" a A missa pode ser rezada como missa votiva.
comemoração da tomada de posse da Sé Romana por S, Festa titular das igrejas, que têm por título uma festa
Pedro. A festa de S. Pedro em Antioquia a 22 de fevereiro de Maria Santissima sem o nome de um mistério, do qual
substituiu uma festa pagã e comemora o fato de ter o prin ti .l;l urna festa especial (p. ex., Nossa Senhora da Boa
cipe dos apóstolos tomado posse da Sé de Antioquia. VLIp,t'ul) é a festa da Assunção. (d. 2529 ad 1; 2.)
4. A festa do Preciosíssimo Sangue foi instituída poi
1111. 9. A festa da natividade de Maria SS. celebrav a-se ao
Pio IX e elevada ao rito de 1." classe por Pio XI em conuc (nonos desde o séc. VII na igreja oriental, como atesta um
moração do 19.° centenário da morte do divino Redentor. n:'io de S. André de Creta (t 720). No mesmo séc. VII
5. A festa da visitação de S. Maria, foi introduzida no
alr;lia em Roma (vida do Papa Sérgio j 701) vinda do
--

século 13, talvez em substituição de uma festa grega eclr ►rlonte. E' pouco posterior à festa da assunção, mas anterior
brada no dia 12 de julho que comemorou o fato de ser d e A lesta (la conceição imaculada. Provavelmente já se cele-
positada a veste de Nossa Senhora na igreja de Blachernae, hi iva no séc. V. Pois o sacramentário gelasiano a traz (ML
subúrbio de Constantinopla. A ordem Franciscana a iestejnu /-1 p . 1176), riem se pode provar que foi interpolada poste-
já no século XIII. Bonifácio IX a introduziu na igreja romana.
(lu l io'nte.
^ur " .I.. I Aturgia — 14

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I210 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro211

Esta data é confirmada de algum modo pela notícia de ser S, I. A festa de S. Miguel, a 29 de setembro, é a come-
Maurílio, Bispo de Angers (J-, 453) o autor da festa. Êle a lcrin moração da consagração da igreja de S. Miguel em Roma.
introduzido a pedido expresso de Nossa Senhora. Mas a lenda do
que ela lhe aparecera nos campos de Marillais (Gueranger, lia, l) culto de S. Miguel e dos santos anjos é antiquíssimo.
chenjahr XIV p. 163) só seria o reflexo popular das controvérslisn 12. A festa de Nossa Senhora do Rosário (a 7 de outu-
cristológicas, que acharam o seu fim no concílio de Êfeso (431) ri bro) loi instituída por Pio V sob o nome de festa de Nossa
provavelmente deram ensejo à festa, primeiro em Roma, depois par
influência romana, na Gália. No séc. VI é mencionada em Cnnn Senliora da Vitória. Devia lembrar a vitória sôbre a frota
tantinopla e tornou-se universal no séc. Xl. turca em Lepanto pelo auxílio de Maria Santíssima. Gre-
Originou-se provavelmente pela festa da natividade de São Jolln gório XIII, fixou-a para o primeiro domingo de outubro sob
e de Nosso Senhor. 'Se o arauto do Salvador tem a sua festa, cora
mais razão a pode exigir a Mãe de Deus. Procurando-se o mém o nome de Nossa Senhora do Rosário (1573), Clemente XI
dia convenientes escolheu-se o dia 8 de setembro. Baseia-se eaia .r estendeu para tôda a Igreja em agradecimento pela vitó-
data provavelmente na vida apócrifa de Nossa Senhora: evangelm u r
de nativitate Rance (ML 30 p. 298), uma tradução modificada dn r ia sôbre os turcos em Peterwardein, 1716.
evangelho apócrifo de Pseudo-Mateus, atribuído ao séc. VII (I'irnl, E' preceito universal (d. 3666) celebrar o mês do ro-
Dict. de I. Bibl., suppl. 1928 I, p. 483), com melhor fundameulo lot !;ário. Não foi derrogado pelo cân. 6 § 6, por não ser lei
séc. V ou IV. (Leclercq, Diet. d'Arch. X, p. 2040.) Esta fonte cools disciplinar, mas litúrgica. (Cân. 2.)
que São Joaquim, até então sob a maldição de não ter filhos, Cal
para Jerusalém com Ana, sua espôsa, a fim de assistir à festa do
dedicação do templo. Nesta ocasião um anjo lhe teria anunciado
4'111. 13. A festa de Jesus Cristo Rei no último domingo
o nascimento de uma filha, cujo nome deveria ser Maria. de outubro foi concedida à Igreja em 1925 por Pio XI,
Ora, a festa da dedicação do templo (encaenia) se celchniva ;t f ini de chamar a atenção do mundo inteiro para a digni-
no dia 25 do mês de casleve. (1 Mac 4, 52.) Este se estendia dun d;ulc real do divino Redentor e seu direito de soberano de
meados do mês de novembro até meados de dezembro. Coam n Mudas as nações, para o seu "reino de verdade e justiça, de
meio do mês caía, quando muito, no dia 14, pode-se considerar u
dia 14 de novembro corno princípio do mês casleve. Até o dirt íIII ;iridade e de paz." (Prefácio.) Nesta festa, além da con-
são 17 dias que com mais 8 do mês seguinte dá 25, data da dc sagração, está prescrita a ladainha do S. Coração de Jesus.
dicação do templo. Êste dia 8 de dezembro, consideradas tôdas an
circunstâncias, parecia ser o dia mais justificado para a festo dn (d. 4402 ad 2.)
conceição de Maria SS. Ao dia 8 de dezembro corresponde o din 14. A festa de Todos os Santos é muito antiga em al-
8 de setembro, festa da natividade da Mãe de Deus. (Summa anus I',ttivas igrejas do Oriente. Em Roma, Bonifácio IV (609) con-
N I p. 213.) E', porém, permitido começar o mês de casleve tantllém
no dia 15 pe novembro. Neste caso o 25.° dia coincide com o Alar .:igrou o Pânteon em honra de Maria Santíssima e de todos
9 de dezembro, data esta em que foi celebrada a festa da coo mártires. Gregório IV (827-844) introduziu a festa de'
ceição, no Oriente.
idos os Santos.
10. Em honra de Nossa Senhora das Dores há duas feri
15. 0 dia de finados (2 de novembro) tem a sua origem
tas que se distinguem exteriormente pelo caráter do 1•n11ro uni Cluni, no século X, antes mesmo do S. Abade Odilon.
da ocorrência. Uma se celebra no tempo do luto litúrl,lco, :rn Roma foi celebrado só no século XIV.
na semana da Paixão, em honra de Nossa Senhora da I'ie Os fiéis podem ganhar uma indulgência plenária toties quoties
dade, em veneração do amor materno compassivo; a mili;r, no dia 2 de nov. tôdas as vêzes que visitarem uma igreja pública
oa um oratório público ou semipúblico. (S. Off. 25.6.14; A. A. S.
fora do tempo de luto, mas em companhia de uma festa 1914 p. 378.) Condições: confissão, comunhão e em cada visita 6
da Paixão, a exaltação da santa cruz (14 de set.), em Irou Padre-Nossos, 6 Ave-Marias, 6 Gloria Patri. As visitas podem-se
ra da intrépida Rainha dos Mártires e do seu amor divino, lazer desde o meio dia do dia 1.° de nov. até à meia noite do dia.
.! de nov.
conformado com a vontade do seu Filho. (d. 824.) A trona Se o dia, de finados é transferido para o dia 3 de nov., também
da Mãe compassiva, com o Filho morto no regaço, é nlain a indulgência plenária toties quoties é transferida. (S. Off. 13 de
dez. de 1916; A. A. S. 1917 p. 179.) A indulgência plenária toties
antiga (Colônia 1413) • e a imagem correspondente, mala quoties, anexa ao dia 2 de nov. pode-se ganhar também no domingo
popular. A segunda festa (Servitas 1668) provavelmente rol seguinte. (S. Pwnit. 2 ian. 1939.)
concedida para lhe dar uma oitava, que está proibida nn 16. A festa da consagração da igreja (dedicatio eccie
quaresma. siri') é uma festa do Senhor (festum Doinini). E' muito an-

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212 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 213
M

tiga. A festa da dedicação da Catedral é celebrada pelo mormente na sexta-feira, sábado e primeiro domingo
clero de tôda a diocese, as festas da dedicação da igrejrl depois da festa do Corpo de Deus; e) na bênção vespertina .
de Latrão (9 nov.), da catedral de S. Pedro (Vaticano) u do SS. Sacramento com píxide, ou visita ao SS. Sacramen-
de S. Paulo (18 nov.) são obrigatórias em tôda a igreja. to acompanhada por algumas orações; f) na hora santa se-
Pois a igreja Lateranense, contígua à multicentenária resi nn.nial ou ao menos mensal; g) nos triduos celebrados para
dência do Papa, é a basílica patriarcal de Roma e como tal pi ()mover a comunhão frequente; h) nos congressos euca
a igreja mãe de tôda a cristandade. As duas últimas basí- socos; i) na adoração perpétua.
licas possuem os santos corpos de S. Pedro e de S. Paulo, Procure-se promover o culto do Sagrado Coração de
(•sus (C. B. n. 385), principalmente: a) pelo pio exercício
As devoções populares
do mês de junho ou janeiro, ou com licença do bispo, de
442. De duas maneiras o povo cristão satisfaz a sua obri- outro mês; b) pela missa e comunhão reparadora na primei-
gação de servir a Deus com orações, associando-se à liturgia i a sexta-feira de cada mês; c) pela renovação anual, se fôr
da Igreja ou escolhendo entre as práticas de piedade as possivel, da consagração das familias; e) pelas associações
mais convenientes ao seu estado de vida e à necessidade ee do Sagrado Coração , de Jesus; f) pela entronização do Sa-
inclinação pessoal. l;rado Coração de Jesus nas famílias.
Convém que os fiéis se acostumem a assistir à missa Anualmente na festa do Sagrado Coração de Jesus e de
também nos dias de semana, que acompanhem devotamen te Cristo Rei renove-se solenemente o ato de reparação e da
as orações do sacerdote (C. B. n. 355, § 1, 2), rezando, en consagração do gênero humano. (C. B. n. 386.)
quanto possível, as orações litúrgicas numa boa tradução, ou Em tôdas as igrejas paroquiais se faça a via sacra nas
ouvindo com atenção as orações recitadas em voz alta j u iz Hextas-feiras ou nos domingos principalmente no tempo da
pessoa competente. As secretas e o cânon da missa rito quaresma. (C. B. n. 387.)
podem ser lidas em voz alta. O povo tome parte no cuido Empenhem-se os párocos para que tenham a imagem
gregoriano dos hinos e cânticos e outras partes que Ilie tis• Jesus Cristo crucificado tôdas as casas dos fiéis e que .
competem. (C. B. n. 366, § 2.) .ida vez mais se use a pia prática de saudar-se mutua-
in c i t e com as palavras: Louvado seja Jesus Cristo.
Se por falta de sacerdotes em algum lugar nos domin (C. B.
gos e festas de guarda não houver missa, os fiéis reunam-se u. 388.)
na capela ou outro lugar pio à hora mais própria, para ora= 413. Muito se recomenda a devoção a Maria Santíssima,
ções em comum e leitura piedosa apropriada. (C. B. n. 354.) Mate de Deus.
Durante o dia as portas da igreja fiquem abertas, mormente Nos meses de maio e outubro recite-se o têrço com a
nas igrejas paroquiais, de acôrdo com as normas prescritas hê ição do SS. Sacramento, principalmente nas igrejas cate-
pelo ordinário do lugar. (C. B. n. 323, § 5.) Entrando 11;1 duds e paroquiais. (C. B. n. 390.) Recomenda-se muito re-
igreja adorem os fiéis em primeiro lugar a Nosso Senhor iar o têrço à tardinha nas igrejas paroquiais. Conserve-se e
Jesus Cristo na Eucaristia, depois venerem as relíquias e (promova-se sempre mais a pia prática de rezar diariamente
imagens dos santos. (C. B. n. 372.) o terço nas famílias. (C. B. n. 391.)
Nos domingos e festas de guarda dá-se a bênção eu- Muito se recomenda a devoção a São José, castíssimo
carística. Fspôso de Maria Santíssima e Patrono da Igreja universal,
Procure-se com todo o empenho promover o culto da i Sagrada Família, : aos santos Anjos, principalmente ao
SS. Eucaristia, especialmente: a) pela procissão solene do Anjo da Guarda e aos Santos, especialmente o Santo Prote-
Corpo de Deus; b) pela exposição anual das 40 horas; e) tor. (C. B. n. 395; 396.)
pela solene exposição do SS. Sacramento, principalmente Convidem-se os fiéis a celebrar cada ano o dia do
no terceiro domingo de cada mês; d) nos triduos eucaristia Papa e o aniversário de sua eleição e coroação com orações

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Pascal 215
214 R e u s, Curso de Liturgia 1. Liturgia Geral, Cap. V: Cômputo

r00
19 ' cairá no ano de 1595. Depois volta-se ' à unidade,
especiais e S. Comunhão, oferecida na intenção dêle. (C.
de sorte que no ano, de 1596 o número áureo seja outra vez
B. n. 34. 35.) Faca-se o mesmo pelo bispo diocesano no
aniversário de sua eleição ou sagração. (C. B. n. 44.) 1, em 1597, 2, etc.; como mostra a figura 1.
No último dia do ano cante-se o Te Deum em tôdas as
igrejas catedrais e paroquiais em ação de graças e com o
SS. exposto. (C. B. n. 389.) 1598 •. 1615 Ano
1'ì77 1578 1579 1535
Organizem-se romarias para os santuários mais fre- numero
1 2 3 Áureo
quentados, principalmente de Maria Santíssima, especialmen
te sob o título de Aparecida. (C. B. n. 393, § 2.) Ciclo de 19 AN
Recomenda-se o piedoso costume dos fiéis, de ir rezar Fig.i 0 ciclo lunar
pelos defuntos no cemitério, nas festas e mormente no dia
dos finados, contanto que isso não se faça nas horas das
sagradas funções ou catequeses na igreja. (C. B. n. 336,
§ 2.) Pelo dobre fúnebre do sino anuncie-se ao povo qur.'
algum fiel morreu e que se reze por êle. (C. B. n. 338, § I.) 102 C+C105 lunares
Recomenda-se a pia prática de consagrar o mês de no- ^nteiros
vembro às almas, de recitar ou cantar o salmo De profun
dis e os responsos pelos defuntos, de velar um defunto unes
mo de noite, recitando-se o têrço de Nossa Senhora e ou- Fiq.2 Cálculo do número áureo
tras orações e evitando qualquer abuso. (C. B. n. _ 339, § 3.)
Muitíssimo se louva o ato heróico de caridade em fs-- 2. Método breve para achar o número áureo
vor, das almas do purgatório. (C. B. n. 339., § 2.) App. de qualquer ano
LIV, p. (324). 445. Acrescenta-se ao número do ano em questão a
CAPITULO V. nuidade 1, pois que o ciclo lunar principia um ano antes
da era cristã. Divide-se a soma por 19. 0 resto será o
O CÔMPUTO PASCAL niimcro áureo daquele ano. Se não houver, o número áureo
§ 92. O. NÚMERO ÁUREO .(1 .1 19. A„fórmula matemática é:
,

444. As regras dos livros litúrgicos (Missal e : Breviário) a (ano em questão) + 1.


a respeito do cômputo pascal, por elementares que sejais, N (número áureo) —
precisam de alguma explicação. 19 (ciclo lunar)
Três elementos são necessários para achar a data da Exemplo: Procura-se o número áureo de 1939.
festa da páscoa: 1. o número áureo; 2. a epacta, para achar 1940
1939 1- 1
-
a lua cheia, depois do equinócio no dia 21 de março; 3. a — 102
letra dominical, para determinar o domingo respectivo. N
19 19
1. 0 ciclo de 19 anos do numero áureo 40
Resto 2
Ciclo do número áureo é a revolução- do número de 19
anos de 1 até 19, . decorrida a qual volta-se à unidade. P. Êste resultado quer dizer: o ano de 1940 contém 102
ciclos lunares inteiros, que perfazem 1938 , anos, ,e .o resto
;

ex., para o ano de 1577 o número do ciclo de 19 anos, cli;^^ Estes 2 anos
mado áureo, é 1. No seguinte ano 1578 é 2, e assim por de 2 anos. Para completar 1940 faltam 2 anos.
. tem o primeiro
diante, acrescentando-se sempre 1, até 19. Êste número 10 rtencem ao ciclo seguinte. (Fig. 2.) 1939

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216
R e u s, Curso de Liturgia 217
I. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal

lugar do ciclo, 1940 tem o segundo lugar neste ciclo, on acrescentar 11 dias ao ano lunar para alcançar o número
por outra: o número áureo de 1939 da era cristã é 2. Pois o de dias do ano solar 365; e assim no ano seguinte as luas
ano de 1940 do ciclo lunar é igual ao ano de 1939 da era novas ocorrem onze dias mais cedo do que no ano anterior.
cristã, subtraindo de 1940 a unidade acrescentada no prin- Daí se segue que a epacta do segundo ano é 22, pois
cipio do cálculo.
que, neste ano, novamente o ano solar excede ao lunar por
O número áureo significa que o ano de 1939 tem as 11 dias, os quais somados aos 11 dias do primeiro ano per-
mesmas fases da lua que o 2.° ano do ciclo lunar, coisa alias fazem 22 dias. A epacta do 3.° ano há de ser 3. Pois se no-
conhecida por observação direta. Pois Meton, um astrôno- vamente se, acrescentarem 11 dias aos 22, obter-se-á o nú-
mo de Atenas (432 a. C.), observou que, decorridos 19 anos, inero 33. Se deste número se subtrairem 30 dias, i. é, o pe-
as fases da lua caem no mesmo dia. Marcadas uma vez as ríodo de uma lunação embolísmica (Fig. 3), restarão 3, e
fases da lua de cada um dêstes 19 anos, era bastante indi-
car o número do ano do assim por diante.
ciclo. Este número foi chamado
áureo, porque foi escrito com letras de ouro na praça pública 447. Assim, portanto, progridem as épocas por um aumen-
de Atenas. Dêste número áureo se servia também a Igreja to ininterrupto de 11 dias, subtraindo-se, porém, 30 dias
antes da correção gregoriana, para o cômputo pascal. E', iôdas as vêzes que fôr possível.
porém, algo inexato; mas serve para o cálculo pascal cora Só quando se tiver chegado à última epacta, correspon-
outra base.
dente ao número áureo 19, i. é, à epacta XXIX, somam-se
§ 93. EPACTA E LUA NOVA 12, de sorte .que, tendo subtraído 30 do número 41, nova-
446. As fases da lua podem-se achar também por cálculo, mente se obtém a epacta 11, como ao princípio.
por meio das epactas. Epacta deriva-se do grego epagein A razão é esta: 19 anos solares = 19X365-+-4=693 9
1.Ano dias. 19 anos lunares comuns com 4 anos bissextos =
0 Nov

lunar 1f? rrlês


DEZ.365 19 X354+4=6730 dias. Paraigualar os anos lunares aos
anos solares devem-se acrescentar (6939-6730) ., 209 dias
4- 3 6
mês 354 Eaac1a reduzidos a meses (209=-30=6, com o resto 29) (lá 6 meses
de 30 dias e 1 mês de 29 dias: Por conseguinte o último
mês embolísmico deve ter °29 dias. Para chegar outra vez
Ano socar
• Nov. Dez 365 it epacta 11 no primeiro ano do ciclo seguinte, (leve-se
acrescentar 12. Fig. 4. Este fenômeno da equação da lua
lunar ' 12° nes 354 Epac?a XXI Aureo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
18 19
Num.
lua nova
3 Ano solar N ov •
m m) ymj^ m, m
• Dez. 365 N
F^Ç
® á io
lunar 12'111 +13'mês embolismico+Eplll u w `81^y
oo xx ó
w o

° °o XVlll^
1 x11 ++
2 X113x11
XXI[I' XXVI
Fi g 3 rormaçdo das Epactas
T T nova
I
.
^cvmt 1° y4 lua
acrescentar. Pois a epacta não é nada mais do que o nú-
t IV
mero de dias que se devem acrescentar ao ano lunar de 354 viIX VII
dias, para igualar ao ano solar comum de 365 dias. Assim
a epacta do primeiro ano há de ser onze, porque se devem Flg.4 Epactas e mês ernbolismlco

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218 R e u s, Curso de Liturgia V: Cômputo Pascal 219
I. Liturgia Geral. Cap.

designa-se pelo têrmo: saltus lance. A lua deu um snllo 449. Portanto, se quisermos encontrar a ,epacta de, qual-
para o dia anterior, salta do dia 29 para o dia 1, onii= quer ano dado, devemos procurar o número áureo dêste ano
tindo o dia 30.
na linha superior daquela tabela, que corresponde ao tem-
Contam-se 19 epactas e outros tantos números áureos po que abrange o ano em questão. Debaixo do número áu
antes da correção gregoriana, como se vê na tabela da Fig. 5, oeo encontramos a epacta correspondente ou o asterisco *.
1 ► o de, portanto, se achar no calendário perpétuo do missal
Fig. 5. TABELA DAS EPACTAS ANTES DA CORREÇÃO oii do breviário aquela epacta ou o asterisco *, nesse dia
1 2 3 4 5. 6 7 8 9 cairá a lua nova. As tabelas são diferentes para diferentes
IX XXII IÏI XIV XXV VI XVII XXVIII IX séciiios.
7.) TABELA DAS EPACTAS 1900-2200
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 ( Fig.
XX I XII XXIII IV XV XXVI VII XVIII XXIX 6 7 8 9
1 2 34 5
XXIX X XXI' II XIII XXIV V XVI XXVII
§ 94. OS 30 NÚMEROS EPACTAIS
448. Sendo, porém, que o ciclo de 19 anos do número 10 11 12 XI X
áureo vem a ser imperfeito, porque as luas novas depois (l e VIII XIX
XII III XIV 25 VI XVII
19 anos não tornam exatamente ao mesmo lugar, (caem Exemplo: No ano de 1916 o número áureo é 17 e a
hora e meia mais cedo), também será imperfeito êste ciclo epacta 25, escrita não com algarismo romano, como as de-
de 19 epactas. Pelo que êsse ciclo foi emendado de modo mais epactas, mas com algarismo vulgar "(arábico). Por-
que, para o tempo posterior em lugar do número áureo dns
19 epactas mencionadas, recorreremos a 30 números epactais, (.ito, onde quer que no ano de 1916 se encontre no calen-
sucedendo-se de 1 até 30, embora .a última epacta ou seja dário perpétuo a epacta 25, ali haverá lua nova, i. é, 6 de
guieiro, 4 de fev., 6 de março, etc. Pois, tôdas as vêzes que
a trigésima da série, não seja designada por um número,
epacta 25 corresponde a números áureos Maiores de 11,
mas sim por um asterisco *, pois que nenhuma epacta pode
ser 30. é, os últimos 8 (12-19), deve-se tomar no calendário a
I.
epacta 25, escrita com algarismo arábico. Quando, porém,
Em diversos tempos, porém, dente estas 30 epactas cor-
.1 epacta corresponde a números menores de que 12 (1-11
respondem ao 19 números áureos 19 epactas diversas, seio
pre como o exige a igualação do ano solar com o lunar,
,
inclusive), deve-se tomar a epacta romana XXV. Isto só
Estas 19 epactas progridem como anteriormente à razão d u ,nontece na epacta 25, e nunca nas outras e serve para es-
mesmo número 11, somando-se sempre 12 àquela epacla, tabelecer mais exatamente a correspondência entre os anos
que corresponde ao número áureo 19, para que se obtenha muares e os solares. Por êste motivo foram notadas duas
epactas a saber XXV e XXIV em 6 lugares do
calendário.
a seguinte epacta correspondente ao número áureo 1. A
Fig. 6 ilustra isto.
§ 95. LETRA DOMINICAL
(Fig. 6.) TABELA DAS EPACTAS 1582-1700 Tio. Nos livros litúrgicos são assinaladas aos 7 primeiros
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 dias do ano as 7 primeiras letras do alfabeto, latino, que
XXVI VII XVIII XXIX X XXI II XIII XXIV V XVI repetem na mesma ordem durante todo o ano. Cada dia
41,1 semana tem a sua letra. Aquela que corresponde ao do-
17 18 19 1 2 do-
3 4 5 mi n go se chama letra dominical. Se o ano começa no
XXVII VIII XIX I XII XXIII IV XV mingo, a letra dominical é A, se na segunda-feira, é g.

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220 R e u s, Curso de Liturgia 221
1. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal

TABELA DAS LETRAS DOMINICAIS, 1582-1700 Exemplo: Procura-se a letra dominical de 1939.
c ( b
A
g
e d c
b A ig f ^e
c b
_
( A
Substituindo na fórmula os valores, tem-se
1939
á, c
b d
.

I)— + 1939-8
A b A g e d 4 484 (o resto 3 despreza-

Nos anos bissextos há duas letras dominicais, a primeira 7 7


até o dia 25 de fevereiro exclusivamente, a segunda desde 2415
êste dia até o fim do ano. I 1931 = — 345, sem resto. Por conseguinte
451. Para achar a letra dominical, pode-se empregar o 7
m(&•• divisor 7 indica a letra dominical = A.
todo
da contagem indicada nos livros litúrgicos.
Serve também a fórmula seguinte (Merati) : Com o auxilio da letra dominical pode-se determinar o
a (ano) al i.' da semana, em que caiu certo dia do mês, p. ex., 10 de
+a+5 01111++ de 1868. A letra dominical é D. Procura-se D no ca-
4 I+'n+lário no mês de julho. Designa o domingo da semana
D = resto de ni que cai o dia 10, i. é, a sexta-feira.
, própria para o tempo
7 A fórmula mais simples para achar a data da páscoa
anterior à correção gregoriana e .1 (Ic Gauss, professor de astronomia na universidade de
a ^r`^iling en.
—+a--n Divide-se o ano, cuja páscoa se procura sucessivamen-
4 Ir por 19, por 4 e por 7 e sejam os restos a, b, c.
D = resto de para o tempo posterior A Divide-se 19 a±m por 30 e o resto seja d.
7 Divide-se 2 b+4 c+6 d+n por 7 e o resto seja e.
correção gregoriana. Feito isto, como o limite inferior, em que pode ocor-
Nesta última fórmula "n" é um número conforme ao 1, páscoa, é 22 de março, teremos:
período a que pertence o ano em questão. Dia da páscoa = 22+d+e (de março).
Desde 1583 até 1699 n = 5 Dia da páscoa = d+e-9 (de abril) com duas exce-
1700 „ 1799 n = 6 +++•!; indicadas na nota.
1800 „ 1899 n = 7 Os números "m" e "n" são diferentes para cada sé-
1900 „ 1999 n = 8 ido do calendário gregoriano.
e assim por diante. Para o calendário juliano m=15; n=6, sempre.
I'rira o calendário gregoriano:
Segundo esta fórmula o resto da divisão indicada, se De 1900-1999 m=24 n=5
o• 1582-1699 m 4 22 n=2
houver, e se não houver, o divisor 7 indica a letra dominical n=3 De 2000-2099 m=24 n=5
conforme à série seguinte: 1700-1799 m=23
Dr 1800-1899 m=23 n=4 De 2100 -2199 m=24 n=6,
GFEDCBA Iau geral m=15±S—S—S; n=S—S-3 tirando-se 7
1 2 3 4 5 67
3 44
he lôr possível. O valor de S é um número formado pelas
piinieiras cifras do ano. P. ex.: de 1950, S=19.

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223
222 R. e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal

Nota. Se a páscoa conforme estas fórmulas caísse nu c heia, devemos tomar a tetra dominical b, que se segue à
dia 26 de abril; deve-se tirar 7 e resultará o dia 19 de Ïil)rll lu,c cheia, a saber, 10 de abril. E assim a páscoa de 1605
Se o cálculo dá o dia 25 de abril sendo simultâneamenle eIehrar-se-á aos 10 de abril.
d=28 e=6 e a maior que 10, deve-se tirar 7, e a pasco.i 2.° exemplo. No ano ide 1604 a epacta é XXIX 'e a letra
não será no dia 25, mas no dia 18 de abril. Até ao ano 31)01) dominical dupla dc, pois que o dito ano é bissexto. Se, a
(três mil) êste caso só ocorrerá três vêzes: 1954; 2040, p;u I í r da epacta XXIX, que está na mesma linha com o dia
2106. (Diet. de droit can. II, p. 1249; Kirchenl. IX, I) , I c Ie abril e compreendida entre 8 de março e 5 de abril,
1133; Sola p. 47.) c I amos 14 dias, virá a lua cheia a cair em 14 de abril.
I porque então vigora a letra dominical posterior, i. é, a
§ 96. CÔMPUTO DA PÁSCOA tini depois da lua cheia ocorre pela primeira vez a 18 de
E DAS OUTRAS FESTAS MÓVEIS il m l, a páscoa de 1604 celebrar-se-á a 18 de abril.
452 Por decreto do concílio de Nicéia (a. 325), o dia cito 454. Tendo-se a data da páscoa é fácil achar as demais
páscoa, do qual dependem as demais festas móveis, deva Iestas móveis.
ser celebrado no domingo depois da primeira lua cheia da I ullingo da setuagésima 63 dias antes da páscoa.
primavera, que principia (equinócio) em 21 de março. Condo quinquag. (Cara.) ; 49 99
>, 99
a lua cheia da primavera cada ano cai em dia diferente, Quarta-feira de cinzas 45 99 99

embora sempre entre os dias 21 de março e 18 de abril, t, H uning° da paixão 14 „. 79 99 99

por outra parte o domingo também cada ano cai em din I )Ilniingo de ramos
7 99 99 99 99

diferente do mês, por não constar o ano de um número exa- I to llingo da pascoela 7 „ depois 99 99

to de semanas, segue-se que a páscoa, que é a festa móvel 1',clrocínio de S. José 17 99 99 99

principal, cada ano cai em dia diferente entre 22 de marco Ascensão do Senhor 39 99 99 99

e 25 de abril. Agnus non sequitur Marcum, sem per Renr k 49


dictum. I'entecostes ,,

Corpo de Deus 60 99 99

453. Se se achara epacta (que designa a lua nova!) de 8. Coração de Jesus 68 99 99

qualquer ano, e se a partir desta epacta marcada entre o clia O primeiro domingo do advento é aquêle que fôr mais
8 de março inclusivamente e o :dia 25 de abril inclusivanceule pegado à festa de S. André, i. é, entre o dia 27 de novem-
(pois a lua cheia desta epacta ou cai no equinócio da pri hro inclusive e o dia 3 de dezembro inclusive.
mavera, ï. é, no dia 21 de março, ou então no que mais pro Os romanos dividiam o mês em 3 partes. Chamavam ao
publicar, porque
ximamente se lhe segue) se contarem 14 dias para diante, primeiro dia Calendce (de kalein, chamar,
o primeiro domingo que se segue a êsse décimo quarto di;i neste dia eram publicadas as festas religiosas) ; ao dia 13
in du (as partes) porque divide o
(para que não coincidamos com os judeus, se por por acaso hlus (de iduar, dividir
o dia da lua cheia caísse em domingo) há de ser o dia dc ncs ao meio); ao dia 4 Nona?, porque é o nono dia antes
páscoa. dos idos.
(t 1612), um
1.° exemplo. No ano 1605 a epacta é X e a letra do 455. Reforma do calendário. Já Clavius S. J.
minical b. A dita epacta no período de 8 de março a 5 de dos organizadores da reforma Gregoriana, recomendou a fi-
va. A reforma
abril compete ao dia 21 de março. Se a partir dêste dia n xação do dia da páscoa, independente da i
elusive contamos 14 dias para baixo, acharemos a lua (lie ,c moderna quer principalmente a fixação da páscoa para um
caindo a 3 de abril que é domingo, visto que esta data traz prazo curto determinado ou, 1-7 ou` 8-15 de abril, e os meses
a letra dominical b. Para que não coincidamos com rc data mais ou menos iguais. A. Liga das Nações eni 1922 encar-
pascal dos judeus, que celebram a páscoa no dia da Irar regou-se de promover a reforma com o auxílio da Santa

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224 R e u s, Curso de Liturgia

Sé. Como, porém, as autoridades nacionais e religiosas con-


sultadas divergissem muito na sua atitude, havendo até rem II PARTE.
posta negativa, a Santa Sé declarou que esta questão era
religiosa e que só um concílio ecumênico havia de ocupar LITURGIA ESPECIAL
se do problema (1924). No ano de 1937 a Liga das N;l
I. SECÇÃO. O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA
ções contudo quis alcançar a aprovação do seu novo calen-
dário, para introduzi-lo no ano de 1939. Mas, dos 69 go- CAPITULO 1. A EXPLICAÇÃO DA MISSA
vernos convidados para dar o seu parecer, 37 nem respon- 97. 0 SANTO SACRIFÍCIO EM GERAL
deram e só 10 declararam-se mais ou menos de acôrdo,
A questão continua aberta e reservada ao concílio futuro. 456. Partindo da definição da Liturgia, "culto da igreja",
ciência litúrgica tem de tratar dos modos principais, pe-
lo; duais a Igreja presta à divina majestade o culto devido:
o sacrifício, o ofício, os sacramentos e sacramentais.
I. Nomes do sacrifício da missa. Diferentes eram a prin-
rIpio no cristianismo os nomes do sacrifício do novo testa-
mento. Acham-se 1. fração do pão (fractio ranis, At 2, 42) ;
ceia do Senhor (Crena dominica 1 Cor 11, 20) ; 3. euca-
ristia (eucharistia ou eulogia, ação de graças), porque Nos-
rio Senhor agradeceu antes da consagração; 4. sacrifício; 5.
mistério (Clem. Alex.); 6. oblação (prosfora, anafora); 7.
t utela (synaxis), porque a celebração do sacrifício era o
ponto central da solenidade cristã; 8. dominicum ou domi-
nica solemnia; 9. sacramento; 10. liturgia.
457. 2. Desde os primeiros tempos da idade média, na
Igreja ocidental o têrmo "missa" designava o sacrifício novo.
rsle nome a) não se deriva do hebraico missat (oblatio)
n e nl do grego (myein = celebrar um rito oculto), mas da
Iingua latina; b) não é particípio de mittere, de sorte que
significasse hóstia enviada, oferecida à divindade (Inocên-
clo HI), mas c) é substantivo, igual a missio, dimissio. A
Irase missa est, que significa: "é despedida, podeis-vos re-
tirar", passou, como parece, do uso profano para o uso li-
II' o rgico. Era empregada para concluir qualquer reunião li-
tl'u gica, de sorte que se falava da missa matutina e vesper-
tina (as vésperas). Pois designava o ato da dimissão, o
tini da oração (Etéria), o rito da dimissão com a oração
Iin,il ou a cerimônia terminada. Mas afinal ficou reservada
hora o santo sacrifício. Tanto mais que o santo sacrifício
Custódia do Congresso Eucaristico
começava por assim dizer por um: Ite, Missa est. Pois os
de São Paulo (1942).
Representa o SS. Sacramento
ialeclimenos eram despedidos antes da missa dos fiéis, e
corno "Fonte da vida". er;l;l terminava outra vez por: Ite, Missa est. Neste sentido
Valor 2 milhões de cruzeiros.
vxclusivo encontra-se a frase no século VI, e tornou-se geral.
forrou do Liturgia — 15

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226 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 227

§ 98. A PRIMEIRA MISSA NO CENÁCULO empenharam êste encargo, não o sabemos. Algumas obser-
458. Jesus Cristo tinha vindo para cumprir as profecinn v. çúi s foram feitas na história da Liturgia, n. 45.
do antigo testamento. Tôdas as cerimônias do culto judaico I. A missa de São Justino. As primeiras notícias certas
eram figuras das verdades do novo testamento. Especial I,ov;siuimo-las de São Justino mártir (t 165). Enumera os
mente os sacrifícios deviam prefigurar o novo sacrifício elialientos da missa, e parece indicar que êste esqueleto da
por sua suntuosidade e seu esplendor representar o infinïl^^ I Murgia da primeira metade do século II era comum na
valor do novo. Na festa dos tabernáculos eram sacrificado!. ela. As partes são: 1. Leitura do antigo e novo testa-
30 animais: 13 touros, 2 carneiros, 14 cordeiros e 1 bode, mento; 2. homília do celebrante; 3. oração dos fiéis; 4. ós-
e isto por seis dias, diminuindo o número dos touros de tuna e n lo da paz; 5. preparação de pão e de vinho; 6. a oração
unidade por dia. Na páscoa, o número dos animais sacriiic;1 u, mística correspondente ao prefácio, ao cânon e à con-
dos no templo era menor, 11 animais por dia, durante mração; 7. Amém do povo; 8. comunhão do povo.
oitava; mas tôdas as famílias tinham de matar uni cordeio ^ A primeira parte desta missa mostra claramente a sua deli-
pascal. Esta matança era um verdadeiro sacrifício (DI Ili, vnçao do culto judaico. Pois nas sinagogas havia sempre leitura
iln lei e dos profetas. De mais a mais, talvez a oração eucarística,
2), que, como os outros sacrifícios, só se podia fazer ein I n ale prefácio e cânon, seja uma modificação de orações israelíticas,
Jerusalém. Centenas de milhares de cordeiros eram assim nn n mente das que se costumavam rezar antes e depois da ceia. As
oferecidos à divina Majestade, um sacrifício gigantesco.. F I;`i mudanças exigidas pela religião cristã, para realçar o caráter da
ml,-nin como sacrifício, facilmente se podiam inserir. A probabili-
vio Josefo refere que no seu tempo, por volta do ano ki l ,Inde aumenta com o fato de se realizar o sacrifício eucarístico de-
depois de C., se contaram 265.000 cordeiros pascais. A (sle puin das ceias , comuns chamadas ágapes (agape = a caridade), or-
liunizadas para fomentar a mútua caridade entre os cristãos. Estas
sacrifício solene Jesus Cristo ligou o novo sacrifício, indï ' tas foram abolidas mais tarde. Ver n. 508; 509.
cando já pelas circunstâncias, que sobrepuja em valor todlm
os sacrifícios antigos. .11II1. 2. A Liturgia das constituições apostólicas. E' ,obra
tini compilador de Antioquia, atribuída por êle a São Cle-
459. Os evangelistas não mencionam o rito da ceia jud;úr,, mente e por isso chamada também Liturgia clementina.
por ser sem interêsse para os cristãos. Mas relatam a fun Segue o esquema da Liturgia de São Justino. A oração dos fiéis
ção do novo sacrifício, da primeira missa: Lc 22, 19. MI n 1) é mais extensa e compreende os catecúmenos, energúmenos,
I! wmenos (os admitidos à iluminação = batismo) .e penitentes
26, 27. Jesus "tomou o pão e, dando graças, o partiu e das despedida déles (Missa pcenitentium). A oração eucarística (n.
se: recebei e comei, êste é o meu corpo. E tomando o c'ill menciona o prefácio, o Sanctus, as palavras da instituição, a
deu graças e lhes deu, dizendo: bebei dêle todos, p o r q ue ,u;u n nese, a epiclese, e o memento. No fim traz a ação de graças
e, orações da despedida.
êste é o meu sangue do novo testamento. E tendo terminado
o hino saíram." Temos, por conseguinte, nestas palavr;u; d A epiclese é uma oração intercalada depois da consa
pela qual o Espírito Santo é chamado sôbre as obla-
introdução da consagração pelo canto de salmos e pela y oes. As palavras em forma de invocação explicam o que em
ção (eucharistésas) com louvores de Deus, e a dupla con ver Jade já se realizou na consagração. Mas os gregos cismá-
sagração com comunhão. O sacrifício concluiu com o cnnlu li^ desde o século 12, atribuem à epiclese fôrça coesa-
de salmos. Foi ,esta a primeira missa; o cenáculo, a Io i , i,ilí,ria. Esta doutrina foi repelida pela Igreja (Trid, s.
meira igreja cristã; a mesa, o primeiro altar. kX Ill, c. 1) e é contra a tradição antiga da própria Igreja
urlenlal.
§ 99. 0 RITO DA MISSA NO DECURSO
462. 3. A Liturgia de São Serapião de Thínuis no Egito
DOS SÉCULOS
t ^ e. 362), no seu ritual Euchologium. Depois da consagra-
460. Jesus Cristo disse aos apóstolos: "Fazei isto em tu 1_90 n celebrante chama o Logos sôbre o pão e o vinho con-
mória de mim" (Lc 22, 19), ordenando-os sacerdotes e ;in haltrados. A ordem das várias partes é diferente. Não é uma
do-lhes o poder de celebrar a missa. Como os apóstolos drr nll^^sa inteira, mas só uma anáfora.

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228 R e u s,. Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 229

A anáfora (anaf ora = cerimônia de mandar a oblaçlitr 7. Do que foi explicado se segue que, considerando o
para cima) é a parte essencialmente constitutiva dos rifou drenvolvimento histórico, a divisão em missa dos catecúme-
orientais. Compreende em geral o prefácio e o cânon até nos; (missa preliminar) e missa dos fiéis é a mais justificada.
comunhão. Muitas Liturgias orientais não são outra eoiyn A Iiut de explicar a missa com mais facilidade, dividiram-na
senão uma anáfora. As partes, que faltam, devem-se tomar autores em 4 ou 7 partes. A divisão usada nos catecismos
de outra missa inteira. r'ns: ofertório, consagração e comunhão é justificada. Mas
4. Da Liturgia de S. Hipólito: "tradição apostólica" jA r' preciso lembrar ao povo que quem assiste no domingo
se tratou no n. 57. no ofertório, à consagração e à comunhão, comete peca-
do grave, porquanto a parte antes do ofertório, e parte de-
463. 5. A Liturgia de São João Crisóstomo é de grande int pois da comunhão constituem matéria grave.
portância, porquanto ainda hoje vigora em língua grega, ea•
lávica e arábica. § 100. A PREPARAÇÃO DO MINISTRO
Desde o século VI introduziram-se no rito desta missa algunims DO SACRIFÍCIO
mudanças. 1. 0 iconostásion (eikonostasis); uma parede que semi' ti
o lugar dos sacerdotes do lugar dos leigos, ornada com imagtusv 40. Sendo a missa o sacrifício mais santo, "o sacrifício
de santos. Necessárias são, ao menos, duas, a de Cristo Redenlnr
do lado da epístola e a de Maria Santíssima com o Menino Jesu it , ti emendo" (Conc. Trid. de observandis... in Missa) por
do lado do evangelho. Três portas conduzem para o interior, A ,lusa da imolação mística do próprio Filho de Deus, é mis-
média se chama porta santa ou real e por ela passa só o diácono ler preparar-se o sacerdote para êste ato. 1. A preparação
e o sacerdote. 2. Atrás do iconostásion do lado da epístola eslfi n
diaconicon (= sacristia aberta) e do lado do evangelho o próleshv l emota negativa abrange a imunidade de pecado grave, de
(credência), onde se realiza a preparação dos elementos do sa c rl +usura eclesiástica, e de irregularidade. A positiva exige a
fício, a proscomidia (proskomide), debaixo de orações e cerintõub
misteriosas. 3. 0 altar está coberto pelo antiminsion, uma espécltt
++^,tção. Em primeiro lugar como meio mais eficaz de nutrir
de corporal de sêda com relíquias de santos, para lembrar a co devoção do celebrante está o ofício litúrgico, matinas e
munhão dos santos. 4. Entrada pequena. Começa a missa dos cal+' Insides. Deveria ser rara exceção, motivada por ocupação
cúmenos com uma espécie de ladainha, a ektenia. Antes das lel
turas, os celebrantes (sempre ao menos um diácono) saem pelai nrsdiávél, o dizer-se a missa sem ter absolvido o breviário.
porta lateral com o evangeliário, símbolo de Cristo, e entram peba 2. A preparação próxima deveria incluir a meditação
porta média. 5. Entrada grande. No princípio da missa dos I iéin,
o sacerdote com o cálix, o diácono com a hóstia preparada, às vézes (+ i u,utto possível de meia hora) . " 3. Em todo caso não se
acompanhados de todo o clero, saem pela porta lateral e entram uotita a preparação contida nos livros litúrgicos. Não haverá
pela porta média. 6. Segue-se o credo, o prefácio, a consagraçtio nsilra melhor.
cantada, a epiclese, Pater noster, a mistura da partícula da S. Ilós
tia com o preciosissimo Sangue, a cerimônia oriental de o diácono Orações preparatórias acham-se em tôdas as Liturgias orien-
derramar água quente, "o calor", no preciosissimo Sangue, símbolo Inln. A Liturgia romana não prescreve uma preparação olicial. Nem
do Espírito Santo, e a comunhão. u qnc traz o missal é obrigatória. Os seus vestígios remontam ao
nr+alo IX. Foi inserida no missal por Pio V.
464. 6. A Liturgia moçarábica, nas suas cerimônias principais. 'I,
Antes de revestir os paramentos, o celebrante, ajoelhado dianle
4. A preparação do miss al , que consiste eni procurar a
delas, reza 4 Ave-Marias. 2. Ao pé do altar reza primeiro unia 161 emula' da missa e as orações prescritas (in sacristia...
Ave Maria, depois versículos em honra de Jesus Cristo e do I?s Itt'rquirit Missam, perlegit et signacula ordinal, Rit. cel. I, 1)
pirito Santo. O resto é semelhante ao rito romano. 3. Tendo subido s' faz na sacristia e não no altar. 5. A loção das mãos,
ao al tar saúda a cruz, estende o corporal e prepara o cálix e ti
hóstia. 4. Intróito. 5. Ao ofertório usa outro missal, Missale olle- desde o século IX. 6. A preparação do cálix, conveniente-
rentium. 6. Depois do ofertório vem o ósculo da paz, o Sanctus n u 'ule feita pelo celebrante. 7. O ato de vestir ps paramen-
e a consagração. 7. Segue-se o Credo,' que o celebrante recita com tos com as orações próprias, para despertar os sentimentos
o povo como profissão de fé, tendo na mão a S. Hóstia, sôbre ,+ d+' devoção pelas razões místicas aduzidas.
cálix. 8. Divisão da S. Hóstia em 9 partes. 9. Memento dos vivos,
10. Pater noster. 11. Memento dos mortos. 12. Comunhão. 13. Fia '166. Para acender as velas começa-se do lado da epístola
lugar de. lie, Missa est, diz o celebrante: Solemnia completa sunl
in nomine D. N. Jesu Christi. ' ne la que está próxima à cruz, e continua-se na mesma or-

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230 R e u s, Curso de Liturgia -
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 231

dem. Para apagá-las observa-se a ordem inversa. Começas perfeita (iuventutem meam). Sendo êste salmo um canto
do lado do evangelho pela que está mais afastada da cruz de jríbilo (lcetificat) e elemento recente (XI século), é na-
lural que não se admita nos dias de luto, i. é, nas missas
Ordem para acender as velas (le réquie e quiçá também no tempo da paixão. Mistica-
6 5 4j— 1 2 3
(m nte exprime o desejo do Salvador no antigo testamento.
Ordem para apagar as velas 170. 3. 0 Con f iteor é a parte mais antiga e essencial da
1 2 3 -j• 6 5 4 (d. 4198 ad 9,) oração ao pé do altar. E' na sua origem urna das muitas
apologias antigamente em voga e disseminadas por tôdas
defen-
ARTIGO I. A Missa dos catecúmenos n; partes da missa. Apologia (do grego apolegein =
467. Sôbre o fim das cerimônias em geral já se falou der) é uma oração com uma acusação geral dos pecados
30). Tudo vale especialmente da missa. 1. Em primeiro Ili e o pedido do perdão. Quem a reza, defende-se, desculpa-se
gar deve-se considerar a explicação histórica. 2. A explicai perante Deus por causa da ousadia de celebrar o tremendo
cão mística é justificada. Pois a missa representa tida sacrifício. Quanto à substância, o nosso confiteor já se en-
obra da redenção (Secr. Dom. 9 post. Pent.: quoties lruimi contra no século XI.
hostice commemoratio celebrator, opus nostrce redempliou/,u Os versiculos Deus, tu conversos são a introdução para
exercetur. O mesmo ensina Inocêncio III (de sacr. M.), S. • oração Au f er.
Francisco de Sales; S. Tomás de Aquino (Th. III q. 83 ti. Tendo subido ao supedâneo o C beija o altar, ato de
5), S. Boaventura. (Exp. Miss.) evercncia para com o eterno Pontífice Jesus Cristo e as
scu,las relíquias do altar. Antigamente beijava-se o evange-
§ 101. 0 ACESSO AO ALTAR liario ou a cruz _do cânon.
468. 1. Depois da preparação, o celebrante vai para o al
tar, precedido de um acólito, que representa, nas missas re 171. 4. Na missa solene, depois do Osculo do altar, o ce-
lebrante incensa o altar. Esta cerimônia tem por fim: 1. san-
zadas, a antiga procissão do clero ao serviço do celebrante I ï f ficar o altar, trono de Cristo Rei, renovando a incensação
nas solenidades. Tendo colocado o cálix no altar, o cole ,olene no ato da consagração do altar pelo bispo; 2. rea^
brante desce para diante do degrau inferior e principia coar luar a santidade (sancta sanctorum) dêste lugar; 3. sim-
o sinal da cruz. Pois a missa é a renovação do sacrifício ,Jai bolizar as orações do povo oferecidas a Deus. Santificado
cruz, oferecido à SS. Trindade. o altar, santificado deve ser o celebrante, e por isso recebe
Três vêzes se benze o celebrante no princípio da ruissn incensação, que ao mesmo tempo é uma homenagem ao
antes da antifona: Introibo, ao dizer Adjutorium nostrum e ministro, vigário de Cristo. Provavelmente o uso do incenso
ao ler o intróito. Pois em diversas épocas deu-se início rl prescrito no antigo testamento influiu sôbre a introdução da
missa, ao menos à solene, de modo diferente, i. é, por esl:IH incensação na missa. Na Liturgia romana ela ocorre neste
diversas partes.
lugar no século XI I. Em alguns lugares existia nos séculos
No intróito das missas de réquie o celebrante faz o s1 X-XI.
nal da cruz sôbre o livro como quem benze uma pessoa 472. 5. 0 celebrante lê o intróito (entrada), que se corn-
(Miss.), indicando que os frutos da missa são aplicados ,tIw põe da antífona, do primeiro versículo de um salmo e de
almas do purgatório.
(iloria Patri. Antigamente o salmo cantava-se durante a en-
469. 2. 0 salmo Judica exprime o desejo que o celebrante trada do Papa, a qual levava bastante tempo. Depois de
tem (introibo ad altare) da santificação e íntima união coar cada versículo repetia-se a antifona. A repetição ainda
Jesus Cristo (emitte Lucem toam) e o Espírito Santo existe. Desde o século XI-XII cantava-se um versículo e
(I'e
ritatem tuam), por meio da renovação da vida espiritual fiai acrescentava-se a repetição da antífona.

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232 R eu s, Curso de Liturgia II, Liturgia Especial. A S. Missa: Cap. I: Explicação 233

O Gloria Patri, expressão de alegria, omite-se nas iid I`Inham importância para o desenvolvimento da música pro-
sas de réquie e do tempo da paixão. O canto do inlróilo tiura.
não pode começar antes de ter chegado o C ao altar. 1+i. 4/h. 9. 0 Kyrie. O celebrante e o povo, inteirados, pelo
2424 ád 7.) Inlr( ito, da idéia dominante do dia, tornam a implorar a
473. 6. 0 intróito, como parte da missa, atribuído ao 1':rpti misericórdia divina. 0 Kyrie é o resto de uma ladainha, ado-
Celestino (t 432), é a introdução no espírito da missa on indrr no decurso do século IV pela Liturgia romana, das Li-
da festa. Tem o caráter de programa e de convite. lur1',ias orientais. No intuito de abreviar o rito deixaram-se
E' programa, pois que expõe sucintamente os rnolivos nM invocações, de sorte que o Kyrie tornou-se parte inde-
da festa ou o mistério principal ou a virtude caracterísllca iu adente. No Ocidente acrescentou-se Christe eleison. O nú-
do santo do dia. E' convite, porque exorta à alegria, à dor, rui ro dos Kyrie, antes ao arbítrio do celebrante, desde o sé-
à humildade, à emulação, à compaixão conforme o espirito ii I IX foi reduzido a 9, atribuindo-se 3 invocações a cada
da missa. I'rssa Divina.
Sirva de exemplo o intróito da missa em honra do Sagrado '176. 10. 0 Gloria (Doxologia maior, hymnus angelicus).
Coração de Jesus. "Os pensamentos do seu Coração permanecer 1 )epois de ter implorado a misericórdia divina no Kyrie,
de geração em geração, para livrar da morte as suas almas e p m rt
as sustentar na sua fome." "Exultai, ó justos no Senhor; aos reloh r elebrante, cheio de confiança de tê-la recebido, levanta
convém que o louvem." 0 programa é o preito devido ao amor ilu piãos jubiloso e entoa o Gloria.
Sagrado Coração de Jesus. Pois 81e é infinito (de geração ern l;e Dirige-se aos anjos e aos homens com o intuito de glo-
ração) e fonte dos dons mais preciosos, livrando as almas da mui
te eterna pela cruz, alimentando-as pela S. Eucaristia. rificar a misericórdia e benignidade de Deus, que nos en-
O convite está contido na exortação de prestar êste preito belo vl^rn tal Redentor, tal Sacerdote, tal Vítima.
amor que se manifesta no louvor. Pois louvar é querer bem a rrl 1 ste hino acha-se em tôdas as Liturgias, embora com
guém. O intróito em geral é tirado da escritura sagrada.
nu mThcações. Tem a sua origem no Oriente. As constituições
Por ser antigamente o intróito o princípio da missa, al F1I+mrstólicas (séc. IV) contêm um texto quase igual ao nos-
guns domingos foram denominados pelo início do intróito mine remonta, em parte ao menos, até ao III século. O
domingo Gaudete (3. D. Adv.), domingo Lcetare (4. I). 1,. x l i (lo missal é do século IX. Em Roma, o Gloria se can-.
Quad.), sábado Sitientes (Sab. post. D. 4. Quadr.). Fala irva na missa de natal "antes do século VI. Reservado pri-
se das missas de Requiem, Rorate. noiro aos bispos, depois (até o séc. IX) concedido aos sa-
7. 0 intróito de 87 missas do próprio do tempo é , pre r erdotes na missa da ordenação e da vigília pascal, no se-
cedido do nome da igreja em que outrora (i. é, até ao exílio I III( Xi ficou livre de quaisquer restrições.
dos Papas em Avinhão, 1304) o Papa, na maior parte das Sendo o Gloria um hino de júbilo, omite-se principal-
vêzes, tendo presidido a uma procissão composta do clero motte nas missas de réquie, das férias e do tempo de pe-
e do povo, parou (stationem fecit), a fim de celebrar a s. liilencia.
missa.
177. 11. A Oração (Coleta = collectio, collecta). Depois
474. 8. 0 intróito, na idade média, não raras vêzes foi ru ir ler recebido de Jesus Cristo a paz pelo ósculo do altar,
pliado pelos tropos. Tropo (tropus, fárcia) é a amplifica, elebrante comunica-a ao povo, dizendo: Dominus vo-
ção de um texto litúrgico por uma melodia e um texto pró bisciim (o bispo diz: A paz seja convosco), saudação. esta,
prio. O intróito, o Kyrie, o Sanctus, o Agnus Dei desta ma- (Inc se repete 7 vêzes durante o sacrifício. O povo deseja-
neira foram parafraseados. Os textos foram eliminados do Ilrr• a mesma graça. Assim o .celebrante, com o coração
missal por Pio V, algumas melodias, porém, existem ainda lodo de confiança, convida para a oração comum: Oremus.
no Gradual. O intróito do natal:, Puer natos est nobis et 'Ft " nome oficial da prece que se segue é oração. Mas cha-
lios datus est nobis, etc., tomou " êste tropo: Quem sine ma- ucun-na também coleta (Rit. cel. XI, 1). Historicamente a
tre Pater genuit, hodie sine matre-Puer natus est nobis, etc. r nldla significava 1. em Roma a reunião dos fiéis (Collectio

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234 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 235

fidelium) na igreja, de que saía a procissão nos dias da nas festas. 2. Os cristãos conservavam tão santo costume
estação; 2. a oração que o celebrante rezava pelos fiéis i i e acrescentavam os livros do novo testamento. (Col 4, 16;
unidos (Oratio super plebem collectam); 3. misticameiilc l Tess 5, 27.) 3. Nas vigílias liam-se 12 lições, que subsis-
explica-se a coleta pelo ofício que tem o sacerdote de reei Icm ainda nas funções do sábado santo. São Gregório redu-
Iher (colligit) as orações dos fiéis e de oferecê-las reunida ziu as lições à metade, a 6. Assim a vigília de pentecostes
(collectas) a Deus. (Collectio orationum); 4. nas novas ru ¡cm 6 lições. Nos outros dias as lições da vigília foram
bricas (A. M. VI, 4) a coleta significa a oração imperada ;ajuntadas às lições da missa, as quais algumas vêzes ainda
pelo bispo. hoje se notam, porquanto precedem o Dominus vobiscum
Índole da oração. A oração (coleta) tem o caráter dai e, em geral, tem Flectamus genua, p. ex., nas quatro têm-
declaração e petição. poras de setembro.
E' unia declaração, pois que exprime os sentimentos de
480. Com poucas exceções, em cada missa há duas leitu-
gratidão pelos benefícios outorgados à Igreja, ou ao saul (' ras, pelas quais Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, Profeta
festejado. E' petição, porque pede novas graças. E' tona e Pastor, fala aos corações das suas ovelhas, a fim de pre-
posta pela Igreja.
pará-los para 'o sacrifício.
A oração da missa do Sagrado Coração de Jesus mostra (slor
elementos. `Deus que vos dignais dispensar-nos misericordiosamenl,l Na epistola fala pela bôca dos seus ministros, dos pro-
pelo Coração de Vosso Filho ferido pelos nossos pecados os inI tetas e apóstolos, no evangelho fala pessoalmente. Por isso
nitos tesouros do Vosso amor; concedei-nos, Vo-lo suplicamos qnr, a evangelho vem depois da epístola e o celebrante prepara-
tributando-Lhe o devoto obséquio da nossa piedade, Lhe ofereça
mos também o dever de condigna satisfação." w' para anunciá-lo pela humilde oração Munda cor meum.
E' uma declaração dos sentimentos de gratidão pela miscrichr Na missa cantada, só o diácono é que pode cantar o evan-
dia e os tesouros celestiais do divino Coração dispensados aos I, gelho com grande pompa: ò subdiácono não o pode fazer.
mens. E' petição, porque pede as graças de amor e reparação, prr )
prias desta festa. Os trechos, pericopas (perikopai =_-secções) eram de-
478. Em Roma, até ao século XII-XIII, a missa tinha unia terminados nas festas principais pelo bispo, a fim de terem
r elação especial com o mistério celebrado, nos
outros dias
oração, em outros lugares 2-5. Alegava-se, como motivo do
número 5, a significação do número ímpar em geral, consi , ram tomados dos livros inspirados em lição contínua, co-
derado como número de perfeição, como número puro e s;an ano ainda é uso na igreja oriental. Em geral, nota-se a ten=
to, por não ser divisível e não admitir dualidade. No cri,; aléncia, e nas missas recentes é lei invariável, para relacionar
tianismo encerra os mistérios mais profundos e amáveis. II ;as duas leituras entre si e com a idéia principal da missa,
número 3 lembra o inefável mistério da SS. Trindade, o de sorte que uma prepare, explique, aperfeiçoe a outra. As-
Deus trino, o número cinco as santas chagas de Jesus Cris im na missa do Sagrado Coração de Jesus, a epístola
to, o Deus encarnado e Redentor; o número 7 os dons do descreve o amor do divino Coração, o evangelho prova o
Espírito Santo, o Deus Santificador e as sete petições d„ abismo dêste amor no Coração traspassado pela lança cruel.
Padre Nosso, que compreendem tôdas as necessidades liai 481. 2. A epístola. A primeira leitura é a epístola, tirada
manas. (Durandus, IV, c.‘14, n. 15.) Por isso, a Igreja, na dos livros santos, afora os s. evangelhos. E' chamada epís-
missa, não admite mais de 7 orações e prescreve, como re lol;a, porque, mormente nos domingos, portanto nos dias em
gra geral, o número ímpar de oràções nas missas de rib„ que o povo assiste à missa, a leitura é tirada de uma das
inferior a duplex. ,pistolas do novo testamento e começa pelo título: epistola
leu ali N. Apostola. Por isso também foi chamada apostolas.
§ 102. AS LEITURAS LITÚRGICAS As leituras de outros livros sagrados principiam pelo título:
479. 1. A leitura litúrgica em geral: 1. Muito tempo an
Lodio. Responde-se: Deo gratias, para agradecer a Deus
tes de Jesus Cristo, nas reuniões do culto liam-se, segundo que,
;as doutrinas ouvidas; na missa cantada não é o cOro
certa ordem, os livros da escritura sagrada nos sábados e cantando Deo gratias, responde,#mas o acólito, sem canto.

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236 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 237

Pois antigamente a epístola não era cantada. Recitá-la é re- pascal pelo aleluia grande. As muitas notas do aleluia, se-
comendado (satius est d. 3350) ao celebrante, quando fun-
gundo São Boaventura (expos. Miss. c. 2), significam a bem-
aventurança inefável e interminável (gaudium sanctorum in
ciona sem clérigo ao menos tonsurado, que possa cantá-la.
Uma proibição para o C, de cantá-la, não há neste decreto.
ccelis interminabile et ineffabile).
Terminada a epístola, o subdiácono restitui o lectioná- O gradual, o aleluia e o trato são elementos indepen-
rio ao celebrante, o qual põe a mão no livro, para indicar dentes e separáveis. Eram antigamente separados por uma
que o recebe, e benze o subdiácono para despedi-lo. E' esta leitura, que ainda existe nas quatro têmporas. Trato, se-
a explicação natural. O celebrante, durante a leitura da epís- quência, ver n. 98 e 99.
tola, põe a mão no livro, porque supre o subdiácono, que
segura o livro na mão no ato de ler a epístola. 484. 4. 0 evangelho. 0 evangelho, mormente na missa
Razão mística. O S vai para o C no fim da epístola, porque o cantada, é o ponto litúrgico culminante da missa dos cate-
antigo testamento, representado pela epístola, tem o seu fim em cúmenos e por isso cercado de urna pompa verdadeiramente
Jesus Cristo. O D vai no principio do evangelho, porque Jesus Cris- real. Pois a Igreja vê no evangelho o próprio Filho de
to é a fonte do evangelho.
O S recebe a bênção depois de beijar a mão do C e restituir- Deus, Rei da glória.
lhe o livro, porque a bênção é o salário do operário pago pela O diácono coloca o evangeliário no altar, como para
doutrina anunciada ao povo e o salário se paga no fim da obra, indicar que a palavra do Verbo divino, contida no .livro, é
O D, como arauto, recebe a bênção antes de começar o canto do
evangelho, para anunciá-lo com autoridade. (cf. Durandus IV c. 17.) idêntica ao Verbo incarnado, representado pelo altar. Pre-
Beija a mão do C, a fim de significar a sua prontidão para obe- para-se (não assim o subdiácono) para o desempenho de
decer: "Eis, manda-me." (Is 6, 8; Durandus IV, 24.) sua missão pela humilde oração Munda cor, porque o evan-
482. 3. Depois da epístola o celebrante lê um trecho, gelho é sacrossanto e a sua pregação é de suma impor-
que
se chama gradual (Graduate, se. Responsurn) ou trato ou tância. Sobe ao altar e tira o evangeliário de cima dêle,
aleluia com versículo ou sequência, que se devem rezar ,ora recebendo-o como da mão de Jesus Cristo mesmo, que o es-
juntos, ora separados. Pois as várias leituras, desde os tem- colheu diácono. Ao depois busca a autorização do repre-
pos antigos, foram interrompidas por salmos responsoriais, sentante visível de Cristo, pedindo ao celebrante a bênção
de sorte que a cada versículo do côro o povo respondia (lue lhe é dada para que dignamente (digne), i. é, com co-
com o mesmo estribilho. Um exemplo disto oferece o trato ração puro, e competentemente (et competenter), i. é, au-
no 1.° dom. da quaresma. Cada versículo está precedido do torizado, anuncie o evangelho. 0 celebrante põe a mão sôbre
sinal Yr, e é cantado pelo côro. O estribilho, i. é, o pri- o evangeliário como para entregá-lo ao diácono. Organiza-
meiro versículo, não está notado com o sinal 4 , porquanto
-
se a procissão. À frente vão os acólitos com velas ao modo
é sempre o mesmo. Talvez o gradual tenha sido reduzido da cerimônia da côrte imperial romana, que prescreveu fôsse
à sua forma atual de um responso e um versículo no sé- o imperador precedido de círios ardentes, para indicar a
culo IV. Tem por fim lembrar e aprofundar a idéia prin- majestade do soberano. Segue o clero.
cipal da missa, aliás conhecida pelo intróito, a oração e a '185. 0 diácono canta completamente (C. E. 11, 8, 44) vol-
epístola. lado para o norte, símbolo do frio (Jer 1, 14) e do mau.
483. 0 nome gradual deriva-se do uso de cantá-Io não Pois o evangelho é um exorcismo, afugentando o influxo do
na
plataforma do púlpito ou ambão, mas num degrau (gradas), demônio sôbre as almas. Tôda a assembléia levanta-se em
Por ser solo e respondido pelo côro, a sua melodia é riquís- sinal de reverência e obediência às palavras divinas. O diá-
sima e melismaticamente o ponto culminante musical da cono saúda o povo e anuncia o evangelho respectivo. 0 côro
missa dos catecúmenos, exprimindo em inspirações jubilosas responde com palavras jubilosas Gloria tibi, Domine, como
aclamando-O a Ele, que pessoalmente se digna falar aos
a alegria e a gratidão da Igreja. Muitas vêzes é reforçado
seus amados fiéis. O diácono faz o sinal da cruz sôbre o
pelo júbilo do aleluia e completamente substituído no tempo
unido texto e persigna-se e o povo corn êle, porque todos

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Explicação 239
238 R e u s; Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I:

professam o evangelho da cruz por pensamentos, palavras I1.nl se cantava, então, nem se canta ainda hoje. No Oci-
e obras. O diácono incensa o evangeliário, símbolo de Cristo, dt'nle fazia parte da Liturgia moçarábica (589). Nos se-
dando "glória", i. 'é, homenagem a Deus. No fim, em sinal i ilus VIII e IX achamo-lo na Gália e na Alemanha. A ins
de assentimento, o celebrante beija o santo texto, dizendo: Irinri;ls do imperador S. Henrique II, em 1014, foi admitido
"Pelas palavras do evangelho sejam perdoados os nossos n,l Liturgia romana. Roma não o aceitara, porque "a Igreja
pecados." Pois as palavras divinas destroem pecados, ope- lhana nunca tinha sido manchada pela heresia", resposta
rando a conversão dos pecadores, esclarecendo a inteligên- ',I;I dada aos clérigos do imperador.
cia, fortalecendo a vontade por meio de ameaças e prêmios O fim do Credo é o assentimento solene às doutrinas ,
eternos, convidando para amar a Jesus Cristo pela descrição olv idas no evangelho e na homilia, e a preparação para
da sua santa Pessoa e de suas obras, dispondo a alma para mistérios da fé a realizar-se na missa dos fiéis.
a penitência e para a vida perfeita. Por isso, depois do evan- '187. Reza-se o Credo naquelas festas "de que se faz al-
gelho explicam-se as palavras divinas (can. 1344, 1) "con- w sina menção do símbolo", era a regra antiga; portanto, nos
sueta homilia, prcesertim intra Missarn". Expor as palavras domingos, festas do Senhor, de Maria Santíssima, dos ss.
da sagrada escritura foi uso na sinagoga, e, em todos os anjos (creatorem cceli), dos apóstolos, dos doutôres que
séculos, costume da Igreja. Antes da homília fazem-se os ;Iprofundaram a fé, dos padroeiros da- igreja (sanctam ec-
anúncios relativos à freguesia. Também esta praxe é antiga. elt'.siam, saltem principalium Sanctorum), da dedicação das
S. Agostinho, p. ex., convidou os fiéis para a celebração do Ifft'jas (festurn Domini), de S. Maria Madalena (apostola
aniversário da sagração do bispo diocesano. (Serm. 3.) o postolorum), de S. José, pai nutrício de Jesus. Não se reza
A explicação verdadeira da posição do diácono ao cantar o evangelho u;l festa de São João Batista. Durandus (IV, c. 25, n. 13)
acha-se indicada na rubrica (Rit, cel. VI n. 5) Contra altare versus pa- observa que em algumas igrejas esta festa tinha Credo et
pulum. Pois o lado direito é o mais honroso. Por isso nas antigas ha
silicas os homens ocupavam os lugares à direita de quem entra no tens
plo, que nas igrejas orientais o lado do sul. O altar estava As vêzes d^ t o m incompetentes, porquanto êle é profeta (locutus est per
tal maneira que as fileiras dos fiéis se prolongavam além dos lados do ¡tr trphetcxs), é apóstolo (homo missus a Deo), e o nasci-
altar. O C olhava para o oeste, para a nave. Quando pregava, dirigia-MO meino de Jesus Cristo foi mencionado no nascimento de São
ao auditório mais respeitável, aos homens, logo à direita. Por isso tarn-
bém o evangelho foi cantado pelo diácono voltado à direita para os ho • Nem seria exato dizer-se que êle é um santo do an-
mens (versus populum), mas em direção ao altar (contra altare), pus
conseguinte em posição oblíqua. Se, porém, o altar estava encostado h,
parede e o diácono cantando o evangelho tomava o seu lugar costumado, lil{u testamento e que por isso não tem Credo. Os motivos
olhava para o norte. Esta posição do altar e por conseguinte do diácono Irara recitar o Credo podem se resumir em três palavras:
foi a mais usada e pouco a pouco, junto com a exposição mística, tor-
nou-se exclusiva para o sacerdote celebrante. E' esta a explicação histórica, ollrslerium, doctrina, celebritas (solemnitas). (Guet, Carpo.)
Na redação desta rubrica muito provavelmente Serviu de modelo a bn,-
silica de São Pedro, em que se acham, tanto em a nova. como na antiga, Enquanto o côro canta passas et sepultas est, o dia
as circunstâncias locais mencionadas, conforme a missa se canta no al- ono leva o corporal para o altar, pois que o corporal, em
tar papal ou no altar comum da cátedra encostada à parede. O C. E. (II
c. 8 n. 44) supõe êste caso prescrevendo que o diácono, cantando o evan- que o pousa o ss. corpo de Jesus eucarístico, lembra o len -
gelho, olha, não para o povo que lá não existe mas "exatamente para rt
parte direita, que figura o norte." Pois na realidade esta parte de SILO
Pedro está situada no sul, como atesta a planta locai. A rubrica do C. li.
t ol em que foi envolvido o sacrossanto Corpo de Nosso
é diferente da do Missal, mas o lado é o mesmo. O diácono cantando 0 ;i1'lllior morto.
evangelho olha um pouco obliquamente ou exatamente para a direltit,
a qual pela autoridade do C. E. sempre e o lado do norte.
ARTIGO II. A Missa dos fiéis
486. 5. 0 Credo . Profissão da fé pelo Credo nos primei-
,

ros séculos' só se fazia no batismo. Quando, porém, se le- 103. 0 OFERTÓRIO


vantaram as heresias, mormente no Oriente, introduziu-se 488. A missa dos catecúmenos é a preparação para a se-
como medida de defesa a recitação do símbolo niceno-cons.- I',nnda parte da missa, a mais importante, a missa chamada
tantinopolitano na missa (V sec.). 0 concilio de Nicéia (325) dos fiéis, porque os catecúmenos eram despedidos antes
tinha declarado a divindade do Filho, o de Constantinopla, a tlt. início do sacrifício incruento e ficavam só os fiéis. Nela
do Espirito Santo (381). 0 concílio de Calcedônia (451) celebrante fala raras vêzes em voz alta e guarda silêncio
prescreveu o Credo, que contém claramente êstes dogmas. luislico, dirigindo-se de preferência à Majestade divina.

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II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 241
240 R e u s, Curso de Liturgia
Eido de modo especial. O sínodo de Toledo (693) repre-
1. A missa dos fiéis começa pelo ofertório. A palavra r'ndeu os sacerdotes que usavam para a missa o seu pão
"ofertório" tem três sentidos: Primeiro significa o ofereci minam, mas não diz que é matéria inválida. Com o uso do
mento das oblatas, que o povo fazia antigamente; segundo, p,to ázimo originou-se o uso das hóstias grandes e das
tôdas as cerimônias e orações desde o Orernus até ao pre pequenas em forma de moeda. A preparação do pão euca-
fácio; terceiro, a antífona (Bened. XIV). O celebrante did rlslico outrora era reservada aos clérigos. ,
ge-se ao povo com a saudação: Dominus vobiscum, e lota
convida a orar: Oremus. Mas não se segue a oração. Antiga- 4. A anti f ona muda conforme o ano eclesiástico ou a
II':,la. Especial menção merece o ofertório da missa de ré-
mente neste lugar os fiéis faziam orações pelas várias neces- (oil'. As palavras: inferno, tártaro, lago profundo, Bento
sidades da igreja à maneira das orações da sexta-feira san- V (de sacrif. 1. 2. c. 9) entende-as como referindo-se ao
ta, as quais, porém, depois se omitiram. Se, apesar disso, purgatório. Belarmino e outros as entendem como referindo- .
a Igreja mantém o Orem us no seu lugar, tem ótimas razões,
tie ao inferno, e dizem que a igreja se transporta para junto
indicadas já por antigos liturgistas. O ofertório na sua lo
do Moribundo, pedindo a Deus que não o deixe cair no in-
talidade é uma oração ou por palavras ou por ações sacrill II'i no. Em todo o caso, êste ofertório não contém nada de
cais. Pelo Oremus a igreja convida os fiéis 1. a unirem-se,
me nos exato.
rezando e acompanhando as ações litúrgicas, ao celebrante, I'ara resolver a dificuldade contida nas palavras dêste ofertório, se
que reza e atua em nome do povo; 2. a rezarem por si, a lint anvn distinguir o sentido, que elas têm como parte da missa, e a origem
ItiMlArira, que atribuem a elas.
de crerem a fé professada no símbolo e serem constanles a) Sentido. A igreja não ensina neste ofertório que uma alma conde-
114,dn, possa ser salva do inferno, nem jamais ensinou isto, nem mesmo
nela; 3. a oferecerem-se em holocausto. (Durandus I V, imeiros tempos, quando inseriu esta oração na Liturgia, nem ad-
11110 primeiros
c. 27, ii. 7.) Ittu jamais mudança ou dilação da sentença definitiva da condenação ou
tiolvagão depois da rnorte. Sempre foi a coluna da verdade.
iOs rntemente as palavras dêste ofertório mal interpretadas deram en-
489. 2. Segue-se o ofertório, uma antífona que resta do Opjo ir negar a eternidade das penas do inferno. Contra êste abuso, autores
re naio;q (Pesch, Bartmann, Atzberger, etc.) entendem as palavras: infer-
antigo salmo, cantado durante as oblações do povo. I'ols ne, I,lrl,aro, etc., do inferno, para dar a solução católica. Seguem a dou-
I,Inn. rir, Belarmino (de purg. 1. 2 c. 5) e Suarez, que diz (De pmnit. disp.
na antiguidade a contribuição para o sacrifício não eslava pl nnnt. 5. n. 12) o seguinte: Nestas orações a Igreja
reza pelos defuntos.
entregue ao arbítrio dos fiéis, mas era dever inculcado coto lu,r,,Fçlua o dia da morte dêles, quando as almas ainda são unidas com o
noa carpo e incertas da sua morte eterna ou da sua salvação. Então a
insistência. Além do pão e do vinho deviam oferecer outros Il4rnjn, pede que sejam preservadas do inferno. Embora esta oração se
Pnyr depois da morte de alguém, contudo Deus, prevendo-a, podia dar o
objetos indispensáveis ao culto e à sustentação do clero r' oanulo necessário para evitar o inferno.
Iri Modo de falar. Este pode-se explicar pela analogia com têrmos se-
dos pobres. A partir do século XII as oblações, que consis ,rr , iinulLny na Liturgia. A Igreja, não raras vezes, se transporta ao pas-
^^^,'ir, p. ex., ao tempo dos profetas, rezando no advento: "ó Senhor, vinde
tiam em objetos, foram substituídas por ofertas em dinheiro, I n n ,r nos remir", apesar de terem passado já muitos séculos depois da
Uma lembrança do antigo uso é a oblação das velas nas or ndo . dMe. No oficio reza pelo defunto: "a quem hoje chamastes dêste
11,11in,lu", apesar de terem passado vários dias depois da morte.
denações do clero, e de esmolas postas numa mesa pert () el Origem. Autores recentes o explicam pela "passagem das almas"
(11'11 n pazraiso, impedida por demónios e monstros, de que antigamente es-
do altar, por ocasião das missas de réquie. ïnlnvnnl lendas. Na escolha das palavras estranhas do ofertório talvez
influíssem, mas não na doutrina da igreja.
Porque o recebimento das ofertas levava muito tempo, A solução mais óbvia e mais plausível se obtém, vendo neste ofertório
também o canto do salmo devia-se prolongar. E' esta a di lima nnl Iga oração pelos pouca moribundos ou para o momento` da morte,1.
mudança. (Cf. Bened.• XIV, de missa
que
II,
Inrerinrr parva a missa corn
li, n. 'I; Merati, Grancolas.) Prova disso é um caso semelhante, que
zão por que na missa de réquie, que guardou o caráter an
■in , ln nn ncha Subvenite
no ritual romano.
sancti Dei, occurrite angeii... está prescrita para
figo, o ofertório é tão grande. A mil ¡Nina:
„ n n on n •nln da morte, mas também para o dia do entêrro (Bit. t. V. c. 8,
As oferendas visíveis dos fiéis significam a oblação in I. VI, C. 3, n. 3), em que então a Igreja se transporta ao momento
,In uun'in, O mesmo faz, dizendo: A porta inferi, erue Domine animam eius.
visível espiritual de si mesmos, que é indispensável para lot
nar-lhes frutuosa a assistência ao santo sacrifício. 4111, 5. O oferecimento dos elementos. para o sacrifício. O
Illo romano antigo antes do cânon tinha só uma oração, a
490. 3. 0 pão oferecido (oblata, mais tarde hostia,
por ser ii'I rela. A partir do século ÍX, devido à devoção privada,
destinada à consagração) a partir do século VIII exclusiva- tlp;lt,•rl'nl no ofertório muitas orações especiais. As orações
mente é pão ázimo na Igreja ocidental. Antes déste tempo Irtt'iIrrilas no rito atual corn os gestos respectivos remontam
em geral era pão comum, feito, porém, de trigo e pupa
1 'ui nn ran ill nrgla -- 16

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242 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. 1: Explicação 243

ao século IX-XI. Formam o chamado cânon menor, abras


gendo desde Suscipe até Suscipe Sancta Trinitas. As palti porque a última palavra ascendat exige êste gesto. (Cf. n.°
(i98.) Na missa solene o diácono sustenta o braço do cele-
vras das orações do cânon menor se referem textualmenlo brante ou o pé do cálix, porque antigamente era o diácono
aos elementos materiais: pão e vinho. Mas atribuem-se-IhiH yue punha o cálix no altar, rezando ele ou o celebrante Of-
qualidades e efeitos (pro nostra totiusque mundi salute) yll p
Ierimus. Outros alegam o pêso do grande cálix, outrora em
só convém propriamente ao sacrifício eucarístico, as qu;litt uso. Mas nas antigas fontes não se acha esta explicação.
qualidades se afirmam antecipadamente dos elementos ultl
teriais, i. é, do pão e do vinho. 495. A oração In Spiritu humilitatis lembra o forno ar-
492. 6. 0 Suscipe. O celebrante toma na mão a patena com dente (Dan 3, 39. 40), em que, corno num altar flamejante,
a hóstia e, cheio de confiança, levanta os olhos para a Ma os três jovens, com as mesmas palavras, ofereceram o seu
jestade divina, representada visivelmente pela cruz e logo próprio coração humilde e contrito em holocausto. Assim o
abaixando-os humildemente, reza o Suscipe. Depois 'traça celebrante e os fiéis, representados nos elementos materiais,
destinados ao sacrifício, oferecem ao Pai celeste as suas ora-
com a patena e a hóstia uma cruz sôbre o altar, quase exrl-
çeies, a sua vontade em holocausto nas chamas da caridade.
tamente sôbre a cruz feita na consagração do altar, e coloca
logo se levantando, num gesto de desejo ardente, com as
a hóstia nesta cruz, preparando por assim dizer a imolaçáo
da Santa Vítima. (Cf. Durandus IV c. 29 n. 3; 17.) A pa nitios e os olhos ao alto, o celebrante pede ao Espírito Santo
-

tena põe-se sob a extremidade do corporal. Na missa so I'rrti Sancti f icator), ao fogo divino, que desça sôbre o sa-
Iene o subdiácono a conserva envolvida no véu de onlbroM. I Iltício e que o prepare pela sua bênção para a consagração.
Remonta êste rito ao costume antigo 'de reservar uma hásl itl 496. 7. A incensação. Na missa solene segue-se a incen
consagrada para ser deitada no cálix -no dia seguinte. No u;içáo, a qual se faz desde o século IX. O incenso como que
princípio da missa um acólito punha a sagrada hóstia nn envolve as oblatas num fogo visível, santificando-as e tor-
altar e a tirava ao ofertório para maior comodidade di rt n;uldo-as aceitáveis a divina Majestade, e depois comunica
ministros. Assim se explica a reverência que se tem ao goto It mesma santidade ao altar e a todos os fiéis, enquanto
dar a patena. NA() capazes de recebê-la. O celebrante explicitamente pede:
Misticamente a patena escondida debaixo do corporal siguifirn "Acenda em nós o Senhor o fogo do seu amor e a chama
os discípulos que fugiram na paixão de Cristo. A parte da paleim dtl sua caridade." E como que para mostrar que esta súplica
não escondida significa a Virgem Santíssima que não fugiu. (I In
randus IV c. 30 n. 29.) sem efeito, o diácono, pela incensação, comunica-lhe e de-
493. Ao vinho junta-se a água. O vinho simboliza a di pois aos fiéis o amor e a caridade divinas.
vindade, a água a humanidade. A mistura dos dois eleuirli A oração Per intercessionern pedindo a São Miguel a sua po-
ilernrul intercessão junto ao trono de Deus, encontra-se nos missais
tos significa o mistério da incarnação, o mistério do Cot pi t I^ nc séculos XI-XII, com o nome de São Miguel, e muitas vêzes
Místico de Jesus Cristo e a íntima união co rn Ele na s. co I, u nlií•m o de São Gabriel.
munhão. A água simboliza também a água que saiu do Sa 411'1. Segue a ablução das mãos, a qual é necessária de-
grado Coração trespassado do Senhor. A água benze-se tal da incensação; outrora era necessária principalmente
tos de ser misturada com o vinho, porque significa o povo , ,lI pois de receber as ofertas do povo. Na missa privada é
que neste mundo não pode ser sem pecado. (Durandus I. I°. lnlìlnia simbólica. Pois a rubrica exige a ablução só da s.
n. 21.) Não se benze na missa de réquie, porque esta nos- pollltls de 2 dedos, para indicar que se devem evitar também
sa se diz principalmente pelas almas, que já não l mmlenl ■Ih I;Aias insignificantes no serviço de Deus. Reza-se o
sal-
pecar e não precisam desta bênção. A oração Deus qui II;I mi' 2b: Lavarei as minhas mãos.
Liturgia do natal do século IV. (Leonianum.)
494. Na oblação do cálix, o celebrante levanta os olhou -11)8. 8. 0 Suscipe Sancta Trinitas. Depois de voltar ao
melo do altar, o celebrante, lançando para a cruz um olhar
ao alto e os conserva nesta posição em sinal de confiança e
de continuo, humildemente inclinado, principia a oração
lo+

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244 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I. Explicação 245
Suscipe, que pelo miúdo enumera os vários fins do s. sacra•
por mais de um autor. Pois também o livro dos salmos é jóia de
fício: a glorificação do divino Redentor, de Maria Santassl• livro, Oembora tenha muitos autores."
missal chama prefácio a parte que contém a ação de
ma e dos santos, mormente dos santos, cujas relíquias esttin
no altar (istorum) e a salvação das almas. graças e o louvor da divina Majestade; a segunda parte,
499. A Secreta. Com as' palavras Orate fratres, outrora di desde o século VI, chama-se cânon, i. é, regra ou regula-
rigidas só ao clero, o celebrante convida os fiéis a rezou incuto invariável para a ação sacrifical. Esta oração eucarís-
por êle e com ele, lembrando que a missa é também o sacri- lica solene acha-se em todos os ritos, remonta por conseguin-
fício deles (meum ac vestrum sacrificium). Sem dizer Orr- le S primitiva igreja.
mas, o celebrante acrescenta a secreta, antigamente a futica 501. Atualmente canta-se só o prefácio e o Sanctus. Mas
oração no ofertório sôbre as oblatas. Uns, seguindo os an- outrora também o cânon era cantado de simili voce ac me-
tigos liturgistas, derivam a secreta de secreto, porque é re- l u tlia como o prefácio, diz um ordo do século VII. No se-
zada em voz baixa, a coleta, porém, em voz alta; outros culo IX já era costume rezar o cânon em voz baixa. Duran
de secerno, separar, porque se reza sôbre os elementos do dns alega como motivo (IV, c. 35, n. 6) o recolhimento do
sacrifício, separados dos destinados a outro fim ou por celebrante facilmente estorvado pelo canto, o cansaço do sa-
que se rezava depois de separarem-se os catecúmenos da et'rdote pelo canto cada vez mais prolongado pelo acréscimo
assembléia litúrgica. he novas orações e o perigo de profanação das santas pala-
vras, que, sendo sempre ouvidas, se repetiam nas ruas ç em
§ 104. 0 PREFÁCIO E O CANON ocasiões pouco decentes. Além disso o cânon foi chamado
A palavra Cânon, como parte da Missa, tem duas significações. N„ "oração própria dos sacerdotes". Por isso o celebrante a
uso comum, significa as orações do Te igitur até ao Padre Nosso. As ro
britas do missal (Rub. gen. 12, 6) autorizam este costume, que se t in i, profere em voz baixa, excluindo assim o chamado sacerdó-
guardar para evitar confusão. (Durand., IV e. 36; Bell., de missa 1. 6, c. 311
e 27; Bento XIV, de missa, c. 19.) Mas este conceito não é o único, can a , cio geral dos hereges. Seria este o motivo por que o con-
estes e muitos outros autores concedem. O mais antigo, mais exato e cilio de Trento prescreve expressamente a recitação do câ-
de maior autoridade inclui o Padre Nosso e a Comunhão. Pois nesi '
sentido é preferido pela autoridade eclesiástica: a) no Ordo Miss■' , h■ non em voz baixa, contra os inovadores, contrários ao sa-
missal romano; b) no concílio Tridentino (s. 22 de sacr. misses can. 1)í t,
quando diz que com voz baixa se profere uma parte do Cânon e as p a et rdócio especial católico. (Sess. 22, can. 9.)
lavras da consagração, admitindo portanto uma parte do cânon que mo
profere com voz alta; c) por Pio XII na encíclica "Mystici Corporis ChriIti"
(1943) onde refuta a asserção de que nenhuma oração do cânon se dlt'l%t+
502. 2. 0 prefácio (prcefatio, coniestatio, immolatio) é a
a Jesus Cristo, alegando as orações antes da comunhão. (Agnus D01,) introdução solene ao cânon, a ação sacrifical. g' um hino
Neste sentido, embora com outros nomes, remonta ao tempo antes do
Gregório que pôs o Padre Nosso fora do cânon comum. (1. VII op. (Ill,) I • louvor e de ação de graças pelos benefícios gerais e, em
Segundo S. Agostinho (ep. 149, 16) o Padre Nosso se recitava depolb da
fração do pão, de sorte que o cânon incluiu esta parte da Missa.
t t 1 los tempos e festas, pelos benefícios especiais recebidos
500. 0 prefácio e o cânon formam uma única oração so- de Deus. E' uma das orações mais antigas e mais belas, mor-
inente pela melodia que faz vibrar o coração de alegria e
lene, a oração eucarística, no decurso da qual se efetua :1
ação propriamente sacrifical, a consagração. Por isso dlrl rpm indescritíveis.
maram-na outrora ação, actio. Outros explicam o têrnlo 503. Para esta beleza musical contribui muito a beleza h-
actio por gratiarum actio, ou por contração de Sacrum age 10r'Iria, em que se esmeram as orações da igreja em geral,
re, sacrificar. ..1 , u nais pertence também o prefácio. Os seus autores

A oração eucarística primitiva com Amen só no fim do cannn, i•o .uu os antigos oradores, que mais brilharam pela cuidadosa
pouco a pouco foi interrompida por várias orações intercaladas ou olha e feliz coordenação das palavras, conseguindo as-
tes e depois da consagração, cada uma com a conclusão: Amon.
^,nll nm andamento rítmico da frase, Chamado
cursus. Dis-
Assim não é mais uma única oração. Mas é um cânon mais perleilu,
Pois estas preces acrescentadas pelos vivos e defuntos constitut'nl Itlli',uenl-se a) o curso métrico, que consiste na coordenação
um aperfeiçoamento indubitável. Em nenhum lugar, segundo o pen uli'Ir iea das sílabas; b) o curso rítmico, em que a harmonia
sar piedoso dos fiéis, tem mais eficácia do que bem perto cia con
sagração, pela qual o Rei desce para o altar. Por isso diz Benin del I rase resulta da simetria dos seus membros de compri-
XIV muito acertadamente (de sacr. miss. II c. 12, n. 6): "0 tonou m u tilo quase igual, sem atender à prosódia, e empregando
nada perde da sua autoridade pela circunstância de ser composto 1411 dalilos e espondeus. Exemplos disto são, segundo Pia-

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246 Re u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Misa. Cap. I: Explicação 247

cenza (Liturgia, p. 139) as orações de Pio V, S. Inácio du Hosana quer di


Loiola, S. Francisco Xavier. Mites têrmos aclamaram a Nosso Senhor.
ir r : dá salvação. Foi expressão de aclamação. Tôda a frase
504. De beleza rara é o prefácio da festa do Sagrado Coração ,luer dizer: Glória a quem está nas alturas. Benvindo o que
de Jesus.
11. Qui Unigénitum túum in Crúce pendéntem vens chegando em nome do Senhor. Glória Àquele que está
1. láncea militis transfigi voluisti n;is alturas, mas que em breve estará aqui.
(o dátilo moderado pelo espondeu, como convém à introdução
do dogma). 11117. O Sanctus primitivamente era cantado pelo povo. Por
2. út apértum cór Isso não estranha serem as melodias, p. ex., da missa de
(é frase lapidar; indica o fato principal; por isso está em es- rtquie, que se conservaram intactas, muito simples. Tocam-
pondeus. A última sílaba é constituída por uma palavra inteira
e ao mesmo tempo é a palavra principal. A frase pára brusca- ;10 Sanctus
as campainhas, tanto para avisar ao povo do
mente, quase pintando o golpe da lança.) uiouiento santo da consagração como em sinal de alegria pela
((3. Divince largitatis sacrarium
(é a larga chaga aberta) vinda do Rei da Glória. Para saudar o Deus eucaristico nas
4. Torréntes nóbis fúnderet miseratiónis et gráfica missas solenes 2-4 acólitos ficam ajoelhados com as velas
(brotam os jorros de sangue como uma torrente) 11cesas até depois da consagração, se houver distribuição da
4. Et quód amóre nóstri flagráre núnquam déstitit Benedictus canta-
(vêem-se as chamas uma depois da outra elevarem-se ao 'alto) N. comunhão, até depois desta função. O
3. Piis esset requies depois da consagraçãq como saudação jubilosa.
(o descanso)
5. Et pceniténtibus patéret salútis refúgium.
(5 dátilos rítmicos. Vêem-se correndo os pecadores a esta fonte § 105. 0 CÂNON
de salvação.)
rom. 1. Origem do cânon. 0 mais antigo texto completo
505. 3. Antigamente o número dos prefácios era muito di, c;ïnon de hoje é do século VII (Missal de Bobbio e ou-
grande. O sacramentário Leonino conta 267, o missal atual I 1, n;) . As tentativas de muitos liturgistas nos últimos de-
15. A igreja oriental conhece só dois: das anáforas de S. , inios de reconstruir um primitivo cânon diferente do atual,
Crisóstomo e de S. Basílio. 11•10 conseguiram resultado reconhecido por todos. Declarou-
Por mais de 1300 anos, desde S. Gregório Magno, a igreja ro- ntinal (1939) que depois "dos caminhos falsos de inves-
mana, fora do prefácio comum, tinha 9 prefácios: para o natal, a
epifania, a quaresma, o tempo da paixão, a páscoa, a ascensão, o i l ação científica especial" a melhor solução é a sustenta-
pentecostes, a SS. Trindade e os apóstolos, desde 1095 a de Maria lo do cânon na sua forma atual, mais ou menos conforme
Santíssima. Somente em 1919 Bento XV acrescentou o dos defun-
tos. Três outros vieram depois. :niiiga tradição. Contribuiu para êste resultado bastante se-,
A introdução ao prefácio já é usada na chamada "Tra- ]alu o a recente comparação da missa romana com documen
dição apostólica" de S. Hipólito (200-230). Dominus cum ion orientais, publicada pelo patriarca sírio Rhamani (1929).
omnibus vobis — Cum spiritu too. Sursum corda, — Ha- Quanto às partes essenciais portanto o cânon é herança
bemus ad Dominam. Gratias agamus Domino. — Dignum venerável. Abstraindo do memento pelos defuntos e das duas
et justum. O Sursum corda é um convite expressivo para llydno-; dos santos, sofreu somente uma amplificação de pou
atender especialmente à vinda do Senhor na consagração, .1., palavras, registradas pelo Libem pontificalis do séc. V
parte essencial da reunião litúrgica. Vide a. 508. VI. Com esta limitação remonta mais ao menos até ao tempo
506. No fim dos prefácios menciona-se sempre o córo dos d.. I';ipa Cornélio (t 250). (Baumstark, Eph. lit. Anal. 1939,
anjos. Desta maneira passa-se ao Sanctus, hino angélico, p. 204-243.) O communicantes e o Nobis quoque peccato-
em uso na sinagoga e adotado pela igreja. Acha-se em qua- i ibits foram acrescentados no pontificado do Papa Símaco
se tôdas as liturgias. Lembra a majestade de Jesus Cristo, 4) o memento dos defuntos, no de Inocêncio (t 417) .
que em breve há de comparecer no altar. M,m , nem isso é certo; provavelmente também estas partes
O Hosana com o Benedictus foi introduzido na Litur- aílo mais antigas. (Cf. Eisenh. II, p. 166.) Portanto as ora-
gia provavelmente em Jerusalém, onde pela primeira vez cone cle
',nrt;: Quinn oblationem; Qui pridie quam pateretur, Un

