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História, ideias e
filosofia básica
Loris Malaguzzi
PARTEI: HISTÓRIA -O resto virá-
Ano de 1946: 0 inacreditável começo
- Sou um disseram-me.
professor - disse eu.
- Bom - eles
de uma escola dirigida por pais disseram - Se isto é ver
dade, venha trabalhar
Tudo me pareciaConosco.
Gandini: Eu gostaria de saber a res ideia,a escola, o inventárioinacreditável:
a
neitodas raízes distantes de sua experiência
um tanque, alguns consistindo de
de grupo, bem comosobre sua própria expe caminhões e cavalos.
Eles me explicaram tudo:
conta,Construiremos
riência pessoal. a escola por nossa
Malaguzzi: Ahistória de nossa abor trabalhando à
noite e aos domingos. A terra
dagem, e de meupapel nela, começa seis por um fazendeiro; os tijolos e asfoi doada
dias após o término da Segunda Guerra rão retiradas das casas vigas se
Mundial. Era primavera de 1945. O desti bombardeadas;
areia virádorio; o trabalho será
a
no deve ter desejado que eu fosse parte de
um evento extraordinário. Ouvi que em
por todos nós, como voluntários".realizado
-Eodinheiro para operara escola?
um pequeno vilarejo chamado Villa Cella, Após umn momento de embaraço, dis
umas poucas milhas da cidade de Reggio
Emilia, as pessoas haviam decidido cons seram-me:"Encontraremos um modo". Mu
truir e operar uma escola para crianças lheres, homens, jovens todos fazendeiros
e trabalhadores, todos pessoas
pequenas. Esta ideia pareceu-me incrível! haviam sobrevividoaos horrores especiais que
Corri até láem minha bicicleta e descobri - falavam
da guerra
muito seriamente.
que tudo aquilo era verdade. Encontrei Em oito meses, a escola e nossa ami
muheres empenhadas em recolher e la zade havia lançado raízes. O0 que ocorreu
var pedaços de tijolos. As pessoas
-se reunidoedecidido que o haviam em Villa Cella foi apenas a primeira fagu
Começar a construção viria dinheiro para lha. Outras escolas foram abertas na peri
da venda de feria e nos bairros mais pobres da cidade,
um tanque
abandonado
poucos caminhöes
de guerra, uns
e alguns cavalos deixa
todas criadas e operadas por pais. Encon
os para trás pelos trar apoio para a escola, em uma cidade
alemães em retirada. devastada, rica apenas no luto ena pobre
Forman
S8 Edwards, Gandini &
em Villa
tal para crianças com
dificpela
la, com fundos oferecidos Comecei,para
s:aidnae rTen
uldadescidade
Cella, iniciada por mulheres com o auxílio
Comitê Nacional para a Libertação (CILN),
do sa época, comecei a viver duas
lelas, uma pela manhãno
centro, vidas
e e.N ey
pAr aA
nós compreendemos que o fenômeno era ir
reversível. Algumas das escolas não sobrevi
tarde e à noite, nas pequenas
radas pelos pais. escol aouts ropea
veriam. A maior parte delas, entretanto, exi Os professores nessas
biria sufiiente garra e força para sobreviver las possuíam umna motivação pequenas esco
disidoemexcepci
feretntreeinOsadosnaluns
por quase 20 anos. mente alta. Eles eram muito
Finalmente, após 7 anos ensinando dos outros, já que haviam
em uma escola, decidi sair de meu empre em várias escolas católicas e
go. Otrabalho com as crianças fora gratifi colas particulares, mas seus Outras
cante, mas a escola, operada pelo estado,
continuava seguindo seu próprio curso,
eram amplos e receptivos e sua
inesgotável. Juntei-me a esses
pensament
energiaos era
aderindo à sua estúpida e intolerável indi
ferença para com as crianças, àsua aten
e comecei a trabalhar COm
sinando-hes enquanto nós
as prcriaonças,
en-
fessores
ção oportunista e obsequiosa para com a díamos. Logo percebemos mesmoOS
Como a
apren-
autoridade e àsua esperteza auto aprovei italiana oficial era estranha lingua
para eSsas
tadora, empurrando um conhecimento pré- crianças, já que suas famílias haviam
-embalado. Fui para Roma estudar Psicolo do nodialeto local por várias
gerações. Pe.
navio, 0
ferramentas. mar,
e
e htrabaablihl0Vsdsaetdames a
fo
ça, parques públicos ou sob a colunata do
teatro municipal. As crianças estavam fe
No ano seguinte,
çamos para uma espet
já acul a r.
especialistas, daavanhis
reconstrução
tória de Pinóquio. Depois similar
lizes. As pessoas viam; elas se sentiam de alguns
mudamos de rumo. Eu estivera
surpresas e faziam perguntas.
Institute e na Ecole des no anos,
Sabíamos que a nova situação exigia
continuidade, mas também muitas
ras com o passado. As experiências ruptu Por
Petits
Crianças Pequenas) de Piaget em
estarmos inspirados por
(EscolRousa separaau
passa por trabalhar com números,Piaget, Genebra.
das que tentávamos preservar eram o ca
lor humano e o auxílio percepço. Estávamos
mat e opt
mát aimos
c a , e
recíproco, o senso
de realizar um trabalho que
revelava- atra
da estamos,
sobre crianças convencidos, ain-
de que não é uma e
anteriodiffcilrmente, admira
meiro foi Gianni Rodari, um poeta, escri
nos, mencionados Piaget COm os
e
tor de histórias infantis traduzidas pa pla
ra muitas línguas, que dedicouseu livro go começaríamos a que
mais famoso, Grammatica della Fantastica Oano de 1976im
foiplementar. h
do. No mês de novembro, o e
(A Gramática da Fantasia, 1973) à nossa
cidade e suas crianças. Osegundo foi Bruno
Ciari, omais lúcido, apaixonado e inteli
Governo Católic0, através
dio estatal, iniciou uma da rede de
rá
inespera
porta-
gente na área da educação infantil. Essas matória contra as escolas campanha difa
foram amizades realmente estupendas.
