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BUPi
Sistema de informação
cadastral simplificada
FICHA TÉCNICA
TÍTULO
BUPi Sistema de Informação Cadastral Simplificada
(2017 v.1)
PROPRIEDADE
AUTOR
PAGINAÇÃO
Gabinete de Controlo de Gestão e Relações Externas
CONTACTOS
DATA DE PUBLICAÇÃO
8/11/2017
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
ÍNDICE
1 ............................................................................................................................................... 1
1 ENQUADRAMENTO ................................................................................................................ 8
1.1 Legislação aplicável ................................................................................................................. 8
1.2 Deliberações e Despachos ..................................................................................................... 9
2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CADASTRAL SIMPLIFICADA ...................................................... 10
2.1 Definição .............................................................................................................................. 10
2.2 Vigência e produção de efeitos............................................................................................. 11
2.3 Aplicabilidade territorial ....................................................................................................... 12
3 BALCÃO ÚNICO DO PRÉDIO (BUPi) ...................................................................................... 14
3.1 Descrição ............................................................................................................................. 14
3.2 Funcionalidades ................................................................................................................... 14
3.3 Plataforma informática de suporte ao BUPi .......................................................................... 15
4 PROCEDIMENTO DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA GEORREFERENCIADA ........................... 19
4.1 Noção de Representação Gráfica Georreferenciada (RGG) ................................................... 19
4.2 Técnico Habilitado ................................................................................................................ 19
4.3 Promoção do procedimento ................................................................................................. 20
4.4 Início e conclusão do procedimento ......................................................................................... 20
5 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE COMPOSIÇÃO DE INTERESSES ............................. 23
5.2 Comissão administrativa de composição de interesses .............................................................. 23
5.3 Início e fases do procedimento ................................................................................................ 24
6 PROCEDIMENTO ESPECIAL DE REGISTO DE PRÉDIO RÚSTICO E MISTO OMISSO ............. 24
6.1 Disposições legais aplicáveis ............................................................................................... 24
6.2 Competência ........................................................................................................................ 25
6.3 Objeto ................................................................................................................................... 26
6.4 Promoção do procedimento..................................................................................................... 26
6.5 Tramitação ............................................................................................................................ 27
7 REGISTOS EFETUADOS FORA DO PROCEDIMENTO ESPECIAL DE REGISTO ...................... 30
7.1 Prédios rústicos e mistos não descritos .................................................................................... 30
7.2 Competência ........................................................................................................................ 30
7.3 Obrigatoriedade de RGG para os registos de aquisição de prédios rústicos e mistos, descritos
ou não no registo ......................................................................................................................... 31
7.3.1 Anotação à descrição da RGG .............................................................................................. 31
7.3.2 Anotação oficiosa automática ...................................................................................... 32
7.3.3 Conjugação do registo com a RGG .......................................................................................... 35
7.4 O Pedido de registo ................................................................................................................ 36
7.4.1 A qualificação do pedido de registo e a RGG ............................................................................ 37
7.4.1.1 O registo de aquisição .................................................................................................... 37
IRN, IP 5/76
7.4.1.2 Outros pedidos de registo ............................................................................................... 39
7.5 Procedimentos a realizar na Plataforma https://bo.bupi.gov.pt, após a confirmação do pedido de
registo e/ou a anotação da RGG no prédio ....................................................................................... 42
7.6 Caso prático .......................................................................................................................... 43
8 PROCEDIMENTOS CASA PRONTA DECRETO-LEI N.º 263-A/2007, DE 23 DE JULHO ........... 47
9 PROCEDIMENTOS DE BALCÃO DE HERANÇAS E DIVÓRCIO COM PARTILHA (BHDP) .......... 49
10 PROCESSO DE JUSTIFICAÇÃO PARA PRIMEIRA INSCRIÇÃO ............................................... 53
10.1 Restrições à admissibilidade da justificação para primeira inscrição ............................................ 53
10.2 Regularidade fiscal ................................................................................................................ 53
10.3 Tramitação do Processo ........................................................................................................ 54
10.4 Impugnação judicial ............................................................................................................... 59
11 PROCEDIMENTO ESPECIAL DE JUSTIFICAÇÃO DE PRÉDIO RÚSTICO E/OU MISTO
OMISSO........................................................................................................................................ 60
11.1 Disposições legais aplicáveis ao procedimento especial de justificação ....................................... 60
11.2 Competência ........................................................................................................................ 60
11.3 Objeto e finalidade ............................................................................................................... 61
11.4 Tramitação (artigos 19.º-B e seguintes do Decreto-Regulamentar n.º 9-A/2017) .................... 62
11.5 Meios de Impugnação........................................................................................................... 67
12 REGIME EMOLUMENTAR ..................................................................................................... 68
12.1 Alterações introduzidas pela Lei n.º 65/2019 ao regime de gratuitidade criado pela Lei n.º
78/2017 ......................................................................................................................................... 68
12.2 Procedimento de representação gráfica georreferenciada ........... 69
12.3
gratuitidade .................................................................................................................................. 70
12.4 ..... 71
12.5 Procedimentos de Balcão de heranças e divórcio com partilha (BHDP)
gratuitidade .................................................................................................................................. 73
12.6 Processos de justificação para primeira inscrição ....................... 74
12.7 Procedimento especial de justificação de prédio rústico e ou misto omisso
gratuitidade .................................................................................................................................. 75
13 Sistema de Recolha e Gestão de Informação Cadastral - SiRGIC (Região Autónoma dos
Açores)......................................................................................................................................... 76
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
Descrição de alteração
Data Versão
08-11-2017 1.0 Não existe referência anterior
IRN, IP 7/76
1 ENQUADRAMENTO
Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2020, DR n.º 115, 1.ª série, de 16 de junho
Cria a Estrutura de Missão para Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificada, à
qual incumbe garantir a expansão a todo o território nacional do sistema de informação cadastral
simplificada e o desenvolvimento dos sistemas de informação e interoperabilidade de suporte ao
Balcão Único do Prédio (BUPi). Nos termos desta mesma Resolução, as funções do mencionado
Centro de Coordenação Técnica são desempenhadas pela Estrutura de Missão.
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
IRN, IP 9/76
Deliberação do Conselho Diretivo de 14.10.2020 Presentemente revogada
Designou competente para a tramitação do procedimento especial de justificação de prédio rústico
e misto omisso, criado pela Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto, o Balcão Soluções Integradas de
Registo de Lisboa (SIR), serviço de registo vocacionado para tratar de operações de registo de
grande volume e complexidade.
2.1 Definição
- A anotação à descrição predial da existência da RGG - cfr. artigo 18.º da Lei n.º 78/2017;
O regime criado pela Lei n.º 78/2017 foi aplicável, como projeto-piloto, à área dos municípios de
Alfândega da Fé, Caminha, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra,
Pedrogão Grande, Penela, Proença-a-Nova e Sertã, pelo período de um ano contado a partir do
dia 1 de novembro de 2017, e terminou a sua vigência no dia 31 de outubro de 2018.
A Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto, manteve em vigor e generalizou a aplicação a todo o território
nacional do sistema de informação cadastral simplificada, criado pela Lei n.º 78/2017, bem como
a universalização do Balcão Único do Prédio (BUPi).
IRN, IP 11/76
Quanto ao regime de gratuitidade, vigora pelo prazo de quatro anos:
a) A contar da data de entrada em vigor da Lei n.º 65/2019, para os municípios abrangidos pelo
projeto-piloto Alfândega da Fé, Caminha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis,
Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Proença-a-Nova e Sertã,
e para os municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em vigor cfr. artigo 14.º n.º 2,
a), da Lei n.º 65/2019;
Veremos mais adiante, neste manual, que relativamente a determinadas gratuitidades o prazo de
4 anos para os prédios sitos nos municípios com CGPR ou cadastro predial em vigor nem sempre
se inicia, como parece resultar da al. a) do n.º 2 do artigo14.º da Lei n.º 65/2019, da data da entrada
em vigor desta mesma Lei.
1. Em face do regime criado podem verificar-se três situações possíveis, no que à sua aplicação
territorial se refere:
A) Prédios situados nos concelhos não submetidos a CGPR ou cadastro predial em vigor
- A aplicação do regime de gratuitidade previsto nos artigos 24.º da Lei n.º 78/2017 e 14.º
da Lei n.º 65/2019, apenas aos prédios rústicos e mistos não descritos com área igual ou
inferior a 50 ha; e
B) Prédios situados nos concelhos submetidos a CGPR ou com cadastro predial em vigor
- O regime de gratuitidade dos atos de registo relativos a prédios rústicos e mistos não
descritos, desencadeados pelos interessados junto de qualquer serviço de registo, dos
procedimentos simplificados de sucessão hereditária celebrados nos serviços de registo
que sejam necessários à regularização da situação registal dos prédios rústicos e mistos
não descritos, e dos processos de justificação para primeira inscrição, nos termos dos
artigos 116.º e seguintes do Código do Registo Predial, desde que os prédios apresentem
configuração geométrica cadastral e tenham área igual ou inferior a 50 ha,
está em vigor desde o dia 24 de agosto de 2019, ou seja, a sua aplicação não depende da
celebração do acordo de colaboração interinstitucional.
Refira-se que, e uma vez que os prédios situados em concelhos submetidos a cadastro geométrico
da propriedade rústica, por esse motivo, têm necessariamente configuração geométrica cadastral,
julgamos ser de considerar que a exibição da caderneta predial rústica destes prédios que
contém, além do n.º da matriz, a respetiva secção cadastral, identificada por n.ºs ou letras
preencherá o requisito exigido para a concessão da gratuitidade prevista.
- A aplicação do regime de gratuitidade previsto nos artigos 24.º da Lei n.º 78/2017 e 14.º
da Lei n.º 65/2019, apenas aos prédios rústicos e mistos não descritos com área igual ou
inferior a 50 ha; e
com as alterações decorrentes da Lei n.º 65/2019, estão em vigor desde o dia 24 de agosto de
2019.
2. Atualmente o regime está em vigor nos municípios de Alfândega da Fé, Caminha, Castanheira
de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Sertã,
Proença-a-Nova, Vila de Rei, Oleiros, Alvaiázere, Ansião, Arganil, Lousã, Miranda do Corvo,
Tábua e Vila Nova de Poiares.