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248 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 249

et memores, Supra qua, Supplices (Pseudo-Ambrósio, di' roce enumerar as partes principais da missa, de sorte que a pro-
Sacram. IV, 5) com bastante certeza remontam até ao séc. III. Ioria tem o seu lugar precisamente antes da consagração.
A história eclesiástica refere que S. Pedro estêve em Antioquia
Ainda mais. São apostólicas. Sôbre a lacuna entre o si' depois em Roma. A didaqué segundo alguns autores foi escrita
culo III e o tempo dos apóstolos diz Belarmino, crítico coin rin Jerusalém, contém portanto provavelmente a anáfora de S. Pe-
dro. Assim as anáforas de tôdas as cidades, onde S. Pedro . tinha
petente (Controv. de miss. II, c. 22) : n nua sede apostólica, encerram a profecia de Malaquias e com fun-
"Se as orações mencionadas por Pseudo-Ambrósio li d am ento se atribuem ao Príncipe dos Apóstolos.
S. Justino diz (Dial. c. Trif. c. 110) : "Nós cristãos conhe-
vessem sido compostas por um papa, com certeza um luslo t olhos o culto de Deus pela disciplina (Nonos) e doutrina (logos)
riador o teria referido. Se não deixaram de mencionar qui nt lu avinda de Jerusalém pelos apóstolos de Jesus." À disciplina cer-
1lmente pertence a Liturgia. Portanto êle atribui a sua anáfora ou
acrescentou algumas partes insignificantes, muito menos Itc anon aos apóstolos. O papa Vigílio em 538 afirma com funda-
riam calado o nome de quem compôs quase todo o cânon . nu•nlo a origem do cânon ex apostolica traditione.
Resta portanto que o cânon é de antiguidade imemorável A notícia de S. Gregório que um letrado redigiu algo do cânon,.
lot aproveitada para provar que "tôdas as coisas são possíveis"
chegou até nós como muitas outras coisas, pela tradiçâo, 1I'robst, Lit. d. 3 t. p. 356) e é por isso cientificamente sem valor.
de mão em mão. Os nomes dos apóstolos e mártires pourl As palavras Mysterium fidei provavelmente são palavras de Je-
a pouco foram acrescentados." nnm Cristo e foram inseridas na fórmula da consagração pelo pró-
prio S. Pedro, que as usou já antes de haver .evangelho escrito.
Especialmente duas têm sinais de orações apostólicas: Pois não há nenhum documento com que se possa provar que.
Unde et memores, por corresponder à ordem de Jesus Cris- donde o tempo dos apóstolos houvesse qualquer mudança nas pa-
to: Hoc facile in meara commemorationem, e por se acho 1 ivras da consagração. (Cf. Carpo., bibl. lit. 1877 p. 97.) Pode-se
provar que algumas partes do cânon foram acrescentadas ou pelo
em tôdas as liturgias; a outra Supra quce, por causa da cx Irar do texto ou por notícias históricas. Mas não existe vestígio de
pressão Patriarchce nostri Abrahce, sinal de origem israelílicn, uni,: mudança destas palavras.
Io es te os primeiros tempos os cristãos mostraram-se aferrados às ceri-
Esta "conjetura", como Belarmino chama estas un i wrmlu,n da Liturgia. Por exemplo, para decidir se a oração no sábado de-
vl mo• recitada de pé ou de joelhos, as igrejas chamaram um conselho de
derações torna-se fato fundado pelas provas positivas qut' Inn u,nn de confiança. (Tert. de or. 23.) Os gnósticos eram vituperados por- .
se tem para a oração: Quarn oblationem. Ela conténs resu ilm , uwtvam novas liçães. (Tert. de prmscr. c. 51.) Qualquer inovação era
lu olnl,ln., (Tert. de ieiun., c. 13.) Por isso não se pode admitir que uma
nlulnnrtr principal como é a de inserir palavras novas, p. ex., mysterium
mido em cinco palavrps o capitulo segundo de Malaquias 11.161, tia fórmula da consagração de todos conhecida, por serem proferidas
com a profecia sôbre a missa. Esta mesma profecia adia - tu' rni voz alta, se tivesse feito às escondidas ou por devoção particular. A
,•on,lnlu ra que o diácono avisava os fiéis com as palavras mysterium fidei
em 4 anáforas dos dois primeiros séculos, a alexandrina, uno 11 4 ❑ fundamento histórico, nem a outra de que estas palavras estejam
-ni Int•;at. de uma epiclese omitida, Noldin (Theol. mor. III, p. 140) diz:
antioquena, dedaquética e de São Justino. A oração )tram • lut teterni et mysterium fidei a Domino per apostolos ad ecclesiam
I , . 1141 n `rr.Int."
(

oblationem portanto remonta até ao tempo dos apóstolos. 1100. Além disso hã alguns vestígios do cânon apostólico em frases con-
s l,orttneas. Omitindo o paralelo de Bickell entre a ceia pascal e a .
A anáfora alexandrina, provavelmente do séc. XII, contém :I pra 1111111 cristã (cf. Coelho II, p. 65), que tomou por base a Liturgia ele-
fecia mencionada claramente. Por ser muito amplificada depende de :,,, , nl lua, hoje não mais julgada genuine, existem na Liturgia israelitica
nlluM textos que merecem ser confrontados com os textos do cânon de
outra mais curta, provavelmente da romana. Isto concorda coou ii II II , Fornecem uma confirmação da sua antiguidade. Estas fórmulas
notícia de São Jerônimo (De script. eccles.; 25 April) que Sim !!(( MI ytt11N por todos os israelitas acham-se na mixna, a saber, nos tratados
Marcos, discípulo de São Pedro, foi de Roma para Alexandria, onde Itt rglun;i, (Berachot, Pesachim, Schacharith, Torifta), que são atribuídos
no tnntpo do divino Salvador. (Bickell, Messe und Pascha, p. 56; 71.) Os
fundou uma igreja. A anáfora de São Justino (100-165) cota a pi n Ilgtulos conheciam-nas e usavam-nas, como é de supor, e adotaram-nas
fecia mencionada está contida no seu diálogo com Trífon. (c. 41,) I,nrn, 'n, !lesa, pela qual chegaram até nós.
Torna-se visível pela justaposição dêste texto com a anáfora ;do h Iro sancula; in smcula smculorum, foi conclusão de orações na sina-
xandrina. E' tirada da Liturgia romana, pois que S. Justino mllill „1ua, (Berachot,)
Il, Arncn, respondia-se no fim das muitas bénçãos breves. (Berachot.)
provavelmente descreve a Liturgia, romana. A anáfora antioynenrl II, 1) IIpo do nosso prefácio, antigamente sempre cantado, corresponde
deve ter possuído a profecia em questão, porque S. Inácio de Au ppintn 117 do halel no modo como devia ser cantado na ceia pascal
I"opdn111nil. No início usava-se a forma dialogada em quatro versículos
tioquia usa na sua carta aos filipenses a expressão: Glarificros' I 4) miai em nosso prefácio.
nomen, que pelo contexto significa a anáfora. Pois t:onfiternini Domino quoniam bonus. Fy. Quoniam in snculum mi-
men é expressão da p ro fecia de Malaquias e sinônimoglorificare no
do sacriilt•In i
o'lnn l tt elus.
da missa. Neste sentido S. Justino usa esta frase várias vézes, (I )inl, Y', I h ve) nunc Israel quoniam bonus. F,'. Quoniam in seculum.. .
c. Trif. c. 41; c. 117.) %: 1 nrna nunc dornus Aaron quoniam bonus. li. Quoniam...
■ 1lienui nunc qui timent Dominam, F,', Quoniam..."
A didaqué traz a profecia de Malaquias num inciso (c. 14) qnt' 1 , 1 , 11 1 , 11 versículos, guardando-se o antigo número de quatro, foram subs-
I llnldon I1loa seguintes: . Per onia
m smcula snculorum. Br. Amen.
provavelmente inclui a anáfora daquele tempo. (c. 80.) Pois suo IIo11,11141 , )

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250 R u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: .Explicação 251

V. Dominus vobiscum (Berachot), fórmula Rute 2, 4; Gál 6, 18. 'I bolo. III, 83 a. 5), i. é, são símbolos da morte de Cristo
V. Sin-sum corda e gratias agamus provavelmente são derivados dog
palavras de Nosso Senhor (Jo 11, 45) na ressurreição de Lázaro: "Ele.
vatis sursum oculis dixit: Pater, gratias ago tibi" e do seguinte:
pr oduzem santificação nos seus membros místicos_
)IT. Gratias tibi agimus, Iavé, Deus noster. (Berachot.)
4. Vere dignum et iustum est, etc.... no começo do prefácio é for• fiII, As palavras "virtude da cruz" de S. Tomás entendem-se melhor com
se, ref!exiies seguintes: Traçar o sinal da cruz é benzer. Benzer quer di
mula da sinagoga: "Debemus gratias agere, benedicere, laudare". (Peso. f w r te, al.ifica'r. Mas a bênção é ato complexo. Intelectualmente pode ser
chim, haggada.) A frase Omnipotens aeterne Deus, é o resumo das pa- sioeun,posto em três atos simples: primeiro, separação da matéria dos ob-
lavras com que os apóstolos •unanimiter" rezaram: "Domine; tu es giií Irl ■w profanos; segundo: comunicação da santidade; terceiro: oferecimento
fecisti cElum et terra, maria et omnia quE in eis aunt." (At 4, 24,) Po- t. nnl rega a Deus para sempre. As cruzes antes da consagração agem no
diam proferi-las "unanimemente", por serem palavras conhecidas, solo• .,■, cindo sentido, depois da consagração, no segundo e terceiro sentido;
nes (cf. Co'rn. a Lap.; Knab.), quiçá da anáfora. portanto, uma renovação do oferecimento da Vítima. O mesmo fêz
No halel vers. 5-24 vêm enumerados os beneficios de Deus; no corpo 'iv, do Calvário (personificada como no hino da paixão), ofereceu a
do nosso prefácio são substituídos pelos do novo testamento. ,p, um Vítima a Deus. Comunicam também santidade, não ao corpo sacra-
O salmo 117 quase no fim tinha outra parte dialogada (v. 25-27) : ,,,. e i n 1, mas ao Corpo Místico de Cristo. Em qualquer hipótese lembram
"yr. Domine, salvum fac (:hosannah). Ijz. O Domine bene prosperara, —rle do Redentor, fonte de tôda a santidade.
yT. Benedictus qui venit. 1z In nomine Domini. oferecimento em forma de cruz existia já no antigo testamento.
Benedicimus vobis. R. De domo Domini. Deus Dominus et illuxll cindo os rabinos, o sacrifício pesto nos braços dos sacerdotes (dx 29,
nobis." (Pesachim). Corresponde em nosso prefácio: hosanna in excelsis, 11 ara movidoo em forma de cruz, do oriente para o ocidente, do norte
benedictus qui venit in nomine Domine. Hosanna in excelsis. Fórmula so. p rn n sul. Portanto, êste gesto cruciforme é cerimônia do oferecimento.
melhante: Schacharith. Hosannah (Torifta).
5. Sanctus, sanctus, sanctus est Dominus Sabaoth, omnis terra pleas
1 In checa o sacerdote não sustenta a Vitima na mão, mas tem-na diante
de nl, o que dá no mesmo. .
est gloria eius. é oração da sinagoga (Schacharith) tirada da sagrada ew
critura (Is 6, 3.) S. Clemente (Cor c. 34) discípulo e segundo sucessor alo
S. Pedro, escreve: "Santo, santo, santo é o Senhor Sabaote. Teda a crl;t- 06. AS ORAÇÕES ANTES DA CONSAGRAÇÃO
cão está cheia da sua glória. Também nós, reunidos em um lugar, cite
comum queremos levantar a voz." São, provavelmente palavras da anáfora
de São Pedro. b12. 1. Te igitur. Compenetrado da infinita majestade di-
6. As orações pelos vivos são mencionadas na sagrada, escritura, mos vinn n celebrante rezou: Sanctus, Sanctus, Sanctus. Agora
também no Schacharith.
Pelos defuntos os israelitas costumavam rezar nos sábados ou outros h'v.ulla as mãos ao céu, inclina-se profundamente e conti-
dias: "Recorde-se Deus das almas de meu pai, de minha mãe, enumerando
os parentes que passaram para "a sua eternidade." (Schacharith.) O mownu Iiii&i: "Por isso, porque sois tão santo e majestoso, (a Vós) .. .
cânon diz: memento Domine famulorum famularumque tuarum qui nos lttl;llnlos... que abençoeis êstes dons, êstes presentes, êstes
prwcesserunt.. .
Aquelas fórmulas que sem dúvida são de origem judaica, provam a In-
fluência dos ritos da sinagoga sôbre algumas fórmulas da missa e sua
,it r iíicios..." Uma e mesma dádiva é dom do Doador, tri
origem apostólica. Outra origem esta excluída. Pois os primeiros bispos Isolo ao Soberano, sacrifício para o serviço de Deus. Con-
e sacerdotes eram judeus e as fórmulas usavam-se em tôdas as igrejas,
também dos cristãos que nunca, haviam tido contacto com os judeus, cicio II.IIIIIII neste sacrifício e sendo medianeiro entre Deus e o
conhecido os ritos judaicos, nem os teriam adotado como coisa vinda do
seus inimigos figadais, os judeus. São portanto de origem apostólica. mundo, o celebrante intercede pelo papa (costume'e lei an -
Provavelmente pouco tempo depois de Pentecostes havia fórmulas eserl- il.,.' 1, Dela Igreja e pelos cultores, da fé. Este último térmo
tas (Probst) determinando o rito da missa em linhas gerais. Isto exige a
fraqueza da memória de homens de idade avançada, a multidão dos sacer- II,^ll'nnva os benfeitores da Igreja, mormente o imperador
dotes, aos quais a autoridade devia dar normas certas para excluir a ar-
bitrariedade em demasia e assegurar a necessária fiscalização dos rito
essenciais. Com razão diz Muratori (Piacenza Lit. p. 3): "Se as preces prlars"
Itlr. u llino. Hoje compreende a quantos ajudam a propagação
cipais da missa são uniformes em todo o mundo, quem pode acreditar aluo I:I Igreja por palavras e ações.
isto foi, possível sem escritos?"... Contudo se concedia ampla liberdade now
orações, a qual levou no decurso dos tempos a diferentes Liturgias. .ILs. 2. 0 Memento dos vivos. Às preces gerais pela Igreja
Quanto à dependência do cânon romano, de Liturgias não romaaro.o,
deve-se dizer que semelhanças com Liturgias não-romanas são inegáveis, u gIIe a oração pelas pessoas que o celebrante intenciona
Mas a comparação com as mais antigas Liturgias permite a conclusão dn
que o cânon romano quanto aos elementos mais constitutivos é único o Icei ctnil•ndar a Deus em particular. Outrora eram lidos em
independente - de outros. (R. E. B. 1941, p. 802.)
510. 3. As cruzes do cânon. No princípio do cânon atual vtli alia os nomes dos benfeitores inscritos nos dipticos (duas
Idl)1linll;is munidas de dobradiças e que se podiam fechar).
está a imagem de Jesus Cristo crucificado. Esta cruz des- l It, :;f•colo VIII eram lidos em voz baixa para o celebrante,
envolveu-se dos ornamentos do T, primeira letra do início nrli l tarde colocados no altar e finalmente desapareceram
do Te igitur. Esta imagem faz desaparecer um tanto o nexo
un Ili'culo XII-XIII.
entre o prefácio e o cânon , mas tem a grande vantagem d1'
"Vi't" alas palavras: pro quibus tibi offerimus vet qui tibi offe-
recordar ao celebrante o sacrifício cruento que se renova no r lul1, não tem significação disjuntiva no sentido que ao C se dei-
altar. As cruzes insertas no texto das ora ões antes da consa-
ç n II escolha de rezar ou uma ou outra parte da frase, nem é si-
gração têm o fim de santificar cada vez mais os elementos mil ,I,• interpolação, nem se pode escrever à maneira de rubrica
t ,uu Bule vermelha, mas tem sentido copulativo como também
do sacrifício; depois da consagração servem "ad corntue- nil Ii ont clássica latina. Significa portanto "et", e o teor da frase
morandum virtutem crucis et modum passionis Christi" (S. é "la•lu4' quais Vos oferecemos e os quais Vos oferecem", a saber

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252 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 253

pela sua assistência, intenção, ministério, contribuição, esmola. (Ilene § 107. A CONSAGRAÇÃO
to XIV de s. sacr. m. II, 12 n. 12-13.) são as
514. 3. 0 Communicantes (= tomando parte na comunhão "111. As palavras que se seguem ao Hanc igitur
mais antigas e essenciais, porque incluem o ato sacrifica) do
dos Santos). Para tornar as suas orações mais eficazes, o ',moo e Eterno Sacerdote Jesus Cristo.
celebrante e o povo alegam, na sua qualidade de membros Quam oblationem: Quam (= et hanc) oblationem está em
I. O reassumindo a
do Corpo Místico de Jesus Cristo, a sua íntima união enfio in-to gramatical e lógico com a oração Hanc igitur,
si e cone os santos glorificados. Em primeiro lugar é non idéia e forma, pela quíntupla gradação, uma transição belíssima
majestoso ato da- consagração. A Espôsa de Cristo pede que
cionada a rainha dos mártires, Maria Santíssima. Pois sfr I irs se digne tornar as oblatas 1. bentas (com palavras); 2.
mártires são enumerados, porque o culto dos confessores na das racionai , pautal); 3.
1 m 4p o legitimas
P' nte
(ideais, consoa
quela época ainda não estava em uso. Depois dos santos r i n por contrato);
razão divina e humana a respeito do verdadeiro sacrifício); 5. acei-
apóstolos vêm os três primeiros papas: Lino, ,Çleto e Ce. Ilivris pela infinita majestade de Deus (dignas de serem aceitas,
mente. Xisto (forma grega; era grego de nascimento) ndfveis). As oblatas são consideradas em estado cada vez mais
Sisto II (f 258), célebre pelos versos do papa Dâmaso, e o prrleito, até que se tornem corpo e sangue do Senhor. ,
seu diácono. O papa Cornélio (Jr 253) é o amigo de ('i h17. Qual poderia ser a-fonte destas cinco palavras mis-
priano, bispo de Cartago. Lourenço é o diácono de Sisto II . li'riosas? A resposta dá-nos a célebre profecia de Malaquias
Crisógono (-j+ 304) tinha instruído na fé S. Anastásia. Joan s Abre o sacrifício da missa (1, 6-14).
e Paulo foram vitimados por Juliano apóstata (f 362) . C'us V. 6-7. Deus se queixa dos sacrifícios antigos polutos. A

me e Damião eram dois médicos árabes celebérrimos pnl Il I rja pede que as oblatas se tornem imunes de tôda mancha
suas curas milagrosas. (f 297.) Todos tinham igrejas (1H brnrrlictam, bentas.
V. 8-9. Deus repele do seu altar os animais cegos e imprestá-
Roma. Em muitas dioceses se inseriram muitos santos pró veis, excluídos da lista dos animais aprovados. -- A Igreja suplica
prios, p. ex., em Ruão 23. gnr as oblatas sejam incluídas na lista dos sacrifícios admitidos
udscriptam, recebidas. -
A oração Communicantes outrora estava escrita fora do nem
V. 10. Deus não aprova (non est mihi voluntas in vobis)
cânon. A rubrica: infra accionem indicava que se devia rr rntilica os sacrifícios antigos. — A Igreja roga que as oblatás se-
aprovadas — ratam, recebidas por contrato.
zar durante o cânon. V. 11. Deus não quer mais sacrifícios restringidos a um só
515. 4. Hanc igitur. Animado pela enumeração dos saídos povo (in omni loco) porque não correspondem ao ideal do verda-
rleiro sacrifício. — A Igreja insta que as oblatas se tornem o sa-
e pela esperança no seu auxílio, o celebrante renova o sen l - C llcio ideal — rationabiletn, consoante o conceito divino do sa-
pedido: Portanto, aceitai esta oferta (servitutis = servoruoi C I ilcio.
V. 12-14. Deus, movido por santo zêlo, lança a maldição (Ma-
tuorum, celebrantis et del i) dos Vossos servos e de todos lrrlirins dolosus) sôbre os sacrifícios imundos, inaceitáveis á tremen-
os fiéis (familice tuce), dai-nos a paz, livrai-nos do inferno da Majestade divina. A Igreja roga que as suas oblatas sejam acei-
Iirveis.
e alistai-nos em o número dos eleitos (uma alusão aos dipli lIH. Acresce que esta profecia precede à realização na consagra-
cos, que tinham também o nome de líber vila). Ao H ei ne çuo: (fui pridie... E logo depois da consagração são menciona-
igitur o celebrante põe as mãos sôbre as oblatas, gesto dato dos três profecias figurativas da S. Eucaristia: Abel, Abraão e
Melgnisedeque. Seria quase para estranhar se a profecia de Mala-
indica o caráter expiatório do santo sacrifício, muito usado rinlas não se achasse no cânon. Estas cinco palavras são, portanto,
no antigo testamento. Significa também que o C oferece n resumo da profecia de Malaquias, a sua-cristalização genial.
sua pessoa a Deus, para adorá-Lo, implorá-Lo e agradecer- !)119. O Quam oblationem. Esta oração pode ser chamada
Lhe. Apesar de ser representada esta cerimônia numa cena r epiclese do Ocidente. As últimas palavras: "Vosso Filho
eucarística do III século, foi introduzida na missa só no dilelissimo, Nosso Senhor Jesus Cristo" profere-as o ceie--
século XV. b levantando os braços abertos para o céu, juntando
r; mãos e abaixando-as como que para abraçar a Vítima
divina que desce ao altar.

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254 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 255

520. 2. 0 Qui pridie. Recitou o celebrante as orações pre ri g lorificação do Redentor. Anuncia, como quer S. Paulo
cedentes em nome da Igreja e em nome de Jesus Cristo. Ago ( I Cor 11, 26), "a morte do Senhor". Antigamente, as vê-
ra fala nêle Jesus Cristo pessoalmente, como diz S. Am /es, se acrescentavam os mistérios da incarnação, do nasci-
brósio (De myst. c. 9) : Ipse Christus clamat: Hoc est cor nienl° ou do segundo advento. Porém havia sempre reação
pus meum. Pois o celebrante faz e diz o mesmo que diz e i I ra êstes acréscimos menos aptos.
faz o Redentor divino. Toma na mão o pão e o cálix, hen A recordação real já se efetuou na consagração. Con-
ze-os e profere as palavras da consagração não em terceira, ludo o celebrante torna a fazê-la oferecendo em sacrifício a
mas em primeira pessoa. v'lima pura, a vítima santa, a vítima imaculada, o pão santo,
A narração histórica da instituição e as palavras dd cálix da salvação. A recordação simbólica pode-se ver
consagração não são iguais em todos os seus pormenores ias cinco cruzes que acompanham as últimas palavras e
nem nos evangelhos nem em tôdas as Liturgias. Na Litnn lembram a morte na cruz e as cinco santas chagas.
gia romana foram acrescentadas algumas palavras que en 523. 2. O Supra quce. De novo o celebrante pede a Deus
ninam o que Nosso Senhor provavelmente fêz: p. ex., gratio.% que se digne aceitar êste sacrifício, "com rosto propício e
agens benedixit; in sanctas ac venerabiles manus suas; ele s e r e no" corno aceitou os sacrifícios prefigurativos antigos de
vatis oculis in ccelum ad te Deum Patrem suam omnipoten Abel, que ofereceu um cordeiro, de Abraão, que ofereceu o
tem. Profundamente inclinado, o celebrante .profere as san ueii Pilho, e de Melquisedeque, que ofereceu pão e vinho, e
tas palavras da consagração, adorando imediatamente a VI que se digne conceder aos suplicantes as virtudes da inocên-
tinia divina presente sob as santas espécies. cia, da fé firme e da santidade, com que êstes três santos
521. 3. A atual elevação das santas espécies, para serene varões agradaram a Deus e se ofereceram em holocausto.
adoradas, foi introduzida pouco a pouco pelos fins do século 124. 3. 0 Supplices. Não contente com a própria santi-
XII. Por muito tempo só a santa hóstia se elevava e era daide, o sacerdote, humildemente inclinado, pede que um anjo
adorada pelo povo com a inclinação da cabeça; na primem I e v e a oferta á presença da divina Majestade e que os fiéis,
metade do século XIV, também o cálix começou a ser ve jn'lo santo sacrifício, sejam "cheios de tôda a bênção ce-
nerado do mesmo modo. A genuflexão em sinal de adoração lahte e graça". A estas palavras o celebrante se benze, como
é conhecida desde o princípio do século XVI. A grande ele-• para tomar parte nesta bênção divina.
vação, mesmo durante a consagração, generalizou-se tarai O anjo de que aqui se fala é um, ou, em sentido cole-
bém pelo motivo de tornar a consagração centro visível da tivo, o côro dos espíritos celestes. Pois a êles, conforme a
missa. A incensação do SS. Sacramento durante a eleva- ievelacão (Apoc 8, 3), compete êste serviço sublime. Alguns
ção apareceu no século XIII, e generalizou-se nos século:, lull;am que êste anjo seja Jesus Cristo, "o anjo do testa-
XIV e XV. - ito nto" (Mal 3, 1). Mas as Liturgias orientais falam dos
;uijos em geral. Outros vêem no anjo o Espírito Santo. Mas
§ 105. AS ORAÇÕES DO CÂNON
DEPOIS DA CONSAGRAÇÃO erla explicação é hipótese duvidosa.
522. 1. O Unde et memores (anamnese = recordação). 525. 4. 0 Memento dos mortos. Tendo rezado na oração
poecedente pelos vivos, o celebrante lembra-se etiam, tam
"Fazei isto em memória de mim" são as palavras do Se-
nhor. O celebrante em nome do clero (servi tui) e dos fiéis lo in, das almas no purgatório. E' esta recordação o resto
(plebs tua) cumpre esta vontade divina de três modos, pela da leitura dos dípticos antigos. Mas reza só pelos que, com
recordação verbal, real e simbólica. caráter do batismo (signo fidei), ene paz. com Deus e
Com palavras repassadas de gratidão enaltece durante ,vim a Igreja (in somno pacis), passaram para a eternida-
o sacrifício incruento em primeiro lugar o mistério do sacri- de. "fendo recomendado à divina misericórdia as pessoas de-
fício cruento, a saber, a sagrada paixão e depois também il;nadas nomeadamente, suplica também por todos os fiéis.

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256 R e u s, Curso de Liturgia Explicação 257
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I:

A Igreja como boa mãe não esquece nem o mais desconhc- ilcndfrio romano. Segundo alguns, Felicidade seria a ma-
cidó dos seus filhos.
romana (23 de nov.). Agueda ( r 251) e Luzia (-I. 304)
-

526. Durante o Memento o celebrante olha para a S. hás- sicilianas; Inês, virgem romana de 13 anos (t 304);
tia como num gesto natural de se dirigir a Deus presente, c T ília (t 203?); Anastásia, mártir, sepultada em Roma.
motivado pelo fato de serem os fiéis "in Christ° quiescen-
tes". Ao Per eundem Christum, inclina a cabeça, o único lu- t1' 8. (i. O Per quem hcec omitia. A explicação mais simples
gar na Liturgia, em que se prescreve a inclinação ao noun mais sublime do texto atual vê nesta oração uma glorifi-
de Cristo. r;i+, ; io do Verbo divino. "Pelo qual", refere-se à terminação
Para explicá-la deram-se várias soluções. A inclinação se pres d.1 oração precedente: "Por Cristo Senhor Nosso", que não
creve: 1. por um êrro de redação; 2. por causa da palavra prece-
dente deprecamur, que indica veneração; 3. por causa do. Nobis nrJui com "Amém". Deus criou pelo Verbo divino o pão,
quoque peccatoribus que se segue; 4. por causa do SS. Sacra. vinho e a água (hcec omnia) e ainda cria conservando-os
mento, para o qual olha o C. São opiniões mais ou menos isola- ( ;, m per creas), santifica (pela consagração), fá-los alimen-
das, e que não explicam a inclinação as palavras Per Christ. D. N.;
5. A sentença bastante comum admite um mistério. (Qúarti, Cava •- lo vivo e vivificante (vivificas), comunica a bênção essen-
lieri, Vavasseur, De Herdt, Gihr.) Já Amalário (de eccl. off. III, , lail, i. é, a união 'intima de Cristo com os seus membros
25, Eisenhofer) e o Micrólogo lembram que a inclinação ao Sup-
plices significa a morte de Nosso Senhor. A idéia da morte ale uilaalicus (benedicis; Bellarm. II. c. 26 de Missa), e os dis-
à
Nosso Senhor significada pela inclinação era, portanto, conhecida, h ilnii (prcestas nobis). E' um hino de louvor ao poder e
Contudo Burcardo no seu Ordo .Misse° não trata da nossa inclina- liberalidade de Cristo eucarística
ção. (Eph....L. 1924, Burkard i. o. m. p. 28.) Por conseguinte I'i i
V, que aproveitou o Ordo de Burcardo, exigiu a inclinação por prr Quanto à origem e ao sentido primitivo, a hipótese mais
pria iniciativa. E o único motivo provável é o mistério da morte 1^^ ,vr'ivel vê nesta fórmula uma bênção ou a conclusão de
de Nosso Senhor e da sua descida aos infernos, para livrar as al urna bênção de frutos e outros objetos de uso humano e li-
mas. A inclinação venera com gratidão êste ato de amor infinito
do divino Coração, e significa a prontidão do celebrante de ac onn- iiugico. Provas encontram-se nos antigos sacramentários e
panhar 'Nosso Senhor na morte e na salvação das almas. orientais. A bênção dos santos óleos na quinta-
no.;
527. 5. 0 Nobis quoque peccatoribus. O celebrante pede 11a santa ainda subsiste. As cruzes faziam-se sôbre os ob-
, 1
para si e para o clero o que acaba de desejar às almas do I, tos. A bênção nupcial provavelmente dada aqui, foi trans
purgatório. Com muita humildade e batendo no peito se pie
i, ida para o fim do Padre Nosso.
clara satisfeito com uma parte pequena (partem aliquam
da glória dos santos, confiando só na misericórdia divin i roi 1. 7. 0 Per ipsum. Por Jesus Cristo, pelo qual tudo foi
(non °estimator meriti sed venice largitor). Pelas palavras I, alo, com Jesus Cristo, que tudo conserva, em Jesus Cristo
cum tuis sanctis Apostolis et martyribus a oração continha a Rom 11, 36), a quem tudo foi subordinado, e que é, por
série dos santos do Communicantes. Segundo Batifol (Leçonc onseguinte, a hóstia mais sublime, presta-se a Deus o culto
sur la Messe 229 sq) o papa Símaco deu-lhe a última re uni:; sublime, "tôda a honra e glória". 0 celebrante aconi-
dação. João, i. é, João Batista; que êste João é o 13alisl;l polu ia estas palavras com cruzes: três sôbre o cálix que con-
é certo pela Liturgia de S. Tiago: "S. João, o profeta malgili icin o SS. Sangue, fora do cálix uma a Deus Padre que
fico, precursor e Batista." Liturgistas orientais conte devo n l n'gou o seu Filho à morte na cruz, uma ao Espírito San-
que a palavra "mártires" do cânon romano se pode aplicar u to que preparou a Vítima divina na incarnação. Às palavras
ao Batista (Inn. III P. L. 894; Sicardo P. L. 133; Duran ,minis honor et gloria, elevam-se a hóstia e o cálix ao alto.
dus IV c. 46 n. 7. S. Aug. in P 5. 148 chama-o mártir); llniil;arnente só havia esta única elevação, que agora tem
Alexandre I 119; Marcelino, saêerdote romano -(- 304; I'y- „ inane de "elevação menor". Assim termina o cânon be-
dro, exorcista romano -1- 304; Felicidade e Perpétua, dirigi Ilnniula.uuente, com uma solene profissão de fé na SS. Trin-
mulheres de Cartago (j- 202), cuja festa se celebrava eni ,lade, e a solene conclusão: Per omitia scecula sceculorum.'
Roma já pelos anos 330-350, fato comprovado pelo anli;
Imo).
ui r In Liturgia — 17

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258 R e u s, Curso de Liturgia ll. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 259

ARTIGO III. Missa dos. fiéis. A Comunhão


O Libera provavelmente é uma oração antiga e foi na.
§ 109. A PREPARAÇÃO PARA A COMUNHÃO. rIlação do rito da missa adaptada ao Padre Nosso.
0 PATER NOSTER. O EMBOLISMO
§ 110. A 'FRAÇÃO DO PÃO. A PAZ
530. Em tôdas as Liturgias, depois da consagração, quo
é o ato sacrifical, vem a participação dos fiéis no sacrificaat, N33. 1. A fração do pão. O subdiácono entrega a patena
m• diácono, que a dá ao celebrante. Êste benze-se com a
a comunhão. Também no antigo testamento o povo toniav4 da propitius pa-
parte em certos sacrifícios pela ceia no templo. 1 o ilena e a beija reverentemente, dizendo:
1. 0 Pater foster. As preces desta parte rim. A patena é o vaso em que repousa o SS. Sacramento.
são oraçõ N I'oniando "continens pro contento", a patena representa o
de preparação e de ação de graças. Os frutos da s. coinll■ 1S. Sacramento. Venerando a patena, o celebrante honra a
nhão dependem da fé, da humildade, da confiança, do tlu ' , Nosso Senhor e recebe dEle e por Ele a paz que pede, e
sejo, da caridade de quem se aproxima da santa mesa. Parq on1 a paz as virtudes sem as quais ela não existe: caridade,
despertar êstes atos a Igreja prescreve orações próprias Inunildade, confiança e outras. Sem dúvida, é esta urna boa
para êste fim, em primeiro lugar o Padre Nosso. 0 pila pi ep. ração para a sagrada comunhão'. Antigamente dava-se
eucarístico é objeto de desejo na quarta petição, segundo
Ioro o ósculo da paz.
o testemunho comum dos Santos Padres. A petição: Per
doai-nos as nossas dividas, ' tem grande eficácia para plir1 Dizendo: per Dominum nostrum f esum Christum e con-
lu.ssando crer que em cada parte da s. hóstia está o Filho
ficar a alma e para perdoar os pecados. Também os oulrutm
atos mencionados se acham na "Oração do Senhor". rh. Deus presente, parte-a e põe uma metade na patena,
onlinuando: gui tecum vivit et regnat; tira da outra metade
O Padre Nosso, como parte da Liturgia, é indicado pui
u n ia parte pequena e ajunta-a à que está na patena dizen-
S. Justino (sec. II), S. Cirilo de Jerusalém, S. Jerônimo, S.
do: in unitáte Spiritus Sancti, confessando a perfeita igual-
Agostinho, no fim do IV e no comêço do V século. dLide cm poder e glória das três Pessoas divinas. .E' uma
531. Na Liturgia grega e na galicana o Padre Nosso era doxologia muito própria para o momento da fração do pão
cantado pelo povo. No rito romano o povo responde coral viicaristico.
a última petição para dar a entender que o celebrante agiu Traçando com a partícula três cruzes sôbre o cálix, diz:
em nome do povo inteiro. O Amen no fim do Padre Nosso pox l)omini sit semper vobiscum; indica que da cruz e da
acrescenta-se desde a idade média. E' o celebrante quem o eucaristia brota a paz. Deitando esta partícula no vinho con-
nnl;r ado com as palavras: Hcec commixtio et consecratio,
diz, confirmando a petição proferida pelos fiéis e as pell etc.,
ções precedentes. em oficia a unidade do SS. Sacramento apesar das duas es-
O lugar de honra logo depois do cânon foi-lhe assina pecies. Estas cerimônias atuais são convenientes e de pro-
lado por Gregório Magno. Nas outras Liturgias, corno on luuda significação, escolhidas pela Igreja entre as muitas
trora na romana, o Padre Nosso devia-se recitar depois da tine estavam em uso.
fração da s. hóstia. to34. 2. A fração do pão era c erimônia muito demorada,
532, 2. 0 Embolismo. A última petição do (unis que se deviam romper os pães para a comunhão do
Pate»: "livral•.
nos do mal", é amplificada pelo embolismo (= acresciim.i), Movo. Nos primeiros séculos, fazia-se isto eni silêncio. No
0 celebrante ora, para alcançara paz interior e exterior, lit%culo VII começou-se a cantar o Agnus Dei durante êste
invocando Maria SS., S. Pedro, S. Paulo e S. André. Anti 1 iio.

gamente podia-se ajuntar o nome de qualquer santo. 0 no As palavras "Faça-se a mistura quatro
e consagração corpo e san-
explicações: a) a fra-
me de S. André, dizem, foi inserido por devoção especial gm. file Nosso S. J. Cristo" admitem
', 'ul,il;irrr, pela figura de duplo substantivo em lugar de substantivo
de S. Gregório. m ildlvo. Mistura e consagração, etc., é o mesmo que mistura
i, orpo'e sangue consagrado. Assim se reza esta fórmula no rito

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260 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 261

ambrosiano. b) . a explicação relativa, pela consagração sacrament:II


§ 111.
A RECEPÇÃO DA S. COMUNHÃO.
já feita. O sentido seria neste caso: a mistura e a consagração sa-
cramental do corpo e sangue seja uni remédio para nós; etc.... c) ;a AS PRECES ANEXAS
explicação simbólica ou mística, que remonta até ao principio do e
séc. V. Belarmino (de Missa II. c. 27) propõe-na do modo seguinte. r►37. I. As duas orações: Domine Jesu Christe Fili Dei,
Esta "consagração" não é outra coisa senão uma espécie de nova l'e r eeptio são a preparação pessoal do celebrante, em uso
significação sacramental. Na consagração sacramental as espécies •;de o século IX, intróduzidas por devoção particular.'
divididas representam a morte de Cristo; nesta consagração simb(i-
lica as espécies reunidas representam a reunião da alma com o cor- imeira o celebrante pede perdão dos pecados e perseve-
po de Cristo na ressurreição. Esta explicação é a mais profunda (,(n,, :( até à morte; na segunda a graça de ser preservado da
e a mais devota. d) Explicação histórica. A mistura, usada em tôdnH (onun(hão sacrílega e a graça• de receber os frutos da co-
as Liturgias, tem a sua origem histórica provavelmente no costume
da sancta e do fermentam. "Sancta" era uma partícula consagrada, nnu(laão digna.
:que se conservava para o sacrifício seguinte para indicar a unibu 2. 0 celebrante adora Nosso Senhor sacramentado e,
dos sacrifícios. Pois não se oferece, como no antigo testamento, ( brio de confiança, diz: "Receberei o pão do céu e invocarei
hoje um cordeiro, amanhã um touro, mas sempre o mesmo cordeira
divino: unam offerens hostiam. (Heb 10, 12.) "Fermentum" era uni;( nome do Senhor", repetindo três vêzes as palavras do cen-
hóstia consagrada pelo Papa e enviada às igrejas de Roma para Inri,io: Domine, non sum dignas. Depois dá a si mesmo a
h(n^ão eucarística com as palavras: Corpus Domini N. I. C.
indicar a união delas com a Sé Apostólica. A partícula de pão fer-
mentado, que facilmente endurece, devia-se amolecer, deitando-a nu
Preciosissimo Sangue. A cerimônia se conservou quando já n,, I ic:lodiat, e comunga. Agradece intimamente a graça rece-
mais se usavam êstes dois costumes.
bida: quid retribuam Domino. Lembrando-se da ordem do
.535. 3. 0 Agnus Dei foi introduzido pelo Papa Sérgio ('nhor: "fazei isto em memória de mim", continua dando
n prova de amor: Calicem salutaris accipiam.
Depois dá a
(j- 701) que, oriundo de família síria, conheceu a Liturgia
oriental com o seu canto à fração do pão. Assim se explica hi mesmo a bênção eucarística com as palavras: Sanguis
por que na missa do sábado santo falta o Agnus Dei. Pois I1„mini N. J. C. custodiat, e comunga reverentemente. •
nela se guarda o rito antigo sem Agnus Dei. Esta invoca- 3. 0 momento mais solene da missa em geral é a vinda
(I. Senhor para o altar na consagração. O momento mais
cão é repetida três vêzes desde o século IX. Na terceira re-
petição todo o povo pede a paz: dona nobis pacem, na missa holinc para uma pessoa particular é o da comunhão. O Se-
solene. 1111 1r, que desceu do trono celestial, fica no trono do altar só
pi oleos minutos, para entrar depois no coração dos seus es-
,

536. De novo o celebrante pede a paz na oração: "Dom!-


( ',Miklos e ai colocar para sempre o seu trono de misericórdia.
ne... pacem relinquo vobis" para tôda a Igreja. Na missa
li38. A comunhão espiritual dá ao menos uma parte dos
solene beija o altar, para indicar que a verdadeira paz tens 1(((los da comunhão sacramental. No rito galicano, depois do
a sua fonte unicamente em Jesus Cristo. Depois comunica-a I 'al er nosier dava-se a bênção aos que não comungavam.
ao diácono com as palavras: pax tecum, e êste ao subdifa- Meles também recebiam as eulogias, pães bentos não con-
cono e ao clero. Sempre se responde: Et cum spiritu iiitgrados, os quais ainda se usam nos ritos orientais e em
porque é o espírito do celebrante, que passa adiante. tailriuuas regiões do Ocidente (certos lugares da Suíça e na
A paz antigamente se dava aos fiéis no principio d;1 diocese de Lião).
missa. Mas foi transferida para antes da comunhão cou(o 4. A fé nos ensina que Jesus Cristo está presente na
uma excelente preparação para ela. Nas missas de réquic a Iicula mais insignificante do pão e vinho consagrados.
.

paz não se dá, porquanto neste caso a paz e a graça dai I'or isso a Igreja prescreve a purificação do corporal, da pa-
Deus se aplicam em primeiro lugar às almas do purgatório, feua e do cálix. O cálix e a bôca do celebrante purificam-se
min vinho, os dedos com vinho 'e água. Durante estas ceri-
uinni;(s recitam-se as orações: Quod óre•sumpsimus, e Cor-
•l,re; anum Domine quod sumpsi; estas orações outrora eram
pi iv:(d;(s. A forma no plural Sumpsimus explica-se pelo fato

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II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.
I: Explicação 263
262 R e u s, Curso de Liturgia

Ias se usam: 1. Ite, Missa est.


de ser esta oração a póscomunhão da quinta-feira na sema- Retirai-vos; pois é hora da
na da paixão. Também Corpus tuum foi uma póscomunhão despedida. E' usada desde o século VI e VII. Diz-se nas mis-
Parece que outrora estava reservada,
de origem galicana. O rito da ablução formou-se aos poucos sus que têm Gloria. Benedicamus Domino, diz-se
na idade média. onao o Gloria, aos bispos. 2.
Esta fórmula já no século XI era
539. 5. Depois de o celebrante ter tomado o SS. Sangue, ,,,ias missas sem Gloria.
o côro entoa a comunhão (= antiphona ad Communionenr),
, olieise geral. 3. Requiescant in pace, nas missas de réquie:
que é diferente conforme as festas e os tempos eclesiásticos, pelo ano de 1200 era costume geral dizê-la.
o celebrante
Lembra esta rubrica (Communio) que durante a comunhão Enquanto o diácono canta Ite, Missa est,
do povo se cantava um salmo inteiro, de preferência o sal- il(a virado para o povo, porque o celebrante propriamente
mo 33: Benedicam Dominum in omni tempore, com a anti quem despede os fiéis; o diácono fá-lo só por autorização
Requiescant in pace são ora-
fona: Gustate et videte quoniam suavis est Dominus. Quando dele. Benedicamus Domino e
mais tarde somente o celebrante comungava, omitiam-se os c,a^es que os celebrantes proferem voltados para o altar. (d.
versos e cantava-se só a antífona. Na Liturgia romana, só a ''1172 ad 22.)
a solenidade está
comunhão da missa de réquie conserva ainda um verso. í M3. 4. O Placeat. Com o lie, Missa est
celebrante recita a comunhão depois da ablução dos ded o s, a bênção e o último evangelho são
Ic minada. O Placeat,
nlil:unentos recentes, fixados por Pio V.
§ 112. DEPOIS DA COMUNHÃO No Placeat (desde o século IX) o celebrante suplica
540. 1. Em tôdas as Liturgias, depois da comunhão, eslft ,, I )eus, humildemente inclinado, que aceite o sacrificio ofere-
prescrita uma oração para agradecer o dom recebido. E' ;a ,du. Ern seguida levanta os olhos e ergue as mãos ao alto,
póscomunhão. Verdade é que ela no rito romano raras vêzes .1., chiais estende e "fecha" (Rubr.), gestos êstes que indicam
relativamente contém uma ação de graças formal. Assim fonte divina da bênção e o desejo de recebê-la. Depois o
a póscomunhão no 3.° domingo da quaresma: A cunctis .. . rrlebrante comunica êstes bens celestiais aos fiéis, dizendo:
reatibus é indicada como secreta da missa do sábado da Henedicat vos omnipotens Deus, Pater et Filius et Spiritus
semana da paixão. Em geral a Igreja pede que os frutos da cnrctus, traçando ao mesmo tempo uma vez o sinal da cruz.
comunhão ou do s. sacrifício sejam aplicados aos fiéis. Esla Pai é a causa da salvação pela graça e pela predestina-
instância inclui a gratidão, porquanto só se deseja o c h ie lo, o Filho pelo seu sacrifício e o Espírito Santo pela nova
se avalia com sentimentos de gratidão. Em lugar de Post• 11;100
e santificação. (1 Ped ..1, 2.) Os prelados fazem três
communio, esta oração tinha no sacramentário gregoriano a ro uses, um privilégio que lhes foi reservado por Pio V. Pois
denominação: ad complendum: oração final. Nas Liturgias mIigamente também os simples sacerdotes davam a tríplice
antigas, p. ex., das constituições apostólicas, a ação de gra- benção,
ças é muito solene. Conforme as palavras proferidas pelo sacerdote, é Deus
541. 2. Nas férias da quaresma, depois do Postcommunio aaae amo quem dá a bênção. Concorda esta verdade com a or-
reza-se a oratio super populum, que tem o caráter de noa ,Iom dada a Moisés: Invocarão os sacerdotes o meu narne
última bênção para o povo. O diácono anuncia-a pelo con- ..obre todos os filhos de Israel, e eu lhes darei o bênção.-
vite: Humiliate capita 'vestra Deo. Atualmente só está pros- ( Mna 6, 27.) Ausentando-se da terra, Nosso Senhor deu a
crita durante a quaresma. Mas nos livros antigos ad i ra-se benção aos apóstolos (At 1), comunicando-lhes a sua .prote-
Por isso também o cristão,
em muitos domingos, até em várias festas solenes: nalal, c,ï10 e o seu auxílio especial.
epifania,pentecostes. O rito moderno tem a sua origem nas c onlortado pela bênção nà-missa, volta para as suas lidas
abreviações necessárias e no desenvolvimento da bênção final, dou n 'sticas com novo ânimo.
542. 3. A despedida. A assembléia litúrgica, desde os irra de São João é a parte mais
rr14. 5. 0 último evangelho
pos antigos, era dissolvida por ordem do bispo: Três fór nua r'
,
cente da missa. Encontra-se no século XIII, tornou-se ge

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264 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 265

ral no século XV. Motivos para recitá-lo no fim da mis,si preservado do fogo da concupiscência como os três jovens e
seriam: a) a grande confiança que o povo tinha e tem nélu Lourenço foram protegidos pela poderosa mão de Deus.
(De
por causa da sua eficácia, para proteger contra os delnb. h17. 9. Defeitos na celebração da s. missa. O missal
nios e as suas infestações. Pois é um exorcismo (Rit. XI, ,l r f cctibus, no fim das Rubricas) trata minuciosamente dos
c. 2, n. 3), usado também nas famílias. Em caso de trovorul;i defeitos acêrca da hóstia, do vinho, da forma e das cerimô-
violenta, acende-se uma veia e reza-se o evangelho de Sfìu nias. Merece especial atenção o defeito relativo à matéria
João, contra os demônios. Por isto explica-se o desejo ,loy ,I„ vinho, que facilmente pode perturbar o C.
fiéis que êste exorcismo se rezasse no fim da missa, pari 1. Se o C só depois da comunhão do cálix advertir que
proteger os frutos da agricultura. b) a devoção do odre. vinho é azêdo ou corrompido, misturado por descuido do
brante. Pois é uma ação de graças muito própria, pela pro. ;icristão com muita água ou álcool puro, deita êste líquido
fissão de fé na divindade de Jesus Cristo; pelas palavras: In muni vaso, toma nova hóstia, manda vir vinho ou, quando
propria venit et sui ea rn non receperunt, inciso êste que cx.
vinho era defeituoso, outro vinho (mas não da venda),
prime a humildade do celebrante, em cujo coração Nosso pïie-no no cálix com água, como no ofertório, oferece hóstia
Senhor entrou; pelas palavras: Et Verbum caro facturo es!, cálix, ao menos mentalmente (III, 4), 'e os consagra, co-
cuja recitação depois da comunhão estava prescrita por ineçando pelas palavras: Qui pridie. Omite tôdas as reve-
sais medievais. - 1 i'licias e comunga apesar de não estar mais em jejum. Se,
Na quarta viagem para a América Cristóvão Colombo foi s ir porem, há perigo que as pessoas presentes se escandalizem,
preendido por uma tromba-marinha. Este espetáculo nunca vis
pelos marinheiros, de tal modo aterrou-os com o seu estridor e ui C. põe só vinho com água, oferece, consagra, principiando
bilo medonho, pelo seu avanço precipitado para o navio e o pr por Simili modo.
rigo de vida iminente, que soltaram gritos espantosos. Colonibu 0 líquido defeituoso ou o torna depois da comunhão ou
mandou acender nos faróis os círios bentos, cingiu a espada e abril
do o livro dos evangelhos leu alguns versiculos de S. João. l'nxun I, iln na piscina, supondo-se sempre que se tirou a partícula
da espada e ordenou em nome de Jesus Cristo à procela se alam, pequena.
tasse, e traçou no ar o sinal da cruz. A tromba parou, mudou ,I,.
direcão e desapareceu nos confins do oceano. (Delanare, C. Co 1418. 2. Se o cálix cair depois da consagração, o C procure
lombo p. 257.) ,•colher com a patena quanto puder do SS. Sangue. Se fôr
545. 6. 0 costume de recitar, em certos dias, um evangelllu ,lu;uitidade suficiente para "bebê-lo", continua a missa, la-
diferente do de São João, é muito recente. Teria a sua ori v;uido depois três vêzes (Rubr. n. 12) as partes molhadas
gem a) talvez na Missa sicca que alguns sacerdotes, em dia ¡Lis toalhas e o altar, desagravando a Nosso Senhor sacra-
com dois formulários de missa, diziam em segundo lugar; menlado desta falta. A. água da ablução deite-se no sacrário.
b) na intenção de comemorar o ofício impedido não só lu+w 3. Se fôr impossível recolher a matéria necessária para
las orações, mas também pelo evangelho, numa das parlei) beber, proceda-se como no n.° 1.
principais dos elementos móveis da missa. Cada uma destas consagrações está prescrita sob pe-
546. 8. Trium puerorurn. Depois de terminar a missa cado grave (S. Alf. e todos os teólogos). Pois a dupla con-
o
celebrante, apesar de não haver obrigação sob pecado (l u nngração pertence por preceito divino ao rito essencial do
brica ante Antiphonam Trium puerorum no novo missal A. u. sacrifício. Só se fôsse impossível obter nova matéria e se
A. S. 1938, p. 294: "Si Sacerdos recitet Canticum"), rezará tivesse esperar mais de hora para receber a nova matéria,
o cântico Benedicite com as orações anexas. Já no século C deveria acabar a missa, sem suprir o defeito. (Os mo-
XI êste cântico servia de ação de graças depois da plissa, r distas.)
A terceira das orações, em honra de São Lourenço, deve a ,5 19. 4. Se o celebrante não se lembra de ter dito aquilo
sua inserção provavelmente ao costume que o Papa bali;i flue na consagração se costuma dizer, não se perturbe por
de dizer a missa na capela do palácio de Latrão, cujo p;i Inlo.. Se, porém, com certeza soubesse que omitiu a forma
droeiro era S. Lourenço. O celebrante pede a graça ele ser da consagração ou uma parte dela, repita a forma e conti-

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Rubricas 267
266 R e u s, Curso de Liturgia 11. Liturgia Especial. A` S. Missa. 'Cap. II:

CAPITULO 1I.
nue, onde parou. Se duvidasse com grande probabilidade
que omitiu alguma coisa essencial, repita a forma ao menos -
AS RUBRICAS DA MISSA
com tácita condição. Se, porém, é coisa não necessária para ARTIGO I. Regras Gerais
a consagração, não a repita mas continue. (De def. V, 2,)
5. "Se (depois da ablução) se encontrar uma hóstia in- § 113. CLASSIFICAÇÃO DAS MISSAS
teira consagrada, o C guarde-a com as outras no taberná- 550. A santa missa essencialmente é sempre a mesma; aci-
culo. Se isto é impossível, deixe-a bem coberta no altar sô-
dentalmente, porém, sofre mudanças.
bre o corporal para o sacerdote seguinte, que ali celebrar. no missal só - se distingue (A.
Êste a tomará junto com a hóstia que há de consagrar. Se 1. Quanto à solenidade,
M, V, 1) : missa cantada, solene e privada, conforme o apa-
nem uma nem outra coisa é possível, guarde-a decentemente
rato de ministros sacros e cerimônias.
no cálix ou na patena, até que seja reposta no tabernáculo no sen-
ou seja consumida por outro. Se não tiver possibilidade de a) Missa cantada (Missa cantata, cum cantu)
l
ido litúrgico é "a que o celebrante canta sem diácono e sub-
guardá-la decentemente, pode consumi-la êle mesmo." (De
def. VII, 3.) di:rcono" (M. rit. cel. VI, 8), missa de deão ou guardião;
Cappello (theol. I, p. 327, n. 7) acrescenta: Para que o mio é, porém, a missa rezada acompanhada de canto.minis-
sacerdote, sem estar em jejum, possa tomar tal hóstia, exíge- b) Missa solene é a mesma missa cantada com
!' sacros e canto do celebrante.
se que depois da última missa falte um lugar decente, onde
se guarde a santa hóstia e, ao mesmo tempo, que não pos- c) Missa privada é a missa sem canto do celebrante.
Quando a rubrica (por ex., 7 de out.) ou o ordo pres-
sa ser transportada sem maior incômodo (sine graviore in-
commodo) para outro lugar. creve que alguma comemoração se deve rezar na missa pri-
vada, por missa privada se entende a missa sem canto do
Queimar o SS. Sacramento ou dissolvê-Lo na água parra
on a missa não conventual. (A. M. V, 1.) Portanto tais
se desfazer dEle, é sacrilégio. "Comei", e não: "destruí", cuuremorações não se podem omitir na, missa pontifical de or-
é a lei divina.
denação rezada na festa de um santo (d. 3642, ad 3), nem
Depois de ter acabado a consagração na missa, o C cm
nenhum caso pode proferir em separado as palavras da con- aia missa paroquial. (d. 3957 ad 3.)
a missa celebrada pelos bispos ou
sagração sôbre o cibório trazido; pois isto seria com uni d) Missa pontifical é
dignitários privilegiados revestidos dos paramentos pontifi-
sacrilégio efetuar o essencial da missa pelasegunda vez e
cais. Pode ser solene ou rezada.
imperfeitamente. (Cân, 817; Cappello, I, n. -37.) Se fôr ne
cessário dar a comunhão, é preciso trazer as hóstias de ou- 2. Quanto à assistência distinguem-se missa pública e
tra igreja ou declarar a impossibilidade de comungar. Se, - pi ivada.
porém, há perigo de raiva, blasfêmias, escândalo, é melhor a) A missa privada é a missa celebrada sem assistência
presumir a licença, e binar. Pois dizer mais uma missa u lo do povo ou por devoção particular.
está proibido por lei divina. (Vermeersch, theol. mor. I I I b) Missa pública é a missa celebrada com assistência
p. 272.) I. povo ou de urna comunidade. Tais são - as conventuais e
A hóstia ou vinho oferecido a Deus no ofertório e pa r (ua roquiais.
qualquer motivo não usado na missa, deve ser conservada 551. Missa paroquial pode-se entender em sentido lato e
pelo sacerdote depois da ablução se não fôr matéria inv_ ,
v eslrito. Em sentido lato é a que se diz com assistência dos
própria. (De def. X, 9.) l,;a roquianos nos domingos e festas. Pois o d. 3887 supõe
G. Se ocorrerem outros defeitos, que o C no momento não s;ailm que missa paroquial também sem aplicação pelo povo:
remediar, procure logo no missal o título: De Defectibtis. significa a que se diz coar aplicação pelo
in sentido restrito
povo (d. 3887). Pode-se celebrar com alguma solenidade, p.

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268 R e u s, Curso de Liturgia 269
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

ex., cantada, ou quando rezada, celebrada com dois aju


pies ao ofício são as missas 'votivas e de réquie (exceto no
dantes (d. 3059 ad 7) e mais .velas. (L. c. ad 9.) Em gr- dia de finados).
ral deve ser conforme ao ofício do dia. (d. 4269 ad 8.) duplex, semi-
4. Quanto ao rito, as missas são de rito
Mas são permitidas também as missas votivas (A. M. II, n. I I;
d. 4372, ad 8), p. ex., do patrono, titular, dedicação, trasladad:ui duplex e simplex.
para o domingo; não, porém, a de Jesus Cristo Sumo Sacerdote a missa celebrada ao ar livre. Só é permitida
5. Missa campal é
(11.111.36), nas igrejas onde houver só um sacerdote, se urge a roia licença do Bispo (cân. 822 § 4; C. B. 202 § 3) por necessidade
missa p .roquial, nem a missa votiva do S. Coração de Jesus. (d. rni casos extraordinários, e não para solenizar festas profanas. Pois
4093 ad 2.) Neste caso diz-se a missa do dia com oração da misto
votiva com urna conclusão, tudo conforme as regras para a misfit! rlugar
Tradição antiquíssima e universal, ensinada pelos SS. Padres, que o
destinado para a missa é a igreja (S. C. dos Sacr. 26-7-1924.)
votiva solene. (Eph. Lit. 1938, p. 6.) Cf. 729. Se o Bispo outorgar a licença deve-se observar o modo prescrito.
552. Chama-se missa conventual a que junto com a salino- IS. R. C. 26-3-1929, A. A. S.)
"Para evitar que sejam dispersados fragmentos da santa hóstia,
dia das horas canônicas forma, como parte integrante, o MI mister providenciar que o altar em que se dirá a missa esteja
tilterto por tábuas em três lados, ou que se estenda sôbre o altar
cio divino celebrado no côro das igrejas catedrais, colegia. i

das e conventos. (cân. 413, § 2.) Logo não é a missa cele- ul na tenda, que desça em três lados em forma de edifício, pelo
g u:ll o altar esteja ao abrigo dos ventos, ou de outro modo que
brada
brada com assistência de 'uma irmandade ou do povo no trresponda à reverência a mistério tão sublime."
sentido popular.
Por isso insere-se no ofício divino de modo diferenic; § 114. AS PARTES MUTÁVEIS DA MISSA
a) depois da têrça nos dias de duplex, semiduplex, e nos do- 1i54. 1. 0 salmo Judica não se reza nas missas de réquie
mingos (também nos antecipados), na vigília da epifania nuni nas das férias do tempo da paixão, mas está prescrito
e do natal, se tem ocorrência com o domingo, nos dias du neste tempo nas missas festivas e votivas.
rante as oitavas; b) depois da sexta nos dias de simplex no 2. 0 intróito omite-se na mis s a do sábado santo e da
dia da missa do domingo que fôra adiada, na féria menor vil !lia de pentecostes, sendo precedida das profecias. No
e na vigília da ascensão; c) depois da noa na féria maior tempo da páscoa acrescentam-se dois aleluias ao intróito, se
(advento, quaresma, etc.), nas demais vigílias com jejuns; raio houver. ® Gloria Patri omite-se, se se tiver omitido o
no dia de finados; no dia de missa votiva solene; d) depois
;elmo Judica.
de prima no dia de missa de réquie fora do dia de finados.
(Rub. gen. XV, 2-5.) 3. 0 Glória sempre se diz:. 1. Se no ofício se disse o
Esta missa de per si deve ser can ada todos os dias I'r Deum; 2. portanto também nos domingos antecipados
depois da epifania e de pentecostes; 3. nas missas adiadas,
(cân. 413, § 1. 2); nas casas religiosas ode ser celebrada
iliiaindo se dizem dentro de uma oitava privilegiada e den-
sem canto. (Cân. 610, § 2.) Deve ser apli ada pelos bcn
feitores. (Cân. 417, § 1.) tio do tempo pascal; 4. nas férias do tempo pascal, exceto
a segunda-feira das rogações; 5. nas festas, exceto na dos
Em geral deve ser conforme ao ofício do dia, pois ( iv.'
faz parte do ofício divino. Contudo há várias exceções enn. Ss. Inocentes se não cair no domingo ou não fôr de rito de
meradas nas novas rubricas. (A. M. tit. I.) I." classe. No oitavo dia se diz o Glória. (Rubr. in festo.),
A missa conventual, ainda mesmo rezada, tem os pri- A côr nas missas votivas é encarnada; 6. na quinta-feira
vilégios de missa cantada: a) na missa de duplex de 2." santa, e no sábado santo: 7. na missa votiva de Nossa Se-
classe não é comemorado o simplex; b) não se dizem as Irés nhora no sábado; 8. nas missas dos anjos ou de um anjo.
Ave-Marias depois da missa; c) podem-se acender mais de Aliais as missas votivas privadas não têm Glória.
duas velas e pode haver dois ajudantes de missa. 4. 0 Glória nunca se diz nas missas celebradas com
553. 3. Quanto ao oficio, paramentos roxos ou pretos. Quando há Glória, também se
há missa conforme e missa não
conforme ao ofício. a) Conforme ao ofício é a ' missi do diz /te, Missa est. Se não há Glória, diz-se Benedicamus
dia: de uma festa, domingo, féria ou vigília. Não confor- Ilumino, voltado para o altar.

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271
270 R e u s, Curso de Liturgia 11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

§ 115.' NÚMERO E DIVISÃO DAS ORAÇÕES Imperada. Neste caso não se observa a lei do número ímpar
555. Em geral pode-se dizer que o número das orações ruis missas de simplex.
cresce, decrescendo o rito. 7, As orações dividem-se a) em orações ordinárias pres-
1. As missas de rito duplex, por via de, regra, têm uma rril;is; b) extraordinárias prescritas ou imperadas (564);
extraordinárias livres ou facultativas (572).
oração (Secreta, póscomunhão) .prescrita.
2. As missas de rito semiduplex têm de ordinário trtw
. § 116. AS ORAÇÕES PRESCRITAS
orações prescritas, nem admitem mais. a oração do
N57. 1. Há três espécies de orações prescritas:
chamada assim porque se diz em tôdas as horas, as co-
3. As missas de rito simplex têm de ordinário três ora
ções prescritas e permitem nos dias de rito simplex comum memorações de festas, oitavas, etc., e a oração do tempo
nas missas rezadas, cinco ou sete (o número é sempre MI (pro diversitate temporum assignata).
par) orações. Nas férias privilegiadas nenhuma oração se a) Para comemorar uma féria das quatro têmporas,.
pode acrescentar. (A. M. VI, 6.) Ire tem mais orações, toma-se a primeira que está logo de-
4. Êste número regular das orações é às vêzes modifi- pois do intróito. Corresponde à oração do ofício (oração
cado por comemorações ocorrentes ou coletas imperadas, II,o dia).
556. 5. Exceções. a) Uma oração se 'diz no domingo de I)) Comemorações especiais ou orações especiais cha-
ramos e nas vigílias do natal (fora do domingo) e de pen rcun-se as orações de festas, férias, vigílias ocorrentes. Na .
tecostes. b) Duas orações se dizem de ordinário, nos doniin missa, de ordinário, fazem-se as comemorações prescritas
gos durante uma oitava, nas missas desde o domingo rrli laudes.
ao sábado da páscóa (A. M. VI, 1), na oitava de pentecos l)58. As orações do tempo destinadas a completar o núme-
tes, e no dia durante uma oitava comum, para o qual fôra r prescrito de 3 (ou 2) orações nas missas de semiduplex
adiada a missa do domingo impedido (S. R. C. Bruner, c simplex estão marcadas na folhinha (Ordo) da diocese,
3.3.1936) e provavelmente em qualquer missa de domingo r. ui forme o tempo (A. M. VI) : advento, quaresma, oitavas,
adiada (Eph. Lit. 1937; I. P. p. 165); c) em tôdas as unia vigílias. Se, por conseguinte, com duas comemorações de
sas, em que se faz a comemoração dum duplex (A. M. VI, Postas ocorrentes o número de 3 orações está completo, ou
1). Se, portanto, na missa do domingo ou de uma féria coin uma comemoração da festa ocorrente o número de 2,
comemorado um duplex, devem-se rezar, de ordinário, dims ;is orações do tempo se omitem. Se houver só uma comemo-
'
orações, uma do domingo ou da féria, oura do duplex. Se ração de festa ocorrente, ,a primeira oração do tempo é re-
numa missa de féria ou votiva privada s comemora
semiduplex, não lícito tornar mais orações ad libitum. Nas
uui :ida em terceiro lugar e a segunda oração do tempo se
„unite.
missas do tempo da paixão com duas orações prescritas po- Se a festa de S. Hermenegildo (13 abr.) cai no tempo
de-se completar o número de cinco ou sete à livre escolha. da páscoa, as orações do tempo são duas: Concede e Eccle-
siw; se no tempo da paixão, a 2. a oração é da féria, a ter-
(Cf. n. 3.)
Na missa de uma festa duplex em geral há tantas ora ceira (que seria a 1. a do tempo) se omite.
ções, quantas há nas laudes. 3. Se na folhinha está marcada a oração Concede (no
Algumas exceções: Na missa cantada (n. 550) ou conventual (empo da Páscoa, etc.) entende-se Concede nos f'amulos tuos,
(n. 552) omite-se a) nas festas de l.' classe a comemoração de
um oitavo dia comum, uma festa duplex ou semiduplex (as festas da missa votiva de Nossa Senhora, não a primeira das "ora-
-

dn
Senhor não se omitem); b) nas festas de 2." classe a comemorai ïo
de oitavo dia simplex ou de festa simplex. Estas comemoraçães iic
1 ones diversa" Concede ,qucesumus.
in-
vem-se dizer na missa rezada. (A.- M. V, 1.) 559. 4. Na oração A cunctis a) qualquer sacerdote deve
6. Mais de três orações se dizem nas missas' coin cw. serir sempre à letra N o nome do santo titular da igreja ou
memorações de festas, oitavas; ou da oração Fidelium ou iirr capela pública em que, actu, ,diz a missa não do patrono do

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272 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 273

lugar. (Rubr. Dom: 3._ p. Ep.; Eph. Lit. 1931 p. 413.) Se a funda na primeira. Cada uma fica com as suas partes pró-
igreja ou capela é dedicada a uma Pessoa divina, Cristo Rei, prias, com o seu Credo, com seu prefácio próprio se tiver,
Nosso Senhor do Bonfim, ou a um mistério, p. ex., da SS. i 'umn picantes, último evangelho.
Trindade, omite-se o titular. Deixa-se igualmente, quando h62. 2. Quanto às comemorações há 3 casos:
se diz a missa do titular ou se faz comemoração dele ou a) Primeiro caso. Canta-se a missa do dia. Neste caso
o seu nome ocorre na oração A cunctis. Neste caso omi- nH comemorações são cantadas na missa do dia. A outra mis-
tem-se as palavras: atque beato N, e o nome, p. ex., de S. an cantada toma as orações da respectiva missa votiva.
José ou de S. Pedro e S. Paulo. h) Segundo caso. Se a missa do dia se omite e são can-
Nos seminários, conventos e hospitais insere-se o titu- liidas só missas votivas, na primeira destas se acrescentam
lar da capela pública anexa, se houver; não havendo, o titu- nr+ comemorações e nas seguintes as orações do tempo, pró-
lar da capela principal do estabelecimento, caso seja benta prias das missas votivas respectivas.
solenemente. Se falta esta bênção, não se insere nenhum
a c) Terceiro caso. Se as rubricas permitem neste dia mis-
nome. naas diversas (de vigília, de féria, uma festa duplex ou se-
b) Os regulares (d. 3758) podem nomear além do ti-
midu,plex), as comemorações são distribuídas conforme a in-
tular e depois dele, se ambos os santos são confessores, o lole das missas cantadas: a vigília é comemorada na missa
nome do seu santo fundador, e isto em qualquer parte, por- ela féria e vice-versa, a oitava na missa da festa.
que este privilégio é pessoal.
c) Se houver dois ou mais titulares igualmente princi- M. 3. Se as orações do tempo são necessárias para com-
pais, inserem-se todos. plelar o número prescrito, na missa de uma vigília, ou de
d) Os santos são nomeados conforme a ordem da la- unia oitava, ou na missa que tenha comemorações destas,
dirciu-se as orações prescritas para a vigília e para a oita-
dainha de todos os santos, portanto, os anjos antes de S.
João Batista. va: Concede, etc.; nas missas restantes as orações do tem-
560. 5. A rubrica: tertia oratio ad libitum (dicenda) po, p. ex., A cunctis.
nno 4. Em tôdas estas missas diz-se a imperada conforme
significa que seja livre dizer ou não dizer a terceira ora- As rubricas.
ção, mas que se deve rezar unia terceira oração. Esta, po-
rém, é de livre escolha entre as orationes diverscn § 117. AS ORAÇÕES IMPERADAS
ou de nina
missa, que pode ser dita como missa votiva. Não se pode 564 Orações imperadas são orações prescritas fora do ofí-
tomar a oração de um santo já mencionado nq A cunctis, p. cio do dia ou pelo bispo diocesano ou por decretos gerais
ex., de Nossa Senhora, nem a oração Defende depois de A ou pelas rubricas (orationes votivce late dictce). No dia, em
cunctis (d. 3767 ad 24), nem uma oração já prescrita, p. ex., que são prescritas, se devem dizer tanto nas missas rezadas
Fidelium ou a imperada prescrita pela igreja omro nas missas cantadas e solenes. Nas missas de réquie
(pro episcopu,
papa) mas sim a imperada prescrita pelo ordinário, coin a iria é permitida nenhuma oração por vivos, portanto nem a
qual se satisfaz aos dois preceitos. (A. M. V1, 4.) imperada (Rubr. gen. VII, 6) que não é por defuntos. (Cf.
561. 6. Distribuição das orações. Se numa igreja no mes- li. 570.)
geral:
mo dia não só a missa do dia foi repetida (caso em que 1. A imperada prescrita pelo ordinário. 1. Em b
se não muda nada) mas houver diferentes missas do oficio ;i) estas imperadas nunca podem ser mais de duas; b) a
(p. ex., da festa e da féria), ou diferentes missas votivas imperada nunca se junta sob uma conclusão à oração do
(exceto as missas de réquie) cantadas ou conventuais, guar- dia, mas é rezada ou cantada sub distincta c-onclusione ou
da-se a diferença possível. Por isso: acrescentada às comemorações ou orações do tempo, se hou-
1. Nenhuma das duas (ou mais) missas cantadas é co- ver; c) pode substituir a prescrita tertia oratio ad libitum.
memorada na outra, nem a primeira na segunda, nem a se- Se a rubrica prescreve Ecclesice vel pro Papa e a imperada
Cum> de Liturgia — 18

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274 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A. S: Missa. Cap. II:
Rubricas 275

fôr também pro Papa, com a única oração pro Papa cumpra Se houver mais de uma imperada, guarda-se a ordem
se o duplo preceito. Se a imperada é Ecclesice, reza-se só
dignidade, portanto a pro re gravi se põe antes da ordi-
esta. Se a rubrica prescreve Ecclesice e a imperada fôr pro
Papa, devem-se rezar as duas orações. t.iiia. Se as duas são pro re gravi ou ordinárias, guarda-se
r urdem das ladainhas, das missas votivas diversas e das
565. 2. Distinguem-se a imperada simples e VI n. 5.)
pro re gravl, ui ações diversas, como estão no missal. (A. M.
A imperada simples omite-se:
1) nas festas de 1. a e 2. a classe; 'W I. II. A oração do SS. Sacramento. 1. omite-se a) nas
nllssas de réquie; b) nas missas de mistério idêntico: S. Co-
2) nos domingos de 1. a e 2. a classe (advento, setuagi. rtlç,lo, Preciosissimo Sangue, S. Cruz, SS. Redentor, pois
sima até ao domingo depois de páscoa, inclusive) ; chie são memoria passionis (d. 3924 ad 4); c) na exposi
3) Nas férias privilegiadas (Quarta-feira de cinza, se
din privada (d. 4120 ad 7) ;
mana santa) e nas vigílias privilegiadas (natal, epifania, 2. deve-se acrescentar em tôdas as missas (de misté-
pentecostes);
4) Nas oitavas privilegiadas (natal, epifania, páscoa ^Irr não idêntico), que a) no altar da exposição são rezadas
«II cardadas antes de uma exposição mais prolongada sem
ascensão, pentecostes, Corpo de Deus, S. Coração de Jesus); Interrupção das funções ou durante uma exposição curta ou
5) nas missas votivas solenes;
anais prolongada; b) nos outros altares é rezada ou cantada
6) quando já há quatro orações rezadas iuxta ru i ]
r r,r'r, quando a exposição é prolongada, i. é, continua depois
cas, p. ex., pro gratiarrrm actione, acrescentada à primeiros a.
(IAúltima missa ou função litúrgica pelo espaço de um
sob uma sé conclusão; ou Fidelium, do SS. Sacramento, n mais ou menos ou na exposição das XL Horas; não,
pro li rr
Papa, Episcopo (d. 4294 ad 3) ou pro seipso sacerdote de porém, numa exposição curta, p. ex., para Te Deum, ou
pois de 3 outras prescritas. Sendo prescritas duas impera pira dar a bênção eucarística; c) diz-se depois das orações
das, devem-se rezar as duas (d. 4288 ad 5), ainda mesiun Iriescritas, mas antes da imperada, mesmo quando esta é do
numa missa com 3 orações; 1.tipirito Santo.
7) nas missas dos defuntos.
hltll. III. A oração pro Fidei Propagatione como imperada
566. 8) No caso de identidade. A imperada
pro pace mul- pio re gravi no domingo antes da festa de Cristo Rei. (A.
te-se na missa de S. Irineu, porquanto tem a secreta e pós- A S. 1927, p. 23.)
comunhão da missa pro Pace (d. 3164). A imperada
Papa, prescrita pelo bispo, omite-se nos aniversários ria pro IV. A oração pro Papa no dia da eleição e coroação do
Ripa e a oração pro Episcopo (da missa: in anniversario
eleição e consagração do bispo (d. 321 ad 1), por ser a eleelionis Ep.) no dia da eleição ou trasladação e da consa-
mesma.
L i. rçiiu. (Add. M. II, 4, 5.)
567. 3. A imperada prescrita pelo ordinário e por êle de-
clarada pro re gravi, omite-se somente a) nas vigílias 6'1O. V. A oração Fidelium pelos defuntos está prescrita
de na 1.11111)é in nas missas privadas (não só conventuais) e mis
tal e pentecostes; b) no domingo de ramos; c) em tôdas as
festas de I. a classe. Acrescentam-se portanto também nas n'. votivas privadas 1) fora do mês de novembro, do ad-
missas votivas solenes sub distincta conclusione e nas mis- v e nlu, da quaresma, do tempo pascal, no primeiro dia do
sas, que já têm 4 orações. ,,'s cm que se reza o ofício da féria (de ea) e não ocorrer
-
uui dia das quatro têmporas, uma vigília ou a missa adia
As imperadas prescritas pelo bispo com os termos ex- (1.1 du domingo; 2) fora da quaresma e -do tempo pascal,
plícitos pro re gravi etiam in duplicibus classis
omitem. . rrrr .Nognnda-feira de cada semana, em que se rezar o ofício
se nos dias de natal, epifania, quinta-feira santa, sábado rl.r l (ria e não ocorrer uma vigília ou a missa adiada do
santo, páscoa, ascensão, pentecostes, SS. Trindade, Corpo domingo; 3) ocupa sempre o penúltimo lugar entre lôdas
de Deus, S. Coração de Jesus, Cristo Rei. ria orações inclusive as ajuntadas livremente.
IA+

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'276 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 277

a) Estes dias são as vigílias comuns e Was


P. ex., numa missa votiva com 3 orações: 1. or. vot.; 2. olh as férias,
=cio; 3. or. do tempo; 4. Fid.; 5. pro seipso. Se houver 2 imperil.
,das: 1. or. vot.; 2. of.; 3. or. do tempo; 4. Imper.; 5. Fid.; 6. Imper.; t
' coto as privilegiadas (Quarta-feira de cinza, semana san-
4) não é admitida para completar o número prescrito de 3 ors I,1), festas de rito simplex, S. Maria in Sabbato.
ções, mas é contada para omitir a imperada, p. ex., numa férlit;
1. de féria; 2. A cunctis; 3. Fid.; 4. ad libitum; a imperada cai por b) Não são permitidas nas missas cantadas nem nas:
serem 4 orações. Se fôsse uma imperada "pro re gravi", seria: I, missas votivas rezadas numa festa semiduplex, nem nas mis-
de féria; 2. A cunctis; 3. ad libitum; 4. Fid.; 5. Imper. 5) deve-ao nclm de féria ou vigília, em que se deve fazer a comemora-
dizer também na presença do SS. Sacramento exposto. (d. 4327
ad 2.) i,,ol de uma festa duplex ou semiduplex.
Se o primeiro dia do mês em questão coincidir com urna segunda-felru c) Estas orações dizem-se depois de tôdas as outras , .
'das mencionadas, a oração Fidelium satisfaz ao duplo preceito. A impors
da pro defuncto episeopo: "Deus qui inter apostolicos", no aniversário do inclusive a imperada.
dia de morte, prescrita pelo C. B. c. 47 § 2, conforme à regra geral paro
a coleta dos defuntos (A. M. VI, 4) está proibida nas missas: 1) em que
está proibida a imperada simples (n. 565) ; 2) celebradas de oficio dupla'
r•'13. d) O número total das orações deve ser ímpar e nun-
ou semiduplex ou com comemoração de um dêstes dois; 3) de tempo 1'I exceder sete. Se, portanto, a rubrica prescreve 3 orações,
pascal, que não são de réquie; 4) de réquie que não admitem três oraçee s
Esta imperada ou coleta se deve dizer a) no penúltimo lugar oulrr • 101 tuitem-se 2 ou 4 outras. Se prescreve 4, são permitidas
as orações prescritas ou permitidas nas missas que não são ris regnlu
(A. M. VI, 6) ; b) em terceiro lugar nas missas de réquie. Pois dovo I rui 3; p. ex., no dia 31 de outubro, vigília de todos os
ocupar o lugar depois das orações prescritas e antes de Fidelium on dos
orações que o C talvez quisesse acrescentar. (Rub. gen. 5, 4.) r,,nllos: 1. Vig.; 2. Spir. S. 3. Concede; portanto, permitem-
Se o C na missa cotidiana de réquie quisesse acrescentar urna voltvs ,,e 2 ou 4 orações facultativas; se a quarta é imperada, só
teria as orações: 1) Deus qui inter apost.; 2) Deus venim; 3) Imperurele
pro defuncto (n. 6) (Da nobis. Domine" (n. 575-560) ; 4) Votiva; 5) Fidrlüun
Pana explicar a regra do penúltimo lugar para a oração pelos donu t I ou 3.
tos, Durando (IV, c. 15, n. 16) alega o axioma tirado do antigo dlrall0 e) A oração por defuntos, que se quer inserir, deve-se
canônico: Finis ad usum debet retorqueri principium: o fim deve Har
coerente com seu início, mencionado também por Inocêncio III. (M L, 2r/, Ill`^r sempre no penúltimo lugar. Pode ser rezada também
p. 815.) A coerência e a harmonia exigem êste lugar. Pelos vivos se ' rwmq
na primeira oração, pelos vivos se deve orar na última. Deus anui, e uuuta missa não aplicada por defuntos ou quando está pres-
,ordem. Além disso a inclusão entre as orações pelos vivos significa ai ee
ridade que abraça os defuntos com os sufrágios e baseia-se no dol;nru . rrilu Omnipotens, pro vivis et defunctis.
A exclusão da oração por vivos na missa por defuntos indica quo ois
!'14. 2. Ordem das orações. Com a primeira conclusão fica
vivos não podem ser socorridos pelos defuntos (Rubr. general. VII, n, 6r
e tem o seu fundamento no uso da Igreja.

571. VI. 'Por ter alguma semelhança com as orações supra a I a oração do dia; b) em algumas missas, a rubrica pres-
ereve uma segunda oração para ser rezada junto com a
seja mencionada a oração pro seipso sacerdote (entre an
orationes diversce n. 20) no dia aniversário da própria or- Irrïnleira sem novo Oremus, com uma só conclusão: a ora
denação sacerdotal. l ;lrr pro gratiarum actione; pro ordinandis; ou em missas
de SS.
do dia, que subsituem missas votivas impedidas:
1. E' permitida, não prescrita; 2. deve-se contar dum dia fixo do
mês, não de um dia móvel, p. ex., têrça-feira da páscoa; 3. se o anlveu'M4 ,
rio cai nas vigílias de natal e pentecostes, no domi g o de ramos tot
Sacramento, S. Corde, pro sponsis.
numa festa de 1.. classe, a oração é proibida, mas po ser tranel'orldu Com a segunda conclusão ficam: 1. as comemorações
para o dia livre seguinte mais próximo; 4. é proibida na isca do de
funtos; 5. reza-se depois das orações prescritas pelas rubricas, porlrrntrr de um ofício ocorrente; 2. as orações do tempo; 3. as ora-
depois da oração do SS. Sacramento, mas antes da imperada. TA na td ale erres imperadas (votivas prescritas) : a) do SS. Sacramento,
média se celebrava êste "dia natalício" com preferência ao "dia rudull
cio genuíno" do nascimento corporal. (Bona.) Irrlro depois das prescritas pelas rubricas; b) pro Papa,
l'piscopo; c) pro Fidei Propagatione; d) pro gratiarum ac-
e) pro
li on c', quando está prescrita numa missa de tempore;
§ 118. AS ORAÇÕES FACULTATIVAS
E ORDEM DAS ORAÇÕES , ,eipso sacerdote; f) Fidelium; g) Imperada; 4. as orações
572. 1. Em tôdas as missas privadas e missas votivas Ilri -
vrllivras facultativas. Nestas guarda-se a ordem das ladai-
vadas rezadas num dia de rito simplex, o celebrante pode laluts (SS. Cor antes do Spirit. S.), das missas votivas di-
acrescentar às orações prescritas outras de escolha livre versas e orationes diversce.
(orationes votivce stricte dictce) ou entre as orationes dl- Com a terceira conclusão fica oratio super populum nas
versce ou de uma missa aliás permitida como missa voliv/I Ini ;:;ns de féria durante o tempo da quaresma e paixão de-
ou, fora do tempo pascal, pelos defuntos. aí' . ala póscomunhão.

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II: Rubricas 278
278 Reus , Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.

li 18. 3. Credo. I. Reza-se 1. emDominus


575. 3. Mudanças. Em geral nas orações nada se pode rnn razão da missa, conforme
dar, sem consultar a S. R. C. (d. 2572 ad 10; 17.) A wigla "DAPAR credit": D =
(Trinitas), Domi-
Domina, Doctor; — A = Angelus, Aposto-.
Somente no caso de identidade, aplica-se a regra (Ruhr, /Ill (I, Dedicado,
PA Patro-
Gen. Miss. VII, 8) : Quando se diz mais de uma oração, d l „v , Maria Magdalena, apostolorum apostola; —
uma delas fôr idêntica com outra, que se segue, a segunda rnc; (Titularis): São José como padroeiro da igreja, os pa-
oração idêntica deve-se substituir por outra diferente tirada ,Irociros principais do lugar e da igreja, os fundadores e as
do comum ou do próprio dos santos. O mesmo se faz nas teclas titulares das ordens e congregações, embora estas não
secretas e póscomunhões. P. ex., durante a oitava de S. Isa lenhain ofício coral e não estejam obrigadas ao oficio divino.
bel (19 de nov.) ocorre a festa de S. Cecilia (22 de nov.) `i. R. C. 23 Dec. 1933.) Na festa durante a oitava do ti-
com a póscomunhão Satiasti Domine. Neste caso a pós lular da igreja catedral o Credo é obrigatório em tôdas as
comunhão de S. Isabel, do mesmo teor, tira-se do Comm. ¡i, rejas da diocese (S. R. C. 6-5-1940; Eph. L. p. 13); —
relíquia
non Virg. I: Auxilientur, omitindo-se Martyre tua. Se a se I; Relíquia, se na igreja respectiva se guarda uma
gunda oração idêntica é imperada, omite-se. irrignis. (Cân. 1281 § 2.)
As festas secundárias dos doutores, padroeiros princi-
§ 119. EPÍSTOLA, SEQUÊNCIA, EVANGELHO, CREDO pais, titulares e fundadores têm Credo, se a festa é ao me-
Se a festa tem Credo, também a oi-
576. 1. A epístola e o evangelho de uma missa de Cornrnn nos de rito duplex. —
num dia, em que a oitava não é come-
ni podem-se trocar com a epístola e o evangelho de outra lava o tem, mesmo
missa do mesmo Commune, ou com as epístolas e evange 111o1 ada, p. ex., na festa de S. Ana a 26 de julho, durante
lhos acrescentados a êste Commune, contanto que não esteia ;t oitava de S. Tiago (se é padroeiro). A oitava simplex
prescrita uma missa própria ou uma epístola ou evangelho li do tem Credo.
próprio. P. ex., na festa de S. Antonino (10 maio) em Iii 2. Em razão da comemoração, têm Credo as missas de
em que é mencionada uma festa
gar da epístola Ecce Sacerdos pode-se tomar Pluris frrr•Ir t do semiduplex ou duplex,
sunt ou Omnis Pontifex ou Mernentote prcepositorum. (Ruh , r oni Credo; p. ex., se a festa de S. Apolônia (9 fev.) é ce-
spec. ante Com. unius Mart.) As missas de réquie não têui I+•hrada numa igreja e comemorado S. Cirilo, a missa de S.
êste privilégio. Apolônia tem Credo.
577. 2. A sequência das missas de páscoa, pentecostes," 579. II. O Credo não é recitado conforme a sigla "MUCS
C = Confes-
Corpo de Deus, Nossa Senhora das Dores a) é obrigatória non credit". M = Martyr; U Virgo, Vidua;
nunca tem Credo (A. M. VII, 3),
em tôdas as missas cantadas e conventuais,Nque se dizem sor; S = Simplex. Simplex
na oitava destas festas. (A. M. VII, 2.) Por consegninh. p. ex., a missa de uma féria da quaresma com comemoração
da •lesta de um doutor da igreja. Tais missas são as mis-
não se diz, se a missa não é a da oitava. A missa caulad;i de B. M. in Sabbato, de
do domingo durante a oitava de Corpo de Deus; p. ex., não s;is de férias, de vigílias comuns,
de domingo impedido e que foi
tem a sequência, nem a missa cantada de S. Luís Gonzaga, tini santo de rito simplex,
adiada com ofício de féria. Se, porém, tal missa adiada cai
onde êle é padroeiro da igreja, nem a missa votiva Terribl- dentro de uma oitava privilegiada para a Igreja universal,
lis na consagração de uma igreja durante a oitava da p,ís-
coa. b) nas missas rezadas, i. é obrigatória na oitava da I(•ni Credo.
páscoa e de pentecostes; Lauda Sion e Stabat Mater só u;i As missas de MUC, por via de regra, não têm Credo.
compete como mis-
Recebem, porém, o Credo a) quando lhes
festa e no oitavo dia; 2. pode ser rezada ou omitida durante
rias de PAR (Padroeiro, Relíq.) ; b) quando é comemorada
a oitava do Corpo de Deus e das Dores; c) nas missas vu
tivas do SS. Sacramento e das Dores a sequência é proibida. u n ia missa de DAPAR.
(d. 2550 ad 2; 1490 ad 2.)

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II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 281
280 R e u s, Curso de Liturgia

§ 120. PREFÁCIO E COMMUNICANTES b) O prefácio dos Apóstolos está prescrito na missa dos
580. 1. A regra geral
(A. M. VIII) prescreve que em cada ,.)ralos papas. (Rubr. spec. in missa, S. R. C., 9-I-42.) Mas
missa se diga: n:i,l se pode dizer, se a comemoração do santo papa é pre-
a) O prefácio próprio, se o tiver , r lida de outra comemoração com direito a prefácio pró
(Apostolorum, M. pot .
Por exemplo: a missa de S. Casimiro (4 de março)
de SS. Corde, de Beata, Requiem);
b) se não tiver, o prefácio próprio da missa ou do ofi ra comemoração do santo papa S. Lúcio, na quaresma
cio comemorado em primeiro lugar; n., admite o prefácio dos apóstolos, porque a comemoração
c) na falta dêste, o próprio da oitava comum, embora ,L) féria da quaresma precede e tem o seu prefácio próprio
não comemorada por ocorrência de rito alto (2.a classe) cia ,I,I quaresma. •
festa celebrada; Além do prefácio, os santos papas todos têm as orações da missa: Si
■111W15 com poucas exceções. Conservam a sua primeira oração própria:
li Marcelo (16 de janeiro); S. Pio V (5 de maio); S. Celestino (19 de
d) se faltar êste, o próprio de tempore Conservam as três orações pró-
(Quaresma, pai- nu,l o ); S. Gregório VII, (25 de maio). (14 de outubro). S. Cle-
xão, pentecostes) ; )ulaw; S. Gregório I - (12 de março); S. Calisto
.,+n U, (23 de novembro) conserva também o intróito próprio e epistola
e) se êste faltar, o prefácio comum. ;,i ria. Os doutores da Ígreja têm Credo.
O
canto do prefácio obedece à regra seguinte do Missal: (Rubr. ani. c) nas festas da dedicação da Igreja ou em outra festa
'preef. in Nat. Dom.): Os prefácios com canto solene são prescritos
tódas as missas de um ofício de rito duplex ou semiduplex e nas 0115 une I, I Senhor sem prefácio próprio deve-se rezar um dos 9 pre-
sas votivas solenes. Nunca se usam nas missas de rito simples ou
missas votivas privadas. Uma comemoração ou uma oitava com prefácio min 1,'l^ ios do Senhor (natal, epifania, paixão, páscoa, ascensão,
próprio comunica à missa o direito ao texto do prefácio e não ao canto pentecostes, Trindade, S. Coração de Jesus, Cristo Rei) se
solene, a não ser que o tal canto deva competir à missa a celebrar.
581. 2. Na missa do domingo oral iléles ocorrer (p. ex., se a dedicação cai na oitava do
a)
diz-se: Coração, o prefácio SS. Cordis), se não, o prefácio co
per annum, o prefácio da SS. Trindade, inclusive no domingO n oun, que é próprio desta festa. Nunca se diz o prefácio
antecipado; sendo próprio dele precede aos prefácios próprios de uno)
festa, oitava (N. Senhora no advento), ainda mesmo uma oitava ele Beata, de um santo, da quaresma.
co
584. 5. Duas missas cantadas. Se em uma e mesma igreja
de N. Senhor (Transfiguração);
b) no tempo da quaresma, paixão e páscoa, o prefácio do
tempo. no mesmo dia são cantadas duas ou mais missas diferentes,
c) dentro das oitavas privilegiadas de natal, epifania, ascensiio, prefácio de uma festa, de uma oitava comum, da sexta-
Corpo de Deus, S. Coração de Jesus, o prefácio da oitava; se rl
oitava não é comemorada, da SS. Trindade;
f, ira depois da oitava da ascensão, do natal, do dia 2 a 4
de janeiro, do tempo pascal, nas férias comuns do tempo
582. 3. Nas missas de féria diz-se: pascal, diz-se só em uma das missas cantadas, a saber na
a) o prefácio do tempo, embora a festa comemorada missa própria, se se disser, senão na missa do ofício do dia,
tenha próprio (d. 4289 ad 4), p. ex., a missa tecia--sexta-fei r;l +)n se esta não fôr cantada, na primeira das missas canta-
da paixão tem o prefácio da cruz, e não de Nossa Senhora, das, ou conventual, em que é comemorada a festa ou a oi-
cuja festa é comemorada; lava. (A. M. V. n. 5.) As outras missas têm o seu próprio, se
b) senão, o prefácio comum, inclusive nas missas adia lu,uver, ou o comum. (Cf. n. 561.)
das do domingo; 6. 0 Communicantes próprio de algumas festas diz-se
., n)pre durante tôda a oitava, inclusive nas missas com pre-
c) nas missas do tempo do advento nunca se diz o pre
fácio de Nossa Senhora; p. ex., na quarta-feira das quatro ;lei o próprio, se a oitava é comemorada, mas nunca fora
têmporas, apesar da comemoração de Beata, dela. (Cf. rub. spec. in festo S. Jo. Ap. et post prwfat.)
diz-se o pre
fácio comum, no domingo, o da SS. Trindade. § 121. 0 ÚLTIMO EVANGELHO
583. 4. Particularidades:
a) o prefácio de natal diz-se tem 585. No fim da missa é recitado geralmente o evangelho
tôdas as missas ocorrentes dentro da oitava do natal, se f)`ir de S. João. Mas às vêzes é substituído pelo evangelho pró-
comemorada;
pi ice de uma missa ou de um ofício comemorado. (A. M. IX.)

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282 R e us, Curso de Liturgia 283
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

As missas são do tempo e de santos.


