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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E ENSINO A DISTANCIA

Faculdade de Ciência de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Erosão na minha cidade

Nema da Ilda Rachide:96231354

Lichinga, Novembro de 2023


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E ENSINO A DISTANCIA

Faculdade de Ciência de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Erosão na minha cidade

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Gestão Ambiental da UnISCED.
Tutor: MSc. Finiasse Belo Michaque

Nema da Ilda Rachide:96231354

Lichinga, Novembro de 2023


Índice

I. Introdução.............................................................................................................................. 4
1.1.Objectivos ............................................................................................................................... 4
1.1.1.Objectivo geral .................................................................................................................... 4
1.2.1.objectivos específicos .......................................................................................................... 4
1.3. Metodologia .......................................................................................................................... 4
2. Conceito de Erosão ............................................................................................................... 5

2.1. Factores que condicionam os processos erosivos .................................................................. 6


2.2. Tipos de erosões .................................................................................................................... 7
2.4. Medidas para a mitigação da erosão ...................................................................................... 9
3. Conclusão ............................................................................................................................... 11
4. Biografia ................................................................................................................................ 12
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I. Introdução
A erosão, um fenómeno natural e, em muitos casos, agravado por actividades humanas, emerge
como uma preocupação premente em nossa cidade. A dinâmica geográfica e as mudanças no
uso do solo têm contribuído para um aumento significativo nos processos erosivos, impactando
não apenas a estabilidade do solo, mas também a infra-estrutura e a qualidade de vida dos
residentes. Este trabalho visa explorar os factores que impulsionam a erosão em [Nome da Sua
Cidade], seus efeitos prejudiciais e, crucialmente, discutir estratégias e soluções para mitigar
esses impactos e promover a sustentabilidade ambiental.

1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo geral
Compreender, monitorar e mitigar os efeitos da erosão na minha cidade, promovendo a
sustentabilidade ambiental e a preservação dos recursos naturais.

1.2.1.objectivos específicos
Avaliar a Extensão e Causas da Erosão;

Implementar Medidas de Controle e Prevenção”; e

Conscientizar a Comunidade e Envolvê-la nas Soluções.

1.3.Metodologia
Para a elaboração do trabalho auxiliou-se com as consultas bibliográficas e internet.
2. Conceito de Erosão
Os conceitos acerca do termo erosão foram explanados com base em diferentes autores que
abordam discussões sobre o processo erosivo. Galeti (1982), Bertoni e Lombardi (1985),
Conciani (2008) e Fernandes (2011) delimitam que o termo erosão provém do latim
“erodeerodere” que significa corroer e tem várias definições na literatura.

Fernandes (2011) nos aponta que: De uma forma geral, erosão é um termo que
representa um conjunto de acções, incluindo o desprendimento (desagregação),
o arraste (transporte) e a deposição das partículas de solo causada por agentes
erosivos, tais como o gelo, o vento, a gravidade e a água. Em particular, a
erosão onde o agente erosivo é a água é chamada de erosão hídrica
(FERNANDES, 2011, p.17).

Compreende-se que a erosão é o processo de separação, remoção, transporte e deposição de


partículas de solo causado pela influência do sol, chuva, vento, água e pode ser acelerado pela
actividade do Homem. Dentre as várias actividades Humanas destacam-se: abate de árvores,
queimadas descontroladas, práticas inadequadas na agricultura, uso e aproveitamento de terras
em áreas propensas à erosão de solos.

Segundo Conciani (2008) existem várias formas de conceituar a erosão, para o autor a erosão é
um processo de desprendimento e arraste das partículas do solo causado pelas intempéries. Para
Almeida Filho (1998), a erosão constitui-se como um processo natural no desenvolvimento da
paisagem. Os processos erosivos podem modificar a forma do relevo, com a interferência do
homem, esse processo natural pode se intensificar ao longo do tempo, sendo denominado de
erosão acelerada ou antrópica.

Conciani (2008), na mesma linha de pensamento de Almeida Filho (1998), afirma que a erosão
é um fenómeno natural que pode ser acelerado pelo homem, mas nos atenta para que os
processos erosivos também podem ser minimizados pela acção antrópica. Pode-se citar como
exemplo obras mitigadoras e de recuperações de áreas degradadas.

Seixas (1984) descreve a erosão do solo como sendo um processo de desagregação e


arrastamento acelerado de componentes do mesmo, causado pela acção da água e dos ventos,
constatando a interveniência de forças activas como a chuva, o vento, a topografia e as
propriedades físico-químicas do solo. Para Costa et al. (2005) a erosão resulta no
empobrecimento do solo e origina terras improdutivas, que em muitos casos são de difícil
recuperação, causando uma série de prejuízos aos recursos hídricos e a sociedade, que pode
necessitar dos mesmos para abastecimento de água nos centros urbanos.
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2.1. Factores que condicionam os processos erosivos


O processo erosivo possui diversos condicionantes que o deflagram, como clima, a topografia,
os tipos de solo, a cobertura vegetal e as actividades antrópicas. Estes factores tornam a erosão
um sistema complexo e que dependendo do seu grau de evolução pode ser de difícil
entendimento.

