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Expressões

Sertanejas

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Conversas com a educadora Solange

Vou começar pelo antes. Estas


pinturas foram feitas a partir das
histórias da comunidade, com
oficinas de literatura e artes plásticas
promovidas pelo IMAQ (Instituto Maria
Quitéria) e LIDER (Liga Desportiva e
Cultural dos Assentamentos da Região
do Sisal). Esta pintura da casa tem
um significado muito especial, porque
era a sede da fazenda que se tornou
sede da nossa escola. Representamos
aqui também a questão econômica
que é o sisal. A gente conta o
processo de cortar, armazenar,
desfibrar, secar, bater nas batedeiras
e ir para as indústrias

Esse trabalho era realizado por essas instituições em parceria com a escola, sob
a coordenação de Roquinho. Ele, desde 2004, está envolvido na catalogação dos
acervos culturais dos assentamentos de reforma agrária da região do sisal. A partir
dos trabalhos desenvolvidos junto ao IMAQ, surgiu a oportunidade de conhecer a Ação
Griô.

O griô aprendiz Roquinho Lima demonstra facilidade e segurança em articular e


desenvolver as atividades junto aos griôs e educadores, opinando, ouvindo, fazendo
ajustes. É muito comunicativo e consegue sensibilizar e mediar as conversas
necessárias. Antes, ele já desenvolvia algumas atividades na escola. Hoje, isso se
dá de forma mais significativa, pois há um maior envolvimento e participação não só
nas oficinas como também nos demais eventos da escola, que já não são mais ações
isoladas.

O griô aprendiz sempre teve parceria com a escola, e essa parceria aumentou com a
Ação Griô. A gente acredita que quando se faz um trabalho de parceria, a comunidade
toda ganha. Ele apresentou a proposta nova da Ação Griô. Daí eu falei: “mas e se a
gente precisar sair?” Daí ele disse: “isso depois a gente vê”. Então eu aceitei.

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A gente combinou a ida dos griôs e mestres. Os meninos
já tinham contato com Roquinho, o griô aprendiz, mas não
conheciam ele como contador de histórias. Foi muito bom. A
gente marcou oficina de contação de histórias à noite com os
griôs, em que começou a se contar causos, piadas e saberes.

Ao longo da caminhada, ele conseguiu fazer uma ponte entre as atividades realizadas
na escola e a tradição oral. O griô é a peça central. A contação de histórias ou causos
é o ponto de partida, pois, a partir disso, trabalhamos com desenhos, pinturas,
reescritos, dramatizações, letras de samba, cordel e xilogravura, assim estimulando
a criatividade e a expressividade dos envolvidos. As crianças criam suas próprias
histórias e isso é muito gratificante.

Há uma evolução entre todos os envolvidos. O griô aprendiz está buscando e


incorporando a sua ancestralidade, construindo valores e conceitos, o que se reflete
em sua vida cotidiana e na caracterização de suas personagens. A roupa vai sendo
caracterizada de acordo com a personagem: o chapéu de couro ou de palha, roupas
que representam o trabalho do campo, a mala e a sandália de couro nordestino.
São peças que vão compondo o figurino do griô aprendiz. Um traço marcante que
me encanta são os movimentos dos braços e a expressão corporal dele durante as
atividades. Nas oficinas, ele consegue desenvolver uma cumplicidade com os alunos
e professores. Forma-se uma certa magia no momento da contação de histórias e de
causos. Todos são envolvidos e encantados.

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Cada um leva a sua história para o ritual da roda e não
são mais só os griôs bolsistas que vão. Toda a comunidade
vai criando a roda. Depois a gente foi levando a questão
do samba. Nas rodas de contação de histórias, acontece muita
aprendizagem e todo mundo participa. Teve inclusive um menino deficiente auditivo
que se mostrou muito talentoso.

Contamos a História da sucuri, do Homem que perdeu o nariz, do Viajante. E ele,


fazendo a leitura labial, fez o desenho dessas histórias. Essa última, eles fizeram uma
peça muito interessante, que também envolve todas as idades. A história contada
desenvolve um leque de atividades e levamos tudo para a sala de aula: cordel,
pintura, recontos orais e escritos, peças teatrais, desenhos, xilogravuras, literatura de
cordel e músicas. Daí nascem muitas percepções, aprendizagens e linguagens.

