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CURSO DE FORMAÇÃO DE

INSTRUTOR DE
TRABALHO AÉRAE
(PTA)

Instrutor técnico:
Cláudio Luiz Simão
O que é o treinamento?

O treinamento nada mais é do que o processo pelo qual se adquire habilidades ou


conhecimento através do estudo ou do ensino. O instrutor é detentor desse
conhecimento, que uma vez adquirido deve dar ao indivíduo a capacidade de executar
uma função com: competência, segurança e alcance dos resultados esperados.

O papel de instrutor de treinamento?


O Instrutor de Treinamento é o profissional responsável por preparar e ministrar
treinamentos, atividades teóricas e práticas conforme projeto estabelecido.
Um Instrutor de Treinamento prepara materiais necessários para realização das tarefas
pelos participantes e treinandos.
Os instrutores são aquelas pessoas que irão atuar na transmissão do conteúdo teórico
e prático do programa de treinamento. Para se definir um corpo de instrutores devemos
analisar o currículo dos indicados, para verificarmos se são adequados para o programa,
somente a partir destas análises convocaremos os instrutores.
Segundo Chiavenato (2006) o êxito do treinamento dependerá do interesse, do gabarito
e, da experiência dos instrutores. É importante o critério de seleção. Deverão reunir
certas qualidades pessoais como: facilidade no relacionamento humano, motivação para
função, raciocínio, didática, fácil exposição, que tenha como foco a Andragogia (ensino
de adultos), ferramenta necessária para a condução de grupos de estudo, pessoas que
carregam conhecimentos adquiridos durante toda a sua vida pessoal e profissional, que
seja um facilitador do processo, que propicie ambiente de auto busca do
conhecimento/aprendizado. Os instrutores poderão ser selecionados entre os vários
níveis e áreas da Empresa. Devem conhecer as responsabilidades da função e estar
dispostos a assumi-las. A tarefa não é fácil e envolve alguns sacrifícios pessoais. Como
o instrutor estará constantemente em contato com os aprendizes, dele dependendo da
formação dos participantes do curso/treinamento, é importante que preencha certo
número de requisitos, relacionados a experiência e conhecimento do tema/assunto
abordado. Quanto maior for o grau em que o instrutor possua tais requisitos, tanto melhor
desempenhará sua função, em nível de ensino e transferência de conhecimento.
De acordo com Gil (2001) o objetivo último de qualquer treinamento é proporcionar o
aprendizado dos treinandos. E para facilitar este processo, os instrutores podem valer-
se de alguns princípios de Psicologia da Aprendizagem: diferenças individuais,
motivação, atenção, feedback, retenção, transferência:
Objetivo:
Este curso foi desenvolvido para os profissionais que lidam com a PTA e buscam se
tornar um multiplicador do seu conhecimento, ou seja, ser um instrutor, ensinar os seus
conhecimentos formando profissionais qualificados, os participantes deste curso são
capacitados e certificados para que possam ministrar treinamento para a formação de
novos Operadores de Plataforma para Trabalho Aéreo - PTA.

Público Alvo
Operadores de PTA, técnicos, engenheiros e trabalhadores em geral que procuram
capacitação para se tornar um instrutor de Plataforma de Trabalho Aérea.

O que será abordado?

• Norma Regulamentadora Nº 18 Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da


Construção.
• NR 35 – Trabalho em Altura.
• APR – Análise Preliminar de Riscos.
• Acidentes de Trabalhos e suas consequências.
• Noções de Primeiros socorros
• Operação segura da plataforma.

Princípios básicos da PTA


• Plataforma de trabalho aéreo, alternativa para posto de trabalho em altura.
• Não se aplica em serviços em instalações elétricas energizadas.
• Não é transportador de pessoas.
• Não é equipamento para arrastar outros equipamentos.
• Não é guindaste.
• Exige cuidados para não tombar.
• Oferece riscos específicos.
• O operador somente é considerado habilitado se tiver sido treinado na máquina
em que opera ou similar.

Conteúdo programático.

• Conhecer a legislação vigente.


