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ISAURA
BOMANCE
ir-
POR
BEMABDO dUISIABAES
RIO DE JANEIRO
B. L. GARNIER
L i v r e i r o - B d i t o r cto I n s t i t u t o
65 _ Rua do Ouvidor — 65
Antigo 69.
1875
Ficam reservados todos os direitos de propriedade.
Â. ESCRAVA ISAURA
CAPITULO I.
« ^ o r £
ao ^ de
|g A ESCRAVA ISAURA
s s t j a r
s r s t r s í s s r r x
paterna mais do que era preciso para sua edu-
cação, e que era mister ir aprendendo senão a
augmentar, ao menos a conservar uma foi tuna, a
testa da qual teria de achar-se mais tarde ou mais
cedo Depois de muita hesitação, Leoncio. optou
emfim pela carreira do commercio, que lhepareceo
ser a mais independente e segura de todas; mas
as suas idéas largas e audaciosas a este respeito
aterrarão o bom do commendador. O commercio
de imoortacão e exportação de generos, mesmo
ecn larga escala, o proprio trafego de africanos,
lhe paredão especulações degradantes e impró-
prias de sua alta posição e esmerada educação. O
uegocio de balcão e a retalho, esse inspirava-lhe
asco e compaixão. Só lhe convinhão as altas espe-
culações cambiaes, as operações bancarias,e trans-
acções, em que jogasse com avultados capitaes.
Só" assim poderia duplicar, triplicar em pouco
tempo a fortuna paterna. Com o que tinha obser-
vado na Bolsa de Paris e em outras praças euro-
peas, presumia-se com habilitação bastante para
dirigir as operações do mais importante estabele-
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A E S C R A V A ISAXJRA
2 0 A ESCRAVA ISAURA
/
24 A ESCRAVA ISAURA
^ ^ m X m h a ^ - respondeo bondo-
_ lein razão, yocê , ^ na0
r x t
CAPITULO VI.
E já!
_ És muito exigente e injusta para commigo,
Malvina, — disse Leoncio depois de um momento
de pasmo e hesitação. - Bem sabes/pie é meo
desejo libertar Isaura; mas acaso depende isso de
mim somente? ê a meo pae, que compete fazer o
aue de m i m exiges.
_ Que miserável desculpa, senhor! seo pae 3a
lhe entregou escravos e fazenda, e dará por bem
feito tudo quanto o senhor fizer. Mas se acaso o
senhor a prefere a mim....
_ Malvina!... não digas talblasphemia!...
_ Blasphemia!... quem sabe!... mas em fim
dè um destino qualquer a essa rapariga, se nao
quer expellir-me para sempre de sua casa. Quanto
a mim não a quero mais nem um momento em
meo serviço; é bonita de mais para mucama.
m " 0 qie lhe dizia eu, senhor Leoncio? acudto
CAPITULO VIII.
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ituosa
ueza' ^ ^ r r í x ^ ^
por amor de uma pome
a
— ^ r r r r sei de ^
Foi assim, que seo pae ta»or-*
' Mtna a minha pohre mae ; 3a vejo que
T é — a a m e s n i s o r t e . Mas fique c e r *
T i e nao- me faltarão nem os m e u » nem a
t S e m p a - ficar para sempre livre do senhor
S S ^ s s k s s s s
no cabo do seo chicote.
_ Senhor. - bradou de longe o ^ M ®
instante depois estava em presença de .eoncio-
_ André, - disse-lhe este '
hreve - traze-me já aqui u m tronco de pes
algemas com cadeiado.
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torrente de lagrimas.
- Alma cie minha sinhá velha! - exclamou
com voz entrecortada de soluços, - valei-me
nestes apuros; valei-me lá do céo, onde estais,
como me valieis cá na terra.
Isaura, — disse Leoncio com voz aspera
apontando para os instrumentos de supplicio, -
eis ali o que te espera, se persistes em teo louco
empenamento. Nada mais tenho j i d i z e r - t e ;
deixo-te livre ainda, e fica-te o resto do dia para
reflectires. Tens de escolher entre o meo amor e
o meo odio. Qualquer dos dops, tu bem sabes,
são violentos e poderosos. Adeos!... .
