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MANUAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL

UMA ANÁLISE SOBRE A LEGISLAÇÃO DO município de


mombaça/CE

1ª EDIÇÃO
2020

ISBN: 9798664685886
ROCHA. Brian O’Neal; PINTO, Anne Karoline Nobre. Manual
do Servidor Público Municipal - Uma Análise sobre a Legislação
do Município de Mombaça/CE / Brian O’Neal Rocha e Anne
Karoline Nobre Pinto. 1. Ed. Independently Published, 2020. 66
p.

Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada


indevidamente sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/ 98. Por
ventura, se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva
responsabilidade dos editores.

Copyright © 2020 Brian O’Neal Rocha / Anne Karoline Nobre Pinto

Todos os Direitos Reservados.


AGRADECIMENTOS
Aos nossos familiares que nos deram a base para sempre
continuar lutando pelo nosso futuro, que nos ajudam a continuar
alcançando os objetivos traçados.
Aos amigos da Procuradoria Geral do Município de
Mombaça/CE, em especial, a Dra. Sara Evangelista Pinheiro, pelo
trabalho diário frente as demandas municipais.
Aos amigos da Procuradoria Geral do Município de Iguatu/CE,
onde tivemos uma solidificação na nossa atuação profissional, foram
várias fases ultrapassadas, diversos problemas solucionados,
visando sempre a boa organização do serviço público municipal.
Ao Centro Universitário Vale do Salgado.
Aos nossos alunos e alunas espalhados por todo o Brasil,
obrigado por todo o incentivo.
SOBRE OS AUTORES
BRIAN O’NEAL ROCHA. Professor da disciplina Direito e Inovações Tecnológicas
e Licitações e Contratos no Curso de Direito do Centro Universitário Vale do Salgado
(UniVS). Possui graduação em Direito pela Universidade Regional do Cariri (2012),
Licenciatura em Informática (Formação pedagógica) em andamento. Pós Graduado em
Direito do Trabalho e Previdenciário, Pós Graduado no MBA em Gestão Pública, Pós
Graduado em Direito Digital e Gestão da Inovação. Procurador Efetivo do Município de
Mombaça/CE e Advogado. E-mail: brianrocha@univs.edu.br
ANNE KAROLINE NOBRE PINTO. Possui graduação em Direito pela
Universidade Regional do Cariri (URCA), Pós Graduada no MBA em Gestão Pública pela
Universidade Pitágoras, Pós Graduanda em Direito Administrativo, Advogada, Professora e
Agente Administrativa da Procuradoria do Município de Iguatu/CE. É Vice Presidente na
Comissão da Mulher Advogada, Secretária na Comissão da Diversidade Sexual e de
Gênero, ambas da subseção de Iguatu/CE, e Membro do Conselho Municipal dos Direitos
da Mulher de Iguatu/CE. Professora de pós graduação em Gestão Pública nos módulos de
Ética na Gestão Pública e Ética e Comportamento Organizacional, ambos na Faculdade do
Sertão Central. E-mail: karolinenobrep@gmail.com
APRESENTAÇÃO
Após vários anos de Advocacia cumulados com larga
atividade docente e em Procuradorias Municipais, chegou o
momento de consolidar, em um único texto, o MANUAL DO
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.
Esta é a primeira edição do Manual do Servidor Público
Municipal, que busca, como objetivo principal, apresentar a
legislação de forma clara, aprimorando e buscando rotinas
consideradas importantes para atendimento do corpo legal
atualmente aplicado ao serviço público.
Desejamos oferecer, aos servidores e/ou estudiosos, uma
ferramenta atualizada para o melhor desenvolvimento das ações que
fazem parte da rotina de trabalho na administração pública.
Apresentamos novas referências e materiais para ampla consulta
que, certamente, irão ajudá-lo nas questões relacionadas à vida
funcional e suas respectivas legislações.
Aos servidores, através do exercício de sua função, você está
participando direta ou indiretamente do desenvolvimento do nosso
Município.
Bons estudos!
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08
2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA MUNICIPAL 10
3 DO ESTÁGIO PROBATÓRIO 12
4 DA ACUMULAÇÃO DOS CARGOS 14
PENALIDADES E PROCEDIMENTO
5 15
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)
6 PRINCIPAIS AFASTAMENTOS E LICENÇAS 19
7 DIREITO E GARANTIAS DOS SERVIDORES 21
8 PREVIDÊNCIA SOCIAL 32
9 LICITAÇÕES PÚBLICAS 33
10 GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS 41
11 IMPOSTOS MUNICIPAIS 43
VEDAÇÕES ELEITORAIS AOS AGENTES
12 47
PÚBLICOS
PRINCIPAIS DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA
13 49
NO CENÁRIO ATUAL
14 DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS PÚBLICOS 57
15 FERIADOS E PONTOS FACULTATIVOS 60
16 REFERÊNCIAS 63
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA
Estrutura Administrativa. Fonte: Própria 08
1-
FIGURA
Requerimentos Administrativos. Fonte: Própria 22
2-
FIGURA
Resumo de Licitações Públicas. Fonte: Própria 34
3-
FIGURA
Resumo das Modalidades Licitatórias. Fonte: Própria 35
4-
FIGURA Resumo esquematizado da Modalidade Concorrência. Fonte:
35
5- Própria
FIGURA
Resumo esquematizado da Modalidade Pregão. Fonte: Própria 40
6-
FIGURA Quadro comparativo dos valores das modalidades de licitação.
39
7- Fonte: Própria
Quadro comparativo entre dispensa e inexigibilidade da
FIGURA Licitação. Fonte: Própria
40
8-

LISTA DE TABELAS
TABELA Resumo de Feriados e datas comemorativas do Município. Fonte:
60
1- Anexo único do Decreto 222/2019
1 – INTRODUÇÃO
Esta é a primeira edição do Manual do Servidor Público
Municipal que tem por principal objetivo o aprimoramento e a
normatização de algumas das rotinas consideradas importantes para
o atendimento das legislações vigentes aplicadas ao serviço público.
Com foco na legislação do município de Mombaça/CE, o
manual busca auxiliar nas dúvidas frequentes sobre os
procedimentos a serem adotados pelos servidores municipais em
diversas situações de trabalho ou quando, estes, buscarem
esclarecimentos quanto ao exercício de seu cargo ou função e a
respectiva formação de carreira junto ao quadro de servidores
públicos municipais.
No sentido de integrá-lo e contribuir para o sucesso no
desempenho profissional, houve uma seleção de informações gerais
sobre a estrutura organizacional da Prefeitura de Mombaça: os
deveres, as responsabilidades, os direitos e os principais serviços
disponíveis a todos os servidores públicos.
Que este registro possa servir de base para estudos futuros e
como comparativo para evolução da Legislação Municipal, visto que,
em 2 (duas) décadas de Estatuto vigente, não há conhecimento de
nenhuma outra obra que trate do assunto ora abordado.
Esta é a primeira obra completamente dedicada à legislação
do Município de Mombaça/CE. Antes disso, graças aos registros e
dedicação de Fernando Antônio Lima, em seu trabalho monográfico
e na edição do website “Maria Pereira Web”, houve pelo menos dois
registros importantes: um relacionado à criação do Código de
Posturas Municipal e, o outro, a realização do primeiro Júri.
Segundo CRUZ (2010 apud SILVA, 2002), a realização do
primeiro Tribunal do Júri de Mombaça ocorreu no ano de 1854, à
época, ainda chamada de “Maria Pereira”, considerada antro de
crime e impunidade, ainda este ano, os vereadores trataram da
criação do Código de Posturas. Nos termos de BARROSO (1863), o
Código reunia um conjunto das normas municipais em todas as
áreas de atuação do poder público.
Buscou-se reunir dados/informações com o propósito de
nortear os servidores públicos municipais e/ou estudiosos sobre
Gestão Pública. Apresentamos novas referências e materiais para
ampla consulta, que, certamente, irão ajudá-lo nas questões
relacionadas à vida funcional e suas respectivas legislações. As
considerações a seguir expostas fazem parte de uma reflexão do
texto da lei, bem como da jurisprudência moderna.
2- ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
MUNICIPAL
Segue o desenho gráfico representativo da Estrutura
Administrativa básica atual do Município de Mombaça/CE, baseado
na legislação vigente:
Figura 1 – Estrutura Administrativa

Fonte: Própria.
Confira a composição dos Agentes Políticos Municipais que
atuam na Estrutura Administrativa Municipal no Ano de 2020:

Prefeito, Ecildo Evangelista Filho;


Vice Prefeita, Claudênia do Nascimento Sousa
Cavalcante;
Tesoureira, Silvania Maria da Silva Sousa Teixeira;
Chefe de Gabinete, Darcy Jota Pinheiro.

Nas Secretarias:

Administração, Maria Aurinete de Almeida;


Agricultura e Desenvolvimento Rural, Francisco
Danúbio de Alencar;
Assistência Social, Izaura Gomes do Nascimento;
Educação, Helena de Oliveira Silva;
Finanças, Fernando Antônio Lima Cruz;
Infraestrutura, Gerson Cavalcante Vieira Neto;
Juventude, Esporte e Cultura, Ney Werbson Moreira
Alves;
Meio Ambiente, Natanael de Oliveira Marques;
Obras, Luís Humberto Teixeira Vieira Neto;
Saúde, Antônia Norma Teclane Marques Lima;
Chefe do Recursos Humanos, Wagner Cavalcante dos
Santos.