A História do nego velho, por exemplo, de Seu Zezinho, foi uma verdade que gerou
muitas criações. Na verdade, a roda de contação de histórias foi além dos griôs e
mestres e se tornou um ritual com toda a comunidade. Temos mais de 180 histórias
gravadas. Fizemos então uma parceria com estudantes de letras da universidade,
que têm o desafio de digitalizar essas histórias. Em função de todos esses trabalhos,
recebemos também um certificado e qualificação no prêmio Itaú Unicef regional e
nacional.

Há uma preocupação constante por parte do griô, no que diz respeito à Ação. Ele
utiliza todos os espaços para divulgar e apresentar algumas atividades. Por exemplo,
se tem uma reunião na associação, aproveita para fazer uma leitura de um cordel.
Durante as festividades da igreja, estamos lá. Inclusive no novenário de Senhora
Santana, foi reservado um dia da celebração para os griôs e a escola. Na
oportunidade, sentamos e preparamos o evento.

O interessante é que, após a leitura da programação, decidimos fazer


uma música para o novenário. Então escolhemos o nome da musica e
começamos a escrevê-la, trazendo a história da comunidade para a letra
da música, buscando incorporar as questões e símbolos religiosos. A
cada estrofe produzida, havia uma preocupação constante de um dos
griôs com a rima. Depois cantamos e foi uma sensação muito boa.
Ficamos rindo.

Na igreja, convidamos as pessoas a nos ajudar a cantar e, em poucos


momentos, todos estavam envolvidos. A música ficou linda com os
instrumentos utilizados pelos griôs. Então as meninas do coral adotaram
a música como hino do novenário, o que nos deixou muito felizes.

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Se tem o aniversário de alguém, fazemos uma surpresa com o grupo de samba.
Sempre que recebemos visita na comunidade, articulamos o grupo e nos
apresentamos. Em fevereiro, nós recebemos um grupo de estudantes da Universidade
Federal do Recôncavo Bahiano, que estavam realizando um estágio de vivência
nas áreas de assentamento de reforma agrária. Então eu, Roquinho, e outros
griôs decidimos convidar os estudantes para fazer o fechamento do estágio lá na
comunidade Rose.

Fizemos um jantar com alimentos típicos da nossa região e, depois, aconteceu uma
roda de contação de histórias. Os estudantes também participaram contando suas
histórias. Depois fizemos o samba de roda e fechamos com a moda de viola. Uma
coisa interessante nisso foi que o grupo todo participou, ficando assim todos muito
encantados.

Cada griô começou a fazer oficina de algum saber: aula de


pandeiro, cavaquinho, e tudo mais. Foi assim que veio
Maria Baia que cuidava da merenda.

A família dela era de sambador e ela era


rezadeira, erveira e parteira. A primeira
criança que nasceu no assentamento
foi ela quem pegou e eu estava lá
ajudando ela. Ela tem uma história de
vida muito importante.

A oficina dela é no domingo em sua


casa e quinzenalmente na escola.
Ela tem um caderno com mais de 80
receitas anotadas. Cada um assume
uma parte do trabalho da receita:
colher, cortar, mexer, amassar, registrar
a receita, criar música para, juntos,
cantar e comer.

As oficinas de culinária na casa de Maria


Baia acontecem com senhoras, jovens
e crianças da comunidade. Sendo
assim, o conhecimento é transmitido
oralmente e vivenciado entre todos os
participantes.

São saberes que passam a fazer parte


do cotidiano das pessoas.

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A cada dia, os espaços vão sendo
construídos e geram reflexão na
comunidade. Durante as oficinas
de culinária realizadas na escola,
Maria Baia fala da importância dos
alimentos, do aproveitamento das
cascas e sementes, da utilização da
palma, do mandacaru, da babosa
e da cabeça de frade, entre outros
que podem ser adicionados na
alimentação.

É um momento de integração, no
qual, algumas crianças, junto com
Maria, preparam os alimentos. Outras
copiam os ingredientes e a receita,
acompanham o processo de preparação e
cozimento.