Vários factores contribuem para o desenvolvimento das feições erosivas, dentre eles podemos
citar as trilhas de gado, as estradas vicinais, a concentração de águas pluviais e os locais
submetidos ao manejo agrícola impróprio devido à remoção de cobertura vegetal,
principalmente em áreas de fundos de vale.

A água se constitui como factor natural e contribui com vários efeitos dinâmicos como: a
destacabilidade das partículas do solo pelo impacto das gotas de água provenientes da chuva
(efeito “splash”); a desagregação superficial pelo deflúvio; a desagregação do subsolo pelo
escoamento e infiltração subterrânea; pelo transporte do solo destacado ou desagregado; pelo
deslizamento e queda de maciços arenosos e pelo processo de solapamento e posterior
desmoronamento em canais fluviais de cursos d’água.

O homem constitui-se como factor antrópico e contribui com vários efeitos dinâmicos que
potencializam o desenvolvimento dos processos erosivos por meio do desmatamento das
coberturas vegetais, do manuseio inadequado do solo na agricultura, da criação intensiva de
animais, da abertura de valetas na contenção de estradas e loteamentos, entre outros factores.

Autores como Galeti (1982), Bertoni e Lombardi Neto (1985), Guerra e Mendonça (2004) e
Fernandes (2011) apontam os seguintes factores como condicionantes da erosão: (a) clima, (b)
relevo, (c) cobertura vegetal, (d) acção antrópica, (e) natureza do solo. Costa et al. (2005) nos
relata que:

Os factores que influenciam os processos erosivos são:

➢ A erosividade, medida pela intensidade e energia cinética da chuva;


➢ A erodibillidade, determinada pelas características físicas, químicas e morfológicas do
solo; a cobertura vegetal, pela sua maior ou menor protecção do solo;
➢ Os declives e comprimentos das encostas, as práticas de conservação e o manejo do
solo (COSTA et al. 2005, p. 11).

Segundo Guerra e Cunha (1998), a erosão do solo é condicionada não só pelas águas da chuva,
mas também por uma série de factores controladores que determinam as variações nos índices
de erosão, tais como: precipitação (intensidade e duração); solos (textura, estrutura,
permeabilidade e as características químicas e mineralógicas); cobertura vegetal; relevo
(declividade e comprimento da encosta) e uso do solo.

Beserra Neta e Tavares Junior (2012) com base nos estudos de Hasui et al. (1995) e Bacellar et
al. (2001), apontam a importância de levar em consideração factores geológicos, destacando a
litologia (características mineralógicas e texturais das rochas) e a estrutura (falhas, fracturas e
contactos litológicos), como agentes condicionantes no processo erosivo, estes podem actuar na
origem e formação de feições erosivas lineares.

Para Yamanouth (2003), a erosão é resultado da combinação entre os agentes


deflagrador/transportador e predisponente, com as características do solo, do relevo, da água,
da cobertura vegetal e das actividades antrópicas. Fendrich et al. (1991) delimita que os locais
de climas húmidos, tropical quente são mais propícios de serem afectados pelos processos
erosivos de natureza hídrica. De maneira geral, para os autores mencionados até aqui, a
precipitação pluviométrica (intensidade e duração) é o factor climático de maior importância no
desenvolvimento dos processos erosivos.

Compreende-se então com base na literatura mencionada até o momento que, para
compreender os processos erosivos é necessário entender três eventos importantes: o impacto
da gota da chuva, o escoamento superficial e o escoamento subsuperficial.

Segundo Selby (1993), a erosão pelo impacto da gota da chuva é responsável por quatro
efeitos: desagregação das partículas do solo, pequeno deslocamento lateral (rastejamento),
saltação de partículas juntamente com as gotas de chuva “splash” e distribuição das partículas.

Já Kinell (2008) sugere três tipos de destacamento e transporte de partículas na geração dos
processos erosivos, são eles: destacamento pelo impacto da gota da chuva e transporte por
fluxo induzido por esta; destacamento pelo impacto da gota de chuva e transporte por fluxo
natural; destacamento e transporte por fluxo natural de escoamento.

2.2. Tipos de erosões


Conciani (2008) propõe e ao mesmo tempo estabelece uma divisão de 8 tipos de formas de
erosões existentes:

➢ Erosão Hídrica:

Causada pela acção da água, seja por chuvas intensas, escoamento superficial ou enchentes. É
uma das formas mais comuns de erosão e pode resultar em sulcos, ravinas e perda significativa
de solo.
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➢ Erosão Eólica:

Causada pelo vento, que transporta partículas de solo de um local para outro. Comum em áreas
áridas ou semiáridas, a erosão eólica pode resultar na formação de dunas e na degradação do
solo.

➢ Erosão Glacial:

Associada à ação de geleiras e icebergs, que transportam e depositam material rochoso. Pode
esculpir vales, criar morros e depositar sedimentos em áreas glaciais.

➢ Erosão Fluvial:

Relacionada aos rios e à ação contínua de sua correnteza na remoção e transporte de


sedimentos. Pode resultar na formação de vales, cânions e deltas, impactando a topografia da
região.