IRN, IP 13/76
3 BALCÃO ÚNICO DO PRÉDIO (BUPi)
3.1 Descrição
O BUPi é um balcão físico e virtual, da responsabilidade do IRN, I.P., que reúne a informação
registal, matricial e georreferenciada relacionada com os prédios e opera numa plataforma
eletrónica que comunica com todas as bases de dados e aplicações que contêm informações
prediais cfr. artigo 22.º da Lei n.º 78/2017.
O BUPi funciona:
- Em BackOffice (área privada) disponível para utilizadores do IRN e para as entidades que
detêm informação relevante sobre os elementos que caracterizam, identificam e localizam os
prédios e os seus titulares Autoridade Tributária (AT), Direção-Geral do Território (DGT),
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), Instituto da Conservação da Natureza
e Florestas (ICNF) e os Municípios cfr. artigos 20.º e 21.º do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017.
3.2 Funcionalidades
Através do BUPi é possível, entre outras funcionalidades (cfr. artigo 21.º do Decreto Regulamentar
n.º 9-A/2017):
- Consultar informação dos prédios favor de utilizador devidamente autenticado, incluindo a sua
poligonal, quando exista;
- Atribuir e consultar o NIP identificador único, numérico e sequencial do prédio, atribuído sempre
que seja confirmada a coincidência entre a descrição predial e a inscrição matricial. O NIP
corresponde à descrição do registo predial, podendo incluir uma ou mais matrizes, e associa, além
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
da respetiva RGG, quaisquer outros dados e elementos relativos à caracterização do prédio cfr.
artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017.
O acesso à plataforma informática de suporte ao BUPi por parte dos serviços de registo é efetuado
através do sítio da internet com o endereço https://bo.bupi.gov.pt, mediante autenticação nome
de utilizador e password.
- Concluir o processo RGG, após realização do registo com caracter definitivo, inserindo o número
da descrição predial e freguesia que lhe está associado, ou verificando se o número da descrição
predial e freguesia que se encontra associado ao processo RGG está correto, e ainda, sempre
que estejamos perante processos de RGG com matrizes inseridas manualmente (porque ainda
não constantes da plataforma BUPi), para agregar as respetivas matrizes ao processo.
A Plataforma BUPi:
IRN, IP 15/76
2. Pesquisar por artigo matricial ou por número de processo de RGG
4. Processo RGG: clicar em Consultar RGG, para ser direcionado para a página do Detalhe do
Processo, a fim de descarregar o termo de responsabilidade (documento que identifica o prédio
georreferenciado).
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6. Confirmado o registo e a respetiva conta deve voltar à plataforma BUPi, para concluir o processo
de RGG naquela plataforma e validar os dados do prédio: Confirmar toda a informação
apresentada no écran, relativa aos dados do prédio (note-se que todos os dados apresentados
são referentes à descrição na Conservatória); ou, Editar informação do Prédio, caso sejam
identificadas correções a fazer (por exemplo introduzir/corrigir a freguesia da descrição freguesia
para efeitos de registo).
IRN, IP 17/76
Uma vez que ainda não existe interoperabilidade com a Autoridade Tributária, pode acontecer que
as matrizes pesquisadas (sendo matrizes recentes) ainda não constem na base de dados do BUPi.
Neste caso, o Técnico Habilitado vai iniciar o processo RGG inserindo a(s) matriz(es) do prédio a
georreferenciar. Consequentemente, a indicação da(s) matriz(es) a georreferenciar não constam
no termo de responsabilidade, mas essa informação fica visível para a Conservatória, nos detalhes
do processo; para concluir o processo RGG é preciso anexar a(s) respetiva(s) matriz(es) ao
.
Em linguagem mais simples, a RGG visa definir a localização exata dos terrenos rústicos e mistos
e os seus limites, num mapa, através de coordenadas geográficas.
Trata-se, no fundo, de desenhar o prédio mediante uma linha fechada que corresponde aos seus
limites ou estremas.
O procedimento é sempre realizado por um técnico habilitado para o efeito público ou privado
, salvo no caso de dispensa previsto no artigo 10.º da Lei n.º 78/2017.
Nos termos do artigo 8.º, n.º 2, da Lei n.º 78/2017, são técnicos habilitados: a) os habilitados nos
termos do Regulamento do Cadastro Predial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 172/95, de 18 de julho;
b) os habilitados nos termos da Lei n.º 3/2015, de 9 de janeiro e diplomas complementares; c) os
detentores de cursos tecnológicos de nível secundário de educação, regulados pela Portaria n.º
550-A/2004, de 21 de maio, alteradas pelas Portarias n.ºs 260/2006, de 14 de março, e 207/2008,
de 25 de fevereiro, ou habilitação superior nas áreas da arquitetura, das ciências geográficas, das
ciências jurídicas, da engenharia, do planeamento territorial e da topografia.
A RGG efetuada por entidades públicas, destinada a instruir o procedimento especial de registo
ou qualquer outro ato de registo predial pedido nos termos gerais, é gratuita cfr. artigo 24.º, n.º
1, alínea c), da Lei n.º 78/2017.
IRN, IP 19/76
4.3 Promoção do procedimento
O procedimento pode ser promovido por iniciativa dos interessados ou por entidade pública
competente (entre outras, o município ou freguesia territorialmente competente, a Autoridade
Tributária e Aduaneira, a Direção-Geral do Território e as entidades públicas com competência de
natureza territorial que promovam operações fundiárias ou exerçam competências na área do
ordenamento do território) cfr. artigo 6.º e seguintes da Lei n.º 78/2017.
Nas áreas sob gestão das entidades de gestão florestal, de entidades gestoras das zonas de
intervenção florestal, de organizações de agricultores e produtores florestais e respetivas
associações, as operações de RGG podem ser promovidas e realizadas por estas entidades.
1
O manual de utilizador está disponível online, através de manual-de-utilizador-bupi.pdf
BUPi
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- Por entidade pública oficiosamente, designadamente, quando no âmbito do exercício das suas
competências, tramitem um procedimento que implique a delimitação ou alteração da delimitação
das parcelas de terreno nos seus sistemas (entre outras situações, no âmbito das avaliações de
prédios realizados pela AT).
No âmbito do projeto piloto foram celebrados protocolos de colaboração com a OSAE ao abrigo
dos quais os solicitadores passaram, também, a poder efetuar RGG de prédios sitos nos
municípios abrangidos pelo referido projeto. Os indicados protocolos de colaboração terminaram
a sua vigência, encontrando-se em finalização a celebração de um novo protocolo de colaboração
com a OSAE.
Os solicitadores continuam, no entanto, a realizar RGG de prédios sitos nos municípios abrangidos
pelo projeto piloto, agora através de um serviço disponibilizado pela OSAE que pode ter custos
para o promotor.
Estas RGG não são, porém, imediatamente importadas para a plataforma do BUPi.
O Despacho N.º 05/CD/2020, que mantém a sua atualidade, determinou que enquanto se
mantiverem os constrangimentos de ordem técnica à integração de todas as RGG elaboradas
pelos solicitadores, os termos de responsabilidade gerados aquando da elaboração das RGG
pelos solicitadores devem ser admitidos em substituição das RGG para efeitos do disposto nos
artigos 18º e 19º da indicada Lei nº 78/2017.
IRN, IP 21/76
A verificação da legitimidade para a promoção do procedimento, bem como a sua tramitação,
são da exclusiva responsabilidade do técnico habilitado2. As fases do procedimento, os termos e
condições do registo na plataforma BUPi dos técnicos habilitados, bem como as especificações
técnicas a observar na elaboração da representação gráfica georreferenciada e a respetiva
estrutura de atributos, as regras de acerto de estremas e de confrontações estão fixadas no
Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017.
- Validada com reserva sempre que o interessado declare que não conhece ou que não lhe é
possível determinar algum dos limites do prédio e/ou exista sobreposição de polígonos;
2
Neste sentido, cfr. parecer proferido no Processo CP 30/2017 STJSR, disponível no SharePoint, na área Ser
Registos>Registos>BUPi.
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5.1 Finalidade
IRN, IP 23/76
5.3 Início e fases do procedimento
Este procedimento, a realizar por via eletrónica no BUPi, está regulado da seguinte forma (cfr.
artigo 16.º do Decreto Regulamentar):
A Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, criou, entre outros, o procedimento especial de registo de
prédio rústico e misto omisso.
Vejamos, então, quais as disposições legais de cada um dos indicados diplomas, aplicáveis ao
procedimento especial de registo:
- Artigo 15.º - direito subsidiário aplicável às notificações, contagem dos prazos e qualificação dos
atos de registo, o Código do Registo Predial;
- Artigo 24.º, n.º 1, alínea a), o qual deve ser conjugado com o artigo 14.º, n.º 1 (corpo) da Lei n.º
65/2019 - regime emolumentar.
- Artigo 8.º - possibilidade de o procedimento ser promovido pelos interessados que disponham de
documento comprovativo do seu direito de propriedade.
- Artigo 2.º, n.º 3 procedimento de RGG como condição prévia ao procedimento (nos municípios
que não dispõem de cadastro geométrico da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor);
6.2 Competência
IRN, IP 25/76
Este procedimento especial é da competência dos serviços de registo que forem designados por
deliberação do Conselho Diretivo do IRN, I.P. cfr. artigo 13.º da Lei n.º 78/2017.
Pela deliberação do Conselho Diretivo n.º 06/CD/2017, foram designados os serviços de registo
com competência para a prática de atos de registo predial onde o regime foi inicialmente aplicado
como projeto-piloto: Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis,
Pampilhosa da Serra, Penela, Sertã, Caminha, Alfândega da Fé e Proença-a-Nova.
Na medida em que a Lei n.º 65/2019 manteve em vigor e generalizou a aplicação a todo o território
nacional do sistema de informação cadastral simplificada, através da deliberação n.º 07/CD/2021,
de 24 de março de 2021, foi atribuída competência a todos os serviços de registo para a realização
dos procedimentos especiais de registo.
6.3 Objeto
Como o nome indica, este procedimento tem por objeto os prédios rústicos e mistos não descritos
no registo ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de
propriedade ou de mera posse em vigor, relativamente aos quais, previamente, tenha sido
realizado o procedimento de RGG, se o município respetivo não dispuser de cadastro geométrico
da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor.