Em 1971, com uma ousadia notável, orga
nizamos um encontro nacional apenas
pelos municípios e,
nossas escolas. Elas
um modelo de
especi
foram
educação
que
almadm i
entni
e
atacadass,traContdComoasra
para professores. Esperávamos 200 parti
cipantes, mas compareceram 900. Isso foi
dramático e exaltador, mas, ao mesmo
crianças e com0 um modelo
abusivo sobre as escolas
culares. Após sete dias
Corderompia
religiosas politicae
as
nal nacional:
rentamos
cenário educacio
Vngoosaseinovadorasdoexperimentos; ini
colegas suíçose
sista da Dalton School
esobre as pesquisas
educacide onal
de Piaget Nova e
ciamos intercâmbios com grupos (suíço)
franceses. Oprimeiro desses
gTavitava em tomo da
ideia de educação
piagetianas, enquanto
Genebra.
Esta literatura,
sagens, guiou
Com suas col
nossas escolhas: fortes
egas or
ativa e de tendências
continuar nossarmen
e
inventou uma escola terminação para deu
o segundo (francês) do
muito estranha:a cada três
anos esta escola fluxo de nossas
experiências. impero ar,
se mudava para um novo
local, onde a re
construço de antigas casas de
abandonadas seria a base do trabalho
fazenda
paralisia que havia
contaminadoEyvitOSamosa
cos políticos da esquerda
que, por teórnde
educacional com as crianças. Assim foi
uma década, estavam
relacionamento entre o debat endo Tmais
que avançamos, e gradualmente as coisas do na educação. Para nós,conteúdo seobre o
começaram a formar um padrão coerente. tinhasignificado, po1s nao esse ddebatemétnãn,o
sideração diferenças que levava em co eram
oparte de
nossa sociedade e
Aeducaço das crianças nos anos 60 que a ignoravam
educação ativa envolve faato de
Gandini: Nós sabemos que nos anos inerente entre conteúdo uma e alianca
60 emergiu na Itália uma nova consciência bém reforçando noSsa método. Tam-
ativa estava nossa crença na
envolvendo a educação de crianças peque
nas. Qual foi o cenário cultural que acom consciência edsobre
pluralismo das famílias, ducaçaoo
panhou essa consciência? sores, tornando-se cada criançase profes-
Malaguzzi: Nos anos 60, as questões vez mais
envolvendo escolas para crianças peque
dos em nosso
projeto conjunto. Estaenvolcons.vi:
ciência nos tornava
nas estavam no centro de debates
políticos to adiferentes mais respeitosos quan.
ardorosos. Anecessidade para esses debates mos nos posições políticas.
Estáva.
era inegável, mas o debate tornando
principal dizia rância e de mais livres da intole.
respeito a se as escolas deveriam existir Em preconceitos.
como um serviço social.
Considerações escolha retrospectiva,
dagógicas mais substanciais pe- pelo respeito parece-me que esta
deu vigor ànossa
em segundo plano. Na
mos do tema da
permaneciam
realidade, em ter so autonomia, enquanto elaborávamos nos
Itália estava bem educação como um todo, a sistirprojeto educacional, e nos ajudou are
amuitas
na pressões opostas.
sob o Fascismo, o retaguarda. Por 20anos A tradição
fora suprimido e estudo das ciências sociais italiana baseava-se em
teorias e Rosa Agazzi e Maria
ropeias e americanas experiências eu Montessori, duas ti
cie de excluídas. Essa espé guras importantes no início do século.
isolamento
nos anos 60. Os estava Montessori foi primeiro elogiada, edepos
Henri Wallon, Edward desaparecendo chutada
trabalhos de John Dewey, cista emn para escanteio pelo regime Ta
Decroly, Anton Chaparède, Ovide razão de sua abordagem científi-
posteriormente,Makarenko, Lev
Vygotsky ca a pedagogia. Agazzi foi adotada como
também de Erik Erikson e,e um modelo porque estava
mais próxima àvisãosuada criança
pedagogianocatoli
As cem
Aindacreio que os
escritos de Mon- linguagens da criança 67
(iEntretanto,
receber nossa refle. a
i devem
CiSmo. Agazzi
ção conversa sobre a educa
ressorie
que poossamoS seguir além
deles.
xãOEnquantoisso, na prática,,a Igreja Ca-
para
ncluindo educação
a
quenas) n¯o pode estar de criancas pe
Roomanapossuía quase um monopó- literatura.
política, Essa conversa,confinada
deve que
Àsua
rólica educação pré escolar, concen- des abordar tarnénzrane
lio
sobre a
trandoseus
esforços emajudar crianças mudanças
economia,
na
sociais e conttrainsfuarnente
or macfes
ia
e ci¿ncia, arte e nos relacio
serviços
oferecer de custódia, na
cArentes eresponder.às mudanças sociaise nament0S costumes hurmanos.