➢ Erosão Costeira:

Associada à acção das ondas do mar e de correntes costeiras na remoção de sedimentos das
praias e falésias. Pode levar à erosão de praias, recuo de falésias e mudanças no perfil costeiro.

➢ Erosão por Congelamento e Descongelamento:

Processo em que a água que penetra nas fissuras das rochas congela, expandindo-se e causando
a fragmentação da rocha. Comum em climas frios, esse processo pode levar à formação de
taludes rochosos e pedregulhos.

➢ Erosão Biológica:

Causada por organismos vivos, como plantas com raízes expansivas, que podem fragmentar e
deslocar o solo. Embora mais lenta em comparação com outras formas de erosão, a erosão
biológica pode ser significativa ao longo do tempo.

➢ Erosão Antrópica:

Resulta das atividades humanas, como desmatamento, agricultura inadequada, construção civil
e mineração. A erosão antrópica é muitas vezes acelerada e pode ter impactos sérios na
degradação do solo e na qualidade da água.

Cada tipo de erosão está interligado e muitas vezes ocorre de maneira combinada. A
compreensão desses processos é crucial para implementar medidas eficazes de prevenção e
conservação do solo.
2.4. Medidas para a mitigação da erosão
A erosão é um problema ambiental sério que pode resultar em perda de solo, destruição da
vegetação e impactos negativos sobre ecossistemas. Existem várias medidas que podem ser
implementadas para combater a erosão e promover a conservação do solo. Aqui estão algumas
estratégias:

➢ Plantio de Cobertura:

Plantar vegetação de cobertura, como gramíneas e leguminosas, para proteger o solo contra a
erosão. As raízes das plantas ajudam a manter o solo no lugar, reduzindo a erosão causada pelo
vento e pela água.

➢ Técnicas de Controle de Água:

Construir diques, barragens e valas para controlar o fluxo de água e evitar a formação de sulcos
erosivos. Gerenciar a água de maneira eficaz ajuda a prevenir a erosão hídrica, especialmente
em terrenos inclinados.

➢ Práticas Agrícolas Sustentáveis:

Implementar práticas agrícolas que minimizem a perturbação do solo, como o plantio direto e a
rotação de culturas. Essas práticas reduzem a exposição do solo e ajudam a manter sua
estrutura.

➢ Faixas de Protecção Natural:

Criar faixas de protecção natural com vegetação ao longo de rios e encostas. Essas faixas
ajudam a estabilizar as margens dos rios e reduzem a erosão causada pela água.

➢ Uso de Mulch:

Aplicar cobertura morta (mulch) sobre o solo para protegê-lo contra a erosão e a compactação.
O mulch ajuda a reter a humidade, proteger o solo contra a chuva intensa e reduzir a erosão.

➢ Técnicas de Engenharia:

Utilizar estruturas de engenharia, como terraços, diques e muros de contenção, para controlar o
movimento do solo. Essas estruturas são especialmente úteis em áreas propensas à erosão.

➢ Educação Ambiental:

Promover a conscientização e a educação ambiental para incentivar práticas sustentáveis entre


agricultores, comunidades e tomadores de decisão. A conscientização sobre os impactos da
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erosão e a importância da conservação do solo é fundamental para a implementação eficaz de


medidas preventivas.

➢ Práticas de Manejo Florestal:

Adoptar práticas de manejo florestal sustentável para preservar a cobertura florestal e reduzir a
erosão. Florestas desempenham um papel crucial na prevenção da erosão, por isso, seu manejo
sustentável é essencial.

Essas medidas, quando combinadas e adaptadas às condições específicas de cada local, podem
ajudar a combater a erosão e promover a sustentabilidade do solo e do ambiente. A abordagem
integrada e a participação activa das comunidades são fundamentais para o sucesso dessas
estratégias.
3. Conclusão
Em conclusão, a erosão não é apenas um desafio ambiental, mas uma questão que afecta
directamente a resiliência e a qualidade de vida de nossa comunidade. Ao analisarmos as
causas e os efeitos da erosão em nossa cidade, torna-se evidente a necessidade urgente de acção
coordenada. Adoptar práticas sustentáveis, investir em medidas de conservação do solo e
promover a conscientização da comunidade são passos fundamentais para enfrentar esse
desafio. Ao fazer isso, não apenas preservamos o meio ambiente local, mas também
contribuímos para um futuro mais seguro e sustentável para as gerações vindouras.
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4. Biografia
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Giordano, A. et al. 1991. The methodological approach to soil erosion and important land
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Martins, J. C., Gonçalves, M. C., Sequeira, E. M. & Gomes, M. P. 1992. Avaliação da


erodibilidade e dos riscos de erosão do solo no Algarve. 7º Congresso do Algarve: 413-418.

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Sequeira, E. M., Gomes, M. P., Martins, J. C. & Gonçalves, M. C. 1994. Uma avaliação dos
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Ordem dos Engenheiros (Tema Áreas de Engenharias Agronómica, Silvícola e Geográfica: O
Mundo Rural na Viragem do Século), Lisboa.

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