• Conhecer os objetivos e definições da operação.
• Conhecer os riscos na operação e do trabalho.
• Entender os procedimentos para operação e trabalho.
• Conhecer noções sobre resgate e primeiros socorros.
Capacitar e sensibilizar os operadores de plataforma quanto a necessidade de
neutralizar ao máximo a possibilidade de provocar acidentes, adoção de procedimentos
de rotina pautadas pela norma de segurança, cumprimento ao disposto da portaria
3214/78 TEM.
Nr – 06 Equipamento de Proteção Individual – EPI;
Nr – 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e manuseio de Materiais;
Nr – 12 Segurança no Trabalho e Máquinas e Equipamentos;
Nr – 18 Segurança e Saúde no Trabalho na Industria da Construção;
Nr – 35 Trabalho em Altura.

Definição de PTA

Plataforma elevatória móvel de trabalho, equipamento móvel, autopropelido ou não,


dotado de uma estação de trabalho, cesto ou plataforma, sustentado por hastes
metálicas, lanças ou tesouras, capaz de ascender para atingir ponto ou local de trabalho
elevado.
“11.1.5, nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador
deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa
função.
11.1.6 Os operadores de equipamento de transporte motorizado deverão ser
habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portarem um
cartão de identificação, com nome e fotografia, em lugar visível.”

Cesto Aéreo: equipamento veicular destinado à elevação de pessoas para execução de


trabalho em altura, dotado de braço móvel, articulado, telescópico ou misto, com
caçamba ou plataforma, com ou sem isolamento elétrico, podendo, desde que projetado
para este fim, também elevar material por meio de guincho e de lança complementar,
respeitando as especificações do fabricante. (NR12 – Segurança no Trabalho em
máquinas e equipamentos anexo XII).
18.12.34 - A PEMT deve atender às especificações técnicas do fabricante quanto à
aplicação, operação, manutenção e inspeção periódica.
A capacitação deve contemplar o conteúdo programático estabelecido pelo fabricante,
abordando, no mínimo, os princípios básicos de segurança, inspeção e operação, de
forma compatível com o equipamento a ser utilizado e com o ambiente esperado.
O usuário deve impedir a operação da PEMT (Plataforma Elevatória Móvel de
Trabalho) por trabalhador não capacitado.

Características – PEMT (PTA)

18.12.35 A PEMT deve ser dotada de:


a) dispositivo de segurança que garantam seu perfeito nivelamento no ponto de trabalho,
conforme especificação do fabricante;
b) alça de apoio interno;
c) sistema de proteção contra quedas que atendam às especificações do fabricante ou,
na falta destas, ao dispositivo na NR 12;
d) botão de parada de emergência;
e) dispositivo de emergência que possibilite baixar o trabalhador e a plataforma até o
solo em caso de pane elétrica, hidráulica ou mecânica;
f) sistema sono automático de sinalização acionado durante a subida e a descida;
g) proteção contra choque elétrico;
h) horímetro.

MANUTENÇÃO DA PEMT (PTA)

18.12.36 A manutenção da PEMT deve ser efetuada por pessoa com capacidade
específica para a marca do modelo do equipamento.
18.12.37 Cabe ao operador, previamente capacitado pelo empregador, realizar a
inspeção diária do local de trabalho onde será utilizada a PEMT.
18.12.38 Antes do uso diário ou no início de cada turno, devem ser realizadas as
inspeções visuais e teste funcionais na PEMT, verificando-se o perfeito ajuste e o
funcionamento dos seguinte4s itens:
a) controle de operação e de emergência;
b) dispositivo de segurança do equipamento;
c) dispositivo de proteção individual (EPI), incluindo proteção contra queda;
d) sistema de ar, hidráulico e de combustível;
e) painéis, cabos e chicotes elétricos;
f) pneus e rodas;
g) placas, sinais de avisos e de controle;
h) estabilizadores, eixos expansíveis e estrutura geral;
i) demais itens especificados pelo fabricante.

Impedimentos

18.12.39 No uso da PEMT, são vedados:


a) o uso de pranchas, escadas e outros dispositivos que visem atingir maior altura ou
distancia sobre a mesma;
b) a sua utilização como guindaste;
c) a realização de qualquer trabalho sob condições climáticas que exponham
trabalhadores a riscos;
d) a operação de equipamento em situação que contrariem as especificações do
fabricante quanto à velocidade do ar, inclinação da plataforma em relação ao solo e
proximidade a redes de energia elétrica;
e) o transporte de trabalhadores e materiais não relacionados aos serviços em execução.