I. Missas do próprio do tempo. 1. t missa de Nosso Senhor, Sumo e Eterno Sacerdote' (11-3-
(d. 4369) ; b)
Se numa missa é co., 1h), porém não as missas votivas ad diversa
memorado a) um domingo, inclusive os antecipados; b) unia missas votivas das festas sob n.° II, contanto que sejam
féria maior com missa própria (quaresma, paixão, qualm vetmitidas como votivas.
têmporas, segunda-feira das rogações — porém não os on- Note-se que nestes casos se trata sempre da comemoração de
tros dias das rogações); c) qualquer vigília; d) oitavo dia uni oficio ou de uma missa e não de uma oração tirada de uma des-
da epifania com evangelho próprio; e) um dia dentro dri iru+
missas. Pois, além da oração, a missa contém outras partes
nml;íveis, que se podem comunicar a outra missa: Credo, Prefácio,
oitava da páscoa e pentecostes (casos possíveis em missas evangelho. Se alguém duma destas missas só tira a
Muir igitur,
votivas solenes) deve-se também recitar o evangelho próprio or ação e a reza numa outra missa, para completar o número ter-
dêstes dias no fim da missa. io das orações prescritas ou por devoção, não deve nem pode
loniar o prefácio ou o último evangelho próprio da missa, de que in-
O evangelho do ofício do domingo de ramos, que t
Ilr ou esta oração de livre escolha. A oração então não ocupa o
recitado na bênção dos ramos, deve-se lêr no fim de tôdas oRr da missa impedida. (d. 4382.)
as missas não precedidas desta bênção. caso de missa comemorada ocorre na missa votiva solene
Um
impedida. No dia 8 de dezembro, p. ex., se deve dizer a missa vo-
2. Se ocorrerem duas destas comemorações, p. ex., a) de liv;i do SS. Sacramento. A festa da Imaculada Conceição é de rito
uma féria e de uma vigília, diz-se o último evangelho pró- ¡It' I." classe e exclui a missa votiva solene. Mas permite-se a missa
prio da primeira comemoração; b) na missa de féria da hílorme. A oração da missa do SS. Sacramento, que está entre as
missas votivas semanais, se reza com a oração da festa com uma
quaresma, paixão, das quatro têmporas, diz-se o evangelho ■ ouclusão, e o último evangelho é
da missa do SS. Sacramento. Pois
de uma vigília ocorrente no fim, e viceversa. n oração está em lugar da missa impedida.
acres-
586, II. Missas de mistérios e santos. Se alguém numa missa com a terceira oração ad libitum
Se não houver últi anta como terceira oração a do SS. Sacramento, não pode tomar
(mpm o prefácio nem o último evangelho da missa do SS. Sacramento,
mo evangelho de domingo, féria ou vigília, diz-se o evange-
que neste caso só tomou a oração, a qual no sentido da ru-
lho da missa ocorrente de um mistério ou de um santo, clur'
tenha evangelho estritamente próprio, não só apropriado, 1 ni t
6ra não ocupa o lugar da missa do SS. Sacramento. Por isso a
imperada de Venerabilt
prescrita nas missas celebradas diante do
isto é, o mistério ou a pessoa, cuja festa se celebra, deve S. Sacramento
exposto, não permite ler o prefácio e o evangelho
estar mencionada neste evangelho. Se ocorrem duas festas ilu missa do SS. Sacramento. (d. 4382.)
com evangelho próprio, diz-se o evangelho próprio da co- o evangelho próprio em caso de iden-
r► *i. IV. Omite-se
memorada em primeiro lugar. (A. M. IX, n. 3.) Tais ntis. (ldade, ainda mesmo que só o princípio seja idêntico ao evan-
sas com evangelhos próprios são as seguintes:
a) do Senhor, exceto a missa da dedicação da Igreja tn•Ihu da missa:
com o evangelho Ingressos Jesus; 1. na quarta-feira das têmporas do advento, se ocor-
b) de Nossa Senhora, exceto a missa da Assunção coro i er o oitavo dia da festa da Imaculada Conceição;
o evangelho Intravit Jesus; 2. quando a vigília do natal cai no 4.° domingo do
c) dos santos anjos e arcanjos; advento;
d) de S. João Batista e de S. José; 3. na missa de um domingo impedido adiada para um
e) dos doze apóstolos (o duodécimo é Matias, e nino lia da semana; ou se uma festa com evangelho próprio é co
S. Paulo), da oitava de S. Pedro e S. Paulo Mihi auten, memorada dentro da sua oitava, pois que foi dita na festa;
(d. 4372 ad 16) ;
f) dos santos: Inocentes, Maria Madalena, Marta, 4. nas festas que caírem no domingo que ocorre de 2
a ti 4
de janeiro inclusive; o domingo é comemorado, mas o
missa da comemoração de todos os santos sumos pontífice~ . sett evangelho não se lê no fim.
(d. 4369.)
587. III. Missas votivas: a) tôdas as que vêm no missal
em primeiro lugar assinaladas para cada dia da semana c

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284 R e u s, Curso de Liturgia Cap. II: Rubricas 285
II. Liturgia Especial. A S. Missa.

ARTIGO II. As missas votivas nhora de Guadalupe (12 de dez.); Nossa Senhora da Pe-
lririr para a diocese do Espirito Santo; Puríssimo Coração de
§ 122. AS MISSAS VOTIVAS EM GERAL Maria Santíssima e de outros títulos: somente se há privi-
589. 1. Noção. Em todos os tempos litúrgicos e festas a N•gio especial de dizer missas votivas dêstes títulos. (d.
Igreja recomenda a Deus os interêsses dos fiéis. Mas há cir- :1922, V.)
cunstâncias especiais e devoções individuais, que exigem da c) dos s. anjos: a missa votiva de todos os anjos, que
mãe solícita dos fiéis medidas extraordinárias. Para satisfa- acha marcada para a têrça-feira; a missa dos anjos da
zer aos "votos" do celebrante e do povo, concede as missas I;uarda (2 de out.), de S. Gabriel (24 de março), de S.
chamadas "votivas",missas extra ordinem of ficü. (Rub. P.rfael (24 de out.), S. Miguel (29 de set.), no tempo pascal,
Gen.) Ite,
r 8 de maio. (Rub. spec. in f estis.) Tôdas têm Glória,
2. Divisão. As missas votivas dividem-se a) em missa; Missa est.
votivas propriamente ditas (stricte dictce), que em nada sïo f) dos santos canonizados, cujo nome se acha no marti-
conformes ao ofício, e impropriamente ditas (late ditta?, ml rológio romano, ou no próprio da diocese ou da ordem.
instar), que não são conformes ao ofício, noas têm alguma Bento XIV (De beatif. I c. 38, n. 2) aprova as explicações de
o
relação com um ofício recitado (p. ex., de um santo). As uni autor, que distingue o martirológio ou catálogo material, i. é,
missas de réquie são missas votivas. (Deer. t. V p. 304 ad livro com os nomes dos santos, e o mental, i. é, o número dos san-
urt, "o qual existindo, no coração e na mente da Igreja", é o ver-
d. 2802.) dadeiro catálogo dos santos.
b) as missas estritamente votivas dividem-se em sole- A canonização é ou formal ou equipolente ou implícita. A cano-
n' ação formal e equipolente é irrevogável, a implícita revogável.
nes, correspondentes ao rito de 1.a classe, e privadas, cor- A 'canonização ainda não dá o direito (Bento XIV, De Beatif. I c.
respondentes ao simplex. iii, 6-7), de dizer a missa e o ofício dêste santo, mas só inclui a
declaração que não há impedimento para conceder ofício e missa
590. 3. Normas na escolha das missas votivas. u ru sua honra. Para o culto lícito é ainda necessário o decreto da
A. Normas positivas. Como missa votiva podem-se dizer: execução da bula (d. 488 ad 1) em que vem publicado o teor do
a) as missas votivas ordenadas para cada dia da odeio e da missa prescrita e o elogio a inserir no martirológio. Pois
mono e ad diversa;
se- ors santos canonizados devem ser inscritos nêle. (d. 1651.)
A missa votiva pode-se dizer dos santos:
b) as missas do missal com a rubrica no gradual: a) canonizados formal ou equipolentemente, inscritos no marti-
in ou
Missis votivis, etc. A rubrica: post Septuagesimam, olplgio romano material. (Missal in calce miss. de passione),
etc. nïo no apêndice aprovado (A. M. IV, 5);
permite a missa votiva privada; h) dos outros santos inscritos no martirológio romano material,
c) missas de alguns mistérios: SS. Nome de Jesus, S. por serem canonizados implícita, mas não irrevogavelmente. Pois
a Igreja os põe em o número dos santos, permite expressamente
Coração de Jesus, sagrada família, Preciosíssm Sangue, culto com missa (A. M. IV, 5) e os propõe aos fiéis por
Cristo Rei, Cristo Sumo Sacerdote; no Brasil: Coração 1?ll u au lêlo de virtude. (d. 843 ad 2.)
carístico de Jesus. A missa votiva da sagrada família (do- c) dos canonizados não-inscritos no martirológio romano ou
mingo na oitava da epifania) tem o prefácio da epifania. u ni u apêndice aprovado, não se pode dizer a missa votiva, porque
loll.' o decreto da execução, anexo ao qual vem publicada a inscri-
As orações do tempo são as de Nossa Senhora: de Spiriln ç,lo no martirológio romano com o elogio do santo. A missa permi-
Sancto e Ecclesice. Communicantes comum. II'la para o tríduo da canonização é missa votiva solene extra-
ordiniiria, nem tem ofício anexo nem elogio nem sempre é defini-
591. d) de Nossa Senhora: as marcadas para o sábado. Ilv,r e já por isso não substitui o decreto da execução.
Além destas existem só duas para a Igreja universal: da lma 592. Como missa votiva de um santo toma-se a missa vo-
culada Conceição e das sete dores de Nossa Senhora, seio tiva apontada para êste fim; se a não houver, a•missa da
sequência da sexta-feira da paixão (Nota ad calcem Miss, (rala, mudando-se o que fôr preciso. As palavras natalis,
de Pass. Fer. VI); no Brasil: Nossa Senhora Aparecida ('l jeslivitas, solemnitas são substituídas por commemoratio,
.

de setembro); Nossa Senhora Medianeira (31 de maio; S. anerrwria. Hodie, annua, suprimem-se. O intróito Gaudea-
R. C. 1940; Cor III, 40) ; na América Latina: Nossa Se- nuts, o trato, o gradual são substituídos pelo Comum cor-

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286 287
R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

respondente, conforme o tempo litúrgico. Os aleluias acres. Se um festeiro tivesse conseguido a licença para uma
centados ao intróito, ofertório e comunhão para o tempo lulnsa votiva solene em honra de Nossa Senhora da Concei-
pascal são omitidos, porém não o são os outros; p. ex., o r,ao no dia 14 de agôsto, vigília da Assunção, dever-se-ia
ofertório da missa votiva da Imaculada Conceição guarda o ;orlar a missa da vigília com uma única oração, Credo,
seu aleluia e só o perde depois de setuagésima. ni;rs sem Glória.
A missa própria de um santo no apêndice do missal só
pode ser rezada como missa votiva por aqueles sacerdotes, N1lí. Se esta missa se cantasse no domingo durante a oi-
que podem dizê-la na festa do santo. Se o santo não tiver I,iv:i simplex da natividade de Nossa Senhora (8 de set.)
dever-se-ia tomar a missa desta festa com comemoração do
missa própria, toma-se a missa do Comum correspondente.
593. g) A missa votiva de São José não é a do Transitas, il^uuingo Glória, Credo, último, evangelho do domingo, e
a 19 de março, mas a própria entre as missas votivas da eni outras orações. Se a missa tivesse caído num sábado,
enr que se rezou o ofício de Beata in Sabb.,
a missa seria
semana (IV f.), igual à missa do patrocínio de São José; dé^le ofício, sem comemoração da Imaculada e sem outras
se ocorre A cunctis, omite-se nela o nome de S. José. A
missa festiva de São João Batista (24 de jun.) está pres- orações, com Glória e Credo.
crita para missa votiva, tomando-se as orações da vigília. 11117. e) Para cantar missa solene em honra do Sagrado
594. h) Como missa de ação de graças está marcada a mis- Coração de Jesus na sexta-feira depois da oitava da ascen-
n.To deve-se tomar a missa do domingo precedente, que tem
sa votiva da SS. Trindade ou do Espirito Santo ou de Nos-
sa Senhora ou de um santo canonizado, inserido no martiro- u ofertório da festa e outros textos alusivos à ascensão de
Nosso Senhor, com Glória, Credo, prefácio da ascensão e
lógio romano, ajuntando-se, também nas missas privadas,
com uma só conclusão, as orações de ação de graças. (Ruhr. 'unununicantes comum.
spec. Miss.) Se, portanto, a oração pro gratiarum action(' Com estas missas se satisfaz a qualquer obrigação "de
fôr prescrita na missa de um domingo ou de uma féria, é p receito e de missa fundada". (d. 3922, V.)
rezada sub distincta conclusione. A missa votiva não está proibida por causa da missa
Como missa votiva ad petendam pluviam ou por ou- paroquial, porquanto pode ser aplicada pro populo (d. 4372
tra necessidade, para a qual não há missa própria, está pres- rid 8), com poucas exceções. (Cf. n. 551.)
crita a missa pro quacumque necessitate com a oração ad
petendam pluviam ou outra qualquer com uma só conclu- C►llti. Qualquer missa votiva é proibida nas igrejas que têm
só missa no dia 2 de fevereiro, quando há bênção das
são. (d. 3605, IV.)
velas, no dia 25 de abril e nos 3 dias das rogações, se hou-
595. B. Normas negativas. Como missas votiv,s não po- ver procissão. A missa no aniversário da consagração do
dem ser celebradas: bispo não se pode dizer como missa votiva privada.
a) as missas de domingos, férias e vigílias;
b) das festas, que não têm a rubrica: in missis votivis, !i99. 4. A côr nas missas votivas corresponde ao mistério
etc.; santo, de que se celebra a missa. Especialmente cumpre
c) as missas dos bem-aventurados, se não houver pri- melar: a missa nupcial tem côr branca; do Espirito Santo, da
vilégio especial; ..;unta cruz, pro eligendo Summo Pontifice, encarnada (Rubr.
d) as missas votivas em honra do mesmo santo ou do Missa.); da paixão e de tôdas as missas votivas ad diversa,
mesmo mistério, que é celebrado ou comemorado na missa partir da missa pela propagação da fé, roxa; das missas
do dia, seja esta a missa da vigília ou de festa idêntica ou votivas, eventualmente concedidas, das festas dos instru
durante uma oitava, mesmo simplex. Neste caso omite-se mentos da paixão, encarnada.
missa votiva e celebra-se em seu lugar a missa da vigília ou
da festa idêntica ou da oitava.

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288 R e u s, Curso de Liturgia
289
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas
§ 123. AS MISSAS VOTIVAS PRIVADAS
morte, trasladação, patrocínio) naquele dia, que vem no
600. 1. Em geral deseja a Igreja que a missa seja confor- ou no próprio. (M. A. IV, 5.)
nt.n lirológio
me ao ofício rezado. (Rub. Gen. IV, 3.) Motivos para unia
missa votiva são a) o pedido dos fiéis nas suas várias ne 003. 5. Ritual. Além das condições indicadas em o n.° 590,
cessidades; b) a devoção particular do celebrante. Tem ric,, é preciso guardar as normas seguintes:
rito de simplex. a) O Gloria in excelsis omite-se em tôdas as missas
Não depende da licença do ordinário, nem de cerium votivas privadas; mas se diz sempre em dois casos: a) na
nial prescrito: pode ser rezada, cantada sem ministros uu nllssa dos anjos; b) em qualquer missa de Nossa Senhora
com êles. un sábado.
2. Dias que permitem as missas votivas privadas: b) Nunca tem Credo, por ser de rito simplex (MUCS),
a) nos ofícios de rito semiduplex; unernto se uma comemoração o exigisse; p. ex., a missa vo-
b) durante as oitavas comuns; Ilv;i do S. Coração de Jesus durante a oitava da solenidade
c) na sexta-feira depois da oitava da ascensão; dc S. José num semiduplex não tem Credo nem Glória; 2. a
d) em todos os ofícios de rito simplex (Festas e lé- oração de S. José; 3 Concede.
rias), se não ocorrer um dia proibido. Se durante uma oitava privilegiada 3.' ordinis (Ascensão, S.
('ornçiïo de Jesus); ou comum (S. José, Imaculada Conceição), ou
601. 3. Dias que não permitem as missas votivas privadas ocorrente, se quer dizer missa
inwstno simplex numa festa semiduplex
rezadas ou cantadas (se a cantada se permite, nota-se cai vullva da oitava, esta missa é considerada festiva. Tem Glória, e
parêntese) : Na n testa tem Credo, também Credo. Se fôsse oitava simplex, não
a) todos os ofícios de rito duplex; larin Credo. Se, p. ex., a festa de S. Margarida (10 de junho) cai
nn oitava do S. Coração de Jesus, a missa votiva do S. Coração
b) todos os domingos, também os antecipados; Ivla t ilória e Credo, 2." oração da festa; 3. Concede. (d. 4374.)
4

c) dias em que é celebrada a missa do domingo, qut. 001. c) As orações nas missas votivas privadas num dia
foi impedida e adiada (cantada permite-se); d e olicio semiduplex ou simplex devem ser ao menos três,
d) durante as sete oitavas privilegiadas;
h.'. na missa cantada no tempo da paixão é que são duas.
e) nas vigílias privilegiadas;
f) nas vigílias comuns, embora só comemoradas A primeira é da missa votiva.
(can- A segunda é do ofício rezado. Se este é, p. ex., de féria
tada permite-se) ; -
g) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinzas, uniu (de ea, verde), tomam-se as orações do domingo pre
se i il a l e. Se, porém, o ofício da igreja, em que se celebra, é
mana santa);
h) nas férias da quaresma, a partir do di á de cinzas, diferente do ofício rezado, devem-se dizer as orações pres-
t i itãs nesta igreja.
da paixão, das têmporas, no advento do dia 17 a 23 de de
zembro inclusive (cantada permite-se) ; A terceira é, ou a comemoração eventualmente ocor-
i) na segunda-feira das rogações; na têrça=feira male de oitava ou de simplex, etc.; ou, se não houver co-
mente, se houver procissão e uma só missa (a missa caul,i i n titoração, para completar o número 3, a primeira oração
da é proibida nos 3 dias das rogações, se houver procissão do tempo. Algumas missas votivas têm segunda oração pró-
e uma só missa) ; Itrl;t: na missa do SS. Sacramento, da sagrada família e sua
j) nos oitavos dias de rito simplex,
embora só sejam oitava (Rubr. in festo), de Nossa Senhora e de todos os
comemorados (cantada permite-se). muitos, a 2." oração é do Espírito Santo. Também na missa
602. 4. Nos dias que permitem missas votivas cantadas, votiva da SS. Trindade durante a oitava de Nossa Senhora
1.'‘ oração é do Espírito Santo, apesar de ser mencionada
podem-se dizer missas com Glória de qualquer ofício co Ieiceira Pessoa divina na missa. (d. 3764 ad 12.) Se, po-
memorado em laudes ou de mistério ou santo mencionado Ecclesice.
t t•iti, a missa é do Espírito Santo, a terceira oração é
^' II ;ill til' I iturt; l ut — 19

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290 R e u s, Curso de Liturgia 11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 291

Estão prescritas mais de três orações, se houver várias b) a presença de ambos os esposos, mesmo se a missa
comemorações no ofício, ou a oração Fidelium (em penúltimo 1Ar Transferida para outro dia;
lugar) ou uma ou duas imperadas. c) professem a religião católica ambos os nubentes;
605. São permitidas mais de três orações na missa priva- d) que nem o espôso nem a espôsa tenha recebido a
da rezada, que se diz num dia de ofício simplex. Neste caso Iu1 nç:ão nupcial;-pode-se, porém, guardar o costume, se hou-
o número deve ser ímpar, 5 ou 7. ver, dc dar a bênção, quando só o espôso a recebeu (A. M.
Num dia de ofício semiduplex não se pode acrescenl;u II, 2);
oração alguma às orações prescritas pelo ofício. c) que o celebrante seja autorizado ou pela lei (can.
41. , § 4) ou por delegação (can. 1101 § 2), para dar a
Se a missa votiva se celebrar por privilégio num dia
de ofício duplex ou de duplex simplificado, dizem-se as co --
b^'ução.
memorações prescritas sem acrescentar oração (A. M. VI, t09. 3. A missa nupcial pode-se ler ou cantar em qual-
1) do tempo. goer dia, exceto:
5. A sequência omite-se. a) nos domingos e festas de preceito, mesmo nas su-
606. 6. 0 prefácio segue as regras do n. 580. Diz-se o pi incidas; é permitida no domingo antecipado (Brun. 1935;
prefácio próprio da missa, se o tiver, ou da primeira come- pia. Lit. 1939 p. 136).
moração ou da oitava ou do tempo ou o comum. h) nos dias de duplex de 1. a e 2.a classe;
7. Benedicamus Domino. Só quando há Glória é que se c) nas oitavas privilegiadas de epifania, páscoa, pen-
diz Ite, Missa esta .
tpc:ustes e corpo de Deus;
8. 0 último evangelho é de S. João. Se, porém, há co d) nas vigilias de natal, epifania e pentecostes;
e) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza, se-
memoração de féria, que tem missa própria, de vigília ou
do ofício de santo mencionado nos s. evangelhos, o úlliniu ma na santa);
evangelho é dêstes ofícios. f) no dia de finados;
g) no dia 2 de fevereiro, das rogações maiores e me-
nores, se houver bênção das velas ou procissão e só urna
§ 124. A MISSA NUPCIAL
607. 1. A missa nupcial (pro sponsis) é missa votiva pri-
4. Missa biforme, i. é, a missa festiva em lugar da missa
vada, embora seja c'antada e celebrada com diácono e sub- votiva. Nestes dias (exceto o dia de finados) diz-se a mis-
diácono e com a bênção solene dos nubentes (depois do Pa- 10 (Io (lia e ajunta-se à primeira oração a comemoração da
dre Nosso e Benedicamus Domino).
missa pro sponsis com uma única conclusão. Não se omite
608. 2. Condições. Para ser lícita esta missa, é indispen u^ ulunna das orações prescritas, se houver. A bênção solene
sável: .
da se da mesma maneira que na missa nupcial, i. é, depois
a) seja num dia fora da quaresma e do advento, i. e, Padre Nosso e antes da última bênção.
desde a quarta-feira de cinzas, até ao domingo da páscoa in- 1110. 5. Ritual a) A missa nupcial é missa votiva privada
clusive e desde o primeiro domingo do advento até o dia do de rito simplex. Não tem Glória nem Credo, tem três ora-
natal inclusive (tempo fechado). Mas também neste tempo ,,nes. Se houver comemoração de um duplex, omitem-se as
é lícita, se o ordinário permitir a bênção nupcial solene,
(1„ açfies do tempo.
Por especial indulto da Santa Sé para tôda a America b) Os matrimônios mistos nunca podem ser'benzidos.
Latina, os vigários e os sacerdotes, que assistem legiliiu,a c) A bênção nupcial pode ser dada a cônjuges já casa-
mente ao casamento, podem dar a bênção nupcial solene wu dos há muito tempo. A Igreja deseja que, sendo impossível
qualquer tempo do ano e por conseguinte dizer a missa nii no dia do casamento, seja dada em outra ocasião; mas sem-
pcial; observando as rubricas. (Cf. U. 4, h.) pre os dois cônjuges devem estar presentes a. missa.

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II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 293
292 R e u s, Curso de Liturgia
do Lapa, do bispo, do rei, ação de graças por benefício re-
d) Não é preciso que os dois cônjuges comunguem rc•indo, missa inaugural ou final (d. 3804 ad V) do ano
nesta missa.
lelivo do seminário.
e) Quando se dá a bênção nupcial a muitos cônjuges Causas não suficientes são: uma fundação ou um le-
na mesma missa, nada se muda, nem nas orações nem nas gado, vestição de hábito, profissão (d. 1714 ad 5), missa
cerimônias. (S. R. C. Brunen. 3-3-1936.) neva de sacerdote, jubileu, missa pro sponsis (d. 2582),
f) O celebrante não está obrigado a aplicar a missa 1.
in ngo de irmandade (d. 3922 II. IV). Tem o rito de
pelos nubentes, se não recebe a espórtula costumada. lasse.
g) Se os nubentes já receberam a bênção solene, nau 1112. Note-se, porém, que é sentença comum entre os mo-
se pode dizer a missa nupcial, a qual é inseparável da brin i alistas (p. ex., Suarez, Lugo, Sporer, Laymann, S. Afonso),
cão nupcial. Mas pode-se celebrar a missa do dia ou unia que a qualidade da missa é prescrita sub levi. Por conse-
votiva, se o rito o permitir, a qual, porém, não tem nenlunn ruinte, havendo causa razoável, é lícita qualquer missa vo-
ai privilégio. liv;c, contanto que se evite o escândalo e não se faça a mu-
h) Por indulto decenal (o último é de 30-4-1939) d;i dança por desprêzo da lei. Haveria desprêzo da lei e por-
S. Sé para tôda a América Latina, os vigários e sacerdotem, I, u clo pecado grave, se alguém frequentemente dissesse tais
que assistem legitimamente ao casamento, podem dar a hr^n missas votivas.
ção nupcial em qualquer tempo do ano, sive intra Mis•tirn,,, "Por isso, por costume já autorizado, um neo-sacerdote
'segundo a fórmula do missal, conforme às rubricas, sive e.r que diz a sua missa nova, pode mudar a missa do dia' por
Ira Missam, usando neste caso a fórmula do ritual romano, ucolivo de devoção ou de solenidade; do mesmo modo o sa-
(Appendix. De Matrimonio, n. I. Psalm. 127 etc. A. A. S. 1 i•r dote pode dizer a missa de réquie no dia aniversário da
1929 p. 556.) nwrie do seu pai ou da sua mãe. E assim também em ou-
i) Por especial indulto apostólico e com autorização du i os casos." (Cappello, I n. 830.)
ordinário do lugar no território da província eclesiástica dr Em tais missas podem-se rezar o Glória e o Credo pelo
Pôrto Alegre, i. é, em todo o estado atual do Rio Grande mesmo motivo. Quanto às orações veja - se n. 4.
do Sul, também se pode dar a bênção nupcial segundo ;c
fórmula do missal extra Missam. 613. 2. Dias em que se permitem: A missa votiva solene é
pu•rcnitida todos os dias, exceto (mais ou menos 45 dias) :
j) Se houver além da missa nupcial cantada outra mim a) nos domingos de l. a classe: o primeiro do advento,
sa cantada, devem-se observar, quanto às comemorações, nu os de tôda a quaresma (Paix. Ram.) e o dia da pascoela;
prefácio e ao último evangelho, as regras indica das. (n. 561.) h) nas vigílias privilegiadas de natal e pentecostes;
§ 125. AS MISSAS VOTIVAS SOLENES c) nas férias privilegiadas: quarta-feira de cinza, se-
ncana santa;
611. 1. Condições. Chama-se solene a missa (A. M. II, 3)
d) nos dias de duplex de l. a classe;
celebrada:
e) no dia de finados;
a) por uma causa grave e ao mesmo tempo pi'ibllc ,c, f) nas igrejas onde houver só uma missa, se neste dia
i. é, de importância para uma comunidade ou ao menuu hoover bênção das velas (2 de fev.) ou procissão nos dias
para a sua maior parte; de rogações: 25 de abril e 3 dias antes da ascensão.
b) por ordem ou com consentimento do ordinário do 3. Missa biforme. Nestes dias substitui-se, a missa voti-
lugar, o qual consentimento deve ser pedido para cada ver va pela missa do dia, a cuja primeira oração se ajunta a
c) cantada; oração da missa votiva com uma única conclusão. Fazem-
d) com concurso dos fiéis. se só as comemorações, que teria a missa votiva solene, se
Causas suficientes são os benefícios para nina con u ucl Insse celebrada. Se, p. ex., no primeiro domingo da quares-
dade: a paz, chuva, bom tempo, guerra, epidemia, sai o te

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294 II. Liturgia Especia l. A $. Missa. Cap. II: Rubricas 295
R e u s, Curso de Liturgia

ma se benze solenemente uma capela em honra de S. Lula § 126. MISSA VOTIVA SOLENE DA ORAÇÃO
Gonzaga, a missa votiva deste santo é proibida. Mas a ora- DAS XL HORAS
ção de S. Luís acrescenta-se à oração do domingo com umn 1116. 1. A oração das 40 horas fazia-se no princípio sem
única conclusão e as duas orações do tempo A cunctis e Onr- exposição do SS. Sacramento. Para aumentar a sua eficá-
nipotens se omitem. CIA e solenidade concederam-se vários privilégios. Distin-
Mas até esta missa biforme é proibida: a) em tôdas an L;uem-se duas espécies de oração das XL horas: a) a pri-
festas primárias de Nosso Senhor na Igreja. universal: na meira, com adoração estritamente continua. Segundo a ins-
tal, epifania, páscoa, pentecostes (não o é, porém, na 11 e ('Kilo de Clemente XI, cujas normas são preceptivas para
III feira), ascensão, SS. Trindade, corpo de Deus, S. Cora- Ponta, diretivas fora de Roma, celebra-se por 40 horas con-
cão de Jesus, Cristo Rei; b) nos três últimos dias da seria Ilnuas, sem se interromper de noite; b) a segunda com ado-
na santa; c) no dia de finados; d) no dia, em que ocorrei i,iç io moralmente contínua, interrompida em certas horas.
o ofício de idêntico mistério ou santo. Neste caso as 40 horas inteiras são distribuídas por três
614. 4. Ritual. a) O Glória sempre se diz, ;'exceto quando dias, como Pio X concedeu. (22 de jan. 1914.)
é celebrada com paramentos roxos; 2. Somente a oração das XL horas estritamente Con-
b) O Credo sempre; livas goza do privilégio da missa votiva solene. No pri-
c) Orações: em geral só uma, conforme as rubricas meiro e terceiro dia é permitida (em Roma é prescrita) a
dos duplex de 1. a classe. Portanto deve-se comemorar missa votiva do • SS. Sacramento, no segundo dia a missa
sub
conclusione distinta (A. M. V. 3) : pro pace, a qual se deve celebrar num altar lateral por cau-
1. cada ofício de 2.a classe; si dos paramentos roxos. O bispo pode conceder, eni seu
2. o domingo maior (2.a classe); Iugar, outra missa votiva solene. Estas missas seguem as
3. cada festa do Senhor, que não fôr de l. a ou 2.a elas= imir r as gerais das missas votivas solenes. (n. 611.)
se, p. ex., exaltação da s. cruz (duplo maior); 1117. 3. Esta missa é proibida portanto: num domingo de
4.. cada dominica minor, mesmo a antecipada, porém
I," classe, num duplex de 1. a classe, nas vigílias de natal e
não a missa que foi adiada; pentecostes, nas férias privilegiadas,, no dia de finados. (A.
5. a vigília privilegiada da epifania; M. I, 3.) Neste caso canta-se a missa biforme, a missa do
6. a oitava privilegiada; din com comemoração do SS. Sacramento com uma única
7. a feria maior (advento, quaresma, etc.); inclusão, prefácio do natal, se a missa do dia não tem
8. os dias das rogações maiores e menores; Ini',Iario, último evangelho do SS. Sacramento, a não ser que
9. a imperada de venerabili sub distincta conclusione,
r deva ler o do domingo, duma féria ou vigília. Se, porém,
se houver exposição do SS. Sacramento;
10. a imperada, se fôr pro re gravi, p. ex., anidersitrio morrer urna festa ou a comemoração de mistério idêntico
(Corpo de Deus, S. Cor. J., paixão, cruz, s. sangue), canta-
da eleição ou consagração do bispo. r„• en, lugar da missa votiva do SS. Sacramento a missa cor-
Não é comemorado o ofício de um santo dé rito inferior i espondente ao oficio ou à comemoração sem mencionar o
a 2. a classe que em tal dia ocorre.
SS. Sacramento.
615. d) O prefácio .é ou próprio ou do ofício comemorado 4. No dia de finados a missa da exposição canta-se
ou da oitava ou do tempo (p. ex., pascal) ou o comniii. 0 delu,is da missa de réquie e a da reposição antes do réquie.
• Communicantes se diz nas oitavas respectivas, embora u (c, 4351.)
prefácio seja diferente. Nas missas privadas durante esta exposição diz-se a
e) O último . evangelho, cf. n. 586. conforme
Imperada de venerabili sub distincta conclusione
f) O canto é em tom festivo na missa votiva solene, na :e, rubricas. No dia de finados .tôdas são de réquie e com
missa votiva privada, p. ex., pro sponsis, in tono fericrli. I,.Iiruucutos roxos, por causa da exposição. (d. 4331.)

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296 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I•I: Rubricas 297

A oração piana de XL horas tem indulgência plenária I. A missa votiva de Jesus Cristo Sumo Sacerdote pode
o privilégio do altar para tôdas as missas como a clemcu per celebrada como missa votiva privada, nos dias ene que
tina, mas não tem missa votiva solene. Cumpram-se as iu:: 1h) permitir missas votivas privadas.
truções que houver do ordinário. missa
2. Mas pode ser celebrada uma vez por mês como
votiva solene (d. 2 jan. 1937), sob as condições seguintes:
§ 127. A MISSA VOTIVA NOS CONGRESSOS
a) na primeira quinta-feira ou, com aprovação do bispo,
EUCARISTICOS no primeiro sábado do mês. E' o "dia dos sacerdotes." (Dies
618. Não só os congressos eucarísticos internacionais, ma' oeerdotalis. S. Paenit. 12-4-1939. Eph. Lit. 1937. I. P. 69.)
também os regionais, diocesanos, paroquiais (7-3-1924) têm ',cm privilégio especial, concedido até agora somente aos
os seguintes privilégios: bli lios da Alemanha, esta missa votiva solene não se pode
1. Durante êste congresso, num dia assinalado ou apro- dllxcr no sábado depois da primeira sexta-feira do mês, se
vado pelo ordinário do lugar, pode-se cantar missa solene OsIe [Or o segundo sábado. (d. 8. Jan. 1937; Eph. Lit. 1937
do SS. Sacramento (veja-se o n. 616), com bênção papal, p ii4.)
a qual, porém, não é concedida nos paroquiais ou de vica- b) exercícios especiais de piedade pela -santificação do
riato forâneo. rire) com aprovação do ordinário respectivo;
2. Todos os sacerdotes, que tomam parte no congresso,
c) êstes exercícios devem-se fazer de manhã;
podem dizer a missa votiva do SS. Sacramento at pro re
gravi, durante êste congresso e no lugar onde se realiza, cota- d) e que a missa seja uma só, cantada ou rezada.
forme às rubricas. 020. Está missa é proibida:
3. Se durante o congresso há exposição e adoração no- a) nos dias de duplex de l. a e 2. a classe;
turna, pode-se rezar missa à meia-noite e distribuir a s. co• • b) em qualquer vigília, festa e oitava do Senhor, mas
munhão. Acabada esta missa ou passada uma hora depois IIAo durante a oitava da dedicação da Igreja (Line. S. C. R.
de meia-noite, os sacerdotes presentes à adoração podem 18-2-37) ;
celebrar a missa. Mas além disso o C. B. n. 201 § 2 pros c) no dia de finados;
creve: "Com licença escrita do ordinário do lugar se pode d) quando urge a missa conventual ou paroquial;
dizer a missa à meia-noite nos congressos eucarísticos e ou•• e) nos dias 2, 3 e 4 de janeiro deve-se dizer a missa
tras solenidades extraordinárias, sob as condições prescritas."
4. Durante esta adoração noturna todos os clérigos l' n er natas, da oitava de natal.
3. Missa biforme. Quando esta missa é impedida por
obrigados ao ofício divino e todos os religiosos podem reci-
tar o ofício do SS. Sacramento em lugar do seu of •lo d,rlrlex de 1.a ou 2. a classe, pode-se dizer em seu lugar a
nii'+sa do dia com comemoração da missa votiva com uma
próprio. iliiic'a conclusão. Essa comemoração está proibida nas fes-
5. Os ordinários podem, se houverem por hem, conceder Ins de Nosso Senhor e suas oitavas.
a faculdade de binar, mesmo nos dias da semana, aos sa- 4. Ritual. Valem as regras da missa votiva solene. Esta
cerdotes, que devem substituir a sacerdotes ausentes.
nii'itin tern Glória e Credo e tem as comemorações, obriga-
h)i ias na missa votiva solene, prefácio, último evangelho
§ 128. A MISSA VOTIVA DE JESUS CRISTO ouforme às rubricas (n. 611). Podem-se omitir as 3 Ave-
SUMO E ETERNO SACERDOTE Mn his na missa festiva ou biforme. (Eph. Lit. 1939, p. 29-
619. Para promover o pio exercício de rezar pela santifi- 1;1.) Ctir branca.
cação do clero, Pio XI (20 dec. 1935 e 11 mart.; 25 nov,
1936) concedeu um privilégio especial.

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II: Rubricas 299
298 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.

129. A MISSA VOTIVA SOLENE Glória, Credo e uma oração. Não tem co-
Ii23. 4. Ritual.
DO S. CORAÇÃO DE JESUS un cmoração do ofício do dia, se não fôr de 2." classe ou
621. Privilégio universal. Para promover os exercícios de tf r
ia maior (advento, quaresma A. M. IV, 3), nem impera-
pro re gravi, mas sempre das prescritas para as
piedade na primeira sexta-feira do mês em honra do Sagra- di;i, senão
do Coração de Jesus, Leão XIII concedeu (d. 3712), para i u issas solenes (n. 614) . 0 mesmo vale das missas supra
Co-
tôdas as igrejas e oratórios, uma missa votiva solene cantada rnrnneradas, que substituem a missa votiva solene do S.
ou mesmo rezada. A missa Cogitationes é prescrita. (adhi- ação de Jesus. Diz-se o último evangelho próprio, se hou-
beri iussit. Pio XI 20-1-1929.) ver (n. 585). Na missa do S. Coração de Jesus omite-se a
1. Condições: a) Só na primeira sexta-feira; noutro dia imperada do SS. Sacramento por ser mistério idêntico. (d.
não é permitida; 3924.)
Os sócios do Fcedus sanctitatis
b) aprovação do ordinário do . lugar; 5. Privilégio pessoal.
c) exercícios especiais de piedade em honra do divino sacerdotalis (Centro: Seminário de S. Leopoldo) têm o pri-
S. Coração de Je-
vilégio pessoal da missa votiva solene do
Coração, p. ex., ladainha do S. Coração de Jesus, ato de re
paração, etc. wus e podem dizê-la em qualquer parte sem outras condições,
d) êstes exercícios devem fazer-se de manhã; unas servatis rubricis.
e) e que a missa seja uma só. 6. Depois da missa votiva solene do S. Coração de Je-
2. Nunca se pode dizer no dia de finados. (A. M. I1, 3.) sus ou de qualquer outra, que se diga em seu lugar ou com
3. Nos duplex de 1.a classe, e na oitava de pentecostes a sua comemoração, podem-se omitir as preces prescritas
é proibida. Neste caso celebra-se a missa biforme. Celebra- por Leão XIII. concedido a uma corporação
se a missa do dia e acrescenta-se, se não fôr festa de Nosso 7. Privilégio particular
Senhor, a oração da missa votiva com uma única conclusão, (ordem religiosa) sem obrigação a exercícios de piedade.
A missa da primeira sexta-feira é permitida só nas igre-
reza-se o prefácio do S. Coração de Jesus, se a festa não
tiver próprio, e diz-se no fim o evangelho da missa votiva. jas e oratórios próprios; tem Glória e Credo. Não é per-
Nos-
nilida nas festas de primeira e segunda classe; nas de
622. 4. E' proibida a missa votiva nas festas de Jesus Cris-
.0 Senhor; nas férias, vigílias e oitavas privilegiadas; no
to Nosso Senhor: circuncisão e oitava, se tiver, vigília d:( ,
servatis de cetero
epifania, 2 de fevereiro (Apresentação de Jesus, d. 4093 :ad dia de finados e no tempo da quaresma,
3), invenção da s. cruz, corpo de Deus, transfiguração e oi rubricis. Por conseguinte esta missa é missa votiva privada,
duplex, sem o
coin as comemorações prescritas para o rito
tava, se tiver. Diz-se sem comemorar o S. Coração de Jesus privilégio de ser substituida nos dias proibidos pela missa
a missa do dia, que tem os privilégios da missa votiva so- do ofício e sem o direito de se omitir as três Ave-Marias.
lene. Durante a oitava da dedicação da Igreja a missa do
S. Coração é permitida. Pois dedicatio ecclesice é festa § 130. A MISSA VOTIVA NA BÊNÇÃO SOLENE
Senhor, mas não de Cristo Nosso Senhor. DE ORATÓRIO PÚBLICO
5. Na sexta-feira depois da oitava da ascensão (d.
4366) diz-se a missa do dia, que é a missa do domingo du - 1. A benção dá-se com autorização do ordinário do
624.
lugar (cân. 1157), segundo o ritual romano. (Tit. VIII
rante a oitava da ascensão, quer seja rezado o ofício da l(
ria, quer seja só comemorado. Não há comemoração do S. cap. 27.)
2. Terminada a bênção, diz-se a missa votiva solene (d. 3605
Coração nem outra qualquer, se não fôr de festa de 2.a claa- H) do mistério ou do santo, em cuja honra foi' benzida, con-
se ou de outras prescritas nas missas votivas solenes (n. 614), adrrue às regras das missas solenes (n. 611): sem comemoração do
lu
6. Nos dias 2, 3, 4 de janeiro diz-se a missa Puer na- oilcio, se não fôr de 2.a classe ou domingo ou féria maior, sem im-
Se o ofício impedir a missa so
tus est. (30 dec.) Se, porém, houver oitava da circuncisão perada, se não fôr pro re gravi.
!cue, diz-se a missa do dia com comemoração do titular
sub una
(p. ex., em Cuiabá), diz-se a missa da oitava. (d. 4386 ad 2.) onelusione; o mais, conforme às rubricas.

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300 R e u s, Curso de Liturgia
A S. Missa. Cap. II: Rubricas 301
II. Liturgia Especial.
3. Deve-se redigir urna certidão em duas vias da bênção dada;
uma manda-se à cúria episcopal, a outra fica no arquivo do ora- tem tôdas as comemorações ocorren-
tório. (Cân. 1158.) 2. A missa rezada e sem
Irs, mas sem as orações do tempo (p. ex., A cunctis)
§ 131. A MISSA VOTIVA NO DIA DAS MISSÕES imperada, se não fôr pro re gravi.
E NOS CONGRESSOS MISSIONÁRIOS 3. 0 prefácio segue as regras gerais se (n. 580) e os de-
reza ou
625. I. 0 dia das missões. 1. 0 Papa Pio XI, para pro- elos. Se fora da missa da so lenida Bartolomeuá a ti
unta missa do ofício do dia, p. ded São
mover entre o clero o espírito missionário, concedeu (22 missa cantada do beato ou santo se toma o prefácio comum.
mart. 1922, d. 4379) que todos os sacerdotes, uma vez por
ano, pudessem dizer a missa votiva pela propagação da ré 1127. III. E' proibida a missa cantada nas festas e nos do-
classe, e nas férias, vigílias e oitavas privile-
em dia marcado pelo ordinário do lugar para tôda a dio- mingos de 1. a
411 1, cese, em tôdas as igrejas e oratórios, mesmo nos privados. giadas, que excluem êstes ofícios de l.a classe.
Estes dias são: 0 1.° domingo do advento, todos os dom. da
Contudo a missa não está prescrita. quaresma e o dom. de pascoela, as festas de 1." classe, a quarta-
2. Ritual. Tem côr roxa, Credo, mas não tem Glória. Deveni- leira de cinzas, e todos os dias da semana santa, as vigílias do
se rezar as comemorações, que se dizem nos dias de duplex maior . natal e de pentecostes, o dia de finados, as oitavas da páscoa e
Omitem-se as orações do tempo. de pentecostes e os oitavos dias da epifania e do corpo de Deus.
nas festas e nos domingos de
3. Missa biforme. Se ocorrer domingo maior, duplex de l." ou 2. E' proibida
classe
a missa rezada
e nas férias, vigílias e oitavas que não admitem festas
2." classe, a oitava de 1." ou 2.° ordem, féria e vigília privilegiadas, dias são: a vigília da epifania e as oitavas da
a missa votiva é proibida, mas pode-se ajuntar a sua oração à ora rle 2. classe. Estes
0

ção da missa com uma única conclusão. *pifania e do corpo deNestes Deus.dias impedidos dizem-se as missas do
Missa biforme:
3. dêstes
Esta comemoração não é permitida nem no dia de finados, flcio dias com a oração do bem-aventurado ou santo com
nem nas festas primárias de. Nosso Senhor para a Igreja universa l,
II. Congresso missionário. Um decreto da S. R. C. de 14 de tuia conclusão. se ocorrer uma
4. E mesmo esta comemoração se deve omitir,
classe de Nosso Senhor, exceto a segunda
abr. de 1926 n. 5 permite, que por ocasião de festas missionárias lesta primária de 1. 0

e congressos missionários se possa celebrar a missa votiva solene I: a terça-feira da páscoa e de pentecostes.
pela propagação da fé, mesmo nos dias de rito duplex maior e noa não se pode omitir.
domingos menores. IV. A missa conventual
6211. V. Embora sejam impedidas tôdas as missas ou só as missas
Ritual: Côr roxa, Credo, sem Glória; omitem-se as orações do ou santo se podem can-
tempo e as comemorações. O domingo, porém, será comemorado; eiadas, contudo as 2.as vésperas do beato
solenemente sem comemoração alguma. Porém os clérigos, que
neste caso o prefácio é o do domingo, se não fôr o comum; o Ul- lar com isso ao seu dever de
rumsislem a estas vésperas, não satisfazem
timo evangelho é o do domingo, se houver, conforme as rubricar,
rrcilar o ofício. com consentimento do ordi-
11211. VI. Outras funções eclesiásticas,
são permitidas, p. ex., sermão na
§ 132. MISSA VOTIVA NA SOLENIDAI1 E nário (de Ordinarii consenso)
trtissa ou de tarde, orações em honra do santo ou beato, mormente
DA BEATIFICAÇÃO OU CANONIZAÇÃO n hõnção do SS. Sacramento. No último dia da solenidade
não pode
Benedicamus Patrem... Be-
626. I. A solenidade pode durar 3 ou 8 dias e se pode ce- jrrllar o "Te Deum" com os versículos e a oração
trrdiclus es... Domine exaudi... Dominus vobiscum
lebrar no decurso de um ano a partir do dia da beatifi c liras, ettius misericordice...
com a sua conclusão própria, antes
ou canonização. e a oração do SS. Sacramento.
do Tantr m ergo indulgência plenária. Condições: con-
2. Tôdas as missas são do novo beato ou santo, cuitl VII. Pode-se ganhar uma
comunhão, visita à igreja, em que se celebra a solenidade e
I inrüo,
Glória, Credo e último evangelho de S. João, se não houver nrnçi;es na intenção do papa. (d. 4394.)
evangelho próprio. (n. 585.)
§ 133. MISSA VOTIVA CIECUTIENTIS
II. A missa cantada tem só uma oração, se fora dela
houver outra missa do ofício do dia, cantada ou rezada. Se 1. Observações preliminares
não houver missa do dia, a missa do novo beato ou santo 1130, 1. Se o sacerdote (d. 4363; Rit. Rom. Appendix S. R.
tem as comemorações que se fazem nas festas de rito de C. 25-11-1936) ou só por algum tempo ou para sempre so-
1.3 classe. (n. 614.) h(' da vista, de tal maneira que só possa ler tipos muito pre-
tos, pode obter da Santa Sé ou do seu bispo autorizado, a

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302 R e ti s, Curso de Liturgia 303
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

dispensa para dizer a missa de Nossa Senhora ou a missa Não se dizem, p. ex., se há duplex, comemoração de um
quotidiana de réquie. duplex simplificado, rito de uma só oração como no domin-
2. As condições prescritas no indulto obrigam em cons- ro dos ramos. Quando há só uma oração pro diversitate
ciência.
lenrporum como no tempo da paixão ou durante as oitavas
3. Se no privilégio se diz: "contanto que o celebrante cia páscoa e de pentecostes só se diz a do Espírito Santo.
não seja inteiramente cego", caso se torne completamente
b) três nos outros casos, a saber a 2. a do Espírito San-
cego, deve abster-se de celebrar até novo indulto. Obtido
to; a 3.a pela Igreja ou pelo papa.
êste, o sacerdote cego está obrigado sob pecado grave (sub
gravi,tenetur) a servir-se da assistência de outro sacerdote, Se, p. ex., no 2.° dom. post Epiph. se devem comemorar
embora esta obrigação não tenha sido expressamente apos duas festas de rito simplex, na missa se devem rezar a do
ta no indulto. Fspirito Santo e pela Igreja ou papa, porque o rito do do-
2. Regras para a missa votiva de Nossa Senhora: mingo é semiduplex e as festas de rito simplex não exclue
m.
A. Que missa se deve dizer? por sua natureza as orações do tempo.
1. à quinta, durante todo o ano, sempre de côr branca
(1936; d. 3146 ad 2) ; 033. 3. O Credo:
2. as quatro precedentes são-lhe permitidas, se as pu- a) se a missa do dia o tem;
der ler. b) no jubileu da própria ordenação sacerdotal.
631. B. Quando deve dizer a missa de Nossa Senhora? 4. No prefácio diz-se et te in veneratione, mas nas fes-
1. Pode dizê-la durante todo o ano; tas e durante as oitavas, mesmo de rito simplex, toma-se o
2. Deve dizê-la nos dias em que as missas quotidia- prefácio da festa (in festivitate, Assumptione, etc.)
nas dos defuntos estão proibidas. Quando as missas dou 5. 0 último evangelho é sempre o de São João.
defuntos se permitem, pode dizer uma ou outra. 6. Nos oratórios privados o indultário segue o seu pró-
3. Nos três últimos dias da semana santa deixará cone prio calendário; o mesmo vale para a missa dos defuntos.
pletamente de celebrar.
4. Em o natal pode dizer três missas. Rubricas sôbre a missa dos defuntos.
632. C. Que ritual se deve observar? 1. Em lugar da missa de Nossa Senhora o indultário
I. Se a missa de Nossa Senhora se celebrar como votiva Iode rezar ou cantar a missa quotidiana dos defuntos, se o
solene pro re grava et publica simul causa, o indultário diz ;cic'ndário a permite.
sempre só uma oração, Glória, Credo, prefácio no tom so- 2. No dia de finados pode dizer três missas, sempre
lene, dte Missa est, e evangelho de S. João, embora outro^%
, com a mesma oração Fidelium. Quanto ao estipêndio deve
celebrantes tenham mais orações. observar as prescrições de Bento XV.
II. Em todos os outros casos deve dizer:
034. 3. Diz-se uma só oração tôdas as vêzes que a missa
1. 0 Glória a) se o calendário tem Glória; ciuulidiana se reza ou canta em lugar de uma de defuntos
b) no jubileu da própria ordenação sacerdotal;
c) dentro das oitavas, mesmo nas de rito simplex cise runs uma só oração; do contrário, ao menos três. A pri-
Nossa Senhora; nccïri e a segunda podem variar conforme à intenção e apli
d) no sábado. c ,içi n da missa.
Dies irai.
2. Orações: 4. Nunca está obrigado a dizer a sequência
a) a 2. a e a 3. a não se dizem, quando as orações pro Mas, se a missa fôr cantada, o côro não pode omiti-la, em-
diversitate temporum são excluídas pelo rito da missa nc;cr Nu a o indultário a não leia.
cada no calendário da igreja, em que se diz ' a missa.

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305
304 II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas
R e u s, Curso de Liturgia

I)) tôdas as comemorações ocorrentes são obrigatórias,


§' 134. A SOLENIDADE UNIVERSAL EXTERIOR
I.urrto o dia infra octavam communem. As comemorações do
CONSERVADA NO DOMINGO
nil;lvo dia simplex e de uma festa simplex omitem-se na mis-
635. Antes das mudanças introduzidas pelo decreto de 28 cantada. As mesmas prescrições valem para a festa do
de outubro de 1913, algumas festas costumavam-se cele- rosário.
brar no domingo, de sorte que alguns domingos receberam Se, p. ex., a festa exterior de Nossa Senhora das Dores.
o nome das festas nêles celebradas. Para satisfazer à de -
(ulligamente no 3.° domingo de set.) é transferida para
i, doming o 19 de set., a 2. a or. é do domingo, a 3."
voção do povo cristão, foi concedido que certas festas fixa- or. de
das em dias da semana pudessem ter a solenidade exterior Januário, o último evangelho do domingo.
no domingo seguinte. (A. M. IV, 1; d. 4372 ad 8. 9; (I .
3. Missa biforme. E' proibida a trasladação da soleni-
4308, I, 2.) A solenidade exterior exige ao menos a missa
d a de exterior de festas de 1." e 2. a classe para um domingo
cantada. (Eph. Lit. 1929, p. 112.) l. a
nl+Iior ou para um domingo ocupado por uma festa de
A solenidade exterior supõe essencialmente a missa cantada pelo I'. rl,i ;sc. Neste caso a oração da solenidade exterior ajunta-se
Isto exige a) essência da missa solene (Rubr. gen. 16, 3); b) o con
ceito de solenidade litúrgica que nos livros litúrgicos nunca designa né
a pompa extra-litúrgica, sem a missa; c) os decretos que sempre falei A primeira oração do dia com uma única conclusão. Mas
da missa com canto do C especialmente, d. 2915, ad 2-3735, ad 1-D IV.
p. 464: "a missa das solenidades transferidas necessariamente deve ser 1 . 1111 nrnl mesmo esta comemoração se permite, se no domingo
tada". Eph. lit. 1929, p. 111-114: "A missa solene ou o ato litúrgico (h) ocorrer festa primária da Igreja universal, p. ex., festa da
dia constitui em sentido litúrgico a solenidade na sua totalidade, H■n
respeito à pompa ou ao aparato exterior."
Sendo a trasladação sem missa cantada pelo C inválida, por falta (In
'Trindade.
realização da condição essencial, as indulgências anexas a ela não e' Se, p. ex., a festa da Madre de Deus, titular da cate-
ganham (cân. 922) nem é lícito rezar a missa da festa transferida.
li ii de Pôrto Alegre, fixada para o sábado antes do pri-
1. Duplex de 1.a classe. Se a solenidade exterior de linl meiro domingo de maio, cair no sábado da páscoa, a festa
duplex de l.a classe é transferida para o domingo seguia
Ir; n isferida para a semana seguinte. A solenidade exterior,
te, p. ex., a festa do patrocínio de S. José, a festa da Ma apc.;:ir da trasladação da festa, poderia ser celebrada no
dre de Deus na diocese de Pôrto Alegre: domingo. Mas neste caso é impedida pelo domingo maior
a) tôdas as missas cantadas e rezadas podem (mas nii,,
in ulbis. A missa por conseguinte é do domingo com come-
devem) ser da festa. O mesmo vale da festa do ss. rosário nioração da solenidade exterior com uma única conclusão
(cf. infra), embora seja duplex de 2. a classe, cuja solem
,i as comemorações permitidas pela missa votiva solene (n.
dade exterior sempre se deve celebrar no primeiro donlinl;o
de outubro; (1 14 ), Ultimo evangelho de beata.
b) as comemorações, o prefácio, o último evangelho 135. A MISSA VOTIVA DA SOLENIDADE
seguem as regras estabelecidas para as missas votivas so- PARTICULAR EXTERIOR TRASLADADA
lenes (n. 614). Segundo estas regras não é comemoradt/, PARA O DOMINGO
ofício de um santo de rito inferior a 2. a classe, que deveria
ser comemorado, se a solenidade, sem ser transferida, ocor- 037. 1. Solenidade particular em oposição à universal de-
resse no próprio domingo. (d. 4372 ad 9.) all;na a festa de uma parte da Igreja. (A. M. IV, 3.) São
pi Ivilcgiadas as festas: 1. do patrono principal de um lu-
Se, porém, a solenidade exterior se celebra no dia da
semana, não pode ser festejada outra vez no domingo se- I;.I r, de uni país, de um instituto; 2. do titular da própria
guinte. il'.I via (SS. Sacramento, Menino Deus, um santo, etc.); 3.
d,I dedicação da própria Igreja (no Brasil "1.° junho); 4.
636. 2. Duplex de 2. 4 classe. Se a solenidade exte
ri or (l , do titular de uma ordem ou congregação (p. ex., Nossa Se-
um duplex de 2." classe é transferida para o domingo
,guinte:
ye- uh m a do Carmo para os carmelitas); 5. do santo fundador
( S 'Teresa para as carmelitas).
a) é permitida uma só missa, cantada ou rezada;
I'ur no lift 11turgia - 20

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306 R e u s, Curso de Liturgia Cap. II: Rubricas 307
II. Liturgia Especial. A S. Missa.

Nas igrejas, oratórios públicos e semipúblicos, em (III 6111. 6. Um privilégio semelhante tem a festa de S. Luís Gonzaga
a solenidade exterior destas festas é transferida para o do. (,'l dc jun.).
mingo dentro da oitava, pode haver duas missas da solem. a) O dia da solenidade exterior pode ser designado para cada
Il¿rej;, ou oratório (d. 3918) pelo ordinário do lugar.
dade transferida, uma cantada, a outra rezada. Esta solei¡. E' proibida a solenidade nas festas de 1." classe e nos do-
b)
dade exterior não pode ser antecipada nem transferida pau uringos de La classe. Só missas cantadas se permitem nos dias de
de 2a classe, nos domingos de 2.' classe, nas férias, vigílias
um domingo fora da oitava desta festa. rhrllex
pilavas privilegiadas. Nos outros dias permitem-se também mis-
O aniversário da dedicação da igreja catedral deve-HP 441114 rezadas. Tôdas as missas podem ser de S. Luís, exceto a missa
celebrar em tôda a diocese no próprio dia do aniversário paru loja! e a conventual. Mas, nestes dois casos, como também nos.
Alou proibidos, a missa será biforme: a oração de S. Luis ajunta-se
da dedicação. (S. R. C. 21-2-40.) ,,ração do dia com uma única conclusão. -
2. Ritual. E' comemorado o domingo, o duplex dc 2," e) Se a festa de S. Luís no calendário fôr de 2:' classe, omi-
simplex
classe, a oitava e a vigília privilegiada, as rogações, tanl 11 n+ se as comemorações de oitava comum, de oitavo dia
de festa simplex e a imperada comum. tem-
bém do dia 25 de abril, a imperada pro re gravi. Se a festa fôr de rito duplex, omitem-se só as orações do
3. Missa biforme. A trasladação é proibida, se o domin po O último evangelho é do domingo, .se por acaso houver. (Ver
go fôr maior, ou ocorrer um duplex de L a classe, o dia 2 u12.)
de fevereiro ou 25 de abril, havendo só uma missa, e con-
§ 136. A MISSA VOTIVA EM LUGAR DA FESTA
tudo as funções dêstes dias. Neste caso nas duas missas per- IMPEDIDA
mitidas ajunta-se a oração da festa trasladada à primcirn
oração do dia com uma única conclusão. n 1 I. As vêzes acontece que a festa do patrono principal
Até mesmo esta comemoração está proibida, se ocorrei (H.
635), do titular, da dedicação da própria Igreja, do ti
uma festa primária do Senhor celebrada na Igreja universal. lidar ou santo fundador de uma ordem ou congregação é
iurpedida acidentalmente. Para satisfazer à piedade dos fiéis
638. 4. A categoria destas festas pertencem, no Brasil;
Nossa Senhora Aparecida (7 de set.), Santa Rosa (30 dc no dia próprio, permite-se uma missa cantada da festa im-
u'dida conforme às regras para as missas votivas solenes,
ag.), São Pedro de Alcântara (19 de out.), Nossa Seula^^rr1 lr. ex., nas oitavas de páscoa e pentecostes.
de Guadalupe (12 de dez.). Se, p. ex., a festa de Nossa Sc a festa de São Francisco de Paula (2 de abril), titular da
Senhora Aparecida cair num dia da semana, a trasladação
,itr v lr,rl, ocorrer
Irruu{ferida
na quinta-feira da oitava da páscoa, a festa é
para a semana seguinte; contudo pode-se cantar missa
é possível para o domingo seguinte. As orações são: 1. Ap;i
recida; 2. Dom.; 3. Imperada pro re gravi, se houver. A.+ nulrne da festa corn comemoração e último evangelho dêste dia.
',r n festa ocorrer na segunda-feira da semana santa, a missa votiva
festas de rito duplex omitem-se: o prefácio é de Nossa Sr
pi ()Hilda. Mas pode-se ajuntar a oração do santo à oração do dia
co-
nhora, o último evangelho do domingo. Se neste donrin;,n uur lima única conclusão. Não tem Glória, nem Credo, nem
cair a festa da natividade de Maria Santissima, a missa rl.i ação alguma. (A. M. IV, 1.)
Aparecida é proibida, sendo substituída pela missa da nau § 137. A MISSA VOTIVA DE UMA FESTA
vidade de Nossa Senhora com as orações acima in d' a(IrlN, EXTRAORDINARIAMENTE CONCORRIDA
639. 5. Um privilégio especial tem a solenidade exterior do s
S. ('n
ração de Jesus, trasladada com licença do ordinário do lugar 6'12. 1. Além das cinco festas particulares p
o domingo seguinte ou qualquer dia do ano. Tôdas as missas pu vrles outras festas (A. M. IV, 2), que celebram
enes, com
dem ser celebradas do S. Coração. Devem-se comemorar: o do
mingo, um duplex de 2.' classe, imperada I I atole concurso de povo. E' condição para a missa votiva
;
pro re gravi. O ríllìinu (d. 2769, VIII, 4.) Ao ordinário
evangelho é do domingo. r rrnrursrrs extraordinarius.
Se ocorrer neste domingo um duplex de l.a classe, acrescenln lugar compete, se fôr preciso, julgar se o concurso de
se à oração do dia a comemoração do S. Coração de Jesus cum
uma única conclusão; a 2.' oração é do domingo e dêle o i'ill innr Imo dos anos anteriores corresponde à exigência da rubrica.
evangelho. (d. 3960; 4384 ad 1.) Se a solenidade exterior fôr I r u ir) 'Prata-se: a) de festa, que por ocorrência acidental deve ser
ferida para outro dia, aplicam-se as regras da missa votiva sulenr . I+rnmlrrida, comemorada ou omitida; b) de um mistério, de um
(n. 614.) urrrrlr, nu beato, que naquele dia é mencionado no martirológio ou
rui

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308 R e u s, Curso de Liturgia II: Rubricas 309'
11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.
no apêndice aprovado para a respectiva igreja; c) o rito desl;n
§ 140. MISSA DA FESTA OU DA F1RIA
festas pode ser de l.a ou 2.a classe, duplex, semiduplex e simplex,
mesmo se não se rezar o oficio dêles. À LIVRE ESCOLHA
3. Ritual. Tal missa se diz com as comemorações ocorrenl( 4 1145. 1. Para que as missas, p. ex., da quaresma, tão anti-
permitidas pelo duplex de l.a ou 2.a classe, se no calendário tens
este rito; se não, com rito duplex e tôdas as comemorações ocorren- I,c, piedosas e belas não fôssem prejudicadas pelas festas, ,
tes. Tôdas estas missas têm Glória e Credo. l ereheram um privilégio especial. (A. M. I n. 1. 3. 6.)
4. Só é permitida missa cantada, nos dias que não excluem Em tôdas as férias da quaresma até domingo de ra-
as missas votivas solenes. (n. 611.)
'nos exclusive, nas férias das quatro têmporas fora da oita-
va de pentecostes, nas vigílias comuns, na segunda-feira
§ 138. AS MISSAS VOTIVAS DE FESTAS d;r; rogações, por conseguinte nas férias maiores com missa
SIMPLIFICADAS pode-se dizer
própria e nos dias infra octavam communem,
643. 1. Se, por causa da ocorrência de duas festas, unl;1 teu
cantar a missa da festa ou da féria ou da vigília. Se
é simplificada para sempre ou acidentalmente, pode-se (li nela féria e uma vigília ocorrerem no mesmo dia, o cele-
zer ou cantar a missa da festa impedida com comemoraçro Irr:lnte pode escolher ou a missa da féria ou a da vigília,
da missa do dia e das outras orações ocorrentes; Glãri;l
,
11u a da festa.
e Credo, se tiver. Por ser contrário às novas rubricas (VI, 4 e 6) de 1920 e ao d. de
que as aprova contrariis quibuscumque non obstantibus, está
18 7-1920
slu•o1çada a licença concedida pelo d. de 12-6-1912 de dizer a oração pelos
2. Esta missa é proibida, se ocorrer um duplex de I. deluntos nas missas das férias maiores com comemoração de festa duplex.
'e 2. a classe, um domingo, ainda mesmo que seja antecipado, Moll. Lit. 1933, p. 387 e outros: cân. 22.)
uma oitava privilegiada de 1. a ou 2. a ordem, um oitavo di;l 2. São proibidas as missas da féria e da vigília, se ocor-
classe ou um dia dentro da
de 3.a ordem, uma féria ou vigília privilegiada. (A. M. IV, 4.) 1i•r uni duplex de 1.a ou 2. a
oitava da epifania ou do corpo de Deus.
Ocorre, p. ex., no dia 15 de julho, a festa dos 40 Már-
tires do Brasil com a festa simplificada de S. Henrique. Po- 3. Ritual. As missas da féria e da vigília são de rito
de-se dizer ou cantar a missa de S. Henrique (semiduplex) Nimplex sem Glória nem Credo, mesmo se a festa come-
morada tiver Credo. O prefácio é do tempo respectivo e
com a comemoração dos bem-aventurados Mártires; omite-st uco da festa, se ela tiver próprio. Nas missas feriais do ad-
a 3. a oração do tempo. nunca se diz o
vento, em que há comemoração de beata,
§ 139. AS MISSAS DE FESTAS MENCIONADAS prefácio de beata.
NO OFICIO OU MARTIROLÓGIO 1146. 4. Missa adiada. A missa do domingo não se omite
1.lrilnlente. Impedida no domingo por uma festa de rito mais
644. 1. Podem-se também dizer ou cantar (A. M. IV, 5)
;1110, é adiada para o primeiro dia, em que se diz o ofício
com rito festivo missas privadas de qualquer ofício come-
■1;1 féria (de ea) que não tem missa própria.
morado em landes, ou de um mistério, santo, bem-aventa- Se não ocorrer tal dia, a missa do domingo é adiada
/
rado mencionado naquele dia no martirológio ou no apé rt^ pára os dias e na ordem seguinte: 1. Festa simplex; 2. Nos-
dice aprovado para a respectiva igreja. Senhora no sábado; 3. oitavo dia simplex; 4. primeiro
2. São proibidas, se ocorrer um duplex, neste caso goza do mesmo
um domingo, aiudn dia infra octavam communem;
mesmo que seja antecipado ou a missa adiada do domingo impe-
pr ivilégio que o próprio domingo, portanto não admite ter-
dido, urna féria da quaresma, das quatro têmporas, da segunda-feirrt eira oração do tempo (Brunen. 3. 3. 36. IX Eph. Lit.
das rogações, uma oitava privilegiada, uma vigília qualquer. (
3. Ritual. Não ,6 preciso o concurso do povo. Tem o rito (in )37,
P)37, p. 131) ; 5. primeiro dia dentro de unia oitava privi-
uma festa simplex com Glória e tôdas as comemorações ocorren- Irl:;inda na Igreja universal, contanto que seja o domingo
tes, mas nunca Credo. durante a mesma oitava. Neste dia as missas pri-
ornrrente
v:id;1s podem-se dizer ou cantar do ofício do dia com a
comemoração do domingo, ou do domingo com a comemora-

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310 R e u s, Curso de Liturgia II: Rubricas 311
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.

cão do ofício do dia, ajuntando-se sempre as comemorações e oratórios públicos e semipúblicos principais, p. ex., dos
ocorrentes. A missa votiva rezada e a de réquie são proi- Hospitais, seminários, colégios, cárceres, comunidades reli-
bidas. glosas, instituições pias. Num seminário dirigido por reli-
647. Esta missa que foi adiada 1. tem Glória em dois ca- giosos, há dois oratórios principais: um dos seminaristas,
sos: a) se ocorrer no tempo pascal; b) se a missa do do- o outro dos religiosos; c) numa igreja ou oratório público
mingo depois da epifania deve ser rezada fora da oitava, no ui semipúblico entregue pelo bispo a uma ordem religiosa,
dia 19 de janeiro, e a missa do domingo depois da ascen (Inc( para sempre, quer por tempo indefinido, com o en
são é rezada na sexta-feira depois da oitava; 2. tem Glória e'u'};o de administrá-lo, o calendário dos religiosos é `'obri-
e Credo, se as missas adiadas do domingo depois do natal, gaiOrio para todos os sacerdotes. (d. 4150.)
epifania, ascensão, S. Coração de Jesus são celebradas den- 5. Fora desta lei estão os oratórios privados e os secun-
tro da oitava; do contrário não os tem. dandos nas instituições pias mencionadas. (d. 4248 ad 3.)
Nos dias da semana, no advento, depois da epifania, Niles o celebrante pode seguir o seu próprio calendário ou
páscoa e pentecostes diz-se a missa do domingo precedente, preferir o da igreja alheia, porquanto as rubricas não pres-
exceto nas férias com missa própria. No advento e no tem- crevem nada a êste respeito. (A. M. IV n. 6.) O mesmo se
po a partir da setuagésima até à quarta-feira de cinzas re- observa quando a missa se diz em altar portátil. Porém,
za-se só o gradual. O aleluia com o verso e o trato se orni- oeste caso a imperada da diocese é sempre obrigatória. A ca-
tem. (Rubr. spec.) pela fixa de um navio é considerada oratório público, qual-
quer outro altar é tido por altar portátil. (d. 4069 ad 5.)
§ 141. A MISSA EM IGREJA ALHEIA
6. Se uma igreja tiver o privilégio de missa votiva quase
648. 1. E' proibido (A. M. IV, 6) ao celebrante em igreja liiolidiana em honra de um mistério ou de um santo ali ve-
alheia usar as cerimônias alheias, próprias de uma ordem n e nado, observem-se as restrições e a regra geral, de que as
ou de um rito; deve guardar as fórmulas do ordinário da oiações do tempo se omitem, quando fôr comemorado um
missa do seu rito próprio.
2. E' permitida a missa própria do celebrante, se o ca- du',Iex.
lendário da igreja alheia permite missas votivas privadas. ARTIGO III. As missas pelos defuntos
Neste caso o celebrante pode dizer: a) a sua missa, mesmo § 142. NOÇÕES E RUBRICAS GERAIS
se fôsse de um bem-aventurado, cuja missa aliás é proibida são as missas votivas (n. 589)
fora da igreja indultária. Mas deve dizê-la como está no 160. 1. As missas de réquie
iii li antigas. Tertuliano ('r 220) menciona a
missa do ani-
seu calendário próprio (d. 3892 ad 5), com Glória e"Credo,
se houver, sem a imperada prescrita na igreja alheia; b) a v,ars.'irio, S. Cipriano (t 258), a missa exequial, S. Ambró
missa do calendário da igreja alheia; c) uma missa votiva hiu (-1- 397), o terceiro, sétimo, trigésimo e quadragésimo
ou de réquie, se o calendário alheio a permitir, embora o din . O nono dia, celebrado em alguns lugares, se conservou
seu ofício próprio seja de rito de l. a classe. aia meada (novenário) depois da morte do Sumo Pontífice.
3. Nos outros casos está prescrita a missa conforme o Ca- No sacramentário gelasiano há missas para o dia do entêr-
lendário da igreja alheia, e com todo o seu rito: Credo, „ para o 3.°, 7. , 30.°, e para o aniversário.
0

orações, imperada, sem comemoração do ofício do celebran- A escolha destes dias tem o seu fundamento na ressur-
te, embora de 1.a classe. ^oiç,io de Nosso Senhor e libertação das almas, três dias de-
649. 4. Esta missa é obrigatória: a) para todos os saca pois da sua morte; no descanso de Deus no sétimo dia, mo-
dotes do clero secular e regular. Somente os bispos têm o delo do descanso eterno das almas; no luto por Moisés, que
direito (cân. 349 § 1) de dizer em qualquer parte a missa oii :10 dias; no costume humano e na caridade cristã de
conforme ao seu calendário próprio; b) em tôdas as igrejas ais esquecer o aniversário da morte de um ente querido.

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312 313
R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

Durandus (VII, c. 35, n. 11 sq.) relata que em alguns luga dia de finados, em que se podem dizer missas rezadas de
res se celebravam o 50.°, 60.°, 100.° dia. réquie nos altares laterais, com paramentos roxos. (d. 4331
As missas de réquie dizem-se em honra da SS. Trill ad IV.)
dade, Deus uno. Se a exposição é privada, e nem é permanente, nem por
Recomenda-se tomar a, missa pro defunctis quando fôr licita: a) por-
que a Igreja o deseja e concede tantos privilégios; b) porque o S. or,
cansa pública, a missa de réquie é permitida nos altares
20-2-1913, declarou que para o privilégio do altar nao é necessário laterais, não o é, porém, no altar da exposição, no qual
dizer
missa pro defunctis, "id tamen laudabiliter fieri, cum fleet ac decet, ple-
tatis gratia erga defunctum". (Brehm, Neuerung, p. 224.) "Missa de ro). Irunbém é proibida qualquer outra missa;
quiem magis prodest defunctis ex parte orationum. Sed hoc potest cora
pensari per maiorem devotionem celebrantis!'vel eius qui <facit eam cab , -
brare vel per intercessionem sancti in cujus veneratione missa celebratm'."
b) nas igrejas, em que há um a, só missa, quando hou-
(S. Thomas in Sent. IV, d. 45, q. 2, a. 3, q. 1 ad 5.) ver obrigação: 1. de aplicar pro populo; 2. de dar a bênção
2. Numero das missas. Antigamente havia avultado nú- ';olcne das velas, da cinza, dos ramos, da água, de presidir
mero de fórmulas de missas pelos defuntos. 0 novo missal procissão; 3. nas rogações. (A. M. III, 12.)
enumera seis: 3 no dia 2 de novembro, 3 no commune Mi.s-
6513. 5. Se não houver obrigação explícita de dizer uma
sarum pro defunctis, as quais às vêzes diferem só nas ora-
plissa de réquie, o celebrante satisfaz ao seu compromisso
ções. A última é a missa quotidiana. As outras 5 se chamam
missas privilegiadas, porque: a) podem ser celebradas CIII de celebrar uma missa pelos defuntos, com a missa do dia
dias aliás proibidos; b) têm uma só oração; c) sempre Dies ou
com uma missa votiva. (d. 4031 ad 4.) Para ganhar
ira?. () privilégio do altar com indulgência plenária não se exige
651. 3. Uso. A primeira do dia 2 de novembro é prescrita: vi n is missa de réquie.
a) no dia da comemoração de todos os fiéis defuntos, 6. Ritual. a) A missa de réquie tem sempre prefácio
no plu-
Se uma das três missas dêste dia é cantada, para ela usa-sia próprio, Communicantes comum, Requiescant in pace
esta fórmula, dando-se a licença de dizer duas outras mis• .
r a l, o último evangelho de São João e nunca a imperada
sas em primeiro lugar. (Rubr. spec. 2 nov.) Se um sacerdoll' (le venerabili;
administra duas igrejas e no dia de finados canta uma reis- b) nas festas dos santos, cujos nomes são mencionados
sa em cada uma delas, deve tomar para as missas cantadas nu canon ou em outra parte, não se faz a inclinação da
duas vêzes a primeira fórmula. (S. C. R. Brunen. 3-3-1936.) cabeça;
b) na missa exequial, do 3.°, 7.0, 30.° dia, no aniversá- c) as orações das missas estão assinaladas. Somente
rio da morte do papa e de todos os sacerdotes; pelos papas, bispos, sacerdotes se toma a oração respectiva
A primeira fórmula está reservada as missas privilegiadas pelos nu
cerdotes e a comemoração de todos os defuntos por causa da epist uln: ex diversis;
"Ecce mysterium vobis dito". Pois a Igreja abstrai do sentido literal (lu
texto, e usa o vocábulo "mistério" no sentido de "mistério de Ione
d) a sequência é obrigatória: 1. em tôdas as missas
(1 Cor 4, 1), cuja dispensação está confiada aos sacerdotes. Além disto cin coai uma oração; 2. em tôdas as missas cantadas com unia
palavras do Evangelho desta missa foram dirigidas aos sacerdotes no
Templo. (Jo 5, 33.)
on tilats orações;
c) na missa do aniversário de todos os defuntos de Ill e) nas missas cantadas o órgão pode acompanhar o
ordem ou congregação; Manto, porém cala-se, terminado o canto.
d) fora dos dias privilegiados é prescrita a última fór- f) o sermão fúnebre, se houver, far-se-á depois da mis-
mula: Missa quotidiana, também pelos sacerdotes. sa e antes da absolvição. O pregador não veste nem a so-
e) segundo o novo missal não se podem trocar nem l4
ll ( cpeliz nem a estola. (C. E. II, 11, n. 10; d. 2888.)
;

missas, nem as epístolas, e nem os evangelhos. g) Nas exéquias militares o féretro pode-se envolver
652. 4. E' proibida qualquer missa de réquie: coral a bandeira nacional, contanto que se faça sem des-
a) nas igrejas, em que há exposição pública do SS. pic'zo da igreja e da sacra Liturgia. (S. Of. 11-3-1909;
Sacramento, em qualquer altar (A. M. III n. 12), exceto no I'. n. 867.)

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314 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas

h) O féretro de urna virgem não se pode cobrir coin As intenções das missas não se podem diferir para
c)
um pano branco em sinal de virgindade. (d. 3035 ad 11 Outro dia. cimeira fór-
C. B. 342 § 1.) d) Se houver missa exequial, e com única
uma única
f imito
i) O uso de flores na eça se pode permitir; não, po- ulula e acrescenta-se a oração pro O c o ia uniforme
conclusão. (A. M. III, 4.) A razão g
rém, a exposição da imagem do defunto, nem de corpo pre-
exige asémesmas
"a fórmulas por
sente nem na eça; o uso contrário seja eliminado. (d. 3898.) solene" (Bened. XV) que
Cf, n. 964. tilda parte e por isso a missa biforme. Nas missas não exe-
k) A cruz se coloca à cabeceira do féretro ou da eça não se pode acrescentar nenhuma oração.
iluiais a) Tôdas as missas têm a indulgência
depois da missa e não durante a missa e o ofício dos de- ara
4. Privilégios especiais. plenár i a
funtos. (d. 3535 ad 6.) 0 C não deve estar de barrete pôsto, do altar privilegiado. b) A indulgência Toti s quot ie ,em a
em tôdas as igrejas e oratórios públicos, pias
quando põe o incenso no turíbulo. (d. 3580 ad 2.) Cf. 964. tQdos res das domingo
pública dostosasantosu(ou do
as partir das 12 h r da festa de to
), 4
6 A e^ Maria,, 61s016-
§ 143. COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS at Padre-Nossos,
comunhão Tcadanvista 6
DEFUNTOS
ria ao Padre.
654. 1. História. a) Teve inicio a comemoração anuária.
§ 144. A MISSA EXEQUIAL
de todos os fiéis defuntos no mosteiro de Cluni, no século compreende (Ritual VI. c. 1 n.
X (Eisenh.); cf. n. 443. A Igreja romana aceitou êste ani- 056. 1. 0 funeral (f únus)
versário e assinalou para ele o dia depois da festa de to- ,l) "todo o rito das exéquiasesdtás preso to mo r Exetluiarurn
dos os santos, 2 de novembro. .aprovados", portanto o q
b) A pluralidade das missas deve-se a Júlio III e a Paulo III, qu (Rit. VI, 3.) A parte principal é o ofício (n. 4) e a
concederam aos sacerdotes seculares do antigo reino de Aragão o privi-o urdo. abrange todo
légio ainda em vigor, de dizer por estipêndio no dia 2 de novembro duiuü (n. 6. 7.) 0 dies obitus
missas, e aos regulares três missas. Bento XIV, em 1748, estendeu o prl- i isca pro die obitus.
vilégio da, celebração de três missas a tida a Espanha e a Portugal, 0 tempo entre a morte e o entêrro.
permitindo uma só missa por estipêndio. Bento XV, pela constitui, ij, A missa exequial pode ser cantada todos
"Incruentum" em 1915 (d. 4331), concedeu que todos os sacerdot es 2. Privilégio:
do mundo pudessem celebrar três missas. Para que o fervor ala de rito duplex e nos domingos com
piedade do clero e do povo na comemoração de todos os fiéis defun „; dias, mesmo nas festas 8.)
tos fôsse unânime, o efeito das orações mais eficaz e a Liturgia uniformo
e solene, prescreveu que êste dia tenha os privilégios das festas de 'I.'
,all,iunas restrições. (Rit. Rom. VI c . S , n. fôr, estar
p
classe e não possa ser transferido senão para o dia 3 de novembro, se o
dia 2 de nov. coincidir com o domingo. (d. 4341.) 3. Condições. a) o cadáver deve, estar
funeral; mas também
2. Ritual. a) Quem disser só urna missa, deve tomar ;t presente na igreja do ão pode cau-
primeira, e pode aceitar por ela espórtula; b) quem cele- a de por causa razoável, p. , p i
contágio; ou já sepultado, sem limitação de um prazo fixo.
brar duas vêzes, deve tomar a primeira e a segunda das pro die obitus tem êste privi-
três. Pôr uma das duas pode aceitar estipêndio, a outra b) Só uma única missa
deve dizer por tôdas as almas do purgatório; c) para a .
lí'l;'io. Deve ser cantada; por pobres ou por indulto ou or-
missa cantada está prescrita a primeira fórmula, podenilo- c)
se antecipar a segunda e a terceira missa. Cf. n. 651.
dioceses do Brasil, também pode ser rezada. (A.
to As
655. 3. Condições: a) Por uma das três missas pode-se M. III, 4.)
a) nos casos mencionados em o n.
receber estipêndio. Das duas outras urna deve-se dizer por 057. 4. Está proibida: •
exposição, funções litúrgicas em certos dias;
tôdas as almas do purgatório, a outra pela intenção do papa, i,!r2: primário de I.° classelarn Igreja
a saber: socorrer ás almas abandonadas ou prejudicadas h) nos dias de duplex domingos
natal, epifania, tríduo da semana santa,
pelas omissões das fundações pias. universal:
b) Pelas duas missas, que se devem dizer sem estipen- llh páscoa e 'pentecostes, (mas não na segue d -fei ão de
ç
dio, pode-se aceitar uma gratificação ratione tituli extrin- li'r^ri •tcua), SS. Trindade, corpo de Deus, anunciaç ão, assim-
seci, p. ex., viagem, hora adiantada do dia. (Cáo. 824 § 2.) Imaculada Conceição,
¡ a^iiuh, Cristo Rei,

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II: Rubricas ` 317
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.
316R e u s, Curso deé Lturgia
de o oratório principal, ordinária mas não necessariamente
ção, S. Miguel, S. João Batista, S. José e o seu 'patrocínio, tirais espaçoso, faz as vêzes da igreja. Não se exige a missa
S. Pedro e S. Paulo, todos os santos;
c) nas festas da dedicação e do titular da igreja em (•xequial cantada, nem a presença física do cadáver(se tea -
(.:1 comum dos autores, p. ex., Coelho, Aertnys,
que se fazem as exéquias, do patrono principal do lugar; lever, Mueller-Umberg, Sola) ; e contudo tôdas as missas
d) nos institutos religiosos nas festas do titular on dizer pelo defunto de cujo entêrro se trata. Supõe-
santo fundador da ordem ou congregação; se podem
que nestes oratórios não há missa exequial cantada. Pois
e) se a solenidade exterior de uma destas festas (c e ne
houver, tem-se o caso precedente e não se pode mais es-
d) fôr transferida para o domingo seguinte, a missa de die
obitus só é proibida no domingo; col li er o dia das missas privadas.
c) nos oratórios semipúblicos, que não fazem as vêzes
f) se a missa exequial fôr impedida por uma das festas
igreja ou oratório público, em geral menos espaçosos, e
enumeradas (b, c, d), pode ser transferida para o dia mais (Ie
oratórios estritamente privados da casa do defunto, con-
próximo, não impedido por uma destas festas. ttns
I.urlo que o cadáver esteja fisicamente presente na casa, em
g) no dia de finados. estão eretos os ditos oratórios, em todos os dias, desde
658. 5. Ritual. a) Pelo papa, pelos bispos e pelos sacer- (ow
o dia da morte até ao do entêrro. (A. M. III, 5.)
dotes toma-se a primeira missa do dia de finados, com a a) E' o mesmo que no n. 658.
respectiva oração ex diversis (cf. n. 655 d) ; lilïll. 4. Ritual
Se as missas de réquie são rezadas ou cantadas
b) nos outros casos a missa e a oração de die obitus; b)
defunto ainda não sepultado, nos dias que permitem
c) sempre se diz a sequência; lu(r l-
missas quotidianas de réquie, cantadas ou rezadas, é obrri
d) o Libera é obrigatório na missa exequial. Depois de com uma oração, em qual-
outras missas de réquie é permitido; depois da missa do dia, i;alória a missa pro die obitus
quer igreja ou oratório (d. 4372 ad IV);
só quando independente dela (d. 4183), p. ex,, rezando as estando, porém, o defunto já sepultado e transfe-
3 Ave-Marias e exceto as festas de 1. a classe. (d. 3780 ad 8.) c) de réquie com uma
Lindo-se a missa de exéquias, as missas
oração só são permitidas na igreja e no dia em que houver
§ 145. MISSAS PRIVADAS DE RÉQUIE
POR OCASIÃO DAS EXÉQUIAS a missa exequial. (I. c. ad V.)
659. 1. Condição. Além da missa exeqúial solene, permi- 30.° DIA E DE ANIVERSÁRIO
§ 146. A MISSA DO 3. 0 , 7; , 0

tem-se na mesma ocasião quantas missas privadas de die li6l, Aniversário de um defunto significa o dia da morte,
obitus se quiserem. (Missas concomitantes.) Mas é condi- ocorre não só depois do primeiro ano, mas em cada ano.
ção indispensável que sejam aplicadas pelo respectivo de- title
Para poder dizer-se estas missas privilegiadas (n. 650),
funto. Podem ser também cantadas.
2. São proibidas nos dias em que o são as missas do observem-se as seguintes condições:
a) o dia da missa deve corresponder ao
3.° dia, etc. (n. 661.) 1. Condições:
3. Quanto ao lugar deve-se advertir que estas misst. dia designado;
b) os dias podem-se contar a partir da morte ou do
privadas por ocasião do entêrro se podem dizer: entêrro, exclusive ou inclusive;
a) nas igrejas e oratórios públicos, onde se celebra o a missa deve ser celebrada pelo respectivo defunto;
funeral solenemente, só neste dia; c)
b) nos oratórios semipúblicos que fazem as vêzes de d) só é permitida uma única missa; ,
se é impedida no dia marcado, não pode "ser rezada
e)
igreja ou oratórios públicos, onde por falta de igreja ou ora- outro dia. Mas pode ser cantada no dia mais próximo
cot
tório público se celebra o funeral, num único dia a escolher ,,,ilecipado ou seguinte não impedido por ofício igual.
desde o dia da morte até o dia do entêrro. Acontece isto, por ex., Cujo dia ocorre na semana da Páscoa,
A missa de aniversário, p. sábado, ou sendo bete impedido, na sex-
exemplo, nas casas religiosas, seminários, hospitais, etc., on- Poda raw antecipada e cantada no
-

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II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas
318 R e u s, Curso de Liturgia
às' igrejas, oratórios públicos e capelas de cemitério em
ta-feira antes do domingo de ramos; ou pode ser transferida. Provave que b)outrora foram sepultados cadáveres, mas que estão abando-
mente pode ser rezada para os pobres (religiosos), pois que a equidade
social, a caridade para com os defuntos, e a solicitude da Igreja pare nados por qualquer motivo; anexa a obri-
com as almas, são motivos para se admitir a missa rezada em lugar do às igrejas cercadas de cemitério, a que está
gação do ofício coral ou cura de almas (A. M oI II, 8); ou não,
cantada, tanto nos dias privilegiados como nas exéquias. (Ordo S. I. Gal- c) Ìá
lis.) A condição da rubrica (A. M. III, 6): "quando se pode antecipa)",
só se refere a missa depois de receber a notícia da morte, por ser lie d) a missa tem uma ou três orações, co
possível antecipá-la.
celebrada de die obitus, 3. 0
, 7.°, 30.°, aniversário.
662. 2. São proibidas: a) nos dias, em que está proibida que or d in á rio
1165. V. As missas na câmara ardente, o causa eugár rl
a missa exequial (n. 652) ; e permitir em um caso extraordinário e p Justa
po
vel, e que não podem ser mais de três. Sao c asos e tr oudin r ios :
d
b) nos domingos e festas de preceito, embora suprimi-
a Morte de bispo residencial ou titular (q mou insigne
das, mas permitidas no domingo antecipado (Brun. 1935; . cese), de pessoa da família do chefe da nação, ta d ode p
, pelas
Eph. Lit. 1939 p. 136) ; por seus méritos e benefícios para om a I g r eja ouse Es
nwnificentíssimas esmolas aos pobres,c
c) no dia de finados; as exéquias prescritas se
roa que possui tal privilégio, contanto que
d) nos dias de duplex de 1. a e 2.a classe, embora trans- celebrem na igreja. (A. A. S. 1926, p.
ês vêze depo r o sema ar ,
feridos; duas
VI. As missas por defuntos utr
duplex, por
e) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza e se- lios dias al rito pode usar, embora durante a semana ocorram
mas o qual se a dias de
mana santa); cantar d. ad m e miss
ahe rito inferior; além disso pode-se
f) nas oitavas privilegiadas; r(•aluie no mesmo dia e na mesma igreja.
g) nas vigílias privilegiadas: de natal, epifania, pen- não gozam de privilégio
666. VII. As missas gregorianas
tecostes. lilúrgico (C. P. n. 515), mas de privilégio, por assim dizer,
3. Ritual. a) Para os sacerdotes, etc., como em o n. 658. mipetratório. papa G regório re g
b) para os outros: no 3.°, 7.°, 30.° dia a missa pro die As missas gregorianas têm o nome do
I. Origem.
obitus com as orações que se acham no fim desta fórmula; Magno (t 604), que, mandando dizer 30 missas pelo monge Justo,
livrou a sua alma do purgatório. Este fato e outros semelhantes
no aniversário, a missa de aniversário; locam o motivo para esperar da poderosa intercessão de S. Gre-
c) nos dias, que permitem missas privadas de réquic, gório a libertação de uma alma por meio de 30 missas. A S. Congre-
esta missa privilegiada é permitida a . todos os celebrantes. gação (A. S. S. XVI. p. 509) declarou que a confiança dos fiéis na
4. Gozam do mesmo privilégio: eficácia das missas gregorianas para livrar uma alma do purgató-
é piedosa e razoável, e o costume de celebrar estas missas é
663. I. A missa única e cantada dos aniversários no sentido lain. in
Tais são as missas: ,provado pela Igreja.
a) Está prescrito que tôdas as missas sejam rezadas:
a) fundadas para um dia fora do dia do aniversário, da mor-
te ou do entêrro; 067.1.° Ritual.
2. por Q.
uma única alma, ao menos é mais seguro (Theol.
b) por todos os defuntos de uma associação, ccetus (ordem,
congregação, irmandade, cabido) ; 1 139 P. 295) ; dias
2.° por 30 dias contínuos. A interrupção nos úliimos
proibidas, orna
c) o dia pode ser escolhido à vontade cada ano (d. 4372 ad 7);
d) por sacerdotes toma-se a primeira missa com a oração ,,,•inana santa, em que as missas privadas são
Deus qui inter; por uma associação, a mesma missa com a oração seu efeito. (Bened. XIV. missas sejam rezada s pelo mes-
.

