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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Teoria de Traços e Factores de Orientação Vocacional e Profissional

Elementos do grupo
Isabel Ana Jaime
Vania Alfreu Elias
Zainabo Orlando

Nampula
Novembro de 2022

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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Teoria de Traços e Factores de Orientação Vocacional e Profissional

Elementos do grupo
Isabel Ana Jaime
Vania Alfreu Elias
Zainabo Orlando
Trabalho de Carácter Avaliativo,
Referente a cadeira de Cadeira de
Orientação Vocacional e Profissional, a
ser Apresentado na Faculdade de
Administração e Gestão, Orientado pelo
Docente:
MA. Carlos Mafumissa

Nampula
Novembro de 2022

i
Índice
Resumo ......................................................................................................................................iii
1. Introdução ............................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 5
1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................. 5
1.1.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 5
1.2. Problematização................................................................................................................... 5
2. Metodologia ............................................................................................................................ 5
2.1 Caracterização de Pesquisa ................................................................................................... 5
2.2. Caracterização da População ............................................................................................... 6
3. Fundamentação Teórica.......................................................................................................... 6
3.1. Conceito de Orientação Vocacional .................................................................................... 6
3.2. Orientação Vocacional e suas abordagens........................................................................... 7
3.2.2. Abordagem Critica ........................................................................................................... 7
3.2.3 Abordagem Tradicional ..................................................................................................... 8
3.3. Teoria de Traços e Factores ................................................................................................. 9
4. Resultados Alcançados ........................................................................................................... 9
5. Conclusões ............................................................................................................................ 13
6. Referências bibliográficas .................................................................................................... 14

ii
Resumo
A Teoria dos Traços de Personalidade define alguns factores de influência comportamental
que são mais comummente percebidos e avaliados nas pessoas, permitindo uma análise mais
completa. O trabalho tem como objectivo conhecer as teoria de traços e factores de orientação
vocacional e profissional, tendo como metodologias do trabalho, quanto a abordagem
qualitativa, que se baseou na avaliação dos factores de orientação vocacional, quanto aos
objectivos, a pesquisa foi descritiva que consistiu em descrever e fazer uma análise criteriosa
do tema estudado e quanto aos procedimentos de colecta de dados a caracterização de
pesquisa que foi utilizado para compor este estudo pesquisa bibliográfico para embasar os
conteúdos sobre o tema abordado e descritiva que consistiu. A orientação profissional pode
auxiliar o jovem nesse momento de indecisão, porém ainda existem poucos instrumentos
disponíveis que possam auxiliar os profissionais nos diagnósticos necessários, A variável sexo
não apresentou diferença significativa na percepção da auto-eficácia em desenvolvimento de
carreira. Os jovens de nível socioeconómico mais elevado apresentam uma maior capacidade
de planejar suas carreiras.
Palavras-Chave: Teoria dos Traços de Personalidade e factores de orientação vocacional e
profissional.

iii
1. Introdução
A Teoria dos Traços de Personalidade define alguns factores de influência comportamental
que são mais comummente percebidos e avaliados nas pessoas, permitindo uma análise mais
completa. Dessa forma, embasa metodologias como a do Big Five e, até mesmo, a avaliação
de candidatos em processos selectivos. A orientação vocacional e profissional é um processo
vital que pode ser solicitado em qualquer altura da vida. Por esse motivo é importante
compreender as suas vantagens para o futuro do mesmo tanto ao nível pessoal como familiar e
social.
Deste modo, o presente trabalho versa sobre Teoria de Traços e Factores de Orientação
Vocacional e Profissional. Pois é importante considerar que se existe a possibilidade de
escolha profissional, existe também a possibilidade de alguém facilitar a escolha do indivíduo.
Toda escolha provoca necessariamente uma renúncia; ao escolher abandona-se uma outra
opção e isto pode provocar algum sofrimento. O processo de Orientação Vocacional deve ter
em vista as mudanças ocorridas na sociedade e a realidade sociocultural e económica. Pode
ser desenvolvido tanto individualmente como em grupo. Devendo ser baseado na troca de
experiências e na reflexão conjunta sobre o processo de escolha da profissão. A aplicação de
técnicas, testes psicológicos ou outros recursos só tem sentido e real eficácia quando é
verificado em um contexto amplo, onde cada orientando é único.
O modelo dos cinco factores é uma organização abrangente da estrutura1 dos traços da
personalidade. Apesar do grande interesse e aceitação que, na década de oitenta e de noventa,
esta proposta tem tido, algumas reticências e limitações da mesma têm sido assinaladas. Em
concordância com a crítica supracitada, um dos limites do modelo, derivado do seu carácter
ateorético, seria a falta de especificidade na definição dos cinco factores, fruto, em parte, do
seu empirismo. Efectivamente, a perspectiva, em que se baseia o FFM, reitera que a descrição
da personalidade deve preceder, e não seguir, as teorias da personalidade.
No que a este diz respeito, o esforço dos autores orienta-se, no sentido de identificar as
categorias de variáveis, que uma teoria da personalidade completa deve abarcar. Na sociedade
globalizada, onde transformações se operacionalizam cada vez mais rápido, os indivíduos
sentem-se pressionados, seja pela própria complexidade do mercado de trabalho, seja pelo
avanço da tecnologia que indica novos rumos e caminhos a serem seguidos. O processo de
OV interessa a âmbitos distintos, como, por exemplo, à educação em todos os seus níveis.
Pode-se dizer que a OV acompanha o processo educativo, cooperando com ele e não apenas
suprindo suas possíveis carências. Cumprindo uma função de extrema importância, quando