Por fim, vale ressaltar, a composição da Procuradoria Geral do


Município de Mombaça/CE, composta por:

Procurador Geral, Narciso Lopes da Costa Filho;


Procuradora Geral Adjunta, Sara Evangelista Pinheiro;
Assessora Técnica, Ingrid Mesquita Vital;
Procuradores de Carreira, Brian O’Neal Rocha e
Alexsandro Pessoa Azevedo.
3 - DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
O estágio probatório é o período compreendido entre a
nomeação e a aquisição da estabilidade. Após a Emenda
Constitucional n. 19/1998, seu prazo passou a ser de 3 (três) anos,
acompanhando a alteração para aquisição da estabilidade, não
obstante tratar-se de institutos distintos.
Durante esse período, são apurados, anualmente, os
requisitos necessários à verificação do servidor público no cargo de
provimento efetivo, tais como: idoneidade moral, assiduidade,
disciplina e eficiência. Contudo, a omissão desta pelo poder público,
não poderá gerar prejuízo ao servidor. Decorrido o prazo, tornar-se-á
estável.
Apesar da previsão divergente que cita o período de 2 (dois)
anos de exercício funcional para atingir a estabilidade, contida no
Estatuto do Servidor Público Municipal de Mombaça, deve ser
considerada o prazo de 3 (três) anos, pois, esta lei, não atualizou
nesse tocante, devendo prevalecer a previsão da Constituição
Federal e da Lei Orgânica Municipal.
Nessa esteira, as decisões das mais diversas Cortes
Jurisdicionais do nosso país pacificaram o entendimento de que a
duração do prazo do estágio probatório é de 3 (três) anos. Como
exemplo de tais decisões, podemos citar:
STF: […] a EC n. 19/1998, que alterou o art. 41 da CF, elevou para três anos o
prazo para a aquisição da estabilidade no serviço público e, por interpretação lógica, o
prazo do estágio probatório.” (STA 263-AgR, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes,
julgamento em 04.02.2010, Plenário, DJE de 26.02.2010.) (BRASIL, 2010)
STJ: Agravo regimental em mandado de segurança. Indeferimento do pedido de
medida liminar. Procurador da fazenda nacional. Concurso de promoção. Requisito.
Conclusão do estágio probatório. Prazo. Três anos. Fumus boni juris não configurado.
(BRASIL, 2009)
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou
assessoramento no órgão ou entidade de lotação. No entanto, é
necessário que haja correlação entre as funções exercidas entre
o cargo efetivo e o provimento em comissão para que possa ser
contabilizado o prazo do estágio probatório, sob a penalidade de ter
sua contagem interrompida.
A avaliação de correlação, no caso concreto, deverá ser feito
pelo Secretário da Pasta ou Prefeito Municipal ou, ainda, se houver
delegação, pelo Setor de Recursos Humanos.
4 - DA ACUMULAÇÃO DOS CARGOS
Ao servidor (a) é permitida a acumulação de: Dois cargos de
professor; Um cargo de professor com outro técnico ou
científico; Dois cargos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas. (art. 37, XVI, “c”, CF)
Em qualquer dos casos, a acumulação somente será
permitida quando houver compatibilidades de horários. Também,
é dever do servidor, no período em que assumir cargo público,
declarar qualquer outro vínculo remunerado.
O Tribunal de Contas do Estado do Ceará vem fiscalizando
ativamente a atividade pública, em especial, cruzando dados de
Cadastros de Pessoas Físicas (CPF’s), entre os Municípios e Estado,
com a finalidade de buscar coibir eventuais acumulações irregulares.
Não há posicionamento nacional predominante sobre a
quantidade de horas semanais a serem acumuladas. Porém, a
maioria dos Tribunais de Contas posiciona-se para um limite de 60
(sessenta) horas semanais. Comprovada a boa-fé, o servidor optará
por um dos cargos.
5 - PENALIDADES E PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Se, em qualquer momento da vida funcional, o servidor
praticar ou cometer irregularidades no exercício de suas atribuições
ou na função que desempenha, este, estará sujeito à apuração dos
fatos mediante Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
As irregularidades e faltas funcionais serão apuradas em
processo regular com direito a plena defesa, por meio de PAD,
quando a gravidade da ação ou omissão torne o servidor passível de
demissão, cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço
público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante
sindicância ou processo administrativo disciplinar sob pena de
coautoria, assegurado ao acusado ampla defesa. A sindicância é o
procedimento preparatório ao processo administrativo disciplinar.
Vale ressaltar que, esta, não constitui pré-requisito para instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. A instauração do PAD dar-se-
á por Portaria da Secretária que se encontra vinculado o servidor ou
através da Controladoria Geral do Município e/ou Procuradoria Geral
do Município, nomeando a Comissão responsável a ser composta
por dois servidores, além de indicar a autoria e a materialidade da
transgressão objeto da apuração.
No que toca à sindicância, firmou-se nesta Corte Superior entendimento no
sentido de que, diante de seu caráter meramente investigatório (inquisitorial) ou
preparatório de um processo administrativo disciplinar (PAD), é dizer, aquela que visa
a apurar a ocorrência de infrações administrativas sem estar dirigida, desde logo, à
aplicação de sanção ao servidor público, é dispensável a observância das garantias
do contraditório e da ampla defesa, sendo prescindível a presença obrigatória do
investigado (MS 20.647/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe
19/12/2016). (BRASIL, 2016)
Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a
imposição de penalidade de suspensão, de demissão, de cassação,
de aposentadoria, de disponibilidade ou destituição de cargo em
comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
No Procedimento Administrativo Disciplinar, na portaria de
instauração do PAD não é necessário que seja feita uma exposição
detalhada dos fatos que serão apurados.
Apesar da aparente omissão na lei, se encontra pacificado na
jurisprudência que a citada Comissão deve ser composta por 3 (três)
servidores estáveis designados pela autoridade competente. Um dos
integrantes será nomeado como presidente da comissão, além de
ocupar cargo efetivo, este, deverá ser em nível superior ou nivelado
ao cargo do servidor investigado para, assim, não haver nenhum
motivo de nulidade processual.
De acordo com a Lei Complementar Nº 766 de 03 de Maio de
2018 (PROCEDIMENTOS INTERNOS DE AVERIGUAÇÃO E
APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES) será aplicada a
penalidade de Advertência ao servidor, nos termos do artigo 21, por
escrito, com publicação desse ato em Boletim Interno, caso exista,
em caso de inobservância de dever funcional previsto no artigo 22.
Vejamos as hipóteses:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente sem prévia autorização do Chefe
imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento
ou objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução serviços, bem como recusar-se a testemunhar em procedimento
administrativo;
V - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às autoridades públicas ou
aos atos do Poder Público, mediante manifestação escrita ou oral;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição fora dos casos previstos em Lei, o
desempenho de encargos que sejam da sua competência ou de seu subordinado;
VII - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação á associação
profissional ou sindical, ou partido político;
VIII - manter, sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou parente até
segundo grau civil; (MOMBAÇA, 2018)
A penalidade de Suspensão consiste no afastamento do
apenado do exercício de suas funções com a consequente perda
remuneratória proporcional aos dias suspensos e, estes, não serão
computados como de efetivo exercício. Será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com advertência. Nos incisos I ao IV,
do artigo 22, poderá ser afastado pelo período de 30 (trinta) dias e,
nos casos dos incisos VI ao VIII, por 45 (quarenta e cinco) dias.
Em análise à tabela do artigo 24 da supracitada lei, o servidor
poderá ser suspenso de forma preliminar por 90 (noventa) dias nos
casos do artigo 19 e 26. Ou seja, a suspensão ocorrerá, também, em
caso de violação das demais proibições que não ensejem demissão,
previstas no artigo 19, e de forma preliminar nos casos de demissão,
não podendo exceder 90 (noventa) dias. Vejamos o teor do artigo 19:
Art. 19. Ao servidor público é proibido, dentre outras:
I - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
II - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
III - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
IV - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em
razão de suas atribuições;
V - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
VI - praticar usura sob qualquer de suas formas;
VII - proceder de forma desidiosa;
VIII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou
atividades particulares;
IX - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;
X - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
cargo ou função e com o horário de trabalho;
XI - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
XII – Afastar-se do serviço público por período superior ao permitido;
(MOMBAÇA, 2018)
Conforme mencionado, a penalidade de Demissão pode ser
vista no artigo 26 da Lei complementar 766/2018. Vejamos:
I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; (MOMBAÇA,
2018)
As sanções civis, penais e administrativas poderão ser
aplicadas tanto de forma cumulada quanto podem ser independentes
entre si. Ou seja, o servidor pode ser indiciado criminalmente pelo
Ministério Público, mas absolvido na esfera administrativa, assim
como o inverso, também, é valido, qual seja, o servidor ser absolvido
criminalmente e ser penalizado administrativamente.
6 - PRINCIPAIS AFASTAMENTOS E
LICENÇAS
Nos termos do artigo 88 do Regime Jurídico Único dos
Servidores Municipais de Mombaça (RJU), Lei Nº 378 de 06 de Maio
de 1998, poderá o servidor se afastar por motivo de:

Casamento, até 08 (oito) dias, com remuneração;


Luto, até 05 (cinco) dias, com remuneração;
Estudante com horário especial para incentivo a sua
formação, nos limites da lei;
Missão ou Estudo fora do Município de Mombaça, com
remuneração;
Nascimento do Filho, 05 (cinco) dias corridos, com
remuneração;
Convocação para Serviço Militar, com remuneração;
Júri e outros serviços obrigatórios, com remuneração;
Afastamento Eleitoral, parte com remuneração e parte
sem, a depender da legislação eleitoral.

