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Instrumento: piano
Em França(🇫🇷)
Em 1801 o músico decide ir para 🇫🇷 , contrariando o costume dos músicos
portugueses da época, que seria de uma eventual continuação dos seus estudos
em Itália. Assim, nesta data, no rescaldo da assinatura do Tratado de Badajoz e
com o agravamento das condições políticas e militares, vai para Paris, onde
encontra o melhor ambiente para desenvolver a sua vocação musical e onde
conviveu com o grupo de exilados adeptos das novas correntes filosóficas e
políticas, que se reuniam à volta do notável poeta Filinto Elísio. Com esta atitude
comprometeu a sua carreira no campo operático. Acolhido por este grupo de
emigrantes que partilham as suas ideias liberais inicia uma carreira de pianista
virtuoso à maneira de Clementi, Cramer, Dussek (músico muito apreciado por
Chopin) e outros, ao mesmo tempo que estreia ele mesmo algumas das suas
primeiras composições. São, dessa época, a Grande Sonata para Piano, dedicada a
Sua Alteza Real, a Princesa de Portugal.
Quando em 1804 atinge uma fama muito importante, aparece, entre outros
lugares, na Salle Olympique como pianista e compositor.
Em Londres
Entretanto, em Portugal, as tropas de Napoleão sofriam pesadas derrotas
infligidas pelo exército luso-inglês e a sua situação em França começou a tornar-se
delicada, pelo que vai para Londres em 1810, ano em que a sua 1.ª Sinfonia é alvo
dos maiores elogios por parte da crítica parisiense. Na capital britânica é uma vez
mais bem recebido pela comunidade portuguesa. Também algumas famílias da
aristocracia inglesa lhes dão as boas vindas especialmente como professor de
piano. É então que se começa a relacionar com alguns dos mais importantes
músicos do seu tempo como Muzio Clementi e John Field e é professor da filha de
Lady Hamilton.
O contacto com Clementi, a quem o ligavam laços de amizade desde Paris, torna-
se mais frequente e é na editora do músico italiano que Bomtempo publicará a
maior parte das suas obras. Publica Variações sobre um tema de Paesiello - Nel cor
piú non mi sento. O Terceiro Concerto para Piano, o Capricho e Variações sobre o
«God Save The King». Três grandes sonatas para Piano, entre muitas outras obras.
Dado o perfil das pessoas com que se relaciona é provável que date desta época a
sua iniciação na Maçonaria.
Mas o ambiente que se vivia em Portugal, tornara-se ainda mais difícil do que
aquele que deixara em 1801 devido à ingerência inglesa na política portuguesa, à
ausência da Corte portuguesa no Brasil e o agravamento da repressão contra a
Maçonaria Portuguesa e contra todos os que ousavam defender os princípios
liberais do constitucionalismo. Deste modo decide regressar a Londres onde
publica Três Sonatas para Piano e Violino e, Elementos de Música e Método para
Tocar Piano Forte. O a sua principal obra pedagógica que dedicou à “nação
portuguesa”. Além disso compôs ainda, Grande Sonata para Piano. Fantasia e
Variações para Piano sobre a Ária de Mozart «Soyez Sensibles» uma Ária da Ópera
Alessandro in Efeso composta e arranjada para Piano, uma Valsa e uma Marcha.
O seu legado
A música de Bomtempo, apesar de revestida de inegável qualidade e de ter
alargado o panorama musical português da época, não é vanguardista, sendo
mesmo menos moderna que a de Haydn e Mozart e muito menos do que a de
Beethoven (seu contemporâneo e compositor de transição clássico-romântico).
Por último é importante referir que João Domingos Bomtempo foi sempre
defensor dos valores portugueses e na sua obra assumem posição de relevo os
valores da liberdade individual e da soberania da nação portuguesa.
O seu nome consta na lista de colaboradores da Reviscomposições compreendem
concertos, sonatas, fantasias e variações, compostas para piano-forte, desde
sempre o seu instrumento preferido e do qual foi exímio intérprete. Conhecem-se
também duas sinfonias, embora se admita a existência de mais cinco, que
transmitem de um modo mais flagrante a sua personalidade musical e as suas
influências invulgares para compositor ibérico da época, nomeadamente
influências germânicas clássicas. São ainda de destacar alguns trabalhos corais-
sinfónicos como o já o referido Requiem em memória de Camões e outros e ainda
alguns fragmentos a ópera Alessandro in Efeso. ta do Conservatório Real de Lisboa
(1842).
Alguns esforços têm sido feitos para divulgar a música de João Domingos
Bomtempo, nomeadamente algumas gravações, mas a grande parte mantém-se
desconhecida e inédita. As suas influências invulgares para compositor ibérico da
época, nomeadamente influências germânicas clássicas. São ainda de destacar
alguns trabalhos corais-sinfónicos como o já o referido Requiem em memória de
Camões e outros e ainda alguns fragmentos a ópera Alessandro in Efeso.