Pretende-se, com o procedimento especial de registo, que se concretizem registos de aquisição
sobre os prédios rústicos e mistos que ainda não se encontram registados na Conservatória do
Registo Predial ou que, estando descritos, não tenham registo de aquisição, de reconhecimento
de direito de propriedade ou de mera posse em vigor.
Uma vez que o procedimento foi criado no âmbito do sistema de informação cadastral simplificada,
só é admissível para os prédios do território nacional onde o regime está em vigor, isto é,
para os prédios sitos na área territorial dos serviços de registo do projeto-piloto e para os prédios
sitos na área territorial dos municípios onde o regime se encontre em vigor por a operacionalização
do sistema de informação cadastral simplificada estar concluída (quer se trate de municípios com
matriz cadastral ou não cadastral), apesar de todos os serviços de registo serem competentes
para a sua tramitação.
No âmbito da Lei n.º 78/2017 o procedimento era oficioso e pressupunha, sempre, uma prévia
notificação da Autoridade Tributária para o domicílio fiscal dos titulares da inscrição matricial - cfr.
artigo 14.º.
A iniciativa oficiosa continua a estar prevista no artigo 17.º do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017,
mas pertence agora ao Centro de Coordenação Técnica.
Da conjugação dos artigos 8.º, n.º 2 da Lei n.º 65/2019 com o disposto no artigo 17.º-A do Decreto
Regulamentar n.º 9-A/2017, resulta que o procedimento especial de registo pode, também, ser
promovido pelos interessados, desde que disponham de documento comprovativo do seu direito:
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
6.5 Tramitação
I - Uma vez promovido pelo interessado, o serviço de registo confirma, ou que está em causa um
prédio rústico inscrito na matriz cadastral ou, não o sendo, que a RGG está validada ou validada
com reserva, através de consulta ao BUPi cfr. artigo 18.º, n.º 1 do Decreto Regulamentar n.º 9-
A/2017;
III - Se o serviço de registo verificar que o facto aquisitivo do direito pode ser lavrado com natureza
definitiva, ab initio ou na sequência do procedimento de suprimento de deficiências, e que, até
então, o prédio se mantém não descrito no registo ou sem inscrição de aquisição, reconhecimento
de direito ou de mera posse em vigor cfr. artigo 18.º, n.º 4 do Decreto Regulamentar n.º 9-
A/2017 e artigo 8.º, n.º 1 da Lei n.º 65/2019 , procede à anotação do facto aquisitivo e à
elaboração imediata do registo;
IRN, IP 27/76
VII Exemplos:
Custo do Procedimento: O procedimento é gratuito, a menos que inclua o registo de prédios com
mais de 50 hectares.
Se o procedimento incluir prédios rústicos e/ou mistos de área superior a 50 ha, pela realização
do registo de aquisição a efetuar em consequência do procedimento deve ser cobrado o
emolumento devido pela realização do ato apenas quanto a esses prédios (artigo 21.º, n.º 2.12 e
1.2, relativamente aos prédios a mais que não beneficiem de gratuitidade por apresentarem área
superior a 50 ha), sendo gratuito relativamente aos restantes.
No caso do exemplo colocado procedimento especial de registo que abrange 19 prédios
rústicos e 1 prédio misto, um deles com área superior a 50 ha deverá ser cobrado o emolumento
previsto para a realização do registo de aquisição apenas quanto a esse prédio (artigo 21.º, n.º
2.12 do RERN).
Se o procedimento abrangesse 20 prédios rústicos, um deles com área superior a 50 ha deveria
ser cobrado o emolumento previsto para a realização do registo de aquisição apenas quanto a
esse prédio (artigo 21.º, n.º 2.12 do RERN), que poderia beneficiar da redução emolumentar
prevista na verba 33 do artigo 28.º do RERN, se o facto respeitar apenas a prédios rústicos de
A decisão, prevista no n.º 5 do artigo 18.º do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017, que declara o
procedimento findo, isto é, com fundamento na existência de motivo de recusa do registo, nos
termos das alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 69.º do Código do Registo Predial (CRP) ou de
deficiências que não tenham sido supridas no prazo concedido, é impugnável nos termos previstos
nos artigos 140.º e seguintes do CRP (artigo 19.º, n.º 1 do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017 e
artigo 15.º da Lei n.º 78/2017).
IRN, IP 29/76
A apresentação, pelo interessado, de pedido normal de registo de aquisição ou de processo de
justificação, faz precludir o direito à impugnação e, quando esta esteja pendente, equivale à sua
desistência (artigo 19.º, n.º 2 do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017).
Embora tenha sido criado um procedimento especial de registo, os interessados não estão
impedidos de, querendo, requerer nos termos gerais previstos no Código do Registo Predial
registos de aquisição sobre prédios rústicos e mistos não descritos (ou descritos sem inscrição de
aquisição, de reconhecimento de direito ou de mera posse em vigor).
Devem, no entanto, instruir o pedido de registo com RGG do prédio validada ou validada com
reserva (cfr. artigo 19.º da Lei n.º 78/2017 (v. infra 7.3).
Todos os atos de registo, requeridos nos termos gerais do Código do Registo Predial, são
gratuitos desde que respeitem a prédios rústicos ou mistos não descritos, ou descritos sem
inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor,
com área igual ou inferior a 50 ha e sejam instruídos:
- Com a respetiva RGG; ou
- Com a respetiva configuração geométrica cadastral, no caso de prédios sitos em concelhos com
cadastro geométrico da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor.
(cfr. artigos 24.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 78/2017 e 14.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 65/2019).
7.2 Competência
Artigo 19.º da Lei n.º 78/2017 e artigo 1.º da Lei n.º 65/2019
Obrigatoriedade de RGG para a realização dos registos de aquisição sobre prédios rústicos e
mistos descritos ou não descritos , pertencentes a municípios onde não exista cadastro
geométrico da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor e onde se encontre operacional o
sistema de informação cadastral simplificada, com exceção dos registos de aquisição decorrentes
de processos executivos ou de insolvência.
Para os registos de aquisição sobre estes prédios rústicos e mistos, descritos ou não descritos,
passou, assim, a ser obrigatória a indicação do número da RGG, a não ser que mediante consulta
oficiosa ao BUPi se verifique que a mesma já foi validada, ou validada com reserva.
A existência de RGG é anotada oficiosamente à descrição.
Os registos efetuados sobre prédios descritos, ainda que com RGG, não são gratuitos, com
exceção da mera anotação à descrição da existência de RGG e dos atos de atualização da
descrição predial em conformidade com a RGG (Cfr. artigo 24.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º
78/2017).
IRN, IP 31/76
7.3.2 Anotação oficiosa automática
A) A Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto, veio estabelecer no seu artigo 11.º, para os prédios
descritos, e para efeitos do previsto no artigo 18.º da Lei n.º 78/2017, que a existência de RGG é
comunicada por via eletrónica ao sistema de informação de registo predial (SIRP).
Com o objetivo de facilitar a realização das anotações nos prédios descritos e auxiliar os serviços
de registo, foram introduzidas alterações no SIRP que permitem, designadamente, a apresentação
automática por comunicação do BUPi ao SIRP no livro diário da Conservatória da área da
situação do prédio, da anotação da RGG e a elaboração, também de forma automática, do
respetivo registo, que fica apenas dependente de confirmação, sendo o caso, pelo serviço de
registo, no âmbito dos poderes de qualificação que lhe estão cometidos.
O Serviço de Registo deve, por isso, consultar o Livro Diário para verificar se se encontra anotada
alguma apresentação de anotação de RGG.
Caso exista, deve proceder à sua qualificação, verificando, nomeadamente, se o prédio sobre o
qual a mesma foi apresentada já tem efetuada uma anotação de existência de RGG 3.
B) Acontece que, por constrangimentos de ordem técnica, nem sempre ocorre a comunicação por
via eletrónica das RGG elaboradas para o SIRP, nos termos acima assinalados.
Nestas situações, se não existir qualquer outro ato de registo a requerer que implique a feitura
oficiosa, por dependência, da anotação da RGG, esta anotação tem vindo a ser efetuada por
3Sobre a anotação automática das RGG foi elaborado manual, disponível para consulta no SharePoint no separador
Ser Registo/Registos/BUPi.
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impulso do interessado/ que junto do serviço de registo requer a unicamente a anotação da RGG,
nos termos gerais previstos no Código do Registo Predial,
Assim, para permitir a realização oficiosa das anotações das RGG mesmo quando não ocorra
aquela comunicação automática, tendo os serviços de registo obtido noticia da realização de RGG
de prédios descritos, e considerando o disposto na segunda parte do n.º 1 do artigo 77.º CRP
quanto à data dos registos que não dependem de apresentação nderem,
a data em que forem efetuados ) , podem os serviços:
1. Após consulta à plataforma BUPi para verificar a existência da RGG, anotar a mesma à
descrição por recurso à funcionalidade existente no SIRP «atos oficiosos de BO», tal como
acontece com todos os atos oficiosos que não dependem de apresentação;
2. Escolher .
IRN, IP 33/76
3. Como este ato não depende de nenhuma apresentação e o sistema não permite associar
documentos, deve esta anotação mencionar o número da RGG.
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Na qualificação de atos de registo de prédios com RGG há que atender, para além do disposto
nos artigos 28.º e seguintes do Código do Registo Predial, ao estabelecido no artigo 16.º da Lei
n.º 78/2017, sobre a conjugação do registo com a RGG, na parte aplicável.
A anotação de representação gráfica georreferenciada constitui mera publicidade-notícia. O
polígono definido pelo promotor através da RGG não constitui meio de prova, nem confere
qualquer presunção relativa aos limites do prédio e sua área, pelo que a divergência de área entre
a RGG (por um lado) e a área da matriz e do registo (por outro), não constitui obstáculo à realização
do registo.
A Lei não criou regras de harmonização entre a área da RGG e a área da matriz e do registo, nem
alterou as regras de harmonização previstas no Código de Registo Predial.
A área constante da representação gráfica georreferenciada relevará, apenas, se o titular do
prédio expressamente declarar que a área correta é a constante da RGG, e apenas em dois casos:
Exemplo 1
António faz a RGG do prédio rústico não descrito, com a área de 543,55 m2. A caderneta do prédio
tem a área de 535,00 m2. António junta para o pedido de registo uma escritura de justificação
onde se identifica o prédio com a área da matriz. Ao requerer o registo vem declarar que a área
correta é a da RGG. Uma vez qualificado favoravelmente o pedido de registo, a descrição é aberta
com 543,55 m2, mantendo-se inalterada a área da matriz.