Nos artigo 55, Lei Nº 378 de 06 de Maio de 1998, o servidor


poderá observar diversas possibilidades de licença:

Licença para tratamento de saúde, com remuneração


até os 15 (quinze) primeiros dias, após esse período, será
direcionado ao Instituto Nacional de Seguridade Social -
INSS;
Licença Paternidade, com remuneração, 5 (cinco) dias;
Licença Maternidade, com remuneração;
Licença para desempenho de Mandato eletivo, com
remuneração e sem remuneração, abordaremos adiante no
capitulo Direitos e Garantias dos servidores;
Licença Prêmio, com remuneração, 3 (três) meses a
cada 5 (cinco) anos;
Licença para Interesse particular, sem remuneração até
04 (quatro) anos, consecutivos ou não.
7 - DIREITO E GARANTIAS DOS
SERVIDORES
Caso tenha chegado a este capítulo sem dar atenção devida
aos anteriores, recomendo que volte ao Capítulo 1 para leitura
minuciosa. É necessário que o servidor público conheça, antes de
tudo, a sua estrutura de trabalho e respectivas obrigações.
Feito essa ressalva, antes de expor os direitos e garantias dos
servidores públicos municipais, é necessário demonstrar como
fazer essa solicitação, garantindo, assim, o primeiro direito do
servidor público: o direito de petição.
A concessão de benefícios e vantagens ao servidor passa por
um processo de descentralização e automação. Alguns benefícios já
são concedidos, automaticamente, sem necessidade de
requerimento do servidor. Outros são concedidos pelo Órgão Setorial
de Recursos do Município após despacho do(a) Secretário(a) da
Pasta ou do Prefeito. Essa medida confere um atendimento mais ágil
e personalizado ao servidor.
Cabe, a este Órgão, estabelecer diretrizes nas questões
relacionadas ao planejamento, administração e desenvolvimento de
Recursos Humanos (RH), como, também, valorização do servidor,
análise e pagamento, além de apoiar na execução da Política de RH,
com foco na descentralização acompanhada, otimização dos
processos e racionalização de custos.
Os requerimentos que, por ventura, gerarem dúvidas na
aplicação da norma jurídica ou relacionada ao próprio direito do
servidor serão encaminhados à Procuradoria Geral do Município
para emissão de parecer jurídico, após conclusão, serão remetidos
ao setor de Recursos Humanos para encaminhamento ao Secretário
da Pasta ou Prefeito para despacho.
Figura 2 – Requerimentos administrativos
Fonte: Própria