de aula típica continha de forças mais amplas
ivez
de Todas essas
em
culturais. A
sala
crianças, confiadas a uma freira Como seres humanos - até
oS influencian
o modo
e lidarnmesno
ças crian
40a
50
semgrau
em ensino e semsalário. Asitua- pequenas-"leem"
dades da vida.Elas com as reali
çãofala
por si
mesma, através dos núme- cia,
de nos níveis tantodetgeral
errninam
a
emerzen
1960. apenas cerca um terço
novos métodos de quanto local, de
ros:em pequernas estavam na pré-es- conteúdo e prática edu
das crianças instruídas por 22.917 pro- cacional, bem como de novos
eram
cola, dos quais 20.330 eram religiosos. questões existenciais.
onde problemas e
fessores,
Em busca de uma
para asabordagem
Mais.sobre as
fontes de inspiração
educacional
mais jovens crianças
Gandini: Você mencionou uma pri
meira onda de fontes que o influenciaram. Gandini: Na Itália, os (de 4emmesesgrua
Você pode nos contar mais sobre as ideias po de crianças muito jovenscuidados
que considera importantes? 3 anos de idade) em um
ambiente coleti
Malaguzzi: Nos anos 70, atentávamos vo foram desenvolvidos de uma forma mui
incluin
auma segunda onda de eruditos, to bem-sucedida. Como isso
começou em
do psicólogos como Wilfred Carr, David Reggio Emilia?
Shaffer, Kenneth Kaye, Jerome Kagan, Malaguzzi: Em Reggio Emilia, o pri
Howard Gardner, o filósofo David Hawkins meiro centro (Asilo nido) para crianças
e teóricos como Serge Moscovici, Charles Com menos de 3 anos de idade surgiu um
Moris, Gregory Bateson, Heinz Von Foerster anoantes da promulgação da lei nacional
e Francisco Varela, mais aqueles que tra de 1971instituindo esta espécie de servi
balham na área da neurociência dinâmica. Ço. Esta lei foi uma vitória para as mulhe
Arede de fontes de nossa inspiração abran res italianas, após 10 anos de luta. Anova
ge várias gerações e reflete escolhas e se- instituição foi uma tentativa de satisfazer
leções que fizemos ao longo do tempo. as necessidades conjuntas das mulheres,
Apartir dessas fontes, recebemos ideias queoptavam tanto pela materidade quan
yue persistram e outras que não duraram to pelo trabalho, e das crianças,que cres
muito - tópicos para discussão, razões para ciam na família nuclear.
cui
descobrirmos conexões, discordância com Os proponentesdos centros para
as mudanças culturais, ocasiões para deba dados infantis precisavam lidar com a po
redescobertos
tes e estímulos para
conformarmos e ex lêmica criada pelos estudos logo
que
pandirmos as práticas e valores. No geral, de John Bowlby e Rene Spitz,
Mundial estu-
obtievemos
oria um senso de versatilidade da te-
das pesquisas.
depois da Segunda Guerra
daram os danos resultantes da
separação
Gandini &Forman
68 Edwards, potenciais
fazer com que
entre
Vam
mâe-flho.
abordar a resistência do
eles precisa
Além disso, mundo
patologias em
riscOse
cató
uma
sem entre os educadores, as
famílias.
Atualmente, em minha
sinérgicn
Iico, que temia
ruptura da famflia.
questão
Esta era uma com
Nossa experiência
de 40% das crianças
habi
nossos centros municipajs lita cidade
das
muito delicada. anos de idade era um para
crianças de 3 a 6 mesmo na primeira infância, e
cerca de
referência, mas, ao mais estariam, se 10
ponto util de resposta
tempo, não era uma em termos de cui
completa.
aprendemnos dessa houvesse
experiência? a20
espaço,
Em vez de
pensarmos
dados de custódia,
argumentávamos que
demandavaconhecimentos
de trabalho convenceram-n0s
mo as crianças mais jovens de Ninquete an
sua educação cuidados e
profissionais, estratégias de a seu ní
ciais. Elas são predispostas; saoelas seresTmes ,
desde o nascimento a
ambientes únicos e
veldesenvolvimental.
apropriados
propensão pparosauerfnor.
mar vínculos significativos Com
Tínhamos muitos temores, e
estes
medos
ponsáveis por seus
cuidados, alémOutrodes res,
pais (que não perdem.
eram razoáveis. Entretanto, nossos ponsabilidades e portanto, Suas seuress
cautelosa-
nos ajudaram; trabalhamos jovens e prerrogativas
mente com osprofessores muito
com os próprios pais. Aprenderam
a ma
Obenefício Qbvio
têm do jogo interativo Com
cres p ec
que as
ia i
ncas
oSa is,.
ob.
dacompanhei.
transição das ros aspecto reconfortante
éo
nejar com grande cautela a
plas implicações ainda não etexmperiÁam-n:
sobre
crianças de um vínculo focalizado cia de grupo, cujo potencial
os pais e olar para um vínculo comparti-
Ihado,que incluía os adultos eo ambiente
do centro.
Em
consequência, concordamosaprecicomo
psicólogos nortee-americanos
adas,.
Tudo transcorreu muito melhor do Hock, Urie ex., Ellen (p.
que esperávamos. Tivemos a sorte de ser
Bronfenbrenner)
importante a opção da que não ét·o
mos capazes de planejar o ambiente do
mãe pelo papel de
dona de casa ou de
primeiro centro com um excelente arqui ela sinta satisfação e
que trabalhadora,
mas sim
teto. As crianças compreenderam, antes
do que esperávamos, que sua trajetória na
Sua escolha e receba apoio de sua com
da creche ou centro e, pelo
realização
família
vida poderia fluir em dois locais agadá forma mínima, da menos de uma
veis e confortáveis -a casaeo centro. Em cultura na qual está
imersa.
ambos, elas podiam expressar seu desejo entre pais e
A qualidade do
relacionament
anteriormente ignorado de amadurecer e te que a fillhos torna-se mais importan:
estar com companheiros e encontrar neles quantidade bruta de tempo que
pontos de referência, entendimento, sur passam juntos.
presas, laços afetivos e
diam afastar as sombras ealegria, que po
o desconforto.