4
leva o sujeito a reflectir sobre si mesmo, analisando suas características, explorando sua
personalidade e aprendendo a escolher e abordar situações conflituosas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Conhecer as Teoria de Traços e Factores de Orientação Vocacional e Profissional

1.1.2. Objectivos Específicos


 Identificar as Teoria de Traços e Factores de Orientação Vocacional e Profissional;

1.2. Problematização
É de suma importância criar condições para que os indivíduos tenham acesso à maior
quantidade possível de informações a respeito das profissões: suas características, aplicações,
cursos, requisitos, locais de trabalho, etc. Na esfera do autoconhecimento, também devem-se
criar condições e estratégias para que os jovens identifiquem suas aptidões, interesses e
características de personalidade. A escolha de uma profissão pode ser entendida como o modo
que o sujeito escolhe para se inserir no mundo e, através do trabalho escolhido, modificá-lo
(Lourenço, 2007, p. 6).
A orientação vocacional profissional dentro da abordagem sócio-histórica, é uma
tentativa de encontrar uma luz no final do túnel, isto é, frente a estas indeterminações do
mundo do trabalho, a orientação vocacional ocupacional deve incluir um novo modelo de
escolha, um modelo que enfoque a opção de um modo mais dinâmico desmistificando o seu
carácter de escolha única e para toda vida. Por outro lado, esta mesma crise do mundo do
trabalho tem provocado, juntos aos jovens, um aumento muito grande na procura de orientação
vocacional ocupacional (Delgado, 2001).

Diante desta situação, chega-se a seguinte questão da pesquisa:


 Quais são as teorias de traços-factor de orientação vocacional e profissional?

2. Metodologia
2.1 Caracterização de Pesquisa
Foi utilizado para compor este estudo pesquisa bibliográfico para embasar os conteúdos sobre
o tema abordado. A pesquisa bibliográfica e a documental utiliza-se de dados existentes.
Todavia, a diferença entre estas consiste no facto da primeira utilizar-se de dados que já
receberam tratamento analítico, ou seja, é baseada em material (artigos científicos e livros) já
publicado Gil, (2010).

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Através de pesquisa descritiva busca-se fazer uma análise criteriosa do tema estudado, que
possibilitará identificar e mapear os principais aspectos sobre a importância Teoria de Traços
e Factores de Orientação Vocacional e Profissional. Neste estudo foi utilizado o método de
pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa dos dados. A pesquisa qualitativa que se
baseou na avaliação dos factores de orientação vocacional, caracteriza-se por ser
“interpretativa, baseada em experiências, situacional e humanística”, sendo consistente com
suas prioridades de singularidade e contexto STAKE, (2011, p. 41)
Foi utilizado também como método de pesquisa a pesquisa-acção, ao qual é conceituada por
Stocco, (2010, p. 19) como: Uma prática que associa pesquisador e autores com a finalidade
de modificar dada situação. Trata-se de uma modalidade de intervenção colectiva onde o
conjunto decide os procedimentos para solucionar problemas que o grupo apresenta de uma
forma compartilhada.

2.2. Caracterização da População


Esta pesquisa foi baseada nos resultados obtidos por meio da pesquisa bibliográfica e
descritiva, com resultados obtidos por meio de realização de pesquisa
aplicado a uma amostra intencional.