0) Não é preciso que todas as


ex diversis; por outros, a missa in anniversario. em altar rivile iado, nem
II. A missa cantada durante oito dias, a partir do dia de fina- mo sacerdote, nem no mesmo alta, nema mi d réq leg nos ias
que seja
dos, 2-9 ou 3-10 de novembro. Estas missas não podem ser truit/ rei honra de S. Gregório, nem
feridas nem antecipadas. , 1 ,,,• a permitem. 254.) Por
664. III. A missa de réquie celebrada no dia da trasladação de iint e) Está proibido acrescente uma }
intenção qualquer
que se
cadáver para outro lugar (d. 4370), excluindo-se, porém, a fórtunla ]r+xnnãosepeadmiitir
pro die obitus. ri nla'.nção feita pela alma interessada.
IV. As missas autorizadas por determinação geral ou particular, I) As missas gregorianas podem-se dizer, mais ;le uma vez
por nmi( alma. Pois não conhecemos os juízos de Deus.
na igreja, oratório público e principal e em cada capela legitima- interrompeu
ou
mente ereta no cemitério. t'.) Quando o sacerdote por enganoo á d oen ç
r a11 repetir as
Este privilégio não é concedido: série das 30 missas parece que não
a) a outras igrejas ou capelas fora do cemitério, em que re- oulinuas já rezadas. Mas num caso prático é p
preciso recorrer
pousa o cadáver de um defunto, embora esteja em distância l(.p,l- liê. (Cippello, I, n. 769.)
tima do altar;

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320 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II:
Rubricas 321

§ 147. A MISSA DEPOIS DE RECEBER O ANUNCIO II. A missa rezada é proibida nos dias mencionados 1-7;
DA MORTE além disso:
668. 1. Privilégios: a) toma-se a missa 8. durante a quaresma; permite-se, contido, no pri-
de obitus com untas
oração; meiro dia livre de cada semana, i. é, em que ocorrer um
b) pode-se dizer esta missa no dia mais oportuno de ..emiduplex ou ofício de uma féria não privilegiada segundo
pois do anúncio da morte de uma pessoa. Portanto, não t' 4) calendário da igreja, em que se diz a missa;
necessário tomar o primeiro dia livre pelas rubricas, mas po- 9. nas quatro têmporas e vigílias comuns;
de-se escolher outro não impedido. 10. na segunda-feira das rogações;
2. Condições. a) Só uma missa é privilegiada;
11. no dia, em que se celebra a missa adiada do do-
b) cantada ou rezada;
mingo;
c) nas igrejas e oratórios públicos e semipúblicos prin-
12. nos oitavos dias de rito simplex, embora só come-
cipais; missas rezadas em qualquer oratório (d. 4372 ad 4) ; morados;
d) que não seja no lugar, em que se celebra a missa
13. nas férias de 17-23 de dezembro.
das exéquias, para não prejudicar os direitos paroquiais;
e) nenhuma distância local está indicada, contanto que 670. III. Ritual. 1. Sempre se dizem ao menos três ora-
se verifique post acceptum nuntium, portanto, que não seja, 4•úcs, porém nas missas cantadas não mais de três;
p. ex., na mesma casa religiosa. a) se a missa se celebrar pelos defuntos em geral, as
3. Ritual. a) Pelo papa e pelos demais sacerdotes, conto Irr's orações da missa quotidiana e na ordem em que estão
em o n.° 658; marcadas;
b) nos outros casos pro die obitus, sem mudar coisa h) se a missa se disser por um ou mais defuntos deter-
alguma (d. 3764 ad 4); nunados (são os 17 enumerados nas orações diversas pelos
c) se, porém, no dia "mais oportuno" são permitidas defuntos: sacerdote de qualquer grau, pai, mãe, irmão, pa-
missas privadas de réquie, as missas de die obitus podem I )•une, benfeitor, um ou alguns determinados defuntos, os
ser celebradas em qualquer número (d. 4372 ad 6); t,rlulltados no cemitério. Rub. gen. V, 4), a primeira ora-
d) a sequência é obrigatória. ),ao se diz por êstes defuntos, a segunda ad libittun, a ter-
4. Estas missas são proibidas nos dias n. 662. ) iras Fidelium;
c) se a missa se disser por um ou mais defuntos não
Deus venice largitor,
§ 148. A MISSA QUOTIDIANA DE RÉQUIE )I) terminados, a primeira oração é:
669. I. A missa quotidiana de réquie •■•i;onda ad libitum, a terceira Fidelium;
cantada é proibida;
I. nas festas de rito duplex; d) o nome do defunto, sendo conhecido, deve-se inserir
2. nos domingos, ainda mesmo antecipados ou, quanto & lu)is de N. Se a oração se disser por defunto e defunta
too-
ao ofício, transferidos; 1. souberem os nomes, diz-se: animabus famulorum
animabus
3. nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza, tom N. et N.; não sendo conhecidos os nomes:
mana santa) ; l.tunili et famulce tace. (d. 4074 ad 7.)
4. nas vigílias privilegiadas (natal, epifania, pen 671. 2. Nas missas quotidianas rezadas podem-se ajuntar
te
costes) ; uulras orações, contanto que o número total seja ímpar,
5. nas oitavas privilegiadas; mau passe de sete e a última oração seja Fidelium. (A. M.
6. nas rogações, antes da ascensão, se houver unia só III, 10.) Nas missas cantadas não se pode acrescentar ou-
missa e procissão; I),) oração.
7. se houver obrigação para a missa paroquial ou ex- 3. A sequência é obrigatória: a) nas missas com uma
posição do SS. Sacramento. (n. 652.) ))r) oração; b) nas missas cantadas (d. 3956), e sempre tôda.
h u 1111 III , I,tt.urgia - 21

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322 323
R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

4. A rubrica dos missais antigos, segundo a qual so § 150. POSIÇÃO DE PARTES DO CORPO
podem trocar as epistolas e evangelhos, foi abolida. Cad:; 1. Inclinação da cabeça
fórmula deve-se tomar como está no missal.
5. E' lícito, se fôr preciso, mudar nas orações a fórmula 674. A inclinação profunda é feita pelo celebrante:
masculina em feminina,-o plural em singular e viceversa. 1. na sacristia, antes de ir dizer a missa, à cruz ou à
imagem;
CAPITULO 111. 2. no altar, antes de se voltar para descer os degraus
HO princípio da missa, e no fim da missa, antes de descer
AS CERIMÔNIAS DA MISSA
para as orações e para se retirar;
ARTIGO I. As cerimônias gerais 3. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto (d. 4198 ad
§ 149. POSIÇÃO DO CORPO 12), quando muda o missal ou passa para o lado oposto;
672. Das posições litúrgicas em geral falou-se em o 4. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto, tôdas as vê
107, quando se tratou dos santos sinais. Para reunir num sus que disser Oremus ou Gloria Patri;
5. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto, ao pronunciar
quadro completo tôdas as cerimônias da missa, é preferível o SS. Nome de Jesus, a não ser que já esteja inclinado;
resumir as atitudes prescritas especialmente para a missa. unas, se fôr durante o evangelho, inclina-se ao santo texto,
1. Posição erguida. Na missa o C funciona erguido
(stans erectus dicit..., etc.), apoiado sôbre os dois pés ; u i Santíssimo (d. 3875 ad 4), se houver exposição;
Deo - adoramus
unidos nos calcanhares, sem encostar o corpo nem roçar 6. no Gloria in excelsis, às palavras:
I t . - gratias agimus tibi (só a estas palavras) - Suscipe
com os paramentos no altar. Nunca se volta para o povo
sem ter terminado a inclinação ou genuflexão, que acaba t ieprecationem nostrarn;
de fazer. Se subir ao supedâneo do altar, é indiferente piar 675. 7. no Credo, às palavras: Deum, - lesam Christum
primeiro o pé direito ou o esquerdo sôbre o primeiro d e simul adoratur;
grau. Quando fôr de um para o outro lado do altar, vai coin 8. às palavras Deo nostro no gratias agamus, antes do
o rosto voltado inteiramente para o lado para onde se di- p re Iacio,
rige. O lado direito do altar é o lado do evangelho. (C. F. 9. no Memento pelos vivos. No Memento dos defuntos
II c. VIII, 44.) i'st'o prescrito que olhe para a s. hóstia;
gratias
673. 2. A inclinação profunda do corpo faz-se: 10. durante as duas consagrações a) dizendo
a) durante a missa; ao confiteor, monda cor, te igilnr aí ens; b) proferindo as palavras da consagração;
até à palavra petimus; supplices te rogamus; 11. ao per eundem Christum, depois do Memento pelos
b) fora da missa, se o SS. Sacramento não estiver no Infinitos, não, porém, ao Nobis quoque peccatoribus;
altar: ao aproximar-se e afastar-se do altar (Rub. nov.) 12. durante os três Agnus Dei;
- e antes de começar a missa. 13. durante o Placeat (Rit. cel. 12, n. 1) ;
3. A inclinação medíocre faz-se: 14. à palavra Deus, na bênção Benedicat vos;
a) desde o Deus tu conversos até ao Oremos, 15. na sacristia, à cruz.
inclusive;
b) ao Oramus te Domine até quorum reliquice;
2. Os olhos
c) durante a oração In spiritu humilitatis;
d) durante o Suscipe, Sancta Trinitas; 676. 1. O C conserva os olhos baixos: a) indo para o a1-
Do-
e) ao Sanctus até Benedictus, exclusivamente; lar e voltando dêle; b) dizendo, voltado para o pOvo,
f) durante as três orações antes da Comunhão; minus vohiscum, Orate fratres, na bênção final.
g) Domine non sum dignas; 2. Quando a rubrica exige elevatio oculorum ad cce-
h) à sumpção da S. Hóstia. lnui, ad Deum, o C deve olhar para a cruz (cl. 2960 ad 3)
P'4

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325
324 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
ao recitar o
ou para o SS. Sacramento, se estiver exposto. Se a crie Eleva e junta as mãos e as desce i
4. Veni sanctificator, o Ji juntas
se achar num lugar muito alto, é suficiente olhar para cirna Te igitur.
Glória, o Credo, o
Benedicat vos e antes do
3. Deve elevar os olhos 11 vêzes: tui, D. N. Jesu Chr., o linhas retas,
a) principiando o Munda cor; 5. As cruzes devem ser formadas por plano obliquo,
e
b) começando o Suscipe, sancte Pater; por linhas curvas, no mesmo plano e s traça m
benzem.
c) durante a oração O f f erimus tibi; do tamanho dos objetos, q Quando prescrito
d) dizendo o Veni sanctificator, etc.; sôbre o cálix só e sôbre a s. hóstia só, nem está p
e) começando o Suscipe Sancta Trinitas; nem proibido fazê-las de alturas diferentes.
f) pronunciando o Deo nastro no gratias agamus do 4. A voz
prefácio;
g) antes de principiar Te igitur; 679. 1. O C durante a missa reza em vosalta ou e m v z
proibido
h) ao elevatis oculis, antes da consagração; baixa. (Rub. Gen. XVI 2.) rate Sanctus, Nobis
fratres,
i) durante tôda a elevação da s. hóstia e do cálix; no O média, Nobis
contra-
ceiro tom, a voz elo
p
j) dizendo Benedicat vos, na bênção final. ( /roque , peccatoribus, Domine non sum Dignos, it.
4. Conserva os olhos fixos no SS. Sacramento 3 vêzes: rio até tem algum fundamento em certas expressões os Ra-
que
a) durante o Memento pelos defuntos; A voz alta não deve ser tão clamorosa,
cel. que eventualmente dizem a missa na mesma igreja,
b) durante o Pater foster rezado;
c) durante as três orações antes da comunhão. fiquem perturbados. (Rubr.) A n-
baixa develoeramoe
cada de tal modo, que não possavoz
3. As mãos tes, mas somente pelo celebrante. as orações
677. 1. Regra fundamental: o C nunca passa com a bor- 2. Devem-se rezar de cor ao menos: 4. a o
1.
3. as orações 6. o três
pé®do altar; 2. o Munda cor; ;
Te igitur; 5. o Supplices;
da das mãos e as extremidades dos dedos além das partes
do corpo que atinge, fazendo o sinal da cruz, exceto nas inicio do Lavabo e do as orações durante a co-
elevações na consagração. orações antes da comunhão; 7.
2. Junta as mãos tôdas as vêzes que tem de benzer al- oumhão' apesar de não ser ilícito,
3. Rezar tôda a missa de cor, p tem o
guma coisa, a não ser que a mão esquerda esteja ocupada, Contudo é perigoso, pois que já várias vêzes se do prmin id o
p. ex., segurando o cálix na bênção da água no ofertório. consagração, passando o C, por distração,
(Rit. cel. VII, n. 4.) Põe a esquerda no altar, se tenn de
para o segundo Memento.
mover só a direita, p. ex., ao fazer o sinal da cruz sôbre o
missal no intróito da missa dos defuntos, ou no último ev an- ARTIGO II. As cerimônias da missa privada
gelho In principio, ou ao tomar o cálix na comunhão. Por
conseguinte põe a direita no altar, se a esquerda vira a fô- § 151. 0 _ RITO DA MISSA COMUM REZADA
lha do missal. As duas mãos, quando desocupadas, pousa I. A preparação do celebrante
sôbre o altar ou sôbre o corporal até ao punho exclusive,
e não só as pontas dos dedos. 680. 1. 0 método mais claro de dizer a missa se acha no
missal. O sacerdote que vai celebrar a missa, tendo-se con-
673. 3. Tôdas as vêzes que, rezando uma oração no meio tcr,sado, se o julgar necessário, e depois de -ter rezado ao
do altar, faz inclinação do corpo ou só de cabeça, apoia matinas e laudes, entregue-se durante algum tempo
niunos
as mãos juntas no altar, de modo que as pontas dos dedos A oração e recite, conforme o tempo lhe permitir, os salmos
mínimos toquem na frente do altar, exceto ao Munda cor, prceparatio adis-
c as orações inseridas no missal. Esta
Sanctus, Agnus Dei, Domine non sum dignos. ,, a m, limo
é obrigatória, mas é muito recomendável.

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327
Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
326 R e u s, Curso de Liturgia
II.

as extremidades com as duas sddoucord ão. es-


810.) Vai para a sacristia, consulta o calendário, procura remid des
ex beijar)
te finalmente a casula (sem
a missa, se ainda não o tiver feito antes, percorre a missa
cordões, se houver.
e põe as fitas nos lugares respectivos. Lava as mãos di -.
zendo Da Domine, etc. Prepara o cálix, põe sôbre a copa II. Ida para o altar
o sanguinho, por cima a patena com a hóstia inteira, depois 682. 1. 0 celebrante põe o barrete, pega no cálix pelo nó
de a ter limpado levemente de fragmentos, se fôr preciso. com a mão esquerda, leva-o à altura _do peito, de sorte que
direita
Cobre a hóstia com a pala de linho, depois com o véu de o braço forme um ângulo reto, pousando a 0o s-
sêda, o qual deve cobrir inteiramente a parte anterior do tendida sôbre a bôlsa, faz, com o barrete p °
cálix. (d. 1379.) Sôbre o véu põe a bôlsa com o corporal, menos profunda, s
nação profunda de cabeça à cruz, (se é e me,
de modo que a abertura da bôlsa fique voltada para o lado, vez da cruz estiver a imagem de um santo,
por onde pega no cálix. Não é permitido colocar coisas pro- também a um sacerdote paramentado). Dirige-se com pas-
fanas sôbre a bôlsa, p. ex., óculos, lenço. (d. 2118.) 0 cor- direito
r;o grave para o altar, conservando corpo agua benta benta Se
poral, dividido em 9 quadrados, dobre-se de modo que pri- baixos. Ao sair da sacristia pode tomar
meiro a parte anterior, depois a posterior se dobre sôbre o sacristia estiver por detrás do altar,sai pel da a o ola v n
centro, o quadrado da direita sôbre o do meio e o da es- gelho e entra depois da missa pelo
querda sôbre o da direita; e, dobrado desta maneira, meta-se 3029 ad 12.)
na bôlsa. r
altar-mor,
683. 2. Passando diante do es
se fiver ao
A colherinha pode ficar durante o tempo das missas no rof p da comma r cabeça; a
o barrete, inclinação enuflexão. Se estiver ex-
altar, colocada perto da sacra do lavabo, ou então o C a
SS. Sacramento no tabernáculo, gjoelhos; barrete;
põe sôbre o sanguinho no cálix, para não prejudicar a dou- mosto: 1. ajoelha-se com os dois
radura pelo contacto. levanta-se; o66.
3. ,inclina a cabeça; 4. cobre-se; VIa
681. 2. Depois o C, revestido de batina tão comprida que adiante com o barrete pôsto. (Gard. Innstrre aement
., § § VI o,
chegue ao calcanhar (cân. 811, § 1), começa a revestir-se. n. 10.) Se passar diante de um altar,
joelhos do mesmo modo e não se levanta antes de
Pega no amito pelas duas extremidades, beija-o na cruz no põe-se de cel. II,
meio da borda (Cappello), põe-no sôbre a cabeça, dizendo . o C ter deposto o SS. no altar. (Rit. n. 1 o SS. Sa-
que
Impone Domine, etc., deixa-o cair para o pescoço, cobre não tiver o cálix, tira o barrete logo
cranmento e só o põe, quando sair da sua presença. Quando,
a gola da batina, cruza as fitas sôbre o peito, passa-as por
para distribuir a s. comunhão, se rezam as palavras
debaixo dos braços, cruza-as de novo sôbre as costas e ata- etc., fica ajoelhado até depois do terceiro D
as sôbre o peito. Depois veste a alva, sem a beijar, enfian- ;l l ttnis Dei, põe-seo e
etc. Se já se distribui a s. comunhão,
do a cabeça, depois o braço direito e esquerdo, arregaça-,, usine non, Estando,
como adiante do SS. Sacramento exposto.
por diante e pelos lados, adapta-a ao corpo e cinge-se pas- com g
porém, a píxide sôbre o altar, o SS. é adorado gração
sando o cordão, apresentado pelo ministro, por cima ( / durante a missa
parte arregaçada e aperta-a com um nó. 0 ministro ajus- I lexão munhão de umaltar lateral,
comunhão. c n oaC diante
Pa°ando
ta-a de modo que cubra a batina em redor e fique elevada cai pine a missa estiver entre a consagração e •a comunhão,
da terra à altura de um dedo pouco mais ou menos. (Ruhr.) Ieuniilete, se o tiver advertido sem indagar. (d. 4135 ad 2.)
Toma o manípulo, beija-o na cruz e o põe no braço 3. Tendo chegado junto doridegrau
ae do degraud alta r da se
esquerdo, geralmente abaixo do cotovelo. Apanha a estola
h uver duas séries de degraus, o barrete ao
com ambas as mãos, beija-a na cruz e a põe no pescoço, g o
entrega
sem a atirar pelas costas (Bened. XIV), cruza-a sôbre o l o inteira série, o C pára, descobre-se,
ministro, e faz inclinação profunda do corpo à cruz; se o
peito, passando a parte direita sôbre a esquerda, e prende

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329
ii. Liturgia Especial. A S. Missa.
Ca p_lI[ : Cerimônias
328 R e u s, Curso de Liturgia
nome
SS. Sacramento estiver no sacrário, genuflete no plano. Sobe} liteor em que não se pode inserir emo indulto particularg e-
ao meio do altar, põe, sem inclinação, o cálix para o lado ja (d. 2142) nem outro nome (de modo que d.
2297), faz inclinação profunda do corpo joelhos).Ao mas
do evangelho, pega na bôlsa e tira o corporal com a m,ïo
direita, encosta a bôlsa à banqueta para o lado do evangc
em cruz possam facilmente tocar os não a
õe a mão estendida abaixo do peito e bate
lho junto da sacra do meio. Desdobra o corporal complela culpa põe mão didireita
mente (d. 3448 ad 12), primeiro para a esquerda e para a toca) no peito três vêzes com a ar
polegar toquem Con-
direita, depois para o lado da cruz e por fim para a fren le . vada, de sorte que o indicador e o
E' bom estar o corporal um pouco apartado da borda do
serva-se inclinado, até que o ministro Con f sp dido M i -
tenhaeo
Amen. Depois do
altar. sereatur, e êle mesmo com o sinal da cruz.
Misereatur, Indulgentiam
684. 4. Depois pega o cálix pelo nó com a mão esquerda, tro, diz
Na missa estritamente privada só deve haver um aju-
e, segurando o véu com a direita, coloca-o sôbre o corporal 686. as P a-
dante conforme os decretos.s
Quando
no quadrado do meio ou a uma distância da extremidade de festas t e quando
suficiente para que não possa tocar no véu com a cabeça, roquiais ou semelhantes no missa
ern
quando beija o altar. Adapta o véu de modo que cubra o 1'n ta de missas s ãobder costumada celcelebridade e solen -
do cálix. (d. 1379.) Depois, sem inclinação, (a qual só esta tada, por oca d. 3059 ad 7; Decr. 1.
pode haver dois ajudantes.
prescrita ao passar pelo meio e ao descer do meio para dian- lade,
te do degrau inferior) com as mãos postas, vai ao lado da p. 279.) c. ad 9 combinado com o resp. ad
epístola, abre o missal (e não o ajudante, d. 2572 ad 5) O mesmo decreto (l. nas
e volta para o meio do altar. Faz inclinação à cruz e desce, 7) vale para o número das velas. Só aene
ocasmeido enciodar
voltando as costas à cruz, em conformidade com a posição das e nos dias indicados (1. c. n. 7) ppor donseguinte
que toma ao Dominus vobiscum e Orate fratres, que se dizem mais de duas velas para a missa rezada; p
no meio do altar diante da cruz. não é permitido acender 4a^el^d mais missa
podem-se acender.
5. 0 C tem as mãos postas, de modo que as palmas das Bispo e na missa conventual p ex , a m u aa
velas. (d. 3065.) Costumada celebridade 6 ,lo . n. a mi 4•
mãos estejam unidas, os dedos estendidos e juntos, o pole-
gar direito cruzado sôbre o polegar esquerdo. Os cotovelos da comunidade n as casas religlúals ppsa que se diz para
qualquer missa
estejam levemente encostados ao corpo e as mãos diante du M ssa paroquial neste caso é i
povo satisfazer a sua obrigação nos domingos e festas.
peito, na altura do coração.
Pára no plano (se houver duas séries de degraus pode (Cappello 1. c.) Deus tu conversos até ao
ficar diante da primeira ou do supedâneo, d. 1265 ad 4) 187. 2. Às orações seguintes: mediocremente
diante do degrau inferior. l )remus, inclusivamente, o C está pés. nOr nanus,
,I, , modo que possa ver as pontas dos
III. Comêço da missa estende e junta as mãos. Só então se endireita e sobe ao
Aufer a nobis e medindo os ps- a
685. 1. 0 C vira-se para o altar pela esquerda, faz incli- Altar rezando em voz baixa
nação profunda à cruz ou, se estiver o SS. Sacramento no ra s, de sorte que, chegado junto do altar, possa as
coin inclinação
sacrário, genuflexão simples no degrau inferior (d. 2682 ad n Oramos te, Domine, med dedos
ocre.Coloca
pontas
47), faz em seguida o sinal da cruz pondo a mão esquerda ni5os juntas no altar, de maneira que asoutros
os
os utro dreno é e jam
abaixo do peito, passando a mão direita da fronte ao peito, uriuimos toquem na frente do altar e
dizendo em voz alta In nomine Patris, etc. Depois reza a ddos descansem em cima do altar;nos casos semelhantes.
antifona Introibo e o salmo ludica (sigla JEC = ludica; posição observa-se palmas das
rezados. Esta colocasunt,
quorum reliquice hic sôbre
Emitte; Confitebor), faz inclinação profunda da cabeça ao Ao dizer
niaos até aos punhos exclusive, e não só os dedos,
Gloria Patri, e sinal da cruz ao Adjutorium nostrum; ao con-

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331
Cap. Ill: Cerimônias
Especial. A S. Missa.
II. Liturgia
330 R e u s, Curso de Liturgia

altar, dos dois lados do corporal, ou se êste fôr muito gran-


de,. sôbre o corporal, beija-o, pondo, se fôr preciso, o pé di
reito uni pouco para trás. Dêste modo procede sempre ao
beijar o altar. Somente depois da consagração o polegar e
o indicador não se separam mais e as mãos ficam dentro do
âmbito do corporal, tocando-se . só com o dedo mínimo.
688. 3. Depois do Osculo, o C ergue-se, junta as mãos e,
terminando à oração, vai, com o ombro esquerdo voltado
para o altar, ao lado da epístola, vira-se para o mis_ sal e,
fazendo o sinal da cruz, lê o intróito em voz Alta e conti-
nuando com as mãos juntas. Ao Gloria Patri faz inclinação
profunda à cruz, sem levantar os olhos, virando um pouco
os ombros juntamente com a cabeça. Assim se fazem tôdas
as inclinações no altar. Se o SS. Nome de Jesus ou de um
santo ocorrer, enquanto se faz a cruz, omite-se a inclinação
ou se faz a cruz antes de pronunciar os ditos nomes.
Depois do intróito vai ao meio do altar, tendo registado
a oração a ser rezada, se estiver em uma página diferen te.
Isso vale por regra: Nunca o C se afaste do missal servi

Diagrama das cerimônias principais da s. Missa


1. Princípio: genuflexão ao SS. Sacramento.
2. Não para o lado.
3. Confiteor: mãos diante do peito.
4. Não diante dos joelhos.
5. Inclinado até Oremus, inclusive.
6. Os dedos mínimos tocam na frente.
7. As mãos, não só as pontas dos dedos no Altar.
8. Na missa de Réquie a esquerda no Altar.
9. Gloria: estende; in exc.: eleva as m.; Deo: inclina a cabeça.
10. Dom. v.: a ponta dos dedos não acima dos ombros.
11. Nem além da largura dos ombros: errado.
12. Oremus: mãos como no Dominus vobiscum.
13. Epístola: as mãos sôbre o livro.
14. Munda cor: inclinação profunda.
15. Sequentia S. Evang.: cruz no Missal.
16. Secundam Ioann. cruz na fronte.
17. Credo: estende; in un. eleva as m.; Deum: inclina a cabeça.
18. Genufl. até pomo factus est, inclusive.
19. Ofertório: patena até o peito só.
20. Eleva os olhos e baixa-os para a Hóstia.
21. Oferece o cálice; os olhos para a cruz.
22. In spiritu hum: inclinação medíocre.
23. Lava as pontas do polegar e do indicador.
24. Orate fratres.

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332
R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 333

ter registado as orações que devem ser rezadas depois. Diz,


alternadamente, com o ministro, o Kyrie, com as mãos juntas,
689. Depois do último Kyrie, estende as mãos na largura
do tronco e eleva-as até ao pulso à altura dos ombros sem
levantar os olhos. À palavra Deo faz inclinação profunda da
cabeça e junta as mãos outra vez diante do peito. E' conve-
niente fazer o gesto em três tempos: 1. estende as mãos —
Gloria; 2. eleva — junta-as — in excelsis; 3. baixa-as e faz
inclinação — Deo. Continua com as mãos juntas o hino, f a-
zendo inclinação profunda da cabeça ao dizer: Adoramos
te - gratias agimos tibi — suscipe deprecationem nostram
— Jesu Christe. Ao cum Sancto Spiritu, faz o sinal
da cruz.
IV. As orações
690. 1. Depois do Glória, ou se não houver Glória, logo
depois do Kyrie, sem juntar as mãos (d. 2682 ad 29), o C
beija o altar, ergue-se e com os olhos postos no pavimento
a dois metros de distância mais ou menos, volta-se pela di-
reita para o povo, estende as mãos diante do peito na lar-
gura do tronco sem levanta-las, paralelas entre si, sem afas-
tar os cotovelos do corpo e diz em voz alta Dominus vobis-

25. Cânon: estende e eleva as mãos e os olhos.


MI. Te igitur: inclinação profunda.
27. Memento: levanta as mãos até o rosto.
28. Hanc igitur.
29. Dilect. Filii: eleva as mãos, não os olhos.
10. Cotovelos sôbre o Altar: Hoc est.
II. Mostra a S. Hóstia ao povo.
12. Hic est enim.
13. Eleva o cálice sem dizer nada.
i 4. In unitate Spiritus Sancti.
In. Pax Domini sit.
Agnus Dei; inclina a cabeça.
I7. Nas três orações inclinação medíocre.
R. Domine non sum: inclinação medíocre.
19. Comunga com os cotovelos no Altar.
40. Pega no cálice abaixo do nó.
4I. Põe a patena debaixo do queixo.
42. Apresenta o cálice sôbre o Altar.
43. Não fora do Altar.
44. Ablução sôbre o Altar.
45. l'laceat: inclina a cabeça.
41ì. Benedicat: eleva as mãos e os olhos.
47. I'ater et Filius.
48. Et verbum: genuflexão oblíqua.

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335
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. IIl: Cerimônias
334 R e u s, Curso de Liturgia

cum, junta as mãos e vai para a esquerda. Ao Oremos an• ainda, levantando um pouco a mão esquerda, para que êle
e continua na mesma posição o gra-
tes da primeira e segunda oração, se houver, porém não and responda Deo gratias,
tes das seguintes, estende as mãos diante do peito e junta. dual, aleluia, trato e sequência, se os houver de dizer. Sendo
as, fazendo ao mesmo tempo uma inclinação profunda à cruz, preciso fazer genuflexão durante a epístola, o C põe ambas
Esta inclinação pode-se fazer ou enquanto as mãos se es mãos sôbre o altar, dobra o joelho para o livro e levanta-
as
tendem ou enquanto se juntam, tal qual se faz ao dizer a W logo. Em seguida vai ao meio do altar, levanta os olhos
conclusão Per Dominam N. J. Christum, exprimindo o mes- cruz (d. 2960 ad 3; é esta a primeira vez na missa), faz
;i
mo afeto de petição devota. inclinação' profunda do corpo sem apoiar as mãos no altar,
e não Domne
Depois de Oremos estende outra vez as mãos e com e diz em voz baixa Manda cor, Jube Domine
as palmas paralelas uma à outra e as pontas dos dedos ,1 como diz o D. Depois vai para o lado do evangelho, viran-
altura dos ombros recita as orações. Junta as mãos ao dizer do
o ombro direito para o altar, volta-se para o missal trans-
Per Dominum, etc., inclinando a cabeça à cruz ao proferir portado pelo ministro. Se o C deve mudá-lo, passando pelo
Jesus, e assim as conserva até ao fim (Rubr.). Se a conclui meio do altar, faz inclinação profunda da cabeça e não ge-
são é Qui tecum ou Qui vivis, junta-as ao dizer in unitate, uutlexão (d. 3975 ad 2) e tendo colocado o missal no lado
Manda cor.
6911, 2. Só depois de terminar a conclusão é que separa as do evangelho, volta ao meio para dizer
mãos e vira a fôlha, se houver outra oração. Ao pronunciar 1693. 2. Coloca o livro obliquamente e volta-se com o rosto
os nomes de Maria, do santo, de que se diz a missa ou a para o ângulo posterior do altar (d. 3792 ad 5). Com as
Ao Sequen-
comemoração, do papa e do bispo, se estiver presente (d. piãos juntas diz em voz alta Dominus vobiscum.
faz com o polegar direito o sinal da cruz
2049 ad 3), faz-se a inclinação de cabeça conveniente. lia S. Evangelii,
a) Per euudern Dominam diz-se quando se menciona a sôbre o princípio do evangelho ("textura Evangelii" C. E.
segunda Pessoa divina de qualquer forma, p. ex., Dei Geni-- II, 8, 41), conservando os dedos estendidos e pousando a
trix; in unitate eiusdem Spiritus Sancti, se fér mencionado anão esquerda estendida sôbre o missal. (d. 2572 ad 11.)
o Espírito .Santo. A conclusão concorda sempre, se houver Põe a mão esquerda sôbre o peito e faz com a polpa (e não
mais orações, com a última. unha) do polegar direito o sinal da cruz na testa, na
0n11 a
as mãos juntas o evangelho. No
b) Nas quatro têmporas e outros dias com mais ora bilca e no peito, e lê corn O C eleva uni pouco o
ções e leituras depois do Kyrie, o C, sem fazer inclinação, fim o ministro responde Laos tibi.
volta logo para o livro e diz Oremos, Flectamus gentia, es- missal sem a estante, beija o principio do evange'o, dizen-
Tôdas as inclinações
tendendo e juntando as mãos e logo põe as mãos sôbre o do em voz baixa: Per evangelica dicta.
genuflexões, que por acaso ocorram, fá-las-á ao livro. De-
altar, faz genuflexão simples diante do livro, levanta-se,
enquanto o ministro responde levate, e recita a oração. Nas pois aproxima a estante do corporal e vai para o meio do
têmporas de pentecostes não se diz Flectamus gentia. 1)" ,
:illar.
pois da quinta profecia nos sábados das têmpornão se 694. 3. Se houver Credo, reza-o; em voz alta. E' conve-
responde Deo gratias. Tendo concluído as profeciàs, o C o gesto em três tempos: 1. estende as mãos —
niente fazer
in untun; baixa-as e inclina
volta ao meio, beija o altar, diz Dominas vobiscum e con- Credo; 2. eleva-as e junta-as —
ao Jesum Chris-
tinua a missa como de costume. cabeça — Deurn, A mesma inclinação fará honro factos faz a
até
V. Desde a epístola até ao ofertório
tirru. As palavras Et incarnatus est
renuflexão devagar, tocando corn o joelho no chão ao dizer
et vitarn
692. 1. Depois das orações, o C lê em voz alta a epistola, faeins est. Ao simul adoratur, faz inclinação; 'ao
o sinal da cruz. Terminado o, Credo, sem
pondo as duas mãos sôbre o livro ou sôbre o altar, de niOdo rrnlnri sceculi,
as mãos (d. 2682 ad 29), estende-as sôbre o altar e
que as palmas toquem ou, se quiser, sustentem o missal. Au ^nolnr
terminar adverte o ministro, abaixando a voz, ou nielliur i,,.ijn-o, ergue-se, volta-se pela direita para o povo, diz em

jaminiiimmiermaintiiimomm http://www.obrascatolicas.com
336 R e u s, Curso de Liturgia Cerimônias 337
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. "Ill:
voz alta Dominus vobiscum
e volta-se pelo mesmo lado para Também a luneta, que contém incluída entre dois cris-
o altar. De novo, separando e juntando as mãos e inclinando tais a hóstia grande para ser consagrada, deve abrir-se no
a cabeça, diz em voz alta Oremus, e com as mãos juntas, olertório e na consagração. (d. 3524.) Num caso urgente
em voz alta o ofertório.
ertório. Sanctus
(' pode aceitar partículas para consagrar depois do
lides da consagração, oferecendo-as mentalmente.
VI. O ofertório A respeito das partículas separadas da hóstia e gotinhas na
695. 1. Depois do ofertório descobre o cálix e não o ajo- lino.(lc interior do cálix, o modo mais seguro consiste em fazer a
Illlencilo de não oferecer nem consagrar mais do que as que estão
dante, mesmo se fôr sacerdote. (d. 2572 ad 6.) Levantando
com ambas as mãos as extremidades posteriores do véu, co- unidas com a matéria do sacrifício. Nem se faça caso do médonam de
- quebrar o jejum consumindo alguma coisa não consagrada;
loca-o dobrado junto do corporal para o lado da epístola rwr;Yis videtur tune prcecavenda irreverentia sacramenta quam lcesio
ou dá-o a dobrar ao ministro, se fôr costume. Pousa a mão leinnii. (S. Alf.; Lehmkuhl; Ferreres; De Herdt.) Esta intenção pode-
ni lazer uma vez para sempre. (Noldin 7. ed. III, 137.)
esquerda sôbre o altar, e põe o cálix com a mão direita
para o lado da epístola, tira a pala e põe-na ou sôbre o véu (197. 3. 0 C vai para o lado da epístola. Para evitar que
:1 haste se torne curva, segura o cálix com a mão esquerda,
do cálix ou junto do corporal ou a encosta à sacra, pega a modo que a haste esteja entre o indicador e o médio e o
patena entre o dedo polegar e os outros dedos da mão di- toado da copa descanse na palma da mão, mete o indicador
reita e da mesma forma com os da mão esquerda, de modo até ao
que os dedos mínimos e os punhos se toquem debaixo da A. o médio dentro do cálix sôbre o sanguinho dobrado,
I n n do, comprime com o polegar direito o sanguinho contra
patena, levanta-a à altura do peito, com os cotovelos encos- exterior e dá uma volta ao cálix. Aperta depois com
tados ao corpo e recita o Suscipe. l horda
A esta palavra eleva os a abro esquerda uma das extremidades do sanguinho do-
olhos à cruz e fixa-os logo na hóstia em sinal de humildade Inado contra o nó do cálix e estende a outra sôbre o pé do
(indignos famulus). Depois da oração separa os dedos
mos e, sustentando a patena com os polegares mini 1l i x e o altar, para apanhar gotas, que eventualmente caí-
e indicado (ias galhetas. Toma a galheta do vinho e deita com cui-
res, baixa-a ao mesmo tempo até quatro dedos de distância dado uma quantidade conveniente no cálix. Segurando o cá-
pouco mais ou menos do corporal. Traça com ela uma cruz its do mesmo modo, faz o sinal da cruz sôbre a galheta da
no quadrado anterior do meio do corporal e do tamanho
desta parte, para a qual deixa escorregar a hóstia. Evile-s& :Il;na, dizendo em voz baixa: Deus qui, derrama devagar,
:111 palavras huius aquce et vini mysterium,
com a colherinha
colocar a hóstia sôbre a dobra do corporal, porquanto é di- ad 4) ou sem ela, algumas gotas ou uma só de
fícil tirar de lá fragmentos consagrados. A mão (41. 3064
direita põe ll n;l no vinho, e limpa com o sanguinho as gotas (d. 2572
a patena debaixo do corporal de modo que fique meio co-
berta. ;111 14; muito louvável), que por acaso aderirem à parede
Jesus. Christus,
Interior do cálix. Tendo chegado às palavras
696. 2. Se fôr preciso consagrar algumas partículas (I () ou pára um momento e faz inclinação 4 cruz e continua, ou
12), o C põe-nas sôbre a patena, oferece-as comaóslia Jesus Christus, fazendo
I niba a ação e continua depois de
grande e, feita a cruz com a patena, coloca-as entre o )cálix inclinação devida.
e a hóstia ou à esquerda dela. Se o número das partículas
4m 9 . 4. Em seguida aproxima, se fôr preciso, com a mão
fôr grande, o C mande pô-las no altar numa píxide ou crílix c;;;gllcrda o cálix do corporal, cobre inteiramente com o san-
coberto com a pala. Coloca-as ao lado ou atrás do cálix da
(,ni n ho dobrado a patena, de modo que as extremidades fi-
missa, fazendo a intenção de as oferecer e consagrar j(mla-
qiu uti voltadas para a cruz, ou leva-o colocado -sôbre os de-
mente com a hóstia do sacrifício, descobre a píxide, reza o
Suscipe e cobre a píxide. O pavilhão dor; da mão direita para o meio do altar e estende-o sôbre
.
só se põe nela, quando ;1 patena. Tendo a mão esquerda sôbre o altar, fora do cor-
contém hóstias consagradas e só quando, depois da cowl! cálix pelo nó, põe a mão esquerda no bordo
nhão, se guarda no sacrário. po o! a1, pega o
t. pé, de modo que o bordo superior da copa fique à al-
i
'III F111 do r.ltui ia — 22

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338 R e u s, Curso de Liturgia IL Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 33g

tuia, dos olhos, rezando em voz baixa O f f erimus tibi com os Suscipe S. Trinitas. No fim beija o altar, endireita-se, junta
olhos elevados para a cruz, em sinal de confiança (tuanr .IS mãos e volta-se pela direita para o povo, com os olhos
deprecantes clementiam, cum odore suavitatis, cf. n. 494), Postos no pavimento. Estendendo e juntando as mãos diz
continuando em voz
,ui meia voz as palavras Orate fratres,
Concluída esta oração, desce o cálix e faz com êle uma cru/
sôbre o quadrado central, igual à que fizera com a patena baixa ut meum, etc., e acabando o
círculo. Voltado para o
e o põe neste quadrado. Cobre-o com a pala, conservando ;(liar, ajunta à resposta do ministro, em voz baixa, Amen.
sempre em tal caso a mão esquerda pousada sôbre o pé do Sem dizer Oremus, observando as cerimônias como nas
cálix. orações, acrescenta a secreta. Se não houver senão uma, não
699. Apoiando as mãos (como ao Dramas te) sôbre o al- ,(eaha a conclusão, mas pára depois das palavras Spiritus
tar, com inclinação medíocre de corpo, reza em voz baixa In Sancti Deus. Se não houver mais de uma secreta, Amen.
termina a
spiritu humilitatis. Depois de terminar, endireita-se, eleva pr imeira dizendo êle mesmo em voz baixa
Per omnia
os olhos, estende as mãos, levanta-as à altura dos ombros 700. Antes das palavras da última conclusão
(como no Glória), junta-as diante do peito, como em geral su cula, etc., exclusive, procura com a mão esquerda no mis- ,
se faz antes de benzer alguma coisa, e acompanha êste ges- sal o prefácio, põe as mãos estendidas sôbre o altar, de um
to, sem fazer inclinação da cabeça, com as palavras Veal e outro lado do corporal, e diz em voz alta: Per omnia,
sanctificator, pousa a mão esquerda sôbre o altar, e às pala- levanta as mãos estendidas
Dominus, etc. Ao Sursum corda,
vras benedic, etc., faz com a mão direita o sinal da cruz sô- sem elevar os olhos e conserva-os como à Coleta. Ao Ora-
Deo nostra
bre o cálix e a hóstia ao mesmo tempo. lias agamus, ajunta-as em linha horizontal, ao
5. A bênção dos objetos no altar, segundo Miss. Ri1. ollia para a cruz e logo inclina a cabeça em linha vertical,,
cel. III, 5, se faz sempre do modo seguinte: o C junta as formando as duas linhas uma cruz. Terminada a resposta
mãos, pousa a mão esquerda (se estiver desocupada; não o I >ignum est, etc., estende outra vez as mãos como antes e
junta as mãos e
Sanctus
faz, p. ex., na bênção da água) sôbre o altar e tendo o dedo r ecita em voz alta o prefácio. Ao
as pôr sôbre o altar, mediocremente inclinado diz com
mínimo da mão direita voltado para o objeto (p. ex., para ergue-se e faz
o cálix e a hóstia), traça com a mão uma linha reta desde vmt moderada Sanctus, etc. Ao Benedictus,
o meio da pala, na sua direção, até sôbre a hóstia, e sem (( sinal da cruz, enquanto continua a oração sem juntar as
baixar a mão, uma segunda linha de um canto da pala ao ui;ios no fim.
outro ao longo do bordo anterior, e junta depois as mãos,
VII. Do cornêço do cânon até depois da consagração
sem reconduzir a mão direita ao meio da pala. As bênçãos
se devem fazer devagar, não apressadamente, para guar- 701. Depois do sinal da cruz o C abre o cânon com a mão
dar a dignidade litúrgica. escinerda, estando a direita pousada sôbre o altar, junta as
6. Com as mãos juntas vai para o lado da epístola, menos na missa solene, pois que o C as junta ao Ho-
onde, viradas as palmas das mãos para baixo, lavprin- san uur, estende-as, eleva-as um pouco (de modo que as pon-
cipiando o Lavabo inter, etc., as extremidades do poli gar e Ias dos dedos não ultrapassem a altura da fronte) e ao
do indicador de ambas as mãos, conservando os outros de- mesmo tempo os olhos, baixa-os logo devotamente, junta
dos separados, e enxuga-os com o manustérgio. E' proibi- Ï(,, mãos, inclina-se profundamente, pousa as mãos juntas
do o lavabo (bacia e jarro) grande nas missas não ponli- ,,abre o altar e começa em voz baixa o Te igitur, etc., es-
ficais. (d. 4100 ad 4.) Volta-se para o altar, e, feita ao ,oido inclinado. (d. 2572 ad 19. Outra explicação inadmis-
Gloria Patri inclinação profunda à cruz, acaba o Sicut eral, "standum est rubricce.") Depois
s M . Cf. Decr. t. V p. 482 ' li accepta, etc.,
enquanto se dirige para o meio do altar. Ali eleva os olhos ,L( palavra petimus, beija o altar e continua
à cruz, abaixa-os logo e, com as mãos juntas postas sôbre (miluanto se endireita, junta as mãos e benze, conservando a
o altar, inclinando-se mediocremente, diz em voz baixa ',;U n ia da mão perpendicular e não horizontal (d. 1275 ad
vQw

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340 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 341
4) e os dedos unidos e estendidos (d. 1711 ad 6), o cálix
e a hóstia conjuntamente três vêzes, dizendo: hcec dona, Dizendo Per Christum, junta as mãos, recita Quam obla-
.hcec munera, hcec sancta sacrificia illibata. Em seguida pros- lï o nem e benze três vêzes, às palavras benedictam - ad-
segue o cânon em voz baixa com as mãos estendidas diante seriptam — ratain — o cálix e a hóstia simultâneamente.
do peito. Ao nome do papa, inclina a cabeça. (d. 2915 ad Prolonga a terceira cruz de modo que possa pronunciar ra-
5.) Ao Antistite nostro, tionabilem acceptabilemque facere digneris, faz o quarto si
diz o nome do bispo da diocese, cru
que se diz a missa, sem inclinar a cabeça. (n. 112.) 0 bis- nril da cruz sôbre a hóstia do tamanho dela, dizendo ut no-
po ordinário celebrando em diocese alheia no cânon deve bis corpus, o quinto sôbre o cálix, do tamanho da pala, con-
nomear-se a si mesmo. (d. 3764 ad 19.) Impando et sanguis. Estas cruzes podem-se fazer ou na mes-
nia altura ou baixando a mão até à altura do nó do cálix
702. 0 nome de vigário apostólico ou prefeito apostólico
só pode ser mencionado com indulto da S. Sé. Se a Sé epis-
• na bênção da hóstia. Depois levanta e junta as mãos (como
copal estiver vaga ou se se celebra em Roma ou num lugar no Glória) diante do peito, dizendo fiat dilectissimi, etc., in-
clinando a cabeça ao dizer les t' Christi.
que tem somente um vigário ou prefeito apostólico com ju- Se há partículas para consagrar, descobre a âmbula..
risdição episcopal, omitem-se as palavras Antistite nostro.
Coloca-a sôbre a pedra de ara, se esta é pequena, afastan-
O nome de um bispo só será mencionado depois de tomar
posse da diocese. O bispo administrador de uma diocese não do um pouco para o lado o cálix da missa. Depois da con-
! ;tgração fecha a píxide e a remove do centro do corporal.
é mencionado no cânon nem comemorado no dia da sua elei-
ção ou consagração. (d. 2774 ad 5.) I h'vc-se proibir o abuso (abusum esse interdicendum) de co-
ineçar, logo depois da consagração, a distribuição da s. co-
703, 2. Ao dizer Memento Domine,
eleva e ajunta as mãos i iiuhão com hóstias consagradas na mesma missa. (d.
pondo-as à altura do rosto ou do peito (Rubr.), (descre- t i48 ad 7.)
,

vendo com as pontas dos indicadores os dois lados de uris


triângulo cujo vértice não deve subir acima da bôca). Per- 104. 4. Antes de principiar Qui pridie pode passar leve-
manece alguns instantes nesta posição, com a cabeça um mpie as polpas dos polegares e indicadores sôbre o corpo-
pouco inclinada, fazendo comemoração dos fiéis vivos, pelos enl nos quadrados anteriores, e começa Qui pridie. Pega com
quais quer rezar. Pode nomeá-los oral ou mentalmente ou u polegar e o indicador da mão direita na hóstia, apoiando
antecipadamente, determinando antes da missa os vivos (ou ^t indicador da mão esquerda sôbre a borda oposta e diz
mortos) pelos quais quer rezar, e dizendo ou pensando, ao iu eepit panem, etc. Ajunta o polegar e o indicador da mão
Memento: pelos quais tenciono rezar. O Memento não ex- rrttlucrda sustentando-a a uma distância de quatro dedos do
ceda a duração de um Padre Nosso, conforme o uso. „rpural, em todo caso não apoiando a mão no corporal,
3. Depois do Memento o C continua et omnium, etc. A perra não macular o lugar onde depois há de colocar o SS.
palavra Marice, Sacramento. Os outros dedos da mão direita se encosta m.
faz inclinação da cabeça para o livro, i. 6, -

para o nome escrito no livro (d. 3767 ad 25), e se a ima- n nv, da esquerda, por detrás da hóstia. Elevando os olhos ao
gem de Nossa Senhora estiver no lugar principal\ do altar, ct`ai diz et elevatis, etc., faz inclinação profunda ao tibi gra-
para ela. Ao SS. Nome de Jesus, faz inclinação de cabeça !!as agens, e sustentando a hóstia com a mão esquerda, faz
rl o minai da cruz com a mão direita sôbre ela, dizendo be-
cruz. Se no cânon nomear um santo, cuja festa se celebra
ou comemora (d. 2572 ad 20), inclina a cabeça para o livro, cifvti.ril, tornando a pegar na hóstia com a mão direita, con-
Ao dizer per eundem,
junta as mãos e as estende ao Hanc dizendo fregit, etc., até amues.
igitur sôbre o cálix e a hóstia, de modo que os polegares se 705. 5. Apóia o antebraço (cotovelo) sôbre a parte ante-
cruzem, o direito sôbre o esquerdo, acima das mãos (d. 1275 t^r do altar (na mesma posição que na comunhão: Rit. cel.
ad 5), e os outros dedos juntos e estendidos cheguem ao X, 4 eubitis super altare positis) recuando uni pouco, se fôr
meio da pala, sem a tocar. pt rtì ;o , e diz secreta, distinta, continuada e reverentemente
oil I+;lavras da consagração: distintamente, porquanto a pro-

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343
II.342 R e u s, Curso de Liturgia
Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

núncia perceptível é necessária para a forma do Sacramento; Ex negligenti pronuntiatione sine prava mente, `cal x m pn re c" e st"
in "es", "corpus" in "copos", "meum' in `meu", "
reverentemente, i. é, sem esfôrço da cabeça ou da bôca, servi " sanguinis" in "sanguis" etc. non reddit invalidam nec dubiam con-
aspiração forçada pela ânsia. Ergue-se imediatamente e con- rtecrationem, quamquam si vere incuria committitur, id a veniali
p eccato excusari nequit. (S. Alf. n. 244; Lehmkuhl II n. 128; Sca-
servando entre os dedos a s. hóstia sôbre o corporal, apóia
vivi, Ferreres.)
os pulsos sôbre a parte anterior do altar, adora com genu-
flexão a s. hóstia, endireita-se sem demora e seguindo cone 707. Terminadas as palavras in remissionem peccatorum,
etc., endireita-se, coloca
os olhos o SS. Sacramento, eleva-o em linha vertical sôbre continuando Hcec quotiescumque,
o cálix e depois as mãos sôbre o corporal e adora reve-
o corporal tão alto quanto comodamente possa (Rubr.) e rentemente a Jesus sacramentado. Endireita-se, põe a mão
mostra-o ao povo para a adoração. Desce a s. hóstia e, cone direita no nó do cálix, a esquerda no pé e eleva-o em li-
a mão direita só, coloca-a no mesmo lugar, donde a tirara,
nha vertical e devagar, para a adoração do povo, tão alto
pousando a borda do dedo mínimo esquerdo no corporal, de quanto cômodamente fôr possível (o pé do cálix deve che-
modo que o indicador e o polegar fiquem levantados dentro
do quadrado da s. hóstia, sempre unidos e na mesma posi- t a r à altura da testa), seguindo-o com os olhos. Depois
desce-o devagar, põe-no reverentemente sôbre o corporal
ção até à ablução, a não ser quando tem de tocar a s. hóstia. no lugar que ocupava antes e cobre-o com a pala, apoian-
Logo que esteja livre a mão direita, põe-na igualmente no do a mão esquerda (dedos médio, anular e mínimo) no pé
outro lado do quadrado.
I() cálix. Torna a fazer genuflexão.
706. 6. Tendo pôsto a s. hóstia sôbre o corporal, o C ado-
ra-a, fazendo de novo genuflexão seguindo a regra, segundo VIII. O cânon depois da consagração até ao Pater noster
a qual se faz sempre a genuflexão antes e depois de tocar 708. 1. Feita a adoração, o C, de pé, com as mãos esten-
o SS. Sacramento. Ergue-se, pousa o dedo médio e o anular didas diante do peito e os polegares e indicadores juntos,
da mão esquerda no pé do cálix, tira a pala, limpa sôbre a (anamnese). Di-
copa os dedos de qualquer fragmento, esfregando-os um na- continua em voz baixa Unde et memores
zendo de tais donis ac datis, junta as mãos e, pondo a es-
dinha, o que observará sempre depois de tocar a s. querda sôbre o corporal, traça com a direita três cruzes sô-
tretanto, diz Simili modo postquam ccenatum est,hóstia. E n Hostiam
accipiens, etc., pega com as mãos no cálix pelo nó, e rezando Itr e a s. hóstia e o cálix simultâneamente, dizendo
a di- luram, etc., depois na mesma altura ou à altura do nó do
e uma
reita acima da esquerda, de modo que o cálix esteja entre os t r'dix uma vez sôbre a s. hóstia só ao Panem sanctum,
dois dedos unidos e os três livres, eleva-o um pouco, pousa-0 vez sôbre o cálix só, ao Calicem salutis.
logo, inclina a cabeça para a s. hóstia, dizendo item tibl Estende as mãos diante do peito (sem juntá-las antes)
gratias agens. Ao benedixit, sustentando o cálix pelo uo't faz pro-
e continua Supra quce. Ao Supplices te rogamus,
com a mão esquerda, traça com a mão direita o sinal da I'nnda inclinação do corpo, retraindo-se um pouco se fôr mis-
cruz sôbre o cálix, põe a mão direita, como antes, no cálix altar (não sôbre o cor-
dizendo deditque discipulis, I er, e. pondo as mãos juntas sôbre o
etc., a esquerda no pé do ç;ïlix, poral) e separando-as, beija o altar, dizendo ex hac altaris
o polegar e o indicador em cima, os outros dedos em baixo. porticipatione, endireita-se, junta as mãos, põe a mão es-
Tendo acabado ex eo omines, apóia os antebraços no aliar querda sôbre o corporal e com a direita faz o sinal da cruz
como na primeira consagração, sem encostar a mão esquerda ',ellire a s. hóstia dizendo corpus e sôbre o cálix, dizendo
no corporal, faz inclinação profunda da cabeça e, Sc. 161 urrgoinem. Coloca a mão esquerda abaixo do peito, tendo
preciso, do corpo. Inclinado sôbre o cálix, em linha vertical,
.
o cuidado de que o polegar e o indicador não togwrem a ca-
pronuncia em voz baixa, distinta, continuada e revereule sina, e faz o sinal da cruz sôbre si mesmo, dizendo omni
et gratia
mente as palavras santas da consagração. Nada impede benedictione (tocando na testa), ccelesti (no peito),
(no ombro direito). Ao Per
lê-las na sacra ou, como os bispos, no cânon, contanto olhe (no ombro esquerdo), repleamur
se guarde sempre profunda devoção. cornier ', junta as mãos.

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344 R e u s, Curso de Liturgia Missa: Cap. III: Cerimônias 345
II. Liturgia Especial. A S.

709. 2. Ao Memento etiam, o C estende as mãos e sem lei começa o Pater noster,
estende as mãos, fixa os olhos no
em consideração as letras N..et N., resto do antigo coda SS. Sacramento e continua nesta posição até depois de o
Em voz baixa (se-
me de ler os nomes dos defuntos, ao in somno pacis junta ministro ter dito Sed libera nos a maio. Sem juntar as mãos,'
as mãos e, descrevendo os dois lados de um triângulo cujo crete, diz o cânon) responde Amen.
vértice está na altura da bôca, levanta as extremidades dos lira com a mão direita a patena um pouco para fora do cor-
dedos à altura do lábio inferior. Com os olhos fitos na s. poral, limpa-a com o sanguinho, sem separar o polegar e o
hóstia faz comemoração dos defuntos como fêz dos vivos . indicador, servindo-se também, se fôr preciso, da mão es-
Depois estende as mãos e prossegue Ipsis Domine. Ao Per querda. Põe o sanguinho no lugar que antes ocupava, pega
eundem Christum, junta as mãos e inclina a cabeça (a única a patena entre o indicador e o médio e sustenta-a de pé
vez em tôda a Liturgia que o C faz inclinação à palavra pousada no altar junto do corporal com a parte côncava
Christum, porque neste lugar encerra um mistério, a sabei voltada para o cálix. A mão esquerda está sôbre o corporal.
À pa-
que Nosso Senhor, inclinando em sinal de obediência a ca.
beça, aceitou a morte e a descida aos infernos e trouxe as
711. 2. Reza em voz baixa o embolismo Libera nos.
almas "luz e paz"; factus obediens usque ad mortem), cl. lavra Maria, inclina a cabeça para o livro, num . et altar de
n. 526. Nossa Senhora à sua imagem. Depois das palavras omni-
põe a mão esquerda abaixo do peito (torax),
b us Sanctis, (tocando a tes-
Pousa a mão esquerda sôbre o corporal e batendo no benze-se com a patena, rezando da propitius
peito com a direita, diz em voz moderada Nobis quoque pec- (ombro esquerdo), nostris
catoribus. Em voz baixa e com as mãos estendidas, con li- ta), pacem (peito), in diebus
(ombro direito). Beija a patena; é conveniente que seja na
nua famulis tuis. Ao Per Christum D. N., junta as mhos, diz
Per quem... bona creas, coloca a mão esquerda sôbre o cor- horda superior, na cruz ou imagem se houver (cf. d. 1711
ad 5), calca ligeiramente a borda esquerda d a . s. hóstia e,
poral e faz com a direita três cruzes sôbre a s. hóstia e o etc., acomoda-a com o in-
cálix simultâneamente, dizendo: sanctificas, vivificas, hem rezando ut ope misericordice tuce,
, dicador esquerdo sôbre a patena, que coloca um pouco para
Descobre o cálix, faz genuflexão,-dicsetpranob. o lado da epistola, fora do lugar, onde estava a s. hóstia
pega reverentemente na s. hóstia com o polegar e o hull- para que não se percam por acaso fragmentos da s. hóstia.
cador da mão direita e, pondo a esquerda no nó do cálix, Descobre o cálix, faz genuflexão, toma a s. hóstia com o
faz com ela três vêzes o sinal da cruz de um lado da borda polegar e o indicador da mão direita, segura-a com o po-
do cálix ao outro, pronunciando as palavras santas: Per legar e o indicador das duas mãos sôbre o cálix, divide-a
ipsum et cum ipso et in ipso, depois à mesma altura dures cverentemente pelo meio de alto a baixo, sem violência,
vêzes entre o cálix e o peito, partindo da` borda do cálix e para não dispersar fragmentos, rezando em voz baixa Per
dizendo: est tibi Deo Patri omnipotenti in unitate Spiritus Jesus.
Sancti. Sustentando com a direita a s. hóstia sôbre o c,ilix, eundem D. N. J. Ch. e inclinando a cabeça ao dizer
com a esquerda eleva o cálix com a s. hóstia um pouco (ii (Cl. d. 2850 ad 1.) Coloca a metade, que tem na mão di-
reita, na patena e separa da outra metade com a mão di-
altura de cinco dedos) e diz omnis honor et gloí ia. Logo ) reiia unia partícula na parte inferior (d. 1275 ad 6), di-
desce o cálix com a s. hóstia, coloca a s. pôs Ca sôbre o Põe a parte maior, que
,endo: Qui tecum vivit et regnat.
-

corporal, limpa o polegar e o indicador sôbre o cálix e jun- b in na mão esquerda, ao lado da outra , metade, de modo
ta-os de novo, cobre o cálix, sustentando-o pelo pé cone a
(lie a s. hóstia conserve a forma redonda, dizendo in uni-
mão esquerda e, fazendo genuflexão, adora o SS. Sacramento,
lute, etc. Colocar a última metade um pouco sôbre a outra,
IX. Desde o Pater foster até depois da comunhão inale não estorva a forma redonda, mas facilita a cerimônia
710. 1. Conservando as mãos pousadas sôbre o corporal,
(

de pegá-la. Leva a mão esquerda ao nó do cálix, e tendo


diz em voz alta Per omnia, etc., depois Oremnus, jt u
it.ui d o l
partícula em cima do cálix, diz em VOZ alta: Per omnia
as mãos e inclinando a cabeça ao SS. Sacramento, Quaiulo .arc ulrr sceeculorum. Depois traça com a santa partícula três

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346 R e u s, Curso de Liturgia III: Cerimônias 347
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.

cruzes, devagar, de um ao outro bordo, rezando Pax Do- O missal indica um segundo modo fácil de tomar a s. hóstia
mini — sit semper — vobiscum. Depois de ter respondido no urão: fácil, porque permite apanhar a patena com as duas mãos
o ministro Et cum, etc., o C deixa cair a partícula, rezando evita as dificuldades.
A rubrica na sexta-feira santa prescreve que o celebrante "tome
em voz baixa: Hcec commixtio, etc.; ao SS. Nome de a patena com o corpo de Cristo". Neste caso o C toma com as
Jesus
faz inclinação (a rubrica não a menciona). Purifica ligei- di v os mãos a patena com o SS. Sacramento do corporal, segura-a en-
I re o dedo indicador e o médio da mão esquerda, toma reverente-
ramente os dedos sôbre o cálix, põe a mão esquerda em ci- niexite da patena as duas partes da hóstia com o polegar e o indi-
ma do pé do cálix, cobre-o e adora o SS. Sacramento, fa- cador da mão direita e as põe entre o polegar , e o indicador da
zendo genuflexão. a too ifste
esquerda. Depois continua como diz o Rit. eel.
segundo modo é lícito: a) porque está no próprio missal;
712. 3. Depois junta as mãos e inclinando a cabeça (ca- I,) segue ó missal ao pé da letra; c) não acrescenta nada às ru-
pite inclinato, Rit. eel.) ao SS. Sacramento, diz em voz alta bricas; d) o próprio Rit. eel., X, n. 7, supre as rubricas do Rit.
eel. por uma rubrica da quinta-feira santa (Serventur quce in feria
três vêzes Agnus Dei qui tollis peccata mundi. nce Domini prcescribuntur); e) Pio V, provavelmente, não
Acrescenta, V Caomitir
quis
,
êste modo prático de tomar na mão a s. hóstia ensi-
a primeira e a segunda vez, miserere nobis; a terceira vez,
dona nobis pacem, batendo cada vez no peito, enquanto nado pelo célebre Burcardo (Eph. Lit. 1924. Ordo p. 31) e o pôs
nos rubricas da sexta-feira santa. Por isso muitos sacerdotes pre-
profere as três últimas palavras e pousando a mão esquerda ferem-no ao modo indicado nas rubricas do Rit. eel.
sôbre o corporal. Não está prescrito levar cada vez a mão 713. 4. 0 C endireita-se, segura com a mão direita, pela
direita até ao corporal e depois até ao peito. Em seguida a mão
parte superior, as duas metades da s. hóstia. Com
põe as mãos juntas sôbre o altar (não sôbre o corporal d. ,esquerda pega pela borda exterior e a meia altura a meta-
2572 ad 21), de modo que as extremidades dos dedos nií- de da qual tirou a partícula. Coloca em cima a outra me-
nimos topem na frente do altar, inclina-se mediocremente e, .
Lute e segura-a com o polegar da mão esquerda. Pega nes-
corn os olhos fitos no SS. Sacramento, diz em voz baixa as Ias duas metades pela extremidade inferior corn a mão di-
três orações prescritas, para antes da comunhão. Acabadas
estas orações, faz genuflexão, dizendo ao levantar-se: Pa-
r eìta e faz com elas o sinal da cruz sôbre si mesmo, i. é,
,liante de si (bênção eucarística) por cima da patena, que
nem ccelestem, etc. Leva com o indicador da mão esquerda
lent na mão esquerda diante do peito. A cruz não deve ex-
a s. hóstia para a borda da patena, apanha-a pela parle eeder a patena, por causa dos fragmentos que eventualmente
superior com o e o indicador da mão direita e a caem. Ao mesmo tempo diz em voz baixa, fazendo inclina-
põe entre o polegar e o indicador da mão esquerda, de mo- m da cabeça (d. 2850 ad 1), e formando a linha vertical
ante-
do que ela conserve a forma redonda, e introduz a patena SS. Nome de Jesu: Corpus Domini, etc. Apóia os
entre o indicador e o médio da mão esquerda debaixo da In aços sôbre o altar, inclina-se mediocremente, põe a s. hós-
s. hóstia. Sustentando a s. hóstia com a mão esquerda so- lia, com reverência, na língua, conservando-a afastada do
bre a patena entre o cálix e o peito, sem apoiar a mão ou céu da bôca até estar umedecida. Depois põe a patena sô-
p-
o braço sôbre o altar, sem se voltar para o lado, inclina-se lir e o corporal, purifica ligeiramente os dedos sôbre a(ante
mediocremente, bate três vêzes no peito, dizendo cada er lena, endireita-se, junta as mãos á altura dos lábios
em voz moderada: Domine non sum dignas. Continu^ni saciem, Rit. eel.) e fica alguns instantes meditando no bene-
dizem, o tempo de um Padre
voz baixa: ut intres, etc., conservando, entretanto, a m o I leio indizível, comumente,
direita sôbre o peito. Nosso.
Não se pode negar que as cerimônias do missal neste ponto s il o 714. 5. Depois abaixa as mãos, põe a esquerda sôbre a
um pouco difíceis, como a experiência ensina, mormente quando o base do cálix e, dizendo: Quid retribuam Dominó pro om-
borda da patena é baixa, circunstância essa que é frequente. Muitos
autores procuram facilitá-las. Introduzem uma nova cerimônia, dl-. nibus qum retribuit mihi, descobre o cálix, faz genuflexão,
zendo que a patena com a santa hóstia se ponha encostada s Ore lama a patena com a mão direita e, se houver nela alguma
o pé do cálix, para se poder pegar mais facilmente a s. hóstia. Mos palIicula, fá-la cair no cálix, depois olha o corporal e re-
êsse modo traz outro inconveniente. olhe com a patena os fragmentos que poderiam ter ficado,

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III: Cerimônias 349
348 R e u s, Curso de Liturgia I1. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap.

nia coisa misturada não consagrada. A Igreja neste caso dis-


passando-a algumas vêzes (2-4 vêzes; Ercker, Müller, Zual- pensa, se fôr preciso, pela prescrição litúrgica, de purificar
di, Kieffer, Aertnys, Solans), devagar, sôbre o lugar, cm o corporal. (Vermeersch, Theol. mor. III p. 337, 2. ed.)
que pousava a s. hóstia. Quem raspa repetidas vêzes o cor- Pousar o cálix no altar e demorar na meditação como
poral, recolhe fios, pedacinhos de amido, etc. Deitando tais depois de tomar a s. hóstia é contra a rubrica. A S. R. C.
coisas no SS. Sangue, falta à reverência devida. Em seguida perguntada: Se o sacerdote depois da sumpção do Precio-
eleva a patena (em posição horizontal) sôbre o cálix, incli- s;issinao Sangue deve demorar um pouco na adoração como
na-a, passa a polpa do indicador esquerdo uma ou duas vê- faz depois da sumpção da sagrada hóstia, respondeu:
zes sôbre a borda esquerda da patena, na largura de ' uni se
centímetro, de maneira que esta parte fique limpa de fra- "Observem-se as rubricas." Ora a rubrica depois da sum-
e não dá
pção do SS. Sangue logo manda dizer: Quod ore,
gmentos. Pega então com a mão esquerda por esta parte, 2.) Que este é o sentido ge-
limpa a patena e purifica-a com a polpa do polegar e do lugar à meditação. (d. 2850 ad
, t. V p. 90)
indicador da mão direita, atenta, mas não ansiosamente, sem uu ino da resposta a S. R. C. declarou (Decret.
dizendo: "0 C depois da sumpção do SS. Sangue não deve
dar volta à patena, fazendo cair os fragmentos, se houver, demorar na meditação do SS. Sacramento." A meditação é
no cálix, tomando o cuidado de que não caiam fora do cá- Contudo, antes
lix, e limpa enfim também os dedos, esfregando-os levernentc. substituida pela oração Quod ore sumpsimus:
de começar a falar, é bom esperar um instante, para que
715. 6. Enquanto limpa a patena (segundo o cânon Missa) • nino se desprendam da língua gotinhas do SS. Sangue.
ou depois de tê-la purificado (Rit. cel.) diz o C: Cal eem Logo depois da sumpção do
salutaris, etc. Põe a mão esquerda com a patena no corporal, 716. 7. Comunhão dos fiéis.
SS. Sangue distribui-se a s. comunhão.
pega com a direita o cálix por baixo do nó e faz com ele
uma cruz diante de si, rezando: Sanguis Domini, etc. Di- a) O Ritual (tit. IV, c. 2, n. 11) diz "que dentro da
zendo Jesu, inclina a cabeça (d. 2850 ad 1), traçando ao missa a comunhão do povo deve-se realizar logo depois da
mesmo tempo a linha vertical da cruz. Bebe em seguida o comunhão do sacerdote, a não ser que às vêzes se deva dis
I rihuir imediatamente antes ou logo depois da missa privada
SS. Sangue com a partícula, sustentando a patena por bai- c. 1, n. 13-14.) Cada sa -
xo do queixo e da copa e impedindo que gotas do SS. Sa- por motivo razoável." (Tit. IV, ,

cerdote pode dar a comunhão antes e depois da sua missa


cramento caiam casualmente no chão. A Rubrica não pres- . privada e fora da missa. Cân. 853: Qualquer batizado, a
creve que o SS. Sangue se beba de um só hausto, mas in- ^lucm não é proibido pelo direito canônico, deve ser admi-
sinua que não se retire o cálix dos lábios senão depois de lido à s. comunhão, a qual só se pode negar aos publica-
ter tornado todo o SS. Sangue. Nem se afaste o cálix brus-
niente indignos. (Tit. IV, c. 1, n. 8.)
camente dos lábios, porque assim gotinhas do SS. Sangue
se desprendem da bôca e caem na patena. Se houver uma b) Não se abra o sacrário antes da sumpção do SS.
Sangue, para que não haja perigo de derribar o cálix.
gota na patena, o C tome-a lambendo. (De def. X, 12.) Se c) O pavilhão só se põe na píxide, em que se consagra-
a partícula ficar pegada ao cálix, pode trazê-la á borda do partículas, depois da comunhão do C. Em seguida, con-
l :un
cálix com o indicador ou tomá-la com a ablução "Si qu',
;
servando juntos os dedos polegares e indicadores, abre o
in prima Missa diei nativitatis sumpserit moscam vel parti- ,sacrário, faz genuflexão, coloca a píxide no sacrário, faz ge-
culam cera✓ , que inciderat in calicem vel guttulas vini calici
nuflexão e fecha a porta. Se uma píxide ficou vazia, embora
interius inhwrentes, etsi non consecratas, potest adhuc aliam contendo fragmentos miúdos, não se põe mais 'o pavilhão
Missam celebrara. Id quód sumitur simul cum sacris spc-
nela, porquanto o pavilhão indic a . a presença de partículas
cicbus non frangit ieiunium, quod ecclesia humano modo ser-
vandum pra?cipit., (Noldin, III, n. 151.) consagradas.
717. d) Se há comunhão e as sagradas particulas estão no
O mesmo se diz a respeito de tudo quanto se recolhe sacrário, o C depois da sumpção do SS. Sangue põe o cálix
com a patena na purificação do corporal, embora haja algu-

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350
R e u s, Curso de Liturgia Cap. III: Cerimônias 351
II. Liturgia Especial. A S. Missa.

um pouco para o lado, mas ainda dentro do corporal, co- Na missa solene o diácono e subdiácono comungam antes de todos
bre-o com a pala, tira a píxide do` sacrário e a descobre, sem- (C. E. I. c. 9 n. 6), embora haja sacerdotes.
Os leigos religiosos podem comungar no altar em último lugar
pre com as devidas genuflexões. Depois de o ajudante ter por ocupar dignidade não vulgar. Pois o estado religioso juridica-
rezado o confiteor, o C genuflete, volta-se para o povo com mente ' é muito semelhante ao estado clerical, tendo as comuns obri-
as mãos juntas e reza, sempre no plural, mesmo se fôr só gações e importantes privilégios clericais. (Cân. 592; 614.) Os lei-
uma pessoa a comungar: Misereatur vestri, gos seculares comungam na balaustrada. Esta ordem dos comun-
sinal da cruz sôbre o povo ao Indulgentiam, etc., traçando o goates existe desde os primeiros séculos.
etc. Volta-se Mas não é licito aos leigos assistir à missa .ou bênção ou ser-
para o altar, genuflete, pega com a mão esquerda a píxide, mão no presbitério ou ali rezar. (d. 1258; 1838; 3388.)
Uma obrigação sob pecado de receber, ou permitir ou proibir
toma uma partícula com o indicador e o polegar da mão a comunhão no altar não se pode provar (C. E. II c. 29 n. 4). Os
direita, tendo os outros três dedos dobrados sôbre a palma sacerdotes e diáconos comungam com a estola (côr branca ou outra).
da mão ou estendidos e a píxide na altura do coração, eleva Finda a distribuição da s. comunhão, o C volta para o
a s. hóstia um pouco sôbre a píxide, volta-se para o povo coloca a pixide no
altar, sem recitar O Sacrum convivium,
e reza, sem levantar ou descer a s. hóstia, em voz alta: corporal, genuflete, cobre a pixide e coloca-a no sacrário. Se
Agnus Dei, etc., e depois três vêzes, Ecce
Domine, non
ut Mires sub tectunz meunz, etc., tudo em voz alta. sum dignus, a comunhão foi distribuída durante a missa, o C purifica a
patena da comunhão sôbre o cálix da missa; se fora da mis-
718. Começando do lado da epístola, distribui a s. comu- sa, sôbre a píxide. Porém só se põem na pixide ou no cálix
nhão, usando a patena da comunhão, a qual está prescrita. partículas que, sem dúvida, são fragmentos da s. hóstia; coi-
Pois a S. C. dos Sacramentos prescreveu (A. A. S. 4 de sas duvidosas colocam-se no vaso com água. (Vermeersch.)
novembro 1929) que, além da toalha para a s. comunhão, O método que dá mais pro-
deve se usar um prato de metal dourado ou de prata. Os 719. 8. Purificação da píxide.
babilidade de guardar tôda a reverência para o SS. Sacra-
mento sem demorar muito é o seguinte: 1. Corn a mão es-
fiéis colocam esta patena debaixo do queixo e entregam-na
ao vizinho sem virá-la, para que os fragmentos desprendi- giierda o C segura a pixide colocada sôbre o corporal ou
dos casualmente da s. hóstia sôbre a patena, não caiam no inclinada para a direita; 2. passa, apertando bem, a polpa
chão. E' lícito que um ajudante acompanhe o C segurando elas duas ou três falanges do indicador direito pela metade
a patena debaixo do queixo de quem comunga. (S. C. R. ad do interior da píxide, uma vez em linha semicircular, depois
Card. Monac. 2
3-1-1931.) E' proibido que o próprio C se- dando volta à pixide com a mão esquerda, pela outra me-
gure a patena, por meio de uma asa, debaixo do queixo tade, e limpa assim a parte superior da píxide, esfrega o
de quem comunga. (S. C. R.
1854 in Lucionens. ad 12;
Eph. Lit. 1930, p. 73.) Cf. C. B. n. 212. dedo e olha rapidamente, se ainda ficou algum fragmento
tut 'parte superior; 3. reúne com a ponta do indicador no
Fazendo cada vez com a s. hóstia o sinal da cruz sôbre bundo os fragmentos principais da parte inferior da píxide,
a píxide e dizendo Corpus Domini N. Jesu
Christi, etc., põe a s. partícula na língua do(inclina a cabeça) uniu só lugar, e toma-os com a ponta do dedo (cf. Ga-
comungante. vautus, Corsetti) ; 4. recebe vinho na píxide e lava com a
Aos sacerdotes e outros clérigos faculte-se
administretur) (priebeatur, e não
a comunhão no altar, ajoelhados nos degraus -o i ponta do dedo d parte inferior da píxide de modo que todos
parados dos leigos dentro das grades do altar, sendo cômodamente se- os fragmentos fiquem molhados e desprendidos do interior
possível. (Ritual, t. IV c. 2 n. 4.)
da copa (cf. De Herdt, Quarti); 5. enxuga um pouco o in-
Esta rubrica estende-se também a pessoas leigas
dignidade, a qual liturgicamente se deve atender de não vulgar dicador, passando-o duas ou três vêzes sôbre a borda da
per se (reis) ou pixide ou no sanguinho, gira a píxide à volta, de modo que
acidentalmente (esposos na missa nupcial). Estas comungam antes
dos clérigos, ao menos dos de ordens menores (d. 4328); governa o liquido se mova e deita-o no cálix da missa; toma esta
primeira ablução, dizendo: Quad ore; 6. põe os indicadores
dores,' altos magistrados, depois do clero (d.. 3024; 2753 ad 6); o
ajudante leigo da missa, embora sem batina (d. 4271 ad 1), p
or polegares das duas mãos sôbre a pixide e com os outros
causa da sua função, antes de monjas ou outras pessoas (d, 1071);
mas êste, se fôr clérigo, é o primeiro dos da sua ordem (d. 1328). dedos segura-a pelo exterior e toma a segunda ablução, di-

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S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias 353
352 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A
anti-
zendo: Corpus tuum, move o líquido ao redor, deita-o no Tôdas as vêzes que se renovam as s. partículas, as
devem-se distribuir ou consumir. (Cân. 1275; Rit. IV,
cálix da missa, e bebe-o. gas
n. 7.) E' errado, quando se renova a hóstia grande,
Segundo outros, o C logo recebe o vinho na píxide, mo- e. I, a antiga em partículas e conservá-las na pixide. Cf.
ve-o ao redor, deita-o no cálix e bebe-o. Depois, no lado partir
da epístola, recebe vinho e água na píxide, passa, o indica- C. B. n. 213. nos
dor molhado sôbre' a parte superior do interior da copa e en- De Eu-
natal,o e o s rritual no apêndice
lias
xuga o dedo no sanguinho. Depois procede como no método (lias dde finados e bde a
anterior. ehuristia. se o sacerdote disser
Se a píxide, é, pequena, é mais conveniente purificá-la, a) Na primeira e se gunda missa,
outra missa, depois da sumpção do SS. Sangue, o C não
fazendo cair os fragmentos no cálix da missa, em que an-
purifica nem enxuga o cálix (nem a
tes se deitou o vinho da primeira ablução. bôca); as mõesno diz
bre o corporal e cobre-o com a pala. Junta
Para a purificação da píxide grande nos leprosários a S. R. C. 19-2- Depois lava os e
1909 prescreveu o modo seguinte. No altar prepare-se um pequeno vaso
com água e estõpa ou algodão, nële se derrame a purificação da pixido, no meio do altar Quod ore sumpsimus. os
feita como de costume e se deite na piscina quanto antes, i. é, sem guar-
dá-la neste vaso por mais tempo. (A. A. S. 1909 p. 289.) 0 mesmo vale
dos num vasinho com água, dizendo: ngumho u a pa-
depois
nas mesmas circunstancias para a patena da comunhão. enxuga. Tira a pala do cálix, põe o sa
com a hóstia e o véu, porém não a bôlsa: Omite a ge-
720. Quando se renova a hóstia grande, purifica-se tam- nuflexão diante do cálix, embora nêle fiquem algumas gotas
bém a luneta sôbre o cálix da missa, depois de ter tomado No fim fecha o missal e
a s. hóstia antiga, sem sinal da cruz. Se a luneta não se do SS. Sangue. (d. 1772 ad 7.)
pode abrir, pode-se usar um pauzinho, que depois se deita abre-o no principio da missa seguinte.
na piscina. 722. Ao ofertório da segunda e terceira missa tira o véu e
põe o cálix um pouco para o lado da epístola, mas não fora
Se o C consagrou partículas na missa sôbre o corporal corporal. Tendo terminado o oferecimento da hóstia, não
e distribui-as logo, depois da sumpção do SS. Sangue ge- do
purifica o cálix, mas, elevando-o um pouco sôbre o corporal,
nuflete e "põe as partículas sôbre a patena, genuflete e con- o vinho e a água com cuidado (não limpar as go-
tinua comb foi dito. Acabada a distribuição, purifica o cor- deita nêle
las no interior do cálix), e oferece-o como de costume.
poral e prossegue na missa. b) Se a segunda missa se diz depois de algum inter-
Se houver só uma pixide e foram consagradas partículas valo de tempo, o C pode deixar o cálix no altar, sem ser pu-
no corporal ou num cálix de missa, purifica-se a píxide, que icado, ou colocá-lo no sacrário ou levá-lo para a sacristia,
ficou vazia, segundo o primeiro método n. 1-5. Recebe-se vi- l
pondo-o sôbre um corporal. Na missa seguinte leva-o para
nho na píxide; em vez de tomar logo a primeira ablução, faz- o altar, colocando-o sôbre o corporal já estendido de ante-
se deitar mais uma vez vinho na píxide, o qual se deita no
cálix. Limpa-se a píxide com o sanguinho, põem-se as s. nião.
723. c) Quem diz a missa seguinte numa igreja distante,
partículas na mesma, fecha-se a píxide, purifica-se oc( r-
poral ou cálix das partículas, deitando os fragmentos na Ionia na primeira missa o SS. Sangue com o maior cuidado
ablução, que se toma. Coloca-se a píxide no sacrário, genu- e observa o que está prescrito para a binação. Terminado
o Ultimo evangelho ou depois das 3 Ave-Marias, se as hou-
flete-se, fecha-se o sacrário e continua-se a missa. tma gotas do
Se alguém se contenta com o segundo método, recebe ver, no meio do altar, descobre o calix e lado
vinho na píxide, inove-o ao redor, deita-o no cálix cia mis- SS. Sangue, que por acaso houver, pelo
sa, enxuga logo a píxide com o polegar e indicador fecha- ;,ates tinha bebido. Isto de nenhuma maneira se podedixar,
deita
ser lei divina. Sem limpar a bôca ou o cálix,
dos, põe as s. partículas nela, fecha-a, põe o pavilhão, puri- por do SSS.
unia quantidade de água ao menos
i
fica o corporal, onde estavam as partículas, toma a ablução pelo por que S angu e,
como se disse acima. „sov -a ao redor e deita-a, e
do Liturgia — 23
. .
I 111)

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354 l? e u s, Curso de Liturgia I1. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias 355

Sangue, num vaso preparado. Depois enxuga o cálix coin umidade do mesmo penda um pouco sôbre a borda para
o sanguinho, cobre-o como de costume e retira-se. Para a lura, aperta esta parte exterior com o polegar e introduz
missa seguinte pode usar ou êste ou outro cálix. A água, coin os dedos o ,sanguinho até ao fundo, aperta bem o po-
que serviu para purificar o cálix, pode deitá-la no dia seguin- legar e os dedos na copa\e dá uma volta ao cálix. Repete o
te no cálix, para torná-la com a segunda ablução ou lançá-la oicsino com a outra metade do sanguinho ainda enxuta e
na piscina ou levá-la consigo para tomá-la na sua última nuin instante o cálix está limpo e enxuto por fora e por
missa. d entro. Põe o sanguinho ao comprido ou de outro modo
724. 10. Depois da sumpção ou da comunhão dos fiéis, se sôbre o cálix, depois a colherinha, com a esquerda põe a.
houve, o C diz em voz baixa: Quod ore sumpsimus, etc., e patena sôbre o sanguinho, com a direita a pala sôbre a pa-
apresenta o cálix por cima do altar (Rit. cel.), ao ajudante, tena. Coloca o cálix para o lado do evangelho, fora do
para receber o vinho, pousando a mão esquerda com a pa- corporal. Dobra o corporal, pondo a parte anterior sôbre
tena sôbre o corporal. Partículas de vinho consagrado que média, a posterior sôbre a anterior, o quadrado da direita
se acham no cálix, se devem tomar junto com a ablução e não sôbre o do meio, o quadrado da esquerda sôbre o da direita.
em separado. (d. 4077 ad 4; observem-se as rubricas.) To-
T oma com a mão esquerda (ou direita) a bôlsa e mete nela
ma o vinho pelo mesmo lado por que bebeu o SS. Sangue o corporal, de modo que a abertura do corporal fique do
e da mesma maneira, i. é, sustentando a patena debaixo da mesmo lado que a abertura da bôlsa. Põe com as dúas mãos
copa do cálix. A cruz, que se costuma gravar no pé do cá- o véu sôbre o cálix, de modo que cubra também o pé intei-
lix, tem por fim indicar o lugar por onde se bebeu o SS. ramente, e em cima a bôlsa com a abertura para o sacrário.
Sangue. Deixa a patena sôbre o corporal, pega a copa do Pega com a mão esquerda o cálix pelo nó, pousa a direita
cálix com os três últimos dedos de ambas as anãos, põe os
sôbre a bôlsa e coloca o cálix no meio do altar, onde estav a.
indicadores e polegares sôbre o cálix e vai, conforme o cos-
tume geral, levando assim o cálix para o lado da epístola. no princípio da missa.
Sustentando-o por cima do altar (Mem. Rit. IV, c. 2, n. 19) X. Desde a . comunhão até ao fim da missa
recebe o vinho e a água sôbre os polegares e indicadores,
põe o cálix sôbre o altar e enxuga os dedos com o san;'i.ui- 726. 1. Tendo preparado o cálix, o C vai com as mãos
nho, dizendo durante estas ações a oração: Corpus tuum, juntas ao lado da epístola e lê no missal, que o ajudante
etc. Conclui a prece ou do lado da epístola ou vindo para ' mudou, sem poder procurar o Communio (d. 3448 ad 14), em
o meio do altar. Voltado para a cruz, põe o sanguinho sô- voz alta o Communio, volta ao meio do altar, beija-o e, vol-
bre a mão esquerda entre o polegar e o indicador, depois Iando-se pela direita para o povo, diz: Dominus vobiscum. Vai
esta mão sôbre o corporal e' pega com a direita o cálix pelo ao missal e recita o Postcommunio da mesma maneira, e na
nó e move-o ao redor para reunir as gotas. Levando o cálix mesma ordem em que disse as coletas e em número igual ao
à bôca, põe o sanguinho com a mão esquerda debaixo déle, das coletas. Se tiver de ler pelo missal o último evangelho, dei-
toma a ablução, limpa os lábios com o sanguinho e n^nusa xa-o aberto" e o ajudante o muda. Se não, fecha-o, sem rui-
o cálix no corporal: do, de modo que a parte, que se abre, fique voltada para
Para evitar as manchas feias do sanguinho, quando se usa vi- a cruz. Vai com as mãos juntas para o meio do altar, beija-o,
nho tinto, é lícito tomar para a segunda ablução só água. (S. Ali.
De euch. n. 408.) volta-se para o povo, dizendo: Dominus vobiscum, e com as
725. Para evitar que a haste se torne curva, segura o cálix mãos juntas: Ite, Missa est. Se, porém, não houve Glória,
com a mão esquerda, de modo que a haste esteja entre o não diz Ite, Missa est, mas, tendo respondido o ajudante:
indicador e o médio, e o fundo da copa descanse na palni;i Et cum, etc., volta-se para o altar e, ereto, com as mãos
da mão. Põe uma das metades do sanguinho, sem desdobrá- juntas, diz: Benedicamus Domino ou Requiescant in pace.
lo completamente, sôbre a bôca do cálix, de sorte que a ex- Coloca as mãos juntas sôbre o altar corno de costume, e com
^3*

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356 R e u s, Curso de Liturgia 357'
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

a cabeça inclinada, seguindo Rit. cel. (inclinado segundo o missa "laudabiliter observatur et assumitur." (Culmen. 23-3-
Urdo Missce), reza em voz baixa: Placeat, etc. 1929.) Em seguida retira-se para agradecer a dita inefável
Depois beija o altar, endireita-se, eleva os olhos e as de hospedar na sua alma o Deus do amor, cujo nome é.
mãos pousadas no altar para a cruz, e junta-as, dizendo "Caritas".
em voz alta e fazendo a Deus inclinação profunda da ca-
728. 2. Preces de Leão XIII. 1. Imediatamente depois do
,

beça: Benedicat vos omnipotens Deus. Volta-se de mãos


íntimo evangelho (d. 3682) devem-se recitar com o povo
postas, com os olhos baixos, pela direita para o povo e dá as orações prescritas por Leão XIII em 1884, Pio X em
com uma única cruz a bênção. Põe a mão esquerda estendi- 1904; Bento XV em 1915. Pio X aconselhou acrescentar
da abaixo do peito, levanta a mão direita, verticalmente es- (1904) a jaculatória facultativa em honra do S. Coração'
tendida, até à testa e baixa-a, dizendo: Pater et Filius, até de Jesus. Se, porém, se rezar o rosário, e finda a missa,
ao peito, eleva-a ao ombro esquerdo e passa-a ao ombro di- a oração ou o canto ou a ladainha demorar ainda algum.
reito, dizendo et Spiritus Sanctus. Imp°, o C pode rezar as orações com o ajudante. (Brunen.,.
727. Continuando o circulo vai para o lado do evangelho '1. Dec. 1900.) 0 C desce (é conveniente voltar antes ao
e orientado obliquamente (d. 3792 ad 5), diz em voz alta: meio do altar e fazer a inclinação à cruz) para o primeiro
Dominus vobiscum. Ao Initium ou Sequentia S. Evangelii, ou para o degrau inferior (d. 3637 ad 8), sem levar o cálix.
etc., faz o sinal da cruz sôbre o altar ou o missal, depois Podem-se rezar também em língua vernácula. (Cân. 934 § 2.)
persigna-se. Fazendo o sinal da cruz sôbre o altar, põe a S. R. C. 5 Mart. 1904 ad 5 Utin.: Pode-se usar o idioma vernáculo
ias preces prescritas pelos sumos pontífices para o fim da missa?
mão esquerda sôbre o altar; fazendo-a sôbre o livro, a mão
Il.: Affirmative, contanto que a versão seja fiel e aprovada pelo
esquerda está sôbre o livro; persignando-se, a mão esquerda ordinário (A. A. S. t. 36 p. 569), isto é, por qualquer um no sen-
está abaixo do peito. Com as mãos juntas, lê o último evan- tido do Cân. 934 § 2. Cf. C. B. n. 355 § 3.
gelho. Se houver uma genuflexão, pousa as mãos sôbre o al- 729. 2. Estas orações podem-se omitir: a) nas missas con-
tar e genuflete voltado obliquamente, levanta-se e junta as ventuais rezadas (d. 3697 ad 7), na missa privilegiada do
mãos. Não beija o texto do último evangelho e, tendo fe- S. Coração de Jesus, na primeira sexta-feira do mês (d.
chado o missal com a parte, que se abre, para a cruz, vai I'1,7 1 ad 2), ainda mesmo quando impedida pela missa do
ao meio do altar, pega, pelo lado da cruz, o cálix com a dia (d. 4366), e na missa privilegiada de Jesus Cristo Sumo
mão esquerda, põe a direita sôbre a bôlsa, faz inclinação Sacerdote na primeira quinta-feira ou no primeiro sábado
da cabeça à cruz e desce pelo meio ao fundo do degrau in- do mês, pela mesma razão.
ferior, volta-se para o altar e faz genuflexão no plano, se b) Nas missas cum aliqua solemnitate (d. 4305) por
nó altar estiver o SS. Sacramento; senão, inclinação profun- ocasião da primeira comunhão, de urna comunhão geral,, da
da do corpo, segundo o novo missal. Feita a reverência re- i on firmação, ordenação, missa nupcial, missa nova de um
cebe e põe o barrete e volta para a sacristia pelo lado ' da neopresbítero, vestição de hábito, profissão, jubileu sacer-
epístola, se a sacristia estiver atrás do altar, rezando as ora-
,

dol:^l ou de profissão, bênção das velas, dos ramos, na mis-


ções Benedicite, embora, conforme a sentença cotn ium, não
paroquial, não cantada. (d. 3957 ad 3.) Se, porém, é re-
sejam obrigatórias. "Omittere Ps. Benedicite, etc. nulln ii t ola, não pública, mas privadamente (n. 550), não se po-
est peccatum." (Cappello I, n. 819.) dem omitir. (Gatterer, Praxis n. 57.)
Na sacristia faz, com o barrete pôsto, inclinação da ca- c) Na missa seguida de uma santa função (sacra fun-
beça à cruz (se é costume, também a um sacerdote para- ello ), sem que o C se retire do altar, p. ex., bênção euca-
mentado), põe o cálix no seu lugar, tira o barrete, depois rintien. Por causa da distribuição da s. comunhão ou de ou-
os paramentos pela ordem inversa àquela por que os vestiu: lia Inação pequena (deer. t. V, p. 394), estas preces não
casula, estola, manípulo, alva, amito. Beija a.estola, o nui- podenn omitir. (d. 3682; 4305; Peloten. 25 novembro
nípulo e o amito. O costume de lavar as mãos depois da 19;12.)

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358 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
359

d) Quando se segue um exercício de piedade (piam 731. 7. Em lugar de Ite, Missa est, diz, ereto, voltado para
exercitimn) de alguma importância: Podem-se omitir, ao o altar: Requiescant in pace, sempre no plural. (d. 1611.)
menos até a decisão definitiva da S. R. C.: a) quando . de- 8. Diz Placeat, beija 'o altar e vai, sem dar a bênção,
pois da missa se segue o Te Deum (é função não pequena lura o lado do evangelho e reza: In principio.
e o C não se afasta do altar); b) quando se diz a ladainha 9. Aos nomes dos santos no cânon omite a inclinação
de Nossa Senhora no mês de outubro e a novena do Espí- da cabeça, que em outras missas se deveria fazer; mas os
rito Santo (por serem orações prescritas pela Igreja); c) nomes de Maria e do papa sempre exigem a inclinação de-
quando o bispo prescreve orações (por serem mais próprias vida.
da diocese e para não multiplicar as orações). Cf. Eph. Lit. 10. Se houver imediatamente antes ou depois da missa
1939, p. 106. As seguintes orações que se costumam rezar de réquie distribuição da s. comunhão, não se dá a bênção
pelos defuntos: de profundis, os atos de fé, esperança e ca- depois da comunhão, nem se acrescenta aleluia ao O sa-
ridade, uma jaculatória e a oração pro defunctis, no seu crum, ao versículo e responsório, no tempo pascal.
conjunto, não constituem um exercício de piedade suficiente
para deixar as preces leoninas (d. 3805), provavelmente por § 153. CERIMONIAS DOS CAPELÃES NA MISSA
serem orações privadas. DE UM BISPO
3. No dia de finados e de natal o C só as deve recitar 732. 1. Preparativos. Coloca-se o genuflexório diante do
cada vez que se retira do altar. (d. 3705; 3855 ad 7.) altar ou em outro lugar, se êste fôr mais próprio, com al-
4. Podem-se dizer depois das preces leoninas outras mofadas; na credência, o cânon, a palmatória (bugia, casti-
orações com consentimento do bispo. (d. 3175 ad 7.) çal), o cálix preparado, o lavabo (jarro, bacia e toalha gran-
de), se for possível uma salva para a cruz peitoral, bande-
§ 152. CERIMÔNIAS PRÓPRIAS DAS MISSAS jas para o barrete e a mozeta, perto da porta a caldeirinha
DE RËQUIE coin água benta. O missal está aberto no altar.
730. 1. Omite-se o salmo Indica; depois de Introibo, segue No meio do. altar estão os paramentos: a casula, por
logo Adjutorium nostrum. cima a estola, o cordão, a alva, o acoito e tudo nesta ordem.
in sa-
2. Ao intróito o C traça o sinal da cruz sôbre o missal 2. E' conveniente (C. E. I. c. 29, n. 2) que dois clérigos
como para benzer alguém (Rubr.), pousando por isso a mão i•ris assistam ao B; Se minoristas fazem as vêzes dos capelães, de-
vem guardar as restrições prescritas. (d. 4181.) Dois acólitos cui-
esquerda no altar, e não no livro (d. 2572 ad 11; 25). 0 dam das galhetas, etc., dois outros das tochas durante o cânon, se
Gloria Patri omite-se. I'Qr possível. Cf. n. 745; 802; 803.
3. Diz Munda cor, porém não tube Domine, etc. Omite 3. Observações: a) O cerimonial dos bispos só indica as ceri-
mônias dos capelães em linhas gerais, deixando liberdade para a
no fim do evangelho o Osculo do livro e Per evangélica dicta. distribuição das várias funções; em geral têm os encargos dos mi-
(d. 2956 ad 10.) O ajudante responde Laus tibi, Chrisle. nistros sacros na missa solene.
h) A palmatória, sendo preciso, pode ser colocada no Altar,
No ofertório diz: Deus qui humance, mas não\ benze :trás do missal. As sacras retiram-se, se houver cânon.
água, nem reza o Gloria Patri, nem o Requiem cetertnam, no c) Primeiro beija-se o objeto, que se entrega ao bispo, e só
fim do Lavabo. depois o anel.
5. Ao Agnus Dei, diz, sem bater no peito, com as 733. Os capelães e acólitos, de sobrepeliz, vão buscar o B.
nlTios
juntas diante do peito e a cabeça profundamente inclinada, Ao entrar na igreja, o dignior entrega o hissope com os de-
em vez de miserere nobis, as palavras: vidos ósculos, de joelhos, se não fôr cônego.
dona eis requiem;
em vez de dona nobis pacem, acrescenta: 1?piscopus
dona eis requiem
sempiternam. 1. Genuflexus Capelão I (lado da Epist.) se-
6. Omite a primeira oração Domine qui dixisti gura a palmatória.
e 0 óvm
culo da paz. C II o cânon.

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A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 361
360 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial.

13. 2. Ad altare
Ante praefationem
C II leva o cânon para o altar. C II retira o missal da estante
3. Deponit crucem, etc . Um acólito apresenta a taça, ou- e põe o cânon; tira o solidéu
e o põe numa bandeja.
tro a bandeja para a mozeta.
4. Assumit biretum Um acólito traz o barrete numa 14. Post praefationem C II não põe a estola (d. 3367).
Se o B distribui o s. comu-
bandeja. nhão, C II toma a estola para
5. Lavat manus Acólito ministra a água. de joe- tirar a âmbula do sacrário e a
lhos, C I a toalha. tira depois da, comunhão. (Os ,
6. Biretum deponit Acólito apresenta a bandeja. dois acólitos estão com to-
7. Paramenta C I entrega os paramentos, C II chas desde o Sanctus até de-
veste o B; beija os paramen- pois da comunhão.)
tos, se fôr costume, mas não C I e C II de joelhos na borda
15. Qui pridie
no lugar, em que o B os os- do supedâneo.
ao bispo,
cula. A cruz entrega-se antes 16. Post sumptionem SS. Ipõe oC ,o , CII
da estola. deita
8. Paratus C II guarda o manípulo; todos I põe o cânon no meio do altar
17. Post ablutionem, lotio C e o missal na estante. C II lim-
se põem de joelhos; no con-
fíteor diz-se Tibi (Te) Pater, pa o cálix, cobre-o com o véu
e não Reverendissime. e o leva para a credência.
9. Indulgentiam C II levanta-se, beija o manípu- Um acólito apresenta a água,
lo e o põe no braço do B, C I a toalha.
beija o anel. põem-se joelhos
18. Trina benedictio C m-s de e
10. Aufer CIeC II sobem com o B ao Ie
na I
borda e
altar e ficam ao seu lado, C I 19. Paramenta Põem-se no altar.
20. Gratiarum com a palmatória, se não uni actio Os capelães assistem como no
acólito a sustenta; C II mud a. princípio ao B, acompanham-
as fôlhas do missal e muda no até à porta da igreja ou
o missal. C I fica junto do até à sua habitação. C I apre-
missal depois do evangelho. senta o hissope para a água
11. Credo C II leva o cálix coberto cone benta.
o seu véu (d. 4181 ad 5; C. Se há um só capelão, êste deve desempenhar tôdas as
E. 1. I, c. XXIX, 2) para al- unções do melhor modo que pode.
tar, evitando "o abuso cle le-
vá-lo sem véu"; estende o cor- § 154. MISSA REZADA EM PRESENÇA
poral, entrega a patena Conn DO BISPO DIOCESANO
ósculo; pede a bênção da 734. I. Se o bispo assiste à missa
in nigris, (sem mozeta)
de costume,
água, dizendo: Bened. Pal. u mina diocese alheia, diz-se a missa como
Reverendissime. I,ricndo porém, o C, com o barrete pôsto, inclinação pro-
12. Lavabo Um acólito ministra a ágnn (h. ^inid:i antes e depois da missa ao bispo.
joelhos, C II a toalha. C l lo II. O B. assiste à missa com roquete e mozeta no ge-
ma o anel, se fôr preciso. niiIlexório diante do altar.