O despacho realizado poderá resultar no deferimento ou


indeferimento, mediante as razões expostas nesse trâmite
processual interno. Dito isso, iremos expor os direitos e garantias dos
servidores públicos Municipais de Mombaça.
7.1 REVISÃO GERAL DA REMUNERAÇÃO
A revisão geral da remuneração dos servidores públicos se
trata de direito garantido, previsto em nossa Carta Magna, inclusive,
este ato revisional deve ser realizado de forma anualizada, ou seja,
de ano em ano. A aplicação de um reajuste sobre o valor da
remuneração, sempre na mesma data e sem distinção de índices,
fornece uma garantia ao servidor público de uma organização
salarial frente à crescente inflação que se assola em nosso país.
Visto que, o valor percebido tem caráter alimentício e está ligado
diretamente à subsistência do servidor público, esta quantia exerce a
função de satisfazer as necessidades daquele e contribuir, de certa
forma, para uma boa prestação do serviço público. (ROCHA, PINTO
& COSTA, 2020)
Sobre o tema, o artigo 107, da Lei Orgânica Municipal,
também, faz a mesma ressalva. Vejamos:
“A administração Pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes
do Município obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade e da eficiência e ao seguinte:
X - A revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção
de índices entre categorias, far-se-á sempre na mesma data;
É interessante lembrar que, recentemente, o Supremo
Tribunal Federal (STF) manifestou-se acerca do assunto por meio de
decisão na análise do Recurso Extraordinário (RE) 565089. Esta,
afirma que não gera obrigação de indenização por parte do Poder
Executivo ao não conceder revisões gerais anuais no vencimento de
servidores públicos.
“O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos
servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de
1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto,
se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a
revisão”. (STF, 2019)
É notória a grave omissão quando o projeto de lei não é
encaminhado ao representantes do Poder Legislativo municipal,
tendo em vista a previsão legal e constitucional da necessidade de
envio deste, ano a ano, tratando de revisão geral anual referente à
remuneração do serviço público municipal, no intuito de preservar o
poder aquisitivo dos servidores públicos que sofrem pela inflação e
aumento dos preços dos produtos e serviços essenciais à
subsistência do ser humano.
A revisão geral anual visa a recomposição inflacionária das
remunerações da totalidade dos servidores públicos (Níveis
Fundamental, Médio e Superior). Revisão Geral anual é
obrigatória, genérica, protegida pela Lei Orgânica Municipal e
Constituição Federal, uma vez que, o artigo 37, inciso X, assegura
em seu corpo legal que a revisão geral anual de vencimentos do
servidor público, conferindo-lhes, individual e coletivamente, um
direito fundamental, também, no artigo 5º, §1º e §2º, da Constituição
da República, de não terem seus vencimentos ou benefícios
diminuídos em decorrência da inflação.
Segundo ROCHA, PINTO & COSTA (2020), o Administrador
Público, quando concede reajustes remuneratórios a cargos
distintos, sem que haja critério legal algum, claramente, fere o
Princípio da Impessoalidade dentro do serviço público, quiçá, o
Princípio da Moralidade administrativa. A Constituição Federal do
ano de 1988 e a maioria das Leis Orgânicas rezam pela revisão geral
da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices
entre as categorias.
Nesse sentido, busca-se a resolução de um dos maiores
problemas enfrentados pelo servidor público municipal, ao mesmo
tempo em que blinda o gestor público de eventuais ações de
improbidade administrativa.
Por fim, cumpre observar que nenhum servidor público
municipal poderá receber a sua remuneração inferior ao salário
mínimo vigente. Recomenda-se, ainda, que seja proposta uma Lei
Geral de Organização dos Cargos ou Plano de Cargos e
Carreiras com a indicação salarial por faixas ou seguimentos
seguindo as boas práticas administrativas.
7.2 FÉRIAS ANUAIS
O Servidor faz jus a 30 (trinta) dias consecutivos de férias que
podem ser acumuladas até, no máximo, de 02 (dois) períodos em
caso de necessidade do serviço.
Para o gozo das férias é exigido transcorrer 12 meses de
exercício e será concedida por ato do Secretário a partir de
requerimento formalizado no setor de recursos humanos (como
explanado anteriormente) com antecedência de no mínimo 15
(quinze) dias. Em casos excepcionais, serão as férias concedidas em
dois períodos, não inferiores há 10 dias corridos.
A Lei Municipal reza que é vedada levar em conta qualquer
falta ao serviço. Contudo, entendemos, aqui, ser faltas injustificadas.
Ao gozar das férias o servidor perceberá a remuneração que lhe for
devida acrescida de 1/3 da sua Remuneração.
7.3 GRATIFICAÇÃO NATALINA (13º)
O Décimo Terceiro corresponde a 1/12 (um doze avos) da
remuneração por mês de exercício a que o servidor fará jus no mês
de Dezembro do corrente ano. Em outras palavras, o servidor recebe
o valor de uma remuneração a mais tendo como base o valor pago
em Dezembro daquele ano.
Atualmente, o Poder Executivo de Mombaça possui um
tratamento especial com servidor público, nos termo da Lei Municipal
Complementar 774/2019, pois garante a antecipação de metade da
gratificação natalina já sendo paga no mês do aniversário do servidor
e, o restante, pago em Dezembro.
Vale ressaltar que essa conduta é de enorme valor para o
desenvolvimento da região e não traz prejuízo algum ao servidor,
muito pelo contrário, pois injeta-se uma quantidade maior de
recursos na economia local por dois diferentes meses do ano. Além
de diminuir o impacto na folha de pagamento dos servidores no fim
do ano demostrando atenção às contas públicas.
7.4 GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
(HORA EXTRA)
A Hora Extra será calculada com acréscimo de 50%
(Cinquenta por cento) em relação a hora normal de trabalho,
incidindo sobre a remuneração do(a) servidor(a), somente sendo
paga para atender situações excepcionais e temporárias, não
ultrapassando o limite de 02 (duas) horas diárias.
7.5 DIÁRIAS
O Servidor que, a serviço, se afasta do Município em caráter
eventual ou transitório para outro ponto do Território Nacional, fará
jus às passagens e diárias para cobrir as despesas de hospedagem,
alimentação e locomoção.
A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora do
Município.
Para exemplificar, o servidor que foi convocado pelo seus
Superiores para participar em uma audiência em Juazeiro do
Norte/CE, Iguatu/CE ou que participe de curso de formação em local
diverso de Mombaça/CE, ou, ainda, qualquer outra situação que
necessite o servidor está a serviço do Município fora de seu território
gerará direito a diária.
7.6 ADICIONAL POR TRABALHO NOTURNO
Considera-se noturno, o trabalho realizado entre as 22h00min
de um dia até 05h00min do dia seguinte. Sendo computada a hora
de trabalho por 52min30seg, com acréscimo da remuneração sobre
a hora diurna em 20% (Vinte Por cento).
7.7 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE
O regime jurídico único dos servidores públicos do Município
prevê que os servidores que trabalham em contato permanente com
substâncias tóxicas ou com riscos de morte fazem jus a adicional
sobre o vencimento do cargo efetivo.
Ocorre que o Estatuto dos Servidores Públicos não
regulamenta as mais diversas situações e não define critérios para
que o adicional periculosidade e insalubridade sejam concedidos.
São consideradas atividades ou operações perigosas
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
impliquem o permanente contato com inflamáveis, explosivos,
energia elétrica, roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de guarda, fiscalização de trânsito,
segurança pessoal ou patrimonial.
Para o Adicional de Periculosidade é previsto o percentual de
30% (trinta por cento) do vencimento base.
São consideradas atividades ou operações insalubres
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os servidores a agente nocivo à saúde, acima dos limites
de tolerância em razão da natureza e da intensidade do agente e o
tempo de exposição aos seus efeitos.
Para Adicional de Insalubridade é previsto o percentual de
10% (dez por cento), 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por
cento) do vencimento base a depender do grau de contato Mínimo,
Médio e Máximo.
É vedada a acumulação dos dois adicionais, podendo o
servidor optar por uma delas. Qualquer valor pago diferente desses
percentuais deve ser revisto para se enquadrar nas hipóteses da lei.
Vale ressaltar que o cargo de Agentes Comunitários de Saúde
é o único cargo com regulamentação legal para receber o adicional
de insalubridade, nos termos da Lei Municipal Complementar Nº
761/2018. Vejamos o que diz o artigo 1º
Art. 1º - São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham a agente nocivo à saúde,
acima dos limites de tolerância em razão da natureza e da intensidade do agente e o
tempo de exposição aos seus efeitos, conforme laudo técnico, as funções de Agentes
Comunitários de Saúde.
Paragrafo Único- O exercício de trabalho em condições de insalubridade
assegura a percepção de adicional de 20% (vinte por cento) grau máximo incidente
sobre o salario mínimo.
7.8 SALÁRIO FAMÍLIA
O Salário-Família é o auxílio pecuniário especial concedido
pelo Município ao servidor(a) como contribuição ao custeio das
despesas de manutenção de sua família.
7.9 ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO (ANUÊNIO)
O Município de Mombaça, através do Estatuto do servidor, em
especial o art. 118 da Lei Nº 378/1998 prevê o pagamento de
adicional por tempo de serviço, conhecido como Anuênio.
O adicional por tempo de serviço è devido à razão de 1% (um
por cento) por ano de efetivo serviço público, incidente sobre o
vencimento do servidor. O servidor fará jus ao adicional de tempo de
serviço a partir do mês subsequente àquele em que completar o
anuênio.
O limite do adicional a que se refere o caput deste artigo é de
35% (trinta e cinco por cento), ou seja, após 35 anos de serviço não
há mais como aumentar o percentual de anuênio.
Seu pagamento é direito de todo servidor público municipal
concursado, regido pela Lei Nº 378/98, e deve ser realizado de forma
automática, sem a necessidade de requerimento, tendo em vista que
a lei afirma que fará jus ao adicional de tempo de serviço a partir do
mês subsequente àquele em que completar o anuênio, ou seja, de
forma automática.
7.10 GRATIFICAÇÃO POR REPRESENTAÇÃO
É assegurado ao servidor, nos termos do artigo 120, uma
gratificação por representação aos servidores efetivos ocupantes de
cargos em comissão.
O entendimento é simples: a legislação de Mombaça/CE deve
estabelecer que, além do salário base e demais vantagens a ser
recebido, o servidor efetivo, em função comissionada, deve receber
um valor adicional. Dito isso, o Município deve organizar sua
estrutura administrativa para resguardar a todos, bem como
demonstrar transparência e facilitar o setor de recursos humanos no
uso das suas atribuições.
7.11 EXERCÍCIO DE MANDATO SINDICAL
É assegurado ao servidor o direito da licença para Mandato
Sindical e, esta, terá duração igual ao período do mandato.
O servidor público do Município, quando investido nas funções
de direção máxima de entidade representativa de classe ou
conselheiro de entidade de fiscalização do exercício das profissões
liberais, não poderá ser impedido de exercer suas funções nesta
entidade e não sofrerá prejuízos em seus salários e demais
vantagens, nos termos do Artigo 118 da Lei Orgânica do Município
de Mombaça).
Contudo, vale ressaltar que o exercício do Mandato Sindical
não pode ser ilimitado com a manutenção da remuneração para
todos os servidores afastados, portanto, restrito as funções de diretor
ou de conselheiro.
Por fim, ao servidor afastado do cargo de carreira do qual é
titular, com ou sem direito a percepção dos vencimentos, é
assegurado o direito de contar o período de efetivo exercício das
funções durante o exercício do mandato sindical.
7.11 LIBERDADE DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
De acordo com o artigo 116, XI da Lei Orgânica de Mombaça
é garantido a liberdade de filiação político-partidária.
Ao servidor público da administração direta, autárquica e
fundacional, no exercício de mandato eletivo, nos termos do artigo
123 da Lei Orgânica e 72 do RJU, aplicam-se as seguintes
disposições: Tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; Investido no
mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; Investido no
mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horário,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade será facultado optar pela sua remuneração.
Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
O servidor ocupante de cargo em comissão será
exonerado e o servidor efetivo deverá licenciar-se antes da
eleição nos termos da legislação eleitoral vigente!
7.12 PROIBIÇÃO DE REDUÇÃO E DIFERENÇAS SALARIAIS
A Constituição Federal garante ao servidor de não ter o seu
salário reduzido (inciso XV do art. 37º da CFRB) e, ainda, proíbe
diferenças entre salários no desempenho de deveres e critérios em
função de sexo, idade, raça ou situação familiar (Art. 5º da CFRB)
7.13 INCENTIVO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE
SERVIDOR E HORÁRIO ESPECIAL PARA ESTUDANTE
Poderá ser concedido horário especial ao servidor estudante
quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o
da repartição, de até 02 (duas) horas diárias, a critério da
Administração, podendo exigir compensação de horário na
repartição, respeitada a duração semanal do trabalho.
No mesmo sentido, poderá o servidor, ainda, mediante
autorização do Município, realizar estudo ou missão fora do
Município, inclusive, em outro país, no entendimento do Artigo. 89 do
RJU.
7.14 PARTICIPAÇÃO NA gERÊNCIA DE FUNDOS
Nos termos do artigo 116, IX, da Lei Orgânica de Mombaça, é
devida a participação de servidores na gerência de fundos e
entidades para os quais contribuem, ou seja, caso haja a criação, por
exemplo, de um Fundo Municipal de Capacitação e Desenvolvimento
do Servidor Público Municipal, deve se incluir os próprios servidores
nas funções diretivas.
7.15 DEMAIS DIREITOS
O Estatuto dos Servidores Municipais de Mombaça ainda
trazem alguns direitos que não foram regulamentados ainda pelo
poder público, a exemplo da Gratificação por Produtividade, a
Gratificação por Trabalho Relevante, Gratificação pela prestação de
serviço em regime de sobre aviso, Auxílio Funeral, Auxilio
Natalidade, Proteção ao trabalho da mulher e do Portador de
Deficiência (Artigos Nº 4º,XV,XVIII, XXXIV,103 e 130 do RJU), entre
outros.
O Estatuto e o Plano de Carreira do Município deverá ser
elaborado com a participação de entidade representativa da classe,
nos termos do Artigo 220 da Lei Orgânica Municipal, observados:
Piso salarial; Condições plenas para a reciclagem e atualização
permanentes com direito a afastamento das atividades, sem perda
da remuneração; Progressão funcional de carreira, baseada na
titulação e antiguidade; Resguardar os direitos já conquistados.
Por fim, nos termos do artigo 225, do Estatuto do Servidor
Público Municipal, poderão ser instituídos alguns “prêmios” ao
servidor, dentre eles, concessão de medalhas, diploma de honra ao
mérito e condecorações, tudo isso em virtude da valorização e
reconhecimento do serviço público.
8 – PREVIDÊNCIA
O servidor que esteja pensando em sua aposentadoria poderá
comparecer ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou, ainda,
baixar o aplicativo, “Meu INSS”, em seu aparelho celular para
solicitar uma contagem do tempo de serviço e fazer uma simulação
das modalidades de aposentadoria possíveis.
Algumas inconsistências podem ser apresentadas, uma vez
que é comum verificar que o Município não repassou contribuições
por determinados períodos de tempo. Por vezes, há a necessidades
de comprovação de vínculos por declarações, contra cheques ou, até
mesmo, o reconhecimento destes períodos não computados na
justiça.
Segundo HLADCZUK (2016), o servidor não precisa esperar
estar próximo da época de sua aposentadoria, aliás, é melhor que,
desde cedo, vá se familiarizando com o assunto e, além do mais,
sendo possível corrigir antes algumas situações antecipadamente.
9 – LICITAÇÕES PÚBLICAS
A licitação é um procedimento administrativo prévio a todos os
contratos da administração. A princípio, sempre que o Poder Público
precisar contratar, ele irá licitar.
A Administração precisa satisfazer algumas necessidades.
Algumas delas, realizadas pelos próprios servidores. Contudo,
alguns serviços precisam ser contratados tendo em vista não possuir
todos os meios necessários para sua realização.
A licitação será a ponte que vai ligar a Administração ao
terceiro contratado.
Diante da necessidade de Contratação, surge a licitação, no
qual, é um procedimento administrativo prévio que o governo realiza
para contratação de bens e serviços, selecionando a proposta mais
vantajosa pra a Administração Pública, exigindo alguns critérios
técnicos, respeitando os princípios constitucionais e os específicos
da Lei 8.666.
Vejamos o que traz o artigo 37, XXI da CFRB:
Art. 37. (...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Vejamos o que traz o artigo 22, XXVII da CFRB:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
O artigo traz que quem legisla sobre as normas gerais é a
União Federal, trata-se de ato privativo; os Estados e Municípios
podem legislar sobre normas específicas que tratem de licitação.
Ex.: Decreto do Pregão Municipal.
Figura 3 – Resumo das Licitações Públicas
Fonte: Própria.