Quanto a Movimentação

18.12.40 – Antes e durante a movimentação da PEMT, o operador deve manter:


a) visão clara do caminho a ser percorrido;
b) distância segura de obstáculos, depressão, rampas e outros fatores de riscos,
conforme especificado em projeto ou ordem de serviço;
c) distância mínima de obstáculos aéreos, conforme especificados em projeto ou em
ordem de serviço;
d) limitação de velocidade de deslocamento da PEMT, observando as condições da
superfície, o trânsito, a visibilidade, a existência de declives, a localização da equipe e
outros fatores de riscos de acidentes.

18.12.40 – Antes e durante a movimentação da PEMT, o operador deve manter:


a) visão clara do caminho a ser percorrido;
b) distancia segura de obstáculos, depressão, rampas e outros fatores de riscos,
conforme especificado em projeto ou ordem de serviço;
c) distancia mínima de obstáculos aéreos, conforme especificados em projeto ou em
ordem de serviço;

Onde são usadas as PTAs?


• Instalações industriais e de manufaturada
• Refinarias de petróleo
• Instalações elétricas
• Instalações esportivas
• Parques temáticos
• Filmagens
• Armazéns
Segurança com Plataforma elevatória

Durante a operação, os ocupantes da plataforma deverão usar os EPI de segurança


(cinto e talabarte, luva, capacete, óculos, bota de segurança e uniforme adequado a
função), o cabo de segurança devidamente amarrado a um ponto fixo, antes de incisar
a atividades ver se todas as cancelas estão devidamente trancadas e na posição de
segurança, manter sempre ambos os pés firmemente posicionados no piso da
plataforma, degraus, estrados ou outros objetos semelhantes para permitir o alcance de
pontos mais elevados
Risco de eletrocussão

Esta máquina não se encontra isolada eletricamente e não confere proteção a contato
ou a proximidade com a corrente elétrica, manter uma distância adequada de cabos
elétricos, aparelhos ou qualquer outros componentes elétricos isolados, conforme as
distâncias mínimas, ter atenção aos movimentos das maquinas e as oscilações dos
cabos elétricos.

Riscos de tropeçamento
O utilizador deverá conhecer bem a superfície de trabalho, antes da deslocação da
máquina. Durante a condução, não exceder os valores máximos admissíveis de
inclinação longitudinal e lateral do piso. Não elevar a plataforma ou deslocar a máquina
com a plataforma elevada em pisos inclinados, irregulares ou instáveis, antes de
deslocar a máquina em plataformas, pontes,caminhões ou outras superfícies, verificar
sempre a respectiva capacidade de suporte.
Tipos de PEMT (PTA)

Plataforma Elevatória Tesoura a diesel.

Plataforma elevatória articulada elétrica


Plataforma elevatória Articulada a Diesel.

Plataforma Elevatória Telescópica


Plataforma Elevatória Vertical

Trabalho em altura NR 35
Baseado no que a norma exige que seja ministrado no TREINAMENTO já é possível
saber quem o poderá ministrar, a NR 35 no item 35.3.6 diz: - “O treinamento deve ser
ministrado por instrutores com comprovada proficiência no assunto, sob a
responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho - .
Segunda a norma há qual estabelece os requisito mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos diretamente ou
indiretamente com esta atividade, considera-se trabalho em altura toda atividade
executada acima de 2,00 mts (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda, a
norma ainda se completa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos
competentes e , na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais
aplicáveis.
Cabe ao empregador:

a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma;


b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da
Permissão de Trabalho - PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em
altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de
proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de
controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas
de proteção definidas nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição
de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma.

Cabe ao trabalhador
a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura,
inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;
b) Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas na
norma NR 35;
c) Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho.

Uso dos EPIS

A Nr 35 é clara com a exigência quanto ao uso de EPI, sem eles, os trabalhadores estão
altamente expostos aos riscos, sendo praticamente impossível e de grande
irresponsabilidade iniciar uma tarefa com a falta de alguns deles, nos trabalhos em
alturas, alguns itens específicos são exigidos muitos por conta da necessidade de evitar
os riscos de quedas, os profissionais do setor de segurança do trabalho também
precisam fiscalizar o uso desses EPI’s, conhecendo exatamente quais são os essenciais
para o trabalho em altura.