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362 R e u s, Curso de Liturgia 363
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
F
1. E' conveniente que o C vá ao altar antes da chegada
155. A MISSA REZADA DIANTE DO SS. SACRA-
do B. Põe o cálix no meio como de costume, abre o mis- MENTO EXPOSTO
sal e, tendo feito inclinação à cruz, desce do lado do evan-
gelho até ao plano e aguarda o B. Ao sinal dêle para co- 1. Observações gerais
meçar, faz reverência ao altar, depois profunda reverência 737. 1. A missa diante do Santíssimo exposto é permitida
ao B, e começa a missa como de costume. ii;i festa e durante a oitava de corpo de Deus (cân. 1274,
Se, porém, o C vai ao altar depois de chegar o B, faz l), nas igrejas e oratórios que têm o direito de conservar
reverência ao altar, inclinação profunda ao B, sobe ao al- o SS. Sacramento.
tar e prossegue como acima. 2. Em outros tempos não é permitida senão por neces-
2. Se o B assiste à missa no lado do evangelho, o C sidade, por razão grave ou por especial indulto. (d. 3448.
ad 1; 4353.) Por conseguinte, não é permitida a) na festa
começa a missa no meio, diante do altar.
735. 3. Ao confiteor, voltando-se para o B, diz Tibi Pater, do S. Coração de Jesus, por estar fora da oitava do corpo
Te Pater (d. 86 ad 5); o acólito faz inclinação ao C e não de Deus; b) nas primeiras sextas-feiras do mês em honra
ao B. do S. Coração de Jesus. O celebrante que diz a missa (e
distribui a s. comunhão) no altar da exposição, neste dia,
4. Depois de Oremus antes de Aufer a nobis, o C faz
"procede mal e infringe as regras da igreja" (d. 3505 ad
inclinação ao B e continua a missa. 3); c) nunca se pode cantar ou dizer a missa diante do SS.
5. Depois do evangelho, o C não beija o santo texto. Sacramento velado ou exposto na pixide, seja fora seja den-
Um acólito apresenta, sem fazer reverência, o missal ao B, tro do tabernáculo (S. C. R. 27 jul. 1927); d) nunca pode
que, depois do Osculo, diz: Per Evangelica. (Rit. cel. VI n. haver missa pelos defuntos com paramentos pretos, ou ro-
2.) Ao retirar-se, o acólito faz genuflexão simples. xos, senão no dia 2 de novembro (d. 3177) ; e) a licença
736. 6. Ao ofertório, o C é que benze a água e não o B. de expor o SS. Sacramento não inclui a licença de dizer a
(C. E. I, c. 30, n. 3.) missa no altar da exposição. Esta só pode começar depois
7. Depois do Agnus Dei e da primeira oração para a da missa, ou então a missa deve dizer-se .em outro altar.
comunhão o C beija o altar, com as mãos juntadas beija (d. 1406.)
3. A cruz pode ficar no altar ou não, conforme o cos-
o porta-paz (ou crucifixo) apresentado por um clérigo, pôs-
to de joelhos, e diz: Pax tecum. O clérigo responde: El Mine. Relíquias de santos não podem ser colocadas no altar
cum, etc. (Rit. cel. 10 n. 3.) 0 C continua a missa. 0 clé- da exposição. (d. 2365 ad 1.)
rigo apresenta, sem fazer reverência, o porta-paz ao B, di- 738, 4. Tôdas as elevações de olhos, as inclinações ao SS.
zendo: Pax tecum e retira-se fazendo genuflexão simples. Nome de Jesus, inclusive no evangelho, as genuflexões (p.
8. Depois de dizer Benedicat vos ornnipotens Deus, ex., Et verbum caro jactam est) se fazem pará o Santíssi-
vol- mo. (d. 3875 ad 4.) Ao Flectamus genua, genuflete-se para
tado para o povo, faz inclinação profunda ao B e traç o
sinal da cruz para a parte, onde o B não está. (Rit. e . 0 livro. (d. 2859.)
12 n. 3.) 5. Nunca é lícito virar as costas ao Santíssimo. (d. 2682
ad 48; ne terga venal Sacramento, Miss. in Cana Dom.)
9. Tendo findado o último evangelho, o C pode deixar I'or isso o C retira-se um pouco para o lado do evangelho
o cálix sôbre o altar, desce para o lado, onde começou a ao descer os degraus; ao dizer Dominus vobiscum deve es-
missa, faz reverência ao altar, depois profunda inclinação I,ir voltado para o povo, como também ao dizer Orate Fra-
ao B e retira-se.
lres, e ao dar a bênção, sem terminar o círculo.
6. Se o Santíssimo está exposto, o C deve fazer genu-
Ilexão dupla no plano ao chegar ao altar a primeira vez, e
ao retirar-se no fim da missa, quer para o banco, quer para

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364 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
365

a sacristia. Faz genuflexão simples no degrau inferior em 5. Depois da primeira ablução coloca o cálix no altar,
todos os outros casos que exigem genuflexão.. (d. 2682 genuflete, vai com o cálix ao lado da epístola para a se-
ad 47.) gunda ablução, volta, genuflete.
7. O C genuflete no supedâneo tôdas as vêzes que che- 6. Depois de ler a comunhão volta ao meio e genuflete
gar ao meio do altar, sair do meio do altar ou passar dian- antes e depois de beijar o altar ao Dominus vobiscum; faz
te do meio do altar. A primeira coisa que faz ao chegar o mesmo ao Ite, Missa est. Set,ttiver de dizer Benedicamus
ao meio do altar, e a última antes de sair do meio do altar Domino, volta-se para o altar, genuflete e diz estas palavras.
é a genuflexão. (Miss. Can. Dom.) 741. 7. Para dar a bênção beija o altar, diz Benedicat vos
8. A coleta de venerabili, vide n. 568. ouuiipotens Deus. A palavra Deus não faz inclinação, mas
genuflete e, saindo do meio, volta-se para o povo obliqua-
2. Cerimonial mente, dá a bênção e, sem terminar o circulo nem voltar ao
meio para a genuflexão, vai para o lado do evangelho. Tra-
739. 1. Se o C tem de expor o Santíssimo, incensa-o como
de costume e faz genuflexão simples no degrau inferior, co- ça o sinal da cruz não no altar, mas na sacra ou no missal.
mo sempre no altar do SS. Sacramento. ( Miss. Can. Dom.) Cf. Gardelini Instr. Clem. XXX.
2. Se o Santíssimo está exposto, logo que chegar à sua 8. Se no fim da missa se der a bênção eucarística, o C,
depois da ablução, pode deixar estendido o corporal no altar.
presença, tira o barrete, entrega-ó ao ajudante ou susten-
9. Para dar a bênção, está prescrito tomar o pluvial e o
ta-o com a mão direita pousada na bôlsa com o lado aberto véuu de ombro. (d. 3697 ad 12; 3764 ad 8.)
voltado para si. Chegado ao altar faz genuflexão dupla com
inclinação medíocre (cabeça e ombros) no plano. Sobe ao ARTIGO Ill. As cerimôniàs da missa solene
altar, coloca o cálix no altar sem genuflexão (d. 4027), ar-
ruma o cálix, ' genuflete, abre o missal, genuflete, desce sain- I. Diácono e subdiácono
do do meio, genuflete no degrau inferior e começa a missa.
§ 156. OBSERVAÇÕES
3. Sobe ao supedâneo sem fazer genuflexão; genuflete
(Me in . Rit. Parasceve), Oramus te, genuflete antes de pas- 742. A. Preparativos: na sacristia: para o C preparam-se
sar para o lado da epístola. Observa a regra n. 738 n. 7. A os; paramentos da missa; para o diácono: o manípulo, a es-
genuflexão é a primeira coisa que faz ao chegar; a última Iola e a dalmática; para o subdiácono: o manípulo e a tu-
ao sair do meio do altar: assim, p. ex., ao Dominus vo- nicela; para os acólitos: dois castiçais com velas, o turíbulo
biscum, faz genuflexão antes de sair do meio do altar (a (, a naveta; para os ceroferários: 4 tochas. (8 tochas para
latere Evangelii, Can. Dom.), i. é, antes de se voltar para ,i missa pontifical.)
o povo, e depois de chegar ao meio, i. é, depois de se vol- No altar acendem-se 6 velas; na estante está o missal
tar para o altar, indo logo para o lado da epístola; ao Man am egistado e aberto.
da cor genuflete ao chegar ao meio, e depois de Munda, ao Na credência, coberta com uma toalha branca, que pen-
sair do meio do altar para o lado do evangelho. d e até ao chão, estão: o cálix preparado, as galhetas com
11 manustérgio, o evangeliário, o epistolário, as campainhas,
740. 4. Ao Lavabo, desce ao plano pelos degraus laterais, 11 véu de ombros estendido sôbre todos êstes objetos.. E',
volta-se pelo seu lado esquerdo (descrevendo três quartos puniu, permitido colocar o cálix preparado ,no altar desde
de círculo) para o povo, lava as mãos, sobe ao supedâneo, princípio da missa. (Rit. cel. VII, n. 9.)
termina o salmo e vai para o meio do altar, onde genufle- No presbitério, do lado da epístola, põe-se um banco
te. (Mem. Rit. Parasceve.) Poderia lavar as mãos tanwbéni pari o C e os MM, o qual pode ter encôsto, mas não bra-
descendo do supedâneo para o segundo degrau. (d. 2682 oH, Deve ser coberto de pano de côr conveniente. Pode ser
ad 48.) nubr+liliiído por mochos ou tamboretes. Pode estar sôbre um

saw
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366 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 367

estrado pouco elevado. Os acólitos sentam-se em bancos III. Conservam as mãos juntas diante do peito, quando
simples. estão desocupadas. Sentados pousam as mãos estendidas
Não se pode celebrar a missa solene só com diácono e sObre os joelhos.
subdiácono, se não há ministro. (d. 3104 ad 2.)
745. IV. Um clérigo minorista ou ao menos tonsurado, ex
743. B. Regras gerais para os ministros; sagrados. rationabili causa, pode exercer as funções de subd. Mas: 1.,
I. Genuflexões. 1. se b . C fizer genuflexão simples ou
'. não leve o manípulo; 2. antes cio ofertório não limpe o cálix,
dupla, os MM (Rub. Miss. XVII n. 4) também a fazem, se nem infunda água (o que será feito pelo D) ; 3. não toque
estiverem ao lado do C. Portanto o subd. estando com a no cálix infra actionem, i. é, desde a consagração, nem tire
patena atrás do C, não se ajoelha, nem durante a incensa- nem ponha a pala; 4. depois da ablução não limpe o cálix
ção do SS. Sacramento (d. 2474) nem quando sustenta o (o C deve fazê-lo), arrume-o, porém, como de costume, po-
evangeliário. ulla o véu, a bôlsa e leve-o para a credência. (d. 4181 ad 2.)
2. Antes da consagração e depois da comunhão faze m Na missa do bispo, se não houver ministro sagrado, o
.

genuflexão ao SS. Sacramento no sacrário ou à cruz no al- clérigo pode substituir o capelão, mas deve guardar as res-
tar, se não houver sacrário, no meio; I Tições indicadas; além disso, não pode entregar a patena
a) quando chegam ao meio, vindo dum lugar distante ou o cálix ao C. (1. c. ad 4.)
do altar, p. ex., lugar da epístola, do evangelho, dos assen- Um ministro não tonsurado pode servir na missa rezada do bispo,
mas neste caso só poderá cuidar do missal, mudar as fôlhas e segurar
tos, mas não do lado do altar, nem do supedâneo; o subd. n. palmatória. O C mesmo deve colocar o cálix no altar no principio, ar-
rumá-lo e levá-lo para a sacristia (1. c. ad 7) ou encarregar disso o
ao ofertório, depois de ter descido com a patena, genuflete oacristão. (Cân. 1306, ; 1.)
Os MM sacros paramentados durante a missa solene privadamente nao
no plano, porque veio da credência passando pelo supedâneo podem recitar as horas canônicas. (d. 3201 ad 9.)
para o meio do altar;
b) quando passam diante do meio do altar, p. ex., com .
§ 157. AS FUNÇÕES DO DIACONO E SUBDIÁCONO
o livro;
1. Na sacristia o diác. e subd. lavam as mãos dizendo
c) quando saem do meio do altar para ir a um lugar laudabiliter, o D: inclue me Domine, indumento salutis et
distante do altar, mas não para o lado ou para o supedâ hestimento lcetitice, et dalmatica iustitiae circurnda me sem-
neo. (d. 4027.)
per; o S: Tunica iucunditatis et indumento lcetitice induat me
3. Depois da consagração e durante a missa na pre-
tominus. Põem o barrete quando o C o faz. Ao sinal do
sença do SS. exposto os MM fazem genuflexão simples: M de C, descobrem-se, fazem inclinação da cabeça à cruz.
a) ao partir e ao chegar, quando vão dum lado do al- ■• ao C, põem o barrete e vão, cosi as mãos postas, adiante
tar para o outro, p. ex., mudando o missal (iuxta-iuxta); do C, o D atrás do S. Se fôr costume, descobrem-se com a
mão direita à porta da sacristia, passam o barrete para a es-
b) ao partir só, quando sobem ao supedâneo ou descem
do supedâneo (terminus a quo); querda, o M. de C. apresenta a água benta ao S, o D ao C,
c) no meio, ao chegar do lado ao meio ou ao retirar-se\ benzem-se, cobrem-se e vão adiante.
do meio (accedit vel reçedit a media altaris, Miss. V. F. S.) 2. Ao chegar ao altar, o D fica do lado direito, o S
Há algumas modificações, de que se tratará na missa ;iu lado esquerdo do C, descobrem-se. 0 C dá o barrete ao
coram SS. exposito. (n. 798.) I), que o recebe beijando-lhe a mão e depois o barrete e en-
744. II. As inclinações e sinais da cruz, fazem coin Irega-o junto com o seu ao M. de C., o S ao acólito. En-
o C, quando êste canta ou reza em voz alta (ci. 4057 ad quanto o C faz a inclinação ou a genuflexão; os MM fazem
5); mas o subd., sustentando a patena, não faz sinal da nillre genuflexão simples no plano, quer seja no altar do
cruz ao Benedictus. Ao Nobis quoque e Domine non sim ';S. Sacramento, quer num altar lateral.
dignos, podem bater no peito, mas obrigação não há. (d. 747. 3. Orações ao pe do altar. Os MM respondem às ora-
3535 ad 3.) ções do C, fazem ao mesmo tempo que êle o sinal da cruz,

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Cerimônias369
368 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III:

a inclinação ao Gloria Patri e ao Misereatur tui, voltados peito (C. E. I, 23, n. 8), a mão direita, i. é, os dedos, nas
um pouco para o C, rezam com inclinação profunda do cor- cadeias junto do opérculo, levanta o turibulo até à mão di-
po o confiteor, voltando-se um pouco para o C ao reita chegar à altura do peito (um ductus) e conduz a mão
Tibi (Te) com o turibulo pendente em direção à pessoa ou ao objeto
Pater. Levantam-se depois de ter respondido Amen ao
Mi- a ser incensado, retrai a mão e move-a outra vez para a
sereatur do C. Ao Deus tu conversus até Oremus, inclusive,
inclinam-se mediocremente e sobem com o C ao altar. frente (dois ictus) sem mover o corpo ou a cabeça. Este
Todos os ministros inferiores põem-se de joelhos du- gesto (ducto duplo) se repete três vêzes, sempre de modo
rante estas orações e fazem as inclinações como nas missas que o turíbulo, quando retraído, esteja debaixo do braço,
comuns. Depois se levantam e ficam de pé até ao S anctus. que o .suporta (C. E. 1. c.). Arremessar o turíbulo para o
-
.dto ou para a frente é contra as rubricas.
748. 4. Incensação. O D toma a naveta das mãos do turi-
ferário, abre-a e diz, um pouco inclinado (Miss.): Benedi- 750. 0 ducto duplo (1 ducto com 2 ictos) compete a) ao
SS. Sacramento, à cruz, às imagens dos santos, às relíquias,
cite Pater reverencie (reverendissime, se fôr bispo), ofere-
evangeliário antes do canto do evangelho; b) a tôdas as
cendo a colherinha ao C com os ósculos devidos. Apresenta pessoas do côro ou do altar incensadas individualmente. O
a naveta com as duas mãos, aproximando-a do turibulo. O dueto simples (1 icto) usa-se, quando são incensadas mais
S está um pouco atrás do C à sua direita. Depois que o C
pessoas juntas; na incensação do altar, bênção das velas, da
pôs o incenso no turíbulo, o D recebe a colherinha, beijan-
cinza, dos ramos. (d. 4057 ad 2.)
do a mão e depois a colher e entrega a naveta. Pega o tu-
ribulo e, sustentando-o com a mão direita pela parte su-
São incensados individualmente a) pelo diác. os cô-
negos, com dois ductos duplos e em primeiro lugar, depois
perior das cadeias e com a esquerda por baixo, beija o dis-
o subd.; outros sacerdotes com um ducto simples; b) pelo
co do turíbulo e a mão direita do C. Entrega o turíbulo,
pondo na mão esquerda do C o disco e na mão direita a Iuriferário o diác. com dois ductos duplos, depois o M. de C.
coin um ducto duplo, fazendo-se inclinações antes e depois;
parte inferior das cadeias entre a sua mão e o opérculo.
Quando o C faz a devida reverência à cruz, os MM fazem São incensados juntos pelo turiferário a) os dois acó-
litos com 1 ducto simples; b) os outros clérigos juntos, com
genuflexão, e acompanham no supedâneo ou no primeiro
degrau o C durante a incensação, ficando um pouco atrás. I rés ductos simples: no meio, à esquerda e à direita; c) o
O diác. com a mão esquerda, o subd. com a direita elevam Movo no meio diante da entrada no côro com três ductos
a casula, de preferência junto dos ombros. Evitem andar simples.
de lado. Fazem genuflexão tôdas as vêzes que a C fizer 751. Introito. O diác. sobe ao segundo degrau; coloca-se
reverência à cruz ou ao SS. Sacramento. Quando termina r1 direita do C, um pouco atrás; o subd. à direita do diác.
a incensação, o subd. desce ao fundo dos degraus, o diác. no plano, de sorte que C, D e S formem um semicírculo.
ao segundo degrau do lado da epístola, e recebe do C o Fazem com o C o sinal da cruz e as inclinações e respon-
turibulo, beijando-lhe a mão direita e depois o disco do d e ut ao Kyrie. Se não houver M. de C., o diác. está ao lado
turíbulo. Pega com a mão direita na parte inferior das ca- do C indicando o intróito. Para indicar e para mudar as
deias abaixo da mão direita do C e em seguida com a 16l11as, usa-se a mão que está mais afastada do C, sendo
mão esquerda na parte superior das cadeias, abaixo da costas da mão voltadas para o texto. Depois do Kyrie o
mão esquerda do C. Volta-se pela sua direita e desce ao pla- diác. coloca-se no segundo degrau atrás do C, o subd. no
no. 0 subd. põe-se à esquerda do diác. e êste incensa o C plano atrás do diác. e vão, o diác. pelo segundo degrau, o
com três ductos duplos, i. é, de dois ictos, fazendo incli- su l d. no plano, para o meio, sem fazer genuflexão.
nação medíocre antes e depois, juntamente com o subd. 752. Gloria. Quando o C entoar o Glória, o diác. e o subd.
749. 0 modo de incensar é
o seguinte. Quem faz a in- fazem com êle, à palavra Deo, inclinação da cabeça, sobem,
censação coloca a mão esquerda com o disco do turíbulo no o diác. devagarinho esperando pelo subd., sem genuflexão,
(:nrt+o de Liturgia — 24

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371
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
o diác. à direita, o subd. à esquerda do C. Rezam com êle
o Glória, fazem as inclinações e no fim, ao mesmo tempo, o para a retaguarda do C, para dar lugar ao subd. com o li-
sinal da cruz. Se por acaso seguravam a sacra, coloquem- vro. Se não houver M. de C., o diác. pode receber o evan-
na no seu lugar antes do sinal da cruz. geliário logo depois da bênção do subd.
Se o C se quiser sentar, o diác. e o subd. fazem genu- 754. Epistola. Quando o C estiver a concluir a última ora-
flexão simples sem pôr as mãos sôbre o altar, voltam-se ção, o subd. recebe do M. de C. ou do acólito o epistolário,,
pela direita e vão, o diác. atrás do subd., ou ambos ao lado fazendo uma inclinação mínima de cabeça. Põe a mão es-
do C, pelo caminho mais curto para a banqueta. Acomo- querda sôbre o ângulo inferior do lado da abertura, a di-
dam, se fôr preciso, a parte posterior da casula do C. O reita no outro ângulo inferior e encosta a extremidade su-
subd. pega no seu barrete e o sustenta com as duas mãos perior ao peito. Quando o C tiver pronunciado as palavras
diante do peito. O diác. entrega o barrete ao C, beijando o lesom Christom, às quais faz inclinação, vai ao meio do
barrete, depois a mão. O diác. recebe o seu barrete, os MM altar, acompanhado pelo M. de C. ou pelo acólito, genuflete
fazem-se inclinação mútua (ou, onde é costume, ao C d. no degrau inferior, volta ao lado da epístola para um lugar
3434 ad 5), sentam-se, cobrem-se e pousam as mãos es- uni pouco afastado do altar, ou para o ambão, se houver.
tendidas sôbre os paramentos por cima dos joelhos. Desco- Voltado para o altar canta a epístola, sustentando o livro
brem-se ao Adoramos te, etc., apóiam o barrete sôbre o joe- coin as mãos (C. E. II, 8, n. 40) ou pousando-o numa es-
lho e fazem inclinação com o C. No fim, ao sinal do M. de Iante. Neste caso põe as mãos sôbre o livro. Fará inclinação
C. descobrem-se, levantam-se e entregam os barretes. 0 diác. ou genuflexão às palavras, que a exigem. No fim fecha o
faz inclinação ao C, recebe o barrete dêle com os ósculos livro, pega-o como antes, vai aõ meio do altar, genuflete no
(primeiro a mão) e entrega-o. Acomodam a parte posterior degrau inferior e segue pelo plano para o lado da epístola,
da casula, enquanto o C se levanta. Formando sempre unia sobe, ajoelha-se no bordo do supedâneo, inclina o livro para
linha vão per longiorem viam para o meio altar e fazem o C, beija-lhe a mão e, inclinando a cabeça, recebe a bênção..
genuflexão no degrau inferior. Colocam-se atrás do C, o diác. Sc o C ainda não tiver terminado a epístola, o subd. espera
no segundo degrau, o subd. no plano. no plano, de pé. Depois da bênção levanta-se, entrega o li-
Se o C não vai à banqueta, os MM, depois de terminado vro ao M. de C., ou, se fôr costume, ao diác., pega a es-
o Glória, podem ficar ao lado do C, fazendo com êle as in- Iante com o missal, desce pela esquerda ao plano, genuflete
clinações, etc., e vão no fim, ou logo depois da recitação no degrau inferior, sobe e coloca o missal no altar. No se-
do Glória, sem reverências, o diác. para o segundo degrau, l;undo degrau espera o C com as mãos juntas, responde, per-
o subd. para o plano atrás do C. signa-se, indica o texto do evangelho, muda as fôlhas e faz
753. Orações. Depois de o C ter cantado inclinações como o C e diz no fim: Laus tibi, Christe. Sobe
Dominus vohis- ao supedâneo e aproxima o missal do meio do altar.
cum, os MM em fila, i. é, o diác. atrás do C, o subd. atrás
do diác., acompanham o C ao lado da epístola, fazem corrn^ 755. 0 diác., depois da bênção do subd., se volta para o
êle as reverências, inclinando a cabeça à cruz, ao Oremits l.a d o do evangelho e espera que o C comece a ler o evange-
e .Jesus, à palavra de Maria, lho. Persigna-se cóm êle (d. 4057 ad 5), volta-se para a
do santo do dia e do papa, do'
bispo diocesano, se estiver presente. (n. 112.) Se não hou- s q uerda e desce para o plano. Recebe o evangeliário do M.
ver M. de C., o diác. vai ao missal, indica as orações e vol- de C. ou do acólito, pondo a mão direita sob o ângulo in-
ta para o seu lugar atrás do C. Se, porém, houver M. de C., f e rior do lado do dorso, a esquerda no ângulo opósto, en-
o diác., ao Amen da última oração, põe-se à direita do C, c o sta o livro ao peito, retribui com uma só inclinação à sau-
indica-lhe a epístola, volta as fôlhas e responde Deo gra- dação do M. de C. e vai ao meio do altar. Genuflete no de-
tias. Quando o C tiver recitado o gradual, etc., I;rau inferior, sobe e põe o evangeliário no meio do altar.
o diác. retira-
se para o ângulo posterior do altar, voltado para o povo ou (d. 4077 ad 3.) Sem fazer inclinações com o C, espera com
as mãos juntas até que êle venha para pôr o incenso no
W4+

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372 II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias
R e u s, Curso de Liturgia

lassar o subd. e volta-se para o altar. O:subd. leva o evan-


turíbulo. O diác. apresenta a naveta, o subd. está à direita
geliário, pousado sôbre o braço esquerdo, diretamente ao
do C como ao intróito. O diác. entrega a naveta, não toma
o turíbulo, mas," voltando-se pela esquerda, desce ao se- sem genuflexão nem inclinação, por reverência ao san-
('
a mão direita indica o princípio do evange-
gundo degrau, ajoelha-se com os dois joelhos na borda do Ik) texto. Com
supedâneo e, inclinando profundamente a cabeça, diz em lho e levanta o livro com as duas mãos para o C o bei-
Fecha o livro, apóia-o
voz baixa: Munda cor, etc. Sobe ao supedâneo, pega o evan- 1.1r. Não se diz Laus tibi Christe.
sôbre o peito, faz inclinação ao C, desce pelos degraus
geliário como antes, ajoelha-se no bordo do supedâneo (Rub.
Miss.) e diz: Iube, domne benedicere, inclinando o livro para (Inase do lado da epístola ao piano, entrega o livro com a
o C e beijando a mão dêle pousada sôbre o livro. Não faz inclinação costumada e volta-se para o diác. Este incensa
sinal da cruz nem diz Amen. Durante tôda esta cerimônia o o C com três ductos duplos, fazendo a reverência antes e
depois, entrega o turibulo ao
ife r genuflete. O subd aio
diác. conserva a cabeça inclinada. (C. E.) Levanta-se, faz
inclinação ao C e, sem genuflexão, desce pela esquerda para l amente para o seg
o plano à direita do subd., o qual desceu logo depois do niesmo tempo coloca-se atrás dêle no plano e genuflete
um êle. (Outro método: o D vai atrás do S ao altar, faz
incenso. r
genuflexão no degrau inferior, incensa e sobe logo, ao se-
756. Evangelho. Ao sinal do M. de C., os MM genufle-
guudo degrau.)
tem no degrau inferior e vão para o lugar, onde se canta Se houver sermão e o pregador fôr outro
o evangelho, os ministros inferiores na frente, o diác. à di- '757. Sermão.
sacerdote, depois da incensação o diác. sobe à direita, o
reita do subd. (Rit. cel. VI, 5.) Tendo o altar à direita e
o povo à esquerda, como os DD no canto da paixão (C. 'uibd. à esquerda do C, fazem genuflexão e vão para a
Irinqueta como ao Glória. Se o C fôr pregador, o diác. e
E. II. 8, 44), e virando o subd. as costas ao lado direito
o subd. fazem genuflexão, retiram-se para o banco, sen-
(n. 485), o diác. põe o livro aberto sôbre as palmas das
lain-se e cobrem-se. Se o C pregar no púlpito, os MM so-
mãos do subd. virado para êle, de modo que a extremi-
beni ao supedâneo, acompanham o C ao banco e ajudam-
dade superior do livro fique sôbre a fronte do subd., de
sorte que possa mudar as fôlhas. Se houver uma estante, n o a tirar a casula e o manípulo. Depois sentam-se e co-
põe o livro sôbre ela e o subd. pousa nela as mãos. O brcni-se. No fim acompanham o C ao altar.
os MM em fila fazem in-
diác. canta com as mãos juntas: Dominus vobiscum. !i 758. Credo. À palavra Deum,
palavra Sequentia (Initium), faz o sinal da cruz sôbre as clinação e sobem, o diác. esperando um pouco pelo subd.,
primeiras palavras do santo texto, pousando a mão es- !iru^
genuflexão, para a direita e para a esquerda do C.
querda estendida sôbre o livro, depois sôbre a testa (san- Revam com êle o Credo, fazendo as inclinações
simul adoratur, a gõ às ãp al a -
di), os lábios (Evangelic) e o peito (secundum), colo- vrtis fesum Christum e homo factus
cando a mão esquerda abaixo do peito. Volta-se um pou- ?l incarnatus est
tão demoradamente que ao
st toquem com o joelho no chão (usque ad "factus est"
co pela direita, recebe o turíbulo, faz inclinação de cabe-
ça ao livro e incensa-o com três ductos duplos no meio (à inclusive, Rit. -cel.), e no fim o sinal da cruz. Feita a re-.
direita e à esquerda do livro), à sua (diác.) esquerda e à vel encia ao altar, vão para a banqueta como ao Glória..
descobrem-
sua direita, i. é, em forma de cruz. Faz outra vez inclina- 759. Quando o côro cantar Et incarnatus est, o dic. leva
sepultus est
ção e canta o evangelho, com as mãos juntas. Fará as in- s e fazem inclinação. Depois do
clinações e genuflexões para o livro, o M. de C. e o furl- „ corporal, que simboliza o S. sudário, vara o altar. (n.
ferário fazem-nas com êle, o subd. e os acólitos ficam 1b2.) O C põe o barrete, o diác. e o subd. levantam-se.
imóveis. No fim responde o M. de C. Laus tibi Christe. O subd. fica de pé, segurando o barrete com as duas
subd. coloca o livro sôbre o braço esquerdo, o diác. indica l
im;ios. O diác. volta-se pela esquerda, deixa o barrete sô-
1,re o banco, junta as mãos, faz inclinação ao C, vai à
o princípio do evangelho, retira-se um pouco para deixar

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374 R e u s, Curso de Liturgia 375
Missa. Cap. III: Cerimônias
II. Liturgia Especial. A S.

credência e recebe a bôlsa das mãos do M. de C. cora di-


.
querda o cálix pelo nó e cobre-o com a extremidade
inclinação antes e depois. Leva a bôlsa elevada horizon- estendida por
direita
reita do vde•
talmente à altura dos olhos (ad oculos usque elevatam
degraus laterais, reverên cas,ao supedâneo.
C. E. I, 9, n. 3), com a abertura voltada para si, sem ser b^, pelos deg
í 1 diác. afasta a extremidade do véu de ombros.
acompanhado. Em alguns lugares o diác. leva a bôlsa
763. Se houver uma âmbula com partículas para consa-
com a abertura para cima, inclinada um pouco para si. leva-a junto com o cálix para o altar. Sen-
Ao passar diante do C faz inclinação medíocre; vai ao i;i ar, o subd.
do isto difícil, o M. de C. ou o sacristão o fará. O diác.
meio do altar, genuflete no degrau inferior, sobe, tira o 29, 2) com a mão
corporal da bôlsa com a mão direita, coloca a bôlsa en- Are-a, e levanta-a um pouco (C. E. II,
do C, sem acompanhar a ora
direita durante o Suscipe
-

costada à banqueta do lado do evangelho, com a abertura,


ç io, tendo a mão esquerda pousada no peito. Depois co-
se fôr possível, voltada para a cruz. Desdobra o corporal
bre-a e põe-na atrás do cálix do lado da epístola. O pa-
e aproxima dêle a estante. Junta as mãos, genuflete no
só se põe antes de colocá-la no tabernáculo.
meio e desce pela direita, vai para o banco, faz inclinação vilhão
diác. tira a pala do cálix, pega a patena com a
ao C, toma o barrete. O diác. e o subd. saúdam-se, sen- O
tam-se e cobrem-se. No fim, ao sinal do M. de C., vão nião direita no lado correspondente a parte superior da
para o altar como ao Glória. hóstia, com a esquerda na borda oposta, beija a borda da
patena e oferece-a ao C, beijando a mão do C e tomando
760. Se o C não vai para o banco, o diác. e o subd. du-
ciiidado para que o seu braço não passe sôbre o do C.
rante o canto ficam ao lado ou atrás dêle. Durante o El I'iilretanto o subd. limpa o cálix (Miss.), fazendo-o des-
incarnatus est, o diác. e o subd., sem fazer inclinação, des-
cem ao segundo degrau e ajoelham-se no supedâneo, _fa- c: irisar na palma da mão esquerda como foi dito no n.
697, entrega • ao diác. o cálix pousado no altar, com o
zendo inclinação da cabeça. . O C . e o S sobem ao supe-
.ainguinho estendido sôbre o pé, e depois a galheta do vi-
dâneo. O diác. vai diretamente à credência, traz a bôlsa iilio. O diác. pega o cálix pelo nó, segurando o sangui-
como foi dito e coloca-se atrás do C, ou à direita dêle no nlio, depois a galheta e derrama vinho até o C dar sinal
supedâneo, se o subd. fica à esquerda. C. E.) O subd. apresenta a
Se o cálix já estiver no altar desde o princípio da p;ira parar. (C. inspiciente, Benedicite, Pater reve-
missa, o diác. depois de Et incarnatus est ou não vai à illieta da água ao C, dizendo: gotas
otas com a
I,'
e deita lentamente no , cálix algumas b
credência, descobrindo o cálix e desdobrando o corporal, , galhetas ao acólito. O-
quando estiver ao lado do C, - ou depois de Et incar- rollierinha, se quiser. Entrega as
diác. limpa as gotas no interior do cálix, se fôr preciso,
natus est vai da banqueta, fazendo inclinação ao C, di-
(,on o indicador envolvido na extremidade do sanguinho,
retamente para o altar, põe o cálix ao lado da epístola, lfiie o sanguinho junto do corporal e oferece o cálix ao C,
tira o corporal' da bôlsa, estende-o, coloca o cálix outra per;ando com a mão direita na copa pelo lado posterior,
vez no meio e volta para o banco. ,un a esquerda no pé pelo lado oposto, de sorte que o C
761. Se não houver Credo, o subd. leva o cálix desco- possa tomá-lo pelo nó e pelo pé. Beija o pé do cálix e a
berto (Rit. cel. VII, 7) coin a bôlsa para o altar. Se, po- ,iiá'o do C, tendo o cuidado de sustentar o cálix vertical-
rém, o cálix desde o princípio estiver no altar, ao Ore- umute e de não passar o braço esquerdo sôbre o do C.
mos, os MM fazem inclinação da cabeça e sobem ao su- e os dedos da mão direita sob o pé do cálix ou sus-
I' o
pedâneo, o diác. à direita do C, o subd. à direita do diác. ula com êles o braço do C, tendo a mão esquerda es-
762. Ofertório. Ao Oremos o diác. faz inclinação e sobe
h
lendida sôbre o peito. Elevando os. olhos à 'cruz, reza com
ao supedâneo à direita do C. O subd. genuflete no de- Of ferimus tibi Domine, Calicem sa-
,ale e i,i voz submissa:
grau inferior, vai à credência, descobre o cálix, voltado lu/u is, tinam deprecantes clementiam, ut in conspectu di-
para a credência toma o véu de ombros, pega com a es- vunnv nïaiestatis tose pro. nostra et totius mundi salute cum

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Cap. III: Cerimônias 377


376 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa.
, volta logo
odore suavitatis ascendat. Amen. Depois cobre o cálix o prefácio e, se não tiver
com a pala. Iara o segundo degrau áqeCd r a ôlha
Se o cálix estiver no altar desde o princípio da missa, Quase no fim do prefácio o diác. e o subd.,
767. Sanctus.
o subd. vai à direita do diác. e faz como foi dito. Tendo seiu fazer reverência, sobem para a direita e para a esquer-
entregue as galhetas, recebe o véu de ombros da mão do da do C e, fazendo inclinação medíocre e em voz submissa,
acólito, o qual leva o véu do cálix para a credência. Sanctus, sanctus, sanctus, Dominus Deus,
rezam com o C:
Sabaoth. Pleni sunt cccli et terra gloria tua. Hosanna in ex-
764. Durante a oblação do cálix, o subd. está com as mãos
relsis. Benedictus qui venit in nomine Domini;
Hosanna in
juntas. Depois recebe do diác. com a mão direita a patena Be-
Endireitam-se os dois e o diác. benze-se ao
com a face côncava voltada para o peito, e cobre-a êle mes- excelsis.
mo (C. E. I, X, n. 6) com a extremidade direita (l. c. II, e vai, fazendo genuflexão no meio sôbre o degrau,.
nedictus Be-
a esquerda do C, onde cuida do livro. 0 subd. ao
III, n. 63) do véu de ombros, ou espera que o diác. a cubra. I„ra
endireita-se sem se benzer e sem fazer genuflexão„
(Rit. cel.) Apoia a mão esquerda abaixo do peito, a pate- neilictus
volta ao seu lugar no 'plano. Durante o Memento o diác.
na coberta sôbre o peito, e sem fazer inclinação ou genu-
flexão, desce pela esquerda para o meio, faz genuflexão no rclira-se um pouco para a retaguarda.
Quam oblationem, o diác. desce para
degrau inferior e aí fica imóvel (C. E. 1. c.) com a pa- 768. Consagração. Ao
tena elevada ao menos um pouco acima do peito (elevatam segundo degrau, faz genuflexão e coloca-se à direita do
dizem Miss. e C.Fer. 1. c.), apoiando o braço direito na mão I', no supedâneo ou no segundo degrau. (Rit. cel. VIII, 8.)
houver uma pixide para consagrar, põe-na diante do C,.
esquerda. Quando anda, ajoelha, responde ao Orate fratres
ou é incensado, baixa a patena até ao peito. , I(•scobre-a e ajoelha-se no bordo do supedâneo.
diác:'
Quando- o C se inclinar para a consagração, o
Durante a incensação do altar, o subd. não faz genu- bordo do supedâneo, o subd.
flexão, mas faz inclinação antes e depois de ser incensado. ajoelha-se à direita do C no
u^ , degrau inferior. O diác., durante as duas elevações, pd
765. Incensação. O diác. oferece a naveta como ao intrói-
( a i, li do durante a consagração, levanta a extremidade da
to. Enquanto o C incensa as oblatas, o diác., sem fazer ge- com a mão esquerda. Durante a elevação o
nuflexão, pousa a mão direita sôbre o pé do cálix e levanta
nula o
depoisdi ác. ele-
.Mlul. olham para a s. hóstia. Quando o C, levanta,
um pouco com a esquerda a casula junto do ombro. Coloca v tç;io da s. hóstia, se levantar, também o diác. se
o cálix mais perto da parte posterior do corporal, do lado e a píxide, se houver, torna a colocá-la no seu lugar,
ob r
da epístola. Faz genuflexão antes e depois de o C incensar h„,' a
pala do cálix e põe-na sôbre o altar e, sem fazer ge-
a cruz e põe o cálix outra vez no meio do corporal. Acom- , nflcxão, ajoelha-se na borda do supedâneo. Quando o C
panha o C durante a incensação do altar e incensa-o no fim. elevar o cálix e o descer, o diác. levanta-se, põe a pala no
Depois vai para a direita do subd. e incensa-o com dois x, faz genuflexão com o C e passa para a esquerda, sem
ductos duplos, fazendo inclinação antes e depois. Entrega telmflexão no meio, genuflete outra vez e assiste ao C co
o turíbulo ao turiferário e sobe, sem genuflexão, ao segundo da consagração. Quando o C e o diác. se erguem
w , antes depois da segunda elevação, o subd. ergue-se
degrau atrás do C. O turiferário o incensa com dois ductos dn l ; (•. ouflexão
duplos, retribuindo a saudação antes e depois. Volta-se para Ianibém e continua com a patena elevada. Ao Memento, o
o altar sem genuflexão. dl'ir , retira-se para a retaguarda.
766. Ao Orate fratres o diác. e o subd. respondem, seni a) Todos estão de joelhos des-
7611. Os ministros inferiores.
inclinar a cabeça, mas o subd. baixa a patena. levantam-se com o diác. e subd., depois da.
d, o Sanctus;
Prefácio. Durante o prefácio o diác. está atrás do C. Se „ii,;,il;ração, e ficam de pé, inclusive durante a comunhão,
não houver M. de C., vai ao livro, indicando ao C a secreta le
ri hénç.ão, exceto na missa de comunhão, missa de réquie

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379
378 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

ajoelha ao lado do C, e desce para o


e missa de féria nos dias de jejum; b) o turiferário incensa enquanto o diác. se
a s. hóstia e o cálix com três ductos duplos, quando o C a;eu lugar atrás do C, sem aí fazer genuflexão. O diác. le-
Domine... pacem meam,
genuflete, à elevação e quando faz a segunda genuflexão; vanta-se ao terminar o C a oração
ajoelha-se para êste fim no degrau inferior do lado da epís- beija com êle o altar, sem apoiar as mãos no altar.. Faz in-
tola e faz inclinação antes e depois da incensação; c) ao clinação de cabeça ao C, coloca as palmas das mãos sob
prefácio, os ceroferários vêm ajoelhar-se diante do altar e os braços do C, aproximando a sua face esquerda da face
esquerda do C (invicem appropinquantibus, Miss.) , e res-
saem logo depois da consagração, mesmo na missa com o Junta as mãos, faz inclinação de
Santíssimo exposto. Nas missas de féria e nas missas, em ponde: Et cum spiritu tuo.
cabeça, genuflete ao SS. Sacramento e desce ao piano. O
que se distribui a s. comunhão, continuam ajoelhados até
depois da comunhão. subd., sem genuflexão, volta-se para o diác. e faz inclina-
ção. O diác. sem o saudar, põe as palmas das mãos sobre
Para o diác. e subd. valem então as regras para as do
genuflexões diante do SS. Sacramento exposto, como se os ombros do subd., o subd. as suas debaixo dos braços
aproximando a face esquerda da
encontram no n. 743. diác., o qual diz Pax tecum,
Ao Supplices, o diác. não se inclina, nem se benze ao face esquerda do subd. .Êste responde Et cum spiritu tuo.
omni benedictione, mas pode bater no peito ao Nobis quoque. J untam` as mãos, fazem inclinação, O
voltám-se para o altar e
diác. sobe para a esquerda
Ao Per quam hcec, o diác. genuflete e passa para a Ienufletem no degrau inferior.
do C, o subd. atrás dêle para a direita do C, e ai não fa-
direita: do C. Descobre o cálix, quando o C põe a mão no Domine non sum
pé do cálix e genuflete com êle. Ao per ipsum, etc., segura sem genuflexão senão coin o C antes de
com os dois dedos da mão direita o pé do cálix (C. E. I, IX, d ign1S.
n. 5), cobre o cálix e genuflete com o C. Volta para o seu 772. 0 modo de dar a paz obedece às seguintes regras
lugar atrás do C (C. E. 1. c.) ou fica até que o C comece C r. Ep.), 1. Quem dá a paz, não faz inclinação
Miss.;
a cantar Pater noster (Miss.), genuflete e desce para o seu ;roles, mas só depois, exceto o C. 2. Quem recebe a paz,
lugar. cio de fazer inclinação antes e depois. 3. Quem dá a paz,
770. Pater noster. As palavras lufe as mãos juntas aos ombros do outro. 4. Quem recebe
et dimitte nobis, o diác. e o braços do ou-
subd. genufletem e sobem para a direita do C. O diác. re- :I paz, põe as palmas das mãos debaixo 'dos 5. Pax
cebe do subd. a patena, limpa-a com o sanguinho e susten- tro, sinistris geeis siei invicem appropinquantibus.
mesmo se o que dá
ta-a em ambas as mãos com o sanguinho junto do corporal. lecom. Resposta: Et cum spiritu too,
Beija a parte convexa da patena e a mão do C, o qual pega T raz não fôr diác. Pois é o espírito do C, que se corou-
uii a. 6. Os leigos não podem receber a paz por abraço nem
a patena. O subd. entrega o véu de ombros, genuflete e desce
patena (d. 269; 416),. mas só pelo porta-paz bei-
para o seu lugar atrás do C, sem fazer genuflexão nem mes- ron^ anta
mo quando o C e o diác. genufletem antes da fração da s. ¡a l o por quem dá e por quem recebe a
hóstia. Terminado o Pater nosier, o diác. responde logo Sc o subd. tem de levar a paz cpro, dirige-se dire-
libera nos a maio, para que o C possa continuar a missa, Sed lamente para o lado do mais digno do clero. Dá a êle a paz,
descobre o cálix, responde logo depois de Pax Domini, etc., la tendo inclinação só depois de a ter dado. Passa para o
Et cum spiritu tuo, e cobre o cálix. nutro lado do côro, fazendo genuflexão simples diante do
771. Agnus Dei. Quando o C cantar altar, e dá a paz ao primeiro dignitário.. Volta ao altar,
Pax Domini, o subd. p,eniiflete no degrau inferior e sobe para a çlircita do C.
genuflete no degrau inferior e sobe para a esquerda do C,
Domine non sum dignics, o diác. e o
fazendo genuflexão com êle e o diác. e rezando com ambos 773. Comunhão. Ao
em voz submissa: Agnus Dei, 'utlol. fazem inclinação medíocre ao SS. Sacramento, e po-
ao SS . Sacramento e batendoetc., tendo a cabeça inclinada
no peito às palavras: Misc- de nu Pater no peito. (d. 4057 ad 5.) Inclinam-se profunda-
rere nobis, Dona nobis pacem. (d. 3535 ad 3.) Genullete u n tule para o altar (Miss. h. l.), enquanto o C toma a s.

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381
380R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

no tabernáculo. Genuflete com o C e o subd.,


hóstia e o s. sangue. Ao sinal do C, o subd. descobre o cálix. R,nuflexão,
Se não houver comunhão, recebe do acólito a galheta do ficha o sacrário, troca o lugar com o subd., fazendo be
vinho e deita vinho no cálix, sem fazer reverências. Toma Ilexão no meio e assiste ao livro como de costume.
depois a galheta da água, se não recebeu as duas galhetas Durante a segunda ablução o diác. procura
776. Abluções.
juntas, e lança, sem sair do lugar, vinho e água sôbre os nu missal a antífona da comunhão, muda o livro para lado
para
dedos do C, entrega as galhetas, põe o sanguinho sôbre os a epístola ao mesmo tempo que o subd. leva a pala
dedos do C e vai para o lado do evangelho. u lado do evangelho. No meio do altar genufletem. O diác.
774. Comunhão dos fiéis. Se houver distribuição da s. co- p ie o missal sôbre o altar, desce ao segundo degrau, indica
C a antífona, coloca-se atrás dêle, vai com o C ao meio
munhão, o subd. cobre o cálix logo depois do C tomar o s. au
sangue. O diác. e o subd. genufletem e trocam os lugares, altar sem fazer genuflexão, volta com êle para o lado
do
epístola, e fica atrás dêle. Se não houver M. de C., o diác.
genufletem com o C. O diác. coloca a píxide, se já está no d;i
corporal, para a frente, descobre-a e genuflete com o C e o ,e.siste ao livro. Volta com o C para o meio do altar. ora-
subd. Se a píxide estiver no sacrário, o C e o subd., sem Quando nas missas feriais da quaresma se diz a
catado
fazer genuflexão, retiram-se para o lado do evangelho, o 1 ïu super populutn, o diác., depois de can Humiliate
diác. coloca, se fôr preciso, o cálix fora do meio do corporal, tuus, volta-se pela esquerda para o povo e
abre o tabernáculo, genuflete, e com êle o C e o subd., os eupita vestra Deo, e vira-se de novo para o altar.
quais, porém., não fazem genuflexão dupla. Extrai a píxi- 777. Logo que o C, depois da segunda ablução, tiver colo-
de, fecha o tabernáculo e descobre a âmbula. O C volta o cálix e o sanguinho sôbre o altar, o subd. tira o cor-
i para o lado
para o meio do altar e genuflete com o diác. e o subd. O
diác. vai colocar-se no plano do lado da epístola e, voltado
al com o cálix, a patena e o sanguinho
evangelho, para não estorvar o C, que
meio do
para o C e fazendo ligeira inclinação (aliquantulum incli- Limpa o cálix, põe por cima o
tar e diz Dominus vobiscum.
natus C. E.), canta ou recita em voz alta, segundo o cos- r,;inliiinho, a patena, a pala, o véu do cálix, entregue por
tume (d. 4104 ad 2), o confiteor. Na missa cantada de ré- twi acólito, e a bôlsa. Pega com a mão esquerda o cálix
quie o confiteor se deve recitar. (1. c.) O subd. fica à es- pelu nó, põe a direita sôbre a bôlsa e desce ao plano, b
de mo-
querda do C com as mãos postas. O C faz genuflexão e diz tiHe no degrau inferior" e põe o cálix na credência,
em voz alta: Misereatur, Ecce Agnus Dei, Domine, etc. Se du que o véu cubra o pé do cálix. Vai depois colocar-se
os MM querem comungar, o diác. vai para diante do altar, ,,Iras doo n s
d Cestiveem
genuflete e sobe para se ajoelhar no supedâneo, à direit a. la; com genuflexão,se
ado da epistola;
lado
vcre nl no
do subd. Comungam primeiro, levantam-se, genufletem e nic ïu do altar.
passam o diác. para a direita, o subd. para a esquerda do est, o diác., quando o côro responde
7766. Ao Ite, Missavolta-se
C. Durante a comunhão, o diác. pode pôr a patena da mis- para o povo, retirando-se uni
sa debaixo do queixo do comungante, ao passo que o subd. F t cum spiritu tuo,
p„ow u para o lado do evangelho ou ficando noBenedicamus
mesmo lu-
acompanha o C com as mãos postas. Também podem, du- tir, scrn fazer reverência. Se tiver de cantar
rante a comunhão, permanecer de pé no supedâneo com as permanece voltado para o altar. Quando se diz
I )un iinu, também o C deve proferir estas pa-
mãos postas. Neste caso se deve usar a patena da comunhão. I tencilicamcts Domino,
775. Distribuída a s. comunhão, os MM trocam os luga- 1 ivras, c o subd. responde logo Deo gratias.
o subil. sobe para o
res: O diác: vai para a direita, o subd. para a esquerda do lbnção. Depois do Ite, Missa est, fazendo ge-
C. Se a âmbula deve ser purificada, o C se encarrega de lado do diác. (se fôr preciso, muda o missal,
limpá-la, o subd. enxuga-a. Se fôr necessária a reposição niillcxiiu no meio do altar). Os dois se ajoelham no bordo
da âmbula, o diác. genuflete com o C e o subd., põe a pa- du !;upedâneo, benzem-se com profunda inclinação da ca-
tena ao lado esquerdo, cobre a píxide e põe-na, sem fazer hi t a, enquanto o C dá a bênção, e levantam-se. O subd.

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383
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III Cerimônias
382 R e u s, Curso de Liturgia
turibulo. Pega com a mão esquerda no disco e pousa-a
sobe, sem genuflexão, para a esquerda do C, o diác. vai ao I) o
no peito, com a mão direita, ou melhor, com o polegar, o
supedâneo e voltado para o C, ` sem responder, assiste ao Indicador e o médio, pega nas cadeias junto do opérculo..
último evangelho. Persigna-se no princípio do evangelho, e N;io se dizem orações nesta primeira incensação.
genuflete com o C. O subd., segurando a sacra à altura do 781. Depois o C faz genuflexão simples, se o SS. Sacra-
rosto do C, responde, mas não genuflete- com o C, porquan-
to segura a sacra. Se o evangelho se lê no missal, persigna- mento estiver no sacrário (Rit. cel. IV, 6), apoiando a mão
sôbre o altar, se não, inclinação de cabeça à cruz.
se e genuflete com o- C e no fim fecha o livro com a aber- ,..;,luerda
ncensa I. a cruz com três ductos duplos (n. 750), faz a re-
tura voltada para o meio do altar. Sobe ao supedâneo para devida, e, sem sair do meio, incensa as imagens e
a esquerda do C. Os três fazem inclinação à cruz, descem ve l encia
relíquias, que houver no altar: a imagem do Menino Jesus
(o diác. pela esquerda), genufletem no plano, e recebem
tempo de natal, com três ductos duplos (d. 3288), a de
os barretes. O diác. entrega o barrete ao C, beijando o bar- to)
Nossa. Senhora ou de santos que estiverem entre os casti-
rete e a mão do C. Cobrem-se e vão, o diác. atrás do subd.,
com as mãos postas para a sacristia. ,; i lis, com dois ductos duplos (d. 4057 ad 2), as relíquias
ullinticas do lado do evangelho, seja qual fôr o seu nú-
Na sacristia o subd., se fôr preciso, retira-se um pouco
m ru, coin um dueto duplo, e, feita a reverência devida, do
para a esquerda, deixa passar o diác. e o C e coloca-se à
IIIewO modo as relíquias do lado da epístola. Não faz re
esquerda do C, o diác. à direita, descobrem-se, fazem in-
clinação à cruz e tiram os paramentos. vel ência nem às imagens nem às relíquias.
782. Logo depois de incensar as relíquias e sem fazer nova
II. O Celebrante evciência, ou se não houver imagens nem relíquias, incen-
r,;, ;I cruz e, feita a devida reverência, incensa o altar com
§ 158. AS CERIMÔNIAS DO CELEBRANTE +Ilielos simples. Observe-se o que foi dito no n. 749 a res
NA MISSA SOLENE melo do modo de incensar. A incensação dever-se-ia fazer
779. 1. Na sacristia. Revestido dos paramentos espera co- til cm redor do altar, e incensando-o de todos os lados.
inilo
berto. Ao sinal do M. de C., descobre-se, saúda a cruz e impossível, substitui-se a incensação da parte
4 1111■1 isto é
os Ministros (MM) de um e outro lado coin uma inclinação altar conduzindo o turíbulo em direção daquela.
I,,,,,leriur do
de cabeça, cobre-se e vai atrás do D para o altar, tomando, 11,I1It . A incensação, portanto, não se faz aos castiçais. (Cf.
se fôr costume, água benta apresentada pelo D, segurando I',. I, 12, n. 11,)
o barrete na mão esquerda. O C incensa: II. a parte posterior do altar do lado da
2. Chegado ao altar, descobre-se, entrega o barrete ao ep1!dola com três ductos simples, dando três passos e mo-
D, faz genuflexão no plano, se o SS. Sacramento estiver vendo :i cada passo o turibulo; III. o lado exterior da epís
no sacrário, ou inclinação profunda do corpo à cruz. Come- - plana
ii,l t primeiro em baixo depois ern cima; IV. a parte
ça logo a missa. As palavras vobis fratres e vos fratres, vol- ,t„ :Iliar ao lado da epístola com três ductos, e três passos;
ta-se uni pouco para o D e S, conservando-se inclinado.
1, 1 >, no meio do altar a reverência devida e incensa, V. a
780. 3. Incensação. Tendo terminado Oramos te, volta-se posterior do altar do lado do evangelho com três
NI
pela direita para o lado da epístola, coloca a mão esquerda 1111111e,, dando 3 passos; VI. o lado exterior do lado do evan-
sôbre o peito ou sôbre o altar, recebe a colher das mãos do ein baixo e em cima; VII. ficando parado: a parte
1 i Ilu^
D, tira três vêzes incenso da naveta e põe-no no turíbulo, pI.uI,I do altar do lado do evangelho com três ductos; VIII.
dizendo em voz submissa: Ab illo benedicaris in cuias ,Moldo Três passos, o lado anterior do altar do lado do evan
honorem — cremaberis. Amen. Põe as mãos : e benze o in- , , Iii IX. feita a reverência devida no meio, a parte ante-
censo sem dizer nada, pousando a mão esquerda sôbre o do lado da epístola com três ductos, dando
11„r doo altar
altar. (Rit. cel. III, n. 5.) Voltado para o altar recebe do

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385
Missa. Cap. III: Cerimônias
384 R e u s, Curso de Liturgia ll. Liturgia Especial. A S.

três passos. Entrega o turíbulo ao D e é por êle incensado,


fazendo inclinação minima antes e depois.
783. 4. Introito. Volta-se para o missal e lê em voz sub-
missa o intróito e depois o Kyrie com os MM. Pelo fim do
canto do Kyrie, ou logo depois de recitar o Kyrie, vai para o
meio do altar, espera cone as mãos postas o fim do canto e
entoa o Glória, elevando as mãos como de costume. Espera
um instante que os MM estejam ao seu lado e recita com
eles o hino, mas não alternadamente. (d. 3248 ad 5.)
5. Se quiser sentar-se, a um sinal do M. de C. faz incli-
nação à cruz ou genuflexão ao SS. Sacramento e vai pelo
caminho mais curto (degraus laterais) para o banco, em
que se senta antes de se sentarem os MM. Recebe do D o
barrete, cobre-se e põe •as mãos estendidas por cima da ca-
sula junto dos joelhos. Descobre-se, põe o barrete junto do
joelho e faz inclinação, enquanto o côro canta Adoramos
te, Gratias agimos tibi, leso Christe, Suscipe deprecationem
nostram. Se o côro repete estas palavras, não se repete a

Diagrama das principais funções da Missa solene


C, celebrante; D, diácono; S. subdiácono; M, mestre de cerimônias;
a, acólito; g, genuflexão; gip, genuflectit in plano; gig, genuflectit
in gradu.

1. C entrega o barrete. Gip. Introibo.. Sobe, sem g. C beija


o altar.
2. Põe-se incenso no turíbulo. C incensa o altar.
3. 0 C é incensado.
4. Posição no Intróito.
5. Posição nas orações e antes do Glória.
6. G no supedâneo. Descem pelos degraus laterais. Se descem
pela frente, g no degrau inferior. Voltam sempre pela frente.
7. M dá o livro ao S. Ambos vão para o meio. Gig. S volta
para seu lugar, canta a Epístola, vai para o meio e gig.
8. S vai para o C, g na borda do supedâneo, beija a mão.
Bênção, entrega o livro ao M ou D.
9. S muda o Missal. Gig. D fica no seu lugar.
10. C lê o Evang. Ao sinal da cruz D desce e recebe o livro do
M; gig no níeio, põe o livro no altar; espera ao lado da
Epístola.
11. C põe incenso, S desce. D Munda na borda do supedâneo;
toma o livro, pede bênção, beija a mão de C, vai ao lado
do S; gig.
12. Posição antes e durante o Evangelho..
13. S leva o livro ao C, inclina-se, desce. D incensa o C.
14. D e S vão para seus lugares; gig. Credo como o Gloria;
depois de Et sepultus est, D leva bursa para o altar.
do Liturgia — 25
'UMo

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386
R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 387

I'vcrência. Pelo fim, p. ex., depois do último Jesu Christe,


levantam-se, primeiro os MM, o C entrega o barrete (d.
1563 ad 1) ao D, levanta-se e vai entre o D e o S para
o I rente do altar, faz a inclinação ou genuflexão no degrau
r subo ao supedâneo. Beija o altar e canta Dominus vo-
,I.o uut.
Se o C não se senta, fica no altar com as mãos postas
fazendo as inclinações.
'MI 6. Orações e epístola. Canta as coletas e lê em voz
vox submissa a epístola, gradual e sequência até ao Monda
ror. Sc tiver de se ajoelhar, a alguma palavra da epístola,
rrldual ou trato, omite as genuflexões durante a leitura, mas
I,'I Ias, quando forem cantadas pelo subd. ou pelo côro. Ao
^;iculo Veni Sancte Spiritus na festa de pentecostes ou_.
'.'^ I

u.l missa votiva solene do Espirito Santo, o C deve perma


in cer ajoelhado. Por isso os cantores devem ser avisados
l u ar: começarem á cantar êste versículo em momento opor-
Irmo. O S canta a epístola e muda o missal. 0 C vai para .

I "i: Ao Oremus, D inclina-se e sobe. S gig e traz o cálice ao al-


Iar, recebe a patena, desce, gig e fica de pé.
I H. C põe incenso. D incensa C e S, vai para seu lugar sem g e
é incensado. Posição em fila até ao Sanctus.
17, Sanctus. S desce. D vai para o lado do Evangelho, gig na_
IIIC10.
10. Ao Quam oblationem D desce, gig à direita do C. Quando
C se inclina todos genufletem. Consagração.
lu. Quando C faz 2.° g, D sobe e tira pala. C desce o cálice, .
I) sobe e põe pala, g com C, vai para o livro e g. S de pé.
'211, Ao Per quem, D g, vai para o lado da Epístola e g com
C; ao Pater Noster D g e vai para seu lugar.
;!I, M, Dimitte, D e S gig e sobem. S entrega a patena, véu,.
g e desce. D entrega a patena ao C.
'22. Ao Pax Domini, S gig e sobe. Agnus Dei. G - e volta para
Hen lugar.
'21 I )cpois do Agnus Dei D se ajoelha ao lado do C. Pax. G em
.

ci mr, desce.
I I'ax. Gig, sobem, trocam; depois da ablução, D muda o li-
vro, S a pala. Gig.
I I mostra as orações. S leva o cálice para. a credi.ncia, gig;
vai atrás do D sem g (se D está no meio gig).
11e, Missa est. D pouco para a esquerda, depois vira-se para
.I direita. G, S à esquerda, bênção.
I; I I inio evangelho. S apresenta sacra. D no supedâneo, um
Iam () fora do meio.
lodos cus três no supedâneo inclinação ad libitum. Descem, gip,
luu rrctc, sacristia.

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388 Cap. Ill: Cerimônias 389+
R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa.

Iilcira inclinação de cabeça antes e depois e vai para o ,


o meio do altar, o D sobe para a direita dêle, tendo pou-
sado o missal no altar, vai para a esquerda dêle. Os três ineio do altar.
descem ao segundo degrau e ajoelham-se no supedâneo. En- 7186. 8. Sermão. 1. Se é o C quem prega, pode fazê-lo
no
tão começam os cantores Veni Sancte. (Martinucci in festo Altar, sentado num mocho, ou no púlpito. Neste caso tira a.
Pentecostes, n. 6; d. 4057 ad 6.) Terminado o canto dêste .v,nla e o manípulo. Se está presente um bispo, o pregador
versículo, levantam-se, o C reza Munda cor, o D vai para .1(ompanhado do M. de C. ajoelha-se diante do bispo reves
o lado da epístola, o S para o missal. Quando o S, depois tido da estola. Tê-la na mão, não é conforme ao C. E. que
ida epístola, vem pedir a bênção, o C volta-se para êle coin ex ige que o sacerdote venha revestido como de costume. (C.
as mãos postas, coloca a mão esquerda no peito ou no al- F, I c. XXII n. 2; Coelho III p. 193.) Beija o anel, diz lube
tar, a direita sôbre a parte superior do epistolário. O S beija i Dio nne benedicere. Recebe a bênção do bispo, levanta-se,,
a mão. Depois (não antes) o C abençoa-o sem dizer nada Liz reverência e vai para o púlpito. O C que não é bispo,
e vai para o meio do altar. orações
n;lu pode benzer o pregador. (d. 3434 ad 8.) As
785. 7. Evangelho. O C reza Munda cor, tube Domine, etc., fúnebres fazem-se depois da missa antes do Libera. O pre-
-e lê o evangelho como de costume. No fim não beija o mis- gador não leva sobrepeliz nem estola.
sal nem diz Per evangelica dicta. Se ocorrem palavras, que 2. Se outro sacerdote fôr o pregador, o C depois do
exigem genuflexão (natal, epifania), omite-a, quando lê o evangelho vai ao meio do altar, o D e o S vão ao lado dêle,
evangelho, fá-la quando êste se canta. O que vale do evan- os três fazem genuflexão ao SS. Sacramento e vão para o
gelho não vale do Credo. Ao Et incarnatús est o C gene- limico, onde escutam de pé o evangelho lido ao povo; o ser-
flete ao recitar estas palavras, e quando se cantam no côro, niïio ouvem sentados e cobertos. Se fôr costume que o pre-
descobre-se com inclinação, se estiver sentado; nas festas de gmlor peça a bênção, o C diz: Dominus sit in corde tuo et
natal e anunciação põe-se de joelhos. (d. 1421, ad 3.) 0 sa- in labiis tuis, at digne ac competenter annunties verba sancta
(d.
cerdote que, durante estas palavras, estiver de caminho para sua. In nomine Patris et Filii J et Spiritus Sancti. Amen.
-

a missa privada ou para a sacristia, não genuflete. (l. c.) :4334.) Se não houver sermão, o C entoa o Credo.
Tendo terminado o evangelho, o C vai para o meio do 787. 9. Credo. Recita-o como o Glória. Vai para o banco,
altar, põe incenso no turíbulo como no intróito, volta-se para descobre-se, faz inclinação às palavras: Jesum Christum; Et
o altar e espera o D. Vira-se para êle e diz em voz sub- mcarnatus est até humo factus est inclusivamente; simul ado-
missa: Dominus sit in corde tuo et in labiis tuis, at digne ialwr. Nas três missas do natal e na da anunciação ajoe-
et competenter annunties Evangelium suum, in nomine Patris Ih;un-se no bordo do supedâneo e fazem inclinação (d. 2915
et Filii J et Spiritus Sancti. Amen; pondo a mão esquerda .id ti), se ainda estiverem no altar, se não, no degrau infe-
sôbre o peito, dá a bênção ao D e pousa à mão direita no . ior do lado da epístola. Volta para o altar como no Gló-
evangeliário. O D beija-a. 0 C vira-se para a cruz. Quando i ia, Quando não se vai à banqueta, o C e os MM em qual-
os MM se ajoelham no degrau inferior, o C, sem fazer re - gner missa cantada ajoelham-se no bordo do supedâneo.
\ ( Miss. Rub. XVII, n. 3.)
verência, retira-se para o lado da epístola e ali fica vol-
tado para o altar. Depois do Dominus vobiscum do D, vol-' 10. Ofertório. Depois de Dominus vobiscum e Oremos
ta-se para êle, faz o sinal da cruz ao Sequentia S. Evang. Ir t in voz submissa o ofertório e espera com as. mãos pos-
Quando ocorre o SS. Nome de Jesus faz inclinação profunda 1 Recebe do D a patena, faz oblação 'e coloca a patena
da cabeça à cruz, aos nomes dos santos, ao evangeliário. o corporal. (C. E. II, VIII, n. 61.) Pousa a mão es-
Genuflete, se fôr preciso, para o altar, apoiando nêle as mãos. querda no altar, benze a água, dizendo o Deus qui huma-
Pega com ambas as mãos o evangeliário que o S traz, beija-o, no., etc., e continua com as mãos juntas. Recebe o cálix e
dizendo Per Evangelica dicta, etc. E' incensado pelo D, faz ir/:1 Of f erimus com o D. Pousa a mão esquerda sôbre o pé

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391
Missa. Can III: Cerimônias
390 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S.

do cálix, enquanto o D cobre o cálix (sempre assim). Reza


In spiritu humilitatis e Veni sanctificator.
1. Dirlgatur Dom.
788. Incenso. Sem sair do meio, volta-se para o lado da
2. Oratio mea
epístola e põe incenso no turíbulo, dizendo: Per intercessio-
r 3. Sicut inc. in c. tuo
nem beati Michaelis Archangeli — stantis a dextris altaris
incensi — et oninium electorurn suorum; põe a mão esquerda
sôbre o altar e benze o incenso incensum istud dignetur Do-
minus benefdicere; põe as mãos e continua et in odorem
suavitatis accipere per C. D. N. Amen. Recebe o turíbulo e,
sem fazer reverência alguma, incensa as oblatas. Traça três
vêzes o sinal da cruz com o turíbulo, simultâneamente sôbre •
o cálix e a hóstia, da mesma forma que se faz, quando se
benze com a mão, dizendo & primeira incensação: Incensum Ilullillll 1►,IIIIIIIÌi isIIlNllllllll ollUltËgIUUIl IImimi
istud; à segunda, a te benedictum; à terceira, ascendat ad
te Domine. Depois descreve três círculos ao redor das obla- 4. elev 5. man 6. mear
14. cite 18. ost 12. et
,

tas, duas vêzes do seu lado direito para o esquerdo, i. é,


16. ^eis / 9 one D I3 vesp
19 cor m 1 an m 10 c P
para o lado do evangelho, dizendo ao primeiro, Et descen- m 17 ut lg.decl
dat super nos; ao segundo, misericordia; . e ao terceiro, do ¡ 1 ec I•i
seu lado esquerdo para o direito (no sentido dos ponteiros verb 22.ma1 23.ad exc-24_ezc25inpec^
-20. in_21 ,

do relógio) tua.
sacr
15•1a(büs
.

789. Em seguida, feita a genuflexão ao. SS. Sacramento


(ou inclinação à cruz) incensa o altar da mesma maneira
que no intróito. Quando começa a incensar a cruz deve
proferir as palavras Dirigatur Domine, etc. (d. 3215:) As
outras palavras, pode (não é obrigatório) distribuí-las do
modo seguinte: I. cruz, 3 ductos duplos; 1. Dirigatur Do-
mine; 2. oratio mea; 3. sicut incensum in conspectu tuo.
Imagens de santos, 2 ductos duplos; relíquias, um ducto du-
plo, mas sem dizer nada. Os outros ductos são simples. II. Incensação do altar, ao ofertório
Parte posterior do lado da epístola, 1. elevatio; 2. manuma;;
3. mearum; III. lado exterior 1 sacrificium 2 vespertinum;
IV. parte plana da mesa 1 Pone Domine 2 custodiam 3 orï Imuidades dos dedos. Continua a missa como de ordinário,
não muda as fôlhas, não
meo; V. parte posterior do lado do evangelho 1 et 2 ostium ;rota o prefácio, o Pater noster,
3 circumstantiue; VI. lado exterior 1 tabus 2 meis; VII. par- pm! nem tira a pala, mas põe a mão esquerda no pé do
;'alia'para avisar o D. Pode começar o canto '
do prefácio,
te plana da mesa 1 at non 2 declinet 3 cor meum; VIII. par-
te anterior 1 in 2 verba 3 malitice; IX. parte anterior do rnihora a incensação do povo Ao esteja acabada.
deve fazer, quando tiver terminado
lado da epístola 1 ad excusandus 2 excusationes 3 in pecca- /911. A elevação só se
tis. Entrega o turíbulo ao D, dizendo: Accendat in nobis e não antes. (d. 4364.) Reza o Agnus
o canto do Sanctus
Terminada a primeira oração, beija o al-
Dominus ignem sui amoris et flammam ceternce caritatis. Dei coin os MM.
Amen. E' incensado como no intróito, lava a mão tôda, um bor, e, sem fazer genuflexão nem inclinação ao D, nem an-
põe as mãos sôbre os
pouco manchada pela fumaça do incenso, e não só as ex- lies nem depois, volta-se para o D,

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393
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerímônias_
392 R e u s, Curso de Liturgia
até à comunhão podem ser acesas
ombros dêle, aproxima a sua face esquerda da face esquerda teente; c) desde o Sanctus come-
dêle e diz Pax tecum. Espera com as mãos juntas que o D sustentadas por acólitos outras velas; d) antes de e
r a missa o neopresbítero ajoelha-se no ínfimo degrau
faça inclinação de cabeça e continua a rezar. e o C acrescenta a ora-
791. 11. Abluções e conclusão. Depois da segunda ablu- c;uita-se Veni Creator,Portanto
Emitte Spir.;
não é necessário que o neo-
ção, que recebe sem sair do meio do altar, coloca o cálix çno Deus qui corda. Emitte Spiritum, nem que
I,resbítero entoe Veni Creator nem
no corporal e vai para o lado da epístola para ler a comu- cante a oração; pode recitá-la; e) o P. A.' ficará à direita
nhão. Espera aí até concluir o canto. Canta Dominus vo- ,I„ C, de joelhos desde o princípio até ao intróito, depois
biscum e as orações. Depois do último Dorninus vobiscum (•ni pé, exceto durante a elevação e a bênção; f) ao Lavabo
fica voltado para o povo, sem dizer nada, enquanto o D padrinhos, também na missa rezada, podem apresentar a
canta Ite, Missa est. Se houver de dizer Benedicamus Do- para, purificar as mãos do C (d. 4257 ad 1) ; g) ter-
mino, volta-se antes para o altar e diz em voz baixa Bene- com seus versículos e
minada a missa, canta-se o Te Deum
dicamus Domino. (d. 2572 ad 22.) 0 S responde Deo gra- h) depois o neo-sacerdote abençoa o povo do modo
tias. E' conveniente que também o órgão se cale, para que oração;
Meguinte:
a bênção seja ouvida pelos fiéis. Recita o último evangelho per gratiam sancti Spi-
em voz submissa, vai ao meio do altar, desce (comumente Oremos. Deus, qui caritatis dona
tuorum fidelium cordibus in f undisti: da famulis et f a-
tendo feito inclinação com a cabeça) ao plano com os MM, ritus
nurlabus tuis, pro quibus tuam deprecainur clementiam, sa-
faz no plano genuflexão ao SS. Sacramento ou inclinação lnlynr mentis et corporis; ut te tota virtute diligant, et quce
profunda do corpo, cobre-se e vai para a sacristia. Água libi plaeita sunt, tota dilectione perficiant. Per Christum D. N.
benta não se usa. Faz reverência à cruz e aos MM e tira Os Benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii f
paramentos. Depois:
el Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper.
§ 159. AS CERIMÔNIAS DA MISSA NOVA Amen. (C. B. App. XLIX p. (211).) Per im-
COM PRESBÍTERO ASSISTENTE Para dar a bênção a uma pessoa poderia dizer:
,,osilionem manuum mearum benedictio Dei omnipotentis Pa-
I. Observações Iris et Filii f et Spiritus Sancti descendat super te et maneat
792. 1. A missa com presbítero assistente (P. A.) reves- semper. Amen.
tido de pluvial é permitida 1) sola honoris aut solemnitatis
causa aos bispos e prelados privilegiados (cân. 812); 2) a H. Funções do presbítero assistente na missa solene
sacerdotes, em consequência de costume imemorável (d.
3564) ; 3) non sola solemnitatis causa, aos neopresbíteros Veja-se n. I, Observações
14. 1. Ida. O P. A. vai para o altar à esquerda do C (d.
.

para a missa nova solene. (d. 3564 ad 2; 3515 ad 7; 4257


ad 1; C. P., p. 648.) 1(118
ad 2), coloca-se à direita do C e recebe . o barrete
de-
2. Ao P. A. na missa não pontifical são proibidas algu- dt le. Na missa nova todos os quatro se ajoelham no
mas funções: a) a aspersão do povo antes da missa, reser- Veni Creator, Emitte, Deus qui.
rui inferior
inferior e canta-se
vada ao celebrante; b) apresentar a naveta ao pôr o incen- 2. Principio. Ao pé do altar, o P. A. está em pé à direita
so no turíbulo; c) incensar o C, oficio do D. O seu encargo C, o D e ó S à esquerda, e assim sobem ao supedâneo.
principal é assistir ao livro e impedir descuidos por meio 3. Incenso. 0 D passa logo para a direita do C, o P.
de palavra submissa e aceno modesto. (C. E. I, 7 n. 3.) A. para o lado do missal, o qual êle tira durante a incen-
793. Quanto à missa nova rezada a C. B. estatui o se- ,.nç;io.
4. Intróito. Indica ao C o intróito, depois as orações, a
guinte: a) podem-se acender 6 velas; b) um sacerdote ves-
tido de sobrepeliz e estola sem pluvial pode servir de assis- I,ír^lirlst.

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394 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias395

5. Ao Glória está à direita do D, vai atrás dêle para


a 17. Terminada a missa, estando todos de pé diante do
banqueta, senta-se à direita dêle num mocho próprio e faz ,iltar, o C entoa o Te Deum (d. 3764 ad 7) com os versí-
as reverências com os outros. Volta para o altar atrás do ulos e orações com conclusão breve, ficando com os pa-
D, faz à direita dêle a genuflexão, vai para o lado do mis- ramentos da missa, embora êstes sejam roxos. (1. c.)
sal e responde Deo gratias.
6. Muda o missal passando entre o C e o D, assiste no § 160. A MISSA CANTADA DIANTE
degrau ao evangelho e aproxima o livro do meio do altar. DO SANTÍSSIMO EXPOSTO
7. Ao incenso está à esquerda do S e durante o canto do I. Observações gerais
evangelho no primeiro degrau do lado do evangelho, volta-
do para o D e fazendo as reverências com o C. 797. 1. Observem-se as advertências (n.° 737) a respeito
da liceidade e as regras litúrgicas gerais.
795. 8. Ao Credo está à direita do D, como no Glória. Não
2. Além disso omitem-se tôdas as saudações ao côro e*
lodos os ósculos honoris causa ao entregar e receber o bar-
faz reverência, quando o D leva a bôlsa para o altar. Ao
voltar para o altar, vai na frente do S, faz genuflexão à es-
He, a colher, o turíbulo, o hissope. Não se omitem as re-
-

querda dêle e sobe ao supedâneo.


9. Durante a incensação do altar sustenta o livro e de- verências ratione,ritus, p. ex., as inclinações nas incensações,
na paz, os ósculos da patena e da mão do C, item do cálix,
pois da incensação do C, com as mãos postas, recebe do I)
a incensação de dois ductos duplos, com reverência antes do evangeliário.
e depois. 3. E' permitido sentar-se diante do SS., se não causar
10. Ao Sanctus retira-se um poueo, para dar lugar ao S. e4càndalo ou irreverência '(d. 3408 ad 3), nunca, porém, é
Iloilo cobrir-se. (d. 488 ad 4.) Para o clero nas funções
Durante a consagração ajoelha-se à esquerda do C no bor-
eclesiásticas (d. 3442 ad 3), seria conveniente nunca sentar-
do do supedâneo. Volta para o seu lugar e faz as genu-
flexões com o C. tie, por causa do respeito ao SS. Sacramento. (C. E. II, 33,
11. Ao Agnus Dei retira-se um pouco para, dar lugar n, 33.) Se houver sermão, o Santíssimo deve cobrir-se com
ao S e logo passa para a direita do C para receber a paz mu véu (d. 3728 ad 2), mas apesar disso o pregador não
e dá-la ao D no segundo degrau, genuflete e volta para ¡l ode pôr o barrete. (d. 2769 ad 2.) 0 clero pode cobrir-se;
junto do missal. porém, louvável, que fique sentado sem barrete. (d.
12. Faz inclinação ao Domine non sum dignos e a ;!!)52 ad 1.)
sumpção das santas espécies. IL Cerimonial
798. 1. Quando o Santíssimo está exposto, todos, ao avis-
796. 13. Se o C distribuir a comunhão, o P. A. estará ?
sua direita colocando a patena debaixo do queixo do co- I'i lo, se descobrem, entregam os barretes, fazem genufle-
xao dupla e começam a missa sem nova reverência. Se o
mungante (P. C. 15), ou pode retirar-se para o primeiro
degrau ao lado do evangelho e ficar aí com as mãos pos- Santíssimo se expõe antes da missa, o C no princípio da
tas. Neste caso se usa a patena da comunhão. missa faz genuflexão no degrau inferior. (d. 2682 ad 49.)
14. Depois da ablução. muda o missal e indica as ora- 2. Ao Au f er a nobis, o C e os MM sobem e fazem ge-
ções. nuflexão no supedâneo (e não em baixo).
15. Cantado o Ite, Missa est, vai ao lado do evangelho, 3. Para pôr o incenso no turíbulo o C e o S, sem faze-
levando o missal, se não se lê o evangelho de S. João; ajoe- i^ni genuflexão (d. 4194 ad 5), retiram-se rem pouco para
lha-se no supedâneo durante a bênção e assiste ao evangelho, o Lido do evangelho, depois, sem genuflexão o C e os MM
16. Concluído o evangelho, o P. A. vai para a direita descx•ni para o primeiro degrau, ajbelham-se no bordo do
do C, desce com êle ao plano, e entrega o barrete, se não ,
iupedr1neo, o D entrega o turíbulo sem ósculos, o C incensa
houver Te Deum. r u iu três ductos duplos, fazendo antes e depois inclinação

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396 R e u s, Curso de Liturgia Cerimônias397
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III:
medíocre. Sobem, genufletem, incensa-se o altar, porém não
a cruz, se ela ficar sôbre o altar. Terminada a incensação, para o altar e põe-se atrás do D, sem genuflexão, se êle
ainda estiver no lado da epístola. (d. 4172 ad 4.)
o C desce do supedâneo ao primeiro degrau ou ao plano,
10. Para a ablução o C não sai do meio do altar, nem
volta-se pela sua esquerda para o povo e é incensado. (d.
2682 ad 48.) laz genuflexão.
799. 4. Depois do Kyrie todos vão ao meio do altar, ge- 11.0 D genuflete antes e depois de Ite, Missa est.
nufletem em fila, e, sendo entoado o Glória, os MM outra 12. A bênção dá-se como na missa privada. (n. 741.)
vez genufletem, para subir para o lado do C. 1) beija o altar: À palavra Deus, faz genuflexão e, meio
C
5. 0 S beija a mão do C depois da epístola. O C 10 voltado para o povo, dá a bênção; não termina o círculo
o evangelho na posição costumada, faz, porém, a inclinação e, sem voltar ao meio, vai dizer o evangelho, traçando a cruz
ao SS. Nome de Jesus, para o Santíssimo. Não genuflete tia sacra e genufletindo para o Santíssimo.
nem antes nem depois de pôr o incenso no turíbulo,- e de
dar a bênção ao,D. O D, levando o livro para o altar, só 161. MISSA CANTADA COM ASSISTENTE
genuflete no degrau inferior (d. 4027). Tendo rezado Man- SEM PLUVIAL
da cor, sobe sem genufletir, toma o livro, põe-se de joelhos, 1. Este rito é semelhante ao cerimonial dos capelães
ti112.
levanta-se, faz inclinação, genuflete e desce. Depois do na missa do bispo. E' permitido (Rit. cel. VIII, n. 8; d.
evangelho o S leva o livro ao C, sem genuflexão, como de :5377 ad 1) para a missa cantada, porém não para a rezada.
ordinário. (d. 2572 ad 6.) A incensação não é permitida, se não há
800. 6. 0 S,levando o cálix rara o altar, genuflete no
privilégio.
degrau inferior do lado da epístola e não no supedâneo;
a) Se o assistente não tem tonsura, pode assistir ao
quando desce com a patena para o plano, genuflete no su- missal, mudar as fOlhas e indicar as orações. O C deve le-
pedâneo e não no plano. (d. 4194 ad 6.) Durante a incen- var o cálix para o altar e arrumá-lo depois da ablução. Tal
sação do Santíssimo não se ajoelha, mas permanece imóvel. ass. poderia desempenhar também as funções do primeiro
(d. 2474.) Genuflete, porém, no degrau inferior antes e de- acólito, mudar o missal, apresentar a naveta e as galhetas,
pois de ser incensado.
O D, levando a bôlsa para o altar, genuflete no degrau incensar o C e o Santíssimo durante a elevação.
inferior, e não no supedâneo, e não retira o cálix do meio do b) Se o assistente tem tonsura, pode fazer tudo o que
corporal por não ser necessário. t';ibe ao ass. mencionado sob a). Além disso pode levar o
7. Depois da incensação das oblatas, o C desce sem ge- ,llix para a credência no princípio, ao ofertório levá-lo para
nuflexão ao primeiro degrau, ajoelha-se no bordo do supe- altar, e tirar e dobrar o véu; depois da ablução arrumar
dâneo e incensa o Santíssimo como no intróito, dizendo: I) cálix purificado pelo C e levá-lo para a credência. Não
Dirigatur Domine — oratio mea — sicut incensum in con- Bode limpar o cálix ao ofertório, nem deitar vinho e água,
spectu tuo; sobe, genuflete e incensa o altar como de ordi- uenm entregar a hóstia e o cálix ao C, nem pôr e tirar a pala
nário; depois desce ao plano para ser incensado como no do c(rlix (d. 4181 ad 4); pode cantar a epístola, mas no
intróito.
l uu não beija a mão do C. (Rit. cel. VI, n. 8.)
8. Antes e depois de incensar o S, o D genuflete cone c) Se o ass. é subdiácono, pode desempenhar as fun-
êle no degrau inferior, sobe, é incensado e genuflete. çÚes mencionadas sob a) e b), além disso- purificar o cálix
Observem-se as regras do número 743.
ao ofertório, deitar água no cálix, dizendo: Benedicite, Pa-
801. 9. Antes de receber a paz, o S não genuflete. Tendo ler renerende, pôr e tirar a pala do cálix, inclusive durante
arrumado o cálix , genuflete, toma o cálix, desce, genuflete o cslnon, depois da comunhão limpar o cálix, arrumar e le-
no degrau inferior e leva o cálix para a credência. Voll;t v/i lo para a credência. (d. 3377 ad 1.)

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398 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 399'

d) Se o ass. é diácono, pode também infundir o vinho, aluem o deve fazer. (d 3039 ad 5.) A bênção da água é efe-
entregar a hóstia e o cálix ao ofertório e a patena ao Li- Iuada na sacristia antes da missa pelo C, revestido de alva
bera nos. estola da côr do dia. (Miss. ordo ad fac. aq.) Para ou-
803. 2. 0 ass. neste caso desempenha as funções do diá- Iro sacerdote ou em outro tempo está prescrita a sobrepeliz
cono, subdiácono e presbítero assistente. Revestido de so- e a estola roxa. (Rit. VIII, c. 2.) A aspersão do altar omi-
brepeliz, sem estola (d. 3367), avança adiante do C ao sair le-se, se o Santíssimo está exposto nêle. (d. 3639 ad 2.)
da sacristia. Depois da consagração não põe estola. Ao b) Modo de aspergir. O C pode aspergir o povo da
Confiteor está de joelhos. Assiste ao incenso (se houver por balaustrada (mesa da comunhão) no meio, à esquerda (lado
privilégio). Ao Gloria está à direita do C, assentado num da epístola C. E. II, 8, n. 44) e à direita (lado do evan-
mocho próprio, se o C se senta. Indica as orações, toma o l^^ lho), ou percorrera igreja. (d. 2013 ad 4; 3114 ad 2.)
epistolário, vai ao meio do altar, genuflete e canta a epís- I40fi. c) Para aspergir, o C revestido de alva; estola cru-
tola, sem beijar a mão do C (assiste ao incenso, entrega o iada diante do peito (d. 1637 ad 3) e pluvial da côr do ofi-
turíbulo). Assiste ao evangelho no primeiro degrau (e in- io ou, se não houver pluvial, de alva e estola sem maní-
censa o C). pulo e casula, vai ao altar, genuflete diante do SS. Sacra-
Ao Credo fica à esquerda do C. Ao ofertório traz o mento, ajoelha-se no degrau inferior, recebe o hissope, en
cálix coberto, estende o corporal e ministra ao C (incensa li ra o Asperges me, ou, no tempo pascal, Vidi aguam, asper-
o C e é incensado pelo Ac.). Assiste ao missal. Durante a pp ao mesmo tempo o altar no meio, à direita (Ev.) e à
consagração ajoelha-se na borda do supedâneo atrás do C i querda, depois a si mesmo, tocando com o hissope na sua
e cobre e descobre o cálix. Volta ao livro e passa para a I m mte. Levanta-se, asperge os MM, se houver, genuflete no
direita, para tirar a pala ao Preestas nobis antes do Pater ululo e asperge o povo rezando Miserere, no tempo pascal
noster. Fica ali até depois da ablução. Volta para o lado do i 'om f iffemini com Gloria Patri e repetição da antifona. No
evangelho para purificar o cálix e o leva para a credência. domingo da paixão e de ramos omite-se o Gloria Patri. So-
Indica as orações, ajoelha-se para a bênção e assiste ao úl- mente ao bispo diocesano (d. 893 ad 3) se apresenta o his-
timo evangelho. Vai para a direita do C, desce com êle ao „pe, para- êle tomar água benta (d. 3055) e depois as-
plano, entrega o barrete e volta para a sacristia. l^^ r gir o C.
807. d) Tendo voltado ao altar, genuflete no plano e de
§ 162. A MISSA CANTADA COM AJUDANTES' l.. canta os versículos e a oração. Genuflete no degrau, vai
804. 1. Em muitas freguesias só um ou dois sacerdotes ;10 lado da epístola, toma o manípulo e a casula, volta ao
estão encarregados das funções litúrgicas. Neste caso é im- i llar, genuflete no degrau inferior e começa a missa.
possível a missa solene, a qual não se pode celebrar só cool 4) Ao vobis (vos) fratres no Confiteor não se volta para
o diácono (d. 3697 ad 10), mas pode ser substituída pela IIS acólitos. Diz Kyrie no meio ou no lado da epístola. (Se
missa cantada sem MM sacros (missa de guardião). li oiver privilégio, faz-se incensação do altar.) Durante. o
2. Observa-se o rito da missa rezada com algumas mo- h frio, Gloria, Prosa, Credo pode sentar-se. (d. 3026.) Se fi-
dificações. O cálix pode ser pôsto sôbre o altar antes da ,ir no altar, põe as mãos diante do peito.
missa pelo sacristão ou pelo C ou é levado para o altar 5. Observa as regras da missa solene. Canta o que se
como de ordinário. O missal põe-se aberto e registado. Po- r;inla na missa solene, mas a epístola (que também pode
dem-se acender 4 ou 6 velas. i ecilar em voz alta d. 3350) e p evangelho
no' lugar, em
805. 3. Em muitas igrejas é costume fazer o Asperges. que se costuma ler.
a) O Asperges nos domingos só é prescrito antes da til►t3. 6. Desde o Sanctus até depois da elevação do cálix,
missa conventual cantada (d. 4051 ad 1) com ou sem MM alp,nns ajudantes podem sustentar tochas (Rit. cel. VIII,
sacros, nas outras igrejas é permitido. Mas sempre é o C ,t l ; conhorine as regras gerais para os ceroferários:

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400 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 401

a) na missa rezada nos dias solenes e na missa paru 4. Ao chegar ao altar, recebe logo os barretes sem Os-
quial são permitidos dois ceroferários (d. 3059, ad 8); villas, dá o sinal para a reverência devida, coloca os barre-
b) na missa cantada: dois, quando muito quatro (Ril. ies na banqueta, e ajoelha-se no plano do lado da epístola,
cel. VIII, n. 8); vullado para o lado do evangelho. Acompanha os MM nas
c) na missa solene de réquie: dois, quando muito qua- inclinações e respostas.
tro (Rit. cel. VIII, n. 8); 5. A palavra Oremos, levanta-se e sobe com os MM ao
d) na missa solene: quatro, ao menos dois. Pelo d, .aipcdâneo, dá a naveta ao D e a entrega depois ao aju-
1681 ad 2 está proibido também às primeiras dignidades dante. Pega no missal, desce ao plano e, depois da incen-
das igrejas catedrais, mandar empregar seis tochas na nas- sação desta parte do altar, coloca o missal sôbre o altar,
sa solene, qualquer que seja o costume contrário. sent genuflexão. Ficando no primeiro degrau indica ao C o
e) na missa pontifical: ao menos quatro, regularmente intróito e assiste sempre, se fôr possível, ao livro. Aí fica
seis, quando muito oito (C. E. 1. II, c. 8, n. 68); durante o Kyrie e o Gloria. Terminado o Glória, faz sinal
f) para a bênção com o Santíssimo não se concede ult para o C e os MM irem sentar-se; vão pelo caminho mais
4 urto. As palavras Adoramos te, Gratias agimus tibi, teso
mero maior de tochas, como é natural e consta do C.
(1. II, c. 33, n. 7.) faz inclinação de
t 'hriste, Suscipe deprecationem nostram,
809. 7. Depois da confissão, o turiferário sobe ao altar e o r;lbeça ao C e depois para a cruz do altar e, cantadas as
C põe o incenso no turíbulo. Durante a incensação o turife- palavras, ao C. As palavras Cum sancto Spiritu, faz sinal
rário tira o missal do altar, os acólitos sustentam a casula. ,tu C para'se levantar, genuflete no plano e assiste ao livro,
Terminada a incensação do altar, o turiferário incensa o l' iuudando as fôlhas, etc.
do mesmo modo que o diácono na missa solene. Depois dn itl V. 6. Tendo indicado a última oração, vai à credência,
epístola, o turiferário sobe para o incenso, desce ao plano, l'l;a o evangeliário com a direita na abertura e o entrega
genuflete no meio e vai pelo plano para o lado do evange lu S, fazendo inclinação de cabeça antes e depois. Genu-
lho. Sobe e entrega o turíbulo ao C e incensa-o depois do Ilele no plano à esquerda do S, o qual genuflete no degrau
evangelho. Ao ofertório o turiferário faz o mesmo que I't\z lnterior. Assiste à leitura da epístola, fazendo inclinação
ao intróito, incensa o C e pode incensar os acólitos e a genuflexão com o S, se houver.
povo. Durante a elevação incensa o Santíssimo; um acólila 7. Volta com êle para o altar, genuflete e acompanha-o
põe o incenso. (ira a bênção, recebe o evangeliário do S com as inclina-
u 's devidas e entrega-o ao D do mesmo modo. Terminado
§ 163. OFÏCIO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS o evangelho do C, genuflete no plano e sobe ao supedâneo,
NA MISSA SOLENE E DO CORO ode se há de pôr incenso no turíbulo. Sem genuflexão des--
810. 1. 0 M. de C. veste a sobrepeliz e assiste ao cele- e vai atrás dos acólitos para o meio, diante do altar,
brante e aos MM. Dá os sinais para as cerimônias por ìII Bloca-se na segunda fileira atrás do D, genuflete com os
clinação de cabeça e por acenos modestos. Não tear lug;n u I ros e fica à direita do D, a quem entrega o turíbulo e
marcado. Observa as regras dos ministros inferiores; por iste ao canto do evangelho. As inclinações e genufle-
isto genuflete sempre no plano e não no degrau do altar, ,, que ocorrem, fá-las à cruz do altar e convida assim
2. Prepara os objetos necessários para a missa solene: o (' a fazer o mesmo.
o turíbulo e .a naveta, as tochas; na credência, o evangeliit- 1112. 8. Terminado o evangelho, passa para o lado da epís-
rio, as galhetas, a campa; no altar, o missal aberto. lola e recebe o evangeliário, que depõe na credência. Se
3. Na sacristia dá o sinal da partida, faz inclinação
R houver sermão, acompanha o pregador ao púlpito e senta-se
cruz e vai à frente do subdiácono, dando à porta da sacris depois à direita do D. Durante o Credo, fica no primeiro de-
tia, se fôr costume, a êle e ao diácono a água benta. r;ul do lado da epístola. Vai sentar-se com os outros e faz
'urn') (III Liturgia — 26

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4 02 R e u s, Curso de. Liturgia 403
II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. IIl: Cerimônias

sinal para o C e os MM se descobrirem às palavras fesum durante a incensação (d. 3631, ad 1); desde que o C entoa o Gló-
Christum. Às palavras Et incarnatus est, In alé que se tenha sentado; durante as orações; desde que o D
ajoelha-se no seu Inicia o evangelho até ter o C concluído o Credo; ao Dominus vob.
lugar cone os dois joelhos (d. 3029 ad 3), ao passo que o r Oren u ts do ofertório; durante a incensação do côro; ao prefácio
C e os MM de ordinário se descobrem. Acompanha o D à e Sanctus; desde que se conclui a elevação até a sumpção do Pre-
riusissimo Sangue; às orações depois da comunhão até o fim da
credência, entrega-lhe a bôlsa, mas deixa-o ir .só ao altar. missa.
Às palavras Et vitam venturi, faz sinal ao C, acompanha Genuftexas. Ajoelham-se: desde o início da missa até concluírem-
o C e os MM ao altar e fica à direita do S. ns orações preparatórias; desde o Sanctus até terminar a ele-
9. Ao ofertório acompanha o S à credência, põe-lhe o .1, ao; às palavras Flectamus genua, Aditiva nos, In nomine leso
pentecostes;
inclusive; ao Veni Sancte
véu de ombros e acompanha-o ao altar, ficando no primei- no ' Incarnatus do Credo nas misa de na-
Ial e anunciação. Nas missas de réquie, férias do advento, qua-
ro degrau e ajudando. Tendo descido o S com a patena,
ana, têmporas (exceto as de pentecostes), vigílias, com ou sem
assiste ao incenso. Enquanto o C incensa a cruz, passa para mnn1, menos nas da páscoa, pentecostes e natal... se ajoelham
o lado do evangelho, pega o missal, desce ao plano e, de- J ..Ie o Sanctus até ao Pax Domini inclusive do C. (d. 3624 ad 11.),.
Porém não se ajoelham à elevação das missas rezadas na igreja
pois de incensado o lado do evangelho, torna a pôr o mis- nas quais não se deve tocar a campainha. Fora destas ocasiões fi-
sal no altar e assiste ao livro. E' incensado pelo turiferário. raul sentados. Se não estão de pé nem ajoelhados, ficam sempre
10. Pelo fim do prefácio faz sinal aos MM para subir e dr cabeça coberta.
retira-se um pouco para dar lugar ao S. Ao Te igitur pas- O barrete se tira 1. ao fazer uma inclinação, 2. ao levantar-se,
I. quando são saudados por um dos ministros ou por outro que .
sa para o lado da epístola, põe incenso no turibulo, sem eiiira ou sai do côro, 4. ao sinal da elevação num altar vizinho.
dizer nada, ajoelha-se no degrau inferior e incensa o SS. Inclinação da cabeça ao Gloria Patri até sicut erat inclusive;
cri lôdas' as inclinações prescritas na missa; ao receber a bênção,
Sacramento, com três ductos duplos a cada elevação. nulos os prelados e cônegos nas suas igrejas.
11. Levanta-se e coloca-se à esquerda do S. Depois Ninguém sai do côro sem necessidade. Se alguém precisar sair,
de IVobis quoque peccatoribus, vrí ao meio do côro, faça genuflexão, inclinação ao côro, come-
quando o D passa para a çando pelo lado do evangelho ou do oficiante se houver.
.
direita do C, o M. de C. genuflete no plano, sobe e assist' Quem entra, depois de começado o ofício, faça genuflexão, reze
ao missal até ao Agnus Dei. Ao Et dimitte nobis, 11111 instante, faça as inclinações e vá ao seu lugar.
faz sinal Sc têm de sair juntos, sairá um de cada lado, reunindo-se no
aos MM para subirem para a direita do C. Ao Pax Dorian! 11110 e fazendo genuflexão dois a dois.
dá lugar ao S, genuflete e desce com êle ao plano. Acorra Ninguém deve entrar ou sair do côro enquanto o C diz as ora-
Gloria
panha-o para dar a paz ao côro. Voltado ao altar, zrernl l» ics do intróito on canta as orações, ou diz o evangelho, o
I'rtlri e alguma das orações às quais todos devem ajoelhar-se, ou
flete no plano e recebe a paz do S pondo as mãos sob os finar de pé, conforme as atitudes do côro. (Mach-Ferreres I, p.
cotovelos do S. Dá a paz ao turiferário e aos acólitos. 'ui); Baldeschi, p. 98.)
12. Tendo o D mudado o missal, o M. de C. assiste ao
livro e o fecha, a não ser que o S o mude para o último § 164. A MISSA SOLENE DE RÉQUIE
evangelho. Desce e recebe a bênção, ajoelhado no degrau I. Observações gerais
inferior. Depois do último evangelho, dirige os ministros in 1414. 1. Na missa solene devem observar-se as regras para
feriores, entrega os barretes, dá o sinal para a reverência I missa privada de réquie. (Miss. Rit. cel. XIII.) a) Omite-
comum, volta para a sacristia à frente do S e ajuda .a de-
por os paramentos. se' u salmo ludica. b) ao intróito o C .pousa a mão esquerda
sstlbre o altar (d. 2572 ad 25), e não sôbre o missal, e faz
O côro a sinal da cruz sôbre o missal (i. 6, sôbre os defuntos) e
813. Entrada.
Entram os clérigos dois a dois com passo grave, n.irr sôbre si. c) Reza-se Manda cor, noas omite-se lube Do-
porte modesto, com o barrete na mão diante do peito. Feita a ge.
nuflexão ao altar, saúdam-se reciprocamente e vão, cada nm por mina benedicere, Dominus sit, etc., o Osculo do livro e Per
seu lado, ocupar o seu lugar respectivo, ficando em pé até qm
todos tenham chegado. el'rmgelica dicta. d) Reza-se Deus (pu i br una ate, mas omi-
De pé. Estarão de pé desde o fim das orações iniciais até que le- se o sinal da cruz e o Gloria Patri no Lavabo. e) Diz-se
o C tenha terminado os quíries com os ministros. Podem sentar-se: ,ll;rms Dei mas com as palavras dona eis requiem duas vê-

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404 R e u s, Curso de Liturgia 11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias405

zes e a terceira vez dona eis requiem sempiternam, sem ba- Lido da epístola para assistir ao canto do evangelho. Se o
ter no peito. f) Omite-se a primeira oração Domine Jesu l' não se sentar, reza o Munda cor, o S muda o missal e o
Christe e a bênção final. g) Diz-se sempre no plural Re- I) põe o livro sôbre o altar. Depois do evangelho o C e os
quiescant in pace. MM ficam no supedâneo e fazem inclinação ao SS. Nome
815. 2. Na missa cantada incensa-se a) uma só vez o al- de Jesus na sequência. O D reza Munda cor.
tar: ao ofertório; b) só uma pessoa, o C ao ofertório (se não N17. 4. 0 evangelho canta-se sem incensação nem do livro
estiver o bispo); nenhuma vez os MM beijam a mão ou nutu do C; os acólitos não sustentam os castiçais. O S não
qualquer objeto, nem a patena, nem o cálix; d) nenhuma leva o livro ao C, mas fecha-o e entrega. Os MM põem-se
vez recebem a bênção. cm fila atrás do C e genufletem.
3. No altar não se põem flares nem relíquias, nem cas- 5. Ao ofertório o S genuflete, não descobre o cálix,
tiçais preciosos, mas simples, e velas amarelas, se fôr possí- aias leva-o coberto com o véu do cálix para o altar. O D
vel. (C. E.) O frontal será preto; no altar do SS. Sacra- t slende o corporal, e o S tira o véu do cálix e entrega-o
mento, porém, será roxo (d. 3201 ad 10), bem como o co- io M. de C. ou a um acólito, não pede a bênção, nem leva
nopeu. (d. 3035 ad 10.) 'I o pC , enq lado do evangelho, assiste
4. Guardam-se as cerimônias da missa solene com al- enquanto põem censo turibulo depois assiste à
gumas modificações. incensação do C ao lado do D. Os acólitos ministram água
II. Cerimonial No C. O D e o S põem-se em fila atrás do C, vão com êle
aio meio do altar e genufletem. Ambos respondem Suscipiat,
816. 1. Depois da confissão, os MM não sobem ao altar
w nn inclinação de cabeça. Se houver costume, o D minis-
(Bald., Vavass.), mas colocam-se em fila atrás do C, ge-
Ira a água, o S o manustérgio. Depois põem-se em fila
nufletem e vão com êle para o lado da epístola. No princí-
,Irás do C.
pio das orações o M. de C. entrega o epistolário ao S.
2. Depois da epístola, o S genuflete no degrau inferior 1318. 6. Ao Sanctus o D e o S sobem para a direita e para
do altar e entrega o livro. a esquerda do C. O S depois desce para o plano, o D as-
3. Durante a sequentia Dies irce que se deve cantar in- misie ao missal. Os acólitos trazem as tochas e ficam ajoe-
teira (d. 3051 ad 1; 2959 ad 2), o C pode sentar-se antes lhados até depois da sumpção db SS. Sangue.
de ler o evangelho ou depois. No primeiro caso, o C e os 7. Quando o D se põe de joelhos antes da consagra-
I-IPal vão para a banqueta sem fazer reverência à cruz. No ç;;io, o S genuflete no degrau inferior e vai para o lado da
fim da sequência (Oro supplex) voltam para o altar. O U epistola. Recebe o turibulo, em que o M. de C. pôs o incen-
reza Munda cor e o S muda o missal para o lado do evan- so (C. E. 11, 11, n. 18), ajoelha-se no degrau inferior, in-
gelho, o D recebe o evangeliário no plano, coloca-o sôbre censa o SS. Sa cr amento em cada elevação com três duetos
o altar, reza ajoelhado na borda do supedâneo Manda cor, duplos, fazendo inclinação de cabeça antes e depois. Levan-
sobe, pega o livro, faz inclinação ao C sem pedir a bênçrio, ia- se e sem genuflexão (d. 4027 ad 2) vai para o meio do
desce e genuflete à direita do S, que desceu logo depois do Miar, genuflete e fica de pé até ao Pax Domini, sem fazer
evangelho. renuflexão com o C.
Se o C quiser sentar-se depois do evangelho, reza o 8. Ao Dimitte nobis, o D genuflete e vai para a direita
Munda cor, lê o evangelho; o D põe o livro no altar; o S do C, o S genuflete ao Pax domini e sobe,para a esquerda
muda o missal, o C e os MM genufletem no supedâneo e vaio Io C. Recitam com o C Agnus Dei sem bater no peito e mu-
pelo caminho mais curto para os assentos. Pelo fim da se- ddni de lugar, fazendo genuflexão ao partir e ao chegar.
quência o D se levanta, reza Munda cor, ajoelhado no de- Nau se dá a paz. No fim o D, voltado para o al tar, canta
grau inferior, sobe para tirar o evangeliário. Entretanlo o Requiescant in pace. 0 C também recita estas palavras.
S vai ao meio diante do altar e o C sobe pelos degraus do (d. 2572 ad 22.)