Para nós, para as crianças e para suas PARTE III: PRINCÍPIOS BÁSICOS
famílias, abria-se a possibilidade de um
período longo e contínuo de vida em co Acombinação estrutural de opçóes
mum, desde o centro para
cuidadoS na
educacionais eorganização
primeira infância até apré-escola, ou seja, Gandini: Que espécie de organzi
cinco ou seis anos de confiança e trabalho ção o ajudou a
reconhecer asideias inO-
recíprocos. Este periodo, como descobri- vadoras em suas escolas Paracrianças
mos, era um recurso
precioso, capaz de pequenas?
As cem
Malaguzzi:Pensamos em uma escola linguagens da criança 69
ser
tiffciotomada,
como um organis- e
criançaspequenas e de que todas as formas de ar
para integral, como um
erelacionamentos
vivo
local de vidas
compartilhados entre Nosso hipocrisia
é criarobjetivo, o qual sejam repudiadas.
mo
Figura 3.3 Um lugar para esconder-se ou para estar com um amigo. Centro
Infância. Arcobaleno para aaPrimeira
escola reúnem-se uma vez por semana biados uns com os outros, a fim de gera.
para a discussão e ampliação de suas rem ideias e açöes. Tudo isso funciona
ideias, e participam juntos do treinamen
dentro de uma rede de cooperação ein
to em serviço. Temos uma equipe de pe- teração que produz para os adultos, eso:
dagogistas para facilitarmos a conexão bretudo para as crianças, uma sensação
interpess0al e para considerarmos as de pertencerem a um mundo vivo, recep:
ideias gerais e os detalhes. As famílias tivo e autêntico.
encontram-se sozinhas ou com os profes
Sores, em encontros individuais, encon
tros de grupos ou em reuniões de toda a
escola. As famílias formaram uma Junta Por uma pedagogia da relação
de Conselheiros, que se
reúne duas ou Gandini: Como yocê criae mantem 0
trêsvezes por mês. Acidade, a área
e as rural
interação, o relacionamento ea cooperaça
montanhas próximas
locais adicionais de ensino. servem como entre todos os envolvidos com as escolas?
Portanto, nós formamos um meca mos Malaguzzi:
que é
Em nosso sistema, Sae
essencial estarmos focalizados
nismo que combina locais, papéis e
ções que têm seu próprio fun sobre as crianças e estarmos centradosne
oCorrência,mas que podem sermomento de las, mas não achamos que isso sejasuf
intercam ciente. Também consideramos queospro
As cem
linguagens da criança 71
centrais para a
asfamílias são
fessorese
crianças. Portanto, preferi- mocráticoe, deste modo,tende aampliar
educaçãodas
todos os três componentes no
colocar
horizOsontaspectos
es. de
mos
de nosso
interesse.
çae violência que são,isolamento, indiferen
entro objetivo é construir uma esCo-
parte da
vida social cadavez mais,uma
Nosso onde crianças, professores tão contrários
laconfortável,
em casa. Essa escola tornam ainda mais
contemporanea,
à nossa abordagem que non sãn
famílias sintam-se
e
dadosos
pensamentoe o planejamento cui- seguir. As
exigeo comrellação aos procedimentos, modo; os famílias
determinados
aspectos sentem-se
a prn
alienadoresdo damesmo
vida
motivaçõese aos interesses. Ela deve moderna tornam-se uma razão
às meios de intensificar os rela- mos ainda mais para ser
incorporar
cionamentos entre os três protagonistas nossas ofertas. impacientese abertos em
completa atenção Tudo iss0 contribui para
centrais, de garantir
problemas da educaçãoe de ativar a se uma educação
baseada no
estruturar
a0s são as fer- relaciona
participaçãoe pesquisas. Estas todos os mento e na participação. No nível práti
ramentas mais efetivas para que
Co, devemos manter e
profesSores e pais reinventar conti
nuamente nossa rede de comunicação e
envolvidos - crianças,
e conscientes
tornem-se mais unidos encontros. Temos reuniões com as
das contribuições uns dos outros. Estas lias para a discussão do currículo. famí
Pedi-
são as
ferramentas maisefetivas para mos sua cooperação na organização das
sintamos bem cooperando e pro- atividades, no
que nos supe estabelecimento do espa
duzindo, em harmonia, um nível ço e na preparação das boas-vindas às
riorde resultados. novas crianças. Distribuímos a cada
Qualquer um que inicie um progra criança os números telefônicos e os en
que transformarão dereços de todas as outras crianças e de
ma pensa sobre atos e
situações existentes em situações novas seus professores. Encorajamos visitas, in
desejadas. Em nossa abordagem, portan cluindo anches entre as crianças em suas
pla
to, a fim de progredirmos, fazemos
casas e visitas aos locais de trabalho dos
nos e reflexões ligadas aos campos cogn1- pais. Organizamos com os pais excur
tivo, afetivo e simbólico; refinamos as ha Sões, por exemplo, a piscinas e ginásios.
bilidades de comunicação; somos muito Trabalhamos com os pais na construção
de móveis e brinquedos. Encontramo-nos
ativos na exploração e na criaço em gru
po, permanecendo abertos a mudanças. com eles para discutir nossos projetos e
pesquisas e para organizar jantares e ce
Desta forma, enquantotodos os objetivos
sãocompartilhados, o aspecto mais precio- lebrações na escola.
