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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

FACTORES DE FORMAÇÃO DO SOLOS

Paulo Ernesto Ussene: 81231954

Nampula, Março de 2024


1i

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

FACTORES DE FORMAÇÃO DO SOLOS

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de cadeira de Geografia dos solos a ser
submetido da Coordenação do Curso de
Licenciatura em Geografia da UnISCED.
Tutor

Paulo Ernesto Ussene: 81231954

Nampula, Março de 2024


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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 3
a) Geral ....................................................................................................................................... 3
b) Específicos ............................................................................................................................. 3
1.3. Metodologias da Pesquisa ................................................................................................... 3
2. Factores de Formação do Solos .............................................................................................. 4
a) Material de Origem................................................................................................................. 4
b) Relevo .................................................................................................................................... 4
c) Clima ...................................................................................................................................... 5
d) Organismos ............................................................................................................................ 5
c) Tempo ..................................................................................................................................... 5
d) Vegetação ............................................................................................................................... 5
2.1. Formação dos solos ............................................................................................................. 6
2.1.1. Processos de Formação Do Solo ...................................................................................... 6
a) Adições ................................................................................................................................... 6
b) Perdas ..................................................................................................................................... 6
c) Transformações ...................................................................................................................... 7
d) Transportes ............................................................................................................................. 7
2.2. Composição dos solos ......................................................................................................... 7
a) Minerais .................................................................................................................................. 8
c) Matéria Orgânica .................................................................................................................... 8
d) Água ....................................................................................................................................... 8
e) Ar ............................................................................................................................................ 8
f) Organismos do Solo ................................................................................................................ 8
2.3. As características climáticas na região de Nampula ............................................................ 8
2.4. Topográficas e geológicas da região ................................................................................... 9
3. Conclusão ............................................................................................................................. 11
4. Referências bibliográficas .................................................................................................... 12
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1. Introdução
A formação dos solos é um processo complexo influenciado por diversos factores ambientais.
Conhecidos como factores de formação do solo, esses elementos incluem o clima, a
vegetação, o relevo, o material de origem e o tempo. Cada um desses factores desempenha um
papel crucial na determinação das características físicas, químicas e biológicas dos solos em
uma determinada área. Compreender como esses factores interagem é fundamental para o
estudo da pedogenese e para o manejo sustentável da terra. Nesta introdução, exploraremos
brevemente a influência desses fautores na formação e na diversidade dos solos ao redor do
mundo. Nesta ordem de ideias, o presente trabalho versa sobre factores de formação dos
solos.

1.2. Objectivos
a) Geral
 Conhecer os factores influentes na formação dos solos

b) Específicos
 Apresentar a formação dos solos e sua composição.
 Identificar os factores de formação dos solos.
 Compreender os factores de formação dos solos.

1.3. Metodologias da Pesquisa


Quanto a metodologia de pesquisa, este trabalho obedece a seguinte sequência: quanto a
finalidade é uma pesquisa básica, quanto ao objectivo é uma pesquisa descritiva, em termos
de abordagem dialéctico-hipotético e quanto ao procedimento é bibliográfico, ou seja, pode –
se afirmar que é uma pesquisa básica, descritiva, dialéctico-hipotético e bibliográfico.
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2. Factores de Formação do Solos


Os solos são formados através de um processo complexo e contínuo chamado de pedogênese,
que é influenciado por diversos factores. Os principais factores que influenciam a formação
do solo são:

a) Material de Origem
Durante o processo de formação do solo, o elemento primordial de origem exerce influência
sobre uma variedade de características e pode ser categorizado em duas amplas categorias:
rochas e sedimentos. As propriedades mais significativas das rochas, que têm impacto nos
atributos do solo, incluem a sua composição química e mineralógica, bem como a sua cor e
textura. (Brady e Weil, 2013 apud Pereira, Dos Anjos, Júnior, Pinto, Neto, & Fontana, 2020,
p. 3).
As rochas classificadas como ácidas são aquelas que contêm mais de 65% de SiO 2 em
sua composição, além de serem ricas em alumínio. Minerais com alto teor de SiO2 são
denominados minerais félsicos, como quartzo e feldspatos, que por sua vez, resultam em solos
de textura arenosa, coloração amarelada e baixa fertilidade natural. Por outro lado, as rochas
básicas possuem menos de 52% de SiO2 e contêm uma quantidade maior de ferro e magnésio,
conhecidos como minerais ferromagnesianos ou máficos, como olivina, piroxênios e biotita,
resultando em solos de textura mais argilosa, coloração avermelhada e maior fertilidade
natural. (Pereira, Dos Anjos, Junior, Pinto, Neto, & Fontana, 2020, p. 20) .
Os sedimentos representam outro amplo conjunto de materiais de origem do solo. Resultam
da decomposição das rochas devido à intemperização e da acção de processos erosivos,
frequentemente sendo transportados e depositados em diferentes partes da paisagem.