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Cerimônias407
406 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III:

III..Absolvição dos defuntos n. 8.) b) Se o cadáver fôr de um sacerdote, o C fica aos


819. 1. Observações: a) A absolvição dos defuntos só está pés dêle, portanto, entre o cadáver e o povo, a cruz entre
prescrita (d. 3748 ad 1) num caso, depois da missa de en- o cadáver e o altar.
terro, cantada ou rezada (d. 4215), quer no dia do enterro 82I. 3. A absolvição com eça (corpo ausente) . a) Termi-
quer em outro dia, quer o cadáver esteja fisicamente presente nado o último evangelho, o C e os MM vão à banqueta.
quer só moralmente. Pois é parte do rito das exéquias. 11 C tira a casula e o manípulo e toma o pluvial preto, os
Absolvição se chama esta oração, porque é uma súplica dirigida MM tiram o manípulo. Se, porém, faltar o pluvial preto,
a Deus no intuito de conceder ao defunto a remissão das penas tem- I,uuhérn os MM vão de alva. Ninguém põe o barrete senão
porais. Tem também o nome de Libera pela primeira palavra da ce- o C e o D. O S leva a cruz processional, cujo crucifixo
rimônia, ou de Responso, porque o Libera é
do oficio dos defuntos. o nono responsório está voltado para a frente (d. 1538 ad 1), para onde olha
O cadáver é considerado moralmente presente, quando o quc a leva. Coloca-se sempre defronte do C, à cabeceira
a-
está fisicamente ausente por proibição da autoridade civil on do cadáver ou da eça. O C põe-se sempre aos pés do c
por doença contagiosa, e ainda não está sepultado ou não dáver ou da eça entre o altar e a eça, quando se trata de
está sepultado há mais de dois dias depois da morte. (d. íon leigo, entre a eça e o povo, quando se trata do cadáver
3767 ad 26.) Logo, a presença moral dura só três dias. O de um sacerdote moralmente presente (cf. supra), retirado
cadáve r de um sacerdote ou, durante êstes três dias, sua eça, ^uu pouco para o lado da epístola, para não virar as costas
coloca-se com os pés para o povo, como dizendo Dominus ao altar.
vobiscum; fora destes dias a eça se coloca com os pés para b) O C e o D descobrem-se. O C reza Non intres, se o
o altar. (d. 4034 ad 3.) 0 cadáver de um leigo ou sua eça .mdáver está presente física ou moralmente. Se não, come-
tem sempre a mesma posição com os pés para o altar. ;i a ler o Libera, cantado pelo côro. Pelo fim do canto o
b) A absolvição deve ser dada pelo C com os MM. Só r passa para a direita do C, para pôr incenso no turíbulo,
dizendo: Benedicite, Pater reverende. O C diz:
Ab illo bene-
o bispo pode dá-la sem ter dito a missa. (d. 3029 ad 10.)
As três Ave-Marias devem-se omitir. dicaris, etc., e sem dizer nada benze o incenso. Osculo não
Enquanto todos rezam secreta-
c) Em tôdas as outras missas pretas pode-se dar on Itã. O C canta Pater noster.
omitir a absolvição, se no houver compromisso especial. write, o D pega na fímbria do pluvial e com a direita no
pelo meio diante do altar e ge-
(d. 1322 ad 6; 3369 ad 3.) liksope. O C e o D passam
d) Logo depois das missas rezadas do dia (não pretas) ni fletem (ou fazem inclinação). O D entrega o hissope e o
C asperge o cadáver três vêzes do lado esquerdo do defunto
por um defunto, a absolvição está proibida. (d. 3014 ad 1.)
e) E', porém, permitida depois da missa não preta, se (lado do evangelho no leigo, da epístola, num sacerdote),
fôr dada independentemente da missa, p. ex., depois das Irí s vêzes do lado direito. (Rubrica.) Faz inclinação pro-
três Ave-Marias. Innda à cruz processional e o D genuflete, quando passam
f) O sacerdote revestido de sobrepeliz e sem estola d e um para o outro lado.
(Deer. t. V p. 431; d. 2951 ad 2) pode dá-la a qualquer 822. Do mesmo modo incensa o cadáver ou a eça com três
hora em qualquer dia, exceto nas festas de primeira classe. ductos simples. O C não fica parado (circumiens Rubr.),
(d. 3780 ad 8.) para aspergir e incensar. Depois canta a oração com a con-
faz o sinal da
g) Deve ser dada sôbre o cadaver ou sôbre a eça ou ( liisão breve. Cantando Requiem cternam, acres-
sôbre um pano preto. (d. 3535 ad 5; C. E 11, 11, n. 10.) cr u z sôbre o cadáver ou sôbre a eça. O C (Rubr.)
etc. Voltam para
820. 2. A absolvição de corpo presente.
O cerimonial é mula Requiescat ou Requiescant in pace,
igual ao da absolvição de corpo não presente (dia 3; 7; 30, a sacristia, rezando por todos os defuntos o De profundis,
etc.), com duas diferenças. a) Na absolvição de corpo pre- elc. Oiuite-se este salmo com as orações, se a absolvição
sente reza-se Non intres, que nunca é mudado. (Rit. VI, :3, 16r ciada para todos os defuntos no dia de finados. Se não

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408 400
R e u's, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino

há MM sacros, acólitos ajudam nestas cerimônias. Se a 1424. II. Origem. O ofício divino, quanto às partes essen-
absolvição se dá sôbre o pano preto, observam-se as mes- ciais, não tem origem nas ordens religiosas; é mais antigo
mas cerimônias. (C. E. XI, 1, n. 10.) do que elas.
no antigo testamento, desde 400
1. Forma rudimentar,
II SECÇAO. anos pouco mais ou menos antes de Cristo. Os israelitas
enhiam-se para a oração pública comum. No templo, em
O OFICIO DIVINO Jerusalém, os representantes do povo deviam reunir-se quatro
165. ORIGEM E DESENVOLVIMENTO vezes por dia, para tomar parte na oração e na leitura da
DO OFICIO DIVINO e,-;tritura sagrada. A hora terceira, sexta e nona eram ob-
.ervadas por particulares, como consta dos Atos 2, 15, etc.
823. I. Nome. 1. Ofício divino é o nome autorizado pelo
breviário (Bula) e pelos decretos. Chama-se ofício, por ci nne• 'd 54, 19: Vespere, mane, meridie.
a Igreja com a sua recitação cumpre o seu dever para coro 2. Forma incompleta (até c. 300 depois de Cristo) da
primeva era cristã. Acrescentou-se a oração pública notur-
a divina Majestade. E' divino: a) pela dignidade. Só Dens.
se pode louvar dignamente. Pois só Ele se conhece perfei- na. Pois era tradição israelitica, conforme nos diz S. Jerô
ninlo, que o Messias havia de vir na noite da páscoa. Os cris-
tamente e só Ele pode enaltecer as suas perfeições, como fei .
laos adotaram esta tradição e a aplicaram à segunda vinda
nos salmos. Cantar essas palavras é obra divina pela in de Nosso Senhor. Por isso passavam a noite da páscoa em
tação de Deus.
b) Pelo fim. O ofício divino tem de louvar a Deus, or ação comum. Sendo o domingo a renovação da festa da
páscoa, estenderam a vigília também para êste dia. A pri-
honrando direta ou indiretamente as obras de Deus; a cria- meira notícia dêste costume nos foi transmitida por Plínio
ção, a redenção, os santos.
c) Pela origem. Grande parte, mais ou menos, oito cru limior. Escreveu ao imperador Trajano (111 ou 113)-que
cristãos se reuniam depois' de meia noite (ante lacem).
nove décimos, do ofício divino são a palavra divina reve Também Tertuliano menciona este costume. Essa vigília
lada.
2. Divina salmodia, filha da salmodia (Urbano corresponde às matinas. Mas, por ser difícil vigiar frequen
VIM), h utente durante tôda a noite, contentaram-se com fazer ora-
que se canta continuamente diante do trono de Deus. oes em comum na madrugada e no principio da noite e M-
3. Cursos, porque, quem reza o ofício divino, percorre
as estações quotidianas, o caminho indicado para louvai a il oduziram assim as vésperas. Tinham portanto cinco horas
.
dr
oração comum: além das matinas, as laudes,.terça, sexta,.
Deus.
4. Preces horarum, porque se rezam em várias horas, iloa e vésperas.
5. Hora canonicce, porque está prescrito, pelos cânones. (300-430 pouco mais ou menos).
Mb. 3. Forma completa
6. Coleta, por causa da oração em comum. N decurso do século IV, os monges etodos ascetas cultivaram a
7. Missa, porque antigamente depois das horas canfiui- rezando-a os dias. A êles
r ;içio pública em comum,
cas o Clero era despedido com Ite, Missa est. Coisa serro -, rir deve `a origem de duas horas canônicas, a prima, intro
lhante existe ainda no Benedicamus Domine, dnr,ida em Belém (382), e as completas, rezadas já no prin-
usado na riiis-
sa e no breviário. ,Ipio do século V. Portanto, desde o tempo de S. Agostinho
8. O nome breviário deriva-se de uma fôlha de rezai, i^l^nr tôdas as horas canônicas de hoje. O clero secular
em que se achava apontada brevemente a ordem do ofício, rivalizava a com os monges na recitação solene do ofício
cujas partes se deviam tirar dos diferentes livros do (Ali. div ino, S. Ambrósio acrescentava hinos, os quais só mais
(Ordo, Folhinha.) Costumava-se pô-la no comêço do sal 1,11 de foram recebidos no ofício divino.
tério. Passou a significar o livro, que continha reunido lodo, 1. forma romana (cursus romam,rs, 450-1200 pouco
o ofício abreviado. rw ,i', ou menos). O ofício eclesiástico, rezado em comum

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411
410 R e u s, Curso de Liturg a I. Liturgia Especial. Ofício Divino

quais se divide o dia, se interrompem os negócios, e que são anun-


por monges e clérigos seculares, talvez já no século V, se loii
rlodas por sinais públicos." rescreveram ao: clero certos atos .reli-
tinha desdobrado em duas formas, a romana do clero se- As autoridades eclesiásticas P assim
cular, e a monástica. O costume de rezar o ofício divino
tornou-se agora lei para os clérigos seculares.
^ u a poucos
^ur Fácil
nant.
as horas civis emnhorasn canônicas: a r térça,mar sexta
era assinalar a hora conveniente à prima, às vésperas e às
a

completas.Na idade média a terça, a sexta e a noa eram também a hora des-
826. 5. Forma abreviada ou breviário (no século XIII). 6.
I Unida à missa. Ce), nos dias dea jejum Ç depo s da noa (15 h)j e A
missasa
. rd terça u). a dias:
As várias partes do ofício divino no côro deviam-se tirar de conservou-se vigiiia de pentecostes, es os dias
na-
vários livros volumosos. Os clérigos que, por causa da sua Nu
Oes, ita, -o sábad
Quando santo,Par das horas menores foi transferida para a ma-
a recitação de urna das horas
foiara o privilégiotrés cal,
ocupação no estudo e na cura das almas, não podiam assis- também a missa
(n. 552). No (1-12-1940)
r n luônic Pio XII
causa
tir ao côro, precisavam de um livro, que reunisse as lições n missa do galo ivilégio- semelhanteapa a os países, :
oncupeu
cdoo um p
ataques aéreos noturnos a missa de meia-noite era impossível
e as antífonas. E' o breviário, autorizado provavelmente por
Inocêncio III, e propagado mormente pela ordem de S. é extraordinária. a)
Francisco. 827. III. A excelência do oficio divino
i'.' obra do Espírito Santo, que dirige a Igreja; b) é fruto
6. Forma reformada (1568). a) O breviário reformado
dos esforços de quase todos os papas; c) é o resultado do
do cardeal Quinones foi proibido (1558), por se afastar Il:ihalho de muitos homens santos e ilustres, entre os quais
demais da antiga forma romana. b) O breviário romano res- quase todos os doutôres da Igreja; d) é o jardim das mais
tituído (1568) foi editado por Pio V. c) O breviário refor- Inflas flores celestiais, dos santos heróicos, cuja vida ilu-
mado provisoriamente por Pio X é o mais perfeito. Trou- e inflama; e) é fonte de fôrças e vigor espiritual pelos
mina
xe alívio não pequeno ao clero e facilita a recitação sema- ,II(•tos e aspirações, que inspira; f) está cheio de vida pu
nal de todo o saltério, sem prejudicar as festas dos santos H nle, pois que se aperfeiçoa cada vez mais; g) é a voz da
(1911). I,',I uìsa de Cristo que, imitando o eterno Santo, Santo, Santo,
A. reforma definitiva depende da edição crítica da sa- re'ga'le, dia e noite sem cessar o louvor divino.
O ofício divino compõe-se
grada escritura, das homílias e da vida dos santos. (S. R. C. M28. IV. Estrutura do brevir_ário. do ensino da Igreja e dos
25-3-1914.)
7. Origem das horas têrça, sexta, noa.
do ; salmos, da escritura sagrada,
,

padres, da vida dos santos e das orações da Igreja.


i$ autos
1. 0 dia completo. Tôda a humanidade adotou, não o dia da luz de 12
horas, mas o dia completo de 24 horas, contado de manhã a manhã. ll elementos estão distribuídos nas cinco partes princi-
seu'' coméço, porém, não era o mesmo por tôda a parte. Em geral, fazia-s, iates
começar o dia ao nascer do sol. Os isrealitas principiavam-no com o per pals do breviário.
do sol. Este modo de contar foi adotado pela Igreja e conservado para on o es-
domingos e festas, as quais são celebradas das primeiras às segundas
vésperas. Em Roma os sacerdotes pagãos e depois dêles os jurisconsultos a) A primeira parte, Ordinarium divini O f f icü, é
adotaram o espaço de meia-noite a meia-noite. A igreja o usa para o quema geral do ofício. E' o guia para os clérigos, mormen-
jejum eucarístico.
2. Divisão do dia civil . A maior parte dos povos dividiu o dia em várias I,
I,;lra os que ainda não o sabem rezar. Contém circunstan-
partes. Para o dia do sol a divisão principal estava marcada pelo nasour nente, ou ao menos indicadas, todas as partes, que se
do sol, pelo zênite e pelo pôr do sol. Acresceu a hora do mercado ciii: e'lml: u
a manhã e o meio-dia, e a hora- da reunião popular ou de outros neg6, du've'lll recitar, tôdas as rubricas concernentes a elas e a or-
cios públicos entre o meio-dia e as vésperas. Quando se descobriu o gnomo Venite exsultennis,
ou relógio do sol, a divisão do dia ocasionada pelos negócios mais In-
signes foi substituída pela divisão matemática em 12 horas. Coincidiu u el e nl a seguir. Nelas se acham o salmoo Benedictus, o Ma-
nascer do sol com a primeira, o tempo do mercado com a terceira, o zr■ Te Deum,
nite do sol com a sesta, o tempo da reunião pública com a nona, o por li absolvições, as bênçãos, o
do sol com a duodécima hora. as antífonas marianas, que nas edições recentes
Para a noite estava em usou divisão ocasionada pelo dilúculo, o cru-
lwlficat,
púsculo, a alta-noite e o canto do galo. Com o relógio a noite foi dlvl- «i'ni cm fôlhas separadas.
dida em quatro vêzes trés horas, ou quatro vigílias, nome éste derivada , distribuído pelos
do serviço militar.
3. 0 conhecimento da hora do dia. Os cidadãos abastados possuíam
b) A segunda parte traz o saltério,
.ele dias da semana. E' o livro dos cânticos de Nosso Se-
gnomo ou relógio de água. Para o povo a autoridade pública mandava
anunciar a terceira, sexta e nona hora por sinais de trombeta. As outfaM
horas não precisavam de sinais. Illlur, feitos e cantados por Ele.
coor-
4. As horas de oração. E' muito natural que os servos de Deus apro-
veitassem êstes sinais públicos para se lembrarem de seus deveres rnll' 1421). c) A terceira parte é
o Proprium de tempore,
giosos. Atesta-o Tertuliano (De ieiun. c. 10), dizendo que os cristãos uM• clo segundo a ordem das semanas do ano liturgico, co-
colheram para cumpri-los "as horas mais :insignes no labutar humano, pn• dt'n n

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412 R e u s, Curso de Liturgia 413
11. Liturgia Especial. Ofício Divino
meçando pelo primeiro domingo do advento. Nesta parte se 166. OBRIGAÇÃO DO OFICIO DIVINO
acham as festas móveis mais solenes e as festas fixas, que
ocorrem desde o dia 24 de dezembro até 13 de janeiro in- H:10. 1. Para satisfazer a sua obrigação, o clérigo deve re-
clusive, e as lições da escritura sagrada. Dos 72 livros le"em- ;lr o ofício divino em latim, segundo o breviário romano e
se 56, ao menos o seu início. conforme seu próprio calendário. (Bulla Quod 1568.)
d) A quarta parte é o Proprium Sanctorum, que segue al Um religioso, eleito bispo, deve deixar o breviário
Il;I sua ordem e rezar o breviário romano conforme o ordo
as datas do mês desde o dia 26 de novembro e abrange a s . ;l sua diocese. O mesmo fazem os seus capelães, que de-
vidas dos santos.
veenl seguir o bispo na recitação do ofício. (d. 181.)
e) A quinta parte, o Commune Sanctorum, ao romano podem ser
contém aque
las partes do ofício dos santos, que são comuns a diversas b) Os breviários não conformes
.
( conservados, se estavam em uso há mais de 200 anos. Po-
classes de festas de santos.
& in, porém, ser substituídos pelo romano, se o bispo ou o
f) Depois vem um suplemento com várias orações, ',ulterior religioso o prescreve com maioria dos votos dos
se-
gue-se o próprio da diocese, da ordem e da província. capitulares. Mas não se pode voltar ao breviário anterior,
unta vez que foi substituído.
DISPOSIÇÃO DO BREVIÁRIO
H31. c) Os clérigos seculares pertencentes à terceira ordem
Ordina
(le S. Francisco e não obrigados ao côro, na recitação do
Psalte- Propri- Propri-
ri um rium Com- Suple- Propri- oIício podem usar o calendário e o breviário da ordem de
um um mune
divini de mento um
Sanctor- Sanctor-
Off icii tempore um um
Dicecesis Francisco. Os clérigos canônicamente adscritos a uma
Dia Semana Domingos Festas . Fórmulas
irieja devem seguir o calendário diocesano nas festas do
I);Ilrono principal, do titular, da dedicação da igreja própria,
c tla catedral, e nos dias, em que devem aplicar pro pa-
V. Distingue-se o ofício noturno, ou matinas, e o ofí-
cio diurno, que se compõe das sete horas. Laudes, véspe- ttnln. Os ofícios concorrentes do calendário franciscano se-
' u0ln as regras da simplificação, comemoração e traslada-
ras e completas são horas maiores, não só pela extensão („(u. (d. 4132.) Na missa seguem o calendário da igreja, em
material, mas, mormente, porque são recitadas com mais so- mim celebram o santo sacrifício.
lenidade no côro. As outras são chamadas horas menores. 2. Os calendários (fasti liturgici) usavam-se já nos pri-
VI. Estranho pode parecer o uso da igreja de celebrar o comêço de uma
festa no dia précedente, pelas primeiras vésperas. Mas os motivos pa- . lueiros séculos. O calendário mais antigo queOconhecemos
tenteiam quão justificada é esta instituição. Podem-se indicar os I oi composto por Filocalo pelo ano 336 ( ) ars
1. seguintes:
A reverência interior devida às festas, que se manifesta pela-dill-
gente preparação. que contém os ofícios de tôda a
2. otm ilerno é a) universal,
A estima da tradição antiga do povo escolhido. Vigorava a lei (Lv
23, 32): "Celebrareis os vossos sabados das vésperas Il;reja; b) particular, que contém os ofícios do calendário
até as vésperas." Esta
lei tornou-se costume entre os cristãos e contribui para intensificar a. universal e os ofícios particulares de uma diocese, ordem
preparação exterior. (Stella, Inst. p. 192; Carpo, Bibi. p. 225.)
3. A moderação discreta da Liturgia noturna fatigante, antecipando-se ll convento.
as vésperas, que eram a primeira parte das vigílias, com Matinas e Lau-
des. (Eisenhofer, II, p. 485.)
H32. 3. Quanto aos religiosos, as normas são as seguintes:
As primeiras vésperas são consideradas mais festivas do que as segundas
a) pelos privilégios maiores na concorrência; b) pela organização do ;I
) As ordens regulares devem possuir um calendário pró-
ofício, sendo as segundas em geral a repetição das primeiras ou tomullui pritt, que é obrigatório para as monjas e Irmãs da mesma
do oficio comum; c) pela sua história; nas segundas antigamente sé
recitavam os salmos da féria, e a festa quase se considerava acabada; ii t
pela assistência; o papa costumava assistir a elas e os bispos as prefornm, hr(leni. -

conforme o C. E. (1. II c. 1, Carpo II, 115.) h) As congregações ou institutos de ambos os sexos


As vésperas têm o Magnificai por serem a mais solene das horns em
que ocorrem cânticos e por ser ovados pela Santa Sé e debaixo de um único superior
dos três cânticos do evangelho. o cântico
(Carpo, II,de
n. Maria
115.), SS. o mais sublima
Iltr
rI•r;ll também devem possuir um calendário próprio, se são
11Irrigados à recitação do ofício divino.

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414 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 415

c) As congregações e institutos aprovados pelo ordi- de, diocese, província, nação. (A. B. IX n. 3; d. 4312 ad
nário ou pela Sé Apostólica, mas não incluídos no parágrafo .1.) Os patronos para todo o Brasil são: Nossa Senhora Apa-
precedente, devem usar o calendário diocesano sem mudan- r ecida (7 de set.), de Guadalupe (12 de dez.), S. Pedro de
ça, acrescentando, porém, os ofícios, que lhes forem espe- Alcântara (19 de out.), S. Rosa de Lima (30 de agosto).
cialmente concedidos. I .nl cada diocese deve-se acrescentar a festa dos patronos,
cl) As ordens, congregações e institutos com calendá- p. cx., Florianópolis, S. Catarina, patrona da diocese; Fuga
rio próprio devem celebrar sem oitava (A. B. IX n. 3) só o l )omini, titular da catedral; Porto Alegre: Madre de Deus,
ofício da dedicação e do titular da igreja catedral e as fes- lilular da catedral; S. Pedro, patrono da diocese.
tas solenes dos patronos principais, não, porém, os ofícios, Se a catedral tem dois titulares em dois dias diversos,
que foram concedidos a um reino ou a uma diocese. Devem regulares estão obrigados aos dois ofícios (d. 3289 ad
usar o ofício e a missa concedidos ao clero secular, se não I ) sem oitava.
3. Os clérigos seculares não adscritos a urna
tiverem um ofício próprio (d. 4312), ou usarem um breviário igreja (p.
diferente do romano (d. 3084 ad 2) ou forem explicitamen- cx., professôres de ginásios municipais, sacerdotes que só
te excetuados. (d. 3041 ad 3.) dizem a missa na capela de religiosas) rezam o ofício da
e) O calendário próprio é obrigatório quanto ao ofício, diocese, acrescentando os ofícios locais: patrono da cidade.
à missa e .à cor dos paramentos, mesmo quando parece mais 835. 4. Os professores e clérigos do seminário rezam o off-
provável que erre. Mas se fôr êrro evidente, deve-se corri-
gir. (d. 4031 ad 5; d. 2747 ad 6. 7.) cin da igreja ou capela do seminário que foi benzida sole-
nemente. (d. 2980.) Acrescentam portanto ao calendário dio-
f) Os ofícios concedidos em algum lugar com a cláusula: fieri posse,
recitari posse, etc., são obrigatórios desde que foram aceitados; e não cesano a dedicação, se houver, o titular da igreja ou capela
facultativos. (d. 4042 ad 4.)
Se o patrono ou titular de uma igreja catedral é um santo com oita.vn
do seminário e o patrono do lugar (cidade), se houver. Se
simples na igreja universal (p. ex. S. Lourenço), os regulares, tendo co- capela não está benta solenemente, seguem o calendário
lebrado a festa com rito de primeira classe, observam a oitava simples, íl
(d. 4324.)
diocesano (como n. 3).
833. 4. A obrigação do calendário é diferente para as vá- 5. Os seminaristas dirigidos por religiosos seguem o
rias classes de clérigos. ,lendário da própria diocese ou da sua ordem, acrescen-
1. Os clérigos adscritos a uma igreja por título canôni-• iaudo os ofícios locais. (o. 2; d. 4312 ad 4.)
co devem rezar o ofício desta igreja por tida parte, inclu- a uma igreja, que se
h136. 6. Os clérigos não adscritos
sive quando ausentes da própria diocese (d. 1599 ad 2), .reliam fora da pátria ou da diocese por causa de viagem
p. ex., o bispo da sua diocese, o pároco da sua matriz, o
o n de estudos, podem-se conformar com o ofício do lugar,
prebendado da sua igreja. an que moram. (d. 2682 ad 46.) Se preferem o seu próprio
a) Os bispos podem rezar o ofício de uma festa parti- calendário, estão obrigados às festas locais da diocese, em
cular do lugar, em que se acham em visita ou por outro a1uc moram atualmente. (d. 4352 ad 4.)
motivo qualquer (d. 827). P. ex., os clérigos pelotenses no Seminário Central de
b) Os capelães fixos, i. é , adscritos às capelas dos Ir- Leopoldo podem rezar o ofício da arquidiocese de Pôrto
mãos das escolas cristãs, devem celebrar a festa de S. Joao Alegre e satisfazem assim a todas as obrigações. Têm, po-
de la Salle com ofício e missa própria, não assim os outros i t ill, a liberdade de recitar o ofício da diocese de Pelotas.
sacerdotes que, além do seu próprio encargo, administram Mas neste caso, devem rezar também a festa do titular da
tais capelas. (d. 4106.) e;al. dral de Pôrto Alegre, Nossa Senhora Madre de Deus,
834. 2. Os regulares, com obrigação do coro, devem rezar no sábado antes do primeiro domingo de maio. A festa da
por tôda parte o ofício da sua própria casa religiosa. (CF. dedicação da catedral da diocese, aliás também obrigatória
n. 7.) Acrescentam os ofícios locais: dedicação e titular da tia arquidiocese de Pôrto Alegre, não se celebra, porque a
igreja catedral e as festas dos patronos principais da ciclo,. i.;ala'dral ainda não está consagrada. O patrono desta dio-

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416 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 417

cese, S. Pedro, 29 de junho, tem a festa e o ofício de 1." dizer a missa conforme o calendário da igreja. (cf. n. 648.)
classe na Igreja universa l. Os clérigos Palotinos e da Con- 1,►nal é êste?
gregação da Sagrada Família rezam o ofício do seu calen- a) Se a igreja está entregue a sacerdotes seculares, na
dário com suas festas especiais (p. ex., Regina Apostoloruni), missa é obrigatório o calendário diocesano. Se a adminis-
mas acrescentam as festas locais (n. 2), portanto da Ma- Iração da igreja, isto é, (d. 4150) o direito para as fun-
dre de Deus (dedicação, patrono). Para a missa valem as ções sacras, pregação, administração dos sacramentos, foi
regras da missa em igreja alheia. eniregue para sempre ou para tempo indefinido a uma fa-
837. 7. Os regulares corn obrigação do côro, fora da sua milia religiosa, nas missas é obrigatório o calendário dos
casa, seguem o calendário do convento em que se hospedam I eligiosos (d. 4252). Se foi entregue só a uma pessoa pri-
v,Ida, embora pertencente a uma família religiosa, a igreja
(d. 3436 ad 2), se assistirem ao côro; se não, o do con-
oIlserva o seu calendário anterior. (d. 4051 ad 3.) Um re-
vento de que saíram. (d. 3919 ad 13.) Se estão fora do
lirioso, que substitui o pároco durante a viagem dêle, não
convento, seguem o calendário da província; se em viagem,
o do convento donde saíram. (d. 2801 ad 1.) 1 de considerar a igreja entregue à família religiosa.
.

8. Os regulares não obrigados ao côro podem confor- I)) Nas igrejas ou oratórios de monjas, administrados
por sacerdotes seculares ou religiosos de outra ordem, deve-
mar-se com o calendário da casa religiosa da sua ordem, observar o calendário das monjas, se elas rezam o ofício
em que moram. _(d. 2682 ad 46.)
n.. côro. (d. 3927.)
838. 9. 0 pcfroco, encarregado provisoriamente da admi-
till. 12. Regras gerais para a recitação do ofício divino:
nistração- de outra freguesia, reza só o oficio da própria fre-
guesia, e não o da administrada. Os coadjutores do vigário, I. O f f icium pro O f f icio, se alguém, por engano, recitou
se não estão adscritos a uma igreja filial, rezam o ofício
-
uni oficio não marcado no calendário.
da dedicação e do titular da matriz com oitava, mas a mis- 2. Error corrigitur, ubi deprehenditur. Quem repara o
sa destas duas festas só na matriz tem rito mais alto, nas ur ro antes de terminar, pode ou continuar o ofício come-
capelas tern rito sem oitava. (d. 3780 ad 3.) Os párocos, 1 aido ou dizer o resto conforme o ofício do dia.
adscritos a duas paróquias, estão obrigados a celebrar o ofi- 3. Quem rezou um ofício em lugar de outro, no dia
cio dos titulares das duas igrejas com oitava. (S. R. C. imrcado para o ofício já rezado, pode recitar ou o omitido
27-4-1929.) Os missionários encarregados das funções paro- iu repetir o ofício do dia.
quiais em muitos lugares distantes, rezam só a festa do ti- 4. Quem por própria vontade rezar um ofício em lugar
tular da sede paroquial. (d. 3571 ad 2.) de outro prescrito, satisfaz a obrigação, mas comete pecado
839. 10. Por privilégio, os sacerdotes e outros clérigos s e venial, se não tiver motivo razoável. (Ferreres, Comp. n. 578.)
regulares ou prebendados, que em qualquer lugar-culareso
fazem o retiro espiritual, dirigido por um religioso da Com- § 167. RECITAÇÃO DO OFÏCIO DIVINO
panhia de Jesus, podem seguir o calendário da casa da Com- H42. Regra para os salmos. Na recitação do ofício divino
panhia de Jesus (Deer. auth. V, p. 97), onde fazem o re- ,:epundo o rito romano, para cada dia e para cada hora ca-
tiro, se recitam o ofício em comum. (d. 3955.) n nica se devem tomar os salmos do dia ocorrente da sema-
840. 11. Por indulto, os sacerdotes seculares da Ordem n,i, conforme a distribuição no saltério. Há, porém, algumas
Terceira de S. Francisco, embora adscritos canônicamente a nl )(Iilicações.

uma igreja, mas não obrigados ao côro, na recitação pri- Para o ofício do domingo deve-se notar:
vada das horas canônicas podem conformar-se com o ca- a) Nas primeiras vésperas rezam-se as antífonas e os
lendário dos Frades Menores, com exceção das festas lo- n.dnlos do sábado; no advento as antífonas são das landes
cais. (n. 2; d. 4132 ad 2; 3.) Na sua igreja, porém, devem (I o domingo, os salmos do sábado; tudo o mais é do sábado;
4' II I011 Liturgia — 27

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418 R e u s, Curso de Liturgia 4lg
II. Liturgia Especial. Oficio Divino

sufrágio (fora do advento e do tempo da paixão), se não tern antífonas especialmente assinaladas numa das horas
ocorrer um duplex ou uma oitava. maiores, conservá-las-á na dita hora, junto com os salmos
b) Completas do sábado, preces inclusive no advento e, nas matinas, também junto com os versículos; nas ou-
e no tempo da paixão, se não ocorrer um duplex ou uma tras horas, os salmos e as antífonas se dizem da féria ocor-
oitava.
rente.
c) Nas laudes, a série II se reza nos domingos desde A festa de S. Martinho (13 de novembro) tem antífonas
a setuagésima até domingo de ramos. Sufrágio como nas próprias nas laudes. Rezam-se os salmos do domingo como
vésperas. está indicado no breviário. Mas nas horas menores dizem-se
d) A prima tem três salmos: Confitemini, Beati, Re-
as antifonas e salmos da féria.
tribue; desde a setuagésima nas laudes rezam-se Miserere
mei e Confitemini, omitindo Dominus regnavit e Jubilate, Nos ofícios inferiores ao rito duplex nas laudes e nas
Por isso na prima, em lugar de Confitemini, rezam-se os vésperas reza-se o sufrágio, na prima e nas completas as
dois salmos Dominus regnavit e Jubilate. preces dominicais, como está indicado no Ordinarium. O
sufrágio e as preces omitem-se durante as oitavas privilegia-
e) O símbolo Quicumque reza-se nos domingos de côr
das e comuns, nas oitavas de rito simplex só no oitavo dia,
verde depois da epifania e pentecostes, e omite-se, se ocor- tôdas as vêzes que houver a comemoração de um ofício
rer um duplex ou uma oitava. Tudo o mais como indica o
breviário. duplex. No tempo do advento e da paixão omite-se o su-
trágio, mas não se omitem as preces feriais nas férias, e m.
843. 2. Regra especial para as festas, de preferência com gire é comemorado urn ofício duplex ou de oitava. (A. B.
salmos assinalados. Tôdas as festas de nove lições de Nos- VIII, n. 3; cf. n. 92, 93.)
so Senhor, de Maria Santíssima, S. João Batista, S. José,
845. 4. Regra quanto as lições. a) Em todos os ofícios de
apóstolos, evangelistas, tôdas as festas de rito duplex dC nove lições dizem-se no 1.° noturno sempre as lições da
1. a e 2. a classe de outros santos, as vigílias da epifania e
escritura sagrada ocorrente conforme às rubricas; os res-
pentecostes, do domingo durante as oitavas e as oitavas in- ponsórios tornam-se da féria ocorrente, a não ser que não
teiras de Nosso Senhor, celebradas na Igreja universal, a ;e devam resumir ou antecipar as lições de algum domingo
sexta-feira depois da oitava da ascensão, têm o oficio con- impedido, as quais sempre se dizem com os seus responsó
forme as rubricas especiais, prescritas no breviário, ou no rios; ou não se deva pôr pela primeira vez os responsórios
próprio da diocese ou do instituto: os salmos para as Iau- da segunda-feira depois da epifania ou depois da oitava d e .
des, horas e completas sempre se tomam do domingo correr pentecostes, ou finalmente não ocorre uma das oitavas de
está no saltério. Porém, para as matinas e para as vésperas Nosso Senhor para a Igreja universal, em que sempre se de
dizem-se como no comum, se não houver salmos especiais as-
veia tomar os responsórios da oitava.
sinalados. Também na vigília do natal de Nosso Senhor, b) Lições nas festas de preferência e em outros casos..
nos três últimos dias da semana santa, no dia de finados,
Nas festas de Nosso Senhor, Nossa Senhora, dos anjos, S.
dizem-se os salmos assinalados no próprio lugar.
loão Batista, S. José, apóstolos, evangelistas, cm tôdas as
344. 3. Regras para as outras festas e oitavas com salmos
lestas de rito duplex de 1. 0 e 2. a classe e em outras festas
de féria. Em tôdas as outras festas de rito duplex, maiór ou (pie têm responsórios próprios, e em quaisquer ofícios, que
menor, o semiduplex ou simplex e tôdas as oitavas não ex- li
li nt lições próprias ou ocorrem em férias desprovidas de
cetuadas em o n.° 2, sempre se dizem os salmos com as an- rie tomam-
ou s da escritura sagrada, as lições e os responsórios tomam-
tífonas, para Was as horas, e versículos para as matinas ri do comum, conforme às rubricas. Dentro das oitavas, po-
como no saltério do dia ocorrente; tudo o mais, e as anli- rém, tomam-se os responsórios da festa, se não houver pró-
fonas para o Magnificat e Benedictus como no próprio ou
pr ios da mesma oitava. Se nas festas ou nos ofícios que têm
comum. Se, porém, alguma festa de rito duplex ou semiduplex li^iies próprias, se houver de pôr, conforme às rubricas, as
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420 II. Liturgia Especial. Ofício Divino 421
R e u s, Curso de Liturgia

lições de um inicio da escritura ocorrente, estas se lêem com são sempre da festa, se não houver outra homília para o evangelho
da festa (Rub.) do comum ou do oitavário. (Add. loc. cit.) A nona
os responsórios próprios da festa, se os tiver; se não, de lição de ofício, comemorado omite-se nas festas de primeira classe,
tempore, como se disse acima, nunca, porém, corn os respon- nas domingos, também antecipados ou transferidos, na vigília de
sórios do comum ou da oitava, que não seja de tempore. Pentecostes e durante a oitava do Corpo de Deus; também quando
a nona lição se deve tomar da homilia de uma féria ou vigília ou
1) Os Initia da escritura sagrada são transferidos ou resumidos, a lição de outro ofício comemorado mais nobre (Rub. spec. ante lect.
quando impedidos por um ofício que não tem lições da escritura contr.) e nos ofícios de 3 lições. (R. gen. 9, 10.)
ocorrente. (Rub. gen. 26, 6.) Mas nem os Initia nem as outras lições Pode-se omitir ou reunir com a oitava lição a nona lição do ofí-
são transferidos para outra semana nem para a quinta, sexta-feira cio do dia que deve ceder o seu lugar à nona lição do ofício come-
e sábado quando pertencem à semana seguinte abreviada. (L. c. 26, 8.) morado. (Rub. gen. 26, 3.) Se a nona lição é da homília de um:
2) 0 initium impedido no domingo ou em outro dia é transferido ofício comemorado é permitido recitar uma ou três lições reunidas
para o primeiro dia seguinte da semana com lições da escritura (Rub. gen. 26, 3) na vida dos santos as lições históricas reunidas
sagrada. Se neste dia também há um initium rezam-se os dois: 1.° (Rub. gen. 9, 10; d. 2735, ad 2), ou as lições resumidas, as quais
do domingo; 2.° e 3.° do dia, com os responsórios do domingo. porém, no côro se devem usar, se o ordinário o mandar. (Rub.
Se êste segundo estiver também impedido une-se o initium do do- spec. 4323.) Alguns ofícios têm rubrica obrigatória de reunir a
mingo com os dois India seguintes com os responsórios do domin- oitava e nona lição.
go. Mais que três.lnitia não se podem reunir. Os responsórios das
férias não se transferem e são da féria corrente, exceto as duas 846. 5. Paradigma do ofício de rito duplex e semidaplex
mencionadas (4b).
3) Um initium para o qual durante a semana não há festa com romans. Nas rnatinas o invitatório, hino, lições corn os res-
escritura ocorrente, põe-se numa festa com lições de communi assi- ponsórios de 2.° e 3.° noturno, próprios ou do comum; as
naladas ou próprias em sentido lato (por ex. 18 de setembro). Por antífonas, salmos e versículos dos três noturnos, e as lições
isso neste caso perdem a sua lição própria os ofícios na seguinte com os responsórios do 1.° noturno são da féria ocorrente.
ordem: 1) o setniduplex com lições do comum; 2) o duplex com
lições do comum; 3) o semidaplex com lições próprias, em sentido Nas laudes e nas vésperas as antífonas com os salmos
lato (por ex. 17 de setembro) ; 4) o duplo com lições próprias em seio da féria; capítula, hino, versículo e antífona do Bene-
tlicttts e do Magnificai com a oração do próprio ou do co-
sentido lato; 5) o menos nobre na ocorrência; 6) o fixado em dia
dum initium; 7) o posterior no calendário. (d. 4262, ad 1.) Como se
disse, os responsórios nestes sete casos são da festa, se os tem mum.
próprios (por ex. ascensão) ; senão, do tempo (Add. Br. I, 4) ; Nas horas menores e nas completas, as antífonas corn
nunca, porém, do comum. Pois êstes, não raras vêzes, não combi-
nam com as lições do tempo e se repetem frequentemente ao pas- os salmos sempre se dizem da féria ocorrente. Na prima diz-
so que os belos responsórios do tempo ficariam olvidados. (Pia-
cenza, Lit. p. 112.) se para a lição breve a capitula da noa do próprio ou do
comum. Na têrça, sexta, e noa, a capitula, o responsório
Os ofícios de primeira e segunda classe e as festas com lições
estritamente próprias (por ex. 8 de maio) e históricas, não admitem breve e a oração tomam-se igualmente do próprio ou do
um In/tium. (d. 4289, ad 8.) Se fôr preciso omitir Initia, deixam-se
os últimos na ordem do livro sagrado. (4262, ad 1.)
comum.
4) Se na semana da quinquagésima, das rogações, das têmporas 847. 6. Paradigma do oficio de S. Maria in Sabbato e das
de setembro e dezembro, uma ou duas lições da escritura sagrada
forem impedidas e houver ofícios, que tirem as suas lições da escri-
lestas de rito simplex. Para as matinas, o invitatório e o hino
tura sagrada, as lições impedidas são transferidas para êstes dias tiram-se do mesmo ofício ou festa; os salmos com as suas
sem lições assinaladas, adiando-as ou antecipando-as. Os responsó- ;antífonas e o versículo da féria ocorrente; a primeira e a
rios não são transferidos. (Rub. especial.) Se houver tais lições an- segunda lição com os seus responsórios da féria; a terceira
tes e depois do ofício de 9 lições e se podem colocar as lições só
de um dia, as lições do dia antecedente têm a preferência. (d. lição do ofício ou da festa; para as laudes e vésperas, as
4289.) Se houver mais ofícios, colocam-se as lições conforme a sua ;antífonas com os salmos sempre da féria; a capitula, o hino,
versículo e antífona do Benedictus ou do Magni f icat com
ordem no livro sagrado. Se houver mais lições do que ofícios, omi-
tem-se as que primeiro forem impedidas. (Rub. in f. II post Quinq.)
Nos restantes se guarda a ordem. ra oração do próprio ou do comum. Para as mais horas tudo
5) As lições do segundo Not. durante a oitava são do oitavário se diz corno nas festas de rito duplex ou semidaplex.
romano (d. 2735, ad 1) ; faltando êste, do comum. (Rub. no comêço
do Prop. sanct.; Add Br. I, 7.) Se também êste faltar, como acon- A absolvição é do dia corrente; as bênçãos para as f es-
tece nas festas do Senhor, tomar-se-ão da festa. (d. 3876, ad 9.) t as do rito simplex são: 1. Ille nos; 2. Cuias festum coli-
No oitavo dia e para as festas do Senhor são da festa, se não hou-
ver próprios. (Rub. no comêço do Prop. Sanct.) As lições do 3 Not. mns; 3. Ad societatem. No ofício de Nossa Senhora in Sab-

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422 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 423

bato são próprias. As lições: 1. a e 2.a da escritura com os ponsório. Pater, em voz baixa. Et ne nos. Sed libera nos,
responsórios de tempore; a 3. a de Nossa Senhora, tirada do sem Amen (quando se reza todo o Pater em voz baixa, acres-
mês respectivo. Se êste ofício ocorrer durante a oitava da centa-se Amen). Absolvição; no princípio de cada lição
lube
natividade de Maria Santíssima, a 3." lição está no fim do !)omine (e não Domne), se fora do côro, bênção, terminada
dia oito de setembro. com Tu autem. Responsórios (o terceiro, às vêzes o segun-
848. 7. Paradigma do oficio de tôdas as oitavas. Estas se- do, com Gloria Patei, sem sicut erat). Te Deum depois da
guem o rito dos dias de duplex, semiduplex, simplex, con- nitima lição. Este não se diz, quando está prescrito o ter-
forme a qualidade do seu rito. Tudo o que é próprio ou se ceiro (nas férias) ou o nono responsório. (n. 262.) O se-
deve tomar do comum, tira-se do próprio dia da festa, a não gundo e terceiro noturnos rezam-se do mesmo modo. Se não
ser que a oitava tenha partes próprias. As lições, porém, se seguem as laudes, acrescenta-se Dominus vobiscum (o
Dominus
do segundo e terceiro noturno durante as oitavas, que não subdiácono Domine exaudi, sempre assim), oração
têm próprias, tiram-se do oitavário ou do comum, conforme vobiscum, Benedicamus Domino, Fidelium animce. Pater, em
às rubricas; mas quando não houver lições de homília sôbre voz baixa.
o evangelho da festa, tanto durante a oitava como no oitavo No tempo da paixão, o invitatório no fim de Venite é re-
dia, as lições dizem-se como na festa. petido duas vêzes inteiramente. Na recitação comum, distri-
8. Nos ofícios de rito simplex, os nove salmos são re- bui-se do modo seguinte: Côro: Hodie si vocem D. audieri-
citados sem interrupção. Em todos os ofícios de rito simplex, lis, Nolite obd. corda vestra. Corista: Hodie si vocem D,.
os salmos das matinas, divididas no saltério em três notur- aadlieritis. Côro: Nolite obd. corda vestra. (d. 1917.) Os no-
nos, são recitados sem interrupção com as suas nove antí- I i rnos podem-se separar por interrupção de três horas; por
fonas, fora do tempo pascal; no tempo pascal, com uma só motivo justo, ainda por mais tempo.
antífona, até ao terceiro versículo inclusive; o primeiro e se- 850. 2. Laudes. Se não são separadas das matinas, nada
gundo versículo omitem-se. O ofício da féria ou vigília. se reza. Podem sempre ser separadas. Se forem separadas,
(Cf. n. 260.) devem-se rezar Pater, Ave, Deus in ad j., Gloria Patri, Alle-
luia (Laus). As cinco (no tempo pascal uma) antífonas com
§ 168. MÉTODO PRÁTICO DO OFICIO DIVINO os seus salmos, capítula, hino, versículo, responsório, anti-
849. 0 modelo seguinte é quase totalmente tirado do or- lona ao Benedictus (cf. n. 107), antífona repetida, preces
dinário do ofício divino no princípio do breviário. Ensina (As vêzes), Dominus vob., oração, comemoração, se houver,
passo por passo a recitação do ofício. sufrágio, se houver (no tempo pascal, de Cruce) nos ofícios
Deve-se guardar o costume de benzer-se ao Deus in adiutorium no
comêço de tôdas as horas (e não depois de Sancta Maria na prima nem inferiores a rito duplex, Dominus vob., Benedicamus, Fide-
Pater, Domi-
nas preces feriais), ao Adiutorium nostrum antes do Confiteor (e
depois da lição breve), ao Indulgentiam etc. depois do Confiteor, à bênçãonão liam. Querendo-se terminar aqui, acrescenta-se
no fim da prima (Dominus nos benedicat) e das completas (Pater et Filius
et Sp. S.), ao Magnificat, Benedictus, Nunc dimittis. Faz-se sinal da cruz
n u s det, antífona mariana. Se se segue outra hora, a antífona
nos lábios ao Domine labia mea, ou no peito ao Converte nos. (d. 3156, iu;mana reza-se depois da última hora (Rub. gen. XXXVI,
3127; Rubr. 13, 1; 15, 2.) Fazer as cruzes, inclinações e genuflexões fora n, 2) ; se com causa razoável não se faz nenhuma interrupção,
do côro não é obrigação (Gury-Ferreres II n. 80; S. Alf., 1. 4, n. 179), por-
quanto os decretos ou só falam do côro ou de louvável costume. Mas
estas cerimônias contribuem para a devota recitação do ofício divino. só uma vez no fim das completas. (d. 4382 ad 2.)
Fazer as cruzes ao Aperi e Divinum Auxilium é costume particular. Glo-
851. 3. Prima. Pater, Ave, Credo, Deus in adjutorium,
1. Matinas. Aperi ¡ (sinal da cruz sôbre os lábios; ad ria Patei, Alleluia (Laus), hino, antífona (a primeira das
libitum), Pater, Ave, Credo em voz baixa. Dizendo em voz Inndes ou do saltério) até ao asterisco. Três salmos (se nas
alta: Domine labia, faz-se f o sinal da cruz sôbre os lábios Lindes se empregar a série II, na prima se acrescenta um
(Rub. Gen. 13, n. 1), Deus in 'adjutorium (benze-se), Gloria ( w ;irto salmo, a saber o primeiro da série I das landes, omi-
Patri (inclina a cabeça), Alleluia ou Laus tibi. Invitatório, li^lu por causa do salmo Miserere).
Símbolo Atanasiano
salmo Venite, hino, noturnos com antífonas, versículo, res- nos domingos verdes, se não ocorre festa de
((,lrricumque)

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424 R e u s, Curso de Liturgia 11. Liturgia. Especial. Oficio Divino

rito duplex ou oitava, e na festa da SS. Se depois das completas se seguirem imediatamente as
Trindade. Repete-se
a antífona. Capítula, Regi (nas férias, Pacem),
responsório matinas, deve-se dizer duas vêzes: Pater, Ave, Credo, uma
breve, versículo, preces dominicais ou feriais, vez para terminar o ofício precedente, e outra vez para co-
Dominus vo-
biscum, Oremos, Domine Deus, Dominus vobiscum, Benedi- meçar o ofício seguinte.
camas Domino (no côro lê-se o martirológio). Na recitação privada as cruzes não são obrigatórias.
Pretiosa.
Sancta Maria. Deus in adj., três vêzes em sinal da cruz, Quando um ou dois rezam o ofício e, no côro das religiosas,
Gloria Patri, Kyrie, Pater (em voz baixa), Et ne nos, Respi- devem ser omi-
as palavras do confíteor: vobis, vos Fratres,
ce in servos. Gloria Patri, Oremos, Dirigere, tube Domine, iidas e o confiteor deve ser rezado uma só vez e por todos
(Domne), Dies et actus, Pjz. Amen, lição breve (nas festas, juntos (Rubr. spec.). Depois continuam: Misereatur nostri...
a capitula da noa), Tu autem. 13z. Deo gratias. Adiutorium As religiosas não podem dizer: Tibi Mater, vobis Sorores.
(benzer -se). Benedicite, Deus. Dominus nos (benzer
-se), (d. 1334 ad 4.)
Amen. Pater noster (se não se segue outra hora).
4) Têrça, sexta, noa. Pater, Ave, Deus in adiutorium, § 169. DIVISÃO DOS OFÍCIOS
Gloria Patri, Alleluia (Laus), hino, antífona até ao asterisco
(se não há próprias, dizem -se a segunda, terceira, e quinta 853. A. Quanto ao tempo, os ofícios são festivos ou do tem-
po. (Rub. gen. 1-8.) Os ofícios festivos são ou da testa ou
das laudes, Rub. gen. XXI, 4). Três salmos, antífona inteira. (la vigilia ou da oitava, que é a continuação da festa. Os
ofícios do tempo são ou Of ficia de ea (sc. Dominica vel Fe-
Capítula, Deo gratias, responsório breve, preces feriais (se
as houver para as laudes) Dominus vobiscum, Benedicamus destinados ao culto da Ma-
ria) ou de eo (sc. Sabbato),
Domino. Fidelium. Pater noster (se não se segue outra hora). jestade divina em geral.
852. 5. Vésperas. Pater, Ave, Deus in adiutorium, Gloria
I. As festas foram instituídas em honra de uma pessoa,
Patri, Alleluia (Laus). Cinco salmos com as p. ex., Nosso Senhor, Nossa Senhora ou das Pessoas divi-
suas antífonas
como nas laudes, capitula, hino, versículo, responsório, an- nas. Foram ocasionadas pela veneração dos mistérios da re-
Mona ao Magnificat. Repete -se a antífona. Preces feriais, denção, por necessidade da Igreja (Patrocínio de S. José),
se
houver, (veja -se a rubrica no Ordinarium), Dominus vo- por revelação privada (S. Coração de Jesus), pela impie-
biscum, oração própria, comemorações, se dade dos inimigos de Deus (Cristo Rei).
houver, sufrágio,
Dominus vobiscum, oração, Dominus vobiscum, Benedica- As primeiras festas dos santos eram os aniversários na-
mus Domino, Fidelium Animce. Pater noster (em voz bai- talícios dos mártires, nos dias em que nasceram triunfantes
xa), se não se seguirem as completas. para o céu, por uma morte gloriosa. A primeira festa de con-
6. Completas. Não se diz Pater, nem Ave. Jobe fessor não- mártir no Oriente foi o natalício de S. Basílio e
Domine
(Domne, no côro). Noctem quietam. S. Atanásio (século IV), no Ocidente o natalício de S. Mar-
Fratres, sobrii, Ijz. Deo
gratias. Adiutorium nostrum (Cruz). Pater, em linho, bispo de Tours. Às vêzes o natalício de uni santo está
voz baixa,
Confiteor, Misereatur, Indulgentiam (Cruz). Converte nos ocupado por outra festa e deve ser transferido para outro
(sinal da cruz sôbre o peito, d. 3156), Deus in adiutorium
dia que se chama quase-natalício. As festas dividem-se:
(Cruz), Gloria Patri, Alleluia (Laus). locais
Antífona até ao as-
terisco, salmos, antífona, hino, capitula, responsório breve, 854. a) Em festas universais, para tôda , a Igreja, e
antífona Salva nos. Nunc dimittis, antífona inteira, preces, (particulares, próprias) para uma região ou, cidade.
a festa da páscoa, e tôdas as que
se houver, Dominus vobiscum, oração,
Dominus vobiscum, b) Em festas móveis:
Benedicamas Domino. Benedicat (Cruz) et custodiat. Anti- dela dependem, e imóveis ou fixas (25 de dezembro).
fona mariana. Divinum auxiliam (Cruz). do côro, quando são cele-
Pater, Ave, Credo. c) Em festas chovi et fori: de
Facultativo: Sacrosanctce, de joelhos, se
não houver impedi- bradas só com o oficio e a missa; fori, se há obrigação
mento. Pater, Ave (em voz baixa). ouvir a missa e abster-se dos trabalhos servis.

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426 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 427

d) Em festas cam utroque prcecepto, se é celebrada in de Nossa Senhora do Carmo, do patrocínio de S. Francisco
choro et foro; ou, conforme outra explicação: quando está Xavier. O dia natalício de um santo é sempre festa primária.
prescrita assistência à missa e omissão do trabalho proibido; g) Em festas prescritas e concedidas. Concedem-se cer-
festas cum uno prcecepto, somente celebrada no côro; ou, tas festas a pedido com as cláusulas recitari posse. Mas de-
conforme outra explicação: quando está prescrita a assistên- pois de serem aceitas pelos superiores, sunt prceceptiva (d.
cia à missa, porém não abstenção do trabalho servil. 4042 ad 4) para todos os súditos.
855. A antiga festa de guarda da quinta-feira santa até 857. II. A vigília. A vigília entre os primeiros cristãos era
sexta-feira santa, confirmada no Brasil pelo breve de Pio a reunião noturna (n. 824) antes das festas principais. Tem
IX, 11 de junho de 1852, foi abolida pelo cân. 1247, e a o seu nome do costume, que tinham os soldados, de dividir
declaração da Com. Pontifícia (A. A. S. 1918, p. .170): a noite em quatro partes, de três horas cada uma, chamadas
"Utrum Festa, que non enumerantur in Can. 1247 § I, vigílias. Os cristãos, soldados de Cristo, adotaram êste têr-
ipso facto ipsaque lege nullibi sint amplius de pracepto, ino. Mais tarde, no século XI, quando o fervor dos cristãos
etiamsi in aliqua natione, dioecesi aut loco antea fuerint de arrefeceu, as orações recitadas na vigília noturna foram an-
prwcepto ex particularr lege vel consuetudine etiam cente- tecipadas, e o nome de vigília atribuiu-se ao dia antecedente
naria loci aut ex,speciali concessione S. Sedis?" Respondeu: à festa. Dividem-se em vigílias privilegiadas (natal, pente-
17-2-18: Affirmative, ita ut in iis diebus non amplias urgeat costes, epifania) e não privilegiadas.
duplex obligatio audiendi Missam et abstinendi ab operibus
servilibus. (C. B. 351 § 1.) 858. III. 3. Oitavas. a) Antigamente as festas eram cele-
bradas de duas maneiras. Algumas eram continuadas por
856. Os dias santos de guarda da Igreja universal são: 1. sete dias ao modo do antigo testamento, como ainda hoje as
Circuncisão do Senhor (1.° de jan.) ; 2. Epifania (6 de jan.) ; oitavas de páscoa e pentecostes se celebram, e terminam no
3. Ascensão do Senhor; 4. Corpo de Deus; 5. Natal (25 de sábado seguinte. Outras festas gozaram de oitava abreviada.
dez.); 6. Assunção de Nossa Senhora (15 de ag.); 7. Ima- Celebrava-se o primeiro e o oitavo dia; dos dias intermediá-
culada Conceição de Maria Santissima (8 de dez.); 8. S. rios não se fazia menção. O exemplo único até Pio X, era
_José (19 de março, abolido para o Brasil, exceto no Ceara :i
festa de S. Inês secundo (28 de jan.), que até ao séc. VIII
e na diocese de Garanhuns); 9. S. Pedro e S. Paulo (29 era a festa do nascimento corporal da santa e mais tarde
de junho); 10. Todos os Santos (1.° de nov.) foi transformada no oitavo dia da festa natalícia (21 de jan.).
e) Em festas solenes e não solenes. A festa chama-se (Oregorianum 1937, p. 161.)
solene, quando celebrada como dia feriado ou com oitava. 859. b) Desde o séc. XIII costuma-se celebrar a oitava por
oito dias. Os dias entre a festa e o último dia, oitavo dia,
Festa feriada é festa, que tem atualmente ou tinha outrora
(feriatio suppressa) anexa a obrigação de assistir à missa chamam-se dies infra octavarn. Desde Pio X temos 3 espé-
cies de oitavas: a primeira, por sete dias (páscoa e pente-
e omitir o trabalho servil ou que tem ainda anexa só a obri-
gação de ouvir a missa (feriatio reducta). O direito de pre- costes) ; a segunda, por oito dias; a terceira, a oitava sim
ples, corn dois dias celebrados, o primeiro e o último. (Na-
ferência concedido às festas feriadas compete também à fes- Iividade de Maria Santissima, S. Estêvão, S. João Evange-
ta do S. Coração de Jesus, solenidade de S. José e S. Joa- lista, Inocentes, S. Lourenço.)
quim (cf. Festa feriata no Brev.) e dos patronos principais
locais. 860. c) As. oitavas da Igreja universal dividem-se em pri-
vilegiadas e comuns. As privilegiadas são sete e formam
f) Em festas primárias e secundárias,
quanto à impor- três classes: 1. primi ordinis, que na ocorrência se prefe
tância atribuída pela Igreja às festas. As festas secundárias
rem a Was as festas: as oitavas da páscoa e pentecostes.
em geral se referem a um objeto já venerado em outra festa. 2. Secundi ordinis, que nos dias da oitava admitem só
Assim são secundárias as festas do Preciosíssimo Sangue, lestas de primeira classe: epifania e corpo de Deus.

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429
428 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial Ofício Divino

3. tertii ordinis, que admitem as festas de segunda clas- § 170. OCORRÊNCIA E CONCORRÊNCIA
se: natal, ascensão de Nosso Senhor e S. Coração de Jesus. Para indicar que
Estas oitavas têm ofício, ou ao menos comemoração em ti) .
863. 1. Ocorrência.
g ua 1 m f est a
se ce leb ra
em dia determinado, diz-se,
das as outras festas. cm tal dia; p. ex., a festa do Sagrado Coração de Jesus ocor-
corpo
As oitavas comuns admitem os ofícios de rito duplex e re na sexta-feira depois da oitava me dia
semiduplex. As oitavas de rito simplex só se celebram no oi Tania no dia 6 de janeiro.' Ora, acontece qque noDemesmo
tavo dia, têm neste dia preferência sobre as festas de rito ocorrem vários ofícios. E' isto que se chama ocorrência de
simplex e não permitem missas votivas comuns. diferentes festas. Coincidem como dois círculos concêntricos.
IV. O rito dos dias infra Octavam é semiduplex secun- Quando duas festas ou dois ofícios
864. II. Concorrência.
dário. (d. 3886 ad 1.) Os ofícios acham-se no breviário, pa- se celebram em dois dias consecutivos, acontece que as se-
ra oitavas particulares no Octavarium Romanum. gundas vésperas do anterior se encontram com as primeiras
861. B. Quanto ao rito, os ofícios dividem-se em ofícios de vésperas do posterior, são semelhantes a dois círculos, que
rito duplex, semiduplex e simplex. A origem desta classifi- se cortam. Para resolver as questões da ocorrência e con-
cação não se conhece com certeza. Sabe-se, porém, que nas corrência de modo fácil, o breviário oferece duas tabelas:
solenidades maiores se recitava o ofício da festa e o do Si occurrit eodem die Quando concurrit.
tempo (duplex). Em festas menos solenes recitava-se um só Em caso de ocorrência só um ofício é celebradó, os ou-
ofício (simplex) com comemoração da festa, ou acrescenta- tros são comemorados ou suprimidos ou transladados. Em
va-se ao ofício do tempo uma parte, talvez a metade do oi'i-- caso de concorrência, um ofício é recitado, os outros come-
cio festivo (semiduplex). Assim se entende por que os do, • deter-
morados ou suprimidos. Qual seja o ofício a recitar é
mingos nunca são de rito duplex. Pois só nas festas se diziam IV .
minado pelas regras sobre a preferência. (A. B. II;
dois ofícios. Outros derivam esta denominação das antífo- O dia, em que um santo entrou na glória, se chama
nas, que se dizem por inteiro ou duas vêzes (duplex) ou só (dies propria, natalitia).
dia próprio ou natalício
uma vez (simplex); outros, das vésperas, duas vêzes no dir outro dia, diferente
plex, uma vez no simplex. Semiduplex teria de cada rito de razões graves, a Santa Sé determinar cl tambn e
duplex e simplex alguma parte. E' preferível a explicação do dia da morte, para uma festa,
dia próprio ou quase-natalício. Se o dia próprio estiver
histórica.
ocupado e o ordinário determinar para sempre o primeiro
c) Quanto ao número das lições, distinguem-se ofícios ocorrência,
(diesê t e di a ,
de três e nove lições. Os ofícios da páscoa e pentecostes t dia livre seguinte, conforme as leis da
os de rito simplex têm três lições. Os outros ofícios têm nove inscrito no calendário, é o dia assinalado
O dia, para o qual o calendarista transfere uma festa im-
lições. (dies
pedida em um ano, tem o nome de dia de transferência
862. d) Quanto à conformidade com o calendário, disiin
guem-se os ofícios ocorrentes e os ofícios votivos, que anti- iranslata, d. 3811 ad 5) .
E' proibido celebrar com rito litúrgico ou outro modo de sole-
gamente por privilégio se podiam rezar em lugar dos ofccios nidade sacra o nascimento temporal ou a comemoração centenária
dia da
de féria. Os ofícios votivos, concedidos por Leão X111, para do dia de batismo de um santo ou beato nem mesmo no
abreviar a recitação do breviário, foram proibidos por Pio sua morte ou em outro dia assinalado à sua memória. (d. 3816;
X em 1912, por serem' os novos ofícios de féria mais breves. 3832 ad1.)
Os ofícios do tempo: domingos e férias. (n. 253 Regras de preferência que valem para
865. II.
sqq; 842.) a ocorrência
a trasladação
a concorrência

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430 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 431

1. As festas primárias (cf. Duce tabellce) de primeira oitavo dia não é preferido. (A. B. IV. n. 2.) No dia 18 de
classe da Igreja universal são preferidas a qualquer festa novembro ocorre o oitavo dia da festa de S. Mena, patrono da
particular, têm portanto sempre o primeiro lugar. minha igreja. Se o dia 18 é dia da semana, a festa da de-
2. As festas da dedicação e do titular da igreja própria dicação das basílicas de S. Pedro e S. Paulo deve ser sim-
(também da catedral d. 3863 ad 2-3; 4249 ad 3), do patro- plificada para sempre. Mas da dedicação se pode dizer a
no principal do lugar, do titular e do fundador de uma or- missa com comemoração do oitavo dia. Se, porém, o dia 18
dem ou congregação, ocupam o segundo lugar e são prefe- é domingo, é substituído pela festa da dedicação, festa de
ridas a tôdas as outras festas, exceto as festas primárias de Nosso Senhor, e não é simplificado. Na missa há comemo-
primeira classe da Igreja, universal. ração do domingo e do oitavo dia simplificado.
Por exemplo: A festa da dedicação da catedral se prefere ao b) a solenidade maior. Se duas festas são de rito igual,
titular da catedral (p. ex. S. Eugênio), o patrono principal do lu- tem solenidade maior e é preferida a que se celebra (dias
gar (p. ex. S. Antônio) ao titular. Mas a testa de S. Pedro, titular santos de guarda) ou antigamente se celebrava (festas fe-
da catedral (29 de junho) se prefere à dedicação da catedral, por
ser festa de primeira classe da Igreja universal. A festa da dedi- riadas) com obrigação de assistir à missa e de abster-se de
cação de uma igreja particular (matriz) não se prefere ao patrono trabalho servil, ou ao menos de ouvir a missa (feriatio etiam
da diocese (p. ex. S. Rafael), o titular de uma igreja particular (S.
Felix) não ao patrono do pais (S. Rosa). Pois a festa do patrono in foro reducta eel sublata) ou com oitava. O concurso do
é feriada. povo neste caso não é considerado como solenidade litúrgica.
866, 3. Para determinar qual festa em caso de ocorrência c) a categoria de festa primária ou secundária. (Duce
e concorrência deve ser preferida, são decisivas as seguintes tabellce, cf. n. 856.) Mas é preciso notar que unia festa se-
normas: cundária acidentalmente pode tornar-se primária. P. ex. a
a) o rito mais alto, a não ser que ocorra um domingo, festa da maternidade divina de Maria Santissima é secundá-
ria. Numa igreja, porém, dedicada à Madre de Deus, é pri-
uma das férias, vigílias, ou oitavas privilegiadas.
mária, porque a festa do titular sempre é primária.
O rito é mais Alto, quando o ofício pertence a classe Se duas festas tem rito e solenidades iguais, será pre-
mais alta: duplex 1. classis é mais alto do que duplex 2. clas-
sis. Há porém privilégios. Os domingos em geral são de ferida a que é primária; a secundária deve-se transferir ou
rito semiduplex (dom. menores). Mas há outros domingos comemorar.
(maiores) e outros ofícios que, apesar de rito inferior, têm d) a dignidade pessoal nesta ordem: festas do Senhor,
de Maria Santíssima, dos Anjos, de S. João Batista, de S.
o privilégio de ser preferidos a outros ofícios de rito
mais alto. (Cf. Notas: Duce tabellce). Os domingos, vigílias, José, dos apóstolos, dos evangelistas.
férias, as oitavas de primeira classe, o oitavo dia do natal Se o rito, a solenidade e a categoria são iguais, tem
(Circuncisão), de Epifania e de Corpo de Deus, o dia de preferência a festa que é mais digna; a outra deve-se trans-
finados são preferidos às festas de primeira classe. Os do- ferir, se é de primeira ou segunda classe; se é de rito infe-
mingos de segunda classe, os dias 2-6 das 'oitavas de Epi- rior, será simplificada ou omitida conforme as rubricas. A
fania e de Corpo de Deus (semiduplex secundário) são pre- dignidade é indicada pela ordem estabelecida na rubrica. Na
feridos às festas de segunda classe. Os domingos menores ocorrência, transladação e comemoração (não na concorrên-
e o oitavo dia das festas de primeira classe são preferidos cia) deve-se considerar também a propriedade. Pergunta-se
às festas de rito de duplex mains e minus (exceção das fes- se a festa de igreja particular se pode e deve preferir a unia
tas de Nosso Senhor) e são suplantados só pelas festas de festa da Igreja universal.
primeira "e segunda classe. Antes de tudo é preciso notar:
Mas qualquer festa de Nosso Senhor é preferida ao do- 1. que um ofício particular nunca pode suplantar os ofí-
mingo ocorrente, que será comemorado com 9. a lição, tis cios privilegiados da Igreja universal: domingos, festas, vi-
vésperas e nas laudes (p. ex. exaltação da santa cruz). () gílias, oitavas privilegiadas e as festas de primeira classe da

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432 R e o s, Curso de Liturgia 11. Liturgia. Especial. Ofício Divino433

Igreja universal, pois que "são próprias de cada lugar." das pela mesma lei que as festas ás quais pertencem. (S.
(A. B. II, 2.) R. C. 14-3-1936.) Na comemoração a de Todos os Santos
2. que os ofícios particulares da dedicação, do titular precede a de Cristo Rei.
da igreja própria do patrono principal do lugar, do titulo e Coincidem (3 de maio) a festa da Santa Cruz, de primeira clas-
santo fundador de uma ordem ou congregação só podem ser se com oitava no Brasil, e a da titular da catedral em H., Nossa
Senhora no sábado determinado. Transfere-se a festa da S. Cruz.
suplantados pelos ofícios privilegiados mencionados sol) Pois não é festa primária de primeira classe na Igreja universal,
o n. 1. não é titulo; por conseguinte a sua oitava quanto à solenidade
não é igual à de Nossa Senhora, que tem preferência (A. B. II), e
Estabelecidas estas preferências intangíveis e tratando- não se pode recorrer à dignidade pessoal (no 4.° lugar).
se de ofício, em que o rito, a solenidade, a categoria e di-
gnidade são iguais, é preferida a festa da igreja particular, 867. Aplicando-se as regras da preferência à trasladação
por ser mais própria. E' própria do lugar, além da festa da das festas, é mister advertir que há duas espécies de trasla-
dedicação, do título, do patrono principal do lugar, também dação: perpétua e acidental. A trasladação é perpétua, quan-
a do patrono secundário e do santo, de que se conserva na do uma festa coincidiria sempre com outra e por isso uma
igreja uma relíquia insigne ou com que tem relação especial se deve transferir; é acidental, quando o encontro só se dá
(nascimento, morte, episcopado, sacerdócio, govêrno, tra- de vez em quando.
balhos insignes, milagres.)
3. Em primeiro lugar é celebrado o ofício da igreja parti- Normas gerais para a trasladação:
cular (paroquial etc.), em segundo lugar 'o da ordem, em Nenhuma festa da Igreja universal pode ser transferida
terceiro lugar o da diocese, em quarto lugar o da nação, en) perpétua ou acidentalmente, exceto as de primeira e segunda
quinto lugar o da Igreja universal. (d. 2319 ad 1; 3919 classe. Por conseguinte comemorações não são transferidas
ad 16.) com a festa, mas rezadas no seu dia ou, se fôr impossível,
Na minha igreja é titular S. Regina (7 de setembro). A festa omitidas.
coincide com a da Aparecida. As duas festas são iguais no rito, na Nenhuma das trasladações, nem a perpétua nem a aci-
categoria, mas não na solenidade e dignidade das pessoas, sendo a
festa da Aparecida feriada como da Padroeira. A festa da titular dental, está mais reservada a qualquer autoridade, quando
deve ser transferida para o primeiro dia livre conforme as rubricas, se efetua conforme as rubricas. (d. 899; 1755; 2384 ad 1;
apesar de ser mais própria.
annotatio ad 2602 tom. 4.° p. 194: Cum assignatio facienda
f) preceito da Igreja. As festas meramente indultivas sit iuxta dispositionem iuris, otiosum est qucerere a quo fa-
não são próprias. (A. B. II, 2.) Portanto as festas prescritas cienda esset.)
pela Igreja tem preferência. Nenhum ofício se pode antecipar (d. 2746 ad 1) com
4. As oitavas preferem-se do mesmo modo que as fes- exceção das vigílias e domingos, sem indulto especial da
tas, a que pertencem.
S. R. C. Somente as festas são transferidas e não os ofícios
a) Urna festa atualmente feriada não é preferida a unia
do tempo com exceção do domingo na oitava do natal.
feriada suprimida com oitava. b) Uma festa com feriatio
reducta ou sublata não é mais solene do que urna festa cone Dia livre, sem restrição, para admitir uma festa impe-
dida é o que não está assinalado por nenhum santo, nem
oitava, mas sem ser feriada. c) Uma festa feriada com oi-
tava na Igreja universal é preferida a uma festa feriada coin mesmo um trasladado. (d. 3248 ad 6.)
oitava numa igreja particular, como a festa de Todos os Se por exemplo a festa de S. Egídio (1 de setembro)
Santos se prefere à de Cristo Rei, onde é titular da igreja. própria da minha diocese com rito duplex, é impedida per-
d) A oitava universal não é igual a uma particular quanto petuamente na minha igreja pela festa do titular, e nos dias
à solenidade e por isso a preferência não se pode derivar do 3 e 4 de setembro há duas festas de rito duplex assinala-
caráter da dignidade pessoal, que se menciona em o núme- das, e só no dia 6 há uma féria, a festa diocesana se deve
ro seguinte da rubrica. Pois as oitavas entre si são preferi- transferir para o dia 6. (d. 4264.)
Curso de Liturgia — 28

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434 R e u s, Curso de Liturgia 435
II. Liturgia Especial. Oficio Divino

Dias impedidos são todos os domingos, tôdas as festas do Brasil e é simplificada para sempre. A festa simplex de S. Félix
de primeira e segunda classe e todos os dias que impedem e Adauto (30 de agosto) ocorrendo na festa de S. Rosa, de pri-
meira classe para a América Latina, é omitida para sempre.
uma festa de primeira ou segunda classe, p. ex., a semana
santa. (A. B. V, 2.) 0 dia de finados exclui tôdas as festas Se, porém, tal festa é própria de uma nação, diocese ,.
de qualquer classe. (A. B. IV, 6.) ordem religiosa ou igreja particular e é impedida perpetua-
mente em tôda a nação, diocese, ordem religiosa ou igreja
Festas impedidas perpetuamente particular, transfere-se para o primeiro dia seguinte (A. B.
868. Tôdas as festas com privilégio de trasladação e im- V n. 1) livre de qualquer ofício duplex, de festa semiduplex,
pedidas perpetuamente se devem transferir para o primeiro de vigílias privilegiadas e de oitavas de segunda ordem. (No-
dia livre segundo as rubricas. (A. B. V n. 2, 6.) Este dia tanda n. 7.) Uma festa simplex neste caso é suplantada e só
não pode ser mudado sem novo privilégio da S. R. C. Uma comemorada. Por exemplO a festa dos beatos mártires Mar-
transferência contra as rubricas, feitas mesmo pelo bispo, é cos e Companheiros, própria de uma ordem, impedida pela
inválida (d. 899; 2602 ad 1-2) e deve ser revalidada. Sem; festa da Aparecida no dia 7 de setembro deve-se transferir
privilégio especial não se pode elevar o rito de uma festa, para o dia 11 de setembro, festa simplex, por ser o primeiro
nem inscrevê-la no calendário próprio, nem suprimi-la. (Can. dia livre no calendário desta ordem.
1257; d. 4266; 3365; 1755.)
Festas impedidas acidentalmente
Se o dia de que se transferiu uma festa se torna livre,
a festa transferida volta para o seu próprio dia anterior. 869. As festas de primeira e (et) segunda classe (A. B.
Mas deve ser livre perpetuamente (d. 2963), e não aciden- IV, n. 3) impedidas acidentalmente devem-se transferir para
talmente. o dia seguinte mais próximo, livre de outra festa de primeira
Assim a festa de S. Francisco de Jerônimo, assinalada ao dia ou (vel!) segunda classe. A partícula disjuntiva vel exige
11 de maio, por causa da festa da Aparecida, foi transferida para que na transladação as festas de primeira e segunda classe
o dia 14 de maio, por ser própria de uma ordem religiosa. Quando tenham direitos separados desiguais. Exige portanto que para
a festa da Aparecida foi transferida para o dia 7 de setembro, a
festa de S. Francisco voltou ao dia 11 de maio sem recurso à S. R. uma festa de primeira classe ainda seja considerado livre o
C. Numa diocese N. no dia 2 de novembro se celebrava a festa do dia que para urna festa de segunda classe já está impedido.
`patrono S. Justo. Como Bento XV proibiu qualquer festa neste dia,
a festa do patrono foi transferida perpetuamente para o dia 3. Por conseguinte as festas de primeira classe só são impe-
Quando a comemoração dos defuntos ocorre no domingo e é trans- didas por uma festa de primeira classe ou ofício privilegiado
ferida para o dia 3, a festa de S. Justo não volta para o dia 2, que exclui as festas de primeira classe; e não, p. ex., por
mas é transferida para o dia 4 de novembro (d. 3919 ad 1; 2501 festas de segunda classe. As festas de segunda classe são
ad 8), por ser o dia 2 de novembro livre acidentalmente.
As festas de rito duplex (maior ou menor) ou semi- impedidas por um dia com festa de primeira ou segunda
duplex da Igreja universal, quando impedidas perpetuamen- classe ou oficio de igual grau litúrgico. A transladação por-
te em qualquer lugar e não sendo próprias, não são transfe- tanto se faz in primam diem similiter non impeditain (Ruhr.
gen. X, n. 2), ou por outra, para o dia que tenha um ofício
ridas, mas simplificadas, i. é, comemoradas com antífona,
inferior ao transladado (d. 3850), de acordo com as regras
versículo, oração e nona lição da testa simplificada. (Rubr.
spec. ante lect. contract; Rubr. gen. X, 6; XXVI, 3.) São, de preferência.
Se na minha igreja a festa de S. Pedro Canísio é de segunda
porém, suprimidas, sem comemoração, nas festas primárias classe e se deve transferir por qualquer ocorrência para o dia 3 de
de primeira classe do Senhor na Igreja universal. (P. ex., maio, festa da Santa Cruz, de segunda classe na Igreja universal , .

Ascensão.) Nas outras festas de primeira classe (p. ex., S. a festa de S. Pedro, sendo ocupado o dia por uma festa de igual
João Batista) a festa ocorrente, em geral, é comemorada só rito, deve-se transferir para o dia 4 de maio, se não for domingo.
Se, porém, S. Pedro Canísio é titular da minha igreja, a sua festa,
nas laudes, sem nona lição. (A. B. VII n. 1.) sendo de primeira classe com oitava, transfere-se para o dia 3 de
Por exemplo a festa de S. Henrique da Igreja universal ocor- maio, e a da Santa Cruz para o dia 4 de maio, se não fôr domingo;
re no dia 15 de julho; é impedida pela festa própria dos Mártires e, se o fôr, para o dia 5 de maio.
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436 R e u s, Curso de Liturgia
II. Liturgia Especial. Ofício Divino 437
Cl dia oitavo (A. B. IV, n. 8) de uma festa acidental-
mente impedida, não se translada, mas é celebrado no seu ção, titular, patrono, fundador, conforme as leis de prefe-
dia ou omitido conforme as rubricas. Excetua-se a oitava rência, embora a festa a transladar em 1.° lugar, seja de
do SS. Nome de Jesus e da Sagrada Família, que corre a data posterior. Festum quod est magis sollemne prius transfe-
contar do dia da festa. ratur. (Rubr. gen. X, n. 7.) Seguem as festas de 2." classe,
de acôrdo com as leis de preferência. Quando nestas regras
870. Oitavas inteiras não são transferidas sem privilégio não se acha solução, as festas são transferidas conforme a
especial. Quando uma festa com oitava (A. B. V, n. 6) é data em que ocorrem no calendário. (Rubr. gen. X, n. 7.)
impedida, é translada a festa, mas não o oitavo dia. Por
exemplo, se o dia 2 de abril, festa do patrono da diocese H. Se as festas de S. José e da Anunciação de Maria SS. .

(S. Francisco de Paula) ocorrer na quarta-feira da semana se devem transladar, a da Anunciação se põe no 1.° dia apto,
pascal, a festa é transferida para a segunda-feira da semana embora ocorra (em 25 de março) mais tarde. Se na minha
seguinte, 7 de abril, se fôr dia livre; mas o oitavo dia é ce- igreja a festa de S. Pedro Canísio (27 de abril) e de S. Jor-
lebrado no dia 9 de abril. Pois a oitava corre do dia 2 em ge (23 de abril) são de segunda classe e se devem transfe-
diante e omitem-se os cinco dias precedentes. Se o dia 2 rir, coloca-se 1.° a festa de S. Jorge, depois a de S. Pedro
ocorre no sábado santo, a festa será transferida para segun- Canísio; pois são iguais em todos os sinais de preferência,
da-feira, 12 de abril, mas não terá oitava neste ano (Rubr. indicados pela rubrica. Decide portanto a data. As qualida-
gen. X, n. 1), porque o oitavo dia, 9 de abril, ocorre na se- des de mártir e doutor na Igreja não são títulos de prefe-
mana pascal. E' cortada uma oitava que em parte coincide rência na transladação. Na segunda-feira depois do 1.° do-
com uma época em que as oitavas são proibidas. A oitava mingo de páscoa, sé celebra a festa de Nossa Senhora da
de S. Lúcia, 13 de dezembro, titular da catedral de X, ter- Penha, titular da diocese N. No mesmo dia ocorre a festa
mina a 16 de dezembro. (Cf. n. 895.) transladada da Anunciação de Maria. E' preferida a Anun-
ciação, festa da Igreja universal e colocada na segunda-feira;
Se unia festa de qualquer rito ocorre durante a oitava
a festa diocesana particular deve ceder e é transferida para
comum da mesma santa pessoa, ou no oitavo dia também sim-
plex, o ofício é da festa com o rito e os privilégios que com- têrça-feira, se estiver desimpedida.
Novas festas prescritas pela Igreja às vêzes coincidem
petem á oitava, a não ser que tenha um rito mais alto. Por
com dias ocupados por festas em calendários particulares.
exemplo, ocorre na oitava da assunção de Nossa Senhora
Para tal caso valem as regras seguintes, propostas no d.
a festa do Puríssimo Coração de Maria, duplex maius. O
3811, em combinação com as novas rubricas:
ofício é da festa, sem comemoração da oitava. Se uma fes-
ta ocorre durante a oitava privilegiada da mesma pessoa ou 1.° Só festas de 1. a e 2.a classe, e as próprias de rito
no oitavo dia o ofício é do mais nobre e se omite ou acres- duplex ou semiduplex são, se fôr preciso, transferidas; as
centa a comemoração do outro. Por exemplo ocorre du- outras simplificadas ou omitidas.
rante a oitava privilegiada do S. Coração de Jesus, a festa 2.° Nas festas com privilégio de transladação, a prefe-
do Preciosíssimo Sangue, de 1. a classe. O ofício é do Pre- rência depende também da qualidade histórica, a saber, se
ciosíssirno Sangue, sem comemoração da oitava, por ser o o dia em questão é natalício, quase-natalício ou assinalado.
mesmo mistério. (A. B. IV, n. 7.) (Cf. n. 864.)
871. Quando se devem transferir mais que uma festa de a) Se as duas festas no dia da nova festa estão no dia
l. a e 2. a classe por ocorrerem no mesmo dia ou na mesma natalício do santo ou quase-natalício, transfere-se a nova, a
oitava ou época privilegiada, observa-se a norma estabele- não ser que uma delas mereça ser preferida segundo as re-
cida nas regras da preferência. gras de preferência.
Em 1.° lugar serão transferidas as festas da Igreja uni- b) Se uma festa está no dia natalício, a outra no dia
versal de l. a classe, depois as festas particulares da dedica- quase-natalício, a 1.a é preferida, a não ser que a segunda
n►ereça preferida de acôrdo com as regras de preferência.

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438 II. Liturgia Especial. Ofício Divino 439
R e u s, Curso de Liturgia

c) Se uma festa está no dia natalício ou quase-natalí- TABELLA OCCURRENTIIE


cio, a outra no dia assinalado, a segunda é transferida. Si occurrat eodem die
d) Se as duas festas estão no dia assinalado, a nova
313161518 6---3 3 16
transfere-se. Duplex I clas.'101113 113131313 16866364
Duplex II clas.101313 1131613171 -8-11. 41 44
TABELLA CONCURRENTUE Dies Oct. com . 101313 313 1 4 17
31-3-17 4
^4-1-4- 1T171 1-7r
3 1 3 7 1 4 4 41410

0 _
.2 Duplex maius 101313 3 1 3J
Quando concurrit iS30
Duplex minus 3 3 1 4 3 1 7 1 4 1 4 4 4 17-1 1 4^ 4 ^i4
.

!3 14141414
3 3147 141414

Vigilia 1
14 Semiduplex I3C 3 ^ -0
01-14-44 1 4l4
vommica 0 4 1 4j 4 4 4 4 3 3 0 Diesin fr.
`
2 1 211-4-
4-4-71-
Oct. com. 0 1 3 1 3 7 1 4 1 4 4 1 4 1 4 1 4 4
Duplex I classis .

Duplex II classis
12 2 21414 4 414 4 5 4 2 41414 4141414^ 14 41212101010
Dies Octava privilegiata
12 2 2 414 4 4 4 5 3 4 Dies Oct. simplex 1 3
011_2_
0 4 41414 4141414 0 4121-0-1-4- 1414
4 41
Dies Octava communis
14 4 4 414 4 4 4 3 3 4 Simplex 1 4 1 4 1 4 41 4 1 4 4 1 41 4 1 4 4 4 1 2:171 1 ^

4 4 41414 4 4 5 3 1 3
Duplex mauls 4 4 4 414 4 5 3 3 1 3 " C C C
Duplex minus 1 Officium de 1 n C n C G C C7 C C C C C c^ ro o00
14 4 4 414 5 3 3 3 1 3 nihil de 2. ^" ^ . m
Semiduplex 14 4 41415 3 3 311 f 3 HxCÇ ^C x x -t ('
2 Officium de 2,P. O C
- -

Dies infra Octavam privilegiatam 1 4 0 0 0 3 3 3- 3 3 3 3 - -ã PN


Dies infra Octavam communem 14 0 01013 3T3 3 1 nihil de 1. `^ ^" .-
1 3 x p.) <-: C 5
1 Totum de sequenti, nihil ,de 3 Officium de <
N C °a
< G n n p,
^ , ' oo
pra:cedenti. C C
C C C C
5
1, commemo S o < < o o nc • ^. ? " wÚ cn
C C ratio de 2. a w <
ox 2 G C
2 Totum de pr ecedenti, nihil n. 2'
E, 2 : C ^: 2• E• 4 Officium de on --=
_ 5' q; _
de sequenti. m'
ci " 2 2, commemo o <rn °Q
< C °? ó 0
G E. C G ,4 • 5
5' 2. a C C ratio de 1. r• a ~w
a m •c •.c c 4m . s^ - 4
3 Totum de sequenti, comme-
mora o de pra:cedenti. á C
°, ^ ' •ti (/q
C 5 Off icium de 1,
translatio de
5 ^• 2 ' CA 'á
c• =
co o a P 2 ,
fl:
ó •° 5 rs y 53.
1 Totum de pr ecedenti, com- ¿' m ,a 6 Officium de 2, çL"
memoratio de sequenti. - r' 5- translatio de FD-
m
-a r14 1.
,=;' C m' a=
5 Totum de nobiliori, comme- F 7 Officium de w
moratio de alio; in paritate, nobiliori, com- o
a capitulo de sequenti, com- memoratio de o
memoratio de pra cedenti. alio.
2 (sequens) officium 8 Officium de

II
nobiliori,
Na série vertical estão coordenados os ofícios que podem ter translatio de
concorrência nas segundas vésperas. Por isso faltam os ofícios da alio.
festa simplex e de B. Maria in Sab., pois que nunca podem ter se-
gundas vésperas. Na série horizontal se acham os ofícios que po- 2. Officium
dem ter concorrência nas primeiras vésperas. (Piacenza, In nov.
rubr. p. 182.)