so ainda éasatisfação interpessoal. Essa espécie de abordagem revela
Mesmo quando a estrutura que te muitosobre nossa filosofia e nossos valo
mos em mente (o papelcentral das crian res básicos, que incluem osaspectos inte
dos
rativos e construtivistas, a intensidade
ças, dos educadores e das famílias) reve relacionamentos, oespírito de cooperaçao
la dificuldades e lacunas, e a participa- e coletivo na reali
ção dos adultos mostra níveis de qualida eo esforço individualApreciamos diferen
de e intensidade muito diversos, a at zação de pesquisas. atenço
grande
mosfera estimulante da escola propicia tescontextos, damos uma
individual dentro
um bom grau de acolhimento essencial. àatividade cognitiva estabelecemos
Isso acontece porque ela convida àtroca das interações sociais e aprende
de ideias, possui um estilo aberto e de vínculos afetivos. Amedida que
72 Edwards, Gandini&Forman
Escola Diana
Cigura3.4 Paredes de vidro separam o ateliere a piazza na
Figura 3.5 Uma estrutura, revestida com espelhos e construída por pais e
professores, convida as crian
ças a interagir e a brincar com suas imagens.
um
papel
municipal e com institui- idealista de que a fonte mais ingênua
pura de
administração
e sempre foi essencial no
professores crianças pequenas seriarn
de
çöes políticas, posição. adolescentes intocadas pelos transtornos
morais da cidade.
reforçodenossa
lamentamos constantemente
Algoque Em 1960, existiam 129 escolas pre
dos anos também as crianças paratórias para
a0longo
lamentam - tem sid0 nossa
incapacidade sob auspícios professores de pré-escola
oferecer um número significativo de
católicos privados com
21.621 estudantes,
estaduais com apenasversus
de
professores.homens. Até há poucos anos, a as seis escolas
proibia homens de ensinar crian- 2.531 estudantes.
Hoje, as mesmas proporções
leiitaliana -umaleii estúpida, a qual tem. ainda exis
faspré escolares
Todas essas escolas estão emn
os nível
ransgredimos abertamente, ignorando de escola
secundáia, mas são menos ri
avisos e as reprimendas do Ministério da gorosas do que as escolas secundárias
Educação. Atualmente, tal proibição não regulares que treinam professores para o
Pxiste mais, mas outras razões ainda
tornam nível elementar. Não têm, e nem
nunca
dificil contratar professores homens nas es tiveram, um programa comum de estu
colas para crianças pequenas. Piorando ain dos. A única coisa que elas têm em co
damais as coisas, na Itália e em vários ou mum, de fato, é o exame final. O treina
tros paí-ses europeus, atualmente menos mento dura apenas três anos. Um estu
homens optam por tornarem-se professo dante pode matricular-se apÐs terminar a
res de crianças pequenas. Aqueles que o escola secundária e, portanto, obter um
fazem, tendem a deixar esse tipo de em diploma aos 17 anos. Apreparação é fun
prego mais facilmente, em favor de outra damentada sobre nada, nem em termos
oCupação. As razões para esse fenômeno de uma fundação nas artes liberais ou
são muitas e devem ser estudadas com cui em estudos profissionais apropriados.
dado. Contudo, os resultados são claros, em Existem planos para uma grande refor
termos dos Custos, pagos pelas crianças, e a ma, a qual incluiria a preparação univer
perda de dignidade para as escolas, para os sitária para professores de crianças pe
professores e para todaacultura. quenas, mas a concretização dessa refor
ma será difícil.
Mesmo em Reggio Emilia, os profes
O
treinamento questionável Sores vêm dessas escolas secundárias pre
dos profesSores paratórias. Portanto, pode-se perceber por
que sua formação profissional e seu de
Gandini: Conte-me sobre o treinamento senvolvimento devem ocorrer enquanto
dos professores. trabalham com as crianças.
Forman
78 Edwards. Gandini &
envolvem atos
que todas
Formação ereformaço
de professores
ligênciaquando as
ampla variedade de ançasinfinrietocebem
criopçöes as
le in
atualmen quais escolher. Além disso, os part\r
Gandini: Como você apoia, devem estar conscientes
te, o
desenvolvimento dos professores
suas escolas?
Malaguzzi: Não temos
em
alternativa,
não pode ser separada
dos valores e que o
nal vem parcialmente
dos
de que a
D ro les ir
CrepeloscimentestoboorçojetivNiea
pae
forma muito profis ,
a
servico. Assim como
eXceto treinar em
por dual, mas, de uma
torna-se mais vigorosa da discussão comn
inteligência
meio de seu uso constante, tambémo pa colegas,
listas. Finalmente, eles pais emas riA
no samesperia
conhecimento, a pro
pel do professor, o
competência tornam-se
mais que é possível engajar-se preci
fissão e a
fortes pelaaplicação
direta. Os professo observaçöes longitudinais
projetos de pesquisa des
e
afio
emdas
res Como as
pessoas -
crianças e todas as
sentem a
competências; desejam
outras
necessidade de crescer
transfor
volvimento ou as
experiências
ças. Na verdade, educação
peq
das
ouenga
envolvendo
decsiaenn:
em suas ouinovação é educação sem sem
mar experiÁncias em
pensamentos, os
pensamentos em reflexões, e
estas em no Essa tarefa não é
pequena!interepe
s sq
eui
. sa
VOS pensamentos e novas ações. Sentem
também uma necessidade de
fazer previ
to, não é possível
sequer umComeçarEntretsean-
professores não possuem
diferentecosnheárciemasen de
interpretá-las. to básico acerca das
sões, tentar coisas e então
Oato de interpretação é omais
importan conteúdo do ensino, a fim de
te. Os professores devem aprender de
terpretar processos contínuos, em
a in
vez
esse conhecimento em 100
100 diálogos com as crianças, tlinrguaanstgoermnsaer
limitados Atualprmeepa-n.