9.1 modalidades da licitação


As modalidades são formas autorizadas por lei de como a
licitação deve ser conduzida. Estão entre as modalidades:
Concorrência; Tomada de Preço; Convite; Concurso; Leilão; Pregão;
Consulta; e Regime Diferenciado de Contratação (RDC).
Figura 4 – Resumo das Modalidades Licitatórias

Fonte: Própria.
A diferenciação básica na escolha de qual modalidade utilizar
para realizar a licitação está relacionada ao valor ou à natureza do
objeto. Para fins didáticos, resolvemos colocar o RDC como
modalidade, apesar de controvertido na doutrina. Vejamos as noções
das principais modalidades licitatórias.
9.1.1 CONCORRÊNCIA
Modalidade garantidora de competição, sem limite de
ingresso, com procedimento amplo, abarcando todas as fases –
desde a análise de documentação, até a escolha da proposta.
Qualquer pessoa pode participar da concorrência.
É o procedimento mais extenso e seu estudo serve de apoio
para os demais.
Figura 5 – Resumo esquematizado da Concorrência

Fonte: Própria.
A modalidade é obrigatória para contratações de obras e
serviços de engenharia acima de três milhões e trezentos mil reais
(R$ 3.300.000,00) e para aquisição de bens e serviços, que não de
engenharia, acima de um milhão, quatrocentos e trinta mil reais (R$
1.430.000,00).
Porém, existem determinados contratos em que a
concorrência é obrigatória independente do valor da avença. Nestes
casos, é o objeto do contrato que faz com que a concorrência seja
obrigatória e, portanto, é considerada uma exceção à regra do valor.
Vejamos:

1. Alienação ou aquisição de imóveis;


2. Contrato de concessão de serviço público;
3. Concessão de direito real de uso;
4. Contratos de obra celebrados por meio de empreitada
integral;
5. Licitações internacionais.

9.1.2 tomada de preço


Participam da competição apenas os licitantes que são
cadastrados no órgão competente ou aqueles que se cadastrarem
até 3 (três) dias antes da data marcada para abertura dos envelopes
contendo as propostas dos licitantes.
O citado cadastro funciona como uma habilitação prévia feita
pelas empresas nos órgãos públicos. No momento do
cadastramento, a empresa deverá apresentar toda a documentação
necessária para à sua habilitação e terá validade de 1 (um) ano,
passado o período, deverá ser apresentada a documentação para
renovação do cadastro.
9.1.3 convite
Convite é a modalidade mais restrita de licitação entre
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa interessados, salvo comprovada restrição de mercado,
poderá realizar com 2 (dois) convidados, por meio de uma carta
convite..
Depois de realizado o convite formal, a Administração Pública
estenderá aos demais cadastrados na sua base de dados para
garantir a isonomia. Devendo estes manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.
Na modalidade convite, não há edital. O instrumento
convocatório é simplificado e denomina-se carta convite. Não há
publicação em Diário Oficial, porém, isto não quer dizer que não haja
publicidade, pois toda atuação do Estado deve estar pautado no
princípio da publicidade. Nesta modalidade, a publicidade é feita de
forma específica, aonde, a mesma carta-convite que é enviada aos
convidados, também, é afixada no mural informativo da repartição
pública em questão, em local visível ao público.
9.1.4 concurso
Inicialmente, não se pode confundir o concurso (modalidade
licitatória) com o concurso público para provimento de cargos
públicos. Esta modalidade tem como finalidade a escolha de trabalho
técnico, científico e artística por parte do Poder Público.
Possui regulamento próprio, portanto, não há necessidade de
procedimentalização. O vencedor receberá prêmio ou remuneração
referente ao trabalho adquirido pelo Estado. Necessário frisar duas
regras atinentes à modalidade:
1. Intervalo mínimo de 45 dias contados da publicação do
edital;
2. Comissão especial de concurso, não sendo necessário
que os membros (três) sejam servidores públicos, mas
devendo possuir idoneidade e conhecimento na área do
trabalho a ser contratado.

9.1.5 LEILÃO
Utilizado quando a administração pública tem a intenção de
alienar (vender) bens. Vejamos:

1. Alienar bens imóveis adquiridos por decisão judicial ou


dação em pagamento. Caso o bem não se encaixe nessas
duas situações citadas, deverá ser alienado por meio da
modalidade concorrência;
2. Alienar bens móveis inservíveis (aqueles que não têm
mais serventia pública), apreendidos (adquiridos em
decorrência de atos ilícitos) e penhorados.

Diferentes das outras modalidades, não há comissão licitante,


sendo realizado por meio de leiloeiro (leiloeiro oficial ou servidor
público designado). A administração só poderá alienar o bem quando
o lance tiver valor igual ou superior ao da avaliação.
9.1.6 pregão
Inovação trazida pela Lei nº 10.520 de 2002, utilizado para
aquisição de bens e serviços comuns, este, deve ser definido de
forma objetiva no edital, através de padrões usuais de mercado, será
sempre do tipo menor preço. Também conhecido como “leilão
reverso”, esta modalidade será sempre do tipo menor preço. Assim
como na modalidade leilão, não possui comissão licitante, sendo, o
pregoeiro (servidor público designado), responsável pela realização
do pregão.

Figura 6 – Resumo esquematizado do Pregão


Fonte: Própria.
No pregão além da proposta escrita haverá a fase de lances
verbais e sucessivos.

9.1.7 QUADRO COMPARATIVO DOS VALORES DAS


MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Atualizado de acordo com o Decreto Presidencial nº 9.312/2018
que alterou o art. 23 da Lei nº 8.666/1993.

Figura 7 – Quadro comparativo dos valores das modalidades de licitação

Fonte: Própria.
9.2 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
Previsto nos artigos 17, 24 e 25 da Lei nº 8.666/1993, trata de
situações em que o Poder Público pode contratar sem licitação, ou
seja, por meio de contratação direta. Tal procedimento deverá ser
justificado tendo como embasamento o corpo legal. É necessário
compreendermos que não se tratam de expressões sinônimas.
Figura 8 – Quadro comparativo entre dispensa e inexigibilidade da Licitação
Fonte: Própria.
O Congresso votou a aguarda a sanção presidencial da Medida
Provisória (MP) 961/2020 que muda regras para licitação durante o
período de Estado de Calamidade Pública em virtude do covid-19. O
Estado de Calamidade Pública tem previsão de término em 31 de
dezembro de 2020.
As dispensas em função do valor poderão ser realizadas em
valores maiores:
• R$ 100.000,00 (cem mil reais) para contratação de obras e
serviços de engenharia;
• R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para contratação de outros
serviços e compras, ou alienações.
10 – GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
Cabe ao Município a prestação dos serviços de abastecimento
de água no que tange a captação, adução, tratamento e distribuição,
bem como a coleta, tratamento e destino final de águas servidas.
Em diversos Municípios foram criados Autarquias Municipais
para que ocorra o tratamento da água e esgoto, conhecidas
geralmente por Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE.
Contudo, em Mombaça, esse serviço público foi delegado para
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE).
Segundo Hely Lopes Meirelles (1998):
"serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais
ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado".
A CAGECE firmou com o Município de Mombaça contrato de
concessão com o prazo de 30 anos, iniciando-se em 2002 e, com
fim, em 2032. O ato baseou-se na Lei Municipal Nº 430/2002, de 18
de Janeiro de 2002, sendo assinado pelo Prefeito Raimundo Benone
de Araújo Pedrosa, em 05 de Setembro de 2002.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE),
enquanto Concessionária dos serviços públicos, é responsável pelo
fornecimento de água e coleta de esgoto, cujo titular é o Município de
Mombaça.
A concessionária opera em 151 (cento e cinquenta e um)
municípios do Estado do Ceará, totalizando 26 (vinte e seis)
sistemas de tratamento e fornecimento de água e 86 (oitenta e seis),
também, contam com sistemas de coleta, tratamento e disposição
final de esgotos domésticos.
Assim, deve cumprir fielmente as normas constitucionais
pertinentes à matéria, bem como a legislação específica referente às
concessões e permissões de serviços públicos.
O serviço público concedido é realizado por conta e risco da
concessionária, vez que é sempre a empresa responsável pelo
atendimento do interesse coletivo que está ínsito no serviço a ser
prestado à população. Ademais, certos princípios previstos na Lei
Federal nº 8.987/95, em seu art. 6º, §1º, devem ser respeitados, ou
seja, a regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas
devem ser praticados.
11 – IMPOSTOS MUNICIPAIS
Os tributos fazem parte de toda atividade econômica, assim, o
Estado funciona como nosso sócio, exigindo que haja transparência
e uma cota de participação. Di Pietro (2007) afirma que a atividade
do Estado consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público. Nesse sentido, o Direito Tributário é
uma vertente do direito público, trazendo o estudo da tributação em
geral. Tal prática se destina, principalmente, a manutenção dos
serviços públicos prestados, conforme o pacto da sociedade com o
Estado.
Com a evolução da sociedade, o Estado passou a prover
serviços públicos, dentre eles, educação, segurança pública, saúde,
portanto, esse custo é repartido entre todos. Assim, cria-se a figura
do tributo, prestação compulsória paga em dinheiro ao Estado, que
tem como destinação principal prover recursos para sua manutenção
e realização de suas atividades.
Esse conceito pode ser visto no artigo 3º do Código Tributário
Nacional (CTN), Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Art 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (BRASIL, 1966)