Redução de riscos

As quedas são um dos principais riscos, naturalmente a nr 35 considera que a partir de


dois metros do chão, dependendo da forma como trabalhador caia, pode ser arriscado
para sua integridade, o perigo é ainda quando são atividades em que essa distancia
aumenta ainda mais, sendo fundamental que haja, além de boas práticas, equipamentos
de proteção.
As quedas podem ser ocasionadas por diversas razões, sendo as principais, negligência
por parte do trabalhador, falta de ferramenta ou EPI essenciais, uso de equipamento com
baixa conservação, quebrados ou com defeito, falta de supervisão por parte de
profissionais técnicos.

APR (análise preliminar de riscos)

A análise preliminar de risco consiste em uma avaliação, previa e aprofundada sobre os


eventuais riscos envolvidos em um projeto ou atividade de trabalho, esse estudo deve
considerar todas as fases de realizar e, com base nelas propor medidas apropriadas
para prevenir acidentes, sendo ela um documento que mapeia com o objetivo de
prevenção dos riscos na operação, a APR pode ser assinada por qualquer profissional
que tenha esse tipo de conhecimento na área de Segurança do Trabalho, como
engenheiros de seguranças e Técnicos, a emissão também pode ser realizada por
qualquer colaborador, uma vez que não há nenhum impedimento legal relacionada a
essa etapa, a APR tem a finalidade preventiva, ela deve ser realizada no início de um
projeto de uma nova atividade ou implementação de um processo, sobre tudo nas
atividades em que as normas regulamentadores estabelecem sua obrigatoriedade.

COMO E FEITA A APR?


• Identificação de possíveis perigos em cada uma das etapas e atividades que
serão realizadas;
• Listagem dos riscos;
• Identificação das possíveis causas, consequências e vulnerabilidade;
• Identificação de grupos ou bens potenciais expostos e assas ameaças.
Exemplo:

As 5 etapas da avaliação e riscos:

1 – Identifique o risco, você e sua equipe descobrem, reconhecem e descrevem o risco


que pode afetar seu projeto ou os seus resultados;
2 – Analise o risco;
3 – Avalie ou classifique o risco;
4 – Trate o risco;
5 – Monitore e analise o risco.

Como evitar o acidente de trabalho?

Para diminuir os acidentes de trabalho, é necessário reconhecer atos e condições


inseguras e compreender a ação apropriada para eliminar o risco, para isso é
fundamental treinar os colaboradores para que possam realizar as suas atividades de
forma correta e que sejam capazes de perceber os riscos, além disso é preciso realizar
a análise de risco das condições inseguras para verificar a adoção de medidas de
correção para evitar a reincidências de acidentes com as mesmas causas.
Caminhão da Light 1930
Acidente de trabalho.

Na ocorrência de um acidente, o colaborador é o principal prejudicado, poiso acidente


poderá resultar em ferimentos graves, surgimento de algum tipo de incapacidade, efeitos
psicológicos e ou até perder a vida.
O acidente de trabalho pode ocorrer de várias formas e pode ocasionar inúmeras
consequências na vida do trabalhador de acordo com a gravidade, tais como perda ou
redução da capacidade ou mesmo sequelas que reduzem a capacidade de trabalho do
acidentado, a lei 8.213/91 conceitua acidente de trabalho as seguinte forma: e o que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou
pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 1 desta lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
O tipo de acidente de trabalho acima demostrado trata-se de acidente de trabalho típico,
podendo haver outros denominados atípicos como as doenças profissionais e
ocupacionais que são equiparadas a acidente do trabalho por previsão do art. 20 da lei
8.213/91, o qual também conceitua:

– Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

-Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista


nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho, precisão do §2º do art. 20, da lei 8.213/91.

1. Equiparam-se também ao acidente do trabalho:

O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.

1.1 O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao


trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força


maior;

A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;

1.2 O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

Esses acidentes mencionados não causam repercussões apenas de ordem jurídica


mais social e econômica. Nos acidentes menos graves, em que o empregado tenha que
se ausentar por período inferior a quinze dias, o empregador tem que arcar com os custos
econômicos da relação de empregado.

O acidente repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator Acidentário de


Prevenção – FAP da empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.

Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao Instituto


Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de benefícios, tais como;
auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e
pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte.