mes
esperar para avaliar resultados. Do te, possuímos meios
mo modo, seu papel como educadores rarmos os professores para
Como
deve incluir o entendimento das crianças
Como produtoras, e nãocomo consumido
mas tentamos
observar gOst
dentro aria
de
mos
e encontrar inspiracão a nonós
mesmoS
ras. Devem aprender a nada ensinar às das coisas que fazemos.
crianças, exceto o que podem aprender
por si mesmas. E, além disso, devem estar
conscientes das percepções que elas for 0 atelier como um local de
mam sobre os adultos e suas ações. Afim provocação
de ingressar em relacionamentos com as
Gandini: Como a ideia e 0 estabeleci.
crianças que sejam ao mesmo tempo pro mento do atelier funciona em seu projeto
dutivos, amistosos e excitantes, os profes-
Sores devem estar conscientes do risco de educacional?
expressar julgamentos muito rapidamen- esperança Malaguzzi: Não escondo a imensa
que
te. Devem ingressar na
estrutura de tem atelier. Sabíamosinvestimos na criação do
que seria impossivel pe
po das crianças,cujos
interesses
apenas no curso da atividade ou dasemergem dir algo mais do que conseguimos. Ainda
ciações que surgem dessa atividade.nego De
assim, se pudéssemos, teríamos ido ainda
vem perceber que mais longe, criando um novo tipo de esc
escutar as crianças é la,
tanto necessário quanto composta inteiramente por laborató
saber que as atividades prático. Devem rios similares a ateliers. Teríamos constU
devem
merosas quanto as teclas de um ser tão nu do uma as
escola feita de espaç0s onde
piano, e mãos das ativas
crianças pudessem estar
As cem linguagens da
criança 79
(n0sentido que David Oatelier
'criar ocaos" melhor, depois). também satisfez, outras ne
para nos explicaria tédio, cessidades. Um dos problemas
Hawkins
possibilidadepara o as mãos e
gentes era rmais ur
as
sem
mentesse engajariamcon uma alegria ção efetiva com0
com osadquirir
pais. Desejávarmos man
uma cormunica
liberadora, como ordenada pela tê-los sempre
e
intensa
pela
evoluçâo. informados
0Corrianas escolas, sobre o que
e ao mesmo
biologiae nãotenhamos chegado perto tabelecer um sistema de ternpo es
Embora
ideais impossíveis, o ate-
atingir essesrecompensas. Provou ser documentasse o trabalho informaçáo
que
que
de trouxe do realizado com as estava sen
crianças.
como as criançasQueríarnos
nos desejávamos - gerando
ier
subversivO, como ferramentas
complexidadee novas para o mostrar-lhes
ese expressavam, oque pensavarn
pensamento. Permitiu novass combinações tavam por prOduziam e inven
meio de suas máos e de sua inte
diferen-
possibilidades criativas entre as ligência, como brincavam e jozavam urnas
e linguagens (simbólicas) das crianças. com as outras, como discutiam
res protegeu-nos não apenas de lon- como sua lógica hipóteses,
Oatelier nosso funcionava.
oS pais vissem que seus filhosQueríamos que
palestraseteorias didáticas de possuíam re
única preparação re- cursosmais ricos e mais habilidades
(quase que a do que
tempo
jovens professores), mas tam geralmente percebiam. Desejávamos que
bida por comportamentalistas (he.
hém das crenças nos cerca, re-
compreendessem
em
quanto valor colocamos
havioristas)da cultura que seus filhos. Em troca, portanto, sentimos
humana a uma espécie que seria justo pedir que os pais nos ajudas
duzindo a mente enchido. sem e estivessem ao nosso lado.
a ser
de "recipiente"
mentar modalidades,
Oatelier, um espaço rico em mate técnicas, i
riais, ferramentase pessoas com compe
tência profissional, contribuiu muitopara
tos e materiais alternativos;
mas escolhidos por elas ou
nós; talvez trabalhar em um
isugernstiorduraosmren te.
expl
nosso trabalho sobre a documentação.
em grupo; talvez grande por
preparar um
pôstatterarvésmurondealde
Esse trabalho informou bastante - mas
pouco a pouco - nosso modo de estar com éfeita uma declaração Concisa
as crianças. Ele também, de uma forma palavras e ilustrações; talvez.
até
bastante bela, obrigou-nos a refinar nos
sos métodos de observação e registro, de
dominar pequenos projetosem
la reduzida, furtando suas uma meescasrmo
modo que o processo de aprendizagem se
tornasse a base de nosso diálogo com os
como arquitetos. O
las a encontrar
importante haestbiliildoasdes
seus próprios era ajudá.
trocar com os colegas tanto seus
pais. Finalmente, nosso trabalho no ate
lier ofereceu-nos arquivos que atualmente quanto suas descobertas. talent.de
são uma arca do tesouro do trabalho das Oatelier, contudo, foi
crianças e do conhecimento e das pesqui
sas dos professores. Deixe-me salientar,
um local para
printudo,
cipalmente
pesquisas, e esperamos ue
continuee cresça. Estudamos
contudo, que o atelier jamais pretendeu afinidades e oposições de desde
ser um espaço separado e privilegiado, formas e cores aos objetivos
como se apenas ali as linguagens da arte narrativa e da argumentaçao,compl
da exos da diferentes
expressiva pudessem ser produzidas. cão da expressão de imagens em transi.