Tributo é expresso em dinheiro. Assim, não se admite um


tributo que seja pago com sacos de arroz ou através de trabalho
prestado a entidade. O tributo sempre sugere a prestação em
dinheiro, com valor determinado na moeda nacional. (Hack, 2008)
Conforme informado na legislação, o pagamento do tributo
não é facultativo, mas, sim, obrigatório. Não constitui sanção de ato
ilícito, logo, a pessoa não está sendo penalizada por pagar tributo.
Quando há um fato gerador previsto e o indivíduo se mostra
investido no tipo legal, este, assume o ônus de realizar o pagamento.
Ora, quando uma Lei Estadual ressalta que o possuidor de veículo
automotor deverá pagar Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA), não se trata de penalidade mas, tão somente,
uma obrigação instituída por possuir essa condição legal, possuir um
veículo.
A penalidade, por outro lado, surge como aquele ato contrário
ao direito, diante disso, tributo é diferente de multa, esta, surge
quando a legislação proíbe determinada conduta. Logo, Tributo não
pode ser utilizado como pena pela prática de um ato ilícito.
O tributo deve ser instituído por lei e não por meio de decreto,
portaria ou outra norma de posição inferior. O conceito aponta, ainda,
que a cobrança do tributo é vinculada, ou seja, o Estado não poderá
escolher não cobrar o tributo, desde que ele seja instituído por
dispositivo legal.
Diante disso, Tributo é igual a imposto?
Aqui, se percebe um erro muito comum, as pessoas, no geral,
costumam usar os dois termos como sinônimos. Na verdade, Tributo
é gênero, no qual, o imposto faz parte de uma de suas espécies. O
artigo 5º do CTN prevê três espécies tributárias, quais sejam:
impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Na Constituição Federal (CF/88), ao longo dos artigos 145,
148 e 149, trazem cinco espécies tributárias, (impostos,
taxas, contribuições, contribuição de melhoria e empréstimos
compulsório). O Supremo Tribunal Federal adota a teoria
pentapartida, onde se reconhece essas cinco espécies.
ESPÉCIES DE IMPOSTOS MUNICIPAIS
No âmbito da Municipalidade temos 3 (três) Impostos: ITBI,
ISS e IPTU. O valor arrecadado permite ao Município manter a folha
de pagamento e as demais despesas dos serviços públicos
ofertados.
A Administração Tributária será exercida pela Secretaria de
Finanças do Município, através do Setor de Arrecadação, cumulando
as funções de cadastramento; lançamento; inscrição e controle de
créditos em dívida ativa; cobrança administrativa; compensação;
restituição; reconhecimento de benefícios fiscais; resposta a
consultas; a fiscalização e controle da aplicação de sanções por
infrações cometidas à legislação tributária também é uma das suas
atribuições, nos termos do artigo 136 da Lei complementar Nº
750/2016, que instituiu o Código Tributário do Município de
Mombaça.
Traremos algumas considerações sobre cada um dos citados
Impostos.
ISSQN - Imposto sobre SERVIÇOS DE QUALQUER
NATUREZA
Inicialmente, trataremos do Imposto sobre Serviço de
Qualquer Natureza, cujo fato gerador é a prestação dos serviços
constantes no Anexo do Código Tributário Municipal (CTM). Esse
Imposto municipal deve ser recolhido pelas empresas,
independentemente do segmento em que elas atuem. A alíquota
mínima de cobrança é de 2% (dois por cento) podendo chegar a 5%
(cinco por cento).
O Imposto é destinado também aos profissionais autônomos
que estão em exercício de suas atividades profissionais, estes,
sendo pago através de um valor fixo, variando de R$ 60,00 (sessenta
reais) até R$ 400,00 (quatrocentos reais), pagos anualmente, nos
termos do artigo 246 do CTM.
IPTU – ImPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E
TERRITORIAL URBANA
O IPTU incide sobre os imóveis de qualquer espécie, tem
como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel localizado na zona urbana do Município, nos termos do artigo
260 do CTM.
Assim, consideram-se zona urbana as áreas dentro da sede
do Município ou, de expansão urbana, constantes em loteamentos
aprovados pelos órgãos competentes, destinado à habitação,
indústria ou comércio. Considera-se a data base para a ocorrência
do IPTU ter o contribuinte preenchido os requisitos do fato gerador
em 1º de Janeiro de cada ano, em outras palavras, a cada ano, como
proprietário do imóvel, deve ser pago o Imposto ao Município.
O valor do imposto é calculado em cima das alíquotas,
variando entre 0,5% (meio por cento) a 1% (um por cento) do valor
venal do imóvel
ITBI – Imposto sobre transmissão de Bens IMÓVEIS POR
ATO ONEROSO Inter Vivos
O ITBI é o Imposto sobre a transmissão de bens entre as
pessoas, incide sobre a transferência de casas, prédios, terrenos e
demais tipos de imóveis situados dentro do Munícipio de Mombaça.
Em geral, o ITBI é pago pelo comprador do imóvel. A alíquota varia
entre 0,5% (meio por cento) e 2,5% (dois inteiros e cinco décimos
por cento) sobre o valor de mercado do imóvel.
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS IMPOSTOS
MUNICIPAIS
Como dito, ainda temos outras espécies tributárias como
Taxas, Contribuições e Contribuições de Melhoria, porém, não
iremos nos aprofundar nestas espécies. Entende-se que o desafio no
âmbito tributário municipal é muito grande. Sabendo disso,
trouxemos nesse capítulo algumas considerações gerais para que o
servidor fique atento aos conceitos básicos da tributação municipal,
bem como saber os motivos que levam a cobrança destes Impostos.
12 – VEDAÇÕES ELEITORAIS AOS
AGENTES PÚBLICOS
O Ministério Público Estadual emitiu em 2020, a
recomendação Nº 001/2020/P46ªZE, referente ao Procedimento
Administrativo Eleitoral Nº 09.2020.00003944-8, considerando
diversas proibições aos Agentes Públicos Municipais. Dentre elas,
recomenda-se a todos os Agentes Públicos, Prefeitos, Secretários,
Vereadores e Servidores que não distribuam ou permitam a
distribuição de bens, valores ou benefícios de gêneros alimentícios;
Materiais de construção; Passagens rodoviárias; Quitação de contas
de água e energia; Doação de imóveis; Isenção de tributos fora das
condições legais.
Ora, é indevida a promoção pessoal do Gestor Público nos
programas sociais e, ainda, aos candidatos a cargos do Poder
Executivo, também, é vedado participar de inaugurações de obras
públicas no período dos três meses que precedem o pleito, bem
como contratar shows artísticos pagos com recursos públicos na
realização de inaugurações.
Segundo a Lei nº 9.504/1997, não há vedação de licitação em
ano eleitoral. No entanto, os agentes públicos estão proibidos de
realizar despesas com publicidade, a teor do inc. VII do art. 73 da
referida Lei, com a finalidade de evitar a promoção de agentes.
Nos termos de Pires (2020), o descumprimento das
determinações da Lei acarretará a suspensão imediata da conduta
proibida, quando for possível, e sujeitará os responsáveis a sanção
de multa. Ainda, o candidato beneficiado pelas condutas vedadas
ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma através de uma
análise individualizada para a aplicação da cassação do registro de
acordo com relevância jurídica da conduta.
Por fim, os gastos liquidados com publicidade institucional
realizada até 15 de agosto de 2020 não poderão exceder a média
dos gastos dos 2 (dois) primeiros quadrimestres dos 3 (três) últimos
anos que antecedem ao pleito, salvo em caso de grave e urgente
necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.
13 – PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A
GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO TECNOLÓGICO
O Ano de 2020 se mostrou bastante atípico para
Administração Pública. Diante de uma Pandemia, o Governo Federal
editou uma série de Medidas Provisórias que inovaram a atividade
pública, principalmente, no âmbito das compras públicas,
aumentando margens e alterando procedimentos para dar mais
celeridade.
A avaliação de um processo histórico auxilia interpretar toda a
trajetória do serviço público brasileiro. Compreender estes episódios
é um fator muito importante para podermos considerar quais práticas
devem ser realizadas para o melhor desenvolvimento do serviço
público.
Processos ultrapassados e morosos são frequentes, restando,
claro, que a maioria das pessoas já se deparou com alguma situação
burocrática na atuação pública, desde um simples protocolo de
recurso de trânsito até retirar um boleto fisicamente em algum órgão
público.
No entendimento de PINHEIRO (2020), o estilo de vida das
pessoas vem se modificando ao longo da história em decorrência
dos avanços tecnológicos de cada época. A antecipação do futuro
tecnológico sempre gerou entusiasmo em muitas pessoas fazendo
com que pesquisadores buscassem soluções para realizarem os
mais diversos desejos de conforto da humanidade.
Mas por que as inovações demoram tanto para chegar à
esfera de governo?
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PARA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Em todos as dimensões da administração pública, há a
necessidade de se obedecer aos princípios norteadores expressos
na Carta Magna, artigo 5º, caput. A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Como bem nos assegura Carvalho, Matheus (2020), pode-se
dizer que o administrador público somente pode atuar conforme
determina a lei. É a garantia de que toda a atuação seja solucionada
por meio de texto legal, não podendo o gestor público praticar
condutas que, mesmo que possam ser consideradas devidas, não
haja embasamento legal específico. Tal comportamento se encontra
no preceito do princípio da legalidade, onde o legislador cita que o
administrador público só pode fazer aquilo que a lei o autorize, de
forma prévia e expressa. Diferente da administração particular, onde
é lícito fazer tudo que não há proibição legal.
Conforme explicado acima, é interessante, inclusive, afirmar
que o princípio da legalidade é responsável por esta ideia: a atuação
do ente público e qualquer conduta praticada ao arrepio do texto
legal será considerada ilegítima, mesmo que não se trate,
necessariamente, de ato ilícito, porém, será contra a lei, ilegal. Pode-
se entender que o princípio da legalidade é baseado na
indisponibilidade do interesse público, visto que, na administração
pública não há espaço para vontades pessoais. (ROCHA, PINTO &
COSTA)
De acordo com Carvalho Filho (2012), a lógica é que o
administrador não pode atuar de forma a dispor do interesse público
e, portanto, sua atuação fica dependendo da autorização do titular do
interesse público: o povo. Autorização, esta, feita através da
elaboração das leis, por meio de seus representantes legitimamente
escolhidos e empossados no Poder Legislativo. Assim, revestindo-o
de legalidade, o gestor alcança o interesse público por meio dos
seus atos administrativos.
O EXEMPLO DA ESTÔNIA
A Estônia (República da Estônia) está localizada na parte
Nordeste da Europa, faz fronteira com a Rússia e a Letônia, tem
limites com o Mar Báltico e o Golfo de Riga. Possui 44.701 Km² de
extensão e cerca de 2 milhões de habitantes. Sua capital é Talín. O
país faz parte da União Europeia (UE) e tem o Euro como sua
principal moeda. Sua independência é considerada recente, datando
de 1991. A Estônia é considerada um exemplo no tocante a governo
inteligente e governo digital. (PINHEIRO, 2020)
Ainda seguindo o entendimento de PINHEIRO (2020), em
2018, a Estônia disponibilizou 99% de seus serviços digitalmente e,
praticamente, todos os cidadãos estonianos passaram a ter uma
identificação digital. Por utilizar extensivamente a internet como
prestadora de serviços e cadastrar informações de seus cidadãos, o
governo, também, investiu na segurança digital.
Se, para todos os países, o governo eletrônico é uma
indiscutível ferramenta de cidadania e de aumento de eficiência da
máquina pública, para os países emergentes sua função é ainda
mais importante: é uma indiscutível ferramenta de desenvolvimento.
(PINHEIRO, PATRICIA PECK, 2016)