Prédios descritos:
Quando seja invocado o erro de medição, a representação gráfica georreferenciada substitui a
planta elaborada por técnico habilitado.
Exemplo 2
IRN, IP 35/76
António faz a RGG do prédio rústico descrito, com a área de 722,55 m2. A caderneta do prédio
tem a área de 525,00 m2, igual à que consta da descrição. António junta para o pedido de registo
uma escritura de compra e venda dos quinhões hereditários aos restantes herdeiros habilitados.
Ao requerer o registo invoca erro de medição, declarando que a área correta é a da RGG e que o
prédio nunca sofreu qualquer alteração na sua configuração geométrica, juntando requerimento
de alteração à matriz. Uma vez qualificado favoravelmente o pedido de registo, a descrição é
atualizada quanto à área do prédio.
Como deve a Conservatória proceder quando verifique que o pedido de registo corresponde
a um registo de aquisição sobre prédio rústico ou misto pertencente a município onde já se
encontra em vigor o regime da informação cadastral simplificada e o mesmo não tem RGG?
A falta de RGG não é motivo de rejeição da apresentação Artigo 66.º do Código do Registo
Predial.
4 Nos termos do disposto no artigo 24.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 78/2017, são gratuitos os atos de registo relativos
a prédios rústicos e mistos não descritos, ou descritos sem inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de
propriedade ou de mera posse em vigor. Assim, o registo de aquisição de quota-parte indivisa de prédio descrito
relativamente à qual não existe inscrição de aquisição em vigor, fica abrangido pelo regime de gratuitidade
estabelecido na referida norma.
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Esta verificação vai condicionar não só o pedido de registo a requerer (nos termos gerais), mas
também o custo a ele associado.
c) O interessado pode não dispor de qualquer título, nem estar em condições de obtê-
lo, invocando, no entanto, a posse como causa de aquisição.
Compete à Conservatória informar o interessado de todas as vias existentes para a obtenção de
título5, entre elas, a existência do procedimento especial de justificação6 (apenas possível para os
prédios pertencentes a municípios onde já esteja em vigor o sistema de informação cadastral
simplificada).
d) Pode finalmente o interessado não dispor, para já, de título, mas estar em condições
de obtê-lo (por exemplo, vai titular uma partilha/uma compra e venda aos herdeiros do titular
A qualificação dos pedidos de registo de aquisição relativos a prédios rústicos e mistos, descritos
ou não descritos, situados em concelhos onde já se encontre operacional o sistema de informação
cadastral simplificada fica condicionada (também) pela verificação da existência de representação
gráfica georreferenciada validada ou validada com reserva, a menos que:
a) Se trate de prédios inscritos na matriz cadastral, uma vez que, a estes, não se aplica o
procedimento de representação gráfica georreferenciada;
5 Estando reunidas as condições para invocação de usucapião, nos termos previstos no Código Civil, artigos 1287º e
segs.
6 Formulário disponível em https://irn.justica.gov.pt/Impressos-e-Modelos
IRN, IP 37/76
Comunica- do Código do Registo Predial,
ter sido detetada a seguinte deficiência: foi requerido registo de aquisição do prédio descrito sob
e artigo 1.º, n.º 5 da Lei 65/2019, nos registos de aquisição efetuados a partir da data de entrada
em vigor do presente regime é obrigatória a indicação do número de representação gráfica
georreferenciada, exceto nos casos em que mediante consulta oficiosa no BUPi se verifique que
a mesma já tenha sido entregue. Consultada a plataforma do BUPi não foi possível localizar a
RGG do prédio, pelo que, solicitamos a junção da representação gráfica georreferenciada em falta,
sob pena do registo ser lavrado provisoriamente por dúvidas. Para o efeito, poderão os
ainda, em alternativa, realizar o esboço do prédio através do site https://bupi.gov.pt, onde deverão
autenticar-se com o Cartão de Cidadão ou com a Chave Móvel Digital (CMD), indicar os limites do
prédio no mapa na plataforma BUPi ou carregar um ficheiro com as coordenadas; A plataforma
BUPi irá gerar, de forma eletrónica, um termo de responsabilidade que deverá ser assinado e
submetido de forma eletrónica; Uma vez submetido o esboço, um técnico habilitado do BUPi irá
I - Se, entretanto, o apresentante vier juntar, em tempo útil, a RGG em falta (validada ou validada
com reserva):
II - Se o apresentante não juntar, em tempo útil, a RGG em falta (validada ou validada com
reserva):
7 O averbamento de conversão de registo de aquisição lavrado sobre prédio descrito como provisório por
dúvidas por falta de RGG não beneficia da gratuitidade estabelecida no artigo 24.º, n.º 1, alínea d). Diferente será se
o registo de aquisição provisório por dúvidas tiver sido lavrado sobre prédio não descrito. Neste caso, como se
disse na informação prestada no Pº CP 30/2017 STJSR, o averbamento de conversão desse registo, feito com base
na prova da existência da RGG, fica abrangido pelo regime de gratuitidade previsto na referida alínea d) do n.º 1 do
artigo 24.º da Lei n.º 78/2017.
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Registo pago, mesmo que incida sobre prédios rústicos ou mistos não descritos, ou
descritos sem inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de propriedade ou de mera
gratuitidade.
Não se cobra o suprimento uma vez que este não viabilizou o registo em termos
definitivos.
No caso de se tratar de prédio rústico ou misto omisso, com área igual ou inferior a 50 ha,
não foi cobrado qualquer preparo: é necessário o apresentante vir pagar o registo uma vez
que não se verifica o pressuposto de gratuitidade (existência de RGG artigo 24.º Lei n.º
78/2017 e 14.º da Lei n.º 65/2019): Notificação ao interessado para que proceda ao pagamento
do registo, no prazo de 2 dias, nos termos do disposto no n.º 9 do artigo 151.º do Código do Registo
Predial.
O interessado não paga: recusa de qualificação artigo 66.º, n.º 4 do Código do Registo
Predial.
O interessado junta a RGG em falta: o registo é lavrado em termos definitivos e gratuitos.
O suprimento não é cobrado, estando abrangido pelo regime de gratuitidade previsto na Lei n.º
78/2017 e Lei n.º 65/2019. Anota-se a RGG.
A desistência do pedido de registo por falta de RGG apenas será admissível se
estivermos perante facto que não se encontre sujeito a registo obrigatório Artigo 74.º do
Código do Registo Predial, conjugado com as exceções ao registo obrigatório previstas no artigo
8.º-A do Código de Registo Predial que possam configurar um registo de aquisição.
Quando admissível, a desistência será paga.
Neste caso, o apresentante poderá desistir do pedido (Cfr. artigo 74.º e 8.º-A, n.º 1, alínea a),
subalínea ii), do Código do Registo Predial.
A qualificação dos restantes atos de registo, requeridos sobre prédios rústicos ou mistos,
descritos ou não descritos, situados em municípios onde já se encontre em vigor o regime de
informação cadastral simplificada, não está dependente da verificação da existência de
representação gráfica georreferenciada.
IRN, IP 39/76
ALGUNS EXEMPLOS:
Neste caso, a qualificação do pedido de registo também não está condicionada pela existência de
RGG.
No entanto, o serviço de registo deverá verificar a sua existência, para efeitos de anotação oficiosa
artigo 18.º da Lei 78/2017.
Além disso, uma vez que estamos perante registo a efetuar sobre prédio não descrito, a existência
de RGG permitirá que o mesmo beneficie do regime excecional e transitório de gratuitidade
previsto no artigo 24.º, n.º 1, al. d), da Lei 78/2017 o legislador não limitou a gratuitidade aos
registos de aquisição, referindo-
Pressuposto da gratuitidade é que o ato de registo incida sobre prédio rústico ou misto não descrito
ou descrito sem inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de propriedade ou de mera
posse em vigor com área igual ou inferior a 50 ha, e que o mesmo seja instruído com
representação gráfica georreferenciada (tratando-se de prédio situado em Município onde já se
encontre operacionalizado o sistema de informação cadastral simplificada).
Exemplo 3 Pedido de registo de penhora prédio rústico ou misto não descrito, sito em
município com CGPR
Pedido de registo de penhora sobre prédio misto não descrito do concelho de Golegã
(Município com CGPR)
Os prédios situados em concelhos onde vigora o cadastro geométrico não são georreferenciados,
logo, para eles, não existirá representação gráfica georreferenciada, não se fazendo qualquer
anotação à descrição artigo 19.º, n.º 2 da Lei n.º 78/2017.
No entanto, os registos que incidam sobre prédios sitos em municípios com CGPR podem,
igualmente, beneficiar do regime de gratuitidade. Pressuposto deste benefício é que o pedido de
registo incida sobre prédio rústico ou misto não descrito ou descrito sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor com área igual ou inferior a
50 ha, e seja instruído com a configuração geométrica cadastral do prédio, ou seja, com a respetiva
caderneta (ainda que a matriz se encontre pendente de reclamação cadastral).
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O regime de gratuitidade inerente aos atos de registo desencadeados pelos interessados junto de
qualquer serviço de registo, relativos aos prédios rústicos e mistos não descritos, ou descritos sem
inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor,
com área igual ou inferior a 50 ha desde que instruídos com configuração geométrica cadastral,
ou seja, com a respetiva caderneta está em vigor desde 24 de agosto de 2019, data da entrada
em vigor da Lei n.º 65/2019 [vide artigo 14.º, n.º 2, al. a)].
IRN, IP 41/76
7.5 Procedimentos a realizar na Plataforma https://bo.bupi.gov.pt, após a
confirmação do pedido de registo e/ou a anotação da RGG no prédio
Sempre que for efetuada a anotação da existência de RGG (mera publicidade notícia), seja na
sequência de apresentação própria para o efeito, seja oficiosamente na dependência de
registo definitivo, deverá aceder-se à Plataforma de BackOffice do BUPi
(https://bo.bupi.gov.pt)8 para finalizar o processo, fazendo corresponder a um determinado
procedimento de RGG (associado à(s) matriz(es) do prédio em causa), uma descrição predial,
identificada pelo número e freguesia constantes do SIRP.