Na verdade, era um local onde as di até sua decodificação, do modo símbolos
ferentes linguagens das crianças podiam crianças foram
ser exploradas por elas e estudadas por contaminadas pelaComo as
nós em uma atmosfera faVorável e tran
ção aosmeios de
Comunicação, a exposi-
ças entre os sexOS em termos de diferen.
quila. Nós e as crianças podíamos experi cias simbólicas e preferên.
expressivas. Sempre acha
Figura 3.7 Ao
término do ano escolar, pais,
crianças epprofessores
celebram com jogos ao ar livre.
As cem
privilégio descobrir jogos
linguagens da criança 81
queéum mos dizer
mos e múltiplos,
fascinantes
que podemsser jo-
transformar uma
anos de francamente
trabalho, o
que apos mnuitos
cados
comasimagens;
spot, em
uma lâmpada, um própria progresso de
ção e experiência, mais nossa nossa
emnum
em pleno vOo,
um fantasma ilu- estudo de observa
criançase e adultos, suzeri
rulipa
pássaro punhado de pétalas ver- ram-nos muita cautela
minado,emum
Amedida
que optamosreflexão.
: dentro de umtrigal verde eforam
ama- com por
crianças, podemos dizer quetrabalhar
melhas
positivas e confirmadoras os elas
relo.Tão
experiências, que eventualmente
melhores avaliadores
sensíveis dos valores e dae os juízes såo
mais
nossas expandir o uso do atelier utilidade
levaram a
crianças mais jovens das creches criatividade. Isso 0corre porque
suem privilégio de
o
da
elas pos
vamente vinculadas àsnão estaren excessi
as
para bebês.
para
centros suas
o dos que constroem e próprias ideias,
reinventarm
mente. Elas estão aptas Continua
a explorar, fazer
Gênese e
significados da criatividade descobertas, mudar seus pontos de vista e
Gandini: Ocomportamento
criativo e apaixonar-se por formas e
se transformam. significados que
produção
criativa das crianças temn sido
a sobre oqual páginas e pá- Portanto, uma vez que não
temafugidio,escritas. Qual é a sua visãoramos a criatividade sagrada, não conside
a consi
ginastém sido deramos
sobreo tema?
So,
extraordinária,
propensa a
mas, em vez dis
Malaguzzi: Estávamos todos muito emergir a partir da
cia diária. Atualmente essa visãoexperiên
anos 50, quan é com
fracos e despreparados nos partilhada por muitos. Podemos resumir
da criatividade, recém-chegado
do otema cami nossas crenças da seguinte maneira:
dos Estados Unidos, cruzou nosso
nho. Lembro-me da disposição com a qual 1. A criatividade não deveria ser con
e Paul
lemos as teorias de J. P Guilford siderada uma faculdade mental
Toance. Também recordo como, depois, separada, mas uma característica
essas teorias podiam ser relidas e reinter de noss0 modo de pensar, conhe
pretadas através das perspectivas de Bruner, cer e fazer escolhas;
Piaget e os "Cognitivistas", os neo-freu 2. A criatividade parece emergir de
dianos, Kurt Lewin, o último dos psicólo múltiplas experièncias, juntamen
gos da Gestalt, e os psicólogos humanistas te com um desenvolvimento esti
Carl Rogers e Abraham Maslow. mulado de recursos pessoais, in
Este foi um período difícil, mas exci cluindoum senso de liberdade pa
tante; sentíamos que essas propostas ti ra aventurar-se além do conheci
nham grande vigor e potencial. O traba do;
Iho sobre a criatividade parecia perturbar 3. A criatividade parece expressar-se
muitas (quase demasiadas) coisas, como, por meio de processos cognitivos,
por exemplo, a dimensão filosófica do ho afetivos e imaginativos, que se
habilida
Mem e da vida e a produtividade do pen unem e que apoiam as
solu
Samento. Essas prop0stas chegaram ao des para prever e chegar a
ponto de sugerir cumplicidade com o in ções inesperadas;
favorável para a
4. A situação mais
consciente, acaso e emoções Com senti-
entos, e assim por diante. Contudo, ape criatividade parece ser o inter
Sar de sua câmbio interpessoal, com nego
atração brilhante, nós precisa-
~ I orn,Af\
td«: ,:;,-
12 fdwfl ·' ridlnl l
, vc1. dl~so, complcrnc ,1t
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. IH,-õl'SprolJ \e1nl\t1cé\se' r fav . d - se m () t St~ t'i t•· , 1
~,t u . .d de rece ote peci dade de aparecer ·•• Pr ~
6 A cri~t1"1 a pa·d . rd co l1q 1
de é\CO o m e de sa e t('. fn ~t'r\i, 1
,Ji-, (tlln1° _ ~ superação de p~cconccilos, tno dCS('imn.. rrn o dr,~ ~,•r, L1 trw1 111r,;:r. '
, 1ogin ,Jd 'ns ~-,1
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n· r,d1Zª~ .. é caso de desprezarmos
O tema irn . Crtarn rl 11w ~, ntr, d
~pr<'
• ., cirí1•
N30 declaramos: "C oloque-se press,onant ~ , cl" irn •
rf1"cn~in°· 01 as momento e deixe
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. em um nível que I e q11P e<mf,ir~.:i 1~ 1
espaço A adoção of1·c,· l u trapassa o n"'w., i tr,.;
,,1 1ad0 pordum observe cm'd adosamente ... a é fá ·1 /" . ..,r;,,ri,
'.,J
, 1
,,
l,
.... -- ,.__ \
' p
,
,I
.,,
~ssão desta ação. Este é um insight pre- demos expulsar qualquer risco de retor-
ciosopara a educação. nar ao ensino tradicional aderindo ao
Contudo, ao penetrar o relaciona- nosso princípio de "circularidade" (um
mento entre adulto e criança, e desse termo não-visto nos escritos de Vygotsky).