Para a instalação do governo inteligente, não basta somente
incentivar a digitalização dos dados obtidos. É preciso uma
infraestrutura que permita a contínua comunicação dos órgãos
governamentais e cidadãos. Se esta não for adequada, a efetividade
da digitalização não terá grandes impactos na qualidade de vida das
comunidades. (PINHEIRO, 2020)
Para PINHEIRO, Patrícia Peck (2016), entrar na economia
digital não é uma opção, é uma tarefa indiscutível dos governos. O
Brasil é líder dos países emergentes em relação ao tema “governo
eletrônico” e tem um papel orientador para os países da América
Latina. A tecnologia da informação é uma importante aliada dos
governos na luta por uma sociedade mais justa em direitos e
oportunidades. O Brasil é rico em exemplos de como melhorar a
qualidade de vida dos cidadãos e tornar o Estado mais eficiente com
a ajuda dos avanços da computação e da Internet.
GOVERNANÇA NO MUNDO TECNOLÓGICO
É necessário o estabelecimento de mecanismos de
governança multiparticipativa por meio de tratamento automatizado
das informações, valorizando a transparência e colaboração
democrática, buscando a participação do governo, do setor
empresarial, da sociedade civil e da comunidade acadêmica,
inclusive, criando compatibilidade dos serviços de governo eletrônico
com a sociedade.
As iniciativas públicas de fomento à cultura digital e de
promoção da internet como ferramenta social devem promover a
inclusão digital e buscar reduzir as desigualdades.
No âmbito de Direito Administrativo, os princípios de
publicidade dos atos públicos e probidade administrativa fazem com
que a Internet seja um meio extremamente adequado para não
apenas publicar o que está sendo feito, mas também para funcionar
como um canal direto de comunicação com cidadãos e contribuintes.
(PINHEIRO, PATRICIA PECK, 2016)
CIDADES INTELIGENTES
Para PINHEIRO (2020), as cidades inteligentes são uma
realidade neste início de século XXI. As cidades se modificam
continuamente e, a partir da globalização das informações, estão
migrando de forma que muitas delas rapidamente atingirão os níveis
de smart city. Elas podem contar, por exemplo, com melhorias na
mobilidade urbana, na implantação de novos canais digitais, na
comunicação entre os moradores e a gestão pública, bem como com
a automação na infraestrutura de iluminação urbana.
Diferentemente do conceito apresentado, os Municípios, em
sua grande maioria, quando provocados pelos entes fiscalizadores
para realizar alguma obra de mobilidade urbana ou mesmo para
implantar novidades, tendem a alegar dificuldades financeiras.
Segundo ROCHA, PINTO & COSTA (2020), para combater a
falta de receita municipal, é necessário desenvolver formas para
equipar e estimular os órgãos de arrecadação, seja por meio de
pessoal capacitado, seja por meio de incentivos financeiros por
produtividade.
No governo os incentivos para se tomar risco são baixos, há
um custo político envolvido caso a implementação não dê certo e,
além disso, a utilização de recursos públicos pode ser questionada.
Mais uma vez, para um gestor que sabe o alto custo de ser
responsabilizado pelos seus atos, pode ser preferível evitar ou adiar
decisões sobre o tema. (OPICE, 2017)
Contudo, para PINHEIRO (2020), a cidade inteligente não é
mais uma simples opção de modo de viver, mas uma escolha
indispensável para otimizar a utilização de recursos naturais, o
consumo de energia e reduzir ao máximo a geração de poluentes. A
tecnologia oferece a oportunidade de atingir a eficiência por meio do
engajamento coletivo e deve ser alcançada por mais difícil que seja
para o Gestor.
E-GOVERNO
O e-Governo é visto como uma ferramenta de grande valor
para uma comunidade inteligente, pois possibilita a eliminação de
distâncias e outros divisores entre a população e os governantes,
dando efetivo poder ao povo para participar das decisões políticas de
suas cidades. (PINHEIRO, 2020)
É inegável que o formato digital promove maior visibilidade, o
que possibilita, indiretamente, maior transparência e controle da
sociedade sobre aquilo que está sendo feito pelo ente público.
(PINHEIRO, PATRICIA PECK, 2016)
Da mesma forma que a comunidade inteligente não é apenas
a existência de uma boa infraestrutura, o e-Governo também não se
limita apenas a fornecer uma rede de computadores aos funcionários
públicos. (PINHEIRO, 2020)
O governo inteligente é, de fato, muito efetivo, eficiente e seu
foco está na cidade e em seus cidadãos. O bem-estar dos cidadãos
é possível com a gestão de dados digitais atualizados e precisos,
junto com a discussão de estratégias de tomadas de decisão em
conjunto com os cidadãos e as instituições sociais e a interação de
todos os setores do governo. (PINHEIRO, 2020)
Segundo PINHEIRO, Patrícia Peck (2016), como o cidadão
brasileiro está cada vez mais nas redes sociais, nos últimos anos
esse assunto passou a ser item prioritário na pauta do planejamento
estratégico das instituições da Administração Pública. A
Administração Pública não quer ficar de fora das redes sociais, o
tratamento desse tema exige cada vez mais equipes treinadas e uso
de ferramentas especializadas.
A combinação entre democracia e tecnologia é fundamental
para uma comunidade inteligente. (PINHEIRO, 2020)
REQUISITOS QUE DEMONSTRAM A FALTA DE
GOVERNANÇA
O primeiro indício de falta de governança em uma gestão é
perceptível: tudo é urgente, tratado com muita pressa e demandando
atenção especial aquela tarefa.
Um segundo indício dessa não governança: constantes
contratações emergenciais. Ora, se há sempre a necessidade de
contratação, logo, significa uma clara falta de planejamento.
O terceiro indício: falta de avaliação de desempenho de seus
servidores. Além da necessidade legal de realizar a avaliação, falta
uma autocrítica no modo de conduzir algumas atividades.
O quarto indício: o fato de a Gestão selecionar os ocupantes
dos cargos sem que haja base técnica, apenas por critérios políticos.
O quinto indício: falta de capacitação aos servidores,
juntamente com a falta incentivos e subsídios para melhorar a
desenvoltura profissional dos agentes públicos.
O sexto indício: não comunicação e falta de transparência
interna. Os setores não conversam entre si e não há integração entre
os órgãos.
Por fim, o sétimo indício: não implementação de processo de
gestão de risco. Visto que não há um controle interno implementado
e falta planejamento em diversas áreas.
A boa governança serve como um cinto de segurança ao
Gestor Público, pois, este, deve se ater às boas práticas
administrativas.
O QUE PODE SER IMPLEMENTADO IMEDIATAMENTE
Seguindo OPICE (2017), a Inovação dificilmente será
prioridade, já que, no dia a dia, os problemas emergenciais ocupam
grande parte da agenda. A urgência dos assuntos coloca, muitas
vezes, os gestores em uma posição de “apagadores de incêndio” e
novos projetos não são prioridades.
Para PINHEIRO (2020), para ser eficiente, as gestões devem
saber quais são seus objetivos prioritários e envolver a todos –
população local e interessados externos – usando ferramentas
comuns e conversas. A tecnologia oferece a oportunidade de atingir
a eficiência por meio do engajamento coletivo.
Nos termos de OPICE (2017), a inércia nas decisões políticas
para diminuir riscos soma-se à inércia burocrática da estrutura
pública. As regras e os procedimentos, para iniciar projeto no setor
público, serão sempre mais rigorosos do que no setor privado.
Diferente do setor privado, o setor público não contrata quem quer,
nem funcionários nem fornecedores. É inegável, no entanto, que
existem infinitas possibilidades de mudanças e melhorias.
Existem, cada vez mais, pessoas engajadas nos governos e
buscando mudanças, soma-se, a isso, a excelente receptividade da
sociedade civil em iniciativas inovadoras.
Como todo problema complexo, as soluções simples e rápidas
não serão suficientes. O processo para criar uma estrutura que dê
incentivos e recompensas à inovação requer tempo. (OPICE, 2017)
Espera-se, assim, que em, um futuro próximo, os Gestores
Públicos foquem cada vez mais no aprimoramento das tecnologias
que facilitam a implementação do serviço público, principalmente, na
Administração Pública Municipal, na qual está mais próxima ao
cidadão, não se pode mais aceitar serviços públicos de baixa
qualidade.
14 – DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS
PÚBLICOS
É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção
especial a documentos de arquivos como instrumento de apoio à
administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como
elementos de prova e informação.
No dia 18 de Março de 2020, foi editado o Decreto Nº 10.278
para estabelecer a técnica e os requisitos para a digitalização de
documentos públicos, a fim de que os documentos digitalizados
produzam os mesmos efeitos legais dos documentos originais.
Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos
produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, em
decorrência de suas funções administrativas.
O Decreto regulamenta a Lei nº 13.874/2019 que institui a
Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e, em seu artigo 3º,
inciso X, considera direitos de toda pessoa, essenciais para o
desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, o
arquivamento de qualquer documento por meio digital, hipótese em
que se equiparará a documento físico para todos os efeitos legais e
para a comprovação de qualquer ato de direito público.
O disposto no artigo 3º, da supracitada lei, bem como o
Decreto, será observado pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios, visto que são pessoas de direito público interno.
Alguns conceitos e regras devem ser observados. Vejamos o
que trata o artigo 3º, 4º e 5º do Decreto Nº 10.278/2020:
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:
I - documento digitalizado - representante digital do processo de digitalização do
documento físico e seus metadados;
II - metadados - dados estruturados que permitem classificar, descrever e
gerenciar documentos;
III - documento público - documentos produzidos ou recebidos por pessoas
jurídicas de direito público interno ou por entidades privadas encarregadas da gestão
de serviços públicos; e
IV - integridade - estado dos documentos que não foram corrompidos ou
alterados de forma não autorizada.
Regras gerais de digitalização
Art. 4º Os procedimentos e as tecnologias utilizados na digitalização de
documentos físicos devem assegurar:
I - a integridade e a confiabilidade do documento digitalizado;
II - a rastreabilidade e a auditabilidade dos procedimentos empregados;
III - o emprego dos padrões técnicos de digitalização para garantir a qualidade da
imagem, da legibilidade e do uso do documento digitalizado;
IV - a confidencialidade, quando aplicável; e
V - a interoperabilidade entre sistemas informatizados.
Requisitos na digitalização que envolva entidades públicas
Art. 5º O documento digitalizado destinado a se equiparar a documento físico
para todos os efeitos legais e para a comprovação de qualquer ato perante pessoa
jurídica de direito público interno deverá:
I - ser assinado digitalmente com certificação digital no padrão da Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, de modo a garantir a autoria da
digitalização e a integridade do documento e de seus metadados;
II - seguir os padrões técnicos mínimos previstos no Anexo I; e
III - conter, no mínimo, os metadados especificados no Anexo II.
Resumidamente, o documento precisa ser idêntico ao original.
Para isso, é preciso que o documento seja assinado com certificado
digital, garantindo, assim, sua autenticidade. O responsável pela
digitalização deverá guardar os registros para fins de auditoria.
O formato do arquivo vai depender do que esteja sendo
digitalizado, mas ficará entre o “PDF/A” e “PNG”, padrão para
arquivamento e preservação de longa duração, garantindo a
interoperabilidade entre sistemas informatizados.