3. Fundamentação Teórica
3.1. Conceito de Orientação Vocacional
Segundo Levenfus et al. (1997) “a orientação vocacional é um processo mais abrangente do
que orientação profissional, pois ela diz respeito não somente à informação das profissões,
mas de toda uma busca de conhecimento a respeito de si mesmo, de características pessoais,
familiares e socais do orientado, promovendo assim o encontro das afinidades do mesmo com
aquilo que pode vir a realizar em forma de trabalho classificando-a, portanto, como uma
abordagem psicológica, ou psicopedagógica, que visa buscar uma identidade profissional”.
Segundo Bohoslsvsky (2003) “a orientação vocacional constitui uma ampla gama de
procedimentos e tarefas, que incluem o diagnóstico, a investigação, a prevenção e a solução
da problemática relacionadas ao campo vocacional. Nessa perspectiva, o profissional da
área o orientador ou conselheiro – auxilia os seus clientes na assunção de forma activa na
problemática que enfrentam, visando a compreende-la e, assim, alcançar uma decisão
responsável”.

6
Como a escolha profissional é um processo dinâmico que se inicia desde da infância e persiste
por toda a vida, sofrendo influência de diversos factores como fantasias, disposições
inconscientes, família, situação socioeconómica, distorções perceptivas e entre outros
factores, ela também desempenha função de clarificar os conflitos que estão na origem da
dificuldade de escolha. ( Kowarski 2011).
Dessa forma, a Orientação Vocacional é uma intervenção requerida a partir das instituições
educacionais, dos sujeitos ou de seus pais ante momentos de mudanças e frente a dúvidas e
conflitos que acompanham perguntas cruciais, tais como: "quem sou?"; "quem quero chegar a
ser?"; "mediante que ocupação?"; "como coincidem ou não minhas possibilidades pessoais e
minha preparação actual com as oportunidades educativas e de trabalho à minha disposição e
com a estrutura social e produtiva?"

3.2. Orientação Vocacional e suas abordagens


3.2.1. Abordagem Sócio – Histórica
A abordagem sócio-histórica da orientação vocacional/profissional surge como alternativa à
aplicação dos já ultrapassados testes vocacionais, procurando facilitar a compreensão do
processo de escolha profissional, possibilitando a elaboração dos conflitos que deram origem
à situação de dúvidas e ansiedades pela qual passa o aluno no momento da escolha
profissional, além de trabalhar o conhecimento dos cursos, das profissões e do mercado de
trabalho (Ribeiro, 2011, p. 22).
A abordagem sócio-histórica aceita a denúncia que os teóricos, denominados críticos,
fazem a respeito da abordagem tradicional. A denúncia referida aponta que a teoria liberal
(tradicional) entende que a ordem económica e social está pronta e acabada, é apenas o lugar
onde as escolhas se realizam. A sociedade coloca obstáculos e desafios que devem ser
ultrapassados pelos indivíduos. Aqueles que conseguirem serão os vencedores, serão os
bemsucedidos. Realizar uma boa escolha profissional é um pré-requisito para que isto ocorra.
Assim, ao invés de proceder uma análise de como a sociedade está estruturada, desenvolve-se a
análise do indivíduo para que ele bem se adapte a esta ordem, sem jamais questioná-la.
(Bock,S., 1995, p.68).
Neste sentido, a orientação vocacional/profissional sócio-histórica visa trabalhar os aspectos
internos e externos envolvidos na escolha, considerando uma sociedade em constante
transformação, em que as profissões mudam de características e surgem constantemente
novas especializações.

3.2.2. Abordagem Critica


Na abordagem crítica o indivíduo não tem autonomia para definir seu caminho ou sua
escolha porque constitui-se como reflexo da sociedade. Além do que a liberdade de decidir é

7
de classe dominante, por isso a classe que o indivíduo permanece é que determina a sua
escolha. É a partir dessas concepções e de dois teóricos: Celso Ferreti e Selma Garrido que é
revista o significado de conceitos como vocação, aptidão frente, principalmente aos estudos
realizados na área da psicologia cognitiva e a inclusão maior da sociologia, como forma de
entender as diferentes ocupações profissionais a partir das diferentes classes sociais. (Bock
2002).
Os teóricos da orientação vocacional profissional crítica, vão estabelecer a importância da
escola como um campo privilegiado de discussão dessa temática, centralizando sua actuação
no sentido de apontar possibilidades concretas de orientação/reflexão sobre o mundo do
trabalho para indivíduo de classes sociais favorecidas, isto é, aqueles que aparentemente têm
muito pouco para decidir em termos profissionais.
De outro lado, a ideia de que existe um perfil pessoal que se cristaliza e pereniza por volta dos
dezoitos anos também pode ser questionada. Os indivíduos se modificam com o tempo e,
mais do que isso, adquirem habilidades, mudam interesses e transformam suas características
pessoais. (Bock, 2002).