No final, a comida é servida por todos para todos.

É um momento de confraternização. Ao retornarmos para a sala de aula, trabalhamos


a estrutura do texto, ortografia, e os demais assuntos que dão para trabalhar em
outros conhecimentos. Por exemplo: a classificação dos alimentos, o valor nutricional,
situações problema envolvendo as quantidades e preços dos alimentos na feira, a feira
como lugar cultural de encontro. As aulas se tornam mais interessantes, pois estamos
vivenciando os saberes e aproveitando o que temos na comunidade.

Dona Valdete decidiu fazer oficinas com as bolsas de sisal que ela já fazia.
Ela tem um público de senhoras e mocinhas até de 8 e 9 anos de idade.
São idades variadas. Ela já está produzindo para vender. Esse foi um
resultado positivo, porque antes ela fazia para ela, mas não vendia e
não tinha uma oficina. Agora elas já montam a barraquinha de forma
cooperativa para vender.

No começo, a escola não via o que a gente fazia como


pedagógico. É como se cultura fosse outra coisa. No
começo, também vinham para as rodas só famílias
que tinham um passado relacionado aos grupos
culturais. Mas agora todo mundo canta e dança.
Todo mundo se identifica.

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Eu mesma caio na roda com os pequenos. Tem uns pequenos que já dão um baile nos
mais velhos. Eu não sambo, só sapateio, mas isso não me impede de cair na roda com
eles. Eu tenho a consciência de que foi a Ação Griô e essa minha participação nela que
mudou a consciência dos meninos em relação à cultura e despertou em mim o gosto
pelo que meus pais e avós praticavam e que aos poucos foi se perdendo.

A partir da Ação griô começou a chegar em mim de forma mais forte e marcante a
minha história. Com certeza já estava em meu corpo. É como se estivesse adormecida
toda a minha ancestralidade. Hoje tem mãe e pai que se surpreende ao ver seus filhos
sambando e contando as histórias e causos que eles aprendem com os mestres de
tradição oral de lá da comunidade Rose.

Eu já gostava de contar histórias e na escola eu gosto de ler história para meus alunos
para que eles tenham curiosidade de ler. Mas, depois da Ação Griô, eu penso que
os mais velhos podem não estar mais com a gente, que vão morrer e levarão essas
histórias, e tudo pode se perder. Então eu estou sempre buscando aprender. Para
mim, como professora, tem muito significado. Eu fiquei emocionada na nossa roda
quando duas meninas da terceira série me pediram para que elas pudessem contar
histórias.

Três dias depois elas disseram que inventaram duas histórias. Elas foram em minha
casa e eu estava cozinhando. Parei e fiquei igual a elas olhando os griôs. Quando a
primeira contou, eu percebi que ela estava contando uma história e relacionando
com a sua própria história de vida. Ela não levou as dificuldades da vida como fatos
negativos. Foi o contrário. Para mim, como educadora, isso foi marcante. Foi a partir
da contação de histórias que despertou nessas crianças a criatividade e o interesse
para criar suas próprias histórias. Foi muito emocionante vivenciar isso. A gente acaba
construindo e mudando nossa postura e conceitos de educação.

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Conversas com o griô aprendiz Roquinho

Desenvolvo atividades educacionais, pesquisas, planejamentos dos trabalhos,


atividades desportivas com crianças e adolescentes, coordeno reuniões e integro meu
trabalho em todas as ações do Ponto desde meados de 2005.

Na Ação Griô, facilito as oficinas de contação de causos (Projeto Recriando e Criando


Lendas e Mitos, que acontece em parceria com a escola da comunidade Rose,
desenvolvido pelos griôs e mestres), todas as segundas-feiras, das 19h às 22h.

O forte dessa oficina promovida pelos griôs e mestres é que nós não estamos
competindo com as “novelas” da televisão, mas despertando nas famílias, crianças,
adolescentes, adultos e idosos que nossa cultura, ou seja, nossos valores culturais
têm muito valor educacional, moral, lazer e bem-estar social, que contribuem
para a revitalização das nossas raízes culturais e podem gerar trabalho e renda
através daquilo que faz sentido para nós.