Em decorrência de acidente de trabalho são mais comuns a implantação de benefício


previdenciário auxílio-doença, este é concedido quando ocorre afastamento do trabalho
superior a 15 (quinze) dias, gerando assim, estabilidade para o trabalhador, nos termos
do Art. 118, da Lei 8.213/91:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo
de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação
do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

2. Efeitos do Reconhecimento do Acidente do Trabalho

Os benefícios de natureza acidentária geram os efeitos abaixo citados, além de


subsidiar ações regressivas do INSS contra a empresa empregadora do acidentado,
diferentemente daqueles de natureza previdenciária.

2.1. Estabilidade Provisória no Emprego

O segurado que esteve em gozo de benefício por incapacidade de natureza


acidentária tem garantida manutenção do seu contrato de trabalho com a empresa
responsável pelo acidente. Conforme o art. 118, da Lei nº 8.213, de 1991, a estabilidade
ocorrerá pelo prazo mínimo de doze meses começando após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.

2.2. Continuidade do Pagamento FGTS

A empresa permanece com a obrigação de recolher o FGTS durante todo o período


de benefício, de acordo com o § 5º do art. 15 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.
Todo período de afastamento por motivo de acidente do trabalho é considerado na
contagem do tempo de serviço (art. 4º, parágrafo único, da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT).

2.3. Influência no FAP/RAT

As atividades econômicas no Brasil assumem o encargo da tarifação coletiva


denominada Riscos Ambientais do Trabalho – RAT, prevista no inciso II do art. 22 da Lei
nº 8.212, de 1991, que consiste em um percentual que mede o risco da atividade
econômica, com base no qual é cobrada a contribuição para financiar os benefícios
previdenciários decorrentes do grau de incidência de incapacidade laborativa (GIIL-
RAT).

A alíquota de contribuição para o RAT será de 1% (um por cento) se a atividade é de


risco mínimo; 2% (dois por cento) se de risco médio; e de 3% (três por cento) se de risco
grave, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer
título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.
Havendo exposição do trabalhador a agentes nocivos que permitam a concessão de
aposentadoria especial, há acréscimo das alíquotas na forma da legislação em vigor

3. Responsabilidade Civil da Empresa

Responsabilidade civil é a obrigação de responder pelas consequências jurídicas


decorrentes do ato ilícito praticado, reparando o prejuízo causado.

Neste sentido, a Constituição Federal de 1988, no seu art. 7º, inciso XXVIII, prevê o
seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que está o mesmo obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Importante ressaltar que o pagamento pela Previdência Social das prestações por
acidente do trabalho não excluirá a responsabilidade civil da empresa ou de outrem, de
acordo com o art. 121 da Lei nº 8.213, de 1991.

4. Auxílio-Acidente

De acordo com a Lei nº 8.213, de 1991, art. 86, o auxílio-acidente é um benefício


previdenciário concedido, a título de indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
sequelas que impliquem em redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia

Conforme regulamenta o RPS, o auxílio-acidente será devido após a consolidação das


lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza quando resultar em sequela
definitiva, conforme as situações discriminadas no Anexo III deste Regulamento, e que
impliquem:

I – redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam;

II – redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior


esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época do acidente; ou

III – impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente,


porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos
casos indicados pela perícia médica do INSS.

Destarte, o empregado que venha a sofrer acidente de trabalho ou doença


ocupacional, deve consultar um especialista na matéria, para que este analise as
condições especificas do caso, verificado se o Acidentado, teve seus direitos
considerados, tanto por parte do empregador quando do INSS.

Tipos de acidentes de trabalho.


O cesto de uma plataforma articulada onde o funcionário estava se soltou, vítima sofreu
traumatismo craniano e foi levado para Unidade de Atendimento Integrado.
Operador de PTA estava efetuando o carregamento da mesma quando o equipamento
“escorregou” tombou e fatalmente acertando outro colaborador que estava próximo.
Operações simples e corriqueiras podem ser as mais perigosas que operações
complicadas e casuais.