3.2.3 Abordagem Tradicional


Segundo Bock (2002), “na abordagem tradicional (liberal) a concepção de aproximação do
indivíduo com as profissões se dá através do que se poderia chamar de “modelo de perfil”.
Este modelo entende que uma boa escolha é aquela que resulta da harmonia mais perfeita
entre um perfil profissional ou ocupacional e o perfil pessoal, delineado a partir de qualquer
técnica ou instrumento”. Explicando melhor, a partir de uma certa idade, teria suas
características pessoais cristalizadas, apresentando-se com certos traços específicos de
personalidade, aptidões e interesses determinados e quase que imutáveis.
A função da orientação vocacional e profissional nesta abordagem, seria ajudar o indivíduo a
conhecer-se (em outra teorias nem isto é necessário, basta que o orientador conheça o sujeito),
isto é, conscientizar-se de sua características pessoais, além de ajudá-lo a conhecer a
profissões.
Dentro deste contexto, o trabalho da orientação vocacional profissional obedece a duas
necessidades: em primeiro lugar, as exigências provocadas pelas grandes diversidades
profissionais; e em segundo, a busca de obter um profissional adequado que permaneça no seu
posto de trabalho. Não é para menos que a máxima de Parsons: o homem certo no lugar certo
tenha se tornado o ponto de chegada do trabalho de orientação vocacional e profissional.

8
3.3. Teoria de Traços e Factores
“A Teoria dos Traços vê a liderança como resultado de uma combinação de traços,
enfatizando especialmente as qualidades pessoais do líder, onde o mesmo deveria possuir
certas características de personalidade especiais que seriam facilitadoras no desempenho da
liderança. Nesta teoria são enfatizadas qualidades intrínsecas da pessoa” (Schultz & Schultz,
2002, p. 5).
Esta teoria permite concluir que os líderes já nascem como tal, não havendo a probabilidade
de “fazê-los” posteriormente por meio do uso de técnicas de desenvolvimento pessoal.
“Tendo Parsons como principal representante, é uma teoria essencialmente normativa, que
parte do princípio de que os indivíduos diferem-se nas habilidades, interesses e traços de
personalidade, e cada profissão requer pessoas com aptidões específicas, ou seja, “o homem
certo no lugar certo”, adequando os indivíduos às ocupações (Lourenço, 2007, p. 1).
Essa teoria dá início à área de OV, fundamentando aos testes vocacionais, que ainda fazem
parte do imaginário social, quanto à escolha da profissão, acreditando-se que as aptidões, os
interesses e os traços de personalidade são inatos. O interessado, portanto, não decide, mas
aceita ou não o conselho do orientador educacional.

4. Resultados Alcançados
Para os adolescentes, a escolha profissional geralmente é acompanhada de ansiedades e
conflitos.
A orientação profissional pode auxiliar o jovem nesse momento de indecisão, porém ainda
existem poucos instrumentos disponíveis que possam auxiliar os profissionais nos
diagnósticos necessários (Primi et al, 2000).
Esses autores desenvolveram um inventário, que aplicado com 227 jovens do ensino
fundamental e médio, objectivou apontar as dificuldades da decisão profissional. Este estudo
evidenciou, entre outros, a falta de informação e insegurança junto à falta de preparo da escola
como alguns dos factores de indecisão profissional.
Inúmeros investigadores têm despendido tempo a estudar os principais factores que
contribuem para a indecisão vocacional (Bohoslavsky, 1998; Lucchiari, 1993; Soares, 1997,
2000, 2007). Mesmo que ainda não exista um modelo de interveção apropriado e unânime,
torna-se possível apresentar dois tipos de indecisão vocacional. Enquanto o primeiro revela
uma indecisão caracterizada pela arduidade com relação ao próprio processo de exploração
vocacional, o segundo geralmente está associado a uma indecisão generalizada, onde o sujeito
apresenta dificuldades em todos os domínios de vida e não somente no sentido vocacional
(Santos, 2000 apud Jung & Grings, 2016, p. 7).