O resultado das oficinas promovidas pelo Recriando e Criando Lendas e Mitos


é a catalogação e reinterpretação dos diversos saberes da cultura oralizada da
zona rural na região do sisal.

Este projeto tem um papel super interessante e vital dentro do nosso Ponto de
Cultura e principalmente para a Ação Griô nas comunidades onde o Ponto de
Cultura Expressões Sertanejas atua, pois há todo um processo de releitura
dos conteúdos inventariados que está culminando na editoração de
diversos materiais pedagógicos, que aos poucos estão sendo utilizados nas
salas de aulas em programa de alfabetização de jovens e adultos.

Dessas oficinas, já contamos com dezenas de produções artísticas feitas pelas


crianças, adolescentes, adultos, professores e griôs, que
são transformados em livros, peças de teatro, letras de
música, livros em cordel, artes plásticas e xilogravura.

Estes causos a seguir estão sendo transformados


em artes plásticas, xilogravura, literatura
de cordel, teatro e letras de samba
de roda, dentre outras produções
feitas por crianças, adolescentes,
adultos e pessoas da melhor idade.

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Títulos
- João calai
- Música do fome zero
- O Homem que matou o cavalo
- A Vaca de Juvenal Pinheiro e o de Alvino
- A Cachaça na melancia de Alvino que Dedezinho tomou
- Os Passarinhos que comeu seis sacos de milho de bodão
- Bodão e a cerveja de Antônio Mota
- O Peba que toma pinga na roça de Zé de Souza
- O Pau que cai e levanta na baixa do gambá
- A Casa mal assombrada
- O Vaqueiro que perdeu o dente
- A Festa no céu
- O Comedor de frutas
- João e Mane
- Bondade e ruindade
- O Homem da rede
- A Estória do pum
- Compadre pobre e compadre rico
- Menino e menina
- Boi alazão
- O Pelegrino
- A Barata
- O Carro encantado
- A Pedra que vira uma jibóia de ouro
- Antônio beiju, o homem que arrancou uma panela de ouro
- O Sanfoneiro de Aquino
- O Sapo que adivinhava chuva
- O Copo de ouro e o padre
- O Sapo e a raposa
- O Passarinho viúvo
- O Fazendeiro que comprou dez novilhas
- A Vaca que comia peixes
- O Vaqueiro que perdeu o nariz

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- Pedro e Paulo
- O Sumiço da jóia
- Estória sexta, sábado e domingo.
- Cacetim fora do saco
- O Nêgo véio
- Pobreza
- A Seca de trinta e dois
- Zé da vaca braba
- O Boi que matava onça
- O Poço grande, a sucuri e o boi
- Estória do pelego da onça
- As Éguas que seu Pedro espantou
- Quando tu queres tua felicidade?
- As Malandragens de Pedro Ivo assustando o amigo que trabalhava
- Pedro Ivo e o olho do jegue
- O Jegue que comia raspa de mandioca
- A Curiosidade maldosa faz mal
- Por que Lexeu foi embora do Rose?
- O Homem que pega lobisomem
- A Casada com lobisomem
- O Homem que comia borrego
- Madrugada em busca de água no Rose
- Por que os beijus sumiram?
- O Lobisomem que tomava facão
- A Ciência dos cavalos rinchando
- A Estória de futurelo
- O Padre
- A Abóbora de Miguel
- O Rei que gostava de peixe
- O Homem pobre e o bicho
- O Pai que matava os filhos
- O Homem que furou os próprios olhos
Esses são os títulos de algumas delas, dentre as mais de cem que estão gravadas.

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Estudei na escola dez de julho, durante cinco anos do ensino fundamental e também
estagiei um ano na mesma escola. O Ponto de Cultura também tem um enorme
respeito pela pedagogia da escola.

Desde 1999 realizamos atividades na escola e em parceria com a mesma nas áreas
de teatro, músicas, preservação e reparação de danos ambientais, produção orgânica,
bancos de sementes naturais, produção de textos, desenhos. Trabalhei também um
ano no prédio da escola como professor de jovens e adultos.