b) Relevo
Responsável pelo controle dos processos hídricos na paisagem, incluindo a lixiviação, erosão
e drenagem, é influenciado pela distância até o lençol freático e pela inclinação do terreno.
Nas áreas elevadas, onde o lençol freático está distante, a drenagem é eficiente, especialmente
com baixas inclinações, favorecendo a infiltração. Por outro lado, em áreas com boa
drenagem, mas inclinações acentuadas, há mais escoamento superficial, aumentando a erosão.
Nas áreas mais baixas, apesar da menor inclinação, a proximidade com o lençol freático
resulta em drenagem inadequada, levando à saturação do solo e condições anaeróbicas (Brady
& Weil, 2013, p. 22).
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c) Clima
Segundo Kampf e Curi, (2012, p.207), a actuação do clima na pedogênese está associada
principalmente aos atributos precipitação pluviométrica, as taxas de evaporação e a
temperatura, tendo em vista a influência dos mesmos no intemperismo e evolução dos solos.

d) Organismos
Esses factores estão estreitamente ligados ao clima, que influencia a capacidade de adaptação
da vida animal e vegetal às condições de humidade e temperatura de um determinado
ambiente. São elementos determinantes para a formação do solo, a acção dos organismos no
substrato é crucial na distinção entre os processos de formação do solo e intemperismo. A
contribuição de matéria orgânica ao solo por meio de detritos de plantas, como folhas ou
raízes, e sua decomposição pela actividade da fauna, incluindo formigas, minhocas e
microrganismos, desempenham diversos papéis no solo, influenciando a agregação de
partículas, escurecimento do horizonte superficial, infiltração de água para reduzir a erosão e
retenção de nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. (Kampf & Curi, 2012, p. 45).

c) Tempo
O fator tempo não apenas indica a sequência cronológica dos eventos, mas também está
relacionado com o nível de maturidade e evolução. Em regiões de clima árido e semiárido,
caracterizadas por baixa precipitação pluviométrica, a exposição prolongada do material de
origem pode resultar na formação de solos jovens e pouco desenvolvidos devido à baixa taxa
de intemperismo. Por outro lado, ambientes sujeitos a intensos processos de intemperismo e
alteração do material de origem tendem a desenvolver solos mais maduros e evoluídos,
mesmo que tenham sido expostos recentemente, do ponto de vista da formação do solo.

d) Vegetação
A vegetação influencia a formação do solo através de vários mecanismos, como a adição de
matéria orgânica ao solo, a interceptação de água da chuva, a protecção contra a erosão e a
liberação de substâncias químicas através das raízes (Brady & Weil, 2013, p. 210).
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Figura 1. Representação de um transacto com variações na cobertura pedológica relacionadas à atuação dos
fatores de formação do solo. Fonte: (Pereira, Dos Anjos, Junior, Pinto, Neto, & Fontana, 2020, p. 5).

Esses factores interagem de maneira complexa e variável, resultando na ampla diversidade de


solos encontrados em diferentes regiões do mundo. O estudo da formação do solo é
fundamental para compreender sua composição, propriedades e capacidade de suporte à vida
vegetal e animal.

2.1. Formação dos solos


2.1.1. Processos de Formação Do Solo
a) Adições
Qualquer material introduzido no solo em formação é classificado como adição. A principal
contribuição nesse aspecto é a matéria orgânica resultante da decomposição dos organismos
presentes no solo, especialmente das plantas. Devido à sua abundância em carbono, esses
compostos orgânicos conferem tons escuros à camada superficial do solo. (Lima & De Lima,
2018, p. 7).
A quantidade de matéria orgânica depositada nos solos varia consideravelmente de acordo
com o clima e o relevo. Em regiões de clima seco, onde a vegetação é escassa, há uma menor
quantidade de matéria orgânica adicionada. Por outro lado, em áreas com clima mais húmido,
onde a vegetação é mais abundante, a quantidade de matéria orgânica depositada é maior,
resultando em uma camada superficial do solo mais espessa e escura.