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As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando, sendo que o trabalho sempre foi e
continua sendo considerado importante para o desenvolvimento do sujeito. A escolha da
carreira a ser seguida não deve ser vista como uma tarefa fácil, pois implica tomar decisões
que poderão influenciar o futuro do adolescente. A identidade vocacional desse jovem vai
sendo consolidada no decorrer de sua vida, conforme vai adquirindo consciência de sua
personalidade. Dessa forma, o profissional que atua na área de orientação vocacional deve
atender as demandas atuais frente às mudanças tanto da sociedade quanto das instituições e
das próprias pessoas (Andrade, Meira e Vasconcelos, 2002; Lassance e Sparta, 2003).
Bardagi, Lassanci e Paradiso (2003) buscaram investigar trajectórias académicas,
satisfação com a escolha profissional e expectativas quanto à orientação profissional com
trezentos e noventa e um estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).
Quase 44% dos participantes do estudo relataram que já pensaram em trocar de curso,
evidenciando que não estavam preparados quando fizeram a escolha profissional, sendo que as
mulheres são as que mais cogitaram evadir do curso escolhido. Foi na ordem de 42% os que
declararam ter cogitado desistir ou trocar de profissão já no primeiro ano do curso. Os autores
concluem que essa dúvida quanto ao curso escolhido é positiva por um lado, mas negativa por
outro, visto que essas dúvidas poderiam ter sido sanadas já no ensino médio, preparando assim
o aluno para que fosse capaz de efectuar uma escolha consciente.
A escolha profissional geralmente ocorre em um momento da adolescência em que o jovem
precisa abrir mão de projectos antigos e das escolhas fantasistas para enfrentar a realidade. A
partir dessa constatação, a maturidade para a escolha da profissão pode compreender duas
dimensões: atitudes e conhecimentos. A atitude é formada por três subdimensões que são a
determinação, está aponta o quanto o jovem está seguro e determinado em relação à escolha
profissional; a responsabilidade, que diz respeito a quanto o jovem se preocupa com a escolha
da profissão e por fim a independência, esta reflecte o quanto o jovem decide por si só, sem
interferência externa. Já no que tange a segunda dimensão, a de conhecimento, apresenta
outras duas subdimensões que são o autoconhecimento, este reflecte o quanto o jovem
conhece de si próprio, aqui citando Lisboa “o que sou?”, e o conhecimento da realidade
educativa e socioprofissional (Jung & Grings, 2016, p. 7).
Ribeiro (2003) desenvolveu uma pesquisa com duzentos e cinquenta e dois jovens estudantes
do ensino médio em escolas públicas de São Paulo. Esse estudo buscou identificar novas
demandas em orientação profissional por parte desses adolescentes. A pesquisa evidenciou
que as principais demandas dos jovens estão relacionadas a possibilidades concretas de
inserção no mercado de trabalho, visto que são questões que não são acessíveis a eles. O
ensino superior ainda continua sendo o alvo da maioria dos alunos de ensino médio, mas é
fato que muitos ainda relacionam a conclusão do ensino médio com o ingresso no mercado de
trabalho.

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Diversos estudos buscam investigar a influência de factores socioeconómicos na escolha
profissional (Martins e Noronha, 2010; Barreto e Vaisberg, 2007), e apontam que a condição
económica menos favorecida influi de forma directa no processo decisório.
Balbinotti, Wiethaeuper e Barbosa (2004) “realizaram um estudo com oitocentos e sessenta
estudantes do ensino médio e buscaram investigar a existência de diferenças nos níveis de
cristalização conforme o sexo, a idade, o ano de instrução e o tipo de escola”. A pesquisa
não demonstrou significância nas questões de género, de idade e o ano de instrução. Já no que
se refere ao tipo de escola e a cristalização de preferências profissionais apresentou-se
favorável a escolas públicas onde geralmente estão inseridos alunos de mais baixa renda.
Sobral, Gonçalves e Coimbra (2009) “apresentaram os resultados de um estudo que buscou
relacionar as questões socioeconómicas da família, no que se refere a emprego/desemprego,
com a trajectória vocacional dos filhos”. Essa pesquisa foi desenvolvida com a participação
de trezentos e vinte e sete jovens estudantes de escolas públicas de Portugal. De forma geral,
o estudo evidenciou que os filhos de pais desempregados tendem a apresentar um menor grau
de investimento vocacional, visto que se sentem mais desmotivados quanto á suas escolhas
futuras. Já os filhos de pais empregados demonstram sentir maior confiança, sendo que
acreditam que poderão alcançar sucesso profissional.
Os pais geralmente acabam por influir tanto de forma directa quanto indirecta no processo de
escolha profissional do adolescente, sendo que podem influenciar de forma positiva, servindo
de referência ou de forma negativa, dizendo até mesmo para o filho não seguir os seus passos
(Soares-Lucchiari, 1997).
Oliveira e Dias (2013) buscaram investigar a influência dos pais na escolha profissional, a
partir da óptica dos genitores. Os pais compreendem a importância e a delicadeza da escolha
profissional, porém reconhecem não saber como se portar nesse momento decisivo na vida de
seus filhos, pois afirmam que não interferem no processo de tomada de decisão. Os pais
relataram que, pelo fato de os filhos morarem na mesma casa no decorrer da graduação,
acabaram por participar de forma mais activa no decorrer do curso, sendo que aqueles que
possuíam conhecimento na área de estudo do filho, acabavam até por sugerir alguma leitura.
A influência parental foi objecto de estudo de Faria, Pinto e Vieira (2015). As autoras
buscaram analisar os estilos parentais a partir da percepção de duzentos e noventa e seis
jovens estudantes de Portugal e os seus níveis de exploração vocacional. As questões de
género novamente são apontadas como relevantes, visto que as participantes do sexo feminino
apresentam maiores crenças em como o autoconhecimento e a exploração do mundo