Todas as ações realizadas no Ponto de Cultura são pensadas, elaboradas e realizadas


em comunhão com os educadores envolvidos na Ação Griô do Ponto de Cultura
Expressões Sertanejas. Temos também uma boa relação com a coordenação
pedagógica, com a Secretaria Municipal, inclusive os membros da secretaria
participam de algumas atividades que são desenvolvidas pelo Ponto de Cultura, assim
como nós também participamos de algumas ações desenvolvidas pela secretaria; e
estamos fechando parcerias com outras escolas para apresentarmos a pedagogia griô.

Moro na comunidade desde os onze anos de idade, conjuntamente com os griôs e


mestres. Esse envolvimento foi e é constante. A história que conhecia e conheço é
que o Sr. Mané Canuto, Pedro Ivo, Zé de Souza, Anastácio Rufino, Dona Maria Baia,
dentre outros, faziam samba de roda em toda região, que contavam estórias, que
Dona Maria Baia foi parteira e que ensinava fazer remédios naturais entre outras
riquezas culturais e culinárias. Ah! e que os pais e avos desses mestres eram “finos”
sambadores, contadores de causos, rezadores, benzedores, dentre outras riquezas do
sertão.

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Comecei a gostar mais e a valorizar as tradições culturais, melhor dizendo, desenvolvi
minha identidade sertaneja a partir dos ensinamentos desses mestres. Hoje sou um
verdadeiro apaixonado pela cultura nordestina e brasileira, mas a nordestina tem um
sabor especial! Somos um povo sofrido, mas um povo que não perde em alegria, bom
humor e coragem pra ninguém no mundo. Sei que é muita coragem dizer isso, mas é
com muito respeito a todos. Amo todas as manifestações culturais de nossa região,
assim como aprendi a respeitar e a lidar com outras manifestações diferentes da
nossa.

Mesmo antes da Ação Griô na escola, eu já realizava conjuntamente com o grupo de


jovens, as pessoas da melhor idade, griôs e outros contadores de causos diversas
atividades culturais. Por exemplo: samba de roda, contação de causo, reisados,
batuques, bata de feijão, boi roubado, mutirão, bumba meu boi, casamento caipira,
quadrilha junina, pau de sebo, danças regionais, dentre outras manifestações.

E vejo a importânicia dessas manifestações para a identidade de pessoas, inclusive as


que desistiram da escola, como Silvia (ou Silvinha), adolescente que desistiu da escola
na 6ª série, por motivo de descriminação racial. E Gilda, que também desistiu pelo
mesmo motivo da escola na sede do município.

Ambas passaram a participar da Ação Griô com acompanhamento da griô de tradição


oral Maria Baia nas oficinas de comidas alternativas.

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Durante todo ano de dois mil e sete realizamos diversas atividades:
- 6 reuniões de planejamento com todos os griôs em Santa Luz e Conceição do Coité
- 8 apresentaçoes culturais realizadas em Nova Palmares em Conceição do Coité
para mais de quatro mil pessoas; Assentamento Nova Vida em Cansanção - mil e
quinhentas pessoas; Câmara de vereadores em Santa Luz - 120 pessoas; Escola
Estadual José Leitão em Santa Luz - 115 pessoas; Assentamento Antônio Conselheiro
em Santa Luz - 83 pessoas; dentre outras tantas no Assentamento Rose em Santa
Luz, com a participação de quase toda comunidade.

- 22 rodas de conversas - a grande maioria aconteceu no ateliê e Escola Arte Sertão


na comunidade Rose, no Assentamento Antônio Conselheiro, no Assentamento Nova
Palmares em Conceição do Coité, no Hotel Santa Luzia em Santa Luz, na Escola Dez
de Julho no Rose, na Escola Antônio Conselheiro em Mucambinho e na Escola Ducelita
Bahia, na sede do município de Santa Luz.

- 60 rodas de vivências em todos os assentamentos, escolas, sede do município, ateliê


Escola Arte Sertão, praças públicas, dentre outros setores - 3 cortejos durante o ano.
- 1 festival.