Primeiros socorros:

Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem ser
prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbitos, cujo estado
físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o
agravamento de sua condição, aplicando medidas e procedimentos até a chega de
socorro especializado.
Qualquer pessoa treinada poderá prestar os primeiros socorros, conduzindo-se com
serenidade, compreensão e confiança, conhecimento básico de primeiros socorros
fundamentais, pois podem salvar uma vida, manter a calma e o próprio controle é
fundamental , contudo, o auxílio de outras que possuam igual controle também é
importante, ações valem mais que as palavras, portanto, muitas vezes o ato de informar
ao acidentado sobre seu estado, sua evolução ou mesmo sobre a situação em que se
encontra deve ser avaliado com ponderação para não causa ansiedade ou medo
desnecessário, o tom de voz tranquilo e confortável e confiante e confortante dará a vítima
à sensação de confiança na pessoa que o está socorrendo, regras fundamentais para os
primeiros socorros:
Avalie a situação:

Independente de qual tenha sido o acidente sofrido, se a vítima ainda consegue


falar é importante pedir para que ela conte exatamente o que aconteceu. Em
seguida, você deve olhar em volta e verificar se existem fios expostos, fumaças
ou líquidos tóxicos, chamas, produtos químicos, vidro quebrado ou qualquer outro
objeto que possa colocar a vida da pessoa ferida ou a sua em perigo.

Caso a pessoa não consiga falar, abra a boca da vítima e veja se há algo que
possa obstruir a respiração como uma prótese dentária, por exemplo. Verifique
se ela está respirando, e caso note que está sem pulso, faça uma respiração boca
a boca ou massagem cardíaca, dependendo do tipo de acidente que ela sofreu.

Caso a pessoa não consiga falar, abra a boca da vítima e veja se há algo que possa
obstruir a respiração como uma prótese dentária, por exemplo. Verifique se ela está
respirando, e caso note que está sem pulso, faça uma respiração boca a boca ou
massagem cardíaca, dependendo do tipo de acidente que ela sofreu.

Não entre em pânico

Uma das principais regras na hora de prestar socorro é não entrar em pânico e tentar
manter a vítima tranquila e calma. Mesmo que você não saiba por onde começar e essa
seja a primeira vez que você presta socorro, respire fundo e se acalme. Isso fará com
que você consiga pensar de forma mais clara para decidir qual ação tomar.
Preste atenção no estado da vitima

Em muitos acidentes, as pessoas costumam entrar em estado de choque, sendo os


sintomas principais pele pálida e fria e respiração descompassada, nesses casos
também é comum que a vítima desmaie, e você deve cobri-la de imediato com um
cobertor ou casaco e deixa-la de lado para que se vomitar, ela não sofra nenhuma asfixia.

PORÉM, TENHA EM MENTE QUE SE ESSA PESSOA SOFREU UM ACIDENTE DE TRÂNSITO OU


DOMÉSTICO QUE PODE TER CAUSADO ALGUMA LESÃO INTERNA, VOCÊ NÃO DEVE MOVIMENTÁ-LA
PARA NÃO PIORAR O QUADRO, A MENOS QUE SEJA EXTREMAMENTE NECESSÁRIO.

Vale lembrar, também que você deve ter cuidado com os fluidos corporais das vitimas
para evitar transmissões de doenças contagiosas.

Nunca dê nada para as vítimas inconscientes:

Outra regra bastante importante para quem está prestando primeiros socorros é nunca
oferecer nada para a vítima inconsciente, desde comprimidos até líquidos que parecem
ser inofensivos como água. Um erro comum é pensar que a água vai ajudar a pessoa a
voltar a consciência, mas o que muitas vezes acontece é a obstrução das vias
respiratórias.
Também é importante ressaltar que em casos de envenenamento e intoxicação, nunca
se deve oferecer líquidos para a vítima mesmo ela estando acordada, o que pode fazer
com que ela vomite causando danos internos no esôfago.

Nunca faça algo que não tenha certeza

Outra regra básica de primeiros socorros é nunca fazer algo que você não tem certeza
de como fazer, seja uma respiração boca a boca, massagem cardíaca e especialmente,
movimentar a vítima depois de acidentes de trânsito. Isso porque, dependendo do
movimento que você fizer, pode acabar piorando a lesão e até mesmo levando a vítima
a óbito.
Em casos de facas e pregos que estejam inseridos na vítima, nunca tente remover sem
ter conhecimento para isso, e procure sempre alguém próximo do local para lhe auxiliar
enquanto você presta socorro.

Estanque o sangue.