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académico e profissional pode vir a contribuir em sua carreira profissional. Os alunos que
apontam seus pais como mais exigentes se relacionam melhor com os níveis de exploração
vocacional.
Considerando a variável sexo, tipo de escola e nível socioeconómico, A variável sexo não
apresentou diferença significativa na percepção da auto-eficácia em desenvolvimento de
carreira e os jovens de nível socioeconómico mais elevado apresentam uma maior capacidade
de planejar suas carreiras, corroborando assim estudos de Balbinotti, Wiethaeuper e Barbosa.

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5. Conclusões
A pesquisa tem como tema teoria e factores de orientação vocacional e profissional, tendo
como objectivo geral conhecer as teorias de tracos e factores de orientação vocacional e
profissional, deste modo, conclui-se no trabalho que, a orientação vocacional e profissional é
um processo vital, que pode, a qualquer momento da vida, precisar de ajuda. Falamos daquilo
para o que o indivíduo tem mais aptidão (vocação) e daquilo que ele realmente exerce
(profissional).
No entanto, para realizar uma orientação vocacional e profissional adequadamente, é
necessária a ajuda de um psicólogo que, através de técnicas específicas como o uso de
inventários e o trabalhar do autoconhecimento, em articulação com a participação dos pais,
irá, junto do indivíduo, orienta-lo no sentido de compreender se existe relação entre os seus
interesses e aptidões e a realidade do mercado de trabalho.
Porem, muito embora associe-se quase sempre a orientação vocacional e profissional aos
adolescentes e jovens, não podemos deixar de voltar a referir que a mesma, sendo vital, pode
ser solicitada por um adulto, no sentido da mudança de carreira, da melhoria da sua
performance no emprego actual.
Deste modo, o elemento central desta teoria são os traços da personalidade. Neste sentido, ela
representa um movimento de reabilitação dos mesmos, há vários anos esboçado, e atingindo,
por seu intermédio, sua plena expressão. Na medida em que a teoria reivindica para os traços
o estatuto de disposições fundamentais, considerando, portanto, que eles são constitutivo
necessário da personalidade, ela coloca o problema dos seus mecanismos de influência e
esboça soluções, no sentido de os identificar e clarificar. Pretende-se, assim, passar, do plano
estrutural a que os sistemas clássicos dos traços são acusados de confinar-se para o plano
dinâmico da personalidade.

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6. Referências bibliográficas
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Orientação Vocacional Frente ao Século XXI: Perspectivas e Desafios.
Psicologia: Ciência e Profissão. v. 22.
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Preferências Profissionais de Alunos de Ensino Médio. Revista Brasileira de
Orientação Profissional. v.5.
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Martins Fontes.
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Psicologia
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Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbop/v4n1-2/v4n1-2a03.pdf>. Acesso
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Lourenço, S. (2007). O Processo De Escolha E Autoconhecimento Rumo A Profissão.
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Stake, R. E. (2011) Pesquisa qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Porto
Alegre: Penso.

14
Stocco, L. S. (2010) Pesquisa-acção em uma turma de segundo ano, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação, Curso de Licenciatura em pedagogia,
Porto Alegre.

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