Este procedimento, a efetuar pela conservatória, apenas é dispensado nas situações em que a
RGG é anotada, oficiosa e automaticamente, à descrição do prédio (cfr. ponto 7.3.2 do presente
manual), porquanto neste caso, com a confirmação do registo e a regularização da requisição, a
plataforma do BUPi altera, automaticamente, o estado do processo (existente no BUPi) para
concluído e insere o n.º de descrição a ele associado, sem ser necessária qualquer intervenção
do serviço de registo nesse sentido.
CASO PRÁTICO
Numa Conservatória do distrito de Setúbal é apresentado pelo Advogado X, o seguinte
pedido de registo, com base em DPA, depositado eletronicamente, onde são partilhados 8
imóveis:
Facto 1: Registo de aquisição a favor de A, dos seguintes prédios:
Prédio 1
Prédio 2 artigo rústico..., freguesia e concelho de Oleiros (com 0,4 ha)
8 Caso o serviço de registo não disponha ainda das credenciais de acesso, deverá enviar um e-mail para
bupi@irn.mj.pt instrução contida no flash informativo n.º 161/2021.
IRN, IP 43/76
Prédio 3 descrição..., freguesia e concelho de Oleiros (misto registado a favor do autor da
herança) *
Prédio 4
Valor dos prédios: 12.000,00 euros
Facto 2
O prédio 5 pertence a município com CGPR pelo que se encontra excluído do procedimento de
RGG.
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PREPARO LIQUIDADO
Facto 1:
Artigo 21.2.16
Artigo 21.2.16.2a)
Artigo 21.2.16.2b) 3
Total: 405,00 euros
Explicação:
Prédio 1 abrangido pelo regime de gratuitidade artigo 14.º, n.º 1, al. b) e n.º 2, al. a) da Lei
65/2019.
Prédio 2 abrangido pelo regime de gratuitidade artigo 24.º, n.º 1, al. d) da Lei 78/2017 e artigo
14.º, n.º 1 (corpo) da Lei 65/2019.
Prédio 3 não está abrangido pelo regime de gratuitidade por se encontrar descrito e com
inscrição de aquisição em vigor.
IRN, IP 45/76
Prédio 4 não está abrangido pelo regime de gratuitidade por se situar em concelho onde ainda
não está em vigor o sistema de informação cadastral simplificada.
Facto 2:
Artigo 21.2.16.2b)
Explicação:
A liquidação do preparo pressupõe, quanto aos prédios não descritos, com menos de 50 ha, sitos
em concelhos onde já se encontra operacionalizado o sistema de informação cadastral
simplificada (Prédios 2, 3, 6, 7 e 8), a verificação da existência de RGG validada ou validada com
reserva.
A não instrução do pedido de registo com RGG validada ou validada com reserva não implica,
desde logo, a cobrança do correspondente preparo (por não estar verificado o pressuposto da
gratuitidade).
Nestas situações compete aos serviços de registo efetuar consulta oficiosa na plataforma do BUPi
por forma a verificar da existência de RGG.
Se, consultada a plataforma não for possível localizar a RGG do(s) prédio(s), deve o serviço de
registo desencadear um subprocedimento oficioso para suprimento de deficiências.
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(Se a falta de RGG respeitar, apenas, a prédios com área igual ou inferior a 50 ha, o suprimento
de deficiências, que culmine com a realização do registo definitivo, é gratuito nos termos do artigo
14.º, n.º 1, al. c) da Lei 65/2019).
Não sendo apresentada RGG, mesmo após o suprimento oficioso de deficiências, então deverá
ser solicitado o pagamento de preparo complementar uma vez que não se verifica o pressuposto
de atribuição de gratuitidade e o registo deve ser efetuado provisoriamente por dúvidas.
A sua conversão em definitivo ocorrerá mediante apresentação da RGG em falta, não estando
sujeita a tributação.
Importa relembrar que, em situações como a do caso em análise, a tributação deve respeitar
o princípio da instância, pelo que na liquidação e cobrança do preparo/emolumento deve
atender-se à ordem pela qual o apresentante efetuou os pedidos de registo.
Relativamente a todos estes negócios, e sempre que os mesmos incidam sobre prédios rústicos
e/ou mistos situados em município onde já se encontra operacionalizado o sistema de informação
IRN, IP 47/76
cadastral simplificada, o serviço de registo terá que verificar da existência de RGG, enquanto
pressuposto da realização do procedimento.
Existência de RGG validada ou validada com reserva, sempre que esteja em causa um
procedimento que, a final, se materialize na realização de um registo de aquisição sobre prédios
rústicos e/ou mistos sitos em municípios onde se encontre em vigor o sistema de informação
cadastral simplificada (artigo 19.º da Lei n.º 78/2017).
Considerando que a falta de RGG não constitui causa de anulabilidade ou ineficácia do ato, o
procedimento não poderá prosseguir, devendo ser indeferido (Cfr. artigo 9.º, n.º 1, al. a) do D.L.
n.º 263-A/2007 numa interpretação integrada com o disposto no artigo 19.º da Lei n.º 78/2017).
Casos em que para a realização do Procedimento Casa Pronta não é necessária a existência de
RGG validada ou validada com reserva
Tipo do ato quando o procedimento Casa Pronta respeite a negócio que não se traduza na
realização de um registo de aquisição.
Exemplo: António pretende constituir uma hipoteca voluntária sobre um prédio rústico do
Natureza do prédio quando os prédios objeto do procedimento Casa Pronta não sejam rústicos
ou mistos
Exemplo: António pretende vender a Bento um prédio urbano do concelho de Góis (Município
Piloto).
Situação do prédio quando os prédios objeto do procedimento, rústicos ou mistos, se situem
em concelho onde não esteja em vigor o sistema de informação cadastral simplificada ou em
concelho com CGPR ou cadastro predial em vigor.
Exemplo: António pretende fazer uma permuta com Bento, dando um prédio misto do concelho de
Santiago do Cacém (município com CGPR), e recebendo em troca um prédio rústico do concelho
de Barcelos (município sem CGPR e onde ainda não está em vigor o sistema de informação
cadastral simplificada).
Natureza do negócio translativo quando a transmissão decorra de processo executivo ou de
insolvência artigo 19.º da Lei n.º 78/2017.
Exemplo: António, administrador de insolvência, vende a Bento, um prédio misto do concelho de
Proença-A-Nova (Município Pilot .
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NOTA: Mesmo nas situações em que a existência de RGG não releva para o prosseguimento do
procedimento, deve, ainda assim, quando o procedimento abranja prédios rústicos ou mistos sitos
em concelho onde vigore o sistema de informação cadastral simplificada, verificar-se a sua
existência para efeitos de anotação oficiosa à descrição artigo 18.º da Lei n.º 78/2017.
Nos termos do artigo 210.º-A do Código do Registo Civil (C.R.C), são procedimentos
simplificados de sucessão hereditária:
- Procedimento de habilitação de herdeiros (com e sem registos);
- Procedimento de partilha e registos do património hereditário (com ou sem
constituição de garantias);
- Procedimento de habilitação de herdeiros, partilha e registos (com ou sem
constituição de garantias).
IRN, IP 49/76
Para além destes procedimentos simplificados de sucessão hereditária, podem, ainda, ser
tramitados no BHDP, nos termos do disposto no artigo 272.º-A do C.R.C:
- Processo de divórcio ou separação de pessoas e bens com partilha do património conjugal
(com e sem constituição de garantias); e
- Processo de partilha do património conjugal (com e sem constituição de garantias).
Exemplos:
Procedimento simplificado de habilitação de herdeiros
Neste caso, uma vez que o procedimento não inclui apenas prédios rústicos e/ou mistos não
descritos ou descritos sem inscriç
situados em município(s) onde já se encontre operacionalizado o sistema de informação cadastral
simplificada, ou em municípios com CGPR ou Cadastro Predial em vigor, o mesmo será pago, nos
termos previstos no RERN, não beneficiando do regime de gratuitidade previsto na Lei n.º 65/2019.
Poderá, eventualmente, beneficiar da redução emolumentar resultante da aplicabilidade do artigo
28.º, n.º 33 do RERN.
1) António e Beatriz vêm habilitar-se como herdeiros e partilhar (ou apenas partilhar) a herança de
Carlos da qual não fazem parte bens imóveis - o procedimento está sujeito a tributação nos termos
previstos no RERN.
2) Augusto e Bento vêm habilitar-se como herdeiros e partilhar (ou apenas partilhar) a herança de
Catarina - a partilha que pretendem efetuar abrange unicamente prédios rústicos e/ou mistos não
descritos ou descritos sem inscrição de aquisição ou mera posse e
ha, situados em município(s) onde já se encontre operacionalizado o sistema de informação
cadastral simplificada, e/ou em municípios com CGPR/Cadastro Predial em vigor O
IRN, IP 51/76
procedimento é gratuito artigo 14.º, n.º 1, al. e) Lei 65/2019 (incluem-se na gratuitidade todas as
consultas e pedidos de confirmação da omissão dos prédios no registo).
3) Arlindo e Bernardo vêm habilitar-se como herdeiros e partilhar (ou apenas partilhar) a herança
de César. A partilha que pretendem efetuar abrange:
prédios rústicos e/ou mistos não descritos ou descritos sem inscrição de aquisição ou mera
Neste caso, o procedimento não será gratuito uma vez que não abrange apenas prédios rústicos
e/ou mistos não descritos ou descritos sem inscrição de aquisição ou mera posse em vigor, com
- Se a um dos herdeiros forem adjudicados apenas prédios rústicos e/ou mistos não descritos ou
descritos sem inscrição de aquisição ou mera posse em vigor, pertencentes aos municípios piloto
referidos no artigo 31.º da Lei nº 78/2017 ou aos municípios onde já se encontre em vigor o acordo
de colaboração interinstitucional (e todos tenham RGG validada ou validada com reserva), e/ou
aos municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em vigor o correspondente registo de
aquisição é gratuito (incluindo-se na gratuitidade as confirmações de omissão dos respetivos
prédios).