O primeiro passo em casos de feridas é estancar o sangue com um pano limpo para que
o sangramento diminua. Você pode até mesmo usar suas mãos em casos extremos,
evitando o máximo de contato com a ferida para não causar nenhum tipo de infecção.
Depois disso, abra as roupas apertadas para que o sangue possa fluir livremente,
especialmente perto da ferida.

Lave as queimaduras
Sempre que for prestar socorro para uma vítima de queimaduras, tire imediatamente as
joias como pulseiras, brincos e anéis. Caso note que estão presas na pele, não tente
removê-las.
Em seguida, lave a área queimada com água corrente e cubra com um pano limpo e leve
a vítima para o hospital mais próximo, de preferencia ao um hospital especializado em
queimaduras.

Engasgo

Seja em casos de engasgo, desmaios, convulsões, afogamento ou parada cardíaca: é


importante ter certeza que a vítima está respirando. Caso note que a respiração está
obstruída, aplique a técnica que for mais indicada para a situação. Se a vítima tiver se
afogado, faça uma respiração boca a boca, se tiver infartado, uma massagem cardíaca
e se tiver engasgada com alimentos ou objetivos, faça a manobra de Heimlich.
Choque elétrico.

Caso você vá socorrer uma vítima de choque elétrico, nunca toque o corpo da pessoa
até que o contato elétrico tenha terminado, do contrário, você também sofrerá a
descarga. Procure a fonte de energia e desligue o mais rápido possível, e ligue para a
emergência.

CASO A VÍTIMA NÃO TENHA PULSO OU NÃO RESPIRE, FAÇA AS COMPREENSÃO TORÁXICA (RCP),
ENQUANTO ESPERA A ASSISTNCIA MÉDICA.

Como identificar um paciente com parada cardíaca


Uma parada cardíaca pode acontecer em qualquer lugar: em casa, no trabalho, durante
uma atividade física ou em um momento de descontração. Infarto agudo do miocárdio,
arritmia cardíaca, acidentes vasculares, hemorragia, infecção grave, choque elétrico e
afogamento estão entre as principais causas. Saber reconhecer uma PCR é o primeiro
passo para ajudar uma pessoa nessa condição.
São três os principais sinais para identificar uma parada cardíaca, segundo o Conselho
Europeu de Reanimação (European Resuscitation Council, na sigla em inglês):
Responsividade – em casos de PCR, a vítima não responde a estímulos físicos e
sonoros.
Respiração – na parada cardiorrespiratória, a vítima não respira ou tem respiração
agônica (ineficaz, com movimentos de curta duração e ruídos, também chamada
de Gasping)
Pulso – Nos casos de PCR, o pulso central é ausente (não se consegue palpar o pulso)
Manobras de RCP: Passo a Passo
Segundo a American Heart, mais de 61% das paradas cardiorrespiratórias acontecem
no ambiente extra-hospitalar, isto é, longe dos hospitais. E a taxa de sobrevivência cai
10% após cada minuto sem socorro. Assim, após identificar a PCR, é preciso saber agir.
Se executadas rapidamente e com eficiência, as manobras de RCP aumentam, e muito,
a chance de recuperação da vítima. Veja o passo a passo e entenda o que fazer:
1 – Verifique se a cena é segura para você e para a vítima
2- Avalie a responsividade. Coloque uma mão em cada ombro e chame a vítima até três
vezes: “senhor, senhor, o senhor está me ouvindo?”
3- Se a vítima não responder, pode ser uma parada cardíaca. Ligue para o SAMU (192)
ou outro serviço de emergência
4 – Avalie a respiração. Verifique se a pessoa está respirando. Faça isso em no mínimo
5 e no máximo em 10 segundos. Se a vítima apresentar respiração agônica (gasping),
considere como ausência de respiração.
5– Ajoelhe-se ao lado da vítima, na altura do ombro dela. Estique os braços, entrelace
os dedos. Coloque o calcanhar da mão no centro do tórax.
6- Faça compressões fortes e rápidas, com uma frequência de 100 a 120 por minuto
(cerca de 5 compressões a cada 3 segundos), em uma profundidade de no mínimo 5 cm.
Importante! Não pare as compressões até a chegada do atendimento profissional, a não
ser que a vítima volte a se mexer ou respirar. Se houver ajuda, a cada 200 compressões,
troque o socorrista.

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