Após o processo de digitalização realizado, conforme o


Decreto, o documento físico poderá ser descartado, ressalvado
aquele que apresente conteúdo de valor histórico.
Por fim, o Município observará o disposto na Lei nº 8.159, de 8
de janeiro de 1991 e observar as diretrizes do Conselho Nacional de
Arquivos - Conarq quanto à temporalidade de guarda, à destinação e
à preservação de documentos.
15 – FERIADOS E PONTOS FACULTATIVOS
No âmbito do Município de Mombaça, em especial, nas
repartições públicas municipais, o calendário de feriados, pontos
facultativos, datas comemorativas para o exercício de 2020 e demais
anos, geralmente, é ressaltado por Decreto, como foi o caso do
Decreto 222/2019.
Tabela 1 – Resumo de Feriados e datas comemorativas do
Município
DATA DENOMINAÇÃO NATUREZA
1º de
janeiro Feriado
Confraternização Universal
Nacional

Ponto
15 de “Dia da Instalação” do município de Mombaça, em Facultativo
janeiro comemoração à sua emancipação político- Lei nº
administrativa 735/2013, de
03/12/2013
24 e 25
de Ponto
fevereiro Carnaval
Facultativo

26 de
fevereiro Ponto
Cinzas
Facultativo

19 de
março Ponto
São José
Facultativo

Data
22 de Comemorativa
março Dia Municipal do Mototaxista Lei nº
744/2014, de
22/03/2014
25 de
março Feriado
Abolição da Escravatura no Ceará
Estadual

Data
29 de Comemorativa
março Dia da Bandeira Municipal Lei nº
730/2013, de
29/10/2013
9 de Quinta-feira Santa Ponto
abril Facultativo

10 de
abril Feriado
Sexta-feira da Paixão
Nacional

21 de
abril Feriado
Tiradentes
Nacional

Data
28 de Comemorativa
abril Dia Municipal do Maçon Lei nº
912/2017, de
30/06/2017
1º de
maio Feriado
Dia do Trabalho
Nacional

Data
2 de Comemorativa
maio Dia Municipal da Paz Lei nº
552/2006, de
20/11/2006
Data
15 de Comemorativa
maio Dia “D” da Família na Escola Lei nº
948/2018, de
23/08/2018
Data
Comemorativa
19 de
Dia Municipal da Poesia Lei nº
maio
814/2015, de
19/05/2015
11 de
junho Feriado
Corpus Christi
Nacional

12 de Ponto
Ponto Facultativo
junho Facultativo
Data
Comemorativa
26 de
Dia Municipal do Serviço Público Lei nº
junho
538/2006, de
16/05/2006
Feriado
Municipal
27 de
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Lei nº
junho
693/2013, de
25/02/2013
Data
Comemorativa
25 de Dia Municipal da Juventude
Lei nº
julho (último sábado de julho)
709/2013, de
25/06/2013
Data
Comemorativa
9 de
Dia Municipal do Líder Comunitário Lei nº
agosto
812/2015, de
15/05/2015
14 de Ponto
Ponto Facultativo
agosto Facultativo
Feriado
15 de Municipal
Nossa Senhora da Glória
agosto Lei nº 77/78, de
05/06/1978
7 de Feriado
Independência do Brasil
setembro Nacional
Data
Comemorativa
27 de
Dia Municipal do Idoso Lei nº
setembro
712/2013, de
25/06/2013
12 de Feriado
Nossa Senhora Aparecida
outubro Nacional
Data
Comemorativa
20 de
Dia Municipal de Combate ao Câncer de Mama Lei nº
outubro
922/2017, de
09/11/2017
Ponto
Facultativo
28 de
Dia do Funcionário Público Decreto-Lei nº
outubro
5.936, de
28/10/1943
2 de Feriado
Finados
novembro Nacional
Data
Comemorativa
6 de
Dia Municipal do Leão Lei nº
novembro
959/2018, de
05/11/2018
13 de Dia da Gentileza e Cidadania Data
novembro Comemorativa
Lei nº
924/2017, de
13/11/2017
15 de Feriado
Proclamação da República
novembro Nacional
Data
Comemorativa
20 de
Dia Municipal de Combate ao Câncer de Próstata Lei nº
novembro
923/2017, de
09/11/2017
Feriado
Municipal
27 de “Dia da Criação” do município de Mombaça, em
Lei nº
novembro comemoração à sua fundação
735/2013, de
03/12/2013
Data
Comemorativa
10 de
Dia Municipal dos Demolays Lei nº
dezembro
813/2015, de
15/05/2015
Data
Comemorativa
12 de Dia do Evangélico
Lei nº
dezembro (segundo sábado de dezembro)
682/2012, de
16/08/2012
24 de Ponto
Véspera de Natal
dezembro Facultativo
25 de Feriado
Natal
dezembro Nacional
31 de Ponto
Véspera da Confraternização Universal
dezembro Facultativo
Fonte: Anexo único do Decreto 222/2019
16 - REFERÊNCIAS
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Ceará: comprehendendo os anos de 1835 a 1861. Tomo II, 1847-
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