- Se a ambos os herdeiros forem adjudicados outros prédios que não sejam prédios rústicos e/ou
mistos não descritos ou descritos sem inscrição de aquisição ou mera posse em vigor, com área
O processo de justificação para primeira inscrição vem regulado nos artigos 116.º e seguintes do
Código do Registo Predial, sendo-lhe aplicável, subsidiariamente, e com as necessárias
adaptações, o disposto no Código de Processo Civil cfr. artigo 156.º do CRP.
O adquirente que não disponha de documento para a prova do seu direito pode obter a primeira
inscrição mediante decisão proferida naquele processo de justificação.
Sendo o procedimento especial de registo de prédio rústico e misto omisso declarado findo por
falta de documento comprovativo do direto, o interessado pode requerer a instauração de um
processo de justificação para primeira inscrição nos termos e nas condições previstas nos artigos
116.º e seguintes do CRP- cfr. artigo 18.º, n.º 6, do Decreto Regulamentar.
Respeitando a prédios rústicos e mistos com RGG, o processo de justificação para primeira
inscrição é gratuito cfr. artigo 24.º, n.º 1, alínea e), da Lei n.º 78/2017.
9
Cfr. artigos 1376.º e 1379.º do CC. Sobre o tema cfr. parecer do CC emitido no processo C.P. 1/2019 STJSR-CC.
Posteriormente ao parecer, cfr. a publicação da Lei n.º 89/2019, de 03-09, que alterou a Lei n.º 111/2015, de 27-08,
nesta fazendo constar, no artigo 48.º:
2 - A posse de terrenos aptos para cultura não faculta ao seu possuidor a justificação do direito a que esta diz respeito,
ao abrigo do regime da usucapião, sempre que a sua aquisição resulte de atos contrários ao disposto no artigo 1376º
do Código Civil.
3-
IRN, IP 53/76
10.3 Tramitação do Processo
a) Pedido
O processo de justificação para primeira inscrição sobre prédios rústicos ou mistos sitos em
concelhos onde esteja em vigor o sistema de informação cadastral simplificada deve ser
acompanhado das respetivas RGG (cfr. artigo 19.º da referida Lei n.º 78/2017).
O processo inicia-se com a apresentação do pedido junto do serviço de registo.
No pedido, o interessado deve:
- Identificar o prédio ou prédios (rústicos ou mistos) objeto do direito justificando nos termos
exigidos na al. b) do n.º 1 do artigo 44.º do CRP;
- Solicitar o reconhecimento do direito em causa;
- Oferecer e apresentar os meios de prova três testemunhas10 e os documentos que
eventualmente sejam necessários para a verificação dos pressupostos de procedência do pedido,
nos termos previstos no artigo 117.º-C do CRP;
- Indicar a causa da aquisição e as razões que impossibilitam a sua comprovação pelos meios
normais;
- Sendo invocada a usucapião como causa de aquisição, alegar expressamente as circunstâncias
de facto que determinam o início da posse, quando não titulada, bem como, em qualquer caso, as
que consubstanciam e caracterizam a posse geradora da usucapião cfr. artigo 117.º-B do CRP
e, entre outros, os pareceres proferidos nos P. º RP 131/2001 DSJ-CT, RP 129/2010 SJC-CT e
RP 39/2011 SJC-CT.
Sobre a relevância da concretização do início da posse enquanto fator determinante para apurar
a natureza (própria ou comum) do bem usucapido, cfr., v.g., os pareceres proferidos nos P.ºs RP
28/2001 DSJ-CT e RP 39/2011 SJC-CT.
b) Apresentação
O processo de justificação considera-se instaurado no momento da apresentação do pedido e dos
documentos que sejam necessários, a qual é anotada no livro-diário cfr. artigo 117.º-D, n.º 1, do
CRP.
10 Nos termos do preceituado no n.º 2 do artigo 117.º-C do CRP, às testemunhas aplica-se o disposto quanto aos
declarantes na justificação notarial, ou seja, têm de reunir os requisitos de idoneidade das testemunhas
instrumentárias e não podem ser parentes sucessíveis do justificante nem cônjuge de algum deles.
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IRN, IP 55/76
Sendo o processo relativo a prédio ainda não descrito é necessário abrir a sua descrição
(apresentação oficiosa dependente), que será inutilizada no caso de o averbamento de pendência
ser cancelado.
Todos os registos posteriores a
ou indiretamente, da decisão do processo de justificação, deverão ser qualificados como
provisórios por natureza nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 92.º do CRP, sendo-lhes
aplicável o disposto nos n.ºs 6 a 8 do mesmo artigo.
Processo de
Coloca-se (transitoriamente
cria-se o processo no SIRP (na área de Registos Processos), devendo ser selecionada a
d) Indeferimento liminar
Sempre que o pedido seja manifestamente improcedente pode ser liminarmente indeferido - por
ocorrer alguma das hipóteses previstas no artigo 186.º do CPC (ex vi do artigo 156.º do CRP), por
o próprio pedido ser manifestamente improcedente, e por não poder concretizar-se (dada a
gravidade do erro) ou não ter sido efetuado, no prazo devido, o aperfeiçoamento do pedido
mediante despacho fundamentado, de que se notifica o interessado - cfr. artigo 117.º-F, n.ºs 1 e
2, do CRP.
e) Aperfeiçoamento do pedido
Não havendo motivo que conduza ao indeferimento liminar, mas apresentando o pedido alguma
incorreção, pode ser emitido um despacho que se destine a convidar o interessado para, no prazo
de dez dias, vir juntar ao processo os documentos em falta ou prestar declaração complementar
sobre os elementos de identificação omitidos, nos casos referidos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do
artigo 117.º-F do CRP 11.
f) Instrução
Não havendo lugar ao indeferimento liminar nem ao aperfeiçoamento do pedido, ou, tendo havido
lugar a aperfeiçoamento, se as irregularidades já tiverem sido supridas, o processo prossegue
para instrução, designadamente mediante inquirição de testemunhas com a elaboração escrita
dos depoimentos por extrato.
11Conforme se referiu no parecer proferido no P. º CP 41/2014 STJ-CC, estas não são as únicas hipóteses de
aperfeiçoamento. Poderá servir, por exemplo, para completar a identificação dos interessados e/ou das testemunhas,
para sanar algumas contradições menos graves do próprio pedido, para completar elementos já certos acerca da
natureza do prédio objeto do direito justificando [cfr. artigos 1722.º, n.º 2, b) e 1724.º, b), do Código Civil], etc.
IRN, IP 57/76
g) Decisão
Após a conclusão da instrução do processo, o conservador deve proferir decisão no prazo de 10
dias com a respetiva fundamentação de facto e de direito cfr. artigo 117.º-H, n.º 4, do CRP.
A decisão do processo de justificação é notificada aos interessados no prazo de 5 dias e é
publicada em sítio da Internet de acesso público com o endereço eletrónico
www.predialonline.mj.pt cfr. artigos 117.º-H, nºs 5 e 7 do CRP, e artigo 7.º, b) da Portaria
621/2008, de 18 de julho.
Esta publicação é realizada, pelo Conservador, via SIRP, na área de Registos >
Processos>Consultar Processo.
O registo de aquisição que deva ser efetuado na sequência do processo de justificação configura,
nos termos do disposto no artigo 1.º, n.º 3, al. a), do Código do Imposto de Selo (C.I.S), uma
transmissão gratuita de bens, como tal sujeita ao pagamento de imposto de selo.
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Concluído o processo deve o serviço de registo entrar na plataforma BUPi a fim de completar o
procedimento de RGG, correspondente ao(s) prédio(s) objeto do processo, com o número da
descrição predial e freguesia (do SIRP), ficando este no estado de concluído
O justificante pode impugnar judicialmente a decisão de indeferimento liminar (artigo 117.º-F, n.º
4, do CRP) ou, prosseguindo o processo até à decisão, podem o Ministério Público e qualquer
interessado recorrer da decisão do conservador para o tribunal de 1.ª instância competente na
área de circunscrição a que pertence a conservatória onde pende o processo (artigo 117.º-I, n.º 1,
do CRP).
O prazo para a impugnação, que tem efeito suspensivo, é de 30 dias e conta-se a partir da
notificação; a impugnação efetua-se por meio de requerimento onde são expostos os respetivos
fundamentos; e considera-se feita com a apresentação da mesma no serviço de registo em que o
processo se encontra pendente, a qual é anotada no diário.
No que se refere à impugnação da decisão de indeferimento liminar, o envio da impugnação para
a entidade competente, i. é, para o tribunal (artigo 117.º-I, n.º 4 do CRP) não pode processar-se
de imediato, pois pode ser reparada a decisão.
Assim, recebida a impugnação da decisão de indeferimento liminar dois caminhos diversos
poderão seguir-se no processo:
- O conservador examina os fundamentos da impugnação e, em face dos mesmos, reconsidera
a sua decisão de indeferimento liminar. Neste caso, repara a decisão de indeferimento liminar do
pedido e elabora um despacho fundamentado, do qual notifica o impugnante, a ordenar o
prosseguimento do processo, não sendo o processo remetido ao tribunal para que seja decidida
a impugnação, mas prosseguindo para a instrução nos termos supraditos cfr. artigo 117.º-F, n.º
5, do CRP;
- Após análise dos fundamentos da impugnação o conservador decide não reparar a decisão.
Tratando-se de justificação destinada ao estabelecimento de trato sucessivo, não há notificações
dos interessados a efetuar e o processo é, desde logo, remetido ao tribunal para que seja decidida
a impugnação.
Já quanto à impugnação da decisão do processo de justificação, o processo é remetido à entidade
competente no mesmo dia em que for recebido cfr. artigo 117.º-I, n.º 4, do CRP.
Recebido o processo, nos termos do artigo 117.º-J do CRP, o tribunal notifica os interessados
para, no prazo de 10 dias, impugnarem os fundamentos do recurso. Não havendo lugar a qualquer
notificação ou findo o prazo, vai o processo com vista ao Ministério Público. Da sentença proferida
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no tribunal de 1ª instância podem interpor recurso (com efeito suspensivo) para o tribunal da
Relação os interessados e o Ministério Público, no prazo de 30 dias cfr. artigo 117.º-L do CRP.
Após o trânsito em julgado da sentença ou do acórdão proferidos, o tribunal devolve à
conservatória o processo de justificação.
Sendo procedente o recurso, o conservador efetua oficiosamente os consequentes registos.
