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Cristo Total da Basílica Medianeira

O Cristo Total

Santo Agostinho de Hipona foi quem criou o conceito de Cristo


total. Trata-se da compreensão que pressupõe a união, sem
divisão das duas naturezas de Cristo: a divina e a humana, na
unidade de sua pessoa. Em Jesus Cristo, o Verbo Eterno une-se à
natureza humana sem perder sua divindade. É como humano que
o Senhor é crucificado, e é por ser Deus que ele glorifica o ser
humano.

Jesus Cristo, em sua humanidade, é a Cabeça da Igreja, e nós


somos os membros desse corpo. Por meio de sua Igreja, Jesus
Cristo, a Cabeça, está no tempo; mas também está — porque
ressuscitado — fora do tempo. Ele está conosco e em nós, mas
igualmente está acima e além de nós. Esse é o Cristo total.

A obra

A escultura do Cristo Total que está no presbitério da Basílica da


Medianeira foi realizada em 2023 por dois escultores de San
Antonio de Ibarra, no Equador, que vieram a Santa Maria pelos
vínculos religiosos com o Instituto Secular Murialdo. Os escultores
são Germán Benavides e Cristobal Yepes. Os custos da obra foram
subsidiados por doação de pessoas devotas da Medianeira.

A obra foi executada em madeira brasileira de reflorestamento,


mede 3 metros de altura e foi policromada pelo artista Airton
Schuch. A coroa de espinhos foi confeccionada em metal e pedras
semipreciosas brasileiras pela Ir. Maria Roseli de Shoenstatt. A cruz
mede 5 metros de altura.
A simbologia

O Cristo está representado na cruz, por isso é o Crucificado em


sua humanidade, mas está de olhos abertos e com os pés
apoiados como num escabelo, indicando que está vivo e vencedor,
é o Ressuscitado e se revela em sua divindade. Ele está ornado de
uma coroa de espinhos confeccionada em metal dourado e
pedras. Trata-se do Cristo Rei do Universo, que reina na cruz, onde
deu a sua vida para nos salvar.

Igualmente, seu perizônio (a veste que cobre Jesus) na cor ouro


indica que ele é Deus, pois se reveste de luz. Sua soberania se
realiza pelo serviço e não pelo domínio. Em seu peito, representa-
se o coração adornado com raios dourados, é o Sagrado Coração
de Jesus que é manso e humilde e ao mesmo tempo revela o
coração do Pai que é amor.

Do coração de Cristo, jorram sangue e água, Ele é a Divina


Misericórdia. Do seu lado aberto pela cruz, jorrou a água do
Batismo e o sangue da Eucaristia, sacramentos da misericórdia
infinita de Deus que renovam e sustentam a vida de todos os seus
discípulos. Ele está representado com os braços abertos em forma
de acolhida e abraço, pois é o Bom Pastor, que dá a vida por suas
ovelhas e as acolhe para que possam chegar ao Pai.

Ele está no presbitério da Basílica e todos os olhares se voltam


para ele, Único Mediador entre o céu e a terra, que pela sua
encarnação convidou a Virgem Maria para participar de forma
subalterna a essa mediação da Graça, por isso ela é a Medianeira.
A cruz

A grande cruz que sustenta o corpo do Senhor, está ornada com


os símbolos dos quatro evangelistas. No centro está Cristo
Crucificado e ressuscitado, o mistério pascal é o compêndio dos 4
evangelhos e de toda a fé cristã.

O anjo representa São Mateus.

O leão representa São Marcos.

O touro representa São Lucas.

A águia representa São João.

O Cristo está no presbitério da Basílica e diante dele está o altar


da Eucaristia, pois o centro de todo templo é a mesa na qual se
atualiza do sacrifício de Cristo e se faz a memória do Cenáculo e do
Calvário.

Na ceia e na cruz, o céu tange a terra e o Cristo se abaixa até


nossa pobreza, para que possamos nos encontrar em sua
grandeza. Seu olhar está fixo sobre quem entra na Basílica, como
que a dizer a cada peregrino:

Jesus Cristo é o mesmo ontem,


hoje e por toda eternidade.
Hb 13, 8

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