- rodas de contação de histórias e mitos - todas as segundas-feiras das 19h às


22h30min são realizadas as oficinas do Projeto Recriando e Criando Lendas e Mitos
em que mais de 40 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos, professores, griôs,
mestres e a terceira idade, se juntam na Escola Dez de Julho no Rose para contar
causos, mitos e lendas.
- 2 aulas espetáculo - na Escola de Rose e em Antônio Conselheiro.

- espaço de criação coletiva - acontece toda semana no Ateliê Escola Arte


Sertão, em que os alunos envolvidos nos projetos do Ponto de Cultura
Expressões Sertanejas, alunos que estão cursando faculdade de letras,
pedagogia, técnica agropecuária e magistério estão responsaveis por
essas atividades em comunhão com os griôs.
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Nosso público vai desde a criança de três anos até 90 anos. Participam
homens, mulheres, independente da posição social. Contamos com
atividades todos os dias da semana de teatro, xilogravura, roda de
conversa, artes plásticas, artesanato e produção literária.

Nossa aproximação com a escola depois da Ação Griô melhorou muito, pois vemos a
integração da escola com a comunidade e vice-versa.

Em relação à pedagogia griô, estamos fazendo de acordo a nossa realidade, pois


acreditamos que cada região tem suas especificidades e como a cultura brasileira
é bastante diversificada estamos contribuindo com a melhoria de vida de muitos
mestres de tradição oral que antes da Ação Griô estava quase que esquecidos da
nossa valiosa roda da vida.

Estou sendo um eterno aprendiz, que durante 2007 não parou de realizar as
atividades. Pelo contrário, ganhamos forças e determinação, e fomos longe com
nossos projetos sociais na região do sisal.

Um forte abraço
Que Deus proteja a todos.
Griô aprendiz Roquinho Lima.

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Ponto de Cultura Expressões Sertanejas
Proponente
Instituto Maria Quitéria – IMAQ

Griô aprendiz
José Roque Sarturnino de Lima

Educadores
Solange Oliveira Pamponet da Silva, Adelaide Carneiro de Oliveira, Maria das Graças
Bahia da Silva, Maria Fulgência Ribeiro, Josivaldo Pires, Maria Amélia Silva Nascimento,
Maria Helena Teixeira da Silva e Patrícia Santiago dos Pereira.

Escola
Escola Municipal Dez de Julho

Mestres
Pedro Ivo Cerqueira e Martiniano Soares dos Santos

Griôs de Tradição Oral


Maria José Dantas das Mercês, Valdete Martins dos Santos, Manoel Canuto Santiago

Griôs não bolsistas


José Dantas de Ataides, Emidio Santiago dos Santos, Miguel Rodrigues da Silva,
Anastácio Rufino dos Santos, Brasilino Ângelo Santiago, Anelita Santiago dos Santos,
Ana Augusta de Lima, Floriano Cerqueira, Joanita Dantas das Mercês, Joana Maria
Santiago dos Santos, Bispo Ângelo Santiago de Jesus e Lozinho Faustino Santiago.

Parcerias e Agradecimentos
O IMAQ (Instituto Maria Quiteria), Líder (Liga Desportiva e Cultural dos Assentamentos
da Região do Sisal), A Rádio Comunitaria Santa Luz FM, O Ceaic (Centro de Apoio
aos Interesses Comunitários), Codes Sisal (Conselho de Desenvolvimento Rural
Sustentável-Território da Cidadania), Fatres (Fundação de Apoio aos Trabalhadores
Rurais e Agricultores Familiares do Semi-Árido da Bahia), o Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Santa Luz, a Escola Dez de Julho da Comunidade Rose, a
Escola do Assentamento Antônio Conselheiro, a Escola do Assentamento Mucambinho,
a Escola do Assentamento de Nova Palmares, O Banco do Nordeste do Brasil, Prêmio
Itaú Unicef, Ministério da Cultura, Programa Cultura Viva, Ação Griô Nacional, Pontos
de Cultura, Ministério do Esporte, Incra, Associações dos Assentamentos da Região
do Sisal, educadores, alunos, Pontão de Cultura Grão de Luz e Griô, amigos e amigas
que, direta e indiretamente, têm contribuído com as ações dos nossos projetos na
região do sisal.

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