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440 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 441

§ 171. AS COMEMORAÇÕES nem nas festas de primeira e segunda classe. (Cf. Rub.
872. I. Normas das comemorações. 1. gen. IX.)
0 domingo, inclusive (Dom., Fer., .
o antecipado, é sempre comemorado nas duas vésperas e nas 875. 10. A nona lição no oficio de tempore
laudes e, além disso, com nona lição; mas o domingo ante- Vig.) é a, primeira lição do evangelho respectivo ou as três
cipado não tem comemoração nas segundas vésperas. lições reunidas. (Rub. gen. IX, n. 9.)
2. A vigília da epifania é comemorada como um do- a) Em primeiro lugar
876. II. Ordem das comemorações.
mingo. vêm as comemorações inseparáveis do ofício, como de S.
3. As oitavas privilegiadas do mesmo modo. Paulo nas festas de S. Pedro e viceversa.
b) Exceto esse caso particular é comemorado primeiro
,
4. As férias maiores sempre são comemoradas, mas de
modo diverso: a) as férias do advento nas laudes e vés- o ofício em concorrência (precedente ou seguinte).
peras; nas quatro têmporas além disso com nona lição; b) c) Depois se segue a comemoração: 1. de cada do-
as férias da quaresma nas laudes e vésperas e com nona mingo e da vigília da epifania e, antes do domingo comu m .

lição; c) as férias das quatro têmporas de setembro e da e da vigília, a de qualquer ofício de Nosso Senhor.
segunda-feira das rogações nas laudes e com nona lição. 2. do dia infra octavam da epifania ou de corpo de Deus;
873. 5. 0 oitavo dia comum e as festas de rito 3. do oitavo dia duplex maior;
duplex e
semiduplex omitem-se nas festas primárias de primeira clas- 4. do duplex maior;
se da Igreja universal; nas outras festas de primeira classe r 5. do duplex minor;
faz-se a comemoração dêles nas laudes. Nos outros ofícios 6: do semiduplex;
são comemorados nas vésperas e laudes. Os dias infra octa- 7. do dia infra octavam de natal, ascensão e Sagrado
vam omitem-se nos dias de rito duplex de primeira e segun- Coração de Jesus;
da classe. 8. do dia infra octavam comum;
6. As vigílias são comemoradas nas laudes e com nona 9. da sexta-feira depois da oitava da ascensão;
lição. Se a vigília ocorre nas férias maiores, omite-se a co- 10. da féria maior;
memoração no ofício, mas na missa é comemorada. Nas fé- 11. da vigília;
rias do advento, que não têm missa própria, diz-se a mis- 12. do oitavo dia simplex;
sa da vigília com comemoração da féria. 13. do simplex. (A. B. VII, 5.)
874. 7. 0 oitavo dia simplex e a festa simplex omitem-se 877. III. Modo de fazer as comemorações. 1. As comemo-
nos dias de rito duplex de 1. a classe. Nos dias de rito duplex rações nas vésperas e nas laudes se fazem pela antífona con-
de 2.a classe tern comemoração nas laudes, a festa de rito veniente, versículo e oração. Se a antífona e o versículo se
simplex (e não o oitavo dia simplex) com nona lição histó- compõem de palavras idênticas às usadas na mesma hora
rica ou estritamente própria; nos outros ofícios, nas vésperas canônica, devem ser substituídas pela maneira indicada nas
e laudes é comemorado, a festa com nona lição como nas rubricas gerais e nos decretos.
festas de 2. a classe.
878. 2. Quando se deve fazer só uma comemoração do mes-
Da festa por acaso simplificada de todos os Ss. Sumos mo comum (p. ex. Commune confessorunt non pontif.), de-
Pontífices S. R. E. não se diz lição nona. (Brun. 1935; Epli. vem-se observar as regras seguintes (Rub. gen. IX, n. 8) :
to-
Lit. 1939, p. 136.) a) Tratando-se da° comemoração de um simplex,
8. As férias comuns (per annum) não têm comemo- mam-se nas vésperas a antífona e o versículo das laudes, nas
ração. laudes das primeiras vésperas.
9. 0 ofício do dia seguinte sempre é comemorado, ex- b) Tratando-se da comemoração de uma festa simpli-
ceto as festas de rito simplex e dias infra octavam conrum- ficada, que deve ser comemorada nas duas vésperas, reza

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442 R e u s, Curso de Liturgia 443
II. Liturgia Especial. Oficio Divino

se nas primeiras vésperas a antífona e o versículo das se- tro, a não ser que se trate de mistérios diversos do Senhor.
gundas vésperas; nas laudes, a antífona e o versículo das O mesmo se faz na concorrência. Se são iguais em dignidade,
primeiras vésperas. Se por causa da concorrência a festa sim- as vésperas são do ofício precedente sem comemoração do
plificada tiver só uma comemoração nas vésperas, é come- seguinte. (Notanda n. 8.)
morada como o simplex (supra a).
Idênticos são os ofícios de Nossa Senhora e os do mes-
c) Se nas segundas vésperas da festa de urna mo santo. No oficio da sagrada família omite-se a come-
santa
deve-se fazer a comemoração de Nossa Senhora in Sabbato, moração de Maria Santíssima ou de S. José. (d. 3929 ad 2;
toma-se o versículo Benedicta, das laudes. 4042 ad 3.) P. ex., na igreja, cujo titular é a sagrada famí-
d) Sendo as orações idênticas, a festa comemorada tira lia, inclusive durante a oitava da epifania, a terceira' ora-
a oração do comum respectivo. ção não pode ser de Beata, mas do Espírito Santo.
879. 3. Quando ocorrerem 3 ou quatro comemorações do Idênticos são os mistérios do Santíssimo Sacramento, da
mesmo comum, p. ex., 4 Mártires, o d. 4042 dá a regra se- paixão, do Preciosíssimo Sangue, do Sagrado Coração de
guinte: Jesus, da santa cruz, do SS. Redentor (d. 3712), de natal.
Nas primeiras Vésperas: (d. 4385.)
II. Ant. et V. de 1. Vésperas (é o Mártir do Ofício). § 172. HINOS
2. Ant. et V. de 2. Vesp. 881. 1. Quando no mesmo dia ocorrerem vários ofícios,
3. Ant. de Laud., V. do que têm conclusão (doxologia) própria dos hinos, ou versí-
2. Not. os Mártires comemorados. culo próprio em prima, a conclusão e o versículo tomam-se
4. Ant. et V. do 3 Not. do ofício recitado e a conclusão diz-se em todos os hinos
Nas Laudes: do mesmo metro. Esta mudança da conclusão só se faz nas
1. Ant. et V. de Laud. festas de Nosso Senhor e de Nossa Senhora e não nas de
2. Ant. et V. de 1 Vésp.
um santo.
3. Ant. de 2. Vésp., V. do 2 Not.
2. Se o ofício, que é celebrado, não tem doxologia pró-
4. Ant. et V. do 3 Not. pria, diz-se a doxologia própria do ofício comemorado.
Nas segundas Vésperas: 3. Se houver vários ofícios comemorados com doxolo-
1. Ant. et V. de 2 Vésp. gia própria, a doxologia de uma festa prefere-se à da oita-
2. Ant. et V. de 1 Vésp. va, a doxologia da oitava à do tempo.
3. Ant. de Laud., Vers. do 2 Not.
4. A doxologia omite-se, se nas vésperas não houver
4. Ant. et V. do 3 Not..
comemoração da festa ou oitava simplex ou de Beata in
4. Se nas vésperas de uma santa virgem houver come-
Sabbato.
moração de outra virgem, para esta deve-se tomar a antí- 5. Nos ofícios do tempo do advento, os hinos nunca
fona das laudes.
5. A comemoração de uma oitava nas vésperas deve-se têm a doxologia Jesa tibi sit, nem nó domingo durante a oi-
tava da Imaculada Conceição, e em prima nunca se diz Qui
tirar das primeiras vésperas, se concorrer no dia seguinte o obri-
ofício de die infra oct. ou do oitavo dia, isto é, quando se natas es. O versículo Qui venturas es in mandam, é
gatório em todos os ofícios, inclusive de santos.
diz um dêstes dois ofícios. Se, porém, no dia seguinte a oi-
tava é só comemorada, isto é, quando é simplificada e não. 882. 6. No hino Iste confessor, o terceiro verso se muda
se diz o ofício dela, a antífona e o versículo são das segun- (m. t. v. - mutatur tertius versus), quando a festa do con-
das vésperas. (d. 3843.) fessor ou as primeiras vésperas (ao menos o capítulo) não
se celebra no aniversário da morte. Durante a oitava o hino
880. 6. Em caso de identidade de dois ofícios na ocorrên- é rezado como na festa. Quando a festa fÕr impedida no
cia reza-se o mais digno e omite-se a comemoração do ou- dia próprio e transferida para um dia durante a oitava, o

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II. Liturgia Especial. Ofício Divino 445
444 R e u s, Curso de Liturgia

1. No princípio todos, estão de pé. Para o celebrante e


hino reza-se como se tivesse sido celebrada a festa no dia os acólitos preparam-se mochos do lado da epístola.
próprio. (d. 2365 ad 3.)
2. Neste caso, no princípio das vésperas não se diz
883. 7. Se uma festa tiver três hinos próprios e estiver im- Pater, Ave.
pedido o primeiro das vésperas, êste será recitado nas ma- 3. Cada cantor entoa e repete a sua antífona, de pé.
tinas, o hino das matinas nas laudes, o hino das laudes nas 4. Depois de se ter rezado a primeira antífona e o pri-
segundas vésperas. Se as segundas vésperas também forem meiro verso até ao asterisco, todos se sentam.
impedidas, o hino das primeiras vésperas junta-se ao das
matinas, contanto que sejam históricos, do mesmo metro (d. 5. Tendo-se entoado a antífona ao Magnificat, todos se
levantam.
2682 ad 43) e não reproduzam as mesmas idéias. Esta mu-
dança não se faz durante a oitava. (d. 4078 ad 1.) Se o 6. 0 celebrante diz: Pater noster; todos se ajoelham;
hino próprio não é estritamente necessário para a integri- Et ne nos. Oremus: Só o celebrante se levanta e diz a ora-
dade da história, é preferido aos hinos do comum, como se ção; Requiem; Requiescant.
disse acima, mas a sua junção a outro hino só é permitida 886. 7. Neste caso, no princípio das matinas, omite-se Pa-
na recitação privada, não é prescrita (d. 4262 ad 4) ; é proi- ler, Ave, Credo.
bida no côro. 8. Os cantores entoam o invitatório, todos de pé. Ao
Venite adoremos, todos se ajoelham com os dois joelhos. (d.
§ 173. OFICIO DOS DEFUNTOS 1322 ad 13.)
884. 1. No dia de finados o ofício de defuntos é recitado 9. Diz-se o primeiro noturno (no 2.° e 3.° noturnos, o
com rito duplex como está no breviário no dia 2 de nov. mesmo cerimonial). Tendo-se recitado a primeira antífona
2. 0 ofício de defuntos é duplex também no dia do e o primeiro verso até ao' asterisco, todos se sentam, até que
entêrro, no 3.°, 7.0, 30.°, no aniversário e num dia depois de se tenha dito o versículo com o responsório no fim do pri-
receber a notícia da morte de alguém, e tôdas as vêzes que meiro noturno. O Pater noster antes das lições não é entoa-
fôr recitado solenemente. (Rubr.) do, mas sim rezado em voz baixa, ficando todos de joelhos.
3. 0 invitatório se diz no ofício de três noturnos, sen- 10. Durante as lições e responsórios todos estão asses-
do o rito duplex ou serniduplex ou com um noturno, se o tados até à antífona ao Benedictus, inclusive. As lições são
rito fôr duplex. (Rubr. gen. XIX. Rit. VI.) recitadas pelos clérigos mais jovens.
4. Fora do dia de finados podem-se dizer um ou três 11. Ao Benedictus todos se levantam.
noturnos. No dia do entêrro se reza sempre o primeiro no- 12. Quando o celebrante entoar Pater noster, todos se
turno, em outros dias se diz o primeiro noturno no domin- ajoelham.
go, na segunda e quinta-feira, o segundo noturno na têrça 13. Das orações tona-se urna qualquer conveniente. Na
e sexta-feira, o terceiro na quarta-feira e no sábado. (Rit. oração Absolve depois das laudes, acrescenta-se ao nome a
VI, c. 4.) palavra Sacerdotis, se o falecido foi sacerdote. (Rit. VI,
5. 0 salmo Lauda nas vésperas e o salmo De profundas c. 3, n. 5.)
não se dizem no ofício do dia do entêrro, nem em outros 14. 0 celebrante funciona no ofício sem estola, mas pode
dias com rito duplex. (Rit. VI, c. 4.) também pô-la.
885. 6. Cerimonial no dia de entêrro. Se o cadáver entra 7. Se depois de urna missa com eça houver exposição
na igreja, os cantores entoam Subvenite. No ofício de defun- do SS. Sacramento, sendo possível, retira-se a eça ou ao
menos apaga n-se as velas em redor dela. (d. 3582 ad 2.)
tos, o celebrante não entoa antífonas, nem lê lições, mas diz
somente a oração com os versículos que a precedem e se
lhe seguem.

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446 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 447

§ 174. AS FESTAS PARTICULARES DA DEDICAÇÃO, II. Coordenação do ofício


DO TITULAR E DO PATRONO 890. 0 ordo traz só as oitavas das dioceses. As outras oi-
I. Obrigação de celebrar estas festas lavas particulares devem ser organizadas pelo respectivo sa-
cerdote com auxilio das tabelas de concorrência e ocorrên-
887. 1. A festa da dedicação da igreja, seja catedral, aba- cia e das indicações seguintes:
cial, paroquial, ou de uma ordem religiosa, é sempre primá- 1. Estas três festas particulares de uma igreja, oratório
ria e festa do Senhor.
ou lugar são celebradas com ofício e missa no próprio dia.
2. A festa do titular da igreja ou do patrono do lugar
Só são transferidas, se ocorrem 'com uma festa primária da
(cidade, diocese ou nação) é primária. Titular de urna igreja
Igreja universal ou com urna oitava privilegiada 1.i ordinis.
significa a Pessoa divina (Cristo Rei, Espírito Santo) ou o (Pásc., Pent.) A festa de S. Luís Gonzaga, titulo da matriz,
mistério (Santíssima Trindade, SS. Sacramento) ou o santo, ocorrendo durante a oitava de corpo de Deus, é celebrada
a quern a igreja está dedicada, de quem tem o nome. (d.
no dia 21 de junho. Pois esta oitava é 2.z ordinis. (Cf. Ta-
3048.) 0 titular é designado na consagração ou bênção so- bela n. 3: Officium: de S. Luis, comem.: Corpo de Deus.)
lene da igreja e não pode ser mudado sem indulto da Santa
Nas primeiras vésperas não há comemoração senão do
Sé. O mesmo vale do titular de um altar fixo. (Cân. 1201, § 3.)
domingo ou de uma féria maior ou oitava privilegiada ou
888. Muitas vêzes chamam o titular da igreja também pa- de festa precedente de 1." ou 2. a classe.
trono. Mas o patrono é sempre um santo, nunca Pessoa di- O ofício da festa da dedicação está indicado no bre-
vina. O padroeiro de um lugar é o santo, que um lugar, uma
viário: Commune Dedicationis. O ofício do título e padroei-
cidade, uma nação escolheu para intercessor junto de Deus. ro do lugar ou é próprio (S. Cecilia) ou se tira do comum.
(d. 3048.)
(S. Luis Gonzaga: Commune Confessoris non Pont.)
889. 3. As festas particulares da diocese: a) a dedicação
da igreja catedral; b) o título da catedral; c) o patrono 891. As lições 'do 1.° not. ou são próprias, indicadas no dia
principal da diocese, são celebradas com rito de 1.a classe, do santo, ou do comum, e não da escritura ocorrente.
com oitava comum, por todos os clérigos in sacris nela resi- As lições do 2.° not. são do breviário. Se há só uma
dentes, sem oitava pelos religiosos, que possuem um ordo lição do santo, esta se reza em primeiro lugar, e as duas ou-
próprio. tras tiram-se do 2.° not. do comum, mudando os responsó-
4. As festas particulares da igreja própria (matriz, do rios. As lições do 3.° not. escolhem-se conforme o evange=
seminário, do hospital), da dedicação, se estiver sagrada, lho indicado na missa (d. 2839 ad 6.) Se ocorrer um do-
do titulo, se ao menos é benta solenemente, será celebrada mingo ou uma féria maior, dêles se diz a última (9) lição.
com rito de 1. a classe e oitava comum, por todo o clero ads- 892. Nas laudes e na missa é comemorado o domingo, fé-
crito à paróquia (pároco, pró-pároco, coadjutores), ou ^l ria maior, oitava privilegiada. Se no ofício houve 9." lição,
igreja (reitores, professores internos, alunos do seminário, na missa há último evangelho.
reitores dos hospitais, etc., nomeados pelo ordinário). (C Além dêstes ofícios devem ser comemorados o duplex e
P., n. 727-739.)
5. A festa particular do padroeiro principal do lugar, o semiduplex ocorrente nas laudes e na missa não cantada.
em que residirem, contanto que êsse padroeiro seja eleito A missa é própria ou tomada do comum e tern Credo
canônicamente, será celebrada por todos os clérigos in sacris durante a oitava. O prefácio é comum ou próprio, p. ex.,
com rito de L. a classe e oitava comum (d. 4312 ad 4), sem do Sag. Coração de Jesus, e reza-se todos os dias, se não
oitava pelo clero regular, que tem ordo próprio. ocorrer uma festa com prefácio próprio (p. ex., dos apósto-
6. Os religiosos celebram a festa do seu fundador e do los). No domingo toma-se o prefácio da SS. Trindade. (Cf.
titular da ordem com ofício de l. a classe e oitava comum. n. 580.)

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448 R e u s, Curso de Liturgia
1I. Liturgia Especial. Ofício Divino 449

Nas segundas vésperas é comemorado somente um du- tem parentesco ou afinidade, todos se devem celebrar com
plex, semiduplex, domingo, féria maior e oitava privilegiada.
o rito de 1." classe e não se podem separar. Por exemplò,
893. 2. Os dias durante a oitava são de rito semiduplex se- se S. Julião (18 de julho) é patrono da minha igreja, 'tam-
cundário (d. 3886), cedem portanto a festas de rito bém sua mãe, S. Sinforosa e seus irmãos terão o rito de 1."
e semiduplex primários. Se ocorrer uma festa duplex
duplex e semi- classe. O nome de Juliano e os pormenores da sua vida põem-
duplex, a oitava só é comemorada antes de urna féria ou de
se em primeiro lugar.
um simplex. No domingo só e comemorada a oitava, sem
Se os santos são reunidos só por ocasião, porque mor-
sufrágio no ofício e sem terceira oração na missa, se não reram no mesmo dia, são separados os sócios e celebrados
houver uma festa simplex ou simplificada. Se ocorrer um
simplex ou uma féria (de ea), entra o dia corn o rito competente. Se os sócios no calendário têm tam-
infra oct. semi-
duplex e o simplex é comemorado. Os salmos são da féria. bém o rito de 1." ou 2." classe, a sua festa será transferida
com o seu rito para o próximo dia livre; se têm qualquer ou-
Na missa da oitava haverá ao menos três orações: 1. da tro rito, são comemorados ou omitidos conforme as rubricas.
oitava; 2. de Beata; 3. Ecclesice vel pro Papa.
Se o título São Tadeu é titular da minha igreja e está no calendário junto
é Maria Santíssima, a 2.°' oração é de Spiritu Sancto. com S. Simão com rito de 2." classe. Não há parentesco. S. Tadeu
Se houver uma oração idêntica, muda-se (cf. n. 575). é celebrado com rito _de 1." classe, a festa de S. Simão transferida
A comemoração da oitava no ofício faz-se corn a an- para o dia próximo livre, conforme as rubricas, com o seu rito de
tífona e o versículo das 2. as vésperas. E', porém, das primei- 2." classe.
Na catedral de N. os titulares são S. Tiago, apóstolo, e S. Cris-
ras, quando depois de um duplex ou semiduplex segue o ofí- tóvão, mártir (25 de julho). São unidos só por ocasião. Por isso
cio da oitava. Não há nenhuma comemoração da oitava numa S. Tiago é celebrado com rito de 1." classe, S. Cristóvão com rito
festa de 2. a classe. (Cf. n. 879.) de 1." classe transferido para o próximo dia livre, conforme as ru-
bricas (d. 4122) quer dizer, para o dia 26, e a festa de S. Ana
894. 3. O oitavo dia é duplex maior e segue as regras co- transferida para o dia 27, se não for domingo.
Se S. Sebastião (20 de janeiro) é titular, a festa dêle é de l.a
muns. E' comemorado (sem 9." lição) nos domingos e fes- classe. O companheiro, S. Fabião, de rito duplex, é comemorado só
tas de 1.a e 2.a classe. Nas festas de 1. a classe só tem come- nas laudes e missas rezadas e a vida dêle omitida no breviário.
Se S. Pedro (29 de junho) é patrono, na missa e no ofício
moração nas laudes e missas rezadas. Se ocorrer a festa num nada se muda. Se S. Paulo é patrono, a sua festa no dia 30 de
domingo ou outro dia, em que principiou a leitura de um junho é de 1." classe e a sua oitava termina no dia 6 de julho, por-
novo livro da escritura sagrada, esta lição deve ser transfe- que a oitava é comum aos dois apóstolos. (d. 3114 ad 1.)
rida, conforme às rubricas, para o primeiro dia seguinte, Na minha igreja há uma relíquia insigne de S. Crisanto, de rito
duplex maius,
simplex no calendário. A sua festa é elevada ao rito
em que há lição da escritura ocorrente. A missa do domingo com credo, junto com a da sua esposa, Daria (25 de outubro).
impedida pela festa deve ser adiada para um dia da semana Há uma relíquia insigne de S. Isaque, mártir de ordem religiosa.
livre de duplex e semiduplex primário. A festa celebra-se com rito de 2." classe. (d. 4317 ad 1.) Se a re-
líquia é de beato, a festa é de rito duplex maius. (1. c.)
895. 4. As oitavas das festas particulares acabam:
a) no dia 17 de dez. e começam outra vez no dia 26 O patrono secundário. Se o patrono ou santo próprio do
(d. 4311 ad 2); lugar (relíquia, etc.) que deve ser celebrado com rito de
b) desde a quarta-feira de cinza até domingo de pas- duplex ou semiduplex, está escrito no calendário com rito
coela; de simplex, a festa do santo é elevada ao rito concedido a
tal festa, e os companheiros são comemorados como com-
c) desde a vigília de pentecostes até à festa da SS.
Trindade. pete ao simplex. Se, porém, êstes santos são consanguineos
5. 0 patrono principal com companheiros. ou companheiros de martírio no mesmo lugar e dia e pela
Se o patro- mesma causa, todos são celebrados com o rito de que goza
no principal, o titular, um santo, cuja festa é própria do o santo próprio do lugar. Se êle está inscrito no calendário
lugar (A. B. II, n. 2) corn o rito de 1. a ou 2.a classe, está
com os outros santos com o rito duplex ou semiduplex, to-
inscrito no calendário, unido com outros santos com quem dos são celebrados com o rito que compete ao próprio do
Curso de Liturgia - 29

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450 R e u s, Curso de, Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 451
t

lugar. Mas nestes casos o nome e os pormenores da sua vida também a primeira. Depois de ser entoado o primeiro sal
são separados e mencionados no primeiro lugar. (A. B. mo, todos se sentam até ao fim da última antífona.
IX n. 5.)
898. 5. Capitula. O C, de pé, canta a capítula e entoa o'
Note-se que s e . trata de santos companheiros inscritos hino. O versículo e o responsório são cantados pelo côro, a
no calendário e não no martirológio. Pois os companheiros antífona ao Magnificat pelo C. Entoada a antifona, o C sen-
inscritos no martirológio não têm ofício nem direito a ofício. icat, fazendo, o
ta-se, levanta-se ao primeiro verso. do Magnificat,
(Piacenza, in nov. rub. p. 136.) sinal da cruz, e vai para o altar. Tendo entoado, de pé, o
§ 175. AS VÉSPERAS ORDINÁRIAS CANTADAS hino Ave Maris Stella, Veni Creator Spiritus, Tantum ergo,
ajoelha-se, sem fazer antes genuflexão no degrau, do lado"
896. 0 ofício divino solene só é obrigatório por direito co-
da epístola e permanece de joelhos durante tôda a estrofe
mum nas igrejas catedrais e colegiadas, em outras igrejas (d. 1583 ad 7) e volta para o banco, onde entoa a antífona.
por lei particular, se houver.
ao Magnificat.
Onde não há obrigação do côro, as vésperas cantadas
para o povo não precisam ser conformes ao ofício do dia, 899. 6. Incensação do altar. O C genuflete no degrau infe-
mas podem ser de outro ofício, p. ex., do SS. Sacramento, rior, sobe, beija o altar, põe incenso no turíbulo e incensa:'
de Nossa Senhora. Os clérigos, obrigados ao ofício, devem o altar como antes do intróito da missa. Entrega o turíbulo
ao M. de C. ou ao turiferário, vai ao meio do altar, faz in-
recitar privadamente as vésperas do dia. (d. 3624 ad 12.)
clinação de cabeça à cruz, desce ao plano, genuflete e volta
2. Paramentos. O C veste a sobrepeliz e o pluvial da
para o banco, onde é ,incensado. com três ductos duplos..
côr do dia. Se as vésperas são a cap. de seq., a côr é do
Depois da repetição da antífona, o C canta Dom_ vob. e a'.
ofício seguinte. O C não põe estola. (d. 2956 ad 5.) Mas, oração. Se houver comemorações, os cantores cantam a an-
se depois das vésperas há bênção eucarística, já nas vés-
tífona e o versículo, o C canta a oração. Depois o C: Dom..
peras põe estola. Quando o C veste o pluvial, deve incensar
vobisc., os cantores: Benedicdmus Domino, o C: Fidelium
o altar, se não veste, não é lícito incensá-lo. (d. 3844 ad 2.)
anirnce.
Se o Santíssimo não está exposto no altar da função, pode Depois vai para o altar, reza, de pé, Pater noster em
ser incensado também o altar do santo, cuja festa ocorre
voz baixa, diz Dominus det..., o côro canta a antifona ma-
(d. 3547), ou desde o altar a sua imagem, colocada perto riana própria do tempo de pé ou de joelhos conforme às ru-
do altar, ou a imagem do Menino Jesus no presépio no altar bricas, o C, de pé, o versículo e a oração e com voz medío-
lateral. Se o Santíssimo está exposto, outros altares não po-
cre: Divinum auxilium. (C. E. II, c. 3 sqq.) A antífona ma-
dem ser incensados. (d. 2390 ad 6.) riana não é obrigatória, onde não há obrigação do côro. (d...
3. Inclinações. O C tira o barrete e faz inclinação ao 3574 ad 1.)
SS. Nome de Jesus, de Maria, e do santo, de quem se reza IIi SECÇÃO.
o ofício ou a 'comemoração, ao Gloria Patri, ao Sit nomen
Domini benedictum do salmo Laudate pueri. Faz a inclinação OS SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS
para o livro, quando está assentado, à cruz do altar, quando § 176. 0 BATISMO
está de pé.
900. I. Preparativos. 1. São necessários: Oleo dos catecúime-
897. 4. Princípio. Chegado ao altar, genuflete no plano, nos, santo crisma, sal, concha para derramar a água sôbre
ajoelha-se no degrau inferior e reza Aperi. Genuflete no de- a cabeça do batizando, bacia para recolher a água servida
grau, põe o barrete e vai para o banco. De pé reza Pater e do batismo, se não escoa imediatamente para a piscina, sen-
Ave, entoa o Deus in adjutorium, fazendo sôbre si o sinal da (lo proibido deixar cair a água na pia batismal; o algodão
cruz e entoa a primeira antífona. As outras são entoadas para limpar os lugares ungidos, duas estolas de côr branca
pelos cantores, que, em caso de necessidade, podem cantar e roxa, ou uma dupla (d. 3086 ad 7), miolo de pão ou al-
29''

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452 II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 4532
, R e u s, Curso de Liturgia

godao para o sacerdote limpar os dedos , véu bronco on capa se os padrinhos estivessem ausentes e não escreva os no-
, ou toalha para impô-lo na cabeça da criança, vela de cera„ mes dêles no livro dos batizados. (C. B. n. 175.)
=que se -entrega ao padrinho, e livro dos batizados.. Neste caso se batiza praticamente sem padrinhos legais e as
pessoas que tocam na criança no ato do batismo não contraem pa-
`901. 2. 0 batismo deve ser conferido sokenemnerrte,, i. é,. cum rentesco espiritual com a criança batizada. Por isso os seus nomes•
'tôdas as cerimônias do ritual. (Cân. 737, § 2;..) 0 hatisma são omitidos na ata do batismo.
Não é preciso fazer perguntas odiosas, para descobrir os defei-
'privado (água de socorro) só é licito ern. perigo de Horta. tos mencionados nos padrinhos, porque a lei trata de deficiências
ç.(:cân.'- 9) e exige, se é conferido por ïam sacerdoteou (M- notórias e públicas. Mas sempre é necessário perguntar se os padri-
nhos são católicos. Pois, se o não forem, não podem ser padrinhos.
Tono, as cerimônias, que seguem o bati'snrro no ritual.. As cLe- Repeli-los, causa facilmente a apostasia de tôda a família. Por isso
rimônias omitidas devem ser supridas q, a , to, amte na i ;re se deve agir conforme foi dito. Se um é católico, sirva êste de padri-
ja. (Cân. 759.) nho e o nome dêle se escreva no livro de batizados. Se os dois são
hereges e não é possível achar pessoa católica apta, consideram-se
3. Em casa o batismo solene nã:o, pode ser admiti straudb como não presentes, faz-se o batismo com o aux il io material destas
• fora de perigo de morte, a não ser ens caso extraordiitrarib, pessoas, mas os nomes dêles não se assentam no livro dos batiza-
dos. "E' melhor batizar sem padrinho, se não houver outro meio."
-com licença do ordinário do lugar e quando se. tatos de llu (S. Off. 12-12-1860, A. S. S. XXVI, p. 448.) 0 vigário não deixard .

gares notavelmente afastados da matriz: ou d`e oratória pú- de avisar os pais em ocasião oportuna que em tal caso procederam
blica. muito mal.
A ninguém é permitido batizar solenemeritte antes de 904. 6. 0 pároco atenderá para que ao batizando seja im-
nascer ou depois do pôr do sol„ a nãoser com licença do or posto um nome cristão. Se, porém, o não conseguir, acres-
dinário do lugar, ao menos presumido, num caso urgente e. centará ao nome dado pelos pais o nome de algum santo
imprevisto. (C. B. n. 180.) e inscreverá ambos os nomes no livro dos batizados. (Cân.
761.) Nem é preciso pedir a licença dos padrinhos. 0 direito
' .:902. 4. Interrogatório prév&& Para evitar dificuldades re-
canônico dá a autorização necessária. (P. C., n. 182.)
pentinas; tomem-se as informações • necessárias. (R'it. t. l if
Mas muitos nomes são abreviação de nome de Santos. P. ex.,
c. 1 n. 69) : 1. Se pertence a criança freguesia?' (Câni.. Ramão, Raimundus; Geni, Eugenius; Ceci, Ccecilia; Rucieri, Rizieri,
738, § 2.) 2. Como se chama a criança? 3ï. Quando nasceu? Rogerius; Finoca, Fini, Fifi, Joseph; Bibi, Bibiana; Amélia, Mili,
4. Não se pergunte: "é filho legitimo?" Quase sempre a res- /Emilius; Colita, Nicolaus; Cotica, Clotildis; Guiomar, N. S. Guia
do Mar; Lia, Jdlia; Lola, Dolores, M. SS.; Olga, Olegarius; Ado,
posta - será afirmativa, apesar do casamento: . sd civil dos pais, Adolphus; Gilles, Aquilles; Oberon, Albericus; Alice, Elisabeth; Asta,
_Mas pergunte-se: - "Os pais são casados pela religião?" Quan- Anastasia; Nina, Antonius; Arno, Arnoldus; Bela, Beta, Beleta, Lili,
do se responde que sim, tem-se. a legitimidade da prole, Elizabeth; Gita, Brigitta; Dina, Bernardinus; Ela, Helena; Zita, Fe-
licitas; Enzio, Henricus; Armando, Hermannus; Hona, Helena; Neli,
5. Foi batizado em casa? Quem fêz o batizado? Como Cornelius; Laura, Laurentius; Cuno, Konradus; Vico, Ludovicus;
fêz? Se foi leigo: há testemunhas de que a pessoa batizou Mia, Mizzi, Mimi, Maruca, Maria; Mina, Minha, Vilma, Elmo, Gu-
lielmus; Udo, Otto; Raul, Ralf, 'Rudd, Rudolphus; Ulla, Ursula;
corretamente? (Cân. 742, ,§ 1.) Vali, Valeria; Vera, Veronica.
6. Nome dos pais. 7. Nome dos padrinhos. Se vieram 905. 7. 0 rito do batismo dos párvulos pode-se usar com {

mais de dois, não é preciso declarar que é proibido ter mais os meninos até à idade de 14 anos. (C. P., n. 166.) Mas
de dois. Mas assente no livro os dois primeiros, para evitar os párocos não batizem os maiores de 7 anos; sem que se-
sérias dificuldades. 8. Se são católicos. jam previamente instruidos na doutrina, sem que saibam ao
903. 5. Se um dos padrinhos é incapaz para as funções de menos os principais mistérios da religião e tenham as disposi-
padrinho, sendo mação declarado, pecador público, casado só ções necessárias. (C. P., n. 163.) 0 batismo solene celebra-
civilmente, mulher vestida sem pudor, o sacerdote contente- se sempre nas matrizes ou igrejas que tenham provisão de
se com a parte apta para isso. Se os dois são incapazes e, pia batismal. (I. c. n. 165.) E' permitido repetir as per-
não se podem recusar sem grave incômodo, nem há tempo guntas em lingua vulgar, contanto que primeiro sejam feitas
para consultar o ordinário, o sacerdote batiza a criança Como cm latim. (Conc. P.' A. L. n. 500.) 0 bispo pode permitir

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454 R e ti s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais455

que se faça o rito pro parvulis por uma causa grave e ra- 16. Na forma do batismo deve dizer-se no princípio o
zoável (cân. 755, § 2), no batismo de adultos, mas não name (foannes, ego. ), no fim omite-se Amen. (d. 3014
privada. ad 3.)
906. II. Rito do batismo. 1. 0 ministro do batismo, sem 17. E' preferível que os padrinhos enxuguem a cabeça
barrete (Rit.), começa as cerimônias à porta da igreja. da criança.
2. Ter exsufflet: sopra três vêzes sôbre o rosto, não 18. Se houver dúvida se o batismo foi válido, diz-se:
em forma de cruz, mas como para apagar uma chama.
N. (Pntre ...) si non es baptizatus, ego .. .
3. Ao accipe signum, traça com o polegar o sinal da 19. A unção com o crisma faz-se no vértice, em forma
de cruz, e não na testa. Limpa-se com algodão o lugar un-
cruz na fronte e no peito sôbre os vestidos.
4. Ao Oninipotens sempiterne, põe a mão direita sôbre gido.
20. 0 véu branco põe-se sôbre a cabeça, e não sôbre o
a cabeça do neófito, tocando-o levemente por um momento
peito.
e conserva a mão estendida durante a oração.
5. Toma um pouco de sal bento entre o polegar e 'o 21. Acende-se a vela e entrega-se ao padrinho.
22. Limpam-se os dedos com sal ou algodão, que se
indicador e mete-o na bôca da criança: accipe sal...
6. Dizendo o exorcismo, traça três vêzes o sinal da cruz deita na piscina.
sôbre a criança e, ao Et hoc signum, na testa da criança: 909. 23. No batismo de muitas crianças, as cerimônias de-
7. Ao IEternum ac justissimam, impõe a mão como foi vem fazer-se sôbre cada uma delas, as orações, porém, s e .
dito em o n. 4. rezam no plural sôbre tôdas. No ritual as cerimônias res-
8. N., ingr'edere (se são mais de uma criança: ingre- pectivas têm a rubrica Singulariter singulis. A oração Omni-
dimini), impõe a ponta esquerda (Rit. n. 10) da estola no potens (n. 5) e .4'ternam (n. 9) primeiro impõe-se a mão a
cada urna e depois, conservando a mão estendida sôbre tôdas,
peito ou na cabeça da primeira criança; as outras seguem-na. reza-se a oração. Recomenda-se muito que o piedoso cos-
907. 9. Em caminho para a pia batismal reza em latim tume de consagrar as crianças batizadas a Maria Santíssi-
Credo e Pater; os padrinhos podem rezá-lo em língua vul- ma, se conserve e se introduza, onde não houver. A fór-
gar. (d. 3535 ad 10.) mula está no App. XXV. (C. B. n. 174.)
10. Antes de entrar no batistério, com as costas voltadas 24. 0 modo de receber a abjuração de acatólicos, ver
para a grade, diz Exorcizo te. C. B. Ap. XXIV, p. (86).
11. A insalivação faz-se com o polegar, e não com o Caso de se deparar um acatólico moribundo. E' preciso 1) veri-
indicador (Rit., n. 13); a forma de cruz não está prescrita. ficar, sendo possível diante de testemunhas, o desejo do moribundo
de abraçar a fé católica, por êle manifestado ao sacerdote ou a ou-
12. A unção coin óleo dos catecúmenos faz-se fora do tra pessoa. 2) verificar a validade do batismo recebido, se o tempo
batistério a) no peito e nas cotas entre as espáduas; b) em o permitir. 3) excitar o moribundo a fazer, sendo possível, o ato
de fé nos principais mistérios da religião. (C. B. n: 170, § 3.°: Deus
forma de cruz, duas vêzes; c) com o polegar da mão direita; Criador, Trino, Céu, inferno, Jesus Cristo feito-homem, Cruz, Ma-
d) dizendo uma só vez: Ego te linio; e) limpando com al- ria, Mãe Imaculada,_ Igreja Católica.) 4) Ato de contrição. (p. ex.,
"Meu Jesus, misericórdia!") 5) Imediatamente conferir o batismo
godão as partes ungidas logo depois de cada unção. sob condição ou absolutamente, se constar que nunca foi batizado,
13. Tira a estola roxa e põe a branca. omitindo-se, as cerimônias que precedem o batismo. As que seguem
14. Entra no batistério seguido dos padrinhos. podem se fazer, se houver tempo. 6) Ouve-se o , melhor possível a
confissão e dá-se a absolvição, sob condição, das censuras e peca-
908. 15. A madrinha ou o padrinho sustenta a criança ho- dos. A faculdade de absolver um moribundo têm todos os sacerdo-
tes. 7) Sendo possível, o moribundo seja instruído e receba o viático.
rizontalmente sôbre a pia batismal com o rosto voltado para 8) Extrema-unção, bastando para recebê-la a intenção interpreta-
o ministro, de sorte que a água corra sôbre a testa. Os dois tiva. (C. B., p. (97).)
padrinhos toquem na criança durante o batismo.

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456 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 457

§ 177. ADMINISTRAÇÃO DA S. COMUNHÃO Agnus Dei, não levanta a s. hóstia para abaixá-la, mas sus-
FORA DA MISSA tentando-a levantada acima da âmbula, diz devotamente, sem
910. 1. O ministro ordinário da s. comunhão é o sacerdote, fazer pausa nas palavras: Domine, non sum...
o ministro extraordinário é o diácono autorizado pelo otdi- 7. 0 sinal da cruz com a s. hóstia prescrito antes de
nário ou pelo pároco, por causa grave. (Cân. 845, § 2.)/No pô-la na língua do comungante, pode ser pequeno. Ao SS.
fim do rito o diácono pode e deve dar a bênção com a mão. Nome de Jesus inclina-se a cabeça. A patena da comunhão
(Pont. Com . 13-7-30.) Podem também dar, em caso d ne- está prescrita. (S. C. de sacram., 26-3-1929; cf. n. 718.)
cessidade, a si mesmos a comunhão. 913. 8. Quando todos comungaram, o sacerdote, levando
2. Comunhão fora da missa é chamada também a que na mão direita a patena da comunhão, volta para o altar sem
se distribui imediatamente antes ou depois da missa privada. dizer nada, coloca a píxide sôbre o altar, genuflete, e só
(Rit. IV, 2, n. 13.) A comunhão não se pode distribuir nas depois disso começa a rezar: O sacrum conviviam..., lim-
missas celebradas no altar da exposição nem dentro nem pando a patena sôbre a píxide, fecha a píxide, lava (antes
fora da missa, a não ser que haja necessidade ou causa grave da reposição) e enxuga os dedos, que tocaram o SS. Sa-
ou um indulto especial, nem mesmo se houver costume. (d. cramento e, sem genuflexão, coloca a âmbulk no taberná-
3448 ad 1; 3482.) Isto vale também para as igrejas paro- culo, genuflete, fecha o sacrário.
quiais rurais. Mas neste caso se pode armar urn altar com 914. 9. Durante estas cerimônias, o sacerdote reza: O sa-
tabernáculo amovível para alguns dias, colocar bancos em crum... com o versículo e a oração. No tempo pascal e na
redor e distribuir a s. comunhão. (cl. 3525 ad 2; 3576 ad oitava de corpo de Deus acrescenta-se (fora da missa de
6; Decr. t. V p. 708.) réquie) aleluia à antífona, versículo, e responsório. No tem-
E' para desejar que os fiéis comunguem durante a s. po pascal em lugar de: Deus qui nobis, reza-se: Spiritum
missa, ou logo depois da comunhão do celebrante. (C. B. n. nobis... Póscomunhão do sábado santo. As duas orações
223, § 3.) Isto contudo não favorece o rigor demasiado em têm conclusão longa.
dificultar a comunhão fora da missa.
915. 10. Tendo o sacerdote fechado o sacrário, dá logo a
3. O sacerdote veste a sobrepeliz e a estola branca ou bênção. Quando a função fôr antes da missa, coloca primeiro
da côr do ofício do dia, no dia de finados branca ou roxa. o cálix no corporal, dá a bênção e abre o missal. A bênção_
Ao receber a s. comunhão os sacerdotes e diáconos usam es- deve-se dar sempre, mesmo quando se distribui a s. comu-
tola branca ou da côr da do celebrante. (Rit. IV, 2, n. 4.) nhão antes da missa e se sabe que os fiéis ficam até ao fim.
911. 4. Depois de lavar as mãos, precedido do ajudante, (d. 4257 ad 7.) Omite-se antes e depois da missa de réquie.
vai ao altar com as mãos postas ou levando o corporal na Usa-se a fórmula: Benedictio Dei omnipotentis, etc., sem ós-
bôlsa (d. 2850 ad 3), nunca sem a bôlsa. (d. 2146.) A pala culo do altar; mas elevando os olhos, o C levanta as mãos
só não é suficiente para esta função. (d. 2392 ad 4.) e faz inclinação da cabeça à cruz.
5. O ajudante reza o confiteor. O sacerdote não pode 11. Quando não se pode evitar a distribuição da s. co
rezá-lo a não ser que falte absolutamente urn ajudante idô- munhão diante do Santíssimo exposto, tome-se cuidado de
neo. (d. 3488 ad 3.) Neste caso o sacerdote reza-o ou in- não voltar as costas a Nosso Senhor, durante as orações ao
clinado como no princípio da missa ou enquanto desdobra altar.
o corporal e abre o sacrário. (Solans ed. 11, n. 215, diz que 916. 12. Se fôr preciso que outro sacerdote durante a mis-
êste modo é costume geral na Espanha.) sa distribua a s. comunhão no altar-mor aT ò celebrante,
912. 6. Sempre se usa Misereatur vestri, embora só urna depois do Sanctus até depois da comunhão, retira-se um
pessoa comungue. (Na comunhão de um doente: mis. tui.) pouco para o lado do livro, sem fazer genuflexão; b) estan-
Tôda a fórmula de Domine non... deve-se proferir em voz do ocupado com outras partes da missa, ao Ecce agnus Dei
alta, e não só as três primeiras palavras. Dizendo: Ecce e o tríplice Domine non... põe-se de joelhos. Depois pros-

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458 R u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 459

segue a missa, sem atender às demais cerimônias do outro 2. Lava as mãos, acende duas velas, veste a sobrepeliz
sacerdote; c) êste por sua vez coloca o 'SS. Sacramento na- e a estola branca, leva o corporal na bôlsa para o altar, es-
quele lado do altar, em que estorvar menos. Deve observar tende o corporal, abre a píxide pequena colocada antes no
tôdas as cerimônias desde o confíteor até à bênção dada altar e põe-na sôbre o corporal, abre o sacrário, genuflete,
por êle. tira a âmbula, abre-a, genuflete, deita na píxide pequena as
917. 13. Imediatamente antes e depois da missa cantada e s. partículas necessárias, genuflete, fecha a píxide pequena
conventual, o sacerdote com os paramentos da missa não e a âmbula, lava os dedos, coloca a âmbula no sacrário, ge-
pode distribuir a s. comunhão. (d. 4177 ad 3.) nuflete, fecha, tira e guarda a chave, coloca a píxide dentro
14. Para a emissão e renovação dos votos de religio- de um corporal e assim envolvida na bôlsa com o sanguinho.
sos dentro da missa, observa-se o rito seguinte. (d. 3836.) 2. Tira a estola e a sobrepeliz, que leva consigo na ma-
O C encarregado de receber os votos, toma o SS. San- linha, apaga as velas. Nunca se toca no Santíssimo, sem ter
gue, diz depois do confiteor: Misereatur, Indulgentiam, a estola no pescoço, não basta tê-la na mão ou no bôlso
Ecce..., etc.; sustenta na mão a s. hóstia e volta-se para do manto. Toma, portanto, a estola, depois a píxide, cuja
os que fazem profissão. Cada um dêles lê por stta vez a sua corda põe em redor do pescoço, veste o sobretudo, que co-
profissão e, terminada esta, recebe logo a s. comunhão. bre a estola e a píxide, e acompanhado de um fiel católico
(C. B. n. 217) com a malinha põe-se a caminho, rezando
918. Na renovação dos votos, o C, voltado para o altar e
Miserere mei, etc., e outros hinos e salmos.
sustentando o s. hóstia na mão, espera até que os que reno-
vam tenham proferido a fórmula dos votos. Estes, a não ser 917. 3. Se a comunhão não precisa ser oculta, depois de
que sejam poucos ou as constituições prescrevam outro mo- ter colocado a píxide dentro da bôlsa, põe-se de joelhos na
borda do supedâneo, toma o véu de ombros, se não o tiver
do, todos juntos proferem a fórmula dos votos e depois
comungam. já desde o princípio, levanta-se, genuflete, toma a bôlsa, põe
a corda em redor do pescoço, segura com as mãos as duas
178. A COMUNHÃO DOS ENFERMOS extremidades inferiores da bôlsa e põe-se a caminho, re-
919. 1. Conforme o Cânon 847 o viático seja levado publi- zando Miserere, etc. Um clérigo com lanterna acompanha-o,
e toca a campainha "sem interrupção." (Rit.)
camente, se não urge a necessidade ou uma justa e razoável
razão aconselha outra coisa a juízo do Ordinário do lugar. 918. 4. Uma atenção especial requer-se, quando o sacer-
Quando o viático é Levado publicamente, seja observado o dote anda a cavalo. Nunca se atreva a guardar a píxide pe-
costume louvável de cantar em caminho os benditos e, se quena no bólso da batina. Além de ser inconveniente e con-
não houver, seja introduzido prudentemente. (C. B. n. 214.) tra as rubricas, corre o perigo de perder o SS. Sacramento,
Principalmente a comunhão pascal seja levada aos en- portanto de uma grave irreverência. Ponha a corda da píxi-
fermos com a maior solenidade possível. (C. B. n. 214.) de em redor do pescoço e segure também a estola, ao me-
O viático privadamente pode ser levado, sendo preciso, a` nos por um alfinête, que junte as duas extremidades. Por
cavalo, em carro de estrada de ferro, em automóvel, não, reverência ao SS. Sacramento prive-se de conversar com o
porém, em bicicleta a não ser em lugares afastados, em caso companheiro e adore humildemente a Majestade divina, que
de urgência e por falta de outro veículo. (C. B. n. 217.) traz sôbre o seu peito.
920. 2. Comunhão privada ou oculta. 1. Para sacramentar 923. 5. Entrando no quarto do doente, diz: Pax huic do-
mui, etc. Põe a bôlsa com a pixide na mesa' preparada. Se
um doente, o sacerdote prepara numa malinha todo o ne- nada está preparado, coloca na mesa a cruz, a água benta,
cessário para as santas funções: a cruz, duas velas, água duas velas, que acende, e por fim a bôlsa. Não abre a pi-
benta, água batismal, santos óleos com algodão, campainha, xide. Manda vir água com uma colher das de sopa. Veste a
se fôr possível, ritual. sobrepeliz e a estola, genuflete, borrifa o doente e o quarto

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460 R e u s, Curso de Liturgia
11. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 461

com água benta, dizendo: Asperges me, etc., o primeiro


verso do Miserere, Gloria Patri e repete a antífona. Volta-se no lugar fora da igreja, onde se guarda o SS. Sacramento.
para o Santíssimo, genuflete, reza de pé as orações do ri- (d. 2383.)
tual e prepara o doente, se fôr preciso. O C. B. n. 214 determina que o sacerdote anuncie aos
fiéis as indulgências concedidas aos que acompanham o viá-
6. Abre a píxide, genuflete e, voltado para o doente, diz:
Misereatur tui ou vestri, se são mais de um, Ecce Agnus, Do- tico. (Ver C. B. p. (172).)
mine non sum, palavras essas, que, conforme o ritual (n. 19), 926. 9. Numa casa religiosa o sacerdote que administra a
também o doente deve dizer em voz baixa, ao menos uma s. comunhão tira a âmbula do sacrário (como n. 3), toma
vez. Depois: Corpus Domini... ou Accipe frater viaticum.. . o véu, e, precedido de um acólito com lâmpada, leva o San-
tíssimo ao quarto do doente, volta à"igreja, reza as orações
924. 7. Coloca a píxide, depois de a ter purificado breve-
prescritas e dá a bênção.
mente com o indicador, na mesa, lava os dedos na água,
com que encheu a colher e dá esta água ao doente. Este 927. 10. Num hospital católico em geral não se permite a
método é preferível, se não houver circunstâncias que o im- administração oculta da s. comunhão. As condições enume-
peçam. O novo ritual não o prescreve mais, mas também não radas no ritual (n. 27), que a justificam, são só duas: a)
o proíbe. Indica que a ablução, feita num cálix de água, viagem longa; b)_ impossibilidade de tornar a trazer para a
dada ocasião, se deite na piscina ou, se esta faltar, no fogo. igreja o Santíssimo com a reverência devida. Nem uma nem
(Rit. n. 22.) Neste caso tome-se pouca água, porque as fa- outra destas razões existe em tal lugar. Procede-se como
mílias pobres não dispõem de grande fogo. Depois o sa- em on. 9.
cerdote, voltado para a cruz, reza Dom. vobisc. e a oração 928. 11. Se a enfermaria está tão perto da capela, que os
e dá a bênção com a mão, dizendo Benedictio Dei Omni- doentes possam ver o altar ou ao menos ouvir o sacerdote,
potentis, etc. pode-se administrar a s. comunhão fora e dentro da missa
925. 8. Se ainda guarda uma partícula (o que, fora da como de costume. Reza-se no altar: Misereaur, Ecce, Do-
necessidade da comunhão privada, é prescrito, Rit. n. 23), mine non... Acompanhado de dois acólitos com velas acesas
leva o SS. Sacramento debaixo da umbela aos doentes. (d.
depois da oração mencionada, toma o véu de ombros, genu-
2672; 3322.) Se a comunhão se der fora da missa, é preciso
flete, põe a píxide na bôlsa e dá a bênção ao doente sem
dizer nada. O ajudante toca a campainha. Se isto não é rezar O sacrum conviviam... e dar com a mão a bênção.
12. Se os doentes estão em outro andar ou em outra
possível, o sacerdote avise ao doente, que vai receber a bên-
ala, deve-se seguir o rito comum: preparar uma mesa, etc.
ção eucarística. Do contrário ela passa despercebida. Volta
para a igreja, rezando o salmo Laudate Dom. e outras ora- 929. 13. Se os doentes estão em quartos diferentes da mes-
ções. Na igreja coloca o SS. Sacramento no altar, genufle- ma casa ou do mesmo hospital, basta que o sacerdote ou
te, reza de pé: Panem de ccelo (no tempo pascal e na oitava diácono reze só no primeiro quarto tôdas as orações antes
de corpo de Deus com aleluia), Dominus vob. (sem Domine da comunhão dos enfermos no plural, nos outros quartos diga
exaudi) e a oração com conclusão breve. Onde é costume, só: Misereatur..., Indulgentiam... Ecce... uma vez Do-
meio voltado para o povo anuncia as indulgências dizendo,
mine non sum... Accipe frater. ou Corpus Domini...
No último quarto acrescente: Dominus vobisc., etc., e dá,
p. ex.: "Todos que acompanharam o Santíssimo, ganham as se houver uma s. hóstia consagrada, a bênção eucarística.
indulgências concedidas por êste ato de devoção." Genu- Tendo voltado para a Capela, reza as outras orações pres-
flete e dá a bênção com o SS. Sacramento sem dizer nada.
critas. (S. R. C. 9 jan. 1929.)
A píxide com as s. hóstias é colocada no tabernáculo e puri-
930. 14. Não se restringe só aos doentes o direito de re-
ficada na missa seguinte. Na sexta-feira santa a bênção
com o SS. Sacramento é dada no quarto do doente, mas não ceber o Santíssimo Sacramento em casa; têm-no todos os
que se acham impossibilitados de o receber na igreja (Conc.

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462 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 463

e bebe-se tudo. Desaparece, desta maneira, o nojo, como consta da ex-


Plenar. L. Am. n. 523; C. P., n. 241) : a mãe que não pode periência. E' uma comunhão com tôdas as graças sacramentais (Ver-
euch., 12, éste ato de amor
deixar o filho doente, a enfermeira que não pode sair do se presença de
para s com Nosso Senhor sacramentado. Não
isolamento, os débeis e velhos que não podem ir à igreja, sacerdote.
podem comungar em casa. (Cf. S. C. de Sacra m. 5 jan. 179. BÊNÇÃO DO SANTÍSSIMO
1928: A. A. S. 1928, p. 79.)
15. Os doentes que há um mês se encontram de cama, Observações
sem certa esperança d e '. convalescer em breve, a conselho de 931. 1. Da bênção eucarística na administração da s. co-
seu confessor podem comungar uma ou duas vêzes por se- munhão e na procissão de corpo de Deus deriva-se a bên-
mana, embora antes tenham tomado algum remédio ou al- ção do SS. Sacramento. Mas o nome propriamente só indica
guma coisa em forma de bebida. Doentes são também os o ato final de todo êste exercício, que compreende ao mes-
,

fracos por velhice ou debilidade; os que não podem ficar de mo tempo a exposição do SS. Sacramento, os cânticos e ora-
cama; aquêles que por algumas horas podem deixar a cama ções, a bênção e a reposição. Distingue-se a exposição pú-
e até poderiam comungar numa igreja vizinha. (Vermeersch.) blica e a privada.
O mês a contar é de 30 dias; Cappello permite 26,, 27 dias. 932. 2. A exposição pública, mais ou menos solene, é a
Duas vêzes permitir mais, seria pecado mortal para o con- que se faz com a custódia colocada no trono, no qual nunca
fessor. Mas o doente pode usar do privilégio, ainda quando se pode pôr a pixide. Se por algum motivo a custódia ficar
nos outros dias, apesar da dificuldade, comunga em jejum. sôbre o altar diante do sacrário, exige-se um trono portátil
Em forma de bebida: por exemplo, caldo de carne, café, lei- com dossel, em que se põe somente um corporal (maqui
te, mesmo misturado com pão ralado ou sêmola, ôvo diluído neta, Tabor).
ou cozido levissimamente; não ôvo duro. (Vermeersch, Theol. 3. Retiram-se as sacras (d. 3130 ad 3), se fôr fora da
mor. III, p. 338.) missa. Não se pode pôr diante do sacrário: nem cruz, nem
16. "Nos lugares rurais, tôdas as vêzes que se levar a s. .
luzes, nem flores, nem relíquias. (C. P., App. VI, n. 63; d.
comunhão aos enfermos, pode-se distribuir também a ou- 2067.) A côr do conopeu é branca. (Cf. n. 183.)
tros fiéis fora da igreja em lugar santo ou decente ou ho- 933. 4. Para a exposição solene (por bastante tempo, al-
nesto, com licença do ordinário do lugar, a que deve ser ou- gumas horas) estão prescritas ao menos 12 velas. (d. 3480.)
torgada em cada caso e só para uma vez." (C. B. n. 227, §, Depende do bispo decidir se as igrejas pobres se podem
2.) Se num caso imprevisto não se pode pedir a licença, contentar com seis velas. (d. 4257 ad 4.) .Na exposição me-
é Iícito presumi-la.
nos solene são permitidas 6 velas. (d. 1992, Vermeersch,
17. No caso de o doente vomitar depois da comunhão, Vermeersch_ dá, Th. mor. III p. 364.) Basta que estas velas na maior ou em
a instrução seguinte. Se a sagrada hóstia aparece não corrompida e o
doente por nojo não a toma, é mister conservá-la em lugar- sagrado, parte notável sejam de cera. Somente o cirio pascal, o círio
até que esteja corrompida e deitá-la no sacrário. Para acelerar a cor-'
rupção, não parece proibido acrescentar certa quantidade de água. Se, que se imerge na água batismal e as duas velas da missa
embora não apareçam, ainda se possam achar no vômito espécies sacra-
mentais, "queime-se o vômito e a cinza se de'te no sacrário." (Rubr. da devem ser na maior parte de cera. (d. 4147.) Velas de es-
defect. X, n. 14.) Theol. mor. III, p. 349. Consegue-se separar a hóstia do
vômito, acrescentando-se numa bacia água suficiente. Para queimar o tearina não se podem empregar sôbre o altar nem mesmo
vômito, é- indispensável absorvê-lo em algodão ou outra matéria inflamável. junto com velas de cera (d. 4257 ad 5); só se podem- cul-
Se as espécies aparecem espumosas, é sinal de corrupção; não são mais
espécies de pão. Se passou tanto tempo depois do acidente, que não pode pregar fora do altar. A custódia colocada no altar deve es-
haver espécies sacramentais no vômito, não é preciso queimá-lo. O sacer-
dote, a quem acontecer tal acidente na missa, não deve nem pode mais tar coberta com véu branco antes e depois da exposição.
consagrar. (Falise, Lugo.) A tosse ou o. vômito depois da sumpção do SS.
Sangue apanha-se prudentemente com o cálix, tossindo -para dentro da (d. 4268 ad 7.)
copa.
Ubach dá outra solução. Se as espécies sagradas aparecerem inteiras,
sejam consumidas devotamente sem ser necessário que a pessoa que as
934. 5. No ato da exposição nenhum canto está prescrito.
toma esteja em jejum; deve, porém, estar em estado de graça. Po's ó (d. 3110 ad 14.) Deve-se incensar duas vêzes (d. 4202 ad
mais conveniente consumi-las do que deixar que se corrompam. (Theol.
mor. II, n. 1759.) Neste caso separa-se com uma colher a adorável hóstia, 1) o Santíssimo, no ato da exposição e ao Genitori, embora
não corrompida, do vômito, deita-se numa bacia com bastante água para
limpá-la, põe-se com a mão ou de outro modo num copo de água limpa entre a exposição e o Tantum ergo não se digam orações;

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II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 465

neste caso não se põe incenso no turíbulo outra vez. (1. c.)
No fim da exposição deve-se dar a bênção (d. 3713) depois para subir ao altar ou depois de descer. 5. Antes de se le-
do canto do Tantum ergo e Genitori. Estas estrofes não se vantar para, pôr incenso no turíbulo, faz-se inclinação me-
díocre. 6. Só os que estão em pé fazem as inclinações ocor-
podem separar cantando uma na exposição e outra na re-
posição. (d. 4213 ad 2.) rentes durante as orações, p. ex., Oremus ou ao SS. Nome
Tantum ergo e Genitori com o versículo Panem de 'cce- de Jesus. 7. Quando o acólito se levanta para ir à credência
lo e a oração devem ser cantados (cantari debent) e trazer o véu de ombros, não faz nenhuma reverência. Mas
antes da se passar pelo meio, faz genuflexão simples. (d. 4179 ad 1-4.)
bênção com o SS. Sacramento. (Decr. t. V p. 481; d. 3513.)
A bênção com o SS. Sacramento não seja muito frequente. (d.
A oração pelo papa, prescrita pelo C. B. n. 33 § 3 canta- 800; 1329.) Contudo se pode dar mais que uma vez na mesma igre-
se ou ao menos reza-se antes do Tantum ergo. (Ver n. 943.) ja e no mesmo dia com licença do bispo (d. 3438, ad 5) por oca-
Na bênção do Santíssimo, que se faz no oitavo dia de sião de pias congregações, ou por devoção; mas não durante a
exposição das 40 horas. (d. 3448 ad 3.) E' permitida durante a
corpo de Deus de tarde, não se acrescenta mais aleluia ao oitava de corpo de Deus, guardando-se as prescrições. (Ver núm.
versículo Panem de ccelo, porque já se dizem as vésperas da 436.) Durante o mês de outubro, p. ex., nas freguesias rurais, pode-
festa do S. Coração de Jesus. (Brun. 16-5-39; Eph. Lit. se dar a bênção eucaristica solene costumada, devidamente conce-
1839 p. 106.) dida pela autoridade competente, de manhã, finda a última missa.
Urna segunda de tarde está autorizada pelo d. 3666, prescrevendo-a
6. Fora da exposição soleníssima de XL Horas, não com a recitação do rosário e da ladainha lauretana (d. 3650 ad 5;
está prescrito velar as imagens no altar da exposição. (Gar- Deer. t. V. p. 436), quando estas orações não se rezaram durante
dellini in Instr. Clem., § III, n. 7.) a missa.
935. 7. São permitidos cantos na lingua vulgar diante do L A bênção solene
SS. Sacramento. (d. 3124 ad 7.) Porém, o Te Deem e ou- 938. 1. 0 C veste a sobrepeliz, a estola e o pluvial. Se está
tras preces litúrgicas devem ser cantadas pelo côro só em acompanhado de diácono e subdiácono deve vestir a alva e o
língua latina. (d. 3537 ad 3.) 0 Te Deum (exceto: Te ergo pluvial. (d. 3799 ad 1.) O manípulo não se põe.
que?sumos), Magnificat, Benedictus, Regina cceli cantam-se 2. Os paramentos são sempre brancos. Se a bênção fôr
de pé. Mas os ceroferários não se levantam. (d. 4224.) logo, depois da missa ou das vésperas, os paramentos têm
936. 8. A função propriamente litúrgica é a bênção euca- a côr do ofício. (Encarnado, verde, roxo, d. 3559.) 0 véu
rística desde o Tantum ergo até à cruz formada com a cus- de ombros é sempre branco. (d. 2562.)
tódia inclusivamente. Por isso não é permitido interrompê-la 1. 0 DIACONO OU ASSISTENTE
por qualquer oração ou canto. (d. 2791 ad 2.)
9. Para a exposição basta que o sacerdote esteja re- 939. 0 D lava as mãos, veste a sobrepeliz, põe, se é sa-
vestido de sobrepeliz e estola, porém nunca basta estar só cerdote, a estola no braço esquerdo; se não é sacerdote, pode
com alva, cíngulo e estola. (d. 3697 ad 12.) Para dar a bên- vestir a estola. Ordinariamente o assistente não põe barrete.
ção eucarística é preciso vestir o pluvial. (1. c.) Vão para o altar, o C atrás do assistente ou dos MM ou
os MM acompanham o C segurando a orla do pluvial. Tendo
937. 10. Inclinações diante do Santíssimo exposto: 1. Quem
chegado diante do altar, entregam os barretes e genufletem
está ajoelhado, não faz inclinação profunda de cabeça ou
do corpo, mas só inclinação medíocre da cabeça e módica no plano. O C e os MM ajoelham-se para adorar o SS. Sa-
dos ombros. 2. Quando o diácono faz genuflexão ao abrir cramento ("orat aliquantulum". Rubr. missal. parasceve, Bal-
deschi, Vavasseur-Haegy), fazendo pequena inclinação. O
e fechar o tabernáculo, os outros podem fazer inclinação me-
assistente, sendo sacerdote, põe a estola com ou sem Osculo.
díocre, se fôr costume. 3. Ao levantar-se para cantar (stans
dicat Oremus Rit. IX, 5, 5) Oremos e Deus qui e ao ajoe- (d. 2990 ad 1.) Sem fazer inclinação, sobe ao altar, esten-
de o corporal, abre o tabernáculo, genuflete com as mãos
lhar-se depois, não se faz inclinação. 4. Nem o diácono nem
postas, retirando-se um pouco para o lado por causa do C,
o assistente, se houver, faz inclinação antes de se levantar
pega a cápsula com a s. hóstia, fecha o sacrário, põe a cus-
Curso de Liturgia - 30

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tódia sôbre o corporal, tirando o véu, se não o fêz antes, tira C de modo que êste possa pegá-la pelo nó e pelo pá, vi-
a s. hóstia da cápsula, põe-na na custódia, fecha a custódia rando o lado anterior da custódia para si, põe as extremi-
e coloca a cápsula ou no sacrário ou no corporal, o que não dades do véu sôbre as mãos dêle, se fôr preciso, genuflete,
é preciso se a s. hóstia está incluída entre dois cristais; de- põe-se-de joelhos na borda do supedâneo, faz inclinação me-
pois coloca a custódia no meio do corporal, faz genuflexão
diocre do corpo durante a bênção, sobe, recebe a custódia
simples (d. 4141 ad 7), retirando-se um pouco para o lado, sem virá-la e coloca-a no corporal. Genuflete, desce, entre-
coloca a custódia no trono e genuflete. Se, para chegar ao ga a oração Deus seja bendito. E' êste o uso romano. (1. c.)
trono, fôr necessário sair do altar, é acompanhado de dois Conforme o C. E., o D coloca a custódia sôbre o cor-
acólitos com tochas e de outro com a umbela. Se a cápsula
poral e o C mesmo tira-a do altar.
estiver em outro altar, vai lá, cobre a cápsula com o véu
e volta ao altar da exposição acompanhado de acólitos coro 942. Terminados os louvores, o D sobe, abre a 'cápsula e
tochas e umbela. (Em caso de necessidade bastará urna vela; depois a custódia, coloca a s. hóstia na cápsula, _ fecha-a e
C. P., Ap. VI, n. 35.) Colocada a custódia no trono, genu- põe a custódia fora do corporal coberta com o véu (d. 4268),
flete e desce pela esquerda. Sendo sacerdote, tira a estola. abre o sacrário sem genuflexão, coloca lá a cápsula, faz ge-
Se tocar na s. hóstia, lava os dedos. nuflexão retirando-se um pouco para o lado, fecha o taber-
No apêndice do C. B., p. (334), indica-se o modo de proceder na ex- náculo, dobra o corporal e põe-no em a bôlsa, que encosta
posição do SS. conservado em vasos litúrgicos diferentes.
§ L. Se a sagrada hóstia estiver na luneta, depois de estender o cor- na banqueta, (não no meio, C. P. Ap. VI., ri. 64). Sem in-
poral, tira o véu da custódia, e o entrega ao cerimoniário para o dobrar clinação desce pela esquerda (o assistente, sendo sacerdote,
e levar para a credência. Abre o sacrário, faz genuflexão, tira a luneta
e a adapta à custódia, que põe no meio do corporal. tira a estola), genuflete in plano com -o C e o S, entrega o
§ 2.. Se, porém, estiver - o crescente em âmbula própria, estendido o
corporal, e desvendada a custódia, abre o sacrário, genuf_ete, extrai e des- barrete - ao C, beijando primeiro o barrete e depois a mão,
cobre a âmbula, faz nova genuflexão e põe o crescente na custódia.
§ 3.° Se estiver na pixide da sagrada reserva, aberto o sacrário, ge- põe o barrete e vai diante do C para a sacristia, onde faz
nuflete, tira-a e descobre, faz nova genuflexão, toma a sagrada hóstia e
põe no crescente ou luneta que adapta à custódia, encerra a pixide no inclinação à cruz e ao C.
sacrário e coloca a custódia no meio do corporal.
O subdiácono assiste ao incenso à direita do C, susten-
940. Todos os que se devem levantar, quando se põe in- tando o pluvial, ajoelha-se com o C e faz inclinação me-
censo no turíbuló, fazem inclinação medíocre do corpo. O C díocre do corpo. De joelhos canta com o D o versículo, se o
volta-se para o lado da epístola; à- sua direita está o D com côro não o fizer. Se o C se levanta para urna oração, fica de
a naveta, à direita do D o turiferário. O D entrega a colheri- joelhos como o D. Ajuda o C, para tornar o véu de ombros,
nha sem ósculo, enquanto o S sustenta o pluvial. O C não sobe com o C até ao primeiro degrau, ajoelha-se, quando o
benze o incenso, ajoelha-se, enquanto o D recebe o turibulo C genuflete no supedâneo e faz inclinação durante a bênção.
do acólito e passa-o ao C, pondo a parte superior das cor- Desce, recebe o barrete e volta para a sacristia ou à es-
rentes na mão esquerda, e a parte inferior na mão -direita querda do C ou na frente do D como no princípio.
ale, faz inclinação com ele, sustenta o pluvial durante a
incensação, recebe o -turíbulo e entrega-o ao turiferário. 2. • 0 CELEBRANTE
941. Entrega depois o livro ao C, mostra a oração sem se 943. Chegado ao altar genuflete e ajoelha-se no degrau in-
levantar e recebe o livro. Ao Tantum ergo, até Veneremur ferior.. 0 D expõe o Santíssimo, desce e se ajoelha também.
cerniu, faz inclinação mediocre do corpo; ao Genitori mi- O C com os MM faz inclinação medíocre, levanta-se e retira-
nistra o incenso e entrega depois a oração do Santíssimo. se um pouco para o lado do evangelho (C. E.), pie o in-
O assistente, sendo sacerdote, põe a estola, recebe o livro do censo, sem o benzer, no turibulo, ajoelha-se, recebe o turí-
C, levanta-se sem inclinação, sobe, genuflete um pouco re- bulo, incensa com 3 ductos duplos o Santíssimo, fazendo
tirado para o lado. Desce a custódia do trono, pondo-a no inclinação mediocre antes e depois.
altar ou não. Pois os dois modos satisfazem ao d. 3975 ad Quando se deve cantar urna oração, o versículo é en-
4: 0 D toma a custódia; de onde, não se diz. Entrega-a ao
-
toado ou pelo C ou pelos cantores (C. E.) ou, se fôr costume,
30*

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II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 469
468 R e u s, Curso de Liturgia
§ 180. A BENÇÃO DO SANTÍSSIMO SEM ASSISTENTE
pelos MM. Quem canta o versículo fica ajoelhado. (d. 2008.) 945. 1. 0 C pode fazer a exposição revestido de sobrepeliz
Para a oração só o C se levanta sem inclinação, canta de e estola. Para dar a bênção está prescrito o pluvial. (d.
pé (ver n. 937) Oremus com inclinação, depois a oração e 3697 ad 12.)
ajoelha-se sem inclinação. As orações têm sempre conclusão 2. 0 C, chegado ao altar, depois de breve adoração,
breve. Quando o côro canta a antífona rnariana correspon- sobe ao supedâneo e expõe o Santíssimo como foi dito em o
dente ao tempo litúrgico, o C deve tomar a oração respectiva. n. 939, desce pela direita um pouco pelo lado do evangelho,
(d. 3530 ad 1.) para não virar as costas a Nosso Senhor. As orações can-
Antes do Tantum ergo, canta-se ou ao menos reza-se (C. B. n. 33, § 3. 0 ) : tam-se como foi dito.
Oremus pro Pontifice nóstro N. (Rit. rom. Lit. Sanct.)
I. Dominus conservet eum et vivificet eum et beatum faciat eum in 3. Para dar a bênção depois da oração do Santíssimo,
terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius. recebe o véu de ombros, sobe sem inclinação ao supedâneo,
OREMUS faz genuflexão simples, desce a custódia do trono, coloca-a
Deus, omnium fidelium Pastor et Rector, famulum tuum N., quem pas- no corporal, pega-a com as mãos envôltas nas extremidades
torem Ecclesite tua presse voluisti, propitius respice: da ei, quasumus,
verbo et exemplo, quibus prmest, proficere, ut ad vitam, una cum grege do véu de ombros com a esquerda pelo pé,' com a direita
sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum Dominum nostrum.
. Amen. pelo nó. Traça a cruz ou levando a custódia para a esquer-
Esta oração é obrigatória só na bênção solene. Segue isto da da e para a direita e voltando-se pela esquerda para o al-
palavra canatur, cerimônia prescrita só na bênção solene, e da conse- tar (C. E. II, 33, 27, que deixa liberdade; d. 1563 ad 2),
quência inaceitável, se obrigasse em tôdas as bênçãos eucaristicas.
(Cân. 1274, § 2.°) ou levando a custódia para a esquerda e para a direita e
944. As palavras. Tantum ergo até Veneremur cernui faz-se concluindo o círculo (Bauldry 1. c.), voltando-se pela di-
reita para o altar. Coloca a custódia sôbre o corporal, desce
inclinação medíocre. (Gardellini, Instr. Clem., § 24, n. 10. sem virar as costas ao Santíssimo, entrega o véu de om-
Cf. n. 113.) Põe-se incenso no turíbulo ou logo depois de
Veneremur cernui ou ao Genitori. Canta-se o versículo e a bros, reza o Deus seja, etc., e faz a reposição como foi dito
nas cerimônias do D. (n. 942.)
oração. O C recebe o véu de ombros ''ajudado pelo D e S,
sobe ao supedâneo, faz genuflexão simples ao Santíssimo § 181. A EXPOSIÇÃO PRIVADA
e recebe, de pé, com ambas as mãos envôltas nas extremi- 1. A exposição privada, i. é, na píxide, pode-se fazer
946.
dades do véu de ombros, a custódia da mão do D, que ge- nas igrejas ou oratórios, em que seja permitido conservar a
nuflete. Volta-se para o povo e dá a bênção, traçando com s. eucaristia (cân. 1274, § 1) por qualquer causa particular
a custódia o sinal da cruz: eleva lentamente a custódia, i. é, razoável e sem licença do bispo. Não é motivo suficiente
a s. hóstia até à altura dos olhos, desce-a até ao peito, torna para abrir o tabernáculo e fazer adoração, a devoção par-
a elevá-la até à altura do rosto, leva-a em linha reta para ticular de um sacerdote. (d. 3832 ad 2.)
o seu lado esquerdo até em frente do ombro, depois em li- 2. 0 C veste a sobrepeliz e a estola., Não há obrigação
nha reta até em frente do seu ombro direito, volta-se para de usar o pluvial nem de fazer incensação. (d. 4202 ad 1.)
a esquerda e entrega a custódia ao D. O turiferário pode Se esta exposição se fizer no fim da missa, o C conserva Os
incensar o SS. Sacramento. (d. 3108 ad 6.) Toca-se a cam- paramentos da missa, mas tira o manípulo. Nunca, . porém,
painha, até o C ter acabado a bênção. O C faz genuflexão pode usar paramentos pretos. (d. 3949 ad 8.) 0 véu de
simples e desce uni pouco pelo lado do evangelho, para não ombros deve ser sempre branco. (d. 3833,ad 3; 2562.)
virar as costas a Nosso Senhor, ajoelha-se e entrega o véu E' proibido tirar a pixide do sacrário para colocá-la sob
de ombros. Reza o Deus seja bendito, Deus e Senhor nosso. o baldaquino ou no trono (d. 4096 ad 7).
947. 3. Rito. O C. veste a sobrepeliz e a estola branca. Chegado ao altar
Depois da reposição, quando o D desce, o C se levanta, faz genuflete no plano, ajoelha-se sobre o degrau inferior o após brevissima
oração, levanta-se, sobe ao altar, toma da bolsa o corporal e o estende
genuflexão no plano com o D e S, põe o barrete e volta completamente, abre o sacrário e faz genuflexão. Põe a píxide, se f6r
para a sacristia.

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470 R e u s, Curso de Liturgia 471
11. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais

preciso, à porta do sacrário, afastando o pavilhão e segurando para um


lado a cortina interior do sacrário, se houver, mas sem tirar o pavilhão a cabeça do penitente. Nesta posição continua: Dominus
da píxide. (C. P. Ap. VI, n...112.)
Genuflete e sem voltar as costas ao SS. desce e se ajoelha sôbre o noster, etc.
degrau inferior. Não faz inclinação, porque não se levanta para pôr in-
censo no t uríbulo.
4. Ditas tôdas orações que se pretendem recitar, o C. reza Tantum
950. 3. Para a absolvição da excomunhão no fôro interno
ergo; Genitori, Panem de cmlo... (alleluia). basta a fórmula prescrita pelo superior. NO fôro externo
De pé (stans) diz: Oremus. Deus, qui nobis... com a cláusula curta: toma-se a fórmula prescrita pelo superior. Se nada se pres-
Qui vivis et regnas in siecula smculorum.
Acabada a oração, ajoelha-se, recebe o véu de ombros, levanta-se, sem segue-se o
se inclinar, de mãos postas sobe ao altar, faz genuflexão, tira a pixide crever ou se exigir in forma Ecclesice communi,
e coloca no corporal, fecha o sacrário, compõe as extremidades (as duas: ritual ao pé da letra.
d. 3780 ad 1.) do véu sôbre a pixide e tomando-a nas mãos, vira-se para
o povo e dá a bênção como foi dito em o na 945. Coloca a píxide sôbre
o corporal para tirar o véu de ombros e põe-na logo no sacrário. (d. 951. 4. Às vêzes há penitentes que pedem "a bênção de
3650 ad 1.) Faz genuflexão e desce sem voltar as costas ao SS. Ajoelhado S. Francisco". E' esta a absolvição geral para os terceiros
no degrau inferior, sem fazer inclinação. deixa o véu de ombros e reza
os louvores alternativamente com os fiéis. (C. P. Ap. VI, n. 113.) Sobe
ao altar, genuflete, fecha o sacrário, dobra o corporal e o põe na bôlsa,
franciscanos seculares. Há duas fórmulas, a pública e a pri-
desce, genuflete e volta para a sacristia. vada. Para dar a pública, o sacerdote revestido de sobrepeliz
948. E' permitido levar o SS. Sacramento para outro altar e estola roxa (Rit. rom. VIII, c. 33 segunda) vai ao altar.
e fazer lá a exposição à porta do sacrário. Mas é preferível Ajoelhado no degrau inferior reza as primeiras orações. Du-
rezar, p. ex., a novena no altar do santo respectivo e depois rante o confíteor sobe ao supedâneo e voltado para o povo
passar para o altar do SS. Sacramento e dar a bênção. (Eph. diz: Misereatur vestri, etc. No confessionário o confessor co-
Lit. 1928, p. 430.) meça pelas palavras: Dominus nester e continua até ao fim
5. 0 santo lenho. Para a exposição pública, a relíquia no singular. Se, porém, as circunstâncias não permitirem di-
autêntica do santo lenho não pode ser . colocada diante zer a fórmula inteira, o confessor diz: Auctoritate a Summis
(d. 2906) nem em cima do tabernáculo com o SS. Sacra- Ponti f icibus mihi concessa plenariam omnium peccatorum
mento. (d. 2740 ad 1.) Põe-se do lado do evangelho ou tuorum indulgentiam tibi impertior. In nomine Patris f et
num altar lateral, e, se houver missa no altar, entre os cas- Filii et Spiritus Sancti. Amen. (Rit. Rom. Ap.) Desta fór-
tiçais. (d. 2887 ad 4.) Devem arder no altar ao menos duas mula breve diz o "Manual da Ordem Terceira de S. Fr. de
velas. (d. 2067 acl 9.) E' venerada com genuflexão simples Assis", Petrópolis, 1942, p. 216: Todos os confessores têm
pelos que passam diante dela (d. 2390), e incensada pelo o poder para conferir esta indulgência na forma privada.
oficiante de pé (d. 2324) com três ductos duplos. Pode ser § 183. A EXTREMA UNÇÃO
beijada pelos fiéis. (d. 2704.) No fim da exposição o ofi-
ciante deve dar a bênção com a relíquia do santo lenho (d. 952. 1. Preparativos. a) Se a extrema unção se administra
2324"ad 1), mas não faz genuflexão ao pegá-la. Genuflete logo depois do viático, o sacerdote deixa a estola branca e
ao chegar ao altar e ao retirar-se. (d. 2722 ad 1.) toma a roxa. b) Em outros casos irá com as vestes ordiná-
rias ao doente, levando ao peito numa saquinha de sêda
§ 182. A PENITÊNCIA roxa, suspensa do pescoço, o vaso com o santo óleo, mas
949. 1. Se o costume o .exigir, o sacerdote veste a sobre- sempre separado do vaso da s. eucaristia. c) Em casa do
peliz e a estola roxa. (Rit. IHI, c. 1, n. 10.) enfêrmo se prepara uma mesa, coberta com urna toalha
O C. B. determina: para ouvir confissões na igreja o branca, uma cruz, vela de cera e num pratinho (pires) seis
sacerdote revista-se de sobrepeliz e estola; fora da igreja bolas de algodão, miolo de pão ou sal, água e toalha para
pode usar só a estola roxa. (C. B. n. 233, § 1.°) o sacerdote lavar as mãos. Em geral o próprio sacerdote
2. Para dar a absolvição o sacerdote põe as mãos e leve os objetos mais necessários numa malinha.
diz: Misereatur tui; depois com a mão direita estendida e
953. 2. Cerimonial. O sacerdote reza tôdas as orações vol-
voltada para o penitente: Indulgentiam. Não está prescrito tado para o doente. 1. Ao entrar no quarto do enfêrmo: Pax
no ritual que a palma da mão seja voltada para o peniten- huic domui, etc. 2. Põe o santo óleo na mesa c acende a vela.
te. Satisfaz-se à rubrica imitando a imposição da mão sôbre 3. Veste a sobrepeliz e estola roxa. 4. Dá a cruz a beijar

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473
II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais
472 R e u s, Curso de Liturgia
godão entre os dedos. Um diácono assistente poderia limpar
ao doente. 5. Asperge-o em forma de cruz, asperge também
quarto e os assistentes, dizendo: Asperges me, Domine, his- os lugares ungidos.
957. 6. Depois das unções, o sacerdote esfrega o polegar
sopo et mundabor: lavabis me et super nivem dealbabor, sem com miolo de pão ou sal e lava as mãos. As bolinhas de al-
o verso Miserere mei e sem Gloria Patri, sem alleluia no godão, o sal, o pão usado são deitados na piscina ou no fogo.
tempo pascal. (d. 2089 ad 7.) 6. Segue a confissão, se fôr
preciso. 7. Explica, se fôr possível, brevemente a eficácia do 7. Quando o sacerdote tem de administrar êste a bei-
o crucifixo
Sacramento. Evite a expressão: extrema unção e fale da mento a mais enfermos no mesmo lugar,
jar a cada um, diz tôdas as orações antes e depois das un-
santa unção ou do s. óleo, para não assustar o enfêrmo ig-
ções, no plural; faz, porém, as unções separadamente.
norante. Se o enfêrmo morrer antes do fim das unções, o sa-
954. 3. 0 conf iteor sempre se deve rezar, embora já tenha 8. reza
cerdote ou interrompe a administração do
sido recitado na comunhão. Ao dizer: In nomine Patris. ..
as orações da encomendação da alma ou, melhor,
exstinguatur... o sacerdote estende a mão direita sôbre a Si adhuc vivis per istam... Omi-
as unções condicionalmente:
cabeça do enfêrmo e conserva-a nesta posição durante tôda .
te, porém, as orações depois da o doènte já parece mor-
a oração, exceto os sinais da cruz. (Rubr.) d
Se o sacerdote só chega quando
955. 4. 0 direito canônico (cân. 947) diz: a) Em caso de to, dê a absolvição sob condição e faça a unção com os s.
necessidade basta uma unção num sentido ou melhor na óleos até mesmo urina hora e meia depois de ter expirado,
fronte com a fórmula breve prescrita: Per istam sanctam cuidando de evitar a admiração das `pessoas presentes. (C.
Unctionem indulgeat tibi Dominus quidquid deliquisti. Amen.
B. n. 257.) articulo mortis (in-
(Rit. V, c. 1, n. 21.) Se o enfêrmo sobreviver, devem-se su- 9. Quando se dá a absolvição in
prir as orações e unções omitidas. b) A unção dos rins sem- dulgência plenária) logo depois da santa unção, deve-se re-
pre se omite. c) A unção dos pés pode-se omitir por qual- embora talvez já se tenha rezado duas vêzes
quer motivo razoável. d) Fora de caso de necessidade grave zar o con f iteor, e Asperges me omitem-se.
na mesma ocasião. Pax huic domui
o sacerdote tem de fazer a unção com a mão e sem instru- 958. Para ganhar a indulgência plenária, além do estado
mento. Ern caso de doença contagiosa preparam-se seis pau-
da graça, é indispensável:
zinhos (fósforos) (d. 3051 ad 2) ; uma extremidade dêles que aceita a morte da mão
estará envolvida em um pouco de algodão. Para cada un- a) a declaração do doente, q
ção toma-se um novo pauzinho, cuja ponta se molha com de Deus;
no ao, do SS. Nome de
o s. óleo, que desta maneira se conserva limpo. b) a invocação, ao menosa jaculatória:
latória:
cu "Meti Jesus, mi-
Jesus, fazendo repetir, p. ex .,
956. 5. As funções se fazem em forma de cruz, enquanto O sacerdote procure com palavras prudentes
se profere a fórmula distribuindo-se na unção dos órgãos du conseguir do enfêrmo êstes atos necessários.
pios as palavras pelas duas unções sem terminar a fórmula (5 abr. 1747)
959. Bento XIV na Constituição Pia Mater
antes da unção. Guarda-se a, ordem prescrita pelo ritual.
diz: "0 ritual romano impõe aos sacerdotes rr d n d r 1-
A unção dos olhos faz-se sôbre as pálpebras fechadas,
por ao doente o que ^ deve fazer, para que
a dos ouvidos sôbre o lóbulo ou extremidade inferior da ore- (proponant, quid (fideles) ad eam, conse-
lha, a do nariz, sôbre as duas narinas ou sôbre a parte su- gência plenária, Prescrevemos aos sacerdotes que
perior, a da bôca sôbre os lábios fechados, a das mãos nas
quendarr} agere debeant).
de todos os modos procurem mover os moribundos a novos
palmas, nas costas das mãos para os sacerdotes, a dos pés formular
(embora tivessem já antes) atos de contrição e a
no peito ou na planta. Com a bolinha de algodão, que tem afetos de íntima caridade para com Deus, principalmente, po-
entre o indicador e o médio limpa logo o lugar ungido, ao rém, para aceitarem a morte da mão de Deus coin resignação
menos na unção dos ouvidos. A cada unção o sacerdote ume- e boa vontade. Pois impomos e prescrevemos aos tais mori-
dece o polegar no s. óleo e toma uma nova bolinha de al-

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474 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais
paroco
bundos mormente esta obra, pela qual se preparem e dis- reza o salmo indo na frente do cadáver. Não atrás,
-

ponham para alcançar o fruto da indulgência plenária." prcecedente : feretrum, Rit.)


A invocação do SS. Nome de Jesus foi prescrita mais 961 „3. Ao entrar na igreja, descobre-se e os cantores en-
tarde. Terminado êste responsório, segue-se o ofí-
toam Subvenite.
O ritual diz que esta indulgência se pode dar também cio dos defuntos. Se o oficio não se seguir imediatamente, o
Absolve... Requiem.. .
a pessoas sem sentidos, mas não a impenitentes. Basta, nes- C reza Kyrie, Pater noster, versiculos,
te caso, o estado de graça. Podem recebê-la também as No dia do entêrro -
devem-se rezar três noturnos, se não fôr
crianças, que tenham atingido o uso da razão. (Beringer.) impossível por motivos razoáveis, -p. ex., falta de tempo
O Cân. 468, § 2 dá ao sacerdote, que assiste ao mori- (temporis angustia) ou necessidade -de fazer outro entêrro.
bundo, a faculdade de conceder esta indulgência plenária e (Rit. VI c. 3 n. 16; d. 3110 ad 16.)
acrescenta o aviso de não omiti-la. Pode-se e costuma-se 4. Terminada a missa com absolvição, o corpo é con-
962.
dar a indulgência plenária junto com a extrema unção. Mas duzido para o cemitério; o - C vai á frente do cadáver nem
o doente só a ganha no momento da morte. pode segui-lo. (d. 3804 ad 10.) Se fôr preciso benzer o se-
pulcro, o turiferário vai .à frente da cruz, com o turibulo.
§ 184. AS EXÉQUIAS Fora disto, não é necessário levá-lo. Os cantores entoam,
960. 1. As exéquias em sentido lato compreendem tôdas ou logo, ou em caminho: In paradisum.
as cerimônias até ao entêrro; em sentido restrito, o ofício 5. No cemitério, o cadáver é colocado junto do se-
963.
dos defuntos com ou sem a missa exequial. Da missa já pulcro e, se fôr preciso, o C benze o sepulcro com a fórmu-
se tratou no n. 656. As cerimônias antes e depois da mis- Se o sepulcro serve só para um, deve-se
sa, das -quais nada se pode deixar sem autorização dá Con- la: Deus cuins...
empregar o singular. (Rit.) Põe incenso no turibulo, dizendo:
gregação dos Ritos, são as seguintes segundo o ritual ro- ab illo benedicaris, etc., e benzendo-o, asperge e incensa
mano. Os ritos de igrejas particulares, se houver, devem-se
respeitar . o corpo e o sepulcro. O C está aos pés do cadáver e a cruz
à cabeceira do féretro;
Os enterros não se façam antes do nascer ou depois do pôr do sol; e e os cantores começam
enquanto fôr possível não nos dias de maior solenidade. (C. B., n. 341, 1.) 6. Depois o C entoa: Ego sum
Para acompanhar o cadáver, o pároco reveste-se de sobrepeliz e estola No fim canta-se a antífona,, por inteiro. O C
ou também de pluvial. (Rit.) Pode conservar estes paramentos para can-
,tar o Noturno e o ofício antes da missa no dia 3. 0 o Benedictus. e continuando-o em voz baixa,
, 7.° e 30.. aniversário
e outros dias. (d. 3029, ad 4 e 5.) Nas exéquias celebradas fora da missa canta Kyrie . . Pater nosier
não se podem admitir o D e S com paramentos sacros. (d. 3066, ad 2.) asperge o corpo; é conveniente fazê-lo no meio, A esquerda
Nenhum clérigo pode pegar em caixão de leigos (Rit. VI, c. 1, n. 17;
cân. 1233, $ 4) nem de sacerdote. (d. 3110, ad 15.) A interpretação au- à direita do C. Depois reza os versículos e a oração do
têntica dêste decreto, dada pela S. R. C., acha-se nos Deer. aut. tomo V, e etc., traçando o sinal da
p. 203: Feretrum defuncti sacerdotis veI fimbrias panni mortuarii in fu-
neribus deferre non - licet ecelesiasticis, presertim canonicis" e exclui quais-
ritual, no fim: Requiem ceternaln, Re-
quer clérigos com ou sem veste litúrgica, e qualquer serviço. (Eisenhofer,
cruz sôbre o féretro. O côro canta (ou o C recita)
etc.
Lit. II p. 439; Solans, II. p. 252; Mach-Ferreres,- I, p. 463,) Só o féretro
dos bispos tem o privilégio de ser levado por sacerdotes. (d. 1021; C. E.
II, 38, n. 24.) -
quiescat... (singular). O C: Anima eius,
C põe o barrete e regressa à igreja rezando:
964. 7. 0
profundis, na sacristia:
2. O C, precedido da cruz processional, de um acólito
Si iniquitates, etc., com o salmo: De
com água benta, e acompanhado de outros (Rubr.) de bar-
Kyrie, etc., como no ritual. A Igreja, solicita dos seus lithos,
rete pôsto, se fôr fora da igreja, dirige-se para a casa mor- manda rezar por todos os defuntos ainda retidos no purga-
tuária, acompanhado do povo. Tendo chegado à casa res- tório. Por isso se usa o plural nestas orações.
pectiva, descobre-se e asperge o cadáver. Depois diz em voz Se a igreja é longe, é mais conveniente rezar estas ora-
alta, mas sem canto (d. 4095 ad 1), as palavras: Si iniqui-
tates e o salmo, não alternando com os assistentes. Termi- ções, enquanto se enterra o. cadáver, ato de caridade, a que
nada a_última antífona cobre-se e entoa: Exsultabunt e os os amigos costumam assistir e-contribuir deitando mu pouco
cantores começam o Miserere. Se não houver cantores, o C de terra sôbre o caixão.