Não procedendo a justificação por falta de provas, pode o justificante deduzir nova justificação
cfr. artigos 117.º-M e 117.º-N do CRP.
Este processo foi criado pela Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto e regulamentado pelo Decreto
Regulamentar n.º 9-A/2017, de 3 de novembro (republicado pelo Decreto Regulamentar n.º
4/2019, de 20 de setembro).
11.2 Competência
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Por força da remissão efetuada pelo artigo 9.º da Lei n.º 65/2019 para o artigo 13.º da Lei n.º
78/2017, este procedimento compete aos serviços com competência para a prática de atos de
registo predial que forem designados por deliberação do Conselho Diretivo do Instituto dos
Registos e do Notariado, I.P.
O procedimento especial de justificação de prédio rústico e misto omisso tem por objeto os prédios
rústicos e mistos não descritos no registo ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor (artigo 9.º, n.º 1 da Lei n.º
65/2019), só podendo ser realizado após a obtenção de RGG do prédio validada ou validada com
reserva (artigos 2.º, n.º 3 e 19.º-A, n.º 2 do Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017).
O procedimento especial de justificação tem como finalidade suprir o título ou documento para a
primeira inscrição de aquisição a favor do interessado que não disponha de documento para a
prova do seu direito. Destina-se, por conseguinte, ao estabelecimento do trato sucessivo no
registo.
Ao procedimento especial de justificação são aplicáveis, em tudo o que não estiver especialmente
regulado, as disposições do C.R.P e do Código do Notariado (C..N), (Cfr. artigo 10.º da Lei n.º
65/2019), devendo ser cumpridas todas as disposições legais e regulamentares aplicáveis e em
vigor (Cfr. artigo19.º-A, n.º 3, do Decreto-Regulamentar n.º 9-A/2017), designadamente, deverão
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estar cumpridas as prescrições legais relativas ao fracionamento de prédios rústicos 12 e da
autorização de utilização, no caso de estar em causa um prédio misto13.
12 Cfr. artigos 1376.º e 1379.º do CC. Sobre o tema cfr. parecer do CC emitido no processo C.P. 1/2019 STJSR-CC.
Posteriormente ao parecer, cfr. a publicação da Lei n.º 89/2019, de 03-09, que alterou a Lei n.º 111/2015, de 27-08,
nesta fazendo constar, no artigo 48.º:
2 - A posse de terrenos aptos para cultura não faculta ao seu possuidor a justificação do direito a que esta diz respeito,
ao abrigo do regime da usucapião, sempre que a sua aquisição resulte de atos contrários ao disposto no artigo 1376º
do Código Civil.
3 - São nulos os atos de justificação de direitos a que se refere o número anterior.
13 Exige-se, assim, prova documental da licença ou autorização de utilização ou da sua dispensa, no caso de o imóvel
ter sido construído ou inscrito na matriz antes de 7 de agosto de 1951, ou em data posterior, caso o Regulamento
Geral das Edificações urbanas ainda não tivesse entrado em vigor no respetivo concelho.
Foi objeto de alguma discussão a obrigatoriedade de apresentação da autorização de utilização quando fosse
invocada a usucapião. O entendimento firmado, quanto à autorização de utilização, é o de que a exigência
estabelecida no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26 de julho, aplica-se a todas as modalidades de justificação
previstas no artigo 116.º do CRP. Cfr. Processo R.P. 39/2011 SJC-CT.
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Coloca- -
em registo manual e cria-se o processo no SIRP (na área de Registos Processos), devendo ser
selecionada a requisição e escolhido, como tipo de proc
Justificação - privativo de cada Conservatória será
colocado no formulário, juntamente com a requisição de registo.
Se o processo respeitar a prédio ainda não descrito é necessário abrir a sua descrição.
2 do artigo 92.º do CRP, sendo-lhes aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos
n.ºs 6 a 8 do mesmo artigo.
Pendente de Procedimento
Especial de Justificação
entretanto efetuados sobre o prédio.
De salientar que o averbamento da pendência só será cancelado nas hipóteses em que seja
proferida decisão definitiva que indefira o procedimento especial de justificação ou decisão que
declare findo o procedimento (artigo 117.º-E do CRP). Esta última decisão ocorrerá sempre que
houver oposição (artigos 117.º-H, n.º 2 e 117.º-F, n.º 7 do CRP).
Se a incorreção não for tão grave que deva conduzir ao indeferimento liminar da pretensão, pode
ser emitido um despacho de aperfeiçoamento do pedido que se destine a convidar o
interessado para, no prazo de dez dias, vir juntar ao processo os documentos em falta, prestar
declaração complementar sobre os elementos de identificação do prédio omitidos, ou para
completar a identificação dos interessados e/ou dos declarantes ou, ainda, para sanar algumas
contradições menos graves do próprio pedido (artigo 19.º-E, n.º 2).
O serviço de registo pode também obter os documentos ou suprir a ausência dos elementos em
falta por acesso às bases de dados das entidades competentes (por exemplo, a caderneta predial)
IRN, IP 65/76
ou por qualquer outro meio idóneo, nomeadamente por comunicação com o justificante (artigo
19.º-E, n.º 3).
Tal como já se referiu para o processo de justificação previsto nos artigos 116.º e seguintes, a
publicação da decisão é realizada, pelo Conservador, via SIRP, na área de Registos >
Processos>Consultar Processo.
Não havendo impugnação judicial da decisão do conservador no prazo legal (cfr., infra, ponto
11.5), a decisão torna-se definitiva e devem ser efetuados oficiosamente os consequentes registos
(artigo 19.º-F, n.º 4).
Procedimento especial de justificação - BUPi
registo manual é retirado desta listagem e recolocado na lista de trabalho de apresentações,
convolando-se (na lista de trabalho para convolação e cumulação) para aquisição.
Elabora-se e confirma-se o registo e anota-se a existência de RGG à descrição.
Considerando que o conservador deve respeitar o disposto no artigo 72.º do CRP (aplicação
subsidiária), antes de proceder ao registo deve assegurar-se do cumprimento das obrigações
fiscais (verba 1.2 da Tabela Geral de Imposto do Selo, já que a usucapião é fiscalmente
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considerada transmissão gratuita, sendo o imposto devido pelo beneficiário, de acordo com o
artigo 1.º, n.º 3, alínea a) e artigo 2.º, n.º 2, alínea b) do Código do Imposto do Selo).
Concluído o procedimento deve o serviço de registo entrar na plataforma BUPi a fim de completar
o procedimento de RGG, correspondente ao(s) prédio(s) objeto do procedimento, com o número
da descrição predial e freguesia (do SIRP), ficando este no estado de concluído.
Pode o justificante impugnar judicialmente a decisão de indeferimento liminar (artigo 19.º-E, n.º 4)
ou, prosseguindo o procedimento até à decisão, podem o Ministério Público e o interessado
recorrer da decisão do conservador para o tribunal de 1.ª instância competente na área de
circunscrição a que pertence o serviço de registo (artigo 19.º-G, n.º 1).
O prazo para a impugnação, que tem efeito suspensivo, é de 30 dias e conta-se a partir da
notificação (artigo 19.º-E, n.º 4 e artigos 117.º-F, n.º 4 e 117.º-I, n.º 2 do CRP).
A impugnação efetua-se por meio de requerimento onde são expostos os respetivos fundamentos
(artigo 19.º-E, n.º 4 e artigo 117.º-I, n.º 3 do CRP) e considera-se feita com a apresentação da
mesma no serviço de registo onde o procedimento se encontra pendente (artigo 19.º-E, n.º 4 e
artigo 117.º-I, n.º 4 do CRP).
a) Reconsiderar a sua decisão de indeferimento liminar. Neste caso, repara a decisão e elabora
um despacho fundamentado onde ordena o prosseguimento do procedimento do qual notifica o
impugnante, não sendo o processo remetido ao tribunal para que seja decidida a impugnação
(artigo 19.º-E, n.º 5);
b) Não reparar a sua decisão de indeferimento liminar. Neste caso o procedimento é, desde logo,
remetido ao tribunal para que seja decidida a impugnação ((artigo 19.º-E, n.º 6).
IRN, IP 67/76
A impugnação efetua-se por meio de requerimento onde são expostos os respetivos fundamentos
(artigo 19.º-G, n.º 2) e considera-se feita com a respetiva apresentação no serviço de registo em
que foi tramitado o procedimento, sendo o processo remetido à entidade competente no mesmo
dia em que for recebido (artigo 19.º-G, n.º 3).
Da sentença proferida no tribunal de 1ª instância podem interpor recurso para o Tribunal da
Relação o interessado e o Ministério Público, no prazo de 30 dias (artigo 19.º-H e artigo 117.º-L
do CRP).
12 REGIME EMOLUMENTAR
Quer a Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, que criou o sistema de informação cadastral simplificada
e o Balcão Único do Prédio (BUPi), quer a Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto, que manteve em vigor
e generalizou a todo o território nacional a aplicação do sistema de informação cadastral
simplificada estabeleceram um regime de gratuitidade, aplicável a um conjunto diversificado de
atos e procedimentos realizados ao abrigo dos referidos diplomas, assim como a um conjunto de
documentos necessários para a instrução daqueles atos e procedimentos.
12.1 Alterações introduzidas pela Lei n.º 65/2019 ao regime de gratuitidade criado
pela Lei n.º 78/2017
Apesar de manter o regime de gratuitidade criado pela Lei n.º 78/2017, a Lei n.º 65/2019 introduziu-
lhe algumas alterações:
- Determinou que tal regime passaria, apenas, a aplicar-se aos prédios rústicos e mistos com
área igual ou inferior a 50 ha.
Aos atos praticados no âmbito do procedimento especial de justificação, criado pela Lei
n.º 65/2019 Cfr. artigo 14.º, n.º 1, alínea a);
Aos atos de registo relativos a prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos sem
inscrição de aquisição ou reconhecimento de direito ou de mera posse em vigor, desencadeados
pelos interessados junto de qualquer serviço de registo nos termos previstos no Código do Registo
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Predial, desde que apresentem configuração geométrica cadastral Cfr. artigo 14.º, n. º1, alínea
b);
Da data de entrada em vigor da Lei n.º 65/2019, para os municípios abrangidos pelo
projeto-piloto (Alfândega da Fé, Caminha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis,
Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Proença-a-Nova e Sertã), e para os municípios
que dispõem de CGPR ou cadastro predial em vigor Cfr. artigo 14.º, n.º 2, alínea a);
São gratuitos:
a) os documentos emitidos pelas entidades ou serviços da Administração Pública destinados a
instruir o procedimento de RGG Cfr. artigo 14.º, n.º 1, alínea c), da Lei n.º 65/2019.