b) Perdas
Durante seu desenvolvimento, os solos sofrem perdas de materiais tanto na forma sólida,
através da erosão, quanto em solução, por meio da lixiviação. Em terrenos fortemente
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inclinados, os solos tendem a ser mais superficiais devido à erosão que ocorre, resultando na
perda de materiais. A água da chuva dissolve os minerais do solo, liberando elementos
químicos, como cálcio, magnésio, potássio e sódio, que são carregados para as águas
subterrâneas. Esse processo de perda é conhecido como lixiviação. Em áreas com baixa
precipitação, as perdas desses elementos são menos acentuadas em comparação com regiões
de maior pluviosidade. Essas perdas por lixiviação explicam a ocorrência de solos com baixa
fertilidade, mesmo quando originados de rochas que possuem uma grande quantidade de
nutrientes essenciais para as plantas (Lima & De Lima, 2018, p. 8).

c) Transformações
Durante o processo de formação do solo, ocorrem transformações que englobam mudanças
químicas, físicas e biológicas. Isso inclui a conversão de minerais primários em minerais
secundários, como argilas, a partir das rochas originais. As areias presentes nos solos também
têm origem nos minerais da rocha. As cores dos solos, como vermelho, amarelo ou vermelho-
amarelo, são resultado da formação de compostos, como óxidos, a partir do ferro liberado
durante a alteração das rochas. Materiais vegetais em decomposição, como folhas e raízes,
sofrem transformações por acção de organismos do solo, resultando em húmus, que confere a
cor escura aos solos, juntamente com a liberação de ácidos orgânicos que afectam os
componentes minerais. (Lima & De Lima, 2018, p. 8).

d) Transportes
Devido à influência da gravidade e da evapotranspiração, que é a perda de água pelas plantas
e solo devido ao calor, pode ocorrer o deslocamento de materiais orgânicos e minerais dentro
do solo. Esse movimento pode ocorrer tanto de cima para baixo quanto de baixo para cima.
Em regiões com clima seco, a falta de chuvas pode levar à migração de elementos químicos,
como o sódio, para a superfície do solo, onde podem se acumular na forma de sal. Por outro
lado, em áreas com clima húmido, ácidos orgânicos e partículas minerais finas, como argila,
podem ser transportados pela água para camadas mais profundas do solo (Brady & Weil,
2013, p. 55).

2.2. Composição dos solos


A composição dos solos pode variar amplamente dependendo de vários factores, incluindo o
tipo de rocha matriz, o clima, a vegetação, o relevo e o tempo de formação.
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No entanto, na visão de Silva (2017, p. 15), de maneira geral, os solos são compostos por uma
mistura de diferentes fracções:
a) Minerais
Os minerais constituem a parte sólida dos solos e são formados pela alteração das rochas da
crosta terrestre ao longo do tempo. Os minerais mais comuns nos solos incluem quartzo,
feldspato, mica e argilominerais. A composição mineral do solo influencia suas propriedades
físicas e químicas, como textura, capacidade de troca cationica e retenção de água.

c) Matéria Orgânica
A matéria orgânica é composta principalmente por resíduos de plantas e animais em
diferentes estágios de decomposição. Ela desempenha um papel crucial na fertilidade do solo,
fornecendo nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, melhorando a estrutura do
solo e promovendo actividades biológicas benéficas.

d) Água
A água é uma parte essencial dos solos, preenchendo os espaços vazios entre as partículas de
solo e fornecendo um meio para o transporte de nutrientes e gases. A quantidade de água
retida no solo depende da sua textura, estrutura e condições de drenagem.

e) Ar
O ar no solo é encontrado nos espaços vazios entre as partículas de solo e é essencial para a
respiração das raízes das plantas e para a actividade microbiana no solo. A quantidade de ar
no solo varia com a sua compactação e densidade.

f) Organismos do Solo
Os solos abrigam uma variedade de organismos, desde microrganismos como bactérias,
fungos e actinomicetos até organismos maiores como minhocas, insectos e pequenos
vertebrados. Esses organismos desempenham papéis importantes na decomposição da matéria
orgânica, na ciclagem de nutrientes e na formação da estrutura do solo.