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476 R e u s, Curso de Liturgia
477
II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais
8. Nos enterros e exéquias é proibido expor as ima-
gens dos defuntos na eça ou à porta da igreja. E' abuso 2. Omite-se em casa: Non intres, Libera, até: In para-
cobrir o féretro de pessoa solteira com pano branco ou de' disum, exclusive, pois que estas orações se rezam na igreja.
3. Depois de terminado em casa o responsório: In pa-
outra côr em sinal da virgindade. As crianças que ainda não
chegaram ao uso da razão, sejam enterradas com o rito das Ego sum
crianças. (C. B. n. 342 § 1-2.) radisum, o cadáver é levado para o cemitério. O
não está prescrito, para não inverter a ordem do rito sem
9. E' proibido aos sacerdotes, fazer sermões fúnebres no
motivo. Se, porém, o sacerdote acompanhar o corpo à se-
cemitério, se não os apresentaram antes ao ordinário do lu-
pultura, também rezará, ai, Ego sum.
gar e em cada caso receberam a licença. Podem, porém, nes-
ta ocasião dirigir aos fiéis algumas palavras de exortação, 4. As outras orações rezam-se na casa mortuária: Si
se o ordinário do lugar não estabeleceu outra coisa. E' proi- iniquitates, Subvenite, Kyrie com Absolve, In paradisum.
bido aos leigos fazer na igreja panegíricos dos defuntos. 967. III. Encomendação em casa, com ofício e missa na
(C. B. n. 346.) igreja, imediatamente.
1. Omite-se a forma solene, o Exsultabunt, Miserere.
§ 185. CERIMONIAL DAS ENCOMENDAÇÕES (Cf. n. I.)
2. Omite-se o Kyrie com a oração Absolve, porque o
ABREVIADAS
965. Quando por causa grave, aprovada pelo ordinário do ofício se concluirá logo na igreja.
lugar, o cadáver, contra a lei eclesiástica (cân. 1215), não 3. Omite-se: Non intres e Libera, pois que estas ora-
pode ser transportado para a igreja, observa-se a instrução ções se dirão logo na missa.
4. Depois de terminar na casa mortuária: In paradi-
da S. C. dos Ritos, dada em 28 de fev. de 1920 ao Exmo.
Sr. Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, na qual se dis- Ego
tinguem três casos. sum, o cadáver será transportado para o cemitério. O
I. Encomendação só, em casa, sem ofício e sem missa.. sum não se reza, a não ser que o sacerdote acompanhe o
corpo ao cemitério. (Como em o n. II, 3.)
1. Omite-se a forma solene da encomendação, fazen-
5. As outras orações se dizem: Si iniquitates, Subve-
do-a a) sem pluvial; b) sem incensação; c) sem dar volta nite, In paradisum.
em tôrno do .caixão.
2. Omite-se a condução do cadáver à igreja, e por isso § 186. AS EXÉQUIAS DAS CRIANÇAS
também o canto marcado para a procissão: Exsultabunt, 968. 1. 0 sacerdote chamado para encomendar uma crian-
Miserere.
ça, se não fôr o pároco, perguntará se a criança era batizada
3. Omite-se o Kyrie com a oração Absolve, porque se e quem a batizou e como. Pois as crianças não batizadas
omite o ofício dos defuntos. validamente devem ser enterradas sem as honras da sepul-
4. Tôdas as outras orações, até Anima eius
inclusive, tura eclesiástica e fora do lugar sagrado. (Cân. 1239,
rezam-se na casa mortuária, também: Ego sum. Se, po-
§ 1; 1241.)
2. As exéquias das crianças que ainda não atingiram o
rém, o sacerdote fôr acompanhai- o cadáver ao cemitério,
depois de recitada a antífona: In paradisum, dará sinal para
uso da razão, fazem-se com rito festivo por causa da ino-
o transporte do cadáver e reza: Ego sum, no cemitério. Se
cência batismal. O sacerdote veste sobrepeliz e estola branca,
fôr preciso benze antes a sepultura. (Cf. n. 962; 963.) mesmo na semana santa. Rezam-se as orações indicadas no
966. II. Encomendação em casa, com ofício e missa na
ritual.
igreja, mais tarde (no mesmo dia ou no dia seguinte).
3. Os salmos Beati, etc., indicados para a procissão
1. Omite-se a forma solene e Exsultabunt, Miserere. podem-se omitir, quando se pede só encomendação em casa
(Cf. n. I.) ou na igreja. Nos últimos 3 dias da semana santa nos sal-
mos pode-se omitir Gloria Patri. (d. 1589 ad 4.)

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478 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 479 '

Quando se pede uma missa, diz-se ou canta-se a missa ordens. Segundo o direito moderno, inclui o propósito de
do dia ou, se forem permitidas as missas votivas privadas, ser sacerdote. (Cân. 973.) Por isso o estado clerical não
a missa dos anjos ou qualquer outra. (d. 3481 ad 2.) Não está ao alcance de qualquer pessoa.
existe missa privilegiada para as exéquias de crianças. A Validamente só é ordenado o varão batizado. (Cân. 968.)" Lid-
missa diz-se não pela criança, mas na intenção dos pais tamente é ordenado quem possui as qualidades exigidas pelos câ-
ou em ação de graças. nones. 1. Deve ter recebido o Sacramento da Confirmação; 2. mos-
trado procedimento correspondente às ordens que recebe; 3. a ida-
de canônica, a saber para o subdiaconado 21 anos, para o diaco-
§ 187. 0 SACRAMENTO DAS ORDENS nado 22 anos, parvo presbiterado 24 anos completos (cân. 975); 4.
a devida ciência. Por um exame prévio (cân. 996) deve constar
I. As ordens que o ordenando conhece a ordem a ser conferida e as obrigações
com ela conexas. A prima tonsura não se confere antes de ter o
969. Nosso Senhor instituiu a sua Igreja com perfeita or- candidato começado o curso teológico; o subdiaconado confere-se
ganização hierárquica. O govêrno dos leigos e a adminis- no fim do terceiro ano, o diaconado no princípio, o presbiterado
no meio do quarto ano de teologia (cân. 976) ; 5. a recepção da s .

tração do culto é confiado ao clero (cân. 945) pelas san- ordens precedentes; pois não é permitido saltar uma ordem, per
tas Ordens. Ordem, em geral, compreende as Ordens maio- salturn (can. 977) ; 6. os interstícios. O acólito pelo tempo de um
res do Subdiaconado, Diaconado e Presbiterado, e as Or- ano, o subdiácono e diácono por três meses devem desempenhar
as funções da sua ordem antes de receber outra. O bispo pode dis-
dens menores de Ostiariado, Leitorado, Exorcistado e Aco- pensar e determinar o interstício das ordens menores. Em separado
litado, além disso a prima tonsura. se deve conferir a tonsura, cada uma das ordens maiores e as qua-
As ordens maiores se chamam ordens sacras, porque tro menores em dois dias diferentes (cân. 978), sendo livre a dis-
tribuição; 7. o título canônico para as ordens maiores. (Cân. 974.)
facultam maior participação no sacrifício do que as ordens Os Clérigos das ordens maiores devem possuir recursos suficientes
menores. O presbiterado concede a consagração, o diaconado para a vida digna de um clérigo; 8. os exercícios espirituais, os quais
a distribuição, o subdiaconado a preparação próxima da S. não se omitem nem antes de receber a prima tonsura. Pois quem
Eucaristia. não estima a tonsura, nem estimará o estado clerical, nem com-
preende as cerimônias solenes, cheias de solicitude e caridade, de
Da mesma maneira as ordens menores se agrupam em ensinamentos e paternais admoestações, com as quais a Igreja re-
cebe os seus ministros em o número dos seus filhos eleitos. Corre
redor da S. Eucaristia como do seu centro. O ostiário abre perigo de desconhecer a reverência que a Igreja presta aos clé-
e fecha a porta exterior, proibindo aos maus e permitindo rigos e de menosprezar o ofício que lhe confia a Igreja. Essas
aos bons a participação no altar eucarístico. O exorcista pre- razões valem muito mais para as ordens propriamente ditas. Por
isso os candidatos se devem retirar durante alguns dias da convi-
para o interior da alma para a recepção da S. Eucaristia, vência dos outros e se entregar aos exercícios de piedade, aptos a
conjurando o demônio e sua influência. O leitor facilita a • despertar a preparação conveniente às ordens.
compreensão do santo mistério do altar pela leitura ade- 971. Mas ainda outras qualidades a Igreja exige dos seus
quada. O acólito acende a luz, ilumina o povo de Deus pelo ministros. Devem ser dignos da veneração elos fiéis no ex-
seu digno comportamento, servindo à missa e levando água . terior e na vida anterior, devem ser livres de defeitos que
e vinho para o altar. (Albertus Mag. in IV sent. dist. 24.) prejudicam o decôro do culto divino. Tais defeitos chamam-
se irregularidades. A irregularidade é impedimento perpétuo
II. A Prima Tonsura contraído por delito ou por defeito, e só pode rser relevado
970. Verdade é que também leigos desempenham algumas por dispensa papal.
funções das ordens menores. Mas pelo direito divino ús fun- São julgados impróprios para o estado clerical os que
ções Iitúrgicas são confiadas a um estado próprio, o estado são irregulares por defeito: 1. Os filhos ilegilimos, a não
clerical. A introdução nêle é a prima tonsura, pela qual o ser que sejam legitimados ou professos de votos solenes. 2.
eleito se torna membro do clero de uma diocese com pri- Os defeituosos. 3. Os que são epilépticos ou loucos ou pos-
vilégios e deveres, determinados pelo direito canônico. sessos pelo demônio ou o foram. 4. Os bigamos que su- ;

Não é uma ordem propriamente dita, mas uma consa- cessivamente contraíram mais de um matrimônio legítimo.
gração ao serviço divino e a condição necessária para as 5. Os infames pelo direito. (Cân. 2230; 2328; 2356; 2357;

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480 II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 481
R e u s, Curso de Liturgia
enlace nupcial; pecando contra a castidade comete sacrilégio. Os
2359.) 6. 0 juiz que proferiu sentença de morte. 7. 0 algoz clérigos de ordens menores pelo enlace perdem o estado clerical.
por ofício e os auxiliares voluntários e imediatos na exe- Não tenham na sua casa mulheres, das quais possa haver suspeita,
nem visitem tais pessoas. Não obedecendo neste particular às ordens
cução da pena capital. do bispo, podem incorrer na suspensão. (Can. 2176; 2177.) 6. Hábito
São julgados impróprios os que são irregulares por de- clerical .e tonsura. (Can. 136.) Clérigos minoristas no caso de con-
travenção e avisados da sua obrigação pelo bispo, depois de um
lito: 1. Os apóstatas, hereges, cismáticos. 2. Os fautores da mês perdem o privilégio do estado clerical. 7. Não andem armados
heresia, deixando-se batizar por um herege a não ser em sem motivo justo, mormente de modo visível. (Can. 138.) 8. Evi-
caso de extrema necessidade. 3. Quem contraiu matrimônio, tem negócios seculares, ofícios indecorosos, jogos de azar, os alea-
tórios. A caça aparatosa é proibida; a simples não seja frequente.
mesmo civil, apesar de ordem sacra ou votos, .mesmo sim- Sem nécessidade ou outro motivo justo aprovado pelo bispo não
ples e temporários, ou com mulher que fêz tais votos ou é entrem nas vendas ou em casas semelhantes. 9. São-lhes proibidos
espetáculos, bailes impróprios ao decôro clerical (can. 140), a pro
casada. 4. Quem cometeu homicídio voluntário, ou abôrto fissão de médico sem indulto apostólico, o ofício de tabelião e ad-
com efeito subsequente, ou cooperou para êle. 5. Quem mu- vogado, de administrador de dinheiro e de fiador, de comerciante,
tilou a si ou a outro, ou tentou suicídio. 6. 0 clérigo que de militar por livre vontade.
exerce a profissão de cirurgião que lhe é proibida, e causa
Privilégios
assim a morte de alguém. 7. Quem exerce atos de unia or-
dem, reservados a ordens sacras que não recebeu ou cujo 973. Na admonição final o bispo declara que de ora em
exercício lhe é proibido. diante gozam dos privilégios clericais, que não os percam
por sua culpa e que procurem agradar a Deus pelo hábito
As Obrigações do Clérigo modesto e sua vida de piedade.
(Can. 124-144. Vermeersch Ep. n. 100.) Os privilégios são grandes: 1. A capacidade de receber jurisdi-
ção eclesiástica, benefícios e pensões eclesiásticas. (Can. 118.) 2.
972. A recepção formal no estado clerical se efetua pela Regalias: um lugar especial na Igreja, no presbistério; o hábito es-
pecial proibido aos leigos e clérigos indignos. (Can. 213; 683.) 3.
prima tonsura feita pelo bispo, e a vestição com a sobrepe- Privilégio canônico. E' o privilégio concedido pelo can. 15 do 2.° Con-
liz, que não é outra coisa senão uma alva curta. Ambas as cílio de Latrão em 1139, fulminando a excomunhão contra qual-
cerimônias são acompanhadas com orações e admoestações, quer pessoa que assaca injúria física a um clérigo, por ex., espancar,
rasgar a batina, encarcerar, fazer parar o cavalo ou o carro dêle.
que evidenciam a grandeza da graça concedida por Deus ao (Can. 119; 2343 § 4.) 4. O privilégio do fôro, em virtude do qual
clérigo. "Ninguém se arroga a honra." (Heb 5, 4.) 0 aban- é proibido chamar um clérigo ao tribunal civil a não ser que isto
seja concedido por um acôrdo com a S. Sé. (Can. 120.) 5. O pri-
dono dos cabelos compridos, que outrora eram o distintivo vilégio da imunidade. (Can. 121.) Os clérigos são livres do serviço
do homem livre, manifesta o motivo sublime dêste sacrifício, militar e de encargos públicos civis, e nem podem renunciar a êsse
o amor de Deus (pro aurore divino). Êste amor vê-se na direito. (Can. 123.) 6. 0 privilégio da competência. (Can. 122.)
A clérigos que são coagidos a satisfazer aos credores, deve-se dei-
declaração solene do candidato: "0 Senhor é a minha parte xar a competente sustentação honesta.
na herança e no cálix. Tu restituir-me-ás a minha herança." Êstes privilégios perdem-se pela redução ao estado lei-
Escolheu a Deus mesmo como herança sua, herança riquíssi- go. O clérigo de ordens maiores é reduzido ao estado leigo
ma, mas por poucos conhecida e procurada. A sobrepeliz por rescrito da S. Sé, ou por sentença do juiz eclesiástico
significa o abandono do ignominioso traje secular (ignomi- no caso de coação ao estado _clerical ou pela degradação.
niam sa?cularis habitus), e com êle do espírito secular e a
(Can. 211.) Para ser readmitido precisa de licença da S. Sé.
aquisição do novo homem, da santidade onímoda. 0 clérigo de ordens menores volta ao estado leigo sem
Para conservar e promover o espírito clerical, a Igreja pres- mais formalidades pelas razões previstas na lei, ou por sua
creve meios adequados nos santos cânones. 1. Vida mais santa.
(Can. 124.) 2. Exercícios de piedade. (Can. 125: confissão frequen- vontade ou por decreto do bispo. Para ser readmitido é ne-
te, meditação quotidiana, visita ao SS. Sacramento, rosário, exa- cessária a licença do seu Ordinário.
me de consciência; Cân. 126: retiro ao menos de três em três anos.) Os clérigos reduzidos ao estado leigo perdem os ofí-
3. Obediência ao bispo. (Cân. 127.) 4. Continuação do estudo da
teologia, exames anuais ao menos por três anos, conferências. (Cân. cios, benefícios, direitos e privilégios dos clérigos nem po-
129-131.) 5. Celibato. Aos clérigos de ordens maiores é proibido o
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II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais
dem mais vestir a batina nem trazer a tonsura. Os clérigos
Deve abrir e fechar a sacristia. Lá se guardam as al-
de ordens maiores ficam obrigados ao celibato e breviário. faias da igreja, os paramentos e a roupa santa do altar.
(Cân. 213.)
Está-lhe confiado o cuidado de conservar tudo em perfeito
§ 188. AS ORDENS MENORES estado, de cuidar das hóstias e do vinho que o acólito ou
subdiácono tem de apresentar ao sacerdote.
O Ostiariado Deve guardar os livros usados nas funções litúrgicas. .

974. 0 ostiariado é a ordem pela qual é comunicado a Antigamente eram mais preciosos que hoje, escritos co m .

poder especial de abrir e fechar as portas da igreja, de to- muita paciência e arte e encadernados ricamente.
car os sinos e de abrir o livro ao pregador da palavra divina. Mas tem um encargo ainda mais honroso. Deve abrir
A necessidade de um porteiro existe em qualquer casa o livro ao pregador. Pode portanto contribuir para a pre-
pública. Por si, para êste serviço, pode ser escolhida qualquer gação do santo evangelho, concorrer para a glorificação de
pessoa fiel. Mas é costume que o quartel militar seja guar- Nosso Senhor, para a propagação da fé, para a salvação
dado por um militar, o edifício da polícia por um policia, das almas.
o arsenal da marinha por um soldado marinheiro. E' por- 976. A matéria e a forma. A ordenação do ostiário se faz
tanto conveniente que a casa de Deus seja guardada por um entregando-lhe o bispo as chaves, as quais constituem a ma-
homem de Deus, por unia pessoa consagrada a Deus. E' téria. A forma são as palavras do bispo proferidas neste ato:
êle que tem de admitir os fiéis e de excluir os indignos. lembram-lhe como tem de dar conta a Deus pelas coisas que
Assim no templo de Jerusalém Jojadá estabeleceu porteiros nas são fechadas com estas chaves.
portas do Senhor, para não entrar nenhum imundo. (2 Par 23, 19.) A virtude característica do ostiário é o zela pela casa
Nosso Senhor fez as vêzes de porteiro quando deitou fora do tem-
plo os negociantes compradores. E' Cie a Porta do céu, o Porteiro de Deus. Deve zelar pela casa material (igreja visível. Pont.),
a quem estão entregues as chaves, com as quais Ele abre e nin- para que nada se perca dos objetos pertencentes à igreja. .

guém fecha, Ele fecha e ninguém abre. Porteiro foi S. Ambrósio,


quando proibiu ao imperador Teodósio a entrada na igreja. Ain- Maior cuidado deve empregar pela casa de Deus espiritual
da hoje não raro é necessário que o sacerdote faça as vêzes de (casa invisível. Pont.), as almas, os corações dos fiéis, fe-
porteiro, para impedir escândalos. Ao porteiro cabe por isso a fis- chando-as ao demônio pelas palavras edificantes e exempla
calização de tôda a igreja. (Fidelissima cura in domo Dei,
Pont.) de piedade, e abrindo-os para Deus. (Pont. P.)
Todos os objetos se devem conservar bem cuidados e inteiros. A
êle está confiada de algum modo a guarda do SS. Sacramento, com
subordinação ao sacerdote. Ele é que cuida da lâmpada do sacrário. O Leitorado
975. Da instituição de ordem especial para as funções do
ostiário temos a primeira notícia pelo papa Cornelio na sua 977. 0 leitorado é a ordem pela qual é comunicado o es-
pecial poder de ler a escritura sagrada ao que faz o ser-
carta a Fábio de Antioquia (por volta de 251). mão, de cantar as lições na missa e no santo ofício, e de
O ofício de tocar os sinos é mencionado no século XIII. benzer pão e todos os frutos novos. (Pont.; Cân. 1147, § 4.)
E' serviço muito honroso convidar o povo cristão, "para História. Entre as ordens menores o leitorado é o mais antigo.
invocar o nome do Senhor" (Pont.), para adorar á Jesus Acha-se mencionado nas fontes litúrgicas do século II. Foi santifi-
Cristo na missa e oferecer à SS. 'Trindade, junto com o sa- cado pelo próprio Nosso Senhor, quando na sinagoga de Nazaré se
levantou para pregar. Tomou na mão o texto da escritura sagrada
cerdote, o sacrifício de louvor, de agradecimento, de expia - e leu com grande admiração dos nazaretanos um trecho das pro-
cão e de petição. Tocando os sinos, êle é o mediador das fecias de Isaias. O que o Verbo Divino tinha falado pelo profeta,
tornou a dizer o Verbo Humanado na sinagoga de Nazaré. O leitor
bênçãos que se derramam pelos sons santos dos sinos san- substitui no seu ministério o Verbo Humanado, proferindo as pala-
tos sôbre a comunidade cristã, a proteção contra o demô- vras do Verbo Divino. Encargo muito honroso e útil às almas.
Tem a sua origem no cargo honorário de leigos instruidos, os
nio, alegria santa nas festas e o anúncio de um novo dia quais, sem ordem eclesiástica, se revezavam nas leituras previstas
para a honra do Altíssimo. para as reuniões dos fiéis. Mas mostrou-se em breve que esta fun-
ção devia ser confiada a pessoas determinadas para salvaguardar
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R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 485

o devido andamento das cerimônias. Ler os manuscritos em que (Cân. 1152.). E' ligado no exorcista minorista, o qual não
faltavam os sinais de pontuação não era tão fácil. Foi portanto
estabelecida uma ordem própria. Desde o século IV foram recebidos pode fazer uso do seu poder. E' reservado aos sacerdotes
nela de preferência meninos que se preparavam para o sacerdócio. autorizados pelo bispo. (Cân. 1152.) A licença -é obrigatória
Por causa disso gozou de grande estima. As leituras passaram para o exorcismo solene tal qual está no Ritual. Não é ne-
pouco a pouco quase tôdas para as ordens maiores. Nas cerimônias
solenes estava o leitor encarregado de cantar as lições prescritas, cessária a licença para o exorcismo privado, que pode ser
função esta que ainda hoje exerce, por ex., na sexta-feira santa. bastante eficaz.
O poder de benzer pão e frutos novos era dado desde Nosso Senhor procedeu como exorcista, quando expul-
o século IX-X. As fórmulas se acham no Ritual. (VIII c. sou sete demônios de Maria Madalena. (Durandus L. II c. 6.)
15 e c. 17.) Não é bem conhecido o motivo por que o leitor
foi encarregado desta bênção. Talvez porque estava de pos- 980. Matéria e forma. O poder desta ordem é conferido
se dos livros que continham as fórmulas da bênção. pelo bispo, que entrega o livro dos exorcismos: o ritual ou
o missal. A esta matéria, da ordem o bispo acrescenta a for-
978. A matéria do leitorado é o livro que contém a sa-
grada escritura, por ex., o Missal, o Breviário, a Bíblia. ma dizendo: "Aceitai êste livro, gravai as suas fórmulas
em vossa memória e recebei o poder de impor as mãos sôbre
Pela entrega do livro com a forma prescrita lhe são conf e-
os possessos, etc."
ridos os poderes mencionados. A forma são as palavras do Admoesta portanto o bispo ao novo exorcista que tenha
bispo: "Recebei êste livro e séde leitores da palavra de
Deus, etc." presente na memória, quer a graça da ordenação e os de-
veres dela resultantes, quer as palavras do exorcismo.
A sua virtude característica é a santificação própria
A virtude característica que o bispo pede a Deus para
pela fé viva, manifestada na vida exemplar e celestial. Co-
o exorcista é a mortificação, a virtude da fortaleza, a fôrça
mo devem ler em lugar alto, a fim de poderem ser vistos e
ouvidos por todos, assim se devem esmerar em alto grau de imperar aos vícios, e 'a I ôrça de imperar aos demônios,
mas em primeiro lugar o domínio sôbre si mesmo, de ser
pela virtude, a fim de edificar os fiéis pelos quais são vistos
e ouvidos. médico especialista das almas.
Exorcistado O Acolitado
979. Na exortação inicial o bispo indica os três poderes
931. Acólito quer dizer servidor, ministro. O primeiro mi-
com os quais são encarregados os exorcistas, de expulsar nistro do sacerdote é o diácono, o segundo o subdiácono.
os demônios, de mandar sair da igreja os não-comungantes Mas a necessidade de mais auxiliares para o serviço do sub-
e de ministrar a água nas santas funções. diácono levou à criação de novos ministros, que receberam
Antigamente os catecúmenos, os quais ainda não têm o direito
de comungar e os excomungados , que perderam êsse direito, de- o nome de acólitos.
viam deixar a igreja antes de principiar a missa dos fiéis. O exor- O acolitado é o mais alto grau das ordens menores. Pois anti-
cista dava os avisos necessários. Admitia os comungantes à mesa gamente estavam os acólitos encarregados de segurar a sacola, em
eucarística e mantinha a ordem. O ofício principal, porém, era im- que os sacerdotes na fração das hóstias depositavam as sagradas
por as mãos sôbre os possessos e também sôbre os catecúmenos, espécies. Por isso na ordenação como distintivo da sua dignidade
que se preparavam para o batismo. No decurso da colação desta or- recebiam a sacola das hóstias. Deviam segurar a hóstia destinada
dem se fala dêste poder exclusivamente.
No princípio do cristianismo o poder de expulsar os demônios
à mistura com o SS. Sangue e lévá-la, ao menos em Roma, para
as igrejas urbanas. Rezavam os exorcismos sôbre os cateei'inrcuos,
era carisma dado por Deus aos cristãos, tanto clérigos como lei- de
e até, em caso de necessidade, batizavam solenemente. Serviam
gos. Quando o exorcistado carismático foi desaparecendo pouco a ceroferários e estavam encarregados da luz nos altares e na rr igreja
pouco, em meados do século terceiro foi instituída esta ordem cle- iluminada por muitas lâmpadas pequenas, porquanto as g't
rical. O fato consta pela carta de Cornélio ao bispo Fábio de An- causavam mau cheiro. Se havia confirmação, acompanhavam o bispo
tioquia.
e apresentavam o crisma. Cabia-lhes também a honra de levar água
O ofício do exorcista é poder espiritual, pois deve ex- e vinho para 'o altar.
pulsar os espíritos maus. E' poder geral, porquanto pode Nosso Senhor exerceu êsse ofício conforme as suas próprias
palavras: "Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não anda nas
usá-lo em favor de católicos, acatólicos e excomungados. trevas, mas terá a luz da vida." (Durandus I. II c. '7 n. 5.)

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II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais

982. Dos múltiplos ofícios antigos a Igreja hoje confere só no século XIII (Inocêncio III) se começa a contá-la en-
só uma parte aos acólitos: de servir de ceroferário, de acen- tre as ordens maiores.
de r . a luz na igreja e de apresentar o vinho e água na missa. Mas a importância que a Igreja liga a êste grau ecle-
Por isso a matéria é dupla: o castiçal com uma vela siástico pode-se inferir das obrigações impostas aos que
apagada para acendê-la, e a galheta vazia para enchê-la. têm a honra de pertencer a êle. Cada dia (cân. 135) o sub-
As formas são as palavras do bispo ao entregar os objetos diácono deve rezar o oficio divino, e na Igreja romana deve
da matéria.
guardar o celibato. (Cân. 132.)
Na oração final o bispo pede a Deus que conceda aos
acólitos como virtude característica a piedade iluminada 984. A obrigação do celibato é igual à do voto solene de
pela ciência. (A luz da ciência e o orvalho da piedade, Pont.) castidade e é impedimento dirimente do matrimônio. A vio-
Não só levem a luz visível nas mãos, mas espalhem também lação desta lei é um sacrilégio (cân. 132 § 1), de sorte que
uma luz invisível pela sua vida exemplar. Sejam pela sua o transgressor pelo pecado, quer interno quer externo, co-
vida castíssima um vivo sacrifício, a fim de serem dignos mete dois pecados, contra a castidade e contra o voto. Ao
de levar vinho e água para o sacrifício divino do altar. subdiácono que se atreve a contrair matrimônio, embora só
civil, a Igreja expulsa do número dos fiéis pela excomunhão
§ 189. AS ORDENS MAIORES incorrida imediatamente sem sentença judicial (latce sen-
tentice, Cân. 2388). A consequência é a perda de todos os
O Subdiaconado ofícios eclesiásticos infligida pela lei e a degradação, se não
983. 0 subdiaconado é a primeira das ordens maiores (can. se mendar. (Cân. 2388 § 1.)
950), pela qual a Igreja confere o poder de servir ao diá- As condições para o acólito receber o subdiaconado são, devido
' cono na missa solene, de lhe oferecer o cálix e a patena, de à elevação do grau hierárquico, múltiplas: 1. A idade prescrita, 21
anos completos. (Cân. 975.) 2. A ciência exigida (cân. 976): pelo
preparar a água para o s. sacrifício, de cantar a epístola e fim do terceiro curso de teologia. 3. A ausência de irregularidades.
de abluir as palas e os corporais. 4. 0 título de ordenação. 5. 0 interstício de um ano desde a re-
cepção do acolitado. 6. A colação da ordem na missa pontifical e
Nosso Senhor exerceu êste oficio quando em Caná de nos dias marcados: Quatro têmporas, Sábado Sitientes, Sábado San-
Galiléia fêz vinho da água para o banquete nupcial e quan- to, e outros por privilégio. 7. 0 comportamento regulamentar ates-
do na última ceia lavou os pés dos discípulos. (Durandus tado pelo reitor do seminario e pela comissão de disciplina. 8. A
I. II c. 8 n. 5.) declaração escrita sôbre o sentido das obrigações do subdiaconado.
9. A profissão de fé. (Cân. 1406.) 10. A publicação do nome do
A matéria do subdiaconado provavelmente é dupla: o ordenando na paróquia ale. (Cân. 998; 987.) 11. Os exercícios es-
cálix vazio com a patena e o epistolário. A forma são as pirituais de seis dias. (Cân. 1001.)
palavras que o bispo profere entregando êsses objetos. A virtude característica do subdiácono é o espírito de
A origem do subdiaconado deve-se à necessidade de , auxiliares fé (in vera fide fundati, Pont.), considerando-se irrevogavel-
para os sete diáconos, cujo número não se quis mudar. Por isso mente destinado ao santo serviço do santo altar.
êsse auxiliar subalterno é chamado subdiácono, pois que o diácono
é o primeiro ministro. Foi instituído ainda no tempo dos apóstolos, Os paramentos do subdiácono pela sua significação mís-
"desde o princípio da Igreja." (Trid.) tica ensinam as virtudes, que a Igreja nêle deseja. A alva
Antigamente o subdiácono estava encarregado de ajudar o diá- significa a inocência da vida, o cíngulo a castidade, o aniito
cono, recebendo com êle as ofertas do povo e colocando no altar
uma parte delas, suficiente para a comunhão dos fiéis. Devia guar- a firmeza da fé; o manípulo a colheita das boas obras ad-
dar a porta das mulheres, ao passo que o diácono guardava a dos quiridas pela vida austera e caridade pratica de Deus, a
,

homens. Estava-lhe confiado o cuidado dos sepulcros dos mártires, tunicela a alegria espiritual fundada na fé viva e caridade
das relíquias dos santos e das sagradas hóstias restantes da comu-
nhão. Ocupava portanto uma posição muito honrosa de que ainda divina.
hoje está investido. O Diaconado
Contudo é mais provável que esta ordem não é sacra- 985. 0 diaconado é a ordem, pela qual se confere o es-
mento. Na Igreja grega é ordem menor. Na Igreja romana pecial poder de ministrar no altar, batizar e pregar. (Pontif.)

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Nosso Senhor exerceu êste ofício, quando depois da três dias (cân. 1001) ; e) a publicação do nome do orde-
última ceia pessoalmente distribuiu a sagrada comunhão aos nando na paróquia dêle. (Cân. 998.)
apóstolos, quando pregou o evangelho e quando exortou à A virtude característica do diácono é a pureza angélica.
oração dizendo: "Vigiai e orai." (Durandus 1. II c. 9 n. 15.) Pois são "cooperadores do corpo e sangue do Senhor", e
A matéria desta ordem é a imposição da mão (direita) como tais devem ser "sem mancha, imaculados, puros e cas-
do bispo por contacto físico (A. S. S. XXX; 158), e o evan- tos." (Pontif.)
geliário. A forma é dupla: são as palavras proferidas na Os paramentos do diácono pela sua significação místi-
imposição da mão e entrega do evan'geliário. ca acentuam a virtude característica mencionada. A estola
E' certo que é um sacramento, embora não seja de fé. significa a candura da vida. Põe-se no ombro esquerdo em
(Trid. s. 23. Cân. 6; Cân. 108.) sinal de que o diácono deve servir. (S. Thom.) A dalmática
A origem do diaconado é devida à necessidade de te- significa a justiça e alegria.
rem os _apóstolos auxiliares na direção dos fiéis. (At c. 6.)
E' de instituição divina. O Presbiterado
986. Os ofícios do diácono são ordinários e extra-
988. A palavra presbítero significa senior, não só em ida-
ordinários. de, mas muito mais por causa da doutrina, prudência e vida
1. . Os ofícios ordinários são os seguintes: a) servir ao exemplar. (Cat. Rom.) Chama-se sacerdote, a saber saber
celebrante de ministro na missa solene. b) Cantar o evan- Deo, porquanto é consagrado a Deus e deve tratar das coi-
gelho. c) Expor e repor o Santíssimo na exposição euca- sas de Deus: sacrifício e oração.
rística. Não pode dar a bênção eucarística neste caso. O presbiterado é sacramento, instituído por Nosso Se-
2. Os ofícios extraordinários são os seguintes: a) Batizar (cân. nhor Jesus Cristo. E' de fé. (Trid. 2, cân. 3.)
741) solenemente, mas não sem licença do bispo ou do pároco, a O ofício do sacerdote é descrito tias palavras do Pon-
qual só se pode dar por razão justa, e em caso de necessidade se
pode presumir. Não pode benzer o sal e a água. (d. 3684; Rit. II, tifical: E' obrigação do sacerdote oferecer, benzer., presidir,
2 n. 7; Cappello I; Eph. L. 1930.) b) Pregar com licença do bispo.
(Cân. 1342 § I.) c) Distribuir a sagrada comunhão com licença do
pregar, batizar (o f f erre, benedicere, prceesse, prcedicare,
bispo ou do pároco, a qual só se pode dar por razão grave, e baptizare.) a) Oferecer, a saber consagrar o corpo e san-
em caso de necessidade se pode presumir. (Cân. 845 § 2.) 0 diá- gue de Nosso Senhor e distribui-lo aos fiéis. E' ministro
cono observa o rito prescrito no Ritual (IV c. 2; c. 4), pode e deve ordinário. (Cân. 846.) b) Benzer, dar as bênçãos constitu-
dar no fins a bênção com a mão (Pont. Cont. 13-7-30), mas le-
vando a estola a tiracolo. (Eph. L. 1924 p. 281.) Razão grave é a tivas e invocativas, quê não são reservadas, e administrar os
necessidade, a saber, se não houver sacerdote que possa dar a co- sacramentos, em que ocorrem bênçãos: penitência, santos
munhão, por ex., por estar ocupado com confissões (S. Aff. VI, óleos, Matrimônio. c) Presidir, a tôdas as funções eclesiás-
257), por ser grande o número dos comungantes, que deveriam es-
perar muito tempo e não haver sacerdotes bastantes. (Cappello I, ticas: procissões, enterros, devoções, associações, irmanda-
329.) d) Levar o viático para doentes em circunstâncias iguais às des, obras de caridade. d) Pregar, mas não sem a missão
mencionadas. Neste caso dá a bênção eucarística como está prescrito canônica '(cân. 1340), dar catequeses, fazer conferências. e)
no Ritual. (Cân. 845 § 2.) e) Fazer o entêrro de adultos e crian-
ças com tôdas as cerimônias do Ritual (VI c. 3. n. 19; c. 7 n. 5), Batizar corno ministro ordinário.
com licença do bispo ou pároco, a qual só se pode dar por razão Para que o diácono possa ser ordenado sacerdote, a
grave; mas em caso de necessidade se pode presumir. Poe a estola
a tiracolo. Não pode usar o pluvial (d. 2951 ad 10), pode porém Igreja exige: a) a idade d e 24 anos; b) o interstício de ao
.

benzer o sepulcro. (d. 3074 ad 2.) menos três meses; c) a ciência prescrita: no meio do quar-
987. As condições para que o subdiácono possa ser orde- ,to ano de teologia (can. 976) ; d) os exercícios .espirituais
nado diácono são as seguintes: a) a idade de 22 anos; b) de seis ou ao menos de três dias (cân. 1001) ; e) a publi-
o interstício de três meses (cân. 978 § 2); c) a ciência pres- - cação do nome do ordenando na paróquia dêle, (Can. 998.)
crita: depois de ter começado o quarto ano de teologia (cân. A matéria do presbiterado provavelmente (Bened. XIV;
976) ; d) os exercícios espirituais de seis ou ao menos de S. Aft.) é a primeira imposição das mãos feita antes do

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R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 491

evangelho. Mas a segunda depois da comunhão não se pode 8. Archidiaconus suggeret Ordinatis, ut recedant dicens:
omitir. b) Praticamente se exige a entrega dos instrumen- Ad loca vestra, vel similia. (d. 2682 ad 4.)
tos. c) A forma são as palavras que acompanham essas duas 9. In Ordinatione Ostiariorum servetur in praxi Pontifi-
cerimônias. cale, ut non una clavis tantum tradatur. (d. 4035 ad 3.)
A virtude característica do sacerdote é a perfeita cari- Archidiaconus per seipsum debet explere onus ducendi pro-
dade de Deus e do próximo. (Gemina dilectio Dei et pro- motos ad Ostiariatum ad portam Ecclesi. (d. 1583 ad 4.)
ximi, Pontif.) Manifesta -se especialmente na obediência, Non est stricte necessarium, ut Ostiarius claudat et aperiat
que o sacerdote promete na hora feliz da ordenação ao seu fores Ecclesi2e . cum clavi (d. 2682 ad 5) vel pluses campa-
bispo ou ao seu superior. nas pulset; sufficit una, immo sufficit tintinnabulum altaris,
989. 0 rito das ordenações está indicado no pontifical ro- (d. 3315 ad 2 et 3.)
mano. Alguns decretos dão esclarecimentos sôbre pontos 10. Codex tradendus Lectori est Missale vel Breviarium
duvidosos. vel volumen Sacra Scripturw. (d. 3315 ad 5.)
1. Etiam quando unus in episcopali sacello ordinatur, 11. Bugia non potest esse materia Ordinis Acolythorum.
palam interdicere debet Episcopus per unum ex suis: Ne (d. 2194 ad 4.)
quis accedat irregularis. (d. 3006 ad 4.) 12. Amen in traditione vel materia vel sacrorum indu-
mentorum dicendum est ab ipso Ordinando iuxta consue-
2. Si Ordinatio peragatur ab Ep. extraneo ex mandato
tudinem. (d. 2682 ad 6.)
Ep. Ordinarii, legetur semper mandatum de inhibitione disce-
dendi nomine Ep. Ordinarii vel sede vacante nomine Vicarii 13. In Ordinatione Diaconi vet Subdiaconi loco libri
Epistolarum vel Evangeliorum tradi potest Missale. (d.
Capitularis hisce verbis: Remus Dominus NN. hulas dicece-
seos, Sede vacante, Vicarius Capitularis depot atus sub ex- 3315 ad 7.)
communicationis pcena prcecipit. (d. 3593.) 14. Amicturn impositum Ordinando ad Subdiaconatum
dimittendum est super scapulas post impositionem. (d.
990. 3. De Missa Ordinationis. In Sabbatis Quatuor Tem
2956 ad 2.)
-porumetinSabfHdomIVQuargesiz, 15. Si Missa Ordinationis non fiat in cantu, Subdiaco-
Missa, in qua Ordines conferantur, semper dicitur de Sab- nus et Diaconus non cantant, sed legunt Epistolam et Evan-
bato; et in ea, si alia ibi non habeatur Missa cantata vel gelium, dum Episcopus legit (d. 2682 ad 9) neque Subdia-
conventualis, fit Commemoratio de Officio currenti, etiam conus osculatur manum Episcopi, neque Diaconus, dicto
Dupl. I aut II classis, cum aliis Orationibus quw occurrant. Manda cor, petit benedictionem. (d. 3006 ad 5.)
(A. Miss. I. n. 5.)
992. 16. In ordinatione presbyterorum Sacerdotes omnes
4. In Sabbatis Quatuór Temporum Oratio pro ordinan-
(moraliter sumptum d. 2616 ad 6) adstantes, manus exten-
dis dicenda est sub una conclusione cum Oratione Missce
dunt (vix f acta impositione utriusque manus (d. 3274 ad
liei id est quw dicitur primo loco post Kyrie. kDecr.
aut. 1) tantummodo ad Orationem Oremos, fratres carissimi.
t. V. ad d. 3592, p. 345.)
(d. 3105 ad 1.)
5. Si Sabbato Sancto fiat Ordinatio, dicenda ✓ stint Li-
17. Tolerari potest usus, ut una tantum candela accen-
taniw in Missali assignati, additis que Ep. proferre debet datur, que Episcopo offeratur a singulis Ordinatis (d. 2682
super Ordinandos post V. ut omnibus fidelibus defunctis, ad 7) vet ab uno ex Ordinatis in quolibet Ordine. (2883 ad 4.)
etc., non de Pontificali. (d. 3731 ad 6.)
18. Presbyteri ordinandi tenentur solum a Suscipe San-
991. 6. Archidiaconus Tonsurandos invitare potest verbis: cte Pater Missam inchoare cum Episcopo ordinante (d. 2404
Accedant qui promovendi sunt ad Tonsuram. (d. 2682 ad 2.) ad 1) et quidem genuflexi (1. c. 2) nec faciunt actiones
7. Tonsurandi una cum Ep. proferunt verba: Dominus quas Episcopus in Missa facit (1. c. 3), at legunt sine
pars, etc., dum tondentur. (d. 2682 ad 3.) cantu, si ordinatio fit in cantu. (d. 2682 ad 11.)

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4 92R e u s, Curso de Liturgia 493
II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais

19. In communicandis neo-presbyteris omittenda est for-


VII, c. 2, traz só esta fórmula. No ritual brasileiro segue-se
mula Corpus Domnni, etc. (d. 3721 ad 1; 3274 ad 2.) Diaconi
unia segunda fórmtila: Eu, F. etc.
et Subdiaconi non ante sed post communionem Presbytero- A bênção do anel para o dedo anular (4.° dedo) da
rum. Confiteor debent dicere (d. 2682 ad 10) et etiam ad mão esquerda é obrigatória (cl. 3548), mesmo nas segun-
Ordinatos in minoribus Episcopus debet dicere: Corpus... das núpcias (d. 2743 ad 2), podendo ser o,-anel de qualquer
custodiat te. (t. V. p. 348 ad d. 2682 ad 16.) metal mesmo de ínfimo valor. (d. 3548.) Embora os nu-
20. Ordinati ad Presbyteratum debent dicere Evange- bentes apresentem em geral dois anéis, a bênção do ritual
Hum in fine Missa una cum Episcopo ad suam sedem vale somente para o anel da espôsa, conforme o texto da
red-
eunte. (d. 2682 ad 12.) oração, que não se pode pôr no plural, a não ser que se
21. Pro Nocturno tails diei, quem celebre mais que um casamento ao mesmo tempo. (Rit. VII,
Episcopus solet im-
ponere Subdiaconibus et Diaconibus, intelligendus est No- 2 n. 5.)
cturnus ferialis vel Primus Festi aut Dominica in Psalterio, 6. Os versiculos Confirma hoc, etc., não pertencem à
prout Ordinatio in Feria, Festo aut Dominica habita sit (d. bênção do anel. (d. 3548.)
4042 ad 1) et Episcopus ordinans habet ius iniungendi alium 995. 7. A fórmula solene da bênção nupcial, contida na
a Nocturno diei, quo habet ordinationem (I.
c. ad 2) sine missa nupcial, só se pode usar dentro da missa. Compõe-se -
Psalmo Venite exsultemus, sine Hymno et sine Lectionibus.
(d. 4117.) de duas orações: uma depois do Pater noster, outra depois
Durante o Pa-
de Ite, Missa est, ou 13enedicamus Domino.
993. 22. Color paramentorum pro Ordinandis in sacris ' ter noster os esposos vão ajoelhar-se no degrau inferior do
debet esse color ipsius Celebrantis in Missa, altar. O C, antes de dizer Libera nos qucesumus depois do
nisi aliud postu-
lat necessitas. (d. 3832 ad 6.) Pater noster, dirige-se, genufletindo antes, para o lado da
23. Missa Neo-Presbyteris iniuncta non possunt dici epístola e voltado para os esposos diz a oração: Propitiare,
in etc. O acólito pode sustentar o livro. Tendo terminado, o
diebus duplicibus minoribus sed in diebus a Rubrica per-
missis. (d. 2802 ad 4.) sacerdote volta ao meio do altar e faz genuflexão. Depois
Si occurrat festum quo dicitur Missa de Spiritu Sancto reza: Libera nos qucesumus, da missa. Pela segunda vez os
esposos vão ajoelhar-se no degrau inferior do altar depois
ant de Beata, per missam festi officio conformem satisfit
oneri celebrandi missam de Spiritu S. vel de Beata. de Ite, Missa est ou Benedicamus Domino.
O C, antes do Placeat, no meio do altar, volta-se para
Valde suadendum est, ut Neo- sacerdotes tres missas
os esposos e diz: Deus Abraham, etc. Depois, conforme as
istas applicent pro - ecciesia et pro fidelibus defunctis. (Nol- rubricas, dirige aos esposos uma curta alocução sôbre os
din, theol. mor. III, n. 479.) Sed certum est eos non teneri
deveres do estado, a qual, porém, segundo o cerimonial bra-
ad hanc applicationem, et pro illis stipendium accipere sileiro, já deve ter sido feita no ato do casamento. Por isso,
posse. logo depois da oração, asperge os esposos com água benta,
§ 190. O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO volta-se ao altar, continua: Placeat, etc., e dá a bênção.
Em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul
994. 1. Qbserva-se o ritual prescrito. (C. P. Ap. XIV, esta fórmula, por privilégio especial e com autorização do
p. 552.)
ordinário do lugar, pode-se usar também fora da missa.
2. 0 noivo fica à direita da noiva.
Cf. n. 610.
3. 0 sacerdote não fica no supedâneo, mas entre o al-
8. Celebrando-se mais de uni matrimônio ao mesmo
tar e os nubentes.
tempo, o consenso e as palavras: Ego conjungo vos devem-
4. A fórmula o Sr. F. quer receber,
etc., com a res- se repetir para cada casal. As outras fórmulas e orações di-
posta dos nubentes, é o consenso matrimonial. 0 ritual rum. zem-se uma só vez, a bênção dos anéis neste caso se diz

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411!)
II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacrameninis
494 R e u s, Curso de Liturgia
o sacerdote dá a bênção na igreja, veste
2. Sempre que e querendo mais sole-
no plural, a bênção solene das espôsas na missa, no sin- sobrepeliz e estola (d. 3784 ad 1), q rivadamee-
dadas
gular sem mudança alguma. (S. R. C. Brunen. 3-3-1936.) nidade, também o pluvial. Nas bênçãos p para gen-
9. Os matrimônios mistos celebram-se fora da igreja te, fora da igreja, seria suficiente a estola, p•
(na sacristia, casa canônica, cân. 1109, § 3) e sem nenhum zer a água de S. Inácio por ocasião da visita aos do
a en es.
rito sagrado. (Cân. 1102, § 2.) 0 bispo, porém, para evitar 3. Conforme o ritual (VIII, c. 1, n. 6),
maiores males, pode permitir uma ou outra cerimônia reli- ramentos é a do tempo do ano litúrgico, se não houver ou ao
giosa, mas nunca a missa nupcial. (1. c.) côr marcada no ritual, ou a conveniente ao mist barrou na
Os párocos façam diligências para que os casamentos se cele- santo, p. ex., vermelha na bênção de S. Brás,
brem não de tarde maS de manhã e, quando possível fôr, junto bênção de uma imagem de Nossa Senhora.
com a missa, bênção nupcial e comunhão dos esposos. (C. B. n. 304.)
Ao benzer alguma coisa, o sacerdote tira o barrete e
4.
§ 191. BÊNÇÃO DA MULHER DEPOIS DO PARTO
fica de pé. benzer um
996. 1. Não é lei eclesiástica, mas costume piedoso benzer E' proibido pôr sôbre o altar para vibje-
5.
as mães que vêm à igreja depois de terem dado à luz um to inconveniente (Rit. 1. c. n. 9), p. ex., pão,
filho. As mulheres casadas só civilmente não têm direito a mas deve colocar-se em cima da credência ou de urna mesa
esta bênção, mas só as mulheres casadas religiosamente, ao ou mandá-lo sustentar por um acólito.
menos no tempo, em que deram à luz (C. Cone. 18 jun. Uma bênção reservada, dada por ministro incompe
6.
1859), embora antes a união não fôsse legítima. Onde já tente, é ilícita, mas é válida. (Cân. 1147, § 3.) A convite o -
não existe êste costume, procure-se instaurá-lo. (C. B. n. 315.) sacerdote privadamente pode dar a bênção contra gafanho-
2. Não se nega esta bênção, quando o filho morreu com tos e outros animais daninhos. (d. 3801 ad 6.) a-
ou sem batismo (d. 3904) e neste caso nada se muda na s. 7. As bênçãos podem-se dar aos católicos, aos cat
palavras do ritual. (d. 3059 ad 17.) cúnlenos e até, se não obstar a proibição da igreja (p• s
3. Qualquer sacerdote a pode dar, certificando o supe- excomungado publicamente), aos acatólicos, para que obte-
rior da igreja ou do oratório público respectivo. nham a luz da fé e junto com ela a saúde corporal. (Cân.
4.. Para se dar a bênção, a mulher ' espera fora ou ao
1149.) das
menos perto da porta, de joelhos com uma vela acesa. As bênçãos constitutivas e invocativas são inváli
5. O sacerdote asperge, reza as orações, entrega a ex- 8.
se não foi empregada a fórmula prescrita pela Igreja. Can.
tremidade esquerda da estola à mulher e a introduz na igreja,. 1148 § 2.) Se não houver fórmula conveniente, alaIaz :
dizendo: Ingredere. Se são mais de uma, somente a primeira b p
o sinal da cruz sôbre o objeto, dizendo, ou não, Müller-
pega na estola com a mão direita. As outras seguem-na. In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. A a p ergindo r-
6. 0 altar, ao pé do qual a conduz, pode ser ou do m
Umberg, Carpo, Mach-Ferreres Ii p. 220),
SS. Sacramento ou de Nossa Senhora ou de outro santo. Benedietlo ad omnia, no ri -

com água benta. Pode-se usar


7. No fim dá a bênção, aspergindo a mãe. Não é preciso acenderem-se velas a não ser que sé tra-
E' muito conveniente que as mães se apresentem com tual.
te das bênçãos solenes no altar, p. ex., a bênção da cinza.
a prole, para imitar Maria Santíssima, apresentando-se no 9. Não está prescrito que a aspersão com água benta
templo com o Menino Jesus nos braços.
se faça em forma de cruz.
§ 192. NOÇÕES GERAIS SOBRE AS BÊNÇÃOS A bênção das vestes sacerdotais, seja-se n. 2 10 .
Para benzer uma cruz erigida em lugarexige
alt
x
997. 1. As bênçãos, com exceção das que exigem um lu- tempestades, a inicença
gar determinado, como, p. ex., a da mulher depois do parto, nenti loco) para afastar as
podem-se dar em qualquer lugar decente, com preferência do bispo. (d. 473.)
na igreja ou sacristia.

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496 R e u s; Curso de Liturgia IL Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 497

A bênção de cruzes novas (sem crucifixo) e imagens, tenderá um tapête com almofada, se o bispo não beijou o
expostas à veneração pública, é reservada ao bispo, quando crucifixo em outra igreja.
se faz solenemente com canto, ministros (solemnis) e con- II. Recepção.
curso do povo, chamado para esta solenidade (cân. 1279 § 999. 1. Logo que se avistar o bispo, começam a repicar
4), ao ar livre (in eminenti loco; Regatillo). Particularmente os sinos, o que nos demais dias sempre se observará em
e sem solenidade qualquer sacerdote com um ministro pode qualquer igreja, à qual o bispo vá ou pela qual passe.
fazer estas bênçãos bem como as das cruzes destinadas para 2. E' recebido pelo pároco, revestido de sobrepeliz sem
o altar e as procissões, embora isto não seja necessário. (d. estola, irmandades, colégios e povo. Tendo-se paramentado,
2143.) o bispo vai em procissão sob o pálio à igreja que deve ser
Para expor à publica veneração as imagens e levá-las visitada, a cuja porta o pároco entrega-lhe, de pé e desco-
em procissão, basta benzê-las particularmente, como a S. berto, o crucifixo para beijar e o hissope da água benta.
R. C. decidiu quanto às cruzes e a rubrica aponta. (Rit. Depois o mesmo pároco apresenta a naveta (Benedicite, Pa-
VIII c. 24 e 25; d. 2143; Solans II n. 768.) ter reverendissime), outro sacerdote, se fôr possível, o turí-
Para benzer uma cruz pequena com a imagem do cru- bulo. O bispo põe o incenso no turíbulo e, estando de pé
cifixo não se usa a fórmula da bênção de cruz nova, mas a e coberto, é incensado com três ductos duplos pelo pároco,
da bênção das imagens de N. S. Jesus Cristo. (d. 3524 ad 4.) que fará antes e depois inclinação profunda.
10. Via sacra. 1. 0 único documento para a ereção válida da 1000. 3. Concluída a turificação, o pároco entoa o Te
via sacra, é a faculdade recebida da S. Penitenciaria. Pedir a li-
cença do ordinário é muito conveniente, se o lugar, onde se faz Deam ou, se isto fôr impossível, canta, ao menos em tonas
a ereção, está sujeito à jurisdição do bispo. rectas, ou reza-se o responsório:
2. Sem se recorrer a Roma, a pedido do interessado, os superio-
res da ordem de São Francisco podem delegar a faculdade de erigir Ecce Sacerdos magnas, qui in diebus suis placuit Deo;
a via sacra a um dos seus súditos, mas não a um sacerdote fora * Ideo jure jurando fecit ilium Dominus crescere in plebem
da sua ordem.
3. 0 bispo tem a faculdade de erigir a via sacra, mas não pode
suam.
delegá-la, a não ser que tenha privilégio especial. "XT. Benedictionem omnium gentium dedit illi, et testa
4. Quanto à matéria, lugar, rito, vigoram as leis antigas. (S. mentum suam confirmavit super caput ejus. * Ideo. Gloria
Penitenciaria 12-3-38; REB 1941, p. 841; 1944, p. 57-81.) Patri. `e Ideo.
4. 0 bispo faz oração diante do SS. Sacramento, o pá-
§ 193. A VISITA PASTORAL
roco sobe ao supedâneo do lado da epístola e voltado para
998. O cerimonial solene da visita pastoral acha-se na o bispo canta:
C. P., p. 691. 0 resumo seguinte pode servir em caso de Y . Protector noster aspice Deus. id/. Et respice in fa-
necessidade. ciem Christi tui.
I. Preparativos. T Salvam fac servum tuum. 13z. Deus meus, speran-
.

1. A igreja está ornada corno nos dias de maior sole- tem in te.
nidade. No presbitério, ao lado do evangelho, arma-se o tro- y Mitte ei Domine, auxilium de Sancto. Pjz. Et de
no sôbre um estrado com três ou pelo menos um degrau. Sion tuere ea rn .
2. Sôbre o altar-mor, do lado da epístola, pôr-se-á o yr Nihil proficiat inimicus in eo. I. Et filias iniqui-
missal e nêle deve estar marcada a oração do titular da tatis non apponat nocere ei.
igreja. Domine exaudi orationem meara. }z. Et clamor meus
3. Em outra igreja ou numa casa decente se preparam ad te veniat.
acoito, alva, cíngulo, estola 'branca. Y,T. Dominus vobiscum. Iii. E t cum spiritu tuo.
4. A porta da matriz estará preparado o turíbulo, a na- Oremus. Deus, humilium visitator, qui eos paterna di-
veta, e água benta, um crucifixo e à entrada da porta se es- lectione consolaris, prcetende societati nostrce gratiam loam;
Curso de Liturgia — 32

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498 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 499'

ut per eos, in quibus habitas, tuum in nobis sentiamus ad- assistentes e uma na frente do trono à direita, para o presbí-
ventum. Per Christuna Dominum nostrum. tero assistente.
I. Amen.
Na sacristia se preparam os paramentos para D e sub-
5. Em seguida o bispo sobe ao altar, em que foram ace- diácono (os manípulos se põem nas banquetas dos MM),.
sas ao menos seis velas, e abençoa solenemente o povo, se para o P assistente sobrepeliz, amito, pluvial, para os DD
não prefere antes cantar a oração do santo padroeiro da assistentes: sobrepeliz, amito, dalmáticas; para os outros:
igreja pelo missal ao lado da epistola. sobrepelizes.
Concluída a visita pastoral, o bispo, no dia em que se Na capela do SS. Sacramento acendem-se seis velas e
quiser retirar, vai de hábito comum à igreja, onde do .lado põe-se um genuflexório e um outro diante do altar-mor.
da epístola, de pé diante do altar e para êle voltado, diz
o salmo: De pro f undis, Pater foster, A porta inferi, etc., II. Advertências.
Deus, cuins miseratione, etc.
E retira-se. 1002. 1. No trono se fazem as funções: 1. antes e depois
da missa, 2. durante a missa, desde o intróito inclusive até
§ 194. A MISSA PONTIFICAL POR OCASIÃO o versículo do ofertório inclusive.
DA VISITA PASTORAL 2. No trono servem os DD assistentes exceto quando o
bispo põe e depõe os paramentos. No altar servem o D e S,
I. Preparação exceto a mitra servida pelo D assistente, depois da incensa-
1001. Pessoas: o Presbítero Assistente (PA), dois D as- cão do altar. Quem põe a mitra, coloca-se na frente do bispo,
sistentes (DA), o D e o Subd. do altar, o Mestre de ceri- e assenta primeiro a borda anterior da mesma na fronte
mônias, 2 acólitos para a credência, acólitos para o turíbulo, do prelado.
o livro, a palmatória, o báculo e o gremial.
3. (ienufletem todos (não os cônegos) diante do bispo
O altar. O SS. Sacramento transporta-se para um altar diocesano, passando diante dêle, chegando ao trono e ao
ou uma capela lateral; a lâmpada do SS. se estiver no meio retirar-se. Os serviços fazem-se de joelhos; de pé só à lei-
diante do altar, tire-se, para que não impeça a passagem tura que o bispo faz de pé. Ósculos ao entregar um obje-
do bispo mitrado. Os paramentos se põem no meio do altar: to; genuflete o Ac também entregando o báculo.
1. em baixo, casula, 2. em cima dela, dalmática e tunicela, 3. 4. 0 presbítero assistente cuida do anel, da toalha no
estola, 4. cordão, 5. alva, 6. amito. O manípulo está guar- lavabo, sustenta o livro enquanto o bispo canta no trono, e.
dado no evangeliário para o bispo diocesano; as mitras, a só durante palavras cantadas; incensa o bispo depois do
preciosa e a aurifrigiada (de sêda e ouro) estão ao lado evangelho, . assiste ao livro no altar.
dos paramentos. Sete velas.
5. O porta-báculo sustenta o báculo, entrega-o com a
Na credência: o cálix, galhetas, missal com o manípu- ,curva voltada para o povo tendo feito genuflexão, beijan-
lo, para a epístola e evangelho, se não houver epistolário e do o báculo e a mão. Recebe-o com as mesmas cerimô
evangeliário. Na credência entre o trono e o altar: o cânon, n'i s; beija primeiro a mão.
a bugia, o lavabo (jarro e bacia) com toalha grande (não \ 6. 0 porta-mitra guarda as mitras, cobrindo a mão com
a pequena da missa comum), salvas ou pratos de metal ou um véu. A aurifrigiada, mais leve, se usa depois do Kyrie
vidro, para o solidéu, anel, cruz episcopal, luvas, sandálias rezado até o fim do Credo cantado; nos outros casos a
pontificais; o báculo encostado à parede. preciosa.
O trono de três degraus arma-se do lado do evange- 7. 0 porta-gremial oferece de joelhos o gremial quan-
lho. Coloca-se nêle uma cadeira de encôsto e braços, duas do o bispó se assenta, entregando-o ao primeiro e receben-
cadeiras ou mochos à direita ea esquerda para os diáconos do-o do segundo D assistente..
32*

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500 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais501.

8. 0 porta-palmatória acompanha o porta-livro ou o


missal. A palmatória pode ficar sôbre o altar.
9. 0 porta-livro está em pé ou de joelhos, conforme a
posição do bispo.
III.As cerimônias
1003. 1. 0 bispo vai debaixo do pálio em procissão para
a igreja. Tocam os sinos. O pároco ou o mais digno do cle-
ro entrega de joelhos o hissope ao bispo, o qual . asperge
os circunstantes. Canta-se Ecce sacerdos. Segue adoração
do SS. Sacramento. Todos de joelhos. Levantam-se, genu-
fletem. No côro o bispo se ajoelha no genuflexório, todos
genufletem; depois vai para o trono. D e S à banqueta.
2. No trono o bispo reza a preparação (com os assis-
tentes) para a missa no cânon, trazido pelo porta-livro acom-
panhado do porta-palmatória. (Reverências.) O subdiácono
ou outro traz as sandálias e cáligas pontificais e presta o
serviço. Apresenta-se uma salva para o barrete, outra para
a cruz e outra maior para a mozeta. O lavabo, trazido pelos

Diagrama das cerimônias principais da Missa Pontifical


Abreviações: C, celebrante; D, diácono'; S, subdiácono; 1, primeiro as-
sistente; 2, segundo assistente; P, presbítero assistente; a, acólito; g,
genuflexão; gig, genuflectit in gradu; M. mestre de cerimônias.

1. Preparação. Acólitos seguram cânon e bugia. 1 e 2 respondem,


vão à sacristia; cânon é levado para o altar.
2. Paramentos. D e S vão ao trono e ajudam a paramentar o C.
C lava as mãos. P tira o anel, apresenta toalha e põe o anel.
Paramentos. Cruz antes da estola. Mitra, báculo.
3. Confiteor. Depois de Indulgentiam, S põe manípulo, ósculo.
Sobem. P e D trocam os lugares, S apresenta evangelho. ,

4. Incenso. Benedicite, Pater Reverendissime. 1 cuida da mitra.


P fica no plano. D incensa C. Báculo.
5. Intróito. Acólitos apresentam o missal e a bugia. Kyrie, tam-
bém D e S. Mitra, barretes.
6. Glória. P apresenta o cânon, entregando-o logo ao acólito. D
e S também rezam o Glória. Orações; P segura o missal.
7. Epístola. S vai ao meio, depois canta, vai ao trono, g, beija
anel e volta ao seu lugar.
8. D leva o livro ao altar, beija o anel do C. Volta ao altar.
Munda cor. P apresenta naveta, turibulo.
9. D vai com o livro para o C. lube Domne. Não beija o anel,
volta para o altar ao lado do S.
10. Evangelho. C tem o báculo. S leva o livro para beijar. P in-
censa o C.
11. Credo. P apresenta o cânon. D e S também rezam o Credo.
Mitra. Cânon para o altar. D leva a bursa para o altar.
Curso de Liturgia — 32**

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502 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 503

12 i acólitos, para lavar as mãos. Os ministros ajoelhados. O P'


j 4. 19
-1-

Z
assistente cuida do anel e da toalha grande, os DA vão para
PC,• a sacristia. Trazem-se os paramentos. D e Subd. ajudam ao
CI ó
:
n, bispo. Depois da alva põe-se a cruz, depois da dalmática
S as luvas. A parte dupla do pálio do arcebispo fica no om-
13 ( 1 bro esquerdo. O D e Subd. retiram-se para o seu banco e
+
dP CD,3,
i _ ÷ 20 põem o manipulo. Entregam-se mitra e báculo, o C vai
para o altar.
3. Confiteor. O PA vai na frente, segue o bispo acom-
panhado dos DD assistentes, os quais ficam parados um
pouco atrás do bispo, quando êle pára. 0 PA está à direita
❑ 'A do C, à esquerda dêle o D, o S, o M. de C. O D da missa
, , 21 tira a mitra e o báculo. Genufletem todos os ministros. In-
14
= - -a. troibo. Depois de Indulgentiam, o Subd. levanta-se, toma o
I PCD
manipulo e com ósculo o põe no braço do C. Quando o C
sobe, o PA e o D trocam os seus lugares. Os DA ficam
CD S - ...

S nos seus lugares. No supedâneo o Subd. oferece no missal


15 2 1 apresentado pelo M. de C. o evangelho do dia ao C para
+
P beijar, o PA indica com a mão o comêço do texto e logo
22
desce para o plano. O M. de C. leva o livro. O C põe o
incenso no turibulo como nas outras missas solenes, dizen-

â6
2s1 CP,.^
,: .<
i
P ü 12. Lavabo. P tira o anel, apresenta toalha, luvas para a salva.
Anel, mitra, báculo.
2 -1 13. Ida para o altar. P vai para a esquerda do C.
14. P, C e D sobem. S vai buscar o cálice. Bênção. Benedicite,
2 S 1 Pater Reverendissime.
17
23 15. Incenso. P retira o missal e o sustenta.
16. D incensa o C, P, 1, 2, S. Depois das secretas, o P tira o.
missal, põe o cânon. Solidéu.
PC 17. Sanctus. D sobe. S fica no seu lugar.
P CD 18. Ao Quam oblationem, P e D põem-se de joelhos no degrau
superior atrás do C, levantam durante as duas elevações a ex-
0 tremidade da casula. Depois da consagração o P sempre ge-
2 5 1 nuflete com o C.
__ S S 19. Ao Per quern, D sobe, g com o C; ao Pater noster, I) genn-
18 2 1 flete e volta para o seu lugar.
.

20.o .Dimitte D e S gig e sobem. S entrega a patena e desce de


p CD
vo.

21. Ab Pax Domini, S não sobe. Depois do Agnus Dei, P e I) tro-
cam de lugar.
S 22. P se ajoelha. Beija o altar sem tocá-lo, recebe o pax, depois
21 1 e 2, sem beijar o altar, nem. D e S beijam o aliar.
23. P e -D trocam, os lugares. D toma as galhetas, S fica no seu
lugar, P muda o missal. C lava as mãos. I) põe a mitra, P
tira o anel .e apresenta a toalha. S sobe e arruina o cálice que
leva à credência, põe-se em fila atrás do C coin D. Ite. Bênção.

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504 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais !05

do-se: Benedicite, Pater reverendissime. Depois da incensa- cuida do anel. As luvas guardam-se numa salva apresenta-
ção do altar o 1.° DA impõe a mitra preciosa ao C, o D in- da por um Ac. Agua, toalha, báculo.
censa-o. Báculo. 8. 0 bispo vai para o altar como no princípio da missa,
1004. 4. Intróito. O C volta para o trono na mesma ordem, mas o PA fica à esquerda do C, D e S à direita. Todos ge-
D e S para o banco, ficam de pé ou se assentam como o nufletem, o C inclina-se e sobe corn o PA e D. 0 S traz o
C. Mitra e báculo entregam-se, apresenta-se o livro para o cálix para o altar. Seguem-se as cerimônias da missa so-
intróito, o D e Subd. rezam entre si os quíries, ao mesmo lene. O D (não o S) limpa o cálix. (C. E.) O S diz: Be-
tempo que o C toma a mitra aurifrigiada, gremial. Todos nedicite, Pater reverendissime. O D apresenta a naveta para
se sentam. No fim do quírie cantado, todos se levantam imposição do incenso. O PA sustenta o missal durante a in-
(gremial, mitra), o PA sustenta o cânon para entoar o Gló- censação. O C, tendo recebido a mitra do DA, é incensado
ria e o entrega ao Ac para sustentar. Os DA e o D e S pelo D e lava as mãos; o PA cuida do anel e da toalha. O
rezam o Glória nos seus lugares. Todos se sentam (mitra, D incensa o PA, o 1.° e 2.° DA, o S. O sl. Lavabo o bispo
gremial). Durante as orações o PA sustenta o livro trazido reza-o do cânon. Antes do Gloria Patri o 2.? DA tira-lhe a
pelo Ac. mitra.
5. Para cantar a epístola o S vai ao altar, genuflete 9. Tendo o C concluído a última secreta, o M. de C. tira
diante do altar e do bispo, volta para o lugar costumado, o solidéu, o PA substitui o missal pelo cânon. Ao Sanctus
canta a epístola, genuflete diante do altar, vai ao trono, ge- o S não sobe. A elevação o PA ajoelha-se no bordo do su-
nuflete, de joelhos, beija a mão do bispo, genuflete, volta pedâneo, à esquerda do C. Volta para o seu lugar e faz as
para o banco. O bispo (livro, palmatória) lê a epístola e o genuflexões corn o C. Ao Agnus Dei o S não sobe (d. 3769
resto até o evangelho inclusive. ad 4) e o PA e D genufletem e trocam os lugares.
6. Pelo fim do canto do côro, o D se levanta, leva o 10. 0 PA beija o altar sem tocar e recebe o Pax, os DA
evangeliário (reverências para o bispo e altar) para o al- não beijam o altar nem o D e S. (d. 4015 ad 3.) 0 PA e D
tar, vai (reverências) ao trono, de joelhos beija o anel do trocam os lugares; e o D, não o S, (d. 4015 ad 4) ministra
bispo e (reverências) volta para o altar, e ajoelhado no de- as abluções. O S desce. Põe-se o solidéu ao C. 0 PA põe
grau inferior reza o Manda cor. Entretanto o bispo põe in- o cânon no meio do altar, o missal na estante e muda o li-
censo no turíbulo (PA). O D vai buscar o evangeliário, vro. O S sobe para o lado do evangelho e arruma o cálix.
leva-o ao trono (reverências), de joelhos diz: Iube, Domne, O D põe e tira a mitra. O PA cuida do anel e da toalha,
benedicere (fórmula imutável!), não beija a mão, volta para quando o C lava as mãos. O S põe-se em fila atrás do C,
a direita do S, todos genufletem diante do altar e do bispo com o D.
e vão para o lugar costumado. O bispo (mitra, gremial) 11. Tendo o C dito o Placeat, o D põe-lhe a mitra pre-
levanta-se e pega no báculo. Terminado o evangelho, o S ciosa. Todos de joelhos. 0 C pega no báculo e dá a bên-
leva o livro ao bispo, para beijar e se retira com genuflexão. ção, deixa depois a mitra, mas não o Menlo, diz Dom. vob.,
O PA incensa o bispo. Initium, .etc.... fazendo a cruz no al tar, recebe a mitra e
7. 0 PA sustenta o cânon para o bispo entoar o Credo con inua o evangelho ao ir para o trono: Mas antes todos
corno no Glória. Depois da recitação todos se sentam (mi- fazen a devida reverência à cruz.
tra, gremial). O M. de C. leva o cânon para o altar. Depois 1 Voltam para o trono na mesma ordem que no prin-
do Et honro factos est, o D leva a bôlsa para o alta: (reve- cípio. D e S retiram-se para seu banco, tiram o m a nipulo e
rências). Terminado o Credo cantado, todos se levantam vão ao trono (reverências) para despir o C dos paramentos e
(mitra, gremial). O bispo canta Dominus vob., Oremos e lê retiram-se para a sacristia. Os Ac trazem o canon e pal-
o ofertório apresentado pelo Ac, e senta-se para lavar as matória para o C fazer ação de graças. O genuflexório está
mãos. O DA põe ao bispo a mitra preciosa, gremial, o PA diante do altar. No fim o bispo C, acompanhado dos sa-

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.506 II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 507
R e u s, Curso de Liturgia

cerdotes, faz adoração do SS. e. na porta recebe o hissope, antes do intróito (d. 3110 ad 21), nem depois do evange-
indo a cruz na frente. lho, nem beija o evangelho, nem o S nem o D pedem a
bênção a êle. (d. 3110 ad 22.) 0 C é incensado com 2.
1005. 13. Se o bispo fizer sermão, ficará em gera', no al- ductos ao intróito e evangelho. (C. E. I. c. 23, n. 32.)
tar ou no trono. No fim. o D canta o Confiteor diante do
6. Ao ofertório o bispo nem benze a água (C. E. I. c.
bispo, um pouco inclinado, dizendo Tibi Pater e Te Pater, 30, n. 3), nem o incenso. (d. 3110 ad 21.) 0 C é incensado
se não fôr cônego, faz genuflexão. (C. E. I. c. 39., Coelho.) primeiro, com 2 ductos (C. E. I. c. 23, n. 32), depois o
O PA publica a indulgência, dizendo: "Sua Excelência Re-
bispo com 3.
verendíssima, o Sr. D., por mercê de Deus e da Sé Apos-
7. A paz é dada pelo D (d. 2089 ad 5), primeiro ao
tólica, bispo desta santa igreja de... dá e concede a tôdas bispo, depois ao S.
as pessoas aqui presentes 100 (200) dias de verdadeira in-
8. Depois do Placeat o C inclina-se ao bispo e dá a
dulgência na forma costumada da Igreja. Rogai portanto a bênção para o lado onde o bispo não está.
Deus pelo feliz estado do Santíssimo Padre por Divina Pro-
9. 0 C, D, S retiram-se, fazendo as reverências ao al-
vidência Papa... de Sua Excia. Reverendíssima e da San-
tar e ao bispo.
ta Madre Igreja." O bispo dá a bênção. Se o bispo não pre-
ga, o pregador vai ao trono, revestido de estola; tê-la na
mão não é conforme ao C. E. que exige que o sacerdote ve-
nha revestido como de costume (C. E. I., XXII, n. 2) e de
joelhos diz: lube, domne, benedicere, beija o anel e pede as
indulgências: Indulgentias, Pater Reverendissime. O bispo
responde: Consuetas. (Cardeal 300, Arcebispo 200, Bispo
100.) Um bispo estranho não pode dar indulgências. Depois
de cantado o Confiteor o pregador no púlpito lê a fórmula
mencionada.

§ 195. MISSA SOLENE COM ASSISTÊNCIA DO BISPO


REVESTIDO DE ROQUETE E MOZETA
1006. 1. A entrada do bispo na igreja é solene. (n. 554.)
2. No côro está um genuflexório.
3. 0 bispo está sem assistentes. (d. 86 ad 3; 3540.)
Não é permitido ao bispo sentar-se no trono com roquete
e mozeta. (d. 3540.) Mas, como parece, êste decreto só
se refere à Catedral, onde há stalla.
4. A missa é celebrada como a missa solene comum , .

Mas o C e os MM ao chegar ao altar, fazem reverência ao


altar e depois ao bispo, o C com inclinação, os MM com
genuflexão. Colocam-se um pouco do lado da epístola, meio
voltados para o bispo. Ao Confiteor o C diz tibi Pater, te
Pater, inclinando-se para o bispo. (d. 86 ad 5.) Os MM
inclinam-se só ao C.
5. 0 bispo não reza o Confiteor com o C ao pé do al-
tar (d. 86 ad 4), nem benze o incenso, nem é incensado

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INDICE ALFABÉTICO

Os números são marginais.


A Arcobotante 141
Absolvição sacramental 949; — Ascensão 420
in articulo mortis 958; — dos Asperges 805
defuntos 819; sôbre o pano Aspersão de objetos 290
preto 822; — geral dos tercei- Assentar-se 110
ros seculares 951 Assistente na missa cantada 802;
Aclamações 102 — na missa nova 792
Acolitado 981 Assunção de Maria Santíssima
A cunctis 559 441
Adiada, missa — a missa do Atitude do corpo 107
domingo impedida 646 Atanasiano, símbolo 851
Ad libitum oratio 560 Atos litúrgicos 23; — extralitúr-
Adscriptam 516 gicos 24
Advento 268 Áureo número 445
Agnus Dei 535 Ave Maria 85; 728
Água na missa 493; 120; — ben- Ázimo 121
ta 805; 120; de socorro 901 B
Ajudante na missa 686 Balaustrada 185
Alacoque, S. Maria 437 Baldaquino 155
Alfaias da igreja 185 Banda musical na procissão 435
Alheia, igreja — missa na 648 Barrete 230; não se põe 107
Aleluia origem 104; — na setua- Basilica 142
gésima 301; no gradual 482;
. Batina 206; — comprida 681
no tempo pascal 414; 936 Batismo solene 901; — priva-
Alitúrgico 258; 376 do 911; -- dos párvulos 905
Altar, lugar 142; formas 151; Batistério 192
portátil 160, 649; mor 161; Beatificação, missa votiva 626'
— fixo 159; o seu simbolismo Beijar um ,objeto 115
162;privilegiado 161 Bem-aventurado: estátua do 177;
éria, uso 216; 681
Alva, mat missa 648; 595; altar fixo 156
Ambrosiana, Liturgia 60 Bênçãos em geral 997; — de
Âmbula, matéria, forma 239; pu- objetos 699; — reservada 211;
rificação 719 -- dos paramentos 210; —
Amen 103 na missa 543; — do neo-sa-
Acoito 215 , cerdote 793; — do Santíssimo
Anáfora 462 931; ---- Cerimonial solene 938;
Anamnese 522 das velas 292; -- da cinza
Anúel 994; — dos prelados 231 303; dos ramos 310; -- nupcial
Aniversário da morte: missa 661; 6055; 610; 095; do anel 994;
— da ordenação sacerdotal 571 de um oral(,rio 624; da nm-
Anunciação, Et incarnatus est Iher post parlum 996
787 Benedicile, depois da uiissn 727
Annotina 412 Binação 721
Ano, comêço do 247; eclesiástico Bispo: nome no canon 112; 701;
245 -- funções dos capelães 732;
Antepianas, Liturgias 67 sermão nti sua presença
Antífona 101; — Mariana 101 786; -- o seu breviário 833
Antipêndio 166 Braga 67
Anúncio de morte: missa depois Brás, bênção de S. 299
do 668 Breviário 70; nome 826; — êrro
Aparecida 439; — ofício 834 na recitação 841; -- durante
Apologia 470 a missa solene 745

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510 R e u s, Curso de Liturgia indice Alfabético 511

Os números são marginais Os números são marginais


C Clérigo assiste ao celebrante na Credo 486; obrigatório 578 Enfermos em quartos diferentes
Cadáver: missa, quando trasla- missa 802; — assume as fun- Cristo Rei: liturgo 9; Cristo Rei 929
dado 664 , ções do subdiácono 745; — 441; ciclo 425 Entêrro 960
Ccecutientis missa 630 obrigações 972; — não car- Cruz, sinal da 118; — do altar Epacta 446
Creremoniale ep. n. 71 rega o féretro 960 167; — no altar da 'exposição Epifania 284
Calendário próprio 830; 840 Coleta 477 737; — oculta 84; por cima Epiclese 461; 519
Cálix: matéria, forma, consa- Colherinha 680 do tabernáculo 167; — bênção Epistola 481
gração 232; 236; 210 Comemoração especial 557; -- de uma cruz 997 Erro do breviário 841
Câmara ardente: missa na 664 normas 872; — dos defuntos Cruzes no cânon 510; — bran- Espírito S. 177
Campa 198 654 cas 209 Estações 306
Campainha 347 Comemorações várias do mes- Criptograma 84 Estantes no altar 170
Cânon 500; — a sua origem 508; mo Comum 878 Cursas 503 Estearina, velas de 933
— é proibido lê-lo em voz Comunhão: antífona 539; — na Custódia 241 Estêvão, S. 281
alta 20 missa 716; — fora da missa Estilos litúrgicos 145
Canonização, missa votiva 626 910; — diante do Santíssimo D Estola, matéria, uso 221; 210; —
Cânticos 96 exposto 910; — dos enfermos diante do bispo 786
Canto na exposição 934; — de 919; — no sábado santo 323; Dalmática 223 Etéria 77
língua vulgar na exposição 401; — dos fiéis na missa so- Decretos da S. C. R. 76 Et incarnatus est, na missa so-
935; chão 106 lene 774; 716; de pessoas não De cor, as orações que se devem lene 787
Capa de asperges 229; doentes em casa 930; no supe- saber 679 Eulogia 538
mana 206 dâneo do altar 718; — sacer- Dedicação, festa da 887 Evangelho 484; — último 585
Capela 144 dotes e diáconos 221; 718 Defeitos na missa 547 Exéquias 960; — das crianças
Capítula 94 Degrau do altar 157 968
Communicantes, nomes dos san- Defuntos, oração 645
Carlos Magno 59 tos 514; — próprio diz-se 584 Exorcismo 91
Carnaval 302 Denudação dos altares 341 Exorcistado 979
Completas 852, 825 Deo gratias 104
Casamento 976 Cômputo pascal 444 Exposição do SS. Sacramento:
Castiçais 185 Devoções populares 442 Orações 568; — durante a oi-
Conceição Imaculada 273 Diaconado 985
Casula 225 Concorrência 864 tava de corpo de Deus 436;
Catacumbas 141 Diácono, funções na missa so- Genuflexões 737; — priva-
Concorrida, festa 642 lene 746; — quando dá a co-
Catecúmenos 305 Confessio — lugar nas Basílicas da 946; — Canto 934
Cavalo, com o Santíssimo a 922 munhão 910 Exsultet 391
romanas 138 Dialogada, missa 19
Caveiras 209 Confessionário 197 Extralitúrgicos atos 24
Ceóg , sacerdote veja Ccecutiens Dias santos de guarda 856 Extrema Unção 952
;
Confiteor 470; — na distribuição ' Dies ira; 816
da s. comunhão 911; 19 Dies natalicia 853; 864
Cemitério 147; missa no 664 Congregação dos Ritos 65; 68 I'
Cenáculo 140 Diocesano Padroeiro 887
Congresso eucarístico: missa 618; Dirigatur Domine 788 Faixa, veste eclesiástica 206
Cera, velas 933; matéria 138 missionários 625
Cerimônia: significação 28; — Domingo, origem 249; — pri- Faldistório 188'
Conopeu 183 meiro do mês 256 Família 2147
escôpo 30 Consagração das hóstias 696; Domingos, divisão 253; — va- Férias, divisão 260; missa a es-'
Cerimoniário (mestre de cerimô- das igrejas 341 cantes 255 c ol h n nas férias 645; pri-
nias): funções 810 Constituições apostólicas 461 Domingo de ramos 309 vilegiada 572; 555
Ceroferário 808 Coração de Jesus 437; — missa Dominus vobiscum 102 Periata, lesta 856
Chave do tabernáculo 183 621; - Festa trasladada 639; Dores, Nossa Senhora das Do- Festas móveis 454; divisão 853;
Crisóstomo, Liturgia de S. 463 — Prefácio de rara beleza 504 es, missa 591; — festas 440 particulares 889; • sun-
Cibório — dossel 154 Cordão, matéria, forma 217 D xologia maior et minor 105 püficadas 643
Ciclos 248 Côres litúrgicas 207 D cto na incensação 749 Fideliunt, oração 57(1
Ciclo de Cristo Rei 425; — pas- Caro, lugar na igreja 186; clero Fiéis, são lilurgos II
cal 300 813 E Finados, dia de 869; 1354; 443
Corpo de Deus 431 Flectamns gentia 87; -- nas qua-
Cinza 133; Quarta-feira de 303 Corpo Místico 12
Circuncisão 283 Edição típica 74 tro têmporas (illI
Corporal 164; lavar 213 Elevação 521 Flores 171; — na missa de ré-
Círio pascal acende-se 404; 378 Cortina interior do sacrário 184
Claude] 17 Embolismo 532 quie 815
Costume 69 Emendas novas nos livros litúr- Fogo, bênção do 387
Clementina, instrução 73; — Li- Cota 218 gicos 74 Folhinha 558 = Calendário
turgia 461 Credência 187 Encomendação 965 Fração do pão 533

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512 R e ti s Curso de Liturgia
, Índice Alfabético 513

Os números são marginais Os números são marginais


Francisco, III Ordem tem privi- Incensação ao ofertório 788 Letra dominical 450 geral 589; votivas quais? 590;
légio na recitação do breviário do altar 471; pelo cele- Lição breve 94 — de N. Senhora 591; —
831; 840 brante 780; escopo 471; . Lições 94 de S. José 593; — em ação
Frontal 166 modo 749 Língua latina 81 de graças 594; votiva durante
Funções públicas, 25; — sole- Incensados não individualmente Línguas litúrgicas 79 uma oitava 596; 603; — se-
nes 26 750 Linho 137 manais 259; — campal. 553
Funeral 656 Incenso, significação 126 Liturgia apostólica 45; bizanti- — votiva privada 600; — proi-
Inclinação de cabeça 111; — na 55; egípcia 56; etiópica 57; bida 598; 601; - côr 599; —
G profunda do corpo 673; 674; ,: galicana 59; primeva 49; ro- ritual 603; — orações 605; —
Galhetas 244 — ao nome do santo do dia mana 62 Prefácio 606; -- nupcial 607
Galo das trevas 325; missa de 112; — do bispo presente 112; Liturgias ocidentais 58; orien- — votiva solene 611; — votiva
280 — ao Per eundem 526; — dian- tais 51 nova 612; 792; — da oração
Gaudete, domingo 270 te do Santíssimo exposto 937 1 Liturgia, definição 2; origem 4; de 40 horas 616; — nos con-
Genuflexão 108; — à cruz 323; Indulgência plenária in articulo ciência teológica 37; 38; fon- gressos eucarísticos 618; —
com cálix 683; de dois mortis 958; toties quoties 441 tes 41; excelência 13 de J. Cristo Sacerdote 619; —
joelhos 109; na .exposição Inícios dos livros sagrados 845 Litúrgico, espírito 78 do S. Coração 621; 597; —
do SS. 738 Inglaterra64 Litúrgico, autores 77; atos 23 dos congressos missionários
Glagólica 55 Inocentes 282 Livros litúrgicos 42; — vigen- 625; — ccecutientis 630; — em
Glória 105; 476; — diz-se 554 in spiritu humilitatis 495 tes 70 lugar de uma festa impedida
Gloria Patri 105 Intróito da missa 472 Luis Gonzaga, missa 640 641; — concorrida 642; — de
Gradual 482 Iste Confessor 882 Lumen Christi 389 festa simplificada 643; --men-
Ciregorianas, missas 666 ; lte Missa est 542 Luneta 242; no ofertório 696 cionada no ofício ou martiro-
Gregório Magno 63; 64 Jesus Cristo, sumo sacerdote, Luvas pontificais 183 lógio 644; — da festa ou da
Gregório VII 61 missa 619 Luz elétrica 127; velas 126 féria 645; — na igreja alheia
Guadalupe 274; 834 Jesus; inclinação 111 648; — no navio 649
José, S. 423 M — de Regale, fórmulas 650; —
H ludica, Salmo 469 cerimônias próprias 730; —
Hanc igitur 515 Maquineta (Tabor) 932 proibida 652; no dia de fina-
Hinos 97; 881 K Mandato 343 dos 654; — exequial 656; —
Hipólito 57; 62; cânones de Hi- Kyrie 475 Manípulo 220 secundárias 659; do 3.°, 7.°,
Mãos 677; — ablução das 497; 30." dia e aniversário 661; —
pólito 203; 505 — elevar, pôr 116; — impor
Hodie si votem Dom. audieritis no aniversário no sentido lato
117; — sôbre o altar 108 663; -- no cemitério 664; —
849 Ladainha 90 Marcos, S., Procissão 415
Horas litúrgicas, origem 826; —• Ladainhas maiores e menores depois do anúncio da morte
Maria, inclinação 112 668; na qua resma 669; 645; —
menores 851 415 Martirológio, missa dos santos
Hosanna 506 Ladainhas aprovadas 90 pontif leal 1001
mencionados no 644 — em presença do bispo 734;
Hospital, comunhão dos enfer- Lado das mulheres 189 Matraca 199
mos 927 Lado direito do altar 672 diante do SS. Sacramento
Matrimônio 994 exposto 737; 797; dos san-
Hóstia grande na luneta 241 Lcetar.e, Domingo 305 Mausoléu 347
Hóstias, regras 123 Lamentações 324 tos papas 583
Memento vivorcun 513; defuneto- - solene 742; - cantada coin
Humiliate capita 776; 306; 541 Lâmpada do. Santíssimo 123; —
; rum 525
no cemitério 147 assistente sem pluvial 802; ---
Memoriale Rituum 72 coin ajudantes 8(14; ---- de Re-
Lã 137 Meninas com símbolos de mis-
Identidade dos ofícios 880; das Lavabo 732 térios nas procissões 434 quic 814; ._..• vespertina 826
orações 575; 878 Lava-pés 342 Mestre de cerimônias 810 Missal 71
Igreja, alheias quanto à missa Lavar o corporal e o sangui- Milão, edito 50 Missões, Missa por ocasião do
648; nomes 142; —. bênção nho 213 Missa, primeira dos apóstolos 48; congresso das (325
134; 624, Leão XIII, Orações depois da de galo 280; sicca 310; — Mitras 277
Imagem 171; de bem-aventura- missa 728 explicação, nome 456; — no Mocho 188
dos 177; — do altar 178; — Lectiones contractce 94 cenáculo 458; de S. Justino Moribundo acatólico 909
o seu culto 178; — na expo- Leetio nona 875 460; — rezada na quinta-feira Morte, Missa depois do anúncio
sição de XL horas 934; Leitorado 977 santa 323; — cerimônias 680; da 668
bênção 997 Lenho S. 202; — exposição e '. coram SS. 737; — espécies Moçarábica, Liturgia 61; 464
Imperada 564 veneração 948 privada, cantada 550; pa- Movimento litúrgico 18
Impropérios 362 Leprosário 720 roquial 551; 26; — votiva em Mudanças nas orações 575

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514 R e u s, Curso de Liturgia Indice Alfabético 515

Os números são marginais Os números são marginais


Mulher, bênção da 996 Oremus na missa 88 Prefeito apostólico 702 Réquie, missa cotidiana 069;
Música sacra 106 Órgão na sexta-feira santa 24 Preferência 866 do 3.°, 7.°, 30." dia e do
Mysterium fidei 521 Osculo 8; significação 115; bei- Pregador 786 • aniversário 661; Cerimnninn
jar um objeto 115 Prelaticias, vestes 231 próprias 730; "-- Ofertório 41111
N Ostiariado 974 Pressantificados,,missa de 348 Responsório 100
Narthex 139 Ouro, tela de 209 Presbiterado 988 Retábulo 15(1
Natal 275; — et incarnatus est Ovos na páscoa 411 Presbitério 185 Retrofrontal I Ii(i
787; — três missas 280 Presbítero assistente na missa Rito, significação 27; dial lldl
Natividade de N. Senhora 440 P nova 792 valos no Ilrilir♦n u l 9nh
Nave da igreja 189 Presépio 272 , i111;11 71
Padrinho ilegal 903 Procissão 415 ∎ ol aches
Navio, missa no navio 649 Paixão, tempo da 307; canto da ^o(Iaclr '!I))
Neo-sacerdote 792; Missa Profecias no sábado santo 303
315; 354 Privilégio do altar 653; 101; --"•- ?i ;i 1.111
612; — Assistente 792 Pala 164 iuNtlriu, Ir^rlln IIu 111, O
Nobis quoque 527 " dos clérigos 973
Pálio, baldaquino portátil 202;-- Professôres, Breviário 835 ?abrir ri , ,00 011, ;I Fln g01. ulrl l
Nocturnus talis diei 992 insignia episcopal 231 Knr;riu 7'
Nome de bispo no cânon 701 Prosa 98 ,

Pão ázimo 490; litúrgico 121 Prosérpina 198


Nomes de santos no batismo 904 Papas santos 583 Prostração 109
Nona lição 875 Paramentos, bênção dos 210 Públicas funções 25
Non intres 820 Sáhndu ="..s; ruurülrrndo ti Ma
Parásceve 347 Púlpito 190
Número ímpar das orações 573 rIii ;^anll^uruu;l ;!^!I; I;nnlo
Pároco, breviário 838 Purificação da píxide 719
Páscoa 409 37(ï
O Purificação, festa da 288; Sacra I(t!)
Ocorrências 863 Pastofório 179 bênção das velas 214
Patena da missa 235; — da co- Sacrarium-Iafernaruluin
Octavarium 72 Sacr; u ucntários 42; 63
O f f erimus 494 munhão 718; 912 Q
Pater nosier 530; criptograma 84
'
Sacristão 213
Ofertório, Antífona 489 Sacristia 185
Ofício divino, obrigação 830; — Patrono, nome 888; — do Brasil Quam oblationem 516
834; com companheiros 895 Quarenta Horas, missa na ado- Sagração do cálix 210
facultativos 832; — ofício dos Sal 132
defuntos 884 Pavilhão da píxide 716; — do ração de 616
sacrário 183 Quaresma 304 Salmos 95
Ofícios, divisão 853; — locais Salmodia 823
834 Paz 536; regras para dar a 772, Quarta-feira de cinza 302
Pentecostes, vigília 421; — fes- Quartos diferentes, enfermos em Sanctus 507
Oitava, nome 858; — acabam Sanguinho 164
895; — divisão 860; — da ta 422 929
Perícopa 480 Quatro têmporas, origem 265;— Santíssimo exposto, Missa 797;
páscoa 412 - 737; Coleta (Imperada) da
Óleo, espécies 130; — unção real Per ipsum 529 de pentecostes 422; -- come-
Per quem 528 moração 572 568,
131 Santos, primeiras • festas 853
Olhos 114; elevar etc. 676 Pia batismal 191; bênção da 394; Qui natus es, no advento 881
— de água benta 196 Qui pridie 520 Sêda 136
Olhos, Missa do sacerdote que Secreta 499
sofre dos 630 Pio X 66 Qui venturus es 881
Piscina, fonte batismal 191; Quicumque 851 Semana 257; — Santa 309; —
Oração do dia 557; — do San- nas igrejas paroquiais 290; —•
tíssimo 568 poço para a água batismal Quinquagésima 300
servida etc. 191 Quinta-feira santa 329; — no não paroquiais 291
Orações, estrutura 87; — con- Seminaristas, breviário 835
clusão 88; - número e divisão Píxide, matéria 239; purificação Brasil 855
da 719 Sentar-se na missa solene 783
555; — especiais 557; — da Setuagésima 300
missa 477; — do tempo 558; Placeat 543 R
Pluvial 229 Sepulcro, Santo 331
— imperadas 564; — facultati- Ramos, bênção dos 310; domin-
vas (de livre escolha) 572; — Polifonia 106 Sequência 98; — obrigatória 577
go de 309 Sena," da missa solene 757; na
se houver mais de uma mis- Polilitúrgico 280 Reforma do breviário 826; — do
sa cantada 562; — pelos de- Pompéia 84 presença do bispo 786; — fú-
calendário 455 nebre (553; -- estola 221; (353;
funtos 645 Pontifical 1001 Regem, Domine, Sal rum f ac 92
Oratio ad libitum 560; — super Portátil, missa no altar 649 Regulares, Breviário dos 837 qutuido o SS. exposto 797
populum 306; 541 Póscomunhão 540 Reis, dia de 284 Serpeliliaa 384
Oratório, 143; bênção do 624 Posições do corpo 107 Relicário 171; incensação 780 SétimO dia, missa de 6(51
Ordenação, oração no aniversá- Preces de Leão XIII 728; feriais, Relíquias no altar 151 Sexagesinia 3011
rio da 571; colação das ordens dominicais 92; 844; 263 Renovação dos votos 917 Sexta-feira santa 347
969 — 989 Prefácio 500; 580

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516 R e u s, Curso de Liturgia

Os números são marginais


Simbolismo 77; — das cerimô- Trono episcopal 188
nias 32 Tropos 474
Símbolo apostólico 86; — Qui- Tunicela 224
cumque 86 Turíbulo, como entregá-lo 748
Simplificadas festas 643
Sinos 198 U
Sobrepeliz 218 Último evangelho 544; pró-
Solenidade exterior, essência; — prio 585
conservada 635; trasladada 637 Unde et memores 522
Subdiaconado 983 Unção extrema 952
Subdiácono não pode cantar a
paixão 317; — funções na mis- V
sa solene 746; — substituído Vasos sagrados, tocar nos 213
por um clérigo 745 Vela da elevação 123
Sufrágio 93 Velar imagens 175
Supplices 524 Velas acender 466; — na expo-
Supra quce 523 sição solene 933; — na festa
Suscipe 492 da purificação 292; — na mis-
Suscipe S. Trinitas 498 sa 686
Veneremur cernui, Tantum ergo
T etc. inclinação 113
Tabernáculo 179 Veni Saneie Spiritus, na missa
Tamborete 188 solene 784
Tantum ergo, inclinação 944 Vésperas cantadas 896
Te Deum no ofício 262; 97 Vestes eclesiásticas 206; -- li-
Te igitur 512 túrgicas, simbolismo 214.; —
Tela de ouro, prata 209 litúrgicas execradas 212; —
Terceiros — Sacerdotes, breviá- pontificais 231; — prelatícias
rio 840 231
Thmuis, Liturgia de 462 Vestuário litúrgico 203
Título, nome 889 Via sacra não se cobre com véu
Toalhas do altar 161 roxo 176
Tocar no corporal etc. 213 Viático 919
Toledo 61 Videira 33
Tonsura 970 Vigário apostólico 702
Toties quoties 441 Vigília, nome 857
Trato 99 Vinho 124
Tradição apostólica 57; 505; 62 Visita pastoral 998
Trasladação de ofícios 865; — Vômito 930
de solenidade 635; 637 Votos religiosos, emissão e re-
Trevas 324, 325 novação dos 917
Tríduo sacro 322 Voz 679
Trinitas, Prefácio 580 X
Trium puerorum 546 Ximenes 61

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