modo retornar ao tema do ensino e Colocado de forma mais simples, busca-
aprendizagem, o psicólogo russo fala-nos mos uma situação na qual a criança está
sobre as vantagens da zona de desenvolvi- prestes a ver o que o adulto já vê. Alacu-
mento proximal, ou seja, a distância en- na é pequena entre o que cada um vê, a
tre os níveis de capacidades expressados tarefa de fechar a lacuna parece possí-
pelas crianças e seus níveis de desenvol- vel e as habilidades e disposição da
'
criança criam uma expectativa e pronti-
vimento potenciais, alcançáveis com o
a~ilio de adultos ou contemporâneos dão para este salto. Nessa sit~açã~, o
mais avançados (VYGOTSKY, 1978). adulto pode e deve emprestar as cnan-
90 Edwards, Gan
dini & Form an
1 çO1
5
66) ot,~, ,, ,~f~ l(m ,. t t,,,
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i e.~·nr,ist:t S ·de1·ada em seu co1tju nto ' 0 ,
' 0 s1 coi tra-ataca as teorias <<>tth,,<·I
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e uma teoria
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"' ,,, diJtÍ: como, concretam ente, todas o qual Pode: Untco ''livr0-texr:f r~tíu1 dr1
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Gal1 . e conectam com o que ocorre AI ' .ssas reflexõe esenvolvimen-
r-eorias s em disso, o s sobre a edu -
r,sas ~~ ?- . b quando n.. trabalho de ' caçao.
. zzi: Sabemos mmto em co- Pro,essores
ao aband
nose.s quando não d . onado a si m ,
~~~s agimos, como se tivéssemos t · .. etxado sem esmo
Uiçoes e das alianças como apoio de insti -,
1110 rod mais teorias. O mesmo ocorre para li , co1egas e famí-
as, e capaz não
uJ113 º~ores: quer as conheçam ou não, de produzir f>Yno _
riências educa .ape?as sd'á
aspro saJ1l e agem de acordo com teorias , c1ona1 · - --Y'-
bem é capaz d I nas, mas tam-
cles pe~ 0 Ponto é como essas teorias pes- . e se transfo
e obJeto de refie xao cnticarmar no sujeito
~~o conectadas com a educação de .
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Figura
3.u
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nças de cinco anos usam seu tempo jogando damas.
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· vi ades das crianças são apoiadas pelos professores. - "'" •
94 Ed watds , Gen
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" - - ~ edidas no jardim da escola.
1orando as
13 EXP
f'Cl'ra 3.
10. co
moo a são todos aspectos d
e uma quemas cognitivos valem a pena apoiar,
'ri!Ilº a eIe .
pro de ser aprendida. Se existem como oferecer palavras, gráficos, pensa-
e~e~ •anças podem Al as. Se
aJ1 aprende- ment~ lóg~c?, linguagem corporal, lingua-
egras as cn
r ', poderão montar novamente. gem sin:bohca, fantasia, narrativa e argu-
clas cairem, .. ~ ,.
bilidades especiais sao necessanas, mentaçao; como brincar; como fingir;
Seha A •
tra ze mos à sirnaça~ o, fo n um ca pit al seu lado. O gra nde nú mero de ld eiu .~
n,rn t 'ªr1ct·as brilh antes e
muito :loradáve\ de rec
ursos. pen~ pl ena.~ de espePr":r
'd
vo ,
Nos últimos anos , ass um · nos muit. os ças qu e e~ tem trazt o as
~-e
n . cr/ar1çu <ir,
. . , -~ ~~
u-penm-entos: co mo as • nças de cm co Regg to Em ília ago ra vai bem al em de
en a -~,,,,
anos abordam o co mput dor· as d1'fe te . _ cidad e.
.
ças entre gráficos fe ,to
a '
por menin . n Malaguzzi: Essa ex pe n.
s os e ~
ência e tn ,
. 'fi d . d b
re lato Sob re ela nao aca am . Minh '
meninas; os s1gm ca s
o simbó.hc.os s do os as· p·de1,
\
desenhos ; as capacidad vra S, em vez disso, lev am saudar ;.i
es consu~uva e . õe º
pensamento de Organização lógica (qu nossos amigos am en ca ~ , ~
n? s qu e, corno n(i <;
levaram a um documen • estão interessados em
tátio ago~a. r:v1s1·- aJud ar para qu e _'
tado co m George Forman crianças manten~am
) ; a aqms1çao da suas ca b. eças levand~.
leitura e da escrita em um tadas, ainda mais noss
contexto comu- os am igos a qu em
·cau·vo· as formas de pens estamos em débito , em
ru amento usadas termos culturai s
na apren' dizagem sobre ~ Se ao final, qualquer
mediçoes e nu,m.e- ' mensagem a·i·
ros · aprendizagem coop da é necessária, é um ~
erativa por me10 a mensagem de re.
de 'jogos (em colaboraç flexão. Não sei at é qu
ão com. Carolyn e ponto o mundo
f"' ,,e '1 (t.-<hº to<Jas a co nvido-os a McNa lly, 1966. •1 <.hk •1.•, p•n.J
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MALAGU7.7.t , L. R1perfen1,< por
1 uno MIJ(N r w 1r,-.
rt11,d('• rei s11ve111 observa la deli 'írt.fu,1 zia . Rorne: RJunltl , 1971 1
Ess a é a espe-
Q,,,,.'eo,-c,n- se,
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As cem linguagens
da criança
A abordagem de Reggio
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