2.3. As características climáticas na região de Nampula


A Província de Nampula está situada a Nordeste do país, apresenta uma surpreendente
paisagem de florestas de moinho que alternam enormes cumes rochosos, com uma Densidade
populacional: 3065 mil habitantes, e uma superfície de 81.606km2 (Silva, 2017, p. 34)
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Em Nampula o clima é tropical. Chove muito menos no inverno que no verão. O clima é
classificado como Aw segundo a Köppen e Geiger. A temperatura média prevalecente na
cidade de Nampula é registada como 23.9 °C, de acordo com dados estatísticos. A média
anual de pluviosidade é de 959 mm.
A Nampula está localizada perto do equador, tornando os Verões difíceis de definir. A época
mais popular para visitar é a Março, Abril, Maio, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro,
Dezembro.
Em Setembro, o nível de precipitação desce para uns meros 6 mm. Este mês detém o título de
ser excepcionalmente árido. O mês de maior precipitação é Janeiro, com uma média de 271
mm. O mês de temperatura mais elevada é Novembro, durante o qual a temperatura média
atinge 26.7 °C. A temperatura média em Julho, é de 20.4 °C. É a temperatura média mais
baixa de todo o ano.
A variação da precipitação entre os meses com os níveis mais baixos e mais altos de
precipitação é 265 mm. 6.2 °C é a variação das temperaturas médias durante o ano. A
humidade relativa mais baixa durante o ano é em Outubro (56.89 %). O mês com maior
humidade é Março (81.90 %). Os dias mais chuvosos são esperados em Setembro (1.33 dias),
enquanto os dias mais chuvosos são medidos em Janeiro (24.70 dias).
Em Nampula, o mês que é agraciado com o maior número de horas diárias de sol é
Novembro. Este mês regista uma média de 9.24 horas de sol. No total, há 286.34 horas de sol
ao longo de Novembro.
Em Nampula, o mês que regista o menor número de horas de sol diárias é Janeiro. A duração
média da luz solar durante este período é de aproximadamente 8.38 horas por dia, resultando
numa soma total de 259.72 horas de sol durante todo o mês.
Em Nampula, o sol brilha durante uma média de 2765.15 horas por ano. Isto corresponde a
90.88 horas de sol por mês.

2.4. Topográficas e geológicas da região


A região apresenta uma variedade de formas de relevo, incluindo planícies costeiras, áreas de
baixa altitude e planaltos, todos com diferentes altitudes. As planícies costeiras se estendem
ao longo da costa do Oceano Índico, enquanto as áreas de baixa altitude se expandem para o
interior. Em certas áreas, os planaltos elevam-se, resultando em terrenos mais acidentados.
Geologicamente, Nampula é caracterizada por uma diversidade de formações rochosas, que
incluem sedimentos litorâneos, rochas sedimentares e intrusões ígneas. Esta variedade
geológica afecta a distribuição de recursos minerais, como calcário, carvão e gemas, e
10

também tem impacto na fertilidade do solo e nos padrões de drenagem. Um estudo minucioso
dessas características é essencial para promover o desenvolvimento sustentável da região,
garantindo o uso adequado dos recursos naturais e a redução dos riscos geológicos (Pereira,
Dos Anjos, Junior, Pinto, Neto, & Fontana, 2020, p. 67).
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3. Conclusão
No presente trabalho conclui-se que, os factores de formação do solo desempenham papéis
interconectados e complexos na criação e na diversidade dos solos em todo o mundo. Ao
compreender a influência do clima, da vegetação, do relevo, do material de origem e do
tempo, somos capazes de melhor compreender a dinâmica dos solos e sua importância para a
vida na Terra. Uma abordagem holística desses factores é essencial para o manejo sustentável
da terra, a conservação da biodiversidade e a produção agrícola. A contínua pesquisa e
compreensão desses factores nos levarão a estratégias mais eficazes para proteger e promover
a saúde dos solos em todo o planeta.
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4. Referências bibliográficas
Brady, N. C., & Weil, R. R. (2013). Elementos da Natureza e Propriedades dos Solos. São
Paulo: Porto Alegre.
Kampf, N., & Curi, N. (2012). Formação e evolução do solo: Pedologia: fundamentos,
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Lima, V. C., & De Lima, M. R. (2018). O Solo No Meio Ambiente.
Pereira, M. G., Dos Anjos, L. H., Junior, C. R., Pinto, L. A., Neto, E. C., & Fontana, A.
(2020). Formação, Classificação e Cartografia dos Solos. Rio de Janeiro: Seropédica.
Silva, E. A. (2017). Composição E Contaminação Do Solo. Rio de Janeiro: Universidade
Federal do Paraná.

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