Quando Isaura sentio, que seo senhor se havia
ausentado, ergueo o rosto, e levantando ao ceo
os olhos e as mãos juntas, dirigio á Rainha dos
anjos a seguinte fervorosa prece, exhalada entre
soluços do mais intimo de sua alma:
- Virgem senhora da Piedade, Santíssima
Mãe de Deos!... vós sabeis se eu sou innocente, e
se mereço tão cruel tratamento. Soccorrei-me
neste transe afflictivo, por que neste mundo
ninguém pode valer-me. Livrae-me das garras
de um algoz, que ameaça não só a minha vida,
como a minha innocencia e honestidade. Illu-
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A ESCIVAVA ISAURA 143
CAPITULO XIII.
um pensamento de seducção.
Naquella noite pois o apaixonado mancebo rem
dido e deslumbrado mais que nunca pelos novos
encantos e attractivos, que Elvira alardeava entie
os esplendores do baile, não ponde e nem qm
dilatar por mais tempo a declaração, que a cada
instante lhe ardia nos olhos, e esvoaçava pelo,
lábios, e apenas achou-se em lugar onde pudesse
não ser ouvido senão de Elvira :
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mento :
— Tem a senhora algum negocio com este ho-
mem ? — perguntou a Elvira.
~ E u ! ? . , nenhum por certo; nem mesmo
o conheço, - balbuciou a moça, palida e a tre-
mer.
— Mas, meo Deos ! D. Elvira, por que treme
assim ? como está palida !... maldito importuno,
que assim a faz soffrer oh ! pelo céo, D El-
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li
CAPITULO XV.
«
A ESCIVAVA ISAURA 185
T u 0 di sseste,
Geraldo; amo-a muito, e hei-
de amal-asempre; nem disso faço mysterio algum.
E sera cousa estranha ou vergonhosa amar-se uma
escrava? O patriarcha Abraham amou sua escrava
Agar, e por ella abandonou Sara, sua mulher.
A humildade de sua condição não pode despojar
Isaura da Candida e brilhante aureola, de que a
via e até hoje a vejo circumdada. A belleza e
a mnocencia são astros quo mais refulgem
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;•2 1 8 A ESCRAVA ISAURA
cruzados d i a n t e de s e o senhor.
__ Eil-os ahi; são estes ! - exclamou Leoncio
indicando aos guardas Isaura e Miguel. - Pren-
dão-os!.. prendão-os!....
_ Vae-te Isaura, vae-te. - murmurou Alvaro
com voz trémula e sumida, achegando-se da ca-
p t i v a . _ Não desanimes ; eu não te abandonarei.
d e q u e m quer medar
Yocê verá.
. p 0 i vendida ?..
. Qual vendida !
. Alhegada ?
_ Nem isso.
Está forra?..
Que abelhuda !•• Espera, Rosa; tem paciem
ciãum pouco, que hoje mesmo talvez voce venha
respondeo Rosa g a l g a n d o . -
Você mesmo está com cara de - - d a d e .
_ P s i o ! . . bico calado, R o s a . . .
nhonhô. ê que nos
S ™ — -oaiho, arrancando e
232 A ESCRAVA ISAURA.
de uma agulha.
— Sahe dahi, tolo !... pensa que Isaura faz caso
de você ?..
— Não te arrebites, minha Rosa; já agora não
ha remedio senão contentar-me comtigo, que em
fim de contas também és bem bonitinha, e... tudo
que cahe no jequy, é peixe.
— E' baixo !.. aguente a sua taboa, e vá conso-
lar-se com quem quizer, menos commigo.
CAPITULO X X I .
lo...
262 A ESCRAVA ISAURA.
15.
262 A ESCRAVA ISAURA
A ESCRAVA ISAURA
A ESCRAVA ISAURA
quauu-u metade.
— r
ouvira dos lábios ae
s r » —V c o m a vio-
magador. pela porta a
lencia do golpe, ia sanir
fora. __ d i s s e Alvaro de-
__ E s pere ainda, t 0 á escrava
- r — p ^ a t o S e n t i m e n t o da parte
espomanieseosol^s^—
Wd0 T C iuro nunca ha de ler o prazer de
r me i S » a à , u a generosidade.
" 3 isto entrou arrebatadamente em uma
.^L^r^ntu-ondevaest-exclamon
M a l v L precipítando-se para elle; mal porem
Havia ella chegado á porta, ouvm-se a explosão
atroadora de um tiro.
- A i ! . . - gritou Malvina, e caiu o redonda
mente em terra.
Leoncio tinha-se rebentado o craneo com um
tiro de pistola.
FIM