IRN, IP 69/76
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto [artigos 14.º, n.º 2, alínea a), e 18.º da Lei n.º 65/2019];
4 anos a contar da data da celebração do acordo de colaboração interinstitucional para os
restantes municípios (com exceção dos municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em
vigor Cfr. artigo 1.º, n.º 1, alínea a), da Lei n.º 65/2019 e artigo14.º, n.º 2, alínea b), da Lei n.º
65/2019.
Do procedimento
Artigos 13.º a 15.º da Lei n.º 78/2017 e artigos 17.º a 19.º do DR n.º 9-A/2017, de 3.11, com as
alterações do DR n.º 4/2019, de 20.09 Cfr. artigo 24.º, n.º 1, alínea a), da Lei n.º 78/2017 e artigo
14.º, n.º 1 (corpo) da Lei n.º 65/2019.
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2), situados nos Municípios onde se encontre operacional o regime de
informação cadastral simplificada.
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto [artigos 14.º, n.º 2, alínea a) e 18.º da Lei n.º 65/2019].
NOTA: o procedimento especial de registo foi criado pela Lei n.º 78/2017. A sua aplicação aos
prédios sitos em municípios com CGPR decorre da Lei n.º 65/2019 que exige, para a sua
operacionalização (sem distinção de municípios) a celebração de um acordo de colaboração
interinstitucional. Se a operacionalização do regime depende da celebração do referido acordo,
então o regime de gratuitidade que lhe está inerente também só poderá iniciar a sua vigência a
partir da data da celebração daquele acordo.
Artigo 24.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 78/2017 e artigo 14.º, n.º 1, alínea c), da Lei n.º 65/2019.
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2), situados nos Municípios onde se encontre operacional o regime de
informação cadastral simplificada.
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto [artigos 14.º, n.º 2, alínea a), e 18.º da Lei n.º 65/2019];
12.4
gratuitidade
Dos Documentos
São gratuitos os documentos emitidos pelas entidades ou serviços da Administração
Pública destinados a suprir as deficiências do pedido de registo de aquisição, efetuado nos
termos gerais do Código do Registo Predial, desde que o prédio apresente configuração
geométrica cadastral ou o pedido seja instruído com a RGG do prédio.
(Cfr. artigo 24.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 78/2017 e artigo 14.º, n.º 1, alínea c), da Lei n.º 65/2019).
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2).
IRN, IP 71/76
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto e para os municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em
vigor [artigos 14.º, n.º 2, alínea a) e 18.º da Lei n.º 65/2019];
Dos Registos
São gratuitos os atos de registo, desencadeados pelos interessados junto de qualquer serviço de
registo nos termos previstos no Código do Registo Predial, desde que sejam instruídos com
RGG do prédio Cfr. artigo 24.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 78/2017, ou este apresente
configuração geométrica cadastral Cfr. artigo 14.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 65/2019.
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2).
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto, e para os municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em
vigor [artigos 14.º, n.º 2, alínea a) e 18.º da Lei n.º 65/2019];
Prédios rústicos e mistos descritos com área igual ou inferior a 50ha (500.000 m2).
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto, [artigos 14.º, n.º 2, alínea a), e 18.º da Lei n.º 65/2019];
Como dissemos, a Lei n.º 65/2019 apenas considerou abrangidos pelo regime de gratuitidade os
procedimentos simplificados de sucessão hereditária celebrados nos serviços de registo que
sejam necessários à regularização da situação registal dos prédios rústicos e mistos não
descritos (e não, também, os procedimentos de divórcio com partilha ou de partilha do património
conjugal).
Pressuposto da aplicação do regime de gratuitidade é que o procedimento inclua a realização dos
registos, pelo que ficam excluídos do benefício da gratuitidade os procedimentos simplificados de
habilitação de herdeiros sem registos.
NOTA: Apesar da al. e) do n.º 1 do art.14.º da Lei 65/2019 se referir apenas aos procedimentos
simplificados de sucessão hereditária celebrados nos serviços de registo que sejam necessários
à regularização da situação registal dos prédios rústicos e mistos não descritos, parece-nos
ter que entender-se que também estão abrangidos na gratuitidade os procedimentos simplificados
de sucessão hereditária celebrados nos serviços de registo que sejam necessários à regularização
da situação registal dos prédios rústicos e mistos descritos mas sem inscrição de aquisição
ou reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor.
Atendendo ao espírito do legislador subjacente à criação do sistema de informação cadastral
simplificada adoção de medidas para a imediata identificação da estrutura fundiária e da
titularidade dos prédios rústicos e mistos (Cfr. art.º 1.º, n. º1, al. a) da Lei 78/2017), cremos que a
letra da lei ficou aquém do seu espírito, impondo ao interprete a realização de uma interpretação
extensiva da referida al. e) do n.º 1 do art.14.º da Lei 65/2019.
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto, e para os municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em
vigor [artigos 14.º, n.º 2, alínea a), e 18.º da Lei n.º 65/2019];
IRN, IP 73/76
4 anos a contar da data da celebração do acordo de colaboração interinstitucional para os
restantes municípios [artigo 14.º, n.º 2, alínea b), da Lei n.º 65/2019].
Do processo
Artigo 24.º, n.º 1, alínea e), da Lei n.º 78/2017 e artigo 14.º, n.º 1 (corpo) da Lei n.º 65/2019.
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2).
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto e para os municípios que dispõem de CGPR ou cadastro predial em
vigor [artigos. 14.º, n.º 2, alínea a) e 18.º da Lei n.º 65/2019];
Apesar de não existir na Lei n.º 78/2017, nem na Lei n.º 65/2019 previsão expressa de gratuitidade
do processo de justificação para primeira inscrição nos termos dos artigos 116.º e seguintes do
Código do Registo Predial, para os prédios sitos em municípios com CGPR (o artigo 24.º da Lei
n.º 78/2017 faz depender esta gratuitidade da instrução do processo com RGG do prédio, e nos
municípios com CGPR não tem aplicação o procedimento de RGG), cremos que deve ser efetuada
uma interpretação extensiva do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º da Lei n.º 65/2019, por
forma a abranger estes processos.
A interpretação extensiva tem apoio, designadamente, no n.º 1 do artigo 19.º-A do D.R n.º 9-
A/2017 que dispõe que o procedimento especial de justificação é gratuito nos termos da alínea e)
BUPi
Sistema de Informação Cadastral Simplificada
do n.º 1 do artigo 24.º da Lei n.º 78/2017e do artigo14.º da Lei n.º 65/2019. Ora, a referida alínea
e) não se refere ao procedimento especial de justificação, mas sim ao processo de justificação
para primeira inscrição nos termos dos artigos 116.º e seguintes do Código do Registo Predial, o
que nos leva a concluir que o legislador confunde estes dois processos, entendendo que são uma
e a mesma coisa.
Assim, quando previu na alínea a) do n.º 1 do artigo14.º da Lei n.º 65/2019, a gratuitidade dos atos
praticados no âmbito do procedimento especial de justificação aplicável aos municípios com
CGPR considerou estar a abranger, também, os processos de justificação ao abrigo dos artigos
116.º e seguintes, relativamente aos prédios sitos nestes municípios. Pois quanto aos demais, a
gratuitidade já estava prevista na Lei n.º 78/2017.
O processo é gratuito, desde que se refira, exclusivamente, a prédios rústicos e/ou mistos não
descritos ou descritos sem inscrição de aquisição em vigor, com área igual ou inferior a 50 ha,
sitos em concelhos onde esteja em vigor o sistema de informação cadastral simplificada (Cfr. artigo
1.º, n.º 5, da Lei n.º 65/2019) ou que disponham de CGPR ou cadastro predial em vigor.
Abrangendo, para além dos supra referidos, prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos
sem inscrição de aquisição em vigor, com área superior a 50 ha, ou sitos em concelhos sem
cadastro onde ainda não esteja operacional o sistema de informação cadastral simplificada, deve
cobrar-se o emolumento previsto no RERN para o processo de justificação (artigo 21.º, verba 4)
acrescido do emolumento
abrangido pelo processo que não reúna os requisitos indicados.
Deve atender-se, ainda, no caso de o processo abranger apenas prédios rústicos, ao valor dos
prédios envolvidos para eventual aplicação da redução emolumentar prevista no artigo 28.º, 33 do
RERN.
Prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos, mas sem inscrição de aquisição ou
reconhecimento de direito de propriedade ou de mera posse em vigor, que tenham área igual ou
inferior a 50ha (500.000 m2).
IRN, IP 75/76
4 anos a contar de 24 de agosto de 2019 para os municípios piloto referidos no artigo 31.º da Lei
n.º 78/2017, de 17 de agosto [artigos 14.º, n.º 2, alínea a) e 18.º da Lei n.º 65/2019];
O procedimento especial de justificação foi criado pela Lei n.º 65/2019, que exige, para a sua
operacionalização (sem distinção de municípios) a celebração de um acordo de colaboração
interinstitucional, pelo que a sua aplicação aos prédios sitos em municípios com CGPR depende
da celebração do referido acordo.
Se a operacionalização do regime depende da celebração do acordo, então o regime de
gratuitidade que lhe está inerente também só poderá iniciar a sua vigência a partir da data da
celebração daquele acordo.
O procedimento é gratuito, desde que se refira, exclusivamente, a prédios rústicos e/ou mistos não
descritos ou descritos sem inscrição de aquisição em vigor, com área igual ou inferior a 50 ha,
sitos em concelhos onde esteja em vigor o sistema de informação cadastral simplificada (Cfr.
artigo1.º, n.º 5 da Lei n.º 65/2019).
Abrangendo, para além dos supra referidos, prédios rústicos e mistos não descritos ou descritos
sem inscrição de aquisição em vigor, com área superior a 50 ha, deve cobrar-se o emolumento
previsto no RERN para o registo de aquisição (artigo 21.º, verba 1.12) acrescido do emolumento
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IRN, IP 77/76